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Você acaba de adquirir o caderno mapeado Extreme de Conhecimentos Bancários


para o Concurso de Agente Comercial do Banco do Brasil.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda principais pontos dessa


disciplina.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca CESGRANRIO e nos concursos anteriores de Agente Comercial do Banco do Brasil.

Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o seguinte e-mail: cadernomapeado@gmail.com

Bora pra cima!

Bons estudos.

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................................................................. 12


1 - SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL;
ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS ..... 15
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 15
2 CONCEITO DE SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ..................................................................... 15
a) intermediação financeira ............................................................................................................ 15
b) Credores ........................................................................................................................................ 16
c) tomadores de recursos ................................................................................................................ 16
3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ........................................... 16
4 INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL .............................................................. 16
4.1 Instituições normativas ............................................................................................................. 17
4.2 Instituições supervisoras ........................................................................................................... 17
4.3 Instituições operadoras e executoras ...................................................................................... 17
5 DAS INSTITUIÇÕES NORMATIVAS .............................................................................................. 17
5.1 Conceito ...................................................................................................................................... 17
5.2 Dos conselhos ............................................................................................................................. 17
5.3 Do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) .............................................................. 17
5.4 Do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) ............................................. 18
5.5 Do Conselho Monetário Nacional (CNM) ................................................................................ 18
a) Objetivos do Conselho Monetário Nacional ............................................................................. 18
b) Competência do Conselho Monetário Nacional ....................................................................... 18
c) Composição do Conselho Monetário Nacional ......................................................................... 20
6 DAS INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS ............................................................................................ 21
6.1 Conceito ...................................................................................................................................... 21
6.2 Espécies de instituições supervisoras ....................................................................................... 21
6.2.1 Banco Central do Brasil (BACEN)........................................................................................... 21
a) Noções introdutórias ................................................................................................................... 21
b) Objetivos do Bacen ...................................................................................................................... 22
c) Enquadramento do Bacen ........................................................................................................... 22
d) Diretoria do Bacen ....................................................................................................................... 23
e) Atribuições do Bacen ................................................................................................................... 23
f) Comitê de Política Monetária (COPOM) .................................................................................... 24
6.2.2 Comissão de valores mobiliários (CVM) ............................................................................... 27

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2 - MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MERCADO MONETÁRIO, DE


CRÉDITO, DE CAPITAIS E CAMBIAL) ............................................................................................... 31
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 31
2 MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS ............................................................... 31
a) Bancos ........................................................................................................................................... 31
b) Corretoras ..................................................................................................................................... 32
3 MERCADO MONETÁRIO ............................................................................................................... 32
3.1 Como funciona o mercado monetário ..................................................................................... 32
a) Título Privado ............................................................................................................................... 32
b) Título Público ............................................................................................................................... 32
3.2 Mercado monetário e a importância para a economia .......................................................... 33
4 MERCADO DE CRÉDITO ................................................................................................................ 33
4.1 O que é o mercado de crédito .................................................................................................. 33
4.2 Qual a finalidade do mercado de crédito ................................................................................ 33
4.3 Mercado de crédito e seu funcionamento ............................................................................... 33
a) Credores ........................................................................................................................................ 33
b) Tomadores de crédito ................................................................................................................. 34
4.4 Tipos de créditos ........................................................................................................................ 34
Os créditos podem ser para pessoas físicas e pessoas jurídicas. ................................................. 34
a) Mercado de crédito para pessoas físicas ................................................................................... 34
b) Mercado de crédito para pessoas jurídicas ............................................................................... 34
4.5 Variáveis que influenciam o mercado de crédito ................................................................... 34
5 MERCADO DE CAPITAIS ............................................................................................................... 34
5.1 Conceito ...................................................................................................................................... 34
5.2 Instituições e agentes que participam do mercado de capitais ............................................ 35
a) Empresas ....................................................................................................................................... 35
b) Corretoras de distribuidoras de títulos e valores mobiliários ................................................. 35
c) Agentes autônomos de investimentos ...................................................................................... 35
d) Demais instituições financeiras autorizadas ............................................................................. 35
e) Bolsa de valores ........................................................................................................................... 35
f) Comissão de valores mobiliários................................................................................................. 35
6 MERCADO CAMBIAL ..................................................................................................................... 35
6.1 Conceito ...................................................................................................................................... 35
6.2 Como funciona o mercado cambial ......................................................................................... 35
a) Mercado primário ........................................................................................................................ 36
b) Mercado secundário .................................................................................................................... 36

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6.3 Responsável pelo mercado cambial no Brasil ......................................................................... 36


Quem regula e supervisiona o mercado de câmbio no Brasil é o Banco Central e o Conselho
Monetário Nacional. ........................................................................................................................ 36
6.4 Tipos de operações do mercado cambial ................................................................................ 36
6.5 Instituições autorizadas a operar no mercado cambial ......................................................... 36
3 - MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-
CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS;
O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS E NO BANCO
CENTRAL DO BRASIL........................................................................................................................ 37
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 37
2 MOEDA E POLÍTICAS MONETÁRIAS ............................................................................................ 37
3 POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE
EASING) ............................................................................................................................................. 38
a) Políticas monetárias convencionais ........................................................................................... 38
b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing)................................................... 39
4 TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS ........................................................................ 39
a) Taxa SELIC ..................................................................................................................................... 39
b) Operações Compromissadas....................................................................................................... 40
5 O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO
CENTRAL DO BRASIL........................................................................................................................ 40
4 - ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA ................ 42
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 42
4.2 CONCEITO DE ORÇAMENTO PÚBLICO ..................................................................................... 42
4.3 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ................................................................................................ 43
4.3.1 - Princípio da Legalidade........................................................................................................ 43
4.3.2 - Princípio da Exclusividade ................................................................................................... 43
4.3.3 - Princípio da Programação ................................................................................................... 43
4.3.4 - Princípio do Equilíbrio Orçamentário ................................................................................. 44
4.3.5 - Princípio da Anualidade ....................................................................................................... 44
4.3.6 - Princípio Unidade ................................................................................................................. 44
4.3.7 - Princípio da Universalidade ................................................................................................. 44
4.3.8 - Princípio do Orçamento-bruto............................................................................................ 45
4.3.9 - Princípio da Transparência Orçamentária .......................................................................... 45
4.3.10 - Princípio da Não Afetação (Não Vinculação) das Receitas de Impostos ...................... 45
4.3.11 - Princípio da Especificação ou Especialização .................................................................. 46
4.3.12 - Princípio da Proibição de Estorno .................................................................................... 46
4.3.13 - Princípio da Unidade de Tesouraria (ou Unidade de Caixa) .......................................... 46

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4.3.14 - Princípio da Economicidade .............................................................................................. 47


4.3.15 - Princípio da diferenciação das fontes de financiamento ............................................... 47
4.4. CICLO ORÇAMENTÁRIO............................................................................................................ 47
4.4.1 - Iniciativa/Elaboração ............................................................................................................ 48
4.4.2 - Apreciação e Emendas ao orçamento ................................................................................ 49
4.4.3 - Sanção ou veto ..................................................................................................................... 49
4.4.4 - Execução ................................................................................................................................ 49
4.4.5 - Controle ................................................................................................................................. 49
4.4.6 - Orçamento-programa .......................................................................................................... 50
4.5 ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ............................................................ 50
4.5.1 - Plano Plurianual.................................................................................................................... 51
4.5.2 - Lei de Diretrizes Orçamentárias .......................................................................................... 51
4.5.3 - Lei Orçamentária Anual ....................................................................................................... 52
4.6 CRÉDITO ORÇAMENTÁRIO INICIAL ......................................................................................... 54
4.7 ESTÁGIOS DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA ............................................................................... 54
4.8 DÍVIDA PÚBLICA ........................................................................................................................ 54
4.8.1 - Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal ............................................................. 56
4.8.1 – Déficit/Resultado Primário, Operacional e Nominal ........................................................ 57
4.9 NOÇÕES DE TÍTULOS PÚBLICOS ............................................................................................... 57
5 - PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO
AO CONSUMIDOR, CRÉDITO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA,
CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS................................................................................... 59
5.1 CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO .............................................................................................. 59
5.2 CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR ....................................................................................... 60
5.3 CRÉDITO RURAL ......................................................................................................................... 60
5.4 POUPANÇA ................................................................................................................................. 62
5.5 CAPITALIZAÇÃO ......................................................................................................................... 63
5.6 PREVIDÊNCIA.............................................................................................................................. 63
5.7 CONSÓRCIO ................................................................................................................................ 63
5.8 INVESTIMENTOS ........................................................................................................................ 64
5.9 SEGUROS ..................................................................................................................................... 65
6 - NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS ....................................................................................... 67
6.1) Noções Introdutórias................................................................................................................ 67
6.2) Segmentos do mercado de capitais ........................................................................................ 67
7 - NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO ......................................................................................... 68
7.1) Noções Introdutórias................................................................................................................ 68

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7.2) Segmentos do mercado de câmbio ........................................................................................ 68


8 - REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS ....... 70
8.1) Noções Introdutórias................................................................................................................ 70
8.2) Regimes de Taxas de Câmbio Fixas ........................................................................................ 70
8.3) Regimes de Taxas de Câmbio Flutuantes ............................................................................... 71
8.4) Regimes de Taxas de Câmbio Intermediários ........................................................................ 71
9 - TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS ................................................................................... 73
9.1) Noções Introdutórias................................................................................................................ 73
9.2) Taxas de Câmbio Nominais ..................................................................................................... 73
9.3) Taxas de Câmbio Reais ............................................................................................................. 73
10 - IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES ............ 74
10.1) Noções Gerais.......................................................................................................................... 74
11 - DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS
E SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO ........................................................................ 75
11.1) Noções Gerais.......................................................................................................................... 75
12.1) Noções gerais .......................................................................................................................... 76
13.1) Noções Introdutórias ............................................................................................................. 77
13.2) Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito ................................ 77
14.1) Noções gerais .......................................................................................................................... 78
15.1) Noções gerais .......................................................................................................................... 79
15.2) Aval .......................................................................................................................................... 79
15.3) Fiança ....................................................................................................................................... 79
5.4) Penhor Mercantil ...................................................................................................................... 80
15.5) Alienação Fiduciária ............................................................................................................... 80
15.6) Hipoteca .................................................................................................................................. 80
15.7) Fianças Bancárias .................................................................................................................... 81
16 - CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES; CIRCULAR Nº
3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 E CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
E SUAS ALTERAÇÕES ........................................................................................................................ 82
16.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 82
16.2 CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO (LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES) .................... 82
16.2.1 Conceito ................................................................................................................................. 82
16.2.2 Etapas ou fases da lavagem de dinheiro ............................................................................ 82
a) Fase da colocação (placement) ................................................................................................... 83
b) Fase da dissimulação/mascaramento) (layering) ..................................................................... 83
c) Fase da Integração (integration) ................................................................................................ 83

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16.2.3 Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro .................................................. 83


a) Prevenção ..................................................................................................................................... 84
b) Repressão (ou persecução) ......................................................................................................... 84
c) Recuperação de ativos ................................................................................................................. 84
16. 3 CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020................................................................ 84
16.3.1 Da Governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
terrorismo ......................................................................................................................................... 85
16.3.2 Da Avaliação Interna de Risco ............................................................................................. 86
16.3.3 Dos Procedimentos Destinados a Conhecer os Clientes ................................................... 87
a) Da Identificação dos Clientes...................................................................................................... 87
b) Da Qualificação dos Clientes ...................................................................................................... 88
c) Da Classificação dos Clientes ...................................................................................................... 90
d) Da Identificação e da Qualificação do Beneficiário final ......................................................... 91
e) Da Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente .............................................................. 93
16.3.4 Do Registro de Operações ................................................................................................... 95
a) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos
............................................................................................................................................................ 95
b) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos
............................................................................................................................................................ 96
16.3.5 Do Monitoramento, Da Seleção e Da Análise De Operações e Situações Suspeitas ...... 98
a) Dos Procedimentos de Monitoramento, Seleção e Análise de Operações e Situações
Suspeitas ........................................................................................................................................... 98
b) Do Monitoramento e da Seleção de Operações e Situações Suspeitas.................................. 99
c) Dos Procedimentos de Análise de Operações e Situações Suspeitas ...................................100
16.3.6 Dos Procedimentos de Comunicação ao COAF ................................................................101
16.3.7 Dos Procedimentos Destinados a Conhecer Funcionários, Parceiros E Prestadores de
Serviços Terceirizados ....................................................................................................................102
16.3.8 Dos Mecanismos de Acompanhamento e de Controle ...................................................103
16.3.9 Da Avaliação de Efetividade ..............................................................................................104
16.4 CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020 E SUAS ALTERAÇÕES .............106
17 - AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA E NORMATIVOS SARB 025/2021 ...................................116
17.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ....................................................................................................116
17.2 APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA E AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA 116
17.3 CONCEITOS PRESENTES NO CÓDIGO DE ÉTICA E AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA .......116
17.4 PRINCÍPIOS ÉTICOS................................................................................................................117
17.5 RELACIONAMENTO COM O CONSUMIDOR ........................................................................118
17.6 DA LIVRE CONCORRÊNCIA ...................................................................................................118

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17.7 DA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ......................................................................119


17.8 DA CONFORMIDADE COM AS LEIS ......................................................................................119
17.9 DA PREVENÇÃO A FRAUDES E LAVAGEM DE DINHEIRO...................................................119
17.10 DA PREVENÇÃO E COMBATE À CORRUPÇÃO ...................................................................120
17.11 DO RELACIONAMENTO ENTRE ASSOCIADAS ...................................................................120
17.12 DAS RELAÇÕES EXTERNAS E INTERAÇÃO COM O PODER PÚBLICO E AUTORIDADES 121
17.13 DO CONTROLE DA INFORMAÇÃO E CONFIDENCIALIDADE ............................................121
17.14 DO CONFLITO DE INTERESSES............................................................................................121
17.15 DO SISTEMA DE AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA ............................................................122
17.16 DA RESPONSABILIDADES DAS SIGNATÁRIAS ..................................................................122
17.17 DO CONSELHO DAS SIGNATÁRIAS ....................................................................................122
17.18 DO CONSELHO DE AUTORREGULAÇÃO ............................................................................123
17.19 DA COMISSÃO DE AUTORREGULAÇÃO .............................................................................125
17.20 DA DIRETORIA DE AUTORREGULAÇÃO .............................................................................126
17.21 DOS SELOS DE AUTORREGULAÇÃO ...................................................................................126
17.22 DO CANAL DE REGISTRO DE DEMANDAS .........................................................................127
17.23 DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR ....................................................................................127
17.24 DAS SANÇÕES ......................................................................................................................127
18 - SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001 E SUAS
ALTERAÇÕES ...................................................................................................................................128
19 - LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E
SUAS ALTERAÇÕES .........................................................................................................................133
19.1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ...............................................................................................133
19.2 DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS ............................................................................135
19.3 DOS DIREITOS DO TITULAR ..................................................................................................138
19.4 TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO ...........................................139
19.5 TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS ..................................................................140
19.6 AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS ............................................................141
19.7 DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS ............................................................................142
19.8 DA FISCALIZAÇÃO..................................................................................................................144
19.9 AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) ..........................................145
19.10 CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS E DA PRIVACIDADE ......148
19.11 DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS .............................................................................149
20 – LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013 E DECRETO Nº 11.129/2022. .......150
20.1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ...............................................................................................150
20.2 DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA ........152

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20.3 DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE


RESPONSABILIZAÇÃO ....................................................................................................................153
20.4 DO ACORDO DE LENIÊNCIA ..................................................................................................159
20.5 DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL ....................................................................................166
20.6 DISPOSIÇÕES FINAIS .............................................................................................................167
21 – SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26/02/2021 ......................168
22 – ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES, VIRTUDES; NOÇÕES DE ÉTICA
EMPRESARIAL E PROFISSIONAL. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E
PRIVADAS. CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL (DISPONÍVEL NO SÍTIO DO BB NA
INTERNET) .......................................................................................................................................177
22.1 ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES, VIRTUDES ...................................................177
22.2 NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL ..........................................................178
22.3 A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS .........................................178
22.4 CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL ..........................................................................179
22.4.1 Propósito, Visão e Valores .................................................................................................179
22.4.2 Princípios .............................................................................................................................180
22.4.3 Público-Alvo ........................................................................................................................180
a) Capítulo I - Respeito ao indivíduo............................................................................................180
b) Capítulo II – Boas Práticas de Relacionamento ......................................................................181
c) Capítulo III – Necessidade da obediência ao que é legal .......................................................185
d) Capítulo IV – Conflito de Interesses .........................................................................................186
e) Capítulo V – Tomada de Decisão ..............................................................................................188
f) Capítulo VI – Presentes, Brindes, Hospitalidade e Favores ....................................................188
g) Capítulo VII – Bens e Recursos do Banco do Brasil ................................................................189
h) Capítulo VII – Propriedade Intelectual e Propriedade da Informação .................................189
i) Capítulo IX – Envolvimento com a Comunidade e Sustentabilidade.....................................190
j) Capítulo X – Uso Responsável das Mídias Digitais ..................................................................190
k) Capítulo XI – Uso Responsável das Mídias Digitais ................................................................191
23 – POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO BANCO DO BRASIL
(DISPONÍVEL NO SÍTIO DO BB NA INTERNET) ...........................................................................193
23.1 ÁREA RESPONSÁVEL..............................................................................................................193
23.2 ÁBRANGÊNCIA .......................................................................................................................193
23.3 REGULAMENTAÇÃO ..............................................................................................................193
23.4 PERIODICIDADE DE REVISÃO ...............................................................................................193
23.5 INTRODUÇÃO .........................................................................................................................193
23.6 PRINCÍPIOS .............................................................................................................................194
23.7 DIRETRIZES .............................................................................................................................194

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23.8 APROVAÇÃO...........................................................................................................................196
24 – ASG (AMBIENTAL, SOCIAL E GOVERNANÇA): ECONOMIA SUSTENTÁVEL;
FINANCIAMENTOS; MERCADO PJ. ...............................................................................................198

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo de Conhecimentos Bancários, apresentaremos os assuntos cobrados


no edital do Banco do Brasil.

CONTEÚDO DE CONHECIMENTOS BANCÁRIOS DO BANCO DO BRASIL

1 - Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e

instituições supervisoras, executoras e operadoras.

2 - Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e

cambial).

3 - Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-convencionais

(Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos

remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil.

4- Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública.

5 - Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor,

crédito rural, poupança, capitalização, previdência, consórcio, investimentos e seguros.

6 - Noções de Mercado de capitais.

7 - Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas.

8 - Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários.

9 - Taxas de câmbio nominais e reais;

10 - Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações.

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11 – Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos

sobre as taxas de câmbio.

12 - Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário.

13 - Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito.

14 - Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais.

15 - Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária;

hipoteca; fianças bancárias.

16 - Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem

de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações; Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 e Carta

Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações.

17- Autorregulação bancária e Normativos SARB.

18 - Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações.

19 - Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas

alterações.

20 - Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 e Decreto nº 11.129 de 11/07/2022.

21 – Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26/02/2021.

22 - Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional. A

gestão da ética nas empresas públicas e privadas. Código de Ética do Banco do Brasil (disponível

no sítio do BB na internet).

13
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23 - Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil (disponível no sítio do BB na

internet).

24 – ASG (Ambiental, Social e Governança): Economia Sustentável; Financiamentos; Mercado PJ.

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1 INTRODUÇÃO

Nesse momento, iremos estudar o tópico 1 do edital do Banco do Brasil, um tema muito recorrente
nas provas de conhecimentos bancários:
1 - Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos
e instituições supervisoras, executoras e operadoras.

Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu
empenho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não
é algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você!

2 CONCEITO DE SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O sistema financeiro Nacional, segundo o Banco Central do Brasil, consiste em um conjunto de


instituições que promovem a intermediação financeira entre credores e tomadores de recursos.

Dessa definição, podemos destacar alguns pontos que merecem atenção especial, quais sejam: i)
intermediação financeira; ii) credores; e iii) tomadores de recursos.

Intermediação financeira

Sistema financeiro nacional Credores

Tomadores de recursos

a) intermediação financeira

A Intermediação Financeira consiste em uma operação que diz respeito à captação de recursos pelas
instituições financeiras, transferindo dinheiro de agentes econômicos superavitários (credores) para
os agentes deficitários (tomadores de recursos).

Agentes superavitários Agentes deficitários

Credores Tomadores de recursos

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b) Credores

Os credores podem ser definidos como os agentes que possuem recursos financeiros disponíveis, é
o que se denomina de agente superavitário. Em síntese, são pessoas, empresas ou quaisquer
entidades que possuem dinheiro, mas que tem a vontade de ganhar mais dinheiro no futuro.

Exemplo: Banco.

c) tomadores de recursos

Tomadores de recursos (agentes deficitários) consiste naquelas pessoas ou entidades que não tem
dinheiro, mas precisam utilizá-lo em determinado momento. Assim, os agentes deficitários aceitam
pegar dinheiro emprestado com os credores e, em momento posterior, pagam o valor acrescido de
juros.

Exemplo: pessoa que pega empréstimo.

Imagine que Carlos deseje adquirir um carro de R$ 100 mil reais, mas tenha apenas 20 mil, que será
o valor da sua entrada. Como Carlos poderia conseguir o restante do valor?

A solução, na maioria das vezes, é recorrer ao financiamento bancário. Nesse caso, o banco (credor
- agente superavitário) irá transferir a Carlos (tomador de recursos - agente deficitário) o valor para
a entrada e assim irão realizar uma intermediação financeira.

Com esse exemplo do financiamento de veículo, trabalhamos os principais termos da definição de


Sistema Financeiro Nacional, quais sejam: credores, tomares de recursos e intermediação financeira.

3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

O Sistema Financeiro Nacional, além da intermediação financeira, também é responsável, de acordo


com o art. 192 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), por "promover o desenvolvimento
equilibrado do País e servir aos interesses da coletividade" [...].

Trata-se de um papel importante atribuído pela CF/88 ao Sistema Financeiro Nacional.

4 INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Existem três tipos de instituições no Sistema Financeiro Nacional, que são: (i) normativas; (ii)
supervisoras e (iii) operadoras e executoras.

Normativas

Instituições do SFN Supervisoras

Operadoras e executoras

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4.1 Instituições normativas

As instituições normativas são aquelas responsáveis pela elaboração das normas de funcionamento
do Sistema Financeiro nacional.

4.2 Instituições supervisoras

As instituições supervisoras atuam na implementação e fiscalização do cumprimento das regras


traçadas pelos órgãos normativos.

4.3 Instituições operadoras e executoras

As instituições operadoras são aquelas responsáveis pela intermediação financeira, através do


oferecimento de seus serviços. É o caso dos bancos.

5 DAS INSTITUIÇÕES NORMATIVAS

5.1 Conceito

Conforme vimos, as instituições normativas são aquelas responsáveis pela elaboração das normas
gerais que regulam o Sistema Financeiro Nacional, visando garantir o seu funcionamento.

Na maioria das vezes, as instituições normativas são constituídas na forma de colegiado, com vários
membros tomando decisões em conjunto, formando um conselho.

5.2 Dos conselhos

Os principais órgãos do conselho são: Conselho Monetário Nacional; Conselho Nacional de Seguros
Privados (CNSP); e Conselho nacional de Previdência Complementar (CNPC).

Conselho Monetário nacional

Conselho Nacional de Seguros


Conselhos
Privados (CNSP)

Previdência Complementar (CNPC)

Ao avaliar as últimas provas do concurso do Banco do brasil, verificamos que não foram abordados
conhecimentos profundos sobre o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); e Conselho
nacional de Previdência Complementar (CNPC).

5.3 Do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por definir as normas a
serem seguidas pelas instituições que operam com seguros, sendo, portanto, órgão normativo.

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5.4 Do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)

Também se trata de órgão normativo, sendo responsável pela supervisão das instituições que
comercializam os planos da Previdência Complementar.

5.5 Do Conselho Monetário Nacional (CNM)

Para sua prova do Banco do Brasil, é o órgão mais importante, por isso fique muito atento!

O Conselho Monetário Nacional foi criado pela Lei 4.595/64 e é considerado o órgão máximo do
Sistema Financeiro nacional. Ele é responsável por tratar sobre as diretrizes gerais sobre moeda e
crédito, bem como pela formulação da política macroeconômica do governo federal.

a) Objetivos do Conselho Monetário Nacional

A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:

Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu
processo de desenvolvimento (Revogado);

Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional.

Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários
ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios
oriundos de fenômenos conjunturais (Revogado);

Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional.

Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em


vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira (Revogado);

Esse objetivo foi revogado pela Lei Complementar nº 179, de 2021, que dispõe sobre a "autonomia
do Banco Central", revogou algumas atribuições do Conselho Monetário Nacional.

Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo
em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento
harmônico da economia nacional;

Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior
eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;

Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;

Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e


externa.

b) Competência do Conselho Monetário Nacional

Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da


República:

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Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por
meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;

Determinar as características gerais (Vetado) das cédulas e das moedas;

Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e
quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira;

Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas


formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições
financeiras;

Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a de investimentos do Governo Federal;

Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas


a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas;

Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma
de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco
Central da República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem
a promover:

recuperação e fertilização do solo;

reflorestamento;

combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;

eletrificação rural;

mecanização;

irrigação;

investimento indispensáveis às atividades agropecuárias;

Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão


emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas;

Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações
patrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras;

Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições


financeiras;

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Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeiras
privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais;

Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas
de direito público que lhes detenham o controle acionário, bem como dos das respectivas autarquias
e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o inciso anterior;

Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando
ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a
iminência de tal situação;

Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a


efetuar a subscrição, compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das
sociedades de economia mista e empresas do Estado;

Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;

Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez
e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei;

Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado e reservas livres, o limite além do qual os
excedentes dos depósitos das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da República
do Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o Conselho estabelecer;

Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de trinta
(30) dias;

Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da República do Brasil;

Aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento
e sobre seus sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de seus
resultados para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União.

Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições
equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados
ou que nelas desejem estabelecer-se;

Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da
Constituição Federal;

Expedir normas e regulamentação para as designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei.

Regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a


funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário
ou coligadas.

c) Composição do Conselho Monetário Nacional

O Conselho Monetário Nacional é composto por três membros, quais sejam: (i) Ministro da Economia
(que será o presidente do Conselho); (ii) Presidente do Banco Central do Brasil; e (iii) Secretário
Especial da Fazenda.

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Ministro da Economia Presidente do Conselho

Presidente do Banco
Composição do CMN Central do Brasil

Secretário especial da
Fazenda

Não obstante a composição acima apresentada, é necessário esclarecer que o edital do Banco do
Brasil foi publicado em 23 de dezembro de 2022, sendo que em 12 de janeiro de 2023 ocorreu
mudança quanto à composição do CMN. Assim, embora seja difícil a cobrança pela banca
examinadora da nova composição trazida pela MP nº 1.158/2023, uma vez que ocorrida após a
publicação do edital, a fim de que não haja nenhuma surpresa ou prejuízo a nossos alunos trazemos
como ficou a nova composição com a redação dada pela MP nº 1.158/2023 à Lei nº 9.069/1995,
vejamos:

Art. 8º O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964,
passa a ser integrado pelos seguintes membros:

I - Ministro de Estado da Fazenda, que o presidirá;

II - Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento; e

III - Presidente do Banco Central do Brasil.

Portanto, mesmo que a banca cobre a nova composição (dada pela MP nº 1.158/23 após a
publicação do edital), você saberá responder em sua prova, devendo apenas ficar atento quanto ao
que está sendo cobrado na questão, se a composição anterior ou a nova.

6 DAS INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS

6.1 Conceito

As supervisoras são aquelas instituições que fiscalizam o cumprimento das diretrizes e normas
elaboradas pelos órgãos normativos. A sua função, portanto, é fiscalizar a devida observância das
normas que compõem o Sistema Financeira Nacional.

6.2 Espécies de instituições supervisoras

6.2.1 Banco Central do Brasil (BACEN)

a) Noções introdutórias

O Banco Central do Brasil (Bacen), fundado em 1964 e com início de suas atividades em 1965, é uma
espécie de "banco dos bancos". Isso quer dizer que, além de socorrer os outros, também fiscaliza os
bancos em geral.

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b) Objetivos do Bacen

Os principais objetivos do Banco Central do Brasil estão previstos no §1º da Lei Complementar n.
179/21, que assim dispõe:
Art. 1º O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de
preços.

Parágrafo único. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil também
tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as
flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego.

