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Natale
Banco do Brasil - Conhecimentos
Bancários - 2023 (Pós-Edital)
Autor:
Celso Natale, Equipe Legislação
Específica Estratégia Concursos
24 de Dezembro de 2022
SUMÁRIO
1 Sistema Financeiro Nacional ........................................................................................................4
Lista de Questões.............................................................................................................................. 56
Gabarito ............................................................................................................................................. 69
INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO
Saudações! Aqui é o professor Celso Natale, e por deter e aplicar diariamente os
Conhecimentos Bancários que você precisa esbanjar para a banca no dia da prova, recebi a
missão de escrever e disponibilizar este curso para você.
Farei isso sempre de forma muito objetiva, de forma que você possa acertar o maior número
de questões com o menor número de páginas possível.
Por falar em questões, teremos muitas da Cesgranrio, que tem certa tradição na área bancária,
mas complementaremos com questões de outras bancas, pois o estilo de cobrança costuma ser
bastante parecido.
E para esta primeira aula, escolhi os temas Sistema Financeiro Nacional (SFN) e Mercado
Financeiro:
Além de serem temas muito recorrentes, eles permitirão uma visão abrangente da matéria
inteira, pois o SFN e o Mercado Financeiro são justamente o conjunto de instituições, produtos
e regras que compõem o mercado financeiro e bancário.
Como toda visão abrangente, ela carece de detalhes, mas não se preocupe. Esses detalhes serão
fornecidos ao longo do curso. É como se eu apresentasse para você um mapa de um local, que
oportunamente visitaremos, para você criar familiaridade e curiosidade e, uma vez lá, poderemos
conferir as minúcias.
Primeiro vemos o quadro geral, e depois os detalhes. Acredito que seja a melhor forma para
aprender aquilo que precisamos para a prova.
Se precisar de ajuda com qualquer dúvida, procure-me no fórum ou nas redes sociais abaixo =)
@profcelsonatale
A primeira delas, é que por ser um sistema, o SFN é composto de diversas partes que se
relacionam de forma organizada.
Para organizar essas partes, a nossa Constituição Federal determina que o SFN deve ser regulado
por leis complementares, espécie normativa cujo processo de aprovação é mais exigente do que
suas “irmãs” “leis ordinárias”. Isso já nos dá uma dimensão da importância.
▶ Normatizadores ou Reguladores
▶ Supervisores
▶ Operadores
No nível mais alto, estão os órgãos normativos, que determinam regras gerais para o bom
funcionamento do SFN. São os seguintes conselhos:
• Bancos
• Cooperativas
• Instituições de Pagamento
• Bolsa de Valores
• Bolsa de Mercadorias de Futuros
• Corretoras
• Distribuidoras
• Seguradoras
• Financeiras
• Administradoras de Consórcio
• Fundos de Pensão
Nossa missão em aulas futuras será aprofundar a atuação de cada uma dessas
instituições, enquanto nesta aula teremos uma visão prévia e, mais importante,
entenderemos onde elas se inserem no sistema.
Este primeiro esquema apenas define uma hierarquia e dá um rápido panorama de cada papel:
A partir daqui, detalharemos cada entidade dos dois níveis mais altos (reguladores e
supervisores) e apresentaremos os principais tipos de operadores, com base no conteúdo oficial
dos respectivos reguladores e supervisores.
Para compreender essa estrutura, podemos dizer que o SFN tem três órgãos normatizadores,
cada um deles responsável por um dos três ramos do SFN:
▶ Moeda, crédito, capitais e câmbio: O principal ramo do SFN lida diretamente com
quatro tipos de mercado, composto pelo conjunto de instituições e instrumentos que
possibilitam a transferência de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os
deficitários.
o mercado monetário: é o mercado que fornece à economia papel-moeda e moeda
escritural, aquela depositada em conta-corrente;
o mercado de crédito: é o mercado que fornece recursos para o consumo das
pessoas em geral e para o funcionamento das empresas;
o mercado de capitais: é o mercado que permite às empresas em geral captar
recursos de terceiros e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos;
o mercado de câmbio: é o mercado de compra e venda de moeda estrangeira.
▶ Seguros Privados: É o ramo do SFN para quem busca seguros privados, contratos de
capitalização e previdência complementar aberta.
o mercado de seguros privados: é o mercado que oferece serviços de proteção
contra riscos;
o previdência complementar aberta: é um tipo de plano para aposentadoria,
poupança ou pensão. Funciona à parte do regime geral de previdência e aceita a
participação do público em geral.
o contratos de capitalização: são os acordos em que o contratante deposita valores
podendo recebê-los de volta com juros e concorrer a prêmios.
▶ Previdência Fechada: Voltado para funcionários de empresas e organizações. O ramo
dos fundos de pensão trata de planos de aposentadoria, poupança ou pensão para
funcionários de empresas, servidores públicos e integrantes de associações ou entidades
de classe.
Antes mesmo de vermos o detalhamento de cada órgão normatizador (ou “normativo”, como
também pode aparecer na sua prova) veja como cada um deles se relaciona com os ramos do
SFN.
Responsável por
Responsável por Responsável por
normatizar os mercados
normatizar o mercado de normatizar o mercado de
de moeda, crédito,
Seguros Privados Previdência fechada
capitais e câmbio.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) – criado junto com o Banco Central, pela Lei nº 4.595,
de 31 de dezembro de 1964 – é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Ele
formula a política monetária e de crédito, com o objetivo de garantir a estabilidade da moeda e
o desenvolvimento econômico e social do país. Portanto, cabe ao CMN normatizar os mercados
de moeda, crédito, capital e câmbio – nosso primeiro e principal ramo do SFN.
Ele o faz por meio de Resoluções, que são a espécie normativa utilizada.
A Secretaria-Executiva do CMN é exercida pelo Banco Central, e isso pode gerar uma confusão
aos desavisados, pois as Resoluções do CMN são publicadas pelo Banco Central, mas quem
normatiza é o CMN. Veja, no recorte abaixo, um exemplo de Resolução do CMN:
Viu só? O BCB apenas tornou público aquilo que o CMN resolveu.
Portanto, compete ao BCB organizar e assessorar as sessões deliberativas (preparar, dar suporte,
elaborar as atas e manter o arquivo histórico, entre outras funções de secretariado).
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito – a Comoc – que atua como
órgão de assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do crédito do Brasil, e
é formada por membros do Ministério da Economia, BCB, CVM e Tesouro Nacional.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é órgão responsável por fixar as diretrizes
e normas da política de seguros privados, sendo o regulador dos setores de seguros, resseguros,
previdência complementar aberta e capitalização.
Mais uma vez, começamos com uma breve apresentação em forma de esquema:
Supervisores do SFN
BCB CVM SUSEP PREVIC
Superintendência
Comissão de Valores Superintendência de
Banco Central do Brasil Nacional de Previdência
Mobiliários Seguros Privados
Complementar
O Banco Central do Brasil (BCB 1) é, do ponto de vista jurídico, uma autarquia federal que, ao
contrário das demais autarquias e dos supervisores que veremos adiante, não tem vinculação
com Ministério algum. Essa ausência de vinculação – e também de tutela ou subordinação
hierárquica – é uma novidade, decorrente da Lei Complementar nº 179/2021, que concedeu
autonomia para o BCB.
Assim como é para os bancos centrais no mundo todo, sua missão é garantir a estabilidade do
poder de compra da moeda (controlar a inflação), e por isso ele é chamado de autoridade
monetária, mas também tem por objetivos:
Nesta aula, ganha importância o papel de zelar pela estabilidade e eficiência do sistema
financeiro, embora estejam todos relacionados.
O BCB tem diversas atribuições, das quais se destacam entre outras, ser o:
Na verdade, seu papel vai muito além de supervisionar e fiscalizar, pois ele atua desde a
autorização para funcionamento até o procedimento de encerramento compulsório de uma
instituição financeira ou demais instituições sob sua autoridade.
1
Talvez você já conheça também o nome “Bacen”. Apesar de bastante difundido, ele não é adotado oficialmente:
você não verá um documento do BCB referindo-se a si como Bacen. Mas se aparecer na prova, sem problemas.
Para fechar, o BCB também opera o Selic, item do nosso edital do qual falaremos agora.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o
objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no
Brasil, como uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia,
com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa
independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.
Podemos resumir a missão da CVM como zelar pelo funcionamento eficiente e integridade
do mercado de capitais.
Em todo o território nacional, a Previc atua como entidade de fiscalização e supervisão das
atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas
para o regime de previdência complementar operado pelas referidas entidades (fundos de
pensão).
Ou seja, quando o BCB, por exemplo, aplica uma multa a um banco, este pode recorrer,
esgotado o recurso à própria autarquia, ao CRSFN.
Fazem isso determinando detalhes a serem observados pelos operadores e, é claro, garantindo
que esses detalhes sejam cumpridos. Em caso negativo, podem se valer de meios coercitivos,
como processos administrativos sancionadores.
O BCB, por exemplo, elabora suas próprias Resoluções (antes chamadas “Circulares”),
detalhando as Resoluções do CMN ou atuando de acordo com os poderes por estas concedidos.
O nome executor também é aplicado para se referir a algumas instituições especiais do SFN,
que atuam de forma diferente das demais, assumindo responsabilidades e papeis próprios:
Nos respectivos papéis, essas instituições também estabelecem regras e fiscalizam os demais
operadores do SFN ou os usuários das modalidades de crédito, além de eles mesmos operarem.
Executores do SFN
BB BNDES CEF
Banco Nacional de
Banco do Brasil Desenvolvimento Econômico e Caixa Econômica Federal
Social
Como você verá adiante, eles também são operadores “comuns” do sistema.
Os operadores do SFN são instituições que lidam diretamente com o público, ofertando
produtos e prestando serviços financeiros.
Ou seja, os bancos comerciais pegam dinheiros de poupadores, pagando juros para eles, e
empresta para tomadores, cobrando juros (maiores) deles.
É um dos poucos tipos de instituição financeira que pode captar depósitos à vista, que é o nome
dado, do ponto de vista do banco, para o dinheiro que você deposita em sua conta-corrente.
Sendo assim, as captações feitas constituem em passivos, porque o banco contrai uma obrigação
de pagar ao poupador determinada quantia em momento futuro, enquanto os empréstimos que
o banco concede são ativos, constituindo o direito de o banco receber determinado quantia no
futuro.
As caixas econômicas são empresas públicas que exercem atividades típicas de banco
comercial, com prioridade institucional para concessão de empréstimos e financiamentos de
programas e projetos de natureza social. Atualmente, a única instituição desse segmento em
atividade é a Caixa Econômica Federal (CEF), vinculada ao Ministério da Economia.
As cooperativas de crédito são instituição financeiras consideradas bancárias, pois, assim como
os bancos comerciais, podem captar depósitos à vista e, portanto, também têm a capacidade de
“criar moeda” por meio do mecanismo denominado multiplicador monetário.
Diferente do que ocorre com os bancos, os clientes da cooperativa são seus associados, que têm
acesso a produtos e serviços financeiros semelhantes aos ofertados pelos bancos, mas também
recebem os lucros em caso de resultado positivo, ou podem precisar arcar com eventuais
prejuízos.
Por fim, alguns desses sistemas possuem seus próprios bancos: o Bancoob e o Bansicredi são
exemplos. Esses bancos pertencem às cooperativas do respectivo sistema e servem para dar
acesso aos cooperados a serviços exclusivos de bancos. Eles são chamados bancos
cooperativos.
(METRO-DF/Economista)
As entidades operadoras do Sistema Financeiro Nacional classificam-se em instituições
autorizadas a captar depósitos à vista, chamadas de instituições financeiras bancárias, e
instituições não autorizadas a captar depósitos à vista, chamadas de instituições financeiras não
bancárias. Quanto a esse tema, é correto afirmar que uma instituição autorizada a captar
depósitos à vista é o (a)
a) Banco de Desenvolvimento.
b) Banco de Câmbio.
c) Banco de Investimento.
d) Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento.
e) Cooperativa de Crédito.
Comentários:
Apenas os bancos comerciais e as cooperativas de crédito, ou os bancos múltiplos com carteira
comercial, têm autorização para captar depósitos à vista.
Gabarito: “e”
Sociedades de arrendamento mercantil (SAM) também são mais conhecidas por outro nome:
empresas de Leasing. Elas realizam operações de “leasing” ou “arrendamento”, que são
basicamente aluguéis de bens móveis ou imóveis, onde o cliente tem a opção, ao final do
contrato, de adquirir o bem arrendado por um valor residual. Por não ser um financiamento, as
SAM não são consideradas, a rigor, instituições financeiras.
Ambas oferecem serviços como plataformas de investimento pela internet (home broker),
consultoria financeira, clubes de investimentos, financiamento para compra de ações (conta
margem) e administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes.
Instituição de pagamento (IP), um dos mais novos tipos de instituições do SFN, é a pessoa
jurídica que viabiliza serviços de compra e venda e de movimentação de recursos, no âmbito de
um arranjo de pagamento, sem a possibilidade de conceder empréstimos e financiamentos a
seus clientes.
Graças à interoperabilidade, o usuário pode, ainda, receber e enviar dinheiro para bancos e
outras instituições de pagamento.
É importante destacar que os serviços de pagamento são prestados também por diversos tipos
de instituições financeiras, como bancos, financeiras e cooperativas de crédito.
Associações de poupança e empréstimo (APE) são instituições cujo objetivo é facilitar, aos seus
associados (depositantes), a aquisição da casa própria e captar, incentivar e disseminar a
poupança.
Uma bolsa de valores é um ambiente (físico ou digital) organizado para negociação de títulos e
valores mobiliários (ações, por exemplo). Os preços desses valores mobiliários, normalmente,
oscilam bastante, ou seja, seus valores variam muito ao longo do tempo.
Na prática, temos em nosso país uma única grande bolsa de valores: a B3.
Em regra, para participar de negociações na B3, é preciso contratar uma instituição (como
corretoras ou distribuidoras) para intermediar as ordens, exceto no caso de agentes autônomos,
que são investidores qualificados e certificados pela CVM e podem negociar diretamente.
Portanto, para nós, que não somos agentes autônomos (ou você é?), é preciso ter conta numa
corretora ou distribuidora caso desejemos negociar ações na B3, o que se dá, normalmente, por
intermédio de um home broker.
HOME BROKER
Então, você pode entrar no home broker e, por exemplo, conferir o preço das
ações, comprar ou vender ações, visualizar sua carteira de ações, ver notícias
relevantes sobre as companhias listadas na bolsa.
Na bolsa são negociadas ações entre investidores, e seu preço é definido conforme as forças de
oferta e demanda de cada papel.
Portanto, a bolsa é um mercado secundário. Isso significa que é um local onde você compra
ações de pessoas que as compraram antes, ou seja, não compra diretamente da empresa e
emitiu as ações. Ao comprar uma ação da Petrobras na bolsa, o vendedor é um investidor
(pessoa física ou jurídica), e não a própria Petrobras.
Uma bolsa de mercadorias e futuros, por outro lado, é um ambiente onde são negociados
commodities como ouro, petróleo, trigo, milho, soja, café, laranja etc. No Brasil, a B3 também
atua como bolsa de mercadorias e futuros, pois assumiu as atividades da BM&F.
Contudo, essa negociação normalmente não ocorre “à vista”, mas sim no chamado mercado
futuro. Assim, é possível comprar (ou vender) café para entrega em determinada data futura,
sendo o principal motivo para isso fixar o preço no presente e se proteger de oscilações no valor
da mercadoria. Ou seja, um vendedor de café pode fazer um contrato na B3 antes mesmo da
colheita, para garantir o preço do produto.
Há diversos outros tipos de instituições financeiras, as quais não detalharemos agora, mas que
podemos elencar:
▶ Agência de Fomento
▶ Companhia Hipotecária
2 MERCADO FINANCEIRO
Neste momento, precisamos definir o Mercado Financeiro. Para tanto, vamos desdobrar o
termo em seus dois componentes.
Por definição, Mercado é um local, abstrato ou não, onde ocorrem transações entre
compradores e vendedores. No caso do Mercado Financeiro, a referência é mesmo a um local
abstrato, que não existe fisicamente.
Financeiro, por outro lado, é aquilo relacionado a recursos que representam simbolicamente ou
indiretamente atividades econômicas do mercado real (mercado de bens e serviços): dinheiro,
crédito, títulos, ações, entre outros. Portanto:
Mercado
Mercado
Financeiro
•Local abstrato onde
ocorrem transações
envolvendo dinheiro,
crédito, títulos, ações
etc.
Financeiro
Talvez você esteja pensando, com razão, que a maioria das transações envolve dinheiro! Afinal,
é com ele que pagamos as coisas que compramos, né? Contudo, nesses casos, o dinheiro é
apenas um intermediário. O que você está trocando, na verdade, é seu trabalho pelos bens que
você consome.
Você aprendeu que o Sistema Financeiro Nacional é formado por três ramos principais:
E também aprendeu que cada um desses ramos tem seus próprios operadores, que são as
instituições que lidam diretamente com o público, ofertando produtos e prestando serviços
financeiros. Podemos ver os operadores como “vendedores” no Mercado Financeiro. Mas um
mercado só existe se houver consumidores.
Consumidores
Operadores
Moeda,
crédito,
capitais e
câmbio
Mercado Financeiro
De forma geral, podemos dizer que a principal atividade das instituições do Mercado Financeiro
é a intermediação financeira.
Se você tem dinheiro sobrando, mas não faz ideia do que fazer com ele, e eu tenho ideias
sobrando, mas nenhum dinheiro para colocá-las em prática, nós podemos chegar a um acordo
Nesse caso, você estaria poupando, pois deixou de gastar seu dinheiro, enquanto eu seria o
tomador. O negócio é bom para nós dois, pois você é remunerado e eu consigo colocar minha
ideia em prática.
Mas, em uma economia, existem muitos indivíduos superavitários, que possuem mais recursos
do que desejam gastar, e muitos (mais) indivíduos deficitários, que desejam mais recursos do
que possuem.
E ao contrário do acordo que eu e você fizemos, esses inúmeros indivíduos não têm como se
encontrarem com facilidade e definir os termos do negócio. Além disso, um poupador individual
acumularia um grande risco: se seu tomador não pagar, ele perde tudo.
Sabe aquele dinheiro que você (ou seu empregador) depositou na sua conta? Bom, a verdade é
que ele provavelmente não está lá, e já foi emprestado para alguém. Mas esse mecanismo é
assunto para outra aula...
Na maioria dos casos, os poupadores depositam seus dinheiros no banco em troca de uma
remuneração: os juros. Da mesma forma, os tomadores de empréstimos pagam juros ao banco.
E graças aos intermediários financeiros, dificilmente qualquer dinheiro fica parado em uma
economia de mercado: esses recursos circulam viabilizando projetos, investimentos ou mesmo
consumo.
Essa atividade de intermediação pode assumir diversas formas além da típica atividade bancária.
Tomadores e
Poupadores
Intermediários
Financeiros
Moeda,
crédito,
capitais e
câmbio
Mercado Financeiro
Portanto, agora estamos diante da necessidade de ter uma noção sobre o que é negociado em
cada um dos mercados do Mercado Financeiro, ou seja, seus desdobramentos.
O Mercado Financeiro pode ser dividido de acordo com as atividades nele desempenhadas. Em
outras palavras, as atividades financeiras de intermediação ocorrem de forma segmentada,
dividindo-se em 4 mercados.
O principal critério para essa classificação é o prazo de maturidade das operações que
ocorrem, que pode ir do curtíssimo até o longo prazo.
MATURIDADE
Começando pelo Mercado Monetário, que é onde ocorrem a oferta e a demanda de moeda
(meios de pagamento). No Brasil, quem oferta moeda é o Banco Central do Brasil e os bancos
comerciais, enquanto os demandantes são os mais diversos agentes econômicos, incluindo o
governo, as instituições financeiras, as empresas, eu e você.
Nesse mercado, ocorrem operações de curtíssimo e de curto prazo. Muitas dessas negociações
são liquidadas no mesmo dia em que ocorrem (D+0) ou no dia seguinte (D+1). Falaremos
bastante sobre isso em aula específica.
LIQUIDEZ
É a facilidade com que algo pode ser convertido em dinheiro. Quanto maior a
liquidez, maior essa capacidade.
O próprio papel-moeda, por exemplo, é o ativo mais líquido, enquanto o saldo
que você tem na poupança é um pouco menos líquido, e um imóvel tem liquidez
baixa.
O Mercado de Câmbio, por sua vez, é onde ocorrem transações envolvendo moedas
estrangeiras. Os participantes desse mercado são, principalmente, empresas que operam o
comércio exterior (importadores e exportadores) e investidores internacionais. Essas operações
são à vista ou de curto prazo.
Por fim, o Mercado de Capitais é onde são negociados os chamados títulos e valores
mobiliários. O termo “mobiliários” indica uma característica desses ativos, que é a variabilidade
de seus preços ao longo do tempo. O principal exemplo desses ativos são as ações de empresas,
mas eles assumem diversas formas, tendo por principal característica que as operações são,
geralmente, de médio e longo prazos – mas também podem ter prazo indefinido.
Mas por esta aula, concluímos. Ou melhor, ainda falta praticar com questões.
Responsável por
Responsável por Responsável por
normatizar os mercados
normatizar o mercado de normatizar o mercado de
de moeda, crédito,
Seguros Privados Previdência fechada
capitais e câmbio.
Ou seja, quando o BCB, por exemplo, aplica uma multa a um banco, este pode recorrer,
esgotado o recurso à própria autarquia, ao CRSFN.
EXECUTORES DO SFN
BB BNDES CEF
Banco Nacional de
Banco do Brasil Desenvolvimento Econômico e Caixa Econômica Federal
Social
Executor da política
Executora da política
Executor das políticas de nacional de
habitacional e de
crédito rural e industrial. desenvolvimento
saneamento.
econômico.
Mercado
Mercado
Financeiro
• Local abstrato onde
ocorrem transações
envolvendo
dinheiro, crédito,
títulos, ações etc.
Financeiro
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
Tomadores e
Poupadores
Intermediários
Financeiros
Moeda,
crédito,
capitais e
câmbio
Mercado Financeiro
MATURIDADE
A maturidade das operações está diretamente relacionada ao seu prazo. Diz-se
que têm longa maturidade operações de prazo longo, enquanto operações de
maturidade curta são aquelas que têm prazo curto.
LIQUIDEZ
É a facilidade com que algo pode ser convertido em dinheiro. Quanto maior a
liquidez, maior essa capacidade.
O próprio papel-moeda, por exemplo, é o ativo mais líquido, enquanto o saldo
que você tem na poupança é um pouco menos líquido, e um imóvel tem liquidez
baixa.
QUESTÕES COMENTADAS
1. (2018/CESGRANRIO/BANCO DA AMAZÔNIA/Técnico Bancário)
O SFN é composto por um conjunto de órgãos e instituições que regulamenta, supervisiona e
realiza operações necessárias à circulação de moeda e de crédito na economia.
São órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional:
a) Conselho Monetário Nacional; Conselho Nacional de Seguros Privados; Comitê de Política
Monetária (Copom)
b) Conselho Nacional de Seguros Privados; Banco Central do Brasil; Conselho Monetário
Nacional
c) Superintendência de Seguros Privados; Comitê de Política Monetária (Copom); Conselho
Federal de Valores Mobiliários
d) Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários; Conselho Monetário Nacional
e) Conselho Nacional de Seguros Privados; Conselho Nacional de Previdência Complementar;
Conselho Monetário Nacional
Comentários:
Gabarito: “e”
2. (2010/CESGRANRIO/BANCO DO BRASIL/Escriturário)
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é constituído por todas as instituições financeiras públicas
ou privadas existentes no país e seu órgão normativo máximo é o(a)
a) Banco Central do Brasil.
b) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
c) Conselho Monetário Nacional.
d) Ministério da Fazenda.
e) Caixa Econômica Federal.
Comentários:
Apesar de discordar um pouco do enunciado, uma vez que o CNSP (Conselho Nacional de
Seguros Privados) e o CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar) são os órgãos
normativos máximos em suas competências e também compõem o SFN, certamente, entre as
alternativas, o CMN é o único órgão normativo, além de poder ser considerado o principal,
fazendo de “c” nossa melhor alternativa.
Gabarito: “c”
3. (2013/CESGRANRIO/BASA/Técnico Bancário)
O Sistema Financeiro Nacional, em todas as partes que o compõem, foi estruturado de forma a
promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade.
Em relação à sua composição, o Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em
a) organizações governamentais, instituições públicas e instituições financeiras.
a) instituições financeiras, instituições filantrópicas e entidades operadoras.
a) órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores.
a) instituições públicas, organizações não governamentais e instituições privadas.
a) órgãos fiscalizadores, entidades supervisoras e organizações governamentais.
Comentários:
Gabarito: “c”
Comentários:
A questão ia muito bem, até mencionar as bolsas como entidades supervisoras, o que está
errado, já que são operadoras do sistema.
Gabarito: Errado
Comentários:
A questão ia muito bem, até mencionar as bolsas como entidades supervisoras, o que está
errado, já que são operadoras do sistema.
Gabarito: Errado
Comentários:
O Conselho Monetário Nacional (CMN) – criado junto com o Banco Central, pela Lei nº 4.595,
de 31 de dezembro de 1964 – é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Ele
formula a política monetária e de crédito, com o objetivo de garantir a estabilidade da
moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. Portanto, cabe ao CMN normatizar
os mercados de moeda, crédito, capital e câmbio – nosso primeiro e principal ramo do SFN.
Gabarito: Certo
Comentários:
Recorremos ao mesmo trecho, suficiente para ver que a responsabilidade vai além disso,
incluindo a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país:
O Conselho Monetário Nacional (CMN) – criado junto com o Banco Central, pela Lei nº
4.595, de 31 de dezembro de 1964 – é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional
(SFN). Ele formula a política monetária e de crédito, com o objetivo de garantir a
estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. Portanto,
cabe ao CMN normatizar os mercados de moeda, crédito, capital e câmbio – nosso primeiro
e principal ramo do SFN.
Gabarito: Errado
Comentários:
Apesar da pegada mais histórica desta questão, sabemos que o responsável por formular a
política e moeda e do crédito é o CMN.
