Você está na página 1de 240

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO

Banco do Brasil
Escriturário - Agente Comercial

Conhecimentos Bancários

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Obra

BB — Banco do Brasil
Escriturário - Agente Comercial

Autores

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS • Felipe Pacheco, Kairton Batista (Prof. Kaká), Ricardo Barrios, Sirlo
Oliveira e Xico Kraemer

ISBN: 978-65-5451-019-6

Edição: Dezembro/2022

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no
site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas www.novaconcursos.com.br/contato
e Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. sac@novaconcursos.com.br

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


SUMÁRIO

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS.....................................................................................6
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL,
ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS...... 6

MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MERCADOS MONETÁRIO, DE


CRÉDITO, DE CAPITAIS E CAMBIAL)................................................................................................. 12

MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO


CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING), TAXA SELIC E OPERAÇÕES
COMPROMISSADAS........................................................................................................................... 15

O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO


BANCO CENTRAL DO BRASIL............................................................................................................ 17

ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA........................ 19

PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO


AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA,
CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS.................................................................................... 22

NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS............................................................................................... 70

NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO ................................................................................................. 89

INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS, REGIMES DE TAXAS DE


CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS, TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E
REAIS, IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES,
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS
IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO......................................................................................................89

DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO.................................. 96

MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E


RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO............................................................................................................. 99

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS, TAXAS DE JUROS


NOMINAIS E REAIS...........................................................................................................................121

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL, FIANÇA, PENHOR


MERCANTIL, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA, HIPOTECA, FIANÇAS BANCÁRIAS..............................124

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO ................................................................................................132

CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO –


LEI Nº 9.613, DE 1998 E SUAS ALTERAÇÕES ...............................................................................................132

CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 ........................................................................................137

CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020 E SUAS ALTERAÇÕES......................................141

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA E NORMATIVOS SARB..............................................................149

SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 2001 E SUAS ALTERAÇÕES...................151

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE


2018, E SUAS ALTERAÇÕES.............................................................................................................155

LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846, DE 2013 E DECRETO Nº 11.129, DE


11 JULHO, DE 2022...........................................................................................................................172

SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26/02/2021................................192

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES..........................................................203

NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL..................................................................206

A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS..................................................208

CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL (DISPONÍVEL NO SÍTIO DO BB NA INTERNET)......212

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO BANCO DO BRASIL


(DISPONÍVEL NO SÍTIO DO BB NA INTERNET)..............................................................................212

ASG (AMBIENTAL, SOCIAL E GOVERNANÇA): ECONOMIA SUSTENTÁVEL;


FINANCIAMENTOS, MERCADO PJ..................................................................................................219

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA


FINANCEIRO NACIONAL, ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES
SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

A estrutura base do Sistema Financeiro Nacional (SFN) está prevista na Lei nº 4.595, de
31 de dezembro de 1964. Foi essa norma que, ao apagar das luzes de 1964, criou o Conselho
Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil — doravante, BC, BCB ou Bacen.
Veja que a atual estrutura de nosso sistema financeiro é relativamente jovem, estando em
vigor há, apenas, 56 anos. A moeda comemorativa dos 50 anos do BC (de R$ 1,00), ainda em
circulação, foi lançada em 2015.
Apesar do curto período, muita coisa mudou de lá para cá: a tecnologia, a estabilização da
moeda, o surgimento de novos produtos, a alteração no relacionamento entre as instituições
financeiras e o consumidor bancário, entre outras. Diversos fatores alteraram profundamen-
te a forma de atuar do sistema financeiro e isso gerou impactos diversos na normatização de
suas operações e na forma de atuar de suas instituições.
Essas alterações ainda ocorrem de forma paulatina e espaçada, dificultando o estudo por
meio da letra seca da lei, que, muitas vezes, não está devidamente atualizada em relação a
alterações feitas em outras legislações.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de entidades e instituições que têm por
função principal promover a intermediação financeira, utilizando-se de diferentes instru-
mentos financeiros para possibilitar a transferência de recursos entre agentes econômicos
superavitários (os credores, investidores, poupadores) e deficitários (os tomadores de recur-
sos). Portanto, esse sistema promove o encontro entre credores e tomadores de recursos.
Por meio dele é que as pessoas, as empresas e o governo (os agentes econômicos) circulam
a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos. Para com-
preender melhor, é importante que você tenha clareza sobre a diferença entre as operações
ativas e as operações passivas de uma instituição financeira (IF).
Operações ativas são aquelas em que as instituições financeiras emprestam recursos
aos agentes econômicos deficitários, os tomadores de recursos. São chamadas de opera-
ções ativas, pois representam ativos da instituição, um crédito a receber.
Isso faz sentido, porque se o banco me empresta dinheiro, eu, que sou o tomador de recur-
sos, passo a ter uma dívida, um passivo, uma obrigação com o banco. Torno-me, portanto,
um devedor. Já o banco passa a ter um direito, um crédito a receber, um ativo para ele que
é o credor.

6
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


OPERAÇÕES ATIVAS (Aplicação de Recursos)

TOMADOR DE RECURSOS
Agente Econômico Deficitário

Nas operações passivas, ocorre o contrário: as instituições financeiras captam recur-


sos dos agentes econômicos superavitários, os doadores de recursos. São chamadas de
operações passivas, pois representam passivos da instituição, uma obrigação.
Nesse caso, como apliquei meu dinheiro no banco, eu sou o doador dos recursos e passo a
ter um crédito, um ativo, um direito perante ao banco. Eu sou o credor.

OPERAÇÕES PASSIVAS (Captação de Recursos)

DOADOR DE RECURSOS
Agente Econômico Superavitário

Ao juntarmos as duas operações em uma só figura, teremos, então, a visão do papel insti-
tucional das instituições financeiras, que atuam na promoção da intermediação financeira.

INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

DOADOR DE RECURSOS TOMADOR DE RECURSOS


Agente Econômico Superavitário Agente Econômico Deficitário

Essa explicação é importante para identificar quando um produto ou serviço de uma ins-
tituição financeira representa uma operação ativa ou uma operação passiva.

7
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Cumpre salientar que a intermediação financeira é a função principal do SFN, mas não é
a única. Os bancos e demais operadores do sistema exercem inúmeras outras funções, por
conta de todo o avanço e das facilidades emergidas nos últimos tempos.
Além disso, a Constituição Federal de 1988 traz o art. 192, em que define que o Sistema
Financeiro Nacional será estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado
do país e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem. Vejamos:

Do Sistema Financeiro Nacional


Art. 192 O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento
equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o com-
põem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que dis-
porão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.

A CF trouxe, portanto, uma função social ao SFN — promover o desenvolvimento equili-


brado do País e a servir aos interesses da coletividade — que está diretamente ligada a uma
adequada intermediação financeira e, certamente, propicia desenvolvimento, geração de
emprego e de renda.

Como Ocorre, na Prática, a Intermediação Financeira?

Vamos simplificar: quando você exagera nas compras de Natal e falta grana para pagar as
contas em janeiro, ou quando resolve que, mesmo sem grana, não vai ficar em casa no carna-
val, uma alternativa é ir ao banco e solicitar um empréstimo.
Todos nós, pessoas físicas, empresas, governos, somos agentes econômicos. No exemplo
narrado, você era um agente econômico deficitário, ou tomador de recursos, que recorreu ao
SFN, para obter recursos que outro agente econômico entregou aos cuidados de alguma ins-
tituição financeira em troca de uma remuneração oriunda da aplicação de uma taxa de juros
sobre o capital entregue. Esse era o agente econômico superavitário ou doador de recursos.
É importante compreender que, em regra, o banco não empresta o dinheiro dele, mas
empresta o dinheiro dos outros. Ou seja, o que o sistema financeiro faz é possibilitar que
aqueles que precisam de recursos consigam acesso aos recursos daqueles que os tem em
excesso.
Isso é a intermediação financeira. Porém, essa intermediação não pode ser feita assim, de
qualquer jeito, por qualquer um. Afinal, estamos lidando com dinheiro e sabemos como isso
complica as coisas. Então, há a necessidade de que exista uma estrutura bem definida, nor-
matizada e regulada para tocar essa engrenagem, para fazer essa roda girar.
Essa estrutura é a própria estrutura do Sistema Financeiro Nacional, a qual você conhece-
rá a seguir.

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

Nós podemos dividir o Sistema Financeiro Nacional em três níveis de atuação. A melhor
maneira de visualizar isso é utilizando a forma pela qual o Banco Central demonstra a orga-
nização do SFN:

8
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Moeda, crédito, capitais e câmbio Seguros privados Previdência Fechada

Órgãos normativos
CMN CNSP CNPC
Conselho Monetário Conselho Nacional de Conselho Nacional de
Seguros Privados Previdência Complementar
Nacional

Supervisores
BCB CVM Susep Previc
Banco Central Comissão de Valores Superintendência de Superintendência
do Brasil Mobiliários Seguros Privados Nacional de Previdência
Complementar
Operadores

Banco e Administradoras de Bolsa Seguradora e Entidades Fechadas da


Caixa Econômica consórcios de valores Resseguradores previdência Complementar
(fundo de Pensão)

Cooperativas Corretores Bolsa de mercadorias Entidades abertas de


de crédito e distribuidoras e futuros previdência

Instituições Demais instituições Sociedades


de pagamento não bancárias de capitalização

É imprescindível que você observe a figura horizontalmente. Perceba que, à esquerda,


rótulos identificam três níveis de atuação: órgãos normativos, supervisores e operadores.
No primeiro nível, temos os órgãos normativos. São eles que definem o regramento geral a
ser seguido pelo mercado. Porém, entenda que eles não são órgãos executores, não possuem
uma estrutura física nem são servidores de quadro próprio. Eles apenas ditam as regras.
Veremos que, na realidade, todos esses órgãos normativos são Conselhos, colegiados com-
postos por diferentes autoridades ligadas ao mercado que se pretende normatizar e regular
e que se reúnem periodicamente. Eles determinam regras gerais para o bom funcionamento
do sistema.
No segundo nível, temos as entidades supervisoras. São autarquias federais que cumprem
e fazem cumprir aquele regramento estabelecido pelos órgãos normativos.
Aqui, sim, existe toda uma estrutura física e um quadro de servidores trabalhando em prol
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
de um sistema financeiro sólido e eficiente, em benefício da sociedade. As entidades super-
visoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas
pelos órgãos normativos.
Por fim, tempos os operadores. São as instituições financeiras, públicas e privadas, que
atuam nos diversos ramos do SFN, promovendo a intermediação financeira e oferecendo
produtos e serviços aos seus consumidores. É com os operadores que temos contato no nosso
dia a dia.
Eles constituem a parte mais visível do sistema financeiro. Os operadores são as institui-
ções que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários.
Vamos fazer um paralelo, para tentar simplificar o entendimento. Pense em uma empre-
sa qualquer, uma loja de roupas por exemplo. Vamos imaginar que a loja tenha a seguinte
estrutura organizacional:
9
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


DONO

Gerente A Gerente B

Funcionário Funcionário Funcionário Funcionário


A1 A2 B1 B2

Vários comércios possuem uma estrutura parecida com essa. Há um dono (o “chefão”), que
diz como as coisas devem funcionar; gerentes, que cuidam para que as coisas saiam como o
patrão quer; demais funcionários, que executam o trabalho propriamente dito.
Guarde esse paralelo na sua memória. Isso vai te ajudar a entender os papéis de cada um
dos órgãos e instituições do SFN e, como consequência, a resolver questões de prova.
Pense da seguinte forma: os órgãos normativos são os donos, os “chefões” do SFN. Eles
ditam as regras, dizem como as coisas devem funcionar e aquilo que pode e o que não pode
ser feito.
Como dito, não são entidades, pois não possuem uma estrutura e quadro próprio de ser-
vidores. São Conselhos, órgãos formados por diferentes autoridades que se reúnem perio-
dicamente para elaborar o regramento de suas áreas de competência. Como não são órgãos
executivos, não costumam executar tarefas, apenas dizem como elas devem ser feitas. São
como os patrões: apenas dão ordens.
Já as instituições supervisoras — o segundo nível — são os “gerentes”. Eles trabalham,
zelando para que os operadores cumpram o que foi determinado pelos órgãos normativos,
ou seja, tomam conta de sua atuação. São órgãos executivos e fiscalizadores. Como os geren-
tes, eles ficam de olho no que os operadores fazem.
Por fim, os operadores são os vendedores, os que estão na frente da loja. É com eles que
os clientes têm contato direto. Eles querem vender seus produtos e serviços; querem faturar,
lucrar, e, para isso, precisam atender as demandas de seus clientes.

Importante!
Existe uma outra classificação, mais antiga e já pouco utilizada, que divide o Sistema
Financeiro Nacional em dois subsistemas: o subsistema normativo e o subsistema opera-
tivo (ou operacional ou de intermediação). Nessa divisão, órgãos normativos e entidades
supervisoras formam, conjuntamente, o subsistema normativo, enquanto os operadores
compõem o subsistema operativo, operacional ou de intermediação.

Essa classificação já foi objeto de prova e, por isso, vale a pena memorizá-la.
Por fim, veja como o próprio Banco Central, em seu site, define a organização e a estrutura
do SFN:
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e institui-
ções que promovem a intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e tomado-
res de recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o governo
circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos.

10
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Segmentação do Sistema Financeiro Nacional

Voltaremos à figura utilizada pelo Banco Central, para demonstrar a organização do SFN,
porém, dessa vez, a analisaremos verticalmente:

Moeda, crédito, capitais e câmbio Seguros privados Previdência Fechada


Órgãos normativos

CMN CNSP CNPC


Conselho Monetário Conselho Nacional de Conselho Nacional de
Seguros Privados Previdência Complementar
Nacional
Supervisores

BCB CVM Susep Previc


Banco Central Comissão de Valores Superintendência de Superintendência
do Brasil Mobiliários Seguros Privados Nacional de Previdência
Complementar
Operadores

Banco e Administradoras de Bolsa Seguradora e Entidades Fechadas da


Caixa Econômica consórcios de valores Resseguradores previdência Complementar
(fundo de Pensão)

Cooperativas Corretores Bolsa de mercadorias Entidades abertas de


de crédito e distribuidoras e futuros previdência

Instituições Demais instituições Sociedades


de pagamento não bancárias de capitalização

* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela


CVM. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas
pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas pelo CMN.
Repare que a figura está segmentada em três colunas: moeda, crédito, capitais e câmbio;
seguros privados; e previdência fechada.
No primeiro nível, temos 3 (três) órgãos normativos: o Conselho Monetário Nacional
(CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdên-
cia Complementar (CNPC). Cada um deles encabeça uma dessas três colunas. Isso significa
que cada um desses Conselhos determina as regras gerais (diretrizes) dos mercados sob sua
responsabilidade.
Neste ponto, vale recordar o que cada um deles faz:

11
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Conselho Monetário Nacional: o CMN define as regras para os mercados monetário, de
crédito, de câmbio e de capitais. É responsável por fixar as diretrizes e normas das políti-
cas monetária, creditícia e cambial;
z Conselho Nacional de Seguros Privados: o CNSP fixa as diretrizes e normas para os mer-
cados de seguros privados, que abrangem os setores de seguros, resseguros, capitalização
e previdência complementar aberta;
z Conselho Nacional de Previdência Complementar: o CNPC é órgão normativo que regu-
la regimes de previdência complementar operados por entidades fechadas de previdência
complementar, os chamados fundos de pensão.

Dica
Órgãos normativos são sempre Conselhos.

No segundo nível, abaixo dos órgãos normativos, estão os supervisores, também chama-
dos de entidades ou instituições supervisoras. São as entidades que atuam de forma preven-
tiva e reativa para o cumprimento das regras emitidas pelos órgãos normativos. São elas:

z O Banco Central do Brasil (BCB), que é responsável pelos mercados monetário, de crédito
e de câmbio;
z A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é responsável pelo mercado de capitais;
z A Superintendência de Seguros Privados (Susep), que é responsável pelo mercado de
seguros privados;
z A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), que é responsá-
vel pelas entidades fechadas de previdência.

Finalmente, no último e terceiro nível, vemos os operadores do SFN. Essas são as institui-
ções, públicas e privadas, que executam a intermediação financeira, atuando diretamente
com o público. São os bancos comerciais, a Caixa Econômica, os bancos de investimento, as
sociedades de arrendamento mercantil, as corretoras, as distribuidoras de títulos e valores
mobiliários etc.
Existem diversos tipos de instituições operadoras no SFN, que também costumam atuar
de forma segmentada. Neste sentido, pode-se afirmar que, como regra geral, cada tipo de
instituição financeira opera produtos específicos, diferentemente dos produtos operados por
outros tipos de IF.

MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MERCADOS


MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E CAMBIAL)

Em uma economia de mercado, há diversos agentes econômicos — governos, empresas e


famílias — tomando a todo momento decisões relacionadas à produção e ao consumo.
Enquanto alguns consomem menos do que produzem, e conseguem formar uma
poupança disponível para a utilização de terceiros, outros consomem mais do que conse-
guem produzir em determinado período, e precisam utilizar os recursos daqueles que
12 pouparam.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Independente das razões que motivam cada uma dessas decisões individuais, de alguma
maneira essa transferência de recursos dos poupadores para os tomadores precisa ser viabilizada.
Se cada poupador tivesse que encontrar um tomador de recursos com as mesmas neces-
sidades de volume e prazo, para a realização de um empréstimo, muito provavelmente
nenhum negócio se concretizaria, já que as demandas dos agentes podem ser bem distintas.
Com o tempo, e para suprir essa demanda do mercado, foram nascendo instituições para
intermediar essas operações, ou seja, pegar emprestado daqueles que poupam e emprestar
para os demais, atendendo, ao mesmo tempo, às necessidades de volume financeiro e prazo
de cada um.
Da mesma forma, desenvolveram-se instrumentos e também sistemas, regras e procedi-
mentos para organizar, controlar e desenvolver esse mercado. A todo esse sistema, chama-
mos de Sistema Financeiro.
Assim, o Sistema Financeiro pode ser caracterizado como o conjunto de instituições e ins-
trumentos que possibilitam e facilitam o fluxo financeiro entre os poupadores e os tomado-
res de recursos na economia.
Não é difícil perceber a importância desse sistema para o correto funcionamento e cres-
cimento econômico de um país. Se, por exemplo, determinada empresa, que necessita de
recursos para a realização de investimentos para a produção, não conseguir captá-los de
forma eficiente, provavelmente ela não realizará o investimento, deixando de empregar e
gerar renda.
Esse fluxo, todavia, não ocorre sempre entre os mesmos tipos de agentes e com as mesmas
características operacionais. Ele pode diferir em razão do prazo, do tipo de instrumento utili-
zado para formalizar a operação, da assunção de riscos, entre outros aspectos que, com o pas-
sar do tempo, foram delimitando o que se convencionou chamar de mercados financeiros.
A classificação dos mercados (mercados monetário, de crédito, de câmbio e de capitais)
ajuda a compreender um pouco mais cada um desses mercados e suas peculiaridades, seus
riscos e suas vantagens.
As transferências de recursos a curtíssimo prazo, em geral de apenas um dia, como, por
exemplo, as realizadas entre as próprias instituições financeiras ou entre elas e o Banco
Central, são realizadas no chamado mercado monetário. Trata-se de um mercado utilizado
basicamente para controle da liquidez da economia, no qual o Banco Central intervém para
condução da Política Monetária.
Já o mercado de câmbio opera em um nicho específico, em que agentes têm a necessidade
de contratar operações que envolvem moedas estrangeiras, ou porque compram ou vendem
de/para outros países, ou porque procuram proteção.
Há também as operações em que as instituições financeiras captam recursos dos agentes CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
superavitários e, por sua conta e risco, emprestam esses recursos para os agentes deficitários,
característica do chamado mercado de crédito.
Esse mercado é o mais tradicional, e é utilizado pelas pessoas físicas e empresas, quando
utilizam os bancos para realizar empréstimos e financiamentos diversos. Quando uma pes-
soa (física ou jurídica) utiliza recursos do cheque especial, financia um carro, uma máquina
ou um imóvel, ela está operando no mercado de crédito.
Nele, as instituições financeiras participantes têm como atividade principal a intermedia-
ção financeira propriamente dita. Essas operações caracterizam-se, em geral, por operações
de curto e médio prazo, formalizadas por contratos e nas quais as instituições financeiras
assumem os riscos de inadimplência da operação. São exemplos de instituições participantes
desse mercado os bancos comerciais e as sociedades de crédito, financiamento e investimen-
to, as conhecidas “financeiras”. 13
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O mercado de crédito é fundamental para o bom funcionamento da economia, na medida
em que as instituições financeiras assumem dois papéis decisivos. De um lado, atuam como
centralizadoras de riscos, reduzindo a exposição dos aplicadores a perdas e otimizando as
análises de crédito.
De outro, funcionam como um elo entre milhões de agentes com expectativas muito distin-
tas em relação a prazos e volumes de recursos. Um agente pode, por exemplo, querer aplicar
R$ 1.000,00 por um ano. Entretanto, pode não encontrar uma contraparte (um agente defici-
tário) que deseje obter um empréstimo com as mesmas condições.
Com o papel desempenhado pela instituição financeira, esse problema se reduz. Se o siste-
ma financeiro inexiste ou existe de forma ineficiente, muitas das necessidades de aplicações
e empréstimos de recursos ficam sem atendimento, ou seja, não são atendidas pelo mercado,
o que inevitavelmente causa uma freada brusca na economia. Quantas vezes você já viu
reportagens com empreendedores reclamando da dificuldade no acesso ao crédito?
Entretanto, em alguns casos, o mercado de crédito não é capaz de suprir as necessida-
des de financiamento dos agentes. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando um determina-
do agente, em geral uma empresa, deseja um volume de recursos muito superior ao que uma
instituição poderia, sozinha, emprestar.
Além disso, pode acontecer de os custos dos empréstimos no mercado de crédito (juros)
serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar os investimentos pretendidos. Surgiu,
com isso, o que é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado de Valores Mobiliários.
No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os investidores emprestam recursos dire-
tamente aos agentes deficitários, quase sempre empresas. Caracteriza-se por negócios de
médio e longo prazo, nos quais são negociados títulos chamados de Valores Mobiliários.
Como exemplo, podemos citar as ações, que representam parcela do capital social de
Sociedades Anônimas, e as debêntures, que representam títulos de dívida dessas mesmas
sociedades.
Nesse mercado, as instituições financeiras atuam, basicamente, como prestadoras de
serviços, assessorando as empresas no planejamento das emissões de valores mobiliários,
ajudando na colocação deles para o público investidor, facilitando o processo de forma-
ção de preços e a liquidez, assim como criando condições adequadas para as negociações
secundárias.
As instituições financeiras não assumem a obrigação pelo cumprimento das obrigações
estabelecidas e formalizadas nesse mercado. Assim, a responsabilidade pelo pagamento dos
juros e principal de uma debênture, por exemplo, é da empresa emissora, e não da institui-
ção financeira que a tenha assessorado ou participado do processo de colocação dos títulos
no mercado.
São participantes desse mercado, por exemplo, os Bancos de Investimento, as Corretoras e
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, as entidades administradoras de mercado de
bolsa e balcão, além de diversos outros prestadores de serviços.
No que diz respeito ao Mercado de Valores Mobiliários, com o passar do tempo, foi sendo
criada toda uma estrutura normativa e operacional para permitir que as operações fossem
realizadas cada vez mais com segurança, transparência e eficiência. Nesse sentido, foram
editadas, em 1976, a Lei nº 6.385, que disciplina o mercado de capitais e cria a Comissão de
Valores Mobiliários, e a Lei nº 6.404, que disciplina as Sociedades Anônimas, conhecida como
Lei das S.A.

14
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Evidentemente, essas leis foram sofrendo alterações no decorrer dos anos, de forma que
o arcabouço jurídico do mercado fosse se adaptando à nova realidade em que ele se inseria.
Da mesma forma, foram sendo criados outros mecanismos que acabaram por contribuir com
o desenvolvimento, como o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro.
Ainda, algumas instituições privadas, em um esforço de autorregulação, também cria-
ram regras que colaboraram fundamentalmente para o que hoje é o Mercado de Valores
Mobiliários.

MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONETÁRIAS


CONVENCIONAIS E NÃO CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING),
TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS

A política monetária relaciona-se à moeda, mais especificamente a sua circulação. O Comitê


de Política Monetária (Copom) e o Banco Central (Bacen) têm o poder de influenciar na oferta
e demanda de moeda, criando condições para diminuir ou aumentar a moeda em circulação.
Vale lembrar que, quanto mais moeda circula na economia, mais ela se desvaloriza, o que
gera o fenômeno da inflação. Ou seja, uma política monetária expansiva tem o objetivo de
aumentar a moeda em circulação na economia, o que, sem dúvida, acaba por aumentar a
renda em geral, mas, como consequência, aumenta a inflação.

OBJETIVOS DA POLÍTICA MONETÁRIA

Pode-se dizer que a política monetária tem 3 objetivos diretos, sendo eles:

z Controle da quantidade de moeda em circulação;


z Determinação da taxa de juros;
z Variação da renda da economia (PIB).

POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIVA

Para uma política expansiva podem ser utilizados os seguintes métodos:

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
z Bacen diminuir a exigência de reservas compulsórias: quando o Banco Central diminui
essa exigência, sobra mais dinheiro depositado em conta nos bancos, aumentando o poder
de multiplicador monetário;
z Copom diminuir a taxa de juros da economia: diminuindo a taxa de juros básica, menos
moeda será usada com fins de especulação, o que acaba por aumentar a moeda em circulação;
z Governo comprar títulos bancários ou títulos privados (open market): o governo está
pegando um título do banco e entregando valores monetários, o que aumenta a capacida-
de financeira do banco e, consequentemente, sua capacidade de multiplicar a moeda;
z Bacen diminuir a taxa de redesconto: taxa de redesconto é a “taxa de empréstimo” do
Bacen para os bancos em geral. Quando essa taxa é menor, os bancos pegam mais dinheiro
junto ao Bacen, o que deixa mais moeda disponível no mercado.

15
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA

Um dos principais objetivos de uma política monetária restritiva é conter a inflação. Para
isso, o governo usa instrumentos para diminuir a oferta de moeda, ou seja, tirar moeda de
circulação e deixar com o próprio governo.
O pensamento aqui é inverso ao da política expansiva. Assim, são exemplos de políticas
restritivas:

z Copom aumentar a taxa Selic;


z Venda de títulos públicos no mercado;
z Aumento da exigência de reservas pelo Bacen;
z Aumento das taxas de redesconto.

QUANTITATIVE EASING

Quantitative easing (QE) pode ser definido como transações de compra de ativos, tanto
públicos quanto privados, em larga escala, executadas pelo Banco Central com o objetivo
de estimular a demanda agregada, seja por meio da ampliação das reservas bancárias, seja
por meio da injeção de liquidez direta no setor privado.
Após a crise de 2008, o QE ganhou grande espaço na política monetária mundial.
O quantitative easing tem o objetivo de atuar sobre a taxa de juros de longo prazo. Assim,
tecnicamente, o QE é a compra de títulos de longo prazo pelo Banco Central com o objetivo de
atuar diretamente sobre a taxa de juros de longo prazo.
Isso acontece quando o Banco Central perde a capacidade de atuar sobre as taxas de curto
prazo a fim de afetar as de longo prazo com o objetivo de, assim, gerar algum estímulo na
economia.

TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS

As operações compromissadas podem ser entendidas como uma dinâmica de compra e


recompra de ativos. Isso porque elas são um empréstimo que tem como garantia um título de
renda fixa e possuem prazo determinado para a devolução.
As operações compromissadas possuem como garantia um título de renda fixa. Um dos
agentes mais comuns nas operações compromissadas é o Banco Central.

RELAÇÃO DA TAXA SELIC COM AS OPERAÇÕES COMPROMISSADAS

A taxa Selic, que indica a taxa de juros básica no Brasil, é calculada diariamente e utilizada
como referência para as ações de política monetária.
Para seu cálculo, é feita a média ponderada do volume financeiro das taxas de juros de
operações compromissadas com títulos públicos, no prazo de um dia útil.
Assim, lembre-se de que a taxa Selic tem relação direta com as operações compromissadas.

16
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS

Depósitos compulsórios são recolhimentos que as instituições financeiras fazem ao Banco


Central, relativos aos recursos captados com suas atividades. Esses depósitos têm como finali-
dade fornecer ao Banco Central uma forma de controlar, mesmo que indiretamente, a oferta
de moeda na economia.
Desse modo, caso o Bacen deseje aumentar a quantidade de moeda na economia, pode re-
duzir as taxas de depósito compulsório. De maneira inversa, caso o Bacen deseje reduzir a
quantidade de moeda, pode aumentar as taxas de depósito compulsório.

REDESCONTO

Redescontos são os empréstimos concedidos pelo Bacen às instituições financeiras. O


Bacen funciona como o “banco dos bancos”, “socorrendo” estes com liquidez nos momentos
necessários. O objetivo do Bacen nessas operações, em suma, é não deixar que os bancos
quebrem, preservando os depósitos da sociedade.

OPERACIONALIZAÇÃO DO REDESCONTO

A operação de redesconto estabelece-se através da compra com compromisso de reven-


da, de títulos e valores mobiliários, de créditos e de direitos dos bancos em geral. Ou seja, o
Banco Central empresta os recursos às instituições financeiras mediante a compra de títulos
de sua posse com o compromisso de revendê-los às mesmas instituições no encerramento da
operação.

Importante!
O Bacen compra os títulos e os revende aos próprios detentores desses títulos.

É importante salientar que quando a instituição financeira não exerce a opção de recom-
pra do título no prazo (que pode ser no mesmo dia, ou não), a operação será considerada
inadimplida e o título colocado como garantia da operação fará parte da carteira do Banco
Central e vendido em leilão.
Caso o Bacen apresente um resultado negativo nesse leilão, a instituição financeira deverá CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ressarcir essa diferença. Sendo assim, o Banco Central nunca fica com o risco da operação de
redesconto.

O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS


COMERCIAIS NO BANCO CENTRAL DO BRASIL

No último mês de julho, foi sancionada a Lei nº 14.185, de 2021, que autoriza o Banco Cen-
tral a receber depósitos voluntários remunerados das instituições financeiras. Objetiva
dar ao Bacen uma nova ferramenta para o controle da moeda, que tenha impacto menor
sobre o montante da dívida pública. 17
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A operação com depósitos voluntários a prazo é realizada para enxugar a liquidez de
moeda na economia, e assim não permitir que as taxas de juros cobradas nos empréstimos
interbancários sejam menores do que a taxa básica de referência da economia, a Taxa Selic.
O depósito voluntário a prazo, portanto, pode ser considerado um novo instrumento de
execução da política monetária.
Primeiramente, vamos entender o motivo da criação dos depósitos remunerados.
Quando há excesso de liquidez (dinheiro em circulação) no mercado, e essa liquidez se
mostra superior à demanda por recursos existentes, o BC tem que operar sobre esse excesso
de oferta de moeda. Não atuar nesse manejo da liquidez permitiria que as taxas das ope-
rações interbancárias caíssem abaixo do patamar da Selic, o que levaria o Banco Central a
perder seu poder de determinar a taxa real de juros.
Para que, cotidianamente, as taxas de juros convirjam para o patamar estipulado na Taxa
Selic, o Banco Central “enxuga” essa liquidez, vendendo títulos da dívida pública do Tesou-
ro Nacional e recolhendo, como pagamento esse recurso excedente dos bancos. Lembre-se:
como o Banco Central não pode emitir títulos, ele utiliza títulos do Tesouro Nacional para
isso. São as chamadas “operações compromissadas”.
No entanto, ao fazer isso, o estoque da dívida pública brasileira eleva-se. Isso porque nosso
indicador de dívida é incapaz de separar o que são títulos públicos lançados para o Estado
financiar suas despesas correntes e o que são lançamentos de títulos públicos para o exercí-
cio da política monetária.
Até o advento dos depósitos voluntários a prazo, o Banco Central administrava a quantida-
de de dinheiro no sistema bancário exclusivamente por meio da venda com compromisso de
recompra dos títulos públicos de sua carteira, as operações compromissadas. Com os depósi-
tos voluntários, o BC ganha maior autonomia, uma vez que deixa de depender exclusivamen-
te dessas operações, para regular a liquidez bancária e, consequentemente, manter a taxa
básica de juros (Selic) próxima da meta fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Não se trata de uma inovação brasileira. Bancos Centrais de reconhecida reputação técnica,
como o Federal Reserve Bank dos Estados Unidos, o Banco da Inglaterra e o Banco Central Euro-
peu, contam com depósitos remunerados entre seus instrumentos de administração da liquidez.
Os depósitos voluntários têm diversas características favoráveis, como efetividade na absorção
de recursos livres no sistema bancário, simplicidade, baixo custo operacional e fácil entendimen-
to pelos agentes financeiros. No entanto, as facilidades dos depósitos voluntários não significam
o abandono das operações compromissadas com títulos de emissão do Tesouro Nacional. Elas
continuarão a ser o principal instrumento utilizado pelo Banco Central na gestão da liquidez.
No entanto, alguns analistas criticam a criação dos depósitos voluntários a prazo argu-
mentando de que o mesmo permitiria uma redução artificial, puramente contábil, na dívida
bruta do governo. Isso porque, conforme a metodologia de cálculo da dívida adotada pelo
Bacen, a chamada “carteira livre de títulos”, ou seja, os títulos da dívida pública que não estão
sendo utilizados pelo Banco Central nas operações compromissadas, não são contabilizados
como parte da dívida.
Quando o BC precisa enxugar liquidez do mercado interbancário, ou seja, absorver as
reservas em excesso dos bancos comerciais, ele vende os títulos da carteira livre para os
bancos comerciais por intermédio das operações compromissadas, que nada mais são do que
uma venda de títulos de sua própria carteira com compromisso de recomprar os mesmos
títulos ao final de um determinado período de tempo. Sendo assim, ao vender os títulos por
intermédio de operações compromissadas, o Banco Central está aumentando a quantidade
de títulos da dívida pública nas mãos do mercado financeiro e, dessa forma, aumentando a
18 dívida bruta do governo.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Com o Banco Central podendo substituir as operações compromissadas pelos depósitos
voluntários, então as reservas (recursos) excedentes dos bancos comerciais poderão ser depo-
sitadas diretamente no próprio Bacen sem que seja necessária a venda de títulos da dívida
pública para arrecadá-las, ou seja, sem que ocorra um aumento da Dívida bruta do governo.
Desta forma, as operações de regulação de liquidez do Banco Central não terão nenhum
impacto na dívida pública, cuja dinâmica passará a depender exclusivamente do déficit do
Tesouro Nacional.

ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA


PÚBLICA

Segundo o site do Ministério da Economia:

O orçamento público é o instrumento de planejamento que estima as receitas que o governo


espera arrecadar ao longo do próximo ano e, com base nelas, autoriza um limite de gastos a
ser realizado com tais recursos.
Essa programação orçamentária consta na Lei Orçamentária Anual (LOA), elaborada com
base nas metas e prioridades do Governo definidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
É a LDO que estabelece a ligação entre o Plano Plurianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual
(LOA).
Ao englobar receitas e despesas, o orçamento é peça fundamental para o equilíbrio das contas
públicas e indica para a sociedade as prioridades definidas pelo governo, como, por exemplo,
gastos com educação, saúde e segurança pública.

Ou seja, o que acontece no Brasil não é diferente do que acontece em uma família, é neces-
sário definir o orçamento e planejar os gastos de acordo com suas prioridades.

DÍVIDA PÚBLICA

Para entendermos corretamente o conceito de Dívida Pública, temos que entender o con-
ceito de Déficit Público, sendo:

Déficit Público CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O governo, como toda família, possui receitas e despesas, e, como toda família, geralmente
o governo apresenta mais Despesas do que Receitas, dessa maneira tem-se:

DÉFICIT = GASTOS - RECEITAS

Quanto maior o gasto em relação às receitas, maior o Déficit, de maneira contrária, quan-
to maior as Receitas em relação aos gastos, tem-se Superávit.
O Déficit Público tem relação direta com a Dívida Pública, sendo assim:

19
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Quanto MAIS ELEVADO o déficit público, MAIOR o aumento da dívida

MANEIRAS DE MENSURAÇÃO DO DÉFICIT PÚBLICO

De maneira geral, existem três maneiras de se medir o déficit público. Vamos analisar as
3 de forma resumida:

Déficit Nominal

Todas as despesas e receitas incorridas pelo governo em determinado período. Como o


próprio nome diz, o cálculo é feito pelo valor nominal, ou seja, não há o cálculo da inflação.
Lembre-se, o Déficit Nominal não considera a inflação do período.

Déficit Primário

Para se medir o Déficit Primário, os pagamentos e recebimentos de juros são excluídos da


Medida. Lembre-se, no cálculo do Déficit Primário não se consideram as despesas com juros,
amortizações da dívida pública, entre outras despesas e receitas financeiras.
O principal motivo de retirar as despesas financeiras é evidenciar de forma concreta a
fonte primária de aumento da dívida pública. É necessário saber que o Déficit Primário é a
fonte primária da dívida pública.

Déficit Operacional

É o “Déficit Real” por assim dizer, neste cálculo, é deduzido do déficit efeitos da inflação e
do pagamento de juros da dívida. Lembre-se que o Déficit Operacional deduz a Inflação e o
Pagamento de Juros de seu cálculo.

NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO

Como uma família, o Brasil também necessita de financiamento para suas atividades, a
maneira mais usual de País financiar suas atividades é por meio da Emissão de Títulos Públi-
cos, em resumo:

z A maneira mais óbvia de financiar este déficit é tomando recursos emprestados do setor
privado, por meio da venda de títulos públicos;
z Os títulos públicos não podem ser adquiridos diretamente pelo BACEN;
z Os Títulos Públicos são referenciados pela taxa SELIC;
z Quando o governo precisa de financiamento, normalmente sobe a taxa SELIC, o que causa
um maior interesse por títulos públicos;
z Um Aumento da Taxa SELIC, tira moeda da Economia, já que os investidores tendem a
preferir comprar títulos.

Lembre-se que um aumento da taxa Selic tende a diminuir a inflação e vice-versa.


20
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


CRESCIMENTO DAS DESPESAS PÚBLICAS

De maneira geral, os gastos públicos podem ser subdivididos em quatro categorias, sendo
elas:

z Consumo do Governo: Salários do Funcionalismo, Consumo Corrente etc.;


z Investimento do Governo;
z Transferências ao Setor Privado: como Subsídios às Empresas;
z Juros da Dívida.

De forma geral, a Dívida Pública consiste no estoque total de recursos de terceiros utiliza-
dos para financiar o déficit público.

TÍTULOS PÚBLICOS

São títulos emitidos pelo próprio governo para angariar recursos, na prática é a forma do
governo “te pedir dinheiro emprestado”. Para que você empreste esse recurso ao governo é
necessário que o mesmo te garanta alguma vantagem financeira na forma de juros.
Os títulos públicos não possuem garantia do FGC, porém são considerados muito seguros,
pois o governo brasileiro costuma honrar sua dívida atualmente. Lembre-se que os Títulos
Públicos não contam com a Garantia do FGC.
Entre os títulos públicos existem duas modalidades: os títulos sem cupom e os títulos com
cupom.
Títulos sem cupom pagam seus juros apenas no vencimento dos títulos; enquanto títulos
com cupom pagam no vencimento e juros periódicos (trimestrais, semestrais etc.).

Importante!
Títulos Sem Cupom pagam juros Apenas no vencimento dos títulos.
Títulos Com Cupom pagam juros Periódicos.

A rentabilidade de títulos com o sem cupom costumam ser bem parecidas, mudando ape-
nas a frequência de pagamento.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Títulos sem Cupom

São títulos públicos sem cupom:

z LFT – Letra Financeira do Tesouro (Tesouro Direto Selic): Pós Fixado, atrelado à SELIC.
Por ser pós fixado é recomendado em cenários de alta de SELIC;
z LTN – Letra do Tesouro Nacional: Pré Fixado, o investidor já sabe no momento da con-
tratação a rentabilidade do papel;
z NTN-B (Principal): Notas do Tesouro Nacional Série B. Título atrelado à inflação (IGPM ou
IPCA) bom para o investidor que quer proteger seu ganho real.

21
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Títulos com Cupom

São títulos públicos com cupom:

z NTN-B: Atrelada a Inflação (IPCA ou IGPM);


z NTN F: Pré-Fixado.

PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E


DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL,
POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO,
INVESTIMENTOS E SEGUROS

Crédito é um conceito presente no dia a dia das pessoas e empresas, mais do que possamos
imaginar a princípio. Todos nós estamos continuamente às voltas com o dilema de uma equa-
ção simples: a constante combinação de nossos recursos finitos com o conjunto de nossas
imaginações e necessidades infinitas, gerando desta forma a procura por Crédito.
Por outro lado, a Política de Crédito de um banco é um assunto de extrema importância
para o concessor de crédito, pois fornece instrumentos que auxiliam na hora da decisão de
emprestar ou não, funcionando como orientadores da concessão.
E como a literatura técnica define crédito?

Crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporaria-


mente, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte
a sua posse integralmente, após decorrido o tempo estipulado. (Wolfgang Kurt Schrickel)

Em outras palavras: “crédito é a expectativa gerada através da disponibilidade de


uma quantia em dinheiro para uma pessoa, dentro de um espaço de tempo limitado”.
Para uma instituição financeira, a palavra crédito é sinônima de confiança. A atividade
bancária fundamenta-se nesse princípio, que envolve a instituição propriamente dita, seu
universo de clientes, empregados e o público em geral. Afinal, confiança é um sentimento,
uma convicção que se constrói ao longo do tempo, através de acontecimentos e experiências
reais, da lisura, probidade, pontualidade, honestidade de propósitos, cumprimento de regu-
lamentos e compromissos assumidos.
O banco, no exercício da sua função principal, que é a de intermediar recursos de tercei-
ros, promover a captação de riquezas e poupanças, apoia-se nos princípios da segurança e
confiança para consolidação de um relacionamento construtivo.
São 3 os elementos fundamentais do crédito, sendo eles: Montante; Prazo e Prêmio ou
Juros.

z Montante (é a “bufunfa” de fato, é o R$ que a instituição vai liberar para você)

É o capital ou dinheiro do crédito. É o valor que irá receber emprestado para a satisfa-
ção das suas necessidades que, posteriormente, terá que devolver à Entidade Financiadora,
o banco.
22
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


No entanto, são as necessidades ou finalidades que determinam o montante do crédi-
to, pois, não é aceitável, solicitar um crédito de montante elevado para comprar um carro.
É igualmente aceitável que o risco que a Entidade Financeira está disposta a correr
pela concessão de determinado montante seja condicionado a um colateral ou garantia
que lhe proporcionará a segurança ou conforto para disponibilização desse montante.
Assim sendo, o montante, de grosso modo, está condicionado pela finalidade, risco e ga-
rantias associadas.

z Prazo (é o tempo para devolver o dinheiro ao banco acrescido dos juros da operação)

Período no qual o montante terá que ser restituído à Entidade Financeira, este varia
de acordo com as preferências e necessidades subjacentes ao pedido de crédito.
A título de exemplo, não é considerado correto, proporcionar um crédito para comprar
carro com um prazo demasiado alargado, pois se considera que o prazo de 4 a 6 anos é um
período aceitável para este tipo de crédito.
De igual modo, a garantia do crédito surge novamente como variável determinante na
definição do prazo do empréstimo, pois, oferece-se como colateral o penhor de um depósito a
prazo, então poderá negociar o prazo do seu crédito permitindo maior flexibilidade.
Assim sendo, o prazo apresenta-se flexível e relaciona-se com a finalidade do crédito e
a garantia associada.

z Prêmio ou Juros (é o famoso pagamento que você dá à instituição para ela te empres-
tar o dinheiro)

Surge como compensação pela antecipação do montante necessário para a satisfação


das necessidades de consumo ou bem-estar. Do ponto de vista das Entidades Financiadoras
ou Bancos é considerado o lucro, ou a variável que carrega a parte dos lucros.
Regra geral, a taxa de juro pode ser fixa ou variável sendo que a primeira permite maio-
res níveis de segurança para o consumidor, pois permite saber antecipadamente o valor de
todos os reembolsos. Já a segunda reflete a evolução do mercado, sendo que, o consumidor
terá ganhos, se a variação for para menos e terá gastos adicionais se a variação for para mais.
De igual modo, a finalidade e garantia associada ao pedido de crédito define o prêmio
ou juros que terá de suportar, pois, considera-se que o crédito ao consumo ou crédito de con-
sumo, como os cartões de crédito ou crédito pessoal, possuem maiores taxas de juro que os CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
créditos hipotecários para compra de casa, denominados créditos habitacionais.
Assim sendo, o prêmio ou os juros surgem como as variáveis determinantes do valor do
dinheiro no tempo, pois permite atualizar e compensar as Entidades financiadoras do
custo em conceder o crédito em detrimento de outras opções de investimento.
O prêmio ou juros está igualmente condicionado à finalidade e garantia da operação, pois
este será tão elevado quanto menor a importância da necessidade, menor o valor da garantia
ou maior nível de risco da operação.
É da conjugação destes três elementos que surge a prestação do crédito, pois esta é a jun-
ção do capital, prazo e os juros.
A prestação terá maior ou menor valor a depender da taxa de juros e o tempo do emprés-
timo, mantendo-se o capital constante.
23
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Em outras palavras, o reembolso do montante financiado pode ser efetuado mediante o
pagamento de prestações que serão determinadas em função do tempo e do prazo.

Fonte: http://www.artigonal.com/credito-artigos/3-elementos-fundamentais-do-credito-3840068.html

Tendo por base a confiança, a concessão de crédito também é baseada em dois elementos
fundamentais:

z A vontade do devedor de liquidar suas obrigações dentro das normas contratuais


estabelecidas;
z A habilidade do devedor de assim fazê-lo, ou seja, de pagar.

A vontade de pagar pode ser colocada sob o título Caráter, enquanto que a habilidade
para pagar pode ser nominada tanto como Capacidade, quanto como Capital e Condições.

PRINCIPAIS MODALIDADES DE CRÉDITO

Para nossa prova consideramos mercado de crédito tudo relacionado a crédito, entretanto
vamos salientar os tipos que nossa banca mais gosta de cobrar. Lembrando que quando uma
instituição financeira está liberando recursos, ela se encontra na posição Ativa, ou seja, está
liberando dinheiro para um deficitário e este deficitário deverá devolver o recurso ao banco,
acrescentando uma taxa de juros pactuada entre as partes. As principais operações ativas
são:

z O CDC – Crédito Direto ao Consumidor

Esta modalidade de crédito é a mais comum, pois é direcionada para diversas áreas, como:
Automático, Turismo, Salário/ Consignação (30% da renda, debitado do contracheque) e o
CDC para bens de consumo duráveis: carros, motos etc.
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até mesmo sem garantias. Obs.: Existe ainda o
CDC-I (Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência) que é realizado quando o vende-
dor é o fiador ou avalista do cliente na operação, ou seja, o banco fornece crédito ao cliente,
pois o vendedor está assumindo o risco da operação junto ao banco, para que este libere o
recurso parcelado ao cliente.

z Hot Money

Inicialmente uma aplicação financeira de curto prazo, com alta rentabilidade. Trazido
para o Brasil, ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada a Pessoas Jurídicas.
Prazo de 1 até 29 dias, mas normalmente se contrata por até 10 dias.
Para sanar problemas momentâneos de fluxo de caixa.
Adaptável às mudanças bruscas nas taxas de juros por ter como principal característi-
ca o curto prazo.

24
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Vendor Finance

É uma operação de financiamento de vendas baseadas no princípio da cessão de crédito,


que permite a uma empresa vender seu produto a prazo e receber o pagamento à vista.
A operação de Vendor supõe que a empresa compradora seja cliente tradicional da vende-
dora, pois será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco.
A empresa vendedora transfere seu crédito ao banco e este, em troca de uma taxa de inter-
mediação, paga o vendedor à vista e financia o comprador.
A principal vantagem para a empresa vendedora é a de que, como a venda não é financia-
da diretamente por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, comissões de vendas
e royalties, no caso de licença de fabricação, torna-se menor.
É uma modalidade de financiamento de vendas para empresas na qual quem contrata o
crédito é o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o comprador. Assim, as empre-
sas vendedoras deixam de financiar os clientes, elas próprias, e dessa forma param de recor-
rer aos empréstimos de capital de giro nos bancos ou aos seus recursos próprios para não se
descapitalizarem e/ou pressionarem seu caixa.
Como em todas as operações de crédito, ocorre a incidência do IOF, sobre o valor do finan-
ciamento, que é calculado proporcionalmente ao período do financiamento.
A operação é formalizada com a assinatura de um convênio, com direito de regresso entre
o banco e a empresa vendedora (fornecedora), e de um Contrato de Abertura de Crédito entre
as três partes (empresa vendedora, banco e empresa compradora).

z Compror Finance

Existe uma operação inversa ao Vendor, denominada Compror, que ocorre quando peque-
nas indústrias vendem para grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez de o vendedor
(indústria) ser o fiador do contrato, o próprio comprador é que funciona como tal.
Trata-se, na verdade, de um instrumento que dilata o prazo de pagamento de compra sem
envolver o vendedor (fornecedor).
O título a pagar funciona como “lastro” para o banco financiar o cliente que irá lhe pagar
em data futura pré-combinada, acrescido de juros e IOF, sem incidência imediata da CPMF no
empréstimo. Como o Vendor, este produto também exige um contrato mãe definido as condi-
ções básicas da operação que será efetivada quando do envio ao banco dos contratos-filhos,
com as planilhas dos dados dos pagamentos que serão financiados.

z Adiantamentos ou Descontos CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Consistem basicamente em adiantar ao cliente ou credor, um valor referente a um crédito


que este receberá somente em uma data futura. Logo, aquele crédito já contará no caixa do
cliente ou da empresa. O banco, por não ser mãe do cliente, cobra uma taxa de juros, que
diminui do valor de face do título, ou valor nominal.
Exemplo: Um cliente possui um título, que tem valor de face, valor escrito, de R$ 1.000,00.
De posse desse título o cliente vai até o banco e solicita ao banco que adiante a ele o valor
referente àquele título. O banco cobra uma taxa de juros que diminui do valor de face do
título um determinado valor, exemplo: o banco irá cobrar R$200,00 pela antecipação. Logo, o
banco faz o crédito na conta do cliente no valor de R$800,00. O banco fica com a custódia do
papel, e quando o devedor pagar o título, o banco ficará com o valor de R$1.000,00. Lucrando,
assim, R$200,00 na operação. 25
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Esses títulos podem ser boleto, cartões de crédito, cheques pré-datados, duplicatas e
notas promissórias.
Quando falamos de desconto de duplicatas, cheques ou notas promissórias, temos
alguns detalhes:
Caso os títulos não sejam pagos pelo devedor, o banco tem direito de regresso contra o
credor, ou cedente. Ou seja, se o devedor não pagar o banco vai atrás do cliente (credor),
para que este efetue o pagamento ao banco.

z Leasing ou Arrendamento Mercantil – Principal produto das Sociedades de Arrenda-


mento Mercantil (S.A.M), o leasing é um contrato denominado na legislação brasileira
como “arrendamento mercantil”. As partes desse contrato são denominadas “arrendador”
e “arrendatário”, conforme sejam, de um lado, um banco ou sociedade de arrendamento
mercantil, o arrendador, e, de outro, o cliente, o arrendatário.

O objeto do contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de bem escolhido pelo


arrendatário para sua utilização. O arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo
que a posse e o usufruto, durante a vigência do contrato, são do arrendatário. Residindo aí
a principal vantagem do leasing, pois o arrendatário, ou seja o cliente que irá usar o bem, o
utilizará sem necessariamente ter sua propriedade, o que em um financiamento comum não
será possível, pois o cliente estaria comprando o bem e não apenas alugando. Desta forma,
o Leasing é um serviço e, por isso, não incide sobre suas operações o IOF, mas sim o Imposto
Sobre Serviço, o ISS.
O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arren-
datário, do bem de propriedade do arrendador. Esta opção deve ser indicada no momento
da contratação.
Caso o cliente deseje/almeje ficar com o bem no final, deverá pagar ao Arrendador o Valor
Residual Garantido (VRG) que nada mais é do que um valor de mercado do bem. Este VRG
pode ser diluído nas parcelas do aluguel durante todo o contrato se assim for pactuado.
Duas das principais vantagens do Leasing são:

z A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna a operação mais barata;
z A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de deduzir do Imposto de Renda como despe-
sa operacional as parcelas do Leasing.

Como nos Empréstimos Normais é Possível Quitar o Leasing Antes do Prazo Definido no
Contrato?

Sim. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação e na
regulamentação (art. 8º do Regulamento anexo à Resolução CMN 2.309, de 1996), o contrato
não perde as características de arrendamento mercantil. Entretanto, caso realizada antes
dos prazos mínimos estipulados, o contrato perde sua caracterização legal de arrendamento
mercantil e a operação passa a ser classificada como de compra e venda a prazo (art. 10 do
citado Regulamento).
Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que essa des-
caracterização pode acarretar.
26
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


BEM OBJETO DO
LEASING

Arrendatário
Arrendador (Banco)
(Cliente)
Proprietário
Usuário

Deve vender o
bem após o fim do
Pode optar por ficar
contrato caso o
com o bem no final
cliente não o adquira
no final

QUADRO RESUMO
Leasing financeiro Leasing operacional
2 anos para bens com vida útil < 5
Prazo mínimo de duração do anos
90 dias
leasing 3 anos para bens com vida útil > 5
anos
Valor residual garantido
Permitido Não permitido
- VRG
Pactuada no início do contrato, nor-
Opção de compra Conforme valor de mercado
malmente igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
da arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo o O somatório de todos os
VRG, deverá garantir à arrendadora pagamentos devidos no
Pagamentos o retorno financeiro da aplicação, in- contrato não poderá exce-
cluindo juros sobre o recurso empre- der 90% do valor do bem
gado para a aquisição do bem arrendado
Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
OBS. 1: os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estrangei-
ros. Para os estrangeiros é necessário que estes estejam em uma lista elaborada pelo CMN.
OBS. 2: Sale and Leaseback (Apenas para bens Imóveis): tipo de Leasing em que o
dono de um imóvel o vende para uma Sociedade de Arrendamento, e no mesmo contrato a
Sociedade de Arrendamento arrenda o bem para o vendedor, entretanto esta modalidade só
é possível no leasing financeiro e só para Pessoas Jurídicas.
OBS. 3: os bens objetos de arrendamento mercantil – Leasing, não podem ser arrendados
ao próprio fabricante do bem, ou seja, por exemplo: A Embraer que fabrica aviões no Brasil,
não pode arrendar seus aviões para si.

27
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Consórcio

Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e


número de cotas previamente determinados, promovida por administradora de consórcio,
com a finalidade de propiciar a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou
serviços, por meio de autofinanciamento.
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica prestadora de serviços com objeto
social principal voltado à administração de grupos de consórcio, constituída sob a forma de
sociedade limitada ou sociedade anônima.
A adesão de um consorciado a um grupo de consórcio se dá mediante assinatura de contra-
to de participação. Nesse contrato, devem estar previstos os direitos e os deveres das partes,
tais como a descrição do bem a que o contrato está referenciado e seu respectivo preço (que
será adotado como referência para o valor do crédito e para o cálculo das parcelas mensais
do consorciado). No contrato deve haver, ainda, as condições para concorrer à contemplação
por sorteio, bem como as regras da contemplação por lance.
O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre o interesse individual do consorciado.
Os grupos de consórcio caracterizam-se como sociedade não personificada com patrimônio
próprio, o qual não deve ser confundido com o patrimônio dos demais grupos nem com o da
administradora. ​
Contemplação no consórcio:

z A contemplação é atribuição de crédito ao consorciado para a aquisição de bem ou serviço;


z As contemplações podem ocorrer por meio de sorteios ou lances;
z A contemplação por lance somente pode ocorrer depois de efetuadas as contemplações
por sorteio ou se estas não forem realizadas por insuficiência de recursos do grupo de
consórcio;
z Uma vez contemplado, o consorciado terá a faculdade de escolher o fornecedor e o bem
desde que respeitada a categoria em que o contrato estiver referenciado;
z O fato de a administradora eventualmente ser vinculada a alguma concessionária, reven-
dedora ou montadora de bens não pode restringir a liberdade de escolha do consorciado.

O Banco Central (BC) é responsável pela normatização, autorização, supervisão e controle


das atividades do sistema de consórcios, com foco na eficiência e solidez das administradoras
e cumprimento da regulamentação específica.
As questões inerentes às relações de consumo entre clientes e usuários das instituições
financeiras e das administradoras de consórcio estão sujeitas ao Código de Defesa do Consu-
midor, cabendo aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC)
fazer a mediação dessas questões.
As administradoras de consórcio devem remeter periodicamente ao BC informações con-
tábeis e não contábeis sobre as operações de consórcio.

Fonte: bcb.gov.br

28
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


CRÉDITOS ROTATIVOS

Os créditos rotativos nada mais são do que operações em que o devedor pode reutilizar o
valor liberado pelo banco sempre que liquidar a operação anterior.

Conta Garantida

Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo banco ao cliente em uma conta de não
livre movimentação, onde o mesmo só pode movimentá-la por cheque ou transferência.
Resumindo, é um saldo em uma conta que, caso o cliente não tenha fundos na sua conta
corrente de livre movimentação, esta conta cobre a emissão de cheques e outros compromis-
sos, desde que haja aviso prévio do pedido de movimentação, além da provável exigência de
garantias para a liberação do recurso solicitado.

Cheque Especial

Crédito de caráter rotativo que se destina a cobrir emissão de cheques de clientes PF ou PJ


que não tenham saldo disponível em sua conta. Estes valores ficam disponíveis para o cliente
movimentá-los com seus cheques, cartões, TED e DOC. Os juros são mensais e não há neces-
sidade de amortização mensal do saldo devedor, bastando o cliente pagar os juros e IOF do
período utilizado.
Para conta de depósitos à vista titulada por pessoas naturais, ou seja, pessoas físicas e
por microempreendedores individuais (MEI), as taxas de juros remuneratórios cobradas
sobre o valor utilizado do cheque especial estão limitadas a, no máximo, 8% (oito por cento)
ao mês.
É vedado à instituição financeira impor limite superior a R$500,00 (quinhentos reais), se
o cliente optar pela contratação de limite mais baixo, ou seja, se o cliente disser que quer o
menor limite possível, o banco não pode exigir que sejam 500 reais, pode ser menor.
A alteração de limites, quando não realizada por iniciativa do cliente, deve ser feita da
seguinte forma:

z No caso de redução, ser precedida de comunicação ao cliente, com no mínimo trinta dias
de antecedência;
z No caso de majoração, ser condicionada à prévia autorização do cliente, obtida a cada CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
oferta de aumento de limite.

Os limites podem ser reduzidos sem observância do prazo da comunicação prévia, desde
que verificada deterioração do perfil de risco de crédito do cliente, conforme critérios defi-
nidos na política de gerenciamento do risco de crédito.

Cartão de Crédito

Consistem, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, onde o cliente compra com o
cartão e pode pagar de uma só vez ou parcelado.

29
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Conforme for pagando as faturas, o crédito vai sendo liberado novamente e pode ser
reutilizado.
As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras
estão sujeitas à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo
Banco Central do Brasil, nos termos dos arts. 4º e 10 da Lei 4.595, de 1964. Todavia, nos casos
em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de instituição financeira,
não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.
Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que insti-
tuições não financeiras que operam recebendo e processando os pagamentos dos cartões dos
clientes. Estas instituições se submetem a regulamentação do CMN e do Bacen.
Hoje no Brasil prevalece a Circular 3.885/2018 que exige solicitação de autorização para
funcionamento de instituições de pagamento, que incluem as administradoras de cartões de
crédito, apenas se ultrapassarem o parâmetro de 500 milhões de reais em transações comuns
ou 50 milhões em transações pré-pagas.
Desta forma, não há uma regra que o Bacen autoriza funcionamento de administradoras
de cartão, ficando obrigatório apenas as que ultrapassarem os parâmetros acima.

TIPOS DE INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO


Gerencia conta de pagamento do tipo pré-pa- Exemplo: emissores dos cartões de vale-
Emissor de moeda eletrônica ga, na qual os recursos devem ser depositados -refeição e cartões pré-pagos em moeda
previamente nacional
Gerencia conta de pagamento do tipo pós-pa- Exemplo: instituições não financeiras emissoras
Emissor de instrumento de paga-
ga, na qual os recursos são depositados para de cartão de crédito (o cartão de crédito é o ins-
mento pós-pago
pagamento de débitos já assumidos trumento de pagamento)
Não gerencia conta de pagamento, mas habili- Exemplo: instituições que assinam contrato
Credenciador ta estabelecimentos comerciais para a aceita- com o estabelecimento comercial para acei-
ção de instrumento de pagamento tação de cartão de pagamento
Não gerencia conta de pagamento, mas habili- Exemplo: instituições que assinam contrato
Credenciador ta estabelecimentos comerciais para a aceita- com o estabelecimento comercial para acei-
ção de instrumento de pagamento tação de cartão de pagamento
Uma mesma instituição de pagamento pode atuar em mais de uma modalidade (Fonte: bcb.gov.br)

Tipos de Cartão de Crédito

Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado. O cartão básico é


aquele utilizado somente para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos cre-
denciados. Já o cartão diferenciado é aquele cartão que, além de permitir a utilização na
sua função clássica de pagamentos de bens e serviços, está associado a programas de bene-
fício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios adicionais, como programas de milha-
gem, seguro de viagem, desconto na compra de bens e serviços, atendimento personalizado
no exterior etc.
O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório pelas instituições emissoras
de cartão de crédito, quando possuem o produto cartão de crédito em seu portifólio. Esse car-
tão básico pode ser nacional ou internacional, mas o valor da anuidade do cartão básico
deve ser menor do que o valor da anuidade do cartão diferenciado, por este motivo o cartão
básico não tem direito a participar de programas de recompensas oferecidos pela insti-
tuição emissora.
Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões de loja que só podem ser usados na rede
da loja especifica, por exemplo: Renner e Riachuelo. E os Co-Branded Cards, que são cartões
de crédito que fazem parcerias com outras empresas de grande nome no mercado, exemplo:
Itaú TAM fidelidade.
30
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Além dessas classificações, o Banco Central, através da resolução CMN nº 4.549, adicionou
uma outra classificação quanto ao pagamento dos valores das faturas que são: cartão com
rotativo regular e cartão com rotativo não regular.
O rotativo regular: Pagamento apenas do mínimo e não parcela o restante, situação em
que adere ao crédito rotativo regular, em que se sujeita o titular do cartão ao pagamento dos
juros e dos encargos financeiros previstos em contrato, sendo vedada a cobrança de juros
adicionais punitivos (comissão de permanência).
O rotativo não regular: Pagamento de valor inferior ao mínimo, sem parcelamento:
cliente fica inadimplente, podendo ser aplicados os procedimentos previstos no contrato
para situações de inadimplemento: juros do crédito rotativo (por dia de atraso sobre a parce-
la vencida ou sobre o saldo devedor não liquidado); multa de 2% sobre o principal; e juros de
mora de 1% ao mês. Atenção! O prazo máximo de utilização de crédito rotativo é de 30 dias,
até o vencimento da fatura subsequente.

Tarifas Cobradas

Os bancos só podem cobrar 5 tarifas, consideradas prioritárias, referentes à prestação


de serviços de cartão de crédito: anuidade, emissão de segunda via do cartão, tarifa para
uso na função saque (nacional ou internacional), para uso do cartão no pagamento de
contas e no pedido de avaliação emergencial do limite de crédito.
Podem ser cobradas ainda tarifas pela contratação de serviços de envio de mensagem
automática relativa à movimentação ou lançamento na conta de pagamento vinculado ao
cartão de crédito, pelo fornecimento de plástico de cartão de crédito em formato per-
sonalizado, e ainda pelo fornecimento emergencial de segunda via de cartão de crédito.
Esses serviços são considerados “diferenciados” pela regulamentação.
Todas essas tarifas devem estar previstas em contrato e são cobradas exclusivamente pela
administradora do cartão.

Importante!
Atualmente não existe valor mínimo para pagamento de fatura de cartão de crédito, fican-
do as instituições financeiras livres para decidir qual o valor mínimo para o pagamento
das faturas pelos clientes.

Vale destacar que caso o cliente não pague a fatura por completo, o saldo devedor será CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
financiado pelo Banco e não pela administradora do cartão, e cabe ao Banco oferecer ao
cliente opções de parcelamento alternativas mais baratas que os juros cobrados no rotativo
do cartão. Da mesma forma, caso o cliente queira parcelar uma fatura, pois está incapaz de
efetuar o pagamento total, quem parcelará será o Banco e não a administradora do cartão,
pois estas estão proibidas pelo Bacen a realizarem tal operação.

Na verdade, os financiamentos são feitos por bancos, pois administradoras de cartão de cré-
dito são proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos, o detentor do cartão de crédito
aparecerá no SCR como cliente do banco, que é o real financiador da operação intermediada
pela administradora de cartão de crédito.