Dessa forma, verifica-se que os objetivos do Bacen são:

Assegurar a estabilidade de preços

Zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro

Suavizar as flutuações do nível de atividade econômica

Fomentar o pleno emprego

Vamos então esquematizar esses objetivos?

Assegurar a estabilidade de
preços

Zelar pela estabilidade e pela


eficiência do sistema financeiro
Objetivos do Bacen
Suavizar as flutuações do nível de
atividade econômica

Fomentar o pleno emprego

c) Enquadramento do Bacen

O Banco Central é considerado uma autarquia e, por isso, integra a administração pública indireta.
Em razão disso, possui personalidade jurídica, patrimônio próprios e é criado por lei específica para
executar funções típicas de Estado. Ademais, as autarquias também possuem autonomia
administrativa e financeira.

Curiosidade relevante

O Bacen, até o mês de fevereiro de 2021, era classificado como uma Autarquia Federal, isto é, uma
autarquia comum. Todavia, com a publicação da Lei Complementar n. 179/21, a referida instituição
passou a receber status de Autarquia de natureza Especial.

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Isso significa que o Banco Central não está vinculado a nenhum Ministério - antes era vinculado ao
Ministério da Economia. Ademais, seus dirigentes possuem mandato fixo de 4 anos, não coincidente
com o mandato do Presidente da República.

Destaca-se que isso é outra novidade da LC nº 179/21, uma vez que antes o Presidente do Bacen e
os demais diretores da Diretoria Colegiada poderiam ser demitidos a qualquer tempo.

Sem vinculação a ministério

Diretores possuem mandato fixo


(4 anos) - não coincidente com o
madato do Presidente da
Autarquia de natureza República
especial

Personalidade jurídica e
patrimônio próprios

Autonomia administrativa e
financeira

d) Diretoria do Bacen

A Diretoria do Banco Central é formada por: 9 diretores - 1 deles é o presidente do Bacen. Todos os
diretores são nomeados pelo Presidente da República e devem ser brasileiros de ilibada reputação
e notórios conhecimentos econômico-financeiros. Embora sejam indicados pelo Presidente, devem
passar por aprovação do Senado Federal.

e) Atribuições do Bacen

1. Emitir papel-moeda e moeda metálica:

2. Executar os serviços do meio circulante

3. Receber recolhimentos compulsórios e voluntários

4. Exercer o controle do crédito, em todas suas formas

5. Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras

6. Fiscalizar as instituições financeiras, inclusive autorizando a constituição e funcionamento delas,


bem como estabelecendo condições para o exercício de cargos de direção nessas instituições

7. Controlar o fluxo de capitais estrangeiro no País:

8. Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque

9. Efetuar, como instrumento de política cambial, operações de compra e venda de moeda


estrangeira:

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10. Regular os serviços de compensação de cheques e outros papéis, gerindo o Sistema de


Pagamentos Brasileiro (SPB)

11. Efetuar a compra e venda de títulos públicos federais, como instrumento de política monetária

Hora da questão

(BANCA: CESGRANRIO/2011) Entre as atribuições do Banco Central do Brasil, NÃO se encontra:

a) autorizar o funcionamento das instituições financeiras.

b) aprovar verbas suplementares para o orçamento da União.

c) determinar a taxa de juros de referência para as operações de um dia (a taxa Selic).

d) emitir papel-moeda e moeda metálica.

e) Efetuar compra e venda de títulos públicos federais para executar a política monetária.

Gabarito: Alternativa b

Comentário:

Diante do que foi analisado o material, verifica-se que a assertiva “b” está incorreta. Afinal, aprovar
verbas suplementares para o orçamento da União não se enquadra como uma das atribuições do
Bacen, sendo uma prerrogativa do Congresso Nacional.

f) Comitê de Política Monetária (COPOM)

O Comitê de Política Monetária (COPOM), conforme definição do próprio Banco Central do Brasil:
Foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política
monetária e de definir a taxa de juros. A criação do Comitê buscou proporcionar maior
transparência e ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo
Federal Open Market Committee (FOMC), do Banco Central dos Estados Unidos, e pelo Central
Bank Council, do Banco Central da Alemanha. Em junho de 1998, o Banco da Inglaterra
também instituiu o seu Monetary Policy Committee (MPC), assim como o Banco Central
Europeu, desde a criação da moeda única em janeiro de 1999. Atualmente, uma vasta gama
de autoridades monetárias em todo o mundo adota prática semelhante, facilitando o processo
decisório, a transparência e a comunicação com o público em geral.

Formalmente, as competências do Copom são definir a meta da Taxa Selic e divulgar o


Relatório de Inflação. A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a Taxa Selic
(taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema
Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias
do Comitê.

As reuniões ordinárias do Copom dividem-se em duas sessões, sendo a primeira sessão


reservada às apresentações técnicas de conjuntura econômica e a segunda destinada à
decisão da meta da Taxa Selic. Além do Presidente e dos Diretores do Banco Central, membros
do Comitê, participam da primeira sessão da reunião os chefes dos seguintes departamentos
do Banco Central: Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos
(Deban), Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab), Departamento
Econômico (Depec), Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep), Departamento das

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Reservas Internacionais (Depin) e Departamento de Assuntos Internacionais (Derin). A primeira


sessão dos trabalhos poderá contar, ainda, com a presença de outros servidores do Banco
Central, quando autorizados pelo Presidente.

No primeiro dia das reuniões, os chefes de departamento apresentam uma análise técnica de
conjuntura abrangendo inflação, nível de atividade, evolução dos agregados monetários,
finanças públicas, balanço de pagamentos, economia internacional, mercado de câmbio,
reservas internacionais, mercado monetário, operações de mercado aberto e expectativas
gerais para variáveis macroeconômicas.

Já no segundo dia da reunião, além dos membros do Copom, participa, sem direito a voto, o
chefe do Depep, que realiza apresentação técnica contendo avaliação prospectiva da inflação.
Em seguida, os membros do Copom, com base na avaliação do cenário macroeconômico e
dos principais riscos associados, deliberam, por maioria simples de votos, a meta da Taxa Selic.

Os comunicados das decisões do Copom são divulgados após o término da segunda sessão
da reunião ordinária, a partir das 18h. As atas do Copom, em português, são divulgadas às
8h00 da terça-feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de seis
dias úteis. Já as apresentações técnicas de conjuntura referentes ao primeiro e segundo dia
de reunião são disponibilizadas, respectivamente, após 4 e 8 anos.

O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado mediante Comunicado do Diretor
de Política Monetária até o fim do mês de junho do ano anterior, admitindo-se ajustes até o
último dia do ano de sua divulgação.

Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o
documento "Relatório de Inflação", que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e
financeira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.

O COPOM possui a seguinte composição:

Presidente do BACEN, que preside também


o COPOM, possuindo voto de qualidade.

Composição COPOM:

8 diretores que compõem a diretoria


colegiada do BACEN.

Para compreender a exata função do Copom, primeiramente é necessário ter também a


compreensão de que no Brasil é adotado o Regime de Metas de Inflação, no qual o controle
inflacionário ocorre em regra via taxa de juros.

Sabe-se que há uma relação inversa entre inflação e taxas de juros, haja vista que para se reduzir a
inflação, aumenta-se a taxa de juros. Assim agindo, acaba-se por diminuir a demanda (procura) por
bens e serviços, consequentemente desestimulando a atividade econômica.

Por outro lado, sendo baixa a inflação, é possível se reduzir a taxa de juros, causando um estímulo
na economia.

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Assim, nesse Regime de Metas de Inflação o papel principal do Banco Central é agir para que a
inflação não extrapole a pré-determinada.

Dessa forma, é comum que as metas da SELIC (taxa básica de juros brasileira) sejam modificadas de
acordo com a análise feita pelo mercado e, principalmente pelo Copom, em relação ao
comportamento da inflação.

O Copom, portanto, determina a meta para a taxa Selic de acordo com a análise acerca da inflação
seja no momento atual ou em relação as expectativas em relação ao futuro.

Havendo uma alta na inflação, o Copom adota medidas políticas contracionistas, ou seja, para
redução da inflação, como, por exemplo, a venda de títulos, a retirada de moeda de circulação,
aumento da taxa de juros ou mesmo redução da demanda na economia.

Atenção! O IPCA (Índice de preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, é o índice oficial
utilizado para calcular a taxa de inflação.

Por fim, em relação ao Copom, saiba que outra finalidade de destaque, além de definir a meta da
Selic, é a elaboração do Relatório de Metas de inflação, documento divulgado trimestralmente pelo
Bacen.

A CESGRANRIO, assim cobrou este tema no concurso de 2021 do Banco do Brasil:

Hora da Questão

(Ano: 2021 - Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO - 2021 - Banco
do Brasil - Escriturário - Agente Comercial - Prova B)

Dentro do Sistema de Metas para a inflação, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelece a
meta para a inflação. A partir dessa meta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central do Brasil (Bacen) reúne-se periodicamente para analisar a economia brasileira. Nesse
contexto, é atribuição do Copom

A ) definir a meta da taxa Selic.

B) determinar o papel do Bacen no mercado cambial.

C) formular normas aplicáveis ao Sistema Financeiro Nacional (SFN).

D) divulgar, diariamente, a taxa de juros de curto prazo para operações realizadas no mercado
financeiro.

E) autorizar o funcionamento das instituições financeiras e de outras entidades conforme legislação


em vigor.

Gabarito: A

Comentário: Conforme visto, é atribuição do Copom a definição da meta da taxa Selic.

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6.2.2 Comissão de valores mobiliários (CVM)

Inicialmente, tenha em mente que valores mobiliários nada mais são do que títulos financeiros,
emitidos pelo governo ou por instituições privadas, sendo exemplos: ações, debêntures e cotas de
fundos de investimentos.

A Comissão de Valores Mobiliários – CVM -, nos termos do art. 5º da Lei 6385/76, com redação dada
pela Lei nº 10.411/2002, é definida como:

Art. 5º - É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime


especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio
próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária.

São disciplinadas e fiscalizadas pela CVM, de acordo com o art. 1º da Lei nº 6.385/1976, as seguintes
atividades:

Art. 1º Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei as seguintes atividades:
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; (Redação dada pela Lei nº


10.303, de 31.10.2001)

II - a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; (Redação dada pela Lei


nº 10.303, de 31.10.2001)

III - a negociação e intermediação no mercado de derivativos; (Redação dada pela Lei nº


10.303, de 31.10.2001)

IV - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores; (Redação dada


pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

V - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros;


(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

VI - a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; (Redação dada pela Lei


nº 10.303, de 31.10.2001)

VII - a auditoria das companhias abertas; (Inciso incluído pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

VIII - os serviços de consultor e analista de valores mobiliários. (Inciso incluído pela Lei nº
10.303, de 31.10.2001)

Quanto as competências da CVM, assim determina a Lei 6385/76:

Art . 8º Compete à Comissão de Valores Mobiliários:

I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as


matérias expressamente previstas nesta Lei e na lei de sociedades por ações;

II - administrar os registros instituídos por esta Lei;

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III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários,


de que trata o Art. 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas
que dele participem, e aos valores nele negociados;

IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço,


comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do
mercado;

V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem


lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório.

§ 1º O disposto neste artigo não exclui a competência das Bolsas de Valores, das Bolsas de
Mercadorias e Futuros, e das entidades de compensação e liquidação com relação aos seus
membros e aos valores mobiliários nelas negociados. (Redação pelo Decreto nº 3.995, de
31.10.2001)

§ 2º Serão de acesso público todos os documentos e autos de processos administrativos,


ressalvados aqueles cujo sigilo seja imprescindível para a defesa da intimidade ou do interesse
social, ou cujo sigilo esteja assegurado por expressa disposição legal. (Redação pelo Decreto
nº 3.995, de 31.10.2001)

§ 3º Em conformidade com o que dispuser seu regimento, a Comissão de Valores Mobiliários


poderá:

I - publicar projeto de ato normativo para receber sugestões de interessados;

II - convocar, a seu juízo, qualquer pessoa que possa contribuir com informações ou opiniões
para o aperfeiçoamento das normas a serem promulgadas.

Art 9º A Comissão de Valores Mobiliários, observado o disposto no § 2o do art. 15, poderá:

I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou documentos, inclusive programas


eletrônicos e arquivos magnéticos, ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis
de trabalho de auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em perfeita
ordem e estado de conservação pelo prazo mínimo de cinco anos: (Redação dada pelo
Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

a) as pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários


(Art. 15);

b) das companhias abertas e demais emissoras de valores mobiliários e, quando houver


suspeita fundada de atos ilegais, das respectivas sociedades controladoras, controladas,
coligadas e sociedades sob controle comum; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

c) dos fundos e sociedades de investimento;

d) das carteiras e depósitos de valores mobiliários (Arts. 23 e 24);

e) dos auditores independentes;

f) dos consultores e analistas de valores mobiliários;

g) de outras pessoas quaisquer, naturais ou jurídicas, quando da ocorrência de qualquer


irregularidade a ser apurada nos termos do inciso V deste artigo, para efeito de verificação de
ocorrência de atos ilegais ou práticas não equitativas; (Redação dada pelo Decreto nº 3.995,
de 31.10.2001)

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II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar informações, ou esclarecimentos, sob


cominação de multa, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art.11;
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 31.10.2001)

III - requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública;

IV - determinar às companhias abertas que republiquem, com correções ou aditamentos,


demonstrações financeiras, relatórios ou informações divulgadas;

V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não eqüitativas de


administradores, membros do conselho fiscal e acionistas de companhias abertas, dos
intermediários e dos demais participantes do mercado; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de
31.10.2001)

VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso anterior as penalidades previstas no
Art. 11, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal.

§ 1º Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais do mercado, a Comissão poderá:


(Redação pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

I - suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou decretar o recesso de bolsa


de valores;

Il - suspender ou cancelar os registros de que trata esta Lei;

III - divulgar informações ou recomendações com o fim de esclarecer ou orientar os


participantes do mercado;

IV - proibir aos participantes do mercado, sob cominação de multa, a prática de atos que
especificar, prejudiciais ao seu funcionamento regular.

§ 2º O processo, nos casos do inciso V deste artigo, poderá ser precedido de etapa
investigativa, em que será assegurado o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou exigido
pelo interesse público, e observará o procedimento fixado pela Comissão. (Redação pelo
Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

§ 3º Quando o interesse público exigir, a Comissão poderá divulgar a instauração do


procedimento investigativo a que se refere o § 2º.

§ 4º Na apuração de infrações da legislação do mercado de valores mobiliários, a Comissão


priorizará as infrações de natureza grave, cuja apenação proporcione maior efeito educativo
e preventivo para os participantes do mercado, e poderá deixar de instaurar o processo
administrativo sancionador, consideradas a pouca relevância da conduta, a baixa
expressividade da lesão ao bem jurídico tutelado e a utilização de outros instrumentos e
medidas de supervisão que julgar mais efetivos. (Redação dada pela Lei nº 13.506, de 2017)

§ 5º As sessões de julgamento do Colegiado, no processo administrativo de que trata o inciso


V deste artigo, serão públicas, podendo ser restringido o acesso de terceiros em função do
interesse público envolvido.

§ 6o A Comissão será competente para apurar e punir condutas fraudulentas no mercado de


valores mobiliários sempre que: (Parágrafo incluído pelo Decreto nº 3.995, de 31.10.2001)

I - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no território nacional,


independentemente do local em que tenham ocorrido; e (Inciso incluído pelo Decreto nº
3.995, de 31.10.2001)

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II - os atos ou omissões relevantes tenham sido praticados em território nacional.

Hora da Questão

(Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco da Amazônia Prova: CESGRANRIO - 2018 -
Banco da Amazônia - Técnico Científico - Tecnologia da Informação)

Na configuração atual do Sistema Financeiro Nacional, a instituição responsável pela regulação do


mercado acionário, de debêntures e de commercial papers é o(a)

A) Conselho Monetário Nacional

B) Comissão de Valores Mobiliários

C) Banco Central do Brasil

D) Banco do Brasil

E) Ministério da Fazenda

Gabarito: B

Comentário: Debêntures são valores mobiliários, dessa forma a CVM é a instituição


responsável pela regulação do mercado.

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1 INTRODUÇÃO

Nesse momento, iremos estudar o tópico 2 do edital do Banco do Brasil:


2 – Mercado Financeiro e seus desdobramentos (mercado monetário, de crédito, de capitais
e cambial)

O mercado financeiro reúne um conjunto de instituições, das quais estão tomadores de recursos e
investidores. Além disso, permite que sejam negociados produtos financeiros, como títulos públicos,
ações, fundos de investimentos, dentre outros produtos ligados ao mercado financeiro.

Inclusive é necessário entender que a estrutura do mercado financeiro é complexa e abrangente,


possui diversas instituições financeiras e é dividida em: mercado monetário, mercado de crédito,
mercado de capitais e mercado cambial.

2 MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS

O mercado financeiro envolve diversas operações de compra e venda de ativos financeiros, sua
estrutura é formada pelas instituições financeiras, dentre elas estão os bancos, as corretoras, as
instituições de pagamento e alguns órgãos do governo.

Bancos

Corretoras
Instituições Financeiras
Instituições de pagamento

Órgãos do governo

a) Bancos

Os bancos são instituições financeiras que basicamente atuam como intermediários entre quem quer
emprestar dinheiro e quem tem a intenção de tomar dinheiro emprestado. Além disso, prestam
serviços relacionados à cartão de crédito, débito, investimentos, pagamentos, conta corrente, dentre
outros serviços

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b) Corretoras

As corretoras estão ligadas ao mercado de investimentos, são empresas que pertencem ao Sistema
Financeiro e intermediam a compra e a venda dos valores mobiliários, como títulos e ações. Alguns
exemplos de corretoras são BTG Pactual, XP Investimentos, Clear, Rico etc.

c) Instituições de pagamento

São pessoas jurídicas que trabalham com serviços de compra e venda e movimentações de recursos
relacionadas ao pagamento. Alguns exemplos são: Mercado Pago, Cielo, PayPal, PicPay. Essas
instituições, diferentemente dos bancos, não podem conceder empréstimos e financiamentos a seus
clientes.

d) Órgãos do governo

A função dos órgãos reguladores do mercado financeiro é a garantia da segurança do ambiente


onde ocorrem as negociações financeiras internas do país. Além, de tornar os investimentos
estrangeiros mais viáveis e atrativos para o país. Alguns exemplos de órgãos reguladores são:
Conselho Monetário Nacional (CMN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central do
Brasil (Bacen), Superintendencia de Seguros Privados (SUSEP), entre outros.

3 MERCADO MONETÁRIO

O Mercado monetário faz parte do mercado financeiro e é responsável pelas operações financeiras
de curto ou de curtíssimo prazo. São operações que possuem alta liquidez, ou seja, a conversão de
um bem em dinheiro pode ser feita de uma maneira mais rápida.

3.1 Como funciona o mercado monetário

No mercado monetário poderão ser feitas vendas de títulos e posses dentro do mercado financeiro
com uma alta liquidez. Esses investimentos são mais seguros para investidores que possuem um
perfil conservador. Pois as políticas existentes dentro do mercado monetário permitem que o
indivíduo transforme seus títulos ou posses em dinheiro de forma rápida e segura com uma
rentabilidade alta.

Os títulos podem ser vendidos entre as instituições financeiras ou quando o Banco Central adquire
títulos e vende para outras instituições, permitindo a compra livre.

No mercado monetário os títulos são divididos em:

a) Título Privado

São títulos criados por empresas privadas e encontradas no certificado de depósito bancário.

b) Título Público

São títulos disponibilizados pelo Tesouro Nacional, sua finalidade é fazer as pessoas investirem e as
corporações comprarem papéis da dívida pública lançados pelo Governo Federal. O título público
mais conhecido é o Tesouro Selic, o qual possui uma rentabilidade baixa.

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3.2 Mercado monetário e a importância para a economia

O mercado monetário tem ligação direta com o Banco Central, pelo fato de ser constituído por
operações de compra e venda de títulos. O Banco Central possui responsabilidade pela moeda que
circula no país, dessa maneira, quando são efetuadas compras dos títulos são retiradas do mercado
as moedas e quando são efetuadas as vendas são colocadas em circulação novamente.

Por fim, é preciso entender que o mercado monetário afeta de forma drástica a economia, pois ele
pode acelerar o mercado econômico e se o mercado monetário fica em alta poderá haver a
desvalorização da moeda.

4 MERCADO DE CRÉDITO

O mercado de crédito é explorado pelas instituições, pois serve para conceder recursos financeiros
para a população.

4.1 O que é o mercado de crédito

O mercado de crédito também pertence ao Sistema Financeiro Nacional. É um sistema que fornece
financiamentos, tanto para pessoas físicas, quanto para pessoas jurídicas.

Além do mais, o mercado de crédito é muito importante para a economia do país, sem esse mercado
seria quase impossível a economia se manter.

4.2 Qual a finalidade do mercado de crédito

O mercado de crédito oferece uma vasta movimentação de recursos econômicos. Possui uma grande
capacidade de financiar projetos que futuramente podem gerar valor para toda a economia de forma
direta.

4.3 Mercado de crédito e seu funcionamento

De maneira ampla, o mercado de crédito funciona entre duas partes, os credores e os tomadores de
crédito.

Credores

Mercado de crédito

Tomadores de crédito

a) Credores

Os credores são os bancos e as demais instituições que fornecem crédito.

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b) Tomadores de crédito

Tomadores de crédito são as pessoas físicas e as pessoas jurídicas.

Além disso, as operações podem ser de curto prazo (menos de um ano); médio prazo (de um a cinco
anos); e de longo prazo (acima de cinco anos).

4.4 Tipos de créditos

Os créditos podem ser para pessoas físicas e pessoas jurídicas.

a) Mercado de crédito para pessoas físicas

Para as pessoas físicas podem ser feitos créditos consignados, crédito direto para o consumidor,
liberação de cheque especial, cartão de crédito, dentre outros.

b) Mercado de crédito para pessoas jurídicas

Para as pessoas jurídicas poderão ser feitos empréstimos para capital de giro, para financiar
equipamentos e máquinas, financiar projetos da empresa, entre outros.

4.5 Variáveis que influenciam o mercado de crédito

O crédito liberado poderá ser liquidado de maneira única ou de maneira parcelada.

Para ser liberado um credito são necessárias algumas garantias. Geralmente para as pessoas físicas
as garantias são por meio de avalista, fiador, recebíveis ou algum bem, inclusive o próprio bem
financiado.

Já em relação as pessoas jurídicas as garantias poderão ser recebíveis, máquinas, equipamentos da


empresa, ativos financeiros etc.

Por fim, vale lembrar que existem os juros que definem o custo do capital. A taxa de juros pode ser
Pré ou Pós-fixada.

As garantias são necessárias para que as instituições financeiras tenham mais segurança na operação
financeira de fornecer crédito.

5 MERCADO DE CAPITAIS

5.1 Conceito

O mercado de capitais é uma divisão do sistema financeiro, o qual é responsável por intermediar a
relação daqueles que precisam de recursos de longo prazo para implementar projetos e quem se
propõe a fazer tal investimento. Os investidores entregam os recursos para as empresas e em troca
recebem os chamados valores mobiliários, como: ações, debêntures, cotas de fundos de
investimentos, bônus de subscrição, certificados de depósito de valores mobiliários, notas comercias,
contratos futuros, dentre outros.

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5.2 Instituições e agentes que participam do mercado de capitais

a) Empresas

Captam recursos por meio da emissão de títulos.

b) Corretoras de distribuidoras de títulos e valores mobiliários

São instituições autorizadas pelo Bacen para fazer a intermediação entre os investidores e o mercado
organizado de títulos e valores mobiliários.

c) Agentes autônomos de investimentos

São profissionais credenciados pela ANCORD ((Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras
de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias) para atuarem nas corretoras com a
prospecção de clientes, e prestação de informações sobre os produtos e demais serviços.

d) Demais instituições financeiras autorizadas

São instituições autorizadas para atuar no mercado de capitais, como por exemplo, os bancos de
investimentos.

e) Bolsa de valores

É uma entidade privada de capital aberto onde são negociadas ações de empresas, títulos de renda
fixa, commodity e outros ativos.

f) Comissão de valores mobiliários

A CVM é responsável pela fiscalização e regulação do mercado de capitais, e tem por objetivo
fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores.

É válido citar que, “o mercado de capitais mobiliza os recursos de poupança de pessoas físicas,
empresas e agentes públicos, promovendo a alocação eficiente dessa poupança para financiar a
produção, a comercialização e o investimento e consumo de empresas e famílias.”

6 MERCADO CAMBIAL

6.1 Conceito

O mercado de câmbio é o local onde são realizadas as operações de câmbio, ou seja, compra e
venda de moedas de todos os países, dessa maneira, é um dos maiores ambientes de negociação
do mercado de capitais.

6.2 Como funciona o mercado cambial

No mercado cambial, as operações são realizadas em pares de moedas, ou seja, para comprar uma
moeda é necessário entregar outra. Cada moeda possui um preço e a diferença entre uma e outra é
chamada de taxa cambial. A taxa cambial é responsável por dizer quanto será necessário pagar para
comprar outra moeda.

O mercado cambial poderá ser:

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a) Mercado primário

O mercado primário diz respeito as movimentações de entrada e saída de moeda estrangeira do


Brasil. Geralmente essa movimentação é feita por importadores, exportadores e turistas.

b) Mercado secundário

O mercado secundário diz respeito as movimentações feitas entre os bancos no país, podendo ser
chamado também de mercado interbancário.

6.3 Responsável pelo mercado cambial no Brasil

Quem regula e supervisiona o mercado de câmbio no Brasil é o Banco Central e o Conselho


Monetário Nacional.

O Banco Central tem a responsabilidade de autorizar o funcionamento das instituições financeiras


para que possam fazer a negociação ou intermediação das operações de câmbio. Todas as operações
realizadas pelas instituições são informadas ao Banco Central.

Já o Conselho Monetário Nacional estabelece a política cambial do Brasil e quais serão as regras que
devem ser seguidas nas operações financeiras entre o Brasil e os demais países. Além disso, o Banco
Central verifica se as regras estão sendo seguidas de forma adequada.

6.4 Tipos de operações do mercado cambial

No Brasil temos as seguintes operações de câmbio: compra e venda de moeda estrangeira ou uso
de cartão em viagens ao exterior; transações de moeda nacional por residentes no país e no exterior;
movimentação de valores de importação e exportação; pagamentos e transferências internacionais,
entre outros.

Lembrando que todas as movimentações cambiais devem ser realizadas por meio de instituições
financeiras autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central.

6.5 Instituições autorizadas a operar no mercado cambial

Vejamos algumas instituições autorizadas a operar no mercado cambial: os bancos múltiplos, bancos
comerciais, de câmbio e caixas econômicas; os bancos de investimento; os bancos de
desenvolvimento; as corretoras de câmbio; as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; as agências de fomento; as sociedades
de crédito, financiamento e investimento.

É importante salientar que antes realizar qualquer operação é fundamental verificar se a instituição
está autorizada pelo Banco Central, para garantir que a operação será feita dentro legalidade e não
correr riscos de golpes.

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1 INTRODUÇÃO

Nesse momento, iremos estudar o tópico 3 do edital do Banco do Brasil, um tema muito recorrente
nas provas de conhecimentos bancários:
1 - Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-convencionais
(Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos
remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil.

Chegamos no tópico que foi alvo de algumas alterações legislativas importantes! Portanto, preste
bastante atenção nas alterações! Bons estudos!

2 MOEDA E POLÍTICAS MONETÁRIAS

O Banco Central do Brasil determina que a moeda é um ativo que poderá ser utilizado nas transações
econômicas, desempenhando a função de denominador comum de valor monetário, fornecendo um
referencial para as demais mercadorias e, por fim, funcionando como reserva de valor para
transações que não são liquidadas imediatamente na entrega, mas como promessa futura.

Em síntese, a moeda é um objeto que desempenha três funções fundamentais, quais sejam: i) meio
de trocas; ii) unidade de conta; iii) reserva de valor.

meio de trocas

Moeda unidade de conta

reserva de valor

A Política Monetária é o mecanismo utilizado com a finalidade de estabilizar os preços na economia,


mantendo os índices inflacionais controlados, incentivar a demanda do mercado e garantir o
crescimento econômico, operada pelo Bacen.

Existem diversos instrumentos utilizados para aumentar ou diminuir a oferta da moeda em


circulação, os quais veremos a seguir!