Gabarito: “b”
9. (2016/CEBRASPE-CESPE/FUNPRESP/Especialista - Investimentos)
Julgue o item a seguir, relativo ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e ao mercado de valores
mobiliários.
Os órgãos normativos asseguram que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras
definidas pelos órgãos de crédito, de capitais e de câmbio, enquanto as entidades supervisoras
determinam regras para o bom funcionamento do SFN.
Comentários:
Os papéis estão trocados: cabe às entidades supervisoras que asseguram a observância das
regras determinadas pelos órgãos normativos.
Gabarito: Errado
10. (2018/FUNRIO/ALERR/Economista)
Considerando o sistema financeiro do Brasil, ele é composto pelos seguintes órgãos
normativos:
a) Conselho Monetário Nacional, Conselho Nacional de Seguros Privados e Conselho Nacional
de Previdência Complementar.
b) Conselho Nacional de Seguros Privados, Banco Central e Superintendência Nacional de
Previdência Complementar.
c) Conselho Nacional de Previdência Complementar, Conselho Monetário Nacional, Banco
Central e Comissão de Valores Mobiliários.
d) Conselho Monetário Nacional, Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central.
Comentários:
Relembrando que Banco Central, CMV e Previc são supervisores, e a presença deles nas demais
alternativas tornou-as incorretas. A Susep também, por sinal, mas ela não aparece na questão.
Gabarito: “a”
Comentários:
A resposta é “Banco Central (b)”, mas ainda mais importante é revisarmos as atribuições do BCB:
• executor da política cambial: atua para controlar o preço das moedas estrangeiras,
também conforme determinar o CMN.
• supervisor do sistema financeiro.
Gabarito: “b”
Comentários:
Gabarito: Certo
Comentários:
Gabarito: “a”
Comentários:
Bem semelhante à questão anterior, porém mais maliciosa, já que o BCB é executor da política
monetária.
Gabarito: “a”
a) Ministério da Fazenda.
b) Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
c) Banco Central do Brasil.
d) Casa Civil.
e) Tesouro Nacional.
Comentários:
Gabarito: “c”
Comentários:
Mais uma vez, a resposta é “Banco Central (c)”, mas apenas porque não há alternativa com CVM,
Susep ou Previc, que também são supervisores do SFN.
Gabarito: “c”
17. (2009/PUC-PR/URBS/Economista)
A estrutura do Sistema Financeiro Nacional – SFN – é formada por Órgãos Normativos,
Entidades Supervisoras e Operadores. É CORRETO afirmar que as Entidades Supervisoras são
formadas pelas seguintes instituições:
a) Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados e
Superintendência Nacional de Previdência Complementar;
b) Conselho Monetário Nacional, Conselho Nacional de Seguros Privados e Conselho de
Gestão da Previdência Complementar.
c) Conselho Monetário Nacional, Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários.
d) Conselho de Gestão da Previdência Complementar, Banco Central e Comissão de Valores
Mobiliários.
e) Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados e
Operadores.
Comentários:
Gabarito: “a”
Comentários:
a) Bolsa de Mercadorias e Futuros -> De fato, as bolsas são entidades operadoras de sistemas
financeiros. A B3, no caso brasileiro, é supervisionada pela CVM e normatizada pelo CMN.
Gabarito: “a”
Comentários:
Supervisores do SFN
BCB CVM SUSEP PREVIC
Superintendência
Comissão de Valores Superintendência de
Banco Central do Brasil Nacional de Previdência
Mobiliários Seguros Privados
Complementar
Gabarito: “c”
Comentários:
No nível mais alto, estão os órgãos normativos, que determinam regras gerais para o bom
funcionamento do SFN. São os seguintes conselhos:
Gabarito: “e”
Comentários:
A instância máxima de decisão do SFN é o CMN, e isso se aplica também aos demais ramos,
como seguros privados e previdência complementar.
Gabarito: “c”
Comentários:
Moeda, crédito, capital e câmbio: O principal ramo do SFN lida diretamente com quatro tipos
de mercado, composto pelo conjunto de instituições e instrumentos que possibilitam a
transferência de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os deficitários.
Gabarito: “a”
23. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
Como parte da missão de assegurar que o sistema financeiro seja sólido e eficiente, a
autorização para funcionamento de instituições financeiras controladas por capitais nacionais é
concedida
a) pelo Conselho Monetário Nacional.
b) pela Comissão de Valores Mobiliários.
c) pela Presidência da República.
d) pelo Banco Central do Brasil.
e) pelo Senado Federal.
Comentários:
Cabe ao Banco Central do Brasil (BCB) a objetivo de assegurar a eficiência e o solidez do sistema
financeiro.
Saber disso bastaria para acertar a questão, que também nos acrescenta sua competência para
autorizar o funcionamento de instituições financeiras controladas por capitais nacionais.
Gabarito: “d”
Comentários:
Para essa questão, vamos colocar o responsável por disciplinar cada matéria:
Gabarito: “c”
Comentários:
Controlar a oferta monetária significa executar a política monetária, papel que cabe ao Banco
Central do Brasil.
Gabarito: “b”
Comentários:
Gabarito: “a”
27. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
O gerenciamento do meio circulante para garantir, à população, o fornecimento adequado de
dinheiro em espécie é competência
a) da Casa da Moeda do Brasil.
b) do Sistema de Pagamentos Brasileiro.
c) do Banco Central do Brasil.
d) da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
e) da Secretaria do Tesouro Nacional.
Comentários:
Gabarito: “c”
Comentários:
Como banqueiro do governo, o Banco Central mantém a chamada “Conta Única do Tesouro
Nacional”, onde são acolhidas todas as disponibilidades financeiras da União, além de ser gestor
dos “Ativos de Reserva” do Brasil (basicamente ouro, moeda estrangeira e outros recursos
internacionais).
Gabarito: “c”
Comentários:
O BCB tem diversas atribuições, das quais se destacam ser o banco dos bancos, o banqueiro do
governo, o executor da política monetária, o executor da política cambial, o supervisor do
sistema financeiro, entre outras.
Gabarito: “c”
Comentários:
III - Fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar. -> PREVIC
Gabarito: “c”
Comentários:
Como banco dos bancos, cabe ao BCB prover liquidez ao sistema financeiro, o que significa
garantir que a impossibilidade pontual de um banco comercial em honrar suas obrigações não
se torne uma crise de liquidez ou contamine o sistema.
Gabarito: “d”
32. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
No âmbito do Sistema Financeiro Nacional, a atribuição da coordenação da Dívida Pública
Federal externa e interna é
a) do Banco Central do Brasil.
b) do Ministério da Fazenda.
c) da Secretaria do Tesouro Nacional.
d) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
e) do Conselho Monetário Nacional.
Comentários:
Gabarito: “e”
33. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é um órgão colegiado, integrante da
estrutura do Ministério da Fazenda, e que tem por finalidade julgar os recursos contra as
sanções aplicadas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, nos
processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas pelo Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (COAF) e demais autoridades competentes em
a) casos de interesse exclusivo de investidores estrangeiros.
b) processos de segunda instância judicial.
c) situações de litígio entre instituições financeiras estatais.
d) segundo grau e última instância administrativa.
e) arbitragens decorrentes da utilização de instrumentos financeiros derivativos.
Comentários:
Ou seja, quando o BCB, por exemplo, aplica uma multa a um banco, este pode recorrer,
esgotado o recurso à própria autarquia, ao CRSFN.
Gabarito: “d”
Comentários:
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o
objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no
Brasil, como uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia,
com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa
independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.
Podemos resumir a missão da CVM como zelar pelo funcionamento eficiente e integridade do
mercado de capitais.
Gabarito: “b”
Comentários:
Gabarito: “a”
Comentários:
Muito parecida com a questão anterior, inclusive com o mesmo gabarito (letra “a”). Mas nos
permite exercitar mais um pouco, identificando a qual sistema as entidades pertencem, além de
nos cientificarmos da reincidência deste tipo de questão.
Normativo e intermediação.
Normativo e Intermediação.
Normativo e Intermediação.
Intermediação e Normativo.
Gabarito: “a”
Comentários:
Conselho da República e Receita Federal não integram o SFN, deixando-nos apenas com a
alternativa “e” válida.
Gabarito: “e”
Comentários:
A Receita Federal não faz parte do SFN, algo que acredito que esteja claro a essa altura.
Em “b”, temos as instituições financeiras públicas, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica
Federal. Seguramente, fazem parte do SFN, como operadores e executores de políticas do
governo, tornando a letra “b” nosso gabarito.
Mas a letra “c” merece comentários, pois atualmente também está correta.
o Presidente delegou essa competência para o BCB, e assim, hoje, basta a autorização da
autarquia.
Também na época da questão, o BCB emitia Circulares em vez de Resoluções. Mas desde 2020
isso também mudou, e as Resoluções do Banco Central substituíram as Circulares.
Sendo assim, de forma surpreendente, o tempo tornou a letra “c” correta. Em uma prova, para
não depender de anulação da questão, eu ainda marcaria a letra “b”, pois ela é mais direta.
Gabarito: “c”
Comentários:
O CMN regula as instituições financeiras, inclusive as públicas federais (II-P). Ficamos com o
gabarito sendo “c”.
Por fim, quem regula as condições de concorrência, inclusive entre instituições financeiras, é o
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Gabarito: “c”
Comentários:
A Bolsa de Valores de São Paulo, posteriormente transformada em B3 por meio de fusões, não
integra o subsistema normativo, sendo na verdade operadora do SFN.
Gabarito: “c”
Comentários:
Gabarito: “e”
Comentários:
Essa, apesar de ser aquela velha fórmula de questão do tipo “fazem parte do SFN”, é um pouco
mais complexa e interessante. Vejamos as alternativas.
a) Estão classificados como órgãos normativos: a Bolsa de Valores e o Banco Central do Brasil.
Nenhum dos dois é órgão normativo. O BCB integra o subsistema normativo como supervisor
do SFN, quanto a Bolsa é operador.
d) O Conselho Monetário Nacional (CMN) tem como função executar a estratégia estabelecida
pelo Banco Central para manter a inflação baixa.
Quem faz isso é o BCB, algo que vemos em outra parte do curso.
Gabarito: “b”
Comentários:
Entre aqueles elencados nas alternativas, apenas o CMN (letra “c”) tem essa função.
Os demais são operadores (BNDES, banco comercial e bolsa de valores) ou supervisor (SUSEP).
Gabarito: “c”
44. (2003/FCC/CVM/Analista)
O Sistema Financeiro Nacional é composto por um conjunto de instituições que
a) controlam o Produto Interno Bruto do setor financeiro.
b) permitem o fluxo de recursos entre poupadores e tomadores.
c) determinam o saldo do Balanço de Pagamentos.
d) definem a Política Monetária, Cambial e de Crédito.
e) administram os títulos da dívida interna.
Comentários:
Controlar o PIB do setor financeiro? Não podemos afirmar algo assim, embora essas instituições
certamente tenham papel importante na determinação de sua própria produção, “controlar” é
um termo inadequado.
Embora fuja ao escopo desta aula, o que determina o saldo do Balanço de Pagamentos é o fluxo
de bens (exportações e importações) e de capitais (investimentos) entre um país e o resto do
mundo.
Isso cabe a uma única instituição do SFN: o Conselho Monetário Nacional. Por isso, não podemos
generalizar para o conjunto de instituições.
Mais uma fora do escopo desta aula, mas isso cabe à Secretaria do Tesouro Nacional.
Gabarito: “b”
LISTA DE QUESTÕES
1. (2018/CESGRANRIO/BANCO DA AMAZÔNIA/Técnico Bancário)
O SFN é composto por um conjunto de órgãos e instituições que regulamenta, supervisiona e
realiza operações necessárias à circulação de moeda e de crédito na economia.
São órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional:
a) Conselho Monetário Nacional; Conselho Nacional de Seguros Privados; Comitê de Política
Monetária (Copom)
b) Conselho Nacional de Seguros Privados; Banco Central do Brasil; Conselho Monetário
Nacional
c) Superintendência de Seguros Privados; Comitê de Política Monetária (Copom); Conselho
Federal de Valores Mobiliários
d) Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários; Conselho Monetário Nacional
e) Conselho Nacional de Seguros Privados; Conselho Nacional de Previdência Complementar;
Conselho Monetário Nacional
2. (2010/CESGRANRIO/BANCO DO BRASIL/Escriturário)
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é constituído por todas as instituições financeiras públicas
ou privadas existentes no país e seu órgão normativo máximo é o(a)
a) Banco Central do Brasil.
b) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
c) Conselho Monetário Nacional.
d) Ministério da Fazenda.
e) Caixa Econômica Federal.
3. (2013/CESGRANRIO/BASA/Técnico Bancário)
O Sistema Financeiro Nacional, em todas as partes que o compõem, foi estruturado de forma a
promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade.
Em relação à sua composição, o Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em
a) organizações governamentais, instituições públicas e instituições financeiras.
a) instituições financeiras, instituições filantrópicas e entidades operadoras.
a) órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores.
a) instituições públicas, organizações não governamentais e instituições privadas.
a) órgãos fiscalizadores, entidades supervisoras e organizações governamentais.
9. (2016/CEBRASPE-CESPE/FUNPRESP/Especialista - Investimentos)
Julgue o item a seguir, relativo ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e ao mercado de valores
mobiliários.
Os órgãos normativos asseguram que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras
definidas pelos órgãos de crédito, de capitais e de câmbio, enquanto as entidades supervisoras
determinam regras para o bom funcionamento do SFN.
10. (2018/FUNRIO/ALERR/Economista)
Considerando o sistema financeiro do Brasil, ele é composto pelos seguintes órgãos
normativos:
a) Conselho Monetário Nacional, Conselho Nacional de Seguros Privados e Conselho Nacional
de Previdência Complementar.
b) Conselho Nacional de Seguros Privados, Banco Central e Superintendência Nacional de
Previdência Complementar.
c) Conselho Nacional de Previdência Complementar, Conselho Monetário Nacional, Banco
Central e Comissão de Valores Mobiliários.
d) Conselho Monetário Nacional, Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central.
17. (2009/PUC-PR/URBS/Economista)
A estrutura do Sistema Financeiro Nacional – SFN – é formada por Órgãos Normativos,
Entidades Supervisoras e Operadores. É CORRETO afirmar que as Entidades Supervisoras são
formadas pelas seguintes instituições:
a) Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados e
Superintendência Nacional de Previdência Complementar;
b) Conselho Monetário Nacional, Conselho Nacional de Seguros Privados e Conselho de
Gestão da Previdência Complementar.
c) Conselho Monetário Nacional, Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários.
d) Conselho de Gestão da Previdência Complementar, Banco Central e Comissão de Valores
Mobiliários.
e) Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados e
Operadores.
23. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
Como parte da missão de assegurar que o sistema financeiro seja sólido e eficiente, a
autorização para funcionamento de instituições financeiras controladas por capitais nacionais é
concedida
a) pelo Conselho Monetário Nacional.
b) pela Comissão de Valores Mobiliários.
c) pela Presidência da República.
d) pelo Banco Central do Brasil.
e) pelo Senado Federal.
27. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
O gerenciamento do meio circulante para garantir, à população, o fornecimento adequado de
dinheiro em espécie é competência
a) da Casa da Moeda do Brasil.
b) do Sistema de Pagamentos Brasileiro.
c) do Banco Central do Brasil.
d) da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
e) da Secretaria do Tesouro Nacional.
32. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
No âmbito do Sistema Financeiro Nacional, a atribuição da coordenação da Dívida Pública
Federal externa e interna é
a) do Banco Central do Brasil.
b) do Ministério da Fazenda.
c) da Secretaria do Tesouro Nacional.
d) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
e) do Conselho Monetário Nacional.
33. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é um órgão colegiado, integrante da
estrutura do Ministério da Fazenda, e que tem por finalidade julgar os recursos contra as
sanções aplicadas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, nos
processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas pelo Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (COAF) e demais autoridades competentes em
a) casos de interesse exclusivo de investidores estrangeiros.
b) processos de segunda instância judicial.
c) situações de litígio entre instituições financeiras estatais.
d) segundo grau e última instância administrativa.
e) arbitragens decorrentes da utilização de instrumentos financeiros derivativos.
d) Bolsa de Valores.
e) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.
44. (2003/FCC/CVM/Analista)
O Sistema Financeiro Nacional é composto por um conjunto de instituições que
a) controlam o Produto Interno Bruto do setor financeiro.
b) permitem o fluxo de recursos entre poupadores e tomadores.
c) determinam o saldo do Balanço de Pagamentos.
d) definem a Política Monetária, Cambial e de Crédito.
e) administram os títulos da dívida interna.
Comentários:
Controlar o PIB do setor financeiro? Não podemos afirmar algo assim, embora essas instituições
certamente tenham papel importante na determinação de sua própria produção, “controlar” é
um termo inadequado.
Embora fuja ao escopo desta aula, o que determina o saldo do Balanço de Pagamentos é o fluxo
de bens (exportações e importações) e de capitais (investimentos) entre um país e o resto do
mundo.
Isso cabe a uma única instituição do SFN: o Conselho Monetário Nacional. Por isso, não podemos
generalizar para o conjunto de instituições.
Mais uma fora do escopo desta aula, mas isso cabe à Secretaria do Tesouro Nacional.
Gabarito: “b”
GABARITO
1. E 14. A 27. C 40. C
2. C 15. C 28. C 41. E
3. C 16. C 29. C 42. B
4. E 17. A 30. C 43. C
5. E 18. A 31. D 44. B
6. C 19. C 32. E
7. E 20. E 33. D
8. B 21. C 34. B
9. E 22. A 35. A
10. A 23. D 36. A
11. B 24. C 37. E
12. C 25. B 38. C
13. A 26. A 39. C
Autor:
Celso Natale, Equipe Legislação
Específica Estratégia Concursos
26 de Dezembro de 2022
SUMÁRIO
1 Moeda............................................................................................................................................3
1.1 Definições, Características e Funções de Moeda ..................................................................3
1.1.1 As três funções da moeda ...............................................................................................3
1.1.2 Características da moeda ................................................................................................4
1.1.3 Os tipos de moeda ..........................................................................................................4
1.2 Demanda por Moeda ..............................................................................................................5
1.2.1 Demanda por moeda para Transação e Precaução ......................................................6
1.2.2 Demanda por moeda para Especulação........................................................................6
1.3 Oferta de Moeda......................................................................................................................6
1.3.1 Agregados Monetários ....................................................................................................7
1.3.2 Base Monetária ................................................................................................................8
1.3.3 Criação e destruição de moeda ......................................................................................9
1.4 Multiplicador Monetário ....................................................................................................... 11
1.4.1 O sistema de reservas fracionárias .............................................................................. 11
1.4.2 O Multiplicador Monetário ........................................................................................... 13
1.4.3 Relações do multiplicador monetário ......................................................................... 15
2 Política Monetária ...................................................................................................................... 16
2.1 Objetivos da política monetária ........................................................................................... 16
2.2 Instrumentos de Política Monetária Convencional ............................................................. 17
2.2.1 Redesconto.................................................................................................................... 17
2.2.2 Compulsórios ................................................................................................................ 17
2.2.3 Mercado Aberto (Open Market) .................................................................................. 18
2.2.4 Debate sobre depósitos remunerados dos bancos comerciais no BCB .................. 26
2.2.5 Outros “instrumentos de Políticas monetária ............................................................. 27
2.3 Política monetária expansionista X Política monetária contracionista .............................. 28
3 Taxas e Curva de juros ............................................................................................................... 29
4 Políticas Monetárias não convencionais (PMNC) ..................................................................... 32
4.1 Outras políticas monetárias não convencionais ................................................................. 34
Resumo e Esquemas da Aula ........................................................................................................... 36
Bibliografia ........................................................................................................................................ 44
Questões Comentadas ..................................................................................................................... 45
Lista de Questões.............................................................................................................................. 76
Gabarito ............................................................................................................................................. 89
INTRODUÇÃO
Saudações!
Esta será uma das aulas mais densas do curso, sem dúvidas. Nossa tarefa é promover a melhor
preparação possível. Os tópicos que trataremos serão:
Para ajudar, esta também é uma aula cheia de esquemas e exemplos para facilitar a
compreensão, mas não se sinta mal de não compreender de primeira. Aqui, veremos conceitos
complexos que podem demandar mais de uma leitura e, é claro, alguma prática por meio de
questões.
Boa aula!
@profcelsonatale
1 MOEDA
Começaremos compreendendo o que é moeda para, na sequência, compreendermos o que
são os agregados monetários e como eles podem ser cobrados na sua prova.
Vamos definir o que é moeda, de forma mais técnica e precisa. Em seguida, falaremos sobre as
características (atributos), funções e tipos de moeda.
Moeda é todo ativo que pode ser utilizado de forma imediata para
realizar transações.
Também é muito comum dizer que a moeda tem três funções: reserva de valor, unidade de
conta e meio de troca. Além disso, há algumas características desejáveis para a moeda.
Veremos cada uma dessa funções a seguir. Depois, veremos as características, e, por fim, os tipos
de moeda.
As três funções da moeda são bastante frequentes em prova, então é preciso que você as
conheça muito bem, além de lembrar de todas elas. Ou seja, é para decorar mesmo!
Reserva de Valor: significa que a moeda pode ser guardada para comprar
coisas depois. Em outras palavras, reter moeda é uma forma de transferir o
poder de compra presente para o futuro. Claro que essa reserva de valor não
é perfeita, pois a inflação diminui o valor da moeda. É por isso que em
períodos de inflação alta, as pessoas trocam moeda por títulos que paguem
juros, ou até mesmo por moedas estrangeiras mais estáveis.
Meio de troca: dizer que a moeda é o meio de troca é o mesmo que dizer
que ela é utilizada para comprar qualquer tipo de bem ou serviço. Por causa
dessa função, eliminamos o escambo da sociedade, que ocorre quando uma
mercadoria é trocada diretamente por outra. Antes do advento da moeda, se
alguém que tivesse uma ovelha precisasse de um casaco, precisaria encontrar
alguém com um casaco que precisasse de uma ovelha... imagine o trabalho!
As características ou atributos que vamos conhecer agora são consideradas desejáveis para
que qualquer ativo que se proponha a ser moeda e, portanto, a desempenhar as três funções.
Contudo, ao contrário das três funções, as características não são tão recorrentes em provas e,
além disso, são bem mais autoexplicativas: os nomes já deixam bem claro e óbvio o que quer
dizer. Isso significa que, para nossos propósitos, uma boa lida já basta.
Aliás, essa lista de características não é rígida, então o fato de serem sete é improvável de ser
assunto de prova. Já o próximo tema, requer mais de sua atenção.
As moedas também podem ser divididas em três tipos: moeda fiduciária, moeda-mercadoria e
padrão-ouro (também chamado de lastreada).
E como esses tipos já podem ser cobradas em detalhes, vamos ver cada um dos tipos em ordem
cronológica de surgimento:
Portanto, concluímos que a moeda torna possível separar uma troca de mercadorias em duas
partes: uma compra e uma venda. Ela o faz por meio de suas funções, intermediando as
transações do mercado e tornando-o muito mais eficiente.
Possivelmente você já tem ótimos palpites sobre os motivos pelos quais as pessoas demandam
moeda. O que você precisa saber agora é que esses motivos são divididos pela literatura
econômica – e, portanto, pelas bancas – em três: transação, precaução e especulação.
Agora vamos estabelecer como a renda e os juros levam as pessoas a demandarem mais ou
menos moeda.
A moeda é o meio de troca que as pessoas utilizam para realizar transações comerciais (comprar
e vender bens). Portanto, quanto mais renda as pessoas têm, mais moeda irão querer.
As pessoas também utilizam moeda como reserva de valor, ou seja, as pessoas guardam dinheiro
por precaução contra imprevistos. Evidentemente, a demanda de moeda por esse motivo
também é maior quanto maior for a renda da pessoa.
Por isso, a demanda de moeda para transação e precaução varia na mesma direção que a
renda. Quando a renda aumenta, aumenta a demanda por moeda relacionada a esses motivos.
Quando a renda diminui, o movimento também é para baixo.
Além disso, para dado nível de renda, a demanda por moeda pode ser maior quanto maior for
a velocidade de circulação da moeda
Especular com moeda é buscar obter ganhos financeiros em virtude de um palpite sobre o
comportamento da economia.
Analisamos profundamente esse tema quando vemos a Teoria Keynesiana, mas, para nossos
propósitos atuais, tenha em mente que a demanda por moeda varia em direção contrária às
taxas de juros.
Isso quer dizer que quando os juros sobem, a demanda por moeda para especulação diminui.
Por outro lado, com a queda dos juros vem o aumento da demanda por moeda para
especulação.
Agora que compreendemos por que as pessoas demandam moeda, cabe compreendermos
como funciona o outro lado do mercado monetário: a oferta de moeda.
Do total do papel moeda emitido pelo Banco Central, uma parte permanece com ele, em seus
cofres. O restante do papel moeda circula na economia, mas uma parte fica no caixa dos bancos
comerciais. O que sobra, fica em poder do público.
PME=PMC+CXBACEN=PMPP+CXBACOMS+CXBACEN
Essa classificação serve ao propósito de mensurar qual é a parte da moeda que realmente será
usada pelo público para realizar suas transações: o papel-moeda em poder do público (PMPP).
Note que público, nesse caso, significa todo mundo que não é o Banco Central, um banco
comercial (como o Banco do Brasil, Bradesco ou o Itaú), ou a Caixa Econômica Federal. Em outras
palavras, serve para analisar qual a parte que realmente importa analisar e controlar.
Contudo, não é apenas com o papel-moeda em seu poder que o público irá transacionar.
Lembra-se da moeda escritural? Isso mesmo. Aquele dinheiro que você tem na conta também
serve para comprar, certo? Ao adicionarmos o total de depósitos à vista ao PMPP, temos o
primeiro e mais importante agregado monetário: o M1. O M1 recebe o nome de Moeda ou
Meios de Pagamento Estritos.
Existem ativos que são considerados Quase Moeda, por não apresentarem tanta liquidez quanto
os depósitos à vista. São os Meios de Pagamentos em sentido Amplo: M2, M3 e M4.
