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Banco do Brasil
Escriturário - Agente Comercial
Conhecimentos Bancários
BB — Banco do Brasil
Escriturário - Agente Comercial
Autores
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS • Felipe Pacheco, Kairton Batista (Prof. Kaká), Ricardo Barrios, Sirlo
Oliveira e Xico Kraemer
ISBN: 978-65-5451-019-6
Edição: Dezembro/2022
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS.....................................................................................6
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL,
ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS...... 6
A estrutura base do Sistema Financeiro Nacional (SFN) está prevista na Lei nº 4.595, de
31 de dezembro de 1964. Foi essa norma que, ao apagar das luzes de 1964, criou o Conselho
Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil — doravante, BC, BCB ou Bacen.
Veja que a atual estrutura de nosso sistema financeiro é relativamente jovem, estando em
vigor há, apenas, 56 anos. A moeda comemorativa dos 50 anos do BC (de R$ 1,00), ainda em
circulação, foi lançada em 2015.
Apesar do curto período, muita coisa mudou de lá para cá: a tecnologia, a estabilização da
moeda, o surgimento de novos produtos, a alteração no relacionamento entre as instituições
financeiras e o consumidor bancário, entre outras. Diversos fatores alteraram profundamen-
te a forma de atuar do sistema financeiro e isso gerou impactos diversos na normatização de
suas operações e na forma de atuar de suas instituições.
Essas alterações ainda ocorrem de forma paulatina e espaçada, dificultando o estudo por
meio da letra seca da lei, que, muitas vezes, não está devidamente atualizada em relação a
alterações feitas em outras legislações.
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de entidades e instituições que têm por
função principal promover a intermediação financeira, utilizando-se de diferentes instru-
mentos financeiros para possibilitar a transferência de recursos entre agentes econômicos
superavitários (os credores, investidores, poupadores) e deficitários (os tomadores de recur-
sos). Portanto, esse sistema promove o encontro entre credores e tomadores de recursos.
Por meio dele é que as pessoas, as empresas e o governo (os agentes econômicos) circulam
a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos. Para com-
preender melhor, é importante que você tenha clareza sobre a diferença entre as operações
ativas e as operações passivas de uma instituição financeira (IF).
Operações ativas são aquelas em que as instituições financeiras emprestam recursos
aos agentes econômicos deficitários, os tomadores de recursos. São chamadas de opera-
ções ativas, pois representam ativos da instituição, um crédito a receber.
Isso faz sentido, porque se o banco me empresta dinheiro, eu, que sou o tomador de recur-
sos, passo a ter uma dívida, um passivo, uma obrigação com o banco. Torno-me, portanto,
um devedor. Já o banco passa a ter um direito, um crédito a receber, um ativo para ele que
é o credor.
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TOMADOR DE RECURSOS
Agente Econômico Deficitário
DOADOR DE RECURSOS
Agente Econômico Superavitário
Ao juntarmos as duas operações em uma só figura, teremos, então, a visão do papel insti-
tucional das instituições financeiras, que atuam na promoção da intermediação financeira.
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Essa explicação é importante para identificar quando um produto ou serviço de uma ins-
tituição financeira representa uma operação ativa ou uma operação passiva.
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Vamos simplificar: quando você exagera nas compras de Natal e falta grana para pagar as
contas em janeiro, ou quando resolve que, mesmo sem grana, não vai ficar em casa no carna-
val, uma alternativa é ir ao banco e solicitar um empréstimo.
Todos nós, pessoas físicas, empresas, governos, somos agentes econômicos. No exemplo
narrado, você era um agente econômico deficitário, ou tomador de recursos, que recorreu ao
SFN, para obter recursos que outro agente econômico entregou aos cuidados de alguma ins-
tituição financeira em troca de uma remuneração oriunda da aplicação de uma taxa de juros
sobre o capital entregue. Esse era o agente econômico superavitário ou doador de recursos.
É importante compreender que, em regra, o banco não empresta o dinheiro dele, mas
empresta o dinheiro dos outros. Ou seja, o que o sistema financeiro faz é possibilitar que
aqueles que precisam de recursos consigam acesso aos recursos daqueles que os tem em
excesso.
Isso é a intermediação financeira. Porém, essa intermediação não pode ser feita assim, de
qualquer jeito, por qualquer um. Afinal, estamos lidando com dinheiro e sabemos como isso
complica as coisas. Então, há a necessidade de que exista uma estrutura bem definida, nor-
matizada e regulada para tocar essa engrenagem, para fazer essa roda girar.
Essa estrutura é a própria estrutura do Sistema Financeiro Nacional, a qual você conhece-
rá a seguir.
Nós podemos dividir o Sistema Financeiro Nacional em três níveis de atuação. A melhor
maneira de visualizar isso é utilizando a forma pela qual o Banco Central demonstra a orga-
nização do SFN:
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Órgãos normativos
CMN CNSP CNPC
Conselho Monetário Conselho Nacional de Conselho Nacional de
Seguros Privados Previdência Complementar
Nacional
Supervisores
BCB CVM Susep Previc
Banco Central Comissão de Valores Superintendência de Superintendência
do Brasil Mobiliários Seguros Privados Nacional de Previdência
Complementar
Operadores
Gerente A Gerente B
Vários comércios possuem uma estrutura parecida com essa. Há um dono (o “chefão”), que
diz como as coisas devem funcionar; gerentes, que cuidam para que as coisas saiam como o
patrão quer; demais funcionários, que executam o trabalho propriamente dito.
Guarde esse paralelo na sua memória. Isso vai te ajudar a entender os papéis de cada um
dos órgãos e instituições do SFN e, como consequência, a resolver questões de prova.
Pense da seguinte forma: os órgãos normativos são os donos, os “chefões” do SFN. Eles
ditam as regras, dizem como as coisas devem funcionar e aquilo que pode e o que não pode
ser feito.
Como dito, não são entidades, pois não possuem uma estrutura e quadro próprio de ser-
vidores. São Conselhos, órgãos formados por diferentes autoridades que se reúnem perio-
dicamente para elaborar o regramento de suas áreas de competência. Como não são órgãos
executivos, não costumam executar tarefas, apenas dizem como elas devem ser feitas. São
como os patrões: apenas dão ordens.
Já as instituições supervisoras — o segundo nível — são os “gerentes”. Eles trabalham,
zelando para que os operadores cumpram o que foi determinado pelos órgãos normativos,
ou seja, tomam conta de sua atuação. São órgãos executivos e fiscalizadores. Como os geren-
tes, eles ficam de olho no que os operadores fazem.
Por fim, os operadores são os vendedores, os que estão na frente da loja. É com eles que
os clientes têm contato direto. Eles querem vender seus produtos e serviços; querem faturar,
lucrar, e, para isso, precisam atender as demandas de seus clientes.
Importante!
Existe uma outra classificação, mais antiga e já pouco utilizada, que divide o Sistema
Financeiro Nacional em dois subsistemas: o subsistema normativo e o subsistema opera-
tivo (ou operacional ou de intermediação). Nessa divisão, órgãos normativos e entidades
supervisoras formam, conjuntamente, o subsistema normativo, enquanto os operadores
compõem o subsistema operativo, operacional ou de intermediação.
Essa classificação já foi objeto de prova e, por isso, vale a pena memorizá-la.
Por fim, veja como o próprio Banco Central, em seu site, define a organização e a estrutura
do SFN:
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e institui-
ções que promovem a intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e tomado-
res de recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o governo
circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos.
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Voltaremos à figura utilizada pelo Banco Central, para demonstrar a organização do SFN,
porém, dessa vez, a analisaremos verticalmente:
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Dica
Órgãos normativos são sempre Conselhos.
No segundo nível, abaixo dos órgãos normativos, estão os supervisores, também chama-
dos de entidades ou instituições supervisoras. São as entidades que atuam de forma preven-
tiva e reativa para o cumprimento das regras emitidas pelos órgãos normativos. São elas:
z O Banco Central do Brasil (BCB), que é responsável pelos mercados monetário, de crédito
e de câmbio;
z A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é responsável pelo mercado de capitais;
z A Superintendência de Seguros Privados (Susep), que é responsável pelo mercado de
seguros privados;
z A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), que é responsá-
vel pelas entidades fechadas de previdência.
Finalmente, no último e terceiro nível, vemos os operadores do SFN. Essas são as institui-
ções, públicas e privadas, que executam a intermediação financeira, atuando diretamente
com o público. São os bancos comerciais, a Caixa Econômica, os bancos de investimento, as
sociedades de arrendamento mercantil, as corretoras, as distribuidoras de títulos e valores
mobiliários etc.
Existem diversos tipos de instituições operadoras no SFN, que também costumam atuar
de forma segmentada. Neste sentido, pode-se afirmar que, como regra geral, cada tipo de
instituição financeira opera produtos específicos, diferentemente dos produtos operados por
outros tipos de IF.
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Pode-se dizer que a política monetária tem 3 objetivos diretos, sendo eles:
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
z Bacen diminuir a exigência de reservas compulsórias: quando o Banco Central diminui
essa exigência, sobra mais dinheiro depositado em conta nos bancos, aumentando o poder
de multiplicador monetário;
z Copom diminuir a taxa de juros da economia: diminuindo a taxa de juros básica, menos
moeda será usada com fins de especulação, o que acaba por aumentar a moeda em circulação;
z Governo comprar títulos bancários ou títulos privados (open market): o governo está
pegando um título do banco e entregando valores monetários, o que aumenta a capacida-
de financeira do banco e, consequentemente, sua capacidade de multiplicar a moeda;
z Bacen diminuir a taxa de redesconto: taxa de redesconto é a “taxa de empréstimo” do
Bacen para os bancos em geral. Quando essa taxa é menor, os bancos pegam mais dinheiro
junto ao Bacen, o que deixa mais moeda disponível no mercado.
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Um dos principais objetivos de uma política monetária restritiva é conter a inflação. Para
isso, o governo usa instrumentos para diminuir a oferta de moeda, ou seja, tirar moeda de
circulação e deixar com o próprio governo.
O pensamento aqui é inverso ao da política expansiva. Assim, são exemplos de políticas
restritivas:
QUANTITATIVE EASING
Quantitative easing (QE) pode ser definido como transações de compra de ativos, tanto
públicos quanto privados, em larga escala, executadas pelo Banco Central com o objetivo
de estimular a demanda agregada, seja por meio da ampliação das reservas bancárias, seja
por meio da injeção de liquidez direta no setor privado.
Após a crise de 2008, o QE ganhou grande espaço na política monetária mundial.
O quantitative easing tem o objetivo de atuar sobre a taxa de juros de longo prazo. Assim,
tecnicamente, o QE é a compra de títulos de longo prazo pelo Banco Central com o objetivo de
atuar diretamente sobre a taxa de juros de longo prazo.
Isso acontece quando o Banco Central perde a capacidade de atuar sobre as taxas de curto
prazo a fim de afetar as de longo prazo com o objetivo de, assim, gerar algum estímulo na
economia.
A taxa Selic, que indica a taxa de juros básica no Brasil, é calculada diariamente e utilizada
como referência para as ações de política monetária.
Para seu cálculo, é feita a média ponderada do volume financeiro das taxas de juros de
operações compromissadas com títulos públicos, no prazo de um dia útil.
Assim, lembre-se de que a taxa Selic tem relação direta com as operações compromissadas.
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REDESCONTO
OPERACIONALIZAÇÃO DO REDESCONTO
Importante!
O Bacen compra os títulos e os revende aos próprios detentores desses títulos.
É importante salientar que quando a instituição financeira não exerce a opção de recom-
pra do título no prazo (que pode ser no mesmo dia, ou não), a operação será considerada
inadimplida e o título colocado como garantia da operação fará parte da carteira do Banco
Central e vendido em leilão.
Caso o Bacen apresente um resultado negativo nesse leilão, a instituição financeira deverá CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ressarcir essa diferença. Sendo assim, o Banco Central nunca fica com o risco da operação de
redesconto.
No último mês de julho, foi sancionada a Lei nº 14.185, de 2021, que autoriza o Banco Cen-
tral a receber depósitos voluntários remunerados das instituições financeiras. Objetiva
dar ao Bacen uma nova ferramenta para o controle da moeda, que tenha impacto menor
sobre o montante da dívida pública. 17
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Ou seja, o que acontece no Brasil não é diferente do que acontece em uma família, é neces-
sário definir o orçamento e planejar os gastos de acordo com suas prioridades.
DÍVIDA PÚBLICA
Para entendermos corretamente o conceito de Dívida Pública, temos que entender o con-
ceito de Déficit Público, sendo:
O governo, como toda família, possui receitas e despesas, e, como toda família, geralmente
o governo apresenta mais Despesas do que Receitas, dessa maneira tem-se:
Quanto maior o gasto em relação às receitas, maior o Déficit, de maneira contrária, quan-
to maior as Receitas em relação aos gastos, tem-se Superávit.
O Déficit Público tem relação direta com a Dívida Pública, sendo assim:
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De maneira geral, existem três maneiras de se medir o déficit público. Vamos analisar as
3 de forma resumida:
Déficit Nominal
Déficit Primário
Déficit Operacional
É o “Déficit Real” por assim dizer, neste cálculo, é deduzido do déficit efeitos da inflação e
do pagamento de juros da dívida. Lembre-se que o Déficit Operacional deduz a Inflação e o
Pagamento de Juros de seu cálculo.
NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO
Como uma família, o Brasil também necessita de financiamento para suas atividades, a
maneira mais usual de País financiar suas atividades é por meio da Emissão de Títulos Públi-
cos, em resumo:
z A maneira mais óbvia de financiar este déficit é tomando recursos emprestados do setor
privado, por meio da venda de títulos públicos;
z Os títulos públicos não podem ser adquiridos diretamente pelo BACEN;
z Os Títulos Públicos são referenciados pela taxa SELIC;
z Quando o governo precisa de financiamento, normalmente sobe a taxa SELIC, o que causa
um maior interesse por títulos públicos;
z Um Aumento da Taxa SELIC, tira moeda da Economia, já que os investidores tendem a
preferir comprar títulos.
De maneira geral, os gastos públicos podem ser subdivididos em quatro categorias, sendo
elas:
De forma geral, a Dívida Pública consiste no estoque total de recursos de terceiros utiliza-
dos para financiar o déficit público.
TÍTULOS PÚBLICOS
São títulos emitidos pelo próprio governo para angariar recursos, na prática é a forma do
governo “te pedir dinheiro emprestado”. Para que você empreste esse recurso ao governo é
necessário que o mesmo te garanta alguma vantagem financeira na forma de juros.
Os títulos públicos não possuem garantia do FGC, porém são considerados muito seguros,
pois o governo brasileiro costuma honrar sua dívida atualmente. Lembre-se que os Títulos
Públicos não contam com a Garantia do FGC.
Entre os títulos públicos existem duas modalidades: os títulos sem cupom e os títulos com
cupom.
Títulos sem cupom pagam seus juros apenas no vencimento dos títulos; enquanto títulos
com cupom pagam no vencimento e juros periódicos (trimestrais, semestrais etc.).
Importante!
Títulos Sem Cupom pagam juros Apenas no vencimento dos títulos.
Títulos Com Cupom pagam juros Periódicos.
A rentabilidade de títulos com o sem cupom costumam ser bem parecidas, mudando ape-
nas a frequência de pagamento.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Títulos sem Cupom
z LFT – Letra Financeira do Tesouro (Tesouro Direto Selic): Pós Fixado, atrelado à SELIC.
Por ser pós fixado é recomendado em cenários de alta de SELIC;
z LTN – Letra do Tesouro Nacional: Pré Fixado, o investidor já sabe no momento da con-
tratação a rentabilidade do papel;
z NTN-B (Principal): Notas do Tesouro Nacional Série B. Título atrelado à inflação (IGPM ou
IPCA) bom para o investidor que quer proteger seu ganho real.
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Crédito é um conceito presente no dia a dia das pessoas e empresas, mais do que possamos
imaginar a princípio. Todos nós estamos continuamente às voltas com o dilema de uma equa-
ção simples: a constante combinação de nossos recursos finitos com o conjunto de nossas
imaginações e necessidades infinitas, gerando desta forma a procura por Crédito.
Por outro lado, a Política de Crédito de um banco é um assunto de extrema importância
para o concessor de crédito, pois fornece instrumentos que auxiliam na hora da decisão de
emprestar ou não, funcionando como orientadores da concessão.
E como a literatura técnica define crédito?
É o capital ou dinheiro do crédito. É o valor que irá receber emprestado para a satisfa-
ção das suas necessidades que, posteriormente, terá que devolver à Entidade Financiadora,
o banco.
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z Prazo (é o tempo para devolver o dinheiro ao banco acrescido dos juros da operação)
Período no qual o montante terá que ser restituído à Entidade Financeira, este varia
de acordo com as preferências e necessidades subjacentes ao pedido de crédito.
A título de exemplo, não é considerado correto, proporcionar um crédito para comprar
carro com um prazo demasiado alargado, pois se considera que o prazo de 4 a 6 anos é um
período aceitável para este tipo de crédito.
De igual modo, a garantia do crédito surge novamente como variável determinante na
definição do prazo do empréstimo, pois, oferece-se como colateral o penhor de um depósito a
prazo, então poderá negociar o prazo do seu crédito permitindo maior flexibilidade.
Assim sendo, o prazo apresenta-se flexível e relaciona-se com a finalidade do crédito e
a garantia associada.
z Prêmio ou Juros (é o famoso pagamento que você dá à instituição para ela te empres-
tar o dinheiro)
Fonte: http://www.artigonal.com/credito-artigos/3-elementos-fundamentais-do-credito-3840068.html
Tendo por base a confiança, a concessão de crédito também é baseada em dois elementos
fundamentais:
A vontade de pagar pode ser colocada sob o título Caráter, enquanto que a habilidade
para pagar pode ser nominada tanto como Capacidade, quanto como Capital e Condições.
Para nossa prova consideramos mercado de crédito tudo relacionado a crédito, entretanto
vamos salientar os tipos que nossa banca mais gosta de cobrar. Lembrando que quando uma
instituição financeira está liberando recursos, ela se encontra na posição Ativa, ou seja, está
liberando dinheiro para um deficitário e este deficitário deverá devolver o recurso ao banco,
acrescentando uma taxa de juros pactuada entre as partes. As principais operações ativas
são:
Esta modalidade de crédito é a mais comum, pois é direcionada para diversas áreas, como:
Automático, Turismo, Salário/ Consignação (30% da renda, debitado do contracheque) e o
CDC para bens de consumo duráveis: carros, motos etc.
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até mesmo sem garantias. Obs.: Existe ainda o
CDC-I (Crédito Direto ao Consumidor com Interveniência) que é realizado quando o vende-
dor é o fiador ou avalista do cliente na operação, ou seja, o banco fornece crédito ao cliente,
pois o vendedor está assumindo o risco da operação junto ao banco, para que este libere o
recurso parcelado ao cliente.
z Hot Money
Inicialmente uma aplicação financeira de curto prazo, com alta rentabilidade. Trazido
para o Brasil, ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada a Pessoas Jurídicas.
Prazo de 1 até 29 dias, mas normalmente se contrata por até 10 dias.
Para sanar problemas momentâneos de fluxo de caixa.
Adaptável às mudanças bruscas nas taxas de juros por ter como principal característi-
ca o curto prazo.
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z Compror Finance
Existe uma operação inversa ao Vendor, denominada Compror, que ocorre quando peque-
nas indústrias vendem para grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez de o vendedor
(indústria) ser o fiador do contrato, o próprio comprador é que funciona como tal.
Trata-se, na verdade, de um instrumento que dilata o prazo de pagamento de compra sem
envolver o vendedor (fornecedor).
O título a pagar funciona como “lastro” para o banco financiar o cliente que irá lhe pagar
em data futura pré-combinada, acrescido de juros e IOF, sem incidência imediata da CPMF no
empréstimo. Como o Vendor, este produto também exige um contrato mãe definido as condi-
ções básicas da operação que será efetivada quando do envio ao banco dos contratos-filhos,
com as planilhas dos dados dos pagamentos que serão financiados.
z A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna a operação mais barata;
z A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de deduzir do Imposto de Renda como despe-
sa operacional as parcelas do Leasing.
Como nos Empréstimos Normais é Possível Quitar o Leasing Antes do Prazo Definido no
Contrato?
Sim. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação e na
regulamentação (art. 8º do Regulamento anexo à Resolução CMN 2.309, de 1996), o contrato
não perde as características de arrendamento mercantil. Entretanto, caso realizada antes
dos prazos mínimos estipulados, o contrato perde sua caracterização legal de arrendamento
mercantil e a operação passa a ser classificada como de compra e venda a prazo (art. 10 do
citado Regulamento).
Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que essa des-
caracterização pode acarretar.
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Arrendatário
Arrendador (Banco)
(Cliente)
Proprietário
Usuário
Deve vender o
bem após o fim do
Pode optar por ficar
contrato caso o
com o bem no final
cliente não o adquira
no final
QUADRO RESUMO
Leasing financeiro Leasing operacional
2 anos para bens com vida útil < 5
Prazo mínimo de duração do anos
90 dias
leasing 3 anos para bens com vida útil > 5
anos
Valor residual garantido
Permitido Não permitido
- VRG
Pactuada no início do contrato, nor-
Opção de compra Conforme valor de mercado
malmente igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
da arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo o O somatório de todos os
VRG, deverá garantir à arrendadora pagamentos devidos no
Pagamentos o retorno financeiro da aplicação, in- contrato não poderá exce-
cluindo juros sobre o recurso empre- der 90% do valor do bem
gado para a aquisição do bem arrendado
Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
OBS. 1: os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estrangei-
ros. Para os estrangeiros é necessário que estes estejam em uma lista elaborada pelo CMN.
OBS. 2: Sale and Leaseback (Apenas para bens Imóveis): tipo de Leasing em que o
dono de um imóvel o vende para uma Sociedade de Arrendamento, e no mesmo contrato a
Sociedade de Arrendamento arrenda o bem para o vendedor, entretanto esta modalidade só
é possível no leasing financeiro e só para Pessoas Jurídicas.
OBS. 3: os bens objetos de arrendamento mercantil – Leasing, não podem ser arrendados
ao próprio fabricante do bem, ou seja, por exemplo: A Embraer que fabrica aviões no Brasil,
não pode arrendar seus aviões para si.
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Fonte: bcb.gov.br
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Os créditos rotativos nada mais são do que operações em que o devedor pode reutilizar o
valor liberado pelo banco sempre que liquidar a operação anterior.
Conta Garantida
Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo banco ao cliente em uma conta de não
livre movimentação, onde o mesmo só pode movimentá-la por cheque ou transferência.
Resumindo, é um saldo em uma conta que, caso o cliente não tenha fundos na sua conta
corrente de livre movimentação, esta conta cobre a emissão de cheques e outros compromis-
sos, desde que haja aviso prévio do pedido de movimentação, além da provável exigência de
garantias para a liberação do recurso solicitado.
Cheque Especial
z No caso de redução, ser precedida de comunicação ao cliente, com no mínimo trinta dias
de antecedência;
z No caso de majoração, ser condicionada à prévia autorização do cliente, obtida a cada CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
oferta de aumento de limite.
Os limites podem ser reduzidos sem observância do prazo da comunicação prévia, desde
que verificada deterioração do perfil de risco de crédito do cliente, conforme critérios defi-
nidos na política de gerenciamento do risco de crédito.
Cartão de Crédito
Consistem, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, onde o cliente compra com o
cartão e pode pagar de uma só vez ou parcelado.
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Tarifas Cobradas
Importante!
Atualmente não existe valor mínimo para pagamento de fatura de cartão de crédito, fican-
do as instituições financeiras livres para decidir qual o valor mínimo para o pagamento
das faturas pelos clientes.
Vale destacar que caso o cliente não pague a fatura por completo, o saldo devedor será CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
financiado pelo Banco e não pela administradora do cartão, e cabe ao Banco oferecer ao
cliente opções de parcelamento alternativas mais baratas que os juros cobrados no rotativo
do cartão. Da mesma forma, caso o cliente queira parcelar uma fatura, pois está incapaz de
efetuar o pagamento total, quem parcelará será o Banco e não a administradora do cartão,
pois estas estão proibidas pelo Bacen a realizarem tal operação.
Na verdade, os financiamentos são feitos por bancos, pois administradoras de cartão de cré-
dito são proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos, o detentor do cartão de crédito
aparecerá no SCR como cliente do banco, que é o real financiador da operação intermediada
pela administradora de cartão de crédito.
Cartão BNDES
O Cartão BNDES é um produto que, baseado no conceito de cartão de crédito, visa finan-
ciar os investimentos dos Micro Empreendedores Individuais (MEI), Micro Empresas e
das micro, pequenas e médias empresas de controle nacional.
Podem obter o Cartão BNDES as MPMEs (com faturamento bruto anual de até R$ 300
milhões), (caso a empresa pertença a grupo ou conglomerado, o faturamento bruto total de
todas as participantes deve ser somado e não pode exceder o limite de 300 milhões), sedia-
das no País, de controle nacional, que exerçam atividade econômica compatíveis com as
Políticas Operacionais e de Crédito do BNDES e que estejam em dia com o INSS, FGTS, RAIS e
tributos federais.
O cartão BNDES Agro é também um produto baseado no conceito de cartão de crédito,
entretanto é voltado apenas para pessoas físicas e visa financiar investimentos em produ-
tos rurais em seus negócios.
O portador do Cartão BNDES poderá comprar exclusivamente os itens expostos no
Portal de Operações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br) por fornecedores previa-
mente credenciados.
As 11 Instituições financeiras emissoras atuais do Cartão BNDES são:
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Sicoob Santander
EMISSORES
Itaú Banestes
Caixa Banrisul
BRDE Bradesco
As condições financeiras em vigor são: Limite de crédito de até R$ 2 milhões por car-
tão, por banco emissor.
Obs. 1: o limite de crédito de cada cliente será atribuído pelo banco emissor do cartão,
após a respectiva análise de crédito. Uma empresa pode obter um Cartão BNDES de cada
bandeira por banco emissor, podendo somar seus limites numa única transação.
Obs. 2: o cliente pode obter um Cartão BNDES em quantos bancos emissores ele desejar.
Caso um banco emissor trabalhe com mais de uma bandeira de cartão de crédito, o CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cliente poderá ter, nesse banco, um Cartão BNDES de cada bandeira, desde que a soma
dos limites não ultrapasse R$2 milhões.
Tarifa de Abertura de Crédito (TAC): Os bancos estão autorizados a cobrar a TAC desde que
esta não exceda 2% do limite de crédito concedido. OF (Imposto sob Operação Financeira) no
cartão BNDES agora pode ser cobrado, devido ao Decreto Nº 8.511 de agosto de 2015.
Crédito Rural
É uma linha de crédito barata, com taxas determinadas por legislação que buscam ajudar
aos produtores rurais e suas cooperativas em suas atividades. Beneficiários:
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Cuidado! Sindicatos rurais estão fora, ou seja, não podem ser beneficiários do crédito rural.
Pode ser concedido, com finalidades especiais, crédito rural a pessoa física ou jurídica
que se dedique à exploração da pesca e da aquicultura, com fins comerciais, incluindo-se
os armadores de pesca. (Resolução BACEN 4.106/2012)
O tomador do crédito está sujeito à fiscalização da Instituição Financeira.
Controlados/Obrigatórios: são controlados por Lei, ou seja, exige-se que sejam repas-
sados ao crédito rural.
Caso os bancos descumpram esta exigência, pagam multa e o valor desta multa será
revertida em recursos ao credito rural.