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3 POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE


EASING)

Como vimos anteriormente, temos dois tipos de políticas monetárias utilizadas para garantir a
circulação de moeda, controle das taxas de juros e do crédito no Brasil.

Convencionais

Políticas Monetárias
Não convencionais
(Quantitative Easing)

a) Políticas monetárias convencionais

No Brasil, atualmente, possuímos dois tipos de políticas monetárias convencionais: expansionista e


contracionista. A política monetária expansionista serve para aumentar a oferta de moedas,
utilizado em períodos de crise com a finalidade de estimular o consumo. Está política possui como
objetivo acelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e aumentar a expansão da base
monetária.

Já a política contracionista reduz a oferta das moedas, com a finalidade de diminuir a inflação,
objetivando desacelerar o crescimento da quantidade de dinheiro e diminuir a base monetária.

aumento da oferta de
moeda

Expansionista acelerar o crescimento e


estimular o consumo

aumentar a inflação
Políticas monetárias
diminuir a oferta de moeda

desestimular o consumo e
contracionista
desacelerar o crescimento

diminuir a inflação

É fácil identificar que as políticas monetárias são controladas através das taxas de juros, no qual
verifica-se, uma relação inversamente proporcional entre as taxas de juros e a inflação. Explico!

Quando o sistema econômico deseja aumentar o crescimento e estimulo do consumo a taxa de juros
diminui, portanto, aumenta-se a inflação. Caso, o Bacen objetive a diminuição do crescimento e
desestimulo do consumo, diminui-se a inflação.

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Política monetária Política monetária


expansionista contracionista

diminuição da taxa de aumento da taxa de


juros juros

b) Política monetária não-convencional (Quantitative Easing)

O Quantitative Easing ou flexibilização quantitativa (QE) é uma espécie de política monetária não-
convencional utilizada como forma alternativa com a finalidade de combater crises econômicas
graves ou reduzir danos econômicos, como forma de estimulação econômica quando as taxas de
juros residem próximas a zero.

No Quantitative Easing o banco central compra títulos (públicos ou privados) de longo prazo
no mercado aberto para aumentar a oferta da moeda e encorajar empréstimos e investimentos. A
compra destes títulos injeta um novo dinheiro à economia e também reduz as taxas de juros ao
aumentar a oferta de títulos de renda fixa. Além disso, expande o balanço do banco central.

compra títulos compra títulos de


de longo longo prazo de
BACEN BACEN
prazo do Instituição
Governo Financeira Privada

Exemplo: Pandemia do COVID-19 – Auxílio Emergencial.

Artigo muito importante: No Brasil, no início da pandemia do COVID-19, o Congresso Nacional


promulgou a Emenda Constitucional n. 106/2020 que possibilitou a adoção da política monetária
Quantitative Easing pelo Banco Central, de acordo com o art. 7º.

Além disso, bastante recorrente no tema a crise de 2008 nos Estados Unidos e o FED – Federal
Reserve, equivalente ao Banco Central dos Estados Unidos, que adotou diversas medidas de
Quantitative Easing para expandir a sua base monetária e combater os efeitos da crise imobiliária.

4 TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS

a) Taxa SELIC

Na economia brasileira, temos a chamada Taxa SELIC sendo ela a taxa básica de juros da economia
que, basicamente, guia todas as outras taxas de juros que existem no mercado brasileiro. As
modalidades que envolvem empréstimos, de qualquer natureza, envolvem a taxa de juros. Desta
forma, como a taxa SELIC é a base das taxas de juros, sempre que a SELIC aumenta, todas as
outras taxas de juros também são elevadas, portanto, o custo do crédito será mais caro.

Exemplo: Imaginamos que o consumidor gostaria de financiar um veículo. Caso a taxa SELIC for
alta, o preço dos juros do financiamento aumenta e consumidor não consome o produto.

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Tome nota: a taxa SELIC meta é definida pelo COPOM com o objetivo de atingir a meta do IPCA
(Índice oficial de inflação no Brasil) definida pelo CMN.

b) Operações Compromissadas

As operações compromissadas são vendas de títulos de renda fixa realizadas por instituições
financeiras ao investidor com o compromisso de recompra.

Desta forma, quando uma instituição financeira faz uma determinada operação com outra instituição
financeira e dá como garantia um título privado (por exemplo, CDB), significa que o lastro desta
operação é o título privado. No advento do fim da duração da operação, ou seja, no advento do
compromisso de recompra, a instituição financeira que recebeu o título como garantia devolverá o
referido título e receberá os juros deste período.

título
Instituição financeira A privado/ Instituição financeira B
público

Caso contrário, é possível realizar o processo inverso. A redução da taxa Selic ocorre quando o
BACEN compra os títulos públicos que estão em posse das instituições bancárias, injetando a moeda
e promovendo a liquidez para a expansão de crédito na economia.

Tome nota: Quando o BACEN realiza a venda do título de renda fixa a dívida do governo
aumenta.

Iremos estudar a seguir quais são as implicações da realização das operações compromissadas pelo
BACEN.

5 O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO


CENTRAL DO BRASIL

Como vimos, o Banco Central do Brasil é autorizado a realizar operações compromissadas. Todavia,
a realização dessas operações é incluída na dívida pública do governo brasileiro.

Atualmente, o principal instrumento utilizado pelo BACEN para gerenciar a liquidez bancária são as
operações compromissadas. Quanto mais operações compromissadas o BACEN realiza, mais a
dívida pública aumenta. Diante disso, em julho de 2021 foi sancionada a Lei 14.185/2021 que dispõe
sobre os depósitos voluntários das instituições financeira.

Oras, mas o que seriam depósitos voluntários?!

Os depósitos voluntários são as reservas que as instituições financeiras enviam voluntariamente ao


Banco Central do Brasil. Com o advento da lei, há um estímulo maior para que as instituições
financeiras realizem estes depósitos, uma vez que houve a autorização para uma remuneração às
instituições pelo BACEN. Em resumo, os depósitos voluntários nada mais que do que um depósito
remunerado.

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A ideia central é dar ao BACEN uma nova ferramenta para controlar a quantidade de moeda em
circulação no sistema financeiro (liquidez bancária) que tem impacto sobre a inflação, sem afetar a
dívida pública.

Os debates remetem a consideração que os depósitos remunerados como uma espécie de manobra
fiscal, o qual, simula a dívida pública.

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4.1 INTRODUÇÃO

Nesse momento, iremos estudar o tópico 4 dentro de Conhecimentos Bancários do edital do Banco
do Brasil, um tema que possui certa importância para provas bancárias:
4 - Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública.

Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu
empenho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não
é algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você!

4.2 CONCEITO DE ORÇAMENTO PÚBLICO

Quanto ao conceito de orçamento público, tema sempre relevante em provas, explica Leite (2020, p.
100):

O orçamento mudou de cariz nas últimas décadas. No passado, tinha-se um conceito clássico
do orçamento, em que o mesmo era visto como simples peça que contemplava a previsão da
receita e a fixação das despesas. Assim, tinha um aspecto apenas contábil e financeiro, que
velava, sobretudo, para o equilíbrio entre as receitas e as despesas, sem se importar com os
investimentos e o potencial crescimento que eventuais desequilíbrios orçamentários
pudessem trazer.

Em seguida, partiu-se para uma concepção moderna do orçamento, tido, agora, como lei que
programa a vida financeira do Estado, permitindo-se até mesmo haver endividamento deste,
em atenção, sobretudo, aos interesses públicos da sociedade. Assim, toda vez que não é
possível se alcançar o equilíbrio fiscal no orçamento, ou seja, quando as despesas públicas
não são cobertas pela totalidade da receita arrecadada, há necessidade de o orçamento
contemplar modalidades de cobrir o déficit, apelando aí para os empréstimos públicos, aqui
chamados de crédito público.

O orçamento está dentro dessa perspectiva, ou seja, permite ir além de um equilíbrio


puramente contábil, entre receitas e despesas, desde que responsavelmente gerido, para se
implantar políticas públicas, que permitirão, a médio e a longo prazos, administrar os em
préstimos, pagando-se os juros desse crédito.

Nessa linha, pode-se entender o orçamento público como uma lei que autoriza os gastos
que o Governo pode realizar durante um período determinado de tempo, discriminando
detalhadamente as obrigações que deva concretizar, com a previsão concomitante dos
ingressos necessários para cobri-las. Nas incisivas e felizes palavras do ex-ministro Carlos
Ayres Britto, a lei orçamentária é “a lei materialmente mais importante do ordenamento
jurídico logo abaixo da Constituição” (STF, ADI-MC 4048-1/DF, j. 14.5.2008, p. 92).

Dessa forma, extrai-se a importância do orçamento público enquanto instrumento de planejamento,


através dele é que pode planejar o exercício financeiro, detalhando-se a previsão dos recursos a
serem arrecadados, bem como a sua destinação.

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4.3 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Ensina Humberto Ávila (2006, p.78) que: “os princípios são normas imediatamente finalísticas,
primariamente prospectivas e com pretensão de complementariedade e de parcialidade, para cuja
aplicação se demanda uma avaliação da correlação entre o estado de coisas a ser promovido e os
efeitos decorrentes da conduta havida como necessária à sua promoção”.

4.3.1 - Princípio da Legalidade

Quanto ao princípio da legalidade, ensina Leite (2020, p. 137):

O princípio da legalidade não é exclusivo do direito financeiro, por ser princípio sobranceiro
a todos os demais ramos. Está intrinsecamente ligado à ideia de Estado Democrático de
Direito, na medida em que vincula, não apenas o cidadão, mas também o Estado aos ditames
da lei.

Assim, como as finanças públicas não podem ser manejadas sem autorização da lei, tem-se
na legalidade um princípio que permeia toda a atividade financeira do Estado, seja para
arrecadar os tributos, seja para efetuar os gastos. Daí se afirmar que o orçamento é o início e
o fim de toda ação estatal, pois a lei do orçamento é que permite a realização dos gastos
públicos. Nada pode ser despendido sem a previsão nesta lei.

4.3.2 - Princípio da Exclusividade

O princípio da exclusividade, em questão de matéria orçamentária, possui fundamental importância,


sobretudo pelo fato de que da extensão dessas leis e de seus anexos.

Por este princípio busca-se evitar as chamadas caudas orçamentárias, ou seja, que sejam
acrescentadas matérias estranhas ao orçamento nestas longas lei e anexos.

Conforme Aliomar Baleeiro: "Foi a reforma de 1926 que, por iniciativa do Presidente Bernardes, deu
tiro de morte às chamadas 'caudas orçamentárias', isto é, dispositivo de lei, no sentido material,
sobre os mais variados assuntos estranhos às finanças".

Por esse motivo é que, o art. 165, § 8º, da CF preconiza:

Art. 165. § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita, nos termos da lei.

4.3.3 - Princípio da Programação

Quanto à programação, conforme ensina Leite (2020, p. 140):

A programação remete à ideia do planejamento das ações, as quais devem ser vinculadas por
um nexo entre os objetivos constitucionais e aqueles traçados pelo governante, num
afunilamento na concretização do seu plano de governo, iniciando-se com a observância das
prescrições constitucionais (arts. 1º, 3º e 5º, da CF) e implementando-as no plano plurianual
(PPA), na lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e na lei orçamentária anual (LOA). É da
integração entre esses planos que surge a necessidade da programação.

Neste sentido, os arts. 48, IV, e 165, § 4º, ambos da CF/88 preconizam:

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Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida
esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência
da União, especialmente sobre:

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento

Art. 154. § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta


Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo
Congresso Nacional.

4.3.4 - Princípio do Equilíbrio Orçamentário

Trata-se de princípio implícito, o qual norteia toda a Administração Pública, tendo ganhado especial
relevo com a promulgação da LRF, que tornou regra a elaboração de orçamento equilibrado.

Através do princípio do equilíbrio do orçamento público, busca-se garantir que as despesas


autorizadas na lei orçamentária não sejam superiores à previsão das receitas.

4.3.5 - Princípio da Anualidade

O referido princípio pauta, de forma bem simples que o orçamento público é ânuo, ou seja, o
intervalo de tempo em que se estimam as receitas e se fixa as despesas é de 1 ano, o que coincide
com o exercício civil. Neste sentido, prevê o art. 34 da Lei n. 4.320/64: Art. 34. O exercício financeiro
coincidirá com o ano civil

4.3.6 - Princípio Unidade

Trata-se de um princípio formal, o qual preconiza que o documento orçamentário deve ser único,
não obstante a CF/88 prever três orçamentos (art. 165, § 5º: seguridade social, investimentos e fiscal).

Assim, deve-se interpretar de forma sistêmica, como uma segmentação do orçamento único global,
como se fossem sub orçamentos.

4.3.7 - Princípio da Universalidade

Trata-se de princípio segundo o qual todas as receitas e despesas deverão estar previstas na lei
orçamentária (exceto as receitas tributárias criadas após a aprovação da LOA).

Jurisprudência

Súmula 66, STF: “É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento,
mas antes do início do respectivo exercício financeiro”.

Em relação ao produto da arrecadação do tributo, tem-se que não estará contido na LOA pelo
simples fato de não ter sido previsto. Logo, não há desrespeito ao princípio aludido.

Ilustra o princípio da universalidade o art. 165, § 5º, da CF/88, segundo o qual a lei orçamentária
compreenderá os orçamentos fiscal, de investimento das empresas e da seguridade social.

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4.3.8 - Princípio do Orçamento-bruto

Quanto a este princípio, leciona Leite (2020, p. 147/148):

De acordo com esse princípio, as receitas e as despesas deverão constar na lei orçamentária
pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções (art. 6º, da Lei n. 4.320/64). Ou seja, muito
embora o tributo IPVA seja do Estado e, por força constitucional, ele deva ser repartido em
50% para os Municípios; no orçamento do Estado, a receita do tributo deve ser lançada na sua
totalidade e não com o abatimento do valor a ser repassado. Logo, para os entes que
repartem as suas receitas, deve constar o valor integral a ser arrecadado, na parte da receita;
e o valor a ser repartido, na parte da despesa. Não pode haver lançamento apenas do valor
líquido.

4.3.9 - Princípio da Transparência Orçamentária

Trata-se de princípio que, não obstante o fato de não estar expressamente previsto na Constituição,
extrai seu conteúdo do art. 37, da CF, caput, que prevê a publicidade como princípio norteador da
Administração Pública.

Dessa forma, a publicidade é apenas uma das formas de se promover a transparência e,


consequentemente, permitir a fiscalização das receitas e despesas públicas.

Segundo Ricardo Lobo Torres:

A sociedade deve agir de tal forma transparente que no seu relacionamento com o Estado
desapareça a opacidade dos segredos e da conduta abusiva fundada na prevalência da forma
sobre o conteúdo dos negócios jurídicos.

O Estado, por seu turno, deve revestir a sua atividade financeira da maior clareza e abertura,
tanto na legislação instituidora de impostos, taxas, contribuições e empréstimos como na
feitura do orçamento e no controle da sua execução.

4.3.10 - Princípio da Não Afetação (Não Vinculação) das Receitas de Impostos

O princípio da não vinculação da receita de impostos é preceituado na Constituição Federal do


seguinte modo:

Art. 167. São vedados:

(...)

IV — a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição


do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no §
4º deste artigo;)

Conforme explica Kiyoshi Harada:

“essa vedação traduz o princípio de que cabe ao governante, consagrado nas urnas, a
responsabilidade de elaborar o seu plano de ação governamental promovendo o
direcionamento de despesas públicas para setores reputados prioritários e dentro da

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plataforma de campanha, sob pena de faltar legitimidade para governar. Mas, isso é tarefa
para estadistas, que parece não mais existir. Na falta destes, a tendência é ir vinculando
receitas públicas às mais diversas necessidades públicas a serem satisfeitas, de tal forma que
a governança poderia até ser entregue a um computador”.

4.3.11 - Princípio da Especificação ou Especialização

Está previsto no art. 167, VI e VII da CF/88:

Art. 167. São vedados: (...)

VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados

A LRF também prevê esse princípio:

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano
plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
[...]

§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação
ilimitada.

Segundo este princípio, é vedado dispor de crédito orçamentário para uma finalidade imprecisa. Os
créditos orçamentários nascem amarrados a programas e projetos de governo.

A reserva de contingência é exceção ao princípio da especificação. O Anexo de Riscos Fiscais criado


pela LRF na LDO, deve prever os passivos contingentes. Trata-se de verbas que não estão atreladas
a nenhum programa e projeto.

Assim, como não se pode definir onde essa reserva de contingência, efetivamente, vai ser utilizada,
não há como previamente ligá-la a um programa ou projeto antes do risco acontecer.

4.3.12 - Princípio da Proibição de Estorno

Está previsto na Constituição Federal da seguinte maneira:

Art. 167. São vedados: (...)

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VIII — a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e
da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e
fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

4.3.13 - Princípio da Unidade de Tesouraria (ou Unidade de Caixa)

Conforme previsto no art. 56, da Lei n. 4.320/64:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de


unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

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Conforme explica Leite (2020, p. 170):

para maior organicidade das contas públicas, é necessário que todo recurso carreado ao
Erário, de caráter originário ou derivado, ordinário ou extraordinário, de natureza
orçamentária ou extraorçamentária, geral ou vinculado, seja alocado em uma única conta, a
fim de
facilitar a gerência dos mesmo Conforme

4.3.14 - Princípio da Economicidade

Sobre o tema, como bem explica o Professor Ricardo Lobo Torres:

o conceito de economicidade, originário da linguagem dos economistas, corresponde, no


discurso jurídico, ao de justiça. Implica na eficiência na gestão financeira e na execução
orçamentária, consubstanciadas na minimização de custos e gastos públicos e na
maximização da receita e da arrecadação. É a justa adequação e equilíbrio entre as duas
vertentes das finanças públicas. Para o professor, o controle da economicidade, relevante no
direito constitucional moderno, em que o orçamento está cada vez mais ligado ao programa
econômico, inspira-se no princípio do custo-benefício. Este princípio implica na adequação
entre receita e despesa, de modo que o cidadão não seja obrigado a fazer maior sacrifício e
pagar mais impostos para obter bens e serviços que estão disponíveis no mercado a menor
preço

4.3.15 - Princípio da diferenciação das fontes de financiamento

Quanto a este princípio, como bem elucida Harrison Leite:

A Constituição Federal intentou criar um sistema tributário que dialogasse com o sistema
orçamentário, de tal modo que a natureza do tributo revelasse um plexo de características de
organicidade dos sistemas.

Sendo assim, (i) a receita de impostos deveria ficar livre ao Executivo, para a aplicação das
políticas públicas genéricas; (ii) a receita das taxas deveria ter relação direta com o custo do
serviço público específico e divisível ou da atividade de fiscalização, por questão de justiça
fiscal; (iii) a receita da contribuição de melhoria não poderia ser maior do que o custo da obra
pública; (iv) a receita do empréstimo compulsório deveria ser adstrita ao motivo que ensejou
a sua criação e, (v) a receita das contribuições especiais deveria ter aplicação estrita à
finalidade prevista em lei.

Qualquer aplicação distinta ensejaria desorganicidade sistêmica, passível de reparação pela


via judicial, dado que a fonte de financiamento torna-se peça fundamental para a regularidade
na aplicação do recurso.

A título de exemplo, tem-se o art. 167, XI da CF/88: Art. 167. Sâo vedados:

XI — a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195,
I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral
de previdência social de que trata o art. 201.

4.4. CICLO ORÇAMENTÁRIO

O ciclo orçamentário inicia-se com a necessidade de determinado recurso, plenamente justificada,


até a sua correta aplicação e posterior fiscalização, ou seja, configura-se por ser uma série de fatos
orçamentários sucessivos.

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Conforme escólio de Leite (2020, p. 187) ciclo orçamentário:

é um conjunto de etapas que não se adstringem a um exercício financeiro, visto que os


fenômenos orçamentários não se exaurem com a sua ocorrência, deixando reflexos que serão
objeto de análise por parte dos setores competentes. Por esta razão se afirma que o ciclo
orçamentário não se confunde com o exercício financeiro, pois este corresponde a uma das
fases do ciclo, até porque a fase de preparação da proposta orçamentária e sua elaboração
precedem o exercício financeiro, e a fase de avaliação e prestação de contas o ultrapassa.

O ciclo orçamentário compreende as seguintes etapas:

4.4.1 - Iniciativa/Elaboração

Quanto a esta etapa, explica Leite (2020, p. 187P que:

Pela redação do art. 84, XXIII, da Constituição Federal, percebe-se que as leis orçamentárias
serão elaboradas sempre por iniciativa do Poder Executivo. E uma iniciativa privativa e
indelegável E tal se dá porque o Parlamento, embora preparado para o exercício da produção
de leis, não possui o nível de informações técnicas e peculiares da Administração para o
atendimento das necessidades públicas. É o Executivo que conhece a realidade sobre a qual
atua e pode, aprioristicamente, melhor julgar a sua alocação, que será posteriormente
analisada pelos legisladores.

Por ter o Executivo a visão global da produção dos recursos necessários às satisfações das
necessidades públicas, e por ser o maior encarregado de executar as tarefas delineadas no
orçamento, é que o constituinte ofertou-lhe, de maneira correta, a iniciativa desta lei.

Logo, o Legislativo não tem competência para iniciar um projeto de lei orçamentária.

No entanto, o Legislativo poderá, através de leis tributárias, principalmente as concessivas de


benefícios fiscais, alcançar reflexamente o orçamento, sem com isso ferir a competência
exclusiva do Executivo para tratar do orçamento, visto que está dentro da competência do
Poder Legislativo a iniciativa de lei tributária que reduz receita pública. Nesse sentido, decidiu
o STF:

A Constituição de 1988 admite a iniciativa parlamentar na instauração do processo legislativo


em tema de direito tributário. A iniciativa reservada, por constituir matéria de direito estrito,
não se presume e nem comporta interpretação ampliativa, na medida em que, por implicar
limitação ao poder de instauração do processo legislativo, deve necessariamente derivar de
norma constitucional explícita e inequívoca. O ato de legislar sobre direito tributário, ainda
que para conceder benefícios jurídicos de ordem fiscal, não se equipara, especialmente para
os fins de instauração do respectivo processo legislativo, ao ato de legislar sobre o orçamento
do Estado. (ADI 724-MC, Rei. Min. Celso de Mello, julgamento em 7-5-1992, Plenário, DJ de
27-4-2001.) No mesmo sentido: RE 590.697-ED, Rei. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento
em 23-8-2011, Segunda Turma, DJE de 6-9-2011.

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 553/2000, do Estado do Amapá. Desconto no


pagamento antecipado do IPVA e parcelamento do valor devido. Benefícios tributários. Lei de
iniciativa parlamentar. Ausência de vício formal. Não ofende o art. 61, § Io, II, b, da CF, lei
oriunda de projeto elaborado na Assembleia Legislativa estadual que trate sobre matéria
tributária, uma vez que a aplicação deste dispositivo está circunscrita às iniciativas privativas
do chefe do Poder Executivo Federal na órbita exclusiva dos territórios federais. Precedentes:
ADI 2.724, Rei. Min. Gilmar Mendes, DJ de 2-4-04, ADI 2.304, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, DJ
de 15-12-2000 e ADI 2.599-MC, Rei. Min. Moreira Alves, DJ de 13-12-2002. A reserva de
iniciativa prevista no art. 165, II, da Carta Magna, por referir-se a normas concernentes às

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diretrizes orçamentárias, não se aplica a normas que tratam de direito tributário, como são
aquelas que concedem benefícios fiscais. Precedentes: ADI 724-MC, Rei. Min. Celso de Mello,
DJ de 27-4-2001 e ADI 2.659, Rei. Min. Nelson Jobim, DJ de 6-2-2004. Ação direta de
inconstitucionalidade cujo pedido se julga improcedente. (ADI 2.464, Rei. Min. Ellen Gracie,
julgamento em 11-4-2007, Plenário, DJ de 25-5-2007.) No mesmo sentido: RE 601.348-ED, Rei.
Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 22-11-2011, Segunda Turma, DJE de 7-12-2011.
Vide: ADI 3.205, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 19-10-2006, Plenário, DJ de 17-
11-2006.

4.4.2 - Apreciação e Emendas ao orçamento

Após o encaminhamento da proposta, haverá apreciação pelo poder Legislativo, que, no caso da
União, dar-se-á por análise conjunta das duas casas do Congresso Nacional.

De acordo com o Regimento do Congresso Nacional, a apreciação será em sessão conjunta, mas
com apuração de votos em separado. Assim, em cada votação haverá a sessão conjunta, contudo,
no momento da votação, se verificará o atingimento ou não do quórum de maioria simples em cada
Casa (Câmara e Senado), a fim de que não seja rejeitada a matéria.

4.4.3 - Sanção ou veto

Explicita Leite (2020, p. 197/198):

Seguindo o trâmite comum das demais leis, o Executivo terá o prazo de 15 (quinze) dias úteis,
a contar da data do recebimento do projeto, para sancioná-lo. Poderá também vetá-lo, no
todo ou em parte, comunicando o fato em 48 (quarenta e oito) horas ao Presidente do Senado
Federal, expondo seus motivos. O silêncio importa sanção. Na ocorrência de veto, ele será
apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 (trinta) dias de seu recebimento. Não havendo
deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
proposições, até sua votação final, com exceção das medidas provisórias. Para que o veto seja
rejeitado, isto é, para que se restabeleça o texto aprovado originalmente pelo Plenário, é
necessária maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio aberto (art. 66, § 4º,
da CF, com a redação dada pela EC n. 76/13). Se o veto for derrubado, o projeto será enviado,
para promulgação, ao Presidente da República. Se o veto for mantido, o projeto será
promulgado pelo Executivo sem a parte que foi vetada.

4.4.4 - Execução

Com a aprovação e publicação da lei orçamentária, passará a lei a vigorar, devendo ser cumprida.
Assim o executivo poderá utilizar os recursos conforme o disposto na lei orçamentária.

Neste sentido, a LRF em seu art. 8º dispões que o Executivo estabeleça, em até 30 (trinta) dias após
a publicação dos orçamentos, a programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso. Com essa programação, os administradores começam a executar o orçamento.

4.4.5 - Controle

O gasto público necessita passar por rigoroso controle para que possa ser devidamente efetuado.
Dessa forma, tanto os gastos quanto as receitas são passíveis de efetiva fiscalização e de controle.

Aos órgãos de controle, principalmente o Tribunal de Contas, incumbe apreciar e julgar a correta ou
incorreta aplicação dos recursos públicos, de acordo com as normas que disciplinam o controle das
contas públicas.

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4.4.6 - Orçamento-programa

O chamado orçamento-programa refere-se ao orçamento que interliga o planejamento e as funções


executivas da organização. A estrutura deste orçamento mira nos aspectos administrativos e de
planejamento.

Dessa forma, a execução orçamentária é um indicador efetivo e fundamental da eficácia do


planejamento (caso o orçamento seja bem feito), uma vez que os gastos estarão sendo direcionados
ao que foi previamente concebido, ou seja, planos de governo e políticas sociais de caráter geral.

4.5 ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

O orçamento e o planejamento do governo são dispostos de forma efetiva na Constituição de 1988,


através de três leis/instrumentos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e
a Lei Orçamentária Anual (LOA).

Dispõe a CF/88 que:

Art. 165 (...) § 9º - Cabe à lei complementar:

I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do


planoplurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta


bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão
adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e
limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e
12 do art. 166.

Os projetos de lei apresentados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo serão analisados
por uma comissão mista de deputados e senadores e apreciados pelas duas Casas do
Congresso Nacional, na forma do seu regimento comum. Os projetos, após aprovados, terão
status de Leis Ordinárias.

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao


orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República

II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais


previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de
acordo com o art. 58.

Conforme se verifica, cabe ao Poder Executivo elaborar e ao Poder Legislativo discutir e aprovar
(após, necessita de sansão presidencial). Já em relação à fiscalização, incumbe ao Poder Legislativo,
com auxílio do Tribunal de Contas. Vejamos cada uma destas leis:

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4.5.1 - Plano Plurianual

Trata-se de peça orçamentária que estabelece as metas e prioridades da Administração em longo


prazo, somente podendo dispor sobre, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e despesas de duração continuada (aquelas
com duração igual ou superior a dois exercícios).

Caso não ocorre o envio do PPA pelo Chefe do Executivo implica em crime de responsabilidade.