Essa classificação é definida de acordo com seus emissores, basicamente deste jeito: Banco
Central e bancos comerciais, também chamados emissores de haveres monetários (M1); outros
bancos e instituições financeiras não bancárias (M2); fundos de investimentos (M3) e; Governo
Federal (M4).
A classificação é um pouco mais complexa do que isso, mas se sequer assim foi cobrada,
considero mais do que suficiente conhecer dessa forma.
Oficialmente, desde 2001, nas estatísticas divulgadas pelo Banco Central, o critério de
classificação é o sistema emissor:
Se houver conflito na prova, com você tendo que apontar sistema emissor OU liquidez,
marque emissor. Mas se disser que são classificados em grau de liquidez, não marque
errado apenas por isso.
Também chamada de passivo monetário do Banco Central, a base monetária é composta pelo
Papel Moeda em Circulação somado às reservas bancárias. Estas podem ser reservas
voluntárias ou reservas compulsórias:
Esses recolhimentos são remunerados pelo Banco Central, e por isso alguns bancos comerciais
podem depositar além dos percentuais obrigatórios, constituindo reservas voluntárias. Assim,
temos que:
As reservas bancárias, somadas ao caixa dos bancos comerciais, compõem o que chamamos
encaixes bancários. Algumas vezes, o caixa dos bancos comerciais também é chamado de
“encaixes técnicos”, uma vez que representam o dinheiro que os bancos deixam em caixa para
fazer frente às necessidades operacionais.
PMC Encaixes
bancários
BASE MONETÁRIA=PMPP+ CXBACOMS + RESERVAS BANCÁRIAS
E, por fim:
O papel moeda em poder do público e os depósitos à vista são os chamados haveres monetários
do público, ou seja, são direitos do público junto às instituições emissores de moeda: o Banco
Central e os bancos comerciais, conhecido como setor bancário.
Lembrando que público é tudo aquilo que não é Banco Central, banco comercial, banco múltiplo
com carteira comercial ou cooperativa de crédito (instituições financeiras que, aqui no Brasil,
também captam depósitos à vista).
Sendo assim, bancos que não são comerciais, como bancos de investimento e bancos múltiplos
sem carteira comercial são parte do que estamos chamando de público.
Por isso, sempre que ocorre uma transação em que o público recebe haveres monetários do
setor bancário em troca de haveres não monetários, há criação de moeda. Por exemplo: quando
você transfere dinheiro de sua poupança para sua conta corrente, ocorreu criação de moeda,
pois você entregou um haver não monetário (poupança) para o sistema bancário, e recebeu um
haver monetário (depósito à vista).
A destruição de moeda, por outro lado, ocorre quando o público recebe haveres não monetários
em troca de haveres monetários.
Ao adquirir cotas de um fundo de investimento (haver não monetário), por meio de débito em
sua conta corrente (haver monetário), está ocorrendo destruição de moeda.
Portanto, para que possa ocorrer criação ou destruição de moeda, é preciso que a transação
ocorra entre o público e o setor bancário.
Isso significa que transações do setor bancário para o setor bancário (Banco Central com banco
comercial, por exemplo) e transações entre o público (o governo pagando os servidores, ou uma
transação comercial qualquer) não criam nem destroem moeda.
Vamos desenvolver esse raciocínio partindo de uma economia bem simples, até os modelos mais
realistas que caem em prova.
Imagine, inicialmente, uma economia sem bancos comerciais. Nesse tipo de economia, o único
tipo de moeda é o papel moeda – não há depósitos à vista e, consequentemente, não há moeda
escritural. Dessa forma, se o Banco Central colocar em circulação R$100, esse será o M1 total da
economia, como PMPP.
Agora, digamos que abriu o Banco Comercial Pioneiro S.A. Nesse primeiro momento, o Banco
Central determina que 100% dos depósitos sejam recolhidos, ou seja, as reservas compulsórias
serão de 100%, e o Pioneiro não poderá emprestar. Nesse caso, ainda que os R$100 sejam
depositados no banco, o M1 ainda será igual a R$100, embora dessa vez seja composto por
depósitos à vista em vez de papel moeda.
Então, o Banco Central reduz o compulsório para 30%. Imagine que Ana detém todo o M1 da
economia: os R$100. Para manter seu dinheiro seguro, ela decide depositar tudo no Pioneiro. O
banco, então, recolhe R$30 e deposita no Bacen. Os R$70 que sobram, o banco empresta para
Bruno, depositando em sua conta corrente. Esse novo depósito à vista implica em novo
recolhimento ao Bacen, de R$21. O que sobra é emprestado a Carla, que saca os R$49.
O que proporcionou esse aumento foi o sistema de reservas fracionárias, onde permite-se aos
bancos comerciais que apenas uma parte dos depósitos recebidos seja mantida em reservas, de
forma que o restante pode ser emprestado.
Sistema que permite aos bancos manter apenas uma parte dos depósitos que
recebe como reservas, podendo emprestar a fração restante.
Esse processo de “empresta > recebe depósito > empresta” segue indefinidamente,
especialmente em sistemas financeiros complexos como o nosso.
Com isso, os meios de pagamento (M1) costumam ser maiores que a base monetária. Em outras
palavras, o BC emite determinada quantidade de moeda e coloca em circulação, mas o total de
meios de pagamento é superior a essa quantidade, por causa do sistema de reservas
fracionárias.
Às vezes, a banca vai querer que você diga exatamente quanto os meios de pagamento são
maiores do que a base monetária, e para isso usamos o multiplicador monetário.
M1
m=
B
Exemplo: se o multiplicador é igual a 2, então os meios de pagamento são o dobro da base
monetária. Se o multiplicador é 1,5, os meios de pagamento são 50% maiores que a base
monetária.
M1 1
m= =
B 1-d(1-r)
Onde:
d: é a parte dos meios de pagamento mantidos em depósitos à vista, ou seja,
d=depósitos à vista/M1.
r: é a parte dos depósitos à vista que se será mantida como encaixe bancário, ou
seja, não será emprestada.
Observe que tanto “d” quanto “r” assumirão valores entre 0 e 1, por representarem uma parte de
um todo.
Daqui a pouco vamos compreender a origem da fórmula, mas agora vamos ver alguns exemplos
para entender o raciocínio.
Nesta aula, não iremos desenvolver a matemática que leva ao multiplicador, então é um raro
momento em que peço para você decorar, em vez de compreender profundamente. É uma
questão de “custo X benefício”.
1
m=
1-d(1-r)
Onde:
d: depósitos à vista / M1
r: reservas (encaixes) totais / depósitos à vista
Sendo assim, você realmente deveria decorar a fórmula acima, pois ela será necessária em 90%
das provas sobre o multiplicador.
▶
E também importante, mas relativamente mais tranquilo, é entender como as variáveis “d” e “r”
determinam o multiplicador, ou seja, como fazem com que os meios de pagamento sejam muito
ou pouco maiores que a base monetária.
É muito importante que você perceba, pela fórmula do multiplicador, que aumentos no
percentual de depósitos à vista (d), aumentam o multiplicador. Isso tem lógica, pois quanto mais
as pessoas depositam nos bancos, mais estes têm para emprestar.
A relação das reservas (r) é inversa: quanto maior o percentual dos depósitos à vista que os
bancos “guardam”, menores serão os créditos concedidos (empréstimos) e, consequentemente,
o multiplicador monetário.
▶ d=0,4 , r=0,6 m=
1
=
1
=
1
= =
1
1-d(1-r) 1-0,4(1-0,6) 1-0,4(0,4) 1-0,16 0,84
= 1,19
1
▶ d=0,4 , r=0,4 m=
1
1-d(1-r)
1 1 1 1
= 1-0,4(1-0,4) = 1-0,4(0,6) = 1-0,24 = 0,76 = 1,32
▶ d=0,8 , r=0,4 m=
1
1-d(1-r)
1 1 1 1
= 1-0,8(1-0,4) = 1-0,8(0,6) = 1-0,48 = 0,52 = 1,92
▶ d=0,9 , r=0,1 m=
1
1-d(1-r)
1 1 1 1
= 1-0,9(1-0,1) = 1-0,9(0,9) = 1-0,81 = 0,19 = 5,26
Viu só?
Faz sentido, não é? Afinal, se as pessoas depositam papel moeda no sistema bancário (“d” é
baixo), os bancos têm pouca capacidade de emprestar e criar moeda. Se o BCB determina
reservas muito altas (“r” é alto), ocorre o mesmo efeito.
2 POLÍTICA MONETÁRIA
A política monetária consiste na regulação da quantidade de moeda circulando na economia.
No Brasil, ela é formulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN, chamamos de “Cemenê”),
e executada pelo Banco Central do Brasil, que detém a competência exclusiva de emissão de
moeda.
O principal objetivo da política monetária deve ser o bem-estar da sociedade. Mas não é isso
que vai cair na sua prova. O que pode cair são os objetivos de acordo com duas abordagens: a
monetarista e a keynesiana.
Os monetaristas, por outro lado, defendem que o papel da política monetária deve ser limitado
ao objetivo de garantir que a quantidade de meios de pagamento seja suficientemente para
atender ao volume de transações do mercado real.
MONETARISTA KEYNESIANA
Estabilidade do nível de preços Regulação do nível de emprego e
produção
Se a questão atribuir qualquer desses objetivos à política monetária, estará correta, exceto se
estiver afirmando que os monetaristas defendem o papel dela na determinação do nível de
emprego, que a teoria keynesiana delimita sua função ao nível de preços, ou alguma incoerência
do tipo.
Vamos dar uma olhada, agora, nos instrumentos de que dispõe o Banco Central para conduzir a
política monetária.
Existem outros, como você verá adiante, mas esses são os instrumentos clássicos, cuja presença
nas provas é mais frequente, e sob os quais o Banco Central detém controle direto.
2.2.1 Redesconto
O Banco Central é o banco dos bancos. O redesconto é uma linha de crédito a qual os bancos
podem recorrer caso precisem de dinheiro. A taxa de redesconto é os juros que os bancos
devem pagar ao Bacen caso tomem emprestado algum valor.
Quanto menores forem as taxas de redesconto, mais dispostos os bancos ficam a emprestar ao
público e, portanto, mais eles emprestam, expandindo os meios de pagamento (lembra do M1?).
Na prática, os redescontos não são utilizados como instrumento de política monetária por dois
motivos: (1) o Banco Central não tem garantias de que os bancos reagirão às mudanças nas taxas
de redesconto conforme ele espera, expandindo ou contraindo a oferta monetária e; (2) ainda
que a reação ocorra, ela pode demorar, tornando esse instrumento pouco eficiente em
comparação aos demais.
Mas ele cai na prova, e se a questão falar que reduzir a taxa de redesconto é uma política
monetária expansionista, pode marcar como certo. Se a questão comparar esse instrumento com
os demais, dizendo que ele é mais eficiente, pode marcar como errado.
2.2.2 Compulsórios
Sempre que você, cliente do banco X, realiza um depósito em sua conta, o banco X precisa
depositar uma parte desse dinheiro no Banco Central. O resto ele pode emprestar aos outros
clientes.
Não custa relembrar que quanto maior for a alíquota (%) do compulsório, menor será a oferta
monetária, pois os bancos terão menos dinheiro disponível para emprestar.
Como instrumento de política monetária, sua eficiência é maior quando o objetivo é restringir a
oferta monetária, já que a expansão da oferta monetária, ainda que o Bacen reduza o
compulsório, dependerá do apetite dos bancos em emprestar.
Note ainda que há duas formas de utilizar os depósitos compulsórios como instrumento de
política monetária: (1) o aumento da exigência, e (2) o aumento da remuneração, ou seja, o
aumento dos juros que remuneram esses depósitos, levando os bancos a recolherem maiores
valores de forma espontânea. Claro que essa última hipótese trata de depósitos voluntários
remunerados, e falaremos mais sobre eles adiante, mas achei melhor adiantar aqui pela estrita
relação com os compulsórios.
Quando o Banco Central quer colocar mais dinheiro na economia, ele compra esses títulos. Por
outro lado, quando deseja enxugar a liquidez, o Banco Central vende os títulos públicos dos
quais é detentor.
Quando o governo precisa levantar dinheiro, ele emite títulos públicos. Quem
comprar esses títulos, passa a ser credor do governo, ou seja, tem direito de
receber determinada quantia, em determinada data. Essa emissão inicial ocorre
no chamado mercado primário, que não é propriamente um local físico, mas
recebe esse nome pois os credores comprar títulos novos, diretamente do
governo.
As operações do Banco Central Open Market são o instrumento de política monetária mais
eficiente. A variação da oferta monetária ocorre de forma imediata; cada título adquirido do
público injeta moeda na economia, e cada título vendido ao público retira moeda. É
expansão/retração monetária “direto na veia”.
Até aqui, temos falado que o Banco Central compra e vende títulos públicos no mercado para
controlar a oferta monetária. Isso é verdade, mas a execução é um pouco mais complexa. É sobre
isso que falaremos agora.
Para começar, saiba que esses títulos públicos são escriturais, ou seja, são emitidos pelo Tesouro
Nacional apenas eletronicamente, sem forma física em papel.
No Brasil, um dos sistemas que desempenha esse papel é o Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (Selic).
Por outro lado, “a Selic” significa a taxa Selic, que conheceremos adiante.
Quando os jornais falam apenas “Selic”, normalmente também estão se referindo
à taxa, e o contexto costuma deixar claro.
O Selic foi criado, em 1979, pelo BCB e pela Andima (Associação Nacional das Instituições do
Mercado Aberto), com o objetivo de operar com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional,
liquidando as operações de compra e de venda desses títulos e mantendo sua custódia
escritural.
Os principais títulos negociados no Selic são emitidos pelo Tesouro Nacional, e compõem a
Dívida Pública Federal Interna.
A respeito da liquidação financeira das operações, cabe destacar que ela é realizada em tempo
real no Sistema de Transferência de Reservas (STR), o núcleo do Sistema de Pagamentos
Brasileiro. Ou seja, quando alguém compra um título público custodiado pelo Selic, o
pagamento ocorre no mesmo momento, por meio do STR.
Os bancos possuem uma espécie de conta-corrente lá no Banco Central (por isso ele é chamado
“banco dos bancos”). Essas contas são chamadas Reservas Bancárias, e são muito importantes,
pois é com o saldo dessas contas que os bancos honram suas obrigações uns com os outros.
E se manter um saldo muito elevado em Reservas Bancárias garante que o banco tenha recursos
para honrar suas obrigações, também significa que o banco não está fazendo seu principal
negócio, que é emprestar dinheiro para seus clientes. Pior: o dinheiro não rende nas Reservas
Bancárias.
Sendo assim, a gestão de Reservas Bancárias é um negócio à parte, pois o banco deve manter o
equilíbrio entre garantir saldo para suas obrigações diárias e ganhar dinheiro (emprestando,
principalmente). Os bancos têm até profissionais que se dedicam apenas a isso: os pilotos de
reservas, cuja tarefa é gerir a conta de forma a não ficar sobrando dinheiro e, é claro, não faltar.
Se houver uma sobra de caixa momentânea, o banco precisa fazer algo para esse dinheiro não
ficar parado, sem render nada. Como as coisas são muito rápidas, ele não pode sair oferecendo
empréstimos para seus clientes porque sobrou caixa. O que o banco pode fazer, então, é adquirir
títulos públicos no Selic. Com isso, o dinheiro rende alguma coisa.
1. Outras instituições financeiras que estão com falta de caixa. Assim, essa instituição que
precisa de dinheiro em Reservas Bancárias consegue esses recursos ao vender seus
títulos públicos.
2. O Banco Central, em leilões de títulos realizados por meio de Dealers (instituições
financeiras autorizadas a realizar esses leilões).
Imagine que hoje o Banco F (de “falta dinheiro”), de manhãzinha, olhou para
todos os pagamentos que precisava fazer ao longo do dia, e concluiu que vai
faltar dinheiro. Amanhã ele vai receber vários pagamentos, mas aí será tarde
demais. Ele precisa de dinheiro agora!
Aí ele lembra que tem títulos públicos custodiados no Selic, cujo valor é suficiente
para cobrir suas obrigações.
Então ele oferece, no sistema, uma operação compromissada: ele vai vender o
título com compromisso de recomprar esse mesmo título amanhã. Ele se oferece
O Banco S (de “sobra dinheiro”) estava mesmo procurando o que fazer com seu
saldo de Reservas Bancárias que hoje está sobrando, e então compra os títulos
do Banco D com compromisso de revender esses títulos amanhã.
Agora que o exemplo clareou suas ideias, veja uma definição mais técnica:
OPERAÇÃO COMPROMISSADA
A taxa de juros apurada diariamente nas operações compromissadas de um dia útil é chamada
taxa Selic. Para ser mais preciso, a taxa apurada diariamente é chamada overnight (ou Selic over),
e então ela é anualizada, ou seja, com base na taxa diária é calculada uma taxa anual
(considerando 252 dias úteis). Portanto, a taxa Selic é medida como uma taxa de juros anual.
O Banco Central também realiza operações compromissadas no Selic, com o objetivo principal
de conduzir a política monetária e convergir a taxa Selic para o nível desejado (falamos mais
sobre isso no próximo tópico).
A taxa Selic é considerada a taxa de juros básica da economia, pois os negócios com títulos
públicos no Selic são considerados bastante seguros. Por isso, a taxa Selic serve como referência
para as demais taxas de juros praticadas no mercado. Se ela estiver alta, os demais juros (como
financiamentos imobiliários e empréstimos, por exemplo), tendem a ficar altos também.
Aqui temos que falar de inflação, além de relacionar a taxa Selic ao IPCA.
Quando falamos em nível de preços, queremos nos referir ao preço de todos os bens e serviços
da economia, do corte de cabelo ao preço da gasolina.
Para medir a inflação, utilizamos um índice de preços, que consiste basicamente em escolher
diversos bens para servir de referência, formando uma cesta de bens. A partir daí, alguém
acompanha como estão evoluindo os preços dos bens nessa cesta, como uma forma de medir a
inflação.
No Brasil, temos diversos índices, mas o que devemos conhecer agora é o IPCA, apurado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):
E uma das principais formas de controlar a inflação é por meio da política monetária. Se a inflação
estiver muito alta, o Banco Central promove uma política monetária contracionista, diminuindo a
quantidade e moeda em circulação e elevando juros, uma combinação que tende a retrair a
demanda e diminuir os preços.
Afinal, com menos moeda em mãos, com crédito mais caro (juros altos), as pessoas tendem a
comprar menos e, comprando menos, há menor pressão para os preços subirem; com pouca
gente comprando, os vendedores não elevam os preços.
1. O Conselho Monetário Nacional (CMN) determina até junho a meta de inflação para três
anos-calendário à frente, mediante proposta do Ministro da Economia.
a. Essa meta possui um intervalo de tolerância.
b. Exemplo: a meta para 2021 foi determinada (em junho de 2018), em 3%, com
tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
2. O Banco Central do Brasil define qual deve ser a taxa de juros para atingimento da meta:
a Selic Meta.
a. Portanto, o BCB busca que a taxa Selic seja igual à Selic Meta.
b. A cada 45 dias, diretores do BCB se reúnem no Copom (Comitê de Política
Monetária), e revisam a Selic Meta. Ou seja, reavaliam o cenário econômico para
concluir se a taxa de juros precisa ser ajustada para cumprir a meta de inflação. Por
isso, vemos com frequência notícias de que o BCB aumentou ou reduziu a meta da
taxa Selic.
c. Para atingir a Selic Meta, o Banco Central realiza operações compromissados no
Selic.
3. A meta de inflação é considerada cumprida quando a variação acumulada da inflação -
medida pelo IPCA, relativa ao período de janeiro a dezembro de cada ano calendário -
situar-se na faixa do seu respectivo intervalo de tolerância.
4. Caso a meta não seja cumprida, o Presidente do Banco Central do Brasil divulgará
publicamente as razões do descumprimento, por meio de carta aberta ao Ministro de
Economia.
Simplificando:
Perceba que a transparência é algo muito importante para que o Regime de Metas de Inflação
funcione, e está presente:
Observe que:
Pronto. Isso deve ajudar se a banca inventar de cobrar nesse nível de detalhe.
Como vimos, a principal forma pela qual o Banco Central do Brasil conduz a política monetária é
por meio de operações compromissadas no Selic. E tem sido assim por muitos anos,
especialmente após 1999, com o regime de metas de inflação e a proibição (na Lei de
Responsabilidade Fiscal, de 2000) para que o Banco Central emitisse títulos próprios.
Com isso, ficou limitada a atuação do Banco Central na promoção da política monetária.
Contudo, bancos centrais dos países mais desenvolvidos (EUA e União Europeia) contavam com
um instrumento adicional: os depósitos voluntários remunerados.
Perceba que, diferente dos compulsórios, esses depósitos são realizados por vontade das
próprias instituições financeiras, sem qualquer determinação de banco central.
Além disso, as instituições recebem remuneração por esses depósitos, ou seja, o banco central
paga determinada taxa de juros para os saldos mantidos em depósitos compulsórios.
Na prática, um banco central poderia atrair esses depósitos voluntários pagando, por exemplo,
10% ao ano, mas certamente atrairia maior volume pagando 12 ou 15%. Dessa forma, a
autoridade monetária teria um instrumento bastante prático para promover a política monetária:
Contudo, esse mecanismo não era utilizado no Brasil por ausência de previsão legal.
Discutia-se se por meio dessa remuneração o Banco Central não estaria financiando os bancos,
ou seja, dinheiro público sendo utilizado em benefício de atividades privadas. Contudo, tal
argumento não prosperou, pois as operações compromissadas também implicam em
remuneração, inclusive com o custo podendo ser superior.
O item “a” tem relação com a própria capacidade de execução da política monetária e
cumprimento das metas de inflação. Com um instrumento adicional, essa capacidade do Banco
Central aumenta.
Acredito que você vai concordar com o item “b”, especialmente se compararmos com as
operações compromissadas, né?
Com isso, foi aprovada, em 14 de julho de 2021, a lei nº 14.185/2021, autorizando o Banco
Central a acolher depósitos voluntários à vista ou a prazo das instituições financeiras e não
financeiras integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro (como as Instituições de
Pagamentos).
Após a lei, o Banco Central regulou os depósitos voluntários por meio da Resolução BCB nº
129/2021.
O Banco Central, o Conselho Monetário Nacional, e o governo dispõem de outras formas para
regular a quantidade de moeda na economia.
O termo “instrumentos” está entre aspas, pois a principal finalidade destas ações não é a
execução da política monetária, embora tenham reflexos nesse sentido, mesmo que
involuntariamente.
▶ Reservas internacionais: moeda estrangeira (dólares, euros, libras etc.) não são meios de
pagamento. O Banco Central é o responsável pela administração das reservas
internacionais, e toda vez que ele compra moeda estrangeira dos exportadores, como ele
entrega reais em troca, a oferta monetária aumenta. O contrário também se observa.
▶ Política e regulação do crédito: o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central
normatizam e regulam as atividades das instituições financeiras, respectivamente. A
regulamentação do crédito consignado e a criação do SCR são ações que aumentam os
incentivos aos bancos para emprestar e, assim, aumentam a oferta monetária.
Quando o Banco Central aumenta a oferta monetária, dizemos que ele está adotando uma
política monetária expansionista. O contrário ocorre quando o Bacen diminui a oferta
monetária: a política monetária é restritiva.
A essa altura seu raciocínio já está bastante avançado, de forma que vamos apenas dar alguns
exemplos para consolidarmos a compreensão desse assunto:
Políticas Monetárias
EXPANSIONISTAS RESTRITIVAS
▶ Compra, pelo Banco Central, de títulos ▶ Venda, pelo Banco Central, de títulos
públicos no mercado aberto; públicos no mercado aberto;
▶ Redução da taxa de redesconto; ▶ Aumento da taxa de redesconto;
▶ Aumento dos redescontos (notou a ▶ Redução dos redescontos;
diferença em relação ao item acima?); ▶ Aumento das alíquotas de
▶ Emissão de moeda; reservas/depósitos compulsórios;
▶ Diminuição das alíquotas de ▶ Venda, pelo Banco Central, de moeda
reservas/depósitos compulsórios; estrangeira aos importadores brasileiros.
▶ Compra, pelo Banco Central, de moeda ▶ Aumento das exigências a serem
estrangeira de exportadores brasileiros. cumpridas pelos bancos, como
▶ Aumento da segurança dos bancos por direcionamento do crédito.
meio de normatização de garantias.
Como vimos, a adoção de políticas monetárias expansionistas pode ter por objetivo o aumento
da demanda agregada, enquanto as políticas monetárias restritivas podem focar em reduzir o
consumo.
Vamos começar!
Quando você empresta dinheiro para alguém (para mim, por exemplo), você deixa de usar esse
dinheiro por algum tempo. Se você me emprestar R$100 para eu te pagar daqui a um ano, você
ficará por 30 dias privado de usar os seus R$100, correto?
Então, é justo que você cobre algo de mim por isso. Algo que compense você por esse tempo
sem acesso ao seu dinheiro: juros. Por isso, os juros podem ser entendidos como o preço do
dinheiro no tempo.
Mas acontece que o tempo diminui o valor do dinheiro, com aquilo que chamamos de inflação.
Ao longo do tempo, os preços sobem.
Voltando ao empréstimo de R$100 que você vai me fazer, para pagamento daqui a um ano.
Digamos que você acerte comigo o pagamento de R$110, ou seja, vou te pagar 10% de juros.
Mas aí, no papel de professor e bom tomador, eu te lembro que a inflação esperada para o
próximo ano é de exatamente 10%.
Sendo assim, daqui a um ano, quando eu te pagar, você terá R$110, mas esses comprarão
exatamente o mesmo que seus R$100 compram hoje. Cadê a compensação por ter ficado sem
o dinheiro esse tempo todo?
Com isso, a gente ajusta os juros do nosso empréstimo para, digamos, 18%. Sendo assim, eu vou
te pagar R$118, sendo que R$10 é apenas para repor a inflação que esperamos, enquanto os
outros R$8 são para remunerar você.
Nesse exemplo, chamamos os 8% de juros reais, pois é com eles que você realmente vai lucrar
nesse negócio. Os 18% são os juros nominais, pois são eles que aparecerão no nosso contrato,
que incluem a inflação e os juros reais. Portanto:
É por isso que a inflação mais alta implica em juros nominais mais altos, e vice-versa.