Fonte: FAQ Sistema de Informação de Crédito – BACEN


31
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Com base nisto que aprendemos, é bom saber que para que o cartão funcione, é preciso
uma estrutura completa de instituições financeiras, credenciadores, bandeiras e estabeleci-
mentos. Mas quem é quem?
Instituições Financeiras ou Emissor: é o banco ou uma instituição não bancária que
fornece o cartão de crédito e/ou débito para o cliente (titular do cartão). É quem se relaciona
com o titular do cartão, estabelecendo os limites de crédito, enviando o cartão para utiliza-
ção, emitindo as faturas e aprovando as compras realizadas nas lojas.
Credenciador: responsável pela filiação dos estabelecimentos comerciais para uso de car-
tões nas operações de venda. É responsável pelo fornecimento e manutenção dos equipa-
mentos de captura, a transmissão dos dados das transações eletrônicas e os créditos em conta
corrente do estabelecimento comercial.
Estabelecimento Credenciado: empresa de qualquer porte, incluindo o empreendedor
individual ou profissional autônomo que aceita o sistema de cartões com suas respectivas
bandeiras nas vendas de bens ou serviços.
Bandeira: é quem licencia a marca para o emissor e para o credenciador e coordena o sis-
tema de aprovação, compensação e liquidação dos créditos. A Visa, Mastercard, Diners Club
e American Express são exemplos de bandeiras internacionais e a Hipercard, Elo, Sorocred,
Sicred são bandeiras nacionais ou regionais

Cartão BNDES

O Cartão BNDES é um produto que, baseado no conceito de cartão de crédito, visa finan-
ciar os investimentos dos Micro Empreendedores Individuais (MEI), Micro Empresas e
das micro, pequenas e médias empresas de controle nacional.
Podem obter o Cartão BNDES as MPMEs (com faturamento bruto anual de até R$ 300
milhões), (caso a empresa pertença a grupo ou conglomerado, o faturamento bruto total de
todas as participantes deve ser somado e não pode exceder o limite de 300 milhões), sedia-
das no País, de controle nacional, que exerçam atividade econômica compatíveis com as
Políticas Operacionais e de Crédito do BNDES e que estejam em dia com o INSS, FGTS, RAIS e
tributos federais.
O cartão BNDES Agro é também um produto baseado no conceito de cartão de crédito,
entretanto é voltado apenas para pessoas físicas e visa financiar investimentos em produ-
tos rurais em seus negócios.
O portador do Cartão BNDES poderá comprar exclusivamente os itens expostos no
Portal de Operações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br) por fornecedores previa-
mente credenciados.
As 11 Instituições financeiras emissoras atuais do Cartão BNDES são:

32
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Banco do
Brasil
Banco
Sicredi do
Nordeste

Sicoob Santander

EMISSORES

Itaú Banestes

Caixa Banrisul

BRDE Bradesco

Bandeiras de cartão de crédito: Cabal, Elo, MasterCard e Visa.

As condições financeiras em vigor são: Limite de crédito de até R$ 2 milhões por car-
tão, por banco emissor.

z Prazo de parcelamento de 3 a 48 meses.


z Taxa de juros pré-fixada (informada na página inicial do Portal).

Obs. 1: o limite de crédito de cada cliente será atribuído pelo banco emissor do cartão,
após a respectiva análise de crédito. Uma empresa pode obter um Cartão BNDES de cada
bandeira por banco emissor, podendo somar seus limites numa única transação.
Obs. 2: o cliente pode obter um Cartão BNDES em quantos bancos emissores ele desejar.
Caso um banco emissor trabalhe com mais de uma bandeira de cartão de crédito, o CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cliente poderá ter, nesse banco, um Cartão BNDES de cada bandeira, desde que a soma
dos limites não ultrapasse R$2 milhões.
Tarifa de Abertura de Crédito (TAC): Os bancos estão autorizados a cobrar a TAC desde que
esta não exceda 2% do limite de crédito concedido. OF (Imposto sob Operação Financeira) no
cartão BNDES agora pode ser cobrado, devido ao Decreto Nº 8.511 de agosto de 2015.

Crédito Rural

É uma linha de crédito barata, com taxas determinadas por legislação que buscam ajudar
aos produtores rurais e suas cooperativas em suas atividades. Beneficiários:

33
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Produtor rural (pessoa física ou jurídica);
z Cooperativa de produtores rurais;
z Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, dedique-se a uma das
seguintes atividades:

„ Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;


„ Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões;
„ Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclu-
sive para proteção do solo;
„ Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;
„ Medição de lavouras;
„ Atividades florestais.

Cuidado! Sindicatos rurais estão fora, ou seja, não podem ser beneficiários do crédito rural.
Pode ser concedido, com finalidades especiais, crédito rural a pessoa física ou jurídica
que se dedique à exploração da pesca e da aquicultura, com fins comerciais, incluindo-se
os armadores de pesca. (Resolução BACEN 4.106/2012)
O tomador do crédito está sujeito à fiscalização da Instituição Financeira.

Da Origem dos Recursos

Controlados/Obrigatórios: são controlados por Lei, ou seja, exige-se que sejam repas-
sados ao crédito rural.
Caso os bancos descumpram esta exigência, pagam multa e o valor desta multa será
revertida em recursos ao credito rural.

z Os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista);


z Os das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão do Ministério da Economia;
z Os de qualquer fonte destinados ao crédito rural na forma da regulação aplicável,
quando sujeitos à subvenção da União, sob a forma de equalização de encargos finan-
ceiros, inclusive os recursos administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES);
z Os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições definidas para
os recursos obrigatórios;
z Os dos fundos constitucionais de financiamento regional;
z Os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).
z Letra de Crédito do Agro Negócio/LCA. (Novo!)

Não controlados: todos os demais. O banco capta se quiser e empresta como quiser.

Quais são as Modalidades da Operação? Resolução CMN 4.899, de 2021

z Custeio: destina-se a cobrir despesas normais dos ciclos produtivos como aquisição de
bens e insumos, suplemento do capital de trabalho, além de atender às pessoas dedicadas
à extração de produtos vegetais. (é comprar insumos para plantar grãos, vegetais, etc.).
34
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Investimentos: destina-se às aplicações em bens ou serviços, cujo desfrute se estenda
por vários períodos de produção. (Modernização)
z Comercialização: destina-se a assegurar ao produtor ou cooperativas os recursos neces-
sários à colocação de seus produtos no mercado, podendo compreender a pré-comer-
cialização, os descontos de Nota Promissória Rural, Duplicatas Rurais e o Empréstimo
do Governo Federal (EGF).
z Crédito de industrialização: destina-se a produtor rural para industrialização de produ-
tos agropecuários em sua propriedade rural, desde que, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) da produção a ser beneficiada ou processada seja de produção própria; e a coope-
rativas, na forma definida no Manual do Crédito Rural, desde que, no mínimo, 50% (cin-
quenta por cento) da produção a ser beneficiada ou processada seja de produção própria
ou de associados.

Taxa de Juros

A taxa de juros máxima admitida no crédito rural é de 6% a.a. (seis por cento), podendo
ser reduzidas a critério da instituição financeira e escalonada conforme origem dos recursos
dos Fundos Constitucionais (FNE, FNO e FCO).

Quais são os Limites de Financiamento?

O limite de crédito de custeio rural, por beneficiário, em cada safra e em todo o Sistema
Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$3.000.000,00 (três milhões de reais), devendo ser
considerados, na apuração desse limite, os créditos de custeio tomados com recursos con-
trolados, exceto aqueles tomados no âmbito dos fundos constitucionais de financiamento
regional ou aqueles cuja origem do recurso sejam as Letras de Crédito do Agronegócio.
Nas operações de investimento, o limite de crédito dependerá do objeto a ser adquirido
e da disponibilidade da instituição financeira, pois é vedado utilizar recursos controlados/
obrigatórios para operações de investimentos, exceto se disposto em norma específica, que
são as linhas que utilizam recursos da Poupança Rural e de linhas de crédito do BNDES. Além
disso devem ser observados os seguintes prazos:

z Investimento fixo: 12 (doze) anos;


z Investimento semifixo: 6 (seis) anos, exceto quando se tratar de aquisição de animais
para reprodução ou cria, cujo prazo será de até 5 (cinco) anos, incluído até 12 (doze) meses
de carência. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para a comercialização o valor máximo será liberado de acordo com a garantia ofertada
que poderá ser de até 4,5 milhões se as garantias forem de Nota Promissória Rural ou uma
Duplicata Rural, podendo chegar a 25 milhões para Financiamento Especial de Estocagem
(FEE) de sementes, com recursos controlados.
Para o crédito de industrialização limite do crédito para as operações de industriali-
zação, ao amparo dos recursos controlados, é de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
mil reais) por tomador, em cada ano agrícola e em todo o SNCR, onde, no mínimo, 50%
(cinquenta por cento) da produção a ser beneficiada ou processada deve ser de produção
própria do produtor rural, da cooperativa de produção ou de associados; podendo chegar
a 400 milhões, com recursos dos fundos constitucionais, se tomado por cooperativas de
produção agropecuárias. 35
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O que é Nota Promissória Rural?

Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou
pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas; nos
recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza entregues pelos seus coo-
perados, e nas entregas de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos
seus associados. O devedor é, geralmente, pessoa física.

O que é Duplicata Rural?

Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando
efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser utilizada
também, como título do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural pelo vendedor,
este ficará obrigado a entregá-la ou a remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de
assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.

Como Pode ser Liberado o Crédito Rural?

De uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em conta de depósitos, de acordo com as


necessidades do empreendimento, devendo sua utilização obedecer a cronograma de aqui-
sições e serviços.
Para liberação do crédito rural a instituição financeira pode exigir um projeto, podendo
este ser dispensado caso haja garantias de Notas Promissórias Rurais ou Duplicatas Rurais.
Os objetivos do crédito rural são:

z Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas cooperativas;


z Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos
agropecuários;
z Fortalecer o setor rural;
z Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumen-
to de produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada
utilização dos recursos naturais;
z Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos pequenos
produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais;
z Desenvolver atividades florestais e pesqueiras;
z Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão de obra na agricultura familiar.

As garantias da operação:

z Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cedular;


z Alienação fiduciária;
z Hipoteca comum ou cedular;
z Aval ou fiança;
z Seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proa-
gro); (Isento de IOF)
36
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio de penhor de
direitos, contratual ou cedular;
z Outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.

A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural?

z Remuneração financeira (taxa de juros);


z Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações relativas a Títu-
los e Valores Mobiliários (IOF);
z Custo de prestação de serviços;
z As previstas no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro);

O Proagro é o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária. É um programa do gover-


no federal que garante o pagamento de financiamentos rurais quando a lavoura sofrer danos
provocados por eventos climáticos adversos ou causados por doenças e pragas sem controle.

z Prêmio de seguro rural, observadas as normas divulgadas pelo Conselho Nacional de


Seguros Privados;
z Sanções pecuniárias, as famosas MULTAS por descumprimento de normas, que acabam
virando recursos para o crédito rural.
z Prêmios em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecuário objeto do finan-
ciamento de custeio ou comercialização, em bolsas de mercadorias e futuros nacionais, e
taxas e emolumentos referentes a essas operações de contratos de opção.

Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efe-
tuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrente de expressas disposições legais.
Cuidaso! A Alíquota do IOF é zero, mas existe um IOF adicional de 0,38% sobre o Crédito
Rural.

Quando Deve ser Realizada a Fiscalização do Crédito Rural?

Deve ser efetuada nos seguintes momentos:

z Crédito de custeio agrícola: antes da época prevista para colheita; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
z Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso da operação;
z Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez no curso da operação, em época que seja
possível verificar sua correta aplicação;
z Crédito de investimento para construções, reformas ou ampliações de benfeitorias: até a
conclusão do cronograma de execução, previsto no projeto;
z Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após cada utilização, para comprovar a rea-
lização das obras, serviços ou aquisições.

Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos recursos orçamentários, o desenvolvimen-


to das atividades financiadas e a situação das garantias, se houver.

37
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


FINANCIAMENTOS À EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO – BNDES

Financiamentos à importação - são linhas de crédito captadas no exterior para finan-


ciamento aos importadores por um prazo negociado com o banco. Podem ser obtidas pelo
importador com o banqueiro no exterior ou com o banco brasileiro.
Financiamentos à exportação - são linhas de crédito que podem ser com recursos do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), dos bancos nacionais e do
Tesouro Nacional, já que é de interesse do país que ocorra a exportação para que ocorra a
entrada de divisas no país.
Entre as linhas de financiamento, podemos citar:

z ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio - Forma de antecipação de receita para


exportadores que já tenha fechado o contrato de venda e que, portanto, já tenham uma
data prevista para o embarque das mercadorias e posterior ingresso das divisas.

O contrato de câmbio será negociado com um banco local, que adianta ao exportador os
reais equivalentes ao valor da exportação. O contrato de câmbio pode ser encerrado, tam-
bém, sem liquidação financeira. É quando o ACC vira um ACE.

z ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues - Com o embarque das mercadorias


e a entrega dos documentos, o ACC poderá ser contabilmente transformado em ACE ou,
no caso do exportador não ter feito ACC, o ACE pode ser solicitado em até 60 dias após o
embarque.

ACE é, portanto, um financiamento após o embarque das mercadorias com a entrega de


documentos e depende da necessidade do exportador em estender o prazo de pagamento
para seus compradores (importadores).

GARANTIAS DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO

As Garantias de operações de crédito existem como uma forma de proteção para os bancos
e credores em geral que querem garantir o pagamento, por parte do devedor, de compro-
missos assumidos por este para com os credores. As garantias possuem dois grandes grupos:
Fidejussórias e as Reais.
As garantias Fidejussórias são relacionadas a pessoas, ou seja, a garantia passa a ser uma
pessoa física ou jurídica. Já as garantias Reais envolvem bem ou direitos que são dados em
garantia do cumprimento de alguma obrigação, por exemplo: veículos, imóveis, títulos de
crédito e até direitos de crédito.

Garantias Fidejussórias

Do prefixo latino “fides”, fé, sinceridade, crença, confiança, crédito, esse tipo de garantia
está baseada na fidelidade do garantidor em cumprir a obrigação, caso o devedor não o faça
e, de outro lado, na confiança do credor, no retorno de seu crédito, seja por parte do devedor
ou por parte do garantidor.
38
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Nessa garantia, a assinatura do garantidor será a garantia do cumprimento das obrigações
assumidas pelo devedor, ou até mesmo os bens pessoais do garantidor respondem pelo
cumprimento da dívida do devedor. Nesta categoria, estão o aval e a fiança.

z Aval: ato pelo qual alguém, pela aposição de sua assinatura no verso ou anverso de um
título de crédito, declara-se responsável solidariamente com o devedor pelo pagamento
da quantia expressa no título.

Ou seja, o Aval é uma garantia dada em Títulos de Crédito e é solidária, ou seja, tan-
to o devedor como seu garantidor, o avalista, podem ser executados pelo credor na ordem
que este preferir. Desta forma, dizemos que o aval é avacalhado, ou seja, bagunçado e sem
ordem de execução.
O novo Código Civil exige a autorização do cônjuge, casado sob o regime de comunhão
parcial e total de bens, para a prestação de aval, sob pena de invalidade das respectivas
garantias.
No aval, o garantidor promete pagar a dívida, caso o devedor não o faça. Vencido o título,
o credor pode cobrar indistintamente do devedor ou do avalista. O aval é uma garantia
tipicamente cambiária, ou seja, não vale em contrato, somente pode ser passado em títulos
de crédito e o avalista se responsabiliza apenas pelo valor expresso no título avalizado.
Fiança Pessoal: É um contrato por meio do qual alguém, chamado fiador, garante o cum-
primento da obrigação do devedor, caso este não o faça, ou garante o pagamento de uma
indenização ou multa pelo não cumprimento de uma obrigação de fazer ou de não fazer do
afiançado. A fiança é uma garantia dada em contratos, ou seja, diferentemente do aval, a
fiança exige um contrato para ser formalizada.
Na fiança, existem três figuras distintas:

z O Fiador: aquele que se obriga a cumprir a obrigação, caso o devedor não o faça;
z O Afiançado: é o devedor principal da obrigação originária da fiança;
z O Beneficiário: é o credor, aquele a favor do qual a obrigação deve ser cumprida.

A fiança, em relação ao crédito, representa uma obrigação subsidiária, ou seja, ela só


existe até o limite estabelecido e somente pode ser cobrada caso o devedor não pague a
dívida afiançada.
A fiança é subsidiária, o que permite o direito de ordem na execução da dívida, ou seja, CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
o fiador, ou codevedor, só efetivamente será executado após cobrança ao devedor principal.
Para ser solidária, ou seja, para que o fiador possa ser compelido a pagar, independente-
mente de o devedor já ter ou não sido acionado para fazê-lo, deverá conter cláusula específica.
A fiança pode ser dada por qualquer pessoa capaz física ou jurídica. Quando o fiador, pes-
soa física for casado, é obrigatório o consentimento do cônjuge.
Na avaliação dos bens do(s) fiador (es) não se conta o bem de família – único imóvel
residencial – por força da impenhorabilidade prevista na Lei n° 8.009, de 1990 e no Código
Civil. Esse bem de família somente pode responder pela dívida se for recebido em garantia
hipotecária.
Fiança Bancária: Nada mais é do que um contrato por meio do qual o banco, que é o fia-
dor, garante o cumprimento da obrigação de seus clientes (afiançado) e poderá ser concedido
em diversas modalidades de operações e em operações ligadas ao comércio internacional. 39
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A fiança nada mais é do que uma obrigação escrita, acessória, assumida pelo banco, e que,
por se tratar de uma garantia e não de uma operação de crédito, está isenta do IOF.
Os Bancos somente poderão prestar fiança que tenha perfeita caracterização do valor em
moeda nacional e vencimento, ou seja, o prazo de validade da fiança.
Além disso, os bancos não poderão contratar fianças que acumulem valor superior a 5 vezes
o montante dos seus capitais realizados e reservas livres, bem como as fianças não poderão,
isoladamente, superar a metade da soma dos recursos livres e dos capitais realizados.
É vedado aos bancos:

z A assunção de responsabilidades por aval ou outorga de aceite;


z A concessão de fiança ou qualquer outra garantia que possa, direta ou indiretamente,
ensejar aos favorecidos a obtenção de empréstimos em geral, ou o levantamento de recur-
sos junto ao público;
z A concessão de aval ou fiança em moeda estrangeira ou que envolva risco de variação
de taxas de câmbio, exceto quando se tratar de operações ligadas ao comércio exterior.

A prestação de fiança pela Caixa Econômica Federal depende de prévia e expressa autori-
zação deste Banco Central, em cada caso. As Sociedades de Crédito, Financiamento e Investi-
mentos não poderão prestar fiança nem aval.
As informações anteriores não se aplicam aos bancos privados de investimento ou de
desenvolvimento, os quais ficam regulados, no particular, pela Resolução nº 18, de 18 de
fevereiro de 1966. As demais Instituições Financeiras, inclusive Cooperativas de Crédito e
Seção de Crédito das Cooperativas Mistas, não poderão outorgar aceite, fiança ou aval.

Garantias Reais

Como vimos na garantia pessoal, os bens gerais do garantidor asseguram o cumprimento


da obrigação. Já na garantia real (do latim res=coisa), o devedor ou garantidor destaca um
bem específico que garantirá o ressarcimento do credor, na hipótese de inadimplência
do devedor. Diante da hipótese de inadimplemento do devedor, o credor pode oferecer à
venda o bem onerado, pagando-se com o preço obtido, devolvendo ao devedor a diferença
entre o valor da dívida e o preço alcançado na venda. Caso o preço da venda não baste para
a liquidação da dívida, o devedor continua obrigado ao pagamento da diferença.
O credor com garantia real não necessita habilitar-se em concordata do devedor, visto que
o bem garantidor da operação já está destacado em sua garantia. Na hipótese de falência,
vendido o objeto garantidor, primeiramente o credor é pago e, restando algum valor, é esse
distribuído entre os credores quirografários. Se o valor da venda não for suficiente para o
ressarcimento do credor, esse deverá habilitar-se no processo de falência pela diferença, na
qualidade de credor quirografário.

Penhor

Penhor Mercantil – Contrato acessório e formal, em que o devedor, ou outra pessoa por
ele, entrega ao credor um ou vários bens móveis, como garantia de obrigação.

40
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Importante!
O bem, objeto dessa garantia, obrigatoriamente fica na posse do banco ou de quem este
indicar como fiel depositário. A Propriedade é do devedor!

O contrato lastreado por garantia de penhor mercantil é levado a registro no Cartório de


Títulos e Documentos, para que surta os efeitos legais contra terceiros. A origem/propriedade
do bem a ser penhorado é comprovada através de documentação hábil.
De acordo com o Código Civil, extingue-se o penhor:

z Extinguindo-se a obrigação;
z Perecendo a coisa;
z Renunciando o credor;
z Confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa;
z Dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo
credor ou por ele autorizada.

Alienação Fiduciária: É a garantia representada pela transferência da propriedade


resolúvel do bem móvel para o credor fiduciante, ficando o devedor fiduciário na posse
direta desse bem, na condição de fiel depositário, até o cumprimento total das obrigações.
Essa garantia veio resolver o problema das Sociedades Financeiras que, ao financiar a
aquisição de bens móveis, utilizava-se de institutos obsoletos para garantir o pagamento da
obrigação. Esta garantia é típica em financiamento de bens duráveis.
Para o credor, esse tipo de garantia trouxe a novidade de, caso o devedor não liquide sua
obrigação no vencimento, poderá requerer a ação de busca e apreensão do bem alienado
e, após se apossar desse, vendê-lo a terceiros, aplicando o valor de venda no pagamento de
seu crédito, ou seja, com a alienação fiduciária, o bem pode ser executado sem o tramite
judicial completo, bastando o devedor ser declarado irremediavelmente insolvente, ou
seja, não vai pagar de jeito nenhum.
No entanto, convém salientar que o credor não pode ficar com o bem objeto da garan-
tia, devendo vendê-lo, utilizando-se do valor da venda na liquidação da operação.
Hipoteca – Direito real de garantia, constituído sobre imóvel do devedor ou de terceiros,
sem tirá-lo da posse direta do proprietário, objetivando sujeitá-lo ao pagamento da dívida.
Ou seja, diferentemente da alienação fiduciária, aqui o devedor dá o bem em garantia,
mas continua o dono dele, ou seja, não há transferência de propriedade do devedor para CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
o credor, mas apenas a sinalização de que aquele imóvel é uma garantia de uma operação
de crédito e, caso ele seja vendido, o valor arrecadado será voltado preferencialmente a qui-
tação da dívida contraída.
A hipoteca pode ser formalizada em um Instrumento à parte ou por cláusula adjeta a
contratos de empréstimos, mas em qualquer caso é obrigatória a averbação na matrícula do
imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis.
Quando o imóvel for de propriedade de pessoa física casada, é obrigatório o compareci-
mento de seu cônjuge na hipoteca.
Finalmente, convém salientar que toda garantia é acessória de uma obrigação prin-
cipal e que, portanto, com a extinção da obrigação principal, a garantia deixa de existir.
Por outro lado, a garantia se prende somente à obrigação garantida, não podendo, por ato
unilateral do credor se estender a outra obrigação, ainda que as partes sejam as mesmas. 41
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


FUNDO GARANTIDOR DO CRÉDITO

Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197, de 31/08/1995, o Conselho Monetário


Nacional - CMN autoriza a “constituição de entidade privada, sem fins lucrativos, destina-
da a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições
financeiras”.
Em novembro de 1995, o Estatuto e Regulamento da nova entidade são aprovados. Cria-se,
portanto, o Fundo Garantidor de Créditos - FGC, associação civil sem fins lucrativos, com
personalidade jurídica de direito privado, através da Resolução 2.211, de 16/11/1995.
O FGC tem por objetivos prestar garantia de créditos contra instituições dele associadas,
nas situações de:

z Decretar da intervenção ou da liquidação extrajudicial de instituição associada;


z Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência de instituição
associada que, nos termos da legislação em vigor, não estiver sujeita aos regimes referidos
no item anterior.

Integra também o objeto do FGC, consideradas as finalidades de contribuir para a manu-


tenção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e prevenção de crise sistêmica bancá-
ria, a contratação de operações de assistência ou de suporte financeiro, incluindo operações
de liquidez com as instituições associadas, diretamente ou por intermédio de empresas por
estas indicadas, inclusive com seus acionistas controladores.

Critérios para Pagamento

O pagamento é realizado por CPF/CNPJ e por instituição financeira ou conglomerado.

Limite de Cobertura Ordinária

Até R$250.000,00 por CPF, por conta ou conglomerado financeiro. Se a conta possuir mais
de um titular, o valor de 250 mil será dividido pelo número de titulares, ou seja, não são 250
mil por cada, mas sim por todos, ok?

Adesão Compulsória

A adesão das instituições financeiras e as associações de poupança e empréstimo em fun-


cionamento no País - não contemplando as cooperativas de crédito e as seções de crédito das
cooperativas, é realizada de forma compulsória. As autorizações do Banco Central do Brasil
para funcionamento de novas instituições financeiras estão condicionadas à adesão ao FGC.
O FGC possui norma legal que explicita os critérios e limites de proteção ao Sistema Finan-
ceiro Nacional - Resolução 4.222, de 23 de maio de 2013.

Depósitos Garantidos

z Depósitos à vista (contas correntes);


42
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Depósitos de poupança;
z Depósitos a prazo CDB e RDB;
z Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques destinadas a salários;
z Letras de câmbio;
z Letras hipotecárias;
z Letras de crédito imobiliário;
z Letras de crédito do agronegócio (LCA);
z Operações compromissadas que têm como objetivo títulos emitidos após 8 de março de
2012 por empresa ligada.

Para que o fundo possua recursos, são necessárias contribuições MENSAIS das instituições
que fizeram adesão ao FGC.
A contribuição ordinária é de 0,01% e as especiais, para garantir os DPGEs (Depósitos a
Prazo com Garantia Especial) de 0,02% com garantias reais e 0,03% sem garantias reais.
Essas garantias reais, são bens ofertados em garantia pela instituição financeira para cobrir
eventuais problemas de liquidez.
Atenção, pois as Letras Imobiliárias não são mais garantidas pelo FGC.
A regra padrão é que o FGC garante os depósitos até 250 mil reais por CPF/conta ou con-
glomerado financeiro, entretanto para o DPGE – Depósitos a Prazo com Garantia Especial do
FGC – a garantia é de até 40 milhões de reais, o que o torna especial. Vale destacar que nesta
modalidade de investimentos não se admite conta conjunta, mas apenas individual, desta
forma não há de se falar em dividir os 40 milhões para 2 ou mais pessoas na mesma conta.
Essa modalidade de depósitos exige valor mínimo inicial de 1 milhão de reais e prazo
mínimo de 12 meses e máximo de 24 meses.
Algumas mudanças que ocorreram no FGC em 2017.

COMO ERA
Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomerado financeiro, em depósitos cobertos pelo
Fundo Garantidor de Créditos e emitidos por instituições associadas à entidade
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou CNPJ em qualquer período
Investidores não residentes não contavam com a garantia do FGC
COMO FICOU
Limite permanece inalterado
Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período de 4 anos, para a garantia paga pelo FGC
Investidores não residentes passam a contar com a garantia, para investimentos elegíveis.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O FGCOOP – Fundo Garantidor do Cooperativismo

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução que estabelece a forma de con-
tribuição das instituições associadas ao Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito
(FGCoop), bem como aprova seu estatuto e regulamento. Conforme previsto na Resolução
nº 4.150, de 30/10/2012, esse fundo terá como instituições associadas todas as cooperativas
singulares de crédito do Brasil e os bancos cooperativos integrantes do Sistema Nacional de
Crédito Cooperativo (SNCC).
De acordo com seu estatuto, o FGCoop tem por objetivo prestar garantia de créditos nos
casos de decretação de intervenção ou de liquidação extrajudicial de instituição associada,
até o limite de R$250 mil reais por pessoa, bem como contratar operações de assistência, de
suporte financeiro e de liquidez com essas instituições. 43
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A contribuição mensal ordinária das instituições associadas ao Fundo será de 0,01% dos
saldos das obrigações garantidas, que abrangem as mesmas modalidades protegidas pelo
Fundo Garantidor de Créditos dos bancos, o FGC.

Importante!
As Cooperativas de Crédito e os Bancos Cooperativos não fazem mais parte do FGC, ape-
nas fazem parte do FGCOOP. O FGCOOP (Fundo Garantidor do Cooperativismo) que tem
as mesmas coberturas do FGC, mesmos critérios e mesmos objetivos.

SISTEMA DE SEGUROS PRIVADOS

O Subsistema Normativo

Dentro do sistema de seguros privados, nós temos, assim como no sistema financeiro que
vimos anteriormente, uma estrutura composta por órgão normativo, entidade supervisora e
os operadores.
Neste sistema, nós temos como órgão normativo o Conselho Nacional de Seguros Priva-
dos, o CNSP, responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. Ele
é composto pelo Ministro da Economia (Presidente), representante do Ministério da Justiça,
representante da Secretaria da Previdência Social, Superintendente da Superintendência de
Seguros Privados, representante do Banco Central do Brasil e representante da Comissão de
Valores Mobiliários.
São atribuições do CNSP:

z Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados;


z Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem ativi-
dades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das
penalidades previstas;
z Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capita-
lização e resseguro;
z Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
z Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB;
z Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Enti-
dades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e
técnicos das respectivas operações;
z Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor.

Para auxiliar o CNSP, foi criada a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) que
é a autarquia responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro. A autarquia, vinculada ao Ministério da Economia,
foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e sua missão é desenvolver os
mercados supervisionados, assegurando sua estabilidade e os direitos do consumidor.
São atribuições da SUSEP:

44
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Segu-
radoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na
qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
z Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das
operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
z Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados;
z Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vin-
culados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Siste-
ma Nacional de Capitalização;
z Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o
funcionamento das entidades que neles operem;
z Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;
z Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados
em bens garantidores de provisões técnicas;
z Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este
forem delegadas;
z Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.

O Subsistema Operador do Sistema de Seguros Privados

As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP e a SUSEP, que regulamentam seu fun-
cionamento e fiscalizam suas atuações neste mercado.

Sociedades de Capitalização

Constituídas sob a forma de sociedades anônimas, elas negociam contratos (títulos de


capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de prestações pecuniárias pelo con-
tratante, o qual terá, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos
valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente; confe-
rindo, ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro.

O Título de Capitalização (Circular 569/2028)

É um produto em que parte dos pagamentos realizados pelo subscritor (adquirente) CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e usado para formar um capital mínimo, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencio-
nadas no próprio título (Condições Gerais do Título), e que, além disso, será pago em moe-
da corrente nacional em um prazo máximo estabelecido no contrato, dando também ao
adquirente/subscritor o direito a participação em sorteios.
Os prazos dos títulos de capitalização são:

z Prazo de Pagamento: é o período durante o qual o Subscritor compromete-se a efetuar os


pagamentos que, em geral, são mensais e sucessivos. Outra possibilidade, como colocada
acima, é a de o título ser de Pagamento Periódico (PP) ou de Pagamento Único (PU);

45
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Prazo de Vigência: é o período durante o qual o Título de Capitalização está sendo admi-
nistrado pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital relativo ao título, em geral, atua-
lizado monetariamente pela TR e capitalizado pela taxa de juros informada nas Condições
Gerais. É o prazo que compreende o início e o fim do título, ou seja, o prazo em que o clien-
te ou subscritor concorre aos sorteios;
z Prazo de Carência: é o período em que o subscritor (cliente) não pode solicitar o resgate
da capitalização, mesmo com perdas. Esse prazo é máximo de 24 meses em qualquer
modalidade.

Formas de pagamento:

z Por Mês (PM)

É um título que prevê um pagamento a cada mês de vigência do título.

z Por Período (PP)

É um título em que não há correspondência entre o número de pagamentos e o número


de meses de vigência do título.

z Pagamento Único (PU)

É um título em que o pagamento é único (realizado uma única vez), tendo sua vigência
estipulada na proposta. (no mínimo 12 meses). Note que nem sempre os prazos de vigên-
cia e pagamento vão coincidir.

Modalidades:

z Modalidade Tradicional:

Define-se como Modalidade Tradicional o Título de Capitalização que tem por objetivo
restituir ao titular, ao final do prazo de vigência, no mínimo, o valor total dos pagamentos
efetuados pelo subscritor (cliente), desde que todos os pagamentos previstos tenham sido
realizados nas datas programadas.
Deve possuir prazo de vigência mínimo de 12 meses e tem carência mínima de 30 dias
para resgate.

z Modalidade Compra-Programada:

Define-se como Modalidade Compra-Programada o Título de Capitalização em que a socie-


dade de capitalização garante ao titular, ao final da vigência, o recebimento do valor de res-
gate em moeda corrente nacional, sendo disponibilizada ao titular a faculdade de optar, se
este assim desejar e sem qualquer outro custo, pelo recebimento do bem ou serviço referen-
ciado na ficha de cadastro, subsidiado por acordos comerciais celebrados com indústrias,
atacadistas ou empresas comerciais.
46
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Devem ser estruturados na forma PM (Por Mês) ou PP (Por Período), possuem prazo de
vigência mínimo de 6 meses e 30 dias de carência para resgate.

z Modalidade Popular:

Define-se como Modalidade Popular o Título de Capitalização que tem por objetivo propi-
ciar a participação do titular em sorteios, sem que haja devolução integral dos valores pagos.
Tem vigência mínima de 12 meses e carência mínima de 60 dias para resgate. A Tele Sena é
um ótimo exemplo desta modalidade.

z Modalidade Incentivo:

Entende-se por Modalidade Incentivo o Título de Capitalização que está vinculado a um


evento promocional de caráter comercial instituído pelo Subscritor para alavancar as vendas
de seus produtos ou serviços ou para fidelizar seus clientes.
O subscritor neste caso é a empresa que compra o título e o cede total ou parcialmen-
te (somente o direito ao sorteio) aos clientes consumidores do produto utilizado no evento
promocional.
Tem prazo de vigência mínimo de 60 dias e prazo de 60 dias de carência para resgate.

z Modalidade de instrumento de garantia:

Permite que o título de capitalização seja utilizado como uma garantia ou caução. Com
isso, o título de capitalização passa a ser uma alternativa ao seguro garantia e à fiança à loca-
ção ou obrigação com terceiros.
O título só poderá ser resgatado pelo terceiro, caso o contrato seja quebrado pelo subs-
critor/adquirente do título, desta forma não se fala de carência para resgate. O subscritor/
adquirente poderá resgatar o título durante a vigência, entretanto, só poderá fazê-lo com a
anuência do terceiro.
A vigência mínima será de 6 meses.

z Modalidade de filantropia premiável:

É um instrumento para que entidades beneficentes de assistência social angariem recur- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
sos. Nessa modalidade, o direito de resgate do valor do título de capitalização é cedido para a
entidade beneficente, permanecendo o cliente apenas com o direito de participar de sorteios.
Só pode ser estruturado na forma PU (pagamento único), vigência mínima de 60 dias e
para resgate apenas após 60 dias contados da aplicação.

Categoria Instantânea

A famosa raspadinha agora pode ser atrelada a título de capitalização. Este procedimento
já era feito há anos no Brasil, mas não era regulamentado pela SUSEP, o que mudou após a
publicação da Circular 569/2018. É importante frisar que Categoria Instantânea não pode ser
confundida com modalidade.
47
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Como é estruturado um título de capitalização?
Os títulos de capitalização são estruturados com prazo de vigência igual ou superior a 12
meses e em séries cujo tamanho deve ser informado no próprio título, sendo no mínimo de
10.000 títulos. Por exemplo, uma série de 100.000 títulos poderá ser adquirida por até 100.000
clientes diferentes, que são regidos pelas mesmas condições gerais e se for o caso, concorre-
rão ao mesmo tipo de sorteio.
O título prevê pagamentos a serem realizados pelo subscritor. Cada pagamento apresenta,
em geral, três componentes:

z Cota de Capitalização: parte que é destinada a acumulação do capital, corrigira moneta-


riamente por um índice fixado no contrato. Deve ser maior que as demais cotas;
z Cota de sorteio: parte destinada ao pagamento dos prêmios aos sorteados;
z Cota de Carregamento: parte destinada as despesas administrativas da sociedade de
capitalização com a administração do título.

Os valores dos pagamentos são fixos?


Nos títulos com vigência igual a 12 meses, os pagamentos são obrigatoriamente fixos. Já
nos títulos com vigência superior, é facultada a atualização dos pagamentos, a cada período
de 12 meses, por aplicação de um índice oficial estabelecido no próprio título.
O resgate é sempre inferior ao valor total que foi pago?
Não. Alguns títulos possuem ao final do prazo de vigência um percentual de resgate igual
ou até mesmo superior a 100%, isto é, se fosse, por exemplo 100%, significaria que o titular
receberia ao final do prazo de vigência, tudo o que pagou, além da atualização monetária,
que é o caso do produto Tradicional.

ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Entidades abertas de previdência complementar - são entidades constituídas unicamente


sob a forma de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de bene-
fícios de caráter previdenciário, concedidos em forma de renda continuada, pagamentos
por período determinado ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.

Os Planos de Previdência Complementar Abertos

Os planos são comercializados por bancos e seguradoras, e podem ser adquiridos por
qualquer pessoa física ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e dita as regras dos pla-
nos de Previdência Privada é a Susep (Superintendência de Seguros Privados), que é ligada
ao Ministério da Economia.
Os dois planos mais comuns são PGBL e VGBL. PGBL significa Plano Gerador de Benefício
Livre e VGBL quer dizer Vida Gerador de Benefício Livre.
São planos previdenciários que permitem que você acumule recursos por um prazo con-
tratado. Durante esse período, o dinheiro depositado vai sendo investido e rentabilizado pela
seguradora ou banco escolhido.

48
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa por duas fases: o período de investi-
mento e o período de benefício. O primeiro normalmente ocorre quando estamos trabalhan-
do e/ou gerando renda. Esta é a fase de formação de patrimônio. Já o período de benefício
começa a partir da idade que você escolhe para começar a desfrutar do dinheiro acumulado
durante anos de trabalho. A maneira de recebimento dos recursos é você quem escolhe. É
possível resgatar o patrimônio acumulado e/ou contratar um tipo de benefício (renda) para
passar a receber, mensalmente, da empresa seguradora.
É importante lembrar que tanto o período de investimento quanto o período de benefício
não precisam ser contratados com a mesma seguradora. Desta forma, uma vez encerrado o
período de investimento, o participante fica livre para contratar uma renda na instituição
que escolher.

Diferença entre PGBL e VGBL

A principal distinção entre eles está na tributação. No PGBL, você pode deduzir o valor das
contribuições da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de 12% da sua renda
bruta anual. Assim, poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua restituição
de IR. Vamos supor que um contribuinte tenha um rendimento bruto anual de R$ 100 mil.
Com o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil. O IR sobre os R$ 12 mil restantes, apli-
cados em PGBL, só será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção: esse benefício fiscal
só é vantajoso para aqueles que fazem a declaração do Imposto de Renda pelo formulário
completo e são tributados na fonte.
Para quem faz declaração simplificada ou não é tributado na fonte, como autônomos,
o VGBL é ideal. Ele é indicado também para quem deseja diversificar seus investimentos ou
para quem deseja aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência. Isto porque, em
um VGBL, a tributação acontece apenas sobre o ganho de capital.

É possível a portabilidade entre planos do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL
(Plano Gerador de Benefício Livre)? Não, a portabilidade só é permitida entre planos do mes-
mo segmento, isto é, entre planos de previdência complementar aberta (PGBL para PGBL), ou
entre planos de seguro de vida com cobertura por sobrevivência (VGBL para VGBL).1

Os planos denominados PGBL E VGBL, durante o período de diferimento, terão como cri-
tério de remuneração da provisão matemática de benefícios a conceder, a rentabilidade da CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
carteira de investimentos do Fundo de Investimentos Exclusivo (FIE), instituído para o plano,
ou seja, DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO NÃO HÁ GARANTIA DE REMUNERA-
ÇÃO MÍNIMA, ou seja, pode render negativo.
PGBL ou VGBL, como avaliar os dois tipos de planos de previdência.

1 Fonte: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-
complementar-aberta#duvidasfaq 49
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


PGBL X VGBL
Abatimento das contribuições no Im- Durante o período de acumulação, os
posto de Renda (até o limite de 12% da recursos aplicados estão isentos de tri-
Renda Bruta anual) durante o período Tratamento butação sobre os rendimentos. Somente
de acumulação. Sobre os valores de Fiscal no momento do recebimento de renda ou
resgate e rendas haverá a incidência de resgate haverá a incidência de Imposto
tributação de Renda
Mais atraente para quem declara Im- Para quem é isento, declara Imposto de
posto de Renda completo, podendo Para quem é Renda simplificado ou tem previdência
aproveitar o abatimento da Renda Bru- indicado complementar e/ou já abate o limite máxi-
ta anual na fase de contribuição mo de 12% da Renda Básica anual

Fonte: Conde Consultoria Atuarial

Os planos de Previdência Privada cobram dois tipos de taxa que devem ser observados na
hora da contratação: a taxa de administração financeira e a taxa de carregamento.
A taxa de administração financeira é cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do
fundo de investimento exclusivo, criado para o seu plano, e pode variar de acordo com as
condições comerciais do plano contratado. Os que têm fundos com investimentos em ações,
por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pouco maiores do que aqueles que
investem apenas em renda fixa.

Importante!
A taxa de administração financeira é cobrada diariamente sobre o valor total da reserva
e a rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de administração já
debitado.

A taxa de carregamento incide sobre cada depósito que é feito no plano. Ela serve para
cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança dessa taxa
não ultrapassa 5%, sendo o máximo autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o valor de cada
contribuição que você fizer. No mercado há três formas de taxa de carregamento, dependen-
do do plano contratado. São elas:

z Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa é decrescente em função do valor


do aporte e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior o valor do aporte ou quanto
maior o montante acumulado, menor será a taxa de carregamento antecipada.
z Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou resgates. É decrescente em fun-
ção do tempo de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior o
tempo de permanência, menor será a taxa.
z Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes ao plano), quanto na
saída (na ocorrência de resgates ou portabilidades). Como você pode ver, existem produ-
tos que extinguem a cobrança dessa taxa após certo tempo de aplicação. Outros atrelam
esse percentual ao saldo investido: quanto maior o volume aplicado, menor a taxa. Nos
dois casos, não deixe de pesquisar antes de escolher seu plano de previdência.

50
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Alíquotas do Imposto de Renda (IR)

A alíquota do imposto de renda serve para tributar a renda que você receberá ao final
do plano, quando for gozar o benefício de forma parcelada ou de uma única vez. Claro que
a receita federal não ficaria de fora desse seu dinheiro, não é? Logo, esta alíquota pode ser
cobrada de duas formas de acordo com a escolha do cliente.

A Alíquota Progressiva

Esta forma de tributação é ideal para quem não declara imposto de renda ou se declara
como isento, pois o imposto cobrado na previdência no momento do resgate será de 15%,
independente do prazo.
Entretanto, caso sua renda passe a ser tributável, ou seja, você passe a ganhar o suficiente
para pagar imposto de renda, a tributação que era 15% passa a acompanhar a tributação do
seu salário, e quando você efetuar o resgate, terá de fazer um ajuste no seu imposto de renda
para mais ou para menos, a depender o valor do seu salário e da alíquota cobrada, por isso o
nome Progressiva, pois aumenta conforme seu salário progride.
Por exemplo, eu ganho 10 mil reais por ano, portanto não preciso declarar imposto de ren-
da, e se eu declarar não preciso pagar imposto, logo minha previdência está sujeita a imposto
de 15% e quando você efetuar o resgate e for cobrado o imposto, como você não deve pagar
imposto de renda, pode receber o valor cobrado de volta como restituição.
Agora um outro exemplo:
Ganho 70 mil reais por ano, logo, devo declarar imposto de renda e devo pagar imposto, ou
esse pode ser retido no meu salário pelo meu empregador se eu for assalariado. Para quem
ganha 70 mil reais por ano o imposto devido é de 27,5%, ou seja, minha previdência sairá
de um imposto de 15% para um imposto de 27,5%. Desta forma você deverá pagar imposto a
mais por ela e não receberá nada de volta a título de restituição.
Por isso, essa forma de tributação deve ser escolhida com cuidado, e com o pensamento no
fato de que se sua renda subir demais você pagará mais imposto.

A Alíquota Regressiva

Esta alíquota indica que o imposto será cobrado na forma inversa a Progressiva, ou seja,
começará alto, em 35%, e terminará em 10% ao fim de dez anos, ou seja, a alíquota reduz
com o tempo. Logo, esta modalidade é mais indicada para aqueles que desejam ficar no plano
de previdência por muito tempo, e que queiram utilizar a aplicação como benefício futuro CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
de aposentadoria. Indicada para aqueles clientes que estão pensando em muito longo prazo.
Deve, também, ser escolhida com atenção, pois esta escolha entre progressiva ou Regressiva
é irretratável, ou seja, você não pode mudar.
Tome cuidado, pois existe a possibilidade de troca de regime tributário de Progressivo
para Regressivo, e isso encontra amparo na Lei 11.053. Embora a lei não seja muito clara,
ela faz menção ao fato de que o cliente que tenha uma previdência na moralidade tributária
progressiva possa migrar para a alíquota regressiva, mas isso só pode ser feito uma única
vez e é irreversível.
Da mesma forma, em 2015 a SUSEP e a PREVIC assinaram um acordo em março daquele
ano para que fosse possível a migração entre previdência complementar aberta para
fechada e vice-versa, entretanto o acordo não especifica como e em que termo essa migra-
ção é feita, ficando clara apenas a autorização para migração. 51
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA

Como vimos anteriormente, além das Sociedades de Capitalização, das seguradoras e das
Entidades Abertas de Previdência Complementar, existem as Entidades Fechadas de Previ-
dência complementar. Entretanto, estas não são subordinadas ao CNSP nem, tampouco, são
fiscalizadas pela SUSEP. Vejamos:

CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é um órgão colegiado que inte-


gra a estrutura do Ministério da Economia, reunindo-se trimestralmente, e cuja compe-
tência é regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de
previdência complementar (fundos de pensão).
O CNPC é o novo órgão com a função de regular o regime de previdência complementar
operado pelas entidades fechadas de previdência complementar, nova denominação do
Conselho de Gestão da Previdência Complementar.

SUPERINTENDÊNCIA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (PREVIC)

Lei nº 12.154, de 23 de dezembro de 2009

Art. 1º Fica criada a Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC,


autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e financeira e patrimô-
nio próprio, vinculada ao Ministério da Economia, com sede e foro no Distrito Federal e
atuação em todo o território nacional.
Parágrafo único. A Previc atuará como entidade de fiscalização e de supervisão das ativida-
des das entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o
regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência com-
plementar, observadas as disposições constitucionais e legais aplicáveis.
Art. 2º Compete à Previc:
I - proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência comple-
mentar e de suas operações;
II - apurar e julgar infrações e aplicar as penalidades cabíveis;
III - expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das normas relativas
à sua área de competência, de acordo com as diretrizes do Conselho Nacional de Previdência
Complementar, a que se refere o inciso XVIII do art. 29 da Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003;
IV - autorizar:
a) a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de previdência complemen-
tar, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regulamentos de planos de benefícios;

Entidades Fechadas de Previdência Complementar

As entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão) são organizadas


sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos e são acessíveis, exclusi-
vamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas ou aos servidores da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores
ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou seto-
52 rial, denominadas instituidores.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


As entidades de previdência fechada devem seguir as diretrizes estabelecidas pelo Con-
selho Monetário Nacional, por meio da Resolução 3.121, de 25 de setembro de 2003, no que
tange à aplicação dos recursos dos planos de benefícios.

O Plano de Previdência Fechado

Também conhecido como fundos de pensão, é criado por empresas e voltado exclusiva-
mente aos seus funcionários, não podendo ser comercializado para quem não é funcionário
daquela empresa.
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é uma autarquia
vinculada ao Ministério da Economia, responsável por fiscalizar as atividades das entidades
fechadas de previdência complementar (fundos de pensão).
Atenção! Em ambas as entidades a aplicação dos recursos das reservas é orientada pelo
CMN.

SOCIEDADES SEGURADORAS

São entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, especializadas em pac-


tuar contrato, por meio do qual assumem a obrigação de pagar ao contratante (segurado),
ou a quem este designar, uma indenização, no caso em que advenha o risco indicado e temi-
do, recebendo, para isso, o prêmio estabelecido.

O Seguro

Contrato mediante o qual uma pessoa denominada Segurador, se obriga, mediante o rece- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
bimento de um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada Segurado, do prejuízo resul-
tante de riscos futuros, previstos no contrato. (Circular SUSEP 354/07).
Ou seja, o Segurador assume o risco do segurado e em troca disto recebe um prêmio em
dinheiro, logo, cabe ao Segurador decidir se aceita ou não o risco do segurado.
Para se proteger as seguradoras se valem de pesquisas e questionários sobre o segurado
para buscar calcular a probabilidade de um evento acontecer ou não. Estes eventos são os
fatos geradores ou, simplesmente, sinistros. Quando estes sinistros ocorrem o segurador deve
indenizar o segurado conquanto que o sinistro esteja previsto no contrato firmado entre os
dois. Este contrato chamamos de apólice.

53
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


As partes da proposta de seguro:

z Apólice: proposta formal aceita pela seguradora;


z Endosso: poder que se tem de mudar o bem em garantia ou características do bem
garantido;
z Prêmio: prestação paga periodicamente pelo segurado;
z Sinistro: prejuízo causado a um bem segurado;
z Indenização: valor que segurado recebe caso o sinistro ocorra;
z Franquia: contribuição do segurado para liberação da indenização, é a coparticipação do
segurado no prejuízo.

Dentro do mercado de seguros, nós temos dois grandes grupos de seguros:

Seguros de Acumulação

Onde eu invisto um capital por um determinado prazo e, ao final, recebo o valor de volta,
corrigido por um indexador de juros. Então é chamado de acumulação porque há um acú-
mulo de dinheiro que ao final poderá ser devolvido ao segurado caso o sinistro não ocorra.
Exemplo: Previdência Complementar Aberta (PGBL, VGBL), Títulos de Capitalização.

Seguros de Risco

São os famosos fatos geradores. Esses seguros foram criados para o segurado contribuir
com um valor, e por meio dessa contribuição ele recebe uma indenização caso algum sinistro
aconteça com o bem segurado, que pode ser um bem material ou até mesmo a própria vida.
Neste tipo de seguro, o acúmulo de capital não é devolvido ao segurado ao final do prazo
contratado, pois o valor pago destina-se ao prêmio pago ao Segurador para assumir o risco
do sinistro do segurado.
Ex: Vida, Automóveis, acidentes pessoais, saúde, residenciais e viagem.

O RESSEGURO OU RETROCESSÃO

O Resseguro é o Seguro das Seguradoras

É um contrato em que o ressegurador assume o compromisso de indenizar a companhia


seguradora (cedente) pelos danos que possam vir a ocorrer em decorrência de suas apólices
de seguro.
Para garantir com precisão um risco aceito, as seguradoras usualmente repassam par-
te dele para uma resseguradora que concorda em indenizá-las por eventuais prejuízos que
venham a sofrer em função da apólice de seguro que vendeu. O contrato de resseguro pode
ser feito para cobrir um determinado risco isoladamente ou para garantir todos os riscos
assumidos por uma seguradora em relação a uma carteira ou ramo de seguros. O seguro dos
riscos assumidos por uma seguradora é definido por meio de um contrato de indenização.

54
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Os Resseguradores fornecem proteção a variados riscos, inclusive para aqueles de maior
vulto e complexidade que são aceitos pelas seguradoras. Em contrapartida, a cedente (segu-
rador direto) paga um prêmio de resseguro, comprometendo-se a fornecer informações
necessárias para análise, fixação do preço e gestão dos riscos cobertos pelo contrato.
Resumindo, a seguradora fica com medo de dar um problema sério na apólice de seguro,
ou o valor a indenizar ser alto demais, e acaba por tentar diminuir o risco, dividindo com
uma resseguradora. É o seguro do Seguro.

O Cosseguro

O cosseguro nada mais é do que pegar uma apólice de seguro e distribuí-la para mais de uma
seguradora, ou seja, quando o risco é alto demais, as seguradoras dividem, entre elas, o risco
daquela apólice, pois caso haja algum problema, o sinistro, o prejuízo é dirimido entre elas.
Aqui há algumas características dos seguros:
Os seguros podem ser classificados em seguros individuais ou em grupo.
O seguro individual é uma relação entre uma pessoa ou uma família e uma seguradora.
A seguradora, evidentemente, terá de aferir corretamente o risco segurado e pulverizá-lo,
colocando-o numa carteira onde existem diversos riscos semelhantes, mas independentes
entre si.
O seguro em grupo é o seguro de um conjunto de pessoas ligadas entre si de modo que
se estabelece uma relação triangular entre a seguradora, o segurado e o grupo a que ele
pertence.
O grupo pode ser constituído por uma empresa, por uma organização sem fins lucrati-
vos, por uma associação profissional, ou por uma pessoa física. Os seguros contratados por
empresas são chamados de empresariais ou corporativos. É um seguro em grupo, formaliza-
do por uma única apólice que garante coberturas estabelecidas de acordo com um critério
objetivo e uniforme, não dependente exclusivamente da vontade do segurado.
A seguradora, com base nos contratos de adesão ao seguro, emite para cada segurado um
documento que comprova a inclusão no grupo (Certificado de Seguro). Nesse documento
constam a identificação do segurado e a designação dos seus beneficiários.
Os seguros diferem também segundo o regime de financiamento, ou seja, a técnica atuarial
que determina a forma de financiamento das indenizações e benefícios integrantes do contrato.
Os regimes se dividem em repartição e capitalização. O regime de repartição, por sua
vez, se divide entre repartição simples e repartição de capitais de cobertura.
No regime de repartição simples, todos os prêmios pagos pelos segurados em determi- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
nado período formam um fundo que se destina ao custeio de indenizações a serem pagas
por todos os sinistros ocorridos no próprio período (e às demais despesas da seguradora).
Isso implica em que o prêmio cobrado é calculado de forma que corresponda à importância
necessária para cobrir o valor das indenizações relativas aos sinistros esperados. Não há,
assim, a possibilidade de devolução ou resgate de prêmios e contribuições capitalizadas
ao segurado, ao beneficiário ou ao estipulante, como nos casos de planos de previdência.
Tipicamente, esse regime se aplica aos planos previdenciários ou de seguro de vida em
grupo, em situações em que a massa de participantes é estacionária e as despesas com paga-
mento de benefícios são estáveis e de curta duração. É usado também na previdência social
estatal (INSS e regimes próprios do Estado), porém, sem a condição de estabilidade mencio-
nada. É o caso também dos seguros de vida em grupo, de seguros de automóveis, de saúde
etc.
55
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Ocorrido o sinistro, o segurado recebe uma indenização preestabelecida independen-
temente do valor que pagou. No mercado de seguros, entretanto, para garantia da solvên-
cia das empresas, a legislação impõe a formação de provisões de prêmios não ganhos, de
oscilação de riscos e de sinistros, devidamente atestadas pelos atuários em Nota Técnica e
Avaliação Anual.
O regime de repartição de capitais de cobertura é o método em que há formação de reser-
va apenas para garantir os pagamentos das indenizações e benefícios iniciados no período,
ou seja, arrecada-se apenas o necessário e suficiente para formação de reserva garantidora
do cumprimento dos benefícios futuros que se iniciam neste período.
Em outras palavras, há formação de um fundo correspondente ao valor atual dos benefí-
cios de prestação continuada iniciados no período em questão. Nesse regime, há a obrigação
de constituição de provisão de benefícios concedidos.
O regime de capitalização é o método que consiste em determinar a contribuição neces-
sária para atender determinado fluxo de pagamento de benefícios, estabelecendo que o valor
da série de contribuições efetuadas ao longo do tempo seja igual ao valor da série de paga-
mentos de benefícios que se fará no futuro.
Esse modelo de financiamento constitui reservas tanto para os participantes assistidos,
como para os ativos e obviamente pressupõe a aplicação das contribuições nos mercados
financeiros, de capitais e imobiliários a fim de adicionar valor à reserva que se está cons-
tituindo. A capitalização é dividida em duas fases distintas: a primeira denominada “fase
contributiva” e a segunda “fase do benefício”.
A legislação vigente torna obrigatória a utilização do regime financeiro de capitalização
para os benefícios de pagamento em prestações que sejam programadas e continuadas. Nes-
se regime, obriga-se a empresa a constituir provisão de benefícios concedidos, como no caso
anterior, e provisão de benefícios a conceder. Assim, no regime de capitalização, o objetivo
não é apenas pagar indenização ou benefício preestabelecido, mas permitir ao segurado
ou participante retirar ao final do contrato uma poupança que, idealmente, cubra os riscos
de morte, invalidez, aposentadoria etc.

RAMOS DE SEGUROS
GRUPOS CARACTERÍSTICAS GERAIS
Seguros contra incêndio, roubo de imóveis, bem como os seguros
1 Patrimonial
compreensivos residenciais, condominiais e empresariais
2 Riscos Especiais Seguros contra riscos de petróleo, nucleares e satélites
Responsabilida- Seguros contra indenizações por danos materiais ou lesões corporais
3
des a terceiros por culpa involuntária do segurado
Cascos em (“run Seguros contra riscos marítimos, aeronáuticos e de hangar
4
off”)
Seguros contra roubos e acidentes de carros, de responsabilidade ci-
5 Automóvel
vil contra terceiros e DPVAT
Seguros de transporte nacional e internacional e de responsabilidade
6 Transporte
civil de cargas, do transportador e do operador
Riscos Seguros diversos de garantia de contratos e de fiança locatícia
7
Financeiros

56
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


RAMOS DE SEGUROS
GRUPOS CARACTERÍSTICAS GERAIS
Crédito em (“run Seguros de crédito à exportação e contra riscos comerciais e políticos
8
off”)
Seguros coletivos de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura
9 Pessoas Coletivo
para risco de sobrevivência, prestamista e educacional
Seguros contra riscos de morte e invalidez do devedor e de danos ao
10 Habitacional
imóvel financiado
11 Rural Seguros agrícola, pecuário, de florestas e penhor rural
12 Outros Seguros no exterior de sucursais e de seguradoras no exterior
Seguros individuais de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura
13 Pessoa Individual
para risco de sobrevivência, prestamista e educacional
Seguros compreensivos para operadores portuários, responsabilida-
14 Marítimos
de civil facultativa para embarcações e marítimos
Seguros de responsabilidade facultativa para aeronaves, aeronáuti-
15 Aeronáutico cos, responsabilidade civil de hangar e responsabilidade do explora-
dor ou transportador aéreo
16 Microsseguros Microsseguros de pessoas, microsseguros de danos
17 Saúde Seguro Saúde

Fonte: Susep

ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTAÇÃO BÁSICA

Bom pessoal, muitos de nós já fomos a algum banco, alguma vez, para abrir, ou assistir
alguém abrir uma conta. A conta que abrimos no banco nada mais é do que um contrato, e
como tal precisa de regras e de orientações sobre sua forma.
Lembrando que esse contrato é composto por uma ficha-proposta e um cartão de
assinatura.
A ficha-proposta deve conter no mínimo: Qualificação do depositante, endereço resi-
dencial e comercial completos, telefone com DDD, referencias pessoais, data da abertura da
conta e o número dessa conta, e a assinatura do depositante.
Estas orientações estão contidas na Resolução CMN nº 4753/2019, que dita às regras bási- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cas que devem nortear as Instituições Financeiras quando da Abertura e manutenção de
contas de depósito.
Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito sobre isso:

No caso de pessoa física:

z Documento de identificação (carteira de identificação ou equivalente, como, por exemplo,


a carteira nacional de habilitação, passaporte, CTPS, carreiras de órgão de classe);
z Inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF);
z Comprovante de residência.

57
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Para que exista uma pessoa física, basta que esta nasça com vida. Ela se extingue com a
morte do indivíduo.

No caso de pessoa jurídica:

z Documento de constituição da empresa (contrato social e registro na junta comercial);


z Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
z Documentos que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou prepostos a
movimentar a conta.
z Para que uma Pessoa Jurídica de direito Privado exista é necessário que o contrato social
seja registrado na JUNTA COMERCIAL do Estado onde a empresa se situa.
z Nos casos de Partidos Políticos deve-se registrar o estatuto no TSE – Tribunal Superior Elei-
toral. (estes são pessoas jurídicas de direito privado).
z As pessoas jurídicas podem ser também de direito Público Interno: União, Estados, Distrito
Federal e Municípios; Autarquias e Fundações Públicas. (são criados por Lei)
z Existem ainda as de Direito Público Externo: que são os territórios e entidades governa-
mentais no exterior.

A pessoa jurídica extingue-se com a dissolução desta, mediante acordo entre os sócios ou
por decreto judicial, exceto para as públicas, que serão por meios específicos.
Além disso, a instituição financeira pode estabelecer critérios próprios para abertura de
conta de depósito, desde que seguidos os procedimentos previstos na regulamentação vigen-
te (Resolução CMN 4753/2019).
Ou seja, as instituições Financeiras podem exigir outros documentos ou termos para abrir
esta conta, mas desde que não firam a resolução acima.
Ex.: Depósito Inicial e comprovante de rendimentos.
Vamos compreender sobre a ficha-proposta agora.
Esta deve conter no mínimo:

z Condições para fornecimento de talonário de cheques;


z Necessidade de comunicação pelo depositante, por escrito, de qualquer mudança de
endereço ou número de telefone ou no cadastro;
z Condições para inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheque
sem Fundos (CCF);
z Informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser des-
truídos; (estas microfilmagens devem permanecer por no mínimo 10 anos no arquivo);
z Tarifas de serviços, incluindo a informação sobre serviços que não podem ser cobrados;
z Saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta se houver essa exigência.

Importante!
A Ficha-Proposta somente poderá ser microfilmada depois de transcorridos no mínimo
cinco anos, a contar do início do relacionamento com o cliente.

É facultado à instituição financeira abrir, manter ou encerrar contas de depósito caso


58 o cliente esteja inscrito no CCF – Cadastro de Emitente de Cheques sem Fundos.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O cliente será incluído no CCF nas seguintes condições:

z Devolução de cheque sem provisão de fundos na segunda apresentação;


z Devolução de cheque por conta encerrada;
z Devolução de cheque por pratica espúria. (práticas ilegais).

Veremos com mais detalhes mais a frente.


Sobre as tarifas que podem ser cobradas na sua conta veja:
Quando se fala em serviços do Banco, lembramos que são 4 categorias de serviços:

z Serviços essenciais: aqueles que não podem ser cobrados

„ Emissão da primeira via do cartão de débito. (segundas vias, exceto nos casos decor-
rentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis a Instituição
emitente);
„ 4 saques durante o mês. (No caso de poupança são 2 saques por mês);
„ Até 10 folhas de cheque durante o mês;
„ 2 extratos por mês;
„ Até dia 28 de fevereiro de cada ano o banco deve enviar ao cliente um extrato conso-
lidado, mostrando seus rendimentos no ano anterior, geralmente para fins de Imposto
de Renda;
„ 2 Transferências entre contas da mesma instituição por mês. (No caso da poupança 2
transferências entre contas de mesma titularidade);
„ Consultas via internet;
„ Prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos contratos
prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos;
„ Compensação de cheques.

z Serviços prioritários: o banco é obrigado a fornecer um pacote básico destes serviços


prioritários, que são aqueles relacionados a contas de depósitos, transferências de recur-
sos, operações de crédito e de arrendamento mercantil, cartão de crédito básico e cadas-
tro, somente podendo ser cobrados os serviços constantes da Lista de Serviços da Tabela I
anexa à Resolução CMN 3.919, de 2010, devendo ainda ser observados a padronização, as
siglas e os fatos geradores da cobrança, também estabelecidos por meio da citada Tabela I; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
z Serviços especiais: aqueles cuja legislação e regulamentação específicas definem as
tarifas e as condições em que aplicáveis, a exemplo dos serviços referentes ao crédito
rural, ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), ao Fundo de Garantia do Tempo de Ser-
viço (FGTS), ao Fundo PIS/PASEP, às chamadas “contas-salário”, bem como às operações de
microcrédito de que trata a Resolução CMN 4.000, de 2011;
z Serviços diferenciados: aqueles que podem ser cobrados desde que explicitadas ao
cliente ou ao usuário as condições de utilização e de pagamento.

No encerramento da conta é necessário tomar alguns cuidados:

59
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Pode ser encerrada por ambas as partes, cliente ou banco, desde de que acompanhada de
aviso prévio, por meio de carta registrada ou meio eletrônico;
z Informar se há cheques a serem compensados, pois havendo, o banco pode ser negar
encerrar a conta, sem a devida comprovação de que eles foram liquidados;
z Devolver as folhas de cheque restantes ou declarar que as inutilizou;
z Deixar depositado na conta valores para compensar débitos e compromissos assumi-
dos na relação do cliente com o banco.

Atente para algumas informações:

z Pessoas Físicas com idade entre 16 e 18 anos, não emancipadas, podem ter conta de
depósitos, e acesso a crédito também, desde que na abertura ou na assinatura do contrato
sejam assistidas por seus responsáveis legais!;
z Já as Pessoas Físicas com idade inferior a 16 anos, podem ter contas de depósitos, e devem
ser representadas por seus representantes legais;
z Pessoas Físicas com Deficiência Visual podem ter contas de depósitos, e até firmar con-
tratos de empréstimo, desde que sejam assistidas por duas testemunhas e que o contrato
seja lido em voz alta;
z Os residentes e domiciliados no exterior podem ter conta no Brasil, mas as movimen-
tações ocorridas em tais contas caracterizam ingressos ou saídas de recursos no Brasil e,
quando em valor igual ou superior a R$10 mil, estão sujeitas a comprovação documental,
registro no sistema informatizado do Banco Central e identificação da proveniência e des-
tinação dos recursos, da natureza dos pagamentos e da identidade dos depositantes e dos
beneficiários das transferências efetuadas. (Lembrando que só instituições autorizadas a
operar com câmbio podem ter esse tipo de conta).