Conforme dispõe o art. 165, § 9º, da CF que cabe à lei complementar:

“I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano


plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;”.

Na ausência dessa lei complementar, que ainda não foi editada, o ADCT é aplicado:

Art. 35. (...)

§ 2º ADCT Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II,
serão obedecidas as seguintes normas:

I – o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
da sessão legislativa;

Assim, o PPA terá vigência durante os três últimos anos do mandato de um Presidente e o primeiro
ano do mandato do Presidente seguinte.

O prazo para o envio é o mesmo da Lei orçamentária, até 31 de agosto (quatro meses antes do
término do primeiro exercício do Presidente) e tem que ser aprovada até o final da sessão legislativa,
cuja data é 22 de dezembro.

Assim, depreende-se que o plano plurianual tem duração de 4 anos.

4.5.2 - Lei de Diretrizes Orçamentárias

A LDO determinará as metas e diretrizes da Administração Pública, bem como estabelecerá as


diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em observância à trajetória sustentável da dívida
pública. Orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Atente-se sempre para o fato de que é uma lei que visa a direcionar a elaboração da LOA. A LDO
deverá ser encaminhada pelo Chefe do Executivo até 15 de abril, e devolvida para sanção até o
término do primeiro período da sessão legislativa - 17 de julho. Atualmente, a principal lei
orçamentária é a LDO.

Neste sentido:

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Art.35. (...)

§ 2º, II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio
antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
do primeiro período da sessão legislativa; (até 17 de julho é necessário aprová-la, art. 57,
CF/88).

Caso o prazo de devolução seja descumprido, os Congressistas não poderão entrar de férias, até
que aprovem a LDO e remetam para sanção. É o que prevê a CF/88:

Art.57. (...)

§ 2º – A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de


diretrizes orçamentárias.

Por fim, o art. 165, § 2º, da CF, conceitua a LDO:

Art. 165. (...)

§ 2º. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração


pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em
consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

4.5.3 - Lei Orçamentária Anual

A LOA deverá compreender todas as receitas e despesas estatais, incluindo os orçamentos de


investimento, fiscal e da seguridade social, devendo ainda guardar compatibilidade com a LDO.

O projeto da LOA deverá ser encaminhado ao Congresso até 30 de agosto, e deverá ser devolvido
para sanção até o término da sessão legislativa. Sua vigência será de 1 ano, correspondendo ao
exercício civil;

Conforme decidiu o STF, são inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de
verbas públicas oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES) — que devem ter aplicação compulsória
na área de saúde — para atendimento de outras finalidades específicas:

São inconstitucionais as decisões judiciais que determinam a constrição de verbas públicas


oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES) — que devem ter aplicação compulsória na área
de saúde — para atendimento de outras finalidades específicas A Justiça do Trabalho proferiu
diversas decisões judiciais determinando o bloqueio, arresto, penhora e sequestro de valores
que estavam das contas administradas pelo Poder Executivo. Foram bloqueadas verbas
públicas oriundas de Fundo Estadual de Saúde (FES). Os bloqueios foram realizados para o
pagamento de condenações proferidas pela Justiça do Trabalho contra o Estado-membro. O
Governador ajuizou ADPF contra esse conjunto de decisões judiciais alegando que houve
violação a diversos preceitos fundamentais, em especial àqueles referentes ao sistema
orçamentário. O STF entendeu que decisões judiciais que determinam o bloqueio, penhora ou
liberação, para satisfação de créditos trabalhistas, de receitas públicas oriundas do Fundo
Estadual de Saúde objeto de contratos de gestão firmados entre o Estado-membro e
entidades de terceiro setor, violam o princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da
CF/88), o preceito da separação funcional de poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III, da CF/88), o
princípio da eficiência da Administração Pública (art. 37, caput, da CF/88) e o princípio da

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continuidade dos serviços públicos (art. 175 da CF/88). STF. Plenário. ADPF 664/ES, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 16/4/2021 (Info 1013).

Da mesma forma, o STF já reconheceu a inconstitucionalidade de decisão judicial que determina a


constrição de verbas de empresa estatal que desempenha serviço público essencial, em regime não
concorrencial e sem intuito de lucro:

É inconstitucional decisão judicial que determina a constrição de verbas de empresa estatal


que desempenha serviço público essencial, em regime não concorrencial e s em intuito de
lucro. Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço
público essencial, em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, não podem
ser bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pagamento de verbas trabalhistas,
em virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios da legalidade orçamentária
(art. 167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2º, 60, § 4º, III, da CF) e da eficiência da
administração pública (art. 37, ‘caput’, da CF). STF. Plenário. ADPF 588/PB, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 26/4/2021 (Info 1014).

Informativos do STF

Informativo 1018 do STF: É inconstitucional o bloqueio ou sequestro de verba pública, por decisões
judiciais, de empresa estatal prestadora de serviço público em regime não concorrencial e sem
intuito lucrativo primário. Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de
serviço público essencial, em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, não podem
ser bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pagamento de suas dívidas, em virtude
do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF),
da separação dos pode res (arts. 2°, 60, § 4°, III, da CF) e da eficiência da administração pública (art.
37, caput, da CF). STF. Plenário. ADPF 616/BA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/5/2021.

Informativo 1026 do STF: São inconstitucionais atos de constrição, por decisão judicial, do
patrimônio de estatais prestadoras de serviço público essencial, em regime não concorrencial e sem
intuito lucrativo primário, para fins de quitação de suas dívidas Os recursos públicos vinculados ao
orçamento de estatais prestadoras de serviço público essencial, em regime não concorrencial e sem
intuito lucrativo primário, não podem ser bloqueados ou seques trados por decisão judicial para
pagamento de suas dívidas, em virtude do disposto no art. 100 da CF/88, e dos princípios da
legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88), da separação dos poderes (arts. 2o, 60, § 4o, III, da
CF/88) e da eficiência da administração pública (art. 37, caput, da CF/88). STF. Plenário. ADPF
789/MA, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/8/2021 (Info 1026).

Lembre-se sempre que na LOA não poderá constar previsão de dotação para despesa com duração
superior a um exercício financeiro não constante no PPA. Ademais, também é vedada a consignação
de crédito com finalidade imprecisa ou dotação ilimitada. A LOA, no âmbito federal, será apreciada
por Comissão Mista Permanente.

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4.6 CRÉDITO ORÇAMENTÁRIO INICIAL

Entende-se como crédito orçamentário inicial ou ordinário aquele crédito aprovado pela lei
orçamentária anual, constante dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das
empresas estatais.

A LOA é organizada na forma de créditos orçamentários, aos quais estão consignadas dotações,
institui-se o crédito orçamentário através do conjunto de categorias classificatórias e contas que
especificam as ações e operações autorizadas pela lei orçamentária, com a finalidade de executar os
programas governamentais. Por sua vez, a dotação é o montante de recursos financeiros com que
conta o crédito orçamentário.

Dessa forma, o crédito orçamentário é portador de uma dotação e esta define o limite de recurso
financeiro autorizado.

4.7 ESTÁGIOS DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

A despesa pública é conceituada como a aplicação do dinheiro arrecadado no custeio dos serviços
públicos. Possui 3 estágios, os quais estão presentes na Lei nº 4.320/64: empenho, liquidação e
pagamento.

etapa em que o governo


reserva o dinheiro que será
Empenho pago quando o bem for
entregue ou o serviço
concluído.

quando se verifica que


Estágios da despesa
Liquidação o governo recebeu
orçamentária
aquilo que comprou.

realizado após se
verificar se o
Pagamento
cumprimento de todas
as fases anteriores

4.8 DÍVIDA PÚBLICA

As receitas e despesas da União estão diretamente ligadas ao orçamento público, uma vez que a Lei
Orçamentária Anual (LOA) estima as receitas e fixa as despesas de todo o Governo Federal.

Quanto a receita pública, pode-se definir como toda entrada de recursos que possa ser integrada ao
patrimônio público. Logo, receita pública é qualquer quantia recebida pelos cobres públicos e que
gere um aumento do patrimônio público.

Segundo a Lei 4.320/64, a receita poderá ser classificada em Correntes e de Capital:

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Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e


Receitas de Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)

§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária,


industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de
outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)

§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos


de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos
de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis
em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

Já quanto a despesa pública, nos dizeres de Aliomar Baleeiro: “é a aplicação de certa quantia em
dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro duma autorização
legislativa, para execução de fim a cargo do Governo”.

A lei n. 4.320/64 classifica as despesas públicas em dois grandes grupos: despesas correntes e
despesas de capital.

As Despesas Correntes são subdivididas em Despesas de Custeio e Transferências Correntes, assim


definindo a Lei 4.320/64:

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Inversões Financeiras

Transferências de Capital

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços


anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação
de bens imóveis.

§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não


corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e
subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou
privado.

§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir


despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:

I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter


assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter


industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de


obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização
destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações,

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equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que


não sejam de caráter comercial ou financeiro.

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer


espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos


comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras


que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de
contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou
contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente
anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Despesas de Custeio
Correntes
Transferências Correntes
DESPESAS
Investimentos

Dissimulação Inversões Financeiras

Transferências de Capital

4.8.1 - Dívida, Resultado Primário e Resultado Nominal

O déficit público se concretiza quando os investimentos e gastos do governo em geral superam às


receitas ou à poupança pública, que por sua vez trata-se da diferença existente entre as receitas
líquidas de transferências e os investimentos, conforme apresentado pelas Contas Nacionais.

O superávit se dará justamente quando esse resultado for positivo, caso o resultado seja negativa se
concretizará o déficit.

Havendo déficit público/fiscal, surge a necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP). A


cobertura dessa necessidade de financiamento se dará de duas formas:

Emissão de moeda: Banco Central ou


autoridade equivalente emite a moeda e
deposita na conta do Tesouro Nacional, e
em troca pode receber títulos de dívida do
Tesouro ou não.
Formas da necessidade de
financiamento

Operações de Mercado Aberto (Open


Market): frente ao deficit fiscal, o Tesouro
Nacional pode emitir títulos de dívida ao
setor privado.

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4.8.1 – Déficit/Resultado Primário, Operacional e Nominal

Corresponde
Resultado Primário as Receitas não-financeiras – Despesas
não-financeiras.

Corresponde ao Resultado primário –


Resultado Nominal
despesas financeiras + receitas financeiras

Corresponde ao Resultado nominal – juros


Resultado Operacional reais da dívida pública.

4.9 NOÇÕES DE TÍTULOS PÚBLICOS

São responsáveis pela emissão dos títulos públicos:

Secretaria do Tesouro Nacional (STN): trata-se de órgão do Governo Federal ligado ao Ministério
da Economia. A STN visa administrar a dívida pública, operacionalizando no mercado financeiro
através da emissão de títulos de dívidas, bem como gerando informações sobre as finanças públicas.

Banco Central do Brasil (Bacen): autoridade monetária brasileira, que possui competência para
manter a estabilidade da moeda, sendo considerado o Banco dos bancos. Possui poder regulamentar
do mercado financeiro e monetário, bem como negociando títulos de dívida para execução de
Política Monetária.

O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) é uma infraestrutura do mercado financeiro


brasileiro que faz parte do Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB), sendo responsável por efetuar
a custódia e o registro de transações de maioria dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Assim,
o SELIC é responsável por grande parte da execução da Política Monetária no Brasil.

Do Sistema Especial de Liquidação e Custódia também deriva a chamada Taxa Selic, uma taxa de
juros básica da economia.

Com a finalidade de manter a inflação dentro da meta, o Bacen opera no mercado de títulos públicos
a fim de que a taxa Selic esteja de acordo com a meta definida em reunião do Comitê de Política
Monetária do Bacen, o chamado Copom.

Existem diversos títulos que são ofertados pelo Tesouro Nacional, vejamos:

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Títulos prefixados: preste sempre bastante atenção na nomenclatura dos títulos, pois costumam
ser bastante indicativos. Os títulos prefixados, por exemplo, são aqueles em que a taxa de juros estão
prefixados desde o momento da compra do título.

Títulos pós-fixados: fixa-se a taxa de juros após o período de compra ou apenas no vencimento.

Títulos híbridos: trata-se de combinação dos títulos anteriores.

Vejamos alguns exemplos de títulos em negociação pela STN:

Tesouro Selic: trata-se de título pós-fixado atrelado à taxa Selic. Possui como característica a
baixa volatilidade, ou seja, seu valor de face se mantém quase constante já que envolve a taxa Selic,
também possui alta liquidez, sendo vendido e comprado sempre que o mercado está aberto.

Tesouro Prefixado: trata-se de título prefixado, o qual possui taxa fixa já previamente definida
quando da contratação do título.

Tesouro Prefixado com juros semestrais: trata-se de título prefixado, assim como o anterior.
Porém, nesse caso os juros sobre o capital são pagos semestralmente.

Tesouro IPCA+: trata-se de título misto, no qual uma parte da rentabilidade é uma taxa de juros
prefixada e outra parte é variação da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA).

Tesouro IPCA+ com juros semestrais: trata-se de título bem semelhante ao anterior, porém,
neste caso há o pagamento de juros semestralmente.

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5.1 CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO

Os cartões também são conhecidos como “dinheiro de plástico”, sendo produto bastante usado
atualmente, sobretudo por sua praticidade.

O cartão de débito é um meio utilizado para a realização de compras/pagamentos à vista, também


sendo utilizado para movimentação das contas bancárias, haja vista que através do cartão de débito
é possível que o pagamento seja realizado debitando diretamente a quantia da conta do usuário.

Além disso, trata-se de serviço considerado essencial pela legislação brasileira, devendo ser ofertado
de forma gratuita pelas instituições bancárias.

Por sua vez, o cartão de crédito permite ao usuário que realize compras/pagamentos a prazo,
mediante a utilização de limite de crédito.

Existem dois tipos de cartão de crédito:

Cartão básico: utilizado exclusivamente para fins de pagamento de compras/serviços, por ser um
cartão mais simples, possui menor tarifa de anuidade em relação aos demais.

Cartão diferenciado: permite um tratamento diferenciado dos clientes, com a oferta de serviços
não existentes no básico, como por exemplo, os serviços de benefícios ou recompensas.

Hora da Questão

(Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova) Os cartões de crédito são, às vezes,
chamados de “dinheiro de plástico”. Seu uso crescente como meio de pagamento implica vários
aspectos, EXCETO o(a)

A) ganho sobre a inflação para os possuidores de cartão, sendo os valores das compras pagos apenas
no vencimento do cartão.

B) crédito automático até certo limite para os possuidores de cartão.

C) aumento da demanda de papel moeda pelos possuidores de cartão, para pagamento de suas
transações.

D) aumento da segurança da transação, tanto para o comprador quanto para o vendedor.

E) indução ao crescimento de vendas para os estabelecimentos credenciados.

Gabarito: C

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Comentário: Ao contrário do afirmado na alternativa C, o uso do cartão de crédito, na


verdade, reduz a demanda de papel moeda.

5.2 CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR

O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) trata-se de modalidade de crédito destinado a consumidores,


seja pessoa física ou pessoa jurídica, com o objetivo de aquisição de bens e serviços, com pagamento
parcelado.

Há cobrança de juros e IOF.

Cartões de crédito também


concedem.

A garantia, geralmente, é
o próprio bem - alienação
fiduciária.

CDC
Destinado a consumidores

Aquisição de bens e serviços

CDC-i: empresa vendedora


é a interveniente da operação.

5.3 CRÉDITO RURAL

O Crédito Rural refere-se a modalidade de crédito concedida por instituições integrantes do


chamado Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).

A Lei nº 4829/65, assim define o crédito rural:


Art. 2º Considera-se crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas
e estabelecimentos de crédito particulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para
aplicação exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação em
vigor.

A referida lei também trata das modalidades de crédito rural, assim dispondo:

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Art. 8º O crédito rural restringe-se ao campo específico do financiamento das atividades rurais
e adotará, basicamente, as modalidades de operações indicadas nesta Lei, para suprir as
necessidades financeiras do custeio e da comercialização da produção própria, como também
as de capital para investimentos e industrialização de produtos agropecuários, quando
efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural.

Art. 9º Para os efeitos desta Lei, os financiamentos rurais caracterizam-se, segundo a


finalidade, como de:

I - custeio, quando destinados a cobrir despesas normais de um ou mais períodos de produção


agrícola ou pecuária;

II - investimento, quando se destinarem a inversões em bens e serviços cujos desfrutes se


realizem no curso de vários períodos;

III - comercialização, quando destinados, isoladamente, ou como extensão do custeio, a cobrir


despesas próprias da fase sucessiva à coleta da produção, sua estocagem, transporte ou à
monetização de títulos oriundos da venda pelos produtores;

IV - industrialização de produtos agropecuários, quando efetuada por cooperativas ou pelo


produtor na sua propriedade rural.

Art. 10. As operações de crédito rural subordinam-se às seguintes exigências essenciais:

I - idoneidade do proponente;

Il - apresentação de orçamento de aplicação nas atividades específicas;

Ill - fiscalização pelo financiador.

Art. 11. Constituem modalidade de operações:

I - Crédito Rural Corrente a produtores rurais de capacidade técnica e substância econômica


reconhecidas;

Il - Crédito Rural Orientado, como forma de crédito tecnificado, com assistência técnica
prestada pelo financiador, diretamente ou através de entidade especializada em extensão
rural, com o objetivo de elevar os níveis de produtividade e melhorar o padrão de vida do
produtor e sua família;

II - Crédito às cooperativas de produtores rurais, como antecipação de recursos para


funcionamento e aparelhamento, inclusive para integralização de cotas-partes de capital
social, destinado a programas de investimento e outras finalidades, prestação de serviços aos
cooperados, bem como para financiar estes, nas mesmas condições estabelecidas para as
operações diretas de crédito rural, os trabalhos de custeio, coleta, transportes, estocagem e a
comercialização da produção respectiva e os gastos com melhoramento de suas
propriedades. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 784, 25/08/69.)

IV - Crédito para Comercialização com o fim de garantir aos produtores agrícolas preços
remuneradores para a colocação de suas safras e industrialização de produtos agropecuários,
quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural;

V - Crédito aos programas de colonização e reforma agrária, para financiar projetos de


colonização e reforma agrária como as definidas na Lei número 4.504, de 30 de novembro de
1964.

Art. 12. As operações de crédito rural que forem realizadas pelo Instituto Brasileiro de Reforma
Agrária, pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário e pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico, diretamente ou através de convênios, obedecerão às

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modalidades do crédito orientado, aplicadas às finalidades previstas na Lei nº 4.504, de 30 de


novembro de 1964.

Art. 13. As entidades financiadoras participantes do sistema de crédito rural poderão designar
representantes para acompanhar a execução de convênios relativos à aplicação de recursos
por intermédio de órgãos intervenientes.

§ 1º Em caso de crédito a cooperativas, poderão os representantes mencionados neste artigo


prestar assistência técnica e administrativa, como também orientar e fiscalizar a aplicação dos
recursos.

§ 2º Quando se tratar de cooperativa integral de reforma agrária, aplicar-se-á o disposto no §


2º do art. 79 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964.

Art. 14. Os termos, prazos, juros e demais condições das operações de crédito rural, sob
quaisquer de suas modalidades, serão estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional,
observadas as disposições legais específicas, não expressamente revogadas pela presente Lei,
inclusive o favorecimento previsto no art. 4º, inciso IX, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de
1964, ficando revogado o art. 4º do Decreto-lei nº 2.611, de 20 de setembro de 1940.

Hora da Questão

(CESGRANRIO/BASA/TÉCNICO BANCÁRIO/2018/) O crédito rural abrange diversas modalidades de


financiamento aos empresários do setor, desde a fase de produção até o abastecimento dos
mercados consumidores. A modalidade que assegura aos produtores e cooperativas rurais recursos
destinados a financiar o abastecimento doméstico e o armazenamento dos estoques excedentes em
períodos de queda dos preços é denominada crédito

a) geral

b) especial

c) de investimento

d) de custeio

e) de comercialização

Gabarito: E

Comentário: O crédito de comercialização possui como finalidade garantir aos produtores


agrícolas preços remuneradores para a colocação de suas safras e industrialização de produtos
agropecuários, quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural.

5.4 POUPANÇA

Conforme denomina o próprio Banco do Brasil, a poupança é uma reserva financeira, guardada para
uma finalidade futura, com rentabilidade definida por lei e que varia de acordo com a taxa Selic. Com
relação ao seu rendimento, este é creditado de acordo com a data-base, também chamada de
“aniversário”. Essa data refere-se ao dia em que foi feito o depósito ou transferência. O valor do
rendimento, então, é creditado na mesma data ou no dia útil subsequente. Isso ocorre a cada mês,
para pessoa física, ou três meses, para pessoa jurídica.

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No Banco do Brasil, caso o cliente já seja correntista, consequentemente já irá possuir uma conta
poupança vinculada, podendo utilizar o mesmo cartão e senhas para movimentar ambas. Caso
contrário, é possível ter somente a conta poupança e usufruir de todas as suas facilidades, como o
cartão de débito para saques e compras, pagamento de contas no débito e até saque no exterior.

5.5 CAPITALIZAÇÃO

Capitalização é mais um produto bancário que possui como finalidade poupar dinheiro, tendo como
vantagem o fato de concorrer a prêmios, bem como, ao final do plano, recebe todo o seu dinheiro
de volta corrigido monetariamente.

Trata-se de produto regulado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), um órgão ligado
ao Ministério da Fazenda que também regula o mercado de seguros e a previdência privada.

5.6 PREVIDÊNCIA

Previdência é uma espécie de reserva financeira que se faz no presente focando no futuro. Assim,
possui como objetivo ter um dinheiro acumulado para utilização quando o trabalhador se aposentar,
ou mesmo em caso de perda da capacidade laborativa.

Segundo dispõe o próprio site oficial do governo brasileiro, o Sistema Previdenciário Brasileiro é
composto por três regimes:

o Regime Geral de Previdência Social (RGPS/INSS): é um regime público administrado pelo


Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que engloba os trabalhadores da iniciativa privada e
servidores não filiados a regimes próprios;

o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS): como o nome diz, é um regime público
específico para servidores públicos concursados, titulares de cargo efetivo; e

o Regime de Previdência Complementar (RPC): que é um regime privado, complementar à


previdência pública e de contribuição facultativa, com a finalidade de suprir a necessidade de renda
adicional na aposentadoria.

5.7 CONSÓRCIO

Segundo definição dada pelo Banco Central do Brasil,

Consórcio é a reunião de pessoas naturais ou jurídicas em grupo, promovida por


administradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, por meio de
autofinanciamento, a aquisição de bens e serviços. O grupo de consórcio tem prazo de
duração e número de cotas previamente determinados.

O Consórcio pode ser utilizado para os mais diversos bens e serviços como veículos, imóveis, móveis,
agropecuária etc.

Em regra, o consórcio possui as seguintes etapas:

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1 - Simulação

2 - Contratação

Etapas do Consórcio 3 - Assembleia: contemplação das cotas por meio de


sorteio ou lance, ocorrendo geralmente de forma mensal.

4 - Oferta de Lance

5 - Contemplação: momento em que o crédito é


disponibilizado

5.8 INVESTIMENTOS

Investimento, a grosso modo, pode ser conceituado como a aplicação de determinado capital com
a expectativa de retorno futuro.

O investimento pode ser classificado em

produtivo: trata-se de investimento no qual há a aplicação de recursos na produção de


determinado bem ou serviço para comercialização;

financeiro: trata-se de investimento voltado para a aplicação de recursos em ativos do mercado


financeiro e de capitais. Pode ser subdividida em:

(i) Renda fixa: investidor possui informações já no momento da aplicação acerca do rendimento
ou mesmo o índice que será utilizado para avaliar a rentabilidade do seu investimento, além
do prazo. Trata-se assim de investimento mais seguro, tendo em vista sua maior
previsibilidade.

(ii) Renda variável: não há informações prévias acerca do rendimento, dependendo de


elementos futuros.

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5.9 SEGUROS

Inicialmente vamos trabalhar alguns conceitos e explicações acerca do seguro que você deve ter em
mente para a sua prova:

Prêmio: valor que é pago pelo segurado (cliente) à seguradora nos contratos de seguros.

Apólice: documento emitido pela seguradora, que formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo
cliente.

Sinistro: é a ocorrência de um risco coberto, durante o prazo de vigência do seguro.

Indenização: o valor pago pela seguradora ao cliente, para cobrir os prejuízos causados pelo sinistro.

Franquia: é a quantia fixa expressa na apólice, a qual o segurado deve pagar para acionar o seguro
em caso de sinistro. É, na prática, um valor que a seguradora deixa de pagar.

Além disso, tenha sempre em mente que os seguros podem ser para proteção de risco às pessoas
ou de bens. Ademais, necessita que sejam riscos predeterminados, ou seja, os riscos que a
seguradora assume e que são fixados na apólice.

No Brasil, os seguros são normatizados pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e
fiscalizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Por fim, importante salientar que o contrato de seguro possui expressa previsão no Código Civil,
sendo importante para a sua prova ter o conhecimento das disposições gerais, vejamos:

Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio,
a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos
predeterminados.

Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade
para tal fim legalmente autorizada.

Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete do seguro,
e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.

Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a declaração dos
elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco.

Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao portador, e


mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade, o limite da garantia e o
prêmio devido, e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário.

Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem ser ao portador.

Art. 761. Quando o risco for assumido em co-seguro, a apólice indicará o segurador que
administrará o contrato e representará os demais, para todos os seus efeitos.

Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso do segurado,
do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.

Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do
prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.

Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previsão do qual
se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio.

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Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do


contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do objeto como das
circunstâncias e declarações a ele concernentes.

Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o
direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.

Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do


segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro,
a diferença do prêmio.

Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao segurado quaisquer defesas
que tenha contra o estipulante, por descumprimento das normas de conclusão do contrato,
ou de pagamento do prêmio.

Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto
do contrato.

Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente
suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à
garantia, se provar que silenciou de má-fé.

§ 1º O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da
agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão
de resolver o contrato.

§ 2º A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser restituída pelo
segurador a diferença do prêmio.

Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato não
acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do risco for considerável, o
segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do contrato.

Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado participará o sinistro ao
segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para minorar-lhe as
consequências.

Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado no contrato, as despesas de
salvamento consequente ao sinistro.

Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atualização monetária da


indenização devida segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, sem prejuízo dos
juros moratórios.

Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de que o
segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará em dobro o prêmio
estipulado.

Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa cláusula
contratual, não poderá operar mais de uma vez.

Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para todos
os atos relativos aos contratos que agenciarem.

Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido,
salvo se convencionada a reposição da coisa.

Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos seguros regidos por
leis próprias.

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6.1) Noções Introdutórias

O mercado de capitais é um mercado financeiro onde são negociados títulos de renda fixa e variável,
como ações, debêntures, títulos públicos e outros. Ele é composto por diversos segmentos, como o
mercado primário, onde as empresas emitem novos títulos, e o mercado secundário, onde os títulos
já emitidos são negociados entre os investidores.

O mercado de capitais permite aos investidores aplicar seu dinheiro em diversas opções, com
diferentes graus de risco e retorno, e permite às empresas acessar recursos financeiros para investir
em seus negócios. Ele é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no
Brasil e a Securities and Exchange Commission (SEC) nos Estados Unidos.

6.2) Segmentos do mercado de capitais

Os segmentos do mercado de capitais incluem:

Mercado Primário: É o segmento onde as empresas emitem novos títulos, como ações e
debêntures, para captar recursos financeiros. Esse segmento é regulado por órgãos como a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as emissões de títulos só podem ser feitas mediante
registro e aprovação desses órgãos.

Mercado Secundário: É o segmento onde os títulos já emitidos são negociados entre os


investidores. Esse segmento é composto por diversas bolsas de valores e corretoras, onde as ações
são negociadas, e por mercados de títulos privados, onde as debêntures são negociadas.

Mercado de Derivativos: É o segmento onde são negociados contratos futuros e opções, que são
instrumentos financeiros cujos valores são derivados de outros ativos, como ações, taxas de juros e
moedas. Esse segmento é regulado por órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Mercado de títulos públicos: É o segmento onde são negociados títulos emitidos pelo governo,
como os títulos públicos federais, estaduais e municipais. Esses títulos são considerados de baixo
risco e geralmente pagam juros periódicos.

Mercado Monetário: é o segmento onde os investidores aplicam em títulos de curto prazo, como
CDBs, LCIs, LCAs e outros. Esse mercado é regulado por órgãos como o Banco Central do Brasil e as
aplicações são geralmente de baixo risco e rendimento.