Não controlados: todos os demais. O banco capta se quiser e empresta como quiser.
z Custeio: destina-se a cobrir despesas normais dos ciclos produtivos como aquisição de
bens e insumos, suplemento do capital de trabalho, além de atender às pessoas dedicadas
à extração de produtos vegetais. (é comprar insumos para plantar grãos, vegetais, etc.).
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Taxa de Juros
A taxa de juros máxima admitida no crédito rural é de 6% a.a. (seis por cento), podendo
ser reduzidas a critério da instituição financeira e escalonada conforme origem dos recursos
dos Fundos Constitucionais (FNE, FNO e FCO).
O limite de crédito de custeio rural, por beneficiário, em cada safra e em todo o Sistema
Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$3.000.000,00 (três milhões de reais), devendo ser
considerados, na apuração desse limite, os créditos de custeio tomados com recursos con-
trolados, exceto aqueles tomados no âmbito dos fundos constitucionais de financiamento
regional ou aqueles cuja origem do recurso sejam as Letras de Crédito do Agronegócio.
Nas operações de investimento, o limite de crédito dependerá do objeto a ser adquirido
e da disponibilidade da instituição financeira, pois é vedado utilizar recursos controlados/
obrigatórios para operações de investimentos, exceto se disposto em norma específica, que
são as linhas que utilizam recursos da Poupança Rural e de linhas de crédito do BNDES. Além
disso devem ser observados os seguintes prazos:
Para a comercialização o valor máximo será liberado de acordo com a garantia ofertada
que poderá ser de até 4,5 milhões se as garantias forem de Nota Promissória Rural ou uma
Duplicata Rural, podendo chegar a 25 milhões para Financiamento Especial de Estocagem
(FEE) de sementes, com recursos controlados.
Para o crédito de industrialização limite do crédito para as operações de industriali-
zação, ao amparo dos recursos controlados, é de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
mil reais) por tomador, em cada ano agrícola e em todo o SNCR, onde, no mínimo, 50%
(cinquenta por cento) da produção a ser beneficiada ou processada deve ser de produção
própria do produtor rural, da cooperativa de produção ou de associados; podendo chegar
a 400 milhões, com recursos dos fundos constitucionais, se tomado por cooperativas de
produção agropecuárias. 35
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Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou
pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas; nos
recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza entregues pelos seus coo-
perados, e nas entregas de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos
seus associados. O devedor é, geralmente, pessoa física.
Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando
efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser utilizada
também, como título do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural pelo vendedor,
este ficará obrigado a entregá-la ou a remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de
assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.
As garantias da operação:
Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efe-
tuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrente de expressas disposições legais.
Cuidaso! A Alíquota do IOF é zero, mas existe um IOF adicional de 0,38% sobre o Crédito
Rural.
z Crédito de custeio agrícola: antes da época prevista para colheita; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
z Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso da operação;
z Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez no curso da operação, em época que seja
possível verificar sua correta aplicação;
z Crédito de investimento para construções, reformas ou ampliações de benfeitorias: até a
conclusão do cronograma de execução, previsto no projeto;
z Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após cada utilização, para comprovar a rea-
lização das obras, serviços ou aquisições.
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O contrato de câmbio será negociado com um banco local, que adianta ao exportador os
reais equivalentes ao valor da exportação. O contrato de câmbio pode ser encerrado, tam-
bém, sem liquidação financeira. É quando o ACC vira um ACE.
As Garantias de operações de crédito existem como uma forma de proteção para os bancos
e credores em geral que querem garantir o pagamento, por parte do devedor, de compro-
missos assumidos por este para com os credores. As garantias possuem dois grandes grupos:
Fidejussórias e as Reais.
As garantias Fidejussórias são relacionadas a pessoas, ou seja, a garantia passa a ser uma
pessoa física ou jurídica. Já as garantias Reais envolvem bem ou direitos que são dados em
garantia do cumprimento de alguma obrigação, por exemplo: veículos, imóveis, títulos de
crédito e até direitos de crédito.
Garantias Fidejussórias
Do prefixo latino “fides”, fé, sinceridade, crença, confiança, crédito, esse tipo de garantia
está baseada na fidelidade do garantidor em cumprir a obrigação, caso o devedor não o faça
e, de outro lado, na confiança do credor, no retorno de seu crédito, seja por parte do devedor
ou por parte do garantidor.
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z Aval: ato pelo qual alguém, pela aposição de sua assinatura no verso ou anverso de um
título de crédito, declara-se responsável solidariamente com o devedor pelo pagamento
da quantia expressa no título.
Ou seja, o Aval é uma garantia dada em Títulos de Crédito e é solidária, ou seja, tan-
to o devedor como seu garantidor, o avalista, podem ser executados pelo credor na ordem
que este preferir. Desta forma, dizemos que o aval é avacalhado, ou seja, bagunçado e sem
ordem de execução.
O novo Código Civil exige a autorização do cônjuge, casado sob o regime de comunhão
parcial e total de bens, para a prestação de aval, sob pena de invalidade das respectivas
garantias.
No aval, o garantidor promete pagar a dívida, caso o devedor não o faça. Vencido o título,
o credor pode cobrar indistintamente do devedor ou do avalista. O aval é uma garantia
tipicamente cambiária, ou seja, não vale em contrato, somente pode ser passado em títulos
de crédito e o avalista se responsabiliza apenas pelo valor expresso no título avalizado.
Fiança Pessoal: É um contrato por meio do qual alguém, chamado fiador, garante o cum-
primento da obrigação do devedor, caso este não o faça, ou garante o pagamento de uma
indenização ou multa pelo não cumprimento de uma obrigação de fazer ou de não fazer do
afiançado. A fiança é uma garantia dada em contratos, ou seja, diferentemente do aval, a
fiança exige um contrato para ser formalizada.
Na fiança, existem três figuras distintas:
z O Fiador: aquele que se obriga a cumprir a obrigação, caso o devedor não o faça;
z O Afiançado: é o devedor principal da obrigação originária da fiança;
z O Beneficiário: é o credor, aquele a favor do qual a obrigação deve ser cumprida.
A prestação de fiança pela Caixa Econômica Federal depende de prévia e expressa autori-
zação deste Banco Central, em cada caso. As Sociedades de Crédito, Financiamento e Investi-
mentos não poderão prestar fiança nem aval.
As informações anteriores não se aplicam aos bancos privados de investimento ou de
desenvolvimento, os quais ficam regulados, no particular, pela Resolução nº 18, de 18 de
fevereiro de 1966. As demais Instituições Financeiras, inclusive Cooperativas de Crédito e
Seção de Crédito das Cooperativas Mistas, não poderão outorgar aceite, fiança ou aval.
Garantias Reais
Penhor
Penhor Mercantil – Contrato acessório e formal, em que o devedor, ou outra pessoa por
ele, entrega ao credor um ou vários bens móveis, como garantia de obrigação.
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z Extinguindo-se a obrigação;
z Perecendo a coisa;
z Renunciando o credor;
z Confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa;
z Dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo
credor ou por ele autorizada.
Até R$250.000,00 por CPF, por conta ou conglomerado financeiro. Se a conta possuir mais
de um titular, o valor de 250 mil será dividido pelo número de titulares, ou seja, não são 250
mil por cada, mas sim por todos, ok?
Adesão Compulsória
Depósitos Garantidos
Para que o fundo possua recursos, são necessárias contribuições MENSAIS das instituições
que fizeram adesão ao FGC.
A contribuição ordinária é de 0,01% e as especiais, para garantir os DPGEs (Depósitos a
Prazo com Garantia Especial) de 0,02% com garantias reais e 0,03% sem garantias reais.
Essas garantias reais, são bens ofertados em garantia pela instituição financeira para cobrir
eventuais problemas de liquidez.
Atenção, pois as Letras Imobiliárias não são mais garantidas pelo FGC.
A regra padrão é que o FGC garante os depósitos até 250 mil reais por CPF/conta ou con-
glomerado financeiro, entretanto para o DPGE – Depósitos a Prazo com Garantia Especial do
FGC – a garantia é de até 40 milhões de reais, o que o torna especial. Vale destacar que nesta
modalidade de investimentos não se admite conta conjunta, mas apenas individual, desta
forma não há de se falar em dividir os 40 milhões para 2 ou mais pessoas na mesma conta.
Essa modalidade de depósitos exige valor mínimo inicial de 1 milhão de reais e prazo
mínimo de 12 meses e máximo de 24 meses.
Algumas mudanças que ocorreram no FGC em 2017.
COMO ERA
Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomerado financeiro, em depósitos cobertos pelo
Fundo Garantidor de Créditos e emitidos por instituições associadas à entidade
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou CNPJ em qualquer período
Investidores não residentes não contavam com a garantia do FGC
COMO FICOU
Limite permanece inalterado
Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período de 4 anos, para a garantia paga pelo FGC
Investidores não residentes passam a contar com a garantia, para investimentos elegíveis.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O FGCOOP – Fundo Garantidor do Cooperativismo
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução que estabelece a forma de con-
tribuição das instituições associadas ao Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito
(FGCoop), bem como aprova seu estatuto e regulamento. Conforme previsto na Resolução
nº 4.150, de 30/10/2012, esse fundo terá como instituições associadas todas as cooperativas
singulares de crédito do Brasil e os bancos cooperativos integrantes do Sistema Nacional de
Crédito Cooperativo (SNCC).
De acordo com seu estatuto, o FGCoop tem por objetivo prestar garantia de créditos nos
casos de decretação de intervenção ou de liquidação extrajudicial de instituição associada,
até o limite de R$250 mil reais por pessoa, bem como contratar operações de assistência, de
suporte financeiro e de liquidez com essas instituições. 43
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Importante!
As Cooperativas de Crédito e os Bancos Cooperativos não fazem mais parte do FGC, ape-
nas fazem parte do FGCOOP. O FGCOOP (Fundo Garantidor do Cooperativismo) que tem
as mesmas coberturas do FGC, mesmos critérios e mesmos objetivos.
O Subsistema Normativo
Dentro do sistema de seguros privados, nós temos, assim como no sistema financeiro que
vimos anteriormente, uma estrutura composta por órgão normativo, entidade supervisora e
os operadores.
Neste sistema, nós temos como órgão normativo o Conselho Nacional de Seguros Priva-
dos, o CNSP, responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. Ele
é composto pelo Ministro da Economia (Presidente), representante do Ministério da Justiça,
representante da Secretaria da Previdência Social, Superintendente da Superintendência de
Seguros Privados, representante do Banco Central do Brasil e representante da Comissão de
Valores Mobiliários.
São atribuições do CNSP:
Para auxiliar o CNSP, foi criada a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) que
é a autarquia responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro. A autarquia, vinculada ao Ministério da Economia,
foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e sua missão é desenvolver os
mercados supervisionados, assegurando sua estabilidade e os direitos do consumidor.
São atribuições da SUSEP:
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As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP e a SUSEP, que regulamentam seu fun-
cionamento e fiscalizam suas atuações neste mercado.
Sociedades de Capitalização
É um produto em que parte dos pagamentos realizados pelo subscritor (adquirente) CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e usado para formar um capital mínimo, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencio-
nadas no próprio título (Condições Gerais do Título), e que, além disso, será pago em moe-
da corrente nacional em um prazo máximo estabelecido no contrato, dando também ao
adquirente/subscritor o direito a participação em sorteios.
Os prazos dos títulos de capitalização são:
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Formas de pagamento:
É um título em que o pagamento é único (realizado uma única vez), tendo sua vigência
estipulada na proposta. (no mínimo 12 meses). Note que nem sempre os prazos de vigên-
cia e pagamento vão coincidir.
Modalidades:
z Modalidade Tradicional:
Define-se como Modalidade Tradicional o Título de Capitalização que tem por objetivo
restituir ao titular, ao final do prazo de vigência, no mínimo, o valor total dos pagamentos
efetuados pelo subscritor (cliente), desde que todos os pagamentos previstos tenham sido
realizados nas datas programadas.
Deve possuir prazo de vigência mínimo de 12 meses e tem carência mínima de 30 dias
para resgate.
z Modalidade Compra-Programada:
z Modalidade Popular:
Define-se como Modalidade Popular o Título de Capitalização que tem por objetivo propi-
ciar a participação do titular em sorteios, sem que haja devolução integral dos valores pagos.
Tem vigência mínima de 12 meses e carência mínima de 60 dias para resgate. A Tele Sena é
um ótimo exemplo desta modalidade.
z Modalidade Incentivo:
Permite que o título de capitalização seja utilizado como uma garantia ou caução. Com
isso, o título de capitalização passa a ser uma alternativa ao seguro garantia e à fiança à loca-
ção ou obrigação com terceiros.
O título só poderá ser resgatado pelo terceiro, caso o contrato seja quebrado pelo subs-
critor/adquirente do título, desta forma não se fala de carência para resgate. O subscritor/
adquirente poderá resgatar o título durante a vigência, entretanto, só poderá fazê-lo com a
anuência do terceiro.
A vigência mínima será de 6 meses.
É um instrumento para que entidades beneficentes de assistência social angariem recur- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
sos. Nessa modalidade, o direito de resgate do valor do título de capitalização é cedido para a
entidade beneficente, permanecendo o cliente apenas com o direito de participar de sorteios.
Só pode ser estruturado na forma PU (pagamento único), vigência mínima de 60 dias e
para resgate apenas após 60 dias contados da aplicação.
Categoria Instantânea
A famosa raspadinha agora pode ser atrelada a título de capitalização. Este procedimento
já era feito há anos no Brasil, mas não era regulamentado pela SUSEP, o que mudou após a
publicação da Circular 569/2018. É importante frisar que Categoria Instantânea não pode ser
confundida com modalidade.
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Os planos são comercializados por bancos e seguradoras, e podem ser adquiridos por
qualquer pessoa física ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e dita as regras dos pla-
nos de Previdência Privada é a Susep (Superintendência de Seguros Privados), que é ligada
ao Ministério da Economia.
Os dois planos mais comuns são PGBL e VGBL. PGBL significa Plano Gerador de Benefício
Livre e VGBL quer dizer Vida Gerador de Benefício Livre.
São planos previdenciários que permitem que você acumule recursos por um prazo con-
tratado. Durante esse período, o dinheiro depositado vai sendo investido e rentabilizado pela
seguradora ou banco escolhido.
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A principal distinção entre eles está na tributação. No PGBL, você pode deduzir o valor das
contribuições da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de 12% da sua renda
bruta anual. Assim, poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua restituição
de IR. Vamos supor que um contribuinte tenha um rendimento bruto anual de R$ 100 mil.
Com o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil. O IR sobre os R$ 12 mil restantes, apli-
cados em PGBL, só será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção: esse benefício fiscal
só é vantajoso para aqueles que fazem a declaração do Imposto de Renda pelo formulário
completo e são tributados na fonte.
Para quem faz declaração simplificada ou não é tributado na fonte, como autônomos,
o VGBL é ideal. Ele é indicado também para quem deseja diversificar seus investimentos ou
para quem deseja aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência. Isto porque, em
um VGBL, a tributação acontece apenas sobre o ganho de capital.
É possível a portabilidade entre planos do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL
(Plano Gerador de Benefício Livre)? Não, a portabilidade só é permitida entre planos do mes-
mo segmento, isto é, entre planos de previdência complementar aberta (PGBL para PGBL), ou
entre planos de seguro de vida com cobertura por sobrevivência (VGBL para VGBL).1
Os planos denominados PGBL E VGBL, durante o período de diferimento, terão como cri-
tério de remuneração da provisão matemática de benefícios a conceder, a rentabilidade da CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
carteira de investimentos do Fundo de Investimentos Exclusivo (FIE), instituído para o plano,
ou seja, DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO NÃO HÁ GARANTIA DE REMUNERA-
ÇÃO MÍNIMA, ou seja, pode render negativo.
PGBL ou VGBL, como avaliar os dois tipos de planos de previdência.
1 Fonte: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-
complementar-aberta#duvidasfaq 49
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Os planos de Previdência Privada cobram dois tipos de taxa que devem ser observados na
hora da contratação: a taxa de administração financeira e a taxa de carregamento.
A taxa de administração financeira é cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do
fundo de investimento exclusivo, criado para o seu plano, e pode variar de acordo com as
condições comerciais do plano contratado. Os que têm fundos com investimentos em ações,
por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pouco maiores do que aqueles que
investem apenas em renda fixa.
Importante!
A taxa de administração financeira é cobrada diariamente sobre o valor total da reserva
e a rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de administração já
debitado.
A taxa de carregamento incide sobre cada depósito que é feito no plano. Ela serve para
cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança dessa taxa
não ultrapassa 5%, sendo o máximo autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o valor de cada
contribuição que você fizer. No mercado há três formas de taxa de carregamento, dependen-
do do plano contratado. São elas:
50
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A alíquota do imposto de renda serve para tributar a renda que você receberá ao final
do plano, quando for gozar o benefício de forma parcelada ou de uma única vez. Claro que
a receita federal não ficaria de fora desse seu dinheiro, não é? Logo, esta alíquota pode ser
cobrada de duas formas de acordo com a escolha do cliente.
A Alíquota Progressiva
Esta forma de tributação é ideal para quem não declara imposto de renda ou se declara
como isento, pois o imposto cobrado na previdência no momento do resgate será de 15%,
independente do prazo.
Entretanto, caso sua renda passe a ser tributável, ou seja, você passe a ganhar o suficiente
para pagar imposto de renda, a tributação que era 15% passa a acompanhar a tributação do
seu salário, e quando você efetuar o resgate, terá de fazer um ajuste no seu imposto de renda
para mais ou para menos, a depender o valor do seu salário e da alíquota cobrada, por isso o
nome Progressiva, pois aumenta conforme seu salário progride.
Por exemplo, eu ganho 10 mil reais por ano, portanto não preciso declarar imposto de ren-
da, e se eu declarar não preciso pagar imposto, logo minha previdência está sujeita a imposto
de 15% e quando você efetuar o resgate e for cobrado o imposto, como você não deve pagar
imposto de renda, pode receber o valor cobrado de volta como restituição.
Agora um outro exemplo:
Ganho 70 mil reais por ano, logo, devo declarar imposto de renda e devo pagar imposto, ou
esse pode ser retido no meu salário pelo meu empregador se eu for assalariado. Para quem
ganha 70 mil reais por ano o imposto devido é de 27,5%, ou seja, minha previdência sairá
de um imposto de 15% para um imposto de 27,5%. Desta forma você deverá pagar imposto a
mais por ela e não receberá nada de volta a título de restituição.
Por isso, essa forma de tributação deve ser escolhida com cuidado, e com o pensamento no
fato de que se sua renda subir demais você pagará mais imposto.
A Alíquota Regressiva
Esta alíquota indica que o imposto será cobrado na forma inversa a Progressiva, ou seja,
começará alto, em 35%, e terminará em 10% ao fim de dez anos, ou seja, a alíquota reduz
com o tempo. Logo, esta modalidade é mais indicada para aqueles que desejam ficar no plano
de previdência por muito tempo, e que queiram utilizar a aplicação como benefício futuro CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
de aposentadoria. Indicada para aqueles clientes que estão pensando em muito longo prazo.
Deve, também, ser escolhida com atenção, pois esta escolha entre progressiva ou Regressiva
é irretratável, ou seja, você não pode mudar.
Tome cuidado, pois existe a possibilidade de troca de regime tributário de Progressivo
para Regressivo, e isso encontra amparo na Lei 11.053. Embora a lei não seja muito clara,
ela faz menção ao fato de que o cliente que tenha uma previdência na moralidade tributária
progressiva possa migrar para a alíquota regressiva, mas isso só pode ser feito uma única
vez e é irreversível.
Da mesma forma, em 2015 a SUSEP e a PREVIC assinaram um acordo em março daquele
ano para que fosse possível a migração entre previdência complementar aberta para
fechada e vice-versa, entretanto o acordo não especifica como e em que termo essa migra-
ção é feita, ficando clara apenas a autorização para migração. 51
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Como vimos anteriormente, além das Sociedades de Capitalização, das seguradoras e das
Entidades Abertas de Previdência Complementar, existem as Entidades Fechadas de Previ-
dência complementar. Entretanto, estas não são subordinadas ao CNSP nem, tampouco, são
fiscalizadas pela SUSEP. Vejamos:
Também conhecido como fundos de pensão, é criado por empresas e voltado exclusiva-
mente aos seus funcionários, não podendo ser comercializado para quem não é funcionário
daquela empresa.
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é uma autarquia
vinculada ao Ministério da Economia, responsável por fiscalizar as atividades das entidades
fechadas de previdência complementar (fundos de pensão).
Atenção! Em ambas as entidades a aplicação dos recursos das reservas é orientada pelo
CMN.
SOCIEDADES SEGURADORAS
O Seguro
Contrato mediante o qual uma pessoa denominada Segurador, se obriga, mediante o rece- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
bimento de um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada Segurado, do prejuízo resul-
tante de riscos futuros, previstos no contrato. (Circular SUSEP 354/07).
Ou seja, o Segurador assume o risco do segurado e em troca disto recebe um prêmio em
dinheiro, logo, cabe ao Segurador decidir se aceita ou não o risco do segurado.
Para se proteger as seguradoras se valem de pesquisas e questionários sobre o segurado
para buscar calcular a probabilidade de um evento acontecer ou não. Estes eventos são os
fatos geradores ou, simplesmente, sinistros. Quando estes sinistros ocorrem o segurador deve
indenizar o segurado conquanto que o sinistro esteja previsto no contrato firmado entre os
dois. Este contrato chamamos de apólice.
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Seguros de Acumulação
Onde eu invisto um capital por um determinado prazo e, ao final, recebo o valor de volta,
corrigido por um indexador de juros. Então é chamado de acumulação porque há um acú-
mulo de dinheiro que ao final poderá ser devolvido ao segurado caso o sinistro não ocorra.
Exemplo: Previdência Complementar Aberta (PGBL, VGBL), Títulos de Capitalização.
Seguros de Risco
São os famosos fatos geradores. Esses seguros foram criados para o segurado contribuir
com um valor, e por meio dessa contribuição ele recebe uma indenização caso algum sinistro
aconteça com o bem segurado, que pode ser um bem material ou até mesmo a própria vida.
Neste tipo de seguro, o acúmulo de capital não é devolvido ao segurado ao final do prazo
contratado, pois o valor pago destina-se ao prêmio pago ao Segurador para assumir o risco
do sinistro do segurado.
Ex: Vida, Automóveis, acidentes pessoais, saúde, residenciais e viagem.
O RESSEGURO OU RETROCESSÃO
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O Cosseguro
O cosseguro nada mais é do que pegar uma apólice de seguro e distribuí-la para mais de uma
seguradora, ou seja, quando o risco é alto demais, as seguradoras dividem, entre elas, o risco
daquela apólice, pois caso haja algum problema, o sinistro, o prejuízo é dirimido entre elas.
Aqui há algumas características dos seguros:
Os seguros podem ser classificados em seguros individuais ou em grupo.
O seguro individual é uma relação entre uma pessoa ou uma família e uma seguradora.
A seguradora, evidentemente, terá de aferir corretamente o risco segurado e pulverizá-lo,
colocando-o numa carteira onde existem diversos riscos semelhantes, mas independentes
entre si.
O seguro em grupo é o seguro de um conjunto de pessoas ligadas entre si de modo que
se estabelece uma relação triangular entre a seguradora, o segurado e o grupo a que ele
pertence.
O grupo pode ser constituído por uma empresa, por uma organização sem fins lucrati-
vos, por uma associação profissional, ou por uma pessoa física. Os seguros contratados por
empresas são chamados de empresariais ou corporativos. É um seguro em grupo, formaliza-
do por uma única apólice que garante coberturas estabelecidas de acordo com um critério
objetivo e uniforme, não dependente exclusivamente da vontade do segurado.
A seguradora, com base nos contratos de adesão ao seguro, emite para cada segurado um
documento que comprova a inclusão no grupo (Certificado de Seguro). Nesse documento
constam a identificação do segurado e a designação dos seus beneficiários.
Os seguros diferem também segundo o regime de financiamento, ou seja, a técnica atuarial
que determina a forma de financiamento das indenizações e benefícios integrantes do contrato.
Os regimes se dividem em repartição e capitalização. O regime de repartição, por sua
vez, se divide entre repartição simples e repartição de capitais de cobertura.
No regime de repartição simples, todos os prêmios pagos pelos segurados em determi- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
nado período formam um fundo que se destina ao custeio de indenizações a serem pagas
por todos os sinistros ocorridos no próprio período (e às demais despesas da seguradora).
Isso implica em que o prêmio cobrado é calculado de forma que corresponda à importância
necessária para cobrir o valor das indenizações relativas aos sinistros esperados. Não há,
assim, a possibilidade de devolução ou resgate de prêmios e contribuições capitalizadas
ao segurado, ao beneficiário ou ao estipulante, como nos casos de planos de previdência.
Tipicamente, esse regime se aplica aos planos previdenciários ou de seguro de vida em
grupo, em situações em que a massa de participantes é estacionária e as despesas com paga-
mento de benefícios são estáveis e de curta duração. É usado também na previdência social
estatal (INSS e regimes próprios do Estado), porém, sem a condição de estabilidade mencio-
nada. É o caso também dos seguros de vida em grupo, de seguros de automóveis, de saúde
etc.
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RAMOS DE SEGUROS
GRUPOS CARACTERÍSTICAS GERAIS
Seguros contra incêndio, roubo de imóveis, bem como os seguros
1 Patrimonial
compreensivos residenciais, condominiais e empresariais
2 Riscos Especiais Seguros contra riscos de petróleo, nucleares e satélites
Responsabilida- Seguros contra indenizações por danos materiais ou lesões corporais
3
des a terceiros por culpa involuntária do segurado
Cascos em (“run Seguros contra riscos marítimos, aeronáuticos e de hangar
4
off”)
Seguros contra roubos e acidentes de carros, de responsabilidade ci-
5 Automóvel
vil contra terceiros e DPVAT
Seguros de transporte nacional e internacional e de responsabilidade
6 Transporte
civil de cargas, do transportador e do operador
Riscos Seguros diversos de garantia de contratos e de fiança locatícia
7
Financeiros
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Fonte: Susep
Bom pessoal, muitos de nós já fomos a algum banco, alguma vez, para abrir, ou assistir
alguém abrir uma conta. A conta que abrimos no banco nada mais é do que um contrato, e
como tal precisa de regras e de orientações sobre sua forma.
Lembrando que esse contrato é composto por uma ficha-proposta e um cartão de
assinatura.
A ficha-proposta deve conter no mínimo: Qualificação do depositante, endereço resi-
dencial e comercial completos, telefone com DDD, referencias pessoais, data da abertura da
conta e o número dessa conta, e a assinatura do depositante.
Estas orientações estão contidas na Resolução CMN nº 4753/2019, que dita às regras bási- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cas que devem nortear as Instituições Financeiras quando da Abertura e manutenção de
contas de depósito.
Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito sobre isso:
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A pessoa jurídica extingue-se com a dissolução desta, mediante acordo entre os sócios ou
por decreto judicial, exceto para as públicas, que serão por meios específicos.
Além disso, a instituição financeira pode estabelecer critérios próprios para abertura de
conta de depósito, desde que seguidos os procedimentos previstos na regulamentação vigen-
te (Resolução CMN 4753/2019).
Ou seja, as instituições Financeiras podem exigir outros documentos ou termos para abrir
esta conta, mas desde que não firam a resolução acima.
Ex.: Depósito Inicial e comprovante de rendimentos.
Vamos compreender sobre a ficha-proposta agora.
Esta deve conter no mínimo:
Importante!