“taxa nominal = taxa real + inflação” é uma definição, e não uma fórmula. Ou seja, os juros
nominais incluem a inflação e os juros reais. O cálculo das taxas não é tão simples assim, mas é
assunto para Matemática Financeira (equação de Fisher).
Note que esse mesmo raciocínio de decompor os juros faz sentido em qualquer contrato de
empréstimo, pois todo credor sempre vai querer saber quanto ganhará realmente com o
negócio, fixando juros que cubram a inflação e ainda gerem alguma remuneração real.
Inclusive quem se torna credor do governo ao comprar títulos públicos. Esses títulos vão nos
ajudar com o próximo assunto: a curva de juros.
Dessa vez, em vez de me emprestar dinheiro, você vai emprestar para o governo, comprando
títulos públicos. Ao analisar as opções de títulos disponíveis, você percebe que tem várias opções
de vencimentos:
Faz sentido que prazos mais longos paguem juros maiores, pois vão expor você a maiores riscos,
incluindo a inflação, que muito provavelmente em 60 meses estará maior do que tem em 6
meses, concorda? Então, se você comprar o título que só vai te pagar dentro de 48 meses,
receberá, em cada ano, mais juros do que se comprar o título de 24 meses, por exemplo.
Note porque a taxa Selic é chamada de taxa básica de juros: ela determina o piso dos juros de
curtíssimo prazo (lembre-se que a Selic over é apurada diariamente). Com isso, ela é capaz de
influenciar os juros de longo prazo.
Por exemplo, por meio de política monetária expansionista, o Banco Central pode reduzir a Selic,
deslocando a curva de juros para baixo, deste jeito:
E como títulos públicos possuem risco de crédito (calote) muito baixo, o que a curva acima acaba
por nos revelar, implícita e basicamente, são as próprias expectativas de inflação.
Por outro lado, se em vez de termos utilizado títulos públicos, tivéssemos colocado os juros
cobrados nos contratos bancários em geral, a curva passaria a incluir não apenas o risco de
inflação, mas também o risco de crédito e cambial, especialmente nos juros de longo prazo.
Essas políticas foram implementadas por bancos centrais de vários países após a crise mundial
de 2008, quando os instrumentos clássicos demonstraram ineficiência para estimular a
economia: os bancos simplesmente pararam de conceder créditos, com medo da crise e suas
consequências, como a alta da inadimplência e instabilidade econômica. Coisas que tiram
totalmente o apetite de quem empresta dinheiro.
Além disso, as taxas de juros de curto prazo já estavam próximas a zero. Nessa situação, a política
monetária expansionista convencional se torna ineficaz, pois não é possível reduzir os juros
básicos para estimular os bancos a operarem com empréstimos ao público.
Veja a curva de juros a seguir, e ficará evidente que baixar a Selic e, com isso, reduzir os juros
futuros, não é mais possível:
E se a política convencional não funciona, para recolocar a economia nos eixos, bancos centrais
como o FED (Estados Unidos) e o BCE (Banco Central Europeu) passaram a utilizar as tais PMNC,
que convenientemente, pelo menos agora, também podemos dividir em três tipos:
▶ Sinalização
▶ Crédito
▶ Quase débito
Já iremos falar mais sobre cada uma delas, mas já podemos estabelecer um comparativo.
A política de crédito é de mais simples compreensão, pois consiste no banco central conceder
empréstimos diretamente para instituições bancárias (canal estrito) ou não bancárias (canal
amplo), afetando de forma mais direta as taxas de juros. Indo além, o governo também pode
promover empréstimos diretamente aos tomadores, por meio de bancos públicos, o que no caso
brasileiro significaria atuar por meio de Caixa, Banco do Brasil e BNDES. É uma atuação direta
sobre as taxas de juros de longo prazo.
O quantitative easing foi amplamente utilizado por países como Estados Unidos e Japão. O
balanço do FED, por exemplo, aumentou cerca de 5 vezes entre 2008 e 2020.
Alguns autores apontam, ainda, outros dois tipos de políticas monetárias não convencionais,
relacionadas ao câmbio e às reservas bancárias.
Nesse caso também é simples: os agentes econômicos embutem nos juros, especialmente de
longo prazo, suas expectativas em relação às variações na taxa de câmbio.
Quanto maiores as variações esperadas, maior serão os juros em alguns contratos, para cobrir
esse risco.
Sendo assim, os bancos centrais podem atuar dando garantias contra a oscilação na taxa de
câmbio, como as operações de swaps cambiais.
E em relação às reservas também é simples: os bancos, com receio de ficarem sem reservas,
podem segurar as aplicações (emprestando menos). Para aplacar esse receio, o banco central
pode ofertar (ou ampliar as existentes) linhas de empréstimos de liquidez que coloca à
disposição dos bancos e demais instituições financeiras.
Para finalizar, observe que as políticas de crédito, quase débito, câmbio e reservas, por afetarem
o balanço do banco central, são chamadas políticas de balanço, ou pode ser dito que operam
por meio do balanço, ao contrário das políticas de sinalização.
Apesar de amplas discussões que emergem naturalmente de tudo que é “não convencional”,
diversos estudos apontam que as PMNC obtiveram sucesso em reverter as recessões e processos
deflacionários iniciados em 2008.
E a aula? Acabou!
FUNÇÕES DA MOEDA
Reserva de Valor: significa que a moeda pode ser guardada para comprar
coisas depois. Em outras palavras, reter moeda é uma forma de transferir o
poder de compra presente para o futuro. Claro que essa reserva de valor não
é perfeita, pois a inflação diminui o valor da moeda. É por isso que em
períodos de inflação alta, as pessoas trocam moeda por títulos que paguem
juros, ou até mesmo por moedas estrangeiras mais estáveis.
Meio de troca: dizer que a moeda é o meio de troca é o mesmo que dizer
que ela é utilizada para comprar qualquer tipo de bem ou serviço. Por causa
dessa função, eliminamos o escambo da sociedade, que ocorre quando uma
mercadoria é trocada diretamente por outra. Antes do advento da moeda, se
alguém que tivesse uma ovelha precisasse de um casaco, precisaria encontrar
alguém com um casaco que precisasse de uma ovelha... imagine o trabalho!
TIPOS DE MOEDA
Moeda-mercadoria: civilizações mais antigas utilizavam como moeda
algumas mercadorias com valor intrínseco, o que significa que a própria
moeda possuía algum valor de uso, podendo ser utilizada para algum fim
que além da transação comercial. A palavra salário, por exemplo, vem
do sal com qual eram pagos os soldados do império romano. O ouro
também foi amplamente utilizado na antiguidade como moeda-
mercadoria. Mas ela não está extinta: ainda hoje cigarros são utilizados
como moeda-mercadoria nos presídios do mundo todo.
Quando você olha do ponto de vista das características (ou atributos) da
moeda, fica evidente que a moeda-mercadoria carece de
homogeneidade (duas ovelhas ou duas conchas nunca serão idênticas).
PME=PMC+CXBACEN=PMPP+CXBACOMS+CXBACEN
AGREGADOS MONETÁRIOS
M1 Papel moeda em poder do público + Depósitos à Vista
M2 M1 + Depósitos de Poupança + Títulos emitidos por Instituições Depositárias +
Depósitos Especiais Remunerados
M3 M2 + Cotas de Fundos de Investimentos + Operações Compromissadas Selic
M4 M3 + Títulos Públicos Federais de Alta Liquidez
Sistema que permite aos bancos manter apenas uma parte dos depósitos que
recebe como reservas, podendo emprestar a fração restante.
M1 1
m= =
B 1-d(1-r)
Onde:
d: depósitos à vista / M1
r: reservas (encaixes) totais / depósitos à vista
▶
RELAÇÕES DO MULTIPLICADOR MONETÁRIO
MONETARISTA KEYNESIANA
Estabilidade do nível de preços Regulação do nível de emprego e
produção
EXPANSIONISTAS RESTRITIVAS
▶ Compra, pelo Banco Central, de ▶ Venda, pelo Banco Central, de títulos
títulos públicos no mercado aberto; públicos no mercado aberto;
▶ Redução da taxa de redesconto; ▶ Aumento da taxa de redesconto;
▶ Aumento dos redescontos (notou a ▶ Redução dos redescontos;
diferença em relação ao item acima?); ▶ Aumento das alíquotas de
▶ Emissão de moeda; reservas/depósitos compulsórios;
▶ Diminuição das alíquotas de ▶ Venda, pelo Banco Central, de moeda
reservas/depósitos compulsórios; estrangeira aos importadores
▶ Compra, pelo Banco Central, de brasileiros.
moeda estrangeira de exportadores ▶ Aumento das exigências a serem
brasileiros. cumpridas pelos bancos, como
▶ Aumento da segurança dos bancos direcionamento do crédito.
por meio de normatização de
garantias.
BIBLIOGRAFIA
Banco Central do Brasil, em https://www.bcb.gov.br/
Mercado Financeiro Produtos e Serviços. Fortuna, Eduardo. Qualitymark Editora. Edição Kindle.
QUESTÕES COMENTADAS
1. (2009/CESGRANRIO/BNDES/Profissional Básico - Comunicação Social)
As moedas-mercadoria, usadas como intermediárias de troca nas economias de mercado, são
constituídas de substâncias que devem ter certas características físicas ou químicas, dentre as
quais NÃO figura a
a) flexibilidade.
b) durabilidade.
c) homogeneidade.
d) divisibilidade.
e) facilidade de transporte.
Comentários:
A questão quer que você indique a alternativa que não traz uma característica (ou atributo) da
moeda. Nesse sentido, não precisamos que a moeda tenha “flexibilidade” (letra A), ou em vez de
papel-moeda teríamos borracha-moeda. Pelo contrário, a flexibilidade tende a significar menor
durabilidade e homogeneidade. Aproveitamos para relembrar os atributos da moeda:
Gabarito: “a”
d) velocidade-renda.
e) reserva de valor.
Comentários:
Quando a inflação corrói o poder de compra da moeda doméstica, ela perde sua função de
reserva de valor. Em outras palavras, torna-se mal negócio guardar dinheiro em espécie debaixo
do colchão. Por isso, “e” é nosso gabarito.
As funções de meio de troca e unidade de conta continuam existindo, afinal ainda é possível
comprar e contar o valor de mercadorias com o dinheiro, ainda que seja preciso atualizar
constantemente, e por isso “a” e “b” estão erradas.
Gabarito: “e”
3. (2011/CESGRANRIO/TRANSPETRO/Engenheiro Júnior)
Se o multiplicador dos meios de pagamento em certo país for igual a 2, isso significa que o(a)
a) total de meios de pagamento é o dobro do PIB.
b) total de empréstimos é o dobro dos depósitos nos bancos.
c) total de meios de pagamentos é o dobro da base monetária.
d) velocidade renda de circulação de moeda é 0,5.
e) taxa de inflação no país deve dobrar.
Comentários:
O multiplicador dos meios de pagamento (ou multiplicador monetário) informa quantas vezes os
meios de pagamento são superiores à base monetária. Colocando em termos matemáticos:
m = M/B
Gabarito: “c”
4. (2013/CESGRANRIO/BNDES/Profissional Básico)
O sistema bancário de reservas fracionárias possibilita que instituições financeiras privadas
obtenham lucratividade, por permitir que essas instituições
a) paguem impostos federais equivalentes a uma fração de seus depósitos bancários.
b) possam cobrar de seus clientes, em tarifas bancárias, uma fração de seus depósitos
bancários.
c) mantenham uma fração de seus depósitos bancários em moeda estrangeira.
d) mantenham apenas uma fração de seus depósitos bancários em seus cofres e o restante nos
cofres do Banco Central.
e) mantenham em mãos apenas uma fração de seus depósitos bancários, utilizando o resto para
oferecer empréstimos com juros.
Comentários:
O sistema de reservas fracionárias permite que os bancos emprestem uma parte dos depósitos,
mantendo apenas uma parte como reservas. Nesse sentido, o termo “em mãos” não é muito
adequado, mas a alternativa “e” ainda é a melhor opção.
b) possam cobrar de seus clientes, em tarifas bancárias, uma fração de seus depósitos bancários.
Também não é o sistema que permite isso. Eu diria até que o sistema causa justamente o inverso:
como os bancos podem emprestar parte dos depósitos, eles tendem a atrair esses depósitos,
algo que seria bastante complicado de fazer se fossem cobradas tarifas sobre os saldos.
d) mantenham apenas uma fração de seus depósitos bancários em seus cofres e o restante nos
cofres do Banco Central.
Errado. O correto seria: uma fração em reservas, e o restante pode ser emprestado.
Gabarito: “e”
(_) Um aumento dos depósitos de poupança eleva tanto este agregado como o(s) agregado(s)
inferior(es).
(_) Inclui títulos públicos de elevada liquidez.
(_) Uma redução das cotas de fundo de renda fixa reduz tanto este agregado como o(s)
agregado(s) inferior(es).
A sequência correta é:
a) 1, 2, 3 e 4;
b) 1, 2, 4 e 3;
c) 1, 3, 4 e 2;
d) 2, 4, 3 e 1;
e) 2, 1, 3 e 4.
Comentários:
Apenas observando a tabela, já podemos concluir facilmente que M1 é aquele que incluir apenas
papel moeda em poder do público e depósitos à vista, assim como apenas M4 inclui títulos
públicos de alta liquidez, deixando-nos entre as alternativas “b” e “c”:
A redução nas cotas de fundos de investimentos reduz M3, mas nada altera em relação ao M2,
de forma que temos nosso gabarito.
Gabarito: “b”
Comentários:
Precisamos “transformar” as expressões em algo que conhecemos bem como M1, ou seja:
Os depósitos à vista estão claramente definidos como DVBCOM, então apenas trocar deixa
nossa expressão mais próxima do gabarito:
M1 = PMPP + DVBCOM
PME=PMPP+CXBACOMS+CXBACEN
Reorganizando:
Também é possível lembrar que o papel moeda em poder do público (PMPP) é o que sobra do
papel moeda emitido (PME) depois de descontarmos os caixas do Banco Central (CBACEN) e
dos bancos comerciais (CBCOM).
Gabarito: “b”
Comentários:
Vamos classificar:
Lembrando que M2 é a soma de M1 com outras coisas, e no nosso caso ele será de 3,5 bilhões
(por isso “c” está errada).
Gabarito: “a”
Comentários:
Deixando um pouco de lado que desde 2001 os agregados não são mais ordenados por grau
de liquidez, e a questão de 2018 ignorar isso, podemos analisar cada alternativa à luz da
classificação atual e, se houver inconsistência em uma situação real, entramos com recurso.
Vimos que apesar de esse não ser o critério (liquidez), de forma geral os agregados com menor
numeração são mais líquidos. É impossível dizer que títulos públicos têm mais liquide que
depósitos à vista, então essa alternativa está errada.
b) depósitos de poupança, de acordo com o Banco Central do Brasil (BC), é mais líquido que
depósitos à vista.
c) quotas de fundo de renda fixa são classificadas como haveres estritamente monetários.
Então não.
d) títulos públicos de alta liquidez são classificados com a mesma liquidez que depósitos de
poupança.
Já falamos dos depósitos em poupança (M2), restando lembrar que títulos públicos de alta
liquidez entram em “M4”.
e) papel-moeda em poder do público e depósitos à vista são classificados com o mesmo grau
de liquidez.
Isso mesmo, ambos são classificados em M1. Note que não houve prejuízo causado pelo
equívoco da banca no enunciado em afirmar que o critério é a liquidez, e por isso, nesse caso
específico, a questão realmente não deveria ser anulada, na minha opinião.
Gabarito: “e”
9. (2016/FGV/IBGE/Tecnologista - Economia)
Um trabalhador ganha um salário-mínimo e separa uma quantia para pagar as contas ao longo
do mês. Esse ato destaca a função de:
a) reserva de valor da moeda;
b) padrão de valor da moeda;
c) unidade de conta da moeda;
d) meio de troca da moeda;
e) poupança da moeda.
Comentários:
Temos aqui uma manifestação da função de reserva de valor da moeda, que é guardada para
ser utilizada em outro momento.
Gabarito: “a”
Comentários:
Depósitos de poupança entram no M2 enquanto depósitos à vista estão no M1, então estes são
mais líquidos do que aqueles, e a alternativa “b” está errada. Os haveres estritamente monetários
são apenas aqueles classificáveis em M1: papel moeda em poder do público e depósitos à vista.
Portanto, a alternativa “c” está errada.
Os títulos públicos de alta liquidez entram apenas no M4, enquanto os depósitos de poupança
entram desde o M2. A alternativa “d” também está errada.
Gabarito: “e”
Comentários:
Os meios de pagamento, em seu conceito convencional, são o que chamamos de M1. Dito isso,
fica tranquilo de resolver, não é? Afinal, M1 = papel-moeda em poder do público + depósitos à
vista dos bancos comerciais.
Gabarito: “d”
Comentários:
Por fim, o saque de um cheque no caixa aumenta o papel moeda em poder do público e reduz
os depósitos à vista. Portanto, os meios de pagamento estritos (M1) permanecem inalterados ou
diminuem, se considerarmos o multiplicador. De um jeito ou de outro, a terceira afirmativa é
falsa.
Gabarito: “c”
Comentários:
A chave aqui é o termo “tendem”. Perceba, portanto, que não é preciso que a operação descrita
tenha efeito imediato, podendo ser que apenas estimule o aumento da oferta monetária.
a) redução das reservas internacionais do país, redução do depósito compulsório junto aos
bancos comerciais e venda de títulos públicos pelo Tesouro Nacional.
Quando há redução das reservas internacionais, o Banco Central entrega haveres não
monetários (dólares, por exemplo) ao público (importadores, por exemplo) e recebe em troca
haveres monetários (reais). Sendo assim, há destruição de moeda, e redução da oferta. Isso já
torna a alternativa errada (junto com “b” e “e”).
A redução dos compulsórios, de fato, tende a aumentar a oferta monetária, mas a alternativa já
estava prejudicada.
A venda de títulos públicos pelo Tesouro Nacional só iria aumentar a oferta monetária se o
comprador fosse o Banco Central ou um banco comercial. Não está especificado.
b) redução das reservas internacionais do país, redução do depósito compulsório junto aos
bancos comerciais e compra de títulos públicos pelo Tesouro Nacional.
Já vimos sobre as reservas e a redução do compulsório. A compra de títulos pelo Tesouro vai
diminuir a oferta monetária se o vendedor for o Banco Central, por exemplo, mas se o vendedor
for o público, nada acontece nesse sentido.
c) concessão de empréstimos, por parte do Banco Central, aos bancos comerciais e venda de
títulos públicos pelo Banco Central.
A concessão de empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais não muda nada na oferta
monetária de forma imediata, mas com mais dinheiro, os bancos comerciais podem emprestar
mais e assim ampliar a oferta monetária, e a venda de títulos pelo BC pode reduzir a oferta se o
comprador for parte do público.
d) elevação das reservas internacionais do país, concessão de empréstimos, por parte do Banco
Central, aos bancos comerciais e compra de títulos públicos pelo Banco Central.
A elevação das reservas de fato aumenta a oferta monetária, pois indica que o Banco Central
comprou moeda estrangeira e entregou reais em troca. Vimos na letra “c” que o empréstimo aos
bancos comerciais tende a aumentar a oferta monetária. Por fim, a compra de títulos públicos
pelo Banco Central ou aumentará a oferta diretamente, se o vendedor for o “público”, ou
aumentará a liquidez e capacidade de emprestar dos bancos comerciais. Aqui está nosso
gabarito.
Gabarito: “d”
Comentários:
Em d”, o banco recebe haveres monetários e entrega haveres não monetários (ações). Mesmo
se suponhamos que é um banco comercial, a alternativa está errada.
Gabarito: “b”
Comentários:
Sabemos que o multiplicador (m) nos mostra quantas vezes os meios de pagamento (M) são
superiores à base monetária (B):
M 1
m= =
B 1-d(1-R)
Onde:
d: é a parte dos meios de pagamento mantidos em depósitos à vista, ou seja,
d=depósitos à vista/M1.
r: é a parte dos depósitos à vista que se será mantida como encaixe bancário, ou
seja, não será emprestada.
1
m=
1-1.(1-0,5)
Resolvendo:
1
m=
1-1.(0,5)
1
m=
1-0,5
m=2
Sendo assim, o aumento caso haja uma variação de 100 u.m. da base monetária, o aumento dos
meios de pagamentos será duas vezes maior, ou seja, de 200 u.m.
Gabarito: “d”
Comentários:
Moeda corrente (a) e depósitos à vista (b), sem dúvidas, são M1. As demais precisam de análise.
Depósitos que possam ser movimentados por cheques (d) são, em essência, os próprios
depósitos à vista.
Cheques de viagem também representam depósitos à vista, desde que sejam emitidos em reais
para estrangeiros. Caso contrário, serão essencialmente moeda estrangeira. Isso tornaria a letra
“c” uma boa candidata a gabarito. Não fosse a letra “e”.
Os depósitos de poupança entram apensa no M2, então não são considerados M1.
Relembrando:
Gabarito: “e”
Comentários:
Atendo-nos ao escopo desta aula, podemos calcular o multiplicador da base monetária com a
seguinte fórmula:
M1
m=
B
300
m=
100
m=3
Gabarito: “d”
Comentários:
Gabarito: “c”
Comentários:
Você está bastante confortável com o fato de que M1=PMPP+DVCOM, certo? Mas a questão não
tem essa alternativa, exigindo que tenhamos conhecimento dos demais conceitos.
Gabarito: “b”
Comentários:
1º passo: encontre a transação realizada entre o setor bancário (Banco Central e bancos
comerciais) e o público. Isso já elimina a alternativa “d”.
2º passo: encontre a entrega de haveres monetários do setor bancário para o público; o que só
ocorre em B. Nas alternativas “c” e “e” temos o contrário, enquanto em “a” e “d” não há alteração
em M1.
Gabarito: “b”
Comentários:
Isso provocará aumento da oferta monetária e dos meios de pagamento, mas não provoca
qualquer alteração do multiplicador.
Isso provocará redução da oferta monetária e dos meios de pagamento, mas não provoca
qualquer alteração do multiplicador.
Em regra, isso não tem efeito nem na oferta de moeda, por ser uma transação entre governo e
público, nem no multiplicador.
Gabarito: “a”
Comentários:
Lembre-se sempre dessas relações, pois elas ajudarão a resolver as questões sobre multiplicador
sem precisar recorrer aos cálculos, ou seja, de forma mais ágil:
Gabarito: “c”
Comentários:
Sendo assim, “e” é nosso gabarito. Diminuir essa relação significa diminuir o “r” do multiplicador.
Gabarito: “e”
Comentários:
Embora todos os itens, em tese, possam ser utilizados como instrumento de política monetária,
o enunciado é claro sobre querer apenas os instrumentos clássicos.
Sendo assim, temos que os instrumentos clássicos são: compulsórios (I), operações em mercado
aberto (II) e redesconto (IV).
Gabarito: “b”
25. (2008/CESGRANRIO/INEA/Economista)
O aumento do percentual da reserva compulsória que o Banco Central exige dos bancos reduz
a(o)
a) oferta de moeda.
b) demanda por bens públicos.
c) taxa de juros vigente na economia.
d) spread cobrado pelos bancos.
e) gasto do governo.
Comentários:
Gabarito: “a”
Comentários:
Gabarito: “a”
Comentários:
Note que a questão se limita ao campo teórico. Teoricamente, a expansão do redesconto pode
abrir espaço para os bancos realizarem novas operações. Então a alternativa “a” está certa. Ah!
Veja que a alternativa “a” estaria errada se falasse que a expansão da taxa de redesconto tem
esse efeito, mas não é o caso.
Gabarito: “a”
Comentários:
Gabarito: “e”
Comentários:
Reduzir a taxa de juros dos redescontos é um convite à expansão do crédito pelos bancos.
Gabarito: “d”
Comentários:
Note que as alternativas B e C são opostas e, portanto, uma está certa e outra errada,
obrigatoriamente.
Como a questão quer saber qual não é expansionista, podemos marcar C como o gabarito, posto
que vender títulos no mercado aberto é algo que o Banco Central faz quando deseja retirar
liquidez do mercado.
Gabarito: “c”
Comentários:
Bem tranquila essa né? Resta-nos torcer para não cair algo assim na sua prova, afinal questões
fáceis são boas para quem está menos preparado... o que não é seu caso. Mas acontece que, se
cair, você não pode errar, porque ninguém vai.
Então, de vez em quando, é bom trazer uma dessas para chamar sua atenção.
Gabarito: “c”
Comentários:
Política monetária anti-recessiva é o mesmo que política monetária expansionista, pois tem por
objetivo aumentar a demanda agregada para combater movimento econômicos recessivos.
Gabarito: “d”
33. (2013/CESGRANRIO/BNDES/Administração)
Uma operação de mercado aberto do Banco Central, na qual títulos da dívida pública do
Governo Federal são comprados e sequentemente aposentados, tem como objetivo
a) diminuir a demanda por moeda estrangeira.
b) diminuir a taxa de inflação.
c) aumentar a oferta monetária.
d) aumentar o volume de depósitos bancários.
e) aumentar a liquidez dos títulos públicos federais.
Comentários:
A simples aquisição, pelo Banco Central, de títulos públicos no mercado aberto, é a execução de
uma política monetária expansionista, pouco importando o que é feito com o título depois
(desde que não seja revendido no mercado aberto, é claro).
Gabarito: “c”
Comentários:
Isso certamente gera um incentivo para que os bancos comerciais emprestem mais e, dessa
forma, promovam a expansão dos meios de pagamento. Portanto, é uma política monetária
expansionista.
Novamente, estamos diante de política monetária contracionista: o Banco Central entre títulos
públicos, os donos dos títulos entregam moeda. O resultado é menor moeda com o público.
Gabarito: “a”
Uma operação que pode acarretar redução dos meios de pagamento da economia é a
a) queda da alíquota do depósito compulsório exigido dos bancos comerciais.
b) compra de títulos públicos pelo banco central em transações de curtíssimo prazo (overnight).
c) compra de títulos públicos pelo banco central para financiar o Tesouro Nacional.
d) venda de reservas cambiais pelo banco central no mercado à vista.
e) redução da taxa de redesconto.