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7.1) Noções Introdutórias

O mercado de câmbio é o mercado onde as moedas são compradas e vendidas. Ele permite que as
empresas, investidores e governos comprem e vendam moedas estrangeiras para se proteger contra
o risco cambial ou para obter lucro com as variações das taxas de câmbio.

O mercado de câmbio é composto por diversos segmentos, como o mercado à vista, onde as moedas
são compradas e vendidas para serem entregues imediatamente, e o mercado de futuros, onde as
moedas são compradas e vendidas para serem entregues em uma data futura.

Esse mercado é regulado por órgãos como o Banco Central do Brasil e é altamente líquido, sendo
que as principais moedas são negociadas 24 horas por dia.

7.2) Segmentos do mercado de câmbio

Os segmentos do mercado de câmbio incluem:

Mercado à vista: É o segmento onde as moedas são compradas e vendidas para serem entregues
imediatamente. Esse mercado é altamente líquido, e as taxas de câmbio são estabelecidas pelo
mercado.

Mercado de futuros: É o segmento onde as moedas são compradas e vendidas para serem
entregues em uma data futura. Esse mercado é regulado por órgãos como a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Mercado de opções: É o segmento onde os investidores compram ou vendem opções de compra


ou venda de moedas, permitindo que eles se protejam contra o risco cambial ou tentem lucrar com
as variações das taxas de câmbio.

Mercado de câmbio fixo: É o segmento onde as taxas de câmbio são estabelecidas pelo Banco
Central, e as transações de moedas são realizadas com essas taxas fixas.

Mercado de câmbio flutuante: É o segmento onde as taxas de câmbio são determinadas pelo
mercado e variam de acordo com a oferta e demanda das moedas. É o tipo de mercado de câmbio
mais comum atualmente.

Hora da questão

(INÉDITA, 2023). Quais são os principais objetivos do mercado de câmbio?

a) Facilitar as transações comerciais internacionais e garantir estabilidade econômica no país

b) Aumentar a demanda por moeda estrangeira e atrair investimentos estrangeiros

c) Proporcionar lucro aos investidores e especuladores financeiros

d) Todas as alternativas acima

Gabarito: alternativa “a”

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Comentário: O mercado de câmbio é o local onde as moedas são compradas e vendidas. Ele
tem como objetivo principal permitir que as empresas e os indivíduos possam realizar transações
comerciais internacionais, permitindo que a moeda local seja trocada por moeda estrangeira. Além
disso, o mercado de câmbio também desempenha um papel importante na estabilidade econômica
do país, pois ajuda a controlar a inflação e a estabilizar as taxas de juros. O lucro dos investidores e
especuladores financeiros é uma consequência do Mercado cambial e não seu objetivo principal.

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8.1) Noções Introdutórias

Regimes de taxa de câmbio são os mecanismos pelos quais a taxa de câmbio (o valor de uma moeda
em relação a outra) é determinada. Têm o objetivo de equilibrar a economia de um país. No Brasil,
o Banco Central (Bacen) é a autoridade responsável pelo controle dos regimes cambiais que devem
ser seguidos pelas empresas brasileiras.

Existem três principais tipos de regimes de taxa de câmbio: flutuante, fixo e intermediário (misto).

8.2) Regimes de Taxas de Câmbio Fixas

O regime de taxa de câmbio fixo é aquele no qual o valor da moeda é fixado em relação a outra
moeda ou a um grupo de moedas. Nesse regime, o banco central tem que intervenir regularmente
para manter a taxa de câmbio estabilizada.

As taxas de câmbio fixas são comuns em países com economias menos desenvolvidas, onde o
mercado financeiro é menos maduro e as instituições econômicas são menos fortes. Isso permite
que o governo tenha mais controle sobre a economia.

A vantagem do regime de taxa de câmbio fixo é que ele pode ajudar a manter a estabilidade
econômica, evitando grandes flutuações na taxa de câmbio e ajudando a evitar a inflação. Ele
também pode ajudar a evitar problemas de balanço de pagamentos.

No entanto, o regime de taxa de câmbio fixo também tem desvantagens, como a necessidade de
intervenção constante do banco central para manter a taxa de câmbio estabilizada, o que pode levar
a problemas de inflação e desvalorização excessiva da moeda. Além disso, impede a economia de se
adaptar automaticamente às condições internas e externas

O regime de taxa de câmbio fixo é aquele no qual o valor da moeda é fixado em relação a outra
moeda ou a um grupo de moedas. Nesse regime, o banco central tem que intervenir regularmente
para manter a taxa de câmbio estabilizada.

A taxa de câmbio fixa é usada para manter a estabilidade econômica e evitar a volatilidade excessiva
da taxa de câmbio. Isso pode ser particularmente importante para países com economias menos
desenvolvidas ou menos estáveis, onde grandes flutuações na taxa de câmbio podem causar
problemas econômicos graves.

O banco central pode usar diversas ferramentas para manter a taxa de câmbio estabilizada, como
intervenções no mercado cambial, ajustes nas taxas de juros, ou a implementação de medidas
administrativas para controlar a demanda por moedas estrangeiras.

A principal vantagem do regime de taxa de câmbio fixa é a estabilidade e previsibilidade que ele
oferece. Isso pode ajudar a manter a inflação baixa e evitar grandes flutuações na economia. N o
entanto, o regime de taxa de câmbio fixa também tem desvantagens, como a possibilidade de a taxa
de câmbio fixa não ser mais adequada às condições econômicas atuais, o que pode levar a problemas

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de balanço de pagamentos e inflação. Além disso, o banco central tem que gastar reservas para
manter a taxa de câmbio fixa, o que pode levar a problemas de insuficiência de reservas.

8.3) Regimes de Taxas de Câmbio Flutuantes

O regime de taxa de câmbio flutuante é aquele no qual a taxa de câmbio é determinada pelo
mercado e pode variar livremente. Nesse regime, a oferta e a demanda de moedas são os principais
fatores que determinam o valor da moeda. É considerado o mais eficiente pois permite que a
economia se adapte automaticamente às condições internas e externas.

As taxas de câmbio flutuantes são mais comuns em países desenvolvidos, onde o mercado financeiro
é maduro e as instituições econômicas são fortes. Isso permite que a economia responda de forma
eficiente às variações na oferta e demanda de moedas.

A vantagem do regime de taxa de câmbio flutuante é que ele permite que a economia se adapte
automaticamente às condições internas e externas, sem a necessidade de intervenção do banco
central. Isso pode ajudar a evitar a inflação e a desvalorização excessiva da moeda.

No entanto, o regime de taxa de câmbio flutuante também tem desvantagens, como a possibilidade
de grandes flutuações na taxa de câmbio, o que pode afetar negativamente a economia e causar
incerteza para as empresas. Também pode levar a problemas de balanço de pagamentos.

8.4) Regimes de Taxas de Câmbio Intermediários

O regime de taxa de câmbio intermediário é um tipo de regime de taxa de câmbio que se situa entre
os regimes de taxa de câmbio flutuante e fixo. Ele permite uma certa flexibilidade na taxa de câmbio,
mas também inclui alguma intervenção do banco central para evitar grandes flutuações e manter a
estabilidade econômica.

Neste regime, o banco central pode usar diversas ferramentas para influenciar a taxa de câmbio,
como intervenções no mercado cambial, ajustes nas taxas de juros, ou a implementação de medidas
administrativas para controlar a demanda por moedas estrangeiras. O objetivo é evitar a volatilidade
excessiva, sem comprometer a capacidade da economia de se adaptar às condições internas e
externas.

Este tipo de regime é muito utilizado em países emergentes, onde o governo quer evitar a
volatilidade do câmbio, mas ao mesmo tempo, precisa deixar a economia se adaptar às condições
internas e externas, e manter a estabilidade econômica.

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Hora da questão

(INÉDITA, 2023). O regime de taxa de câmbio flutuante é caracterizado por uma taxa de câmbio
que é determinada pelo mercado e pode variar diariamente.

Essa afirmação é verdadeira ou falsa?

Gabarito: Verdadeira.

Comentário: A afirmação está correta. O regime de taxa de câmbio flutuante é caracterizado


por uma taxa de câmbio que é determinada pelo mercado e pode variar diariamente, enquanto que
no regime de taxa de câmbio fixa, o governo ou o banco central tem o controle sobre a taxa de
câmbio e a mantém estável, geralmente estabelecendo um valor oficial para a taxa de câmbio.

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9.1) Noções Introdutórias

As taxas de câmbio são as taxas nas quais uma moeda é trocada por outra. Elas determinam o valor
relativo de diferentes moedas e são usadas para calcular o custo de uma moeda em relação a outra.
Essas taxas são geralmente expressas como a quantidade de moeda estrangeira que pode ser
comprada com uma unidade de moeda nacional. Elas são influenciadas por uma série de fatores,
incluindo a oferta e demanda, as taxas de juros e as condições econômicas gerais. As taxas de câmbio
são usadas em uma variedade de transações, como viagens internacionais, investimentos e comércio
internacional.

9.2) Taxas de Câmbio Nominais

As taxas de câmbio nominais são as taxas de câmbio entre duas moedas medidas em termos de suas
respectivas unidades monetárias. Elas refletem os preços das moedas uns em relação aos outros e
são determinadas pelo mercado de câmbio. A taxa de câmbio nominal é a taxa atual no mercado de
câmbio, e é frequentemente utilizada como uma medida de curto prazo para comparar a
desvalorização ou valorização de uma moeda.

9.3) Taxas de Câmbio Reais

As taxas de câmbio reais são as taxas de câmbio entre duas moedas medidas em termos de sua
capacidade de compra. Elas refletem o poder aquisitivo das moedas uns em relação aos outros e são
calculadas com base em dados de preços de bens e serviços. A taxa de câmbio real é utilizada para
medir o impacto da inflação sobre a taxa de câmbio nominal e para comparar o custo de vida entre
dois países. A taxa de câmbio real é frequentemente utilizada como uma medida de longo prazo
para comparar a desvalorização ou valorização de uma moeda.

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10.1) Noções Gerais

As taxas de câmbio têm um impacto significativo sobre as exportações e importações de um país.


Quando a moeda local se aprecia em relação a outras moedas, as exportações tendem a ficar mais
caras no mercado estrangeiro, o que pode afetar negativamente as vendas de exportação e,
consequentemente, afetar o crescimento econômico. Por outro lado, quando a moeda local se
desvaloriza em relação a outras moedas, as exportações tendem a ficar mais baratas no mercado
estrangeiro, o que pode aumentar as vendas de exportação e, consequentemente, ajudar a
impulsionar o crescimento econômico.

Quanto as importações, uma valorização da moeda local pode tornar as importações mais baratas,
o que pode aumentar a competitividade das empresas nacionais e beneficiar os consumidores, mas
também pode contribuir para o aumento do déficit comercial. Por outro lado, uma desvalorização
da moeda local pode tornar as importações mais caras, o que pode afetar negativamente a
competitividade das empresas nacionais e pode aumentar os preços para os consumidores, mas
também pode contribuir para a redução do déficit comercial.

Além disso, as taxas de câmbio também afetam a atratividade dos investimentos estrangeiros e a
capacidade do país de financiar sua dívida externa. Portanto, é importante para os governos e bancos
centrais monitorarem e gerenciar as taxas de câmbio de forma a equilibrar os impactos sobre as
exportações e importações, bem como sobre a economia geral. O objetivo é encontrar um equilíbrio
entre competitividade, estabilidade econômica e balanço de pagamentos sustentável. Isso pode ser
alcançado através de políticas cambiais, como a intervenção no mercado cambial, taxas de juros e
medidas administrativas. Além disso, é importante levar em consideração as tendências econômicas
globais e as relações comerciais com outros países ao tomar decisões sobre as taxas de câmbio.

Hora da questão

(INÉDITA, 2023). As taxas de câmbio têm um impacto significativo apenas sobre as exportações de
um país.

Essa afirmação é verdadeira ou falsa?

Gabarito: Falsa.

Comentário: As taxas de câmbio têm impacto significativo sobre as exportações e importações


de um país. Além disso, também afetam a atratividade dos investimentos estrangeiros e a capacidade
do país de financiar sua dívida externa. Portanto, o impacto das taxas de câmbio não se restringe
apenas às exportações, mas também a outros aspectos da economia do país.

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11.1) Noções Gerais

O diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as
taxas de câmbio estão estreitamente relacionados.

O diferencial de juros interno e externo é a diferença entre as taxas de juros de um país e as taxas
de juros de outros países. Quando as taxas de juros de um país são mais altas do que as taxas de
juros de outros países, isso pode atrair investidores estrangeiros em busca de rendimentos mais
elevados, o que pode levar a uma valorização da moeda local. Por outro lado, quando as taxas de
juros de um país são mais baixas do que as taxas de juros de outros países, isso pode afastar os
investidores estrangeiros, o que pode levar a uma desvalorização da moeda local.

Os prêmios de risco são outro fator que afeta o fluxo de capitais e as taxas de câmbio. Os prêmios
de risco são a diferença entre as taxas de juros de um país e as taxas de juros de outros países,
levando em conta o risco de investir nesse país. Quando os investidores consideram que um país é
mais arriscado do que outros países, eles exigem prêmios de risco mais elevados para investir nesse
país, o que pode desestimular o fluxo de capitais e levar a uma desvalorização da moeda local.

O fluxo de capitais é a movimentação de recursos financeiros entre países, como investimentos


estrangeiros diretos, empréstimos internacionais e investimentos em títulos. O fluxo de capitais pode
afetar significativamente as taxas de câmbio de um país. Quando há um aumento no fluxo de capitais
para um país, isso pode levar a uma valorização da moeda local, pois há maior demanda por ela. Por
outro lado, quando há uma saída de capitais de um país, isso pode levar a uma desvalorização da
moeda local, pois há menor demanda por ela.

Em resumo, o diferencial de juros interno e externo, os prêmios de risco e o fluxo de capitais são
importantes fatores que afetam as taxas de câmbio de um país. Os governos e bancos centrais
precisam levar esses fatores em conta ao tomar decisões sobre políticas cambiais e taxas de juros, a
fim de manter a estabilidade econômica e o equilíbrio nas contas externas.

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12.1) Noções gerais

As operações no mercado interbancário de câmbio são realizadas entre bancos e outras instituições
financeiras, como corretoras e investidores institucionais. Essas operações visam a atender às
necessidades de câmbio dos clientes e às necessidades de gestão de riscos das instituições
financeiras.

Os bancos e outras instituições financeiras podem atuar como compradores ou vendedores de


moeda estrangeira, dependendo da demanda de seus clientes e de sua própria necessidade de
gerenciamento de riscos. Essas operações são realizadas através de contratos a termo, contratos
futuros e opções de câmbio.

Os contratos a termo são acordos para comprar ou vender uma determinada quantidade de moeda
estrangeira em uma data futura específica, a um preço previamente estabelecido. Os contratos
futuros são similares aos contratos a termo, mas são negociados em bolsas de valores especializadas.
As opções de câmbio permitem que os compradores adquiram o direito, mas não a obrigação, de
comprar ou vender uma determinada quantidade de moeda estrangeira a um preço específico em
uma data futura.

Além disso, os bancos e outras instituições financeiras também podem realizar operações de swap
cambial, que é um acordo para trocar uma moeda por outra por um período de tempo específico,
com o objetivo de gerenciar o risco cambial.

Em resumo, as operações no mercado interbancário de câmbio são realizadas entre bancos e outras
instituições financeiras para atender às necessidades de câmbio dos clientes e às necessidades de
gestão de riscos das instituições financeiras, através de contratos a termo, contratos futuros e opções
de câmbio e operações de swap cambial.

Hora da questão

(INÉDITA, 2023). As operações no mercado interbancário de câmbio são realizadas apenas entre
bancos.

Essa afirmação é verdadeira ou falsa?

Gabarito: Falsa

Comentário: A afirmação está incorreta, pois as operações no mercado interbancário de


câmbio são realizadas entre bancos e outras instituições financeiras, como corretoras e investidores
institucionais.

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13.1) Noções Introdutórias

O mercado bancário é um setor financeiro composto por bancos e instituições financeiras que
oferecem uma variedade de serviços financeiros, incluindo depósitos, empréstimos, pagamentos e
transferências, investimentos e gerenciamento de risco.

Os bancos comerciais são os principais participantes do mercado bancário, e eles oferecem serviços
bancários tradicionais, como contas correntes, empréstimos e cartões de crédito. Eles também
podem oferecer serviços de investimento, como a gestão de carteiras e aplicações em títulos.

Os bancos de investimento são outro tipo de instituição financeira presente no mercado bancário, e
eles oferecem serviços de investimento mais avançados, como assessoria financeira, operações de
mercado financeiro e emissão de títulos.

Além disso, existem outras instituições financeiras, como cooperativas de crédito, sociedades de
crédito ao consumidor, sociedades de crédito imobiliário, sociedades de crédito ao
microempreendedor e instituições financeiras não bancárias (IFNBs), que também fazem parte do
mercado bancário.

Em resumo, o mercado bancário é composto por bancos e instituições financeiras que oferecem uma
variedade de serviços financeiros, incluindo depósitos, empréstimos, pagamentos e transferências,
investimentos e gerenciamento de risco, os bancos comerciais são os principais participantes do
mercado bancário e os bancos de investimento oferecem serviços de investimento mais avançados.

13.2) Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito

As operações de tesouraria são realizadas pelos bancos com o objetivo de gerenciar sua posição de
caixa e sua exposição ao risco cambial. Isso inclui atividades como a compra e venda de ativos
financeiros, como títulos do governo e moeda estrangeira, e a realização de operações de swap
cambial.

O varejo bancário envolve as operações bancárias realizadas com indivíduos e pequenas empresas,
incluindo contas correntes, empréstimos, cartões de crédito e outros produtos financeiros. Os bancos
oferecem esses produtos e serviços para atrair e manter clientes, bem como para obter receita de
juros e taxas.

A recuperação de crédito é o processo pelo qual os bancos tentam recuperar fundos de clientes
inadimplentes. Isso pode incluir ações judiciais, acordos de pagamento e outras medidas. Essas
operações são importantes para minimizar as perdas dos bancos e proteger sua saúde financeira.

Em resumo, as operações de tesouraria são realizadas pelos bancos para gerenciar sua posição de
caixa e sua exposição ao risco cambial, o varejo bancário envolve as operações bancárias realizadas
com indivíduos e pequenas empresas e a recuperação de crédito é o processo pelo qual os bancos
tentam recuperar fundos de clientes inadimplentes.

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14.1) Noções gerais

As taxas de juros de curto prazo são as taxas de juros aplicadas em empréstimos e investimentos
com duração menor que um ano. Elas são geralmente determinadas pelo mercado e podem ser
influenciadas por fatores como a oferta e demanda de crédito, a política monetária do banco central
e a inflação.

A curva de juros é uma representação gráfica da relação entre as taxas de juros de curto prazo e as
taxas de juros de longo prazo. Normalmente, a curva de juros tem uma forma crescente, o que
significa que as taxas de juros de longo prazo são geralmente maiores do que as taxas de juros de
curto prazo. Isso ocorre porque os investimentos de longo prazo são considerados mais arriscados
do que os investimentos de curto prazo.

As taxas de juros nominais são as taxas de juros expressas em termos monetários correntes. Elas não
levam em conta a inflação e, portanto, podem ser distorcidas quando comparadas ao longo do
tempo.

As taxas de juros reais, por outro lado, são as taxas de juros nominais menos a taxa de inflação. Elas
refletem o poder de compra real do dinheiro e, portanto, são uma medida mais precisa da taxa de
juros. As taxas de juros reais são importantes para avaliar o retorno real de um investimento e para
compreender a relação entre as taxas de juros e a inflação.

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15.1) Noções gerais

As garantias do Sistema Financeiro Nacional são instrumentos utilizados pelas instituições financeiras
para garantir o pagamento de dívidas contratadas por seus clientes. Essas garantias são utilizadas
para reduzir o risco de inadimplência e aumentar a confiança das instituições financeiras em relação
ao pagamento das dívidas contratadas.

15.2) Aval

Aval é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa ou instituição financeira que se
compromete a pagar uma dívida em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que
o credor tenha mais segurança ao conceder um empréstimo ou financiamento.

Um avalista precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como aval. Além disso,
ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar com as
consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o avalista leia cuidadosamente o
contrato antes de assiná-lo.

Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do avalista, que passa a ser responsável
pelo pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo
restrições ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o avalista avalie cuidadosamente
se tem condições financeiras e disponibilidade para atuar como aval antes de assinar o contrato.

15.3) Fiança

Fiança é uma garantia de crédito oferecida por uma pessoa que se compromete a pagar uma dívida
em caso de inadimplência do devedor principal. Isso permite que o credor tenha mais segurança ao
conceder um empréstimo ou financiamento. A fiança é frequentemente utilizada em contratos de
aluguel, por exemplo.

Um fiador precisa ter uma boa situação financeira e creditícia para ser aceito como fiador. Além
disso, ele precisa compreender os riscos envolvidos na garantia de crédito e estar disposto a arcar
com as consequências de uma eventual inadimplência. É importante que o fiador leia
cuidadosamente o contrato antes de assiná-lo.

Em caso de inadimplência, o credor pode cobrar a dívida do fiador, que passa a ser responsável pelo
pagamento. Isso pode ter impacto negativo na sua situação financeira e creditícia, incluindo
restrições ao acesso a crédito no futuro. Por isso, é importante que o fiador avalie cuidadosamente
se tem condições financeiras e disponibilidade para atuar como fiador antes de assinar o contrato.

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5.4) Penhor Mercantil

Penhor Mercantil é uma garantia de crédito que consiste na entrega de bens móveis, como joias,
artigos de ouro, prata ou platina, para garantir o pagamento de uma dívida. O bem fica retido pelo
credor até que a dívida seja quitada. Se o devedor não cumprir com suas obrigações financeiras, o
credor pode vender o bem penhorado para cobrir o valor devido.

O penhor mercantil é uma opção de garantia de crédito mais acessível do que outras formas, como
aval ou fiança, pois não requer que o devedor tenha uma boa situação financeira ou creditícia. Além
disso, a entrega do bem para penhora é geralmente mais rápida e fácil do que outras formas de
garantia.

No entanto, é importante que o devedor tenha conhecimento do valor de mercado do bem


penhorado e do risco de perdê-lo caso não cumpra com suas obrigações financeiras. Além disso, é
importante verificar as taxas de juros e as condições de pagamento antes de aceitar o penhor
mercantil como garantia de crédito, para evitar surpresas desagradáveis no futuro.

15.5) Alienação Fiduciária

Alienação Fiduciária é uma forma de garantia de crédito em que o bem é entregue ao credor como
garantia, mas mantém a propriedade do devedor. O credor tem o direito de vender o bem em caso
de inadimplência, mas o valor obtido com a venda deve ser utilizado para cobrir o valor devido. Essa
forma de garantia é comumente utilizada em financiamentos imobiliários.

A Alienação Fiduciária permite que o devedor tenha acesso a crédito sem precisar vender seu bem,
como é o caso do penhor mercantil. Além disso, o devedor pode continuar usufruindo do bem
enquanto cumpre com suas obrigações financeiras, o que pode ser uma vantagem em relação a
outras formas de garantia.

No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de Alienação


Fiduciária, incluindo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual
inadimplência, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o
bem está registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de propriedade.

15.6) Hipoteca

Hipoteca é uma forma de garantia de crédito em que o devedor entrega ao credor o direito de
penhor sobre um imóvel como garantia de pagamento de uma dívida. O credor tem o direito de
vender o imóvel em caso de inadimplência para cobrir o valor devido. A hipoteca é registrada em
cartório de imóveis, tornando o direito de penhor sobre o imóvel oficial e vinculante.

A hipoteca é uma forma de garantia comumente utilizada em financiamentos imobiliários, pois


permite ao devedor obter crédito com taxas de juros mais baixas do que outras formas de garantia.
Além disso, a hipoteca oferece uma garantia sólida ao credor, já que o imóvel é um bem de alto
valor e duradouro.

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No entanto, é importante que o devedor compreenda as condições do contrato de hipoteca,


incluindo as taxas de juros, as condições de pagamento e as consequências da eventual
inadimplência, para evitar surpresas desagradáveis no futuro. Além disso, é importante verificar se o
imóvel está registrado corretamente para evitar problemas futuros com a transferência de
propriedade.

15.7) Fianças Bancárias

Fianças Bancárias são instrumentos financeiros utilizados para garantir contratos e obrigações de
terceiros. Nesse tipo de fiança, o banco é o instituidor da garantia e se responsabiliza perante a outra
parte pelo cumprimento das obrigações assumidas pelo fiador principal.

As Fianças Bancárias são amplamente utilizadas em contratos comerciais, construções, licitações


públicas, entre outros. A emissão dessa fiança requer a aprovação do banco e o pagamento de uma
taxa de juros.

É importante que o solicitante da Fiança Bancária leia cuidadosamente os termos e condições do


contrato antes de assiná-lo, incluindo as responsabilidades do fiador, as condições de liberação da
fiança e as eventuais taxas adicionais. Além disso, é importante verificar se a instituição financeira é
confiável e tem experiência no mercado de fianças bancárias.

Resumindo o conteúdo

Aval é uma garantia pessoal emitida por uma pessoa, geralmente com bom histórico creditício, que
se compromete a pagar a dívida caso o devedor não cumpra com seus compromissos.

Fiança é uma garantia pessoal onde uma pessoa ou empresa se compromete a pagar a dívida em
caso de inadimplência do devedor.

Penhor Mercantil é uma garantia real onde uma mercadoria é dada como garantia para o
pagamento de uma dívida.

Alienação Fiduciária é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um bem para
o credor, que passa a ter o direito de vender o bem caso o devedor não cumpra com seus
compromissos.

Hipoteca é uma garantia real onde o devedor transfere a propriedade de um imóvel para o credor,
que passa a ter o direito de vender o imóvel caso o devedor não cumpra com seus compromissos.

Fianças bancárias são garantias emitidas por bancos, geralmente utilizadas em contratos
comerciais, onde o banco se compromete a pagar o valor da dívida em caso de inadimplência do
devedor.

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16.1 INTRODUÇÃO

Nesse momento, iremos estudar o tópico 16 do edital do Banco do Brasil, um tema de especial
relevância para provas bancárias:
16 - Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de
lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações; Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de
2020 e Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações.

Gostaríamos de agradecer a confiança depositada em nosso material. Saiba que garantimos que
você terá o material mais adequado para conquista da sua aprovação. Não esqueça que o seu
empenho é fundamental; afinal, passar em um concurso público não é tarefa fácil, mas também não
é algo impossível. Mas não se esqueça: Nós acreditamos em você!

16.2 CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO (LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES)

16.2.1 Conceito

A lavagem de capitais é a conduta praticada para dar aparência de legalidade aos bens, direitos ou
valores oriundos de uma infração penal.

Com sua conduta, o agente oculta ou dissimula a natureza, origem, localização, disposição,
movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente,
de infração penal. Trata-se de disposição do art. 1º da Lei 9.613/98:

Art. 1º. Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou


propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração
penal. Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.

Esta expressão lavagem de dinheiro originou-se do direito norte-americano (money laundering), por
volta do ano de 1920, fazendo alusão aos mafiosos que utilizavam lavanderias de fachada para darem
aparência de legalidade ao dinheiro obtido com as práticas criminosas. Em outros países como
Portugal e Espanha, utiliza-se a expressão branqueamento de capitais.

16.2.2 Etapas ou fases da lavagem de dinheiro

A lavagem de capitais, doutrinariamente é composta das seguintes etapas/fases:

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a) Fase da colocação (placement)

Trata-se da fase de introdução do dinheiro ilícito no sistema financeiro. Uma das técnicas de
introdução do capital ilícito no sistema financeiro é denominada de smurfing, a qual se caracteriza
pela realização de vários depósitos fracionados, em pequenas quantias, em uma ou diversas contas
bancárias, as quais podem estar em nome de uma mesma pessoa ou de várias. Totalizando este valor
fracionado representa uma quantia expressiva.

b) Fase da dissimulação/mascaramento) (layering)

Trata-se de etapa na qual são realizados negócios ou movimentações financeiras de modo a


dificultar o rastreamento dos valores ilícitos.

c) Fase da Integração (integration)

Trata-se de etapa na qual os bens são incorporados ao sistema econômico.