A Ficha-Proposta somente poderá ser microfilmada depois de transcorridos no mínimo
cinco anos, a contar do início do relacionamento com o cliente.
Emissão da primeira via do cartão de débito. (segundas vias, exceto nos casos decor-
rentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis a Instituição
emitente);
4 saques durante o mês. (No caso de poupança são 2 saques por mês);
Até 10 folhas de cheque durante o mês;
2 extratos por mês;
Até dia 28 de fevereiro de cada ano o banco deve enviar ao cliente um extrato conso-
lidado, mostrando seus rendimentos no ano anterior, geralmente para fins de Imposto
de Renda;
2 Transferências entre contas da mesma instituição por mês. (No caso da poupança 2
transferências entre contas de mesma titularidade);
Consultas via internet;
Prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos contratos
prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos;
Compensação de cheques.
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z Pessoas Físicas com idade entre 16 e 18 anos, não emancipadas, podem ter conta de
depósitos, e acesso a crédito também, desde que na abertura ou na assinatura do contrato
sejam assistidas por seus responsáveis legais!;
z Já as Pessoas Físicas com idade inferior a 16 anos, podem ter contas de depósitos, e devem
ser representadas por seus representantes legais;
z Pessoas Físicas com Deficiência Visual podem ter contas de depósitos, e até firmar con-
tratos de empréstimo, desde que sejam assistidas por duas testemunhas e que o contrato
seja lido em voz alta;
z Os residentes e domiciliados no exterior podem ter conta no Brasil, mas as movimen-
tações ocorridas em tais contas caracterizam ingressos ou saídas de recursos no Brasil e,
quando em valor igual ou superior a R$10 mil, estão sujeitas a comprovação documental,
registro no sistema informatizado do Banco Central e identificação da proveniência e des-
tinação dos recursos, da natureza dos pagamentos e da identidade dos depositantes e dos
beneficiários das transferências efetuadas. (Lembrando que só instituições autorizadas a
operar com câmbio podem ter esse tipo de conta).
COBRANÇA
z O Credor ou cedente – cliente do banco que irá emitir ou contratar os serviços de emissão
boletos de cobrança;
z O Banco – instituição que disponibiliza o programa para emissão destes boletos, e que
pode realizar a cobrança de duas formas: simples¹ ou registrada².
z O devedor ou sacado – cliente do credor que adquiriu produto ou serviço, e pagará o
boleto emitido.
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z A cobrança simples é a mera emissão dos boletos. O cedente preenche, emite, envia e
especifica o banco onde deve ser pago, tudo isso sem aviso prévio ao banco. Quando do
pagamento, o banco envia uma informação ao cliente e credita em sua conta;
z A cobrança registrada é mais completa, pois o banco vai processar a emissão dos títulos,
com base em informações previamente enviadas pelo cedente, e vai processar inclusive a
cobrança do pagamento ao sacado. Caso não realize o pagamento, o banco pode lançar o
nome do sacado em protesto ou até mesmo aos órgãos de proteção ao crédito.
Ainda sobre cobrança, existe um evento chamado float, que nada mais é do que quando o
banco recebe um título de cobrança (boleto) a favor do cedente X, porém só repassa a quan-
tia correspondente depois de 3 dias. Durante esse período (float) o Banco permanece com o
recurso, a custo zero, investe a quantia. Para que isso existe deve estar previsto no contrato
da prestação do serviço. Geralmente essa liberdade dada ao banco deixa as tarifas de cobran-
ça mais baratas.
Credor Devedor
Aceita A
Banco
Cobrador
FUNDOS DE INVESTIMENTOS
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Um fundo de investimento é uma comunhão de recursos, captados de pessoas físicas
ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação em títulos e
valores mobiliários. Um fundo é organizado sob a forma de condomínio, e seu patrimônio
é dividido em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do patrimô-
nio líquido pelo número de cotas em circulação. Em outras palavras é como um condo-
mínio que reúne recursos de um conjunto de investidores (cotistas), com o objetivo de obter
ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários. Se
o gestor do fundo fizer um bom trabalho, o patrimônio do fundo aumentará, aumentando o
valor das cotas do fundo.
Quando este fundo dá um bom resultado, ou seja, lucro, este valor é distribuído proporcio-
nalmente ao número de cotas de cada participante.
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Fonte: XP Investimentos
Quando o investidor vai aderir a um fundo, ou condomínio, ele deve atestar, mediante
termo apropriado, que recebeu o Regulamento, e que tomou ciência da política de investi-
mentos e dos riscos do produto, além disso deve ser disponibilizado para eletronicamente
o Formulário de Informações Complementares.
Caso o investidor que comprou parte desse fundo queira vender, ele pode?
Isso vai depender. Existem dois tipos de fundos: Abertos e Fechados.
Os Fundos Abertos permitem que o investidor resgate o valor aplicado a qualquer
momento, ou seja, ele pode reaver seu dinheiro, logo, será um fundo de alta liquidez. O res-
gate será feito com base no valor em que a cota estiver valendo no mercado. Embora existam
fundos que pedem prazo de carência para resgate, por exemplo: 30 ou 60 dias após a aplica-
ção; os fundos são considerados como tendo alta liquidez.
Já os Fundos Fechados não permitem o resgate antecipado, ou seja, se você comprar
vai ter de ficar com as cotas até o fim do prazo estabelecido. Entretanto, como nada é eterno,
você pode vender as cotas para outra pessoa, mas como elas já foram comercializadas a
primeira vez com você, você terá de vendê-las no mercado secundário, ou seja, na bolsa de
valores ou no mercado de balcão.
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A instrução CVM 522, de 08 de maio de 2012, que promoveu alterações na instrução 409,
trouxe modificações na Lâmina de Informações Essenciais, documento já utilizado no merca-
do para a venda de fundos de investimento para investidores de varejo. A ideia é padronizar
o material utilizado, de forma que os investidores possam melhor comparar os fundos. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Nas mudanças, a lâmina passa a conter as informações mais importantes em formato sim-
ples e sempre na mesma ordem. Além das informações sobre taxas e despesas, a lâmina traz
uma tabela com os retornos dos últimos cinco anos, que enfatiza a existência, caso exista, de
anos com rentabilidade negativa, além de outras mudanças, conforme disposto na instrução.
A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 (dez) de cada mês com os dados
relativos ao mês imediatamente anterior, e enviá-la imediatamente à CVM. O administrador
deve entregar a lâmina ao futuro cotista antes do seu ingresso no fundo e divulgar, em lugar
de destaque na sua página na internet, e sem proteção de senha, a lâmina atualizada.
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z O investidor: cliente que tem recursos disponíveis para aplicar em fundos de investimen-
tos, muitas vezes atraído por ganhos superiores ao de investimentos tradicionais como
poupança, CDB e RDB e que foge de risco elevados como os investimentos diretos em ações;
z O investidor Qualificado: pessoas físicas ou jurídicas que tem notório conhecimento
sobre investimentos ou que tem volumes elevados aplicados em investimentos e que estão
dispostas a aplicar de forma diferenciada.
I – instituições financeiras;
II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV – pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condi-
ção de investidor qualificado mediante termo próprio.
V – fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados;
VI – administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM,
em relação a seus recursos próprios;
VII – regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou por Municípios. IN CVM 450.
Atenção! Existem também os investidores Profissionais, que são pessoas físicas ou jurí-
dicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez
milhões de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
profissional mediante termo próprio.
z Os Administradores dos Fundos: são Instituições Financeiras, autorizadas pela CVM, que
serão os responsáveis legais pelo Fundo, e pode, inclusive, atuar como distribuidor das
cotas do Fundo;
z O Gestor: este é o cara que põe a mão na massa, ou seja, é o profissional que acompanha o
mercado financeiro, mede o risco do fundo diariamente, analisa e avalia o cenário econô-
mico, toma decisão sobre quais ativos comprar ou vender, obedecendo as diretrizes legais
e a política de investimentos do fundo;
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Custodiante
Controlador
Distribuidor
Escriturador
Auditor Independente
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É a essência do Fundo, ou seja, é através dela que o investidor ira saber como o adminis-
trador irá conduzir o Fundo, se procura retorno de curto ou longo prazo, no que irá aplicar
e qual o tipo de risco que ele está disposto a correr na compra dos papeis.
Essa política pode ser ativa ou passiva:
z Ativa: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta ultrapas-
sar esse índice;
z Passiva: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta acom-
panhar esse fundo, mas apenas acompanhar.
z Benchmark: é o indicador de mercado usado para medir a performance do Fundos. É a
referência para saber se o fundo está rendendo bem ou não. Para os fundos de renda fixa
p mais usado é o CDI e para os de renda variável são o IBOVESPA e o IBX – Índice Brasil;
z Taxa de Administração: é a taxa cobrada pela empresa administradora pelo serviço de
gerenciamento do fundo. É um percentual fixo, calculado sobre patrimônio líquido e
são cobrados diariamente. Esses recursos servem para remunerar o administrador, ou
seja, é o salário do administrador;
z Taxa de Performance: é a taxa cobrada por alguns fundos quando estes ultrapassam seu
benchmark, ou seja, rende mais do que o esperado. Ocorre quando o administrador faz
o dever de casa muito bem, e por isso ganha uma recompensa;
z Taxa de entrada ou de saída: é uma taxa que poderá ser cobrada do investidor quando
da aquisição de cotas do fundo (taxa de entrada ou de carregamento) ou quando o inves-
tidor solicita o resgate de suas cotas. Nesse caso a taxa de entrada ou de saída não está
computada no patrimônio do fundo, portanto o valor da cota do fundo divulgado pelo
administrador não contém essa taxa. Como todas as demais taxas, essa também deverá
estar definida no regulamento e no prospecto do fundo;
z Chinese Wall: embora cada fundo de investimentos tenha seu CNPJ próprio, os recursos
do administrador poderiam, eventualmente, se misturar com os recursos dos investidores,
para isso, esse termo foi criado para separar estes recursos, ou seja, o dinheiro do admi-
nistrador não pode ficar junto ao dinheiro do investidor, para evitar que o dinheiro dos
investidores fosse utilizado pelo administrador em proveito próprio.
Agora que você sabe sobre quase todos os termos de Fundos de Investimentos vamos ver
o que pode haver dentro deles.
Dentro dos fundos nos temos papeis que valem dinheiro, e esses papeis pode ser de Renda
Fixa ou de Renda Variável.
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Curto Prazo
Os fundos de investimento de curto prazo têm por objetivo reproduzir as variações das
taxas de juros e das taxas pós-fixadas, investindo seus recursos em títulos públicos federais
ou em títulos privados de baixo risco de crédito com prazo médio de cada ativo de até 365
dias.
Longo Prazo
Os fundos de investimento classificados como de longo prazo são aqueles que têm uma
carteira de títulos com prazo médio acima de 365 dias.
z Renda Fixa: os fundos dessa categoria possuem a sua carteira de investimentos (80%)
composta por títulos de renda fixa pré ou pós-fixados. Principalmente títulos públicos e
títulos privados de bancos de baixo risco de crédito. Este fundo não pode ter taxa de per-
formance, exceto se for um fundo exclusivo para investidor qualificado. Na modalidade
renda fixa existe um segundo nível chamada fundos simples que nada mais são do que
os antigos fundos referenciados que têm por objetivo de rentabilidade, proporcionar uma
rentabilidade atrelada a um indexador financeiro, e a sua carteira de investimento
deverá ser composta por, no mínimo, 95% da carteira em títulos públicos e títulos de
bancos com risco igual ou superior ao do governo. Os fundos simples também têm
a comunicação com os investidores feita de forma eletrônica apenas, e eles não podem CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cobrar taxas de performance, o que reduz custos e aumenta seu potencial de retorno;
z Cambial: os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por
(80%) títulos de renda fixa que tenham como objetivo de rentabilidade proporcionar a
variação de preços de uma determinada moeda estrangeira;
z Multimercados: os fundos dessa categoria obtêm sua rentabilidade, fundamentalmente,
a partir de várias operações arriscadas. os derivativos financeiros são contratos que
visam a simular um conjunto de operações de modo a permitir que o gestor do fundo pos-
sa alavancar o patrimônio do fundo em uma determinada estratégia de investimento. A
alavancagem é a possibilidade que o gestor tem de poder aplicar o patrimônio do fundo
em papeis mais arriscados como ações de empresas alavancadas, derivativos, e títulos de
variação de preços elevadas;
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Tributação (IR) – 15%, incidente no resgate, ou seja, não tem come cotas e IOF é zero.
Atenção! Os fundos de renda fixa, ações e multimercados também ganharam uma nova
categoria, que entra no segundo nível de divisão: investimento no exterior, na qual são
incluídos os fundos com carteiras que têm mais de 40% dos ativos alocados em papéis
internacionais.
Fonte: comoinvestir.com.br
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z Imobiliário: são fundos de investimento fechados, cujos recursos são destinados para
empreendimentos imobiliários e possuem uma regulamentação própria (Instruções
CVM 205/1994 e 206/1994 e suas modificações). (Isentos de Imposto de Renda.);
A Marcação a Mercado
Como o próprio nome diz, marcação a mercado significa atualizar para o valor do dia CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
o preço. Ou seja, mesmo que um papel (ou qualquer outro ativo de renda fixa) tenha uma
taxa determinada (prefixada ou pós-fixada), é necessário que, diariamente, seu valor seja
atualizado.
O risco de crédito, essencialmente, está vinculado aos preços definidos pelo mercado, e se
faz necessário, a cada momento, definir o valor do título em função das novas taxas vigentes
em relação ao rendimento definido na sua origem.
A marcação a mercado é mais apropriada para os negócios em fundos de investimen-
to e carteiras administradas, que negociam frequentemente títulos de acordo com a sua
necessidade de caixa ou de seleção de novas modalidades de aplicação financeira para suas
carteiras.
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A tributação nos fundos ocorre de duas formas, a primeira é o Come Cotas, evento que
diminui o número de cotas do investidor no fundo, por isso o nome; e o segundo é o imposto
de renda cobrado no momento do resgate da aplicação.
O Come Cotas ocorre em 2 meses do ano, maio e novembro, o que dá uma distancia de 6
meses entre um e outro, então podemos afirmar que o come cotas ocorre semestralmente.
Para os fundos de curto prazo o come cotas é de 20% e para os de longo prazo será de 15%,
exceto os fundos de ações que não sofrem com o come cotas.
O imposto de renda no resgate será cobrado, obviamente, quando o cliente resgata seus
valores, sendo descontado o que já foi cobrado no come cotas.
IOF
O IOF nas operações de fundos de investimentos começa com alíquota de 96%, chegando a
zero no 30º dia após a aplicação. Os fundos de ações não sofrem cobrança de IOF.
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As Companhias são as empresas que são emissoras dos papéis negociados no mercado de
capitais. Essas empresas têm um objetivo em comum: captar recursos em larga escala e de
forma mais lucrativa. Para que isso ocorra, as empresas devem solicitar à CVM autorização
para emitir e comercializar seus papéis.
Essas empresas são chamadas Sociedades Anônimas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem
esse tipo de constituição, elas passam a ter uma quantidade de sócios maior do que teriam se
fossem empresas de responsabilidade limitada – LTDA, por exemplo.
Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta ou fechada. Vejamos as diferenças:
As S/A abertas admitem negociação dos seus títulos nos mercados abertos, como Bolsa e
Balcão Organizado; já as fechadas só podem ter seus papéis negociados restritamente entre
pessoas da própria empresa ou próximas à empresa.
COMPANHIAS
Abertas Fechadas
Características
Atuam nas bolsas de valores ou mercados de Nº de cotistas limitados a 20 patrimônio pe-
balcão organizados queno não operam em bolsas de valores ou
balcões organizados
NEGOCIAÇÕES DE PAPÉIS
Para as Companhias Abertas, que admitem negociação de seus papéis no mercado público,
há distribuição em dois tipos de mercados: o primário e o secundário.
Oferta pública de distribuição, primária ou secundária, é o processo de colocação, junto
ao público, de certo número de títulos e valores mobiliários para venda. Envolve desde o
levantamento das intenções do mercado em relação aos valores mobiliários ofertados até
a efetiva colocação junto ao público, incluindo a divulgação de informações, o período de
subscrição, entre outras etapas.
As ofertas podem ser primárias ou secundárias. Quando a empresa vende novos títu-
los e os recursos dessas vendas vão para o caixa da empresa, as ofertas são chamadas de
primárias.
Por outro lado, quando não envolvem a emissão de novos títulos, caracterizando apenas
a venda de ações já existentes – em geral dos sócios que querem “desinvestir” ou reduzir a
sua participação no negócio – e os recursos vão para os vendedores e não para o caixa da
empresa, a oferta é conhecida como secundária (block trade).
Além disso, quando a empresa está realizando a sua primeira oferta pública, ou seja,
quando está abrindo o seu capital, a oferta recebe o nome de oferta pública inicial ou IPO
(do termo em inglês, Inicial Public Offer).
Quando a empresa já tem o capital aberto e já realizou a sua primeira oferta, as emissões
seguintes são conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo em inglês, follow on.
72 z Mercado Primário
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z Mercado Secundário
A Lei 6385, de 1976, que disciplina o mercado de capitais, estabelece que nenhuma emis-
são pública de valores mobiliários poderá ser distribuída no mercado sem prévio registro
na Comissão de Valores Mobiliários, apesar de lhe conceder a prerrogativa de dispensar o
registro em determinados casos, e delega competência para a CVM disciplinar as emissões.
Além disso, exemplifica algumas situações que caracterizam a oferta como pública, por
exemplo: a utilização de listas ou boletins, folhetos, prospectos ou anúncios destinados ao
público; a negociação feita em loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público, entre
outros.
Em regra, toda oferta pública deve ser registrada na CVM. Porém, o registro poderá ser
dispensado considerando as características específicas da oferta em questão, como, por
exemplo, a oferta pública de valores mobiliários de emissão de empresas de pequeno
porte e de microempresas, assim definidas em lei, que são dispensadas automaticamente
do registro para ofertas de até R$ 2.400.000,00 (Dois milhões e quatrocentos mil reais) em
cada período de 12 meses, desde que observadas as condições estabelecidas nos §§ 4º ao 8º,
do art. 5º, da instrução CVM 400/03.
As ofertas públicas devem ser realizadas por intermédio de instituições integrantes do sis-
tema de distribuição de valores mobiliários, como os bancos de investimento, corretoras
ou distribuidoras. Essas instituições poderão se organizar em consórcios com o fim específico
de distribuir os valores mobiliários no mercado e/ou garantir a subscrição da emissão, sem-
pre sob a organização de uma instituição líder, que assume responsabilidades específicas.
Para participar de uma oferta pública, o investidor precisa ser cadastrado em uma dessas
instituições.
Essas instituições integrantes do Sistema de Distribuição de Valores Mobiliários são os cha-
mados agentes subscritores ou agentes underwhiters. Esses agentes realizam a subscrição CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
dos títulos, ou seja, assinam embaixo atestando a procedência dos papéis, por isso o nome
underwhiting.
Esse evento pode ser dividido em 3 tipos:
73
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� Bolsas de Valores:
Utiliza
exclusivamente o Não existe sistema
Sistema Eletrônico padrão
de Negociação
z Bônus de subscrição;
z Índices representativos de carteira de ações;
z Opções de compra e venda de valores mobiliários;
z Direitos de subscrição;
z Recibos de subscrição;
z Quotas de fundos fechados de investimento, incluindo os fundos imobiliários e os fundos
de investimento em direitos creditórios;
z Certificados de investimento audiovisual;
z Certificados de recebíveis imobiliários.
Vale destacar que a companhia pode trocar de mercado. Todavia, como se trata de uma
grande burocracia que envolve recomprar todos os papéis em circulação em um mercado
para poder migrar para o outro, a CVM editou a IN CVM 400, a qual dita as regras para a
mudança de mercado de atuação.
Para as ações, é proibida a comercialização em ambos os mercados simultaneamente. Já
para as debêntures, é permitida a negociação simultânea nos dois mercados.
76
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Importante!
Não pode haver negociação simultânea de uma mesma ação de uma mesma companhia CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
em bolsa de valores e em instituições administradoras do Mercado de Balcão Organizado.
MERCADO DE AÇÕES
Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado mais procurado e utilizado, que é o Merca-
do de Ações. Nele, são comercializados os papéis mais conhecidos no mundo dos negócios, os
quais tornam o seu possuidor um sócio da companhia emitente.
O mercado de ações consiste na negociação, em mercado primário ou secundário, das
ações geradas por empresas que desejam captar dinheiro de uma forma mais barata. Neste
sentido, ação pode ser entendida como a menor parcela do capital social das companhias
ou sociedades anônimas. É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus
titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio no limite das ações possuídas. 77
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Espécies de Ações
As ações podem ser de diferentes espécies, conforme os direitos que concedem a seus
acionistas. O Estatuto Social das Companhias, que é um conjunto de regras que deve ser cum-
prido pelos administradores e acionistas, define as características de cada espécie de ações,
que podem ser:
Sua principal característica é conferir ao seu titular o direito a voto nas Assembleias de
acionistas;
z Quanto ao valor:
z Quanto à forma:
Obs.: ações ao portador não são mais permitidas no Brasil desde 1999, pois eram alvo
de muita lavagem de dinheiro.
Importante!
Termo que pode aparecer na prova:
� Blue Chips: Ações de primeira linha, de grandes empresas e, por isso, possuem muita
segurança e tradição. São ações usadas como referência para índices econômicos.
Para evitar que ocorra essa diminuição na participação percentual detida pelo acionista
no capital da companhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como um direito essencial, a
preferência na subscrição das novas ações que vierem a ser emitidas em um aumento de
capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.), na proporção de sua participação no capital, ante-
riormente ao aumento proposto.
Da mesma forma, os acionistas também terão direito de preferência nos casos de
emissão de títulos conversíveis em ações, tais como debêntures conversíveis e bônus de
subscrição.
Neste período, o acionista deverá manifestar sua intenção de subscrever as novas ações
emitidas no âmbito do aumento de capital ou dos títulos conversíveis em ações, conforme o
caso. Caso não o faça, o direito de preferência caducará.
Alternativamente, caso não deseje participar do aumento, o acionista pode ceder seu direi-
to de preferência (art. 171, § 6º, da Lei das S.A.). Da mesma forma que as ações, o direito de
subscrevê-las pode ser livremente negociado, inclusive em Bolsa de Valores;
Bonificação: ao longo das atividades, a Companhia poderá destinar parte dos lucros
sociais para a constituição de uma conta de “Reservas” (termo contábil). Caso a compa-
nhia queira, em exercício social posterior, distribuir aos acionistas o valor acumulado
na conta de Reservas, poderá fazê-lo na forma de Bonificação, podendo efetuar o paga-
mento em espécie ou com a distribuição de novas ações. É importante destacar que,
atualmente, as empresas não mais distribuem bonificação na forma de dinheiro, pois
preferem fidelizar ainda mais os sócios, dando-lhes mais ações.
A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações preferenciais, que podem ter seu
direito de voto suprimido ou restrito por disposição do estatuto social da companhia. Em
contrapartida, tais ações deverão receber uma vantagem econômica em relação às ações
ordinárias.
Além disso, a Lei permite que as companhias abertas tenham várias classes de ações prefe-
renciais, que conferirão a seus titulares vantagens diferentes entre si. Nesse caso, os titulares
de tais ações poderão comparecer às Assembleias Gerais da companhia, bem como opinar
sobre as matérias objetos de deliberação, mas não poderão votar.
As vantagens econômicas a serem conferidas às ações preferenciais em troca dos direitos
políticos suprimidos, conforme dispõe a Lei, poderão consistir em prioridade de distribuição
de dividendo, fixo ou mínimo, prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele,
ou a cumulação dessas vantagens (art. 17, caput e incisos I a III, da Lei das S.A.).
80
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Com relação aos direitos dos acionistas, existem algumas situações que as bancas de con-
cursos gostam de cobrar em prova e, por isso são importantes.
Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja, Lucro, ela pode comprar ações de
acionistas minoritários, pois, assim, concentrará mais o valor das ações. A esse evento
chamamos de amortização de ações. O personagem que mais ganha nessa história é o Con-
trolador, pois, como ele detém 51% das ações, seu poder ficará maior, já que o número de
acionistas ou de ações diminui, aumentando seu percentual.
A CVM, vendo esse aumento de poder do controlador, baixou a Instrução Normativa nº
10, que, em outras palavras, diz que a recompra de ações, uma vez feita, finda por aumentar
o poder do controlador da empresa. Entretanto, essas ações que foram recompradas devem
permanecer em tesouraria por, no máximo, 90 dias e, depois, devem ser revendidas ou
canceladas. 81
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z Desdobramento ou Split
É uma estratégia utilizada pelas empresas com o principal objetivo de melhorar a liquidez
de suas ações. Acontece quando as cotações estão muito elevadas, o que dificulta a entrada
de novos investidores no mercado.
Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150, com lote padrão de 100 ações. Para
comprar um lote dessas ações, o investidor teria que desembolsar R$ 15.000, que é uma quan-
tia considerável para a maior parte dos investidores (pessoa física).
Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada ação dessa empresa seria multiplicada
por 3. Assim, quem possuísse 100 ações, passaria a possuir 300 ações. O valor da cotação seria
dividido por 3, ou seja, passaria de R$ 150 para R$ 50.
Na prática, o desdobramento de ações não altera, de forma alguma, o valor do investimen-
to ou o valor da empresa. É apenas uma operação de multiplicação de ações e divisão dos
preços, para aumentar a liquidez das ações.
Agora, depois do desdobramento, o investidor que quisesse adquirir um lote de ações da
empresa, gastaria apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía 100 ações cotadas a R$
150, com um valor total de R$ 15.000, ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém distribuídos
em 300 ações cotadas a R$ 50.
Com as ações mais baratas, mais investidores se interessam em comprá-las. Isso pode
fazer com que as cotações subam em curto prazo, devido à maior entrada de investidores
no mercado, porém não há como prever se isso irá ou não acontecer. A companhia também
pode utilizar os desdobramentos como parte de sua estratégia de governança corporativa,
para mostrar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas minoritários.
Os desdobramentos podem acontecer em qualquer razão. No entanto, as mais comuns são
de 1 para 2, de 1 para 3 e de 1 para 4 ações.
z Grupamento ou Inplit
82
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O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma
imediata, ou seja, nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador
realiza o pagamento (liquidação financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da
transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) – liquidação física e financeira –, ou seja,
no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os preços são formados em
pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
No mercado à vista de ações, temos:
Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele,
temos a compra e venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as
negociações diárias do mercado de capitais.
Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às
18h. Ele nada mais é do que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações. 83
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Importante!
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investido-
res poderiam realizar negociações fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modi-
ficação do horário de fechamento para 18h, em 2020, o After Market foi extinto.
Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não
pudessem negociar no mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando
práticas equitativas ao mercado. Das 17h30 às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado,
no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário normal. Das 17h45 às 18h,
podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam sido
comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para
menos, além de limite de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e
venda, execução ou cancelamento de compra ou venda, além de dar ordem a mercado.
As ordens podiam ser dadas:
DÁ A ORDEM
� Investidor
EXECUTA A ORDEM
� CTVM
� DTVM
� Banco de Investimentos
REALIZA A ORDEM
� After Market
� Sistema de negociação eletrônico
São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que assegu-
ram a seus detentores (debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora.
Essa companhia emissora pode ser uma S/A aberta ou fechada, mas somente as abertas
podem negociar suas debêntures no mercado das bolsas ou balcão, pois nas fechadas, as
debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito. Lembre-se de
que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então,
uma empresa fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.
Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures. Vejamos:
Agente underwritter
Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, aci-
ma de tudo, se trata de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos
quais são elas:
Real: a mais valiosa, pois a garantia existe fisicamente (hipoteca, penhor, caução, bens
determinados);
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Agora, você já sabe o que é necessário para fazer uma debênture, quem pode emitir e
quais as garantias que podem ser usadas ou não. Porém, de que forma é possível materiali-
zar, ou seja, transformar essa debênture em algo que se possa ver? Existem duas formas
para isso. Vejamos o esquema a seguir:
z Nominativas
Título físico;
Registrado na CETIP;
Emite o certificado;
Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas.
z Nominativas Escriturais
Informação Eletrônica;
CETIP registra e custodia;
Não emite certificado;
Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas.
Importante!
� A escritura da debênture é obrigatória, mas a emissão do certificado é facultativa;
� Não é comum o debenturista solicitar o certificado da debênture, mas, se solicitá-lo, a
empresa deve emiti-lo;
� As Debêntures só podem ser emitidas por instituições que não sejam instituições
financeiras.
Quanto aos prazos das debêntures, que devem constar na escritura da emissão, podem
ser:
Agente Fiduciário
A Lei 6.404, de 1976, estabelece que a escritura de emissão, por instrumento público ou
particular, de debêntures distribuídas ou admitidas à negociação no mercado terá, obrigato-
riamente, a intervenção de agente fiduciário dos debenturistas. O agente fiduciário é quem
representa a comunhão dos debenturistas perante a companhia emissora, com deveres espe-
cíficos de defender os direitos e interesses dos debenturistas, entre outros citados na Lei.
Para tanto, possui poderes próprios também atribuídos pela Lei para, na hipótese de ina-
dimplência da companhia emissora, declarar, observadas as condições da escritura de emis-
são, antecipadamente, vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e acessórios, executar
garantias reais ou, se não existirem, requerer a falência da companhia, entre outros.
Esse personagem viabiliza a operação de compra das debêntures, por parte do debentu-
rista, e a venda, por parte da empresa emissora, ou seja, ele intermedia a situação. Além dis-
so, o agente fiduciário deve, acima de tudo, proteger o debenturista. Para isso, ele representa
o debenturista em caso de colapso do mercado, ou para:
z Proteção do debenturista;
z Executar garantias reais da emissora;
z Requerer falência da emissora.
Vale dizer que o agente fiduciário pode requerer essas situações para garantir ao deben-
turista o recebimento dos créditos.
São Agentes Fiduciários os Bancos Múltiplos, os Bancos de Investimento, CTVM e DTVM.
Quanto aos tipos ou classes de debêntures, podem ser:
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Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana; quanto menos risco, menos grana.
z Pública
Público em geral;
Há registro na CVM;
Assembleia Geral ou Conselho Administrativo decidem;
Agente Fiduciário;
z Privada
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
� Debêntures já
existentes
� Emissão pela 1ª vez
� Compra e venda por
investidores
� Balcão Organizado
(Sistema Nacional
� Influi no caixa da
de Debêntures -
empresa
administrado pela
CETIP S/A)
Commercial Papers
Commercial Papers são títulos, papéis que valem dinheiro. São uma aplicação. Pare-
cem muito com as debêntures e com as notas promissórias que estudamos no tópico sobre
Títulos de Crédito (a famosa amarelinha).
São títulos de curto prazo, que têm prazo mínimo de 30 dias e máximo de 360 dias,
emitidos por instituições não financeiras, ou seja, as instituições financeiras estão fora, pois
podem captar recursos de outras maneiras. Então, o Commercial Paper serve para captar
recursos no mercado interno, pois constitui uma promessa de pagamento na qual incidem
juros a favor do investidor.
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O que é Câmbio?
Câmbio é a operação de troca de moeda de um país pela moeda de outro país. Por exem-
plo, quando um turista brasileiro vai viajar para o exterior e precisa de moeda estrangeira,
o agente autorizado pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio recebe do turista
brasileiro a moeda nacional e entrega-lhe (vende-lhe) a moeda estrangeira. Já quando um
turista estrangeiro quer converter moeda estrangeira em reais, o agente autorizado a operar
no mercado de câmbio compra a moeda estrangeira do turista estrangeiro, entregando-lhe
os reais correspondentes.
No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente no qual se realizam as operações de
câmbio entre os agentes autorizados pelo Banco Central e entre estes e seus clientes,
diretamente ou por meio de seus correspondentes. Esse mercado é regulamentado e fis-
calizado pelo Banco Central e compreende as operações de compra e de venda de moeda
estrangeira, as operações em moeda nacional entre residentes, domiciliados ou com sede no
país e residentes, domiciliados ou com sede no exterior e as operações com ouro-instrumen-
to cambial realizadas por intermédio das instituições autorizadas a operar no mercado
de câmbio pelo Banco Central, diretamente ou por meio de seus correspondentes.
Incluem-se, no mercado de câmbio brasileiro, as operações relativas aos recebimentos,
pagamentos e transferências do e para o exterior, mediante a utilização de cartões de uso
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
internacional, bem como as operações referentes às transferências financeiras postais inter-
nacionais, inclusive vales postais e reembolsos postais internacionais.
À margem da lei, funciona um segmento denominado Mercado Paralelo. São ilegais os
negócios realizados nesse mercado, bem como a posse de moeda estrangeira oriunda de ati-
vidades ilícitas.
z Bancos de Desenvolvimento;
z Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento;
z Agências de Fomento.
Com exceção dessas três, as demais podem realizar todas as operações do Mercado de
Câmbio, embora algumas tenham restrições de valor, mas não de operações. As sociedades
corretoras de títulos e valores mobiliários, as sociedades distribuidoras de títulos e valores
mobiliários e as sociedades corretoras de câmbio têm algumas restrições quanto ao valor das
operações:
� Operações de câmbio com clientes para liquidação pronta de até US$ 300 mil ou o seu
equivalente em outras moedas;
z Operações no mercado interbancário (arbitragens no país) e por meio de banco autoriza-
do a operar no mercado de câmbio (arbitragem com o exterior).
Além desses agentes, o Banco Central também concedia autorização para agências de turis-
mo e meios de hospedagem de turismo para operarem no Mercado de Câmbio. Atualmente,
não se concede mais autorização para esses agentes, permanecendo, ainda, apenas aquelas
agências de turismo cujos proprietários pediram ao Banco Central autorização para consti-
tuírem instituição autorizada a operar em câmbio. Enquanto o Banco Central está analisando
tais pedidos, as agências de turismo ainda autorizadas podem continuar a realizar operações
de compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativa-
mente a viagens internacionais.
Em resumo:
Importante!
As instituições são obrigadas a informar o VET – Valor Efetivo Total nas operações.
Isso deve-se ao fato de que nas operações de câmbio há custos embutidos como:
� Tarifa de Conversão das moedas
� IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
Vale destacar que o IOF é um imposto que incide sobre quase todas as operações
financeiras.
Resolução nº 3.568, de 2008 com Alterações Posteriores pela Resolução nº 4.811, de 2020
Art. 8º As pessoas Físicas e Jurídicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou rea- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
lizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor,
sendo contraparte na operação agente autorizado a operar no mercado de cambio,
observada a legalidade da transação, tendo como base a fundamentação econômica e as res-
ponsabilidades definidas na respectiva documentação.
Neste sentido, pode-se dizer que qualquer pessoa física ou jurídica pode comprar e
vender moeda estrangeira desde que a outra parte na operação de câmbio seja agente
autorizado pelo Banco Central a operar no Mercado de Câmbio (ou seu correspondente para
tais operações) e que seja observada a regulamentação em vigor, incluindo a necessidade de
identificação em todas as operações.
É dispensado o respaldo documental das operações de valor até o equivalente a US$ 10
mil, preservando-se, no entanto, a necessidade de identificação do cliente. 91
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Uma Banda Cambial é a forma como um país define suas taxas de câmbio, quer sejam
fixas ou livres, ou, até mesmo, flutuantes. Até 2005, existiam duas bandas cambiais, a Livre e
a Flutuante. A primeira, por exemplo, vinha dos empréstimos e envios de dinheiro do Brasil
para fora e vice-versa.
No entanto, operar com duas bandas cambiais era muito burocrático, pois cada uma tinha
suas especificações. Então, em 2005, ficou instituída, no Brasil, a banda cambial, que foi resul-
tante da junção das bandas Livre e Flutuante. Aqui, vale lembrar que, como o Governo
intervém indiretamente no mercado, comprando e vendendo moeda, essa flutuação recebeu
o nome de flutuação suja.
z Manuais: em espécie;
z Sacadas: quando não existe o dinheiro vivo, mas, sim, papéis que valem dinheiro.
Quando falamos de câmbio, pensamos, também, nas taxas cambiais, ou seja, nas taxas que
revelam quanto uma moeda vale em relação a outra moeda. Entre elas, as mais comuns são:
A Taxa de Câmbio Nominal indica o preço do ativo financeiro, enquanto que a Taxa de
Câmbio Real indica o preço relativo entre duas moedas, o que permite medir a competitivi-
dade relativa entre os dois países em questão.
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Importante!
Até 10 mil dólares não é necessário o Contrato de Câmbio. No entanto, o registro da ope-
ração é obrigatório (Circular Bacen nº 3.825/17).
Existem 10 (dez) tipos de Contratos de Câmbio. A seguir, listaremos os que são mais comu-
mente cobrados em prova. Vejamos:
ACE
ACC
ADIANTAMENTO
ADIANTAMENTO SOB
SOB CONTRATO DE
CONTRATO DE CÂMBIO
EXPORTAÇÃO
Pré-Embarque Pós-Embarque
Tanto no ACC quanto no ACE, os limites de financiamento são de até 100% do valor das
mercadorias e não incidem IOF sobre essas operações, por se tratarem de incentivos à
exportação.
As operações de Exportação e Importação devem ser registradas em um sistema chamado
SISCOMEX – Sistema de Comércio Exterior. Esse Sistema é utilizado em conjunto pela SECEX
(Secretaria de Comércio Exterior), pela Secretaria da Receita Federal e pelo BACEN, para fis-
calizar a entrada e a saída de recursos do Brasil para o exterior e vice-versa, trazendo vários
benefícios aos processos de exportação e importação, quais sejam:
94
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Obs.: essa é a modalidade mais completa de habilitação, a qual permite aos operadores
realizar qualquer tipo de operação.
Quando o volume de suas operações for incompatível com a capacidade econômica e
financeira evidenciada, a empresa estará sujeita a procedimento especial de fiscalização.
A posição de câmbio é representada pelo saldo das operações de câmbio (compra e venda
de moeda estrangeira, de títulos e documentos que os representem e de ouro-instrumento CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cambial) prontas ou para liquidação futura realizadas pelas instituições autorizadas pelo
Banco Central do Brasil a operar no mercado de câmbio.
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DOC
TED
Importante!
Nenhum banco é obrigado a oferecer o serviço de TED, mas caso haja essa oferta, deve
garantir ao cliente emissor da TED que o valor chegará na conta do destinatário em até 1
hora e 30 minutos, caso contrário, o emissor receberá uma notificação de impossibilidade
e o valor será devolvido em sua conta.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Transferências TED são mais seguras, pois como o sistema de liquidação é em tempo real
(LBTR – Liquidação Bruta em Tempo Real), o banco emissor somente poderá emitir a TED
para o destinatário caso possua fundos disponíveis para enviar.
TEC
A Transferência Eletrônica de Créditos (TEC) foi criada e aperfeiçoada para ser a forma
como os bancos fazem transferências de compromissos agendados entre si, como por exem-
plo, pagamento de folha de salário dos empregados de uma empresa.
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DEPÓSITO INTERFINANCEIRO
As negociações entre os bancos geram a Taxa DI, referência para a maior parte dos títulos de
renda fixa ofertados ao investidor. É hoje o principal benchmark do mercado. A Taxa DI é obti-
da ao se calcular a média ponderada das taxas das transações prefixadas, extragrupo e com
prazo de um dia efetuadas na B3 entre instituições financeiras. Como a taxa para o prazo de
um dia é muito pequena, convencionou-se divulgá-la de forma anualizada. Essas transações
são fechadas por meio eletrônico e registradas na B3.2
Temos, por varejo bancário, um conjunto de operação e serviços que os bancos prestam
à maioria de seu público. Os segmentos mais específicos de mercado chamamos de PRIVATE
ou Alta Renda, que costumam ter seus produtos e serviços customizados. Para o segmento de
varejo, temos produtos padronizados e amplos, como explicitaremos mais à frente.
As operações de tesouraria são nada mais nada menos que as operações administrativas
de manutenção de numerário (dinheiro físico) nas agências, e a guarda ou custódia de garan-
tias das operações de crédito ou de valores de terceiros, como penhores de joias e metais
preciosos.
Confira alguns produtos de varejo bancário abaixo.
CONSÓRCIOS
No sistema de consórcios, os grupos têm patrimônio próprio e são independentes entre si, de
modo que os recursos de um grupo não podem ser transferidos para outro nem se confundem
com o patrimônio das administradoras. Além disso, o interesse do grupo de consórcio preva- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
lece sobre o interesse individual do consorciado.
A adesão de um consorciado a um grupo de consórcio se dá mediante assinatura de contrato
de participação. Nesse contrato, devem estar previstos os direitos e os deveres das partes, tais
como a descrição do bem a que o contrato está referenciado e seu respectivo preço (que será
adotado como referência para o valor do crédito e para o cálculo das parcelas mensais do
consorciado).
O contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão, poderá ter como referência um
bem móvel, um bem imóvel ou um serviço de qualquer natureza.
Os bens móveis podem ser dos seguintes subsegmentos:
� veículos pesados e outros;
� automóveis (incluindo utilitários e caminhonetes);
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Outros serviços, como estéticos e de saúde, por exemplo, também podem ser considerados
nessa lista.
O contrato deve prever as condições para concorrer à contemplação por sorteio, bem
como as regras da contemplação por lance.
O BCB é o responsável pela normatização, autorização, supervisão e controle das ativida-
des do sistema de consórcios, com foco na eficiência e solidez das administradoras e cumpri-
mento da regulamentação específica.
O Subsistema Normativo
Dentro do sistema de seguros privados, nós temos, assim como no sistema financeiro que
vimos anteriormente, uma estrutura composta por órgão normativo, entidade supervisora e
operadores.
Nesse sistema, nós temos como órgão normativo o Conselho Nacional de Seguros Priva-
dos, o CNSP, responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. Ele
é composto pelo Ministro da Economia (Presidente), pelo Superintendente da Superinten-
dência de Seguros Privados e pelos representantes do Ministério da Justiça, da Secretaria da
Previdência Social, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários.
São algumas atribuições do CNSP, de acordo com o Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro
de 1966:
Para auxiliar o CNSP, foi criada a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), que
é a autarquia responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro. A autarquia, vinculada ao Ministério da Economia,
foi criada pelo Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e sua missão é desenvolver os
mercados supervisionados, assegurando sua estabilidade e os direitos do consumidor.
100 Portanto, são atribuições da SUSEP:
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As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP e à SUSEP, que regulamentam seu fun-
cionamento e fiscalizam suas atuações neste mercado.
z Sociedades de Capitalização
Importante!
Note que nem sempre os prazos de vigência e pagamento vão coincidir, mas o prazo de
pagamento jamais será maior que o prazo de vigência; no máximo, pode ser igual ao de
vigência, mas nunca maior!
Já as modalidades são:
103
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Os planos são comercializados por bancos e seguradoras, e podem ser adquiridos por qual-
quer pessoa física ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e dita as regras dos planos de
Previdência Privada é a SUSEP, que é ligada ao Ministério da Economia.
Os dois planos mais comuns são PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida
Gerador de Benefício Livre). São planos previdenciários que permitem que você acumule
recursos por um prazo contratado. Durante esse período, o dinheiro depositado vai sendo
investido e rentabilizado pela seguradora ou banco escolhido.
Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa por duas fases: o período de investi-
mento e o período de benefício. O primeiro normalmente ocorre quando estamos trabalhan-
do e/ou gerando renda. Esta é a fase de formação de patrimônio. Já o período de benefício
começa a partir da idade que você escolhe para começar a desfrutar do dinheiro acumulado
durante anos de trabalho. A maneira de recebimento dos recursos é você quem escolhe. É
possível resgatar o patrimônio acumulado e/ou contratar um tipo de benefício (renda) para
passar a receber, mensalmente, da empresa seguradora.
É importante lembrar que tanto o período de investimento quanto o período de benefício
não precisam ser contratados com a mesma seguradora. Desta forma, uma vez encerrado o
período de investimento, o participante fica livre para contratar uma renda na instituição
que escolher.
A principal distinção entre eles está na tributação. No PGBL, você pode deduzir o valor das
contribuições da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de 12% da sua renda
bruta anual. Assim, poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua restituição
de IR. Vamos supor que um contribuinte tenha um rendimento bruto anual de R$ 100 mil.
Com o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil. O IR sobre os R$ 12 mil restantes, apli-
cados em PGBL, só será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção: esse benefício fiscal
só é vantajoso para aqueles que fazem a declaração do Imposto de Renda pelo formulário
completo e são tributados na fonte.
Para quem faz declaração simplificada ou não é tributado na fonte, como autônomos,
o VGBL é ideal. Ele é indicado também para quem deseja diversificar seus investimentos ou
para quem deseja aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência. Isto porque, em
um VGBL, a tributação acontece apenas sobre o ganho de capital.
Dica
PGBL OU VGBL
COMO AVALIAR OS DOIS TIPOS DE PLANOS DE PREVIDÊNCIA
PGBL X VGBL
Durante o período de acumu-
Abatimento das contribuições
lação, os recursos aplicados
no Imposto de renda (até o
estão isentos de tributação
limite de 12% da Renda Bruta
sobre os rendimentos. So-
anual) durante o período de Tratamento Fiscal
mente no momento do rece-
acumulação. Sobre os valores
bimento da renda ou resgate
de resgate e rendas haverá a
haverá a incidência de Impos-
incidência de tributação
to de Renda
Para quem é isento, declara
Mais atraente para quem
Imposto de Renda simpli-
declara Importo de Renda
ficado ou tem previdência
completo, podendo aproveitar Para Quem É Indicado
complementar e/ou já abate o
o abatimento da Renda Bruta
limite máximo de 12% da ren-
anual na fase de contribuição
da bruta anual
Fonte: Conde Consultoria Atuarial
Os planos de Previdência Privada cobram dois tipos de taxa que devem ser observados na
hora da contratação: a taxa de administração financeira e a taxa de carregamento.
A taxa de administração financeira é cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do
fundo de investimento exclusivo, criado para o seu plano, e pode variar de acordo com as
condições comerciais do plano contratado. Os que têm fundos com investimentos em ações,
por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pouco maiores do que aqueles que
investem apenas em renda fixa.
Importante: a taxa de administração financeira é cobrada diariamente sobre o valor total
da reserva e a rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de administra-
ção já debitado.
A taxa de carregamento incide sobre cada depósito que é feito no plano. Ela serve para
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança dessa taxa
não ultrapassa 5%, sendo o máximo autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o valor de cada
contribuição que você fizer. No mercado, há três formas de taxa de carregamento, dependen-
do do plano contratado. São elas:
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A alíquota do imposto de renda serve para tributar a renda que você receberá ao final do
plano quando for gozar o benefício de forma parcelada ou de uma única vez. Isso porque a
receita federal também fiscaliza essa parcela do seu dinheiro. Logo, essa alíquota pode ser
cobrada de duas formas de acordo com a escolha do cliente.
z A Alíquota Progressiva
Esta forma de tributação é ideal para quem não declara imposto de renda ou se declara como
isento, pois o imposto cobrado na previdência no momento do resgate será de 15%, indepen-
dentemente do prazo. Entretanto, caso sua renda passe a ser tributável, ou seja, você passe
a ganhar o suficiente para pagar imposto de renda, a tributação que era 15% passa a acompa-
nhar a tributação do seu salário, e, quando você efetuar o resgate, terá de fazer um ajuste no
seu IR para mais ou para menos, a depender o valor do seu salário e da alíquota cobrada. Por
isso, o nome Progressiva, pois aumenta conforme seu salário progride. Veja um exemplo:
Ganho 10 mil reais por ano, portanto não preciso declarar imposto de renda. Se eu
declarar que não preciso pagar imposto, logo, minha previdência está sujeita ao impos-
to de 15%. Quando eu efetuar o resgate e for cobrado o imposto, como não devo pagar
o IR, posso receber o valor cobrado de volta como restituição. No entanto, se ganho 70
mil reais por ano, logo, devo declarar IR e devo pagar imposto, ou este pode ser retido
no meu salário pelo meu empregador, se eu for assalariado. Para quem ganha 70 mil
reais por ano, o imposto devido é de 27,5%, ou seja, minha previdência sairá de uma
porcentagem de 15% para uma de 27,5%. Dessa forma, o imposto pago será a mais e não
haverá nenhum ganho a título de restituição.
Por isso, essa forma de tributação deve ser escolhida com cuidado e considerando que, se
sua renda subir demais, você pagará mais imposto.
A Alíquota Regressiva
Essa alíquota indica que o imposto será cobrado na forma inversa da Progressiva, ou seja,
começará alto, em 35%, e terminará em 10% ao final de dez anos. Ou seja, a alíquota reduz
com o tempo. Logo, esta modalidade é mais indicada para aqueles que desejam ficar no plano
de previdência por muito tempo, e que queiram utilizar a aplicação como benefício futuro
de aposentadoria. É indicada para aqueles clientes que estão pensando a longo prazo. Deve,
também, ser escolhida com atenção, pois esta escolha entre progressiva ou regressiva é irre-
tratável, ou seja, você não pode mudar.
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Para a prova, considere mercado de crédito tudo o que for relacionado a crédito. Entre-
tanto, vamos salientar os tipos que a banca organizadora mais gosta de cobrar. Lembrando
que, quando uma instituição financeira está liberando recursos, ela se encontra na posição
ativa, ou seja, está liberando dinheiro para um deficitário e este deficitário deverá devolver
o recurso ao banco, acrescentando uma taxa de juros pactuada entre as partes. Veja quais são
as principais operações ativas.
Essa modalidade de crédito é a mais comum, pois é direcionada para diversas áreas, como:
automático, turismo, salário/consignação (30% da renda, debitado do contracheque) e o
CDC para bens de consumo duráveis: carros, motos etc.
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até mesmo pode ocorrer sem garantias.
Importante dizer que existe, ainda, o CDC-I (Crédito Direto ao Consumidor com Interve-
niência), que é realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do cliente na operação, ou
seja, o banco fornece crédito ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da operação
junto ao banco, para que este libere o recurso parcelado ao cliente.
Hot Money
Inicialmente, é uma aplicação financeira de curto prazo, com alta rentabilidade, onde
investidores estrangeiros trazem recursos para o Brasil para se beneficiar de taxas de juros
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
altas e de curtos prazos. Quando já obtiveram ganhos ou quando a condição das taxas come-
ça a ficar desfavorável, esses investidores retiram seu capital rapidamente do país, causando
uma turbulência econômica, que estudaremos mais à frente no mercado de câmbio. Trazido
para o Brasil, ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada a Pessoas Jurídicas.
O prazo é de 1 até 29 dias, mas normalmente se contrata por até 10 dias e o objetivo é
sanar problemas momentâneos de fluxo de caixa. É adaptável às mudanças bruscas nas
taxas de juros por ter como principal característica o curto prazo.
Vendor Finance
Compror Finance
Existe uma operação inversa ao Vendor, denominada Compror, que ocorre quando peque-
nas indústrias vendem para grandes lojas comerciais. Neste caso, em vez de o vendedor
(indústria) ser o fiador do contrato, o próprio comprador é que funciona como tal.
Trata-se, na verdade, de um instrumento que dilata o prazo de pagamento de compra
sem envolver o vendedor (fornecedor). O título a pagar funciona como “lastro” para o ban-
co financiar o cliente, que irá lhe pagar em data futura pré-combinada, acrescido de juros e
IOF, sem incidência imediata da CPMF no empréstimo.
Como o Vendor, este produto também exige um contrato-mãe definindo as condições bási-
cas da operação que será efetivada a partir do envio ao banco dos contratos-filhos, com as
planilhas dos dados dos pagamentos que serão financiados.
Adiantamentos ou Descontos
z Exemplo: um cliente possui um título, que tem valor de face, valor escrito, de R$ 1.000,00.
De posse desse título, o cliente vai até o banco e solicita um adiantamento no valor refe-
rente àquele título. O banco cobra uma taxa de juros que diminui do valor de face do título
um determinado valor, exemplo: o banco irá cobrar R$ 200,00 pela antecipação. Logo, o
banco faz o crédito na conta do cliente no valor de R$ 800,00. O banco fica com a custódia
do papel, e quando o devedor pagar o título, o banco ficará com o valor de R$1.000,00.
Lucrando, assim, R$200,00 na operação.
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Arrendador (Banco)
Arrendador (Cliente) Usuário
Proprietário
O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arren-
datário, do bem de propriedade do arrendador. Esta opção deve ser indicada no momento
da contratação.
Caso o cliente deseje ficar com o bem no final, deverá pagar ao Arrendador o Valor Residual
Garantido (VRG), que nada mais é do que um valor de mercado do bem. Este VRG pode ser
diluído nas parcelas do aluguel durante todo o contrato, se assim for pactuado. No entanto,
em determinadas modalidades não existe a cobrança do VRG, como veremos mais à frente. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Duas das principais vantagens do leasing são:
z A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna a operação mais barata;
z A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de deduzir do Imposto de Renda como despe-
sa operacional as parcelas do leasing.
Como nos empréstimos normais, é possível quitar o leasing antes do prazo definido
no contrato. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação
e na regulamentação, o contrato não perde as características de arrendamento mercantil.
Entretanto, caso realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o contrato perde sua carac-
terização legal de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada como de
compra e venda a prazo. 109
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QUADRO RESUMO
– Leasing Financeiro Leasing Operacional
2 anos para bens com vida útil < 5
Prazo mínimo de anos
90 dias
duração do leasing 3 anos para bens com vida útil > 5
anos
Valor residual ga-
Permitido Não permitido
rantido — VRG*
Pactuada no início do contrato, nor-
Opção de compra Conforme valor de mercado
malmente igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou da
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo VRG,
O somatório de todos os pa-
deverá garantir à arrendadora o retorno
gamentos devidos no contrato
Pagamentos financeiro da aplicação, incluindo ju-
não poderá exceder 90% do va-
ros sobre o recurso empregado para a
lor do bem arrendado
aquisição do bem
* Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)4
Observação: os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estran-
geiros. Para os estrangeiros, é necessário que estejam em uma lista elaborada pelo CMN.
4 Disponível
z Sale and em: https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/soc_arrend_merc.asp?frame=1.
Leaseback (Apenas Para Bens Imóveis) Acesso em: 25 nov.
110 2022.
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Importante!
Os bens objetos de arrendamento mercantil (leasing) não podem ser arrendados ao pró-
prio fabricante do bem, ou seja, a EMBRAER, que fabrica aviões no Brasil, não pode arren-
dar seus aviões para si própria.
CRÉDITOS ROTATIVOS
Os créditos rotativos nada mais são do que operações em que o devedor pode reutilizar o
valor liberado pelo banco sempre que liquidar a operação anterior.
Conta Garantida
Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo banco em uma conta que não tem livre
movimentação, a qual o cliente só poderá movimentar por cheque ou transferência. Resu-
mindo, caso o cliente não tenha fundos na sua conta corrente de livre movimentação, a conta
garantida cobre a emissão de cheques e outros compromissos, desde que haja aviso prévio
do pedido de movimentação, além da provável exigência de garantias para a liberação do
recurso solicitado.