Comentários:
Todas as operações podem alterar a oferta de meios de pagamento, ou seja, podem criar ou
destruir moeda ao transitar os meios de pagamento entre o setor bancário e o setor não
bancário.
Errado. A redução da alíquota do compulsório deixa mais recursos disponíveis para os bancos
comerciais realizarem empréstimos. Portanto, temos uma política monetária expansionista.
b) compra de títulos públicos pelo banco central em transações de curtíssimo prazo (overnight).
Errado. Ao comprar títulos públicos, o Banco Central entrega moeda em troca dos títulos. O
resultado é criação de moeda em política monetária expansionista.
c) compra de títulos públicos pelo banco central para financiar o Tesouro Nacional.
Certo! Ao vender moeda estrangeira, o Banco Central recebe reais em troca, ou seja, há redução
dos meios de pagamento em circulação.
Gabarito: “d”
36. (2012/CESGRANRIO/PETROBRAS/Analista)
Com o objetivo de implementar uma política monetária expansionista, o Banco Central deveria
promover uma
a) elevação da taxa de câmbio
b) elevação dos investimentos privados na economia
Comentários:
Vamos avaliar cada uma das alternativas, buscando a política monetária expansionista que
poderia ser promovida pelo Banco Central.
Errado. Isso sequer é política, já que foca em uma atividade do setor privado, e não do banco
Central.
Errado. Também não é algo que o Banco Central possa fazer de forma direta, embora possa
influenciar as exportações por meio da política cambial.
Certo! Essa redução liberaria recursos para os bancos elevarem a oferta monetária.
Gabarito: “e”
Comentários:
Esse é o tipo de questão que você não pode errar, então vamos reforçar:
1. O Conselho Monetário Nacional (CMN) determina até junho a meta de inflação para o
ano seguinte, mediante proposta do Ministro da Economia.
a. Essa meta possui um intervalo de tolerância.
b. Exemplo: a meta para 2021 foi determinada em 3%, com tolerância de 1,5 ponto
percentual para cima ou para baixo.
2. O Banco Central do Brasil define qual deve ser a taxa de juros para atingimento da meta:
a Selic Meta.
a. Portanto, o BCB busca que a taxa Selic seja igual à Selic Meta.
b. A cada 45 dias, diretores do BCB se reúnem no Copom (Comitê de Política
Monetária), e revisam a Selic Meta. Ou seja, reavaliam o cenário econômico para
concluir se a taxa de juros precisa ser ajustada para cumprir a meta de inflação. Por
isso, vemos com frequência notícias de que o BCB aumentou ou reduziu a meta da
taxa Selic.
c. Para atingir a Selic Meta, o Banco Central realiza operações compromissados no
Selic.
3. A meta de inflação é considerada cumprida quando a variação acumulada da inflação -
medida pelo IPCA, relativa ao período de janeiro a dezembro de cada ano calendário -
situar-se na faixa do seu respectivo intervalo de tolerância.
4. Caso a meta não seja cumprida, o Presidente do Banco Central do Brasil divulgará
publicamente as razões do descumprimento, por meio de carta aberta ao Ministro de
Economia.
Gabarito: “b”
Comentários:
O referencial utilizado no regime de metas é o IPCA, calculado pelo IBGE, sem qualquer tipo de
ajuste ou expurgo. Isso torna “a” nosso gabarito, mas vejamos o erro nas demais.
Errado. Apesar de fugir ao escopo desta aula, o efeito no déficit do governo pode ser nos dois
sentidos: aumentando ou reduzindo. A política monetária contracionista, por elevar os juros,
pode elevar os custos com a dívida pública.
Gabarito: “a”
Comentários:
Veja como a banca gosta desse assunto... e lembre-se que quem define a meta de inflação e sua
tolerância é o CMN.
Gabarito: ”c”
40. (2016/FCC/AL-MS/Economista)
Considere as seguintes características relativas ao modelo de Metas de Inflação, que ganhou
força na década de 1990, como novo mecanismo de preservação do valor da moeda pelos
governos:
I. Anúncio público da meta quantitativa para a inflação.
II. Definição da meta quantitativa de emissão de moeda.
III. Anúncio público da taxa de juros de longo prazo, considerada como taxa natural.
Comentários:
O anúncio público da taxa de juros de longo prazo não está relacionado com o regime de metas
de inflação, e por isso a afirmativa III também está errada.
Gabarito: “d”
Comentários:
O índice utilizado pelo Banco Central do Brasil e pelo Conselho Monetário Nacional no Sistema
de Metas adotado no Brasil desde 1999 é o IPCA, calculado e divulgado pelo IBGE.
Gabarito: “a”
a) Redesconto
b) Empréstimos compulsórios
c) Recolhimentos compulsórios
d) Selic
e) Não convencional
Comentários:
O enunciado descreve as políticas monetárias não convencionais (PMNC) que, como o nome
indica, são políticas que não envolvem as (convencionais) operações compromissadas em
mercado aberto, taxas de redesconto e determinação da alíquota do compulsório.
Gabarito: “e”
Comentários:
Gabarito: “e”
Comentários:
E nossas observações:
Gabarito: ”d”
LISTA DE QUESTÕES
1. (2009/CESGRANRIO/BNDES/Profissional Básico - Comunicação Social)
As moedas-mercadoria, usadas como intermediárias de troca nas economias de mercado, são
constituídas de substâncias que devem ter certas características físicas ou químicas, dentre as
quais NÃO figura a
a) flexibilidade.
b) durabilidade.
c) homogeneidade.
d) divisibilidade.
e) facilidade de transporte.
3. (2011/CESGRANRIO/TRANSPETRO/Engenheiro Júnior)
Se o multiplicador dos meios de pagamento em certo país for igual a 2, isso significa que o(a)
a) total de meios de pagamento é o dobro do PIB.
b) total de empréstimos é o dobro dos depósitos nos bancos.
c) total de meios de pagamentos é o dobro da base monetária.
d) velocidade renda de circulação de moeda é 0,5.
e) taxa de inflação no país deve dobrar.
4. (2013/CESGRANRIO/BNDES/Profissional Básico)
O sistema bancário de reservas fracionárias possibilita que instituições financeiras privadas
obtenham lucratividade, por permitir que essas instituições
a) paguem impostos federais equivalentes a uma fração de seus depósitos bancários.
b) possam cobrar de seus clientes, em tarifas bancárias, uma fração de seus depósitos
bancários.
9. (2016/FGV/IBGE/Tecnologista - Economia)
Um trabalhador ganha um salário-mínimo e separa uma quantia para pagar as contas ao longo
do mês. Esse ato destaca a função de:
a) reserva de valor da moeda;
b) padrão de valor da moeda;
c) unidade de conta da moeda;
d) meio de troca da moeda;
e) poupança da moeda.
b) redução das reservas internacionais do país, redução do depósito compulsório junto aos
bancos comerciais e compra de títulos públicos pelo Tesouro Nacional.
c) concessão de empréstimos, por parte do Banco Central, aos bancos comerciais e venda de
títulos públicos pelo Banco Central.
d) elevação das reservas internacionais do país, concessão de empréstimos, por parte do Banco
Central, aos bancos comerciais e compra de títulos públicos pelo Banco Central.
e) redução das reservas internacionais, aumento do depósito compulsório e venda de títulos
públicos pelo Banco Central.
e) os depósitos de poupança
c) M1 = PMPP + TPPSP
d) M1 = PMPP + DVBCOM + TEID
e) M1 = PMPP + PMC – PME + DVBCOM
25. (2008/CESGRANRIO/INEA/Economista)
O aumento do percentual da reserva compulsória que o Banco Central exige dos bancos reduz
a(o)
a) oferta de moeda.
b) demanda por bens públicos.
c) taxa de juros vigente na economia.
d) spread cobrado pelos bancos.
e) gasto do governo.
33. (2013/CESGRANRIO/BNDES/Administração)
Uma operação de mercado aberto do Banco Central, na qual títulos da dívida pública do
Governo Federal são comprados e sequentemente aposentados, tem como objetivo
a) diminuir a demanda por moeda estrangeira.
b) diminuir a taxa de inflação.
c) aumentar a oferta monetária.
d) aumentar o volume de depósitos bancários.
e) aumentar a liquidez dos títulos públicos federais.
36. (2012/CESGRANRIO/PETROBRAS/Analista)
Com o objetivo de implementar uma política monetária expansionista, o Banco Central deveria
promover uma
a) elevação da taxa de câmbio
b) elevação dos investimentos privados na economia
c) redução das exportações de mercadorias e serviços
d) redução das alíquotas do imposto sobre produtos industrializados
e) redução da alíquota do depósito compulsório, mantido pelos bancos no Banco Central
c) Banco do Brasil
d) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
e) Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
40. (2016/FCC/AL-MS/Economista)
Considere as seguintes características relativas ao modelo de Metas de Inflação, que ganhou
força na década de 1990, como novo mecanismo de preservação do valor da moeda pelos
governos:
I. Anúncio público da meta quantitativa para a inflação.
II. Definição da meta quantitativa de emissão de moeda.
III. Anúncio público da taxa de juros de longo prazo, considerada como taxa natural.
IV. Definição do índice de preços a ser utilizado.
Está correto o que consta em
a) I, II e III, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
GABARITO
1. A 13. D 25. A 37. B
2. E 14. B 26. A 38. A
3. C 15. D 27. A 39. C
4. E 16. E 28. E 40. D
5. B 17. D 29. D 41. A
6. B 18. C 30. C 42. E
7. A 19. B 31. C 43. E
8. E 20. B 32. D 44. D
9. A 21. A 33. C
10. E 22. C 34. A
11. D 23. E 35. D
12. C 24. B 36. E
Autor:
Celso Natale, Equipe Legislação
Específica Estratégia Concursos,
Stefan Fantini
30 de Dezembro de 2022
SUMÁRIO
1 Cartões ..........................................................................................................................................4
2 Cheque ....................................................................................................................................... 10
5 Consórcio ................................................................................................................................... 19
6 Leasing........................................................................................................................................ 22
8 Investimentos ............................................................................................................................. 28
Bibliografia ........................................................................................................................................ 66
INTRODUÇÃO
Olá!
Como são muitos produtos, teremos muitos detalhes. Mas procurei expor tudo que é necessário,
e nada além disso, da forma mais objetiva possível.
ATENÇÃO: os seguintes tópicos não estão explícitos no edital, mas nem sempre a lista é taxativa,
e às vezes a banca entende que prever ˜Produtos bancários” justifica cobrar qualquer produto
bancário existente. Portanto, optei por manter nesta aula, mesmo sem previsão explícita:
• Cheque (capítulo 2)
• Operações com pessoa jurídica (capítulo 7)
• Outros produtos e serviços (capítulo 10)
Isso significa que, se precisar pular algum tópico por falta de tempo ou algo assim, pule os
capítulos acima.
@profcelsonatale
1 CARTÕES
Os cartões, às vezes chamados (pelas bancas) de dinheiro de plástico, são instrumentos que
facilitam, para os clientes, as transações financeiras ou bancárias.
Como funcionam como meio de pagamento, seu uso crescente tem diminuído bastante a
demanda por papel moeda e os custos com emissão de numerários pelo Banco Central. Qual foi
a última vez que você fez um pagamento com dinheiro em espécie? E o último pagamento
grande?
Além disso, os cartões aumentam da segurança das transações, tanto para o comprador quanto
para o vendedor. Para o comprador, eles dispensam a necessidade de carregar grandes quantias
de dinheiro, sujeitando-se a extravios ou até roubos.
Para o vendedor, além de diminuir a necessidade de dinheiro em caixa (sujeito aos mesmos
riscos de extravio, furto ou roubo), os cartões praticamente eliminam o risco com fraudes ou
falsificações. Sem falar no aumento das vendas proporcionado, principalmente pela maior
segurança sentida pelos clientes e, no caso dos cartões de crédito, pela possibilidade de
parcelamentos.
Como você sabe, existem cartões de crédito e de débito, mas vamos começar com alguns
conceitos técnicos que eles têm em comum.
Os primeiros cartões eram simples pedaços de plástico com uma numeração em alto relevo e a
assinatura do titular no verso. Para comprar com um cartão desses, você ia até uma loja e o
estabelecimento copiava o número do cartão em uma folha de papel, pedia para você assinar o
recibo. Então a documentação era enviada para o banco analisar... Nada prático, né?
O primeiro dispositivo de segurança que merece menção foi a tarja magnética (ou fita
magnética, aquela faixa normalmente escura no verso do cartão), que podia ser lida por
Mais tarde, surgiram os chips, acrescentando mais segurança ao permitir que os dados do cartão
fossem criptografados (codificados) e lidos apenas por dispositivos que tivessem a chave
criptográfica, além de gerar um código único para cada transação.
Recentemente, a tecnologia incorporada aos cartões foi a NFC (Near Field Communication),
tornando o cartão um dispositivo contact less (sem contato), e permitindo pagamentos apenas
por aproximação. Essa tecnologia certamente foi impulsionada pela pandemia de Covid-19,
uma vez que as pessoas passaram a se preocupar em precisar tocar as maquininhas.
Sendo que todas essas tecnologias se aplicam tanto aos cartões de crédito quanto de débito,
falaremos sobre estes agora.
O fornecimento de segunda via de cartão também é gratuito, exceto nos casos de pedido de
reposição formulados pelo correntista decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros
motivos não imputáveis à instituição emitente. Ou seja, se a culpa não for da instituição, pode
ocorrer a cobrança de tarifa para emissão da 2ª via.
Algo que você talvez não saiba, é que além do cartão de débito “comum”, aquele que debita a
conta do cliente, existem outras duas modalidades: pré-pago e CDC.
O cartão de débito pré-pago funciona assim: o cliente deposita previamente um valor para
formar um saldo que pode ser utilizado em compras ou transferências futuramente. Perceba que
enquanto o cartão de débito normal utiliza o valor da conta corrente, o cartão de débito pré-
pago utiliza um valor especificamente vinculado a esse cartão.
O cartão de crédito é um meio de pagamento utilizado pelo cliente (titular) para realizar
compras a prazo, parceladas ou não. Existe uma série de regras e termos relacionados ao cartão
de crédito que você precisa conhecer.
Como as compras realizadas no cartão só são pagas no futuro, inclusive podendo ser parceladas,
trata-se de um ganho sobre a inflação para o cliente.
O segundo é o limite do cartão. Esse limite é concedido pela instituição e determina o valor
máximo que o cliente pode gastar no cartão. Funciona como um crédito automático: até o limite
estabelecido, o cliente pode contar que o banco aprovará suas compras.
O limite é concedido mediante análise de crédito, e pode ser ajustado por iniciativa da
instituição, devendo obter prévia anuência do cliente em caso de aumento do limite, e no caso
de redução deve comunicar com 30 dias de antecedência – exceto em caso de deterioração do
perfil de crédito do cliente, estando dispensada a comunicação nesse caso.
Também temos a anuidade, que é a principal cobrança que a instituição emissora realiza (ou
não, se preferir isentar) pela administração do cartão de crédito. Essa anuidade, normalmente, é
cobrada de forma parcelada.
Além da anuidade, existem algumas tarifas que podem ser cobradas pelas instituições emissoras
de cartões de crédito:
• Emissão de 2ª via: cobrada quando o cliente solicita um novo plástico, por perda, roubo
ou danos.
o Atenção: os cartões são emitidos com uma data de expiração, e a emissão de um
novo plástico com nova data não pode ser cobrada.
• Saques: algumas instituições oferecem cartões com limite para saques em dinheiro em
caixas eletrônicos, cobrando tarifas,
• Pagamento de contas: como água, luz ou telefone.
• Avaliação emergencial de crédito: para análise e liberação de crédito adicional caso o
cliente precise ultrapassar o limite de seu cartão.
Anuidade, tarifas, fatura e limite são comuns a todos os cartões de crédito, mas você pode
imaginar (corretamente) que existem várias modalidades diferentes de cartão.
Mas mesmo com essas inúmeras modalidades, a Resolução nº 3.919/2010 do CMN estabelece
os cartões em dois tipos: básicos e diferenciados.
O cartão de crédito básico, como o nome indica, é aquele que possibilita apenas as funções
mais comuns: paramentos de contas, compras ou serviços (além de saques).
Tem mais: o preço da anuidade do cartão básico deve ser o menor preço cobrado pela emissora
entre todos os cartões por ela oferecidos.
Outra coisa importante: esse cartão não pode ser associado a programas de benefícios ou
recompensas (já falaremos sobre esses programas).
O cartão diferenciado pode cobrar anuidades mais altas, oferecer serviços diferenciados e ser
vinculado a programas de recompensa. Só isso.
Esses programas de recompensas normalmente funcionam assim: a cada R$1 (ou dólar) gasto
no cartão, o cliente ganha pontos. Esses pontos podem ser utilizados para adquirir produtos ou
milhas para comprar passagens aéreas.
Para (semi) fechar esse assunto, precisamos conhecer um conceito: o crédito rotativo, nome
dado ao financiamento, pela instituição emissora, de parte da fatura do cartão de crédito, ou
seja, quando o cliente não realiza o pagamento do valor total da fatura e o banco concede um
crédito para que ele faça isso depois.
O cliente, então, faz o pagamento de R$400 (acima do mínimo, ok), e os R$600 que faltaram
serão financiados pelo banco, devendo ser pagos, com juros e encargos, dentro de 30 dias, na
próxima fatura.
E agora sim, para fechar, vejamos o que acontece quando não ocorre sequer o pagamento do
valor mínimo da fatura.
► Bloqueio do cartão
► Juros diários sobre o saldo devedor
► Multa
► Encaminhamento do nome (do CPF, na verdade) aos órgãos de proteção ao crédito
Cartão de
Crédito
Pagamento acima
do mínimo da
Básico Diferenciado Emissão de 2ª via
fatura e abaixo do
total
Avaliação
Não pode ter
Pode ter programa emergencial de
programa de
de recompensas créditoCrédito
recompensas
rotativo
Anuidade mais
barata
2 CHEQUE
O cheque é uma ordem de pagamento à vista. Cada palavra dessa definição é importante.
Bom, este é um cheque, caso você seja de uma geração mais nova (não fique “forçando” a visão,
iremos abordar o que é realmente importante para a prova):
Se você está pensando “Mas professor, tem gente que passa cheques para 90 dias, por que é à
vista?” – eu peço que tenha calma, que chegaremos lá.
Isso significa simplesmente que o cheque é um “pedaço de papel” onde você, titular de uma
conta corrente, declara:
“Querido banco, sabe esse dinheiro na minha conta? Então, pode pegar “X” reais e depositar na
conta que a pessoa cujo nome eu coloquei no cheque indicar.”
Eu disse “geralmente”, acima, porque o cheque pode não conter o nome do beneficiário. Nesse
caso, ele se torna uma ordem de pagamento ao portador, que é quem apresenta o cheque ao
banco depositário.
No Brasil, cheques acima de R$100,00 devem ser nominais, ou seja, não podem ser ao portador.
Agora, imagine-se que você é um favorecido de um cheque. Como você pode receber o
dinheiro?
Quando ocorre a efetivação do depósito ou do saque, dizemos que o cheque compensou. Mas
falaremos mais sobre a compensação adiante.
Por enquanto, tenha em mente que existe um risco de crédito: se o emitente/sacador não tiver
dinheiro disponível na conta para compensar o cheque, o beneficiário/favorecido não recebe
seu dinheiro, e o banco devolve o cheque para ele, que poderá tomar as providências legais
para tentar receber o dinheiro.
Então, o cheque sempre apresenta esse risco, mas há um cheque no qual o risco de crédito é
mínimo, simplesmente porque seu emitente/sacador é bastante confiável: estou falando do
cheque administrativo.
O cheque administrativo é um cheque emitido pelo próprio banco. Portanto, o dinheiro vai sair
da conta do próprio banco, e não do cliente, garantindo assim maior nível de segurança. Você
pode “comprar” um cheque administrativo no seu banco, por exemplo, para fazer um
pagamento de alto valor, e não correr o risco de ficar andando com um monte de dinheiro em
espécie.
O cheque especial foi o nome dado ao limite disponibilizado pelo cliente para compensação
de cheques, mesmo que ele não tenha o saldo inteiro disponível. Imagine que o cliente com
cheque especial emitiu um cheque de R$2.000, mas está com a conta zerada. Se ele tiver limite
suficiente de cheque especial, seu banco compensará o cheque e pagará ao beneficiário,
deixando a conta “negativa”, e, é claro, cobrando juros.
Hoje, naturalmente, o cheque especial é um limite para a conta corrente, e pode ser usado para
compensar cheques ou qualquer outra operação, como compras a débito, pagamento de contas
etc.
O endosso em branco, por outro lado, ocorre quando o beneficiário apenas assina o verso do
cheque, sem indicar o novo beneficiário. Nesse caso, ele se torna uma ordem de pagamento ao
portador.
Ah! Eu fiquei de falar sobre a questão de o cheque ser à vista, mas as pessoas colocarem uma
data para compensação, né?
Acontece que esse costume de escrever no cheque, por exemplo, que ele só pode ser
depositado ou sacada em determinado dia (pré-datar o cheque) é apenas isso – um costume.
Em outras palavras, o favorecido não é obrigado a esperar a data, pois o cheque é uma ordem
de pagamento à vista. Não há qualquer lei ou regulamento que o obrigue. Mas o costume é
bastante forte, e em muitos anos como bancário, nunca vi um beneficiário o desrespeitar.
Ordem de Pré-datar é um
pagamento à vista costume, não regra.
Em branco: ao
portador
Pode endossar o
cheque
Em preto: nomina o
novo beneficiário
Beneficiário Pode depositar em
(favorecido) sua conta
Partes
(banco) Sacado
(banco) Depositário
Menor risco de
crédito
Administrativo
O banco é o emitente
Limite disponibilizado
Especial para o cliente em sua
conta
Operada pela BB
Compe
Regulada pelo BCB
Como as operações com cheques podem envolver mais de um banco, quando sacado e
depositário são diferentes, é preciso que eles “conversem” de alguma forma para fazer acontecer
o pagamento.
Essa “conversa” ocorre por meio de um sistema, uma câmara de compensação, chamado Compe
(Centralizadora de Compensação de Cheques).
A Compe, por envolver diversas instituições financeiras e por ser considerada importante para o
Sistema Financeiro Nacional, é regulada pelo Banco Central do Brasil, mas quem executa (faz
funcionar) o sistema é o Banco do Brasil.
Portanto, como bancos com carteira comercial (múltiplos ou não) e a Caixa Econômica Federal
são obrigados a ter conta Reservas Bancárias, também são obrigados a participar da Compe.
O Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos (CCF) registra clientes que, como o nome
indica, emitem cheques sem fundo.
Seu banco de dados é operado pelo Banco do Brasil, com base nas normas do Banco Central.
Podemos pensar no CCF como um “Serasa ou SPC”, mas apenas sobre cheques.
• o cheque que o cliente emitiu for devolvido pela segunda vez por falta de fundos (motivo
12);
• a conta estiver encerrada na data da compensação (motivo 13);
• pela terceira vez seguida, o cliente emitir cheque de valor menor que R$3,40 sem ter saldo
em conta para honrar (motivo 14).
Se o cheque foi devolvido por outro motivo, o nome do cliente não entra no CCF. Mas o
beneficiário do cheque pode tomar outras medidas para garantir o recebimento do valor,
mesmo que você não esteja no CCF.
Para excluir seu nome do CCF, é preciso que o cliente comprove ao banco responsável pela
inclusão que pagou o cheque. Para comprovar, o cliente pode:
O banco deve entregar um recibo desse pedido de exclusão, e pode cobrar uma tarifa pelo
serviço de exclusão do nome no CCF.
O CDC é um crédito destinado ao consumidor final para a aquisição de bens e serviços. Essa
frase anterior é muito importante, porque é muito recorrente em provas. Então vamos destacar.
Note que esse consumidor final pode ser pessoa física ou jurídica, não há limitação nesse sentido.
Então é simples: você quer comprar determinado bem, digamos, um notebook que custa
R$3.000. Seu banco oferece uma linha de CDC, e oferece o crédito para você pagar em 12 vezes,
com juros 4% ao mês, gerando parcelas de R$319,66. Você fecha o contrato, recebe os R$3.000
e compra o notebook, devendo honrar com as parcelas nos respectivos vencimentos futuros.
Nesse ponto, é importante destacar que o bem não fica, necessariamente, como garantia do
CDC, embora esse possa ser o caso para bens com maior liquidez (mais “fáceis de vender” pela
instituição financeira, em caso de inadimplência e execução), como veículos, sobre os quais a
instituição pode constituir uma alienação fiduciária.
Afinal, o CDC serve também para aquisição de serviços, e como o banco faria para executar a
harmonização facial ou a prótese de silicone que o cliente adquiriu? (é só um exemplo absurdo
para ajudar a lembrar, por favor, não responda)
A instituição deve oferecer a possibilidade de pagamento antecipado das parcelas (ou do saldo
devedor total) com deságio, ou seja, com redução proporcional nos juros. Se você quiser pagar
uma das parcelas antes do vencimento, o banco é obrigado a “tirar os juros” dessa parcela.
Na prática você pagaria pouco menos de R$319,66 se pagasse com alguns dias de antecedência
em relação ao vencimento, ou pagaria muito menos do que isso se adiantasse, digamos, a última
parcela.
Além disso, por ser considerada uma operação financeira, incide IOF (imposto sobre
operações financeiras) sobre o CDC, normalmente pago com parte dos próprios recursos
liberados.
destinado ao
consumidor final
para aquisição de
bens ou serviços.
Incide
IOF
4 CRÉDITO RURAL
O crédito rural é um tipo de crédito concedido pelos bancos especificamente para atividades
como agricultura, pecuária, pesca, entre outras.