COBRANÇA

Um dos serviços mais desenvolvidos pelos bancos atualmente é a cobrança, um serviço


indispensável para qualquer banco comercial. Com este instrumento, os bancos estreitaram
seu relacionamento com os clientes, PF e PJ, e engordaram as aplicações com recursos
transitórios em títulos. Vamos ver como isso acontece.
Quando um cliente vende algo para alguém, bem ou serviço, emite um boleto ou bloque-
to, estes possuem código de barras, logo podem transitar pelos serviços de compensação, sem
sua movimentação física. Vimos, inclusive, que estes boletos transitam pelo SILOC, até o VLB
25mil. Boletos de valor igual ou superior ao VLB 250 mil transitam diretamente no STR.
Nesta história nós temos três personagens:

z O Credor ou cedente – cliente do banco que irá emitir ou contratar os serviços de emissão
boletos de cobrança;
z O Banco – instituição que disponibiliza o programa para emissão destes boletos, e que
pode realizar a cobrança de duas formas: simples¹ ou registrada².
z O devedor ou sacado – cliente do credor que adquiriu produto ou serviço, e pagará o
boleto emitido.

60
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A cobrança como falamos anteriormente, é um produto de relacionamento entre banco
e cliente (cedente). Com isso o cedente possui conta no banco e os valores resultantes da
cobrança são creditados diretamente na conta do cedente, em D+0 ou D+1, a depender do
que for pactuado.
Graças ao sistema de compensação, o sacado (devedor) pode pagar o título em qualquer
praça, até a data do vencimento. Após o vencimento, somente na agencia bancaria do ceden-
te ou emissor do título.

z A cobrança simples é a mera emissão dos boletos. O cedente preenche, emite, envia e
especifica o banco onde deve ser pago, tudo isso sem aviso prévio ao banco. Quando do
pagamento, o banco envia uma informação ao cliente e credita em sua conta;
z A cobrança registrada é mais completa, pois o banco vai processar a emissão dos títulos,
com base em informações previamente enviadas pelo cedente, e vai processar inclusive a
cobrança do pagamento ao sacado. Caso não realize o pagamento, o banco pode lançar o
nome do sacado em protesto ou até mesmo aos órgãos de proteção ao crédito.

Ainda sobre cobrança, existe um evento chamado float, que nada mais é do que quando o
banco recebe um título de cobrança (boleto) a favor do cedente X, porém só repassa a quan-
tia correspondente depois de 3 dias. Durante esse período (float) o Banco permanece com o
recurso, a custo zero, investe a quantia. Para que isso existe deve estar previsto no contrato
da prestação do serviço. Geralmente essa liberdade dada ao banco deixa as tarifas de cobran-
ça mais baratas.

Cedente Mercadoria Sacado

Credor Devedor
Aceita A

Banco

Cobrador

FUNDOS DE INVESTIMENTOS
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Um fundo de investimento é uma comunhão de recursos, captados de pessoas físicas
ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação em títulos e
valores mobiliários. Um fundo é organizado sob a forma de condomínio, e seu patrimônio
é dividido em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do patrimô-
nio líquido pelo número de cotas em circulação. Em outras palavras é como um condo-
mínio que reúne recursos de um conjunto de investidores (cotistas), com o objetivo de obter
ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários. Se
o gestor do fundo fizer um bom trabalho, o patrimônio do fundo aumentará, aumentando o
valor das cotas do fundo.
Quando este fundo dá um bom resultado, ou seja, lucro, este valor é distribuído proporcio-
nalmente ao número de cotas de cada participante.
61
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


É a comunhão de recursos sob a forma de condomínio em que os cotistas têm os mesmos
interesses e objetivos ao investir no mercado financeiro e de capitais, ou seja, todos têm os
mesmos direitos, e o valor das cotas é igual para todos.
Funciona exatamente como um condomínio de apartamentos, em que cada condômino é
dono de uma cota (um apartamento) e paga a um terceiro para administrar e coordenar as
tarefas do prédio (o síndico). Nele são estabelecidas as regras de funcionamento (horário de
funcionamento da piscina, do salão de festas, de música alta nas dependências dos aparta-
mentos, entre outras). Essas regras são seguidas por todos os moradores, sem exceção.
Um fundo de investimento funciona da mesma forma. Os cotistas (os moradores) com-
pram uma quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa de administração a um ter-
ceiro (o Gestor, o síndico) para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus recursos no
mercado. Ao comprar cotas de um determinado fundo, o cotista está aceitando suas regras de
funcionamento (aplicação, resgate, horários, custos etc.), e passa a ter os mesmos direitos dos
demais cotistas, independentemente da quantidade de cotas que cada um possui.
Agora, imagine que você não mora num prédio, portanto está fora do condomínio, e preci-
sa escolher quem vai fazer a manutenção da piscina e da quadra esportiva ou quem vai con-
tratar os seguranças. Provavelmente, terá mais trabalho para encontrar esses prestadores de
serviços e gastará mais. Se estivesse num condomínio, essa seria uma tarefa para o síndico,
com a vantagem de poder ratear com os outros condôminos esses custos.
Situação semelhante poderia acontecer com você, caso estivesse sozinho no mercado
financeiro. Caberia a você escolher os ativos para compor uma carteira de investimento.
Isso significa analisar com frequência riscos, nível de endividamento e expectativa de resul-
tados de cada empresa da qual você comprou ação ou de cada banco do qual você adquiriu
um CDB. Isso daria muito trabalho, logo, você entrando em um grupo, este grupo terá um
gestor, e esse gestor se preocupará com isso para você.

Fonte: XP Investimentos

Quando o investidor vai aderir a um fundo, ou condomínio, ele deve atestar, mediante
termo apropriado, que recebeu o Regulamento, e que tomou ciência da política de investi-
mentos e dos riscos do produto, além disso deve ser disponibilizado para eletronicamente
o Formulário de Informações Complementares.
Caso o investidor que comprou parte desse fundo queira vender, ele pode?
Isso vai depender. Existem dois tipos de fundos: Abertos e Fechados.
Os Fundos Abertos permitem que o investidor resgate o valor aplicado a qualquer
momento, ou seja, ele pode reaver seu dinheiro, logo, será um fundo de alta liquidez. O res-
gate será feito com base no valor em que a cota estiver valendo no mercado. Embora existam
fundos que pedem prazo de carência para resgate, por exemplo: 30 ou 60 dias após a aplica-
ção; os fundos são considerados como tendo alta liquidez.
Já os Fundos Fechados não permitem o resgate antecipado, ou seja, se você comprar
vai ter de ficar com as cotas até o fim do prazo estabelecido. Entretanto, como nada é eterno,
você pode vender as cotas para outra pessoa, mas como elas já foram comercializadas a
primeira vez com você, você terá de vendê-las no mercado secundário, ou seja, na bolsa de
valores ou no mercado de balcão.

62
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


ESTRUTURAS PRESENTES NOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Mas o que são esse Regulamento e o Formulário de Informações Complementares?


O Regulamento é o documento de constituição do fundo. Nele estão estabelecidas todas
as informações e as regras essenciais relacionadas, entre outras estabelecidas no capítulo IV
da instrução CVM 409: (i) à administração; (ii) à espécie, se aberto ou fechado; (iii) ao prazo
de duração, se determinado ou indeterminado; (iv) à gestão; (v) aos prestadores de servi-
ço; (vi) à política de investimento, de forma a caracterizar a classe do fundo; (vii) à taxa de
administração e, se o caso, às taxas de performance, entrada e saída; (ix) às condições de
aplicação e resgate de cotas. As alterações no regulamento dependem de prévia aprova-
ção da assembleia geral de cotistas e devem ser comunicadas à CVM. É importante saber
que as alterações feitas no regulamento do Fundo de Investimento implicam modificações
nas condições de funcionamento do Fundo. Portanto, o cotista deve analisar as modificações
propostas de acordo com seus interesses como investidor.
O formulário de informações complementares é documento de natureza virtual, que
deve ser disponibilizado pelo administrador e pelo distribuidor do fundo em seus sites.
Trata-se de um documento de característica mais dinâmica, que fornece informações com-
plementares sobre o fundo, contendo, entre outras:

z Local, meio e forma de divulgação de informações do fundo;


z Local, meio e forma de solicitação de informações pelo cotista;
z Exposição dos fatores de riscos inerentes à composição da carteira do fundo;
z Descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas, contemplando a política a ser
adotada pelo administrador quanto ao tratamento tributário perseguido;
z Descrição da política de administração de risco;
z Política de distribuição de cotas, inclusive no que se refere à descrição da forma de remu-
neração dos distribuidores.

Lâmina de Informações Essenciais

A instrução CVM 522, de 08 de maio de 2012, que promoveu alterações na instrução 409,
trouxe modificações na Lâmina de Informações Essenciais, documento já utilizado no merca-
do para a venda de fundos de investimento para investidores de varejo. A ideia é padronizar
o material utilizado, de forma que os investidores possam melhor comparar os fundos. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Nas mudanças, a lâmina passa a conter as informações mais importantes em formato sim-
ples e sempre na mesma ordem. Além das informações sobre taxas e despesas, a lâmina traz
uma tabela com os retornos dos últimos cinco anos, que enfatiza a existência, caso exista, de
anos com rentabilidade negativa, além de outras mudanças, conforme disposto na instrução.
A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 (dez) de cada mês com os dados
relativos ao mês imediatamente anterior, e enviá-la imediatamente à CVM. O administrador
deve entregar a lâmina ao futuro cotista antes do seu ingresso no fundo e divulgar, em lugar
de destaque na sua página na internet, e sem proteção de senha, a lâmina atualizada.

63
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Importante!
Todo cotista, ao ingressar no fundo, deve atestar, por meio de termo próprio, que recebeu
o regulamento e o prospecto (a partir de 1º de janeiro de 2013, a lâmina), que tomou ciên-
cia dos riscos envolvidos e da política de investimentos, como também da possibilidade
de ocorrência de patrimônio negativo e de sua responsabilidade por contribuições adi-
cionais de recursos, quando for o caso. Por isso, atenção ao ler esses documentos, pois
neles o investidor vai encontrar informações muito importantes.

Os Papéis das Pessoas

z O investidor: cliente que tem recursos disponíveis para aplicar em fundos de investimen-
tos, muitas vezes atraído por ganhos superiores ao de investimentos tradicionais como
poupança, CDB e RDB e que foge de risco elevados como os investimentos diretos em ações;
z O investidor Qualificado: pessoas físicas ou jurídicas que tem notório conhecimento
sobre investimentos ou que tem volumes elevados aplicados em investimentos e que estão
dispostas a aplicar de forma diferenciada.

São considerados investidores qualificados:

I – instituições financeiras;
II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV – pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condi-
ção de investidor qualificado mediante termo próprio.
V – fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados;
VI – administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM,
em relação a seus recursos próprios;
VII – regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou por Municípios. IN CVM 450.

Atenção! Existem também os investidores Profissionais, que são pessoas físicas ou jurí-
dicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez
milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
profissional mediante termo próprio.

z Os Administradores dos Fundos: são Instituições Financeiras, autorizadas pela CVM, que
serão os responsáveis legais pelo Fundo, e pode, inclusive, atuar como distribuidor das
cotas do Fundo;
z O Gestor: este é o cara que põe a mão na massa, ou seja, é o profissional que acompanha o
mercado financeiro, mede o risco do fundo diariamente, analisa e avalia o cenário econô-
mico, toma decisão sobre quais ativos comprar ou vender, obedecendo as diretrizes legais
e a política de investimentos do fundo;

64
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Os distribuidores são aqueles que fazem a distribuição das cotas, como falamos ante-
riormente, pode ser o próprio administrador, ou outra instituição que integre o sistema de
distribuição de valores mobiliários;
z O custodiante é a instituição que irá guardar, ou seja, custodiar o título, para que o mes-
mo esteja disponível quando for utilizado. Pode ser o próprio administrador, ou caso não
seja credenciado pela CVM para essa atribuição, uma instituição contratada.

ESTRUTURAS E RESPONSABILIDADES DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO NO BRASIL

Investigadores e proprietários das Representação legal; Contratação


cotas do Fundo de Investimento, Cotistas de prestadores de serviços;
que representam frações ideais de Documentação (regulamentados
seu patrimônio líquido; Confiam e prospectos); Controle de
seus recursos aos prestadores de Fundos de Investimentos enquadramento e compliance;
serviço. Gestão de risco; Assembleias de
cotistas; Relatórios e extratos a
Administrador cotistas, incluindo informes de
rendimentos; Retenção de impostos;
Relatórios a órgãos reguladores;
Abertura de contas em contrapartes,
Gestor
KYC e PLD de prestadores de
serviços e cotistas.
z Escolha dos investimentos;
z Compra e venda de ativos;
z Definição da estratégia de investimentos;
z Ajuste do portfólio, em caso de desenquadramento.

Custodiante

z Recepção de instruções de investimentos;


z Guarda e liquidação física e financeira dos ativos que compõem a carteira do Fundo;
z Reconciliação;
z Controle de eventos corporativos;
z Abertura de contas em clearings e agentes depositários.

Controlador

z Cálculo do valor da cota do fundo;


z Precificação e marcação a mercado dos ativos do fundo;
z Contabilidade;
z Geração de relatórios de posição para gestores.

Distribuidor

z Marketing e vendas das cotas do Fundo;


z Suitability de cotistas;
z KYC e PLD de cotistas;
z Serviço de atendimento a cotistas. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Escriturador

z Receber ordens de aplicação e resgate de cotistas ou distribuidores;


z Controlar e manter a posição de cotas detidas por cada um dos cotistas;
z Envio de relatórios e extratos mensais a cotistas;
z Cálculo e retenção de Impostos.

Auditor Independente

z Realizar auditoria anual do Fundo.

65
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

É a essência do Fundo, ou seja, é através dela que o investidor ira saber como o adminis-
trador irá conduzir o Fundo, se procura retorno de curto ou longo prazo, no que irá aplicar
e qual o tipo de risco que ele está disposto a correr na compra dos papeis.
Essa política pode ser ativa ou passiva:

z Ativa: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta ultrapas-
sar esse índice;
z Passiva: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta acom-
panhar esse fundo, mas apenas acompanhar.
z Benchmark: é o indicador de mercado usado para medir a performance do Fundos. É a
referência para saber se o fundo está rendendo bem ou não. Para os fundos de renda fixa
p mais usado é o CDI e para os de renda variável são o IBOVESPA e o IBX – Índice Brasil;
z Taxa de Administração: é a taxa cobrada pela empresa administradora pelo serviço de
gerenciamento do fundo. É um percentual fixo, calculado sobre patrimônio líquido e
são cobrados diariamente. Esses recursos servem para remunerar o administrador, ou
seja, é o salário do administrador;
z Taxa de Performance: é a taxa cobrada por alguns fundos quando estes ultrapassam seu
benchmark, ou seja, rende mais do que o esperado. Ocorre quando o administrador faz
o dever de casa muito bem, e por isso ganha uma recompensa;
z Taxa de entrada ou de saída: é uma taxa que poderá ser cobrada do investidor quando
da aquisição de cotas do fundo (taxa de entrada ou de carregamento) ou quando o inves-
tidor solicita o resgate de suas cotas. Nesse caso a taxa de entrada ou de saída não está
computada no patrimônio do fundo, portanto o valor da cota do fundo divulgado pelo
administrador não contém essa taxa. Como todas as demais taxas, essa também deverá
estar definida no regulamento e no prospecto do fundo;

Vejamos um conceito importante.

z Chinese Wall: embora cada fundo de investimentos tenha seu CNPJ próprio, os recursos
do administrador poderiam, eventualmente, se misturar com os recursos dos investidores,
para isso, esse termo foi criado para separar estes recursos, ou seja, o dinheiro do admi-
nistrador não pode ficar junto ao dinheiro do investidor, para evitar que o dinheiro dos
investidores fosse utilizado pelo administrador em proveito próprio.

Agora que você sabe sobre quase todos os termos de Fundos de Investimentos vamos ver
o que pode haver dentro deles.

Os Tipos de Fundos Quanto a sua Rentabilidade

Dentro dos fundos nos temos papeis que valem dinheiro, e esses papeis pode ser de Renda
Fixa ou de Renda Variável.

66
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Renda Fixa: rendimento pactuado no momento da emissão do título. Podem ser pré ou
pós-fixados. Os pré-fixados são aqueles que temos uma remuneração determinada no
momento da contratação, já os pós-fixados são aqueles em que atrelamos a um índice pac-
tuado previamente (TR, IPCA, IGP-M etc.);
z Renda Variável: quando a taxa de rentabilidade não pode ser avaliada na emissão, poden-
do ao final gerar ganhos ou prejuízos, ou seja, o mercado dirá quando aquele papel irá
valer no futuro. O maior exemplo que temos são as ações.

Os Tipos de Fundos Quanto ao seu Prazo

Curto Prazo

Os fundos de investimento de curto prazo têm por objetivo reproduzir as variações das
taxas de juros e das taxas pós-fixadas, investindo seus recursos em títulos públicos federais
ou em títulos privados de baixo risco de crédito com prazo médio de cada ativo de até 365
dias.

Longo Prazo

Os fundos de investimento classificados como de longo prazo são aqueles que têm uma
carteira de títulos com prazo médio acima de 365 dias.

A NOVA CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS – IN CVM 555

z Renda Fixa: os fundos dessa categoria possuem a sua carteira de investimentos (80%)
composta por títulos de renda fixa pré ou pós-fixados. Principalmente títulos públicos e
títulos privados de bancos de baixo risco de crédito. Este fundo não pode ter taxa de per-
formance, exceto se for um fundo exclusivo para investidor qualificado. Na modalidade
renda fixa existe um segundo nível chamada fundos simples que nada mais são do que
os antigos fundos referenciados que têm por objetivo de rentabilidade, proporcionar uma
rentabilidade atrelada a um indexador financeiro, e a sua carteira de investimento
deverá ser composta por, no mínimo, 95% da carteira em títulos públicos e títulos de
bancos com risco igual ou superior ao do governo. Os fundos simples também têm
a comunicação com os investidores feita de forma eletrônica apenas, e eles não podem CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cobrar taxas de performance, o que reduz custos e aumenta seu potencial de retorno;
z Cambial: os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por
(80%) títulos de renda fixa que tenham como objetivo de rentabilidade proporcionar a
variação de preços de uma determinada moeda estrangeira;
z Multimercados: os fundos dessa categoria obtêm sua rentabilidade, fundamentalmente,
a partir de várias operações arriscadas. os derivativos financeiros são contratos que
visam a simular um conjunto de operações de modo a permitir que o gestor do fundo pos-
sa alavancar o patrimônio do fundo em uma determinada estratégia de investimento. A
alavancagem é a possibilidade que o gestor tem de poder aplicar o patrimônio do fundo
em papeis mais arriscados como ações de empresas alavancadas, derivativos, e títulos de
variação de preços elevadas;
67
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Ações: os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por 67%
(no mínimo) em ações de empresas negociadas em Bolsa de Valores.

Tributação (IR) – 15%, incidente no resgate, ou seja, não tem come cotas e IOF é zero.
Atenção! Os fundos de renda fixa, ações e multimercados também ganharam uma nova
categoria, que entra no segundo nível de divisão: investimento no exterior, na qual são
incluídos os fundos com carteiras que têm mais de 40% dos ativos alocados em papéis
internacionais.

FRAME DA CLASSIFICAÇÃO DE FUNDOS


Regulação Regulação
Nível 1 Nível 2 Nível 3
Simples Simples
Indexados Índice
Ativos
z Duração Baixa Soberano
Renda Fixa z Duração Média Grau de Investimento
z Duração Alta Crédito Livre
z Duração Livre
Investimento no Exterior
Investimento no Exterior
Dívida Externa
Balanceados
Flexível
Macro
Alocação Trading
Long and Short - Direcional
Multimercados Por Estratégia Long and Short - Neutro
Juros e Moedas
Investimento no Exterior Livre
Capital Protegido
Estratégia Específica
Investimento no Exterior
Indexados índices
Valor/Crescimento
Setoriais
Dividendos
Ações Ativos Small cap
Sustentabilidade/Governança
índice Ativo
Livre
Investimento no Exterior Investimento no Exterior
Fundos Fechados de Ações
Específicos Fundos de Ações FMP-FGTS
Fundos de Mono Ação
Cambial Cambial Cambial

Fonte: comoinvestir.com.br

68
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Outros Tipos de Fundos

z Direitos Creditórios: a carteira de investimento desses fundos é composta em sua totali-


dade por títulos que representam operações realizadas nos segmentos financeiro, comer-
cial, industrial, imobiliário, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços. Esses
títulos são conhecidos como recebíveis. Esses fundos possuem uma regulamentação pró-
pria (Instruções CVM 356/2001 e 399/2003 e suas modificações);
z Fundos de Previdência: são fundos de investimento destinados a acolher os recursos cap-
tados pelo plano gerador de benefícios livres (PGBL e VGBL);

z Imobiliário: são fundos de investimento fechados, cujos recursos são destinados para
empreendimentos imobiliários e possuem uma regulamentação própria (Instruções
CVM 205/1994 e 206/1994 e suas modificações). (Isentos de Imposto de Renda.);

z Riscos em Fundos de Investimentos.

É a probabilidade de não se obter o que se esperava. Em se tratando de fundos de investi-


mento temos duas dimensões para o risco:

z Risco de Crédito: é a probabilidade de que o emissor do título que compõe a carteira do


fundo não pague o valor do título no seu vencimento;
z Risco de Estratégia ou Mercado: é a probabilidade de que a estratégia de investimento
do gestor do fundo não produza os resultados esperados, o risco de estratégia poderá
resultar em patrimônio negativo e se isso ocorrer o cotista será obrigado a aplicar mais
recursos de tal forma a zerar o patrimônio negativo;
z Risco de Liquidez: ocorre quando os fundos encontram dificuldade para liquidar as ven-
das de cotas dos cotistas por desinteresse do mercado ou por deficiência de caixa do fundo.

Portanto é primordial que o investidor em fundos de investimento tenha a exata noção


dos riscos que está correndo ao investir em um fundo de investimento.

A Marcação a Mercado

Como o próprio nome diz, marcação a mercado significa atualizar para o valor do dia CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
o preço. Ou seja, mesmo que um papel (ou qualquer outro ativo de renda fixa) tenha uma
taxa determinada (prefixada ou pós-fixada), é necessário que, diariamente, seu valor seja
atualizado.
O risco de crédito, essencialmente, está vinculado aos preços definidos pelo mercado, e se
faz necessário, a cada momento, definir o valor do título em função das novas taxas vigentes
em relação ao rendimento definido na sua origem.
A marcação a mercado é mais apropriada para os negócios em fundos de investimen-
to e carteiras administradas, que negociam frequentemente títulos de acordo com a sua
necessidade de caixa ou de seleção de novas modalidades de aplicação financeira para suas
carteiras.

69
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Para definir o valor de negociação em uma data qualquer, o mercado define a taxa do
momento composta da taxa básica (sem risco) e do spread adicional definido pelas variáveis
de risco que envolvem o título negociado.
Por este fato dizemos que mesmo os fundos de renda fixa podem ter volatilidade.

A Tributação dos Fundos

A tributação nos fundos ocorre de duas formas, a primeira é o Come Cotas, evento que
diminui o número de cotas do investidor no fundo, por isso o nome; e o segundo é o imposto
de renda cobrado no momento do resgate da aplicação.
O Come Cotas ocorre em 2 meses do ano, maio e novembro, o que dá uma distancia de 6
meses entre um e outro, então podemos afirmar que o come cotas ocorre semestralmente.
Para os fundos de curto prazo o come cotas é de 20% e para os de longo prazo será de 15%,
exceto os fundos de ações que não sofrem com o come cotas.
O imposto de renda no resgate será cobrado, obviamente, quando o cliente resgata seus
valores, sendo descontado o que já foi cobrado no come cotas.

No Momento do Resgate os Fundos de Curto Prazo Seguem a Tabela

PRAZO DAS APLICAÇÕES ATÉ 180 DIAS ACIMA DE 180 DIAS


Alíquota 22,5% 20%

No Momento do Resgate os Fundos de Longo Prazo Seguem a Tabela

PRAZO DAS DE 181 A 360 DE 361 A 720 ACIMA DE 720


ATÉ 180 DIAS
APLICAÇÕES DIAS DIAS DIAS
Alíquota 22,5% 20% 17,5% 15%

IOF

O IOF nas operações de fundos de investimentos começa com alíquota de 96%, chegando a
zero no 30º dia após a aplicação. Os fundos de ações não sofrem cobrança de IOF.

NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS

O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o pro-


pósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo
de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras distribuido-
ras e outras instituições financeiras autorizadas.
Anteriormente, quando falamos de autoridades monetárias, vimos uma delas como prin-
cipal supervisora e reguladora do mercado de valores mobiliários, a CVM.

70
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A CVM é a principal autarquia responsável por garantir o adequado funcionamento do
mercado de valores mobiliários. Logo, para que qualquer companhia possa operar nesse
mercado, dependerá de autorização prévia da CVM para realizar suas atividades.

Para que Serve o Mercado de Valores Mobiliários?

Em alguns casos, o mercado de crédito não é capaz de suprir as necessidades de financia-


mento dos agentes ou das empresas. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando um determi-
nado agente, em geral uma empresa, deseja um volume de recursos muito superior ao que
uma instituição poderia, sozinha, emprestar. Além disso, pode acontecer de os custos dos
empréstimos no mercado de crédito, em virtude dos riscos assumidos pelas instituições nas
operações, serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar os investimentos pretendi-
dos. Surgiu, com isso, o que é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado de Valores
Mobiliários.
No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os investidores emprestam recursos dire-
tamente aos agentes deficitários, como as empresas. Caracteriza-se por negócios de médio e
longo prazo, nos quais são negociados títulos chamados de Valores Mobiliários. Como exem-
plo, podemos citar as ações, que representam parcela do capital social de sociedades anô-
nimas, e as debêntures, que representam títulos de dívida dessas mesmas sociedades.
Nesse mercado, as instituições financeiras atuam, basicamente, como prestadoras de
serviços, assessorando as empresas no planejamento das emissões de valores mobiliários,
ajudando na colocação deles para o público investidor, facilitando o processo de formação
de preços e a liquidez, assim como criando condições adequadas para as negociações secun-
dárias.
Elas não assumem a obrigação pelo cumprimento das obrigações estabelecidas e forma-
lizadas nesse mercado. Assim, a responsabilidade pelo pagamento dos juros e principal de
uma debênture, por exemplo, é da emissora, e não da instituição financeira que a tenha
assessorado ou participado do processo de colocação dos títulos no mercado. São participan-
tes desse mercado, como exemplo, os Bancos de Investimento, as Corretoras e Distribuidoras
de títulos e Valores Mobiliários, as entidades administradoras de mercado de bolsa e balcão,
além de diversos outros prestadores de serviços.
No mercado de capitais, os principais títulos negociados são:

z Ações – ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


z Debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição;
z Commercial papers ou Notas Promissórias Comerciais, que permitem a circulação de
capital para custear o desenvolvimento econômico.

O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição


de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivados autorizados à
negociação pela CVM.
Esses títulos são papéis que valem dinheiro, ou seja, são uma forma de uma empresa ou
companhia arrecadar dinheiro, na forma de aquisição de novos sócios ou credores. Isso
decorre do fato de que, muitas vezes, arrecadar dinheiro através da emissão de títulos é mais
barato para a empresa do que contratar empréstimos em instituições financeiras.
71
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


EMPRESAS E COMPANHIAS

As Companhias são as empresas que são emissoras dos papéis negociados no mercado de
capitais. Essas empresas têm um objetivo em comum: captar recursos em larga escala e de
forma mais lucrativa. Para que isso ocorra, as empresas devem solicitar à CVM autorização
para emitir e comercializar seus papéis.
Essas empresas são chamadas Sociedades Anônimas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem
esse tipo de constituição, elas passam a ter uma quantidade de sócios maior do que teriam se
fossem empresas de responsabilidade limitada – LTDA, por exemplo.
Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta ou fechada. Vejamos as diferenças:
As S/A abertas admitem negociação dos seus títulos nos mercados abertos, como Bolsa e
Balcão Organizado; já as fechadas só podem ter seus papéis negociados restritamente entre
pessoas da própria empresa ou próximas à empresa.

COMPANHIAS
Abertas Fechadas

Características
Atuam nas bolsas de valores ou mercados de Nº de cotistas limitados a 20 patrimônio pe-
balcão organizados queno não operam em bolsas de valores ou
balcões organizados

NEGOCIAÇÕES DE PAPÉIS

Para as Companhias Abertas, que admitem negociação de seus papéis no mercado público,
há distribuição em dois tipos de mercados: o primário e o secundário.
Oferta pública de distribuição, primária ou secundária, é o processo de colocação, junto
ao público, de certo número de títulos e valores mobiliários para venda. Envolve desde o
levantamento das intenções do mercado em relação aos valores mobiliários ofertados até
a efetiva colocação junto ao público, incluindo a divulgação de informações, o período de
subscrição, entre outras etapas.
As ofertas podem ser primárias ou secundárias. Quando a empresa vende novos títu-
los e os recursos dessas vendas vão para o caixa da empresa, as ofertas são chamadas de
primárias.
Por outro lado, quando não envolvem a emissão de novos títulos, caracterizando apenas
a venda de ações já existentes – em geral dos sócios que querem “desinvestir” ou reduzir a
sua participação no negócio – e os recursos vão para os vendedores e não para o caixa da
empresa, a oferta é conhecida como secundária (block trade).
Além disso, quando a empresa está realizando a sua primeira oferta pública, ou seja,
quando está abrindo o seu capital, a oferta recebe o nome de oferta pública inicial ou IPO
(do termo em inglês, Inicial Public Offer).
Quando a empresa já tem o capital aberto e já realizou a sua primeira oferta, as emissões
seguintes são conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo em inglês, follow on.

72 z Mercado Primário
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


„ Oferta Pública Inicial – IPO (títulos novos);
„ Sensibilizam o caixa da empresa;
„ Pode ter valor nominal ou valor de mercado.

z Mercado Secundário

„ Negociação dos títulos já emitidos anteriormente;


„ Não sensibiliza o caixa da empresa;
„ Os papéis terão seu valor apenas pelo valor de mercado.

A Lei 6385, de 1976, que disciplina o mercado de capitais, estabelece que nenhuma emis-
são pública de valores mobiliários poderá ser distribuída no mercado sem prévio registro
na Comissão de Valores Mobiliários, apesar de lhe conceder a prerrogativa de dispensar o
registro em determinados casos, e delega competência para a CVM disciplinar as emissões.
Além disso, exemplifica algumas situações que caracterizam a oferta como pública, por
exemplo: a utilização de listas ou boletins, folhetos, prospectos ou anúncios destinados ao
público; a negociação feita em loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público, entre
outros.
Em regra, toda oferta pública deve ser registrada na CVM. Porém, o registro poderá ser
dispensado considerando as características específicas da oferta em questão, como, por
exemplo, a oferta pública de valores mobiliários de emissão de empresas de pequeno
porte e de microempresas, assim definidas em lei, que são dispensadas automaticamente
do registro para ofertas de até R$ 2.400.000,00 (Dois milhões e quatrocentos mil reais) em
cada período de 12 meses, desde que observadas as condições estabelecidas nos §§ 4º ao 8º,
do art. 5º, da instrução CVM 400/03.
As ofertas públicas devem ser realizadas por intermédio de instituições integrantes do sis-
tema de distribuição de valores mobiliários, como os bancos de investimento, corretoras
ou distribuidoras. Essas instituições poderão se organizar em consórcios com o fim específico
de distribuir os valores mobiliários no mercado e/ou garantir a subscrição da emissão, sem-
pre sob a organização de uma instituição líder, que assume responsabilidades específicas.
Para participar de uma oferta pública, o investidor precisa ser cadastrado em uma dessas
instituições.
Essas instituições integrantes do Sistema de Distribuição de Valores Mobiliários são os cha-
mados agentes subscritores ou agentes underwhiters. Esses agentes realizam a subscrição CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
dos títulos, ou seja, assinam embaixo atestando a procedência dos papéis, por isso o nome
underwhiting.
Esse evento pode ser dividido em 3 tipos:

z Underwhiting Firme: modalidade de lançamento na qual a instituição financeira, ou


consórcio de instituições, subscreve a emissão total, encarregando-se, por sua conta e
risco, de colocá-la no mercado junto aos investidores individuais (público) e institucionais.
Nesse tipo de operação, no caso de um eventual fracasso, a empresa já recebeu integral-
mente o valor correspondente às ações emitidas. O risco é inteiramente do underwri-
ter (intermediário financeiro que executa uma operação de underwriting).

73
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O fato de uma emissão ser colocada por meio de underwriting firme oferece uma garantia
adicional ao investidor, porque, se as instituições financeiras do consórcio estão dispostas a
assumir o risco da operação, é porque confiam no êxito do lançamento, uma vez que não há
interesse de sua parte em imobilizar recursos por muito tempo;

z Underwhiting Best Efforces (Melhores Esforços): modalidade de lançamento de ações


na qual a instituição financeira assume apenas o compromisso de fazer o melhor esfor-
ço para colocar o máximo de uma emissão junto à sua clientela, nas melhores condições
possíveis e em um determinado período de tempo. As dificuldades de colocação das ações
irão se refletir diretamente na empresa emissora. Nesse caso, o investidor deve proceder a
uma avaliação mais cuidadosa, tanto das perspectivas da empresa quanto das instituições
financeiras encarregadas do lançamento;
z Residual ou stand-by underwriting: nessa forma de subscrição pública, a instituição
financeira não se responsabiliza, no momento do lançamento, pela integralização total
das ações emitidas. Há um comprometimento, entre a instituição e a empresa emitente,
de negociar as novas ações junto ao mercado durante certo tempo findo, no qual poderá
ocorrer a subscrição total, por parte da instituição, ou a devolução, à sociedade emitente,
das ações que não foram absorvidas pelos investidores individuais e institucionais.
z Aspectos Operacionais do underwriting: a decisão de emitir ações, seja pela oferta
pública, seja para abertura ou aumento do capital, pressupõe que a sociedade ofereça
certas condições de atratividade econômica, bem como supõe um estudo da conjuntura
econômica global a fim de evitar que não obtenha êxito por falta de senso de oportunida-
de. É preciso que se avaliem, pelo menos, os seguintes aspectos: existência de um clima
de confiança nos resultados da economia, estudo setorial, estabilidade política, inflação
controlada, mercado secundário e motivações para oferta dos novos títulos.

MERCADOS DE ATUAÇÃO DAS COMPANHIAS

No mercado organizado de valores mobiliários, temos a criação de mecanismos, sistemas


e regulamentos que propiciam a existência de um ambiente seguro para que os investidores
negociem seus recursos e movimentem a economia do país. No Brasil, existem dois tipos de
mercado organizado, que são as Bolsas de Valores e os Balcões Organizados de negociação.

� Bolsas de Valores:

„ Ambiente no qual se negociam os papéis das S/A abertas;


„ Podem ser Sociedades civis sem fins lucrativos ou S/A com fins lucrativos;
„ Opera via pregão eletrônico, não havendo mais o pregão viva voz, que era chamado
presencial. Agora, as transações são feitas por telefone através dos escritórios das insti-
tuições financeiras autorizadas;
„ Registra, supervisiona e divulga as execuções dos negócios e as suas liquidações.

Em resumo, as Bolsas de Valores compreendem um ambiente que pode ser físico ou


eletrônico. Nele, são realizadas negociações entre investidores e entre companhias e inves-
tidores. Entretanto, pelo fato de as empresas que operam na Bolsa serem grandes demais e
possuírem uma tradição, aquelas que estão começando têm dificuldade para serem tão atra-
74 tivas quanto elas.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Pensando nisso, a CVM autorizou a criação de Mercados de Balcão, que são, também,
ambientes virtuais nos quais empresas menores podem negociar seus títulos com mais faci-
lidade. Vale dizer que o Mercado de Balcão pode ser Organizado ou Não Organizado.

ORGANIZADO NÃO ORGANIZADO

Utiliza
exclusivamente o Não existe sistema
Sistema Eletrônico padrão
de Negociação

Supervisiona a Não existe padrão


Liquidação dos na supervisão dos
papéis papéis

Em resumo, o Mercado de Balcão Organizado tem normas e é bastante confiável. Já o Não


Organizado é uma verdadeira bagunça.
Tradicionalmente, o Mercado de Balcão é um mercado de títulos sem local físico defini-
do para a realização das transações que são feitas por telefone entre as instituições finan-
ceiras. Ele é chamado de Organizado quando se estrutura como um sistema de negociação
de títulos e valores mobiliários, podendo estar organizado como um sistema eletrônico de
negociação por terminais, que interliga as instituições credenciadas em todo o Brasil, proces-
sando suas ordens de compra e venda e fechando os negócios eletronicamente.
O Mercado de Balcão Organizado é um ambiente administrado por instituições autor-
reguladoras, que propiciam sistemas informatizados e regras para a negociação de títulos
e valores mobiliários. Essas instituições são autorizadas a funcionar pela CVM e por ela
são supervisionadas.
Atualmente, a maior administradora de balcão organizado do país era a CETIP. Atual-
mente, ela foi comprada pela BM & F Bovespa e, hoje, compõe a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).

Quais os Títulos Negociados no Mercado de Balcão Organizado?

O Mercado de Balcão Organizado pode admitir a negociação somente as ações de com-


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
panhias abertas com registro para negociação em mercado de balcão organizado. As
debêntures de emissão de companhias abertas podem ser negociadas simultaneamente
em Bolsa de Valores e Mercado de Balcão Organizado desde que cumpram os requisitos
de ambos os mercados.
Conforme vimos, antes de ter seus títulos negociados no mercado primário, a companhia
deverá requerer o registro de companhia aberta junto à CVM e, neste momento, deverá
especificar onde seus títulos serão negociados no mercado secundário, se em bolsa de valo-
res ou mercado de balcão organizado.
Essa decisão é muito importante, pois, uma vez concedido o registro para negociação em
mercado de balcão organizado, este só pode ser alterado com um pedido de mudança de
registro junto à CVM.
75
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A companhia aberta é responsável por divulgar para a entidade administradora do
Mercado de Balcão Organizado todas as informações financeiras e atos ou fatos relevantes
sobre suas operações. A entidade administradora do Mercado de Balcão Organizado, por
sua vez, irá disseminar essas informações através de seus sistemas eletrônicos ou impres-
sos para todo o público.
No Mercado de Balcão Organizado, a companhia aberta pode requerer a listagem de seus
títulos através de seu intermediário financeiro ou este poderá requerer a listagem indepen-
dentemente da vontade da companhia. Por exemplo, se o intermediário possuir uma grande
quantidade de ações de uma determinada companhia, ele poderá requerer a listagem da
mesma e negociar esses ativos no Mercado de Balcão Organizado. Nesse caso, a entidade
administradora do Mercado de Balcão Organizado disseminará as informações que a compa-
nhia aberta tiver encaminhado à CVM.
Além de ações e debêntures, no mercado de balcão organizado, são negociados diversos
outros títulos, tais como:

z Bônus de subscrição;
z Índices representativos de carteira de ações;
z Opções de compra e venda de valores mobiliários;
z Direitos de subscrição;
z Recibos de subscrição;
z Quotas de fundos fechados de investimento, incluindo os fundos imobiliários e os fundos
de investimento em direitos creditórios;
z Certificados de investimento audiovisual;
z Certificados de recebíveis imobiliários.

Sistemática do Mercado Organizado

1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa

A empresa Busca autorização A empresa decide


decide tornar-se junto à CVM, para em qual mercado de
Companhia – se entrar nos mercados atuação deseja estar
S/A aberta ou S/A de atuação
fechada

CVM Autoriza Mercado de Balcão


Se S/A Aberta
ou não Organizado

Vale destacar que a companhia pode trocar de mercado. Todavia, como se trata de uma
grande burocracia que envolve recomprar todos os papéis em circulação em um mercado
para poder migrar para o outro, a CVM editou a IN CVM 400, a qual dita as regras para a
mudança de mercado de atuação.
Para as ações, é proibida a comercialização em ambos os mercados simultaneamente. Já
para as debêntures, é permitida a negociação simultânea nos dois mercados.

76
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Qual a Diferença Entre uma Bolsa de Valores e as Entidades que Administram o Mercado de
Balcão Organizado?

As Bolsas de Valores também são responsáveis por administrar o mercado secundário


de ações, debêntures e outros títulos e valores mobiliários. Na verdade, ainda que não haja
nenhum limite de quantidade ou tamanho de ativos para uma companhia abrir o capital e
listar seus valores para negociação em bolsas de valores, em geral, as empresas listadas em
bolsas de valores são companhias de grande porte.
Isso prejudica a “visibilidade” de empresas de menor porte e, de certa forma, a própria
liquidez dos ativos emitidos por essas companhias. Por isso, em muitos países, há segmentos
especiais e/ou mercados segregados especializados para a negociação de ações e outros títu-
los emitidos por empresas de menor porte.
Ao mesmo tempo, no Brasil, no Mercado de Balcão Organizado é admitido um conjunto
mais amplo de intermediários do que em Bolsas de Valores, o que pode aumentar o grau
de exposição de companhias de médio porte ou novas empresas ao mercado.
Assim, o objetivo da regulamentação do mercado de balcão organizado é ampliar o
acesso ao mercado para novas companhias, criando um segmento voltado à negociação
de valores emitidos por empresas que não teriam, em bolsas de valores, o mesmo grau de
exposição e visibilidade.
Para os investidores, a principal diferença entre as operações realizadas em bolsas de
valores e aquelas realizadas no mercado de balcão organizado é que, nesse último, não
existe um fundo de garantia que respalde suas operações.
O fundo de garantia é mantido pelas bolsas com a finalidade exclusiva de assegurar aos
investidores o ressarcimento de prejuízos decorrentes de execução infiel de ordens por parte
de uma corretora membro, entrega de valores mobiliários ilegítimos ao investidor, decreta-
ção de liquidação extrajudicial da corretora de valores, entre outras.
Uma segunda diferença refere-se aos procedimentos especiais que as bolsas de valores
devem adotar no caso de variação significativa de preços ou no caso de uma oferta, repre-
sentando uma quantidade significativa de ações. Nesses casos, as bolsas de valores devem
interromper a negociação do ativo.
Para as companhias, a regra para se tornar uma companhia aberta é a mesma, independen-
temente de buscar uma listagem em bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado.

Importante!
Não pode haver negociação simultânea de uma mesma ação de uma mesma companhia CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
em bolsa de valores e em instituições administradoras do Mercado de Balcão Organizado.

MERCADO DE AÇÕES

Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado mais procurado e utilizado, que é o Merca-
do de Ações. Nele, são comercializados os papéis mais conhecidos no mundo dos negócios, os
quais tornam o seu possuidor um sócio da companhia emitente.
O mercado de ações consiste na negociação, em mercado primário ou secundário, das
ações geradas por empresas que desejam captar dinheiro de uma forma mais barata. Neste
sentido, ação pode ser entendida como a menor parcela do capital social das companhias
ou sociedades anônimas. É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus
titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio no limite das ações possuídas. 77
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Uma ação é um valor mobiliário expressamente previsto no inciso I, do art. 2º, da Lei 6.385/1976.
No entanto, apesar de todas as companhias ou sociedades anônimas terem o seu capital dividido
em ações, somente as ações emitidas por companhias registradas na CVM, chamadas compa-
nhias abertas, podem ser negociadas publicamente no mercado de valores mobiliários.
Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, mantidas em contas de
depósito, em nome dos titulares, sem emissão de certificado, em instituição contratada pela
companhia para a prestação desse serviço, em que a propriedade é comprovada pelo “Extra-
to de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre nominativas, não mais sendo permi-
tida a emissão e a negociação de ações ao portador ou endossáveis.

Espécies de Ações

As ações podem ser de diferentes espécies, conforme os direitos que concedem a seus
acionistas. O Estatuto Social das Companhias, que é um conjunto de regras que deve ser cum-
prido pelos administradores e acionistas, define as características de cada espécie de ações,
que podem ser:

z Ação Ordinária (sigla ON – Ordinária Nominativa)

Sua principal característica é conferir ao seu titular o direito a voto nas Assembleias de
acionistas;

z Ação Preferencial (sigla PN – Preferencial Nominativa)

Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação o direito de voto. Em contrapar-


tida, concede outras vantagens, tais como prioridade na distribuição de dividendos ou no
reembolso de capital, podendo, ainda, possuir prioridades específicas se admitidas à nego-
ciação no mercado.
As ações preferenciais podem ser divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os
direitos de cada classe constam do Estatuto Social.
As ações preferenciais têm o direito de receber dividendos ao menos 10% a mais que
as ordinárias. Vale observar que, em regra, elas não possuem direito a voto ou, quando o
tem, ele é restrito. Isso porque existem dois casos em que as ações preferenciais adquirem
direito a voto temporário, quais sejam:

z Quando a empresa passar mais de três anos sem distribuir lucros;


z Quando houver votação para eleição dos membros do Conselho Administrativo da
companhia.

ORDINÁRIAS PREFERENCIAIS FRUIÇÃO OU GOZO


Voto Lucro Ex.: Ações
51% controlador � Pelo menos, 10% maior que as Ações que foram compradas de volta
ordinárias pelo emitente, mas que o titular rece-
� Se a empresa passar mais de 3 anos beu um novo título representativo do
sem dar lucro, essas ações adquirem valor que é negociável e endossável.
o direito ao voto
78
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Características das Ações

z Quanto ao valor:

„ Nominais: o valor da ação vai descrito na escritura de emissão no momento do


lançamento;
„ Não nominais: o valor da ação será dito pelo mercado, mas não pode ser inferior ao
valor dado na emissão das ações (essa manobra é mais arriscada, porém pode dar maior
retorno).

z Quanto à forma:

„ Nominativas: há o registro do nome do proprietário no cartório de registro de valores


mobiliários e a emissão física do certificado;
„ Nominativas Escriturais: não há a emissão física do certificado, mas apenas o registro
no Livro de Registros de Acionistas; as ações são representadas por um saldo em conta.

Obs.: ações ao portador não são mais permitidas no Brasil desde 1999, pois eram alvo
de muita lavagem de dinheiro.

Importante!
Termo que pode aparecer na prova:
� Blue Chips: Ações de primeira linha, de grandes empresas e, por isso, possuem muita
segurança e tradição. São ações usadas como referência para índices econômicos.

z Quanto à remuneração das ações:

Elas podem ser remuneradas de quatro formas:

„ Dividendos: compreendem a parcela do lucro líquido que, após a aprovação da Assem-


bleia Geral Ordinária, será alocada aos acionistas da companhia. O montante dos divi-
dendos deverá ser dividido entre as ações existentes, para sabermos quanto será devido
aos acionistas a cada ação por eles detida. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para garantir a efetividade do direito do acionista ao recebimento de dividendos, a Lei


das S.A. prevê o sistema do dividendo obrigatório, de acordo com o qual as companhias são
obrigadas a, havendo lucro, destinar parte dele aos acionistas a título de dividendo. Porém,
a referida Lei confere às companhias liberdade para estabelecer, em seus estatutos sociais, o
percentual do lucro líquido do exercício, que deverá ser distribuído anualmente aos acionis-
tas, desde que o faça com “precisão e minúcia” e não sujeite a determinação do seu valor ao
exclusivo arbítrio de seus administradores e acionistas controladores.
Caso o Estatuto seja omisso, os acionistas terão direito a recebimento do dividendo
obrigatório equivalente a 50% do lucro líquido ajustado nos termos do art. 202, da Lei das
S.A;
79
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


„ Ganhos de Capital: ocorrem quando um investidor compra uma ação por um preço
baixo e vende a mesma ação por um preço mais alto, ou seja, realiza um ganho;
„ Bônus de Subscrição: quando alguém adquire ações, passa a ser titular de uma fração
do capital social de uma companhia. Todavia, quando o capital é aumentado e novas
ações são emitidas, as ações até então detidas por tal acionista passam a representar
uma fração menor do capital, ainda que o valor em moeda seja o mesmo.

Para evitar que ocorra essa diminuição na participação percentual detida pelo acionista
no capital da companhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como um direito essencial, a
preferência na subscrição das novas ações que vierem a ser emitidas em um aumento de
capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.), na proporção de sua participação no capital, ante-
riormente ao aumento proposto.
Da mesma forma, os acionistas também terão direito de preferência nos casos de
emissão de títulos conversíveis em ações, tais como debêntures conversíveis e bônus de
subscrição.
Neste período, o acionista deverá manifestar sua intenção de subscrever as novas ações
emitidas no âmbito do aumento de capital ou dos títulos conversíveis em ações, conforme o
caso. Caso não o faça, o direito de preferência caducará.
Alternativamente, caso não deseje participar do aumento, o acionista pode ceder seu direi-
to de preferência (art. 171, § 6º, da Lei das S.A.). Da mesma forma que as ações, o direito de
subscrevê-las pode ser livremente negociado, inclusive em Bolsa de Valores;

„ Bonificação: ao longo das atividades, a Companhia poderá destinar parte dos lucros
sociais para a constituição de uma conta de “Reservas” (termo contábil). Caso a compa-
nhia queira, em exercício social posterior, distribuir aos acionistas o valor acumulado
na conta de Reservas, poderá fazê-lo na forma de Bonificação, podendo efetuar o paga-
mento em espécie ou com a distribuição de novas ações. É importante destacar que,
atualmente, as empresas não mais distribuem bonificação na forma de dinheiro, pois
preferem fidelizar ainda mais os sócios, dando-lhes mais ações.

Ações Preferenciais e Distribuição de Dividendos

A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações preferenciais, que podem ter seu
direito de voto suprimido ou restrito por disposição do estatuto social da companhia. Em
contrapartida, tais ações deverão receber uma vantagem econômica em relação às ações
ordinárias.
Além disso, a Lei permite que as companhias abertas tenham várias classes de ações prefe-
renciais, que conferirão a seus titulares vantagens diferentes entre si. Nesse caso, os titulares
de tais ações poderão comparecer às Assembleias Gerais da companhia, bem como opinar
sobre as matérias objetos de deliberação, mas não poderão votar.
As vantagens econômicas a serem conferidas às ações preferenciais em troca dos direitos
políticos suprimidos, conforme dispõe a Lei, poderão consistir em prioridade de distribuição
de dividendo, fixo ou mínimo, prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele,
ou a cumulação dessas vantagens (art. 17, caput e incisos I a III, da Lei das S.A.).

80
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encontra devidamente quantificado no Esta-
tuto, seja em montante certo em moeda corrente, seja em percentual certo do capital, do
valor nominal da ação ou, ainda, do valor do patrimônio líquido da ação. Nessa hipótese,
tem o acionista direito apenas a tal valor, ou seja, uma vez atingido o montante determinado
no Estatuto, as ações preferenciais com direito ao dividendo fixo não participam dos lucros
remanescentes, que serão distribuídos entre ações ordinárias e preferenciais de outras clas-
ses se houver.
Dividendo mínimo é aquele também previamente quantificado no Estatuto, seja com
base em montante certo em moeda corrente, seja em percentual certo do capital, do valor
nominal da ação ou, ainda, do valor do patrimônio líquido da ação. Porém, ao contrário
das ações com dividendo fixo, as que fazem jus ao dividendo mínimo participam dos lucros
remanescentes após assegurado às ordinárias dividendo igual ao mínimo. Assim, após a dis-
tribuição do dividendo mínimo às ações preferenciais, às ações ordinárias caberá igual valor.
O remanescente do lucro distribuído será partilhado entre ambas as espécies de ações em
igualdade de condições.
O dividendo fixo ou mínimo assegurado às ações preferenciais pode ser cumulativo ou
não. Sendo cumulativo, no caso de a companhia não ter obtido lucros durante o exercício
em montante suficiente para pagar integralmente o valor dos dividendos fixos ou mínimos,
o valor faltante será acumulado para os exercícios posteriores. Essa prerrogativa depende de
expressa previsão estatutária.
No caso das companhias abertas que tenham ações negociadas no mercado, as ações pre-
ferenciais deverão conferir aos seus titulares ao menos uma das vantagens a seguir (art.
17, § 1º, da Lei 6.404/1964, Lei das S/A.):

� Direito a participar de uma parcela correspondente a, no mínimo, 25% do lucro líqui-


do do exercício, sendo que, desse montante, garante-se um dividendo prioritário de, pelo
menos, 3% do valor do patrimônio líquido da ação e, ainda, o direito de participar de even-
tual saldo desses lucros distribuídos, em igualdade de condições com as ordinárias, depois
de ter sido assegurado a elas dividendo igual ao mínimo prioritário;
z Direito de receber dividendos, pelo menos, 10% maiores que os pagos às ações
ordinárias;
z Direito de serem incluídas na oferta pública em decorrência de eventual alienação
de controle.

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Com relação aos direitos dos acionistas, existem algumas situações que as bancas de con-
cursos gostam de cobrar em prova e, por isso são importantes.
Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja, Lucro, ela pode comprar ações de
acionistas minoritários, pois, assim, concentrará mais o valor das ações. A esse evento
chamamos de amortização de ações. O personagem que mais ganha nessa história é o Con-
trolador, pois, como ele detém 51% das ações, seu poder ficará maior, já que o número de
acionistas ou de ações diminui, aumentando seu percentual.
A CVM, vendo esse aumento de poder do controlador, baixou a Instrução Normativa nº
10, que, em outras palavras, diz que a recompra de ações, uma vez feita, finda por aumentar
o poder do controlador da empresa. Entretanto, essas ações que foram recompradas devem
permanecer em tesouraria por, no máximo, 90 dias e, depois, devem ser revendidas ou
canceladas. 81
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Ou seja, a CVM está limitando esse aumento de poder do controlador, para evitar que
os acionistas minoritários percam sua participação na administração da empresa.
Quanto à mudança de controlador – o acionista majoritário, que detém 51% das ações – a
CVM também edita norma que regula essa troca, para evitar prejuízos aos acionistas mino-
ritários. É a IN CVM 400 que diz que, para a troca do controlador, o novo controlador deve
garantir que, caso queira fechar o capital da S/A, deverá comprar as ações dos minoritá-
rios por, ao menos, 80% do valor pago pelas ações do controlador anterior. Fazendo isso,
a CVM garante que os acionistas minoritários não terão prejuízos, pois o novo controlador
poderia comprar as ações a um preço bem mais baixo do que pagou pelas do controlador
anterior. É preciso dizer que, para que isso ocorra, deve haver uma concordância mínima
entre os acionistas gerais. A esse princípio chamamos de tag along.
Existem, ainda, manobras que o mercado de capitais faz, as quais geram impacto sobre o
valor das ações no mercado e sua capacidade de comercialização. Vejamos:

z Desdobramento ou Split

É uma estratégia utilizada pelas empresas com o principal objetivo de melhorar a liquidez
de suas ações. Acontece quando as cotações estão muito elevadas, o que dificulta a entrada
de novos investidores no mercado.
Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150, com lote padrão de 100 ações. Para
comprar um lote dessas ações, o investidor teria que desembolsar R$ 15.000, que é uma quan-
tia considerável para a maior parte dos investidores (pessoa física).
Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada ação dessa empresa seria multiplicada
por 3. Assim, quem possuísse 100 ações, passaria a possuir 300 ações. O valor da cotação seria
dividido por 3, ou seja, passaria de R$ 150 para R$ 50.
Na prática, o desdobramento de ações não altera, de forma alguma, o valor do investimen-
to ou o valor da empresa. É apenas uma operação de multiplicação de ações e divisão dos
preços, para aumentar a liquidez das ações.
Agora, depois do desdobramento, o investidor que quisesse adquirir um lote de ações da
empresa, gastaria apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía 100 ações cotadas a R$
150, com um valor total de R$ 15.000, ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém distribuídos
em 300 ações cotadas a R$ 50.
Com as ações mais baratas, mais investidores se interessam em comprá-las. Isso pode
fazer com que as cotações subam em curto prazo, devido à maior entrada de investidores
no mercado, porém não há como prever se isso irá ou não acontecer. A companhia também
pode utilizar os desdobramentos como parte de sua estratégia de governança corporativa,
para mostrar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas minoritários.
Os desdobramentos podem acontecer em qualquer razão. No entanto, as mais comuns são
de 1 para 2, de 1 para 3 e de 1 para 4 ações.

z Grupamento ou Inplit

Exatamente oposto ao desdobramento, o grupamento serve para melhorar a liquidez e os


preços das ações quando estão cotadas a preços muito baixos no mercado.

82
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Imagine uma empresa com ações cotadas na bolsa a R$ 10, com lote padrão de 100 ações.
A empresa julga, baseada em seu histórico e seu posicionamento estratégico, que suas ações
estão cotadas por um valor muito baixo no mercado e aprova, em assembleia geral, que fará
um grupamento na razão de 5 para 1. Ou seja, cada cinco ações passarão a ser apenas uma
ação e os preços serão multiplicados por 5.
Antes do grupamento, o investidor que possuísse 100 ações cotadas a R$ 10 teria o valor
total de R$ 1.000. Após o grupamento, o mesmo investidor passaria a ter 20 ações (100/5) cota-
das a R$ 50, ou seja, continuaria possuindo os mesmos R$ 1.000 investidos. O grupamento,
assim como o desdobramento, não altera em absolutamente nada o valor do investimento.
Um dos objetivos do grupamento de ações é tentar diminuir a volatilidade dos ativos.
Assim, R$ 1,00 de variação em um ativo cotado a R$ 10,00 significa 10% de variação. Já em
um ativo cotado a R$ 50,00, representa apenas 2%. É importante ressaltar que nada garante
se isso irá ou não acontecer.
Outro objetivo do grupamento pode estar atrelado ao planejamento estratégico da com-
panhia e a suas práticas de governança corporativa. As cotações de suas ações podem estar
intimamente ligadas à percepção de valor da empresa por parte dos investidores.

DESDOBRAMENTO OU SPLIT GRUPAMENTO OU INPLIT


� Manobra feita para tornar as ações mais ba-
ratas e atrativas para novos investidores � Manobra feita para tornar as ações mais ca-
� Diminui o valor das ações, mas mantém o va- ras e, aparentemente, elevar seu valor
lor aplicado pelo investidor � Aumenta valor das ações, mas mantém o va-
� Aumenta a quantidade de ações lor aplicado do investidor
� Não altera o capital do investidor � Diminui a quantidade de ações
� Aumenta a liquidez das ações, pois ficam mais � Não altera o capital do investidor
baratas e fáceis de serem comercializadas

Mercado à Vista de Ações

O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma
imediata, ou seja, nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador
realiza o pagamento (liquidação financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da
transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) – liquidação física e financeira –, ou seja,
no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os preços são formados em
pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
No mercado à vista de ações, temos:

� Operações imediatas ou de curto prazo;


z Operacionalizado na Bolsa de Valores;
z Sistema eletrônico de negociação;
z Câmara de liquidação de ações – antiga CBLC.

Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele,
temos a compra e venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as
negociações diárias do mercado de capitais.
Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às
18h. Ele nada mais é do que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações. 83
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Após seu fechamento, que ocorre às 18h, não se pode mais realizar nenhuma transação
no ambiente.

Importante!
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investido-
res poderiam realizar negociações fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modi-
ficação do horário de fechamento para 18h, em 2020, o After Market foi extinto.

Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não
pudessem negociar no mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando
práticas equitativas ao mercado. Das 17h30 às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado,
no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário normal. Das 17h45 às 18h,
podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam sido
comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para
menos, além de limite de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e
venda, execução ou cancelamento de compra ou venda, além de dar ordem a mercado.
As ordens podiam ser dadas:

z A Mercado: quando especifica a quantidade e as características do que vai ser compra-


do ou vendido (executar na hora);
z Limitada: executar a preço igual ou melhor do que o especificado;
z Administrada: a mesma a mercado, mas, nesse caso, fica a critério da intermediadora
decidir o melhor momento;
z ON-STOP: define o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada;
z Casada: ordem de venda de um e compra do outro (ambas executadas ao mesmo tempo).

DÁ A ORDEM
� Investidor
EXECUTA A ORDEM
� CTVM
� DTVM
� Banco de Investimentos
REALIZA A ORDEM
� After Market
� Sistema de negociação eletrônico

As ordens diurnas que estivessem no sistema pendentes, sujeitavam-se aos limites de


negociação do After Market. O sistema rejeitava ordens de compra superiores ao limite e
ordens de venda a preço inferior ao limite. A variação permitida era de 2% para mais ou para
menos, além de ter um limite de operações de R$ 100 mil por investidor (já somado ao que ele
havia feito no pregão regular).
Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras
e vendas de ações deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações à
Câmara de liquidação de ações.
84
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é, também, em D+2. Esta ocor-
re quando é feito o débito na conta do comprador e, ao mesmo tempo, é entregue a ação
fisicamente ao comprador.

Lei n° 6.404 (Art. 64) – DEBÊNTURES

O que são Debêntures?

São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que assegu-
ram a seus detentores (debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora.
Essa companhia emissora pode ser uma S/A aberta ou fechada, mas somente as abertas
podem negociar suas debêntures no mercado das bolsas ou balcão, pois nas fechadas, as
debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito. Lembre-se de
que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então,
uma empresa fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.
Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures. Vejamos:

Agente fiduciário viabiliza

Investidor do Mercado que deseja


Companhia que emite a Debênture e
emprestar seu dinheiro ao emissor
deseja captar recursos
em troca de juros previamente pactuados
(Envia a Debênture)
(Envia o Dinheiro)

Agente underwritter

Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, aci-
ma de tudo, se trata de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos
quais são elas:

z Deve constar o nome debênture com a indicação da espécie e suas garantias;


z Nº de emissão, série e ordem; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
z Data da emissão;
z Vencimento (determinado ou indeterminado – perpétua – e se poderá ou não ter seu prazo
de vencimento antecipado);
z O índice que vai ser usado para corrigir o valor da debênture. (ex.: CDI, IPCA, IGP-M);
z Quantidade de debêntures que irão ser emitidas (limitada ao capital próprio da empresa);
z Valor nominal da debênture (ou valor de face);
z As condições para conversão ou permuta e seus respectivos prazos;
z Se a debênture terá garantias ou não (e, se tiver, quais serão). Tais garantias podem ser:

„ Real: a mais valiosa, pois a garantia existe fisicamente (hipoteca, penhor, caução, bens
determinados);
85
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


„ Flutuante: não existe um bem específico; a garantia é uma parte do patrimônio da
empresa (até 70% do valor do capital social);
„ Quirografária: nenhuma garantia ou privilégio (a garantia em caso de falência será o
que sobrar e se sobrar alguma coisa);
„ Subordinada: em caso de falência, oferece preferência apenas sobre o crédito dos
acionistas.

Agora, você já sabe o que é necessário para fazer uma debênture, quem pode emitir e
quais as garantias que podem ser usadas ou não. Porém, de que forma é possível materiali-
zar, ou seja, transformar essa debênture em algo que se possa ver? Existem duas formas
para isso. Vejamos o esquema a seguir:

z Nominativas

„ Título físico;
„ Registrado na CETIP;
„ Emite o certificado;
„ Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas.

z Nominativas Escriturais

„ Informação Eletrônica;
„ CETIP registra e custodia;
„ Não emite certificado;
„ Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas.

Importante!
� A escritura da debênture é obrigatória, mas a emissão do certificado é facultativa;
� Não é comum o debenturista solicitar o certificado da debênture, mas, se solicitá-lo, a
empresa deve emiti-lo;
� As Debêntures só podem ser emitidas por instituições que não sejam instituições
financeiras.

Quanto aos prazos das debêntures, que devem constar na escritura da emissão, podem
ser:

z Determinado: prazo fixado na emissão da debênture;


z Indeterminado ou perpétua: via de regra, não tem prazo de vencimento, mas esse prazo
pode ser decretado pelo agente fiduciário quando ocorrer inadimplência no pagamento
dos juros ou dissolução do emitente, a empresa;
z Antecipado:

„ Antes do resgate: deve constar na escritura o prazo para resgate e a possibilidade de


isso ocorrer;
86
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


„ Antes do vencimento: quando ocorrer um colapso no mercado ou o agente fiduciário
vir que o debenturista corre algum risco.

Agente Fiduciário

A Lei 6.404, de 1976, estabelece que a escritura de emissão, por instrumento público ou
particular, de debêntures distribuídas ou admitidas à negociação no mercado terá, obrigato-
riamente, a intervenção de agente fiduciário dos debenturistas. O agente fiduciário é quem
representa a comunhão dos debenturistas perante a companhia emissora, com deveres espe-
cíficos de defender os direitos e interesses dos debenturistas, entre outros citados na Lei.
Para tanto, possui poderes próprios também atribuídos pela Lei para, na hipótese de ina-
dimplência da companhia emissora, declarar, observadas as condições da escritura de emis-
são, antecipadamente, vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e acessórios, executar
garantias reais ou, se não existirem, requerer a falência da companhia, entre outros.
Esse personagem viabiliza a operação de compra das debêntures, por parte do debentu-
rista, e a venda, por parte da empresa emissora, ou seja, ele intermedia a situação. Além dis-
so, o agente fiduciário deve, acima de tudo, proteger o debenturista. Para isso, ele representa
o debenturista em caso de colapso do mercado, ou para:

z Proteção do debenturista;
z Executar garantias reais da emissora;
z Requerer falência da emissora.