Cheque Especial
Dica
Para conta de depósitos à vista, tituladas por pessoas naturais, ou seja, pessoas físicas e
por microempreendedores individuais (MEI), as taxas de juros remuneratórios cobradas
sobre o valor utilizado do cheque especial estão limitadas a, no máximo, 8% ao mês.
É vedado à instituição financeira impor limite superior a R$ 500,00, se o cliente optar pela
contratação de limite mais baixo. Ou seja, se o cliente disser que quer o menor limite possível,
o banco não pode exigir que sejam 500 reais, pode ser menor.
A alteração de limites, quando não realizada por iniciativa do cliente, deve ser feita da
seguinte forma:
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Os limites podem ser reduzidos sem observância do prazo da comunicação prévia, desde
que verificada deterioração do perfil de risco de crédito do cliente, conforme critérios defi-
nidos na política de gerenciamento do risco de crédito.
Cartão de Crédito
Consiste, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, em que o cliente compra com o
cartão e pode pagar de uma só vez ou parcelado. Conforme as faturas são pagas, o crédito vai
sendo liberado novamente e pode ser reutilizado.
As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras
estão sujeitas à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo
Banco Central do Brasil, nos termos dos arts. 4º e 10, da Lei nº 4.595, de 1964. Todavia, nos
casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de instituição finan-
ceira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.
Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que insti-
tuições não financeiras que operam recebendo e processando os pagamentos dos cartões dos
clientes. Estas instituições se submetem a regulamentações do CMN e do BACEN.
Hoje, no Brasil, prevalece a Circular n° 3885, de 2018, que exige solicitação de autorização
para funcionamento de instituições de pagamento, que incluem as administradoras de car-
tões de crédito, apenas se ultrapassarem o parâmetro de 500 milhões de reais em transações
comuns ou 50 milhões em transações pré-pagas.
Dessa forma, não há uma regra que o BACEN autoriza funcionamento de administradoras
de cartão, ficando obrigatório apenas as que ultrapassarem os parâmetros acima.
TARIFAS COBRADAS
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os bancos, através das administradoras de cartões, só podem cobrar 5 tarifas, que são consi-
deradas prioritárias, referentes à prestação de serviços de cartão de crédito: anuidade, emis-
são de segunda via, tarifa para uso na função de saque (nacional ou internacional), para uso
do cartão no pagamento de contas e no pedido de avaliação emergencial do limite de crédito.
Podem ser cobradas, ainda, tarifas pela contratação de serviços de envio de mensagem
automática, relativas à movimentação ou lançamento na conta de pagamento vinculada ao
cartão de crédito, pelo fornecimento de plástico de cartão de crédito em formato perso-
nalizado, e pelo fornecimento emergencial de segunda via. Esses serviços são considera-
dos “diferenciados” pela regulamentação.
Todas essas tarifas devem estar previstas em contrato e são cobradas exclusivamente pela
administradora do cartão. 113
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Na verdade, os financiamentos são feitos por bancos, pois administradoras de cartão de cré-
dito são proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos, o detentor do cartão de crédito
aparecerá no SCR como cliente do banco, que é o real financiador da operação intermediada
pela administradora de cartão de crédito.5
Com base nisto que aprendemos, é bom saber que, para que o cartão funcione, é preciso
uma estrutura completa de instituições financeiras, credenciadores, bandeiras e estabeleci-
mentos. Mas quem é quem?
z Instituições Financeiras ou Emissor: é o banco ou uma instituição não bancária que for-
nece o cartão de crédito e/ou débito para o cliente (titular do cartão). É quem se relaciona
com o titular do cartão, estabelecendo os limites de crédito, enviando o cartão para utiliza-
ção, emitindo as faturas e aprovando as compras realizadas nas lojas;
z Credenciador: responsável pela filiação dos estabelecimentos comerciais para uso de car-
tões nas operações de venda. É responsável pelo fornecimento e manutenção dos equipa-
mentos de captura, a transmissão dos dados das transações eletrônicas e os créditos em
conta corrente do estabelecimento comercial;
z Estabelecimento Credenciado: empresa de qualquer porte, incluindo o empreendedor
individual ou profissional autônomo que aceita o sistema de cartões com suas respectivas
bandeiras nas vendas de bens ou serviços;
z Bandeira: é quem licencia a marca para o emissor e para o credenciador e coordena o
sistema de aprovação, compensação e liquidação dos créditos. A Visa, Mastercard, Diners
Club e American Express são exemplos de bandeiras internacionais e a Hipercard, Elo,
Sorocred e Sicred são bandeiras nacionais ou regionais.
De acordo com o site do cartão BNDES6, esse cartão é um produto que, baseado no conceito
de cartão de crédito, visa financiar os investimentos dos Microempreendedores Individuais
(MEI), Microempresas e das micro, pequenas e médias empresas de controle nacional.
Observação 1: o limite de crédito de cada cliente é atribuído pelo banco emissor do cartão
após a análise de crédito. Uma empresa pode obter um cartão BNDES de cada bandeira por CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
banco emissor e pode somar seus limites numa única transação.
Observação 2: o cliente pode obter um Cartão BNDES em quantos bancos emissores ele
desejar. Caso um banco emissor trabalhe com mais de uma bandeira de cartão de crédito, o
cliente poderá ter, nesse banco, um Cartão BNDES de cada bandeira, desde que a soma dos
limites não ultrapasse R$ 2 milhões.
Além disso, desde que a TAC (tarifa de abertura de crédito) não exceda 2% do limite de
crédito concedido, os bancos estão autorizados a cobrá-la.
Importante!
Devido ao Decreto nº 8.511, de agosto de 2015, o IOF (Imposto sob operação financeira)
no cartão BNDES passou a poder ser cobrado. 115
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O crédito rural é uma linha de crédito barata, com taxas determinadas por legislação, que
buscam ajudar aos produtores rurais e suas cooperativas em suas atividades.
São beneficiários:
Controlados/Obrigatórios: são controlados por Lei, ou seja, exige-se que sejam repassa-
dos ao crédito rural.
Caso os bancos descumpram esta exigência, pagam multa e o valor desta multa será rever-
tida em recursos ao crédito rural.
São exemplos de recursos controlados:
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z Taxa de Juros
A taxa de juros máxima admitida no crédito rural é de 6% a.a. (seis por cento), podendo
ser reduzidas a critério da instituição financeira e escalonada conforme origem dos recursos
dos Fundos Constitucionais (FNE, FNO e FCO).
O limite de crédito de custeio rural por beneficiário, em cada safra e em todo o Sistema
Nacional de Crédito Rural (SNCR), é de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais), devendo ser
considerados, na apuração desse limite, os créditos de custeio tomados com recursos con-
trolados, exceto aqueles tomados no âmbito dos fundos constitucionais de financiamento
regional ou aqueles cuja origem do recurso for as Letras de Crédito do Agronegócio.
Nas operações de investimento, o limite de crédito dependerá do objeto a ser adquirido
e da disponibilidade da instituição financeira, pois é vedado utilizar recursos controlados/
obrigatórios para operações de investimentos, exceto se disposto em norma específica, que
são as linhas que utilizam recursos da Poupança Rural e de linhas de crédito do BNDES. Além CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
disso, devem ser observados os seguintes prazos:
Para a comercialização, o valor máximo será liberado de acordo com a garantia ofer-
tada, que poderá ser de até 4,5 milhões, se as garantias forem de Nota Promissória Rural
ou uma Duplicata Rural, podendo chegar a 25 milhões para Financiamento Especial de
Estocagem (FEE) de sementes, com recursos controlados.
Para o crédito de industrialização, o limite do crédito, ao amparo dos recursos contro-
lados, é de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) por tomador, em cada ano
agrícola e em todo o SNCR, sendo que, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da produção a
ser beneficiada ou processada deve ser de produção própria do produtor rural, da coopera-
tiva de produção ou de associados; podendo chegar a 400 milhões, com recursos dos fundos
constitucionais, se tomado por cooperativas de produção agropecuárias.
A Nota Promissória é um título de crédito utilizado nas vendas a prazo de bens de natu-
reza agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou
por suas cooperativas; nos recebimentos de produtos da mesma natureza, entregues pelos
cooperados, e nas entregas de bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos
seus associados, geralmente, o devedor é pessoa física.
Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando
efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser utilizada,
também, como título do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural pelo vendedor,
este ficará obrigado a entregá-la ou a remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de
assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.
O crédito rural pode ser liberado de uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em conta de
depósitos, de acordo com as necessidades do empreendimento, devendo sua utilização obe-
decer a cronograma de aquisições e serviços.
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Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efe-
tuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrente de expressas disposições legais.
Quando deve ser realizada a fiscalização do crédito rural? Deve ocorrer nos seguintes
momentos:
Atenção: o contrato de câmbio será negociado com um banco local, que adiantará, ao
exportador, os reais equivalentes ao valor da exportação. O contrato de câmbio pode ser
encerrado, também, sem liquidação financeira. É quando o ACC vira um ACE.
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As Taxas de Juros de Curto Prazo são aquelas operações financeiras que maturam (prazo
para o pagamento) rapidamente.
Dito isso, podemos pensar: mas qual é o prazo definido para uma Taxa de Juros de Curto
Prazo? Não há como defini-lo com precisão, pois este depende do investimento que se pre-
tende fazer.
Observe o seguinte exemplo:
z Imagine que você foi ao banco pedir orientações sobre qual é a melhor maneira de inves-
tir R$ 10.000,00 em títulos públicos. Nessa situação, seu gerente te orientou da seguinte
forma: “você pode investir o seu capital agora, no início de 2023, em um título com venci-
mento de 10 anos para recuperar o capital investido em 2033, com juros. Outra alternativa
é investir o seu capital de R$ 10.000,00 em títulos de curto prazo. Nesse caso, você aplicará
o capital em um título com vencimento de um ano em 2023 e receberá o pagamento com
juros em 2024. Você repetirá o mesmo processo até chegar no ano de 2033. Na segunda
situação, você se exporá a menos riscos”.
Percebe-se, a partir do exemplo, que as duas opções fazem o dinheiro ser transferido de
2023 para 2033 – e suas rentabilidades não são muito diferentes. Entretanto, precisamos ficar
atentos com relação ao risco sob o qual o cliente ficará exposto, pois, conforme o exemplo, na
taxa longa, há mais riscos do que na taxa curta. Observação: a taxa longa também depende
de todas as taxas curtas anuais ao longo dos dez anos.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CURVA DE JUROS
Também conhecida como Yield Curve, Curva de Rendimentos ou Curva a Termo, a Curva
de Juros é a disposição das taxas negociadas pelo seu vencimento ao longo de um gráfico.
Ela representa a projeção de como os juros poderão se comportar até uma data estipulada
levando em consideração as condições do mercado atual.
Podemos dizer, ainda, que, no Brasil, a curva de juros é a expectativa da Taxa SELIC (que
é a taxa básica de juros da economia) para os próximos anos.
E qual a relação da curva de juros com as taxas de juros de curto e longo prazo?
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z A inclinação da curva de juros nos dá ideia das mudanças futuras nas taxas de juros;
z Geralmente, a curva de rendimento cresce em função do tempo;
z Os juros são maiores quando os prazos são maiores, pois você está mais exposto ao risco.
Ademais, quando falamos de Curva de Juros, lembre-se de que, ao comprar títulos públi-
cos, você vai emprestar dinheiro para o governo Vejamos um exemplo:
z Imagine que você pretende fazer um investimento comprando títulos públicos e, ao anali-
sar as opções de títulos disponíveis, percebe que tem várias opções de vencimentos:
Agora você consegue entender o motivo pelo qual os juros são maiores quando os prazos
são maiores? O risco é maior, a inflação, em 60 meses, muito provavelmente será bem maior
do que em 6 meses.
Se colocarmos os prazos do nosso exemplo em um gráfico, teremos a seguinte curva de
juros:
juros
(%a.a)
8,69
8,49
8,23
7,82
6,85
5,58
Selic
0 6 12 24 36 48 60 prazo
(meses)
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Atenção: a taxa SELIC determina o piso dos juros de curtíssimo prazo e, com isso, é capaz
de influenciar os juros de longo prazo. Vale lembrar que ela é determinada a cada 45 dias
pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Além disso, é importante sabermos que a taxa
SELIC:
Lembre-se, ainda, de que taxa SELIC alta reflete um cenário de inflação alta, uma vez que o
objetivo das taxas altas é desaquecer a economia. Além disso, impacta no valor da nossa taxa
de câmbio, o que atrai mais investimentos internacionais em busca de retorno.
Por outro lado, quando há queda na Taxa SELIC, o objetivo principal é aquecer a economia
barateando créditos e reduzindo a cultura de investimentos (os retornos serão menores). O
consumo e a produção acabam sendo incentivados quando a SELIC está em baixa.
De forma resumida, qualquer empréstimo ou financiamento que você fizer será impacta-
do pela taxa SELIC, seja com taxa de juros de curto prazo ou juros de longo prazo.
NOMINAL OU APARENTE
As Taxas Aparentes, também chamadas de taxas nominais, são aquelas divulgadas pelo
mercado. Imagine uma propaganda sobre uma aplicação financeira a respeito de um CDB
com prazo de aplicação de 2 anos e rendimento de 10% ao bimestre, capitalizados mensal-
mente. Esse período corresponde à taxa aparente ou nominal. Note que se trata de uma taxa
de juros na qual a unidade de tempo da taxa (ao bimestre) não coincide com a unidade de
tempo do período de capitalização (mensal).
Matematicamente falando:
Observação: é por isso que, quando a inflação está muita alta, a Taxa de Juros Nominal
fica mais alta e vice-versa.
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Na qual:
z ia = taxa aparente;
z ir = taxa real;
z ii = inflação.
Exemplo prático: Após 12 (doze) meses, um investidor teve 25% de rendimento. Sabendo
que, nesse período, a inflação foi de 7%, calcule a taxa real do investimento.
Assim:
Perceba que a taxa real reflete, com maior precisão, o ganho real de um investimento,
pois considera a perda com a desvalorização causada pela inflação do período.
Dica
A Taxa real, em uma economia inflacionária, é menor que a Taxa aparente. Já em uma
economia deflacionária, isto é, com inflação negativa (< 0), a Taxa real de Juros é sempre
maior que a Taxa aparente.
Pode-se dizer, de maneira direta, que as garantias têm por objetivo dar maior segurança,
maior proteção, às operações de crédito. A garantia é, portanto, algo acessório à obrigação
principal, que é a obrigação de pagar do devedor.
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Art. 21 [...]
I - não cumprimento pela contraparte de suas obrigações nos termos pactuados;
II - desvalorização, redução de remunerações e ganhos esperados em instrumento financeiro
decorrentes da deterioração da qualidade creditícia da contraparte, do interveniente ou do
instrumento mitigador;
III - reestruturação de instrumentos financeiros; ou
IV - custos de recuperação de exposições caracterizadas como ativos problemáticos.
Em resumo, o risco de crédito é o risco que a instituição financeira tem de não receber, de
que seu cliente fique inadimplente.
As perdas com a inadimplência são um dos principais elementos na formação do custo do
crédito. Quanto maior a inadimplência de uma determinada linha de crédito, maior será a
taxa de juros cobrada pela instituição financeira de seus clientes.
Porém, diversos fatores podem potencializar ou mitigar o efeito da inadimplência sobre o
custo do crédito; entre eles, a existência de garantias oferecidas pelo tomador de crédito. As
garantias estão diretamente relacionadas à capacidade das instituições financeiras de recu-
perar a dívida não paga.
Entretanto, para o devedor (aquele que toma recursos emprestados) também há vanta-
gens. Oferecer uma garantia facilita o acesso ao crédito e torna esse crédito mais barato.
Quantas vezes você já viu reportagens sobre as absurdas taxas de juros cobradas pelos
bancos? Diversas, com certeza. E quais são sempre os exemplos citados? Certamente, os juros
do cartão de crédito e os juros do cheque especial. Eis que o motivo principal é o fato de que CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
nessas operações não há garantias.
Por mais que também sejam altos, os juros do financiamento da casa própria ou do finan-
ciamento de veículos, por exemplo, são muito menores.
O Banco Central lança regularmente um documento chamado “Relatório de Economia
Bancária”. No relatório lançado em meados de 2019, relativo ao ano de 2018, o Bacen ana-
lisou, dentre outros assuntos, a relação entre garantias e taxas de juros das operações de
crédito a pessoas físicas.
Foram encontradas evidências de que operações de crédito com garantias têm taxas de
juros significativamente menores. Adicionalmente, observou-se que, quanto maior a quali-
dade da garantia fornecida pelo tomador de crédito, menor a taxa de juros cobrada.
A garantia pessoal (ou fidejussória) é a garantia dada por uma terceira pessoa, que se
responsabiliza pela obrigação de honrar o compromisso estabelecido caso o devedor deixe
de cumpri-lo. Ou seja, um terceiro — que não está na relação principal entre credor e deve-
dor — assume a responsabilidade pelo pagamento da dívida caso o devedor principal
fique inadimplente.
É uma garantia baseada na confiança que merece o garantidor — em seu caráter, sua hon-
radez, sua “boa fama”, e, logicamente, na sua capacidade de honrar o compromisso caso o
devedor não honre. O Direito prevê dois tipos de garantias pessoais: a fiança e o aval.
Por sua vez, uma garantia real dá ao credor o direito de se fazer pagar pelo valor ou
pelos rendimentos de certos e determinados bens, móveis ou imóveis, do próprio deve-
dor ou de terceiros.
Nosso edital cobra três modalidades de garantia real: a hipoteca, o penhor mercantil e a
alienação fiduciária. A seguir, detalharemos cada um deles.
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A fiança é uma garantia fidejussória firmada por contrato em que uma ou mais pessoas
se obrigam, perante o credor, a satisfazer uma obrigação, caso o devedor não a cumpra.
Ela representa uma forma de garantia que poderá efetivar-se mediante a entrega de bens
móveis ou imóveis.
Há dois contratos: o principal, entre o devedor e o credor, e um acessório, entre o fiador
e o devedor (afiançado).
A fiança é formal, e deve sempre ser dada por escrito, não admitindo interpretação exten-
siva (além do estabelecido expressamente no contrato). O contrato definirá claramente as
condições da fiança. Isso quer dizer que não se admite a fiança verbal, e que a fiança deve-
rá ser interpretada restritivamente. Surgindo alguma dúvida, deve-se interpretar a questão
favoravelmente ao fiador, parte vulnerável em regra, presumindo-se a sua boa-fé objetiva.
Porém, em contratos bancários com renovação periódica e automática, a fiança também
é prorrogada, mesmo sem autorização expressa do fiador, desde que a prorrogação esteja
prevista em cláusula contratual.
São três os personagens na fiança:
z Fiador: aquele que presta a fiança, que se obriga a satisfazer a obrigação caso o devedor
não o faça;
z Afiançado: o devedor principal;
z Credor (beneficiário): aquele que detém o direito de crédito.
A fiança é uma garantia acessória e subsidiária, ou seja, o fiador só está obrigado no caso
do afiançado (devedor principal) não cumprir a obrigação. É uma garantia que somente pode
ser estipulada em contratos. Não há fiança em títulos de crédito.
Vejamos os principais artigos do Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002) a respeito da fiança:
Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação
assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua
vontade.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor.
Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios da dívida principal,
inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador.
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condi-
ções menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não
valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.
Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar ape-
nas de incapacidade pessoal do devedor.
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso de mútuo feito a
menor.
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Aval
O aval é uma garantia pessoal de pagamento, formal e solidária, dada por um terceiro,
o avalista.
Consiste, pois, na assinatura desse terceiro em um título de crédito, responsabilizando-
-se pelo seu pagamento, solidariamente com o devedor ou com qualquer outro coobriga-
do (endossante ou até mesmo outro avalista). Ou seja, o avalista, pessoa física ou jurídica,
garante o pagamento de um título de crédito que foi emitido ou endossado pelo avalizado.
Um título pode ter mais de um avalista. Nesse caso, todos são solidários com o avalizado no
cumprimento da obrigação. Mesmo havendo mais de um avalista, o pagamento da obrigação
por um deles libera os demais da obrigação.
O aval é uma garantia específica dos títulos cambiais (aqueles passíveis de transferência
para outras pessoas), que se aplica exclusivamente a títulos de crédito.
Estamos falando, basicamente, de cheques, letras de câmbio, notas promissórias e
duplicatas.
Dica
Duplicata: Título de crédito em que o comprador se obriga a pagar dentro do prazo esti-
pulado o valor contido na fatura.
O aval pode ser lançado no próprio título ou em folha de alongamento (pedaço de papel
anexado ao título de crédito). A simples assinatura no título é suficiente para configurar o
aval.
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Art. 897 O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determina-
da, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1° Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do
avalista.
§ 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente
ou devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobri-
gados anteriores.
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se
equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. [...]
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta: [...] CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - prestar fiança ou aval.
Hipoteca
A hipoteca é uma garantia real que recai, geralmente, sobre imóveis de propriedade
do devedor ou de terceiros. No entanto, bens móveis de grande valor também podem ser
objeto de hipoteca, como máquinas agrícolas, aeronaves, navios etc.
Assim como na alienação fiduciária, que será vista mais adiante, a posse do bem móvel ou
imóvel hipotecado permanece com o devedor. Por outro lado, na hipoteca, não há a trans-
ferência da propriedade do bem ao credor. O devedor retém o bem, apenas gravando-o
para garantia de uma obrigação, permanecendo, portanto, com o direito de aliená-lo (vendê-
-lo), ou mesmo de ofertá-lo como garantia ao pagamento de outra dívida sua ou de terceiros. 129
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Penhor Mercantil
z Devedor;
z Credor pignoratício, beneficiário da garantia.
O credor não pode ser constrangido (obrigado) a devolver a coisa empenhada, ou uma
parte dela, antes de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requerimento do proprietário,
determinar que seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente
para o pagamento do credor, conforme o art. 1.434.
Alienação Fiduciária
Art. 475 A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução (fim) do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e
danos.
z Fiduciante (devedor);
z Fiduciário (credor).
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Fianças Bancárias
Conceito e Etapas
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Nos anos 80, a prevenção da lavagem de dinheiro passou a ser considerada como uma
estratégia prioritária para o combate ao crime organizado e, em especial, ao narcotráfico.
Países e organizações internacionais passaram a incentivar a adoção de medidas para inibir
a proliferação desses crimes, firmando diversos acordos internacionais, notadamente após
a Convenção de Viena, no âmbito das Nações Unidas, em 1988. Essa Convenção, ratificada
pelo Brasil por meio do Decreto nº 154, de 1991, teve como objetivo promover a cooperação
internacional no trato das questões relacionadas ao tráfico de entorpecentes.
Em 1989, foi criado o Grupo de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro (GAFI/FATF)
no âmbito da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), com
a finalidade de examinar medidas, desenvolver e promover políticas de combate à lavagem
de dinheiro. O Brasil passou a integrar o GAFI/FATF, em 1999, como observador, tornando-se
membro efetivo em 2000.
O GAFI/FATF publicou as 40 Recomendações para Prevenção e Combate à Lavagem de
Dinheiro. Posteriormente, após os atentados de 11 de setembro de 2001, foram acrescentadas
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
outras nove Recomendações voltadas para o combate ao financiamento do terrorismo. Em
2012, foram revistas e consolidadas, formando um conjunto único de 40 Recomendações em
substituição às anteriores (40 + 9).
Paralelamente, a constatação da necessidade de cooperação internacional e da criação de
um fórum de ajuda mútua, com dados sobre operações suspeitas disponíveis em uma rede de
segurança máxima, levou à criação do Grupo de Egmont, em 1995, que congregou Unidades
de Inteligência Financeira (UIFs) de vários países.
133
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Aqui, é importante destacar que, quando uma instituição financeira detecta uma suspeita,
ela não pode revelar para o cliente, mas deve informar ao COAF, para que ele tome as provi-
dências necessárias.
z Disciplinar e aplicar penas administrativas a empresas ligadas a setores que não pos-
suem órgão regulador ou fiscalizador próprio;
z Comunicar às autoridades competentes, para a instauração dos procedimentos cabíveis
quando concluir, pela existência de fundados indícios, da prática do crime de lavagem de
dinheiro ou de qualquer outro crime.
Neste quadro, a atuação do Banco Central, por sua Diretoria de Fiscalização, busca avaliar
os controles internos das instituições supervisionadas voltados para a prevenção de ilícitos
financeiros, da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo, com o objetivo de
verificar a adequação e a qualidade dos procedimentos implementados com vistas a coibir a
utilização do sistema financeiro para a prática desses ilícitos, bem como assegurar a obser-
vância das leis e regulamentos pelas instituições na execução de suas atividades.
Por fim, cabe destacar a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de
Dinheiro (ENCCLA), a qual foi criada em 2003, para suprir a falta de articulação e de atuação
estratégica coordenada do Estado no combate à lavagem de dinheiro, a inexistência de pro-
gramas de treinamento e capacitação de agentes públicos, a dificuldade de acesso a bancos
de dados, como também a carência de padronização tecnológica e a insuficiência de indica-
dores de eficiência. Além da articulação entre os órgãos envolvidos no combate a esses ilíci-
tos, a ENCCLA define metas anuais, como também ações e recomendações para a consecução
dessas metas a serem realizadas pelos membros da Estratégia.
Atente-se ao fato de que a tentativa, mesmo que falha, já configura crime de lavagem de
dinheiro.
135
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Atenção!
z A simples tentativa de lavar dinheiro já configura crime, o qual está sujeito às penalidades
do ato praticado;
z Quem ajudar de forma indireta e consciente, ou seja, tendo plena ciência do ato, incorrerá
na mesma punição de quem praticou o ato ilícito de forma direta;
z A pena de reclusão vai de 3 a 10 anos e a multa máxima será de até o dobro do valor lava-
do, considerando-se o teto de 20 milhões;
z O poder judiciário pode decretar o bloqueio preventivo dos bens do acusado de lavagem
de dinheiro apenas até o limite suficiente para reparar os danos causados.
Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles internos a serem
adotados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à
prevenção da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de “lavagem” ou
ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de
financiamento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.
Do Registro de Operações
Art. 28 As instituições referidas no art. 1º devem manter registros de todas as operações rea-
lizadas, produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos.
§ 1º Os registros referidos no caput devem conter, no mínimo, as seguintes informações sobre
cada operação:
I - tipo;
II - valor, quando aplicável;
III - data de realização;
IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titular e do beneficiário da operação,
no caso de pessoa residente ou sediada no País; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
V - canal utilizado.
§ 2º No caso de operações envolvendo pessoa natural residente no exterior desobrigada de ins-
crição no CPF, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições
devem incluir no registro as seguintes informações:
I - nome;
II - tipo e número do documento de viagem e respectivo país emissor; e
III - organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas
no País, quando for o caso.
§ 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior deso-
brigada de inscrição no CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil,
as instituições devem incluir no registro as seguintes informações:
I - nome da empresa; 139
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As instituições devem, de acordo com o art. 36, requerer dos sacadores clientes e não clien-
tes solicitação de provisionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das ope-
rações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento, de
valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais).
140
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Atenção!