Dada a importância do setor do ponto de vista social e também para a dinâmica da economia
brasileira, essa modalidade conta com prazos e taxas de juros especiais. De forma mais técnica,
temos a definição legal (Lei nº 4.829/1965, que “Institucionaliza o crédito rural”):
CRÉDITO RURAL
Suprimento de recursos financeiros por entidades públicas e estabelecimentos
de crédito particulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para aplicação
exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação
em vigor
A mesma lei institui o sistema nacional de crédito rural, do qual participam o Banco Central (como
“órgão de controle”), o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia, o Banco do Nordeste e outras
instituições financeiras autorizadas a operar com crédito rural pelo Banco Central.
1. Custeio: para arcar com despesas comuns da produção rural, em um ciclo produtivo.
a. O custeio pode ser agrícola e/ou pecuário.
b. Exemplo: o tomador do crédito pode utilizar o crédito para aquisição antecipada
de insumos.
2. Comercialização: para cobrir despesas “pós-produção”, incluindo custos de transporte e
armazenagem.
3. Investimento: aquisição de bens ou serviços, geradores de benefícios duráveis ou
contínuos, como máquinas, tecnologias e equipamentos.
Título Garantia
Cédula Rural Pignoratícia (CRP) ► Penhor
Cédula Rural Hipotecária (CRH) ► Hipoteca
Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária (CRPH) ► Penhor e Hipoteca
Nota de Crédito Rural (NCR) ► Sem garantia real
Cédula de Crédito Rural Bancário (CCB) ► Com ou sem garantia real ou pessoal
Em caso de impossibilidade de outros
Contrato ►
instrumentos
Tanto o pagamento quanto a liberação dos recursos podem ocorrer de forma única ou
parcelada, podendo as parcelas serem escalonadas.
Nesta parte, falaremos sobre três programas relacionados ao crédito rural que podem ser
abordados em questões na prova.
É custeado por recursos alocados pela União e provenientes de contribuição que o produtor
rural paga (chamada adicional ou prêmio do Proagro), bem como das receitas obtidas com a
aplicação do adicional recolhido.
Ele é administrado pelo BCB e regulamentado pelo CMN, enquanto as instituições financeiras
(bancos e cooperativas de crédito) são os agentes do programa.
Note, portanto, que o Proagro não é um financiamento, mas uma espécie de seguro para o
crédito rural.
O Pronaf, por sua vez é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (lembre-
se dessa parte), e consiste em financiamento para custeio e investimentos em implantação,
ampliação ou modernização da estrutura de produção, beneficiamento, industrialização e de
serviços no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais próximas.
Seus objetivos são a (1) geração de renda e a (2) melhora do uso da mão de obra familiar.
Por fim, o Pronamp é o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural, e proporciona
financiamento para custeio e investimentos dos médios produtores rurais em atividades
agropecuárias.
Aqui, você deve se lembrar das submodalidades de custeio que vimos há pouco, pois o Pronamp
possui duas versões: Pronamp investimento e Pronamp custeio.
5 CONSÓRCIO
O consórcio é uma reunião de pessoas para aquisição de bens por meio de autofinanciamento.
Imagine que eu e você queremos comprar uma Playstation 5, que custa R$5.000. Mas acontece
que cada um de nós só tem a metade desse valor hoje, e coincidentemente no mês que vem
cada um de nós terá a outra metade.
Então você tem a ótima ideia de juntarmos nosso dinheiro atual, comprando um Playstation 5
agora mesmo! No mês que vem, a gente faz a mesma coisa e compra outro videogame. Quem
vai ficar com o primeiro videogame? Ora, podemos sortear.
Perceba que assim é melhor: sem nosso combinado, os dois esperariam um mês para comprar
o videogame, e com nosso acordo apenas um precisará esperar, e o outro poderá desfrutar
agora mesmo!
Deixando as coisas um pouco mais técnicas, pois o consórcio é cheio de termos técnicos, quem
participa de um consórcio participa, na verdade, de um grupo de consórcio, do qual adquire
uma ou mais cotas.
Esse grupo é constituído e organizado por uma Administradora de Consórcios, instituição não
financeira autorizada a funcionar pelo BCB.
Nesse grupo, é definido um bem de referência, que serve para determinar o valor das parcelas
que serão pagas pelos consorciados e o valor que eles poderão obter caso sejam contemplados
e obtenham a carta de crédito.
Com a carta de crédito, cujo valor é determinado pelo bem de referência, o consorciado pode
adquirir qualquer bem ou serviço da categoria definida. Ou seja, em um consórcio de
automóveis, mesmo que o bem de referência seja um “Chevrolet Camaro”, o consorciado pode
adquirir outro automóvel, observadas as regras do contrato, que pode prever limitação para
bens com muito tempo de uso do bem (exemplo: apenas carros fabricados há no máximo 5
anos).
A contemplação pode ocorrer de duas formas: sorteio ou lance, que ocorrem em assembleias,
normalmente realizadas mensalmente.
Sobre o sorteio, quando você adquire uma cota, ela vem com um número. Algumas
administradoras utilizam o sorteio da Loteria Federal, e outras promovem seus próprios sorteios
em assembleias transmitidas ao vivo ou acompanhadas presencialmente pelos consorciados.
Para compreender o lance, precisamos entender um pouco melhor sobre as partes que
compõem a contribuição paga pelos consorciados.
A parcela paga pelos consorciados é dividida em três partes, ou seja, cada parcela paga tem seu
valor destinado a três finalidades:
• Fundo comum: é a parte que vai para a aquisição dos bens, ou seja, para a contemplação
e fornecimento das cartas de crédito.
• Fundo de reserva: é a parte que vai para cobrir eventuais inadimplências de consorciados
ou outras despesas de responsabilidade do grupo, como seguros.
• Taxa de administração: é a parte que remunera a administradora de consórcios pela
organização dos grupos.
Por exemplo: se no mês de agosto, durante a assembleia, verificou-se que havia R$50.000 no
fundo comum. Após a realização do sorteio e pagamento da carta de crédito de R$30.000,
sobraram R$20.000. Observa-se que três consorciados deram lances de R$15.000, R$12.000 e
R$7.000. Ora, com o Lance de R$15.000 é possível pagar mais uma carta de R$30.000,
contemplando por lance o consorciado que deu o maior lance.
O lance pago, naturalmente, é abatido no valor das parcelas a vencer, reduzindo o valor a pagar
pelo consorciado.
Uma vez contemplado e com a carta de crédito “em mãos”, o consorciado pode adquirir o bem,
que normalmente fica como garantia de forma a proteger o interesse dos demais consorciados.
Por fim, cabe observamos que é possível, para o consorciado contemplado, receber o valor da
carta de crédito em dinheiro, desde que a cota esteja 100% paga (quitada), após 180 dias do
pagamento integral. Afinal, nesse caso, não há mais riscos para o grupo.
Essa regra de 180 dias para receber o valor em dinheiro foi relaxada durante a
pandemia de Covid-19, quando o Banco Central permitiu o pagamento do
crédito em espécie ou por meio de crédito em conta de depósitos ou em conta
de pagamento de titularidade dos consorciados que, até 31 de dezembro de
2020, tivessem sido contemplados e ainda não tivessem utilizado o crédito para
aquisição de bens ou serviços, mediante a quitação total das obrigações com o
grupo e com a administradora.
Contudo, o normativo não está mais vigor.
Por fim, é importante observar que é possível, para o consorciado, desistir do consórcio.
Após esse prazo, o participante que não tenha sido contemplado, pode desistir do contrato se
manifestar, passando a ser considerado consorciado excluído. Nesse caso, poderá haver
cobrança de multa pelos prejuízos causados ao grupo e à administradora, e ele poderá ter de
esperar ser sorteado para reaver os valores pagos.
Consórcios
Administradora de
Consórcios:
BCB
instituição não
financeira
Bem de referência:
Em até 7 dias:
determina a Sorteio: prioridade
recebe devolução
categoria e o valor na assembleia
imediata.
das contribuições
6 LEASING
O princípio básico da operação de Leasing – também chamada de arrendamento mercantil – é
que o lucro vem da utilização de um bem, e não se sua propriedade.
Isso significa que uma empresa não precisa ser dona de máquinas, veículos ou até mesmo
instalações. Ela precisa apenas poder utilizar essas máquinas, veículos e instalações.
Quem faz esse tipo de operação (leasing) são as Sociedades de Arrendamento Mercantil
(SAM), que devem ter em sua denominação a expressão “Arrendamento Mercantil”, além de se
constituírem sob a forma de sociedade anônima.
Mas professor, meu banco também oferece leasing! Ele não é uma Sociedade de Arrendamento
Mercantil, ou é?
Bancos não são empresas de leasing, mas costumam ter, em seu conglomerado, uma SAM. É
por isso que grandes bancos oferecem esse tipo de operação para seus clientes.
Agora tornando as coisas um pouco mais técnicas, há três principais tipos de leasing:
Vale observar que o leasing financeiro é o mais praticado, o mais comum. Sendo assim,
normalmente, quando aparecer na questão apenas “leasing”, a banca estará se referindo ao
leasing financeiro.
Por exemplo: se minha empresa, a Natale Materiais de Construção vende produtos para um certo
recém-aprovado no concurso (você), no total de R$50.000, e com o prazo de 90 dias, eu
basicamente tenho o direito de receber R$50.000 de você dentro de três meses. Para formalizar
esse meu direito, faço você assinar uma nota promissória.
Então, eu posso levar essa nota promissória ao Banco do Brasil, onde minha empresa tem conta,
e dizer: “Ei gerente do banco, estou aqui com uma promissória, e gostaria de descontá-la!”. O
banco topa, e me dá algo como uns R$44.000. Daí o nome “desconto”, pois o valor que recebo
é inferior ao valor nominal da nota promissória, afinal, o banco não é bobo.
Dentro de 90 dias, mesmo se você não me pagar, eu ainda preciso pagar os R$50.000 ao banco,
pois sou responsável pelo pagamento.
E no meio do exemplo expliquei o que é uma nota promissória, mas em descontos bancários o
mais comum são as duplicatas.
DUPLICATAS
O desconto de títulos é uma prática bastante comum para empresas que vendem a prazo, e as
taxas cobradas pelos bancos dependem do prazo e, principalmente, de quem é sacado (o
devedor original). Afinal, se eu tiver uma duplicata cujo sacado (devedor) é uma empresa com
bom histórico, o banco tende a aceitar cobrar juros menores.
Uma frase resume bem esse produto: “a conta garantida é o cheque especial das empresas”.
Se você sabe o que é cheque especial, já entendeu basicamente tudo. Se não sabe, vou explicar.
Conta garantida consiste em uma linha de crédito aberta, pelo banco, diretamente na conta
corrente de uma empresa. Dessa forma, a empresa passa a ter determinado limite, pronto para
ser utilizado sempre que ela precisar.
Então, se a Natale Materiais de Construção estiver com saldo zerado na conta, mas tiver uma
conta garantida de R$10.000, eu posso utilizar esse valor como eu quiser, quanto eu quiser.
Posso fazer um Pix para meu fornecedor, ou então pagar a conta de luz da loja.
Ao utilizar a conta garantida, o saldo fica devedor, e depósitos na própria conta corrente reduzem
o saldo devedor.
Claro que precisarei pagar juros calculados sobre o valor utilizado e o prazo de utilização e que,
no caso dessa modalidade de crédito (como no cheque especial), costumam ser juros bem altos,
tornando uma linha de crédito adequada apenas para necessidades pontuais de caixa.
O termo “capital de giro” – com minúscula e não restrito ao mercado financeiro – é como
chamamos o dinheiro necessária para as empresas tocarem o “dia a dia” de seus negócios. Ou
seja, é o dinheiro para comprar produtos para revender, para pagar as contas de energia e água,
funcionários, etc. Não inclui dinheiro para grandes aquisições pontuais, como uma nova sede,
reforma do galpão, um novo projeto.
Sendo assim, o Capital de Giro é a operação de crédito tradicional a qual as empresas podem
recorrer. Assim como num empréstimo para pessoa física, existe um contrato, prazos, parcelas,
taxas e valores previamente acordados entre o banco e o cliente (pessoa jurídica).
Normalmente, é uma operação de curto ou médio prazo (até 6 meses), mas podem envolver
prazos mais longos.
Os juros cobrados dependem do prazo e das garantias, bem como de “reciprocidades”, que é
como os bancos chamam as contrapartidas dadas pelo cliente bancário na forma de outros
produtos.
Diferente do Capital de Giro, os financiamentos de Capital Fixo são voltados para aquisição de
ativos (como máquinas ou equipamentos) ou para consecução de grandes projetos da empresa.
Ou seja, envolvem valores relativamente mais altos.
Por esse motivo, também costumam envolver prazos bem mais longos e serem precedidos de
cuidadosas análises por parte do banco concedente. E por falar em banco, caso você não se
lembre, os Bancos de Investimento atuam principalmente nessa modalidade.
Hot money é como chamamos operações de empréstimos de curto ou curtíssimo prazos, para
necessidades recorrentes de caixas das empresas.
E quando falamos em curtíssimo prazo, quer dizer que essas operações de hot money têm
vencimento mínimo de um dia útil; a empresa pega o dinheiro em um dia, e paga no outro. Não
há prazo máximo legalmente definido, mas costuma ficar entre 15 e 30 dias.
Dada essa dinâmica de prazo bastante curto, os juros cobrados têm como referência a taxa do
mercado interfinanceiro (CDI), que é a taxa praticada pelos bancos em operações que realizam
diariamente entre si.
Obviamente, é acrescido ao CDI uma taxa de spread bastante considerável, tornando uma
modalidade de crédito relativamente cara para o tomador.
Por outro lado, por ser baseado em uma taxa bastante dinâmica, o hot money tem a vantagem
de ter seu custo, em termos de juros, reavaliado com bastante rapidez: se os juros subirem, a
taxa sobe rapidamente, se caírem, idem.
Como é uma operação de crédito, incide IOF (imposto sobre operações financeiras).
Começamos pelo vendor, que é operação para financiar vendas (daí o nome) baseada na cessão
do crédito que a empresa vendedora tem junto ao seu cliente. Ou seja, a empresa vende seu
produto a prazo, mas recebe o pagamento à vista do banco, que cobrará juros, é claro.
Normalmente, a empresa que faz um vendor, só o faz para clientes tradicionais, de confiança –
pois ela estará assumindo um risco junto ao banco: se o cliente não pagar, a empresa vendedora
precisará pagar o banco de qualquer forma.
Mas a empresa vendedora não poderia, ela mesma, financiar o cliente? Ou seja, ela não poderia
simplesmente vender para o cliente e ir recebendo as parcelas? Bem, existem dois motivos
principais pelos quais o vendor é uma opção melhor:
E qual é a vantagem para o cliente? Ele terá maior facilidade para conseguir o crédito, pois a
empresa vendedora estará dando uma espécie de garantia ao banco: “esse meu cliente é muito
bom, e se ele não pagar, você sabe que também sou bom cliente!”. Isso também pode significar
juros menores do que em outras modalidades de financiamento.
Essa também a vantagem para o banco: ele passa a ter “dois pagadores”, o comprador (principal
responsável) e o vendedor, garantindo a operação.
O compror é bem parecido com o vendor. A diferença é que a empresa que atua como
avalista/fiador junto ao banco é o comprador.
Normalmente, serve para empresas menores que têm como clientes grandes empresas, pois
estas (as grandes empresas) são sinônimos de bons pagadores para os bancos.
E só fechar o assunto: como são operações de crédito, incide IOF no compror e no vendor.
Para expandir a capacidade exportadora das empresas brasileiras, o BNDES atua em duas
frentes:
A intenção é melhorar as condições das empresas brasileiras para competir com os concorrentes
estrangeiros, com condições de financiamento compatíveis com as oferecidas no mercado
internacional. Todos os recursos são desembolsados no Brasil, em reais, para os exportadores
brasileiros, tanto na modalidade pré-embarque como na pós-embarque.
Nas operações pós-embarque, por sua vez, o valor desembolsado pelo BNDES ao exportador
brasileiro é uma antecipação do pagamento feito pelo importador, que pode ser uma empresa
estrangeira ou um país. Portanto, é o importador que assume a dívida e paga, em moeda forte,
ao BNDES. Ou seja: não há saída de recursos do Brasil. É o que acontece, por exemplo, na venda
de aviões para companhias aéreas estrangeiras ou na exportação de serviços de engenharia para
obras de infraestrutura no exterior.
8 INVESTIMENTOS
Investimento pode ser definido como a aplicação de determinado capital com expectativa de
obtenção de retorno.
Ao longo do curso, falamos de diversos investimentos – como ações e debêntures –, então aqui
iremos cobrir aqueles que ainda faltam e, claro, que costumam cair em questões.
Começando pelos depósitos a prazo, que são depósitos realizados em instituições financeiras
que geram rendimentos, ou seja, a instituição faz, para o depositante, depósitos de juros.
Eles são representados por títulos, que contém informações sobre o investimento e representam
os direitos que o cliente possui, incluindo os juros e prazos pactuados.
▶ Certificado de Depósito Bancário (CDB): é um título de renda fixa – emitido por bancos
comerciais, bancos de investimentos ou bancos múltiplos – adquirido por pessoas físicas
ou jurídicas.
o Rentabilidade:
▪ Pré-fixada (exemplo, 7% ao ano)
▪ Pós-fixada: normalmente, tem por referência o CDI (taxa de depósitos
interbancários).
o O CDB:
▪ Pode ser negociado no mercado secundário;
▪ Pode ser resgatado antecipadamente, caso a instituição concorde;
▪ Normalmente é repassado para agentes tomadores de empréstimos em
diversas modalidades.
▶ Recibo de Depósito Bancário (RDB): parecido com o CDB, costuma ser emitido por
Cooperativas de Crédito e Bancos de Investimento e não é negociável ou transferível.
Ou seja, não há possibilidade de resgate antecipado (antes do vencimento) ou mercado
secundário.
▶ Letra de Câmbio (LC): embora o nome insinue, não tem relação com moeda estrangeira.
A Letra de Câmbio é um título de crédito utilizado pelas Sociedades de Crédito,
Financiamento e Investimento (as Financeiras), destinado à captação de recursos para
realização de financiamento de operações de crédito.
Tanto sobre o CDB quanto sobre o RDB e a Letra de Câmbio, há incidência de Imposto de Renda,
conforme a tabela regressiva a seguir:
▶ Letras de Crédito Imobiliário (LCI): título de renda fixa emitido por diversos tipos de
instituições financeiras (incluindo bancos comerciais, bancos com carteira de crédito
imobiliário, companhias hipotecárias e associações de poupança e empréstimo).
o Possui lastro em operações de crédito imobiliário com garantia real (hipoteca ou
por alienação fiduciária)
o Os recursos captados devem ser aplicados, pela instituição, em financiamentos do
setor imobiliário.
o Os rendimentos de aplicações em LCI são isentos de IR.
▶ Letras de Crédito do Agronegócio (LCA): semelhante à LCI, a diferença é que na LCA os
recursos são direcionados para financiamento do Agronegócio.
o Os rendimentos de aplicações em LCA (também) são isentos de IR.
CDB, RDB, LCI, LCA e LCs são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito.
8.2 Poupança
A caderneta de poupança é uma aplicação que está no meio do caminho entre os depósitos à
vista (ativos de livre movimentação e que não rendem juros) e os depósitos a prazo (ativos com
prazo determinado para resgate que rendem juros).
Afinal, a poupança possui livre movimentação e rende juros, desde que o depósito seja mantido
por pelo menos 30 dias.
Trata-se de um investimento de baixo risco e renda fixa, além de ser coberto pelo Fundo
Garantidor de Crédito (FGC).
FGC
A poupança faz parte do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), cuja finalidade
primordial é proporcionar o financiamento imobiliário, por isso, grande parte dos depósitos
captados em cadernetas de poupança devem ser direcionados, obrigatoriamente, para créditos
ao setor imobiliário.
O processo para abertura de uma caderneta de poupança é bem simples, tanto para pessoa
física quanto para pessoa jurídica.
Outra explicação para a poupança ser tão popular é o fato de ser isenta de impostos para
pessoas físicas, incidindo IRPJ sobre o rendimento para pessoas jurídicas. Ou seja, pessoa
jurídica não é isenta de imposto de renda na poupança.
Mas o que realmente as bancas gostam de cobrar são as regras de remuneração da poupança.
Para começar, rendimento da poupança é a cada 30 dias, exceto para pessoas jurídicas com
fins lucrativos, caso no qual o rendimento é a cada 90 dias.
Sendo assim, caso você faça um depósito no dia 11 de agosto de 2021, receberá os rendimentos
no dia 11 de setembro de 2021, no chamado aniversário da poupança. Saques realizados antes
desse “aniversário mensal” não recebem a rentabilidade correspondente ao período.
30 dias 90 dias
Em relação aos juros que são pagos ao depositante, depende da taxa Selic.
▶ Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a poupança paga 0,5% ao mês + TR.
▶ Se a Selic for igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança paga 70% da Selic + TR.
TR
A Taxa Referencial foi criada nos anos 1990 com o objetivo de controlar a inflação
e desindexar a economia.
Atualmente, a TR é utilizada como parte da indexação de ativos como, por
exemplo, FGTS, poupança e títulos de capitalização.
Desde 2018, seu valor é 0,00%. Isso mesmo: a TR está zerada há alguns anos...
Pode ser importante esclarecermos que essa regra de remuneração foi implementada em maio
de 2012, e para depósitos anteriores a essa data continua valendo a regra antiga: 0,5% + TR,
independentemente da Selic.
Agora, nos concentraremos na parte que é composta pelo Conselho Nacional de Seguros
Privados (CNSP), Superintendência de Seguros Privados (Susep) e as operadoras: o Sistema
Nacional de Seguros Privados:
Portanto, o SNSP também é formado por um órgão normativo (CNSP), uma entidade supervisora
(Susep), que juntos compõem o subsistema normativo, e pelas instituições que atuam nos
mercados de seguros/resseguros (seguros de cobertura de risco), previdência aberta e
capitalização.
Mas como falaremos mais sobre esses produtos adiante, vamos nos concentrar nos
normatizadores, colocando uma lupa sobre eles.
O CNSP é o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados,
previdência privada aberta e sociedades de capitalização, e possui uma série de competências
legalmente determinadas, das quais se destacam:
Às vezes, as bancas também gostam de cobrar a composição do CNSP, então saiba que ele é
integrado pelos seguintes 6 membros:
A Susep é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia, que atua como executora
da política traçada pelo CNSP.
9.1 Seguros
Os seguros dos quais falamos aqui são os chamamos seguros de cobertura de riscos, ou
simplesmente seguros de risco, uma vez, em um sentido mais amplo, a palavra “seguros”
engloba também atividades de acumulação de recursos com objetivos diversos, como a
previdência.
Esclarecido esse ponto, os seguros consistem em proteção individual contra riscos por meio da
coletivização desses riscos.
O mercado de seguros também é cheio de termos próprios, então preste atenção aos termos
destacados nos parágrafos a seguir, pois eles são os mais importantes.
SOCIEDADES SEGURADORAS
São remuneradas com parte dos prêmios pagos pelos segurados, enquanto
outra parte é separada no chamado fundo de reserva técnica, sendo investida
para garantir a cobertura das indenizações.
Agora, para apresentar um outro conceito, convido a imaginar a seguinte situação: você fecha
um seguro para seu Chevette 1987 pelo prazo de um ano, fazendo o pagamento do prêmio.
Depois de poucos meses, você é aprovado no concurso e decide que é hora de trocar de carro.
Mas e agora? Você já pagou o seguro!
Sem problemas: o contrato pode ser ajustado, inclusive trocando o objeto coberto (pelo novo
carro, nesse caso), mediante o endosso. Portanto, o endosso consiste na alteração, mediante
1
Também podem ser “Cooperativas” (em vez de S.A.), mas nesse caso poderão operar apenas com seguros
agrícolas, de saúde e de acidentes do trabalho.
concordância das partes, do contrato durante sua vigência, podendo ajustar o valor do prêmio,
valor de cobertura, entre outros, incluindo o valor da franquia.
A franquia é um mecanismo utilizado pelas seguradoras para evitar o chamado risco moral. Em
outras palavras, é para evitar que o segurado adote um comportamento irresponsável depois de
fechar o contrato.
Para isso, uma parte do sinistro é coberta pelo segurado. Portanto, uma cobertura de R$50.000,
por exemplo, pode incluir uma franquia a ser paga pelo segurado em caso de sinistro de
R$2.500. Isso tende a preservar o comportamento responsável, ao menos em parte.
E por falar em comportamento, o seguro deve ser fechado com base em informações
transparentes de ambas as partes. Então, se o segurado omitir algo relevante, a seguradora pode
se recusar a cobrir o sinistro.
Além disso, os seguros podem ser individuais ou em grupo. Os individuais são contratados por
uma pessoa ou família. Já os seguros em grupo são contratados por empresas, organizações,
associações profissionais ou de classe, entre outros.
A maioria dos seguros que você contrata são opcionais, no entanto, alguns são obrigatórios em
determinadas circunstâncias, como o Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), o e o Seguro
Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).
E para garantir que você vai ler, adianto que teremos questão sobre isso (na aula, pelo menos.
Na prova? Quem sabe?).
Contudo, isso significa que precisamos, antes, compreender o que é uma previdência, e o que
significa ser complementar e aberta.
Para começar, podemos definir previdência de forma geral no nosso contexto de aula.
PREVIDÊNCIA
Reserva financeira realizada no presente para suprir uma necessidade futura
prevista.
Note que é diferente do seguro, pois a reserva é constituída para fazer frente a algo previsto, e
não para cobrir um eventual risco.
Mas não temos certeza de que bateremos o carro ou que uma ventania vai arrancar as telhas de
casa. Portanto, são riscos, cobertos por seguro.
Por outro lado, temos certeza de que iremos envelhecer ou falecer (não tem outra opção), então
para esses eventos se aplica a previdência.
E a subsistência diante da perda da capacidade de trabalhar, seja por velhice ou outro motivo
qualquer, é algo bastante sério e, portanto, a previdência é tratada detalhadamente pela
legislação brasileira, na própria Constituição Federal.
A Constituição Federal (CF) de 1988 dedica um capítulo inteiro para a Seguridade Social, e a
define em seu Artigo 194 da seguinte forma (com grifos meus):
CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Note, portanto, que a previdência social é um dos três elementos da seguridade social, que
também contempla a saúde e a assistência social.