Vale dizer que o agente fiduciário pode requerer essas situações para garantir ao deben-
turista o recebimento dos créditos.
São Agentes Fiduciários os Bancos Múltiplos, os Bancos de Investimento, CTVM e DTVM.
Quanto aos tipos ou classes de debêntures, podem ser:

z Simples: um simples direito de crédito contra a emissora ou empresa;


z Conversíveis: podem ser trocadas por ações da empresa emitente das debêntures;
z Existe prazo máximo para que o debenturista decida se irá querer converter em ações
ou não e, nesse prazo, a empresa não pode mudar nada nos seus papéis;
z Permutáveis ou não conversíveis: é a opção que o debenturista tem de trocar as debên-
tures por ações de outras companhias, depois de haver passado um prazo mínimo. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Já quanto à remuneração, pode-se ter:

z Juros (fixos ou variáveis);

Aqui, atente-se ao fato de que as Sociedades de Arrendamento Mercantil e as Companhias


Hipotecárias só podem remunerar a juros pela TBF – Taxa Básica Financeira;

z Participação nos Lucros;


z Prêmio de Reembolso: não pode ser atrelado, indexado a TR, TBF ou TJLP.

87
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Medição dos Riscos nas Debêntures

z Alta qualidade: baixa taxa de retorno;


z Baixa qualidade: alta taxa de retorno.

Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana; quanto menos risco, menos grana.

As Ofertas das Debêntures

z Pública

„ Público em geral;
„ Há registro na CVM;
„ Assembleia Geral ou Conselho Administrativo decidem;
„ Agente Fiduciário;

z Privada

„ Grupo restrito de investidores;


„ Não há registro na CVM.

Os Mercados das Debêntures

PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
� Debêntures já
existentes
� Emissão pela 1ª vez
� Compra e venda por
investidores

� Balcão Organizado
(Sistema Nacional
� Influi no caixa da
de Debêntures -
empresa
administrado pela
CETIP S/A)

Commercial Papers

Commercial Papers são títulos, papéis que valem dinheiro. São uma aplicação. Pare-
cem muito com as debêntures e com as notas promissórias que estudamos no tópico sobre
Títulos de Crédito (a famosa amarelinha).
São títulos de curto prazo, que têm prazo mínimo de 30 dias e máximo de 360 dias,
emitidos por instituições não financeiras, ou seja, as instituições financeiras estão fora, pois
podem captar recursos de outras maneiras. Então, o Commercial Paper serve para captar
recursos no mercado interno, pois constitui uma promessa de pagamento na qual incidem
juros a favor do investidor.

88
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Importante!
As debêntures podem ser emitidas para fora do país com garantia real de bens situados
no Brasil. Já os Commercial Papers não podem. Eles podem ser emitidos apenas para
dentro do Brasil.

NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO

INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS, REGIMES DE TAXAS


DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS, TAXAS DE CÂMBIO
NOMINAIS E REAIS, IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E
IMPORTAÇÕES, DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO,
FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO

O que é Câmbio?

Câmbio é a operação de troca de moeda de um país pela moeda de outro país. Por exem-
plo, quando um turista brasileiro vai viajar para o exterior e precisa de moeda estrangeira,
o agente autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio recebe do turista
brasileiro a moeda nacional e entrega-lhe (vende-lhe) a moeda estrangeira. Já quando um
turista estrangeiro quer converter moeda estrangeira em reais, o agente autorizado a operar
no mercado de câmbio compra a moeda estrangeira do turista estrangeiro, entregando-lhe
os reais correspondentes.
No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente no qual se realizam as operações de
câmbio entre os agentes autorizados pelo Banco Central e entre estes e seus clientes,
diretamente ou por meio de seus correspondentes. Esse mercado é regulamentado e fis-
calizado pelo Banco Central e compreende as operações de compra e de venda de moeda
estrangeira, as operações em moeda nacional entre residentes, domiciliados ou com sede no
país e residentes, domiciliados ou com sede no exterior e as operações com ouro-instrumen-
to cambial realizadas por intermédio das instituições autorizadas a operar no mercado
de câmbio pelo Banco Central, diretamente ou por meio de seus correspondentes.
Incluem-se, no mercado de câmbio brasileiro, as operações relativas aos recebimentos,
pagamentos e transferências do e para o exterior, mediante a utilização de cartões de uso
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
internacional, bem como as operações referentes às transferências financeiras postais inter-
nacionais, inclusive vales postais e reembolsos postais internacionais.
À margem da lei, funciona um segmento denominado Mercado Paralelo. São ilegais os
negócios realizados nesse mercado, bem como a posse de moeda estrangeira oriunda de ati-
vidades ilícitas.

Quem Opera no Mercado de Câmbio?

Bancos Múltiplos, Comerciais, de Investimentos, de Desenvolvimento, CEF, SCFI, CTVM,


DTVM, Agências de Fomento e Corretoras de Câmbio são instituições habilitadas a operarem
no Mercado de Câmbio.
89
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Cabe destacar que apenas os Bancos e a CEF, exceto os Bancos de Desenvolvimento,
podem operar livremente nele. Já algumas instituições operam com restrições, ou seja, não
podem fazer qualquer operação, mas somente as especificadas pelo BACEN. São elas:

z Bancos de Desenvolvimento;
z Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento;
z Agências de Fomento.

Com exceção dessas três, as demais podem realizar todas as operações do Mercado de
Câmbio, embora algumas tenham restrições de valor, mas não de operações. As sociedades
corretoras de títulos e valores mobiliários, as sociedades distribuidoras de títulos e valores
mobiliários e as sociedades corretoras de câmbio têm algumas restrições quanto ao valor das
operações:

� Operações de câmbio com clientes para liquidação pronta de até US$ 300 mil ou o seu
equivalente em outras moedas;
z Operações no mercado interbancário (arbitragens no país) e por meio de banco autoriza-
do a operar no mercado de câmbio (arbitragem com o exterior).

Além desses agentes, o Banco Central também concedia autorização para agências de turis-
mo e meios de hospedagem de turismo para operarem no Mercado de Câmbio. Atualmente,
não se concede mais autorização para esses agentes, permanecendo, ainda, apenas aquelas
agências de turismo cujos proprietários pediram ao Banco Central autorização para consti-
tuírem instituição autorizada a operar em câmbio. Enquanto o Banco Central está analisando
tais pedidos, as agências de turismo ainda autorizadas podem continuar a realizar operações
de compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativa-
mente a viagens internacionais.
Em resumo:

z Os meios de hospedagem não podem mais operar câmbio de jeito nenhum;


z As agências de turismo que pediram autorização ao BACEN continuam até que ele decida
se elas ficam efetivamente ou não.

Ainda, as Instituições Financeiras podem contratar correspondentes para operar câmbio


por elas. Nesse caso, teríamos um plano B para as agências de Turismo que tiverem seus
pedidos negados pelo BACEN, pois, se elas se filiarem a uma Instituição Financeira, não mais
precisarão da autorização deste.
Pela Resolução nº 4.811, de 2020, as operações realizadas pelos correspondentes são de
total responsabilidade da instituição contratante, devendo ela estabelecer as regras e condu-
tas que os correspondentes deverão seguir, quais sejam:

z Execução ativa ou passiva de ordem de pagamento relativa à transferência unilateral (ex.:


manutenção de residentes, transferência de patrimônio, prêmios em eventos culturais e
esportivos) do ou para o exterior, limitada ao valor equivalente a U$$ 3 mil dólares dos
Estados Unidos, em espécie e 1 mil dólares por operação;
90
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheque ou cheque de viagem, bem
como carga de moeda estrangeira em cartão pré-pago, limitada ao valor equivalente a
US$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, por operação e em espécie 1 mil dólares;
z Recepção e encaminhamento de propostas de operações de câmbio.

A ECT – Empresa de Correios e Telégrafos do Brasil – também é autorizada pelo Ban-


co Central a realizar operações com vales postais internacionais, emissivos e receptivos,
destinadas a atender compromissos diversos, tais como: manutenção de pessoas físicas, con-
tribuições previdenciárias, aposentadorias e pensões, aquisição de medicamentos para uso
particular, pagamento de aluguel de veículos, multas, doações. Por meio dos vales postais
internacionais, a ECT também pode dar curso a recebimentos ou pagamentos conduzidos sob
a sistemática de câmbio simplificado de exportação ou de importação, observado o limite
de US$ 50 mil, ou seu equivalente em outras moedas, por operação.

� Memorize os limites elencados pelo resumo a seguir:

„ CTVM, DTVM e Corretoras de Câmbio: 300 mil dólares por operação;


„ Empresa de Correios e Telégrafos: 50 mil dólares por operação;
„ Correspondentes Bancários e Agências de Turismo ainda em operação: 1 mil dólares
por operação – em contrapartida, em espécie – e 3 mil dólares em operações escriturais
(Resolução nº 4.811/20).

Importante!
As instituições são obrigadas a informar o VET – Valor Efetivo Total nas operações.
Isso deve-se ao fato de que nas operações de câmbio há custos embutidos como:
� Tarifa de Conversão das moedas
� IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
Vale destacar que o IOF é um imposto que incide sobre quase todas as operações
financeiras.

Resolução nº 3.568, de 2008 com Alterações Posteriores pela Resolução nº 4.811, de 2020

Art. 8º As pessoas Físicas e Jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou rea- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
lizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor,
sendo contraparte na operação agente autorizado a operar no mercado de cambio,
observada a legalidade da transação, tendo como base a fundamentação econômica e as res-
ponsabilidades definidas na respectiva documentação.

Neste sentido, pode-se dizer que qualquer pessoa física ou jurídica pode comprar e
vender moeda estrangeira desde que a outra parte na operação de câmbio seja agente
autorizado pelo Banco Central a operar no Mercado de Câmbio (ou seu correspondente para
tais operações) e que seja observada a regulamentação em vigor, incluindo a necessidade de
identificação em todas as operações.
É dispensado o respaldo documental das operações de valor até o equivalente a US$ 10
mil, preservando-se, no entanto, a necessidade de identificação do cliente. 91
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Banda Cambial no Brasil

Uma Banda Cambial é a forma como um país define suas taxas de câmbio, quer sejam
fixas ou livres, ou, até mesmo, flutuantes. Até 2005, existiam duas bandas cambiais, a Livre e
a Flutuante. A primeira, por exemplo, vinha dos empréstimos e envios de dinheiro do Brasil
para fora e vice-versa.
No entanto, operar com duas bandas cambiais era muito burocrático, pois cada uma tinha
suas especificações. Então, em 2005, ficou instituída, no Brasil, a banda cambial, que foi resul-
tante da junção das bandas Livre e Flutuante. Aqui, vale lembrar que, como o Governo
intervém indiretamente no mercado, comprando e vendendo moeda, essa flutuação recebeu
o nome de flutuação suja.

As Operações no Mercado de Câmbio

As operações mais comuns são:

z Compra e Venda de moeda estrangeira;


z Arbitragem (operação em que há a compra de moeda estrangeira com outra moeda
estrangeira);
z Exportação e Importação.

Como se Efetivam as Trocas de Moedas?

As trocas de moedas podem ser:

z Manuais: em espécie;
z Sacadas: quando não existe o dinheiro vivo, mas, sim, papéis que valem dinheiro.

Quando falamos de câmbio, pensamos, também, nas taxas cambiais, ou seja, nas taxas que
revelam quanto uma moeda vale em relação a outra moeda. Entre elas, as mais comuns são:

z Taxa Repasse ou Cobertura: feita entre os Bancos e o BACEN;


z Dólar Pronto: para as operações com entrega em até 48 horas ou D+2;
z PTAX: Média das compras e vendas de moedas estrangeiras entre as Instituições Financei-
ras dentro do país – sempre em dólar americano. Essa é a taxa de câmbio que é divulgada
diariamente pelo Banco Central e serve de referência para várias operações no mercado
cambial.

Taxa de Câmbio nominal x Taxa de Câmbio Real

A Taxa de Câmbio Nominal indica o preço do ativo financeiro, enquanto que a Taxa de
Câmbio Real indica o preço relativo entre duas moedas, o que permite medir a competitivi-
dade relativa entre os dois países em questão.

92
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Em resumo, a taxa nominal é o preço de um ativo limpo e seco, sem nenhuma interferên-
cia. Já o valor real é o preço do ativo comparado entre duas moedas – dessa forma, é possível
saber quanto aquele determinado ativo vale em um país e noutro.

A Forma de Materializar as Operações de Câmbio: O Contrato de Câmbio

Contrato de câmbio é o documento que formaliza a operação de compra ou de venda de


moeda estrangeira.
Nele, são estabelecidas as características e as condições sob as quais se realiza a operação
de câmbio, revelando informações relativas à moeda estrangeira que um cliente está com-
prando ou vendendo, à taxa contratada, ao valor correspondente em moeda nacional e aos
nomes do comprador e do vendedor. Os contratos de câmbio devem ser registrados no Siste-
ma Câmbio pelo agente autorizado a operar no mercado de câmbio.
Nas operações de compra ou de venda de moeda estrangeira de até US$ 10 mil, ou seu
equivalente em outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a formalização do contrato de
câmbio. O agente do mercado de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a operação
no Sistema Câmbio.
O Contrato de Câmbio deve conter alguns requisitos legais para ter validade, devendo ser
registrado no SISBACEN, constando:

z Qual a moeda em questão;


z A taxa cobrada;
z O valor correspondente em moeda nacional;
z Nome do comprador e do vendedor.

Importante!
Até 10 mil dólares não é necessário o Contrato de Câmbio. No entanto, o registro da ope-
ração é obrigatório (Circular Bacen nº 3.825/17).

Existem 10 (dez) tipos de Contratos de Câmbio. A seguir, listaremos os que são mais comu-
mente cobrados em prova. Vejamos:

z ACC – Adiantamento Sobre Contrato De Câmbio


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O ACC é um dos mais conhecidos e utilizados mecanismos de financiamento à exportação.


Trata-se de financiamento na fase de produção ou pré-embarque.
Para realizar um ACC, o exportador deve procurar um banco comercial autorizado a ope-
rar em câmbio. Tendo limite de crédito com o banco, o exportador celebra com este um
contrato de câmbio no valor correspondente às exportações que deseja financiar, ou seja, o
contrato de câmbio é celebrado antes mesmo do exportador receber do importador o paga-
mento de sua venda.
Neste sentido, o exportador pede ao banco o adiantamento do valor, em reais, correspon-
dente ao contrato de câmbio. Assim, além de obter um financiamento competitivo para a
produção da mercadoria a ser exportada, o exportador também fixa a taxa de câmbio da sua
operação.
93
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Cabe destacar que o ACC pode ser realizado em algumas exportações de serviços e, ainda,
em até 360 dias antes do embarque da mercadoria. A liquidação da operação ocorre com
o recebimento do pagamento efetuado pelo importador, acompanhado do pagamento dos
juros devidos pelo exportador, ou pode ser feita com encadeamento com um financiamento
pós-embarque.

z ACE – Adiantamento Sobre Cambiais Entregues: O ACE – Adiantamento sobre Cambiais


Entregues – é um mecanismo similar ao ACC, só que contratado na fase de comercialização
ou pós-embarque.

Após o embarque dos bens, o exportador entrega os documentos da exportação e as cam-


biais (saques) da operação ao banco e celebra um contrato de câmbio para liquidação futura.
Então, o exportador pede ao banco o adiantamento do valor, em reais, correspondente ao
contrato de câmbio. Assim, além de obter um financiamento competitivo para conceder pra-
zo de pagamento ao importador, o exportador também fixa a taxa de câmbio da sua operação.
O ACE pode ser contratado com prazo de até 390 dias após o embarque da mercadoria. A
liquidação da operação ocorre com o recebimento do pagamento efetuado pelo importador,
acompanhado do pagamento dos juros devidos pelo exportador.

ACE
ACC
ADIANTAMENTO
ADIANTAMENTO SOB
SOB CONTRATO DE
CONTRATO DE CÂMBIO
EXPORTAÇÃO

Pré-Embarque Pós-Embarque

� Financia a mercadoria a ser � Antecipa os recursos a serem


exportada recebidos do Comprador
� Deve ser contratado até 360 � Deve ser feito até 390 dias
dias antes do embarque da posteriores ao embarque da
mercadoria mercadoria

O pagamento é feito quando


O pagamento da operação
no embarque da mercadoria
deverá ser feito quando o
ou no ingresso do dinheiro
importador enviar os recursos
pago pelo importador

Tanto no ACC quanto no ACE, os limites de financiamento são de até 100% do valor das
mercadorias e não incidem IOF sobre essas operações, por se tratarem de incentivos à
exportação.
As operações de Exportação e Importação devem ser registradas em um sistema chamado
SISCOMEX – Sistema de Comércio Exterior. Esse Sistema é utilizado em conjunto pela SECEX
(Secretaria de Comércio Exterior), pela Secretaria da Receita Federal e pelo BACEN, para fis-
calizar a entrada e a saída de recursos do Brasil para o exterior e vice-versa, trazendo vários
benefícios aos processos de exportação e importação, quais sejam:

z Harmonização de conceitos e uniformização de códigos dos processos;


z Ampliação de pontos de atendimento;
z Eliminação de coexistências de controles e sistemas paralelos de coleta de dados;
z Diminuição, simplificação e padronização de documentos;
z Agilidade nos processos e diminuição dos custos administrativos.

94
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O SISCOMEX é um sistema e, como tal, é necessário que as pessoas se cadastrem nele
para operar. Existem 4 (quatro) tipos de cadastros para o seu acesso. Vejamos:

z Habilitação ordinária: destinada à pessoa jurídica que atue habitualmente no comér-


cio exterior. Nesta modalidade, a empresa está sujeita ao acompanhamento da Receita
Federal com base na análise prévia da sua capacidade econômica e financeira;

Obs.: essa é a modalidade mais completa de habilitação, a qual permite aos operadores
realizar qualquer tipo de operação.
Quando o volume de suas operações for incompatível com a capacidade econômica e
financeira evidenciada, a empresa estará sujeita a procedimento especial de fiscalização.

z Habilitação simplificada: destinada às pessoas físicas, às empresas públicas e às socie-


dades de economia mista – entidades sem fins lucrativos;
z Habilitação especial: destinada aos órgãos da Administração Pública direta, autarquias,
fundações públicas, órgãos públicos autônomos e organismos internacionais;
z Habilitação restrita: destinada à pessoa física ou jurídica que tenha operado anterior-
mente no comércio exterior exclusivamente para realização de consulta ou retificação de
declaração.

No mercado de Câmbio temos, também, as operações de Remessas. As remessas são


operações de envio de recursos para o exterior, por meio de ordens de pagamento (cheque,
ordem por conta, fax, internet, cartões de crédito). Em suma, são formas de enviar dinheiro
para fora do país através de instituições.
Existem remessas do Exterior para o Brasil e vice-versa. Elas podem ser:

z Em espécie: por Instituição Financeira ou pelo ECT;


z Via cartão de crédito: seguem a mesma lógica da remessa em espécie, entretanto o paga-
mento é feito por cartão de crédito.

O que é Posição de Câmbio?

A posição de câmbio é representada pelo saldo das operações de câmbio (compra e venda
de moeda estrangeira, de títulos e documentos que os representem e de ouro-instrumento CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cambial) prontas ou para liquidação futura realizadas pelas instituições autorizadas pelo
Banco Central do Brasil a operar no mercado de câmbio.

O que é Posição de Câmbio Comprada?

A posição de câmbio comprada é o saldo em moeda estrangeira registrado em nome de


uma instituição autorizada que tenha efetuado compras, prontas ou para liquidação futura,
de moeda estrangeira, de títulos e documentos que as representem e de ouro-instrumento
cambial em valores superiores às vendas.

95
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O que é Posição de Câmbio Vendida?

A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda estrangeira registrado em nome de


uma instituição autorizada que tenha efetuado vendas, prontas ou para liquidação futura,
de moeda estrangeira, de títulos e documentos que as representem e de ouro-instrumento
cambial em valores superiores às compras.

O que é Prêmio de Risco?

Para melhor explicar isso, retomaremos alguns conceitos já estudados.


Sabemos que a taxa de câmbio é livremente pactuada entre os agentes autorizados a ope-
rar no mercado de câmbio ou entre estes e seus clientes, podendo as operações de câmbio ser
contratadas para liquidação pronta ou futura. Neste sentido, temos a possibilidade de reali-
zar operações com vencimento futuro, ou seja, a operação só será finalizada em uma data
previamente acordada entre as partes.
Ocorre que, no caso de operações interbancárias, a termo (contrato), as partes devem
observar que, nas operações para liquidação pronta ou futura, a taxa de câmbio deve refletir
exclusivamente o preço da moeda negociada para a data da contratação da operação de câm-
bio, sendo facultada a pactuação de prêmio ou bonificação nas operações para liquidação
futura. Esse prêmio a que o Banco Central se refere no Capítulo 1, da série “Regulamento do
Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais”, é o Prêmio de Risco. Ele nada mais é que um
viés (uma tendência) entre a taxa de câmbio no mercado futuro e a esperança do câmbio no
futuro.
Por fim, vale lembrar que podemos analisar o Prêmio de Risco, comparando a paridade
coberta dos juros à paridade descoberta destes.

DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO


INTERBANCÁRIO

TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA DE FUNDOS

Há um tipo bastante comum de prestação de serviços bancários que é o de realizar trans-


ferências eletrônicas de fundos. Estas transferências podem ocorrer entre contas da própria
instituição financeira ou entre contas de diferentes instituições.
Quando a transferência ocorre entre contas da mesma instituição financeira, ou banco,
chamamos de Transferência Eletrônica de Valores (TEV), pois os recursos não saem da ins-
tituição, apenas saem de uma conta para outra, não fazendo uso do sistema de pagamentos
brasileiro.
Se a transferência envolve contas de diferentes bancos, neste caso há a necessidade de uti-
lizar o sistema de pagamentos brasileiro. Este é um sistema eletrônico criado e administrado
pelo Banco Central do Brasil, conforme consta na Lei n° 10.214, de 2001, para que haja uma
interligação mais segura para os clientes, entre as diferentes instituições financeiras.

96
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


É através desta segurança que os clientes conseguem transitar seus recursos de um banco
para outro sem correr grandes riscos, como por exemplo, de não ter seu dinheiro enviado
pelo banco de origem por falta de recursos.
Existem, hoje, 4 formas de se transferir recursos entre bancos utilizando o SPB (Sistema de
Pagamentos Brasileiro). Veremos um pouco sobre cada um deles a seguir.

DOC

O Documento de Ordem de Crédito (DOC), é um método de envio de recursos entre bancos


que leva 24 horas para ser compensado, ou seja, para ser processado e creditado na conta do
destinatário.
Este método de transferência tem sido desencorajado pelo Banco Central do Brasil (BACEN),
pelo fato de acarretar o risco de o banco emissor do DOC não possuir recursos no fim do dia
para honrar o compromisso, pois para haver liquidação dessa operação no fim do dia, depen-
de que o banco emissor possua recursos disponíveis para tanto.

TED

A Transferência Eletrônica Disponível (TED) é a forma mais segura e moderna de fazer


transferência de recursos entre bancos, pois a TED é operada através de um sistema que
liquida as operações em tempo real, ou seja, a TED é a conhecida transferência que “cai na
hora”.
Vale destacar que esse “cai na hora” não é exatamente na mesma hora, pois uma TED pode
demorar até 1 hora e 30 minutos para ser creditada na conta do destinatário no outro banco,
e caso não aconteça neste intervalo de tempo, o banco central notifica o banco emissor da
TED, que fica na responsabilidade de devolve o recurso para a conta do cliente emitente.

Importante!
Nenhum banco é obrigado a oferecer o serviço de TED, mas caso haja essa oferta, deve
garantir ao cliente emissor da TED que o valor chegará na conta do destinatário em até 1
hora e 30 minutos, caso contrário, o emissor receberá uma notificação de impossibilidade
e o valor será devolvido em sua conta.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Transferências TED são mais seguras, pois como o sistema de liquidação é em tempo real
(LBTR – Liquidação Bruta em Tempo Real), o banco emissor somente poderá emitir a TED
para o destinatário caso possua fundos disponíveis para enviar.

TEC

A Transferência Eletrônica de Créditos (TEC) foi criada e aperfeiçoada para ser a forma
como os bancos fazem transferências de compromissos agendados entre si, como por exem-
plo, pagamento de folha de salário dos empregados de uma empresa.

97
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Quando a empresa tem convênio com um banco e o empregado faz a portabilidade de
seu salário para uma conta em outra instituição, ficaria oneroso para o empregado fazer o
pagamento mensal de uma tarifa realizando um DOC e ou uma TED. Para evitar este tipo de
morosidade e gastos a mais, os bancos utilizam-se da TEC, pois com ela, o custo das transfe-
rências de crédito é diluído, de forma a possibilitar a portabilidade do salário sem ônus para
o empregado da empresa.
Atualmente a principal forma de transferências entre contas do mesmo banco ou de dife-
rentes bancos é através do PIX (pagamento instantâneo), que será visto posteriormente.

ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS

Um serviço encontrado com bastante frequência nas instituições financeiras é o serviço de


arrecadações de tributos e tarifas públicas, ele é composto de convênios criados entre uma
ou várias instituições e um ou vários órgãos públicos a fim de que os boletos gerados por
estes órgãos sejam recebidos por uma ou mais dessas instituições financeiras.
Alguns impostos e tributos podem ter sua arrecadação restringida a uma instituição se, por
conveniência do poder público, um acordo para exclusividade de arrecadação for fechado.
Temos como exemplo de arrecadação centralizada, o Fundo de Garantia do Tempo de Ser-
viço (FGTS), que é arrecadado exclusivamente pela Caixa Econômica ou os DARF (Documen-
tos de Arrecadação Fiscal) que são centralizados pelo Banco do Brasil.
É importante compreender que arrecadar e centralizar podem ter significados diferentes,
pois a centralização do FGTS na Caixa está prevista na Lei n° 8.036, de 1990, que regulamenta
o FGTS, já quanto ao Banco do Brasil, centraliza os DARF porque é o centralizador do caixa do
Governo Federal e o documento é para arrecadação de tributos federais.

DEPÓSITO INTERFINANCEIRO

Negociado exclusivamente entre instituições financeiras, o Depósito Interfinanceiro (DI)


é um título privado de Renda Fixa que auxilia no fechamento de caixa dos bancos, como ins-
trumento de captação de recursos ou de aplicação de recursos excedentes. Não é permitida
a venda de Depósito Interfinanceiro a outros investidores, assim como não há incidência de
impostos sobre a rentabilidade. Os títulos têm elevada liquidez e embutem um baixíssimo
risco, normalmente associado à solidez dos bancos que participam do mercado.
Essas negociações geram uma Taxa TI, sobre isso veja:

As negociações entre os bancos geram a Taxa DI, referência para a maior parte dos títulos de
renda fixa ofertados ao investidor. É hoje o principal benchmark do mercado. A Taxa DI é obti-
da ao se calcular a média ponderada das taxas das transações prefixadas, extragrupo e com
prazo de um dia efetuadas na B3 entre instituições financeiras. Como a taxa para o prazo de
um dia é muito pequena, convencionou-se divulgá-la de forma anualizada. Essas transações
são fechadas por meio eletrônico e registradas na B3.2

2 B3. Captação Bancária. Depósito Interfinanceiro. Disponível em: https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-


98 servicos/registro/renda-fixa-e-valores-mobiliarios/deposito-interfinanceiro.htm. Acesso em: 24 nov. 2022.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Além do DI tradicional, fontes registram diversas modalidades do ativo, como Depósito
Interfinanceiro vinculado a Micro finanças – DIM, Depósito Interfinanceiro Rural – DIR, e
Depósito Interfinanceiro Imobiliário – DII.

MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO


BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO

Temos, por varejo bancário, um conjunto de operação e serviços que os bancos prestam
à maioria de seu público. Os segmentos mais específicos de mercado chamamos de PRIVATE
ou Alta Renda, que costumam ter seus produtos e serviços customizados. Para o segmento de
varejo, temos produtos padronizados e amplos, como explicitaremos mais à frente.
As operações de tesouraria são nada mais nada menos que as operações administrativas
de manutenção de numerário (dinheiro físico) nas agências, e a guarda ou custódia de garan-
tias das operações de crédito ou de valores de terceiros, como penhores de joias e metais
preciosos.
Confira alguns produtos de varejo bancário abaixo.

CONSÓRCIOS

O Sistema de Consórcios se destina a propiciar o acesso de integrantes de grupos de con-


sórcio ao consumo de bens e serviços. O sistema é constituído por administradoras de consór-
cio e por grupos de consórcio e é regulamentado pela Lei nº 11.795, de 8 de outubro de 2008.
Consórcio são pessoas naturais e jurídicas que se reúnem, com prazo definido e número
de cotas previamente determinado, por meio de uma administradora de consórcio, com a
finalidade de propiciar a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou servi-
ços, através de autofinanciamento.
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica que presta serviços e tem objeto social
principal voltado à administração de grupos de consórcio, constituída sob a forma de socie-
dade limitada ou sociedade anônima.

No sistema de consórcios, os grupos têm patrimônio próprio e são independentes entre si, de
modo que os recursos de um grupo não podem ser transferidos para outro nem se confundem
com o patrimônio das administradoras. Além disso, o interesse do grupo de consórcio preva- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
lece sobre o interesse individual do consorciado.
A adesão de um consorciado a um grupo de consórcio se dá mediante assinatura de contrato
de participação. Nesse contrato, devem estar previstos os direitos e os deveres das partes, tais
como a descrição do bem a que o contrato está referenciado e seu respectivo preço (que será
adotado como referência para o valor do crédito e para o cálculo das parcelas mensais do
consorciado).
O contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão, poderá ter como referência um
bem móvel, um bem imóvel ou um serviço de qualquer natureza.
Os bens móveis podem ser dos seguintes subsegmentos:
� veículos pesados e outros;
� automóveis (incluindo utilitários e caminhonetes);
99
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


� motocicletas (incluindo motonetas, ciclomotores, triciclos e quadriciclos);
� outros bens móveis duráveis (eletroeletrônicos e eletrodomésticos, incluindo móveis e mobí-
lias) (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2020).

Outros serviços, como estéticos e de saúde, por exemplo, também podem ser considerados
nessa lista.
O contrato deve prever as condições para concorrer à contemplação por sorteio, bem
como as regras da contemplação por lance.
O BCB é o responsável pela normatização, autorização, supervisão e controle das ativida-
des do sistema de consórcios, com foco na eficiência e solidez das administradoras e cumpri-
mento da regulamentação específica.

SISTEMA DE SEGUROS PRIVADOS

O Subsistema Normativo

Dentro do sistema de seguros privados, nós temos, assim como no sistema financeiro que
vimos anteriormente, uma estrutura composta por órgão normativo, entidade supervisora e
operadores.
Nesse sistema, nós temos como órgão normativo o Conselho Nacional de Seguros Priva-
dos, o CNSP, responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. Ele
é composto pelo Ministro da Economia (Presidente), pelo Superintendente da Superinten-
dência de Seguros Privados e pelos representantes do Ministério da Justiça, da Secretaria da
Previdência Social, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários.
São algumas atribuições do CNSP, de acordo com o Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro
de 1966:

z Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados;


z Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem ativi-
dades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das
penalidades previstas;
z Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capita-
lização e resseguro;
z Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
z Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB;
z Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Enti-
dades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e
técnicos das respectivas operações;
z Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor.

Para auxiliar o CNSP, foi criada a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), que
é a autarquia responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro. A autarquia, vinculada ao Ministério da Economia,
foi criada pelo Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e sua missão é desenvolver os
mercados supervisionados, assegurando sua estabilidade e os direitos do consumidor.
100 Portanto, são atribuições da SUSEP:
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Segu-
radoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na
qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
z Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das
operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
z Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados;
z Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vin-
culados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Siste-
ma Nacional de Capitalização;
z Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o
funcionamento das entidades que neles operem;
z Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;
z Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados
em bens garantidores de provisões técnicas;
z Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este
forem delegadas;
z Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.

O Subsistema Operador do Sistema de Seguros Privados

As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP e à SUSEP, que regulamentam seu fun-
cionamento e fiscalizam suas atuações neste mercado.

z Sociedades de Capitalização

Constituídas sob a forma de sociedades anônimas que negociam contratos (títulos de


capitalização), têm por objeto o depósito periódico de prestações pecuniárias pelo contratan-
te, o qual terá, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos valores
depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente. Pode conferir,
ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro.

„ O Título de Capitalização (Circular 576, de 2018)

É um produto em que parte dos pagamentos realizados pelo subscritor(adquirente)


é usada para formar um capital mínimo, segundo cláusulas e regras aprovadas e men- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cionadas no próprio título (Condições Gerais do Título), que será pago em moeda corrente
nacional em um prazo máximo estabelecido no contrato, dando também ao adquirente/
subscritor o direito de participação em sorteios.
Os prazos dos títulos de capitalização são:
Prazo de Pagamento: é o período durante o qual o subscritor se compromete a efetuar
os pagamentos que, em geral, são mensais e sucessivos. Outra possibilidade, como colocada
acima, é a de o título ser de Pagamento Periódico (PP) ou de Pagamento Único (PU).
Prazo de Vigência: é o período durante o qual o Título de Capitalização está sendo admi-
nistrado pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital relativo ao título, em geral, atua-
lizado monetariamente pela TR e capitalizado pela taxa de juros informada nas Condições
Gerais. É o prazo que compreende o início e o fim do título, ou seja, o prazo em que o cliente
ou subscritor concorre aos sorteios. 101
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Prazo de Carência: é o período em que o subscritor não pode solicitar o resgate da capi-
talização, mesmo com perdas. Esse prazo é máximo de 24 meses em qualquer modalidade.
Quanto à forma de pagamento, ela pode ser por mês (PM) — é um título que prevê um
pagamento a cada mês de vigência do título; por período (PP) — é um título em que não
há correspondência entre o número de pagamentos e o número de meses de vigência do
título; ou por pagamento único (PU) — é um título em que o pagamento é realizado uma
única vez, tendo sua vigência estipulada na proposta (no mínimo 12 meses).

Importante!
Note que nem sempre os prazos de vigência e pagamento vão coincidir, mas o prazo de
pagamento jamais será maior que o prazo de vigência; no máximo, pode ser igual ao de
vigência, mas nunca maior!

Já as modalidades são:

Modalidade tradicional: define-se como Modalidade Tradicional o Título de Capitaliza-


ção que tem por objetivo restituir ao titular, ao final do prazo de vigência, no mínimo, o
valor total dos pagamentos efetuados pelo subscritor, desde que todos os pagamentos
previstos tenham sido realizados nas datas programadas. Deve possuir prazo de vigência
mínimo de 12 meses, e ter carência mínima de 30 dias para resgate e remuneração mínima
de 0,35% AM.
Modalidade Compra-Programada: define-se como Modalidade Compra-Programada o
Título de Capitalização em que a sociedade de capitalização garante ao titular, ao final da
vigência, o recebimento do valor de resgate em moeda corrente nacional, sendo disponibili-
zada ao titular a faculdade de optar, se este assim desejar e sem qualquer outro custo, pelo
recebimento do bem ou serviço referenciado na ficha de cadastro, subsidiado por acordos
comerciais celebrados com indústrias, atacadistas ou empresas comerciais. Devem ser estru-
turados na forma PM (Por Mês) ou PP (Por Período), possuir prazo de vigência mínimo de
6 meses, e mínimo de 30 dias de carência para resgate e remuneração mínima de 0,35% AM.
Modalidade Popular: define-se como Modalidade Popular o Título de Capitalização que
tem por objetivo propiciar a participação do titular em sorteios, sem que haja devolução inte-
gral dos valores pagos. Tem vigência mínima de 12 meses, carência mínima de 60 dias para res-
gate e remuneração mínima de 0,16% AM. A Tele Sena é um ótimo exemplo desta modalidade.
Modalidade Incentivo: entende-se por Modalidade Incentivo o Título de Capitalização
que está vinculado a um evento promocional de caráter comercial instituído pelo Subscritor
para alavancar as vendas de seus produtos ou serviços ou para fidelizar seus clientes. O subs-
critor, nesse caso, é a empresa que compra o título e o cede total ou parcialmente (somente
o direito ao sorteio) aos clientes consumidores do produto utilizado no evento promocional.
Tem prazo de vigência mínimo de 60 dias, prazo de 60 dias de carência para resgate e remu-
neração mínima de 0,16% AM.
Modalidade de Instrumento de Garantia: permite que o título de capitalização seja uti-
lizado como uma garantia ou caução. Com isso, o título de capitalização passa a ser uma
alternativa ao seguro garantia e à fiança em locação ou obrigação com terceiros. O título só
poderá ser resgatado pelo terceiro, caso o contrato seja quebrado pelo subscritor/adquirente
do título, dessa forma não se fala de carência para resgate. O subscritor/adquirente poderá
resgatar o título durante a vigência, entretanto, só poderá fazê-lo com a anuência do terceiro.
102 A vigência mínima é de 6 meses e remuneração mínima, de 0,35% AM.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Modalidade de Filantropia Premiável: é um instrumento para que entidades beneficen-
tes de assistência social angariem recursos.
Nessa modalidade, o direito de resgate do valor do título de capitalização é cedido para a
entidade beneficente, permanecendo o cliente apenas com o direito de participar de sorteios.
Só pode ser estruturada na forma PU (pagamento único), com vigência mínima de 60 dias,
para resgate apenas após 60 dias contados da aplicação e remuneração mínima de 0,16% AM.
Vale destacar, ainda, a Categoria Instantânea, que não é modalidade: a famosa raspadi-
nha agora pode ser atrelada a título de capitalização. Este procedimento já era feito há anos
no Brasil, mas não era regulamentado pela SUSEP, o que mudou após a publicação da Circu-
lar 569, de 2018.

Como é Estruturado um Título de Capitalização?

Os títulos de capitalização são estruturados com prazo de vigência igual ou superior a 12


meses e em séries cujo tamanho deve ser informado no próprio título, sendo, no mínimo, de
10.000 títulos. Por exemplo, uma série de 100.000 títulos poderá ser adquirida por até 100.000
clientes diferentes, que são regidos pelas mesmas condições gerais e, se for o caso, concorre-
rão ao mesmo tipo de sorteio.
O título prevê pagamentos a serem realizados pelo subscritor. Cada pagamento apresenta,
em geral, três componentes:
Cota de Capitalização: parte que é destinada a acumulação do capital, corrigida moneta-
riamente por um índice fixado no contrato. Deve ser maior que as demais cotas. Na modalida-
de PU, a cota de capitalização mínima varia de 50% a 70% do valor do título. Nas modalidades
PP e PM, a cota de capitalização mínima vai de 10%, nos três primeiros meses, a 70% a partir
do 4º mês.
Cota de Sorteio: parte destinada ao pagamento dos prêmios aos sorteados.
Cota de Carregamento: parte destinada às despesas administrativas da sociedade de
capitalização com a administração do título.
Os valores dos pagamentos são fixos? Nos títulos com vigência igual a 12 meses, os
pagamentos são obrigatoriamente fixos. Já nos títulos com vigência superior, é facultada a
atualização dos pagamentos, a cada período de 12 meses, por aplicação de um índice oficial
estabelecido no próprio título.
O resgate é sempre inferior ao valor total que foi pago? Não. Alguns títulos possuem, ao
final do prazo de vigência, um percentual de resgate igual ou até mesmo superior a 100%. Isto
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
é, se fosse, por exemplo, 100%, significaria que o titular receberia ao final do prazo de vigên-
cia, tudo o que pagou, além da atualização monetária, que é o caso do produto Tradicional.

ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Entidades Abertas de Previdência Complementar são entidades constituídas unicamente


sob a forma de sociedades anônimas, que têm por objetivo instituir e operar planos de
benefícios de caráter previdenciário, concedidos em forma de renda continuada, paga-
mentos por períodos determinados ou pagamentos únicos, acessíveis a quaisquer pes-
soas físicas.

103
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Os Planos de Previdência Complementar Abertos

Os planos são comercializados por bancos e seguradoras, e podem ser adquiridos por qual-
quer pessoa física ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e dita as regras dos planos de
Previdência Privada é a SUSEP, que é ligada ao Ministério da Economia.
Os dois planos mais comuns são PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida
Gerador de Benefício Livre). São planos previdenciários que permitem que você acumule
recursos por um prazo contratado. Durante esse período, o dinheiro depositado vai sendo
investido e rentabilizado pela seguradora ou banco escolhido.
Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa por duas fases: o período de investi-
mento e o período de benefício. O primeiro normalmente ocorre quando estamos trabalhan-
do e/ou gerando renda. Esta é a fase de formação de patrimônio. Já o período de benefício
começa a partir da idade que você escolhe para começar a desfrutar do dinheiro acumulado
durante anos de trabalho. A maneira de recebimento dos recursos é você quem escolhe. É
possível resgatar o patrimônio acumulado e/ou contratar um tipo de benefício (renda) para
passar a receber, mensalmente, da empresa seguradora.
É importante lembrar que tanto o período de investimento quanto o período de benefício
não precisam ser contratados com a mesma seguradora. Desta forma, uma vez encerrado o
período de investimento, o participante fica livre para contratar uma renda na instituição
que escolher.

Diferença Entre PGBL e VGBL

A principal distinção entre eles está na tributação. No PGBL, você pode deduzir o valor das
contribuições da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de 12% da sua renda
bruta anual. Assim, poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua restituição
de IR. Vamos supor que um contribuinte tenha um rendimento bruto anual de R$ 100 mil.
Com o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil. O IR sobre os R$ 12 mil restantes, apli-
cados em PGBL, só será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção: esse benefício fiscal
só é vantajoso para aqueles que fazem a declaração do Imposto de Renda pelo formulário
completo e são tributados na fonte.
Para quem faz declaração simplificada ou não é tributado na fonte, como autônomos,
o VGBL é ideal. Ele é indicado também para quem deseja diversificar seus investimentos ou
para quem deseja aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência. Isto porque, em
um VGBL, a tributação acontece apenas sobre o ganho de capital.

Dica

É possível realizar a portabilidade entre os planos VGBL e PGBL?


A resposta é não! A portabilidade só é permitida entre planos do mesmo segmento, isto é,
entre planos de previdência complementar aberta (PGBL para PGBL), ou entre planos de
seguro de vida com cobertura por sobrevivência (VGBL para VGBL).3

3 Disponível em: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-


104 complementar-aberta#duvidasfaq. Acesso em: 24 nov. 2022.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Os planos denominados PGBL e VGBL, durante o período de diferimento, terão como cri-
tério de remuneração da provisão matemática de benefícios a conceder, a rentabilidade da
carteira de investimentos do Fundo de Investimentos Exclusivo (FIE), instituído para o plano,
ou seja, durante o período de diferimento não há garantia de remuneração mínima, ou
seja, pode render negativo.

PGBL OU VGBL
COMO AVALIAR OS DOIS TIPOS DE PLANOS DE PREVIDÊNCIA
PGBL X VGBL
Durante o período de acumu-
Abatimento das contribuições
lação, os recursos aplicados
no Imposto de renda (até o
estão isentos de tributação
limite de 12% da Renda Bruta
sobre os rendimentos. So-
anual) durante o período de Tratamento Fiscal
mente no momento do rece-
acumulação. Sobre os valores
bimento da renda ou resgate
de resgate e rendas haverá a
haverá a incidência de Impos-
incidência de tributação
to de Renda
Para quem é isento, declara
Mais atraente para quem
Imposto de Renda simpli-
declara Importo de Renda
ficado ou tem previdência
completo, podendo aproveitar Para Quem É Indicado
complementar e/ou já abate o
o abatimento da Renda Bruta
limite máximo de 12% da ren-
anual na fase de contribuição
da bruta anual
Fonte: Conde Consultoria Atuarial

Os planos de Previdência Privada cobram dois tipos de taxa que devem ser observados na
hora da contratação: a taxa de administração financeira e a taxa de carregamento.
A taxa de administração financeira é cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do
fundo de investimento exclusivo, criado para o seu plano, e pode variar de acordo com as
condições comerciais do plano contratado. Os que têm fundos com investimentos em ações,
por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pouco maiores do que aqueles que
investem apenas em renda fixa.
Importante: a taxa de administração financeira é cobrada diariamente sobre o valor total
da reserva e a rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de administra-
ção já debitado.
A taxa de carregamento incide sobre cada depósito que é feito no plano. Ela serve para
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança dessa taxa
não ultrapassa 5%, sendo o máximo autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o valor de cada
contribuição que você fizer. No mercado, há três formas de taxa de carregamento, dependen-
do do plano contratado. São elas:

z Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa é decrescente em função do valor


do aporte e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior o valor do aporte ou quanto
maior o montante acumulado, menor será a taxa de carregamento antecipada;
z Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou de resgates. É decrescente em
função do tempo de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior
o tempo de permanência, menor será a taxa;

105
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes ao plano) quanto na
saída (na ocorrência de resgates ou portabilidades). Como você pode ver, existem produ-
tos que extinguem a cobrança dessa taxa após certo tempo de aplicação. Outros atrelam
esse percentual ao saldo investido: quanto maior o volume aplicado, menor a taxa. Nos
dois casos, não deixe de pesquisar antes de escolher seu plano de previdência.

Alíquotas do Imposto de Renda (IR)

A alíquota do imposto de renda serve para tributar a renda que você receberá ao final do
plano quando for gozar o benefício de forma parcelada ou de uma única vez. Isso porque a
receita federal também fiscaliza essa parcela do seu dinheiro. Logo, essa alíquota pode ser
cobrada de duas formas de acordo com a escolha do cliente.

z A Alíquota Progressiva

Esta forma de tributação é ideal para quem não declara imposto de renda ou se declara como
isento, pois o imposto cobrado na previdência no momento do resgate será de 15%, indepen-
dentemente do prazo. Entretanto, caso sua renda passe a ser tributável, ou seja, você passe
a ganhar o suficiente para pagar imposto de renda, a tributação que era 15% passa a acompa-
nhar a tributação do seu salário, e, quando você efetuar o resgate, terá de fazer um ajuste no
seu IR para mais ou para menos, a depender o valor do seu salário e da alíquota cobrada. Por
isso, o nome Progressiva, pois aumenta conforme seu salário progride. Veja um exemplo:

„ Ganho 10 mil reais por ano, portanto não preciso declarar imposto de renda. Se eu
declarar que não preciso pagar imposto, logo, minha previdência está sujeita ao impos-
to de 15%. Quando eu efetuar o resgate e for cobrado o imposto, como não devo pagar
o IR, posso receber o valor cobrado de volta como restituição. No entanto, se ganho 70
mil reais por ano, logo, devo declarar IR e devo pagar imposto, ou este pode ser retido
no meu salário pelo meu empregador, se eu for assalariado. Para quem ganha 70 mil
reais por ano, o imposto devido é de 27,5%, ou seja, minha previdência sairá de uma
porcentagem de 15% para uma de 27,5%. Dessa forma, o imposto pago será a mais e não
haverá nenhum ganho a título de restituição.

Por isso, essa forma de tributação deve ser escolhida com cuidado e considerando que, se
sua renda subir demais, você pagará mais imposto.

A Alíquota Regressiva

Essa alíquota indica que o imposto será cobrado na forma inversa da Progressiva, ou seja,
começará alto, em 35%, e terminará em 10% ao final de dez anos. Ou seja, a alíquota reduz
com o tempo. Logo, esta modalidade é mais indicada para aqueles que desejam ficar no plano
de previdência por muito tempo, e que queiram utilizar a aplicação como benefício futuro
de aposentadoria. É indicada para aqueles clientes que estão pensando a longo prazo. Deve,
também, ser escolhida com atenção, pois esta escolha entre progressiva ou regressiva é irre-
tratável, ou seja, você não pode mudar.
106
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Importante!
Existe a possibilidade de troca de regime tributário de Progressivo para Regressivo, e isto
encontra amparo na Lei nº 11.053. Embora a lei não seja muito clara, ela faz menção ao fato
de que o cliente que tenha uma previdência na modalidade tributária progressiva, possa
migrar para a alíquota regressiva, mas isso só pode ser feito uma única vez e é irreversível.
Da mesma forma, em 2015 a SUSEP e a PREVIC assinaram um acordo para que fosse
possível a migração entre previdência complementar aberta para fechada e vice-versa,
entretanto o acordo não especifica como e em que termo essa migração é feita, ficando
clara apenas a autorização para migração.

PRINCIPAIS MODALIDADES DE CRÉDITO

Para a prova, considere mercado de crédito tudo o que for relacionado a crédito. Entre-
tanto, vamos salientar os tipos que a banca organizadora mais gosta de cobrar. Lembrando
que, quando uma instituição financeira está liberando recursos, ela se encontra na posição
ativa, ou seja, está liberando dinheiro para um deficitário e este deficitário deverá devolver
o recurso ao banco, acrescentando uma taxa de juros pactuada entre as partes. Veja quais são
as principais operações ativas.

O CDC — Crédito Direto ao Consumidor

Essa modalidade de crédito é a mais comum, pois é direcionada para diversas áreas, como:
automático, turismo, salário/consignação (30% da renda, debitado do contracheque) e o
CDC para bens de consumo duráveis: carros, motos etc.
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até mesmo pode ocorrer sem garantias.
Importante dizer que existe, ainda, o CDC-I (Crédito Direto ao Consumidor com Interve-
niência), que é realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do cliente na operação, ou
seja, o banco fornece crédito ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da operação
junto ao banco, para que este libere o recurso parcelado ao cliente.

Hot Money

Inicialmente, é uma aplicação financeira de curto prazo, com alta rentabilidade, onde
investidores estrangeiros trazem recursos para o Brasil para se beneficiar de taxas de juros
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
altas e de curtos prazos. Quando já obtiveram ganhos ou quando a condição das taxas come-
ça a ficar desfavorável, esses investidores retiram seu capital rapidamente do país, causando
uma turbulência econômica, que estudaremos mais à frente no mercado de câmbio. Trazido
para o Brasil, ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada a Pessoas Jurídicas.
O prazo é de 1 até 29 dias, mas normalmente se contrata por até 10 dias e o objetivo é
sanar problemas momentâneos de fluxo de caixa. É adaptável às mudanças bruscas nas
taxas de juros por ter como principal característica o curto prazo.

Vendor Finance

É uma operação de financiamento de vendas baseadas no princípio da cessão de crédito,


que permite a uma empresa vender seu produto a prazo e receber o pagamento à vista.
107
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A operação de Vendor supõe que a empresa compradora seja cliente tradicional da
vendedora, pois será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco.
A empresa vendedora transfere seu crédito ao banco e este, em troca de uma taxa de
intermediação, paga o vendedor à vista e financia o comprador.
A principal vantagem para a empresa vendedora é a de que, como a venda não é financia-
da diretamente por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, comissões de vendas
e royalties, no caso de licença de fabricação, torna-se menor.
É uma modalidade de financiamento de vendas para empresas na qual quem contrata o
crédito é o vendedor, mas quem paga é o comprador. Assim, as empresas vendedoras dei-
xam de financiar os clientes, elas próprias, e, dessa forma, param de recorrer aos emprésti-
mos de capital de giro nos bancos ou aos seus recursos próprios para não se descapitalizarem
e/ou pressionarem seu caixa.
Como em todas as operações de crédito, ocorre a incidência do IOF, sobre o valor do finan-
ciamento, que é calculado proporcionalmente ao período do financiamento.
A operação é formalizada com a assinatura de um convênio, com direito de regresso entre
o banco e a empresa vendedora (fornecedora), e de um Contrato de Abertura de Crédito entre
as três partes (empresa vendedora, banco e empresa compradora).

Compror Finance

Existe uma operação inversa ao Vendor, denominada Compror, que ocorre quando peque-
nas indústrias vendem para grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez de o vendedor
(indústria) ser o fiador do contrato, o próprio comprador é que funciona como tal.
Trata-se, na verdade, de um instrumento que dilata o prazo de pagamento de compra
sem envolver o vendedor (fornecedor). O título a pagar funciona como “lastro” para o ban-
co financiar o cliente, que irá lhe pagar em data futura pré-combinada, acrescido de juros e
IOF, sem incidência imediata da CPMF no empréstimo.
Como o Vendor, este produto também exige um contrato-mãe definindo as condições bási-
cas da operação que será efetivada a partir do envio ao banco dos contratos-filhos, com as
planilhas dos dados dos pagamentos que serão financiados.

Adiantamentos ou Descontos

Consistem, basicamente, em adiantar, ao cliente ou credor, um valor referente a um cré-


dito que este receberá somente em uma data futura. Logo, aquele crédito já contará no caixa
do cliente ou da empresa. O banco cobra uma taxa de juros, que diminui do valor de face do
título, ou valor nominal.

z Exemplo: um cliente possui um título, que tem valor de face, valor escrito, de R$ 1.000,00.
De posse desse título, o cliente vai até o banco e solicita um adiantamento no valor refe-
rente àquele título. O banco cobra uma taxa de juros que diminui do valor de face do título
um determinado valor, exemplo: o banco irá cobrar R$ 200,00 pela antecipação. Logo, o
banco faz o crédito na conta do cliente no valor de R$ 800,00. O banco fica com a custódia
do papel, e quando o devedor pagar o título, o banco ficará com o valor de R$1.000,00.
Lucrando, assim, R$200,00 na operação.
108
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Esses títulos podem ser boletos, cartões de crédito, cheques pré-datados, duplicatas e
notas promissórias.
Quando falamos de desconto de duplicatas, cheques ou notas promissórias, temos
alguns detalhes: caso os títulos não sejam pagos pelo devedor, o banco tem direito de regres-
so contra o credor, ou cedente. Ou seja, se o devedor não pagar, o banco vai atrás do cliente
(credor) para que este efetue o pagamento.

Leasing ou Arrendamento Mercantil (Resolução CMN n° 2977, de 2022)

Principal produto das Sociedades de Arrendamento Mercantil (S.A.M.) e Bancos múltiplos


com a carteira de arrendamento mercantil, o leasing é um contrato denominado na legis-
lação brasileira como “arrendamento mercantil”. As partes desse contrato são denomina-
das “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam, de um lado, um banco ou sociedade de
arrendamento mercantil (o arrendador) e, de outro, o cliente (o arrendatário).
O objeto do contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de um bem escolhido pelo
arrendatário para sua utilização. O arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo
que a posse e o usufruto, durante a vigência do contrato, são do arrendatário. Reside, aí, a
principal vantagem do leasing, pois o arrendatário que irá usar o bem o utilizará sem neces-
sariamente ter sua propriedade. Isso, em um financiamento comum, não seria possível, pois o
cliente estaria comprando o bem e não apenas alugando. Desta forma o leasing é um serviço e
por isso não incide sobre suas operações o IOF, mas, sim, sobre o Imposto Sobre Serviço (ISS).

BEM OBJETO DO LEASING

Arrendador (Banco)
Arrendador (Cliente) Usuário
Proprietário

Deve vender o bem após o fim


Pode optar por ficar com o
do contrato caso o cliente não
bem no final
adquira no final

O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arren-
datário, do bem de propriedade do arrendador. Esta opção deve ser indicada no momento
da contratação.
Caso o cliente deseje ficar com o bem no final, deverá pagar ao Arrendador o Valor Residual
Garantido (VRG), que nada mais é do que um valor de mercado do bem. Este VRG pode ser
diluído nas parcelas do aluguel durante todo o contrato, se assim for pactuado. No entanto,
em determinadas modalidades não existe a cobrança do VRG, como veremos mais à frente. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Duas das principais vantagens do leasing são:

z A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna a operação mais barata;
z A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de deduzir do Imposto de Renda como despe-
sa operacional as parcelas do leasing.

Como nos empréstimos normais, é possível quitar o leasing antes do prazo definido
no contrato. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação
e na regulamentação, o contrato não perde as características de arrendamento mercantil.
Entretanto, caso realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o contrato perde sua carac-
terização legal de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada como de
compra e venda a prazo. 109
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que essa des-
caracterização pode acarretar.
As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades: lea-
sing financeiro e leasing operacional. A diferença básica é que no leasing financeiro, o pra-
zo é usualmente maior e o arrendatário tem a possibilidade de adquirir o bem por um valor
preestabelecido (VRG, que só será pago ao final do contrato).

QUADRO RESUMO
– Leasing Financeiro Leasing Operacional
2 anos para bens com vida útil < 5
Prazo mínimo de anos
90 dias
duração do leasing 3 anos para bens com vida útil > 5
anos
Valor residual ga-
Permitido Não permitido
rantido — VRG*
Pactuada no início do contrato, nor-
Opção de compra Conforme valor de mercado
malmente igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou da
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo VRG,
O somatório de todos os pa-
deverá garantir à arrendadora o retorno
gamentos devidos no contrato
Pagamentos financeiro da aplicação, incluindo ju-
não poderá exceder 90% do va-
ros sobre o recurso empregado para a
lor do bem arrendado
aquisição do bem
* Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)4

Observação: os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estran-
geiros. Para os estrangeiros, é necessário que estejam em uma lista elaborada pelo CMN.

z Características das Modalidades de Leasing

„ Leasing financeiro: as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato,


devidos pela arrendatária, devem ser suficientes para que a arrendadora recupere o
custo do bem arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente,
obtenha um retorno sobre os recursos investidos; as despesas de manutenção, assis-
tência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado ficam por
responsabilidade da arrendatária; o preço para o exercício da opção de compra deve
ser livremente pactuado, podendo, inclusive, ter o valor de mercado do bem arrendado;
„ Leasing operacional: as contraprestações a serem pagas pela arrendatária devem con-
templar o custo de arrendamento do bem e os serviços inerentes a sua colocação à
disposição da arrendatária, não podendo o valor presente dos pagamentos ultrapassar
90% do “custo do bem”; o prazo contratual deve ser inferior a 75% do prazo de vida útil
econômica do bem; o preço para o exercício da opção de compra deve ser o valor de
mercado do bem arrendado; não deve haver previsão de pagamento de valor residual
garantido (VRG).

4 Disponível
z Sale and em: https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/soc_arrend_merc.asp?frame=1.
Leaseback (Apenas Para Bens Imóveis) Acesso em: 25 nov.
110 2022.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Tipo de leasing em que o dono de um imóvel o vende para uma Sociedade de Arrenda-
mento e, no mesmo contrato, a Sociedade arrenda o bem para o vendedor, entretanto esta
modalidade só é possível no leasing financeiro e só para Pessoas Jurídicas. Os bancos múl-
tiplos com carteira de investimentos, de desenvolvimento ou crédito imobiliário, bancos de
desenvolvimento, caixa econômica e sociedades de crédito imobiliário também podem con-
tratar para si esta modalidade.

Importante!
Os bens objetos de arrendamento mercantil (leasing) não podem ser arrendados ao pró-
prio fabricante do bem, ou seja, a EMBRAER, que fabrica aviões no Brasil, não pode arren-
dar seus aviões para si própria.

CRÉDITOS ROTATIVOS

Os créditos rotativos nada mais são do que operações em que o devedor pode reutilizar o
valor liberado pelo banco sempre que liquidar a operação anterior.

Conta Garantida

Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo banco em uma conta que não tem livre
movimentação, a qual o cliente só poderá movimentar por cheque ou transferência. Resu-
mindo, caso o cliente não tenha fundos na sua conta corrente de livre movimentação, a conta
garantida cobre a emissão de cheques e outros compromissos, desde que haja aviso prévio
do pedido de movimentação, além da provável exigência de garantias para a liberação do
recurso solicitado.

Cheque Especial

Crédito de caráter rotativo que se destina a cobrir emissão de cheques de clientes PF ou PJ


que não tenham saldo disponível em sua conta. Estes valores ficam disponíveis para o cliente
movimentá-los com seus cheques, cartões, TED e DOC. Os juros são mensais e não há neces-
sidade de amortização mensal do saldo devedor, bastando o cliente pagar os juros e IOF do
período utilizado. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Dica
Para conta de depósitos à vista, tituladas por pessoas naturais, ou seja, pessoas físicas e
por microempreendedores individuais (MEI), as taxas de juros remuneratórios cobradas
sobre o valor utilizado do cheque especial estão limitadas a, no máximo, 8% ao mês.

É vedado à instituição financeira impor limite superior a R$ 500,00, se o cliente optar pela
contratação de limite mais baixo. Ou seja, se o cliente disser que quer o menor limite possível,
o banco não pode exigir que sejam 500 reais, pode ser menor.
A alteração de limites, quando não realizada por iniciativa do cliente, deve ser feita da
seguinte forma:
111
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z No caso de redução, deve ser precedida de comunicação ao cliente, com, no mínimo, trin-
ta dias de antecedência;
z No caso de majoração, ser condicionada à prévia autorização do cliente, obtida a cada
oferta de aumento de limite.

Os limites podem ser reduzidos sem observância do prazo da comunicação prévia, desde
que verificada deterioração do perfil de risco de crédito do cliente, conforme critérios defi-
nidos na política de gerenciamento do risco de crédito.

Cartão de Crédito

Consiste, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, em que o cliente compra com o
cartão e pode pagar de uma só vez ou parcelado. Conforme as faturas são pagas, o crédito vai
sendo liberado novamente e pode ser reutilizado.
As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras
estão sujeitas à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo
Banco Central do Brasil, nos termos dos arts. 4º e 10, da Lei nº 4.595, de 1964. Todavia, nos
casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de instituição finan-
ceira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.
Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que insti-
tuições não financeiras que operam recebendo e processando os pagamentos dos cartões dos
clientes. Estas instituições se submetem a regulamentações do CMN e do BACEN.
Hoje, no Brasil, prevalece a Circular n° 3885, de 2018, que exige solicitação de autorização
para funcionamento de instituições de pagamento, que incluem as administradoras de car-
tões de crédito, apenas se ultrapassarem o parâmetro de 500 milhões de reais em transações
comuns ou 50 milhões em transações pré-pagas.
Dessa forma, não há uma regra que o BACEN autoriza funcionamento de administradoras
de cartão, ficando obrigatório apenas as que ultrapassarem os parâmetros acima.

TIPOS DE INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO


Gerencia conta de pagamento
Exemplo: emissores dos car-
do tipo pré-paga, na qual os
Emissor de Moeda Eletrônica tões de vale-refeição e cartões
recursos devem ser deposita-
pré-pagos em moeda nacional
dos previamente
Gerencia conta de pagamen- Exemplo: instituições não
to do tipo pós-paga, na qual financeiras emissoras de
Emissor de Instrumento de
os recursos são depositados cartão de crédito (o cartão
Pagamento Pós-Pago
para pagamento de débitos já de crédito é o instrumento de
assumidos pagamento)
Não gerencia conta de paga- Exemplo: instituições que
mento, mas habilita estabe- assinam contrato com o
Credenciador lecimentos comerciais para a estabelecimento comercial
aceitação de instrumento de para aceitação de cartão de
pagamento pagamento
Uma mesma instituição de pagamento pode atuar em mais de uma modalidade (Fonte: bcb.
gov.br)

z Tipos de Cartão de Crédito


112
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado. O cartão básico é
aquele utilizado somente para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos cre-
denciados. Já o cartão diferenciado é aquele que, além de permitir a utilização na sua função
clássica de pagamentos de bens e serviços, está associado a programas de benefício e/ou
recompensas, ou seja, oferece benefícios adicionais, como programas de milhagem, seguro
de viagem, desconto na compra de bens e serviços, atendimento personalizado no exterior etc.
O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório pelas instituições que emi-
tem cartões de crédito. Esse cartão básico pode ser nacional ou internacional, mas o valor
da anuidade dele deve ser menor do que o valor da anuidade do cartão diferenciado. Por
este motivo, o cartão básico não tem direito a participar de programas de recompensas
oferecidos pela instituição emissora.
Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões de loja que só podem ser usados na rede da
loja específica, por exemplo: Renner e Riachuelo. Esses cartões não estão sobe o controle do Ban-
co Central, uma vez que são tratados com a própria loja e estão limitados apendas a lojas da rede.
Já os Co-Branded Cards, são cartões de crédito que fazem parcerias com outras empre-
sas de grande nome no mercado como, por exemplo: Itaú LATAM fidelidade; Itaú FIAT, Itaú
Marisa. O objetivo é agregar valor ao cartão, oferecendo descontos e benefícios através do
parceiro lojista.
Além dessas classificações, o Banco Central, através da Resolução CMN nº 4.549, adicionou
uma outra classificação quanto ao pagamento dos valores das faturas que são: cartão com
rotativo regular e cartão com rotativo não regular.
O rotativo regular: pagamento apenas do mínimo e sem parcelar o restante, situação de
aderência ao crédito rotativo regular, em que se sujeita o titular do cartão ao pagamento dos
juros e dos encargos financeiros previstos em contrato, sendo vedada a cobrança de juros
adicionais punitivos (comissão de permanência).
O rotativo não regular: pagamento de valor inferior ao mínimo, sem parcelamento.
O cliente fica inadimplente, podendo ser aplicados os procedimentos previstos no contrato
para situações de inadimplemento: juros do crédito rotativo (por dia de atraso sobre a par-
cela vencida ou sobre o saldo devedor não liquidado); multa de 2% sobre o principal; e juros
de mora de 1% ao mês.
Importante destacar que o prazo máximo de utilização de crédito rotativo é de 30 dias, até
o vencimento da fatura subsequente.

TARIFAS COBRADAS
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Os bancos, através das administradoras de cartões, só podem cobrar 5 tarifas, que são consi-
deradas prioritárias, referentes à prestação de serviços de cartão de crédito: anuidade, emis-
são de segunda via, tarifa para uso na função de saque (nacional ou internacional), para uso
do cartão no pagamento de contas e no pedido de avaliação emergencial do limite de crédito.
Podem ser cobradas, ainda, tarifas pela contratação de serviços de envio de mensagem
automática, relativas à movimentação ou lançamento na conta de pagamento vinculada ao
cartão de crédito, pelo fornecimento de plástico de cartão de crédito em formato perso-
nalizado, e pelo fornecimento emergencial de segunda via. Esses serviços são considera-
dos “diferenciados” pela regulamentação.
Todas essas tarifas devem estar previstas em contrato e são cobradas exclusivamente pela
administradora do cartão. 113
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Atenção: atualmente não existe valor mínimo para pagamento de fatura de cartão de cré-
dito, ficando as instituições financeiras livres para decidir sobre esse valor.
Vale destacar que, caso o cliente não pague a fatura por completo, o saldo devedor será
financiado pelo Banco e não pela administradora do cartão, e cabe ao Banco oferecer ao
cliente opções de parcelamento alternativas mais baratas que os juros cobrados no rotativo
do cartão. Da mesma forma, caso o cliente queira parcelar uma fatura, por ser incapaz de
efetuar o pagamento total, quem parcelará será o Banco e não a administradora do cartão,
por determinação do BACEN.