A negativa por parte do cliente de prestar informações sobre si, tais como renda, endereço
ou telefones, principalmente de contas movimentadas por procuradores, leva a suspeitas que
devem ser averiguadas pelo gerente da conta e que podem enquadrar o cliente na situação
de dados cadastrais de clientes.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - Situações relacionadas com a movimentação de contas de depósito e de contas de
pagamento em moeda nacional, que digam respeito a:
a) movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a
ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente;
b) transferências de valores arredondados na unidade de milhar ou que estejam um pouco
abaixo do limite para notificação de operações;
c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contumaz, em benefício de terceiros;
d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhimento de depósitos em nome de um
mesmo cliente, cujos valores, somados, resultem em quantia significativa;
e) movimentação de quantia significativa por meio de conta até então pouco movimentada ou
de conta que acolha depósito inusitado;
143
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REFERÊNCIAS
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA E NORMATIVOS SARB
A auto regulação bancária é um sistema de normas criado pelo próprio setor bancário,
com o propósito básico de criar um ambiente ainda mais favorável à realização dos 4 (qua-
tro) grandes princípios que o orientam:
z Como será monitorada e avaliada a conduta dos bancos, para que se saiba quem está,
de fato, cumprindo as normas do Sistema?
O monitoramento das condutas dos bancos, para que se avalie e assegure sua efetiva ade-
quação a todas as normas da autorregulação será feito pela Diretoria de Autorregulação –
criada pelo próprio Código de Autorregulação Bancária, na estrutura da Febraban, para essa
finalidade específica.
Para cumprir essa sua missão, a Diretoria de Autorregulação trabalhará com os seguintes
procedimentos:
z Quando eu identificar que algum banco não está cumprindo as regras, eu posso noti-
ciar o Sistema quanto a isso? Como me manifestar?
Sim. Você não apenas pode se manifestar como, na verdade, é esperado que você o faça.
Esses registros não serão individualmente respondidos, nem isso gerará, de imediato ou
necessariamente, alguma sanção ao(s) banco(s) apontado(s). No entanto, eles serão uma
fonte preciosa de monitoramento da atuação de cada agente do Sistema, para que possa-
mos melhor conferir se, de fato, as normas da Autorregulação estão sendo corretamente
cumpridas.
Dentre os vários normativos que a FEBRABAN editou a respeito da Autorregulação Bancá-
ria, destacamos alguns pontos que podem ser abordados nas suas provas. Vejamos:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Art. 1° […]
§ 1° […]
151
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z a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por
intermédio de centrais de risco;
z o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem pro-
visão de fundos e de devedores inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito;
z a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou administrativos;
z o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos, relativos a operações de crédito e
obrigações de pagamento adimplidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas,
a gestores de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos termos de lei
específica.
Será possível a quebra do sigilo quando a medida se mostrar necessária para a apuração
de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial,
de acordo com o § 3°, do art. 1°:
§ 4° A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de ocorrência
de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos
seguintes crimes:
I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;
III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado a sua produção;
IV – de extorsão mediante sequestro;
V – contra o sistema financeiro nacional;
VI – contra a Administração Pública;
VII – contra a ordem tributária e a previdência social;
VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores;
IX – praticado por organização criminosa.
152
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Art. 2° […]
§ 4° […]
I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições financeiras, objetivando a rea-
lização de fiscalizações conjuntas, observadas as respectivas competências;
II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros países, objetivando:
a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financeiras estrangeiras, em funciona-
mento no Brasil e de filiais e subsidiárias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras;
b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a investigação de atividades ou
operações que impliquem aplicação, negociação, ocultação ou transferência de ativos finan-
ceiros e de valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas.
z no exercício da função;
z quando tiver relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.
O art. 6º, por sua vez, diz que as autoridades e os agentes fiscais tributários da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (são as autoridades dos três entes mais
o DF) somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras,
inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver pro-
cesso administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam
considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se referem este artigo
serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária.
No entendimento dos Ministros do STF (RE 601.314/SP), a previsão contida no art. 6º da LC
nº 105, de 2001 (acesso direto às informações bancárias do contribuinte pela Receita Fede-
ral) é constitucional. A autoridade fiscal tributária, neste caso, não estará, necessariamente,
quebrando o sigilo bancário. Respeitados os limites impostos pela lei no tocante aos fatos, o
que se verifica, na prática, é uma transferência de sigilo, que sai da órbita bancária para a
fiscal.
Ambas, porém, permanecem com rígida proteção legal contra o acesso de terceiros. O sigi-
lo, que era bancário, passa a ser, também e principalmente, fiscal, quando chega ao poder do
Fisco. São condicionantes para que a autoridade fiscal use do poder estabelecido no art. 6º,
no entendimento dos Ministros do STF:
154
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Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Na terceira base legal da LGPD, a administração pública poderá fazer o uso compartilhado
de dados, desde que isso ocorra com o objetivo de executar políticas públicas, como exemplo,
podemos citar os programas Bolsa Família e Auxílio Emergencial, que fizeram uso da presen-
te base legal.
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível,
a anonimização dos dados pessoais;
Essa hipótese dispõe sobre o tratamento de dados para estudos feitos por órgãos de pes-
quisa. Esses órgãos, sejam entidades públicas ou privadas, poderão realizar, com o uso de
dados pessoais, pesquisas de caráter histórico, tecnológico ou estatístico.
É importante ressaltar que, sempre que possível, tais órgãos deverão priorizar a anonimi-
zação dos dados pessoais.
A quinta base legal ocorrerá em casos nos quais os dados pessoais precisem ser tratados
para a execução de obrigações contratualmente pactuadas, havendo pedido do titular para
que isso ocorra.
156
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Nessa base legal, fica determinado que profissionais da saúde, além de outras entidades
e estabelecimentos, inclusive estaduais e municipais, poderão fazer uso da base legal para o
tratamento de dados, desde que com o objetivo específico de tutela da saúde, sendo vedado
o desvio dessa finalidade.
O inciso IX dispõe que o tratamento de dados poderá ser realizado quando for preciso para
atender a interesses legítimos do controlador ou de terceiros. O inciso ainda traz a exceção de
que isso não poderá ser feito quando prevalecerem direitos e liberdades fundamentais dos
titulares que exijam a proteção dos dados pessoais.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Execução de Contrato/
Proteção da vida BASES LEGAIS DA LGPD
Diligências Pré-contratuais
Interesses legítimos do
Tutela da saúde
controlador/terceiros
Mesmo que os dados se encontrem disponíveis de forma pública, eles somente poderão
ser tratados se seguirem os princípios da finalidade, da boa-fé e do interesse público.
157
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Quando o titular dos dados pessoais tornar públicos seus próprios dados, não será neces-
sário obter o seu consentimento para o tratamento de dados; porém, mesmo diante dessa
situação, não será totalmente livre a sua utilização, a qual somente poderá ocorrer desde que
sejam resguardados os direitos do titular.
Quando a base legal para tratamento dos dados pessoais for o consentimento e o controla-
dor desejar comunicar ou compartilhar os dados com outro controlador, ele deverá ter o con-
sentimento específico para isso. Deste modo, caso o controlador queira utilizar os dados que
já possui para tipo diverso de tratamento, é necessário pedir o consentimento novamente.8
Quando for realizado o tratamento dos dados pessoais, deverão ser respeitados os princí-
pios e direitos dos titulares dos dados, previstos na LGPD, independentemente da base legal
que venha a ser escolhida para o tratamento dos dados.
Para flexibilizar o uso de dados pessoais cujo acessos são públicos ou que foram torna-
dos públicos pelo titular, inclusive para novas finalidades, devem ser respeitadas os demais
pontos relevantes da LGPD, incluindo os fundamentos e os princípios.
Esse artigo trata da forma com que o controlador deve solicitar o consentimento do titular.
Esse consentimento deve ser realizado por escrito ou por outro meio que demonstre a mani-
festação de vontade do titular.
O fato consolidado que temos diante do consentimento é que ele jamais será considerado
válido se for feito de forma genérica, não atendendo à boa-fé e à transparência, podendo ser
obtido por qualquer meio que evidencie a manifestação do titular.
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse deverá constar de cláusula desta-
cada das demais cláusulas contratuais.
Quando o consentimento for obtido por escrito, a lei determina que a cláusula seja inse-
rida de forma destacada, para que seja facilmente identificada pelo titular. Isso se dá pois
usualmente o usuário não lê as cláusulas dos termos de uso; deste modo, é necessário que o
titular tenha total clareza sobre o que está consentindo, devendo a cláusula de consentimen-
to ficar separada das demais.
Caso não houver nenhuma outra base legal que legitime o tratamento dos dados pessoais
e o consentimento tiver algum vício o tratamento dos dados não poderá prosseguir.
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§ 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos I, II, III ou V do art. 9º desta
Lei, o controlador deverá informar ao titular, com destaque de forma específica do teor das
alterações, podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, revogá-lo caso
discorde da alteração.
Não será necessário obter novo consentimento do titular de dados, basta informá-lo das
alterações realizadas, nas situações em que houver alguma modificação no que se trata da
finalidade do tratamento dos dados, da forma e duração do tratamento e da identificação
do controlador ou, ainda, sobre informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
controlador.
O titular dos dados deve ter acesso às informações atualizadas, claras e adequadas sobre o
tratamento dos seus dados pessoais, de modo a atender o princípio do livre acesso.
A LGPD apresenta um rol exemplificativo das informações que devem ser prestadas pelos
agentes de tratamentos de dados aos titulares. Acompanhe o fluxograma a seguir:
160
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Identificação do controlador
INFORMAÇÕES QUE
DEVEM SER PRESTADAS Informações acerca do
PELOS AGENTES DE compartilhamento de dados pelo
TRATAMENTO DE controlador e a finalidade
DADOS AOS TITULARES
Informações de contato do
controlador
Caso o consentimento tenha algum vício ou tenha sido obtido sem que tenha havido pré-
via e extensa informação ao titular acerca dos propósitos da LGPD, será considerado nulo.
Ademais, quando houver modificação da finalidade pela qual os dados foram obtidos que
não seja compatível com o consentimento já manifestado, o titular deve ser informado acerca
disso, não sendo necessário renovar o seu consentimento. É importante lembrar que o titular
poderá revogar o consentimento nas situações em que não concordar com a nova situação.
Quando o tratamento de dados pessoais for condição para o fornecimento de produto ou
de serviço ou para o exercício de direito, o titular deve receber de forma clara e destacada
todas as informações para tal.
O legítimo interesse encontra limites que estão previstos na própria LGPD, que determina
que ela somente poderá servir de fundamento para o tratamento de dados pessoais quando CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
baseado em finalidades legítimas.
As finalidades legítimas refletem que somente os propósitos legítimos e também específi-
cos, explícitos e informados ao titular justificarão o fundamento do interesse legítimo.
Já na existência de situação concreta, o titular de dados deverá ter a efetiva expectativa
de que seus dados serão tratados, em razão da existência de relação prévia entre ele e o
controlador.
A LGPD apresenta um rol exemplificativo de situações que podem configurar o legítimo
interesse do controlador no tratamento de dados:
161
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O tratamento de dados com base no legítimo interesse deverá ser executado com transpa-
rência ante o titular, diante da confiança do titular de que seus dados sejam tratados para a
finalidade específica.
O referido documento trata-se dos processos de tratamento de dados que podem gerar
riscos aos titulares, identificando o que pode ser feito para mitigação desses riscos, vez que
a autoridade poderá solicitar ao contador. A doutrina e a boa governança em proteção de
dados indicam que esse documento deve sempre estar pronto, o que tornará o tratamento de
dados mais seguro.
Dados pessoais sensíveis são aqueles que têm relação com origem racial ou étnica, con-
vicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organizações religiosas, filosóficas
ou políticas, relação com fatores referentes à saúde e vida sexual, dados genéticos ou, ain-
da, dados biométricos. Essas características justificam a proteção extra que foi inserida pelo
legislador, uma vez que o seu vazamento ou mau uso pode causar prejuízos irreparáveis ao
titular dos dados.
O tratamento de dados pessoais sensíveis é mais restritivo, possuindo menos bases legais.
162
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As disposições desse artigo se aplicam amplamente, inclusive nas situações em que o tra-
tamento de dados pessoais puder revelar dados sensíveis, salvo se houver disposição em
contrário em lei específica.
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” do inciso II do caput deste artigo
pelos órgãos e pelas entidades públicas, será dada publicidade à referida dispensa de consen-
timento, nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei.
163
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Via de regra, os dados de saúde não poderão ser compartilhados entre controladores em
casos nos quais o objetivo seja de vantagem econômica. Entretanto, há algumas exceções que
permitem o uso desses dados para fins econômicos, desde que isso ocorra com o objetivo de
prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica e de saúde e que isso se dê em
benefício dos titulares.
Também são trazidas outras duas situações em que os dados de saúde poderão ser comu-
nicados ou compartilhados: casos de portabilidade de dados e em transações financeiras e
administrativas resultantes do uso e da prestação dos serviços.
As operadoras de planos de saúde não poderão tratar dados para a prática de seleção de
riscos na contratação, assim como na contratação e exclusão de beneficiários. Isso foi feito
para evitar o cruzamento de informações para práticas que possam ser entendidas como
injustas, algo que já é consolidado nesse tipo de mercado.
Art. 12 Os dados anonimizados não serão considerados dados pessoais para os fins
desta Lei, salvo quando o processo de anonimização ao qual foram submetidos for reverti-
do, utilizando exclusivamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder ser
revertido.
A anonimização dos dados pessoais é o processo pelo qual se retira dos dados pessoais
qualquer elemento que possa conectá-lo ao seu titular. Assim sendo, o dado anonimizado é
aquele que não pode ser identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis
e disponíveis em seu tratamento. Portanto, quando estivermos diante de dados não identifi-
cáveis de uma pessoa natural, eles não serão tidos como dados pessoais.
§ 1º A determinação do que seja razoável deve levar em consideração fatores objetivos, tais
como custo e tempo necessários para reverter o processo de anonimização, de acordo com as
tecnologias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
Existe também a hipótese em que os dados colhidos foram utilizados para a formação de
um perfil comportamental de determinada pessoa; assim, caso essa pessoa seja identificada,
os dados poderão ser considerados como dados pessoais.
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados também terá a função de dispor sobre padrões
e técnicas acerca da anonimização, determinando o que deverá ser entendido como esforço
razoável.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O art. 13 dispõe sobre o tratamento de dados pessoais por órgãos de pesquisa no que tange
a questões de saúde pública. Nesses casos, os órgãos de pesquisa poderão ter acesso ao banco
de dados pessoais, desde que a sua finalidade seja estudo e pesquisa. Os dados serão tratados
exclusivamente dentro do órgão e mantidos em ambiente controlado e seguro.
O artigo trata ainda da pseudominação de forma expressa, recomendando o seu uso nos
estudos em saúde pública que tratam de dados sensíveis. Nesse mesmo artigo, a lei conceitua
que a pseudominação é o meio pelo qual um dado perde a possibilidade de associação, direta
ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de informação adicional mantida separadamente
pelo controlador em ambiente controlado e seguro, sendo relevante a leitura dos parágrafos
do referido artigo para melhor fixação dos seus estudos.
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A LGPD autoriza o tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes desde que isso
seja realizado em seu melhor interesse, sendo necessário o consentimento inequívoco de um
dos pais ou responsáveis, vez que a proteção integral é um dos fundamentos do Estatuto da
Criança e do Adolescente.
Embora o consentimento seja regra, há duas exceções, previstas no § 2º, do art. 14, em que
o consentimento não é exigido:
z Quando houver a necessidade de entrar em contato com os pais ou com o responsável pela
criança ou adolescente;
z Quando os dados forem necessários para proteger o titular menor de idade.
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A LGPD elenca as hipóteses de término do tratamento de dados pessoais. Para melhor fixa-
ção deste conteúdo, observe o fluxograma a seguir:
Art. 16 Os dados pessoais serão eliminados após o término de seu tratamento, no âmbito e
nos limites técnicos das atividades, autorizada a conservação para as seguintes finalidades:
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados
pessoais;
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisitos de tratamento de dados dis-
postos nesta Lei; ou
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por terceiro, e desde que anonimizados
os dados.
O cuidado com a proteção dos dados pessoais deve seguir desde a coleta até o seu
encerramento, por isso, a eliminação dos dados deve ser realizada com muita cautela, tanto
com dados físicos quanto com os digitais, sendo permitida a conservação nas hipóteses elen- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
cadas no fluxograma a seguir, trazido para auxiliar nos seus estudos:
167
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A atividade administrativa realizada pelo Estado está atrelada à gestão de uma série de
dados sensíveis. Desta forma, tanto a coleta e o tratamento de dados pessoais quanto a exe-
cução de políticas públicas decorrentes das relações entre Estado e cidadãos foram temas
abordados pela LGPD. Neste sentido, o Capítulo IV regulamenta o tratamento de dados pes-
soais pelo Poder Público, determinando as hipóteses legais em que o Estado pode tratar dos
dados pessoais.
Art. 23 O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas de direito público referidas no
parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
mação), deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, na persecução do
interesse público, com o objetivo de executar as competências legais ou cumprir as atribuições
legais do serviço público, desde que:
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas competências, realizam o trata-
mento de dados pessoais, fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão legal,
a finalidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dessas atividades, em
veículos de fácil acesso, preferencialmente em seus sítios eletrônicos;
III - seja indicado um encarregado quando realizarem operações de tratamento de dados pes-
soais, nos termos do art. 39 desta Lei;
O referido dispositivo de lei não faz menção ao compartilhamento de dados, tampouco alu-
de a dados sensíveis (dados que informem raça, etnia, dados genéticos ou biométricos etc.).
O art. 23, da LGPD, aborda o tratamento dos dados pessoais dos cidadãos pelo Poder Público,
considerando que isso pode ser realizado quando existir finalidade de interesse público.
Para a maior compreensão do artigo acima, acompanhe a seguir o mencionado parágrafo
único, do art. 1º, da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011:
Art. 24 As empresas públicas e as sociedades de economia mista que atuam em regime de con-
corrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constituição Federal, terão o mesmo tratamento
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos termos desta Lei.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de economia mista, quando estiverem
operacionalizando políticas públicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamen-
to dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos deste Capítulo.
Acompanhe a seguir o art. 173, da CF, de 1988, mencionado no art. 24, da LGPD:
Art. 173 (CF, de 1988) Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
169
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Art. 25 Os dados deverão ser mantidos em formato interoperável e estruturado para o uso
compartilhado, com vistas à execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos,
à descentralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das informações pelo
público em geral.
Art. 26 O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Público deve atender a finalidades
específicas de execução de políticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades
públicas, respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados no art. 6º desta
Lei.
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas dados pessoais constantes de
bases de dados a que tenha acesso, exceto:
I - em casos de execução descentralizada de atividade pública que exija a transferência, exclu-
sivamente para esse fim específico e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18
de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação);
III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente, observadas as disposições
desta Lei.
170
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Para ocorrer a transferência de dados de um ente público para um particular, basta esta-
belecer que nas hipóteses de uso compartilhado de dados entre o ente público e o privado na
transferência, a LGPD exige, como regra, a obtenção do consentimento do titular dos dados CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
pessoais.
O consentimento para compartilhamento de dados pessoais deve ser específico para essa
finalidade, não bastando ao controlador tê-lo colhido para outras modalidades de tratamento.
A comunicação, ou o uso compartilhado de dados pessoais de pessoa jurídica de direito
público a pessoa de direito privado, será informada à autoridade nacional e dependerá de
consentimento do titular. As exceções estão previstas no art. 27, sendo também os arts. 29 e
30 autoexplicativos acerca das atuações da ANPD nesses aspectos.
171
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Art. 31 Quando houver infração a esta Lei em decorrência do tratamento de dados pessoais
por órgãos públicos, a autoridade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para
fazer cessar a violação.
Destaca-se que a ANPD possui poder normativo, o que implica que o órgão pode emitir
regulamentos complementares — informes, contendo as medidas cabíveis, para fazer cessar
a violação.
A Lei nº 12.846, de 2013, conhecida como Lei Anticorrupção, dispõe sobre a responsabi-
lização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a adminis-
tração pública, seja ela nacional ou estrangeira. Nos termos:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades empresárias e às sociedades
simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização ou modelo
societário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas,
ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro,
constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
De acordo com a lei, constituem atos lesivos à administração pública todos aqueles pra-
ticados por pessoas jurídicas que atentem contra o patrimônio público nacional ou estran-
geiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais
assumidos pelo Brasil. Esses atos lesivos são definidos no art. 5º:
172
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Serão aplicadas às pessoas jurídicas, consideradas responsáveis pelos atos lesivos previs-
tos na lei, as sanções de multa e de publicação extraordinária da decisão condenatória,
as custas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área da
prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de cir-
culação nacional, além da afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 dias, no próprio
estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público, e no
site da empresa na internet.
A multa, que irá variar de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício ante-
rior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, nunca será infe-
rior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação. Vejamos:
Art. 19 Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distri-
to Federal e os Municípios, por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de repre-
sentação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à
aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos
ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público,
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado:
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a
prática de atos ilícitos; ou CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos bene-
ficiários dos atos praticados.
A lei ainda estabelece sobre o Acordo de Leniência, que é um acordo celebrado pela autori-
dade máxima de cada órgão ou entidade pública com as pessoas jurídicas responsáveis pela
prática de atos previstos nessa lei, de modo que o infrator colabore nas investigações e no
próprio processo administrativo. Veja:
Art. 16 A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de
leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que
colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa
colaboração resulte: 175
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No caso de abertura de investigação preliminar, essa terá caráter sigiloso e não punitivo
e será destinada à apuração de indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à admi-
nistração pública federal. Essa investigação preliminar deverá ser conduzida por comissão
composta por dois ou mais servidores efetivos. Nos termos:
§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá caráter sigiloso e não punitivo e
será destinada à apuração de indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administra-
ção pública federal.
Em entidades da administração pública federal, cujos quadros funcionais não sejam for-
mados por servidores estatutários, a comissão será composta por dois ou mais empregados
públicos. O prazo para conclusão da investigação preliminar não deverá ultrapassar sessen-
ta dias, mas poderá ser prorrogado por igual período, mediante solicitação justificada do
presidente da comissão à autoridade instauradora.
§ 2º A investigação preliminar será conduzida por comissão composta por dois ou mais ser-
vidores efetivos.
§ 3º Em entidades da administração pública federal cujos quadros funcionais não sejam for-
mados por servidores estatutários, a comissão a que se refere o § 2º será composta por dois
ou mais empregados públicos.
§ 4º O prazo para conclusão da investigação preliminar não excederá sessenta dias e poderá
ser prorrogado por igual período, mediante solicitação justificada do presidente da comissão
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
à autoridade instauradora.
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Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará comissão, composta por dois ou
mais servidores estáveis, que avaliará fatos e circunstâncias conhecidos e intimará a pessoa
jurídica para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e especificar eventuais provas
que pretende produzir.
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos quadros funcionais não sejam for-
mados por servidores estatutários, a comissão a que se refere o caput será composta por dois
ou mais empregados públicos, preferencialmente com no mínimo três anos de tempo de servi-
ço na entidade.
§ 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de novas provas ou de juntada de
provas julgadas indispensáveis pela comissão, a pessoa jurídica poderá apresentar alegações
finais no prazo de dez dias, contado da data do deferimento ou da intimação de juntada das
provas pela comissão.
§ 3º Serão recusadas, mediante decisão fundamentada, provas propostas pela pessoa jurídica
que sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.
§ 4º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informações e documentos referentes à
existência e ao funcionamento de programa de integridade, a comissão processante deverá
examiná-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo IV, para a dosimetria das sanções a
serem aplicadas.
A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais ou
procuradores, sendo assegurado o amplo acesso aos autos.
Art. 8º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais ou
procuradores, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos.
Parágrafo único. É vedada a retirada dos autos da repartição pública, sendo autorizada a
obtenção de cópias mediante requerimento.
O prazo para a conclusão do PAR não excederá 180 dias, admitida a prorrogação, por
meio de solicitação do presidente da comissão à autoridade instauradora, que decidirá de
forma fundamentada.
Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a comissão elaborará relatório a respeito
dos fatos apurados e da eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual
sugerirá, de forma motivada, as sanções a serem aplicadas, a dosimetria da multa ou o arqui-
vamento do processo.
Art. 9º O prazo para a conclusão do PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida pror-
rogação por meio de solicitação do presidente da comissão à autoridade instauradora, que
decidirá de forma fundamentada.
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Caso seja feito o pedido de reconsideração, a autoridade julgadora terá o prazo de trinta CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
dias para decidir sobre a matéria alegada no pedido e publicar nova decisão.
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para decidir sobre a matéria
alegada no pedido de reconsideração e publicar nova decisão.
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será concedido à pessoa jurídica novo
prazo de trinta dias para cumprimento das sanções que lhe foram impostas, contado da data
de publicação da nova decisão.
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DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1° [...]
§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos praticados:
I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública estrangeira, ainda que cometi-
dos no exterior;
II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele produzam ou possam produzir
efeitos; ou
III - no exterior, quando praticados contra a administração pública nacional.
§ 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto na Lei nº 12.846, de 2013, as
pessoas jurídicas que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituí-
das de fato ou de direito.
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Da Investigação Preliminar
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Art. 6º [...]
§ 1º A intimação prevista no caput:
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de apresentar informações e pro-
vas que subsidiem a análise da comissão de PAR no que se refere aos elementos que atenuam
o valor da multa, previstos no art. 23; e
II - solicitará a apresentação de informações e documentos, nos termos estabelecidos pela
Controladoria-Geral da União, que permitam a análise do programa de integridade da pessoa
jurídica.
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo:
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa jurídica, com a descrição das
circunstâncias relevantes;
II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento da comissão pela ocorrência do
ato lesivo imputado; e
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa jurídica processada.
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será feita nova intimação por meio
de edital publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apresentação de defesa
escrita será contado a partir da última data de publicação do edital.
§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua defesa escrita no prazo estabelecido
no caput, contra ela correrão os demais prazos, independentemente de notificação ou intima-
ção, podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repetição de qualquer ato
processual já praticado.
Ainda, pelo disposto no art. 7º, as intimações serão feitas por qualquer meio físico ou
eletrônico.
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou eletrônico que assegure a certe-
za de ciência da pessoa jurídica processada.
§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da con-
tagem o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo
XVI da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as demais intimações processuais,
até que a pessoa jurídica interessada se manifeste nos autos.
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e intimada de todos os atos proces-
suais, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
do gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, sucursal, estabelecimento
ou escritório instalado no Brasil.
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Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais ou
procuradores, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos.
Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repartição pública, sendo autorizada
a obtenção de cópias, preferencialmente em meio digital, mediante requerimento.
Art. 10 A comissão, para o devido e regular exercício de suas funções, poderá praticar os atos
necessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios
admitidos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
Art. 11 [...]
I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da dosimetria, ou o arquivamento
do processo;
II - o encaminhamento do relatório final à autoridade competente para instrução de processo
administrativo específico para reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesi-
vo tenha resultado dano ao erário;
III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da União, para ajuizamento da
ação de que trata o art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso con-
creto, da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição complementar às
do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos;
IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos termos do disposto no art. 15
da Lei nº 12.846, de 2013; e
V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, quando cabível.
Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de encerramento dos seus trabalhos,
que formalizará sua desconstituição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que
determinará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final para, querendo,
manifestar-se no prazo máximo de dez dias. Transcorrido o prazo de dez dias, a autoridade
instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à unidade competente que analise
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
a regularidade e o mérito do PAR (art. 12 e seu parágrafo único).
Vejamos, ainda, a continuidade do PAR após a análise da regularidade e mérito a partir do
art. 13.
Art. 13 Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será encaminhado à autoridade compe-
tente para julgamento, o qual será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão
de assistência jurídica competente.
Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comissão, esta deverá ser
fundamentada com base nas provas produzidas no PAR.
Art. 14 A decisão administrativa proferida pela autoridade julgadora ao final do PAR será
publicada no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pelo julgamento do PAR.
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Art. 19 As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes sanções administrativas, nos termos
do disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013:
I - multa; e
II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora.
Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infrações administrativas à Lei nº
14.133, de 2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública e
tenha ocorrido a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também estará sujei-
ta a sanções administrativas que tenham como efeito a restrição ao direito de participar em
licitações ou de celebrar contratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.
Da Multa
A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013, terá como base
de cálculo o faturamento bruto da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instau-
ração do PAR, excluídos os tributos (art. 20). A multa aplicada será integralmente recolhida
pela pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta dias, observado o disposto no art. 15, pelo
elencado na redação do art. 29, do Decreto n° 11.129, de julho de 2022.
Art. 28 [...]
I - em meio de comunicação de grande circulação, física ou eletrônica, na área da prática
da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação
nacional;
II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, em loca-
lidade que permita a visibilidade pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e
III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de trinta dias e em destaque na página princi-
pal do referido sítio.
Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será feita a expensas da pessoa jurídica
sancionada.
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A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de leniência deverá (art. 37):
Art. 37 […]
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico,
quando tal circunstância for relevante;
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo a partir da data da propositura
do acordo;
III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos lesivos;
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A proposta de celebração de acordo de leniência deverá ser feita de forma escrita, opor-
tunidade em que a pessoa jurídica proponente declarará expressamente que foi orientada a
respeito de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendimento às determi-
nações e às solicitações durante a etapa de negociação importará a desistência da proposta
(caput do art. 38).
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
Art. 56 [...]
I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra
a administração pública, nacional ou estrangeira; e
II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente organizacional.
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Art. 57 [...]
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, incluídos os conselhos, evidenciado
pelo apoio visível e inequívoco ao programa, bem como pela destinação de recursos adequados;
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedimentos de integridade, aplicáveis a
todos os empregados e administradores, independentemente do cargo ou da função exercida;
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integridade estendidas, quando neces-
sário, a terceiros, tais como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e
associados;
IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o programa de integridade;
V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavaliação periódica, para a realização
de adaptações necessárias ao programa de integridade e a alocação eficiente de recursos;
VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e precisa as transações da pessoa
jurídica;
VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a confiabilidade de relatórios e
demonstrações financeiras da pessoa jurídica;
VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos no âmbito de processos lici-
tatórios, na execução de contratos administrativos ou em qualquer interação com o setor
público, ainda que intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição a fiscali-
zações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e certidões;
IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna responsável pela aplicação do
programa de integridade e pela fiscalização de seu cumprimento;
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a funcionários e
terceiros, e mecanismos destinados ao tratamento das denúncias e à proteção de denuncian-
tes de boa-fé;
XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade;
XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades ou infrações
detectadas e a tempestiva remediação dos danos gerados; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para:
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais como fornecedores, prestado-
res de serviço, agentes intermediários, despachantes, consultores, representantes comerciais
e associados;
b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas expostas politicamente, bem como
de seus familiares, estreitos colaboradores e pessoas jurídicas de que participem; e
c) realização e supervisão de patrocínios e doações;
XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e reestruturações societárias, do
cometimento de irregularidades ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas
jurídicas envolvidas; e
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Art. 58 [...]
I - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
administração pública, conforme disposto no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de
21 de junho de 1993;
II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, confor-
me disposto no inciso IV do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput
do art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021;
III - impedimento de licitar e contratar com a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Muni-
cípios, conforme disposto no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei
nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021;
IV - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
administração pública, conforme disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527,
de 18 de novembro de 2011;
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, confor-
me disposto no inciso V do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011;
VI - declaração de inidoneidade para participar de licitação com a administração pública fede-
ral, conforme disposto no art. 46 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992;
VII - proibição de contratar com o Poder Público, conforme disposto no art. 12 da Lei nº 8.429,
de 2 de junho de 1992;
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DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 64 As informações referentes ao PAR instaurado no âmbito dos órgãos e das entidades do
Poder Executivo federal serão registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de proces-
sos administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-Geral da União, conforme ato
do Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União.
Art. 65 Os órgãos e as entidades da administração pública, no exercício de suas competências
regulatórias, disporão sobre os efeitos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades
reguladas, inclusive no caso de proposta e celebração de acordo de leniência.
Art. 66 O processamento do PAR ou a negociação de acordo de leniência não interfere no
seguimento regular dos processos administrativos específicos para apuração da ocorrência
de danos e prejuízos à administração pública federal resultantes de ato lesivo cometido por
pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente público.
Art. 67 Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União editar orientações,
normas e procedimentos complementares para a execução deste Decreto, notadamente no que
diz respeito a:
I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bruto e dos tributos a serem excluí-
dos para fins de cálculo da multa a que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordinária da decisão administra-
tiva sancionadora;
III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a forma de avaliação simplificada
no caso de microempresas e empresas de pequeno porte; e
IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas em face de pessoas jurídicas e
entes privados.
Art. 68 O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advocacia-Geral da União e a Contro-
ladoria-Geral da União:
I - estabelecerão canais de comunicação institucional: CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
a) para o encaminhamento de informações referentes à prática de atos lesivos contra a admi-
nistração pública nacional ou estrangeira ou derivadas de acordos de colaboração premiada
e acordos de leniência; e
b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de ativos; e
II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, articular medidas para o enfrenta-
mento da corrupção e de delitos conexos.
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INTRODUÇÃO
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os requi-
sitos para a contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados
e de computação em nuvem a serem observados pelas instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil.
Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não se aplica às instituições de pagamento, que
devem observar a regulamentação emanada do Banco Central do Brasil, no exercício de suas
atribuições legais.
O que é importante você ter em mente em relação ao primeiro artigo é que a resolução
regula a contratação de serviços de armazenamento de dados. É uma resolução sobre segu-
rança da informação para toda instituição que careça de autorização do BACEN para funcio-
nar, à exceção das instituições de pagamento, que serão objeto de regulamentação própria.
Confidencialidade
PRINCÍPIOS E
DIRETRIZES Integridade
QUE BUSQUEM
ASSEGURAR:
Disponibilidade
O art. 3º trouxe os requisitos mínimos das políticas de segurança cibernética das insti-
tuições envolvidas. Trata-se de um tópico muito importante para sua prova! É importante
gravá-los.
z Autenticação;
z Criptografia;
z Prevenção e a detecção de intrusão;
z Prevenção de vazamento de informações;
z Realização periódica de testes e varreduras;
z Proteção contra softwares maliciosos;
z Mecanismos de rastreabilidade;
z Controles de acesso e de segmentação da rede;
z Manutenção de cópias de segurança dos dados e informações.
Art. 3° [...]
§ 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do caput devem ser aplicados, inclusi-
ve, no desenvolvimento de sistemas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias
empregadas nas atividades da instituição.
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o controle dos efeitos de incidentes,
citados no inciso IV do caput, devem abranger inclusive informações recebidas de empresas
prestadoras de serviços a terceiros.
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea «b», do caput, devem contemplar procedimen-
tos e controles em níveis de complexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utiliza-
dos pela própria instituição.
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Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo contendo as linhas gerais da política
de segurança cibernética.
Vale lembrar que o público leigo precisa compreender as políticas da instituição, inclusive
para fazer valer seus direitos de consumidor posteriormente.
Dica
Mais uma vez, tome cuidado com esses requisitos mínimos. Por exemplo, perguntas a
respeito dos requisitos mínimos de procedimento e controle, mas que, nas alternativas,
são colocados os requisitos do plano de resposta a incidentes podem ocorrer na prova,
por isso é importante ter bastante foco nesse assunto.
Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar diretor responsável pela política de CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
segurança cibernética e pela execução do plano de ação e de resposta a incidentes.
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desempenhar outras funções na insti-
tuição, desde que não haja conflito de interesses.
Caso o seu concurso cobre conhecimentos sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, saiba
que esse diretor pode ser o Encarregado de Dados da instituição. Não é uma obrigatoriedade,
mas a função de encarregado de dados pode ser abrangida por essa. Caso você não precise
estudar a LGPD, não se preocupe, apenas saiba que precisa ter um diretor de segurança
cibernética.
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Note que os requisitos mínimos foram mencionados novamente. Eles são de grande rele-
vância para sua prova.
Tome cuidado, o examinador pode querer “brincar” com quem pode aprovar a política de
segurança cibernética e o plano de ação e de resposta a incidentes. Quem aprova é o conse-
lho de administração! Apenas se não houver um conselho de administração é que a aprova-
ção vai para a diretoria da instituição.
Art. 11 As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que suas políticas, estratégias
e estruturas para gerenciamento de riscos previstas na regulamentação em vigor, especifi-
camente no tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de serviços, contemplem
a contratação de serviços relevantes de processamento e armazenamento de dados e
de computação em nuvem, no País ou no exterior.
Art. 12 As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à contratação de serviços relevan-
tes de processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem, devem adotar
procedimentos que contemplem:
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Neste artigo, existem vários requisitos mínimos. Trata-se de um tópico que pode ser explo-
rado em sua prova. Atente-se aos termos da lei.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 13 Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços de computação em nuvem abran-
gem a disponibilidade à instituição contratante, sob demanda e de maneira virtual, de ao
menos um dos seguintes serviços:
I - processamento de dados, armazenamento de dados, infraestrutura de redes e outros recur-
sos computacionais que permitam à instituição contratante implantar ou executar softwares,
que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela instituição ou por
ela adquiridos;
II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela instituição contratante, ou por
ela adquiridos, utilizando recursos computacionais do prestador de serviços; ou
III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados ou desenvolvidos pelo presta-
dor de serviço, com a utilização de recursos computacionais do próprio prestador de serviços.
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Esse artigo é muito importante. O examinador pode confundir a cabeça dos candidatos
e falar que quem é responsável é a instituição contratada. Como quem presta o serviço é a
contratada, o candidato desatento vai acabar marcando a assertiva errada. É a instituição
contratante quem responderá se a contratada prestar o serviço inadequadamente. Por isso
a importância de a instituição contratar prestadores de serviço idôneos.
Dica
Tudo que envolve exceções a uma regra é tema quente para concurso público.
As disposições gerais já começam com os já tão falados requisitos mínimos, quais sejam, os
requisitos sobre a continuidade dos negócios nas políticas:
Art. 19 As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que suas políticas para gerencia-
mento de riscos previstas na regulamentação em vigor disponham, no tocante à continuidade
de negócios, sobre:
I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o ambiente cibernético de que
trata o art. 3º, inciso IV;
II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção de serviços relevantes de pro-
cessamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem contratados, abrangendo
cenários que considerem a substituição da empresa contratada e o restabelecimento da ope-
ração normal da instituição; e
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de continuidade de negócios de que trata
o art. 3º, inciso V, alínea “a”.
Art. 20 Os procedimentos adotados pelas instituições para gerenciamento de riscos previstos
na regulamentação em vigor devem contemplar, no tocante à continuidade de negócios:
200
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Ou seja, de acordo com o art. 22, é mais importante a proteção do consumidor e do titular
de dados do que o sigilo sobre os incidentes! Para fins de prova, na dúvida, marque a asser-
tiva que melhor proteger o vulnerável da relação jurídica (sempre o consumidor, o trabalha-
dor, o titular de dados etc.).
Art. 23 Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de cinco anos:
I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de que trata o art. 2º;
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da ins-
tituição, no caso de ser formalizada a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a incidentes, de que trata o art. 6º;
IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art. 12, § 2º;
VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de serviços prestados no exterior;
VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referido no caput a partir da extinção
do contrato;
201
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Atente-se ao prazo. Prazo sempre é tema quente para cair em prova. O examinador coloca
a íntegra do artigo, mas muda esses “cinco anos” para “dez anos” e o candidato poderá ser
induzido a erro.
Art. 24 O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas necessárias para cumpri-
mento do disposto nesta Resolução, bem como estabelecer:
I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento de informações, nos
termos do art. 22;
II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a serem requeridos das
empresas contratadas, pela instituição financeira contratante, na prestação dos serviços de
que trata o art. 12;
III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para reinício ou normalização das ati-
vidades ou dos serviços relevantes interrompidos; e
IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a serem observados pelas
instituições para o cumprimento desta Resolução.
Esse artigo é muito importante, pois traz ações possíveis a serem realizadas pelo Banco
Central do Brasil (BACEN).
De acordo com o art. 25, os contratos anteriores devem ser emendados para se adequarem
à nova norma. É quase como se a resolução tivesse efeito retroativo.
Art. 26 O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restrições para a contratação de ser-
viços de processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem quando cons-
tatar, a qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta Resolução, bem como a limitação
à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecendo prazo para a adequação dos referidos
serviços.
202
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ÉTICA E MORAL
O ponto inicial desta matéria precisa de uma distinção que comumente passa desapercebi-
da: a diferença entre ética e moral. Você precisa de certezas firmes e objetivas para realizar
a sua prova.
Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu objeto de
estudo são princípios fundamentais das ações e do comportamento humano. A moral, por
sua vez, é uma construção social. Sendo assim, está condicionada à sociedade que a cerca,
que a contém. A moral tem um aspecto muito mais objetivo e representa um momento e uma
cultura.
A ética, como parte da filosofia, alcança locais mais distantes e discute temas mais rele-
vantes. A ética é uma matéria de uma ciência por excelência. A dialética da filosofia busca a
verdade final das coisas. A discussão e a oposição de ideias estabilizam os conceitos para que
não mudem mais. A ética é estável, pois alcançou verdades que superam o tempo. A ética é
estável, atemporal.
A moral possui grande valor social e é uma ferramenta importante, todavia tem uma apli-
cação temporal e muda no desenrolar dos eventos históricos. Portanto, ela é mutável, restrita
a determinadas localizações geográficas e sociais. A moral respeita a continência, ou seja, está
contida pela sociedade que a cerca. A moral está atrelada a uma sociedade e uma época.
Alguns autores trazem ética e moral como sinônimos, mas você precisa ter muito cuidado
pois, apesar de serem semelhantes e abordarem praticamente a “mesma coisa” por perspec-
tivas diferentes, as bancas dos concursos estabelecem distinções entre esses termos.
Veja uma distinção um pouco mais clara:
Princípios
Universal, fundamentais
ÉTICA
atemporal Ações do
comportamento
Construção Representa
MORAL social, ligada a um momento e
sua sociedade uma cultura
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
A ética tem um caráter científico, por isso, suas mudanças e aplicações ocorrem de outra
forma. Sua estabilidade é muito maior e suas aplicações alcançam uma universalidade. Em
algum momento espera-se que mudanças em conceitos éticos ocorrerão, mas para execução
de provas de concurso, o conceito de universalidade e estabilidade é adequado.
Agora que já conseguimos separar algumas caraterísticas de moral e ética, vamos aprofun-
dar um pouco nos seus conceitos. Para fazer isso, vamos usar a etimologia.
É conveniente analisar no estudo da Ética a sua etimologia. Assim, ética é uma palavra que
vem do termo grego “ethos”, que quer dizer “modo de ser”, “costume” ou “hábito”. A origem
da palavra nos remete instantaneamente para o cerne de seu conceito que, apesar da dificul-
dade de estabelecer um significado único, nos envia a um conjunto de princípios morais ou
valores que dão condição à convivência humana em sociedade. 203
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ÉTICA MORAL
Sua aplicação está voltada para a prá-
Defini- Estudo filosófico, científico, universal e atem-
tica social em um determinado local e
ção poral, baseado em princípios, por isso, estável
em um determinado tempo
Não encontra limitações no tempo ou no es-
Seu alcance está contido ao local em
paço. É um estudo filosófico e científico. Par-
que se aplica e ao período cultural em
Alcance tindo da dialética, a ética pretende comparar
que é observada. A moral, portanto,
verdades até que se alcance um conceito final
continuamente mudará
e estável
Fica relacionada a longas reflexões de caráter
Base A moral transforma a reflexão em ação
especulativo
As provas de concurso costumam cobrar essa matéria com questões que trazem expres-
sões como: “bom comportamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que acabam confundido o
candidato na hora de definir se estão tratando de ética ou moral, pois, apesar das distinções
que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue.
Assim, certifique-se de qual concepção está sendo cobrada com base nos fundamentos
apresentados nas questões, lembrando que a moral se funda nos costumes e tradições,
enquanto a ética se baseia na razão e na reflexão.
Lembre-se: A moral muda, já a ética, enquanto ciência, permanece.
ÉTICA MORAL
Baseia-se em princípios Estabelece condutas
Busca a permanência e estabilidade Muda, é temporal e coletiva
Busca a universalidade Está contida na cultura daquela sociedade
204
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OS PRINCÍPIOS
Entenda os princípios como ordens iniciais. São, sem dúvida, alicerces, bases para formação
dos valores. Fique atento, pois os princípios definem valores. Os princípios têm sua origem nos
aspectos econômicos, políticos e sociais. Assim, podemos os definir como juízos de valor.
Os princípios são conceitos abstratos e possuem indefinição, mas orientam a interpretação
da regra. Vejamos um exemplo que a Constituição apresenta:
Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
de
Princípios são vetores
interpretação
A Constituição, no caput de seu art. 37, elenca princípios, mas não apresenta uma medida
para cumprimento de cada princípio. Lembre-se: princípios são vetores de interpretação, ou
seja, determinam sentido e direção.
A norma, nesse momento, não define quais os limites da legalidade, impessoalidade, publi-
cidade ou eficiência. Por isso, os princípios são abstratos. Esse papel de definir “os limites de
aplicação” dos princípios e de apresentá-los como valores será exercido em um nível seguin-
te por meio das regras ou normas a serem estabelecidas.
Nas palavras de Francisco Amaral (2017):
[...] são pensamentos diretores de uma regulamentação jurídica, critérios para a ação e para
a constituição de normas e de institutos jurídicos [...] Como diretrizes gerais e básicas, servem CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
também para fundamentar e dar unidade a um sistema ou a uma instituição.
Importante: regras são prescrições de conduta claras e objetivas. Já os princípios são juí-
zos abstratos de valor que orientam a interpretação e a aplicação das regras. A distinção
entre princípios e regras traduz uma distinção entre dois tipos de normas.
OS VALORES
Impessoalidade é um
princípio
Igualdade é um valor
Descumprir a impessoalidade
é improbidade administrativa
Lei de Improbidade
Impessoalidade:
Administrativa:
Princípios
Garantia de Princípio
Primeiramente, vale destacar que “Ética” é uma palavra originária do grego “Ethos”, que
acarreta a noção de caráter. Para os gregos antigos, este termo carregava a noção de uma
percepção individual, no qual devia ser clara e confortável, guiando o Homem no “Bem agir”.
206
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É justo os altos executivos terem seus salários muito maiores do que os trabalhadores
operacionais?
Pode-se aceitar a influência das empresas privadas nos pleitos eleitorais?
z Nível do Stakeholder
Neste nível, a discussão sobre a ética tem seu foco especialmente nas relações entre a
organização e seus empregados.
São exemplos das questões éticas envolvidas neste nível:
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z Nível Individual
No plano individual, as questões éticas dizem respeito de como as pessoas devem tratar-
-se uma as outras.
São exemplos das questões éticas envolvidas neste nível:
Afinal, todo este debate sobre a abrangência da ética na Administração, tem como objetivo
a transformação da empresa em uma organização íntegra.
E o que é uma organização íntegra?
O professor Marcelo Coimbra nos ensina que: “uma organização íntegra é aquela que con-
segue manter, em cada uma das suas decisões, atividades ou ações uma coerência com a sua
identidade, nunca perdendo de vista os valores que a inspiram e os objetivos que ela deve
perseguir, transformando-os em ação concreta”.
Atualmente, devido à complexidade das relações entre as partes envolvidas, o termo
Compliance, inerente à ética empresarial, vem ganhando destaque.
O termo compliance tem sua origem no verbo no idioma inglês to comply, que significa agir
de acordo com as diretrizes estabelecidas, especificações ou legislação, ou seja, a organização
deve empenhar-se em cumprir e fazer cumprir as regras internas e externas na qual regem
suas atividades.
Na prática, cada vez mais é exigido das organizações uma conduta ética, transparente e
responsável perante toda a sociedade, não sendo mais aceitas atitudes e ações sem a devida
integridade.
Importante!
Estar em compliance é estar em conformidade com as leis e regulamentos (externos e
internos), com o objetivo de evitar fraudes, ilícitos e desvios de conduta.
Certamente, você aluno, deve estar se indagando que esses conceitos inerentes à ética são
abstratos e de difícil aplicação no dia a dia da organização. Como, então, aplicar isso no cotidia-
no da empresa? A resposta se dá por meio do famoso Código de Ética, nosso próximo assunto!
O principal mecanismo para implantar a gestão da ética de modo eficiente, tanto nas
empresas privadas, tanto nas empresas públicas é com a elaboração e implantação do Códi-
go de Ética e/ou conduta.
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A maioria das ações inerentes à gestão da ética nas empresas privadas são compatíveis
com as empresas estatais (empresa pública e sociedade de economia mista). Dessa maneira,
a principal diferença não está nas ferramentas, e sim no modo como são formalizadas.
Na gestão privada é possível implantar as políticas de integridade de forma mais céle-
re, aplicando as ações necessárias para empresa. Já na gestão pública, respeitando o prin-
cípio da legalidade, as ações não podem ser pautadas pela vontade da administração ou
dos agentes públicos, mas sim deve-se obrigatoriamente respeitar a vontade da Lei.
O princípio da legalidade impõe que o agente público observe, fielmente, todos os requi-
sitos expressos na Lei.
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência 209
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O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não
terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o incon-
veniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, con-
soante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
Art. 9º [...]
§ 1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e Integridade, que disponha sobre:
I - princípios, valores e missão da empresa pública e da sociedade de economia mista, bem
como orientações sobre a prevenção de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção
e fraude;
II - instâncias internas responsáveis pela atualização e aplicação do Código de Conduta e
Integridade;
III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de denúncias internas e externas relati-
vas ao descumprimento do Código de Conduta e Integridade e das demais normas internas de
ética e obrigacionais;
IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie de retaliação a pessoa que utilize
o canal de denúncias;
V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Código de Conduta e Integridade;
VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, sobre Código de Conduta e Integrida-
de, a empregados e administradores, e sobre a política de gestão de riscos, a administradores.
Outro assunto que entrou para a agenda empresarial, e assim também pode ser cobrado
em sua prova, é o debate da responsabilidade social da empresa.
A responsabilidade social empresarial consiste no conjunto de iniciativas que objetiva o
desenvolvimento sustentável, tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista
social e ambiental.
Nesta perspectiva, é de suma importância o foco na dimensão ética de suas relações
com as partes envolvidas, bem como a qualidade dos impactos da organização sobre a
sociedade e o meio ambiente.
Para facilitar o entendimento, esquematizamos os principais pontos na figura a seguir:
� Econômico
Desenvolvimento � Social
Sustentável � Ambiental
210
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Responsabilidade
Discricionária
Responsabilidade Ética
Responsabilidade Legal
Responsabilidade
Econômica
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Carroll apud Machado Filho (2020).
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Atualmente, com os inúmeros casos de corrupção tanto na iniciativa privada quanto na
esfera pública, o comportamento ético tornou-se central nos debates nas organizações.
Dessa maneira, a tendência é que as organizações (públicas e privadas) mais transparen-
tes tenham mais credibilidades em seus relacionamentos sociais e empresariais.
Com isso, a criação e a manutenção de um ambiente ético nas organizações contribuem
para o fomento de uma cultura focada na integridade, na qual permite a participação de
todos os atores envolvidos, buscando eliminar possíveis fraudes e corrupções.
Por fim, inferimos, que para o sucesso da organização é fundamental o alinhamento de
sua estrutura organizacional, a fim de atender a princípios éticos e com respeito à legislação
nacional, de modo a que a função social da organização seja efetivamente cumprida.
211
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z natureza social como o respeito, a proteção e a promoção dos direitos e garantias funda-
mentais e de interesse comum.
z natureza ambiental como a preservação e a reparação do meio ambiente, incluindo sua
recuperação, quando possível.
z natureza climática como a nossa contribuição positiva na transição para uma economia
de baixo carbono, e na redução de impactos que possam ser associados às mudanças em
padrões climáticos.
z partes interessadas como clientes e usuários; administradores, funcionários; fornecedores
e terceirizados; acionistas; investidores; e demais pessoas impactadas pelos nossos produ-
tos, serviços, atividades e processos.
ENUNCIADOS
Princípios:
z Atuamos com responsabilidade social, ambiental e climática a partir das nossas definições
estratégicas, alinhadas às leis e normas que disciplinam o assunto, e aos pactos e compro-
missos assumidos voluntariamente.
212
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Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climá-
tica (PRSAC) e sobre as ações com vistas à sua efetividade.
CAPÍTULO I
Art. 3º Para fins desta Resolução, a PRSAC consiste no conjunto de princípios e diretrizes
de natureza social, de natureza ambiental e de natureza climática a ser observado
pela instituição na condução dos seus negócios, das suas atividades e dos seus pro-
cessos, bem como na sua relação com as partes interessadas.
§ 1º Para fins desta Resolução, considera-se:
I - natureza social, o respeito, a proteção e a promoção de direitos e garantias fundamentais
e de interesse comum;
II - interesse comum, interesse associado a grupo de pessoas ligadas jurídica ou factualmen-
te pela mesma causa ou circunstância, quando não relacionada à natureza ambiental ou à
natureza climática;
III - natureza ambiental, a preservação e a reparação do meio ambiente, incluindo sua recu-
peração, quando possível;
IV - natureza climática, a contribuição positiva da instituição:
a) na transição para uma economia de baixo carbono, em que a emissão de gases do efeito
estufa é reduzida ou compensada e os mecanismos naturais de captura desses gases são pre-
servados; e
b) na redução dos impactos ocasionados por intempéries frequentes e severas ou por altera-
ções ambientais de longo prazo, que possam ser associadas a mudanças em padrões climáti-
cos; e
V - partes interessadas:
a) os clientes e usuários dos produtos e serviços da instituição;
b) a comunidade interna à instituição;
c) os fornecedores e os prestadores de serviços terceirizados relevantes da instituição;
d) os investidores em títulos ou valores mobiliários emitidos pela instituição; e
e) as demais pessoas impactadas pelos produtos, serviços, atividades e processos da institui-
ção, segundo critérios por ela definidos.
§ 2º Para fins do estabelecimento da PRSAC devem ser considerados:
I - o impacto de natureza social, de natureza ambiental ou de natureza climática das ativida-
des e dos processos da instituição, bem como dos produtos e serviços por ela oferecidos;
II - os objetivos estratégicos da instituição, bem como as oportunidades de negócios relaciona-
das a aspectos de natureza social, de natureza ambiental e de natureza climática; e CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - as condições de competitividade e o ambiente regulatório em que a instituição atua.
Art. 4º As ações de que trata o art. 2º devem ser monitoradas continuamente e avaliadas
quanto à sua contribuição para a efetividade da PRSAC.
Parágrafo único. Para fins da avaliação de que trata o caput, devem ser estabelecidos critérios
claros e passíveis de verificação.
CAPÍTULO III
DA GOVERNANÇA
Art. 5º A instituição deve indicar diretor responsável pelo cumprimento do disposto nesta
Resolução.