Contudo, enquanto a saúde é definida como um dever do estado e a assistência social é prestada
a quem dela precisar, a previdência exige contribuições para filiação ao sistema.
O artigo 194 da CF determina, ainda, que compete ao poder público organizar a seguridade
social.
Adiante, no artigo 195 (em sua redação original), define-se que a seguridade social será
financiada por toda a sociedade, “mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
Entretanto, além do regime geral de previdência social (RGPS), a CF/88 comporta os regimes
próprios (RPPS) e complementares (RC).
Enquanto o RGPS atende à população em gral, os RPPSs podem ser organizados, em benefício
de seus servidores, por cada ente da Federação: a União, os Estados e os Municípios. Em outras
palavras, os regimes próprios são para os servidores públicos municipais, estaduais ou federais.
Há pouco, escrevi que os entes podem organizar regimes próprios para seus servidores, e isso
significa que se trata de algo facultativo. O município pode implementar um regime próprio para
seus servidores, ou pode se vincular ao regime geral.
Por fim, e aí as coisas ficam muito importantes para nós, a CF/88 determina que a Previdência
Complementar é um regime privado, “organizado de forma autônoma em relação ao regime
geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que
garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.”
Note, portanto, que enquanto o Regime Geral é organizado pelo Instituto (público) Nacional de
Seguro Social (INSS) e os regimes próprios são organizados por Estados ou Municípios, a
previdência complementar é operada por entidades privadas, mesmo no caso de previdência
complementar para servidores públicos.
A previdência complementar pode ser fechada ou aberta, sendo que estas aceitam qualquer
pessoa física, enquanto aquelas são restritas a determinados grupos.
Seguridade
Social
Previdência Assistência
Saúde
Social Social
Regimes Previdência
Regime Geral
Próprios Complementar
(RGPS)
(RPPS) (PC)
Como vimos, o RPC é composto por dois segmentos: o aberto, operado pelas Entidades Abertas
de Previdência Complementar – EAPC e Seguradoras do ramo Vida, e o fechado, operado pelas
Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC.
Cada segmento possui suas especificidades e características próprias, mas antes de falarmos
delas, cabe mais uma explicação.
A Previdência Complementar Fechada, como você pode ver no subtítulo, também é chamada
de fundo de pensão, sendo exclusiva para determinado grupo, como funcionários de uma
empresa, por exemplo.
As EFPC devem ser constituídas na forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos.
Dessa forma, as taxas cobradas devem cobrir apenas os custos e despesas incorridos.
Na previdência fechada, ocorre o chamado patrocínio, que consiste em depósitos de valor até
igual ao valor depositado pelo beneficiário.
Por exemplo: no fundo de pensão aqui do Banco Central, para cada depósito mensal que eu
faço, o BC, na figura de patrocinador, faz um depósito de igual valor, até determinado limite, é
claro.
Esses depósitos (do participante e do patrocinador) vão sendo acumulados ao longo de tempo
e investidos conforme regras específicas, compondo a reserva à qual o participante terá acesso
quando cumpridos os requisitos.
A gente entra agora na parte sobre previdência que as bancas mais gostam de cobrar. Ou
melhor, antes a gente esquematiza o que acabamos de ver, né?
ABERTA FECHADA
fundo de pensão
Operador EAPC EFPC
Natureza jurídica Sociedade Anônima Fundação ou Sociedade Civil
Fins lucrativos SIM NÃO
Ambos são planos que possibilitam a acumulação de recursos durante determinado período
para proporcionar uma renda futura, que poderá ser resgatada de uma só vez ou recebida em
parcelas (como uma aposentadoria).
A forma como os recursos serão investidos pela entidade de previdência também pode ser
definida pelo contratante do plano, existindo diversos perfis de investimento, sem qualquer
garantia de rendimento mínimo em qualquer caso.
Mas o que realmente importa (e cai bastante em prova) são as diferenças entre PGBL e VGBL.
O PGBL tem como principal benefício a possibilidade de ter suas contribuições abatidas do
imposto de renda, em até 12% da renda bruta tributável.
Para tanto, é preciso ser contribuinte do regime geral da previdência e optar pela declaração
completa de imposto de renda.
A conclusão a seguir é muito importante: o PGBL é mais vantajoso para quem faz a declaração
completa do Imposto de Renda, e mais vantajoso quanto maior o prazo do investimento.
No VGBL, por outro lado, incide Imposto de Renda (IR) sobre os valores investidos
periodicamente.
Por outro lado, não incide o imposto sobre o resgate ou sobre o pagamento parcelado do
benefício, apenas sobre o rendimento obtido, aplicando-se a mesma tabela regressiva que vimos
há pouco.
Assim, de forma geral, o VGBL é mais vantajoso para quem faz a Declaração Simplificada do
Imposto de Renda, ou quem possui renda baixa e é isento do imposto.
E por que chama “Vida Gerador de Benefício Livre”? Porque ele inclui, necessariamente, um
seguro de vida. Só por isso.
Os títulos de capitalização ficaram muito populares no Brasil depois de 1994, quando a inflação
foi controlada, e o motivo já vai ficar claro para você, ajudando a lembrar de uma de suas
principais características.
Trata-se, muito objetivamente, de uma aplicação em que o subscritor (quem compra o título)
paga prestações, ganhando o direito de concorrer a prêmios e, ao final do prazo estipulado,
recuperar o valor investido (parcial ou totalmente), corrigido com juros.
Na verdade, as prestações podem ser de dois tipos: única ou continuada, sendo que a
continuada pode ser mensal ou proporcional. Organizando e explicando:
Única
Valor é pago uma única vez.
Mensal
Tipos de prestações pagamentos mensais durante
toda a vigência do título.
Continuada
Proporcional
pagamentos apenas durante
parte da vigência
Por exemplo: em um título com vigência em 60 meses, se as prestações são previstas para
pagamento em 24 meses, constituindo diferença entre o prazo de vigência e o prazo de
pagamento, teremos um título com prestações proporcionais.
Exemplos famosos no Brasil são a Tele Sena, o Carnê do Baú e os títulos oferecidos pelos grandes
bancos, como o Amazônia Cap Verde (do Basa). Mas cuidado! Não importa se é o Silvio Santos
ou o gerente do banco quem está oferecendo: de acordo com a Susep, quem emite,
comercializa e administra os títulos de capitalização são apenas as Sociedades de
Capitalização.
Sendo assim, a cada R$100 que o subscritor paga, uma parte vai para um fundo que formará o
valor a ser resgatado com correção (quota de capitalização), outra parte vai para pagar as
despesas e o lucro da Sociedade de capitalização (quota de carregamento) e, por fim, outra parte
serve para custear os prêmios sorteados (quota de sorteio).
Observe que apenas a quota de capitalização forma o valor que o subscritor poderá reaver ao
final da vigência. Usando o exemplo de R$100 em pagamento único, se a quota de capitalização
for de 70%, esses R$70 serão investidos pela Sociedade de Capitalização durante o prazo de
vigência de, digamos, 5 anos. Ao final de 5 anos, com 10% ao ano, os R$70 teriam virado
R$102,49.
No nosso exemplo, o subscritor consegue reaver o valor pago com alguns juros, mas note que
até a poupança (cá entre nós, um investimento bem ruim) teria proporcionado um rendimento
melhor, sem falar na perda para a inflação...
Por isso, é correto dizer que o principal atrativo dos títulos de capitalização é mesmo os prêmios
sorteados.
Nesse caso, temos o resgate antecipado, que pode ser realizado desde que cumprido o prazo
de carência, que não pode ser superior a 24 meses, nem pode ser superior ao prazo de vigência.
Assim, se a vigência for de 6 meses, o prazo máximo para carência é também de 6 meses.
Para começar, eles são considerados títulos de crédito. E como tais podem ser negociados
livremente pelo subscritor, mediante comunicação formal (por escrito) à sociedade de
capitalização. Então, se você comprar um título e quiser vender para mim, tudo bem, desde que
você comunique.
Para fechar esse assunto, vamos conhecer as modalidades de títulos de capitalização previstas
nas normas do CNSP:
▶ Tradicional
o títulos básicos que restituem ao titular, ao término da vigência, no mínimo, o valor
nominal total dos pagamentos efetuados, desde que todos os pagamentos tenham
sido realizados nas datas programadas.
o não há obrigatoriedade de sorteios de prêmios ou bônus.
▶ Popular
o títulos cujo principal objetivo está na realização de premiações.
o restitui valor inferior ao total pago, devendo constar essa informação
expressamente.
▶ Incentivo
o vinculado à evento promocional de entidade promotora, dando direito apenas a
sorteios (sem resgate de valor pago).
o exemplos são promoções de shoppings (entidades promotoras) em datas especiais
(Dia dos Pais, Dia das Mães, Natal).
▶ Compra-programada
o destinada à aquisição de determinado bem ou serviço previamente estipulado.
▶ Instrumento de Garantia
o utilizado exclusivamente para assegurar o cumprimento de obrigação assumida em
contrato principal pelo titular perante terceiro.
o é comum para servir como garantia de contratos de aluguel, em substituição à
figura do fiador. O locador paga um título de capitalização correspondente a alguns
meses de aluguel, dando-o como garantia ao locatário. Caso não realize o
pagamento do aluguel, o valor é pago ao locatário, mas se a obrigação for
cumprida, o locador (subscritor) recebe o valor pago.
o pode incluir sorteios de prêmios, ainda que não seja o propósito principal.
▶ Filantropia Premiável
o O valor de resgate pode ser convertido (doado) para entidade beneficente, desde
que expressamente solicitado pelo subscritor.
Capitalização
Sociedades de
Susep
Capitalização
normatização,
Autorizadas pela
autorização,
Susep
supervisão.
Constituídas
como S.A.
Títulos de Resgate
Prestações Quotas
capitalização Antecipado
Até ½ (metade)
Tradicional Única de Capitalização do prazo de
vigência: 90%
Entre ½ do prazo
de
Popular Mensal e ¾ do prazo de
Carregamento
vigência: 95%
A partir ¾ do
Incentivo Proporcional de Sorteio prazo de
vigência: 100%
Compra-
programada
Instrumento de
Garantia
Filantropia
Premiável
Mas isso não significa que você deve ignorá-los: são tópicos simples e curtos, que valem a leitura.
Eduardo Fortuna condensa com precisão este item (e é a fonte do próprio edital):
Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro Produtos e Serviços. (p. 155). Qualitymark Editora. Edição do Kindle.
Tributos incluem impostos, taxas, contribuições e tarifas públicas (o que torna o edital meio
redundante).
É comum que bancos prestem o serviço de arrecadação de impostos (e afins) para o setor
público, firmando acordos ou convênios para tanto.
Na prática, significa que você pode usar o banco e sua rede de atendimento (agências, internet
banking, caixas eletrônicos etc.) para pagar impostos, e isso costuma ser acordado de forma a
oferecer vantagens para todas as partes: governo, banco e contribuinte (quem paga o tributo).
Para o governo, significa menores custos operacionais e maior segurança em relação ao que
ocorreria se ele mesmo recolhesse os tributos
Para o banco, por fim, ajuda na atração de novos clientes e ainda permite algum ganho com os
valores arrecadados com tarifas antes do repasse ao governo.
É um serviço prestado ao cliente que possui mais de uma conta e, para melhor gerenciar seus
recursos, precisa que o dinheiro circule automaticamente de uma para outra.
Assim, o cliente pode programar, previamente, determinados limites e valores que deseja
manter em cada uma das contas. O banco então, automaticamente, movimenta os saldos entre
as contas do cliente.
Portanto, ambas são contas de depósitos, mas as contas-correntes são de depósitos à vista e não
rendem juros para o cliente depositante, enquanto as contas-poupança, como vemos nesta aula,
pagam juros para o cliente.
As contas de pagamentos, por fim, são contas utilizadas pelo cliente para a realização de
pagamentos e transferência de recursos como, por exemplo, pagamento de contas e boletos,
emissão de TED e DOC, além de transferência de recursos entre clientes de uma mesma
instituição de pagamento.
Sim. As contas-correntes também permitem fazer tudo isso que as contas de pagamento
permitem, mas a diferença é a seguinte:
fonte: bcb.gov.br
Só para organizar:
Contas
Contas de Contas de
depósitos Pagamentos
Corrente Poupança
(depósitos à (depósitos a
vista) prazo)
Nesta aula, falaremos das contas-correntes (também chamadas “contas bancárias”), porque são
o principal tipo de conta a qual você lidará, mas a lógica se aplica às demais.
10.4.1Abertura e enceramento
E como em todo relacionamento, o ideal é que esse início ocorra de forma transparente, ou
seja, com cada uma das partes informando e sendo informada sobre os direitos e deveres de
cada uma delas.
Esse contrato estabelece regras para a movimentação da conta, direitos e obrigações das duas
partes envolvidas (a instituição financeira e o cliente), incluindo condições para o encerramento
da conta.
Também como em qualquer relacionamento, nenhuma das partes é obrigada a firmar tal
contrato, ou seja:
E sim, o menor de idade pode ser titular de conta, nos termos da legislação civil: Pessoas com
menos de 16 anos precisa ser representado pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal. O
maior de 16 e menor de 18 anos não emancipado deve ser assistido pelo pai, pela mãe ou pelo
responsável legal.
O encerramento de uma conta pode acontecer por iniciativa de qualquer uma das partes
envolvidas (instituição financeira ou cliente), sem qualquer restrição.
Se a decisão de encerrar for da IF, o cliente deve ser, obrigatoriamente, comunicado por escrito
pela instituição – por correspondência ou por meio eletrônico –, com antecedência, sobre a
intenção de rescindir o contrato, informando o prazo para adoção de providências.
Quando a iniciativa do encerramento for do cliente, ele deve solicitar, por escrito, o
encerramento da conta e exigir comprovação de recebimento na cópia da solicitação. Essa cópia
serve como comprovante de que foi solicitado o encerramento.
Com exceção dos saques e depósitos em espécie, essas movimentações podem ocorrer
presencialmente (agência e caixas eletrônicos) ou por meio dos canais digitais (internet e mobile
banking).
A regulamentação dispõe que, para pessoas físicas, não pode haver cobrança na
prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos no caso de contas de
depósitos cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos.
Entretanto, caso o titular dessa conta utilize canais de atendimento presencial ou pessoal para
realização de serviços disponíveis por meio eletrônico (p. ex. saques, transferências, extratos),
pode haver cobrança de tarifa.
Não existe regulamentação que defina forma específica ou obrigatória de movimentação, nem
que estabeleça vedação à viabilização de novas formas.
Por fim, é importante você saber sobre a vedação de cobrança de tarifas para os chamados
serviços essenciais.
a) essenciais (como fornecimento de cartão de débito, realização de até quatro saques por
mês, entre outros), vinculados a uma conta corrente ou poupança.
b) de liquidação antecipada em operações de crédito e de arrendamento mercantil
financeiro; e
c) de fornecimento de atestados, certificados e declarações nas situações em que o
fornecimento é obrigatório por determinação legal ou regulamentar.
Nesta parte da aula, as coisas ficarão mais... “jurídicas”. Apesar de falarmos o tempo todo em
“pessoa física” e “pessoa jurídica”, até aqui não foi necessário aprofundar os aspectos legais que
definem esses termos.
Começaremos definindo pessoa física (PF), que é apenas o ser humano individual/singular,
sujeito de direitos, e também chamada pessoa natural.
Pessoa jurídica (PJ), por outro lado, é a entidade que surge de um agrupamento organizado de
pessoas naturais, visando determinado objetivo. Assim como a pessoa física, a PJ também pode
ter direito e deveres.
O domicílio é a sede, do ponto de vista jurídico, da pessoa física ou jurídica. É, portanto, o local
onde ela responde por suas obrigações e exerce seus direitos. É o local onde a pessoa pode ser
contatada e encontrada.
O domicílio da pessoa física, especificamente, é o lugar onde ela estabelece residência com
intenção definitiva.
Já o domicílio da pessoa jurídica é o local principal de suas atividades, ou seja, o local onde é
dirigida ou administrada.
Caso a pessoa jurídica tenha diversos endereços, em diferentes lugares, cada um deles é
considerado domicílio, em relação aos atos praticados nesses lugares.
Cartão de
Crédito
Pagamento acima
do mínimo da
Básico Diferenciado Emissão de 2ª via
fatura e abaixo do
total
Avaliação
Não pode ter
Pode ter programa emergencial de
programa de
de recompensas créditoCrédito
recompensas
rotativo
Anuidade mais
barata
Ordem de Pré-datar é um
pagamento à vista costume, não regra.
Em branco: ao
portador
Pode endossar o
cheque
Em preto: nomina o
novo beneficiário
Beneficiário Pode depositar em
(favorecido) sua conta
(banco) Sacado
(banco) Depositário
Menor risco de
crédito
Administrativo
O banco é o emitente
Limite disponibilizado
Especial para o cliente em sua
conta
Operada pela BB
Compe
Regulada pelo BCB
destinado ao
consumidor final
para aquisição de
bens ou serviços.
Incide
IOF
CRÉDITO RURAL
Suprimento de recursos financeiros por entidades públicas e estabelecimentos
de crédito particulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para aplicação
exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação
em vigor
1. Custeio: para arcar com despesas comuns da produção rural, em um ciclo produtivo.
2. Comercialização: para cobrir despesas “pós-produção”, incluindo custos de transporte e
armazenagem.
3. Investimento: aquisição de bens ou serviços, geradores de benefícios duráveis ou
contínuos, como máquinas, tecnologias e equipamentos.
4. Industrialização: industrialização de produtos agropecuários, realizada por produtor na
sua propriedade rural ou cooperativas.
Consórcios
Administradora de
Consórcios:
BCB
instituição não
financeira
Bem de referência:
Em até 7 dias:
determina a Sorteio: prioridade
recebe devolução
categoria e o valor na assembleia
imediata.
das contribuições
30 dias 90 dias
PREVIDÊNCIA
Reserva financeira realizada no presente para suprir uma necessidade futura
prevista.
Seguridade
Social
Previdência Assistência
Saúde
Social Social
Regimes Previdência
Regime Geral
Próprios Complementar
(RGPS)
(RPPS) (PC)
FECHADA
ABERTA fundo de pensão
Operador EAPC EFPC
Natureza jurídica Sociedade Anônima Fundação ou Sociedade Civil
Fins lucrativos SIM NÃO
Única
Valor é pago uma única vez.
Mensal
Tipos de prestações
pagamentos mensais durante
(Capitalização)
toda a vigência do título.
Continuada
Proporcional
pagamentos apenas durante
parte da vigência
BIBLIOGRAFIA
Banco Central do Brasil, em https://www.bcb.gov.br/
Mercado Financeiro Produtos e Serviços. Fortuna, Eduardo. Qualitymark Editora. Edição Kindle.
Previc, em https://www.previc.gov.br/
Susep, em https://www.susep.gov.br/
QUESTÕES COMENTADAS
1. (2021/PROF. CELSO NATALE)
O uso do “dinheiro de plástico” consolidou-se nos últimos anos como uma das principais
modalidades de pagamento.
Um tipo de “dinheiro de plástico” muito utilizado para compras à vista em estabelecimentos
comerciais é o
a) cartão presente
b) cartão de débito
c) cartão de senhas
d) talão de cheques
e) cartão virtual
Comentários:
Essa é para aquecermos e, principalmente, fixar que o cartão de débito é chamado dinheiro de
plástico, e serve para realizar pagamentos à vista no comércio.
Gabarito: “b”
Comentários:
Questão maliciosa, essa. Todas as operações previstas nas alternativas podem ser feitas
utilizando o cartão de débito para acessar terminais de autoatendimento. Contudo, a questão
pede as funções principais, que estão na letra “a”.
Sendo assim, na ausência de “a”, realmente poderíamos marcar “e”, por exemplo. Mas como “a”
é mais precisa e abrangente, é a melhor opção. Não que eu goste desse tipo de questão, mas
como as bancas gostam, aí está.
Gabarito: “a”
Comentários:
O fornecimento de segunda via de cartão de débito é gratuito, exceto nos casos de pedido de
reposição formulados pelo correntista decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros
motivos não imputáveis à instituição emitente.
Ou seja, se a culpa for da instituição, não pode ocorrer a cobrança de tarifa para emissão da 2ª
via.
Gabarito: “c”
4. (2012/CESGRANRIO/BANCO DO BRASIL/Escriturário)
Nos dias de hoje, o uso do “dinheiro de plástico” está superando cada vez mais outras
modalidades de pagamento, que, com o passar dos anos, estão ficando obsoletas.
Um tipo de “dinheiro de plástico” muito utilizado no comércio de rua é o
a) cartão cidadão
b) cartão de crédito
c) cartão de senhas
d) talão de cheques
e) internet banking
Comentários:
Sim, isso caiu no concurso. Embora o contexto da aula ainda facilite as coisas, é o tipo de questão
que você não pode deixar passar, até porque o nível da prova tende a subir ao longo do tempo.
Gabarito: “b”
Comentários:
Muitas vezes chamados de “dinheiro de plástico” por você, né Cesgranrio? Por nós, tudo bem.
a) ganho sobre a inflação para os possuidores de cartão, sendo os valores das compras pagos
apenas no vencimento do cartão.
Isso é verdade! Em um ambiente inflacionário, você compra hoje a paga, dentro de alguns dias,
o mesmo valor da data da compra, mesmo que o produto comprado esteja custando mais caro
no vencimento da fatura. Isso é o que a alternativa quis dizer com “ganho sobre a inflação”.
c) aumento da demanda de papel moeda pelos possuidores de cartão, para pagamento de suas
transações.
Errado (e gabarito). Por substituir o papel-moeda como meio de pagamento, os cartões de fato
reduzem a demanda por papel-moeda. Em outras palavras, é necessário menos cédulas e
moedinhas circulando para atender às necessidades do comércio.
Verdade também. Os cartões aumentam da segurança das transações, tanto para o comprador
quanto para o vendedor.
Para o vendedor, além de diminuir a necessidade de dinheiro em caixa (sujeito aos mesmos
riscos de extravio, furto ou roubo), os cartões praticamente eliminam o risco com fraudes ou
falsificações.
Sim! O aumento das vendas é proporcionado, principalmente, pela maior segurança sentida
pelos clientes e, no caso dos cartões de crédito, pela possibilidade de parcelamentos.
Gabarito: “c”
6. (2018/CEBRASPE-CESPE/BNB/Analista Bancário)
Julgue o item seguinte, acerca dos serviços de compensação de cheques e outros títulos.
A Centralizadora da Compensação de Cheques (COMPE), sistema operado pelo Banco do
Brasil S.A., é responsável pela compensação interbancária de cheques.
Comentários:
Gabarito: Certo
7. (2007/CEBRASPE-CESPE/BANCO DO BRASIL/Escriturário)
O Banco do Brasil S.A. (BB) teve destacado papel na criação, estruturação e regulação do
Sistema Financeiro Nacional (SFN), que ocorreram por meio das leis de Reforma Bancária
(1964), do Mercado de Capitais (1965) e de Criação dos Bancos Múltiplos (1988). O SFN pode
ser definido como sendo o conjunto de órgãos de regulação, instituições financeiras e
instituições auxiliares, públicos ou privados, que atuam na intermediação de transferência de
recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas ou governo) superavitários para os
deficitários. Acerca das atribuições e funções do BB, julgue o item seguinte.
A partir da instituição do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), o BB deixou de ser
responsável por executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis.
Comentários:
Apenas mentira. O BB não deixou de ser responsável pelo serviço de compensação de cheques,
e ainda o é, por meio da Compe.
Gabarito: Errado
Comentários:
Veja como as bancas gostam desse tema. Apesar de esta aula não ser sobre as competências do
BCB, sabemos que executar a compensação de cheques não é uma delas, tornando “a” nosso
gabarito.
Gabarito: “a”
9. (2012/FCC/BANESE/Técnico Bancário I)
As normas do Banco Central do Brasil a respeito de cheque determinam que
a) as pessoas, lojas e empresas são obrigadas a receber.
b) não pode ser pago pelo banco antes do dia nele indicado.
c) o correntista não tem formas de impedir o pagamento de um cheque já emitido.
d) o beneficiário está impedido de levar a protesto ou executar em juízo.
e) tem que ser nominal no caso de valor superior a R$ 100,00.
Comentários:
A letra “a” está errada. Devido ao risco de crédito envolvido, as pessoas podem se recusar a
receber pagamentos em cheque, devendo indicar essa recusa expressamente.
A letra “b” está errada. A prática de “cheques pré-datados” é apenas um costume, não havendo
normas do Banco Central que impeçam o pagamento do cheque antes da data indicada. Afinal,
é uma ordem de pagamento à vista.
É possível, sim, impedir o pagamento de um cheque emitido, e por isso “c” está errada. A isso,
dá-se o nome de sustação. É algo comum, por exemplo, quando o serviço contratado ou o
produto adquirido não são entregues pelo vendedor. Naturalmente, sustar um cheque
indevidamente pode ter consequências para o emitente.
Por fim, “d” também está errada. O cheque pode ser protestado ou levado a juízo em caso de
não compensação nos termos acordados.
Nosso gabarito é a letra “e”, conforme aprendemos nesta aula: cheques superiores a R$100 não
podem ser “ao portador”.
Gabarito: “e”
Comentários:
Claro, é uma questão que vai muito além do que precisamos para nossos propósitos atuais, e
por isso não aprofundarei as demais alternativas, fazendo apenas alguns comentários.
Mas veja que a letra “a” está de acordo com o que aprendemos sobre o endosso. “Com ou sem
cláusula expressa à ordem” significa “com ou sem concordância expressa do emitente”. Ou seja,
o beneficiário do cheque não precisa de autorização do emitente para endossar o cheque.
▶ Não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração com esse sentido.
Aceite é quando o emissor não é quem deve pagar um título de crédito. No caso do
cheque, naturalmente, esse mecanismo não se aplica, pois o emitente é o devedor
principal e o cheque é uma ordem de pagamento.
▶ O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes contra o avalizado
e contra os obrigados para com este em virtude do cheque.
▶ A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão não invalidam os
efeitos do cheque.
Gabarito: “a”
Comentários:
O primeiro é porque fiz de propósito para você se atentar aos prazos para apresentação de um
cheque:
▶ 30 dias: a contar da data de emissão, para os cheques emitidos na mesma praça do banco
sacado.