Na verdade, os financiamentos são feitos por bancos, pois administradoras de cartão de cré-
dito são proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos, o detentor do cartão de crédito
aparecerá no SCR como cliente do banco, que é o real financiador da operação intermediada
pela administradora de cartão de crédito.5

Com base nisto que aprendemos, é bom saber que, para que o cartão funcione, é preciso
uma estrutura completa de instituições financeiras, credenciadores, bandeiras e estabeleci-
mentos. Mas quem é quem?

z Instituições Financeiras ou Emissor: é o banco ou uma instituição não bancária que for-
nece o cartão de crédito e/ou débito para o cliente (titular do cartão). É quem se relaciona
com o titular do cartão, estabelecendo os limites de crédito, enviando o cartão para utiliza-
ção, emitindo as faturas e aprovando as compras realizadas nas lojas;
z Credenciador: responsável pela filiação dos estabelecimentos comerciais para uso de car-
tões nas operações de venda. É responsável pelo fornecimento e manutenção dos equipa-
mentos de captura, a transmissão dos dados das transações eletrônicas e os créditos em
conta corrente do estabelecimento comercial;
z Estabelecimento Credenciado: empresa de qualquer porte, incluindo o empreendedor
individual ou profissional autônomo que aceita o sistema de cartões com suas respectivas
bandeiras nas vendas de bens ou serviços;
z Bandeira: é quem licencia a marca para o emissor e para o credenciador e coordena o
sistema de aprovação, compensação e liquidação dos créditos. A Visa, Mastercard, Diners
Club e American Express são exemplos de bandeiras internacionais e a Hipercard, Elo,
Sorocred e Sicred são bandeiras nacionais ou regionais.

CARTÃO BNDES E BNDES AGRO

De acordo com o site do cartão BNDES6, esse cartão é um produto que, baseado no conceito
de cartão de crédito, visa financiar os investimentos dos Microempreendedores Individuais
(MEI), Microempresas e das micro, pequenas e médias empresas de controle nacional.

5 Fonte: FAQ Sistema de Informação de Crédito — BACEN


6 Disponível em: https://www.cartaobndes.gov.br/cartaobndes/paginascartao/FAQ.
114 ASP?T=20&Acao=R&CTRL=&Cod=90%2c90. Acesso em: 25 nov. 2022.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O cartão BNDES Agro é também um produto baseado no conceito de cartão de crédito,
entretanto é voltado apenas para pessoas físicas e visa financiar investimentos em produ-
tos rurais.
Podem obter o Cartão BNDES as MPMEs (com faturamento bruto anual de até R$ 300
milhões — caso a empresa pertença a grupo ou conglomerado, o faturamento bruto total de
todas as participantes deve ser somado e não pode exceder o limite de 300 milhões), sediadas no
País, de controle nacional, que exerçam atividade econômica compatíveis com as Políticas Ope-
racionais e de Crédito do BNDES e que estejam em dia com o INSS, FGTS, RAIS e tributos federais.
Podem obter o Cartão BNDES Agro os produtores rurais, pessoas físicas com faturamento
bruto anual de até R$ 300 milhões, residentes e domiciliados no país, e que estejam em dia
com os tributos federais.
O portador do Cartão BNDES poderá comprar exclusivamente os itens expostos no
Portal de Operações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br) por fornecedores previa-
mente credenciados.
Confira quais são as 6 Instituições financeiras emissoras atuais do Cartão BNDES:

As condições financeiras em vigor são:

z Limite de crédito de até R$ 2 milhões por cartão, por banco emissor;


z Prazo de parcelamento de 3 a 48 meses;
z Taxa de juros pré-fixada (informada na página inicial do Portal).

Observação 1: o limite de crédito de cada cliente é atribuído pelo banco emissor do cartão
após a análise de crédito. Uma empresa pode obter um cartão BNDES de cada bandeira por CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
banco emissor e pode somar seus limites numa única transação.
Observação 2: o cliente pode obter um Cartão BNDES em quantos bancos emissores ele
desejar. Caso um banco emissor trabalhe com mais de uma bandeira de cartão de crédito, o
cliente poderá ter, nesse banco, um Cartão BNDES de cada bandeira, desde que a soma dos
limites não ultrapasse R$ 2 milhões.
Além disso, desde que a TAC (tarifa de abertura de crédito) não exceda 2% do limite de
crédito concedido, os bancos estão autorizados a cobrá-la.

Importante!
Devido ao Decreto nº 8.511, de agosto de 2015, o IOF (Imposto sob operação financeira)
no cartão BNDES passou a poder ser cobrado. 115
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Crédito Rural

O crédito rural é uma linha de crédito barata, com taxas determinadas por legislação, que
buscam ajudar aos produtores rurais e suas cooperativas em suas atividades.
São beneficiários:

z Produtor rural (pessoa física ou jurídica);


z Cooperativa de produtores rurais;
z Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das
seguintes atividades:

„ Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;


„ Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões;
„ Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;
„ Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária em imóveis rurais, inclu-
sive para proteção do solo;
„ Medição de lavouras;
„ Atividades florestais.

Atenção: sindicatos rurais não podem ser beneficiários do crédito rural.


No mais, de acordo com a Resolução BACEN nº 4.106, de 2012, esse tipo de crédito pode
ser concedido à pessoa física ou jurídica que se dedicar à exploração da pesca e da aquicultu-
ra com fins comerciais, incluindo-se, nesse grupo, os armadores de pesca.
O tomador do crédito está sujeito à fiscalização da Instituição Financeira.

z Da Origem dos Recursos

Controlados/Obrigatórios: são controlados por Lei, ou seja, exige-se que sejam repassa-
dos ao crédito rural.
Caso os bancos descumpram esta exigência, pagam multa e o valor desta multa será rever-
tida em recursos ao crédito rural.
São exemplos de recursos controlados:

„ Os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista);


„ Os das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão do Ministério da Economia;
„ Os de qualquer fonte destinados ao crédito rural na forma da regulação aplicável,
quando sujeitos à subvenção da União, sob a forma de equalização de encargos finan-
ceiros, inclusive os recursos administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimen-
to Econômico e Social (BNDES);
„ Os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições definidas para
os recursos obrigatórios;
„ Os dos fundos constitucionais de financiamento regional;
„ Os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé);
„ Letra de Crédito do Agronegócio/LCA.

116
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Não controlados: todos os demais. O banco capta se quiser e empresta como quiser.
As modalidades desta operação, de acordo com a Resolução CMN nº 4899, de 2021, são:
Custeio: destina-se a cobrir despesas normais dos ciclos produtivos como aquisição de
bens e insumos, suplemento do capital de trabalho, além de atender às pessoas dedicadas à
extração de produtos vegetais. (é comprar insumos para plantar grãos, vegetais etc.).
Investimentos: destina-se às aplicações em bens ou serviços, cujo desfrute se estenda
por vários períodos de produção. (Modernização)
Comercialização: destina-se a assegurar ao produtor ou cooperativas os recursos neces-
sários à colocação de seus produtos no mercado, podendo compreender a pré-comercia-
lização, os descontos de Nota Promissória Rural, Duplicatas Rurais e o Empréstimo do
Governo Federal (EGF).
Crédito de industrialização: o crédito rural destina-se ao produtor rural e objetiva facili-
tar a industrialização de produtos agropecuários em sua propriedade com a condição de que,
no mínimo, 50% da produção beneficiada/processada seja própria. No caso de cooperativas
(na forma definida pelo Manual do Crédito Rural), a condição é de que 50% da produção seja
própria ou de associados.

z Taxa de Juros

A taxa de juros máxima admitida no crédito rural é de 6% a.a. (seis por cento), podendo
ser reduzidas a critério da instituição financeira e escalonada conforme origem dos recursos
dos Fundos Constitucionais (FNE, FNO e FCO).

z Quais são os Limites de Financiamento?

O limite de crédito de custeio rural por beneficiário, em cada safra e em todo o Sistema
Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais), devendo ser
considerados, na apuração desse limite, os créditos de custeio tomados com recursos con-
trolados, exceto aqueles tomados no âmbito dos fundos constitucionais de financiamento
regional ou aqueles cuja origem do recurso for as Letras de Crédito do Agronegócio.
Nas operações de investimento, o limite de crédito dependerá do objeto a ser adquirido
e da disponibilidade da instituição financeira, pois é vedado utilizar recursos controlados/
obrigatórios para operações de investimentos, exceto se disposto em norma específica, que
são as linhas que utilizam recursos da Poupança Rural e de linhas de crédito do BNDES. Além CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
disso, devem ser observados os seguintes prazos:

Investimento fixo: 12 anos. São bens fixos:

„ Construção, reforma ou ampliação de benfeitorias e instalações permanentes;


„ Aquisição de máquinas e equipamentos de provável duração útil superior a cinco anos;
„ Obras de irrigação, açudagem, drenagem;
„ Florestamento, reflorestamento, desmatamento e destoca;
„ Formação de lavouras permanentes;
„ Formação ou recuperação de pastagens;
„ Eletrificação e telefonia rural;
117
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


„ Proteção, correção e recuperação do solo (incluem-se a aquisição, o transporte e a apli-
cação de insumos para estas finalidades).

Investimento semifixo: 6 anos, exceto quando se tratar de aquisição de animais para


reprodução ou cria, cujo prazo será de até 5) anos, incluído até 12 meses de carência. São
bens semifixos:

„ Aquisição de animais para reprodução ou cria;


„ Instalações, máquinas e equipamentos de provável duração útil não superior a 5 anos;
„ Aquisição de veículos, tratores, colheitadeiras, implementos, embarcações e aeronaves;
„ Aquisição de equipamentos empregados na medição de lavouras.

Para a comercialização, o valor máximo será liberado de acordo com a garantia ofer-
tada, que poderá ser de até 4,5 milhões, se as garantias forem de Nota Promissória Rural
ou uma Duplicata Rural, podendo chegar a 25 milhões para Financiamento Especial de
Estocagem (FEE) de sementes, com recursos controlados.
Para o crédito de industrialização, o limite do crédito, ao amparo dos recursos contro-
lados, é de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) por tomador, em cada ano
agrícola e em todo o SNCR, sendo que, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da produção a
ser beneficiada ou processada deve ser de produção própria do produtor rural, da coopera-
tiva de produção ou de associados; podendo chegar a 400 milhões, com recursos dos fundos
constitucionais, se tomado por cooperativas de produção agropecuárias.

z O que é Nota Promissória Rural?

A Nota Promissória é um título de crédito utilizado nas vendas a prazo de bens de natu-
reza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou
por suas cooperativas; nos recebimentos de produtos da mesma natureza, entregues pelos
cooperados, e nas entregas de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos
seus associados, geralmente, o devedor é pessoa física.

z O que é Duplicata Rural?

Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando
efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser utilizada,
também, como título do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural pelo vendedor,
este ficará obrigado a entregá-la ou a remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de
assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.

z Como pode ser liberado o crédito rural?

O crédito rural pode ser liberado de uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em conta de
depósitos, de acordo com as necessidades do empreendimento, devendo sua utilização obe-
decer a cronograma de aquisições e serviços.

118
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Atenção: para liberação do crédito rural, a instituição financeira pode exigir um projeto,
podendo este ser dispensado caso haja garantias de Notas Promissórias Rurais ou Duplicatas
Rurais
Os objetivos do crédito rural são:

z Estimular os investimentos rurais efetuados pelos produtores ou por suas cooperativas;


z Favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos
agropecuários;
z Fortalecer o setor rural;
z Incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumen-
to de produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada
utilização dos recursos naturais;
z Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos pequenos
produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais;
z Desenvolver atividades florestais e pesqueiras;
z Estimular a geração de renda e o melhor uso da mão de obra na agricultura familiar.

São garantias da operação:

z Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cedular;


z Alienação fiduciária;
z Hipoteca comum ou cedular;
z Aval ou fiança;
z Seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro)
(Isento de IOF);
z Proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio de penhor de
direitos, contratual ou cedular;
z Outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.

A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural?

„ Remuneração financeira (taxa de juros);


„ Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações relativas a
Títulos e Valores Mobiliários (IOF); CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
„ Custo de prestação de serviços;
„ As previstas no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro);

z O Proagro é o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, um programa do gover-


no federal que garante o pagamento de financiamentos rurais quando a lavoura sofrer
danos provocados por eventos climáticos adversos ou causados por doenças e pragas sem
controle;
z Prêmio de seguro rural, observadas as normas divulgadas pelo Conselho Nacional de
Seguros Privados;
z Sanções pecuniárias, as famosas multas por descumprimento de normas, que acabam
virando recursos para o crédito rural;
119
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Prêmios em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecuário objeto do finan-
ciamento de custeio ou comercialização, em bolsas de mercadorias e futuros nacionais, e
taxas e emolumentos referentes a essas operações de contratos de opção.

Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efe-
tuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrente de expressas disposições legais.
Quando deve ser realizada a fiscalização do crédito rural? Deve ocorrer nos seguintes
momentos:

z Crédito de custeio agrícola: antes da época prevista para colheita;


z Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso da operação;
z Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez no curso da operação, em época que seja
possível verificar sua correta aplicação;
z Crédito de investimento para construções, reformas ou ampliações de benfeitorias: até a
conclusão do cronograma de execução, previsto no projeto;
z Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após cada utilização, para comprovar a rea-
lização das obras, serviços ou aquisições.

Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos recursos orçamentários, o desenvolvimen-


to das atividades financiadas e a situação das garantias, se houver.

FINANCIAMENTOS À EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO — BNDES

Financiamentos à importação: são linhas de crédito captadas no exterior visando o


financiamento dos importadores por um prazo negociado com o banco. O importador pode
obtê-las com o banqueiro no exterior ou com o banco brasileiro.
Financiamentos à exportação: são linhas credenciadas com recursos do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), dos bancos nacionais e do Tesouro Nacio-
nal, já que ocorrer a exportação é de interesse do país, que almeja a entrada de divisas no
território nacional.
Entre as linhas de financiamento, podemos citar:

z ACC — Adiantamento sobre Contrato de Câmbio: forma de antecipação de receita para


exportadores que já tenham fechado o contrato de venda e que, portanto, já tenham uma
data prevista para o embarque das mercadorias e posterior ingresso das divisas.

Atenção: o contrato de câmbio será negociado com um banco local, que adiantará, ao
exportador, os reais equivalentes ao valor da exportação. O contrato de câmbio pode ser
encerrado, também, sem liquidação financeira. É quando o ACC vira um ACE.

z ACE — Adiantamento sobre Cambiais Entregues: com o embarque das mercadorias e


a entrega dos documentos, o ACC poderá ser contabilmente transformado em ACE ou, no
caso de o exportador não ter feito ACC, o ACE pode ser solicitado em até 60 dias após o
embarque.

120
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O ACE depende da necessidade do exportador em estender o prazo de pagamento para
seus compradores (importadores) e caracteriza-se por ser um financiamento feito após o
embarque das mercadorias com a entrega de documentos.
Lembre-se: em ambas as operações, há isenção da cobrança de IOF, uma forma de estimu-
lar as exportações reduzindo o custo da carga tributária na operação.

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS, TAXAS DE


JUROS NOMINAIS E REAIS

TAXA DE JUROS DE CURTO PRAZO

As Taxas de Juros de Curto Prazo são aquelas operações financeiras que maturam (prazo
para o pagamento) rapidamente.
Dito isso, podemos pensar: mas qual é o prazo definido para uma Taxa de Juros de Curto
Prazo? Não há como defini-lo com precisão, pois este depende do investimento que se pre-
tende fazer.
Observe o seguinte exemplo:

z Imagine que você foi ao banco pedir orientações sobre qual é a melhor maneira de inves-
tir R$ 10.000,00 em títulos públicos. Nessa situação, seu gerente te orientou da seguinte
forma: “você pode investir o seu capital agora, no início de 2023, em um título com venci-
mento de 10 anos para recuperar o capital investido em 2033, com juros. Outra alternativa
é investir o seu capital de R$ 10.000,00 em títulos de curto prazo. Nesse caso, você aplicará
o capital em um título com vencimento de um ano em 2023 e receberá o pagamento com
juros em 2024. Você repetirá o mesmo processo até chegar no ano de 2033. Na segunda
situação, você se exporá a menos riscos”.

Percebe-se, a partir do exemplo, que as duas opções fazem o dinheiro ser transferido de
2023 para 2033 – e suas rentabilidades não são muito diferentes. Entretanto, precisamos ficar
atentos com relação ao risco sob o qual o cliente ficará exposto, pois, conforme o exemplo, na
taxa longa, há mais riscos do que na taxa curta. Observação: a taxa longa também depende
de todas as taxas curtas anuais ao longo dos dez anos.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CURVA DE JUROS

Também conhecida como Yield Curve, Curva de Rendimentos ou Curva a Termo, a Curva
de Juros é a disposição das taxas negociadas pelo seu vencimento ao longo de um gráfico.
Ela representa a projeção de como os juros poderão se comportar até uma data estipulada
levando em consideração as condições do mercado atual.
Podemos dizer, ainda, que, no Brasil, a curva de juros é a expectativa da Taxa SELIC (que
é a taxa básica de juros da economia) para os próximos anos.
E qual a relação da curva de juros com as taxas de juros de curto e longo prazo?

121
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Primeiramente, é importante salientar que os juros estão ligados ao custo do empréstimo
do dinheiro e que isso é uma maneira de remunerar o risco de inadimplência/calote. Então,
fica claro que o fornecedor de crédito vai sempre elevar os juros quando o prazo de emprés-
timo for muito longo. Isso precisa acontecer, pois é difícil saber como estará a situação do
devedor no longo prazo.
Quando se trata de um empréstimo a curto prazo, entretanto, os juros tendem a diminuir,
uma vez que o risco de inadimplência é menor. Dentro desse contexto, entra a curva de juros,
pois é possível, ao analisar o gráfico, tomar certa decisão de investimento olhando para a pro-
jeção da curva na relação entre os juros de curto prazo e os juros de longo prazo.
Sobre a curva de juros, é importante sabermos que:

z A inclinação da curva de juros nos dá ideia das mudanças futuras nas taxas de juros;
z Geralmente, a curva de rendimento cresce em função do tempo;
z Os juros são maiores quando os prazos são maiores, pois você está mais exposto ao risco.

Ademais, quando falamos de Curva de Juros, lembre-se de que, ao comprar títulos públi-
cos, você vai emprestar dinheiro para o governo Vejamos um exemplo:

z Imagine que você pretende fazer um investimento comprando títulos públicos e, ao anali-
sar as opções de títulos disponíveis, percebe que tem várias opções de vencimentos:

„ 6 meses, pagando o equivalente a 5,88% ao ano;


„ 12 meses, pagando o equivalente a 6,85% ao ano;
„ 24 meses, pagando o equivalente a 7,82% ao ano;
„ 36 meses, pagando o equivalente a 8,23% ao ano;
„ 48 meses, pagando o equivalente a 8,49% ao ano;
„ 60 meses, pagando o equivalente a 8,69% ao ano.

Agora você consegue entender o motivo pelo qual os juros são maiores quando os prazos
são maiores? O risco é maior, a inflação, em 60 meses, muito provavelmente será bem maior
do que em 6 meses.
Se colocarmos os prazos do nosso exemplo em um gráfico, teremos a seguinte curva de
juros:

juros
(%a.a)
8,69
8,49
8,23
7,82

6,85

5,58
Selic

0 6 12 24 36 48 60 prazo
(meses)

122
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Dica
A linha traça os rendimentos de títulos com qualidade de crédito igual, mas com datas
de vencimentos diferentes (como no exemplo do tópico acima). Esta é uma característica
fundamental do gráfico da Curva de Juros.

Atenção: a taxa SELIC determina o piso dos juros de curtíssimo prazo e, com isso, é capaz
de influenciar os juros de longo prazo. Vale lembrar que ela é determinada a cada 45 dias
pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Além disso, é importante sabermos que a taxa
SELIC:

z É a principal ferramenta para controlar a inflação, seguindo seu objetivo;


z É a base para todas as demais taxas de juros da economia brasileira e para os rendimentos
dos principais investimentos, como diversos ativos de renda fixa.

Lembre-se, ainda, de que taxa SELIC alta reflete um cenário de inflação alta, uma vez que o
objetivo das taxas altas é desaquecer a economia. Além disso, impacta no valor da nossa taxa
de câmbio, o que atrai mais investimentos internacionais em busca de retorno.
Por outro lado, quando há queda na Taxa SELIC, o objetivo principal é aquecer a economia
barateando créditos e reduzindo a cultura de investimentos (os retornos serão menores). O
consumo e a produção acabam sendo incentivados quando a SELIC está em baixa.
De forma resumida, qualquer empréstimo ou financiamento que você fizer será impacta-
do pela taxa SELIC, seja com taxa de juros de curto prazo ou juros de longo prazo.

NOMINAL OU APARENTE

As Taxas Aparentes, também chamadas de taxas nominais, são aquelas divulgadas pelo
mercado. Imagine uma propaganda sobre uma aplicação financeira a respeito de um CDB
com prazo de aplicação de 2 anos e rendimento de 10% ao bimestre, capitalizados mensal-
mente. Esse período corresponde à taxa aparente ou nominal. Note que se trata de uma taxa
de juros na qual a unidade de tempo da taxa (ao bimestre) não coincide com a unidade de
tempo do período de capitalização (mensal).

Importante! CONHECIMENTOS BANCÁRIOS


Nas fórmulas matemáticas de Juros Compostos, não se pode utilizar a Taxa Nominal ou
Aparente.

Matematicamente falando:

Taxa de Juros Nominal = Juros Reais + Inflação.

Observação: é por isso que, quando a inflação está muita alta, a Taxa de Juros Nominal
fica mais alta e vice-versa.

123
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


REAL

A Taxa Real representa a remuneração do capital em unidades de poder aquisitivo, isto é,


ela representa as taxas que despontam após ser efetuado o desconto da inflação.
Para calcular a Taxa real, pegamos a Taxa Nominal e descontamos a inflação. Ora, se a
taxa de inflação for positiva e descontarmos esse valor da Taxa Nominal, certamente, iremos
encontrar um valor menor que esta última. Este valor menor é a taxa real.
Para calcular a taxa real, usamos a fórmula:

(1 + ia) = (1 + ir) + (1 + ii)

Na qual:

z ia = taxa aparente;
z ir = taxa real;
z ii = inflação.

Exemplo prático: Após 12 (doze) meses, um investidor teve 25% de rendimento. Sabendo
que, nesse período, a inflação foi de 7%, calcule a taxa real do investimento.
Assim:

(1 + 0,25) = (1 + ir) · (1 + 0,07)


(1 + ir) = 1,25/1,07
ir = 1,17 – 1
ir = 0,17
ir = 17%

Perceba que a taxa real reflete, com maior precisão, o ganho real de um investimento,
pois considera a perda com a desvalorização causada pela inflação do período.

Dica
A Taxa real, em uma economia inflacionária, é menor que a Taxa aparente. Já em uma
economia deflacionária, isto é, com inflação negativa (< 0), a Taxa real de Juros é sempre
maior que a Taxa aparente.

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL, FIANÇA,


PENHOR MERCANTIL, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA, HIPOTECA, FIANÇAS
BANCÁRIAS

O Papel das Garantias

Pode-se dizer, de maneira direta, que as garantias têm por objetivo dar maior segurança,
maior proteção, às operações de crédito. A garantia é, portanto, algo acessório à obrigação
principal, que é a obrigação de pagar do devedor.
124
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Em regra, como toda garantia é acessória a uma obrigação principal, com a extinção
da obrigação principal (ou seja, com o pagamento da dívida), a garantia também se extingue,
deixa de existir.
Aparentemente, pode parecer que essa “segurança” dada pela garantia, na realidade, só é
vantajosa para quem empresta. Para os tomadores de recursos, a exigência de garantia mui-
tas vezes soa como uma dificuldade a mais na obtenção de crédito. Entretanto, observando
atentamente, você perceberá que a existência de uma garantia é vantajosa para ambos os
lados da operação.
Não há dúvidas de que para o credor (aquele que empresta recursos), a garantia significa
uma maior probabilidade de receber aquilo que lhe é devido. Afinal, a garantia ofertada pelo
cliente em uma operação reduz o chamado risco de crédito.
De acordo a Resolução CMN nº 4.557, de 2017, define-se o risco de crédito como a possibi-
lidade de ocorrência de perdas associadas a:

Art. 21 [...]
I - não cumprimento pela contraparte de suas obrigações nos termos pactuados;
II - desvalorização, redução de remunerações e ganhos esperados em instrumento financeiro
decorrentes da deterioração da qualidade creditícia da contraparte, do interveniente ou do
instrumento mitigador;
III - reestruturação de instrumentos financeiros; ou
IV - custos de recuperação de exposições caracterizadas como ativos problemáticos.

Em resumo, o risco de crédito é o risco que a instituição financeira tem de não receber, de
que seu cliente fique inadimplente.
As perdas com a inadimplência são um dos principais elementos na formação do custo do
crédito. Quanto maior a inadimplência de uma determinada linha de crédito, maior será a
taxa de juros cobrada pela instituição financeira de seus clientes.
Porém, diversos fatores podem potencializar ou mitigar o efeito da inadimplência sobre o
custo do crédito; entre eles, a existência de garantias oferecidas pelo tomador de crédito. As
garantias estão diretamente relacionadas à capacidade das instituições financeiras de recu-
perar a dívida não paga.
Entretanto, para o devedor (aquele que toma recursos emprestados) também há vanta-
gens. Oferecer uma garantia facilita o acesso ao crédito e torna esse crédito mais barato.
Quantas vezes você já viu reportagens sobre as absurdas taxas de juros cobradas pelos
bancos? Diversas, com certeza. E quais são sempre os exemplos citados? Certamente, os juros
do cartão de crédito e os juros do cheque especial. Eis que o motivo principal é o fato de que CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
nessas operações não há garantias.
Por mais que também sejam altos, os juros do financiamento da casa própria ou do finan-
ciamento de veículos, por exemplo, são muito menores.
O Banco Central lança regularmente um documento chamado “Relatório de Economia
Bancária”. No relatório lançado em meados de 2019, relativo ao ano de 2018, o Bacen ana-
lisou, dentre outros assuntos, a relação entre garantias e taxas de juros das operações de
crédito a pessoas físicas.
Foram encontradas evidências de que operações de crédito com garantias têm taxas de
juros significativamente menores. Adicionalmente, observou-se que, quanto maior a quali-
dade da garantia fornecida pelo tomador de crédito, menor a taxa de juros cobrada.

Fonte: site do Banco Central. 125


Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Para melhor compreensão do tema, é interessante diferenciar as garantias pessoais ou
fidejussórias das garantias reais.

Garantias Pessoais ou Fidejussórias X Garantias Reais

A garantia pessoal (ou fidejussória) é a garantia dada por uma terceira pessoa, que se
responsabiliza pela obrigação de honrar o compromisso estabelecido caso o devedor deixe
de cumpri-lo. Ou seja, um terceiro — que não está na relação principal entre credor e deve-
dor — assume a responsabilidade pelo pagamento da dívida caso o devedor principal
fique inadimplente.
É uma garantia baseada na confiança que merece o garantidor — em seu caráter, sua hon-
radez, sua “boa fama”, e, logicamente, na sua capacidade de honrar o compromisso caso o
devedor não honre. O Direito prevê dois tipos de garantias pessoais: a fiança e o aval.
Por sua vez, uma garantia real dá ao credor o direito de se fazer pagar pelo valor ou
pelos rendimentos de certos e determinados bens, móveis ou imóveis, do próprio deve-
dor ou de terceiros.
Nosso edital cobra três modalidades de garantia real: a hipoteca, o penhor mercantil e a
alienação fiduciária. A seguir, detalharemos cada um deles.

Relatório de Economia Bancária 2018


Garantias e diferenças nas taxas de juros de crédito

Modalidades Crédito pessoal Crédito pessoal


Rotativas não consignado não consignado Consignado Veículos Imobiliário
sem garantia com garantia
Medidas mensais do periodo
entre jan/16 e dez/18
**Taxas de juros anuais
Operação com garantia
(crédito imobiliário e
financeiro de veículos)
possuem taxas de juros
menores

126
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Fiança

A fiança é uma garantia fidejussória firmada por contrato em que uma ou mais pessoas
se obrigam, perante o credor, a satisfazer uma obrigação, caso o devedor não a cumpra.
Ela representa uma forma de garantia que poderá efetivar-se mediante a entrega de bens
móveis ou imóveis.
Há dois contratos: o principal, entre o devedor e o credor, e um acessório, entre o fiador
e o devedor (afiançado).
A fiança é formal, e deve sempre ser dada por escrito, não admitindo interpretação exten-
siva (além do estabelecido expressamente no contrato). O contrato definirá claramente as
condições da fiança. Isso quer dizer que não se admite a fiança verbal, e que a fiança deve-
rá ser interpretada restritivamente. Surgindo alguma dúvida, deve-se interpretar a questão
favoravelmente ao fiador, parte vulnerável em regra, presumindo-se a sua boa-fé objetiva.
Porém, em contratos bancários com renovação periódica e automática, a fiança também
é prorrogada, mesmo sem autorização expressa do fiador, desde que a prorrogação esteja
prevista em cláusula contratual.
São três os personagens na fiança:

z Fiador: aquele que presta a fiança, que se obriga a satisfazer a obrigação caso o devedor
não o faça;
z Afiançado: o devedor principal;
z Credor (beneficiário): aquele que detém o direito de crédito.

A fiança é uma garantia acessória e subsidiária, ou seja, o fiador só está obrigado no caso
do afiançado (devedor principal) não cumprir a obrigação. É uma garantia que somente pode
ser estipulada em contratos. Não há fiança em títulos de crédito.
Vejamos os principais artigos do Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002) a respeito da fiança:

Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação
assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua
vontade.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida principal,
inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador.
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condi-
ções menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não
valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.
Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar ape-
nas de incapacidade pessoal do devedor.
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso de mútuo feito a
menor.

127
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo
se não for pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não pos-
sua bens suficientes para cumprir a obrigação.
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que seja substituí-
do. [...]
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor;
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências;
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do
que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção. [...]
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta: [...]
III - prestar fiança ou aval.

Aval

O aval é uma garantia pessoal de pagamento, formal e solidária, dada por um terceiro,
o avalista.
Consiste, pois, na assinatura desse terceiro em um título de crédito, responsabilizando-
-se pelo seu pagamento, solidariamente com o devedor ou com qualquer outro coobriga-
do (endossante ou até mesmo outro avalista). Ou seja, o avalista, pessoa física ou jurídica,
garante o pagamento de um título de crédito que foi emitido ou endossado pelo avalizado.
Um título pode ter mais de um avalista. Nesse caso, todos são solidários com o avalizado no
cumprimento da obrigação. Mesmo havendo mais de um avalista, o pagamento da obrigação
por um deles libera os demais da obrigação.
O aval é uma garantia específica dos títulos cambiais (aqueles passíveis de transferência
para outras pessoas), que se aplica exclusivamente a títulos de crédito.
Estamos falando, basicamente, de cheques, letras de câmbio, notas promissórias e
duplicatas.

Dica
Duplicata: Título de crédito em que o comprador se obriga a pagar dentro do prazo esti-
pulado o valor contido na fatura.

Tem-se, portanto, três personagens na relação de aval:

z Avalista: aquele que presta o aval;


z Avalizado: aquele que recebe o aval, o devedor principal;
z Credor (beneficiário): aquele que detém o direito de crédito.

O aval pode ser lançado no próprio título ou em folha de alongamento (pedaço de papel
anexado ao título de crédito). A simples assinatura no título é suficiente para configurar o
aval.

128
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O aval é uma garantia solidária, ou seja, o avalista é coobrigado. De acordo com o art. 899,
do Código Civil, o avalista equipara-se àquele cujo nome indicar, ou seja, o avalista se obriga
no mesmo nível do avalizado.
A responsabilidade do avalista é tamanha que ele responde pela obrigação que garantiu
em pé de igualdade com o devedor principal, sendo facultado ao credor exigir, simultanea-
mente, do devedor e do avalista o pagamento da obrigação vencida. O avalista pode, inclusi-
ve, ser acionado para pagar antes do avalizado, o devedor principal.
A obrigação do avalista é independente da obrigação do avalizado. Diz-se que o aval é autô-
nomo. A obrigação do avalista é mantida, ainda que a obrigação que ele garantiu seja nula.
O aval em branco ocorre quando há a simples assinatura do avalista no título, sem espe-
cificar quem é o avalizado. O aval em preto ocorre quando feito, declarando o nome do
avalizado. No caso de aval prestado por pessoas físicas casadas, é necessária a autorização
do cônjuge, exceto no regime de separação absoluta de bens.
O avalista possui o chamado direito de regresso. Deste modo, caso ele pague a obrigação,
poderá, posteriormente, cobrá-la do avalizado.
Por fim, cabe destacar que o aval pode ser dado mesmo após o vencimento do título de
crédito, pois, desde que seja antes do protesto do título, ainda assim, será válido.
Vejamos os artigos do Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002) sobre o aval:

Art. 897 O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determina-
da, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do
avalista.
§ 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente
ou devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobri-
gados anteriores.
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se
equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. [...]
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta: [...] CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - prestar fiança ou aval.

Hipoteca

A hipoteca é uma garantia real que recai, geralmente, sobre imóveis de propriedade
do devedor ou de terceiros. No entanto, bens móveis de grande valor também podem ser
objeto de hipoteca, como máquinas agrícolas, aeronaves, navios etc.
Assim como na alienação fiduciária, que será vista mais adiante, a posse do bem móvel ou
imóvel hipotecado permanece com o devedor. Por outro lado, na hipoteca, não há a trans-
ferência da propriedade do bem ao credor. O devedor retém o bem, apenas gravando-o
para garantia de uma obrigação, permanecendo, portanto, com o direito de aliená-lo (vendê-
-lo), ou mesmo de ofertá-lo como garantia ao pagamento de outra dívida sua ou de terceiros. 129
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Trata-se de uma garantia que abrange todas as acessões (os aumentos), melhoramentos
ou construções do imóvel. O credor não a perde, caso o bem seja alienado. Para o credor, a
hipoteca consiste em um direito real em coisa alheia.
A hipoteca deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis do município em que
se localiza o imóvel hipotecado. No caso de bens móveis, o registro deve ser feito nos órgãos
competentes (Registro Aeronáutico, Registro de Propriedade Marítima etc.)
O credor é chamado de credor hipotecário e o devedor, de devedor hipotecário. A hipo-
teca é feita mediante contrato acessório e formal.
É nula a cláusula que proíbe o proprietário de vender imóvel hipotecado. No entanto, o
contrato pode definir que vencerá o crédito hipotecário, caso o imóvel seja vendido.
O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo títu-
lo, em favor do mesmo ou de outro credor.
Salvo no caso de insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida,
não poderá executar o imóvel antes de vencida a primeira.

Penhor Mercantil

O penhor mercantil, também chamado de penhor industrial, é a entrega de um bem


móvel para garantia de uma dívida. Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, mate-
riais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais
utilizados na indústria; sal e bens destinados à exploração das salinas; produtos de suinocul-
tura; animais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias-primas e produ-
tos industrializados.
Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, mediante instrumento público ou particu-
lar, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas
as coisas empenhadas.
O devedor não pode, sem o consentimento por escrito do credor, alterar as coisas empe-
nhadas ou mudar-lhes a situação, nem delas dispor.
O devedor que, anuindo o credor, alienar as coisas empenhadas, deverá repor outros bens
da mesma natureza, que ficarão sub-rogados no penhor.
Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenhadas, inspecionando-as onde
se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.
As coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e
conservar.
No penhor mercantil, temos dois personagens:

z Devedor;
z Credor pignoratício, beneficiário da garantia.

Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:


I - à posse da coisa empenhada;
II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente justificadas, que tiver feito,
não sendo ocasionadas por culpa sua;
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da coisa empenhada;
IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe permitir expressamente o
130 contrato, ou lhe autorizar o devedor mediante procuração;

Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder;
VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização judicial, sempre que haja
receio fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser deposi-
tado. O dono da coisa empenhada pode impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou ofere-
cendo outra garantia real idônea.

O credor não pode ser constrangido (obrigado) a devolver a coisa empenhada, ou uma
parte dela, antes de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requerimento do proprietário,
determinar que seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente
para o pagamento do credor, conforme o art. 1.434.

Art. 1.436 Extingue-se o penhor:


I - extinguindo-se a obrigação;
II - perecendo a coisa;
III - renunciando o credor;
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa;
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo
credor ou por ele autorizada.
Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois de averbado o cancelamento do regis-
tro, à vista da respectiva prova.

Alienação Fiduciária

A alienação fiduciária em garantia é o contrato pelo qual o devedor (fiduciante), como


garantia de uma dívida, pactua a transferência da propriedade fiduciária de bem móvel ou
imóvel ao credor (fiduciário) de acordo com cláusula resolutiva.
A cláusula resolutiva pode ser expressa ou tácita (não consta no contrato e, para se fazer
valer, é necessária interpelação judicial). Tem previsão no art. 475 do Código Civil.

Art. 475 A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução (fim) do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e
danos.

Para o credor, a propriedade fiduciária é um direito real em coisa própria. O devedor, no


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
entanto, permanece com a posse do bem. Ou seja, continua utilizando e usufruindo do bem.
Cumprindo a obrigação, o devedor retoma a propriedade do bem. Caso o devedor não
honre a obrigação, a posse do bem é transferida para o credor.
A alienação fiduciária é comumente utilizada como garantia em financiamentos para
aquisição de bens móveis, como veículos, por exemplo. No entanto, ela também pode ser
utilizada em financiamentos imobiliários (bens imóveis).
Os dois personagens da alienação fiduciária, portanto, são:

z Fiduciante (devedor);
z Fiduciário (credor).

131
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A alienação fiduciária em garantia não tem por finalidade a transmissão da propriedade
ou da posse do bem ao credor, mas sim a constituição de uma garantia contra a inadimplên-
cia do devedor. Por isso, é um contrato acessório.
O credor, portanto, é o proprietário e possuidor indireto ou mediato do bem, enquanto o
devedor fica com a posse direta ou imediata, sendo seu usuário e depositário.
A propriedade por parte do credor é limitada, somente sendo exercida para os fins previs-
tos na lei, e é resolúvel, pois retorna automaticamente para o devedor fiduciante no momen-
to em que for cumprida integralmente a obrigação.

Fianças Bancárias

A fiança bancária é um produto bancário disponibilizado a clientes que necessitam ofe-


recer garantia para obrigações assumidas perante terceiros.
Através da fiança bancária, o banco emissor da carta de fiança garante as obrigações de
seu cliente. O banco é, portanto, o fiador, e o cliente, o afiançado.
A fiança bancária pode ser usada para:

z Obtenção de empréstimos e financiamentos;


z Habilitação em concorrência pública;
z Locações;
z Adiantamento por encomenda de bens.

A grande vantagem da fiança bancária é a de não comprometer o caixa ou os bens do


cliente.

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO

CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO –


LEI Nº 9.613, DE 1998 E SUAS ALTERAÇÕES

Conceito e Etapas

Lavagem de Dinheiro é o conjunto de operações comerciais ou financeiras que bus-


cam a incorporação, na economia de cada país, de modo transitório ou permanente, de
recursos, de bens e valores de origem ilícita que se desenvolvem por meio de um proces-
so dinâmico constituído, teoricamente, de três fases independentes – colocação, ocultação e
integração – que, com frequência, ocorrem simultaneamente. A Lei n° 9.613, de 3 de março
de 1998, tipificou o crime de Lavagem de Dinheiro como aquele em que se oculta ou dissi-
mula a natureza, a origem, a localização, a disposição, a movimentação ou a propriedade
de bens, direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, de determinados crimes
antecedentes.
Com o objetivo de ocultar a origem do numerário, o criminoso procura movimentar o
dinheiro em países que possuem regras mais permissivas e um sistema financeiro liberal.

132
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A colocação, primeira etapa do processo de lavagem de dinheiro, efetua-se por meio de
depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. Para dificultar a
identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam técnicas sofisticadas e cada
vez mais dinâmicas, tais como o fracionamento dos valores que transitam pelo sistema
financeiro e a utilização de estabelecimentos comerciais que, usualmente, trabalham com
dinheiro em espécie.
A ocultação, segunda etapa do processo de lavagem de dinheiro, consiste em dificultar
o rastreamento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de evidências
ante à possibilidade da realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os crimino-
sos movimentam o numerário por meio eletrônico e transferem os ativos para contas
anônimas – preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo bancário – ou realizam
depósitos em “contas-fantasmas”.
Os ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico na Integração, última
etapa da lavagem de dinheiro. As organizações criminosas buscam investir em empreen-
dimentos que facilitem suas atividades – tais sociedades podem prestar serviços umas as
outras. Uma vez formada a cadeia, torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

Prevenção e Combate ao Crime de Lavagem de Dinheiro: Ação do Estado e Papel do Banco


Central

Nos anos 80, a prevenção da lavagem de dinheiro passou a ser considerada como uma
estratégia prioritária para o combate ao crime organizado e, em especial, ao narcotráfico.
Países e organizações internacionais passaram a incentivar a adoção de medidas para inibir
a proliferação desses crimes, firmando diversos acordos internacionais, notadamente após
a Convenção de Viena, no âmbito das Nações Unidas, em 1988. Essa Convenção, ratificada
pelo Brasil por meio do Decreto nº 154, de 1991, teve como objetivo promover a cooperação
internacional no trato das questões relacionadas ao tráfico de entorpecentes.
Em 1989, foi criado o Grupo de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro (GAFI/FATF)
no âmbito da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), com
a finalidade de examinar medidas, desenvolver e promover políticas de combate à lavagem
de dinheiro. O Brasil passou a integrar o GAFI/FATF, em 1999, como observador, tornando-se
membro efetivo em 2000.
O GAFI/FATF publicou as 40 Recomendações para Prevenção e Combate à Lavagem de
Dinheiro. Posteriormente, após os atentados de 11 de setembro de 2001, foram acrescentadas
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
outras nove Recomendações voltadas para o combate ao financiamento do terrorismo. Em
2012, foram revistas e consolidadas, formando um conjunto único de 40 Recomendações em
substituição às anteriores (40 + 9).
Paralelamente, a constatação da necessidade de cooperação internacional e da criação de
um fórum de ajuda mútua, com dados sobre operações suspeitas disponíveis em uma rede de
segurança máxima, levou à criação do Grupo de Egmont, em 1995, que congregou Unidades
de Inteligência Financeira (UIFs) de vários países.

133
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Lei nº 13.974, de 2020 – COAF

Na estrutura estatal brasileira de prevenção à lavagem de dinheiro, destaca-se o Conselho


de Controle de Atividades Financeiras (COAF), unidade de inteligência criada no âmbito
do antigo Ministério da Fazenda pela Lei n° 9.613, de 1998 (alterada pelas Leis nº 10.701,
de 9 jul. 2003 e nº 12.683, de 9 jul. 2012), atual Ministério da Economia e com organiza-
ção e estrutura definidos pelo Decreto 9.663, de 2019. Trata-se de um órgão de deliberação
coletiva, integrado à estrutura do Banco Central do Brasil, cujo plenário é composto por
representantes do Banco Central do Brasil (BCB), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacio-
nal (PGFN), da Receita Federal do Brasil (RFB), da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN),
do Departamento de Polícia Federal (DPF), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), da
Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério da Justiça e Segurança Pública e Superin-
tendência Nacional de Previdência Complementar.
A presidência do COAF é de dedicação exclusiva, não se admitindo qualquer acumulação,
salvo as constitucionalmente permitidas, sendo o Presidente nomeado pelo Presidente da
República.
O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, a Superintendência de Segu-
ros Privados, o Departamento de Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência e os
demais órgãos e entidades públicas com atribuições de fiscalizar e regular as pessoas de que
tratam os arts. 10 e 11, da Lei nº 9.613, de 1998, prestarão informações e colaboração necessá-
rias ao cumprimento das atribuições do COAF. A troca de informações sigilosas entre o Coaf
e os órgãos referidos no caput implica transferência de responsabilidade pela preservação
do sigilo.
São competências do COAF:

z Coordenar e propor mecanismos de cooperação e troca de informações que viabilizem


ações rápidas e eficientes na prevenção e no combate à ocultação ou à dissimulação de
bens, direitos e valores;
z Receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas pre-
vistas na Lei;

Aqui, é importante destacar que, quando uma instituição financeira detecta uma suspeita,
ela não pode revelar para o cliente, mas deve informar ao COAF, para que ele tome as provi-
dências necessárias.

z Disciplinar e aplicar penas administrativas a empresas ligadas a setores que não pos-
suem órgão regulador ou fiscalizador próprio;
z Comunicar às autoridades competentes, para a instauração dos procedimentos cabíveis
quando concluir, pela existência de fundados indícios, da prática do crime de lavagem de
dinheiro ou de qualquer outro crime.

Como uma das autoridades administrativas encarregadas de promover a aplicação da Lei


9.613, de 1998, o Banco Central editou normas, estabelecendo que as instituições financei-
ras e demais instituições sob sua regulamentação devem:
134
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Manter atualizados os cadastros dos clientes;
z Manter controles internos, para verificar, além da adequada identificação do cliente, a
compatibilidade entre as correspondentes movimentações de recursos, atividade econô-
mica e capacidade financeira dos usuários do sistema financeiro nacional;
z Manter registros de operações;
z Comunicar operações ou situações suspeitas ao Banco Central;
z Promover treinamento para seus empregados e implementar procedimentos internos de
controle para detecção de operações suspeitas.

Neste quadro, a atuação do Banco Central, por sua Diretoria de Fiscalização, busca avaliar
os controles internos das instituições supervisionadas voltados para a prevenção de ilícitos
financeiros, da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo, com o objetivo de
verificar a adequação e a qualidade dos procedimentos implementados com vistas a coibir a
utilização do sistema financeiro para a prática desses ilícitos, bem como assegurar a obser-
vância das leis e regulamentos pelas instituições na execução de suas atividades.
Por fim, cabe destacar a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de
Dinheiro (ENCCLA), a qual foi criada em 2003, para suprir a falta de articulação e de atuação
estratégica coordenada do Estado no combate à lavagem de dinheiro, a inexistência de pro-
gramas de treinamento e capacitação de agentes públicos, a dificuldade de acesso a bancos
de dados, como também a carência de padronização tecnológica e a insuficiência de indica-
dores de eficiência. Além da articulação entre os órgãos envolvidos no combate a esses ilíci-
tos, a ENCCLA define metas anuais, como também ações e recomendações para a consecução
dessas metas a serem realizadas pelos membros da Estratégia.

Lei nº 9.613, de 1998

Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou


propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração
penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - os converte em ativos lícitos;
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito,
movimenta ou transfere;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal;
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade prin-
cipal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

Atente-se ao fato de que a tentativa, mesmo que falha, já configura crime de lavagem de
dinheiro.

135
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Art. 9º Sujeitam-se às obrigações às pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter perma-
nente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda
nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento
cambial;
III - a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou administra-
ção de títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de negociação do
mercado de balcão organizado; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar ou
de capitalização;
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as
administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio eletrô-
nico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos;
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring);
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis,
mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou
método assemelhado;
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das
atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador dos
mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como
agentes, dirigentes, procuradoras, comissionarias ou por qualquer forma representem inte-
resses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo;
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra
e venda de imóveis; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e metais preciosos, objetos
de arte e antiguidades.
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor, interme-
deiem a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos
em espécie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de asses-
soria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer nature-
za, em operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais ou participações
societárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; (Incluída pela Lei nº 12.683, de
2012)
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de valores mobi-
liários; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
136
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, fundos
fiduciários ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas
ou artísticas profissionais; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercialização,
agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposi-
ções ou eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural ou
animal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XVIII - as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por meio de sua
matriz no Brasil, relativamente a residentes no País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

Atenção!

z A simples tentativa de lavar dinheiro já configura crime, o qual está sujeito às penalidades
do ato praticado;
z Quem ajudar de forma indireta e consciente, ou seja, tendo plena ciência do ato, incorrerá
na mesma punição de quem praticou o ato ilícito de forma direta;
z A pena de reclusão vai de 3 a 10 anos e a multa máxima será de até o dobro do valor lava-
do, considerando-se o teto de 20 milhões;
z O poder judiciário pode decretar o bloqueio preventivo dos bens do acusado de lavagem
de dinheiro apenas até o limite suficiente para reparar os danos causados.

CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020

Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles internos a serem
adotados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à
prevenção da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de “lavagem” ou
ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de
financiamento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.

As instituições devem implementar e manter política formulada com base em princí-


pios e diretrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de lavagem de
dinheiro e de financiamento do terrorismo. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As instituições devem realizar avaliação interna com o objetivo de identificar e men-
surar o risco de utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem de dinhei-
ro e do financiamento do terrorismo.
As instituições devem implementar procedimentos destinados a conhecer seus clientes,
incluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na sua identificação, qualifica-
ção e classificação.
As instituições referidas no art. 1º devem adotar procedimentos de identificação que per-
mitam verificar e validar a identidade do cliente.
Os procedimentos referidos devem incluir a obtenção, a verificação e a validação
da autenticidade de informações de identificação do cliente, inclusive, se necessário,
mediante confrontação dessas informações com as disponíveis em bancos de dados de cará-
ter público e privado. 137
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Conforme o § 2º, art. 16, no processo de identificação do cliente devem ser coletados,
no mínimo:

z O nome completo, o endereço residencial e o número de registro no Cadastro de Pessoas


Físicas (CPF), no caso de pessoa natural;
z A firma ou denominação social, o endereço da sede e o número de registro no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa jurídica.

No caso de cliente (pessoa natural) residente no exterior desobrigada de inscrição no CPF,


na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, admite-se a utilização de
documento de viagem na forma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo, o país emissor, o
número e o tipo do documento (§ 3º, art. 16).
No caso de cliente (pessoa jurídica) com domicílio ou sede no exterior desobrigada de ins-
crição no CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições
devem coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da sede e o número de identifica-
ção ou de registro da empresa no respectivo país de origem (§ 4º, art. 16).
Segundo o art. 17, as informações constantes no art. 16 devem ser mantidas atualizadas.

Art. 27 As instituições mencionadas no art. 1º devem implementar procedimentos que permi-


tam qualificar seus clientes como pessoa exposta politicamente.
§ 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:
I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União;
II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:
a) Ministro de Estado ou equiparado;
b) Natureza Especial ou equivalente;
c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de entidades da administração pública
indireta; e
d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, ou equivalente;
III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribu-
nais Superiores, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos
Tribunais Regionais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da
Justiça Federal;
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da Repúbli-
ca, o Vice-Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Ge-
ral da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores-Gerais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal;
V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador-Geral e os Subprocuradores-Ge-
rais do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União;
VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes, de partidos políticos;
VII - os Governadores e os Secretários de Estado e do Distrito Federal, os Deputados Estaduais
e Distritais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pública indireta
estadual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais Militares, Tribunais de
Contas ou equivalentes dos Estados e do Distrito Federal; e
VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os presidentes, ou equivalentes,
de entidades da administração pública indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de
Contas ou equivalentes dos Municípios.
138
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


§ 2º São também consideradas expostas politicamente as pessoas que, no exterior, sejam:
I - chefes de estado ou de governo;
II - políticos de escalões superiores;
III - ocupantes de cargos governamentais de escalões superiores;
IV - oficiais-generais e membros de escalões superiores do Poder Judiciário;
V - executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou
VI - dirigentes de partidos políticos.
§ 3º São também consideradas pessoas expostas politicamente os dirigentes de escalões supe-
riores de entidades de direito internacional público ou privado.
§ 4º No caso de clientes residentes no exterior, para fins do disposto no caput, as instituições
mencionadas no art. 1º devem adotar pelo menos duas das seguintes providências:
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua qualificação;
II - recorrer a informações públicas disponíveis; e
III - consultar bases de dados públicas ou privadas sobre pessoas expostas politicamente.
§ 5º A condição de pessoa exposta politicamente deve ser aplicada pelos cinco anos seguintes
à data em que a pessoa deixou de se enquadrar nas categorias previstas nos §§ 1º, 2º, e 3º.
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente residente no exterior que também seja cliente
de instituição do mesmo grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual
o Banco Central do Brasil mantenha convênio para troca de informações, admite-se que as
informações de qualificação de pessoa exposta politicamente sejam obtidas da instituição no
exterior, desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos dados e
procedimentos adotados.

Do Registro de Operações

Art. 28 As instituições referidas no art. 1º devem manter registros de todas as operações rea-
lizadas, produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos.
§ 1º Os registros referidos no caput devem conter, no mínimo, as seguintes informações sobre
cada operação:
I - tipo;
II - valor, quando aplicável;
III - data de realização;
IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titular e do beneficiário da operação,
no caso de pessoa residente ou sediada no País; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
V - canal utilizado.
§ 2º No caso de operações envolvendo pessoa natural residente no exterior desobrigada de ins-
crição no CPF, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições
devem incluir no registro as seguintes informações:
I - nome;
II - tipo e número do documento de viagem e respectivo país emissor; e
III - organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas
no País, quando for o caso.
§ 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior deso-
brigada de inscrição no CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil,
as instituições devem incluir no registro as seguintes informações:
I - nome da empresa; 139
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Importante!
Art. 33 No caso de operações com utilização de recursos em espécie de valor individual
superior a R$2.000,00 (dois mil reais), as instituições referidas no art. 1º devem incluir no
registro, além das informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o respectivo número
de inscrição no CPF do portador dos recursos.

No caso de operações de depósito ou aporte em espécie de valor individual igual ou


superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições devem incluir no registro:

z O nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do pro-


prietário dos recursos;
z O nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos;
z A origem dos recursos depositados ou aportados.

Na hipótese de recusa do cliente ou do portador dos recursos em prestar a informação, a


instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação nos procedimentos de monitora-
mento, seleção e análise (parágrafo único, art. 34).
Conforme o texto do art. 35, no caso de operações de saque, inclusive as realizadas por
meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor individual igual ou superior a R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais), as instituições devem incluir no registro:

z O nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do desti-


natário dos recursos;
z O nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos;
z A finalidade do saque;
z O número do protocolo.

As instituições devem, de acordo com o art. 36, requerer dos sacadores clientes e não clien-
tes solicitação de provisionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das ope-
rações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento, de
valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais).

Da Comunicação de Operações e Situações Suspeitas

Art. 48 As instituições referidas no art. 1º devem comunicar ao Coaf as operações ou situações


suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
§ 1º A decisão de comunicação da operação ou situação ao Coaf deve:
I - ser fundamentada com base nas informações contidas no dossiê mencionado no art. 43, §
2º;
II - ser registrada de forma detalhada no dossiê mencionado no art. 43, § 2º; e
III - ocorrer até o final do prazo de análise referido no art. 43, § 1º.
§ 2º A comunicação da operação ou situação suspeita ao Coaf deve ser realizada até o dia útil
seguinte ao da decisão de comunicação.
Art. 49 As instituições mencionadas no art. 1º devem comunicar ao Coaf:

140
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


I - as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor igual ou supe-
rior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais);
II - as operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por
meio de qualquer instrumento, contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais); e
III - a solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de que trata o art. 36.
Parágrafo único. A comunicação mencionada no caput deve ser realizada até o dia útil seguin-
te ao da ocorrência da operação ou do provisionamento.

Prazos de Guarda de Documentos

Art. 67 As instituições referidas no art. 1º devem manter à disposição do Banco Central do


Brasil e conservar pelo período mínimo de dez anos:
I - as informações coletadas nos procedimentos destinados a conhecer os clientes de que tra-
tam os arts. 13, 16 e 18, contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano
seguinte ao término do relacionamento com o cliente;
II - as informações coletadas nos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, par-
ceiros e prestadores de serviços terceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido
no caput a partir da data de encerramento da relação contratual;
III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a 37, contado o prazo referido no
caput a partir do primeiro dia do ano seguinte ao da realização da operação;

CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020 E SUAS ALTERAÇÕES

Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir exemplificam a ocorrência de indícios


de suspeita para fins dos procedimentos de monitoramento e seleção previstos na Circular nº
3.978, de 23 de janeiro de 2020:
I - situações relacionadas com operações em espécie em moeda nacional com a utili-
zação de contas de depósitos ou de contas de pagamento:
a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer outro ins-
trumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à
atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
b) movimentações em espécie realizadas por clientes cujas atividades possuam como carac-
terística a utilização de outros instrumentos de transferência de recursos, tais como cheques, CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cartões de débito ou crédito;
c) aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie de qualquer pessoa
natural ou jurídica, sem causa aparente, nos casos em que tais depósitos ou aportes forem
posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo, a destino não relacionado com
o cliente;
d) fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em espécie,
inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da movimentação;
e) fragmentação de saques em espécie, a fim de burlar limites regulatórios de reportes;
f) depósitos ou aportes de grandes valores em espécie, de forma parcelada, principalmente nos
mesmos caixas ou terminais de autoatendimento próximos, destinados a uma única conta ou
a várias contas em municípios ou agências distintas;
141
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


g) depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam atividade comercial
relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis,
barcos, joias, automóveis ou aeronaves;
h) saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência eletrônica de
várias origens em curto período de tempo;
i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com aspec-
to de que foram armazenadas em local impróprio ou ainda que apresentem marcas, símbolos
ou selos desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e não uniformes;
j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantidades de cédulas de pequeno valor, por pessoa
natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha como característica recebimentos de
grandes quantias de recursos em espécie;
k) saques no período de cinco dias úteis em valores inferiores aos limites estabelecidos, de
forma a dissimular o valor total da operação e evitar comunicações de operações em espécie;
l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mesmo dia, com indícios de tentativa de burla
para evitar a identificação do sacador;
m) dois ou mais depósitos em terminais de autoatendimento em espécie, no período de cinco
dias úteis, com indícios de tentativa de burla para evitar a identificação do depositante;
n) depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer tipo de
Pessoas Expostas Politicamente (PEP), conforme elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de
2020, bem como seu representante, familiar ou estreito colaborador;
II - situações relacionadas com operações em espécie e cartões pré-pagos em moeda
estrangeira e cheques de viagem:
a) movimentações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados em
moeda estrangeira, que apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do cliente
ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
b) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados
em moeda estrangeira, que não apresentem compatibilidade com a natureza declarada da
operação;
c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados em
moeda estrangeira, realizadas por diferentes pessoas naturais, não relacionadas entre si, que
informem o mesmo endereço residencial, telefone de contato ou possuam o mesmo represen-
tante legal;
d) negociações envolvendo taxas de câmbio com variação significativa em relação às pratica-
das pelo mercado;
e) negociações de moeda estrangeira em espécie envolvendo cédulas úmidas, malcheirosas,
mofadas, ou com aspecto de terem sido armazenadas em local impróprio, ou ainda que apre-
sentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e
não uniformes;
f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou troca de grandes quantidades de cédulas
de pequeno valor, realizadas por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não
tenha como característica o recebimento desse tipo de recurso;
g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago em valor não compatível com a capacidade
financeira, atividade ou perfil do cliente;
h) utilização de diversas fontes de recursos para carga e recarga de cartões prépagos;
i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas imediatamente por saques em caixas
eletrônicos;
142
III - situações relacionadas com a identificação e qualificação de clientes:

Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


a) resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de relacionamento ou
para a atualização cadastral;
b) oferecimento de informação falsa;
c) prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;
d) abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de procuração
ou de qualquer outro tipo de mandato;
e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos procedimentos de identificação e registro
das operações exigidos pela regulamentação vigente;
f) cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou em curto período, com depósitos
de valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos em comum, tais como origem
dos recursos, titulares, procuradores, sócios, endereço, número de telefone, etc.;
g) operações em que não seja possível identificar o beneficiário final, observados os procedi-
mentos definidos na regulamentação vigente;
h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos procuradores
ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
i) informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais, sem demons-
tração da existência de relação familiar ou comercial;
j) incompatibilidade da atividade econômica ou faturamento informados com o padrão apre-
sentado por clientes com o mesmo perfil;
k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de Internet Protocol (IP) por diferentes pessoas
jurídicas ou organizações, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol (IP) por pessoas naturais, sem
justificativa razoável para tal ocorrência;
m) informações e documentos apresentados pelo cliente conflitantes com as informações
públicas disponíveis;
n) sócios de empresas sem aparente capacidade financeira para o porte da atividade empre-
sarial declarada;

Atenção!