215
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CAPÍTULO IV
DA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES
Art. 10 Devem ser divulgadas ao público externo, em local único e de fácil identificação no
sítio da instituição na internet, as seguintes informações:
I - obrigatoriamente, a PRSAC;
II - obrigatoriamente, as ações implementadas com vistas à efetividade da PRSAC, bem como
os critérios para a sua avaliação;
III - obrigatoriamente, quando existentes:
a) a relação dos setores econômicos sujeitos a restrições nos negócios realizados pela insti-
tuição em decorrência de aspectos de natureza social, de natureza ambiental ou de natureza
climática; CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) a relação de produtos e serviços oferecidos pela instituição que contribuam positivamente
em aspectos de natureza social, de natureza ambiental ou de natureza climática;
c) a relação de pactos, acordos ou compromissos nacionais ou internacionais de natureza
social, de natureza ambiental ou de natureza climática de que seja participante a instituição
ou, conforme o caso, sua matriz estrangeira, quando essa participação envolver a subsidiária
brasileira; e
d) os mecanismos utilizados para promover a participação de partes interessadas, caso incluí-
das no processo de estabelecimento e de revisão da PRSAC; e
IV - facultativamente, a avaliação das ações quanto à sua contribuição para a efetividade da
PRSAC.
Parágrafo único. As informações divulgadas nos termos do caput devem ser tempestivamente
atualizadas na ocorrência de: 217
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CAPÍTULO V
Art. 11 A PRSAC de que trata o art. 2º deve ser unificada para as instituições integran-
tes de um mesmo conglomerado prudencial.
§ 1º A PRSAC unificada e as ações com vistas à sua efetividade devem considerar aspectos de
natureza social, de natureza ambiental e de natureza climática relacionados ao conglomera-
do e a cada instituição individualmente.
§ 2º O Banco Central do Brasil deve ser informado sobre a indicação da instituição integrante
do conglomerado prudencial responsável pelo disposto nesta Resolução, à qual compete:
I - designar o diretor de que trata o art. 5º; e
II - constituir, para o conglomerado, o comitê de responsabilidade social, ambiental e climáti-
ca, nos termos do art. 6º, quando aplicável.
§ 3º As competências do conselho de administração e da diretoria estabelecidas por esta Reso-
lução aplicam-se, respectivamente, ao conselho de administração e à diretoria da instituição
indicada na forma do § 2º.
Art. 12. A PRSAC de que trata o art. 2º deve ser unificada para as instituições integrantes de
um mesmo sistema cooperativo de crédito.
§ 1º A PRSAC unificada deve ser estabelecida pela confederação de centrais ou pelo banco coo-
perativo, ou, na inexistência desses, pela cooperativa central integrante do respectivo sistema
cooperativo de crédito.
§ 2º A PRSAC unificada deve considerar aspectos de natureza social, de natureza ambiental e
de natureza climática relacionados à atuação das instituições integrantes do respectivo siste-
ma cooperativo de crédito.
§ 3º As atribuições de que tratam os arts. 6º e 7º associadas ao estabelecimento e à revisão da
PRSAC aplicam-se, respectivamente, ao comitê de responsabilidade social, ambiental e climá-
tica, quando constituído, e ao conselho de administração de instituição mencionada no § 1º.
§ 4º O estabelecimento da PRSAC unificada não exime a responsabilidade da administração de
cada instituição integrante do sistema cooperativo de crédito, incluindo as instituições men-
cionadas no § 1º, da implementação de ações com vistas à efetividade da PRSAC, bem como:
I - da designação, perante o Banco Central do Brasil, do diretor de que trata o art. 5º, a quem
se aplicam as atribuições mencionadas naquele artigo, incluindo a responsabilidade pela ade-
quada e fidedigna divulgação da PRSAC unificada e das demais informações de que trata o art.
10; e
II - do exercício das atribuições de que tratam os arts. 6º ao 8º que não estejam associadas ao
estabelecimento e à revisão da PRSAC.
218
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Art. 13 Deve ser mantida à disposição do Banco Central do Brasil, por cinco anos, a docu-
mentação relativa ao estabelecimento da PRSAC e à implementação de ações com vistas à sua
efetividade.
Art. 14 Caso seja identificada inadequação ou insuficiência nos controles e nos procedimentos
relativos ao estabelecimento da PRSAC e à implementação de ações com vistas à sua efetivida-
de, o Banco Central do Brasil poderá determinar aperfeiçoamentos.
Art. 15 O disposto nesta Resolução deve ser observado a partir de 1º de dezembro de 2022 por
instituição enquadrada no S3, no S4 ou no S5.
§ 1º Enquanto não aplicável à instituição enquadrada no S3, no S4 ou no S5 o disposto nesta
Resolução, aplica-se a essa instituição o estabelecido na Resolução nº 4.327, de 25 de abril de
2014, relativamente à Política de Responsabilidade Socioambiental.
§ 2º A instituição enquadrada no S1 ou no S2 deixará de observar o disposto na Resolução nº
4.327, de 2014, relativamente à Política de Responsabilidade Socioambiental, a partir de 1º de
julho de 2022.
[...] necessidade de se garantir a disponibilidade dos recursos da Terra hoje, assim como para
nossos descendentes, por meio de uma gestão na qual contemple a proteção ambiental, a jus-
tiça social e o desenvolvimento econômico equilibrado de nossas sociedades.10
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Em todo o mundo, existe a consciência de que o ambiente é uma questão sistêmica, a qual
envolve não só a participação dos governos, mas também de toda a sociedade, pois sabemos
que todas as necessidades humanas precisam ser atendidas por algum tipo de produto e ser-
viço que cobra um preço da natureza.
Devido a esse paradoxo entre as necessidades humanas e a escassez dos recursos naturais,
a sustentabilidade é vista como fator crucial para o desenvolvimento da sociedade. Assim,
para agrupar todos esses conceitos em somente uma expressão, foi criada a sigla no idioma
inglês ESG — Environmental, Social and Governance — ou, em português, ASG, referin-
do-se a Ambiental, Social e Governança.
10 COGO, G. A. da R.; OLIVEIRA, L. de O.; TESSER, D. P. Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) — um instrumento a favor da sustenta-
bilidade na administração pública. XXXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Bento Gonçalves, out. 2012, p. 2. 219
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Social
Negócios
sustentáveis
Investimento
responsável
Gestão
ASG
z mudanças climáticas;
z diversidade;
z risco socioambiental;
z ética e governança;
z sustentabilidade;
z respeito com os recursos humanos;
z proteção dos dados (privacidade);
z respeito aos Direitos Humanos;
z saúde e segurança do trabalho;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Esse novo paradigma verde transformou o mercado financeiro, e assim o fez criar novas
soluções (investimentos e financiamentos) as quais priorizam as organizações que conside-
ram importantes os fatores ambientais, sociais e de governança.
Atualmente, seguindo a tendência mundial, os investidores nacionais buscam cada vez
mais o relacionamento com organizações sustentáveis. Desse modo, as empresas verdes cos-
tumam ter mais facilidade na atração de capitais e com isso apresentam um melhor desem-
penho financeiro.
221
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Ao fim e ao cabo, a economia verde é um caminho sem volta, e uma nova chance para que
o mercado financeiro (e seus atores) repensem uma sociedade mais justa com um aumento
da consciência global sobre o impacto das mudanças climáticas e da perda da biodiversidade
sobre as populações mais vulneráveis. Por fim, é a busca de um crescimento econômico sus-
tentável para a nossa e futuras gerações.
HORA DE PRATICAR!
1. (CESGRANRIO — 2021) Sr. W é gerente de área do Banco B, tendo-se especializado no setor de
mercado de capitais e atuado no lançamento de diversas ações na Bolsa de Valores, sempre
conseguindo bater suas metas, diante da quantidade de clientes abonados e afetos ao risco,
que sua carteira possui. Sua área também atinge as operações diárias com o oferecimento de
consultoria e aplicações. Um dos seus clientes, atuando diretamente na Bolsa, sem sua interme-
diação, obtém ganho expressivo em única operação, o que gerou a abertura de inquérito admi-
nistrativo pela Comissão de Valores Mobiliários. Por força de relações pessoais, o responsável
pelo inquérito solicita ao gerente W cópias das movimentações financeiras do investigado.
Nos Termos da Lei Complementar nº 105/2001, a Comissão de Valores Mobiliários
222
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O motivo que faz com que os cidadãos retenham moeda como reserva de valor é o fato de ela
3. (CESGRANRIO — 2021) Um meio de troca é aquilo que os compradores oferecem aos vendedo-
res quando aqueles adquirem bens e serviços.
Quando um consumidor, por exemplo, compra um perfume numa loja localizada numa econo-
mia onde o nível inflacionário é baixo e controlado, o vendedor entrega o produto para o cliente
em troca de
4. (CESGRANRIO — 2021) Quando alguém vai a um shopping center pode observar que uma saia,
por exemplo, apresenta o preço de R$40,00 e uma garrafa d’água, o preço de R$5,00. Apesar de
não ser errado afirmar que o preço da saia são oito garrafas d’água e que o preço da garrafa
d’água é 1/8 do preço da saia, os preços não costumam ser cotados assim.
a) meio de troca
b) reserva de valor
c) riqueza CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) unidade de conta
e) valor intrínseco
223
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a) individualidade
b) comedimento
c) parcialidade
d) limitação
e) diligência
O propósito assumido pelo Banco é cuidar do que é valioso para as pessoas, mantendo a visão
de ser a empresa que proporciona a melhor experiência para a vida das pessoas e promove o
desenvolvimento da sociedade de forma inovadora, eficiente e sustentável.
a) inovação
b) eficiência
c) confiabilidade
d) espírito público
e) senso de dono
7. (CESGRANRIO — 2021) O Registrato é um sistema criado em 2014 e administrado pelo Banco Cen-
tral, que permite aos cidadãos terem acesso pela internet a relatórios contendo informações sobre
A partir das regras apresentadas na Carta-Circular nº 4001/2020 do Banco Central do Brasil,
nesse caso, as operações devem ser monitoradas como situações relacionadas com operações
em espécie, em moeda nacional, com a utilização de contas de
a) aplicações
b) depósitos
c) fundos
d) garantia
e) preferência
10. (CESGRANRIO — 2021) A pandemia do coronavírus, declarada em março de 2020, alterou sig-
nificativamente as relações sociais e econômicas ao redor do globo. Em resposta, autoridades
mundiais atuaram tempestivamente, recorrendo a instrumentos monetários para dinamizar a
economia, associando estímulo monetário com controle inflacionário.
Com essa finalidade, no Brasil, em agosto de 2020, o Banco Central do Brasil (Bacen) anunciou
a utilização de um instrumento denominado
11. (CESGRANRIO — 2021) Considere o seguinte trecho de reportagem publicada no jornal Valor
Econômico, em 3 de novembro de 2020:
O plenário do Senado aprovou, agora há pouco, um projeto que possibilita ao Banco Central
substituir as operações compromissadas pelo depósito voluntário remunerado das institui- CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ções financeiras. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados.
TRUFFI, R.; LIMA, V. Senado aprova projeto que permite ao BC usar depósitos voluntários. Valor Econômico,
3/11/2020. Disponível em: <https://valor.globo.com/politica/noticia/2020/11/03/ senado-aprova-projeto-que-
permite-ao-bc-utilizar-depositos-vo luntarios. ghtml>. Acesso em: 27 jan. 2021.
12. (CESGRANRIO — 2021) Dentro do Sistema de Metas para a inflação, o Conselho Monetário
Nacional (CMN) estabelece a meta para a inflação. A partir dessa meta, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (Bacen) reúne-se periodicamente para analisar
a economia brasileira.
13. (CESGRANRIO — 2021) O Banco do Brasil (BB) oferece diversas linhas de crédito destinadas a
custear os dispêndios realizados pelos produtores rurais.
A modalidade de crédito rural, oferecida pelo BB, destinada ao beneficiamento, custeio e indus-
trialização da produção é denominada
a) Funcafé Custeio
b) Custeio Agropecuário
c) Pronamp Custeio
d) Pronaf Agroindústria
e) Crédito Rural Pronaf Custeio
14. (CESGRANRIO — 2021) Um jovem atua em uma organização social com inúmeros projetos
em comunidades carentes situada em região metropolitana de uma grande capital brasileira.
A organização possui vários empregados, recrutados diretamente nas comunidades, e con-
ta com financiamento de pessoas físicas e jurídicas. Com o intuito de ampliar sua base de
colaboradores, agenda diversos compromissos com empreendedores que tenham interesse na
região.
15. (CESGRANRIO — 2021) Com o intuito de incentivar o desenvolvimento de novos negócios vol-
tados às futuras gerações, determinada instituição financeira estabeleceu convênio com duas
renomadas instituições nacionais de ensino e pesquisa, possuidoras de organismos internos
que incentivam empreendimentos inovadores. Ao final de cada ano, os projetos escolhidos
devem receber aporte de recursos para desenvolvimento dos seus produtos.
a) custo
b) rendimento
c) benefício ambiental
d) influxo geracional
e) lucro
17. (CESGRANRIO — 2021) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976,
pela Lei nº 6.385/76.
18. (CESGRANRIO — 2021) No mercado de capitais brasileiro, os principais responsáveis pela inter-
mediação de compra e venda de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de
recursos são as(os)
227
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A sociedade é beneficiada à medida que o mercado de capitais cumpre aquelas que são suas
quatro principais funções:
20. (CESGRANRIO — 2021) Existem títulos de dívida de longo prazo emitidos por sociedades de
ações e destinados, geralmente, ao financiamento de projetos de investimento ou para alonga-
mento do perfil de endividamento das empresas.
a) as ações
b) as debêntures
c) os dividendos
d) os Depositary Receipts (DR)
e) os Brazilian Depositary Receipts (BDR)
21. (CESGRANRIO — 2021) Aqueles que participam do mercado de câmbio de um país podem ser
divididos entre os que produzem divisas e os que cedem divisas.
22. (CESGRANRIO — 2021) As relações internacionais implicam relações de trocas entre as moe-
das, ou seja, a variável econômica conhecida como taxa de câmbio. Assim, quanto mais valo-
rizada for a moeda de um país, menor será o poder de competitividade do produto desse país,
piorando o saldo em transações correntes.
a) desestimula tanto as importações quanto as exportações, mas com uma desvalorização cam-
bial ocorre o inverso.
b) desestimula as importações e estimula as exportações, e com uma desvalorização cambial
ocorre o mesmo.
c) desestimula as importações e estimula as exportações, mas com uma desvalorização cambial
ocorre o inverso.
d) estimula as importações e desestimula as exportações, e com uma desvalorização cambial
ocorre o mesmo.
e) estimula as importações e desestimula as exportações, mas com uma desvalorização cambial
ocorre o inverso.
23. (CESGRANRIO — 2021) A relação entre a mudança de percentual na taxa de câmbio à vista, ao
longo do tempo, e o diferencial entre taxas de juros comparáveis em diferentes mercados de
capitais nacionais é conhecida como o efeito Fisher internacional.
O Fisher-open, como é frequentemente chamado, indica que as taxas de câmbio à vista devem
mudar em uma quantidade
a) diferente, mas em direção oposta à diferença nas taxas de juros entre dois países.
b) diferente, mas na mesma direção da diferença nas taxas de juros entre dois países.
c) desconhecida, mas na mesma direção da diferença nas taxas de juros entre dois países.
d) igual, mas em direção oposta à diferença nas taxas de juros entre dois países.
e) igual, mas na mesma direção da diferença nas taxas de juros entre dois países.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
24. (CESGRANRIO — 2021) Com a pandemia, observou-se intensa volatilidade das taxas de câm-
bio cotadas nos mercados de câmbio à vista no Brasil. Segundo dados do Banco Central do
Brasil, a taxa de câmbio média negociada nos mercados à vista foi de R$5,46/US$ em agosto
de 2020, comparativamente à taxa média de R$5,28/US$, observada em julho desse mesmo
ano.
Sendo assim, constata-se que, entre julho e agosto de 2020, o Real brasileiro mostrou, em rela-
ção ao Dólar norte- americano,
a) as Ações
b) as Opções
c) as Commodities
d) os CDB
e) os ETF de Ações
26. (CESGRANRIO — 2021) O anúncio seguinte constava no site do Banco do Brasil no dia 8 de
fevereiro de 2021:
Financiamento de veículos
Financie o seu veículo, novo ou usado, com as melhores opções e taxas reduzidas até 28 de
fevereiro. Durante a promoção, é possível financiar* carros novos e seminovos (até 2 anos de
fabricação) com condições diferenciadas. Você pode fazer tudo sem precisar comparecer a
uma agência. Basta acessar o App BB para simular as condições, escolher a opção que se
encaixa no seu orçamento e finalizar a contratação com o envio dos documentos.
*Crédito sujeito à aprovação cadastral e demais condições do produto.
A nota descrita em asterisco (*) destaca que, além da análise cadastral, a aprovação do crédito
está sujeita às “demais condições do produto”. Uma dessas condições diz respeito à garantia
do financiamento que, no caso supramencionado, será o próprio veículo a ser comprado pelo
devedor. Trata-se de uma forma de garantia denominada
a) alienação fiduciária
b) aval
c) penhor mercantil
d) fiança
e) hipoteca
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A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus provocou a maior fuga de capi-
tais da história do Brasil. Dados divulgados nesta quarta-feira (24/6) pelo Banco Central (BC)
explicam que os investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões do mercado brasileiro
de títulos e ações só em março, abril e maio deste ano. Por isso, as retiradas somam R$ 50,9
bilhões nos últimos 12 meses; o maior índice da série histórica do BC.
BARBOSA, M. US$ 50,9 bilhões saíram do mercado financeiro brasileiro em 12 meses. Correio Braziliense,
24/6/2020. Dispo nível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eco nomia/ 2020/06/24/
internas_economia,866513/us-50-9-bilhoes--sairam-do-mercado-financeiro-brasileiro-em-12-meses.shtml>.
Acesso em: 22 jan. 2021.
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A crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus provocou a maior fuga de capi-
tais da história do Brasil. Dados divulgados nesta quarta-feira (24/6) pelo Banco Central (BC)
explicam que os investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões do mercado brasileiro
de títulos e ações só em março, abril e maio deste ano. Por isso, as retiradas somam R$ 50,9
bilhões nos últimos 12 meses; o maior índice da série histórica do BC.
BARBOSA, M. US$ 50,9 bilhões saíram do mercado financeiro brasileiro em 12 meses. Correio Braziliense,
24/6/2020. Dispo nível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eco nomia/ 2020/06/24/
internas_economia,866513/us-50-9-bilhoes--sairam-do-mercado-financeiro-brasileiro-em-12-meses.shtml>.
Acesso em: 22 jan. 2021.
O principal impacto decorrente da enorme fuga de capitais do Brasil em 2020, descrita na repor-
tagem mencionada anteriormente, foi o(a)
30. (CESGRANRIO — 2021) Com evidências do enorme descolamento entre as taxas de juros de
curto e de longo prazo no Brasil, o texto abaixo reproduz matéria jornalística, publicada no
início de agosto de 2020, dando conta da enorme incerteza futura associada aos impactos
adversos decorrentes da crise pandêmica da Covid-19 sobre a economia brasileira.
Os juros futuros encerraram os negócios desta segunda- feira em alta firme, afetados por um
movimento de maior incorporação de prêmio de risco ao longo da curva a termo, especialmente
nos trechos mais longos (com vencimento no longo prazo). No fim da sessão regular, a taxa do
contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 passava de 1,87% no ajuste ante-
rior para 1,88%; a do DI para janeiro de 2022 ia de 2,65% para 2,67%; a do contrato para janeiro
de 2023 subia de 3,76% para 3,79%; a do DI para janeiro de 2025 escalava de 5,40% para 5,47%;
e a do contrato para janeiro de 2027 saltava de 6,35% para 6,43%.
REZENDE, V. Risco fiscal leva a alta das taxas de juros futuros e curva tem maior inclinação desde fim de
junho. Valor Econômi co, 10/08/2020. Disponível em: <https://valorinveste.globo.com/ produtos/renda-fixa/
noticia/2020/08/10/risco-fiscal-leva-a-alta- das-taxas-de-juros-futuro-e-curva-tem-maior-inclinacao-desde-
fim-de-junho.ghtml>. Acesso em: 7 fev. 2021. Adaptado.
31. (CESGRANRIO — 2021) A inserção dos bancos digitais no Sistema Financeiro Nacional acarreta
a disseminação de tecnologias e culturas inovadoras, dentre as quais merece menção o (a)
32. (CESGRANRIO — 2021) A partir do início de 2021, começou a primeira fase de implantação do
open banking (sistema financeiro aberto) no Brasil. As instituições financeiras participantes
devem obedecer a regras definidas pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional.
33. (CESGRANRIO — 2021) Um indivíduo abriu uma conta em um banco digital. Essa instituição tem
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
um modelo de negócio que desburocratizou o mercado e oferece soluções simples por meio da
tecnologia, otimizando serviços e deixando de repassar custos operacionais da empresa para
seus clientes.
Como são chamadas as empresas que introduzem inovações nos mercados financeiros por
meio do uso intenso de tecnologia, com potencial para criar novos modelos de negócios?
a) Nutechs
b) Inovatechs
c) Fintechs
d) SmartTechs
e) HealthTechs
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a) são ágeis, sempre vendem os seus produtos mais barato e visam a tornar-se um unicórnio.
b) inovam, transformam processos e têm potencial de rápido crescimento.
c) sempre são compradas com valores mais baixos que o mercado.
d) sempre possuem aplicativos para agilizar suas operações.
e) são sempre empresas de internet.
35. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa estava querendo fazer um empréstimo e descobriu que
algumas instituições que praticam o shadow banking (“sistema bancário sombra”) geralmente
servem como intermediários entre credores e tomadores de empréstimos, fornecendo crédi-
to e capital para investidores e corporações. Ao fazer uso dessas instituições para fazer um
empréstimo, a pessoa incorre em riscos?
36. (CESGRANRIO — 2021) Considere o texto a seguir, retirado de Relatório do Banco Central do
Brasil.
No sistema financeiro mundial, existem muitas entidades que oferecem serviços de interme-
diação financeira, mas funcionam à margem do sistema de supervisão e regulação bancária.
No Relatório de Estabilidade Financeira, de 2015, o Banco Central do Brasil (BCB) estima o valor
total dos ativos dessas entidades no país e adverte que elas podem “ser fonte de risco sistêmi-
co, por envolver, sem a devida supervisão e regulação, riscos tipicamente bancários, tais como
alavancagem, transformações de maturidade e de liquidez e transferência de risco de crédito”.
BRASIL. Banco Central do Brasil. Relatório de Estabilidade Financeira, v.14, n.1. Brasília: Banco Central do Brasil,
mar. 2015, p.33. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/publicacoes/ref/201503>. Acesso em: 24 jul. 2021.
a) shadow banking
b) internet banking
c) open banking
d) mobile banking
e) blockchain
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Na blockchain da bitcoin, as entidades que registram novos blocos na cadeia são chamadas de
a) registradores
b) mineradores
c) trabalhadores
d) gerenciadores
e) conectores
39. (CESGRANRIO — 2021) Leia as considerações seguintes sobre o expressivo crescimento das
criptomoedas nas movimentações financeiras internacionais.
Criptomoeda, ou moeda criptografada, é um ativo digital denominado na própria unidade de
conta que é emitido e transacionado de modo descentralizado, independentemente de registro
ou validação por parte de intermediários centrais, com validade e integridade de dados asse-
gurada por tecnologia criptográfica e de consenso em rede. Trata-se de instrumentos dese-
nhados para viabilizar transferências de valores em rede de maneira segura e independente de
um sistema de intermediação financeira (...). Outro aspecto econômico que merece destaque
é o lado político-econômico da atribuição de valor a uma moeda. As moedas estatais de curso
forçado contam não apenas com reservas legais, mas também com uma infraestrutura estatal
ou privada (fortemente regulada) e com as políticas monetária e cambial oficiais (...). Muitas
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
criptomoedas, mesmo que funcionem como instrumentos descentralizados, têm grande parte
de sua base monetária em poder da organização que a desenvolveu.
Stella, J.C. Moedas virtuais no Brasil: como enquadrar as crip- tomoedas. Revista da PGBC, v. 11, n. 2, dez.
2017, p. 151, 156. Disponível em: <https://revistapgbc.bcb.gov.br/index.php/revista/ issue/download/26/A9%20
V.11%20-%20N.2>. Acesso em: 24 jul. 21.
40. (CESGRANRIO — 2021) A cliente de um banco está chateada com as taxas bancárias sobre as
suas transações e para manter a sua conta-corrente. Ela está pensando em investir em cripto-
moedas para ter mais domínio sobre o seu dinheiro e não pagar tantas taxas.
As criptomoedas válidas que ela tem para investir neste momento são
a) zen e bitemoeda
b) bitcoin e tokecardume
c) bitcoin e bitemoeda
d) bitcoin e ethereum
e) ethereum e tokecardume
Mais recentemente, nos últimos 10 anos, esses dispositivos foram sendo gradativamente
substituídos para a grande maioria dos clientes, por um
a) dispositivo que continua com apenas essa funcionalidade, porém um pouco maior, mas que
ainda assim cabe em um bolso de camisa.
b) aplicativo de cada banco, instalado e configurado no celular do correntista.
c) porta-moedas eletrônico, semelhante aos cartões que dão acesso a meios de transporte.
d) cartão de crédito que permite autorizar operações por aproximação.
e) sensor específico para captura de impressões digitais.
42. (CESGRANRIO — 2021) Um dos fatos mais comemorados pelos analistas econômicos no Brasil
foi a queda histórica das taxas de juros básicas de curto prazo (Selic), ocorrida nos últimos três
anos. Entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2021, a Selic havia recuado de 6,75% a.a. para 2,00% a.a.
Considerando-se o arcabouço da política monetária vigente no Brasil, baseado no regime de
metas para a inflação, os dois fatores que permitiram tamanha queda dos juros básicos no
Brasil no período foram a
a) redução da dívida bruta do setor público como proporção do PIB e a prolongada recessão ocor-
rida no período.
236
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Nos termos da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, a cláusula de divulgação deve obedecer
ao princípio da
a) negociação
b) taxação
c) menção
d) referência
e) transparência
44. (CESGRANRIO — 2021) Ao realizar a matrícula do seu curso, o estudante preencheu uma ficha
cadastral com os seguintes dados: nome, endereço, telefone, religião, estado civil, raça, nome
dos pais, número de filhos e sindicato ao qual era filiado.
45. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente comparece ao banco em que possui conta salário para com-
provação de vida, seguindo norma legal sobre o tema. Aproveitando sua presença na insti-
tuição financeira, resolve agendar reunião com o gerente de relacionamento, que, com toda
presteza, combina recebê-lo em meia hora. Após as conversas iniciais, ele questiona o gerente
sobre os melhores investimentos disponíveis. Algumas opções são apresentadas, e o interesse
final é dirigido a dois novos produtos. O gerente, então, comunica ao cliente a necessidade de
atualização de sua ficha cadastral, pois surgiu nova legislação sobre proteção de dados. Dian-
te da aquiescência, o gerente apresenta formulário padronizado para o correntista autorizar,
expressamente, o compartilhamento dos seus dados com integrantes do grupo econômico do
banco (corretoras, entre outras).
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9 GABARITO
1 C
2 B
3 A
4 D
5 E
6 D
7 A
8 C
9 B
10 D
11 B
12 A
13 D
14 B
15 C
16 D
17 E
18 A
19 C
20 B
21 C
22 E
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25 D
26 A
27 C
28 E
29 A
30 C
31 C
238
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33 C
34 B
35 C
36 A
37 A
38 B
39 B
40 D
41 B
42 D
43 E
44 A
45 B
ANOTAÇÕES
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