É necessário ter em mente que não há necessidade do preenchimento dessas três fases para a
consumação do crime de lavagem de dinheiro.

Colocação

Fases da Lavagem de Dinheiro Dissimulação

Integração

16.2.3 Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro

A criminalização da lavagem de capitais no Brasil foi consequência da Convenção contra o tráfico


ilícito de entorpecentes e substância psicotrópicas - Convenção de Viena -, celebrada em Viena no
ano de 1988. A Convenção foi promulgada no Brasil por meio do Decreto nº 154/1991. Nela, o Brasil
se comprometeu a reprimir ao crime de lavagem de dinheiro.

No mesmo sentido foram a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional
(Convenção de Palermo, de 15 de novembro de 2000) e a Convenção das Nações Unidas contra a
Corrupção (Convenção de Mérida, de 31 de outubro de 2003), ambas ratificadas pelo Brasil e que
possuem relação com a repressão à lavagem de capitais.

Por fim, foi criada a Lei 9.613/98 a fim de tipificar a lavagem de capitais. Após, a Lei 12.683/12
promoveu relevantes alterações no sistema de punição.

Noutro giro, a Lei 13.974/2020, tratou sobre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(COAF).

Quanto a persecução penal em relação ao crime de lavagem de capitais, faz-se necessária, para que
seja eficiente, uma perfeita interação entre os três subsistemas a seguir:

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a) Prevenção

É composta pelos sujeitos obrigados (art. 9º da Lei 9.613/98) e pelos órgãos de inteligência
financeira, especialmente o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), dotado de
autonomia técnica e operacional, atualmente vinculado administrativamente ao Banco Central do
Brasil (art. 2º da Lei 13.974/20).

Neste sentido, o art. 1º, da Resolução 24/2013 do COAF prevê que:


Art. 1º A presente Resolução tem por objetivo estabelecer normas gerais de prevenção à
lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, sujeitando-se ao seu cumprimento as
pessoas físicas ou jurídicas não submetidas à regulação de órgão próprio regulador que
prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria,
aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, nas seguintes operações.

b) Repressão (ou persecução)

Realizado através da Políica e do Ministério Público.

c) Recuperação de ativos

Trata-se de tarefa desempenhada pelo Ministério Público e por órgãos do Poder Executivo,
notadamente o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).

Os chamados torres de vigia ou gatekeepers são pessoas, físicas ou jurídicas, que possuem a
obrigação de contribuir nas atividades de inteligência e vigilância do poder público, bem como
prestar informações sobre atos que possam caracterizar o branqueamento do dinheiro. A
comunicação de operações suspeitas deve ser realizada ao COAF.

Importa destacar a Resolução no 36 do COAF que disciplina a forma de adoção de políticas,


procedimentos e controles internos de prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do
terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa que permitam o
atendimento ao disposto nos arts. 10 e 11 da Lei no 9.613/98, por aqueles que se sujeitem, nos
termos do seu art. 14, § 1º à supervisão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF.
Art. 14, § 1º. As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º,
para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF,
competindo-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das
sanções enumeradas no art. 12.

Por sua vez, a Instrução Normativa DPF nº 196/21, normatiza o procedimento de comunicação de
operações suspeitas ou que contenham indícios de crimes de lavagem de dinheiro ou de
financiamento ao terrorismo efetuadas por empresas de transporte de valores, bem como os
mecanismos dos processos administrativos instaurados contra empresas de transporte de valores
em razão do descumprimento das obrigações de prevenção à lavagem de dinheiro e ao
financiamento de terrorismo.

16. 3 CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020

A Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 dispõe sobre a política, os procedimentos e os


controles internos que devem ser realizados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco

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Central do Brasil com o objetivo de prevenir a utilização do sistema financeiro para a prática dos
crimes de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

Trata-se de Circular aplicável a todas as Instituições Financeiras que tiverem seu funcionamento
autorizado pelo Banco Central.

Além disso, a Circular nº 3.978/2020 é preventiva, tendo em vista que estabelece medidas a serem
adotadas a fim de que o sistema financeiro brasileiro não seja utilizado como meio para a prática de
lavagem de dinheiro e de financiamento ao terrorismo.

Hora da Questão

(CESGRANRIO/BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO BANCÁRIO/2022 ) O gerente de recursos humanos


de uma instituição financeira foi aconselhado pelo Departamento Jurídico a realizar treinamentos
para evitar litígios de variada natureza.

Nos termos da Circular Bacen n. 3.978/2020, as instituições devem contemplar, dentre as diretrizes,
a promoção de cultura organizacional de

a) adequação à lavagem de dinheiro

b) ambientação à lavagem de dinheiro

c) financiamento à lavagem de dinheiro

d) prevenção de lavagem de dinheiro

e) previsão de lavagem de dinheiro

Gabarito: D

Comentário: As diretrizes para a promoção de cultura organizacional de prevenção à


lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, contemplando, inclusive, os funcionários, os
parceiros e os prestadores de serviços terceirizados.

16.3.1 Da Governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do


terrorismo

Todas as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem dispor de estrutura
de governança visando a assegurar o cumprimento da política formulada com base em princípios e
diretrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de lavagem de dinheiro e de
financiamento do terrorismo, bem como também dos procedimentos e controles internos de
prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo previstos na Circular 3.978/20.

Hora da Questão

(CESGRANRIO/BANCO DA AMAZÔNIA/TÉCNICO CIENTÍFICO/TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO/2022) Nos termos da Circular BACEN n. 3.978/2020, que dispõe sobre a política, os
procedimentos e os controles internos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil, visando à prevenção da utilização do sistema financeiro para a prática
dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3

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de março de 1998, e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei n. 13.260, de 16 de março de


2016, devem as instituições dispor de estrutura para assegurar o seu cumprimento mediante
organização de

a) controladoria

b) auditoria

c) governança

d) correição

e) conselho

Gabarito: C.

Comentário: Conforme visto, trata-se da Governança da política de prevenção à lavagem de


dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

16.3.2 Da Avaliação Interna de Risco

Conforme o art. 10 da Circular 3978/20, também é dever das instituições a realização de avaliação
interna, vejamos:
Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar avaliação interna com o objetivo de
identificar e mensurar o risco de utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem
de dinheiro e do financiamento do terrorismo.

Para identificação do risco de que trata o caput, a avaliação interna deve considerar, no mínimo, os
perfis de risco:

dos clientes;

da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geográfica de atuação;

das operações, transações, produtos e serviços, abrangendo todos os canais de distribuição e a


utilização de novas tecnologias; e

das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.

Neste sentido, dispõe a Circular 3978/20:

§ 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a avaliação interna deve

considerar, no mínimo, os perfis de risco:

I - dos clientes;

II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geográfica de atuação;

III - das operações, transações, produtos e serviços, abrangendo todos os canais de


distribuição e a utilização de novas tecnologias; e

IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e prestadores de serviços


terceirizados.

§ 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua probabilidade de ocorrência e à


magnitude dos impactos financeiro, jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição.

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§ 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibilitem a adoção de controles de


gerenciamento e de mitigação reforçados para as situações de maior risco e a adoção de
controles simplificados nas situações de menor risco.

§ 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna de risco, quando disponíveis,
avaliações realizadas por entidades públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro
e de financiamento do terrorismo.

Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de forma centralizada em instituição
do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito.

Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a avaliação interna de risco na forma
do caput devem formalizar essa opção em reunião do conselho de administração ou, se
inexistente, da diretoria da instituição.

Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser:

I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º;

II - encaminhada para ciência:

a) ao comitê de risco, quando houver;

b) ao comitê de auditoria, quando houver; e

c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria da instituição; e

III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem alterações significativas nos perfis
de risco mencionados no art. 10, § 1º.

16.3.3 Dos Procedimentos Destinados a Conhecer os Clientes

As instituições também possuem o dever de implementar os procedimentos destinados a conhecer


seus clientes, incluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na sua identificação,
qualificação e classificação.

Estes procedimentos devem ser compatíveis:

com o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes classificados em
categorias de maior risco, de acordo com a avaliação interna de risco;

com a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo; e

com a avaliação interna de risco.

Estes procedimentos devem ser formalizados em manual específico, o qual deve ser aprovado pela
diretoria da instituição e mantido atualizado

a) Da Identificação dos Clientes

As instituições devem adotar procedimentos de identificação que permitam verificar e validar a


identidade do cliente.

Estes procedimentos de identificação devem incluir a obtenção, a verificação e a validação da


autenticidade de informações de identificação do cliente, inclusive, se necessário, mediante

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confrontação dessas informações com as disponíveis em bancos de dados de caráter público e


privado.

o nome completo e o número de registro


no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF),
no caso de pessoa natural;

No processo de identificação do cliente


devem ser coletados, no mínimo:

a firma ou denominação social e o número


de registro no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa
jurídica.

Sendo o cliente pessoa natural residente no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma
definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, admite -se a utilização de documento de viagem
na forma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo, o país emissor, o número e o tipo do documento.

Da mesma forma, em caso de o cliente ser pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior
desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as
instituições devem coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da sede e o número de
identificação ou de registro da empresa no respectivo país de origem.

b) Da Qualificação dos Clientes

As instituições também devem adotar procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio
da coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o perfil de risco do cliente e com
a natureza da relação de negócio.

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identificar o local de residência, no


caso de pessoa natural

Os procedimentos de
qualificação devem incluir a identificar o local da sede ou filial, no
coleta caso de pessoa jurídica
de informações que permitam:

avaliar a capacidade financeira do


cliente, incluindo a renda, no caso de
pessoa
natural, ou o faturamento, no caso de
pessoa jurídica.

A necessidade de verificação e de validação das informações deve ser avaliada pelas instituições de
acordo com o perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio, além disso, devem
ser coletadas informações adicionais do cliente compatíveis com o risco de utilização de produtos e
serviços na prática da lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.

Ademais, é necessária a reavaliação permanente quanto à qualificação do cliente, de acordo com a


evolução da relação de negócio e do perfil de risco, sendo que as informações coletadas deverão
ser mantidas em atualizadas.

Ao Banco Central do Brasil é permitido a divulgação de rol de informações a serem coletadas,


verificadas e validadas em procedimentos específicos de qualificação de clientes.

Por outro lado, os referidos procedimentos de qualificação devem incluir a verificação da condição
do cliente como pessoa exposta politicamente, bem como ainda a verificação da condição de
representante, familiar ou estreito colaborador dessas pessoas.

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familiar: os parentes, na linha reta ou colateral, até o segundo


grau, o cônjuge,
o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada.

estreito colaborador:
- pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estreita
relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por:
Para os fins da 1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito
Circular 3978/20, privado;
consideram-se: 2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento
particular da pessoa
mencionada no item 1; ou
3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade
jurídica; e
- pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou de
arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem sido
criados para o benefício de pessoa exposta
politicamente

Em relação a estes clientes qualificados como pessoa exposta politicamente ou como representante,
familiar ou estreito colaborador dessas pessoas, as instituições devem:

adotar procedimentos e controles internos compatíveis com essa qualificação;

considerar essa qualificação na classificação do cliente nas categorias de; e

avaliar o interesse no início ou na manutenção do relacionamento com o cliente. (Esta avaliação


deverá ser realizada por detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao do responsável
pela autorização do relacionamento com o cliente).

c) Da Classificação dos Clientes

As instituições devem classificar seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação interna
de risco, tomando como base as informações obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente
referidos.

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realizada com base no perfil de risco do


cliente e na natureza da relação de
negócio

A classificação mencionada no caput


deve ser:

revista sempre que houver alterações no perfil


de risco do cliente e na natureza
da relação de negócio.

As instituições devem adotar os procedimentos de identificação, de qualificação e de classificação


previstos para os administradores de clientes pessoas jurídicas e para os representantes de clientes.

Os procedimentos referidos devem ser compatíveis com a função exercida pelo administrador e com
a abrangência da representação.

Ademais, os critérios utilizados para a definição das informações necessárias e dos procedimentos
de verificação, validação e atualização das informações para cada categoria de risco devem ser
previstos no manual tratado no item 3.3.

Às instituições é vedado iniciar relação de negócios sem que os procedimentos de identificação e de


qualificação do cliente estejam concluídos.

Entretanto, admite-se, por um período máximo de 30 dias, o início da relação de negócios em caso
de insuficiência de informações relativas à qualificação do cliente, desde que não haja prejuízo aos
procedimentos de monitoramento e seleção.

d) Da Identificação e da Qualificação do Beneficiário final

Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa jurídica devem incluir a análise da cadeia de


participação societária até a identificação da pessoa natural caracterizada como seu beneficiário final,
a qual devem ser aplicados, no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a categoria
de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiário final detenha participação societária.

As instituições devem estabelecer valor mínimo de referência de participação societária para a


identificação de beneficiário final, o qual deve ser estabelecido com base no risco e não pode ser
superior a 25% (vinte e cinco por cento), considerada, em qualquer caso, a participação direta e a
indireta.

O referido valor de referência deve ser justificado e documentado no manual de procedimentos.

Ademais, no caso de relação de negócio com cliente residente no exterior, que também seja cliente
de instituição do mesmo grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o
Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca de informações, admite-se que as

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informações relativas ao beneficiário final sejam obtidas da instituição no exterior, desde que
assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso às informações e aos procedimentos adotados.

NÃO se deve incluir nos procedimentos de qualificação acima delineados:

as pessoas jurídicas caracterizadas como companhia aberta;

as entidade sem fins lucrativos;

as cooperativas;

os fundos e clubes de investimento registrados na Comissão de Valores Mobiliários, desde que,


cumulativamente:

(i) não sejam fundos exclusivos;

(ii) obtenham recursos de investidores com o propósito de atribuir o desenvolvimento e a gestão de


uma carteira de investimento a um gestor qualificado que deve ter plena discricionariedade na
representação e na tomada de decisão perante as entidades investidas, não sendo obrigado a
consultar os cotistas para essas decisões e tampouco indicar os cotistas ou partes a eles ligadas para
atuar nas entidades investidas; e

(iii) seja informado o número de registro no CPF, no caso de pessoa natural, ou do número de registro
no CNPJ, no caso de pessoa jurídica, de todos os cotistas para a Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil (RFB), na forma por esta definida em regulamentação específica;

os fundos de investimento registrados na Comissão de Valores Mobiliários, constituídos na forma de


condomínio fechado, cujas cotas sejam negociadas em mercado organizado; e

os investidores não residentes classificados como:

(i) governos, entidades governamentais e bancos centrais, assim como fundos soberanos ou
companhias de investimento controladas por fundos soberanos e similares;

(ii) organismos multilaterais;

(iii) companhias abertas ou equivalentes;

(iv) instituições financeiras ou similares, operando por conta própria;

(v) administradores de carteiras, operando por conta própria;

(vi) sociedades seguradoras e entidades de previdência privada; e

(vii) fundos de investimento, desde que, cumulativamente:

- o número de cotistas seja igual ou superior a cem e nenhum deles detenha mais de 25% (vinte
e cinco por cento) das cotas; e

- a administração da carteira de ativos seja feita de forma discricionária por administrador


profissional sujeito à fiscalização de autoridade supervisora com a qual o Banco Central do Brasil

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mantenha convênio para a troca de informações relativas à prevenção da utilização do sistema


financeiro para a prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

As informações coletadas em relação as entidades acima descritas, devem abranger as das pessoas naturais
autorizadas a representá-las, bem como as de seus controladores, administradores ou gestores, e diretores,
se houve

e) Da Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente

Trata-se de obrigação das instituições financeiras a implementação de procedimentos que permitam


qualificar seus clientes como pessoa exposta politicamente.

São consideradas PESSOAS EXPOSTAS POLITICAMENTE:

Consideram-se pessoas expostas politicamente:

os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União;

os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:

(i) Ministro de Estado ou equiparado;

(ii) Natureza Especial ou equivalente;

(iii) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de entidades da administração pública


indireta; e

(iv) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, ou equivalente;

os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores,
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais Regionais Eleitorais,
do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal;

os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República, o Vice-


Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça Militar, os
Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores- Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;

os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do


Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União;

os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes, de partidos políticos;

os Governadores e os Secretários de Estado e do Distrito Federal, os Deputados Estaduais e Distritais,


os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pública indireta estadual e distrital e os
presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Estados e
do Distrito Federal; e

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os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades da


administração pública indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Contas ou equivalentes dos
Municípios.

São também consideradas expostas politicamente as pessoas que, no exterior, sejam:

chefes de estado ou de governo;

políticos de escalões superiores;

ocupantes de cargos governamentais de escalões superiores;

oficiais-generais e membros de escalões superiores do Poder Judiciário;

executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou

dirigentes de partidos políticos.

Finalmente, também são consideradas pessoas expostas politicamente os dirigentes de escalões superiores
de entidades de direito internacional público ou privado.

solicitar declaração expressa do cliente


a respeito da sua qualificação

No caso de clientes residentes


no exterior, para fins do disposto
recorrer a informações públicas
acima, as instituições devem
disponíveis
adotar pelo menos duas das
seguintes providências:

consultar bases de dados públicas ou


privadas sobre pessoas expostas
politicamente.

A condição de pessoa exposta politicamente deve ser aplicada pelos 5 anos seguintes à data em
que a pessoa deixou de se enquadrar nas categorias previstas.

De igual modo, em caso de relação de negócio com cliente residente no exterior que também seja
cliente de instituição do mesmo grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual
o Banco Central do Brasil mantenha convênio para troca de informações, admite –se que as
informações de qualificação de pessoa exposta politicamente sejam obtidas da instituição no
exterior, desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos dados e
procedimentos adotados.

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16.3.4 Do Registro de Operações

Dispõe a Circular 3978/20 ser imperioso às instituições financeiras que elas mantenham registros de
todas as operações realizadas, produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes,
pagamentos, recebimentos e transferências de recursos.

tipo

valor, quando aplicável

Os registros devem conter, no data de realização


mínimo, as seguintes informações
sobre cada operação:
nome e número de inscrição no CPF ou no
CNPJ do titular e do beneficiário
da operação, no caso de pessoa residente
ou sediada no País

canal utilizado

No caso de operações envolvendo pessoa natural residente no exterior desobrigada de inscrição no


CPF, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem incluir no
registro as seguintes informações:

nome;

tipo e número do documento de viagem e respectivo país emissor; e

organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas no


País, quando for o caso.

No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior desobrigada
de inscrição no CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições
devem incluir no registro as seguintes informações:

nome da empresa; e

número de identificação ou de registro da empresa no respectivo país de origem.

a) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos

Em relação às operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos, por


meio de qualquer instrumento, as instituições deverão incluir nos registros mencionados no art. 28
as informações necessárias à identificação da origem e do destino dos recursos.

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A origem refere-se à instituição pagadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente


dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de pagamento utilizado na transação.

Já o destino refere-se à instituição recebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatária


dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de pagamento utilizado na transação.

nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do


remetente ou sacado

nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do


recebedor ou beneficiário
devem ser incluídas no
registro das operações, no mínimo, as
seguintes informações, quando couber: códigos de identificação, no sistema de liquidação
de pagamentos ou de
transferência de fundos, das instituições envolvidas
na operação

números das dependências e das contas envolvidas


na operação.

No caso de transferência de recursos por meio de cheque, as instituições devem incluir no registro
da operação, além das informações referidas acima, o respectivo número do cheque.

Caso as instituições estabeleçam relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento do qual a instituição
também participe, deve ser estipulado em contrato o acesso da instituição à identificação dos
destinatários finais dos recursos, para fins de prevenção à lavagem de dinheiro e do financiamento
do terrorismo, inclusive no caso de relação de negócio que envolva a interoperabilidade com arranjo
de pagamento não sujeito a autorização pelo Banco Central do Brasil, do qual as instituições
financeiras não participem.

Em caso de transferência de recursos por meio da compensação interbancária de cheque, a


instituição sacada deve informar à instituição depositária, e a instituição depositária deve informar à
instituição sacada, os números de inscrição no CPF ou no CNPJ dos titulares da conta sacada e da
conta depositária, respectivamente.

b) Do Registro de Operações de Pagamento, de Recebimento e de Transferência de Recursos

A partir de agora, vamos compreender que, quando se tratar de operações financeiras realizadas
com dinheiro em espécie, além das informações já mencionadas o registro deve conter ainda outras
informações imprescindíveis.

Nas operações em que se há a utilização de recursos em espécie de valor individual superior a


R$2.000,00 (dois mil reais), as instituições financeiras devem incluir no registro, além das

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informações tratadas nos tópicos anteriores, o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do
portador dos recursos.

Além disso, caso essas operações sejam realizadas por empresa de transporte de valores
devidamente autorizada e registrada na autoridade competente, nos termos da legislação em vigor,
considera-se essa empresa como a portadora dos recursos, a qual será identificada por meio do
registro do número de inscrição no CNPJ e da firma ou denominação social.

No caso de operações de depósito ou aporte em espécie de valor individual igual ou superior a


R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições financeiras devem incluir no registro também:

o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do


proprietário dos recursos;

o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos;

a origem dos recursos depositados ou aportados;

Atente-se para o fato de que, ocorrendo a recusa do cliente ou do portador dos recursos sem prestar
a informação acerca da origem dos recursos depositados ou aportados, a instituição deve registrar
o fato e utilizar essa informação nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise.

Ademais, as instituições financeiras devem requerer dos sacadores clientes e não clientes solicitação
de provisionamento com, no mínimo, 3 dias úteis de antecedência, das operações de saque,
inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor igual ou superior a
R$50.000,00 (cinquenta mil reais).

Essas operações de saque devem ser consideradas individualmente, para efeitos de observação do
citado limite.

As instituições devem:

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possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do sítio eletrônico da instituição na


internet e das agências ou Postos de Atendimento;

emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao sacador não cliente, no qual devem ser
informados o valor da operação, a dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a
data programada para o saque;

registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as informações indicadas, conforme o


caso.

Em se tratando de saque em espécie a ser realizado por meio de cheque por sacador não cliente, a
solicitação de provisionamento acima referida deve ser realizada exclusivamente em agências ou em
Postos de Atendimento.

É necessário ainda que as instituições financeiras mantenham registro específico de recebimentos


de boleto de pagamento pagos com recursos em espécie. A instituição que receber boleto de
pagamento que não seja de sua emissão deve remeter à instituição emissora a informação de que o
boleto foi pago em espécie.

16.3.5 Do Monitoramento, Da Seleção e Da Análise De Operações e Situações Suspeitas

a) Dos Procedimentos de Monitoramento, Seleção e Análise de Operações e Situações


Suspeitas

As instituições financeiras devem implementar procedimentos de monitoramento, seleção e análise


de operações e situações com o objetivo de identificar e dispensar especial atenção às suspeitas de
lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

Os referidos procedimentos devem ser aplicados, inclusive, às propostas de operações, bem como
também devem:

ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao


financiamento do terrorismo ;

ser definidos com base na avaliação interna de risco;

considerar a condição de pessoa exposta politicamente, bem como a condição de


representante, familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamente;

estar descritos em manual específico, aprovado pela diretoria da instituição

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As operações e situações suspeitas referem-se a qualquer operação ou situação que apresente


indícios de utilização da instituição para a prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de
financiamento do terrorismo.

b) Do Monitoramento e da Seleção de Operações e Situações Suspeitas

operações realizadas ou os serviços prestados


que, por sua habitualidade, valor ou forma,
configurem artifício que objetive burlar os
procedimentos de identificação, qualificação,
registro, monitoramento e seleção previstos
nesta Circular

as operações de depósito ou aporte em


espécie, saque em espécie, ou pedido de
provisionamento para saque que apresentem
indícios de ocultação ou dissimulação da
natureza, da origem, da localização, da
disposição, da movimentação ou da
propriedade de bens, direitos e valores;a
as operações realizadas e
os produtos e serviços as operações realizadas e os produtos e
contratados que, serviços contratados que, considerando as
considerando partes e os valores envolvidos, apresentem
as partes envolvidas, os incompatibilidade com a capacidade
valores, as formas de financeira do cliente, incluindo a renda, no
realização, os caso de pessoa natural, ou o faturamento, no
As instituições financeiras devem
instrumentos utilizados ou caso de pessoa
implementar procedimentos de
a falta de fundamento jurídica, e o patrimônio;
monitoramento e seleção que
econômico ou legal,
permitam identificar operações e as operações com pessoas expostas
possam configurar a
situações que possam indicar politicamente de nacionalidade brasileira e
existência de indícios de
suspeitas de lavagem de dinheiro e com representantes, familiares ou estreitos
lavagem de dinheiro ou
de financiamento do terrorismo, colaboradores de pessoas expostas
de financiamento do
especialmente: politicamente
terrorismo, inclusive:
as operações com pessoas expostas
politicamente estrangeiras

os clientes e as operações em relação aos quais


não seja possível identificar o beneficiário final

as operações oriundas ou destinadas a países


as operações e ou territórios com deficiências estratégicas na
situações que possam implementação das recomendações do Grupo
indicar suspeitas de de Ação Financeira (Gafi)
financiamento do
terrorismo as situações em que não seja possível manter
atualizadas as informações
cadastrais de seus clientesa

O período para a execução dos procedimentos de monitoramento e de seleção das operações e


situações suspeitas não pode exceder o prazo de 45 dias, contados a partir da data de ocorrência
da operação ou da situação.

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Além disso, as instituições financeiras necessitam assegurar que os sistemas utilizados no


monitoramento e na seleção de operações e situações suspeitas contenham informações detalhadas
das operações realizadas e das situações ocorridas, inclusive informações sobre a identificação e a
qualificação dos envolvidos.

Também é dever das instituições manter documentação detalhada dos parâmetros, variáveis, regras
e cenários utilizados no monitoramento e seleção de operações e situações que possam indicar
suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

Estes sistemas e procedimentos utilizados no monitoramento e na seleção de operações e situações


suspeitas devem ser passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetividade.

Ao manual de procedimentos tratado no item 3.3, devem ser incluídos:

os critérios de definição da periodicidade de execução dos procedimentos de monitoramento e


seleção para os diferentes tipos de operações e situações monitoradas ; e

os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários utilizados no monitoramento e seleção para


os diferentes tipos de operações e situações.

Os procedimentos de monitoramento e seleção podem ser realizados de forma centralizada em


instituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito. As instituições que
optarem por realizar os procedimentos de monitoramento e seleção devem formalizar essa opção
em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição.

c) Dos Procedimentos de Análise de Operações e Situações Suspeitas

As instituições referidas devem implementar procedimentos de análise das operações e situações


selecionadas por meio dos procedimentos de monitoramento e seleção (esta análise mencionada
deve ser formalizada em dossiê, independentemente da comunicação ao COAF) com o objetivo de
caracterizá-las ou não como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. O
período para a execução dos procedimentos de análise das operações e situações selecionadas não
pode exceder o prazo de 45 dias, contados a partir da data da seleção da operação ou situação.

a contratação de terceiros para a realização da


análise

É vedada:

a realização da análise no exterior

A vedação mencionada acima não inclui a contratação de terceiros para a prestação de serviços
auxiliares à análise.

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As instituições financeiras devem dispor, no País, de recursos e competências necessários à análise


de operações e situações suspeitas, podendo os procedimentos serem realizados de forma
centralizada em instituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito.

Por fim, as instituições que optarem por realizar os procedimentos de análise devem formalizar a
opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição.

16.3.6 Dos Procedimentos de Comunicação ao COAF

As instituições financeiras devem comunicar ao COAF as operações ou situações suspeitas de


lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.

Tal decisão de comunicação da operação ou situação ao COAF deve ser fundamentada com base
nas informações contidas no dossiê, deve ainda ser registrada de forma detalhada, bem como
também ocorrer até o final do prazo de análise.

A comunicação da operação ou situação suspeita ao COAF deve ser realizada até o dia útil seguinte
ao da decisão de comunicação.

as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque


em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00
(cinquenta mil reais);

as operações relativas a pagamentos, recebimentos e


As instituições financeiras devem comunicar transferências de recursos, por meio de qualquer
ao COAF: instrumento, contra pagamento em espécie, de valor
igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais);

a solicitação de provisionamento de saques em espécie


de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil
reais.)

As comunicações alteradas ou canceladas após o 5º dia útil seguinte ao da sua realização devem
ser acompanhadas de justificativa da ocorrência.

As comunicações podem ser realizadas de forma centralizada por meio de instituição do


conglomerado prudencial e de sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição na qual
ocorreu a operação ou a situação. As instituições que optarem por realizar as comunicações de forma
centralizada, devem formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente,
da diretoria da instituição.