A negativa por parte do cliente de prestar informações sobre si, tais como renda, endereço
ou telefones, principalmente de contas movimentadas por procuradores, leva a suspeitas que
devem ser averiguadas pelo gerente da conta e que podem enquadrar o cliente na situação
de dados cadastrais de clientes.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - Situações relacionadas com a movimentação de contas de depósito e de contas de
pagamento em moeda nacional, que digam respeito a:
a) movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a
ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente;
b) transferências de valores arredondados na unidade de milhar ou que estejam um pouco
abaixo do limite para notificação de operações;
c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contumaz, em benefício de terceiros;
d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhimento de depósitos em nome de um
mesmo cliente, cujos valores, somados, resultem em quantia significativa;
e) movimentação de quantia significativa por meio de conta até então pouco movimentada ou
de conta que acolha depósito inusitado;
143
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


f) ausência repentina de movimentação financeira em conta que anteriormente apresentava
grande movimentação;
g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em relação ao perfil do cliente;
h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas como recebimento de crédito, de juros
remuneratórios para grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancários especiais que, em
circunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer cliente;
i) mudança repentina e injustificada na forma de movimentação de recursos ou nos tipos de
transação utilizados;
j) solicitação de não observância ou atuação no sentido de induzir funcionários da institui-
ção a não seguirem os procedimentos regulamentares ou formais para a realização de uma
operação;
k) recebimento de recursos com imediata compra de instrumentos para a realização de paga-
mentos ou de transferências a terceiros, sem justificativa;
l) operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício para burla da
identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais;
m) existência de contas que apresentem créditos e débitos com a utilização de instrumentos de
transferência de recursos não característicos para a ocupação ou o ramo de atividade desen-
volvida pelo cliente;
n) recebimento de depósitos provenientes de diversas origens, sem fundamentação econômi-
co-financeira, especialmente provenientes de regiões distantes do local de atuação da pessoa
jurídica ou distantes do domicílio da pessoa natural;
o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários que não apresentem ligação com a
atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica;
p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para fornecedor distante de seu local de
atuação, sem fundamentação econômico-financeira;
q) depósitos de cheques endossados totalizando valores significativos;
r) existência de conta de depósitos à vista ou de conta de pagamento de organizações sem
fins lucrativos cujos saldos ou movimentações financeiras não apresentem fundamentação
econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a atividade declarada da
organização e as outras partes envolvidas nas transações;
s) movimentação habitual de recursos financeiros de ou para qualquer tipo de PEP, conforme
elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de 2020, bem como seu representante, familiar ou
estreito colaborador, não justificada por eventos econômicos;
t) existência de contas em nome de menores ou incapazes, cujos representantes realizem gran-
de número de operações e/ou operações de valores relevantes;
u) transações significativas e incomuns por meio de contas de depósitos ou de contas de paga-
mento de investidores não residentes constituídos sob a forma de trust;
v) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de pagamento (Point of Sale - POS),
que apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a capacidade financeira
do estabelecimento comercial credenciado;
w) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de pagamento (Point of sale - POS),
que apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com o perfil do estabelecimen-
to comercial credenciado;
x) desvios frequentes em padrões adotados por cada administradora de cartões de credencia-
mento ou de cartões de crédito, verificados no monitoramento das compras de seus titulares;
y) transações em horário considerado incompatível com a atividade do estabelecimento
144
comercial credenciado;

Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z) transações em terminal (Point of sale - POS) realizadas em localização geográfica distante
do local de atuação do estabelecimento comercial credenciado;
aa) operações atípicas em contas de clientes que exerçam atividade comercial relacionada
com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos,
joias, automóveis ou aeronaves;
ab) utilização de instrumento financeiro de forma a ocultar patrimônio e/ou evitar a realiza-
ção de bloqueios judiciais, inclusive cheque administrativo;
ac) movimentação de valores incompatíveis com o faturamento mensal das pessoas jurídicas;
ad) recebimento de créditos com o imediato débito dos valores;
ae) movimentações de valores com empresas sem atividade regulamentada pelos órgãos
competentes.
V - Situações relacionadas com operações de investimento no País:
a) operações ou conjunto de operações de compra ou de venda de ativos financeiros a preços
incompatíveis com os praticados no mercado ou quando realizadas por pessoa natural ou
jurídica cuja atividade declarada e perfil não se coadunem ao tipo de negociação realizada;
b) operações atípicas que resultem em elevados ganhos para os agentes intermediários, em
desproporção com a natureza dos serviços efetivamente prestados;
c) investimentos significativos em produtos de baixa rentabilidade e liquidez;
d) investimentos significativos não proporcionais à capacidade financeira do cliente, ou cuja
origem não seja claramente conhecida;
e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, independentemente do resultado auferido.
VI - Situações relacionadas com operações de crédito no País:
a) operações de crédito no País liquidadas com recursos aparentemente incompatíveis com a
situação financeira do cliente;
b) solicitação de concessão de crédito no País incompatível com a atividade econômica ou com
a capacidade financeira do cliente;
c) operação de crédito no País seguida de remessa de recursos ao exterior, sem fundamento
econômico ou legal, e sem relacionamento com a operação de crédito;
d) operações de crédito no País, simultâneas ou consecutivas, liquidadas antecipadamente ou
em prazo muito curto;
e) liquidação de operações de crédito ou assunção de dívida no País por terceiros, sem justifi-
cativa aparente;
f) concessão de garantias de operações de crédito no País por terceiros não relacionados ao
tomador;
g) operação de crédito no País com oferecimento de garantia no exterior por cliente sem tra- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
dição de realização de operações no exterior;
h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto da pessoa jurídica, especialmente
quando os recursos forem originados de crédito no País.
VII - Situações relacionadas com a movimentação de recursos oriundos de contratos
com o setor público:
a) movimentações atípicas de recursos por agentes públicos, conforme definidos no art. 2º da
Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992;
b) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionadas a patrocí-
nio, propaganda, marketing, consultorias, assessorias e capacitação;
c) movimentações atípicas de recursos por organizações sem fins lucrativos;
d) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionadas a licitações.
VIII - Situações relacionadas a consórcios: 145
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


a) existência de consorciados detentores de elevado número de cotas, incompatível com sua
capacidade financeira ou com o objeto da pessoa jurídica;
b) aumento expressivo do número de cotas pertencentes a um mesmo consorciado;
c) oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade financeira do consorciado;
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem;
e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de prestações vincendas, não condizente
com a capacidade financeira do consorciado;
f) aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de quitação das prestações vincendas;
g) utilização de documentos falsificados na adesão ou tentativa de adesão a grupo de consórcio;
h) pagamentos realizados em localidades diferentes ao do endereço do cadastro;
i) informe de conta de depósito à vista ou de poupança para pagamento de crédito em espécie,
em agência/localidade diferente da inicialmente fornecida ou remessa de eventual Ordem de
Pagamento (OP) para conta de depósito à vista ou de poupança divergente da inicialmente
fornecida.
IX - Situações relacionadas a pessoas ou entidades suspeitas de envolvimento com
financiamento ao terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa:
a) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entidades relacionadas a atividades ter-
roristas listadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU);
b) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a pessoas ou entidades que reconhe-
cidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou
facilitado o seu cometimento;
c) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas ou
entidades que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou
deles participado ou facilitado o seu cometimento;
d) movimentações com indícios de financiamento ao terrorismo;
e) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entidades relacionadas à proliferação de
armas de destruição em massa listadas pelo CSNU;
f) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a pessoas ou entidades que reconhe-
cidamente tenham cometido ou intentado cometer crimes de proliferação de armas de destrui-
ção em massa, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento;
g) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas ou
entidades que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer crimes de prolifera-
ção de armas de destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento;
h) movimentações com indícios de financiamento da proliferação de armas de destruição em
massa.
X - Situações relacionadas com atividades internacionais:
a) operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive sociedades e instituições financeiras,
situadas em países que não apliquem ou apliquem insuficientemente as recomendações do
Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), ou que
tenham sede em países ou dependências com tributação favorecida ou regimes fiscais privile-
giados, ou em locais onde seja observada a prática contumaz dos crimes previstos na Lei nº
9.613, de 3 de março de 1998, não claramente caracterizadas em sua legalidade e fundamen-
tação econômica;
b) operações complexas e com custos mais elevados que visem a dificultar o rastreamento dos
recursos ou a identificação da natureza da operação;
c) pagamentos de importação e recebimentos de exportação, antecipados ou não, por empresa
146
sem tradição ou cuja capacidade financeira seja incompatível com o montante negociado;

Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


d) pagamentos a terceiros não relacionados a operações de importação ou de exportação;
e) transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou
apresentem atipicidade;
f) transferências internacionais, inclusive a título de disponibilidade no exterior, nas quais
não se justifique a origem dos fundos envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a capa-
cidade financeira ou com o perfil do cliente;
g) exportações ou importações aparentemente fictícias ou com indícios de superfaturamento
ou subfaturamento, ou ainda em situações que não seja possível obter informações sobre o
desembaraço aduaneiro das mercadorias;
h) existência de informações na carta de crédito com discrepâncias em relação a outros docu-
mentos da operação de comércio internacional;
i) pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados nas contas de depósitos dos titula-
res das operações de câmbio por pessoas naturais ou jurídicas que não demonstrem a existên-
cia de vínculo comercial ou econômico;
j) movimentações decorrentes de programa de repatriação de recursos que apresentem incon-
sistências relacionadas à identificação do titular ou do beneficiário final, bem como ausência
de informações confiáveis sobre a origem e a fundamentação econômica ou legal;
k) pagamentos de frete ou de outros serviços que apresentem indícios de atipicidade ou de
incompatibilidade com a atividade ou capacidade econômico-financeira do cliente;
l) transferências internacionais por uma ou mais pessoas naturais ou jurídicas com indícios
de fragmentação, como forma de ocultar a real origem ou destino dos recursos;
m) transações em uma mesma data, ou em curto período, de valores idênticos ou aproxima-
dos, ou com outros elementos em comum, tais como origem ou destino dos recursos, titulares,
procuradores, endereço, número de telefone, que configurem artificio de burla do limite máxi-
mo de operação;
n) transferência via facilitadora de pagamentos ou com a utilização do cartão de crédito de
uso internacional, que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem
atipicidade;
o) transferências relacionadas a investimentos não convencionais que, pela habitualidade,
valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade;
p) pagamento de frete internacional sem amparo em documentação que evidencie vínculo com
operação comercial.
XI - Situações relacionadas com operações de crédito contratadas no exterior:
a) contratação de operações de crédito no exterior com cláusulas que estabeleçam condições
incompatíveis com as praticadas no mercado, como juros destoantes da prática ou prazo mui- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
to longo;
b) contratação, no exterior, de várias operações de crédito consecutivas, sem que a instituição
tome conhecimento da quitação das anteriores;
c) contratação, no exterior, de operações de crédito que não sejam quitadas por intermédio de
operações na mesma instituição;
d) contratação, no exterior, de operações de crédito, quitadas sem explicação aparente para a
origem dos recursos;
e) contratação de empréstimos ou financiamentos no exterior, oferecendo garantias em valo-
res ou formas incompatíveis com a atividade ou capacidade financeira do cliente ou em valo-
res muito superiores ao valor das operações contratadas ou cuja origem não seja claramente
conhecida;
147
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


f) contratação de operações de crédito no exterior, cujo credor seja de difícil identificação e
sem que exista relação ou fundamentação para a operação entre as partes.
XII - Situações relacionadas com operações de investimento externo:
a) recebimento de investimento externo direto, cujos recursos retornem imediatamente a títu-
lo de disponibilidade no exterior;
b) recebimento de investimento externo direto, com realização quase imediata de remessas de
recursos para o exterior a título de lucros e dividendos;
c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores incompatíveis com o valor investido;
d) remessas ao exterior a título de investimento em montantes incompatíveis com a capacida-
de financeira do cliente;
e) remessas de recursos de um mesmo investidor situado no exterior para várias empresas no
País;
f) remessas de recursos de vários investidores situados no exterior para uma mesma empresa
no País;
g) recebimento de aporte de capital desproporcional ao porte ou à natureza empresarial do
cliente, ou em valores incompatíveis com a capacidade financeira dos sócios;
h) retorno de investimento feito no exterior sem comprovação da remessa que lhe tenha dado
origem.
XIII - Situações relacionadas com funcionários, parceiros e prestadores de serviços
terceirizados:
a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do empregado, do parceiro ou
de prestador de serviços terceirizados, sem causa aparente;
b) modificação inusitada do resultado operacional da pessoa jurídica do parceiro, incluído
correspondente no País, sem causa aparente;
c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao procedimento formal da instituição por fun-
cionário, parceiro, incluído correspondente no País, ou prestador de serviços terceirizados;
d) fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou não, a cliente em prejuízo do
programa de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo da institui-
ção, ou de auxílio para estruturar ou fracionar operações, burlar limites regulamentares ou
operacionais.
XIV - Situações relacionadas a campanhas eleitorais:
a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou não) de candidatos, contas de estreito
colaborador dessas pessoas ou em contas de partidos políticos, de valores que desrespeitem
as vedações ou extrapolem os limites definidos na legislação em vigor;
b) uso incompatível com as exigências regulatórias do fundo de caixa do partido eleitoral;
c) recebimento de doações, em contas de candidatos, de valores que desrespeitem as vedações
ou extrapolem os limites definidos na legislação em vigor, inclusive mediante uso de terceiros
e/ou de contas de terceiros;
d) transferências, a partir das contas de candidatos, para pessoas naturais ou jurídicas cuja
atividade não guarde aparente relação com contas de campanha.
XV - Situações relacionadas a BNDU e outros ativos não financeiros:
a) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro para pessoas naturais ou jurídicas sem
capacidade financeira;
b) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro mediante pagamento em espécie;
c) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro por preço significativamente superior
ao de avaliação;
148
d) negociação de outro ativo não financeiro em benefício de terceiros.

Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


XVI - Situações relacionadas com a movimentação de contas correntes em moeda
estrangeira (CCME):
a) movimentação de recursos incompatível com a atividade econômica e a capacidade finan-
ceira do cliente;
b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros cujas movimentações financeiras não apre-
sentem fundamentação econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a
atividade declarada do titular da CCME e as outras partes envolvidas nas transações;
c) movimentação de recursos, em especial nas contas tituladas por agentes autorizados a
operar no mercado de câmbio, que denotem inobservância a limites por operação cambial ou
qualquer outra situação em que não se justifiquem ou apresentem atipicidade, pela habituali-
dade, valor, forma ou ausência de aderência às normas cambiais;
d) transações atípicas em CCME de movimentação restrita. Exemplos: contas de agências de
turismo e contas de administradoras de cartão de crédito.
XVII - Situações relacionadas com operações realizadas em municípios localizados
em regiões de risco:
a) operação atípica em municípios localizados em regiões de fronteira;
b) operação atípica em municípios localizados em regiões de extração mineral;
c) operação atípica em municípios localizados em outras regiões de risco.
§ 1º As operações ou as situações referidas no caput devem ser comunicadas, nos termos da
referida Circular, somente nos casos em que os indícios forem confirmados ao término da exe-
cução dos procedimentos de análise de operações e situações suspeitas.
§ 2º Os procedimentos referidos no § 1º devem considerar todas as informações disponíveis,
inclusive aquelas obtidas por meio dos procedimentos destinados a conhecer clientes, funcio-
nários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.

REFERÊNCIAS

https://www.gov.br/fazenda/pt-br/assuntos/prevencao-lavagem-dinheiro. Acesso em: 4 jul.


2021.
https://www.bcb.gov.br/fis/supervisao/acaoestado.asp?frame=1#:~:text=Pa%C3%AD-
ses%20e%20organismos%20internacionais%20passaram,das%20Na%C3%A7%-
C3%B5es%20Unidas%2C%20em%201988. Acesso em: 4 jul. 2021.

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA E NORMATIVOS SARB

z O que é o Sistema Brasileiro de Autorregulação Bancária?

A auto regulação bancária é um sistema de normas criado pelo próprio setor bancário,
com o propósito básico de criar um ambiente ainda mais favorável à realização dos 4 (qua-
tro) grandes princípios que o orientam:

„ Ética e Legalidade: adotar condutas benéficas à sociedade, ao funcionamento do mer-


cado e ao meio-ambiente; respeitar a livre concorrência e a liberdade de iniciativa;
atuar em conformidade com a legislação vigente e com as normas da auto regulação;
149
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


„ Respeito ao Consumidor: tratar o consumidor de forma justa e transparente, com aten-
dimento cortês e digno; assistir o consumidor na avaliação dos produtos e serviços ade-
quados às suas necessidades e garantir a segurança e a confidencialidade de seus dados
pessoais; conceder crédito de forma responsável e incentivar o uso consciente do crédito;
„ Comunicação Eficiente: fornecer informações de forma precisa, adequada, clara e
oportuna, proporcionando condições para o consumidor tomar decisões conscientes e
bem informadas; a comunicação com o consumidor, por qualquer veículo, pessoalmen-
te ou mediante ofertas ou anúncios publicitários, deve ser feita de modo a informá-lo
sobre os aspectos relevantes do relacionamento com a Signatária;
„ Melhoria Contínua: aperfeiçoar padrões de conduta, elevar a qualidade dos produtos,
níveis de segurança e a eficiência dos serviços.

Nesse Sistema, os bancos estabelecem uma série de compromissos de conduta que, em


conjunto com as diversas outras normas aplicáveis às suas atividades, contribuirão para que
o mercado funcione de forma ainda mais eficaz, clara e transparente, em benefício não só
do próprio setor, mas de todos os envolvidos nesse processo – os consumidores e a sociedade
como um todo.

z Como esse Sistema vai interferir no relacionamento entre bancos e consumidores?

O propósito maior do Sistema de Autorregulação Bancária é promover a melhoria con-


tínua da qualidade do relacionamento entre os bancos signatários do Sistema e os consu-
midores (pessoa física). Assim, ao contribuir para um melhor funcionamento do setor, os
consumidores deverão ser diretamente beneficiados por esse processo.

z Como será monitorada e avaliada a conduta dos bancos, para que se saiba quem está,
de fato, cumprindo as normas do Sistema?

O monitoramento das condutas dos bancos, para que se avalie e assegure sua efetiva ade-
quação a todas as normas da autorregulação será feito pela Diretoria de Autorregulação –
criada pelo próprio Código de Autorregulação Bancária, na estrutura da Febraban, para essa
finalidade específica.
Para cumprir essa sua missão, a Diretoria de Autorregulação trabalhará com os seguintes
procedimentos:

„ Relatórios de Conformidade: documento que cada banco signatário do Sistema deve-


rá preencher a cada semestre, indicando e demonstrando seus pontos de adequação,
bem como as ações que esteja tomando, ou que virá a tomar, para completa adequação
de quaisquer condutas que, de alguma forma, apresentem qualquer desajuste, em rela-
ção ao disposto nas normas do Sistema;
„ Relatório de Ouvidoria: os bancos signatários deverão enviar à Diretoria de Autorre-
gulação os mesmos relatórios de Ouvidoria que remetem ao Banco Central do Brasil;
„ Central de Atendimento: fornecer acesso à população a um sistema para registro de
ocorrências que os consumidores identifiquem como desajustes com as normas da
Autorregulação. Esse sistema, que não se volta ao tratamento ou solução de problemas
individuais, tem por finalidade específica propiciar um monitoramento amplo do mer-
cado por parte da Diretoria de Autorregulação, no sentido de avaliar o efetivo cumpri-
150 mento das normas do Sistema sob a perspectiva do público.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z O Sistema de Autorregulação poderá ajudar a resolver algum problema pessoal/
individual que o consumidor venha experimentando junto a algum dos bancos
signatários?

Sim. Caso autorizado pelo consumidor, o Sistema de Autorregulação Bancária enviará a


demanda ao canal de atendimento responsável do próprio banco signatário reclamado. A
Instituição reclamada será responsável por responder diretamente o caso em até 15 dias.

z Quando eu identificar que algum banco não está cumprindo as regras, eu posso noti-
ciar o Sistema quanto a isso? Como me manifestar?

Sim. Você não apenas pode se manifestar como, na verdade, é esperado que você o faça.
Esses registros não serão individualmente respondidos, nem isso gerará, de imediato ou
necessariamente, alguma sanção ao(s) banco(s) apontado(s). No entanto, eles serão uma
fonte preciosa de monitoramento da atuação de cada agente do Sistema, para que possa-
mos melhor conferir se, de fato, as normas da Autorregulação estão sendo corretamente
cumpridas.
Dentre os vários normativos que a FEBRABAN editou a respeito da Autorregulação Bancá-
ria, destacamos alguns pontos que podem ser abordados nas suas provas. Vejamos:

Código De Auto-Regulação Bancária

Art. 2º As normas da auto regulação não se sobrepõe, mas se harmonizam à legislação


vigente, destacadamente ao código de Defesa do Consumidor, às leis e normas especificamente
direcionadas ao sistema bancário e à execução de atividades delegadas pelo setor público a
instituições financeiras.
Art. 3º As normas da auto regulação abrangem todos os produtos e serviços ofertados ou
disponibilizados pelas Signatárias a qualquer pessoa física, cliente ou não cliente (o
“consumidor”).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.autorregulacaobancaria.com.br/. Acesso em 4 de jul. 2021.


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 2001 E SUAS


ALTERAÇÕES

A LC nº 105, de 2001, dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras,


além de dar outras providências.
Para efeitos do que ela prescreve, de acordo com o art. 1°, são consideradas instituições
financeiras:

Art. 1° […]
§ 1° […]
151
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


I – os bancos de qualquer espécie;
II – distribuidoras de valores mobiliários;
III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos;
V – sociedades de crédito imobiliário;
VI – administradoras de cartões de crédito;
VII – sociedades de arrendamento mercantil;
VIII – administradoras de mercado de balcão organizado;
IX – cooperativas de crédito;
X – associações de poupança e empréstimo;
XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
XII – entidades de liquidação e compensação;
XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas operações, assim venham a ser
consideradas pelo Conselho Monetário Nacional.

Para efeitos da lei, as empresas de fomento comercial ou factoring também deverão


obedecer às normas aplicáveis àquelas instituições financeiras.
Não será considerada violação do sigilo, de acordo com o § 2° do art. 1°, entre outros:

z a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por
intermédio de centrais de risco;
z o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem pro-
visão de fundos e de devedores inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito;
z a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou administrativos;
z o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos, relativos a operações de crédito e
obrigações de pagamento adimplidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas,
a gestores de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos termos de lei
específica.

Será possível a quebra do sigilo quando a medida se mostrar necessária para a apuração
de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial,
de acordo com o § 3°, do art. 1°:

§ 4° A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de ocorrência
de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos
seguintes crimes:
I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;
III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado a sua produção;
IV – de extorsão mediante sequestro;
V – contra o sistema financeiro nacional;
VI – contra a Administração Pública;
VII – contra a ordem tributária e a previdência social;
VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores;
IX – praticado por organização criminosa.

152
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil (BACEN), em relação às opera-
ções que realizar e às informações que obtiver no exercício de suas atribuições.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), instaurado inquérito administrativo, poderá
solicitar à autoridade judiciária competente o levantamento do sigilo junto às instituições
financeiras de informações e documentos relativos a bens, direitos e obrigações de pessoa
física ou jurídica submetida ao seu poder disciplinar.
O Bacen e a CVM deverão manter, entre si, intercâmbio permanente acerca dos resultados
das inspeções que realizarem, dos inquéritos e das penalidades que aplicarem, sempre que
tais informações forem necessárias ao desempenho das suas atividades.
Além disso, segundo o § 4º do art. 2º, poderão ambas as instituições (BACEN e CVM) firma-
rem convênios:

Art. 2° […]
§ 4° […]
I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições financeiras, objetivando a rea-
lização de fiscalizações conjuntas, observadas as respectivas competências;
II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros países, objetivando:
a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financeiras estrangeiras, em funciona-
mento no Brasil e de filiais e subsidiárias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras;
b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a investigação de atividades ou
operações que impliquem aplicação, negociação, ocultação ou transferência de ativos finan-
ceiros e de valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas.

A CVM e o Bacen, no exercício de suas atribuições, ao se depararem com a ocorrência de


crime definido em lei como de ação pública, ou mesmo de indícios da prática de tais crimes,
deverão levar essa informação ao Ministério Público.
O BACEN, a CVM e todos os demais órgãos de fiscalização devem fornecer ao COAF (Con-
selho de Controle de Atividades Financeiras), atual Unidade de Inteligência Financeira
(UIF), informações cadastrais e de movimento de valores relativos às operações financeiras
que sugerem atividades ilícitas.
A Advocacia-Geral da União (AGU) também tem a prerrogativa de requisitar ao Bacen e
à CVM informações e documentos relativos às operações financeiras listadas na lei. No entan-
to, elas ficam restritas ao que for necessário à defesa da União nas ações em que seja parte.
Em caso de determinação judicial, caberá ao Bacen, à CVM e às instituições financeiras o
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
fornecimento das informações requisitadas.
As comissões de inquérito administrativo, responsáveis pela apuração de infrações
administrativas praticadas por servidores públicos, poderão pedir ao Poder Judiciário a que-
bra do sigilo bancário quando a suposta infração for praticada:

z no exercício da função;
z quando tiver relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.

O BACEN e a CVM, nas áreas de suas atribuições, e as instituições financeiras fornecerão


ao Poder Legislativo Federal (não vale as instituídas em âmbito estadual, distrital ou muni-
cipal) as informações e os documentos sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem neces-
sários ao exercício de suas respectivas competências constitucionais e legais.
153
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Importante!
O art. 5º, da lei em estudo, dispõe que o Poder Executivo disciplinará, inclusive em relação
à periodicidade e aos limites de valor, os critérios que serão usados pelas instituições
financeiras para informar à administração tributária da União (UNIÃO), as operações
financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. Essas informações serão, a partir
de então, conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor.

Informações sobre operações a


serem prestas pelas instituições
financeiras à AT da União

Ficarão RESTRITAS São VEDADOS elementos que


possibilitem
A informes relacionadas aos
titulares das operações; a identificação de suas origem;

aos MONTANTES GLOBAIS. a natureza dos gastos

O art. 6º, por sua vez, diz que as autoridades e os agentes fiscais tributários da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (são as autoridades dos três entes mais
o DF) somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras,
inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver pro-
cesso administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam
considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se referem este artigo
serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária.
No entendimento dos Ministros do STF (RE 601.314/SP), a previsão contida no art. 6º da LC
nº 105, de 2001 (acesso direto às informações bancárias do contribuinte pela Receita Fede-
ral) é constitucional. A autoridade fiscal tributária, neste caso, não estará, necessariamente,
quebrando o sigilo bancário. Respeitados os limites impostos pela lei no tocante aos fatos, o
que se verifica, na prática, é uma transferência de sigilo, que sai da órbita bancária para a
fiscal.
Ambas, porém, permanecem com rígida proteção legal contra o acesso de terceiros. O sigi-
lo, que era bancário, passa a ser, também e principalmente, fiscal, quando chega ao poder do
Fisco. São condicionantes para que a autoridade fiscal use do poder estabelecido no art. 6º,
no entendimento dos Ministros do STF:

z Necessidade de regulamentação do dispositivo por parte do ente interessado;


z Prévia existência de procedimento administrativo aberto;
z Ciência do contribuinte sobre o início desse procedimento e demais atos correlatos;
z Autorização do superior hierárquico;
z Necessidade de pertinência temática entre a obtenção das informações financeiras e o
tributo objeto da cobrança.

Para estados, DF e municípios existe a necessidade de criação de sistemas eletrônicos de


segurança que sejam certificados e com registro de acesso, bem como do estabelecimento de
instrumentos efetivos de apuração e correção de desvios.

154
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Ainda segundo o STF, no âmbito do julgamento do RE 1055941, é legítimo o compartilha-
mento, sem autorização judicial, de dados bancários entre os órgãos de controle, notadamen-
te Receita Federal e COAF (hoje UIF), e o Ministério Público.
A quebra do sigilo, fora das hipóteses previstas na lei, constituirá CRIME, atribuindo ain-
da a pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Incorrerá nas mesmas penas quem omitir, retardar injustificadamente ou prestar falsamen-
te as informações requeridas nos termos da LC.
O servidor público que utilizar ou viabilizar a utilização de qualquer informação obtida em
decorrência da quebra de sigilo de que trata a LC. A ele será atribuída responsabilidade pessoal
e direta pelos danos decorrentes da ação, sem prejuízo da responsabilidade objetiva da entida-
de pública, quando comprovado que o servidor agiu de acordo com orientação oficial.

LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE


AGOSTO DE 2018, E SUAS ALTERAÇÕES

CAPÍTULO II — DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS

Com a modernização e o fácil acesso às informações que a constante evolução do mun-


do vem trazendo, as principais empresas do mundo têm nos dados pessoais o seu principal
negócio. Por isso, os dados pessoais são conhecidos como o “novo petróleo” diante de sua
importância. Dessa forma, é necessário que o tratamento de dados seja feito com as devidas
regulamentações e proteção à privacidade.

Seção I — Dos Requisitos para o Tratamento de Dados Pessoais

Os requisitos apresentados no art. 7º, da LGPD, são indispensáveis para a compreensão a


respeito do tratamento de dados pessoais.
Podemos observar as dez hipóteses, também conhecidas como bases legais, que legitimam
o tratamento dos dados pessoais. É importante ressaltar que se trata de um rol taxativo, não
existindo nenhuma outra hipótese possível além das descritas no art. 7º.

Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A primeira e mais conhecida das hipóteses é o consentimento, que consiste na manifes-


tação livre, informada e inequívoca do titular para que seja realizado o tratamento dos seus
dados pessoais.
A hipótese de consentimento não é aplicável a todos os casos; as demais bases legais per-
mitem o tratamento de dados pessoais independentemente do consentimento do titular.
O consentimento não é obrigatório em todos os casos: a LGPD busca um equilíbrio entre
os interesses do titular e as necessidades dos controladores ao exercerem suas atividades7. É
importante ressaltar, ainda, que não há hierarquia entre tais bases legais.

7 GONZÁLEZ, Mariana. LGPD Comentada. Guia LGPD. Disponível em: <https://guialgpd.com.br/lgpd-


comentada/>. Acesso em: 3 jan. 2021. 155
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

A segunda base legal da LGPD encontra-se no cumprimento de obrigação legal ou regulatória


pelo controlador, que ocorre quando há determinação legal, disposta em lei federal, estadual
ou municipal ou em demais normas, decretos, resoluções, regulamentando que o controlador
poderá realizar o tratamento de dados pessoais com fundamento nessa base legal.

III - pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados


necessários à execução de políticas públicas previstas em leis e regulamentos ou respal-
dadas em contratos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do
Capítulo IV desta Lei;

Na terceira base legal da LGPD, a administração pública poderá fazer o uso compartilhado
de dados, desde que isso ocorra com o objetivo de executar políticas públicas, como exemplo,
podemos citar os programas Bolsa Família e Auxílio Emergencial, que fizeram uso da presen-
te base legal.

IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível,
a anonimização dos dados pessoais;

Essa hipótese dispõe sobre o tratamento de dados para estudos feitos por órgãos de pes-
quisa. Esses órgãos, sejam entidades públicas ou privadas, poderão realizar, com o uso de
dados pessoais, pesquisas de caráter histórico, tecnológico ou estatístico.
É importante ressaltar que, sempre que possível, tais órgãos deverão priorizar a anonimi-
zação dos dados pessoais.

V - quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos preliminares


relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados;

A quinta base legal ocorrerá em casos nos quais os dados pessoais precisem ser tratados
para a execução de obrigações contratualmente pactuadas, havendo pedido do titular para
que isso ocorra.

VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou arbi-


tral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem);

Na sexta base legal da LGPD, é apresentada a possibilidade para o tratamento de dados


pessoais em razão dos direitos exercidos em contratos ou processos, sejam eles judiciais,
administrativos ou arbitrais. Deste modo, os dados pessoais poderão ser armazenados, desde
que para essa única e exclusiva finalidade, enquanto persistir a necessidade de discussão da
demanda.

VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;

156
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Essa base legal visa à proteção da vida e da integridade do titular de dados que possa estar
exposto a questões graves que coloquem em risco a sua vida. Por isso, trata-se de um critério
restritivo utilizado quando constatada a situação de fato, como, por exemplo, no caso de usar
os dados do celular de alguém que tenha sido sequestrado a fim de localizar o titular e salvar
sua vida.

VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissio-


nais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária;

Nessa base legal, fica determinado que profissionais da saúde, além de outras entidades
e estabelecimentos, inclusive estaduais e municipais, poderão fazer uso da base legal para o
tratamento de dados, desde que com o objetivo específico de tutela da saúde, sendo vedado
o desvio dessa finalidade.

IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de ter-


ceiro, exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular
que exijam a proteção dos dados pessoais; ou

O inciso IX dispõe que o tratamento de dados poderá ser realizado quando for preciso para
atender a interesses legítimos do controlador ou de terceiros. O inciso ainda traz a exceção de
que isso não poderá ser feito quando prevalecerem direitos e liberdades fundamentais dos
titulares que exijam a proteção dos dados pessoais.

X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação pertinente.

Nesta hipótese, será possível verificar os dados acerca da adimplência e inadimplência do


titular para analisar uma possível concessão ou não de crédito.
Para uma melhor fixação do conteúdo, veja a seguir o fluxograma com as Bases Legais da
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD):

Consentimento Cumprimento da obrigação legal

Estudo por órgãos de pesquisa Execução de políticas públicas

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Execução de Contrato/
Proteção da vida BASES LEGAIS DA LGPD
Diligências Pré-contratuais

Exercício regular de Direitos Proteção ao crédito

Interesses legítimos do
Tutela da saúde
controlador/terceiros

§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve considerar a finalida-


de, a boa-fé e o interesse público que justificaram sua disponibilização

Mesmo que os dados se encontrem disponíveis de forma pública, eles somente poderão
ser tratados se seguirem os princípios da finalidade, da boa-fé e do interesse público.
157
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O princípio da finalidade afirma que deverá ser respeitada a finalidade pela qual os dados
foram tornados públicos, em eventual uso consecutivo por terceiros.
Já princípio da boa-fé afirma que não deverá haver utilização desvirtuando as legítimas
expectativas dos seus titulares dos dados.
O princípio do interesse público legitima que deverá ser identificado o interesse público
que baseou disponibilização dos dados. É evidente que o amplo acesso aos dados não retira a
proteção que a eles deve ser concedida.

§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no caput deste artigo para os dados


tornados manifestamente públicos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princí-
pios previstos nesta Lei.

Quando o titular dos dados pessoais tornar públicos seus próprios dados, não será neces-
sário obter o seu consentimento para o tratamento de dados; porém, mesmo diante dessa
situação, não será totalmente livre a sua utilização, a qual somente poderá ocorrer desde que
sejam resguardados os direitos do titular.

§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no inciso I do caput deste artigo


que necessitar comunicar ou compartilhar dados pessoais com outros controladores
deverá obter consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses
de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.

Quando a base legal para tratamento dos dados pessoais for o consentimento e o controla-
dor desejar comunicar ou compartilhar os dados com outro controlador, ele deverá ter o con-
sentimento específico para isso. Deste modo, caso o controlador queira utilizar os dados que
já possui para tipo diverso de tratamento, é necessário pedir o consentimento novamente.8

§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não desobriga os agentes de trata-


mento das demais obrigações previstas nesta Lei, especialmente da observância dos princí-
pios gerais e da garantia dos direitos do titular.

Quando for realizado o tratamento dos dados pessoais, deverão ser respeitados os princí-
pios e direitos dos titulares dos dados, previstos na LGPD, independentemente da base legal
que venha a ser escolhida para o tratamento dos dados.

§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se referem os §§ 3º e 4º deste artigo


poderá ser realizado para novas finalidades, desde que observados os propósitos legítimos
e específicos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular, assim como os
fundamentos e os princípios previstos nesta Lei.

Para flexibilizar o uso de dados pessoais cujo acessos são públicos ou que foram torna-
dos públicos pelo titular, inclusive para novas finalidades, devem ser respeitadas os demais
pontos relevantes da LGPD, incluindo os fundamentos e os princípios.

8 GONZÁLEZ, Mariana. LGPD Comentada. Guia LGPD. Disponível em: <https://guialgpd.com.br/lgpd-


158 comentada/>. Acesso em: 3 jan. 2021.
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei deverá ser fornecido por
escrito ou por outro meio que demonstre a manifestação de vontade do titular.

Esse artigo trata da forma com que o controlador deve solicitar o consentimento do titular.
Esse consentimento deve ser realizado por escrito ou por outro meio que demonstre a mani-
festação de vontade do titular.
O fato consolidado que temos diante do consentimento é que ele jamais será considerado
válido se for feito de forma genérica, não atendendo à boa-fé e à transparência, podendo ser
obtido por qualquer meio que evidencie a manifestação do titular.

§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse deverá constar de cláusula desta-
cada das demais cláusulas contratuais.

Quando o consentimento for obtido por escrito, a lei determina que a cláusula seja inse-
rida de forma destacada, para que seja facilmente identificada pelo titular. Isso se dá pois
usualmente o usuário não lê as cláusulas dos termos de uso; deste modo, é necessário que o
titular tenha total clareza sobre o que está consentindo, devendo a cláusula de consentimen-
to ficar separada das demais.

§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consentimento foi obtido em con-


formidade com o disposto nesta Lei.

Cabe ao controlador, utilizar os mecanismos devidos para a coleta de consentimento que


permitam a geração de evidências acerca da sua obtenção, vez que tais evidências devem
ficar armazenadas durante todo o período em que os dados estiverem armazenados, inde-
pendentemente da finalidade.

§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício de consentimento.

Caso não houver nenhuma outra base legal que legitime o tratamento dos dados pessoais
e o consentimento tiver algum vício o tratamento dos dados não poderá prosseguir.

§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determinadas, e as autorizações


genéricas para o tratamento de dados pessoais serão nulas. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O consentimento somente será permitido conforme os propósitos legítimos, específicos,


explícitos e informados ao titular, sendo vedadas autorizações universais para o tratamento
dos dados, bem como tratamento posterior que seja incompatível com essas finalidades.

§ 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento mediante manifesta-


ção expressa do titular, por procedimento gratuito e facilitado, ratificados os tratamentos
realizados sob amparo do consentimento anteriormente manifestado enquanto não houver
requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei.

159
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O consentimento poderá ser revogado a qualquer momento e com muita facilidade, deven-
do ser gratuito e ser exercido a qualquer momento. Porém, a revogação do consentimento
não significará a automática eliminação dos dados pessoais, pois a mesma somente será feita,
quando também for realizado pedido expresso do titular.

§ 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos I, II, III ou V do art. 9º desta
Lei, o controlador deverá informar ao titular, com destaque de forma específica do teor das
alterações, podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, revogá-lo caso
discorde da alteração.

Não será necessário obter novo consentimento do titular de dados, basta informá-lo das
alterações realizadas, nas situações em que houver alguma modificação no que se trata da
finalidade do tratamento dos dados, da forma e duração do tratamento e da identificação
do controlador ou, ainda, sobre informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
controlador.

Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações sobre o tratamento


de seus dados, que deverão ser disponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva
acerca de, entre outras características previstas em regulamentação para o atendimento do
princípio do livre acesso:
I - finalidade específica do tratamento;
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos comercial e industrial;
III - identificação do controlador;
IV - informações de contato do controlador;
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo controlador e a finalidade;
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamento; e
VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos contidos no art. 18 desta Lei.
§ 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse será considerado nulo caso as
informações fornecidas ao titular tenham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido
apresentadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
§ 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se houver mudanças da finalidade para
o tratamento de dados pessoais não compatíveis com o consentimento original, o controlador
deverá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalidade, podendo o titular
revogar o consentimento, caso discorde das alterações.
§ 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para o fornecimento de produto ou
de serviço ou para o exercício de direito, o titular será informado com destaque sobre esse fato
e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados no art. 18 desta
Lei.

O titular dos dados deve ter acesso às informações atualizadas, claras e adequadas sobre o
tratamento dos seus dados pessoais, de modo a atender o princípio do livre acesso.
A LGPD apresenta um rol exemplificativo das informações que devem ser prestadas pelos
agentes de tratamentos de dados aos titulares. Acompanhe o fluxograma a seguir:

160
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Finalidade específica do tratamento

Forma e duração do tratamento

Identificação do controlador

INFORMAÇÕES QUE
DEVEM SER PRESTADAS Informações acerca do
PELOS AGENTES DE compartilhamento de dados pelo
TRATAMENTO DE controlador e a finalidade
DADOS AOS TITULARES
Informações de contato do
controlador

Responsabilidade dos agentes de


tratamento

Direitos do titular com menção


expressa aos dispostos no art. 18,
da LGPD

Caso o consentimento tenha algum vício ou tenha sido obtido sem que tenha havido pré-
via e extensa informação ao titular acerca dos propósitos da LGPD, será considerado nulo.
Ademais, quando houver modificação da finalidade pela qual os dados foram obtidos que
não seja compatível com o consentimento já manifestado, o titular deve ser informado acerca
disso, não sendo necessário renovar o seu consentimento. É importante lembrar que o titular
poderá revogar o consentimento nas situações em que não concordar com a nova situação.
Quando o tratamento de dados pessoais for condição para o fornecimento de produto ou
de serviço ou para o exercício de direito, o titular deve receber de forma clara e destacada
todas as informações para tal.

Art. 10 O legítimo interesse do controlador somente poderá fundamentar tratamento de


dados pessoais para finalidades legítimas, consideradas a partir de situações concretas, que
incluem, mas não se limitam a:
I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus direitos ou prestação de ser-
viços que o beneficiem, respeitadas as legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades
fundamentais, nos termos desta Lei.

O legítimo interesse encontra limites que estão previstos na própria LGPD, que determina
que ela somente poderá servir de fundamento para o tratamento de dados pessoais quando CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
baseado em finalidades legítimas.
As finalidades legítimas refletem que somente os propósitos legítimos e também específi-
cos, explícitos e informados ao titular justificarão o fundamento do interesse legítimo.
Já na existência de situação concreta, o titular de dados deverá ter a efetiva expectativa
de que seus dados serão tratados, em razão da existência de relação prévia entre ele e o
controlador.
A LGPD apresenta um rol exemplificativo de situações que podem configurar o legítimo
interesse do controlador no tratamento de dados:

161
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


SITUAÇÕES QUE PODEM
CONFIGURAR O LEGÍTIMO
INTERESSE DO CONTROLADOR DE
DADOS

Apoio e promoção de Proteção em relação


atividades do controlador ao titular do exercício
regular de seus direitos ou
prestação de serviços que o
beneficiem, respeitadas as
legítimas expectativas deles
e os direitos e liberdades
fundamentais

§ 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do controlador, somente os dados


pessoais estritamente necessários para a finalidade pretendida poderão ser tratados.

Conforme o legítimo interesse do controlador, somente os dados que forem compatí-


veis e estritamente necessários para o cumprimento das finalidades poderão ser objeto de
tratamento.

§ 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a transparência do tratamento


de dados baseado em seu legítimo interesse.

O tratamento de dados com base no legítimo interesse deverá ser executado com transpa-
rência ante o titular, diante da confiança do titular de que seus dados sejam tratados para a
finalidade específica.

§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador relatório de impacto à proteção de


dados pessoais, quando o tratamento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observa-
dos os segredos comercial e industrial.

O referido documento trata-se dos processos de tratamento de dados que podem gerar
riscos aos titulares, identificando o que pode ser feito para mitigação desses riscos, vez que
a autoridade poderá solicitar ao contador. A doutrina e a boa governança em proteção de
dados indicam que esse documento deve sempre estar pronto, o que tornará o tratamento de
dados mais seguro.

Seção II — Do Tratamento de Dados Pessoais Sensíveis

Dados pessoais sensíveis são aqueles que têm relação com origem racial ou étnica, con-
vicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organizações religiosas, filosóficas
ou políticas, relação com fatores referentes à saúde e vida sexual, dados genéticos ou, ain-
da, dados biométricos. Essas características justificam a proteção extra que foi inserida pelo
legislador, uma vez que o seu vazamento ou mau uso pode causar prejuízos irreparáveis ao
titular dos dados.
O tratamento de dados pessoais sensíveis é mais restritivo, possuindo menos bases legais.

162
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Art. 11 O tratamento de dados pessoais sensíveis somente poderá ocorrer nas seguintes
hipóteses:
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma específica e destacada, para
finalidades específicas;
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóteses em que for indispensável
para:
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, pela administração pública, de
políticas públicas previstas em leis ou regulamentos;
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimiza-
ção dos dados pessoais sensíveis;
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em processo judicial, administrativo e
arbitral, este último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem);
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde,
serviços de saúde ou autoridade sanitária; ou
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos processos de identificação e
autenticação de cadastro em sistemas eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no
art. 9º desta Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular
que exijam a proteção dos dados pessoais.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento de dados pessoais que revele
dados pessoais sensíveis e que possa causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legisla-
ção específica.

As disposições desse artigo se aplicam amplamente, inclusive nas situações em que o tra-
tamento de dados pessoais puder revelar dados sensíveis, salvo se houver disposição em
contrário em lei específica.

§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” do inciso II do caput deste artigo
pelos órgãos e pelas entidades públicas, será dada publicidade à referida dispensa de consen-
timento, nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei.

As entidades públicas que realizarem o tratamento de dados sensíveis para cumprimento


de obrigação legal ou regulatória, bem como para a execução de política pública, deverão dar
ampla publicidade à dispensa de consentimento. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais sensíveis entre contro-


ladores com objetivo de obter vantagem econômica poderá ser objeto de vedação ou
de regulamentação por parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder
Público, no âmbito de suas competências.

A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais sensíveis entre controladores


com o objetivo de obter vantagem econômica poderá sofrer vedações.

163
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre controladores de dados
pessoais sensíveis referentes à saúde com objetivo de obter vantagem econômica,
exceto nas hipóteses relativas a prestação de serviços de saúde, de assistência far-
macêutica e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo, incluídos os
serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefício dos interesses dos titulares de dados, e
para permitir:
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do uso e da prestação dos
serviços de que trata este parágrafo.

Via de regra, os dados de saúde não poderão ser compartilhados entre controladores em
casos nos quais o objetivo seja de vantagem econômica. Entretanto, há algumas exceções que
permitem o uso desses dados para fins econômicos, desde que isso ocorra com o objetivo de
prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica e de saúde e que isso se dê em
benefício dos titulares.
Também são trazidas outras duas situações em que os dados de saúde poderão ser comu-
nicados ou compartilhados: casos de portabilidade de dados e em transações financeiras e
administrativas resultantes do uso e da prestação dos serviços.

§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência à saúde o tratamento de dados


de saúde para a prática de seleção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim
como na contratação e exclusão de beneficiários.

As operadoras de planos de saúde não poderão tratar dados para a prática de seleção de
riscos na contratação, assim como na contratação e exclusão de beneficiários. Isso foi feito
para evitar o cruzamento de informações para práticas que possam ser entendidas como
injustas, algo que já é consolidado nesse tipo de mercado.

Art. 12 Os dados anonimizados não serão considerados dados pessoais para os fins
desta Lei, salvo quando o processo de anonimização ao qual foram submetidos for reverti-
do, utilizando exclusivamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder ser
revertido.

A anonimização dos dados pessoais é o processo pelo qual se retira dos dados pessoais
qualquer elemento que possa conectá-lo ao seu titular. Assim sendo, o dado anonimizado é
aquele que não pode ser identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis
e disponíveis em seu tratamento. Portanto, quando estivermos diante de dados não identifi-
cáveis de uma pessoa natural, eles não serão tidos como dados pessoais.

§ 1º A determinação do que seja razoável deve levar em consideração fatores objetivos, tais
como custo e tempo necessários para reverter o processo de anonimização, de acordo com as
tecnologias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.

Para a determinação do esforço razoável, serão levados em consideração o custo e o tempo


necessários para reversão do processo, considerando a tecnologia e o uso exclusivo de meios
próprios para reverter o processo de anonimização.
164
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


§ 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pessoais, para os fins desta Lei, aque-
les utilizados para formação do perfil comportamental de determinada pessoa natural, se
identificada.

Existe também a hipótese em que os dados colhidos foram utilizados para a formação de
um perfil comportamental de determinada pessoa; assim, caso essa pessoa seja identificada,
os dados poderão ser considerados como dados pessoais.

§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e técnicas utilizados em processos de


anonimização e realizar verificações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de
Proteção de Dados Pessoais.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados também terá a função de dispor sobre padrões
e técnicas acerca da anonimização, determinando o que deverá ser entendido como esforço
razoável.

Art. 13 Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos de pesquisa poderão ter


acesso a bases de dados pessoais, que serão tratados exclusivamente dentro do órgão
e estritamente para a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança previstas em regulamen-
to específico e que incluam, sempre que possível, a anonimização ou pseudonimização dos
dados, bem como considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e pesquisas.
§ 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do estudo ou da pesquisa de que trata
o caput deste artigo em nenhuma hipótese poderá revelar dados pessoais.
§ 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança da informação prevista no caput
deste artigo, não permitida, em circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
§ 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de regulamentação por parte
da autoridade nacional e das autoridades da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas
competências.
§ 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tratamento por meio do qual um
dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão
pelo uso de informação adicional mantida separadamente pelo controlador em ambiente con-
trolado e seguro.

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O art. 13 dispõe sobre o tratamento de dados pessoais por órgãos de pesquisa no que tange
a questões de saúde pública. Nesses casos, os órgãos de pesquisa poderão ter acesso ao banco
de dados pessoais, desde que a sua finalidade seja estudo e pesquisa. Os dados serão tratados
exclusivamente dentro do órgão e mantidos em ambiente controlado e seguro.
O artigo trata ainda da pseudominação de forma expressa, recomendando o seu uso nos
estudos em saúde pública que tratam de dados sensíveis. Nesse mesmo artigo, a lei conceitua
que a pseudominação é o meio pelo qual um dado perde a possibilidade de associação, direta
ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de informação adicional mantida separadamente
pelo controlador em ambiente controlado e seguro, sendo relevante a leitura dos parágrafos
do referido artigo para melhor fixação dos seus estudos.

165
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Seção III — Do Tratamento de Dados Pessoais de Crianças e de Adolescentes

Art. 14 O tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes deverá ser rea-


lizado em seu melhor interesse, nos termos deste artigo e da legislação pertinente.
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser realizado com o consentimento
específico e em destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, os controladores deverão manter
pública a informação sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os proce-
dimentos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento a que se refere
o § 1º deste artigo quando a coleta for necessária para contatar os pais ou o respon-
sável legal, utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e
em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consentimento de que trata o
§ 1º deste artigo.
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação dos titulares de que trata o § 1º
deste artigo em jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de informa-
ções pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis para verificar que o consentimen-
to a que se refere o § 1º deste artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as
tecnologias disponíveis.
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas neste artigo deverão ser fornecidas
de maneira simples, clara e acessível, consideradas as características físico-motoras, percep-
tivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais quando
adequado, de forma a proporcionar a informação necessária aos pais ou ao responsável legal
e adequada ao entendimento da criança.

A LGPD autoriza o tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes desde que isso
seja realizado em seu melhor interesse, sendo necessário o consentimento inequívoco de um
dos pais ou responsáveis, vez que a proteção integral é um dos fundamentos do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Embora o consentimento seja regra, há duas exceções, previstas no § 2º, do art. 14, em que
o consentimento não é exigido:

z Quando houver a necessidade de entrar em contato com os pais ou com o responsável pela
criança ou adolescente;
z Quando os dados forem necessários para proteger o titular menor de idade.

Ademais, há um grande cuidado em garantir que os dados pessoais de crianças e adoles-


centes não sejam coletados além do estritamente necessário. Nos dias atuais, é comum que
aplicativos e jogos possuam “termos de uso” para que sejam utilizados. Nesse caso, o compar-
tilhamento de dados não essenciais não pode ser requisito para que o titular possa utilizá-los.

Seção IV — Do Término do Tratamento de Dados

Art. 15 O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá nas seguintes hipóteses:

166
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os dados deixaram de ser necessá-
rios ou pertinentes ao alcance da finalidade específica almejada;
II - fim do período de tratamento;
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito de revogação do consentimen-
to conforme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver violação ao disposto nesta Lei.

A LGPD elenca as hipóteses de término do tratamento de dados pessoais. Para melhor fixa-
ção deste conteúdo, observe o fluxograma a seguir:

A finalidade foi alcançada ou de


que os dados deixaram de ser
necessários ou pertinentes ao
alcance da finalidade específica
almejada

Com o fim do tratamento de dados


HIPÓTESES DO TÉRMINO
DO TRATAMENTO DE O titular comunicou, exercendo
DADOS o seu direito de revogação do
consentimento conforme disposto
no § 5º do art. 8º desta Lei,
resguardado o interesse público

Por determinação da autoridade


nacional, quando houver violação
ao disposto na LGPD

Art. 16 Os dados pessoais serão eliminados após o término de seu tratamento, no âmbito e
nos limites técnicos das atividades, autorizada a conservação para as seguintes finalidades:
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados
pessoais;
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisitos de tratamento de dados dis-
postos nesta Lei; ou
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por terceiro, e desde que anonimizados
os dados.

O cuidado com a proteção dos dados pessoais deve seguir desde a coleta até o seu
encerramento, por isso, a eliminação dos dados deve ser realizada com muita cautela, tanto
com dados físicos quanto com os digitais, sendo permitida a conservação nas hipóteses elen- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cadas no fluxograma a seguir, trazido para auxiliar nos seus estudos:

167
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Cumprimento de obrigação legal
ou regulatória pelo controlador

Estudo por órgão de pesquisa,


garantida, sempre que possível, a
anonimização dos dados pessoais
HIPÓTESES QUE SÃO
AUTORIZADAS A
CONSERVAÇÃO DOS Transferência a terceiro, desde
DADOS APÓS O TÉRMINO que respeitados os requisitos de
DO TRATAMENTO tratamento de dados dispostos na
LGPD

O uso exclusivo do controlador,


vedado seu acesso por terceiro, e
desde que anonimizados os dados

CAPÍTULO IV — DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO

A atividade administrativa realizada pelo Estado está atrelada à gestão de uma série de
dados sensíveis. Desta forma, tanto a coleta e o tratamento de dados pessoais quanto a exe-
cução de políticas públicas decorrentes das relações entre Estado e cidadãos foram temas
abordados pela LGPD. Neste sentido, o Capítulo IV regulamenta o tratamento de dados pes-
soais pelo Poder Público, determinando as hipóteses legais em que o Estado pode tratar dos
dados pessoais.

Seção I — Das Regras

Art. 23 O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas de direito público referidas no
parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
mação), deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, na persecução do
interesse público, com o objetivo de executar as competências legais ou cumprir as atribuições
legais do serviço público, desde que:
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas competências, realizam o trata-
mento de dados pessoais, fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão legal,
a finalidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dessas atividades, em
veículos de fácil acesso, preferencialmente em seus sítios eletrônicos;
III - seja indicado um encarregado quando realizarem operações de tratamento de dados pes-
soais, nos termos do art. 39 desta Lei;

O referido dispositivo de lei não faz menção ao compartilhamento de dados, tampouco alu-
de a dados sensíveis (dados que informem raça, etnia, dados genéticos ou biométricos etc.).
O art. 23, da LGPD, aborda o tratamento dos dados pessoais dos cidadãos pelo Poder Público,
considerando que isso pode ser realizado quando existir finalidade de interesse público.
Para a maior compreensão do artigo acima, acompanhe a seguir o mencionado parágrafo
único, do art. 1º, da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011:

Art. 1º (Lei nº 12.527, de 2011) [...]


Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo,
incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;
168
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.

Voltando ao estudo da LGPD:

§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de publicidade das operações de


tratamento.
§ 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas mencionadas no caput deste arti-
go de instituir as autoridades de que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de
Acesso à Informação).
§ 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do titular perante o Poder Público
observarão o disposto em legislação específica, em especial as disposições constantes da Lei
nº 9.507, de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data), da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de
1999 (Lei Geral do Processo Administrativo), e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
(Lei de Acesso à Informação).
§ 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter privado, por delegação do Poder
Público, terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste
artigo, nos termos desta Lei.
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso aos dados por meio eletrônico
para a administração pública, tendo em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo.

Para proceder ao tratamento de dados, as pessoas jurídicas de direito público devem, no


exercício de suas competências, informar de modo claro e atualizado qual a base de dados
que autoriza o tratamento, bem como os procedimentos e as práticas utilizadas para isso, vez
que também a autoridade nacional (ANPD) poderá dispor sobre as formas de publicidade das
operações de tratamento de dados.
É importante ressaltar que as pessoas jurídicas de direito público deverão indicar um
encarregado quando realizarem o tratamento de dados, um DPO, que fará a ponte com o
controlador, os titulares de dados e a ANPD, sendo fundamental a leitura do art. 23 para com-
preensão desse conteúdo.

Art. 24 As empresas públicas e as sociedades de economia mista que atuam em regime de con-
corrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição Federal, terão o mesmo tratamento
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos termos desta Lei.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de economia mista, quando estiverem
operacionalizando políticas públicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamen-
to dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos deste Capítulo.

Acompanhe a seguir o art. 173, da CF, de 1988, mencionado no art. 24, da LGPD:

Art. 173 (CF, de 1988) Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

169
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos
e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios
da administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a partici-
pação de acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
9§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilé-
gios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à elimi-
nação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, esta-
belecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza,
nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

Retomando o estudo dos artigos da LGPD, acompanhe o art. 25:

Art. 25 Os dados deverão ser mantidos em formato interoperável e estruturado para o uso
compartilhado, com vistas à execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos,
à descentralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das informações pelo
público em geral.

Conforme a LGPD determina, os dados devem ser armazenados de forma interoperável,


ou seja, em formato aberto, que permita o seu consumo por outros órgãos ou entes públicos,
inclusive mediante a integração de sistemas, devendo ser observadas as premissas técni-
cas viabilizando as finalidades específicas, previstas no rol taxativo: a execução de políticas
públicas, a prestação de serviços públicos, a descentralização da atividade pública, a dissemi-
nação e o acesso das informações pelo público em geral.

Art. 26 O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Público deve atender a finalidades
específicas de execução de políticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades
públicas, respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados no art. 6º desta
Lei.
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas dados pessoais constantes de
bases de dados a que tenha acesso, exceto:
I - em casos de execução descentralizada de atividade pública que exija a transferência, exclu-
sivamente para esse fim específico e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18
de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação);
III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente, observadas as disposições
desta Lei.

170
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


IV - quando houver previsão legal ou a transferência for respaldada em contratos, convênios
ou instrumentos congêneres; ou
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusivamente a prevenção de fraudes
e irregularidades, ou proteger e resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados,
desde que vedado o tratamento para outras finalidades.
§ 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo deverão ser comunicados à auto-
ridade nacional.

Diante da possibilidade de compartilhamento de dados pessoais entre as bases de dados


sob controle do Poder Público entre entes públicos, a LGPD afirma que todas as operações
devem seguir os principais requisitos já estudados anteriormente, sendo eles: a existência
de finalidade, a existência de base legal para os entes envolvidos e a validação do compar-
tilhamento. Isso posto, é fundamental a leitura do art. 26 para a complementação dos seus
estudos.

Art. 27 A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais de pessoa jurídica de direi-


to público a pessoa de direito privado será informado à autoridade nacional e dependerá de
consentimento do titular, exceto:
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta Lei;
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada publicidade nos termos do
inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei.
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que trata o caput deste artigo será
objeto de regulamentação.
Art. 28 (Revogado)
Art. 29 A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer momento, aos órgãos e às entida-
des do poder público a realização de operações de tratamento de dados pessoais, informações
específicas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tratamento realizado e
poderá emitir parecer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei.
Art. 30 A autoridade nacional poderá estabelecer normas complementares para as atividades
de comunicação e de uso compartilhado de dados pessoais.

Para ocorrer a transferência de dados de um ente público para um particular, basta esta-
belecer que nas hipóteses de uso compartilhado de dados entre o ente público e o privado na
transferência, a LGPD exige, como regra, a obtenção do consentimento do titular dos dados CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
pessoais.
O consentimento para compartilhamento de dados pessoais deve ser específico para essa
finalidade, não bastando ao controlador tê-lo colhido para outras modalidades de tratamento.
A comunicação, ou o uso compartilhado de dados pessoais de pessoa jurídica de direito
público a pessoa de direito privado, será informada à autoridade nacional e dependerá de
consentimento do titular. As exceções estão previstas no art. 27, sendo também os arts. 29 e
30 autoexplicativos acerca das atuações da ANPD nesses aspectos.

171
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Seção II — Da Responsabilidade

Art. 31 Quando houver infração a esta Lei em decorrência do tratamento de dados pessoais
por órgãos públicos, a autoridade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para
fazer cessar a violação.

Destaca-se que a ANPD possui poder normativo, o que implica que o órgão pode emitir
regulamentos complementares — informes, contendo as medidas cabíveis, para fazer cessar
a violação.

Art. 32 A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Poder Público a publicação de


relatórios de impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas
práticas para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.

Diante da constatação da ocorrência de infração por órgão ou ente do Poder Público, a


ANPD pode enviar um documento chamado relatório de impacto, com medidas cabíveis para
fazer cessar a violação. Porém, é importante destacar que não há previsão em qualquer dis-
positivo da LGPD sobre possibilidade de a ANPD enviar semelhante relatório para as pessoas
jurídicas de direito privado.

LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846, DE 2013 E DECRETO


Nº 11.129, DE 11 JULHO, DE 2022

LEI Nº 12.846, DE 2013 — A LEI ANTICORRUPÇÃO

A Lei nº 12.846, de 2013, conhecida como Lei Anticorrupção, dispõe sobre a responsabi-
lização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a adminis-
tração pública, seja ela nacional ou estrangeira. Nos termos:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades
simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo
societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas,
ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro,
constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.

De acordo com a lei, constituem atos lesivos à administração pública todos aqueles pra-
ticados por pessoas jurídicas que atentem contra o patrimônio público nacional ou estran-
geiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais
assumidos pelo Brasil. Esses atos lesivos são definidos no art. 5º:

172
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins
desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único
do art. 1º, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios
da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil,
assim definidos:
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou
a terceira pessoa a ele relacionada;
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a
prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dis-
simular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV - no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter
competitivo de procedimento licitatório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório
público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de
qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública
ou celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorroga-
ções de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato
convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a
administração pública;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públi-
cos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de
fiscalização do sistema financeiro nacional.

Na esfera administrativa, a instauração e o julgamento de processo administrativo, para


apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, se dão através de um procedimento denomi-
nado Processo Administrativo de Responsabilização (PAR), cuja ação de ofício ou mediante
provocação, observados o contraditório e a ampla defesa, cabe à autoridade máxima de cada
órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Veja os dispositivos:
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração da res-


ponsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada órgão ou enti-
dade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante
provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apura-
ção de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação. […]

No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) tem com-


petência concorrente para instaurar Processos Administrativos de Responsabilização de
pessoas jurídicas ou para avocar os processos já instaurados, para exame de sua regularida-
de ou para corrigir o seu andamento. Nos termos:
173
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Art. 8º […]
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá compe-
tência concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização de pessoas
jurídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento nesta Lei, para exame de
sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.

Serão aplicadas às pessoas jurídicas, consideradas responsáveis pelos atos lesivos previs-
tos na lei, as sanções de multa e de publicação extraordinária da decisão condenatória,
as custas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área da
prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de cir-
culação nacional, além da afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 dias, no próprio
estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público, e no
site da empresa na internet.
A multa, que irá variar de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício ante-
rior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, nunca será infe-
rior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação. Vejamos:

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsá-


veis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do fatura-
mento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo adminis-
trativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for
possível sua estimação; e
II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de acordo
com as peculiaridades do caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida da manifestação jurídica
elaborada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do
ente público.
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qualquer hipótese, a obriga-
ção da reparação integral do dano causado.
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível utilizar o critério do valor do fatura-
mento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00
(sessenta milhões de reais).
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na forma de extrato
de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na
área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de
circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trin-
ta) dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao
público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:
I - a gravidade da infração;
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III - a consumação ou não da infração;
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
V - o efeito negativo produzido pela infração;
174
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


VI - a situação econômica do infrator;
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incen-
tivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no
âmbito da pessoa jurídica;
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública
lesados; e
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos previstos no
inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.

Cabe ressaltar que a responsabilidade da pessoa jurídica na esfera administrativa, no


entanto, não afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial. Veja:

Art. 18 Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibi-


lidade de sua responsabilização na esfera judicial.

Em razão da prática de atos previstos na lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judi-
cial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação de
sanções às pessoas jurídicas infratoras. Veja:

Art. 19 Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distri-
to Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de repre-
sentação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à
aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos
ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público,
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado:
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a
prática de atos ilícitos; ou CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos bene-
ficiários dos atos praticados.

A lei ainda estabelece sobre o Acordo de Leniência, que é um acordo celebrado pela autori-
dade máxima de cada órgão ou entidade pública com as pessoas jurídicas responsáveis pela
prática de atos previstos nessa lei, de modo que o infrator colabore nas investigações e no
próprio processo administrativo. Veja:

Art. 16 A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de
leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que
colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa
colaboração resulte: 175
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos, cumulativa-
mente, os seguintes requisitos:
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir
da data de propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente
com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre
que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
§2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções previstas no
inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável.
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente
o dano causado.
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias para assegurar a efetividade da
colaboração e o resultado útil do processo.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respei-
tadas as condições nele estabelecidas.
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respec-
tivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de
acordo de leniência rejeitada.
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de
celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administra-
ção pública do referido descumprimento.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos
previstos nesta Lei.
§ 10 A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão competente para celebrar os acordos de
leniência no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados
contra a administração pública estrangeira.

DECRETO Nº 8.420, DE 2015

O Decreto nº 8.420, de 2015, regulamentou a responsabilização objetiva administrativa de


pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangei-
ra, de que trata a Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito da administração pública federal.
O decreto definiu que a autoridade competente para instauração do Processo Adminis-
trativo de Responsabilização. Veja:

Art. 3º A competência para a instauração e para o julgamento do PAR é da autoridade


máxima da entidade em face da qual foi praticado o ato lesivo, ou, em caso de órgão
da administração direta, do seu Ministro de Estado.

176
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exercida de ofício ou median-
te provocação e poderá ser delegada, sendo vedada a subdelegação.

Veja o que dispõe o art. 4º:

Art. 4º A autoridade competente para instauração do PAR, ao tomar ciência da possível


ocorrência de ato lesivo à administração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade
e mediante despacho fundamentado, decidirá:
I - pela abertura de investigação preliminar;
II - pela instauração de PAR; ou
III - pelo arquivamento da matéria.

No caso de abertura de investigação preliminar, essa terá caráter sigiloso e não punitivo
e será destinada à apuração de indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à admi-
nistração pública federal. Essa investigação preliminar deverá ser conduzida por comissão
composta por dois ou mais servidores efetivos. Nos termos:

§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá caráter sigiloso e não punitivo e
será destinada à apuração de indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administra-
ção pública federal.

Em entidades da administração pública federal, cujos quadros funcionais não sejam for-
mados por servidores estatutários, a comissão será composta por dois ou mais empregados
públicos. O prazo para conclusão da investigação preliminar não deverá ultrapassar sessen-
ta dias, mas poderá ser prorrogado por igual período, mediante solicitação justificada do
presidente da comissão à autoridade instauradora.

§ 2º A investigação preliminar será conduzida por comissão composta por dois ou mais ser-
vidores efetivos.
§ 3º Em entidades da administração pública federal cujos quadros funcionais não sejam for-
mados por servidores estatutários, a comissão a que se refere o § 2º será composta por dois
ou mais empregados públicos.
§ 4º O prazo para conclusão da investigação preliminar não excederá sessenta dias e poderá
ser prorrogado por igual período, mediante solicitação justificada do presidente da comissão
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
à autoridade instauradora.

O § 5º trata de uma importante disposição: ao final da investigação preliminar, deverão


ser enviados à autoridade competente as peças e relatórios conclusivos acerca da existência
de autoria e materialidade, para que ela decida sobre a instauração do PAR.

§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à autoridade competente as peças de


informação obtidas, acompanhadas de relatório conclusivo acerca da existência de indícios
de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública federal, para decisão sobre
a instauração do PAR.

177
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Caso a conclusão seja no sentido da instauração do PAR, a autoridade designará uma
comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis, que avaliará fatos e circunstân-
cias conhecidos e intimará a pessoa jurídica para, no prazo de trinta dias, apresentar
defesa escrita e especificar eventuais provas que pretende produzir.
Em entidades da administração pública federal, cujos quadros funcionais não sejam for-
mados por servidores estatutários, a comissão será composta por dois ou mais empregados
públicos, preferencialmente com, no mínimo, três anos de tempo de serviço na entidade.

Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará comissão, composta por dois ou
mais servidores estáveis, que avaliará fatos e circunstâncias conhecidos e intimará a pessoa
jurídica para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e especificar eventuais provas
que pretende produzir.
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos quadros funcionais não sejam for-
mados por servidores estatutários, a comissão a que se refere o caput será composta por dois
ou mais empregados públicos, preferencialmente com no mínimo três anos de tempo de servi-
ço na entidade.
§ 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de novas provas ou de juntada de
provas julgadas indispensáveis pela comissão, a pessoa jurídica poderá apresentar alegações
finais no prazo de dez dias, contado da data do deferimento ou da intimação de juntada das
provas pela comissão.
§ 3º Serão recusadas, mediante decisão fundamentada, provas propostas pela pessoa jurídica
que sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.
§ 4º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informações e documentos referentes à
existência e ao funcionamento de programa de integridade, a comissão processante deverá
examiná-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo IV, para a dosimetria das sanções a
serem aplicadas.

A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais ou
procuradores, sendo assegurado o amplo acesso aos autos.

Art. 8º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais ou
procuradores, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos.
Parágrafo único. É vedada a retirada dos autos da repartição pública, sendo autorizada a
obtenção de cópias mediante requerimento.