▶ 60 dias: a contar da data de emissão, para os cheques emitidos em outra praça.
▶ 6 meses: é o prazo de prescrição, decorridos a partir do término do prazo de
apresentação. Ou seja, se não apresentar em até 6 meses, não pode mais apresentar.
O segundo motivo é que a alternativa “d” também está errada. Afinal, é o Banco CENTRAL do
Brasil que regula o serviço de compensação de cheques, enquanto o Banco do Brasil o executa,
por meio da Compe.
Mas a banca entendeu que apenas a letra “c” está relacionada ao cheque ser uma “ordem de
pagamento à vista”, e deu essa alternativa como gabarito.
As demais alternativas ainda têm valor didático, por estarem corretas, e resgatarem conceitos
importantes:
Gabarito: “c”
Comentários:
Sendo assim, a instituição financeira não é obrigada a abrir conta para clientes com inscrição no
CCF, mas também não é proibida.
Gabarito: Errado
Comentários:
O CDC é sim vinculado à aquisição de bens ou serviços, estando errada a letra “a”.
Em “b”, existe erro porque os cartões de crédito também podem conceder crédito na
modalidade CDC para aquisição de bens. Eu sei, é bem específico. Por isso deixei para informar
aqui.
Por fim, a letra “e” está errada porque não existe tal limitação de prazo mínimo, embora exista o
prazo máximo de 60 meses.
Gabarito: “c”
Comentários:
Gabarito: “d”
Comentários:
Gabarito: “b”
a) O consumidor que contrata o CDC passa a desfrutar imediatamente de um bem que será
pago com sua renda futura.
b) O consumidor que contrata o CDC passa a desfrutar de um bem noventa dias após quitação
da primeira parcela de pagamento.
c) O consumidor que contrata o CDC passa a desfrutar do bem adquirido após trinta dias da
quitação da primeira parcela de pagamento.
d) O consumidor que contrata o CDC passa a desfrutar do bem adquirido após sessenta dias
da quitação da terceira parcela de pagamento.
e) O consumidor que contrata o CDC passa a desfrutar imediatamente de um bem adquirido
após o vencimento da segunda parcela.
Comentários:
Gabarito: “a”
Comentários:
Analisemos as alternativas.
Errado. Incide IOF sobre contratos de CDC, inclusive para pessoa física.
c) pela dispensa da informação do Custo Efetivo Total para clientes correntistas dos bancos.
Errado. Os bancos devem informar, obrigatoriamente, o Custo Efetivo Total (CET), que consiste
em demonstrar todos os cursos com juros, taxas e impostos.
Errado demais. É obrigatório oferecer essa possibilidade, com redução proporcional nos juros.
Errado. O bem financiado pode ser garantia em CDC, e de fato para veículos costuma ocorrer o
gravame por meio de alienação fiduciária.
Gabarito: “b”
Comentários:
Gabarito: “c”
Comentários:
Errado. Isso é crédito imobiliário. Vimos que o CDC pode ser utilizado para aquisição de bens
móveis (como carros) ou até mesmo serviços.
Gabarito: “e”
Comentários:
1. Custeio: para arcar com despesas comuns da produção rural, em um ciclo produtivo.
a. O custeio pode ser agrícola e/ou pecuário.
b. Exemplo: o tomador do crédito pode utilizar o crédito para aquisição antecipada
de insumos.
2. Comercialização: para cobrir despesas “pós-produção”, incluindo custos de transporte e
armazenagem.
3. Investimento: aquisição de bens ou serviços, geradores de benefícios duráveis ou
contínuos, como máquinas, tecnologias e equipamentos.
4. Industrialização: industrialização de produtos agropecuários, realizada por produtor na
sua propriedade rural ou cooperativas.
a. Exemplos: ações de limpeza, secagem, pasteurização, refrigeração, aquisição de
embalagens, manutenção e conservação de equipamentos etc.
Gabarito: “e”
Comentários:
Por exemplo, lembre-se que o Pronamp é para o médio produtor, e assim ligamos II com T, e
eliminamos a letra “e”.
Em seguida, podemos nos apoiar no nome “BB Agronegócio Giro” para concluir que se trata de
uma modalidade de capital de giro, ou seja, um crédito rotativo. Assim, fechamos IV com S,
ficando com apenas as letras “a” e “e” como possíveis gabaritos.
Como a diferença entre elas é apenas em relação ao item I, resta lembrarmos que a modalidade
custeio serve para arcar com despesas comuns da produção rural, em um ciclo produtivo, e pode
ser para atividades agrícolas ou pecuárias. Então: I e R nos dão o gabarito.
Gabarito: “d”
d) Capitalização.
e) Cooperativa.
Comentários:
Gabarito: “c”
Comentários:
Questão boa para relembrar alguns dos principais conceitos relacionados ao consórcio, sendo
que a letra “a” estabelece as correspondências corretas.
Gabarito: “a”
Comentários:
c) Os bancos múltiplos com carteira comercial podem atuar como administradores de consórcios
de bens, desde que designem diretor responsável exclusivamente pela atividade.
e) O Banco Central não pode intervir nas empresas operadoras de consórcios ou decretar sua
liquidação extrajudicial.
Gabarito: “b”
Comentários:
O princípio básico do leasing é que o lucro vem da utilização, e não da propriedade. Por isso,
nessa modalidade, o arrendatário não é dono do bem, mas pode utilizá-lo.
Gabarito: “a”
Comentários:
Aqui, a banca apenas troca o termo mais comum “Valor residual garantido (VRG)” por um
equivalente.
Avençado significa algo como “acordado”, “combinado”, e certamente é o que ocorre com o
VRG, determinado no início de contrato.
Durante o prazo definido, o arrendatário faz pagamento de parcelas e, ao final, poderá ou não
exercer o direito de compra do bem por um valor residual garantido (VRG) previamente
estabelecido (avençado).
Gabarito: “c”
Comentários:
“As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades: leasing
financeiro e leasing operacional. A diferença básica é que no leasing financeiro o prazo é
usualmente maior e o arrendatário tem a possibilidade de adquirir o bem por um valor pré-
estabelecido.”
Portanto, Leasing não é uma das principais operações de arrendamento mercantil. Leasing é
arrendamento mercantil.
Mas é o tipo de questão que a gente não discute. A gente acerta e pontua.
Gabarito: “a”
b) factoring
c) underwriting
d) câmbio internacional
e) venda de ações
Comentários:
Repetitiva, né? Pois está aqui para demonstrar que a banca “gosta” desse assunto, cobrando de
forma praticamente idêntica em concursos diferentes. E esses não foram os únicos...
Gabarito: “a”
Comentários:
Gabarito: “a”
Comentários:
Em “c”, o erro é que não há liquidação antecipada do título: o vencimento continua o mesmo.
Em “d”, há apenas um incentivo à digitalização, que tenta induzir você ao erro com a palavra
“desconto”.
Por fim, em “e” ocorre uma portabilidade: o cliente leva seu financiamento para o banco que
oferece juros menores.
Gabarito: “a”
Comentários:
O enunciado descreve, corretamente, as contas garantidas (letra “c”). Contudo, apenas pontuo
que a movimentação por cheques está cada vez mais em desuso, sendo o cartão de débito e os
canais digitais as formas de movimentação principais de contas garantidas, atualmente.
Gabarito: “c”
Comentários:
a) de médio prazo.
b) isenta de IOF.
Gabarito: “d”
Comentários:
• Prazo curto (um a dez dias), e note o “geralmente”, ou seja, ela não crava que o prazo
máximo é de dez dias.
• Necessidades imediatas de caixa.
• Juros com base no CDI + spread (e impostos, mas estes estariam inclusos no spread).
Gabarito: “a”
Comentários:
A questão é conceitual, e descreve, em seu enunciado, a operação de vendor finance (letra “b”).
Acredito que “a” está errada pois não há obtenção de receitas, mas pode haver redução de
custos (com impostos).
Em “c”, temos exatamente o oposto do que ocorre no vendor, onde os riscos são reduzidos ao
incluir vendedor e comprador.
Gabarito: “b”
Comentários:
Gabarito: “e”
Comentários:
Note que quem está procurando o banco é o comprador (grandes lojas). Por isso, desta vez,
estamos diante do compror finance.
Gabarito: “a”
Comentários:
Vamos lembrar:
▶ Certificado de Depósito Bancário (CDB): é um título de renda fixa – emitido por bancos
comerciais, bancos de investimentos ou bancos múltiplos – adquirido por pessoas físicas
ou jurídicas.
▶ Rentabilidade:
o Pré-fixada (exemplo, 7% ao ano)
o Pós-fixada: normalmente, tem por referência o CDI (taxa de depósitos
interbancários, da qual falaremos em detalhes adiante).
▶ O CDB:
o Pode ser negociado no mercado secundário;
o Pode ser resgatado antecipadamente, caso a instituição concorde;
o Normalmente é repassado para agentes tomadores de empréstimos em
diversas modalidades.
Sendo assim, sabemos que a letra “c” é o gabarito, mas vejamos os erros nas demais.
Certo!
Errado. Isso é feito com os CDIs (fácil confundir, né?), assuntos para a aula sobre mercado
interbancário.
Errado. Os CDBs podem ser pós-fixados, e normalmente são, com percentuais do CDI.
Gabarito: “c”
Comentários:
A banca deu como correta essa questão. Acredito que dizer que “CDB é emitido pelas
instituições financeiras” pode parecer que é emitido por todas, o que não é verdade. Apenas
alguns tipos de bancos e financeiras (SCFI) podem emitir CDBs. Cooperativas, por exemplo, não
podem.
Portanto, a banca não quis generalizar, mas reitero que deveria tomar mais cuidado com a
redação.
Gabarito: Certo
Comentários:
Bem, essa está claramente errada. CDB é, para o cliente, uma forma de investir e receber juros
de uma instituição bancária.
Gabarito: Errado
a) as Ações
b) as Opções
c) as Commodities
d) os CDB
e) os ETF de Ações
Comentários:
Todas as alternativas, com exceção da “d” (nosso gabarito), trazem modalidades de investimento
de renda variável.
Não iremos aprofundar nenhuma delas agora, pois estão no escopo de “mercado de capitais”,
mas é suficiente, para acertar esta questão, saber que CDBs são depósitos a prazo de renda fixa,
assim como a poupança.
Gabarito: “d”
Comentários:
É no CDB pós-fixado que o investidor conhece o indicador. No pré-fixado não é indicador, é uma
taxa predeterminada.
Gabarito: Errado
Comentários:
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa – emitido por bancos
comerciais, bancos de investimentos ou bancos múltiplos – adquirido por pessoas físicas ou
jurídicas.
Rentabilidade:
Gabarito: Certo
Comentários:
A alternativa “d” foge ao escopo desta aula, sendo algo visto em “mercado de capitais”.
A letra “c” é nosso gabarito, e descreve perfeitamente a Letra de Câmbio (que não tem relação
com moeda estrangeira).
b) O hot money são operações de curto prazo e é utilizado para financiar o caixa das empresas.
Tem como referencial a taxa CDI e o spread cobrado, sendo isento do IOF.
e) A caderneta de poupança é uma aplicação popular e possui como principais atrativos a liquidez
imediata e a isenção de IR para pessoas físicas e jurídicas.
Novamente, a alternativa ia bem, até dizer que há isenção de IR para pessoas jurídicas, o que não
é verdade.
Gabarito: “c”
Comentários:
Mais uma vez, infelizmente, a banca comete uma imprecisão. Mas também, outra vez, é o tipo de
questão que acertamos, e não discutimos.
Embora a Letra de Câmbio seja o instrumento de captação das Financeiras – e por isso o gabarito
é a letra “e” –, esse título não é emitido pela Financeira, mas sim pelo devedor.
Por exemplo: se você quiser dinheiro emprestado comprar, digamos, uma máquina para sua
empresa, você pode emitir uma LC para a “Nu Financeira S.A” (uma SCFI). Se a Nu Financeira
aceitar, ela será “aceitante” da LC, e não emitente! Você, devedor, é quem emite. E quem
emprestar o dinheiro para você será o investidor, também chamado de “adquirente” da LC.
Enfim, a letra “e” ainda é a melhor alternativa, já que apenas o governo pode emitir “b” e “c”,
apenas bancos comerciais podem emitir “a” e contas de poupança não podem ser abertas por
Financeiras.
Gabarito: “e”
Comentários:
De acordo com a “regra nova” (de 2012, então nem é tão nova assim) caso a Selic esteja acima
de 8,5% a poupança paga 0,5% ao mês + TR, como consta na letra “a”. Mas vamos aproveitar as
demais alternativas para fixar alguns conceitos.
Errado. A caderneta de poupança é garantida pelo FGC, nos limites e regras estabelecidos.
Gabarito: “a”
Comentários:
Essa questão é muito maliciosa. Você marcou “e”? Foi o que eu fiz, na primeira vez que resolvi.
Acontece que é correto dizer que no caso de Selic menor que 8,5% ao ano, a poupança paga
70% da Selic mais TR.
Contudo, a questão quer saber apenas sobre os juros da poupança, que ela define como sendo
de 0,5% ao mês. E esses juros é que são reduzidos para 70% da Selic (a TR continua lá) quando
ela estiver abaixo de 8,5%, ou seja, os juros passam a ser limitados a 70% da Selic.
Por isso, não é correto dizer que os juros são reduzidos de 0,5% ao mês para “70% da Selic mais
TR”, como consta na letra “e”.
Gabarito: “d”
Comentários:
Gabarito: “c”
Comentários:
Gabarito: “d”
Comentários:
Como comentei, existem inúmeros seguros, e esta questão está aqui para aprendermos os
principais, do ponto de vista da banca.
a) colisão do automóvel do segurado com veículos de terceiros, desde que esteja estipulado na
apólice.
b) perda total do veículo sem danos ao segurado, desde que especificado na apólice.
c) paralisação das atividades laborais do segurado durante o período de uma eventual internação
hospitalar causada por doença crônica.
Certo! O seguro de acidentes pessoais é semelhante ao seguro de vida, mas, como o nome
indica, só cobre eventos causados por acidentes.
e) incêndio, enchente ou qualquer outro tipo de fenômeno climático que danifique a residência
do segurado.
Gabarito: “d”
Comentários:
Gabarito: “a”
Comentários:
Resseguro: operação pela qual o segurador transfere a outro, total ou parcialmente, um risco
assumido através da emissão de uma apólice ou um conjunto delas.
Gabarito: “b”
Comentários:
O enunciado descreve uma previdência, de forma que o PGBL (letra “e”) se encaixa como
gabarito.
Gabarito: “e”
Comentários:
No PGBL, a tributação ocorre sobre o valor total, no resgate ou recebimento das parcelas do
benefício. Vamos aproveitar para firmar bem isso?
O PGBL tem como principal benefício a possibilidade de ter suas contribuições abatidas do
imposto de renda, em até 12% da renda bruta tributável.
Para tanto, é preciso ser contribuinte do regime geral da previdência e optar pela declaração
completa de imposto de renda.
Gabarito: “d”
Comentários:
Como ela é isenta de pagamento de IR sobre seus rendimentos, ela não conta com a vantagem
de abatimento do PGBL, sendo o VGBL a melhor opção.
Gabarito: “b”
Comentários:
Veja como a banca gosta desse assunto. E aí, vai lembrar? Tenho certeza que sim!
Gabarito: “c”
Comentários:
Nas letras “b” e “d” temos previdências abertas, ou seja, assunto para as entidades abertas.
Em “c” temos uma vedação que não existe. Nada impede que uma empresa de capital
estrangeiro (como o Santander ou a Chevrolet) instituam um fundo de pensão para seus
funcionários.
Por fim, o erro em “e” é simples: por serem entidades de regime privado, não há vinculação com
qualquer ministério.
Gabarito: “a”
Comentários:
Discordo bastante do enunciado, tanto por chamar capitalização de “investimento”, quanto por
dizer que se equipara à inflação, algo que vimos não ser verdade na maioria dos casos. Mas como
precisamos julgar as alternativas, e não o enunciado, até conseguimos encontrar uma boa:
De fato, o principal atrativo da capitalização são os sorteios. Tanto é que os prêmios é que são
alardeados nas peças publicitárias, e não a “incrível rentabilidade” (contém ironia).
Que mercado? De toda forma, a rentabilidade da capitalização perde até para a poupança, uma
vez que parte dos recursos é destinado aos prêmios, sequer sendo aplicada.
Errado. Abatimento fiscal é algo fora do escopo do edital, mas apenas para contextualizar, as
empresas que pagam vales-alimentação para seus funcionários podem abater esses valores nos
impostos que paga.
Errado. Sinceramente, não sei o que a alternativa quis dizer. A capitalização possui mesmo
rentabilidade diferenciada conforme o momento do resgate antecipado, conforme o prazo de
vigência, como vimos nesta tabela:
Mas não é isso que a alternativa fala, sendo bem confusa, na minha opinião.
Gabarito: “e”
Comentários:
As demais alternativas são bem confusas, mas vamos ver o que conseguimos tirar de bom:
Errado. O que é isso? Parece uma mistura de consórcio com capitalização. Fato é que não existe
essa possibilidade de dar lances num título de capitalização.
Errado. Parece-me que a alternativa quer tentar confundir com fundo de investimento ou
previdência complementar.
Errado. Esses feirões são realizados pela Caixa para venda (e não sorteio) de imóveis. De toda
forma, sem relação com capitalização.
Errado. Os prêmios até podem ser em barras de ouro (em certificados, para ser mais preciso),
mas aí a sentença ficaria “(...) os direitos de concorrer a sorteio de prêmios em dinheiro e o de
concorrer a prêmios em barras de ouro“. E isso não descreve a capitalização. Ao menos, não tão
bem quanto a letra “b”.
Gabarito: “b”
Comentários:
A parcela de cada pagamento que será restituída (com juros) para o investidor, ou melhor, para
o subscritor, é a quota de capitalização. Assim, apesar de meio incompleta, está correta a letra
“e”.
Não existe quota de carência (a), existe prazo de carência, que é o tempo mínimo que o capital
fica indisponível para resgate.
A reserva técnica (c) aplica-se a seguros, e é a parte dos prêmios que é investida para garantir a
cobertura das indenizações.
Por fim, a quota de administração (d) pode ser um nome para a quota de carregamento:
percentual da contribuição destinado aos custos de despesas com corretagem, colocação e
administração do título de capitalização, emissão, divulgação, lucro da sociedade de
capitalização e eventuais despesas relativas ao custeio da contemplação obrigatória e da
distribuição de bônus.
Gabarito: “e”
Comentários:
Gabarito: “e”
61. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
Frequentemente ofertados aos clientes das redes bancárias, os títulos de capitalização
proporcionam
Comentários:
Errado. Quem emite títulos de capitalização são as Sociedades de Capitalização, que não são
instituições financeiras.
Errado. Há incidência de imposto de renda, tanto sobre rendimentos que excederem o valor
aplicado, quanto sobre as premiações.
Certo! O subscritor pode negociar seus títulos livremente, comunicando à sociedade emissora.
Errado. Os títulos de capitalização são nominativos, ou seja, deve constar expressamente quem
é o subscritor.
Gabarito: “d”
62. (2019/IADES/BRB/Escriturário)
A pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2019 revelou que, entre 2017 e 2018, as
transações realizadas por meio de canais digitais cresceram 16%, totalizando 60% das
transações bancárias. A respeito do uso dos canais digitais, assinale a alternativa correta.
a) O aumento das transações com movimentação financeira nos canais digitais evidencia o
aumento da confiança do cliente na segurança do canal.
b) A abertura de conta por meio de canal digital somente pode ser efetuada pelo internet
banking.
c) O mobile banking somente pode ser usado para transações sem movimentação financeira.
Comentários:
A alternativa “a” contém, de fato, a conclusão da Febraban a respeito do dado, que podemos
considerar bastante aceitável.
A abertura de uma conta pode ser efetuada também por aplicativos mobile, e por isso “b” está
errada.
O problema em “c” está em dizer que o mobile banking serve apenas para transações sem
movimentação financeira, quando, na verdade, transferências e pagamentos são uma realidade.
Correspondentes no país são locais físicos que prestam alguns serviços bancários em nome do
banco. Os Correios, por exemplo, atuaram como correspondentes do Banco do Brasil. E se tem
algo com menos cara de canal digital do que os correios, eu desconheço. “d” está errada.
Por fim, não acredito que você tenha marcado “e”, mas não custa ressaltar que mobile banking
e internet banking não são excludentes. Na verdade, em muitos casos, são complementares,
como quando você valida com o celular transações feitas pelo computador.
Gabarito: “a”
LISTA DE QUESTÕES
1. (2021/PROF. CELSO NATALE)
O uso do “dinheiro de plástico” consolidou-se nos últimos anos como uma das principais
modalidades de pagamento.
Um tipo de “dinheiro de plástico” muito utilizado para compras à vista em estabelecimentos
comerciais é o
a) cartão presente
b) cartão de débito
c) cartão de senhas
d) talão de cheques
e) cartão virtual
4. (2012/CESGRANRIO/BANCO DO BRASIL/Escriturário)
Nos dias de hoje, o uso do “dinheiro de plástico” está superando cada vez mais outras
modalidades de pagamento, que, com o passar dos anos, estão ficando obsoletas.
Um tipo de “dinheiro de plástico” muito utilizado no comércio de rua é o
a) cartão cidadão
b) cartão de crédito
c) cartão de senhas
d) talão de cheques
e) internet banking
6. (2018/CEBRASPE-CESPE/BNB/Analista Bancário)
Julgue o item seguinte, acerca dos serviços de compensação de cheques e outros títulos.
A Centralizadora da Compensação de Cheques (COMPE), sistema operado pelo Banco do
Brasil S.A., é responsável pela compensação interbancária de cheques.
7. (2007/CEBRASPE-CESPE/BANCO DO BRASIL/Escriturário)
O Banco do Brasil S.A. (BB) teve destacado papel na criação, estruturação e regulação do
Sistema Financeiro Nacional (SFN), que ocorreram por meio das leis de Reforma Bancária
(1964), do Mercado de Capitais (1965) e de Criação dos Bancos Múltiplos (1988). O SFN pode
ser definido como sendo o conjunto de órgãos de regulação, instituições financeiras e
instituições auxiliares, públicos ou privados, que atuam na intermediação de transferência de
recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas ou governo) superavitários para os
deficitários. Acerca das atribuições e funções do BB, julgue o item seguinte.
A partir da instituição do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), o BB deixou de ser
responsável por executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis.
9. (2012/FCC/BANESE/Técnico Bancário I)
As normas do Banco Central do Brasil a respeito de cheque determinam que
a) as pessoas, lojas e empresas são obrigadas a receber.
b) não pode ser pago pelo banco antes do dia nele indicado.
c) o correntista não tem formas de impedir o pagamento de um cheque já emitido.
d) o beneficiário está impedido de levar a protesto ou executar em juízo.
e) tem que ser nominal no caso de valor superior a R$ 100,00.
Itens
I. Fundo comum.
II. Fundo de reserva.
III. Taxa de administração.
IV. Carta de crédito
Conceitos
X. Remuneração da administradora de consórcios
Y. Destina-se à aquisição dos bens mediante contemplação
W. Dá direito à aquisição do bem ou serviço previsto no contrato
Z. Cobertura para eventos como inadimplência e seguros
a) I-Y, II-Z, III-X, IV-W
b) I-Z, II-Y, III-X, IV-W
c) I-Y, II-X, III-W, IV-Z
d) I-W, II-Z, III-Y, IV-W
e) I-Y, II-Z, III-W, IV-X
e) O Banco Central não pode intervir nas empresas operadoras de consórcios ou decretar sua
liquidação extrajudicial.
d) troca ou negociação de títulos de curto prazo por recebíveis de longo prazo, sem custos para
ambas as partes.
e) retenção de crédito lastreado por títulos públicos e vinculado a transações comerciais,
garantindo ao vendedor o recebimento total de sua duplicata.
Desde então, se esta meta for igual ou menor que 8,5% ao ano, os juros da Caderneta de
Poupança são
a) aumentados para 130% da Selic
b) aumentados para 130% da Selic mais a TR
c) aumentados para 100% da Selic
d) reduzidos para 70% da Selic
e) reduzidos para 70% da Selic mais a TR
61. (2019/FCC/BANRISUL/Escriturário)
Frequentemente ofertados aos clientes das redes bancárias, os títulos de capitalização
proporcionam
a) garantia da instituição financeira emissora.
b) isenção de imposto de renda sobre o valor resgatado que exceda à aplicação.
c) prazo de validade igual ou superior a seis meses na modalidade tradicional.
d) possibilidade de transferência durante a vigência, de uma pessoa para outra.
e) a opção, pelo subscritor, da emissão “ao portador”.
62. (2019/IADES/BRB/Escriturário)
A pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2019 revelou que, entre 2017 e 2018, as
transações realizadas por meio de canais digitais cresceram 16%, totalizando 60% das
transações bancárias. A respeito do uso dos canais digitais, assinale a alternativa correta.
a) O aumento das transações com movimentação financeira nos canais digitais evidencia o
aumento da confiança do cliente na segurança do canal.
b) A abertura de conta por meio de canal digital somente pode ser efetuada pelo internet
banking.
c) O mobile banking somente pode ser usado para transações sem movimentação financeira.
d) São considerados canais digitais o internet banking, o mobile banking e os correspondentes
no País.
e) Internet banking e mobile banking são canais digitais mutuamente excludentes, ou seja, o
cliente tem que informar ao banco qual canal quer usar para acessar as transações bancárias.
GABARITO
1. B 15. B 29. A 43. C 57. E
2. A 16. A 30. A 44. E 58. B
3. C 17. B 31. C 45. A 59. E
4. B 18. C 32. D 46. D 60. E
5. C 19. E 33. A 47. C 61. D
6. C 20. E 34. B 48. D 62. A
7. E 21. D 35. E 49. D
8. A 22. C 36. A 50. A
9. E 23. A 37. C 51. B
10. A 24. B 38. C 52. E
11. C 25. A 39. E 53. D
12. E 26. C 40. D 54. B
13. C 27. A 41. E 55. C
14. D 28. A 42. C 56. A