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é pessoa exposta politicamente ou representante,


familiar ou estreito colaborador dessa pessoa;

As comunicações devem especificar, quando é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha


for o caso, se a pessoa objeto da intentado praticar atos terroristas ou deles participado ou
comunicação: facilitado o seu cometimento;

é pessoa que possui ou controla, direta ou indiretamente,


recursos na instituição.

As instituições financeiras que não tiverem efetuado comunicações ao COAF em cada ano civil
deverão prestar declaração, até 10 dias úteis após o encerramento do referido ano, atestando a não
ocorrência de operações ou situações passíveis de comunicação.

As instituições referidas devem se habilitar para realizar as comunicações no Sistema de Controle de


Atividades Financeiras (Siscoaf), do COAF.

16.3.7 Dos Procedimentos Destinados a Conhecer Funcionários, Parceiros E Prestadores de


Serviços Terceirizados

É dever das instituições financeiras a implementação de procedimentos destinados a conhecer seus


funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos de
identificação e qualificação. Tais procedimentos devem ser compatíveis com a política de prevenção
à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e com a avaliação interna de risco.

Estes procedimentos devem ser formalizados em documento específico aprovado pela diretoria da
instituição, devendo o documento ser mantido atualizado.

A classificação das atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e prestadores de serviços
terceirizados nas categorias de risco definidas na avaliação interna de risco deve ser realizada pela
instituição financeira. A classificação em categorias de risco deve ser mantida atualizada e os critérios
para a classificação em categorias de risco devem estar previstos no documento.

De igual modo, as informações relativas aos funcionários, parceiros e prestadores de serviços


terceirizados devem ser mantidas atualizadas, considerando inclusive eventuais alterações que
impliquem mudança de classificação nas categorias de risco.

As instituições financeiras, na celebração de contratos com instituições financeiras sediadas no


exterior, devem:

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obter informações sobre o contratado que permitam compreender a natureza de


sua atividade e a sua reputação;

verificar se o contratado foi objeto de investigação ou de ação de autoridade


supervisora relacionada com lavagem de dinheiro ou com financiamento do
terrorismo;

certificar que o contratado tem presença física no país onde está constituído ou
licenciado;

conhecer os controles adotados pelo contratado relativos à prevenção à lavagem de


dinheiro e ao financiamento do terrorismo;

obter a aprovação do detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao


do responsável pela contratação;

dar ciência do contrato de parceria ao diretor .

As instituições financeiras, na celebração de contratos com terceiros não sujeitos a autorização para
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento do qual a instituição
também participe, devem:

obter informações sobre o terceiro que permitam compreender a natureza de sua atividade e a
sua reputação;

verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de ação de autoridade supervisora relacionada


com lavagem de dinheiro ou com financiamento do terrorismo;

certificar que o terceiro tem licença do instituidor do arranjo para operar, quando for o caso;

conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos à prevenção à lavagem de dinheiro e ao


financiamento do terrorismo; e

dar ciência do contrato ao diretor.

16.3.8 Dos Mecanismos de Acompanhamento e de Controle

As instituições financeiras devem instituir mecanismos de acompanhamento e de controle de modo


a assegurar a implementação e a adequação da política, dos procedimentos e dos controles internos
de que trata esta Circular, incluindo:

a definição de processos, testes e trilhas de auditoria;

a definição de métricas e indicadores adequados; e

a identificação e a correção de eventuais deficiências.

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Os mecanismos acima referidos devem ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna,
quando aplicáveis, compatíveis com os controles internos da instituição.

16.3.9 Da Avaliação de Efetividade

As instituições financeiras que possuem autorização de funcionamento pelo Banco Central devem
avaliar a efetividade da política, dos procedimentos e dos controles internos, além disso, devem
documentar a avaliação em relatório específico.

O relatório deve ser elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezembro, bem como
encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano seguinte ao da data-base ao comitê de auditoria,
quando houver e ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria da instituição.

Da mesma forma, o relatório deve conter informações que descrevam a metodologia adotada na
avaliação de efetividade; os testes aplicados; a qualificação dos avaliadores; e as deficiências
identificadas; e

Além disso, também deve conter, no mínimo, a avaliação:

dos procedimentos destinados a conhecer clientes, incluindo a verificação e a validação das


informações dos clientes e a adequação dos dados cadastrais;

dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e comunicação ao COAF, incluindo a


avaliação de efetividade dos parâmetros de seleção de operações e de situações suspeitas;

da governança da política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo;

das medidas de desenvolvimento da cultura organizacional voltadas à prevenção da lavagem de


dinheiro e ao financiamento do terrorismo;

dos programas de capacitação periódica de pessoal;

dos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços


terceirizados; e

das ações de regularização dos apontamentos oriundos da auditoria interna e da supervisão do


Banco Central do Brasil.

É possível que seja elaborado um único relatório de avaliação de efetividade relativo às instituições
do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito, as instituições que optarem por
realizar o relatório de avaliação de efetividade desta forma devem formalizar a opção em reunião do
conselho de administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição.

As instituições financeiras liberadas pelo BACEN devem elaborar plano de ação destinado a
solucionar as deficiências identificadas por meio da avaliação de efetividade, sendo que o
acompanhamento da implementação do plano de ação referido será documentado por meio de
relatório de acompanhamento.

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O plano de ação e o respectivo relatório de acompanhamento devem ser encaminhados para ciência
e avaliação, até 30 de junho do ano seguinte ao da data-base do relatório da avaliação de
efetividade:

do comitê de auditoria, quando houver;

da diretoria da instituição; e

do conselho de administração, quando existente.

De acordo com o art. 66:

Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil:

I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à política de prevenção à lavagem de
dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º;

II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da


instituição, no caso de ser formalizada a opção de que trata o caput do art. 4º;

III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se existente;

IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de que trata o art. 12, inciso I, juntamente
com a documentação de suporte à sua elaboração;

V - o contrato referido no art. 31;

VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da


instituição, no caso de serem formalizadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e
64;

VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o art. 62, § 1º;

VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de que trata o art. 10;

IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a conhecer os clientes referido no art.


13, § 2º;

X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de operações


e situações suspeitas mencionado no art. 38, § 3º, inciso IV;

XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, parceiros


e prestadores de serviços terceirizados mencionado no art. 57;

XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efetividade de que trata o art. 62, § 1º;

XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos mecanismos de acompanhamento


e de controle de que trata o art. 61; e

XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respectivo relatório de acompanhamento


mencionados no art. 65.

§1º O contrato referido no inciso V do caput deve permanecer à disposição do Banco Central
do Brasil pelo prazo mínimo de 5 anos após o encerramento da relação contratual.

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§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII a XIV do caput devem permanecer
à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de 5 anos.

Ademais, conforme aduz o Art. 67:

Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à disposição do Banco Central do
Brasil e conservar pelo período mínimo de dez anos:

I - as informações coletadas nos procedimentos destinados a conhecer os clientes de que


tratam os arts. 13, 16 e 18, contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano
seguinte ao término do relacionamento com o cliente;

II - as informações coletadas nos procedimentos destinados a conhecer os funcionários,


parceiros e prestadores de serviços terceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo
referido no caput a partir da data de encerramento da relação contratual;

III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a 37, contado o prazo referido no
caput a partir do primeiro dia do ano seguinte ao da realização da operação; e

IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º.

16.4 CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020 E SUAS ALTERAÇÕES

A Carta Circular nº 4001/20 do Banco Central possui como fundamento a divulgação da relação de
operações e situações que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes de “lavagem” ou
ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de
financiamento ao terrorismo, previstos na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016, passíveis de
comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Portanto, trata-se de mais uma importante ferramenta criada com a finalidade de se intensificar o
combate ao crime de lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo.

Atenção! Tenha sempre em mente que a Carta Circular, assim como outros normativos do BACEN,
se presta tão somente em auxiliar o combate do crime de lavagem de dinheiro naquelas situações
em que há o indício da pratica delituoso. Estes normativos não criam figuras criminosas, as quais
somente podem ser criadas por Lei.

Neste sentido, o art. 1º da Carta Circular 4001/20 enumera diversas operações que caracterizam
indícios da pratica criminosa. Apesar de ser extensa a lista, trata-se de matéria de grande relevância
para seu concurso, haja vista que o bancário tende a se deparar com tais condutas na prática. Assim,
leia e releia com bastante atenção a fim de que tenha boa compreensão das situações/operações:

Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir exemplificam a ocorrência de indícios


de suspeita para fins dos procedimentos de monitoramento e seleção previstos na Circular nº
3.978, de 23 de janeiro de 2020:

I - situações relacionadas com operações em espécie em moeda nacional com a


utilização de contas de depósitos ou de contas de pagamento:

a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer outro


instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação
à atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;

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b) movimentações em espécie realizadas por clientes cujas atividades possuam como


característica a utilização de outros instrumentos de transferência de recursos, tais como
cheques, cartões de débito ou crédito;

c) aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie de qualquer pessoa


natural ou jurídica, sem causa aparente, nos casos em que tais depósitos ou aportes forem
posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo, a destino não relacionado
com o cliente;

d) fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em espécie,


inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da movimentação;

e) fragmentação de saques em espécie, a fim de burlar limites regulatórios de reportes;

f) depósitos ou aportes de grandes valores em espécie, de forma parcelada, principalmente


nos mesmos caixas ou terminais de autoatendimento próximos, destinados a uma única conta
ou a várias contas em municípios ou agências distintas;

g) depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam atividade comercial


relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis,
barcos, joias, automóveis ou aeronaves;

h) saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência eletrônica de
várias origens em curto período de tempo;

i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com


aspecto de que foram armazenadas em local impróprio ou ainda que apresentem marcas,
símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e não uniformes;

j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantidades de cédulas de pequeno valor, por


pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha como característica
recebimentos de grandes quantias de recursos em espécie;

k) saques no período de cinco dias úteis em valores inferiores aos limites estabelecidos, de
forma a dissimular o valor total da operação e evitar comunicações de operações em espécie;

l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mesmo dia, com indícios de tentativa de burla
para evitar a identificação do sacador;

m) dois ou mais depósitos em terminais de autoatendimento em espécie, no período de cinco


dias úteis, com indícios de tentativa de burla para evitar a identificação do depositante;

n) depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer tipo de


Pessoas Expostas Politicamente (PEP), conforme elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de
2020, bem como seu representante, familiar ou estreito colaborador;

II - situações relacionadas com operações em espécie e cartões pré-pagos em moeda


estrangeira e cheques de viagem:

a) movimentações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados


em moeda estrangeira, que apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do
cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;

b) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados em


moeda estrangeira, que não apresentem compatibilidade com a natureza declarada da
operação;

c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem denominados em


moeda estrangeira, realizadas por diferentes pessoas naturais, não relacionadas entre si, que
informem o mesmo endereço residencial, telefone de contato ou possuam o mesmo
representante legal;

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d) negociações envolvendo taxas de câmbio com variação significativa em relação às


praticadas pelo mercado;

e) negociações de moeda estrangeira em espécie envolvendo cédulas úmidas, malcheirosas,


mofadas, ou com aspecto de terem sido armazenadas em local impróprio, ou ainda que
apresentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços
desorganizados e não uniformes;

f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou troca de grandes quantidades de cédulas


de pequeno valor, realizadas por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não
tenha como característica o recebimento desse tipo de recurso;

g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago em valor não compatível com a capacidade
financeira, atividade ou perfil do cliente;

h) utilização de diversas fontes de recursos para carga e recarga de cartões pré-pagos;

i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas imediatamente por saques em caixas


eletrônicos;

III - situações relacionadas com a identificação e qualificação de clientes:

a) resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de relacionamento ou


para a atualização cadastral;

b) oferecimento de informação falsa;

c) prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;

d) abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de procuração


ou de qualquer outro tipo de mandato;

e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos procedimentos de identificação e registro


das operações exigidos pela regulamentação vigente;

f) cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou em curto período, com depósitos
de valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos em comum, tais como origem
dos recursos, titulares, procuradores, sócios, endereço, número de telefone, etc.;

g) operações em que não seja possível identificar o beneficiário final, observados os


procedimentos definidos na regulamentação vigente;

h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos procuradores


ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;

i) informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais, sem


demonstração da existência de relação familiar ou comercial;

j) incompatibilidade da atividade econômica ou faturamento informados com o padrão


apresentado por clientes com o mesmo perfil;

k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de Internet Protocol (IP) por diferentes pessoas
jurídicas ou organizações, sem justificativa razoável para tal ocorrência;

l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol (IP) por pessoas naturais, sem
justificativa razoável para tal ocorrência;

m) informações e documentos apresentados pelo cliente conflitantes com as informações


públicas disponíveis;

n) sócios de empresas sem aparente capacidade financeira para o porte da atividade


empresarial declarada;

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IV - situações relacionadas com a movimentação de contas de depósito e de contas de


pagamento em moeda nacional, que digam respeito a:

a) movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a


ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente;

b) transferências de valores arredondados na unidade de milhar ou que estejam um pouco


abaixo do limite para notificação de operações;

c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contumaz, em benefício de terceiros;

d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhimento de depósitos em nome de


um mesmo cliente, cujos valores, somados, resultem em quantia significativa;

e) movimentação de quantia significativa por meio de conta até então pouco movimentada
ou de conta que acolha depósito inusitado;

f) ausência repentina de movimentação financeira em conta que anteriormente apresentava


grande movimentação;

g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em relação ao perfil do cliente;

h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas como recebimento de crédito, de juros


remuneratórios para grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancários especiais que, em
circunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer cliente;

i) mudança repentina e injustificada na forma de movimentação de recursos ou nos tipos de


transação utilizados;

j) solicitação de não observância ou atuação no sentido de induzir funcionários da instituição


a não seguirem os procedimentos regulamentares ou formais para a realização de uma
operação;

k) recebimento de recursos com imediata compra de instrumentos para a realização de


pagamentos ou de transferências a terceiros, sem justificativa;

l) operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício para burla da
identificação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos destinatários finais;

m) existência de contas que apresentem créditos e débitos com a utilização de instrumentos


de transferência de recursos não característicos para a ocupação ou o ramo de atividade
desenvolvida pelo cliente;

n) recebimento de depósitos provenientes de diversas origens, sem fundamentação


econômico-financeira, especialmente provenientes de regiões distantes do local de atuação
da pessoa jurídica ou distantes do domicílio da pessoa natural;

o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários que não apresentem ligação com a


atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica;

p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para fornecedor distante de seu local de
atuação, sem fundamentação econômico-financeira;

q) depósitos de cheques endossados totalizando valores significativos;

r) existência de conta de depósitos à vista ou de conta de pagamento de organizações sem


fins lucrativos cujos saldos ou movimentações financeiras não apresentem fundamentação
econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a atividade declarada da
organização e as outras partes envolvidas nas transações;

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s) movimentação habitual de recursos financeiros de ou para qualquer tipo de PEP, conforme


elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de 2020, bem como seu representante, familiar ou
estreito colaborador, não justificada por eventos econômicos;

t) existência de contas em nome de menores ou incapazes, cujos representantes realizem


grande número de operações e/ou operações de valores relevantes;

u) transações significativas e incomuns por meio de contas de depósitos ou de contas de


pagamento de investidores não residentes constituídos sob a forma de trust;

v) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de pagamento (Point of Sale - POS),


que apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a capacidade financeira
do estabelecimento comercial credenciado;

w) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de pagamento (Point of sale - POS),


que apresentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com o perfil do
estabelecimento comercial credenciado;

x) desvios frequentes em padrões adotados por cada administradora de cartões de


credenciamento ou de cartões de crédito, verificados no monitoramento das compras de seus
titulares;

y) transações em horário considerado incompatível com a atividade do estabelecimento


comercial credenciado;

z) transações em terminal (Point of sale - POS) realizadas em localização geográfica distante


do local de atuação do estabelecimento comercial credenciado;

aa) operações atípicas em contas de clientes que exerçam atividade comercial relacionada
com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos,
joias, automóveis ou aeronaves;

ab) utilização de instrumento financeiro de forma a ocultar patrimônio e/ou evitar a realização
de bloqueios judiciais, inclusive cheque administrativo;

ac) movimentação de valores incompatíveis com o faturamento mensal das pessoas jurídicas;

ad) recebimento de créditos com o imediato débito dos valores;

ae) movimentações de valores com empresas sem atividade regulamentada pelos órgãos
competentes;

V - situações relacionadas com operações de investimento no País:

a) operações ou conjunto de operações de compra ou de venda de ativos financeiros a preços


incompatíveis com os praticados no mercado ou quando realizadas por pessoa natural ou
jurídica cuja atividade declarada e perfil não se coadunem ao tipo de negociação realizada;

b) operações atípicas que resultem em elevados ganhos para os agentes intermediários, em


desproporção com a natureza dos serviços efetivamente prestados;

c) investimentos significativos em produtos de baixa rentabilidade e liquidez;

d) investimentos significativos não proporcionais à capacidade financeira do cliente, ou cuja


origem não seja claramente conhecida;

e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, independentemente do resultado auferido;

VI - situações relacionadas com operações de crédito no País:

a) operações de crédito no País liquidadas com recursos aparentemente incompatíveis com a


situação financeira do cliente;

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b) solicitação de concessão de crédito no País incompatível com a atividade econômica ou


com a capacidade financeira do cliente;

c) operação de crédito no País seguida de remessa de recursos ao exterior, sem fundamento


econômico ou legal, e sem relacionamento com a operação de crédito;

d) operações de crédito no País, simultâneas ou consecutivas, liquidadas antecipadamente ou


em prazo muito curto;

e) liquidação de operações de crédito ou assunção de dívida no País por terceiros, sem


justificativa aparente;

f) concessão de garantias de operações de crédito no País por terceiros não relacionados ao


tomador;

g) operação de crédito no País com oferecimento de garantia no exterior por cliente sem
tradição de realização de operações no exterior;

h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto da pessoa jurídica, especialmente


quando os recursos forem originados de crédito no País;

VII - situações relacionadas com a movimentação de recursos oriundos de contratos com


o setor público:

a) movimentações atípicas de recursos por agentes públicos, conforme definidos no art. 2º da


Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992;

b) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionadas a


patrocínio, propaganda, marketing, consultorias, assessorias e capacitação;

c) movimentações atípicas de recursos por organizações sem fins lucrativos;

d) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou jurídica relacionadas a licitações;

VIII - situações relacionadas a consórcios:

a) existência de consorciados detentores de elevado número de cotas, incompatível com sua


capacidade financeira ou com o objeto da pessoa jurídica;

b) aumento expressivo do número de cotas pertencentes a um mesmo consorciado;

c) oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade financeira do consorciado;

d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem;

e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de prestações vincendas, não condizente


com a capacidade financeira do consorciado;

f) aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de quitação das prestações


vincendas;

g) utilização de documentos falsificados na adesão ou tentativa de adesão a grupo de


consórcio;

h) pagamentos realizados em localidades diferentes ao do endereço do cadastro;

i) informe de conta de depósito à vista ou de poupança para pagamento de crédito em


espécie, em agência/localidade diferente da inicialmente fornecida ou remessa de eventual
Ordem de Pagamento (OP) para conta de depósito à vista ou de poupança divergente da
inicialmente fornecida;

IX - situações relacionadas a pessoas ou entidades suspeitas de envolvimento com


financiamento ao terrorismo e a proliferação de armas de destruição em massa:

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a) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entidades relacionadas a atividades


terroristas listadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU);

b) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a pessoas ou entidades que


reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou deles
participado ou facilitado o seu cometimento;

c) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas


ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas,
ou deles participado ou facilitado o seu cometimento;

d) movimentações com indícios de financiamento ao terrorismo;

e) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entidades relacionadas à proliferação


de armas de destruição em massa listadas pelo CSNU;

f) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a pessoas ou entidades que


reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer crimes de proliferação de armas
de destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento;

g) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta ou indiretamente, por pessoas


ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ou intentado cometer crimes de
proliferação de armas de destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu
cometimento;

h) movimentações com indícios de financiamento da proliferação de armas de destruição em


massa;

X - situações relacionadas com atividades internacionais:

a) operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive sociedades e instituições financeiras,


situadas em países que não apliquem ou apliquem insuficientemente as recomendações do
Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), ou que
tenham sede em países ou dependências com tributação favorecida ou regimes fiscais
privilegiados, ou em locais onde seja observada a prática contumaz dos crimes previstos na
Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, não claramente caracterizadas em sua legalidade e
fundamentação econômica;

b) operações complexas e com custos mais elevados que visem a dificultar o rastreamento
dos recursos ou a identificação da natureza da operação; c) pagamentos de importação e
recebimentos de exportação, antecipados ou não, por empresa sem tradição ou cuja
capacidade financeira seja incompatível com o montante negociado;

d) pagamentos a terceiros não relacionados a operações de importação ou de exportação;

e) transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou


apresentem atipicidade;

f) transferências internacionais, inclusive a título de disponibilidade no exterior, nas quais não


se justifique a origem dos fundos envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a
capacidade financeira ou com o perfil do cliente;

g) exportações ou importações aparentemente fictícias ou com indícios de superfaturamento


ou subfaturamento, ou ainda em situações que não seja possível obter informações sobre o
desembaraço aduaneiro das mercadorias;

h) existência de informações na carta de crédito com discrepâncias em relação a outros


documentos da operação de comércio internacional;

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i) pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados nas contas de depósitos dos
titulares das operações de câmbio por pessoas naturais ou jurídicas que não demonstrem a
existência de vínculo comercial ou econômico;

j) movimentações decorrentes de programa de repatriação de recursos que apresentem


inconsistências relacionadas à identificação do titular ou do beneficiário final, bem como
ausência de informações confiáveis sobre a origem e a fundamentação econômica ou legal;

k) pagamentos de frete ou de outros serviços que apresentem indícios de atipicidade ou de


incompatibilidade com a atividade ou capacidade econômico-financeira do cliente;

l) transferências internacionais por uma ou mais pessoas naturais ou jurídicas com indícios de
fragmentação, como forma de ocultar a real origem ou destino dos recursos;

m) transações em uma mesma data, ou em curto período, de valores idênticos ou


aproximados, ou com outros elementos em comum, tais como origem ou destino dos
recursos, titulares, procuradores, endereço, número de telefone, que configurem artifício de
burla do limite máximo de operação;

n) transferência via facilitadora de pagamentos ou com a utilização do cartão de crédito de


uso internacional, que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem
atipicidade;

o) transferências relacionadas a investimentos não convencionais que, pela habitualidade,


valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade;

p) pagamento de frete internacional sem amparo em documentação que evidencie vínculo


com operação comercial;

XI - situações relacionadas com operações de crédito contratadas no exterior:

a) contratação de operações de crédito no exterior com cláusulas que estabeleçam condições


incompatíveis com as praticadas no mercado, como juros destoantes da prática ou prazo
muito longo;

b) contratação, no exterior, de várias operações de crédito consecutivas, sem que a instituição


tome conhecimento da quitação das anteriores;

c) contratação, no exterior, de operações de crédito que não sejam quitadas por intermédio
de operações na mesma instituição;

d) contratação, no exterior, de operações de crédito, quitadas sem explicação aparente para a


origem dos recursos;

e) contratação de empréstimos ou financiamentos no exterior, oferecendo garantias em


valores ou formas incompatíveis com a atividade ou capacidade financeira do cliente ou em
valores muito superiores ao valor das operações contratadas ou cuja origem não seja
claramente conhecida;

f) contratação de operações de crédito no exterior, cujo credor seja de difícil identificação e


sem que exista relação ou fundamentação para a operação entre as partes;

XII - situações relacionadas com operações de investimento externo:

a) recebimento de investimento externo direto, cujos recursos retornem imediatamente a


título de disponibilidade no exterior;

b) recebimento de investimento externo direto, com realização quase imediata de remessas


de recursos para o exterior a título de lucros e dividendos;

c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores incompatíveis com o valor investido;

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d) remessas ao exterior a título de investimento em montantes incompatíveis com a


capacidade financeira do cliente;

e) remessas de recursos de um mesmo investidor situado no exterior para várias empresas no


País;

f) remessas de recursos de vários investidores situados no exterior para uma mesma empresa
no País;

g) recebimento de aporte de capital desproporcional ao porte ou à natureza empresarial do


cliente, ou em valores incompatíveis com a capacidade financeira dos sócios;

h) retorno de investimento feito no exterior sem comprovação da remessa que lhe tenha dado
origem;

XIII - situações relacionadas com funcionários, parceiros e prestadores de serviços


terceirizados:

a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do empregado, do parceiro


ou de prestador de serviços terceirizados, sem causa aparente;

b) modificação inusitada do resultado operacional da pessoa jurídica do parceiro, incluído


correspondente no País, sem causa aparente;

c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao procedimento formal da instituição por


funcionário, parceiro, incluído correspondente no País, ou prestador de serviços terceirizados;

d) fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou não, a cliente em prejuízo do


programa de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo da
instituição, ou de auxílio para estruturar ou fracionar operações, burlar limites regulamentares
ou operacionais;

XIV - situações relacionadas a campanhas eleitorais:

a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou não) de candidatos, contas de estreito


colaborador dessas pessoas ou em contas de partidos políticos, de valores que desrespeitem
as vedações ou extrapolem os limites definidos na legislação em vigor;

b) uso incompatível com as exigências regulatórias do fundo de caixa do partido eleitoral;

c) recebimento de doações, em contas de candidatos, de valores que desrespeitem as


vedações ou extrapolem os limites definidos na legislação em vigor, inclusive mediante uso
de terceiros e/ou de contas de terceiros;

d) transferências, a partir das contas de candidatos, para pessoas naturais ou jurídicas cuja
atividade não guarde aparente relação com contas de campanha;

XV - situações relacionadas a BNDU e outros ativos não financeiros:

a) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro para pessoas naturais ou jurídicas sem
capacidade financeira;

b) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro mediante pagamento em espécie;

c) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro por preço significativamente superior
ao de avaliação;

d) negociação de outro ativo não financeiro em benefício de terceiros;

XVI - situações relacionadas com a movimentação de contas correntes em moeda


estrangeira (CCME):

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a) movimentação de recursos incompatível com a atividade econômica e a capacidade


financeira do cliente;

b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros cujas movimentações financeiras não


apresentem fundamentação econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação
entre a atividade declarada do titular da CCME e as outras partes envolvidas nas transações;

c) movimentação de recursos, em especial nas contas tituladas por agentes autorizados a


operar no mercado de câmbio, que denotem inobservância a limites por operação cambial ou
qualquer outra situação em que não se justifiquem ou apresentem atipicidade, pela
habitualidade, valor, forma ou ausência de aderência às normas cambiais;

d) transações atípicas em CCME de movimentação restrita. Exemplos: contas de agências de


turismo e contas de administradoras de cartão de crédito;

XVII - situações relacionadas com operações realizadas em municípios localizados em


regiões de risco:

a) operação atípica em municípios localizados em regiões de fronteira;

b) operação atípica em municípios localizados em regiões de extração mineral;

c) operação atípica em municípios localizados em outras regiões de risco.

Essas operações/situações descritas devem ser comunicadas somente nos casos em que os indícios
forem confirmados ao término da execução dos procedimentos de análise de operações e situações
suspeitas.

Além disso, os procedimentos referidos devem considerar todas as informações disponíveis, inclusive
aquelas obtidas por meio dos procedimentos destinados a conhecer clientes, funcionários, parceiros
e prestadores de serviços terceirizados.

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17.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

A autorregulação bancária refere-se ao conjunto de normas instituídas conjuntamente pelas


instituições bancárias, sendo facultativa a associação a ela, porém, de observância obrigatória para
aqueles que aderirem.

Dessa forma, as instituições financeiras possuem a faculdade de aderir ao Sistema de Autorregulação


Bancária (SARB), obrigando-se, contudo ao seu cumprimento aqueles que optarem pela adesão.

O Banco Central não realiza nenhum tipo de interferência na autorregulação e, portanto, são as
próprias instituições bancárias que regulam suas atividades.

A Federação Brasileira de Banco (FEBRABAN), instituição sem finalidade lucrativa e fundada em 1967,
foi quem estabeleceu normas de Autorregulação Bancária, sendo uma federação pautada no
compromisso de fortalecer o sistema financeiro brasileiro, além do desenvolvimento econômico,
social e sustentável.