O prazo para a conclusão do PAR não excederá 180 dias, admitida a prorrogação, por
meio de solicitação do presidente da comissão à autoridade instauradora, que decidirá de
forma fundamentada.
Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a comissão elaborará relatório a respeito
dos fatos apurados e da eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual
sugerirá, de forma motivada, as sanções a serem aplicadas, a dosimetria da multa ou o arqui-
vamento do processo.

Art. 9º O prazo para a conclusão do PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida pror-
rogação por meio de solicitação do presidente da comissão à autoridade instauradora, que
decidirá de forma fundamentada.
178
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


§ 1º O prazo previsto no caput será contado da data de publicação do ato de instauração do
PAR.
§ 2º A comissão, para o devido e regular exercício de suas funções, poderá:
I - propor à autoridade instauradora a suspensão cautelar dos efeitos do ato ou do processo
objeto da investigação;
II - solicitar a atuação de especialistas com notório conhecimento, de órgãos e entidades públi-
cos ou de outras organizações, para auxiliar na análise da matéria sob exame; e
III - solicitar ao órgão de representação judicial ou equivalente dos órgãos ou entidades lesa-
dos que requeira as medidas necessárias para a investigação e o processamento das infrações,
inclusive de busca e apreensão, no País ou no exterior.
§ 3º Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a comissão elaborará relatório a respeito
dos fatos apurados e da eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual
sugerirá, de forma motivada, as sanções a serem aplicadas, a dosimetria da multa ou o arqui-
vamento do processo.
§ 4º O relatório final do PAR será encaminhado à autoridade competente para julgamento,
o qual será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência jurídica
competente.
§ 5º Caso seja verificada a ocorrência de eventuais ilícitos a serem apurados em outras instân-
cias, o relatório da comissão será encaminhado, pela autoridade julgadora:
I - ao Ministério Público;
II - à Advocacia-Geral da União e seus órgãos vinculados, no caso de órgãos da administração
pública direta, autarquias e fundações públicas federais; ou
III - ao órgão de representação judicial ou equivalente no caso de órgãos ou entidades da
administração pública não abrangidos pelo inciso II.

Estabelece o art. 11 que, da decisão administrativa sancionadora, cabe pedido de reconsi-


deração com efeito suspensivo. Veja:

Art. 11 Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido de reconsideração com efeito


suspensivo, no prazo de dez dias, contado da data de publicação da decisão.
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no PAR e que não apresentar
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo
para interposição do pedido de reconsideração.

Caso seja feito o pedido de reconsideração, a autoridade julgadora terá o prazo de trinta CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
dias para decidir sobre a matéria alegada no pedido e publicar nova decisão.

§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para decidir sobre a matéria
alegada no pedido de reconsideração e publicar nova decisão.
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será concedido à pessoa jurídica novo
prazo de trinta dias para cumprimento das sanções que lhe foram impostas, contado da data
de publicação da nova decisão.

179
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


DECRETO N° 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

O Decreto nº 11.129, de 11 de julho de 2022, dispõe sobre a regularização administrati-


va e civil de pessoa jurídica pela prática de atos contra a administração pública, nacional
ou estrangeira, de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, nos moldes do art. 1º.
Vejamos:

Art. 1° [...]
§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos praticados:
I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública estrangeira, ainda que cometi-
dos no exterior;
II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele produzam ou possam produzir
efeitos; ou
III - no exterior, quando praticados contra a administração pública nacional.
§ 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto na Lei nº 12.846, de 2013, as
pessoas jurídicas que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituí-
das de fato ou de direito.

A apuração da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica, decorrente do exer-


cício do poder sancionador da administração pública, será efetuada por meio de Processo
Administrativo de Responsabilização (PAR) ou de acordo de leniência, à luz do que dispõe o
art. 2º.

DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Da Investigação Preliminar

Ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à administração pública, o titular da


corregedoria da entidade decidirá:

Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da unidade competente, ao tomar ciência da


possível ocorrência de ato lesivo à administração pública federal, em sede de juízo de admis-
sibilidade e mediante despacho fundamentado, decidirá:
I - pela abertura de investigação preliminar;
II - pela recomendação de instauração de PAR; ou
III - pela recomendação de arquivamento da matéria.
§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá caráter sigiloso e não punitivo e será
destinada à apuração de indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração
pública federal.
§ 2º A investigação preliminar será conduzida diretamente pela corregedoria da entidade ou
unidade competente, na forma estabelecida em regulamento, ou por comissão composta por
dois ou mais membros, designados entre servidores efetivos ou empregados públicos.
§ 3º Na investigação preliminar, serão praticados os atos necessários à elucidação dos fatos
sob apuração, compreendidas todas as diligências admitidas em lei, notadamente:
180
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


I - proposição à autoridade instauradora da suspensão cautelar dos efeitos do ato ou do pro-
cesso objeto da investigação;
II - solicitação de atuação de especialistas com conhecimentos técnicos ou operacionais, de
órgãos e entidades públicos ou de outras organizações, para auxiliar na análise da matéria
sob exame;
III - solicitação de informações bancárias sobre movimentação de recursos públicos, ainda
que sigilosas, nesta hipótese, em sede de compartilhamento do sigilo com órgãos de controle;
IV - requisição, por meio da autoridade competente, do compartilhamento de informações tri-
butárias da pessoa jurídica investigada, conforme previsto no inciso II do § 1º do art. 198 da
Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional;
V - solicitação, ao órgão de representação judicial ou equivalente dos órgãos ou das entidades
lesadas, das medidas judiciais necessárias para a investigação e para o processamento dos
atos lesivos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no exterior; ou
VI - solicitação de documentos ou informações a pessoas físicas ou jurídicas, de direito público
ou privado, nacionais ou estrangeiras, ou a organizações públicas internacionais.
§ 4º O prazo para a conclusão da investigação preliminar não excederá cento e oitenta dias,
admitida a prorrogação, mediante ato da autoridade a que se refere o caput.
§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à autoridade competente as peças de
informação obtidas, acompanhadas de relatório conclusivo acerca da existência de indícios
de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública federal, para decisão sobre
a instauração do PAR.

Do Processo Administrativo de Responsabilização

Para que ocorra a devida instauração do Processo Administrativo de Responsabilização


(PAR), é necessário observar os critérios de competência dispostos nos arts. 4º a 18, do refe-
rido Decreto.

Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento do PAR é da autoridade máxi-


ma da entidade em face da qual foi praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administra-
ção pública federal direta, do respectivo Ministro de Estado.
Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exercida de ofício ou mediante pro-
vocação e poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará comissão, composta por dois
ou mais servidores estáveis. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos quadros funcionais não sejam for-
mados por servidores estatutários, a comissão a que se refere o caput será composta por dois
ou mais empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo, três anos de tempo de
serviço na entidade.
§ 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas atividades com imparcialidade e obser-
vará a legislação, os regulamentos e as orientações técnicas vigentes.
§ 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário à elucidação do fato ou quando
exigido pelo interesse da administração pública, garantido à pessoa jurídica processada o
direito à ampla defesa e ao contraditório.

181
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Importante!
Segundo a literalidade do § 4º, o prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de
PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, mediante solicitação jus-
tificada do presidente da comissão à autoridade instauradora, que decidirá de maneira
fundamentada.

Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as circunstâncias conhecidas e indiciará e


intimará a pessoa jurídica processada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escri-
ta e especificar eventuais provas que pretenda produzir (art. 6º). Acompanhemos algumas
determinações quanto à intimação do PAR.

Art. 6º [...]
§ 1º A intimação prevista no caput:
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de apresentar informações e pro-
vas que subsidiem a análise da comissão de PAR no que se refere aos elementos que atenuam
o valor da multa, previstos no art. 23; e
II - solicitará a apresentação de informações e documentos, nos termos estabelecidos pela
Controladoria-Geral da União, que permitam a análise do programa de integridade da pessoa
jurídica.
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo:
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa jurídica, com a descrição das
circunstâncias relevantes;
II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento da comissão pela ocorrência do
ato lesivo imputado; e
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa jurídica processada.
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será feita nova intimação por meio
de edital publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apresentação de defesa
escrita será contado a partir da última data de publicação do edital.
§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua defesa escrita no prazo estabelecido
no caput, contra ela correrão os demais prazos, independentemente de notificação ou intima-
ção, podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repetição de qualquer ato
processual já praticado.

Ainda, pelo disposto no art. 7º, as intimações serão feitas por qualquer meio físico ou
eletrônico.

Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou eletrônico que assegure a certe-
za de ciência da pessoa jurídica processada.
§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da con-
tagem o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo
XVI da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as demais intimações processuais,
até que a pessoa jurídica interessada se manifeste nos autos.
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e intimada de todos os atos proces-
suais, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
do gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, sucursal, estabelecimento
ou escritório instalado no Brasil.
182
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais ou
procuradores.

Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais ou
procuradores, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos.
Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repartição pública, sendo autorizada
a obtenção de cópias, preferencialmente em meio digital, mediante requerimento.
Art. 10 A comissão, para o devido e regular exercício de suas funções, poderá praticar os atos
necessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios
admitidos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.

Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a comissão elaborará relatório a respeito


dos fatos apurados e da eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual
sugerirá, de forma motivada (art. 11):

Art. 11 [...]
I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da dosimetria, ou o arquivamento
do processo;
II - o encaminhamento do relatório final à autoridade competente para instrução de processo
administrativo específico para reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesi-
vo tenha resultado dano ao erário;
III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da União, para ajuizamento da
ação de que trata o art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso con-
creto, da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição complementar às
do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos;
IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos termos do disposto no art. 15
da Lei nº 12.846, de 2013; e
V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, quando cabível.

Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de encerramento dos seus trabalhos,
que formalizará sua desconstituição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que
determinará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final para, querendo,
manifestar-se no prazo máximo de dez dias. Transcorrido o prazo de dez dias, a autoridade
instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à unidade competente que analise
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
a regularidade e o mérito do PAR (art. 12 e seu parágrafo único).
Vejamos, ainda, a continuidade do PAR após a análise da regularidade e mérito a partir do
art. 13.

Art. 13 Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será encaminhado à autoridade compe-
tente para julgamento, o qual será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão
de assistência jurídica competente.
Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comissão, esta deverá ser
fundamentada com base nas provas produzidas no PAR.
Art. 14 A decisão administrativa proferida pela autoridade julgadora ao final do PAR será
publicada no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pelo julgamento do PAR.
183
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Art. 15 Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido de reconsideração com efeito
suspensivo, no prazo de dez dias, contado da data de publicação da decisão.
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no PAR e que não apresentar
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo
para interposição do pedido de reconsideração.
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para decidir sobre a matéria alegada
no pedido de reconsideração e publicar nova decisão.
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será concedido à pessoa jurídica novo
prazo de trinta dias para o cumprimento das sanções que lhe foram impostas, contado da data
de publicação da nova decisão.
Art. 16 Os atos previstos como infrações administrativas à Lei nº 14.133, de 1º de abril de
2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública que também
sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados e julgados con-
juntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito procedimental previsto neste Capítulo.
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo autoridades distintas competentes
para o julgamento, o processo será encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado,
para que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o julgamento pelo Ministro
de Estado competente.
§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade responsável no órgão ou na entidade
pela gestão de licitações e contratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do
art. 3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de
2013.

A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do Poder Executivo Federal, competência:

Art. 17 A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do Poder Executivo federal,


competência:
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e
II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame de sua regularidade ou para
lhes corrigir o andamento, inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa
cabível.
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qualquer tempo, a competência previs-
ta no caput, se presentes quaisquer das seguintes circunstâncias:
I - caracterização de omissão da autoridade originariamente competente;
II - inexistência de condições objetivas para sua realização no órgão ou na entidade de origem;
III - complexidade, repercussão e relevância da matéria;
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou com a entidade atingi-
da; ou
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de um órgão ou entidade da
administração pública federal.
§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública obrigados a encaminhar à Con-
troladoria-Geral da União todos os documentos e informações que lhes forem solicitados,
incluídos os autos originais dos processos que eventualmente estejam em curso.
Art. 18 Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, apurar e julgar PAR pela prática
de atos lesivos a administração pública estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito pro-
cedimental previsto neste Capítulo.
184
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e indireta
deverão comunicar à Controladoria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos
a administração pública estrangeira, identificados no exercício de suas atribuições, juntando
à comunicação os documentos já disponíveis e necessários à apuração ou à comprovação dos
fatos, sem prejuízo do envio de documentação complementar, na hipótese de novas provas ou
informações relevantes, sob pena de responsabilização.

DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS

As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes sanções administrativas, nos ditames do


art. 19:

Art. 19 As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes sanções administrativas, nos termos
do disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013:
I - multa; e
II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora.
Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infrações administrativas à Lei nº
14.133, de 2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública e
tenha ocorrido a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também estará sujei-
ta a sanções administrativas que tenham como efeito a restrição ao direito de participar em
licitações ou de celebrar contratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.

Da Multa

A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013, terá como base
de cálculo o faturamento bruto da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instau-
ração do PAR, excluídos os tributos (art. 20). A multa aplicada será integralmente recolhida
pela pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta dias, observado o disposto no art. 15, pelo
elencado na redação do art. 29, do Decreto n° 11.129, de julho de 2022.

Da Publicação Extraordinária da Decisão Administrativa Sancionadora

A pessoa jurídica sancionada administrativamente pela prática de atos lesivos contra a


administração pública, nos termos da Lei nº 12.846, de 2013, publicará a decisão administra-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
tiva sancionadora na forma de extrato de sentença, cumulativamente (art. 28):

Art. 28 [...]
I - em meio de comunicação de grande circulação, física ou eletrônica, na área da prática
da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação
nacional;
II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, em loca-
lidade que permita a visibilidade pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e
III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de trinta dias e em destaque na página princi-
pal do referido sítio.
Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será feita a expensas da pessoa jurídica
sancionada.
185
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


DO ACORDO DE LENIÊNCIA

Trata-se de um ato administrativo negocial decorrente do exercício sancionador do Esta-


do, que visa à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos contra a
administração pública nacional ou estrangeira, segundo caput do art. 32, vejamos:

Art. 32 O acordo de leniência é ato administrativo negocial decorrente do exercício do poder


sancionador do Estado, que visa à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos
lesivos contra a administração pública nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos da lei:
I - o incremento da capacidade investigativa da administração pública;
II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de ativos; e
III - o fomento da cultura de integridade no setor privado.
Art. 33 O acordo de leniência será celebrado com as pessoas jurídicas responsáveis pela práti-
ca dos atos lesivos previstos na Lei nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos
na Lei nº 14.133, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com vistas à isenção
ou à atenuação das respectivas sanções, desde que colaborem efetivamente com as investiga-
ções e o PAR, devendo resultar dessa colaboração:
I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem a infração sob apuração.
Art. 34 Compete à Controladoria-Geral da União celebrar acordos de leniência no âmbito do
Poder Executivo federal e nos casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira.
Art. 35 Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União e do Advogado-
-Geral da União:
I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral da União nos processos de
negociação e de acompanhamento do cumprimento dos acordos de leniência; e
II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Ministro de Estado da Controlado-
ria-Geral da União conjuntamente com o Advogado-Geral da União.
Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União nos acordos de leniência, consi-
deradas as condições neles estabelecidas e observados os termos da Lei Complementar nº 73,
de 10 de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, poderá ensejar a resolu-
ção consensual das penalidades previstas no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013.
Art. 36 A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delegação para negociar, celebrar e
monitorar o cumprimento de acordos de leniência relativos a atos lesivos contra outros Pode-
res e entes federativos.

A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de leniência deverá (art. 37):

Art. 37 […]
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico,
quando tal circunstância for relevante;
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo a partir da data da propositura
do acordo;
III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos lesivos;

186
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo
e comparecer, sob suas expensas e sempre que solicitada, aos atos processuais, até o seu
encerramento;
V - fornecer informações, documentos e elementos que comprovem o ato ilícito;
VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano causado; e
VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o caso, os valores correspondentes
ao acréscimo patrimonial indevido ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obti-
do da infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação.
§ 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput serão avaliados em face da boa-fé
da pessoa jurídica proponente em reportar à administração a descrição e a comprovação da
integralidade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o momento da propo-
situra do acordo até o seu total cumprimento.
§ 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI do caput corresponde aos valo-
res dos danos admitidos pela pessoa jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no
âmbito do devido processo administrativo ou judicial.
§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decorra, simultaneamente, dano ao ente
lesado e acréscimo patrimonial indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e
haja identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão:
I - computados uma única vez para fins de quantificação do valor a ser adimplido a partir do
acordo de leniência; e
II - classificados como ressarcimento de danos para fins contábeis, orçamentários e de sua
destinação para o ente lesado.

A proposta de celebração de acordo de leniência deverá ser feita de forma escrita, opor-
tunidade em que a pessoa jurídica proponente declarará expressamente que foi orientada a
respeito de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendimento às determi-
nações e às solicitações durante a etapa de negociação importará a desistência da proposta
(caput do art. 38).

Art. 39 A proposta de celebração de acordo de leniência será submetida à análise de juízo de


admissibilidade, para verificação da existência dos elementos mínimos que justifiquem o iní-
cio da negociação.
§ 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de entendimentos com a pessoa jurídica
proponente, definindo os parâmetros da negociação do acordo de leniência.
§ 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a qualquer momento, a pedido da CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
pessoa jurídica proponente ou a critério da administração pública federal.
§ 3º A assinatura do memorando de entendimentos:
I - interrompe a prescrição; e
II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado, em qualquer hipótese, a trezen-
tos e sessenta dias.
Art. 40 A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR instaurado em face de pessoa jurí-
dica que esteja negociando a celebração de acordo de leniência poderá ser suspenso.
Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo:
I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para o esclarecimento dos fatos; e
II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecuratórias indispensáveis para se evi-
tar perecimento de direito ou garantir a instrução processual.
187
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Art. 41 A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos de processos administrativos
em curso em outros órgãos ou entidades da administração pública federal relacionados com
os fatos objeto do acordo em negociação.
Art. 42 A negociação a respeito da proposta do acordo de leniência deverá ser concluída no
prazo de cento e oitenta dias, contado da data da assinatura do memorando de entendimentos.
Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado, caso presentes circuns-
tâncias que o exijam.
Art. 43 A desistência da proposta de acordo de leniência ou a sua rejeição não importará em
reconhecimento da prática do ato lesivo.
§ 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da proposta do acordo de leniência,
ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.
§ 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública federal não poderá utilizar os
documentos recebidos durante o processo de negociação de acordo de leniência.
§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos relacionados com a proposta de
acordo de leniência, quando decorrer de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou
levados ao conhecimento da autoridade por qualquer outro meio.
Art. 44 O acordo de leniência estipulará as condições para assegurar a efetividade da cola-
boração e o resultado útil do processo e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das
circunstâncias do caso concreto, reputem-se necessárias.
Art. 45 O acordo de leniência conterá, entre outras disposições, cláusulas que versem sobre:
I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos incisos II a VII do caput do
art. 37;
II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumprimento do acordo;
III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento do acordo, nos termos do dis-
posto no inciso II do caput do art. 784 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de
Processo Civil;
IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade, conforme os
parâmetros estabelecidos no Capítulo V, bem como o prazo e as condições de monitoramento;
V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se refere o inciso VI do caput do art.
37; e
VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o inciso VI do caput do art. 37 para
compensação com outros valores porventura apurados em outros processos sancionatórios
ou de prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que compõem o escopo do
acordo.

DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE

O programa de integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de


mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de
irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes,
com objetivo de:

Art. 56 [...]
I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra
a administração pública, nacional ou estrangeira; e
II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente organizacional.
188
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


O programa de integridade deve ser estruturado, aplicado e atualizado de acordo com
as características e os riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua
vez, deve garantir o constante aprimoramento e a adaptação do referido programa, visando
garantir sua efetividade (parágrafo único do art. 56).
Para fins do disposto no inciso VIII, do caput do art. 7º, da Lei nº 12.846, de 2013, o pro-
grama de integridade será avaliado, quanto a sua existência e aplicação, de acordo com os
seguintes parâmetros:

Art. 57 [...]
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, incluídos os conselhos, evidenciado
pelo apoio visível e inequívoco ao programa, bem como pela destinação de recursos adequados;
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedimentos de integridade, aplicáveis a
todos os empregados e administradores, independentemente do cargo ou da função exercida;
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integridade estendidas, quando neces-
sário, a terceiros, tais como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e
associados;
IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o programa de integridade;
V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavaliação periódica, para a realização
de adaptações necessárias ao programa de integridade e a alocação eficiente de recursos;
VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e precisa as transações da pessoa
jurídica;
VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a confiabilidade de relatórios e
demonstrações financeiras da pessoa jurídica;
VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos no âmbito de processos lici-
tatórios, na execução de contratos administrativos ou em qualquer interação com o setor
público, ainda que intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição a fiscali-
zações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e certidões;
IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna responsável pela aplicação do
programa de integridade e pela fiscalização de seu cumprimento;
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a funcionários e
terceiros, e mecanismos destinados ao tratamento das denúncias e à proteção de denuncian-
tes de boa-fé;
XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade;
XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades ou infrações
detectadas e a tempestiva remediação dos danos gerados; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para:
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais como fornecedores, prestado-
res de serviço, agentes intermediários, despachantes, consultores, representantes comerciais
e associados;
b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas expostas politicamente, bem como
de seus familiares, estreitos colaboradores e pessoas jurídicas de que participem; e
c) realização e supervisão de patrocínios e doações;
XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e reestruturações societárias, do
cometimento de irregularidades ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas
jurídicas envolvidas; e

189
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


XV - monitoramento contínuo do programa de integridade visando ao seu aperfeiçoamento na
prevenção, na detecção e no combate à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei
nº 12.846, de 2013.
§ 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata o caput, serão considerados o porte e as espe-
cificidades da pessoa jurídica, por meio de aspectos como:
I - a quantidade de funcionários, empregados e colaboradores;
II - o faturamento, levando ainda em consideração o fato de ser qualificada como microempre-
sa ou empresa de pequeno porte;
III - a estrutura de governança corporativa e a complexidade de unidades internas, tais como
departamentos, diretorias ou setores, ou da estruturação de grupo econômico;
IV - a utilização de agentes intermediários, como consultores ou representantes comerciais;
V - o setor do mercado em que atua;
VI - os países em que atua, direta ou indiretamente;
VII - o grau de interação com o setor público e a importância de contratações, investimentos e
subsídios públicos, autorizações, licenças e permissões governamentais em suas operações; e
VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que integram o grupo econômico.
§ 2º A efetividade do programa de integridade em relação ao ato lesivo objeto de apuração
será considerada para fins da avaliação de que trata o caput.

DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E SUSPENSAS E DO CADASTRO


NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS

O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) conterá informações refe-


rentes às sanções administrativas impostas as pessoas físicas ou jurídicas que impliquem
restrição ao direito de participar de licitações ou de celebrar contratos com a administração
pública de qualquer esfera federativa (art. 58), entre as quais:

Art. 58 [...]
I - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
administração pública, conforme disposto no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de
21 de junho de 1993;
II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, confor-
me disposto no inciso IV do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput
do art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021;
III - impedimento de licitar e contratar com a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Muni-
cípios, conforme disposto no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei
nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021;
IV - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
administração pública, conforme disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527,
de 18 de novembro de 2011;
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, confor-
me disposto no inciso V do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011;
VI - declaração de inidoneidade para participar de licitação com a administração pública fede-
ral, conforme disposto no art. 46 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992;
VII - proibição de contratar com o Poder Público, conforme disposto no art. 12 da Lei nº 8.429,
de 2 de junho de 1992;
190
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


VIII - proibição de contratar e participar de licitações com o Poder Público, conforme disposto
no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e
IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto no inciso V do caput do art. 78-A combi-
nado com o art. 78-I da Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001.
Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS outras sanções que impliquem restrição
ao direito de participar em licitações ou de celebrar contratos com a administração pública,
ainda que não sejam de natureza administrativa.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 64 As informações referentes ao PAR instaurado no âmbito dos órgãos e das entidades do
Poder Executivo federal serão registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de proces-
sos administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-Geral da União, conforme ato
do Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União.
Art. 65 Os órgãos e as entidades da administração pública, no exercício de suas competências
regulatórias, disporão sobre os efeitos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades
reguladas, inclusive no caso de proposta e celebração de acordo de leniência.
Art. 66 O processamento do PAR ou a negociação de acordo de leniência não interfere no
seguimento regular dos processos administrativos específicos para apuração da ocorrência
de danos e prejuízos à administração pública federal resultantes de ato lesivo cometido por
pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente público.
Art. 67 Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União editar orientações,
normas e procedimentos complementares para a execução deste Decreto, notadamente no que
diz respeito a:
I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bruto e dos tributos a serem excluí-
dos para fins de cálculo da multa a que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordinária da decisão administra-
tiva sancionadora;
III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a forma de avaliação simplificada
no caso de microempresas e empresas de pequeno porte; e
IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas em face de pessoas jurídicas e
entes privados.
Art. 68 O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advocacia-Geral da União e a Contro-
ladoria-Geral da União:
I - estabelecerão canais de comunicação institucional: CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
a) para o encaminhamento de informações referentes à prática de atos lesivos contra a admi-
nistração pública nacional ou estrangeira ou derivadas de acordos de colaboração premiada
e acordos de leniência; e
b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de ativos; e
II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, articular medidas para o enfrenta-
mento da corrupção e de delitos conexos.

191
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE
26/02/2021

INTRODUÇÃO

A Resolução nº 4.893, de 26 de fevereiro de 2021, do CMN, dispõe sobre a política de segu-


rança cibernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços de processamento e
armazenamento de dados e de computação em nuvem a serem observados pelas instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Trata-se de uma norma muito recente
e, por isso, relevante ao estudo para novas provas.
Por ser tema novo, essa Resolução ainda não foi abordada em provas de concursos. Assim,
podemos até ter uma ideia de como o examinador pode cobrá-la, mas ainda não temos a cer-
teza de como será.
Provavelmente, o examinador não deve sair muito do texto seco da norma, então destaca-
remos o que for mais importante você gravar. Essa é uma Resolução curta, de fácil entendi-
mento e com grandes chances de cair na sua prova. Vamos lá!

RESOLUÇÃO Nº 4.893, DE 26/02/2021, DO CMN

Capítulo I — Do Objeto e do Âmbito de Aplicação

Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os requi-
sitos para a contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados
e de computação em nuvem a serem observados pelas instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil.
Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não se aplica às instituições de pagamento, que
devem observar a regulamentação emanada do Banco Central do Brasil, no exercício de suas
atribuições legais.

O que é importante você ter em mente em relação ao primeiro artigo é que a resolução
regula a contratação de serviços de armazenamento de dados. É uma resolução sobre segu-
rança da informação para toda instituição que careça de autorização do BACEN para funcio-
nar, à exceção das instituições de pagamento, que serão objeto de regulamentação própria.

Capítulo II — Da Política de Segurança Cibernética: Seção I — Da Implementação da Política de


Segurança Cibernética

Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implementar e manter política de segu-


rança cibernética formulada com base em princípios e diretrizes que busquem assegurar
a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de
informação utilizados.
§ 1º A política mencionada no caput deve ser compatível com:
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da instituição;
II - a natureza das operações e a complexidade dos produtos, serviços, atividades e processos
da instituição; e
192
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


III - a sensibilidade dos dados e das informações sob responsabilidade da instituição.
§ 2º Admite-se a adoção de política de segurança cibernética única por:
I - conglomerado prudencial; e
II - sistema cooperativo de crédito.
§ 3º As instituições que não constituírem política de segurança cibernética própria em decor-
rência do disposto no § 2º devem formalizar a opção por essa faculdade em reunião do conse-
lho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição.

Note que confidencialidade, integridade e disponibilidade são princípios básicos de qual-


quer política de segurança da informação. Assim, não há grande inovação por parte da
resolução.

Confidencialidade

PRINCÍPIOS E
DIRETRIZES Integridade
QUE BUSQUEM
ASSEGURAR:
Disponibilidade

O art. 3º trouxe os requisitos mínimos das políticas de segurança cibernética das insti-
tuições envolvidas. Trata-se de um tópico muito importante para sua prova! É importante
gravá-los.

Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, no mínimo:


I - os objetivos de segurança cibernética da instituição;
II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a vulnerabilidade da insti-
tuição a incidentes e atender aos demais objetivos de segurança cibernética;
III - os controles específicos, incluindo os voltados para a rastreabilidade da informação,
que busquem garantir a segurança das informações sensíveis;
IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o controle dos efeitos de
incidentes relevantes para as atividades da instituição;
V - as diretrizes para:
a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos testes de continuidade de
negócios;
b) a definição de procedimentos e de controles voltados à prevenção e ao tratamento
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
dos incidentes a serem adotados por empresas prestadoras de serviços a terceiros que manu-
seiem dados ou informações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das atividades
operacionais da instituição;
c) a classificação dos dados e das informações quanto à relevância; e
d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avaliação da relevância dos
incidentes;
VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segurança cibernética na insti-
tuição, incluindo:
a) a implementação de programas de capacitação e de avaliação periódica de pessoal;
b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre precauções na utilização de pro-
dutos e serviços financeiros; e
193
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


c) o comprometimento da alta administração com a melhoria contínua dos procedi-
mentos relacionados com a segurança cibernética; e
VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre os incidentes rele-
vantes, mencionados no inciso IV, com as demais instituições referidas no art. 1º.
§ 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética referidos no inciso I do caput, deve ser
contemplada a capacidade da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a
incidentes relacionados com o ambiente cibernético.
§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do caput devem abranger, no
mínimo, a autenticação, a criptografia, a prevenção e a detecção de intrusão, a pre-
venção de vazamento de informações, a realização periódica de testes e varreduras
para detecção de vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos, o esta-
belecimento de mecanismos de rastreabilidade, os controles de acesso e de segmen-
tação da rede de computadores e a manutenção de cópias de segurança dos dados e
das informações.

Os procedimentos e controles devem abranger:

z Autenticação;
z Criptografia;
z Prevenção e a detecção de intrusão;
z Prevenção de vazamento de informações;
z Realização periódica de testes e varreduras;
z Proteção contra softwares maliciosos;
z Mecanismos de rastreabilidade;
z Controles de acesso e de segmentação da rede;
z Manutenção de cópias de segurança dos dados e informações.

Art. 3° [...]
§ 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do caput devem ser aplicados, inclusi-
ve, no desenvolvimento de sistemas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias
empregadas nas atividades da instituição.
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o controle dos efeitos de incidentes,
citados no inciso IV do caput, devem abranger inclusive informações recebidas de empresas
prestadoras de serviços a terceiros.
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea «b», do caput, devem contemplar procedimen-
tos e controles em níveis de complexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utiliza-
dos pela própria instituição.

Seção II — Da Divulgação da Política de Segurança Cibernética

Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulgada aos funcionários da


instituição e às empresas prestadoras de serviços a terceiros, mediante linguagem clara,
acessível e em nível de detalhamento compatível com as funções desempenhadas e com a
sensibilidade das informações.

194
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A divulgação aos funcionários e às empresas é o único jeito de garantir a publicidade da
política de segurança cibernética da instituição. Não adianta nada ter a política se ninguém
estiver sabendo. A divulgação de tais informações devem ser prestadas de maneira clara e
acessível.

Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo contendo as linhas gerais da política
de segurança cibernética.

Vale lembrar que o público leigo precisa compreender as políticas da instituição, inclusive
para fazer valer seus direitos de consumidor posteriormente.

Seção III — Do Plano de Ação e de Resposta a Incidentes

Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabelecer plano de ação e de resposta a


incidentes visando à implementação da política de segurança cibernética.
Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abranger, no mínimo:
I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para adequar suas estruturas organiza-
cional e operacional aos princípios e às diretrizes da política de segurança cibernética;
II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a serem utilizados na pre-
venção e na resposta a incidentes, em conformidade com as diretrizes da política de segurança
cibernética; e
III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de incidentes relevantes.

Seria muito pretensioso imaginar que a segurança da informação de uma instituição é


intransponível. Incidentes sempre acontecem e quase nunca são previsíveis. Por isso, a reso-
lução exige que as instituições estejam prontas a agir quando os incidentes acontecerem.

Dica
Mais uma vez, tome cuidado com esses requisitos mínimos. Por exemplo, perguntas a
respeito dos requisitos mínimos de procedimento e controle, mas que, nas alternativas,
são colocados os requisitos do plano de resposta a incidentes podem ocorrer na prova,
por isso é importante ter bastante foco nesse assunto.

Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar diretor responsável pela política de CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
segurança cibernética e pela execução do plano de ação e de resposta a incidentes.
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desempenhar outras funções na insti-
tuição, desde que não haja conflito de interesses.

Caso o seu concurso cobre conhecimentos sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, saiba
que esse diretor pode ser o Encarregado de Dados da instituição. Não é uma obrigatoriedade,
mas a função de encarregado de dados pode ser abrangida por essa. Caso você não precise
estudar a LGPD, não se preocupe, apenas saiba que precisa ter um diretor de segurança
cibernética.

195
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar relatório anual sobre a implemen-
tação do plano de ação e de resposta a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de 31
de dezembro.
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mínimo:
I - a efetividade da implementação das ações descritas no art. 6º, parágrafo único, inciso I;
II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das rotinas, dos procedimentos, dos
controles e das tecnologias a serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descri-
tos no art. 6º, parágrafo único, inciso II;
III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente cibernético ocorridos no período; e
IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, considerando cenários de indisponi-
bilidade ocasionada por incidentes.
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser:
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e
II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua inexistência, à diretoria da institui-
ção até 31 de março do ano seguinte ao da data-base.

Note que os requisitos mínimos foram mencionados novamente. Eles são de grande rele-
vância para sua prova.

Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º e o plano de ação e de


resposta a incidentes mencionado no art. 6º devem ser aprovados pelo conselho de
administração ou, na sua inexistência, pela diretoria da instituição.

Tome cuidado, o examinador pode querer “brincar” com quem pode aprovar a política de
segurança cibernética e o plano de ação e de resposta a incidentes. Quem aprova é o conse-
lho de administração! Apenas se não houver um conselho de administração é que a aprova-
ção vai para a diretoria da instituição.

Art. 10 A política de segurança cibernética e o plano de ação e de resposta a incidentes


devem ser documentados e revisados, no mínimo, anualmente.

A periodicidade da revisão e documentação da política e do plano é a que a instituição


escolher, respeitado o mínimo anual. Assim, se, em um ano, a instituição quiser revisar 50
mil vezes, ela pode. O importante é que não pode passar um ano sem revisar!

Capítulo III — Da Contratação de Serviços de Processamento e Armazenamento de Dados e de


Computação em Nuvem

Art. 11 As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que suas políticas, estratégias
e estruturas para gerenciamento de riscos previstas na regulamentação em vigor, especifi-
camente no tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de serviços, contemplem
a contratação de serviços relevantes de processamento e armazenamento de dados e
de computação em nuvem, no País ou no exterior.
Art. 12 As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à contratação de serviços relevan-
tes de processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem, devem adotar
procedimentos que contemplem:
196
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


I - a adoção de práticas de governança corporativa e de gestão proporcionais à relevância
do serviço a ser contratado e aos riscos a que estejam expostas; e
II - a verificação da capacidade do potencial prestador de serviço de assegurar:
a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor;
b) o acesso da instituição aos dados e às informações a serem processados ou armazenados
pelo prestador de serviço;
c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recuperação dos dados e das infor-
mações processados ou armazenados pelo prestador de serviço;
d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição para a prestação do serviço a ser
contratado;
e) o acesso da instituição contratante aos relatórios elaborados por empresa de auditoria
especializada independente contratada pelo prestador de serviço, relativos aos procedimentos
e aos controles utilizados na prestação dos serviços a serem contratados;
f) o provimento de informações e de recursos de gestão adequados ao monitoramento dos
serviços a serem prestados;
g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da instituição por meio de controles
físicos ou lógicos; e
h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos dados e das informações dos
clientes da instituição.
§ 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado, mencionada no inciso I do caput,
a instituição contratante deve considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados
e das informações a serem processados, armazenados e gerenciados pelo contratado, levando
em conta, inclusive, a classificação realizada nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”.
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as informações relativas à verificação
mencionada no inciso II, devem ser documentados.
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da internet, referidos no inciso III do art.
13, a instituição deve assegurar que o potencial prestador dos serviços adote controles que
mitiguem os efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de novas versões do aplicativo.
§ 4º A instituição deve possuir recursos e competências necessários para a adequada gestão
dos serviços a serem contratados, inclusive para análise de informações e uso de recursos
providos nos termos da alínea «f» do inciso II do caput.

Neste artigo, existem vários requisitos mínimos. Trata-se de um tópico que pode ser explo-
rado em sua prova. Atente-se aos termos da lei.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 13 Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços de computação em nuvem abran-
gem a disponibilidade à instituição contratante, sob demanda e de maneira virtual, de ao
menos um dos seguintes serviços:
I - processamento de dados, armazenamento de dados, infraestrutura de redes e outros recur-
sos computacionais que permitam à instituição contratante implantar ou executar softwares,
que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela instituição ou por
ela adquiridos;
II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela instituição contratante, ou por
ela adquiridos, utilizando recursos computacionais do prestador de serviços; ou
III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados ou desenvolvidos pelo presta-
dor de serviço, com a utilização de recursos computacionais do próprio prestador de serviços.
197
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Repare na expressão “ao menos um”. Se é “ao menos um”, não precisa ser todos. Ou seja,
esses serviços não são cumulativos.
A instituição pode contratar todos, se quiser, mas, ao menos um, precisa ser contratado.
Não são dois, nem três, o mínimo. É um só!

Art. 14 A instituição contratante dos serviços mencionados no art. 12 é responsável pela


confiabilidade, pela integridade, pela disponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação
aos serviços contratados, bem como pelo cumprimento da legislação e da regulamentação em
vigor.

Esse artigo é muito importante. O examinador pode confundir a cabeça dos candidatos
e falar que quem é responsável é a instituição contratada. Como quem presta o serviço é a
contratada, o candidato desatento vai acabar marcando a assertiva errada. É a instituição
contratante quem responderá se a contratada prestar o serviço inadequadamente. Por isso
a importância de a instituição contratar prestadores de serviço idôneos.

Art. 15 A contratação de serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e de


computação em nuvem deve ser comunicada pelas instituições referidas no art. 1º ao Banco
Central do Brasil.
§ 1º A comunicação mencionada no caput deve conter as seguintes informações:
I - a denominação da empresa contratada;
II - os serviços relevantes contratados; e
III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde os serviços poderão ser pres-
tados e os dados poderão ser armazenados, processados e gerenciados, definida nos termos
do inciso III do art. 16, no caso de contratação no exterior.
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada até dez dias após a contratação
dos serviços.
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modificação das informações de que trata o § 1º
devem ser comunicadas ao Banco Central do Brasil até dez dias após a alteração contratual.

Atenção especial aos requisitos mínimos da comunicação de contratação de serviços, pre-


vistas no § 1º, do art. 15. Atente-se, também, ao prazo de 10 dias para que a comunicação seja
realizada, contados após realizada a contratação dos serviços.

Art. 16 A contratação de serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados


e de computação em nuvem prestados no exterior deve observar os seguintes requisitos:
I - a existência de convênio para troca de informações entre o Banco Central do Brasil e as
autoridades supervisoras dos países onde os serviços poderão ser prestados;
II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação dos serviços referidos no caput
não cause prejuízos ao seu regular funcionamento nem embaraço à atuação do Banco Central
do Brasil;
III - a instituição contratante deve definir, previamente à contratação, os países e as regiões
em cada país onde os serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados,
processados e gerenciados; e
IV - a instituição contratante deve prever alternativas para a continuidade dos negócios, no
caso de impossibilidade de manutenção ou extinção do contrato de prestação de serviços.
198
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


§ 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inciso I do caput, a instituição contra-
tante deverá solicitar autorização do Banco Central do Brasil para:
I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de sessenta dias antes da contratação, observa-
do o disposto no art. 15, § 1º, desta Resolução; e
II - as alterações contratuais que impliquem modificação das informações de que trata o art.
15, § 1º, observando o prazo mínimo de sessenta dias antes da alteração contratual.
§ 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as instituições deverão assegurar que a
legislação e a regulamentação nos países e nas regiões em cada país onde os serviços poderão
ser prestados não restringem nem impedem o acesso das instituições contratantes e do Banco
Central do Brasil aos dados e às informações.
§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que tratam os incisos I a IV do caput e
o cumprimento da exigência de que trata o § 2º devem ser documentados.

Perceba que os requisitos versam sobre a prestação de serviço realizada no exterior.


Atente-se aos requisitos mínimos. Aliás, eles aparecerão no artigo a seguir:

Art. 17 Os contratos para prestação de serviços relevantes de processamento, arma-


zenamento de dados e computação em nuvem devem prever:
I - a indicação dos países e da região em cada país onde os serviços poderão ser pres-
tados e os dados poderão ser armazenados, processados e gerenciados;
II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e armazenamento dos dados
citados no inciso I do caput;
III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da segregação dos dados e dos con-
troles de acesso para proteção das informações dos clientes;
IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de:
a) transferência dos dados citados no inciso I do caput ao novo prestador de serviços ou à
instituição contratante; e
b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput pela empresa contratada substituída, após
a transferência dos dados prevista na alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponi-
bilidade dos dados recebidos;
V - o acesso da instituição contratante a:
a) informações fornecidas pela empresa contratada, visando a verificar o cumprimento do
disposto nos incisos I a III do caput;
b) informações relativas às certificações e aos relatórios de auditoria especializada, citados
no art. 12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
c) informações e recursos de gestão adequados ao monitoramento dos serviços a serem pres-
tados, citados no art. 12, inciso II, alínea “f”;
VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a instituição contratante sobre a subcon-
tratação de serviços relevantes para a instituição;
VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos contratos e aos acordos firma-
dos para a prestação de serviços, à documentação e às informações referentes aos serviços
prestados, aos dados armazenados e às informações sobre seus processamentos, às cópias
de segurança dos dados e das informações, bem como aos códigos de acesso aos dados e às
informações;
VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em decorrência de determinação
do Banco Central do Brasil; e
199
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


IX - a obrigação de a empresa contratada manter a instituição contratante permanen-
temente informada sobre eventuais limitações que possam afetar a prestação dos
serviços ou o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor.
Parágrafo único. Os contratos mencionados no caput devem prever, para o caso da decretação
de regime de resolução da instituição contratante pelo Banco Central do Brasil:
I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e irrestrito acesso do responsável pelo
regime de resolução aos contratos, aos acordos, à documentação e às informações referentes
aos serviços prestados, aos dados armazenados e às informações sobre seus processamentos,
às cópias de segurança dos dados e das informações, bem como aos códigos de acesso citados
no inciso VII do caput que estejam em poder da empresa contratada; e
II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo regime de resolução sobre a intenção
de a empresa contratada interromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias de
antecedência da data prevista para a interrupção, observado que:
a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido de prazo adicional de trinta dias
para a interrupção do serviço, feito pelo responsável pelo regime de resolução; e
b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação em que a interrupção for motivada
por inadimplência da contratante.

O art. 18 traz a única exceção às regras dos artigos antecedentes. Vejamos:

Art. 18 O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à contratação de sistemas operados


por câmaras, por prestadores de serviços de compensação e de liquidação ou por entida-
des que exerçam atividades de registro ou de depósito centralizado.

Dica
Tudo que envolve exceções a uma regra é tema quente para concurso público.

Capítulo IV — Disposições Gerais

As disposições gerais já começam com os já tão falados requisitos mínimos, quais sejam, os
requisitos sobre a continuidade dos negócios nas políticas:

Art. 19 As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que suas políticas para gerencia-
mento de riscos previstas na regulamentação em vigor disponham, no tocante à continuidade
de negócios, sobre:
I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o ambiente cibernético de que
trata o art. 3º, inciso IV;
II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção de serviços relevantes de pro-
cessamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem contratados, abrangendo
cenários que considerem a substituição da empresa contratada e o restabelecimento da ope-
ração normal da instituição; e
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de continuidade de negócios de que trata
o art. 3º, inciso V, alínea “a”.
Art. 20 Os procedimentos adotados pelas instituições para gerenciamento de riscos previstos
na regulamentação em vigor devem contemplar, no tocante à continuidade de negócios:
200
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes relevantes de que trata o inciso
IV do art. 3º e da interrupção dos serviços relevantes de processamento, armazenamento de
dados e de computação em nuvem contratados;
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas atividades ou dos serviços rele-
vantes interrompidos, citados no inciso I do caput; e
III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das ocorrências de incidentes rele-
vantes e das interrupções dos serviços relevantes citados no inciso I do caput que configurem
uma situação de crise pela instituição financeira, bem como das providências para o reinício
das suas atividades.
Parágrafo único. As instituições devem estabelecer e documentar os critérios que configurem
uma situação de crise de que trata o inciso III do caput.
Art. 21 As instituições de que trata o art. 1º devem instituir mecanismos de acompanhamento
e de controle com vistas a assegurar a implementação e a efetividade da política de segurança
cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos requisitos para contratação de
serviços de processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem, incluindo:
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria;
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de serviços relevantes descritas no art.
17, inciso VI, devem ser consideradas na definição dos mecanismos de que trata o caput.
§ 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser submetidos a testes periódicos pela audi-
toria interna, quando aplicável, compatíveis com os controles internos da instituição.
Art. 22 Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência, as instituições mencionadas
no art. 1º devem desenvolver iniciativas para o compartilhamento de informações sobre os
incidentes relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV.
§ 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abranger informações sobre incidentes
relevantes recebidas de empresas prestadoras de serviços a terceiros.
§ 2º As informações compartilhadas devem estar disponíveis ao Banco Central do Brasil.

Ou seja, de acordo com o art. 22, é mais importante a proteção do consumidor e do titular
de dados do que o sigilo sobre os incidentes! Para fins de prova, na dúvida, marque a asser-
tiva que melhor proteger o vulnerável da relação jurídica (sempre o consumidor, o trabalha-
dor, o titular de dados etc.).

Capítulo V — Disposições Finais CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 23 Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de cinco anos:
I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de que trata o art. 2º;
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da ins-
tituição, no caso de ser formalizada a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a incidentes, de que trata o art. 6º;
IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art. 12, § 2º;
VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de serviços prestados no exterior;
VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referido no caput a partir da extinção
do contrato;
201
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos mecanismos de acompanhamento
e de controle de que trata o art. 21, contado o prazo referido no caput a partir da implementa-
ção dos citados mecanismos; e
IX - a documentação com os critérios que configurem uma situação de crise de que trata o art.
20, Parágrafo único.

Atente-se ao prazo. Prazo sempre é tema quente para cair em prova. O examinador coloca
a íntegra do artigo, mas muda esses “cinco anos” para “dez anos” e o candidato poderá ser
induzido a erro.

Art. 24 O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas necessárias para cumpri-
mento do disposto nesta Resolução, bem como estabelecer:
I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento de informações, nos
termos do art. 22;
II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a serem requeridos das
empresas contratadas, pela instituição financeira contratante, na prestação dos serviços de
que trata o art. 12;
III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para reinício ou normalização das ati-
vidades ou dos serviços relevantes interrompidos; e
IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a serem observados pelas
instituições para o cumprimento desta Resolução.

Esse artigo é muito importante, pois traz ações possíveis a serem realizadas pelo Banco
Central do Brasil (BACEN).

Art. 25 As instituições referidas no art. 1º que, em 26 de abril de 2018, já tinham contratado a


prestação de serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e de computa-
ção em nuvem devem adequar o contrato para a prestação de tais serviços:
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º, no caso de serviços prestados
no exterior; e
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação ao disposto no caput não pode ultrapassar
31 de dezembro 2021.

De acordo com o art. 25, os contratos anteriores devem ser emendados para se adequarem
à nova norma. É quase como se a resolução tivesse efeito retroativo.

Art. 26 O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restrições para a contratação de ser-
viços de processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem quando cons-
tatar, a qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta Resolução, bem como a limitação
à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecendo prazo para a adequação dos referidos
serviços.

202
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES

ÉTICA E MORAL

O ponto inicial desta matéria precisa de uma distinção que comumente passa desapercebi-
da: a diferença entre ética e moral. Você precisa de certezas firmes e objetivas para realizar
a sua prova.
Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu objeto de
estudo são princípios fundamentais das ações e do comportamento humano. A moral, por
sua vez, é uma construção social. Sendo assim, está condicionada à sociedade que a cerca,
que a contém. A moral tem um aspecto muito mais objetivo e representa um momento e uma
cultura.
A ética, como parte da filosofia, alcança locais mais distantes e discute temas mais rele-
vantes. A ética é uma matéria de uma ciência por excelência. A dialética da filosofia busca a
verdade final das coisas. A discussão e a oposição de ideias estabilizam os conceitos para que
não mudem mais. A ética é estável, pois alcançou verdades que superam o tempo. A ética é
estável, atemporal.
A moral possui grande valor social e é uma ferramenta importante, todavia tem uma apli-
cação temporal e muda no desenrolar dos eventos históricos. Portanto, ela é mutável, restrita
a determinadas localizações geográficas e sociais. A moral respeita a continência, ou seja, está
contida pela sociedade que a cerca. A moral está atrelada a uma sociedade e uma época.
Alguns autores trazem ética e moral como sinônimos, mas você precisa ter muito cuidado
pois, apesar de serem semelhantes e abordarem praticamente a “mesma coisa” por perspec-
tivas diferentes, as bancas dos concursos estabelecem distinções entre esses termos.
Veja uma distinção um pouco mais clara:

Princípios
Universal, fundamentais
ÉTICA
atemporal Ações do
comportamento

Construção Representa
MORAL social, ligada a um momento e
sua sociedade uma cultura
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

A ética tem um caráter científico, por isso, suas mudanças e aplicações ocorrem de outra
forma. Sua estabilidade é muito maior e suas aplicações alcançam uma universalidade. Em
algum momento espera-se que mudanças em conceitos éticos ocorrerão, mas para execução
de provas de concurso, o conceito de universalidade e estabilidade é adequado.
Agora que já conseguimos separar algumas caraterísticas de moral e ética, vamos aprofun-
dar um pouco nos seus conceitos. Para fazer isso, vamos usar a etimologia.
É conveniente analisar no estudo da Ética a sua etimologia. Assim, ética é uma palavra que
vem do termo grego “ethos”, que quer dizer “modo de ser”, “costume” ou “hábito”. A origem
da palavra nos remete instantaneamente para o cerne de seu conceito que, apesar da dificul-
dade de estabelecer um significado único, nos envia a um conjunto de princípios morais ou
valores que dão condição à convivência humana em sociedade. 203
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Em seguida temos a origem do termo moral, que tem origem no latim e seria “mos” que
tem o mesmo significado de “ethos” e que deu origem à palavra “moral”.
É importante ressaltar que a moral varia no tempo, a depender da conjuntura social. Até
o século XIX, por exemplo, considerava-se normal que crianças trabalhassem em fábricas.
Hoje, além de termos uma legislação especial (Estatuto da Criança e do Adolescente) que pro-
tege essas crianças, a sociedade entendeu a necessidade de tratamento diferenciado a esse
grupo vulnerável.
Feitas essas distinções e estabelecidos alguns conceitos simples, preparamos uma tabela
bastante objetiva que vai ajudar nas revisões sobre esse assunto cobrado nas provas.

ÉTICA MORAL
Sua aplicação está voltada para a prá-
Defini- Estudo filosófico, científico, universal e atem-
tica social em um determinado local e
ção poral, baseado em princípios, por isso, estável
em um determinado tempo
Não encontra limitações no tempo ou no es-
Seu alcance está contido ao local em
paço. É um estudo filosófico e científico. Par-
que se aplica e ao período cultural em
Alcance tindo da dialética, a ética pretende comparar
que é observada. A moral, portanto,
verdades até que se alcance um conceito final
continuamente mudará
e estável
Fica relacionada a longas reflexões de caráter
Base A moral transforma a reflexão em ação
especulativo

As provas de concurso costumam cobrar essa matéria com questões que trazem expres-
sões como: “bom comportamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que acabam confundido o
candidato na hora de definir se estão tratando de ética ou moral, pois, apesar das distinções
que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue.
Assim, certifique-se de qual concepção está sendo cobrada com base nos fundamentos
apresentados nas questões, lembrando que a moral se funda nos costumes e tradições,
enquanto a ética se baseia na razão e na reflexão.
Lembre-se: A moral muda, já a ética, enquanto ciência, permanece.

ÉTICA, PRINCÍPIOS E VALORES

Tendo em vista que a organização dos conceitos é necessária, revisaremos o conceito de


ética e conheceremos os conceitos de princípios e valores.
Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu objeto de
estudo são princípios fundamentais das ações e do comportamento humano. Finalmente
podemos inferir que a ética é uma ciência.
A ética, como ciência, debruça-se ao estudo da moral, que está diretamente relacionada à
conduta das pessoas e à noção de certo e errado, que, por sua vez, possui relação direta com
os valores e princípios.
Vamos a nossa tabela de diferenças que pode nos auxiliar na compreensão deste assunto:

ÉTICA MORAL
Baseia-se em princípios Estabelece condutas
Busca a permanência e estabilidade Muda, é temporal e coletiva
Busca a universalidade Está contida na cultura daquela sociedade
204
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


ÉTICA MORAL
Estabelece regras (verdades) Executa as condutas regradas
É uma ciência, portanto, teórica Tem espírito prático

OS PRINCÍPIOS

Entenda os princípios como ordens iniciais. São, sem dúvida, alicerces, bases para formação
dos valores. Fique atento, pois os princípios definem valores. Os princípios têm sua origem nos
aspectos econômicos, políticos e sociais. Assim, podemos os definir como juízos de valor.
Os princípios são conceitos abstratos e possuem indefinição, mas orientam a interpretação
da regra. Vejamos um exemplo que a Constituição apresenta:

Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

de
Princípios são vetores
interpretação

A Constituição, no caput de seu art. 37, elenca princípios, mas não apresenta uma medida
para cumprimento de cada princípio. Lembre-se: princípios são vetores de interpretação, ou
seja, determinam sentido e direção.
A norma, nesse momento, não define quais os limites da legalidade, impessoalidade, publi-
cidade ou eficiência. Por isso, os princípios são abstratos. Esse papel de definir “os limites de
aplicação” dos princípios e de apresentá-los como valores será exercido em um nível seguin-
te por meio das regras ou normas a serem estabelecidas.
Nas palavras de Francisco Amaral (2017):

[...] são pensamentos diretores de uma regulamentação jurídica, critérios para a ação e para
a constituição de normas e de institutos jurídicos [...] Como diretrizes gerais e básicas, servem CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
também para fundamentar e dar unidade a um sistema ou a uma instituição.

Importante: regras são prescrições de conduta claras e objetivas. Já os princípios são juí-
zos abstratos de valor que orientam a interpretação e a aplicação das regras. A distinção
entre princípios e regras traduz uma distinção entre dois tipos de normas.

OS VALORES

O direito recepciona em nosso ordenamento jurídico os valores éticos e morais, apontan-


do-os como diretrizes importantes e como meios de aplicação das normas. Assim, o direito
deve ser interpretado muito além das chamadas normas jurídicas, devendo incorporar a
moral em voga naquele momento ao ordenamento jurídico. 205
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Os valores podem ser facilmente exemplificados, mas sua definição é mais complexa. Por
exemplo, a vida é um valor muito importante em nossa sociedade, juntamente com a liber-
dade e a propriedade. Se você reparar, verá que existe uma relação entre os princípios e as
expressões valor, direito, norma e regra.
Lembre-se: Valores são objeto de uma escolha moral!
Veja um exemplo desse processo: inicialmente estabelecemos um princípio: impessoali-
dade, por exemplo. Em seguida, temos que impessoalidade é a igualdade no tratamento dos
cidadãos. A igualdade é um valor e vamos respeitá-la. Aqui, só nos faltaria determinar uma
norma de conduta, uma regra para seguirmos. Essa definição de valor é feita informando as
pessoas dos riscos em descumprir a impessoalidade.
Ou seja, trazendo esses conceitos para a prática, desrespeitar a impessoalidade é uma
improbidade administrativa, que configura crime e possui pena. Nesse momento, temos
um princípio consistente, um valor definido e uma norma apresentada.

Impessoalidade é um
princípio

Igualdade é um valor

Disso deriva uma norma de


conduta

Descumprir a impessoalidade
é improbidade administrativa

Lei de Improbidade
Impessoalidade:
Administrativa:
Princípios
Garantia de Princípio

PRINCÍPIO REGRA VALOR


Os princípios são juízos O papel de definir e Os princípios são juízos
de valor. Ou seja, são determinar será exercido de valor. Ou seja, são
abstratos e possuem em um nível seguinte abstratos e possuem
indefinição através das regras indefinição

Assim, definimos os conceitos de princípios e valores e relacionamos esses pontos ao


direito.

NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL

Primeiramente, vale destacar que “Ética” é uma palavra originária do grego “Ethos”, que
acarreta a noção de caráter. Para os gregos antigos, este termo carregava a noção de uma
percepção individual, no qual devia ser clara e confortável, guiando o Homem no “Bem agir”.
206
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Já a ética empresarial, ou ainda ética das organizações, é o comportamento da empre-
sa referente à sua conduta ética, ou seja, quando ela age em conformidade aos princípios
morais preconizados na sociedade.
Neste sentido, inferimos que a ética empresarial funciona como os pilares morais e de
relacionamento definidos dentro da organização para o seu modo de atuação no mercado,
diante de seus clientes, funcionários, parceiros e até mesmo concorrentes. Assim, a atuação
ética empresarial é aquela na qual está de acordo com os valores estabelecidos.
Desse modo, a orientação humanística da ética empresarial é caracterizada por um con-
junto de ações, projetos e valores tendo como valor principal a vida humana, ou seja, ao
bem-estar social do ser humano.
O debate da ética empresarial abrange e questiona inúmeros aspectos da administração
das organizações e de suas relações com a sociedade.
De forma didática, podemos classificar a sua abrangência em quatro categorias (ou níveis):

ABRANGÊNCIA DA ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO


Nível Social Nível do Stakeholder
Na administração e políticas internas Nível Individual

z Nível Social da Ética

As questões éticas relacionam-se com o papel e os efeitos das organizações na socieda-


de em geral.
São exemplos das questões éticas envolvidas nesse nível:

„ É justo os altos executivos terem seus salários muito maiores do que os trabalhadores
operacionais?
„ Pode-se aceitar a influência das empresas privadas nos pleitos eleitorais?

z Nível do Stakeholder

Stakeholder (ou em português, parte interessada) são pessoas associadas diretamente


ou indiretamente à organização ou que sofrem alguma influência em suas decisões.
São exemplos das questões éticas envolvidas neste nível:
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

„ Quais são as obrigações da organização com relação ao impacto ambiental sobre as


comunidades?
„ Quais são as obrigações da empresa em informar os riscos de seus produtos para o con-
sumidor final? Ex.: tabaco.

z Ética na administração e política internas

Neste nível, a discussão sobre a ética tem seu foco especialmente nas relações entre a
organização e seus empregados.
São exemplos das questões éticas envolvidas neste nível:
207
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


„ Quais são as obrigações da empresa com seu funcionário?
„ Que participação os empregados devem ter nas decisões que afetam a empresa?

z Nível Individual

No plano individual, as questões éticas dizem respeito de como as pessoas devem tratar-
-se uma as outras.
São exemplos das questões éticas envolvidas neste nível:

„ Quais os direitos as pessoas têm como trabalhadores e seres humanos?


„ Que normas de conduta devem orientar as decisões que envolvem e afetam outras
pessoas?

Afinal, todo este debate sobre a abrangência da ética na Administração, tem como objetivo
a transformação da empresa em uma organização íntegra.
E o que é uma organização íntegra?
O professor Marcelo Coimbra nos ensina que: “uma organização íntegra é aquela que con-
segue manter, em cada uma das suas decisões, atividades ou ações uma coerência com a sua
identidade, nunca perdendo de vista os valores que a inspiram e os objetivos que ela deve
perseguir, transformando-os em ação concreta”.
Atualmente, devido à complexidade das relações entre as partes envolvidas, o termo
Compliance, inerente à ética empresarial, vem ganhando destaque.
O termo compliance tem sua origem no verbo no idioma inglês to comply, que significa agir
de acordo com as diretrizes estabelecidas, especificações ou legislação, ou seja, a organização
deve empenhar-se em cumprir e fazer cumprir as regras internas e externas na qual regem
suas atividades.
Na prática, cada vez mais é exigido das organizações uma conduta ética, transparente e
responsável perante toda a sociedade, não sendo mais aceitas atitudes e ações sem a devida
integridade.

Importante!
Estar em compliance é estar em conformidade com as leis e regulamentos (externos e
internos), com o objetivo de evitar fraudes, ilícitos e desvios de conduta.

Certamente, você aluno, deve estar se indagando que esses conceitos inerentes à ética são
abstratos e de difícil aplicação no dia a dia da organização. Como, então, aplicar isso no cotidia-
no da empresa? A resposta se dá por meio do famoso Código de Ética, nosso próximo assunto!

A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS

O principal mecanismo para implantar a gestão da ética de modo eficiente, tanto nas
empresas privadas, tanto nas empresas públicas é com a elaboração e implantação do Códi-
go de Ética e/ou conduta.
208
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Como sabemos: documentar é preciso! Assim, o código de ética é o documento utilizado
para traduzir o comportamento esperado de todos os funcionários, inclusive de dirigentes,
gerentes, parceiros comerciais.
Aliás, o código de ética do Banco do Brasil é matéria de seu concurso! Caro aluno e futuro
funcionário do BB, dessa maneira, a instituição ao cobrar o código de ética no concurso de
admissão, pretende que todos os aprovados já ingressem conhecendo os seus direitos, deve-
res e o comportamento desejado.
De forma simples, o código de ética estabelece regras essenciais que devem ser observados
por todos, sem exceção, além de poder prever sanções para os funcionários que o infringirem.
Em regra, inicia-se com uma mensagem da autoridade máxima (o presidente), e poste-
riormente encontra-se os princípios e valores adotados pela organização, além do estabe-
lecimento de direitos, deveres, obrigações e vedações, abordando diversos outros tópicos
relevantes, tais como: responsabilidade social, conflito de interesses, políticas de proteção de
dados, diversidade e inclusão, etc.
Normalmente, as organizações optam por produzir códigos de ética sucintos e de fácil
compreensão, favorecendo assim a sua difusão, leitura e aplicação.
Na tabela abaixo, trazemos algumas características essenciais na elaboração de um código
de ética e/ou conduta:

SUGESTÕES PARA ELABORAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA


� Redigido de forma clara, objetiva e, se possível, coloquial
� Linguagem simples e direta, evitando dar margem a dupla interpretação
� Aprovado pela alta administração
� Revisado e alterando periodicamente com participação ativa dos funcionários

A maioria das ações inerentes à gestão da ética nas empresas privadas são compatíveis
com as empresas estatais (empresa pública e sociedade de economia mista). Dessa maneira,
a principal diferença não está nas ferramentas, e sim no modo como são formalizadas.
Na gestão privada é possível implantar as políticas de integridade de forma mais céle-
re, aplicando as ações necessárias para empresa. Já na gestão pública, respeitando o prin-
cípio da legalidade, as ações não podem ser pautadas pela vontade da administração ou
dos agentes públicos, mas sim deve-se obrigatoriamente respeitar a vontade da Lei.

Importante! CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O princípio da legalidade impõe que o agente público observe, fielmente, todos os requi-
sitos expressos na Lei.

Nessa lógica, na Administração Pública, a conduta ética é objeto de diversos dispositivos


legais, por exemplo:

z Art. 37, da Constituição Federal de 1988:

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência 209
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

Decreto nº 1.171, de 1994

O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não
terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o incon-
veniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, con-
soante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

z Lei das Estatais (Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista)

Lei nº 13.303, de 2016

Art. 9º [...]
§ 1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e Integridade, que disponha sobre:
I - princípios, valores e missão da empresa pública e da sociedade de economia mista, bem
como orientações sobre a prevenção de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção
e fraude;
II - instâncias internas responsáveis pela atualização e aplicação do Código de Conduta e
Integridade;
III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de denúncias internas e externas relati-
vas ao descumprimento do Código de Conduta e Integridade e das demais normas internas de
ética e obrigacionais;
IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie de retaliação a pessoa que utilize
o canal de denúncias;
V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Código de Conduta e Integridade;
VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, sobre Código de Conduta e Integrida-
de, a empregados e administradores, e sobre a política de gestão de riscos, a administradores.

Outro assunto que entrou para a agenda empresarial, e assim também pode ser cobrado
em sua prova, é o debate da responsabilidade social da empresa.
A responsabilidade social empresarial consiste no conjunto de iniciativas que objetiva o
desenvolvimento sustentável, tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista
social e ambiental.
Nesta perspectiva, é de suma importância o foco na dimensão ética de suas relações
com as partes envolvidas, bem como a qualidade dos impactos da organização sobre a
sociedade e o meio ambiente.
Para facilitar o entendimento, esquematizamos os principais pontos na figura a seguir:

Responsabilidade Social Empresarial

� Econômico
Desenvolvimento � Social
Sustentável � Ambiental

210
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Outro assunto já cobrado em concursos, é sobre o modelo inicial de responsabilidade
social empresarial desenvolvido por Carroll, no qual se estabelecem as dimensões da res-
ponsabilidade social empresarial em forma de uma pirâmide:

Responsabilidade
Discricionária

Responsabilidade Ética

Responsabilidade Legal

Responsabilidade
Econômica

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Carroll apud Machado Filho (2020).

Veremos agora cada uma das etapas da pirâmide:

z Responsabilidade Econômica: Envolve as obrigações da empresa de ser produtiva e


rentável;
z Responsabilidade Legal: Consiste nas expectativas que a própria sociedade tem de que as
empresas cumpram suas obrigações de acordo com o arcabouço legal existente;
z Responsabilidade Ética: Consiste em ter um comportamento que a sociedade espera da
empresa, agindo com equidade, justiça e imparcialidade, além de respeitar os direitos
individuais;
z Responsabilidade Discricionária (ou filantrópica): Vai além das funções básicas tradi-
cionalmente esperadas e diz respeito ao envolvimento da empresa com questões relacio-
nadas à melhoria do ambiente social.

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Atualmente, com os inúmeros casos de corrupção tanto na iniciativa privada quanto na
esfera pública, o comportamento ético tornou-se central nos debates nas organizações.
Dessa maneira, a tendência é que as organizações (públicas e privadas) mais transparen-
tes tenham mais credibilidades em seus relacionamentos sociais e empresariais.
Com isso, a criação e a manutenção de um ambiente ético nas organizações contribuem
para o fomento de uma cultura focada na integridade, na qual permite a participação de
todos os atores envolvidos, buscando eliminar possíveis fraudes e corrupções.
Por fim, inferimos, que para o sucesso da organização é fundamental o alinhamento de
sua estrutura organizacional, a fim de atender a princípios éticos e com respeito à legislação
nacional, de modo a que a função social da organização seja efetivamente cumprida.

211
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL (DISPONÍVEL NO SÍTIO DO
BB NA INTERNET)

Conteúdo será disponibilizado em PDF na área do aluno na plataforma virtual.

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO BANCO DO


BRASIL (DISPONÍVEL NO SÍTIO DO BB NA INTERNET)

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, AMBIENTAL E CLIMÁTICA (PRSAC)

Abrangência: Esta Política orienta o comportamento do Banco do Brasil e das Entidades


Ligadas integrantes do Conglomerado Prudencial Banco do Brasil e é pautada pelos princí-
pios da relevância, proporcionalidade e eficiência. Esperase que as demais ELBB também
definam seus direcionamentos a partir dessas orientações, considerando as necessidades
específicas e os aspectos legais e regulamentares a que estão sujeitas.
Regulamentação: Resolução do Conselho Monetário Nacional 4.945, de 15.09.2021.
Periodicidade de revisão: no mínimo a cada três anos, ou extraordinariamente a qual-
quer tempo quando da ocorrência de eventos relevantes.
Introdução: Esta Política consiste no conjunto de princípios e diretrizes de natureza social,
ambiental e climática que nos orienta na condução dos negócios, das atividades e dos pro-
cessos, bem como na nossa relação com as partes interessadas, estando alinhada às demais
políticas vigentes.
Para fins desta Política consideramos:

z natureza social como o respeito, a proteção e a promoção dos direitos e garantias funda-
mentais e de interesse comum.
z natureza ambiental como a preservação e a reparação do meio ambiente, incluindo sua
recuperação, quando possível.
z natureza climática como a nossa contribuição positiva na transição para uma economia
de baixo carbono, e na redução de impactos que possam ser associados às mudanças em
padrões climáticos.
z partes interessadas como clientes e usuários; administradores, funcionários; fornecedores
e terceirizados; acionistas; investidores; e demais pessoas impactadas pelos nossos produ-
tos, serviços, atividades e processos.

ENUNCIADOS

Princípios:

z Atuamos com responsabilidade social, ambiental e climática a partir das nossas definições
estratégicas, alinhadas às leis e normas que disciplinam o assunto, e aos pactos e compro-
missos assumidos voluntariamente.

212
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Pautamos nossa atuação pela ética, pela promoção dos direitos humanos e dos direitos
fundamentais do trabalho, pela universalização dos direitos sociais e da cidadania, e pelo
respeito ao meio ambiente.
z Consideramos os impactos de natureza social, ambiental e/ou climática das nossas ativida-
des, processos, produtos e serviços.
z Estimulamos, difundimos e implementamos práticas de natureza social, ambiental e cli-
mática na nossa cadeia de valor.
z Adotamos estrutura de governança da responsabilidade social, ambiental e climática pro-
porcional ao nosso porte e modelo de negócios, à natureza das operações, à complexidade
dos nossos produtos, serviços, atividades e processos; e de gestão de riscos adequada à
dimensão e relevância da nossa exposição aos riscos social, ambiental e climático.
z Atuamos continuamente para a melhoria de nosso desempenho social, ambiental e
climático.
z Buscamos oportunidades de negócios que considerem aspectos de natureza social, ambien-
tal e/ou climática, alinhadas ao objetivo de crescimento da carteira de negócios sustentá-
veis e à transição para uma economia de baixo carbono.
z Atuamos em conformidade com o ambiente regulatório em que estamos inseridos, consi-
derando a ética, a integridade e a civilidade como princípios norteadores das nossas rela-
ções com a concorrência e com as demais partes interessadas.
z Engajamos e capacitamos nossos funcionários, em todos os níveis, para o cumprimento
desta Política.

Diretrizes Sociais, Ambientais e Climáticas:

z Buscamos desenvolver ações voltadas para a gestão socioambiental, a ecoeficiência e a


prevenção da poluição e das emissões de carbono em produtos, serviços e processos, bem
como o zelo pela adequada destinação dos resíduos gerados.
z Adotamos critérios de exclusão na realização de negócios, contratação de bens e servi-
ços, investimentos ou parcerias societárias com terceiros que submetam trabalhadores a
formas degradantes de trabalho ou a condições análogas a de escravo; que pratiquem a
exploração sexual de menores e/ou de mão de obra infantil; e que sejam responsáveis por
dano doloso ao meio ambiente.
z Respeitamos, incentivamos e valorizamos a diversidade e a equidade nas relações, bem
como repudiamos condutas que possam caracterizar assédio de qualquer natureza.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
z Buscamos continuamente o aprimoramento das relações profissionais, pautadas pelo res-
peito e confiança mútuos, visando à manutenção de um bom ambiente de trabalho.
z Valorizamos o diálogo, mantendo canais aptos a recepcionar e processar dúvidas, denún-
cias, reclamações e sugestões, bem como garantimos o anonimato.
z Priorizamos a busca de soluções para as demandas dos clientes e usuários, de forma rápi-
da e precisa, visando garantir a sua satisfação com nossos produtos e serviços.
z Buscamos a geração de valor para clientes e sociedade por meio da nossa atuação nego-
cial estimulando a educação financeira, a inovação, o empreendedorismo e a inclusão
socioprodutiva.
z Trabalhamos com fornecedores que cumprem com a legislação vigente e, obrigatoriamen-
te, declarem e se comprometam com as boas práticas sociais, ambientais e climáticas, bem
como estejam alinhados aos valores e a cultura do Banco do Brasil. 213
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Repassamos recursos, de forma voluntária, planejada, monitorada e circunstancial, para
projetos e programas sociais, além de realizar doações e atividades de voluntariado envol-
vendo funcionários.

Especificamente no âmbito da gestão de ativos de terceiros:

z Adotamos metodologias próprias de análise das empresas pertencentes ao universo de


cobertura da Companhia que avaliem os critérios sociais, ambientais e climáticos, com
base nos pilares de desempenho econômicofinanceiro, governança corporativa e aspectos
ambientais e sociais.
z Observamos a Diretriz de Investimento Responsável da BB DTVM, que tem por objetivo
pautar o comportamento da Companhia quanto as melhores práticas no emprego do Inves-
timento Responsável, incluindo os processos para avaliar, selecionar e engajar as compa-
nhias, considerando aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa (ASG).
z Observamos a Diretriz de Exercício de Direito de Voto em Assembleias da BB DTVM, que
tem por objetivo pautar o comportamento da Companhia no que tange ao voto em Maté-
rias Relevantes Obrigatórias quando da obrigatoriedade de participação nas Assembleias
que são realizadas pelos emissores sediados no Brasil dos ativos financeiros que compõem
a carteira de seus fundos.9

RESOLUÇÃO CMN Nº 4.945, DE 15 DE SETEMBRO DE 2021

A Resolução CMN Nº 4.945, de 15 de setembro de 2021, dispõe sobre a Política de Responsa-


bilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) e sobre as ações com vistas à sua efetividade.
Vejamos os dispositivos da Resolução com os principais destaques:

Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climá-
tica (PRSAC) e sobre as ações com vistas à sua efetividade.

CAPÍTULO I

DO OBJETO E DO ESCOPO DE APLICAÇÃO

Art. 2º As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Ban-


co Central do Brasil enquadradas no Segmento 1 (S1), no Segmento 2 (S2), no Segmento
3 (S3), no Segmento 4 (S4) e no Segmento 5 (S5), de que trata a Resolução nº 4.553, de 30 de
janeiro de 2017, devem estabelecer a PRSAC e implementar ações com vistas à sua efetividade,
nos termos desta Resolução.
Parágrafo único. A PRSAC e as ações de que trata o caput devem ser:
I - proporcionais ao modelo de negócio, à natureza das operações e à complexidade dos pro-
dutos, dos serviços, das atividades e dos processos da instituição; e
II - adequadas à dimensão e à relevância da exposição ao risco social, ao risco ambiental e ao
risco climático, de que tratam a Resolução nº 4.557, de 23 de fevereiro de 2017, para institui-
ção enquadrada no S1, no S2, no S3 ou no S4, e a Resolução nº 4.606, de 19 de outubro de 2017,
para instituição enquadrada no S5.

214 9 Disponível em: https://www.bb.com.br/docs/pub/siteEsp/consor/PERSA.pdf


Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


CAPÍTULO II

DA POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, AMBIENTAL E CLIMÁTICA (PRSAC) E DAS


AÇÕES COM VISTAS À SUA EFETIVIDADE

Art. 3º Para fins desta Resolução, a PRSAC consiste no conjunto de princípios e diretrizes
de natureza social, de natureza ambiental e de natureza climática a ser observado
pela instituição na condução dos seus negócios, das suas atividades e dos seus pro-
cessos, bem como na sua relação com as partes interessadas.
§ 1º Para fins desta Resolução, considera-se:
I - natureza social, o respeito, a proteção e a promoção de direitos e garantias fundamentais
e de interesse comum;
II - interesse comum, interesse associado a grupo de pessoas ligadas jurídica ou factualmen-
te pela mesma causa ou circunstância, quando não relacionada à natureza ambiental ou à
natureza climática;
III - natureza ambiental, a preservação e a reparação do meio ambiente, incluindo sua recu-
peração, quando possível;
IV - natureza climática, a contribuição positiva da instituição:
a) na transição para uma economia de baixo carbono, em que a emissão de gases do efeito
estufa é reduzida ou compensada e os mecanismos naturais de captura desses gases são pre-
servados; e
b) na redução dos impactos ocasionados por intempéries frequentes e severas ou por altera-
ções ambientais de longo prazo, que possam ser associadas a mudanças em padrões climáti-
cos; e
V - partes interessadas:
a) os clientes e usuários dos produtos e serviços da instituição;
b) a comunidade interna à instituição;
c) os fornecedores e os prestadores de serviços terceirizados relevantes da instituição;
d) os investidores em títulos ou valores mobiliários emitidos pela instituição; e
e) as demais pessoas impactadas pelos produtos, serviços, atividades e processos da institui-
ção, segundo critérios por ela definidos.
§ 2º Para fins do estabelecimento da PRSAC devem ser considerados:
I - o impacto de natureza social, de natureza ambiental ou de natureza climática das ativida-
des e dos processos da instituição, bem como dos produtos e serviços por ela oferecidos;
II - os objetivos estratégicos da instituição, bem como as oportunidades de negócios relaciona-
das a aspectos de natureza social, de natureza ambiental e de natureza climática; e CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - as condições de competitividade e o ambiente regulatório em que a instituição atua.
Art. 4º As ações de que trata o art. 2º devem ser monitoradas continuamente e avaliadas
quanto à sua contribuição para a efetividade da PRSAC.
Parágrafo único. Para fins da avaliação de que trata o caput, devem ser estabelecidos critérios
claros e passíveis de verificação.

CAPÍTULO III

DA GOVERNANÇA

Art. 5º A instituição deve indicar diretor responsável pelo cumprimento do disposto nesta
Resolução.
215
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


§ 1º As atribuições do diretor mencionado no caput abrangem:
I - prestação de subsídio e participação no processo de tomada de decisões relacionadas ao
estabelecimento e à revisão da PRSAC, auxiliando o conselho de administração;
II - implementação de ações com vistas à efetividade da PRSAC;
III - monitoramento e avaliação das ações implementadas;
IV - aperfeiçoamento das ações implementadas, quando identificadas eventuais deficiências; e
V - divulgação adequada e fidedigna das informações de que trata o art. 10.
§ 2º Desde que assegurada a inexistência de conflito de interesses, admite-se que o diretor de
que trata o caput desempenhe outras funções na instituição, incluindo, quando aplicável, a
responsabilidade pela divulgação de informações nos termos dos arts. 56 e 56-A da Resolução
nº 4.557, de 2017.
§ 3º O regimento interno da instituição, ou equivalente, deve dispor, de forma expressa, sobre
as atribuições do diretor de que trata o caput.
§ 4º A instituição deve designar o diretor de que trata o caput perante o Banco Central do
Brasil.
Art. 6º A constituição de comitê de responsabilidade social, ambiental e climática,
vinculado ao conselho de administração, é:
I - obrigatória, para instituição enquadrada no S1 ou no S2; e
II - facultativa, para instituição enquadrada no S3, no S4 ou no S5.
§ 1º As atribuições do comitê de que trata o caput abrangem:
I - propor recomendações ao conselho de administração sobre o estabelecimento e a revisão
da PRSAC;
II - avaliar o grau de aderência das ações implementadas à PRSAC e, quando necessário, pro-
por recomendações de aperfeiçoamento; e
III - manter registros das recomendações de que tratam os incisos I e II.
§ 2º A composição do comitê de que trata o caput deve ser divulgada no sítio da instituição na
internet.
§ 3º O comitê de responsabilidade social, ambiental e climática deve coordenar suas ativida-
des com o comitê de riscos, de que trata a Resolução nº 4.557, de 2017, de modo a facilitar a
troca de informações.
§ 4º Desde que assegurada a inexistência de conflito de interesses e a observância do disposto
nos §§2º e 3º, admite-se a designação das atribuições do comitê de responsabilidade social,
ambiental e climática, de que trata o § 1º, a outro comitê constituído pela instituição.
§ 5º Na hipótese de não constituição do comitê de que trata o caput e da não observância do
disposto no § 4º, a diretoria de instituição enquadrada no S3, no S4 ou no S5 deve assumir as
atribuições mencionadas no § 1º.
Art. 7º Compete ao conselho de administração, para fins do disposto nesta Resolução:
I - aprovar e revisar a PRSAC, com o auxílio do diretor de que trata o art. 5º e do comitê de
responsabilidade social, ambiental e climática;
II - assegurar a aderência da instituição à PRSAC e às ações com vistas à sua efetividade;
III - assegurar a compatibilidade e a integração da PRSAC às demais políticas estabelecidas
pela instituição, incluindo, quando existentes, políticas de crédito, de gestão de recursos huma-
nos, de gerenciamento de riscos, de gerenciamento de capital e de conformidade;
IV - assegurar a correção tempestiva de deficiências relacionadas à PRSAC;
V - estabelecer a organização e as atribuições do comitê de responsabilidade social, ambiental
e climática;
216
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


VI - assegurar que a estrutura remuneratória adotada pela instituição não incentive compor-
tamentos incompatíveis com a PRSAC; e
VII - promover a disseminação interna da PRSAC e das ações com vistas à sua efetividade.
§ 1º A revisão da PRSAC, de que trata o caput, inciso I, deve ser feita no mínimo a cada três
anos ou quando da ocorrência de eventos considerados relevantes pela instituição, incluindo:
I - oferta de novos produtos ou serviços relevantes;
II - modificações relevantes nos produtos, nos serviços, nas atividades ou nos processos da
instituição;
III - mudanças significativas no modelo de negócios da instituição;
IV - reorganizações societárias significativas;
V - mudanças políticas, legais, regulamentares, tecnológicas ou de mercado, incluindo altera-
ções significativas nas preferências de consumo, que impactem de forma relevante os negócios
da instituição, tanto positiva quanto negativamente; e
VI - alterações relevantes em relação ao disposto no art. 2º, parágrafo único, inciso II.
§ 2º Na inexistência do conselho de administração, aplicam-se à diretoria da instituição as
competências a ele atribuídas por esta Resolução.
Art. 8º Compete à diretoria da instituição conduzir suas atividades em conformidade
com a PRSAC e com as ações implementadas com vistas à sua efetividade.
Art. 9º Os processos relativos ao estabelecimento da PRSAC e à implementação de ações
com vistas à sua efetividade devem ser avaliados periodicamente pela auditoria interna da
instituição.

CAPÍTULO IV

DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Art. 10 Devem ser divulgadas ao público externo, em local único e de fácil identificação no
sítio da instituição na internet, as seguintes informações:
I - obrigatoriamente, a PRSAC;
II - obrigatoriamente, as ações implementadas com vistas à efetividade da PRSAC, bem como
os critérios para a sua avaliação;
III - obrigatoriamente, quando existentes:
a) a relação dos setores econômicos sujeitos a restrições nos negócios realizados pela insti-
tuição em decorrência de aspectos de natureza social, de natureza ambiental ou de natureza
climática; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) a relação de produtos e serviços oferecidos pela instituição que contribuam positivamente
em aspectos de natureza social, de natureza ambiental ou de natureza climática;
c) a relação de pactos, acordos ou compromissos nacionais ou internacionais de natureza
social, de natureza ambiental ou de natureza climática de que seja participante a instituição
ou, conforme o caso, sua matriz estrangeira, quando essa participação envolver a subsidiária
brasileira; e
d) os mecanismos utilizados para promover a participação de partes interessadas, caso incluí-
das no processo de estabelecimento e de revisão da PRSAC; e
IV - facultativamente, a avaliação das ações quanto à sua contribuição para a efetividade da
PRSAC.
Parágrafo único. As informações divulgadas nos termos do caput devem ser tempestivamente
atualizadas na ocorrência de: 217
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


I - revisão da PRSAC;
II - alterações relevantes nas ações implementadas com vistas à efetividade da PRSAC ou nos
critérios para a sua avaliação;
III - alterações relevantes nas informações de que trata o caput, inciso III;
IV - alterações relevantes na avaliação das ações quanto à sua contribuição para a efetividade
da PRSAC, na hipótese da divulgação de que trata o caput, inciso IV; e
V - inconsistências ou erros nas informações anteriormente divulgadas.

CAPÍTULO V

DO CONGLOMERADO PRUDENCIAL E DO SISTEMA COOPERATIVO DE CRÉDITO

Art. 11 A PRSAC de que trata o art. 2º deve ser unificada para as instituições integran-
tes de um mesmo conglomerado prudencial.
§ 1º A PRSAC unificada e as ações com vistas à sua efetividade devem considerar aspectos de
natureza social, de natureza ambiental e de natureza climática relacionados ao conglomera-
do e a cada instituição individualmente.
§ 2º O Banco Central do Brasil deve ser informado sobre a indicação da instituição integrante
do conglomerado prudencial responsável pelo disposto nesta Resolução, à qual compete:
I - designar o diretor de que trata o art. 5º; e
II - constituir, para o conglomerado, o comitê de responsabilidade social, ambiental e climáti-
ca, nos termos do art. 6º, quando aplicável.
§ 3º As competências do conselho de administração e da diretoria estabelecidas por esta Reso-
lução aplicam-se, respectivamente, ao conselho de administração e à diretoria da instituição
indicada na forma do § 2º.
Art. 12. A PRSAC de que trata o art. 2º deve ser unificada para as instituições integrantes de
um mesmo sistema cooperativo de crédito.
§ 1º A PRSAC unificada deve ser estabelecida pela confederação de centrais ou pelo banco coo-
perativo, ou, na inexistência desses, pela cooperativa central integrante do respectivo sistema
cooperativo de crédito.
§ 2º A PRSAC unificada deve considerar aspectos de natureza social, de natureza ambiental e
de natureza climática relacionados à atuação das instituições integrantes do respectivo siste-
ma cooperativo de crédito.
§ 3º As atribuições de que tratam os arts. 6º e 7º associadas ao estabelecimento e à revisão da
PRSAC aplicam-se, respectivamente, ao comitê de responsabilidade social, ambiental e climá-
tica, quando constituído, e ao conselho de administração de instituição mencionada no § 1º.
§ 4º O estabelecimento da PRSAC unificada não exime a responsabilidade da administração de
cada instituição integrante do sistema cooperativo de crédito, incluindo as instituições men-
cionadas no § 1º, da implementação de ações com vistas à efetividade da PRSAC, bem como:
I - da designação, perante o Banco Central do Brasil, do diretor de que trata o art. 5º, a quem
se aplicam as atribuições mencionadas naquele artigo, incluindo a responsabilidade pela ade-
quada e fidedigna divulgação da PRSAC unificada e das demais informações de que trata o art.
10; e
II - do exercício das atribuições de que tratam os arts. 6º ao 8º que não estejam associadas ao
estabelecimento e à revisão da PRSAC.

218
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 13 Deve ser mantida à disposição do Banco Central do Brasil, por cinco anos, a docu-
mentação relativa ao estabelecimento da PRSAC e à implementação de ações com vistas à sua
efetividade.
Art. 14 Caso seja identificada inadequação ou insuficiência nos controles e nos procedimentos
relativos ao estabelecimento da PRSAC e à implementação de ações com vistas à sua efetivida-
de, o Banco Central do Brasil poderá determinar aperfeiçoamentos.
Art. 15 O disposto nesta Resolução deve ser observado a partir de 1º de dezembro de 2022 por
instituição enquadrada no S3, no S4 ou no S5.
§ 1º Enquanto não aplicável à instituição enquadrada no S3, no S4 ou no S5 o disposto nesta
Resolução, aplica-se a essa instituição o estabelecido na Resolução nº 4.327, de 25 de abril de
2014, relativamente à Política de Responsabilidade Socioambiental.
§ 2º A instituição enquadrada no S1 ou no S2 deixará de observar o disposto na Resolução nº
4.327, de 2014, relativamente à Política de Responsabilidade Socioambiental, a partir de 1º de
julho de 2022.

ASG (AMBIENTAL, SOCIAL E GOVERNANÇA): ECONOMIA


SUSTENTÁVEL; FINANCIAMENTOS, MERCADO PJ

Atualmente, a preocupação na preservação do meio ambiente, a responsabilidade social e


a boas práticas corporativas tornaram-se assunto central no cotidiano das organizações, mui-
to devido à real necessidade de construir uma organização que agregue valor a sociedade,
mas também por uma enorme pressão da sociedade (mercado).
Esse novo paradigma de organização, além do objetivo de gerar renda para seus acionis-
tas, tem seu foco na sustentabilidade, ou seja, a

[...] necessidade de se garantir a disponibilidade dos recursos da Terra hoje, assim como para
nossos descendentes, por meio de uma gestão na qual contemple a proteção ambiental, a jus-
tiça social e o desenvolvimento econômico equilibrado de nossas sociedades.10
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Em todo o mundo, existe a consciência de que o ambiente é uma questão sistêmica, a qual
envolve não só a participação dos governos, mas também de toda a sociedade, pois sabemos
que todas as necessidades humanas precisam ser atendidas por algum tipo de produto e ser-
viço que cobra um preço da natureza.
Devido a esse paradoxo entre as necessidades humanas e a escassez dos recursos naturais,
a sustentabilidade é vista como fator crucial para o desenvolvimento da sociedade. Assim,
para agrupar todos esses conceitos em somente uma expressão, foi criada a sigla no idioma
inglês ESG — Environmental, Social and Governance — ou, em português, ASG, referin-
do-se a Ambiental, Social e Governança.

10 COGO, G. A. da R.; OLIVEIRA, L. de O.; TESSER, D. P. Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) — um instrumento a favor da sustenta-
bilidade na administração pública. XXXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Bento Gonçalves, out. 2012, p. 2. 219
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Environmental Governance

Social

ENVIRONMENTAL (FATORES AMBIENTAIS)

Consiste no uso sustentável dos recursos naturais.


Inclui práticas como o uso de recursos naturais, uso de fontes renováveis de energia, dimi-
nuição das emissões de gases de efeito estufa, capacidade energética, gerenciamento de resí-
duos, poluição, desenvolvimento de tecnologias limpas, regulamentação ambiental.

SOCIAL (FATORES SOCIAIS)

Consiste em práticas que potencializam a inclusão social.


Por exemplo: diversidade, inclusão social, políticas de trabalho, direitos humanos, mobili-
dade, relações com a comunidade, qualidade de emprego, diversidade social e direitos sociais.

GOVERNANCE (FATORES DE GOVERNANÇA)

Consiste em ações que priorizam a transparência e a integridade na gestão das organizações.


Por exemplo: ética e transparência, participação popular, acessibilidade nas decisões
governamentais e independência dos conselhos administrativos.
Diante do exposto, inferimos que o conceito apresentado é a busca pelo equilíbrio ambien-
tal, social e corporativo, proporcionando a todos os cidadãos a igualdade de oportunidades,
um meio ambiente preservado e o desenvolvimento sustentável como sociedade.
Seguindo a tendência do mercado e pressionadas pela sociedade, as organizações públi-
cas e privadas elaboraram diversas políticas as quais coadunam com a necessidade de uma
maior responsabilidade ambiental e social.
Como exemplo dessas políticas, o Banco do Brasil apresentou a denominada “Agenda 30 BB
— Nosso Plano de Ação para um Futuro Sustentável”, enfatizando os critérios e práticas sus-
tentáveis que devem ser priorizadas com o objetivo de promover o desenvolvimento nacio-
nal sustentável e assim transformar a sociedade em um lugar mais justo e menos desigual.
Neste sentido, demonstrando o alinhamento às tendências da gestão integrada e à impor-
tância na promoção da transição para uma economia verde e inclusiva, o Banco do Brasil
propôs alguns compromissos em sua atividade financeira, a saber:

z Negócios Sustentáveis: facilitar a transição para um portfólio mais sustentável, através


do fomento à energia renovável, agricultura sustentável e fomento ao empreendedorismo;
220
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


z Investimento Responsável: contribuir para que os investidores direcionem recursos em
organizações que entregam externalidades socioambientais positivas;
z Gestão ASG: aumentar a matriz energética limpa e assim reduzindo emissões de poluen-
tes; além de promover uma maior diversidade entre colaboradores e incentivar práticas
de governança.

Negócios
sustentáveis

Investimento
responsável

Gestão
ASG

Dessa forma, as organizações modernas possuem grandes questões econômicas, sociais e


ambientais as quais precisam ser enfrentadas e geridas com o intuito de evitar e/ou reduzir
possíveis impactos na geração de valor, tanto para o negócio quanto para a sociedade. Assim,
é imprescindível o foco nos seguintes temas:

z mudanças climáticas;
z diversidade;
z risco socioambiental;
z ética e governança;
z sustentabilidade;
z respeito com os recursos humanos;
z proteção dos dados (privacidade);
z respeito aos Direitos Humanos;
z saúde e segurança do trabalho;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

INVESTIMENTO, FINANCIAMENTO E MERCADO PESSOA JURÍDICA

Esse novo paradigma verde transformou o mercado financeiro, e assim o fez criar novas
soluções (investimentos e financiamentos) as quais priorizam as organizações que conside-
ram importantes os fatores ambientais, sociais e de governança.
Atualmente, seguindo a tendência mundial, os investidores nacionais buscam cada vez
mais o relacionamento com organizações sustentáveis. Desse modo, as empresas verdes cos-
tumam ter mais facilidade na atração de capitais e com isso apresentam um melhor desem-
penho financeiro.

221
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Nesta esteira, o Banco do Brasil aumentou suas soluções no mercado de pessoa jurídica
com ênfase neste novo modelo verde, ofertando diversos produtos que vão ao encontro desse
anseio da sociedade, são eles:

z BB Financiamento PJ: consiste em uma linha de financiamento de pessoa jurídica especí-


fica para equipamentos para geração de energia renovável (economia verde);
z Consórcio Placas Fotovoltaicas: consiste em um consórcio voltado para aquisição e ins-
talação de sistemas de energia solar novos, com condições especiais;
z Apoio ao Empreendedorismo: as mais diversas soluções de apoio ao micro e pequeno
empresário;
z Agricultura de Baixa emissão de Carbono — ABC: incentivo da redução da emissão de
gases de efeito estufa na atividade agropecuária;
z Programa Agroenergia: soluções para o produtor rural na busca pela produção de ener-
gia limpa e renovável;
z FCO Rural — Investimento Agropecuário: consiste no financiamento de materiais e
equipamentos de uso destinados à armazenagem, a barragens, obras civis, máquinas,
implementos, energia, irrigação.

Ao fim e ao cabo, a economia verde é um caminho sem volta, e uma nova chance para que
o mercado financeiro (e seus atores) repensem uma sociedade mais justa com um aumento
da consciência global sobre o impacto das mudanças climáticas e da perda da biodiversidade
sobre as populações mais vulneráveis. Por fim, é a busca de um crescimento econômico sus-
tentável para a nossa e futuras gerações.

HORA DE PRATICAR!
1. (CESGRANRIO — 2021) Sr. W é gerente de área do Banco B, tendo-se especializado no setor de
mercado de capitais e atuado no lançamento de diversas ações na Bolsa de Valores, sempre
conseguindo bater suas metas, diante da quantidade de clientes abonados e afetos ao risco,
que sua carteira possui. Sua área também atinge as operações diárias com o oferecimento de
consultoria e aplicações. Um dos seus clientes, atuando diretamente na Bolsa, sem sua interme-
diação, obtém ganho expressivo em única operação, o que gerou a abertura de inquérito admi-
nistrativo pela Comissão de Valores Mobiliários. Por força de relações pessoais, o responsável
pelo inquérito solicita ao gerente W cópias das movimentações financeiras do investigado.
Nos Termos da Lei Complementar nº 105/2001, a Comissão de Valores Mobiliários

a) pode quebrar o sigilo bancário do aplicador em ações no mercado de capitais investigado.


b) deve requerer, diretamente à instituição financeira conveniada, informações sobre as operações
bancárias do investigado.
c) deve solicitar, à autoridade judiciária competente, o levantamento do sigilo do investigado.
d) deve oficiar ao Banco Central para compartilhar as informações bancárias do investigado.
e) tem vedada a possibilidade de obter informações vinculadas ao sigilo bancário do investigado.

222
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


2. (CESGRANRIO — 2021) Uma das funções desempenhadas pela moeda é a de reserva de valor,
no entanto, a moeda não é o único ativo que desempenha tal função.

O motivo que faz com que os cidadãos retenham moeda como reserva de valor é o fato de ela

a) oferecer um rendimento a seu detentor.


b) possuir liquidez absoluta.
c) prestar algum serviço ao seu possuidor.
d) propiciar um aumento no seu valor.
e) ser protegida contra inflação.

3. (CESGRANRIO — 2021) Um meio de troca é aquilo que os compradores oferecem aos vendedo-
res quando aqueles adquirem bens e serviços.

Quando um consumidor, por exemplo, compra um perfume numa loja localizada numa econo-
mia onde o nível inflacionário é baixo e controlado, o vendedor entrega o produto para o cliente
em troca de

a) moeda, por ser o meio de troca de maior aceitabilidade.


b) mercadoria, por ser o meio de troca mais eficiente.
c) moeda-mercadoria, por ser o meio de troca mais durável.
d) outro bem, por ser o meio de troca com menor custo de carregamento.
e) outro serviço, por ser o meio de troca de maior divisibilidade.

4. (CESGRANRIO — 2021) Quando alguém vai a um shopping center pode observar que uma saia,
por exemplo, apresenta o preço de R$40,00 e uma garrafa d’água, o preço de R$5,00. Apesar de
não ser errado afirmar que o preço da saia são oito garrafas d’água e que o preço da garrafa
d’água é 1/8 do preço da saia, os preços não costumam ser cotados assim.

Quando se deseja mensurar e registrar valor econômico, usa-se a moeda como

a) meio de troca
b) reserva de valor
c) riqueza CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) unidade de conta
e) valor intrínseco

5. (CESGRANRIO — 2021) B é gerente de determinada instituição financeira e recebe, como tare-


fa laboral, a responsabilidade de convencer os clientes a investirem na aquisição de ações de
sociedade empresária que busca abrir seu capital em bolsa de valores. Após vários contatos, B
consegue bater a sua meta pessoal, no sentido de ter conquistado um número significativo de
novos clientes, decorrentes do desempenho da aludida tarefa, bem como auxiliar seus colegas
de setor para que alcancem o mesmo objetivo.

223
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


A esse respeito, e de acordo com o Código de Ética do Banco do Brasil, o oferecimento de servi-
ços e produtos deve ocorrer com

a) individualidade
b) comedimento
c) parcialidade
d) limitação
e) diligência

6. (CESGRANRIO — 2021) Considere as informações contidas no Código de Ética do Banco do


Brasil:

O propósito assumido pelo Banco é cuidar do que é valioso para as pessoas, mantendo a visão
de ser a empresa que proporciona a melhor experiência para a vida das pessoas e promove o
desenvolvimento da sociedade de forma inovadora, eficiente e sustentável.

Disponível em: <https://www.bb.com.br/docs/pub/siteEsp/ri/ pt/dce/dwn/Codigoetica.pdf>. Acesso em: 21 jul.


2021.

Nesse Código de Ética, a consideração do interesse coletivo na tomada de decisões refere-se


diretamente ao seguinte valor:

a) inovação
b) eficiência
c) confiabilidade
d) espírito público
e) senso de dono

7. (CESGRANRIO — 2021) O Registrato é um sistema criado em 2014 e administrado pelo Banco Cen-
tral, que permite aos cidadãos terem acesso pela internet a relatórios contendo informações sobre

a) seus relacionamentos com as instituições financeiras, suas operações de crédito e operações


de câmbio.
b) suas receitas e despesas realizadas em todas as instituições financeiras onde têm conta-corrente.
c) seus dados registrados junto aos serviços de proteção de crédito.
d) seus relacionamentos interpessoais com pessoas da mesma família (ex: pai, filho e irmão, entre
outros) que também possuem contas-correntes.
e) seus contratos de prestação de serviço firmados na esfera cível.

8. (CESGRANRIO — 2021) No Brasil, o órgão responsável pela fiscalização do Sistema Financeiro


Nacional é o

a) Conselho Monetário Nacional


b) Ministério da Economia
c) Banco Central do Brasil
d) Banco do Brasil
224 e) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


9. (CESGRANRIO — 2021) H é correntista da instituição financeira XYZ e mantém com esta insti-
tuição relação estável, com movimentação de recursos monetários correspondente a cem salá-
rios mínimos por ano. A partir de 2019, sua movimentação anual passou a ser de mil e duzentos
salários mínimos, com aportes mensais de cem salários mínimos.


A partir das regras apresentadas na Carta-Circular nº 4001/2020 do Banco Central do Brasil,
nesse caso, as operações devem ser monitoradas como situações relacionadas com operações
em espécie, em moeda nacional, com a utilização de contas de

a) aplicações
b) depósitos
c) fundos
d) garantia
e) preferência

10. (CESGRANRIO — 2021) A pandemia do coronavírus, declarada em março de 2020, alterou sig-
nificativamente as relações sociais e econômicas ao redor do globo. Em resposta, autoridades
mundiais atuaram tempestivamente, recorrendo a instrumentos monetários para dinamizar a
economia, associando estímulo monetário com controle inflacionário.

Com essa finalidade, no Brasil, em agosto de 2020, o Banco Central do Brasil (Bacen) anunciou
a utilização de um instrumento denominado

a) Teto dos gastos


b) Isenção tributária
c) Dominância fiscal
d) Foward guidance
e) Quantitative easing

11. (CESGRANRIO — 2021) Considere o seguinte trecho de reportagem publicada no jornal Valor
Econômico, em 3 de novembro de 2020:

O plenário do Senado aprovou, agora há pouco, um projeto que possibilita ao Banco Central
substituir as operações compromissadas pelo depósito voluntário remunerado das institui- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ções financeiras. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados.

TRUFFI, R.; LIMA, V. Senado aprova projeto que permite ao BC usar depósitos voluntários. Valor Econômico,
3/11/2020. Disponível em: <https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/11/03/ senado-aprova-projeto-que-
permite-ao-bc-utilizar-depositos-vo luntarios. ghtml>. Acesso em: 27 jan. 2021.

O principal argumento em defesa da adoção de depósitos das instituições financeiras, remune-


rados pelo Banco Central do Brasil (BCB), é que esse mecanismo adicional de política monetária

a) estimularia a redução das taxas de juros praticadas pelos bancos comerciais.


b) teria efeito nulo sobre o crescimento da dívida bruta do Tesouro Nacional.
c) teria efeito nulo sobre as despesas financeiras do BCB.
225
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


d) teria impacto financeiro idêntico ao das operações compromissadas.
e) fomentaria o sistema de crédito bancário.

12. (CESGRANRIO — 2021) Dentro do Sistema de Metas para a inflação, o Conselho Monetário
Nacional (CMN) estabelece a meta para a inflação. A partir dessa meta, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (Bacen) reúne-se periodicamente para analisar
a economia brasileira.

Nesse contexto, é atribuição do Copom

a) definir a meta da taxa Selic.


b) determinar o papel do Bacen no mercado cambial.
c) formular normas aplicáveis ao Sistema Financeiro Nacional (SFN).
d) divulgar, diariamente, a taxa de juros de curto prazo para operações realizadas no mercado
financeiro.
e) autorizar o funcionamento das instituições financeiras e de outras entidades conforme legisla-
ção em vigor.

13. (CESGRANRIO — 2021) O Banco do Brasil (BB) oferece diversas linhas de crédito destinadas a
custear os dispêndios realizados pelos produtores rurais.

A modalidade de crédito rural, oferecida pelo BB, destinada ao beneficiamento, custeio e indus-
trialização da produção é denominada

a) Funcafé Custeio
b) Custeio Agropecuário
c) Pronamp Custeio
d) Pronaf Agroindústria
e) Crédito Rural Pronaf Custeio

14. (CESGRANRIO — 2021) Um jovem atua em uma organização social com inúmeros projetos
em comunidades carentes situada em região metropolitana de uma grande capital brasileira.
A organização possui vários empregados, recrutados diretamente nas comunidades, e con-
ta com financiamento de pessoas físicas e jurídicas. Com o intuito de ampliar sua base de
colaboradores, agenda diversos compromissos com empreendedores que tenham interesse na
região.

Nos termos da Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil, seria adequa-


do que houvesse

a) percentual de funcionários que exercesse atividade remunerada decorrente de atuação nas


organizações sociais.
b) incentivo aos funcionários do banco para que desempenhassem atividades voluntárias no
projeto.
c) colaboração não consistente em financiamento a programas e projetos sociais.
226
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


d) integração de outras instituições financeiras como requisito de participação.
e) neutralidade na intervenção em projetos sociais em comunidades carentes por ausência de
recursos para todos.

15. (CESGRANRIO — 2021) Com o intuito de incentivar o desenvolvimento de novos negócios vol-
tados às futuras gerações, determinada instituição financeira estabeleceu convênio com duas
renomadas instituições nacionais de ensino e pesquisa, possuidoras de organismos internos
que incentivam empreendimentos inovadores. Ao final de cada ano, os projetos escolhidos
devem receber aporte de recursos para desenvolvimento dos seus produtos.

Nos termos da Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil, o crité-


rio que deve ser preponderante na escolha dos vencedores consiste em analisar o mais bem
apresentado

a) custo
b) rendimento
c) benefício ambiental
d) influxo geracional
e) lucro

16. (CESGRANRIO — 2021) É função precípua da Tesouraria, em um determinado banco,

a) acompanhar as operações em atraso, visando à instauração do processo de recuperação de


crédito.
b) estreitar o relacionamento com os clientes do banco.
c) fixar as formas de garantias exigidas em função dos tipos de operação de crédito.
d) gerenciar os descasamentos existentes entre os fluxos de caixa das captações e as aplicações
do banco.
e) ativar as atividades de marketing e publicidade do banco.

17. (CESGRANRIO — 2021) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976,
pela Lei nº 6.385/76.

A CVM CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a) é um órgão emissor de moeda-papel.


b) é vinculada à Casa Civil.
c) fornece crédito às instituições.
d) é responsável por formular a política de crédito.
e) regula mercados da Bolsa de balcão.

18. (CESGRANRIO — 2021) No mercado de capitais brasileiro, os principais responsáveis pela inter-
mediação de compra e venda de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de
recursos são as(os)

227
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


a) corretoras e distribuidoras
b) bolsas de valores
c) companhias abertas
d) empresas de auditoria
e) auditores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

19. (CESGRANRIO — 2021) Essencialmente, o mercado de capitais canaliza a poupança da socie-


dade para suprir as necessidades das empresas por recursos produtivos. Promover o forta-
lecimento de mercados de capitais locais para que se tornem pilares para o desenvolvimento
econômico tem sido um objetivo constante, em praticamente toda a comunidade internacional.

A sociedade é beneficiada à medida que o mercado de capitais cumpre aquelas que são suas
quatro principais funções:

a) aumento do consumo imediato, maior propensão ao risco, alocação de recursos em poucos


ativos e aumento da autonomia gerencial corporativa.
b) desmobilização do investimento, maior aversão ao risco, alocação enviesada de recursos e
afrouxamento da rígida disciplina de capital corporativa.
c) mobilização da poupança, gestão de riscos, alocação eficiente de recursos e aumento da dis-
ciplina corporativa.
d) transferência do investimento para o futuro, eliminação dos riscos sistemáticos, construção de
carteiras diversificadas e estímulo à governança.
e) estabilidade da propensão a consumir, redução do risco assistemático, alocação aleatória de
recursos e extinção dos custos de agência.

20. (CESGRANRIO — 2021) Existem títulos de dívida de longo prazo emitidos por sociedades de
ações e destinados, geralmente, ao financiamento de projetos de investimento ou para alonga-
mento do perfil de endividamento das empresas.

Tais títulos são

a) as ações
b) as debêntures
c) os dividendos
d) os Depositary Receipts (DR)
e) os Brazilian Depositary Receipts (BDR)

21. (CESGRANRIO — 2021) Aqueles que participam do mercado de câmbio de um país podem ser
divididos entre os que produzem divisas e os que cedem divisas.

Produzem e cedem divisas, respectivamente, os

a) exportadores; os turistas estrangeiros.


b) importadores; os que fazem transferências para o exterior.
c) que recebem transferências do exterior; os que remetem lucro ao exterior.
228
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


d) tomadores de investimentos quando remetem dividendos ao exterior; os exportadores.
e) tomadores de empréstimos quando remetem o principal ao exterior; os importadores.

22. (CESGRANRIO — 2021) As relações internacionais implicam relações de trocas entre as moe-
das, ou seja, a variável econômica conhecida como taxa de câmbio. Assim, quanto mais valo-
rizada for a moeda de um país, menor será o poder de competitividade do produto desse país,
piorando o saldo em transações correntes.

Nesse sentido, uma valorização cambial

a) desestimula tanto as importações quanto as exportações, mas com uma desvalorização cam-
bial ocorre o inverso.
b) desestimula as importações e estimula as exportações, e com uma desvalorização cambial
ocorre o mesmo.
c) desestimula as importações e estimula as exportações, mas com uma desvalorização cambial
ocorre o inverso.
d) estimula as importações e desestimula as exportações, e com uma desvalorização cambial
ocorre o mesmo.
e) estimula as importações e desestimula as exportações, mas com uma desvalorização cambial
ocorre o inverso.

23. (CESGRANRIO — 2021) A relação entre a mudança de percentual na taxa de câmbio à vista, ao
longo do tempo, e o diferencial entre taxas de juros comparáveis em diferentes mercados de
capitais nacionais é conhecida como o efeito Fisher internacional.

O Fisher-open, como é frequentemente chamado, indica que as taxas de câmbio à vista devem
mudar em uma quantidade

a) diferente, mas em direção oposta à diferença nas taxas de juros entre dois países.
b) diferente, mas na mesma direção da diferença nas taxas de juros entre dois países.
c) desconhecida, mas na mesma direção da diferença nas taxas de juros entre dois países.
d) igual, mas em direção oposta à diferença nas taxas de juros entre dois países.
e) igual, mas na mesma direção da diferença nas taxas de juros entre dois países.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
24. (CESGRANRIO — 2021) Com a pandemia, observou-se intensa volatilidade das taxas de câm-
bio cotadas nos mercados de câmbio à vista no Brasil. Segundo dados do Banco Central do
Brasil, a taxa de câmbio média negociada nos mercados à vista foi de R$5,46/US$ em agosto
de 2020, comparativamente à taxa média de R$5,28/US$, observada em julho desse mesmo
ano.

Sendo assim, constata-se que, entre julho e agosto de 2020, o Real brasileiro mostrou, em rela-
ção ao Dólar norte- americano,

a) apreciação média de cerca de 3,41%, em termos nominais


b) apreciação média de cerca de 3,41%, em termos reais
229
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


c) depreciação média de cerca de 3,41%, em termos nominais
d) depreciação média de cerca de 3,41%, em termos reais
e) a mesma paridade nominal do poder de compra

25. (CESGRANRIO — 2021) Dentre as escolhas mais populares de investimentos, a caderneta de


poupança é uma das opções mais utilizadas pelos brasileiros, sendo considerada um investi-
mento de renda fixa.

São também investimentos de renda fixa

a) as Ações
b) as Opções
c) as Commodities
d) os CDB
e) os ETF de Ações

26. (CESGRANRIO — 2021) O anúncio seguinte constava no site do Banco do Brasil no dia 8 de
fevereiro de 2021:

Financiamento de veículos

Financie o seu veículo, novo ou usado, com as melhores opções e taxas reduzidas até 28 de
fevereiro. Durante a promoção, é possível financiar* carros novos e seminovos (até 2 anos de
fabricação) com condições diferenciadas. Você pode fazer tudo sem precisar comparecer a
uma agência. Basta acessar o App BB para simular as condições, escolher a opção que se
encaixa no seu orçamento e finalizar a contratação com o envio dos documentos.
*Crédito sujeito à aprovação cadastral e demais condições do produto.

Banco do Brasil. Disponível em: <https://www.bb.com.br/pbb/ pagina-inicial/voce/produtos-e-servicos/


financiamentos/financiar--veiculos#/>. Acesso em: 8 fev. 2021.

A nota descrita em asterisco (*) destaca que, além da análise cadastral, a aprovação do crédito
está sujeita às “demais condições do produto”. Uma dessas condições diz respeito à garantia
do financiamento que, no caso supramencionado, será o próprio veículo a ser comprado pelo
devedor. Trata-se de uma forma de garantia denominada

a) alienação fiduciária
b) aval
c) penhor mercantil
d) fiança
e) hipoteca

230
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


27. (CESGRANRIO — 2021) A revista inglesa The Economist publica periodicamente o famoso Índi-
ce do Big Mac, que consiste em avaliar os preços, em dólares, do conhecido sanduíche em dife-
rentes países na economia global. Os resultados são frequentemente replicados pela imprensa
internacional, incluindo a brasileira. A metodologia de apuração é simples: com base nas taxas
de câmbio nominais das moedas nacionais em relação ao dólar, cotadas num mesmo dia, con-
verte-se o preço do Big Mac avaliado nessas moedas para o seu respectivo valor em dólares.

Considerando-se que na edição de 12 de janeiro de 2021, os cálculos da The Economist mos-


travam que o preço, em dólares, do Big Mac no Brasil estava cerca de 30% mais barato do que
o sanduíche similar vendido e cotado, também em dólares, nos Estados Unidos, o resultado
indicava que o real brasileiro estava

a) valorizado em relação ao dólar


b) sobrevalorizado em relação ao dólar
c) subvalorizado em relação ao dólar
d) com alinhamento nominal em relação ao dólar
e) na paridade real do poder de compra em relação ao dólar

28. (CESGRANRIO — 2021) Considere o texto a seguir para responder à questão.

A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus provocou a maior fuga de capi-
tais da história do Brasil. Dados divulgados nesta quarta-feira (24/6) pelo Banco Central (BC)
explicam que os investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões do mercado brasileiro
de títulos e ações só em março, abril e maio deste ano. Por isso, as retiradas somam R$ 50,9
bilhões nos últimos 12 meses; o maior índice da série histórica do BC.

BARBOSA, M. US$ 50,9 bilhões saíram do mercado financeiro brasileiro em 12 meses. Correio Braziliense,
24/6/2020. Dispo nível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eco nomia/ 2020/06/24/
internas_economia,866513/us-50-9-bilhoes--sairam-do-mercado-financeiro-brasileiro-em-12-meses.shtml>.
Acesso em: 22 jan. 2021.

Considerando-se os efeitos sanitários, econômicos e sociais decorrentes da pandemia da


Covid-19 na economia global, o principal fator que justifica tamanha fuga de capitais do Brasil
no ano passado é o(a)
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
a) aumento desenfreado da dívida externa brasileira.
b) aumento das taxas de juros no mercado internacional.
c) necessidade de recursos, no estrangeiro, para financiar as pesquisas científicas de vacinas
contra o coronavírus.
d) manipulação das taxas de câmbio nos mercados globais.
e) maior percepção de risco, por parte dos estrangeiros, em investir em ativos denominados em
moeda brasileira.

231
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


29. (CESGRANRIO — 2021) Considere o texto a seguir para responder à questão.

A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus provocou a maior fuga de capi-
tais da história do Brasil. Dados divulgados nesta quarta-feira (24/6) pelo Banco Central (BC)
explicam que os investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões do mercado brasileiro
de títulos e ações só em março, abril e maio deste ano. Por isso, as retiradas somam R$ 50,9
bilhões nos últimos 12 meses; o maior índice da série histórica do BC.

BARBOSA, M. US$ 50,9 bilhões saíram do mercado financeiro brasileiro em 12 meses. Correio Braziliense,
24/6/2020. Dispo nível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eco nomia/ 2020/06/24/
internas_economia,866513/us-50-9-bilhoes--sairam-do-mercado-financeiro-brasileiro-em-12-meses.shtml>.
Acesso em: 22 jan. 2021.

O principal impacto decorrente da enorme fuga de capitais do Brasil em 2020, descrita na repor-
tagem mencionada anteriormente, foi o(a)

a) expressiva desvalorização do real brasileiro


b) queda das taxas de juros internas
c) aumento do preço das ações na Bovespa
d) valorização dos ativos brasileiros
e) aumento da dívida interna do Tesouro

30. (CESGRANRIO — 2021) Com evidências do enorme descolamento entre as taxas de juros de
curto e de longo prazo no Brasil, o texto abaixo reproduz matéria jornalística, publicada no
início de agosto de 2020, dando conta da enorme incerteza futura associada aos impactos
adversos decorrentes da crise pandêmica da Covid-19 sobre a economia brasileira.
Os juros futuros encerraram os negócios desta segunda- feira em alta firme, afetados por um
movimento de maior incorporação de prêmio de risco ao longo da curva a termo, especialmente
nos trechos mais longos (com vencimento no longo prazo). No fim da sessão regular, a taxa do
contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 passava de 1,87% no ajuste ante-
rior para 1,88%; a do DI para janeiro de 2022 ia de 2,65% para 2,67%; a do contrato para janeiro
de 2023 subia de 3,76% para 3,79%; a do DI para janeiro de 2025 escalava de 5,40% para 5,47%;
e a do contrato para janeiro de 2027 saltava de 6,35% para 6,43%.

REZENDE, V. Risco fiscal leva a alta das taxas de juros futuros e curva tem maior inclinação desde fim de
junho. Valor Econômi co, 10/08/2020. Disponível em: <https://valorinveste.globo.com/ produtos/renda-fixa/
noticia/2020/08/10/risco-fiscal-leva-a-alta- das-taxas-de-juros-futuro-e-curva-tem-maior-inclinacao-desde-
fim-de-junho.ghtml>. Acesso em: 7 fev. 2021. Adaptado.

Para minorar os impactos da crise, a Emenda Constitucional nº 106, de 7 de maio de 2020,


conhecida como o “Orçamento de Guerra”, instituiu uma diversidade de medidas nos âmbitos
fiscal, financeiro e de contratações para enfrentamento da calamidade pública nacional, decor-
rente da pandemia da Covid-19. Dentre as medidas aprovadas, o Banco Central do Brasil ficou
autorizado, temporariamente, a operar com instrumentos de política monetária considerados
não convencionais. A medida de política monetária não convencional, por parte do Banco Cen-
tral do Brasil, que poderia ter estimulado a redução das taxas de juros de longo prazo no ano
passado é a
232
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


a) redução da taxa de juros básica de curto prazo (Selic)
b) venda de títulos públicos e privados no mercado secundário
c) compra de títulos públicos e privados no mercado secundário
d) redução do percentual dos depósitos compulsórios
e) venda de títulos mediante operações compromissadas

31. (CESGRANRIO — 2021) A inserção dos bancos digitais no Sistema Financeiro Nacional acarreta
a disseminação de tecnologias e culturas inovadoras, dentre as quais merece menção o (a)

a) maior contato físico entre bancos e clientes


b) dispensa do armazenamento de dados dos clientes
c) uso de inteligência artificial
d) generalização de plataformas off-line
e) utilização mínima de big-data

32. (CESGRANRIO — 2021) A partir do início de 2021, começou a primeira fase de implantação do
open banking (sistema financeiro aberto) no Brasil. As instituições financeiras participantes
devem obedecer a regras definidas pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional.

O open banking tem, entre outros, o objetivo de

a) criar um mercado eletrônico exclusivo para operação das fintechs.


b) permitir que mais instituições participem como bancos comerciais do mercado brasileiro,
abrindo esse mercado.
c) possibilitar o compartilhamento de informações, mediante autorização expressa de cada
cliente, e a movimentação de suas respectivas contas bancárias, entre diferentes instituições
financeiras.
d) controlar as operações de concessão de crédito de cada instituição financeira participante
autorizada pelo Banco Central, dando mais transparência ao setor.
e) recomendar a utilização de um sistema de informações único, de código aberto, para gestão
de contas-correntes e suas movimentações, de modo a ser adotado por todas as instituições
financeiras em operação no Brasil.

33. (CESGRANRIO — 2021) Um indivíduo abriu uma conta em um banco digital. Essa instituição tem
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
um modelo de negócio que desburocratizou o mercado e oferece soluções simples por meio da
tecnologia, otimizando serviços e deixando de repassar custos operacionais da empresa para
seus clientes.

Como são chamadas as empresas que introduzem inovações nos mercados financeiros por
meio do uso intenso de tecnologia, com potencial para criar novos modelos de negócios?

a) Nutechs
b) Inovatechs
c) Fintechs
d) SmartTechs
e) HealthTechs
233
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


34. (CESGRANRIO — 2021) As startups têm transformado os negócios.

Um dos motivos para isso é que elas

a) são ágeis, sempre vendem os seus produtos mais barato e visam a tornar-se um unicórnio.
b) inovam, transformam processos e têm potencial de rápido crescimento.
c) sempre são compradas com valores mais baixos que o mercado.
d) sempre possuem aplicativos para agilizar suas operações.
e) são sempre empresas de internet.

35. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa estava querendo fazer um empréstimo e descobriu que
algumas instituições que praticam o shadow banking (“sistema bancário sombra”) geralmente
servem como intermediários entre credores e tomadores de empréstimos, fornecendo crédi-
to e capital para investidores e corporações. Ao fazer uso dessas instituições para fazer um
empréstimo, a pessoa incorre em riscos?

a) Não, pois vai ter toda a assessoria para fazer o empréstimo.


b) Não, pois o shadow banking realiza operações passando por toda a supervisão ou regulação
dos sistemas financeiros/ bancários do país.
c) Sim, pois essas instituições não são bancárias, não recebem depósitos tradicionais como um
banco tradicional e são estruturas paralelas aos mercados tradicionais.
d) Sim, pois o shadow banking é uma estrutura paralela aos mercados tradicionais, embora passe
por todas as regulações e seja uma instituição bancária.
e) Sim, pois o shadow banking não é uma instituição financeira, embora tenha registro no Banco
Central.

36. (CESGRANRIO — 2021) Considere o texto a seguir, retirado de Relatório do Banco Central do
Brasil.

No sistema financeiro mundial, existem muitas entidades que oferecem serviços de interme-
diação financeira, mas funcionam à margem do sistema de supervisão e regulação bancária.
No Relatório de Estabilidade Financeira, de 2015, o Banco Central do Brasil (BCB) estima o valor
total dos ativos dessas entidades no país e adverte que elas podem “ser fonte de risco sistêmi-
co, por envolver, sem a devida supervisão e regulação, riscos tipicamente bancários, tais como
alavancagem, transformações de maturidade e de liquidez e transferência de risco de crédito”.

BRASIL. Banco Central do Brasil. Relatório de Estabilidade Financeira, v.14, n.1. Brasília: Banco Central do Brasil,
mar. 2015, p.33. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/publicacoes/ref/201503>. Acesso em: 24 jul. 2021.

As entidades financeiras descritas formam o sistema denominado

a) shadow banking
b) internet banking
c) open banking
d) mobile banking
e) blockchain
234
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


37. (CESGRANRIO — 2021) Uma investidora está querendo saber a relação entre a blockchain e o
bitcoin.

Em sua pesquisa, ela esclareceu sua dúvida, ao descobrir que

a) blockchain é o meio utilizado para registrar e armazenar transações de bitcoin.


b) blockchain é a tecnologia de inteligência artificial aplicada na bitcoin.
c) bitcoin é uma moeda digital e blockchain é uma moeda em blocos.
d) bitcoin é tecnologia usada para implementar a blockchain.
e) bitcoin e blockchain são duas formas de implementar criptomoedas.

38. (CESGRANRIO — 2021) A blockchain é um tipo específico de banco de dados distribuído, no


qual há uma cadeia de blocos ordenados e interligados, com garantia de ordem cronológica. Os
dados registrados nos blocos podem variar de transações financeiras a contratos inteligentes.

Na blockchain da bitcoin, as entidades que registram novos blocos na cadeia são chamadas de

a) registradores
b) mineradores
c) trabalhadores
d) gerenciadores
e) conectores

39. (CESGRANRIO — 2021) Leia as considerações seguintes sobre o expressivo crescimento das
criptomoedas nas movimentações financeiras internacionais.
Criptomoeda, ou moeda criptografada, é um ativo digital denominado na própria unidade de
conta que é emitido e transacionado de modo descentralizado, independentemente de registro
ou validação por parte de intermediários centrais, com validade e integridade de dados asse-
gurada por tecnologia criptográfica e de consenso em rede. Trata-se de instrumentos dese-
nhados para viabilizar transferências de valores em rede de maneira segura e independente de
um sistema de intermediação financeira (...). Outro aspecto econômico que merece destaque
é o lado político-econômico da atribuição de valor a uma moeda. As moedas estatais de curso
forçado contam não apenas com reservas legais, mas também com uma infraestrutura estatal
ou privada (fortemente regulada) e com as políticas monetária e cambial oficiais (...). Muitas
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
criptomoedas, mesmo que funcionem como instrumentos descentralizados, têm grande parte
de sua base monetária em poder da organização que a desenvolveu.

Stella, J.C. Moedas virtuais no Brasil: como enquadrar as crip- tomoedas. Revista da PGBC, v. 11, n. 2, dez.
2017, p. 151, 156. Disponível em: <https://revistapgbc.bcb.gov.br/index.php/revista/ issue/download/26/A9%20
V.11%20-%20N.2>. Acesso em: 24 jul. 21.

O texto sugere que o mercado de criptomoedas é fonte de enorme instabilidade e preocupação


dos bancos centrais, porque as empresas emissoras desses ativos monetários

a) são reguladas pelos bancos centrais.


b) têm enorme capacidade de manipulação da taxa de câmbio entre a criptomoeda emitida e os
demais ativos digitais. 235
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


c) conseguiram transformá-los no principal meio de troca utilizado nas transações financeiras
internacionais.
d) vinculam a unidade de conta da criptomoeda às principais moedas conversíveis, como o dólar
norte-americano e o euro.
e) forçam o enquadramento das criptomoedas emitidas na mesma categoria das demais moedas
eletrônicas já existentes.

40. (CESGRANRIO — 2021) A cliente de um banco está chateada com as taxas bancárias sobre as
suas transações e para manter a sua conta-corrente. Ela está pensando em investir em cripto-
moedas para ter mais domínio sobre o seu dinheiro e não pagar tantas taxas.

As criptomoedas válidas que ela tem para investir neste momento são

a) zen e bitemoeda
b) bitcoin e tokecardume
c) bitcoin e bitemoeda
d) bitcoin e ethereum
e) ethereum e tokecardume

41. (CESGRANRIO — 2021) Um token físico, no contexto de transações bancárias, é um disposi-


tivo eletrônico que possui um botão de ativação e um pequeno visor. O token permite gerar
senhas aleatórias, temporárias e numéricas (por exemplo, de seis dígitos). Essa senha é utili-
zada para dar mais segurança às transações bancárias realizadas via internet. No passado, os
bancos comerciais disponibilizavam esses pequenos dispositivos aos seus clientes, de modo
que pudessem ser afixados a um chaveiro.

Mais recentemente, nos últimos 10 anos, esses dispositivos foram sendo gradativamente
substituídos para a grande maioria dos clientes, por um

a) dispositivo que continua com apenas essa funcionalidade, porém um pouco maior, mas que
ainda assim cabe em um bolso de camisa.
b) aplicativo de cada banco, instalado e configurado no celular do correntista.
c) porta-moedas eletrônico, semelhante aos cartões que dão acesso a meios de transporte.
d) cartão de crédito que permite autorizar operações por aproximação.
e) sensor específico para captura de impressões digitais.

42. (CESGRANRIO — 2021) Um dos fatos mais comemorados pelos analistas econômicos no Brasil
foi a queda histórica das taxas de juros básicas de curto prazo (Selic), ocorrida nos últimos três
anos. Entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2021, a Selic havia recuado de 6,75% a.a. para 2,00% a.a.
Considerando-se o arcabouço da política monetária vigente no Brasil, baseado no regime de
metas para a inflação, os dois fatores que permitiram tamanha queda dos juros básicos no
Brasil no período foram a

a) redução da dívida bruta do setor público como proporção do PIB e a prolongada recessão ocor-
rida no período.
236
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


b) queda dos preços das commodities e o menor impacto da desvalorização do real sobre os pre-
ços internos.
c) eficácia dos controles de preços e a melhora das condições externas.
d) ancoragem das expectativas de inflação e o elevado nível médio de capacidade ociosa regis-
trado na economia brasileira no período.
e) queda dos preços dos alimentos e a redução dos spreads bancários.

43. (CESGRANRIO — 2021) Um determinado banco programou uma campanha de empréstimos a


juros baixos, com o escopo de angariar clientes para sua carteira de mutuários. Após ampla
campanha de divulgação, vários pretendentes compareceram às agências bancárias, onde
receberam informações de que deveriam subscrever fichas com informações pessoais e auto-
rizar que o banco as divulgasse sempre que julgasse necessário e sem que houvesse necessi-
dade de essa divulgação ser previamente comunicada à clientela.

Nos termos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, a cláusula de divulgação deve obedecer
ao princípio da

a) negociação
b) taxação
c) menção
d) referência
e) transparência

44. (CESGRANRIO — 2021) Ao realizar a matrícula do seu curso, o estudante preencheu uma ficha
cadastral com os seguintes dados: nome, endereço, telefone, religião, estado civil, raça, nome
dos pais, número de filhos e sindicato ao qual era filiado.

Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), consideram- se sensíveis os seguintes


dados solicitados:

a) religião, raça e filiação a sindicato


b) religião, estado civil e filiação a sindicato
c) religião, estado civil e raça
d) número de filhos, raça e religião
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e) número de filhos, raça e estado civil

45. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente comparece ao banco em que possui conta salário para com-
provação de vida, seguindo norma legal sobre o tema. Aproveitando sua presença na insti-
tuição financeira, resolve agendar reunião com o gerente de relacionamento, que, com toda
presteza, combina recebê-lo em meia hora. Após as conversas iniciais, ele questiona o gerente
sobre os melhores investimentos disponíveis. Algumas opções são apresentadas, e o interesse
final é dirigido a dois novos produtos. O gerente, então, comunica ao cliente a necessidade de
atualização de sua ficha cadastral, pois surgiu nova legislação sobre proteção de dados. Dian-
te da aquiescência, o gerente apresenta formulário padronizado para o correntista autorizar,
expressamente, o compartilhamento dos seus dados com integrantes do grupo econômico do
banco (corretoras, entre outras).
237
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


Nos termos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, essa autorização

a) seria desnecessária, por ser decorrente do contrato originário.


b) está correta, se considerado o claro consentimento do correntista.
c) seria exigível para quebra de sigilo bancário por ordem judicial.
d) deve ser ponderada com as necessidades negociais do banco.
e) decorre da novidade dos produtos apresentados, não se aplicando a produtos já constantes da
carteira do banco.

9 GABARITO

1 C

2 B

3 A

4 D

5 E

6 D

7 A

8 C

9 B

10 D

11 B

12 A

13 D

14 B

15 C

16 D

17 E

18 A

19 C

20 B

21 C

22 E

23 D

24 C

25 D

26 A

27 C

28 E

29 A

30 C

31 C
238
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


32 C

33 C

34 B

35 C

36 A

37 A

38 B

39 B

40 D

41 B

42 D

43 E

44 A

45 B

ANOTAÇÕES

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

239
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO


ANOTAÇÕES

240
Todos os direitos são reservados à Nova Concursos

1772185 E-book gerado especialmente para GABRIELLI DARDENGO

Você também pode gostar