O SARB foi criado por deliberação do Conselho Diretor da FEBRABAN, em 28 de agosto de 2008,
tendo estabelecido padrões elevados de conduta a serem seguidos pelas Instituições Financeiras.

Além do Código de Conduta Ética e Autorregulação, o Sistema de Autorregulação Bancária também


é regido por outros Normativos.

17.2 APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA E AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA

O Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária é aplicável a todas as Instituições Financeiras


associadas à Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN.

Sendo a instituição financeira associada ou tendo expressamente aderido ao Código citado, deve ter
estrita observância aos conceitos e condutas dispostas nele.

O presente Código não se sobrepõe à legislação e regulamentação vigentes, ainda que venham a
ser editadas normas, após o início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições ora trazidas.
Caso haja contradição entre regras estabelecidas neste Código e normas legais ou regulamentares,
essas últimas prevalecerão, sem prejuízo das demais regras contidas neste Código.

17.3 CONCEITOS PRESENTES NO CÓDIGO DE ÉTICA E AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA

Para os efeitos Do Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária, considera-se:

Ética - virtude caracterizada pela orientação dos atos das associadas segundo os valores do bem
e da decência pública.

Conduta - manifestação do modo como uma associada se comporta perante a sociedade, tendo
como base as crenças, culturas, valores morais e éticos que seguem.

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Conflito de Interesse - qualquer situação na qual a associada possa ter sua capacidade de
julgamento e decisão afetada, podendo incorrer ou sugerir quebra do princípio de imparcialidade e
favorecer seu próprio interesses, de terceiros ou, ainda, de cunho político, em detrimento dos
interesses e princípios da FEBRABAN.

Compliance - dever de cumprir, de estar em conformidade e fazer cumprir leis, diretrizes,


regulamentos internos e externos, buscando mitigar o risco atrelado à reputação, ao risco legal ou
regulatório.

Corrupção - toda e qualquer ação, culposa ou dolosa, que implique sugestão, oferta, promessa,
concessão (forma ativa) ou solicitação, exigência, aceitação ou recebimento (forma passiva), de
vantagens indevidas, de natureza financeira ou não, tais como: propina, tráfico de influência e
favorecimentos, em troca de realização ou omissão de atos inerentes as suas atribuições, operações
ou atividades, ou visando a benefícios para si ou para terceiros.

Instituições Financeiras – pessoa jurídica de direito público ou privado, conforme Lei nº 7.492/86,
que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação,
intermediação ou aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira,
ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores
mobiliários.

Signatárias – todas as Instituições Financeiras associadas à FEBRABAN.

Signatárias nível I – Instituições Financeiras Signatárias a este Código de Conduta Ética e


Autorregulação.

Signatárias nível II – Instituições Financeiras Signatárias que aderiram a pelo menos um dos
eixos normativos do SARB.

Signatárias nível III – Instituições Financeiras Signatárias que aderiram a todos os eixos
normativos do SARB.

17.4 PRINCÍPIOS ÉTICOS

As Signatárias deverão observar aos seguintes princípios éticos:

Integridade - Adotar em todas suas atividades, processos e relacionamentos as boas práticas de


conduta, honestidade e retidão.

Equidade - Desenvolver um ambiente profissional e de mercado justo, digno e imparcial.

Respeito ao consumidor – Tratar o consumidor de forma justa e transparente, com atendimento


cortês e digno, de forma a garantir a sua liberdade de escolha e a tomada de decisões conscientes,
bem como atender suas necessidades e as possíveis convergências de interesses.

Transparência - Prestar informações claras, exatas e suficientes em todos os relacionamentos e


decisões tomadas, sempre em conformidade com as leis e regulamentações aplicáveis.

Excelência - Aperfeiçoar padrões de conduta, elevar a qualidade dos produtos e serviços de


forma contínua e permanente.

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Sustentabilidade - Atuar com responsabilidade ambiental, econômica, social e cultural,


respeitando leis e regulamentações e contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

Confiança - Manter em todos os relacionamentos, práticas que proporcionem um ambiente de


credibilidade, segurança, boa-fé e lealdade.

17.5 RELACIONAMENTO COM O CONSUMIDOR

Quanto ao relacionamento com o consumidor, assim dispõe o Código de Conduta Ética e


Autorregulação Bancária:

Art. 2º. As Signatárias reconhecem a vulnerabilidade do consumidor e, na implementação de


suas políticas de Relacionamento com Clientes e Usuários, comprometem-se com a
convergência de suas práticas comerciais em relação às leis de proteção e defesa do
consumidor, notadamente ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor e legislação
complementar em matéria consumerista.

Art. 3º. As Signatárias, em suas relações com consumidores e clientes, pautarão suas ações em
valores organizacionais baseados na boa-fé, no tratamento justo, na transparência, no
respeito à dignidade e harmonização de interesses, devendo oferecer produtos e serviços
adequados ao seu perfil.

Art. 4º. As Signatárias garantirão a liberdade de escolha dos consumidores, provendo


informações completas e adequadas que permitam a aquisição consciente e refletida de
produtos ou serviços e, de forma facilitada, garantir-lhes acesso aos processos de
portabilidade quando de seu interesse.

Art. 5º. As Signatárias comprometem-se com o cuidado permanente para que as peças
publicitárias e anúncios estejam livres de informações ambíguas, exageradas, capazes de
induzir o consumidor em erro ou, ainda, que promovam a discriminação, desrespeito a valores
ambientais ou explore a deficiência de julgamento.

Art. 6º. As Signatárias observarão o mais estrito dever de cuidado e sigilo no tratamento de
informações cadastrais, confidencialidade de dados pessoais, financeiros ou de qualquer
natureza dos consumidores.

Art. 7º. As Signatárias disponibilizarão canais de atendimento acessíveis a consumidores e


clientes, atenderão suas demandas de forma tempestiva e atuarão de maneira a estimular os
mecanismos alternativos de solução de conflitos e fortalecer a mediação por meio de seus
canais de atendimento, destacadamente os canais de SAC (Serviço de Atendimento ao
Consumidor) e Ouvidoria.

17.6 DA LIVRE CONCORRÊNCIA

As Signatárias, em conformidade com a Política de Defesa da Concorrência da FEBRABAN,


comprometer-se-ão com a promoção de um ambiente de concorrência livre, honesta, justa e correta,
visando o aprimoramento contínuo de produtos, serviços e eficiência e não admitirão impedimentos
artificiais ou ilegais à entrada de novos concorrentes no mercado ou à manutenção da atividade
econômica de cada uma.

De igual modo, as Signatárias coibirão e impedirão quaisquer infrações à ordem econômica que
possam causar prejuízos aos fundamentos da livre concorrência no mercado financeiro.

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17.7 DA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

As Signatárias deverão valorizar e incentivar a preservação ambiental e o desenvolvimento social,


estimulando um ambiente harmonioso, sustentável e inclusivo.

Ademais, assim dispõe o Código:


Art. 15. As Signatárias se empenharão na prevenção e não aceitarão quaisquer formas de
trabalho forçado, involuntário, escravo ou em condição análoga, tampouco o uso de mão de
obra infantil, em desacordo com a legislação e regulamentação vigentes, ou qualquer outra
forma de trabalho contra a livre vontade ou escolha do indivíduo, bem como contribuirão
ativamente para o combate e a erradicação de formas degradantes de trabalho.

Art. 16. Não serão toleradas nenhuma forma de discriminação, desrespeito e preconceito de
qualquer natureza, seja de gênero, raça, religião, faixa etária, convicção política, nacionalidade,
estado civil, posição social, condição física, entre outras.

Art. 17. Todas as formas de abuso de poder, condutas hostis e/ou de intimidações como
assédios (moral, físico, psicológico, judicial, entre outros), constrangimentos, depreciações,
ofensas e/ou ameaças não serão toleradas.

Art. 18. As Signatárias se comprometem a promover ações de educação financeira voltadas


ao crédito consciente e ao uso dos recursos disponíveis.

17.8 DA CONFORMIDADE COM AS LEIS

As Signatárias devem se comprometer ainda a trabalhar num ambiente ético, de respeito às leis,
nacionais e internacionais, e às autoridades de todas as instâncias dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário, bem como também com a manutenção de políticas e práticas institucionais atualizadas
e disseminadas de prevenção e combate a todas as formas de atos ilegais ou criminosos.

17.9 DA PREVENÇÃO A FRAUDES E LAVAGEM DE DINHEIRO

A FEBRABAN atuará no auxílio ao combate a fraudes e a lavagem de dinheiro, sendo vedada a adesão
pelas instituições de práticas que tenham como finalidade a ocultação ou dissimulação de bens,
direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente de infrações penais.

Dessa forma, as instituições bancárias signatárias deverão adotar os seguintes procedimentos:

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Implementar e aprimorar continuamente mecanismos para evitar a realização de negócios


com terceiros de reputação inidônea, incluindo agentes, consultores e parceiros de
negócio que possam estar envolvidos em atividades ilícitas e cujos recursos sejam de
origem ilegítima;

Assegurar a existência de políticas e de controles que coíbam falsificações ou adulterações de


documentos, registros e aprovações;

Realizar o reporte de transações suspeitas para os órgãos competentes de acordo com os


procedimentos vigentes, conforme diretrizes do COAF (Conselho de Controle de Atividades
Financeiras);

Enfatizar a importância de conhecer os clientes e colaboradores, bem como a notificação de


atividades suspeitas.;

17.10 DA PREVENÇÃO E COMBATE À CORRUPÇÃO

As instituições bancárias cooperarão com as iniciativas nacionais e internacionais de prevenção e


combate à corrupção utilizando-se, para tanto, dos valores da Honestidade e Integridade.

Neste sentido dispõe o Código:


Art. 24. As Signatárias não tolerarão e repudiarão quaisquer atos de corrupção, de qualquer
natureza, em prejuízo do interesse público ou privado, nacional ou estrangeiro.

Art. 25. As Signatárias manterão políticas e adotarão práticas institucionais de prevenção e


combate à corrupção, em conformidade com elevados padrões de honestidade e integridade.

Art. 26. As Signatárias cooperarão com as iniciativas nacionais e internacionais de prevenção


e combate à corrupção.

Art. 27. As Signatárias adotarão ações de prevenção e manterão controles para que aqueles
que ajam em seu nome não pratiquem atos de corrupção.

Art. 28. As Signatárias adotarão medidas corretivas em caso de suspeita ou identificação de


algum ilícito cometido por aqueles que ajam em seu nome, comprometendo-se a aprimorar
suas ações de prevenção.

17.11 DO RELACIONAMENTO ENTRE ASSOCIADAS

Os participantes do Sistema de Autorregulação Bancária da FEBRABAN devem agir entre si de forma


respeitosa, igualitária e imparcial, para isso deverão buscar:

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Expressar opiniões livremente, cooperar, praticar o diálogo e acolher opiniões divergentes de


caráter construtivo;

Promover o ambiente de respeito mútuo quanto à manifestação de opiniões, à liberdade


de escolha e às posições dos representantes, independentemente da Instituição
Financeira associada, da função ou cargo que ocupem;

Não constranger e não se impor de forma autoritária nas discussões e tomadas de decisão;

Respeitar os princípios de lealdade, cordialidade, boa-fé e transparência;

Fornecer informações claras, objetivas, corretas e transparentes para que as discussões


e tomadas de decisão contribuam para o fortalecimento da Autorregulação Bancária.

17.12 DAS RELAÇÕES EXTERNAS E INTERAÇÃO COM O PODER PÚBLICO E AUTORIDADES

O diálogo é algo primordial entre as Signatárias, dessa forma, devem se comprometer a manter
diálogo, sempre que solicitado ou necessário, com as autoridades constituídas, em especial as que
atuam na regulação, proteção e defesa dos consumidores, atentando-se às questões apresentadas
e demonstrando postura construtiva na avaliação dos temas tratados, primando pelo
aprimoramento contínuo da relação com os consumidores e cidadãos na prestação de serviços
bancários.

Salvo se estiverem na condição de mandatária, as Signatárias não deverão tomar quaisquer decisões
ou assumir compromissos perante fóruns, mídia, Poder Público ou Autoridades, em nome do Sistema
de Autorregulação Bancária.

17.13 DO CONTROLE DA INFORMAÇÃO E CONFIDENCIALIDADE

As instituições bancárias que pertencem ao SARB devem necessitam possuir e manter atualizado
periodicamente as políticas, procedimentos e controles que assegurem a integridade, legitimidade,
confiabilidade, segurança e sigilo das transações.

É possível o compartilhamento de informações pessoais de clientes/ex-clientes nos casos de


determinação judicial ou se o consumidor solicitar ou permitir revelar as suas informações.

17.14 DO CONFLITO DE INTERESSES

Os conflitos de interesse devem ser evitados, devendo as Signatárias agir de modo a prevenir ou
impedir quaisquer situações que possam configurar conflito de interesses.

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17.15 DO SISTEMA DE AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA

O Sistema de Autorregulação Bancária é regido pelos seguintes instrumentos normativos:

Código de Conduta Ética e Autorregulação Bancária;

Normativos aprovados pelo Conselho de Autorregulação; e

Decisões da Diretoria de Autorregulação e do Conselho de Autorregulação.

17.16 DA RESPONSABILIDADES DAS SIGNATÁRIAS

Dispõe o art. 39 do Código que são responsabilidades das Signatárias do Sistema de Autorregulação
Bancária:

Art. 39:

I - respeitar e fazer com que suas controladas e coligadas sujeitas a este Código respeitem as
normas da Autorregulação;

II – indicar um profissional com cargo estatutário, preferencialmente das áreas de ouvidoria,


compliance, riscos, controles internos ou jurídico, para ser o interlocutor com a Diretoria de
Autorregulação;

III - disponibilizar e permitir acesso a informações para fins de verificação da aderência às


normas do Sistema de Autorregulação Bancária, sempre que solicitado.

17.17 DO CONSELHO DAS SIGNATÁRIAS

O Conselho das Signatárias do Sistema de Autorregulação Bancária é composto pelos membros do


Conselho Diretor da FEBRABAN representantes das Instituições Financeiras, ao qual compete:

deliberar sobre a composição do Conselho de Autorregulação e o modelo de adesão


ao Sistema de Autorregulação Bancária;

nomear os Conselheiros Setoriais e os Conselheiros Independentes;

estabelecer eventual verba remuneratória para os Conselheiros Independentes;

A convocação do Conselho das Signatárias será feita pelo Presidente do Conselho de Autorregulação
com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, por intermédio de mensagem eletrônica para o
endereço cadastrado junto à Diretoria de Autorregulação, devendo mencionar o dia, hora, local e
assuntos da pauta. O Conselho das Signatárias poderá ser convocado por iniciativa de ½ (metade)
das Signatárias.

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Para a instalação em primeira convocação é necessário a presença de, no mínimo, 1/4 (um quarto)
das Signatárias e, em segunda convocação, com qualquer número, sendo as deliberações tomadas
por maioria de votos dos membros presentes à reunião, tendo cada Signatária direito a 1 (um) voto.

17.18 DO CONSELHO DE AUTORREGULAÇÃO

8 (oito) Conselheiros Setoriais


Compõem o Conselho de
Autorregulação (órgão normativo e
de administraçção do SARB):
8 (oito) Conselheiros Independentes.

5 (cinco) Conselheiros indicados


respectivamente pelas 5 (cinco) maiores
Signatárias, segundo seu patrimônio
líquido
São Conselheiros SETORIAIS
(indicados pelas Signatárias):
3 (três) Conselheiros indicados mediante
alternância entre as demais signatárias que
tenham aderido voluntariamente aos eixos
Normativos

O Conselheiro Setorial indicado deverá ser profissional estatutário da respectiva Signatária.

Por outro lado, os Conselheiros Independentes são representantes da sociedade civil, de ilibada
reputação e notório conhecimento dos temas tratados nas normas da Autorregulação.

Os Conselheiros Setoriais nomeados pelo Conselho das Signatárias indicarão o presidente do


Conselho de Autorregulação e o vice-presidente, que terão mandato de 2 (dois) anos, sendo
permitida a recondução.

O mandato dos 03 Conselheiros nomeados por indicação mediante alternância e dos Conselheiros
Independentes será de 2 (dois) anos, e a recondução admitida apenas para os Conselheiros
Independentes.

A solicitação de ingresso de novas Signatárias no Conselho ocorrerá mediante solicitação formal à


Diretoria de Autorregulação e observará a ordem cronológica dos pedidos.

Caso um Conselheiro Setorial renuncie ou seja destituído do Conselho de Autorregulação, ele será
substituído por outro representante da Signatária que o indicou em até 30 (trinta) dias após o
evento e completará o restante do mandato outorgado.

§ 2º Caso a Signatária renuncie ou seja destituída do Conselho de Autorregulação, a escolha da nova


Signatária respeitará a regra de alternância.

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A ausência sem justificativa por parte de um Conselheiro, a mais de 2 (duas) reuniões consecutivas
ou a mais de 3 (três) reuniões alternadas em um período de 12 (doze) meses, implicará a perda do
mandato.

Os Conselheiros Setoriais não farão jus a qualquer verba remuneratória ou reembolso em razão do
desempenho de suas funções. Já os Conselheiros Independentes poderão receber verba
remuneratória e ser reembolsados por despesas diretamente relacionadas ao desempenho de suas
funções, conforme determinado pelo Conselho das Signatárias.

Quanto as competências do Conselho de Autorregulação, prevê o Código:

Art. 52. Compete ao Conselho de Autorregulação:

I - aprovar e deliberar alterações a este Código;

II – aprovar e instituir novos Normativos, bem como deliberar sobre a alteração de Normativos
vigentes;

III- estabelecer, por meio de resoluções, as diretrizes, políticas e procedimentos do Sistema de


Autorregulação Bancária, incluindo:

a) o modelo monitoramento e supervisão do Sistema de Autorregulação Bancária;

b) o Selo da Autorregulação; e

c) o relatório anual contendo informações sobre as atividades desempenhadas e resultados


alcançados pelo Conselho de Autorregulação e pela Diretoria de Autorregulação.

IV - nomear e destituir o responsável pela Diretoria de Autorregulação;

V- firmar convênios com entidades setoriais;

VI – decidir pela aplicação das sanções previstas neste Código;

VII – atuar como última instância decisória em procedimentos disciplinares iniciados em outros
sistemas de autorregulação em que a FEBRABAN participe e demonstre interesse, desde que
haja previsão expressa para tal nas regras que disciplinam estes sistemas de autorregulação;
e

VIII - deliberar sobre assuntos que entenda relevantes ao Sistema de Autorregulação.

Art. 53. O Conselho de Autorregulação reunir-se-á, ordinariamente, no mínimo 4 (quatro)


vezes ao ano e, extraordinariamente, sempre que os interesses do Sistema de Autorregulação
Bancária assim o exigirem.

Já quanto a convocação do Conselho de Autorregulação, esta se realizará pelo Presidente do


Conselho com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, através de mensagem eletrônica para o
endereço cadastrado junto à Diretoria de Autorregulação.

O Conselho de Autorregulação poderá ser convocado por iniciativa de 3/5 (três quintos) dos
Conselheiros.

O Conselho de Autorregulação instalar-se-á com a presença de no mínimo 3/5 (três quintos) dos
Conselheiros, sendo as deliberações tomadas por maioria de votos dos membros presentes à
reunião, tendo cada Conselheirodireito a 1 (um) voto.

Havendo empate, o Presidente do Conselho de Autorregulação ou, em caso de impedimento deste,


o Vice-Presidente, proferirá o voto de qualidade/desempate.

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Nas reuniões do Conselho de Autorregulação Tterão assento, porém sem direito a voto, o Vice-
Presidente Executivo da FEBRABAN e o responsável pela Diretoria de Autorregulação, cabendo a este
último elaborar as pautas e secretariar as reuniões.

Ao Presidente do Conselho de Autorregulação compete convocar e presidir as reuniões ordinárias e


extraordinárias do Conselho de Autorregulação. E ao Vice-Presidente do Conselho de
Autorregulação compete substituir o Presidente do Conselho de Autorregulação em caso de
impedimento.

17.19 DA COMISSÃO DE AUTORREGULAÇÃO

Os membros da Comissão de Autorregulação Bancária são responsáveis pela representação das


Signatárias junto ao Sistema de Autorregulação Bancária, bem como também pela interlocução com
a Diretoria de Autorregulação da FEBRABAN e com o Conselho de Autorregulação.

Compete a Comissão de Autorregulação:

fazer cumprir as deliberações do Conselho;

realizar estudos e promover discussões relacionadas ao aperfeiçoamento do SARB, incluindo


temas para futuros Normativos;

atuar de forma proativa e propositiva em temas relacionados à Autorregulação, visando a


representação dos interesses das Signatárias perante o Estado, a sociedade e as entidades de
regulação, supervisão e controle, bem como o fortalecimento do SARB;

aprovar o Plano de Trabalho da Diretoria de Autorregulação;

aprovar o Plano de Monitoramento e Supervisão do SARB;

aprovar os critérios para abertura de Averiguações Preliminares;

ouvida a Diretoria de Autorregulação, manifestar-se conclusivamente sobre a instauração de


processos administrativos disciplinares por violação das normas de Autorregulação Bancária.

A Comissão será composta por 18 (dezoito) Signatárias, sendo:

5 (cinco) representantes indicados pelas 5 (cinco) maiores Signatárias, segundo seu patrimônio
líquido;

13 (treze) representantes indicados ad referendum do Conselho, em regime de alternância.

Os representantes submetidos ao regime de alternância terão mandato de 1 (um) ano, admitida


até uma recondução por igual período, caso não haja interesse de ingresso na Comissão por novas
Signatárias.

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17.20 DA DIRETORIA DE AUTORREGULAÇÃO

A Diretoria de Autorregulação é o órgão executivo do Sistema de Autorregulação Bancária,


subordinado ao Conselho de Autorregulação Bancária. À Diretoria Executiva da FEBRABAN compete
prover infraestrutura operacional à Diretoria de Autorregulação.

À Diretoria de Autorregulação compete de acordo com o Código:


Art. 63. Compete à Diretoria de Autorregulação Bancária:

I - executar as deliberações do Conselho de Autorregulação Bancária;

II - elaborar propostas para o desenvolvimento do Sistema de Autorregulação Bancária;

III - orientar as Signatárias quanto ao correto preenchimento dos Relatórios de Conformidade;


aprovar o teor dos Relatórios de Conformidade, monitorando o cumprimento das obrigações
ali consignadas, de acordo com a política definida pelo Conselho de Autorregulação;

IV - desenvolver e gerenciar processos e sistemas para monitorar a aderência das Signatárias


às normas da Autorregulação;

V - registrar denúncias por parte dos consumidores, órgãos de proteção do consumidor e das
Instituições Financeiras Signatárias; notificar, ao Presidente do Conselho de Autorregulação,
indícios de violação ao Código de Conduta Ética, normas da Autorregulação e inadequação
nos Relatórios de Conformidade;

VI - estruturar e manter, em página eletrônica própria, uma área especificamente destinada


ao Sistema de Autorregulação, de forma a disponibilizar (a) a lista das Signatárias ativas e
suspensas, (b) o Código, as Regras e demais Normativos, (c) os pareceres e orientações sobre
o Código e as Regras, (d) o ementário dos julgados dos Comitês Disciplinares, (e) as
informações relativas aos sistemas das Signatárias para atendimento a consumidores, e (f) um
sistema para receber denúncias e manifestações do público em geral;

VII - participar de atividades e eventos relevantes ao Sistema de Autorregulação Bancária;

VIII - secretariar o processo de renovação do Conselho de Autorregulação;

IX - elaborar o orçamento referente ao Sistema de Autorregulação Bancária, que comporá o


orçamento da FEBRABAN.

Art. 64. A Diretoria de Autorregulação, ouvido o Conselho de Autorregulação, poderá instituir


e coordenar grupos de trabalho para efetuar estudos e promover discussões relacionados
com o aperfeiçoamento e conhecimento do Sistema de Autorregulação, incluindo o conteúdo
e a interpretação do Código e das Regras, e temas para futuros Normativos.

Parágrafo único. Os Grupos de Trabalho poderão ser compostos por representantes das
Signatárias, por membros de Comissões Técnicas da FEBRABAN e por outros convidados,
conforme a conveniência e os temas a serem tratados.

17.21 DOS SELOS DE AUTORREGULAÇÃO

Os selos de Autorregulação Bancária poderão ser concedidos às Signatárias de nível II e III, e sua
concessão e manutenção serão disciplinadas em Normativo específico da Autorregulação Bancária
instituído pelo Conselho de Autorregulação.

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17.22 DO CANAL DE REGISTRO DE DEMANDAS

O Sistema de Autorregulação Bancária contará com um canal de registro de demandas denominado


“Conte Aqui”.

17.23 DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

O procedimento disciplinar aplicável às infrações a este Código e aos Normativos do Sistema de


Autorregulação Bancária observará o disposto no Normativo SARB 006.

Nos procedimentos de Supervisão e Controle, serão observados a isonomia entre as Signatárias e o


devido processo legal, especialmente quanto ao contraditório e à ampla defesa, ficando assegurado
às Signatárias o direito de emitir manifestação, de oferecer provas e acompanhar sua produção, de
obter vista e pedir a revisão de decisões.

Somente poderão ser recusados, mediante decisão fundamentada, os argumentos e as provas


propostas pelas Signatárias quando ilícitas, impertinentes ou protelatórias.

Quanto aos procedimentos de supervisão e controle de normas prevê o Código:


Art. 72. Os procedimentos de supervisão e controle das normas da Autorregulação Bancária
serão desenvolvidos mediante os seguintes atos:

I – Averiguação Preliminar (AP);

II – Processo Disciplinar (PD); e

III – Revisão do Processo Disciplinar (RPD).

17.24 DAS SANÇÕES

Nos termos do art. 73, o descumprimento do Código de Conduta Ética e Autorregulação, bem como
dos normativos do Sistema de Autorregulação Bancária sujeitam as Signatárias à:
Art. 73.

I - recomendação para o ajuste de sua conduta, encaminhada por meio de carta reservada;

II - recomendação para o ajuste de sua conduta, encaminhada por meio de carta com o
conhecimento de todas as Signatárias, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição
entre 1 (uma) e 10 (dez) vezes o valor da menor anuidade recolhida por uma Associada da
FEBRABAN;

III - suspensão de sua participação no Sistema de Autorregulação Bancária, com a suspensão


do uso do Selo da Autorregulação e do mandato de seu Conselheiro no Conselho de
Autorregulação, cumulada com a obrigação de pagar uma contribuição entre 5 (cinco) e 15
(quinze) vezes o valor da menor anuidade recolhida por uma Associada da FEBRABAN; e

IV - exclusão de sua participação no Sistema de Autorregulação Bancária.

§ 1º A decisão levará em conta a gravidade da conduta, o impacto para o mercado, para a


imagem da Signatária e para o Sistema de Autorregulação Bancária, além da reincidência.

§ 2º Na imposição de suspensão ou exclusão, o Conselho de Autorregulação estabelecerá o


prazo e as condições a serem observadas pela Instituição.

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A Lei Complementar 105/2001 dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras e dá
outras providências, ou seja, é o que comumente entendemos por sigilo bancário.

É dever das instituições financeiras manter o sigilo em seus serviços ou em suas operações, sejam
elas ativas ou passivas.

Caso você esteja se perguntando o que é considerada uma instituição financeira, a LC 105/2001
possui a resposta.

De acordo com esta lei, são consideradas instituições financeiras:

os bancos de qualquer espécie;

distribuidoras de valores mobiliários;

corretoras de câmbio e de valores mobiliários;

sociedades de crédito, financiamento e investimentos;

sociedades de crédito imobiliário;

administradoras de cartões de crédito;

sociedades de arrendamento mercantil;

administradoras de mercado de balcão organizado;

cooperativas de crédito;

associações de poupança e empréstimo;

bolsas de valores e de mercadorias e futuros;

entidades de liquidação e compensação;

outras sociedades que, em razão da natureza de suas operações, assim venham a ser
consideradas pelo Conselho Monetário Nacional.

Quanto as empresas de fomento comercial ou factoring (que nada mais é que uma operação
financeira pela qual uma empresa vende seus direitos creditórios, os quais seriam pagos a prazo,
através de títulos a um terceiro, que compra estes à vista, porém, por um preço menor) dispõe a Lei
Complementar 105/2001 que estas deverão obedecer às normas aplicáveis às instituições financeiras
acima descritas.

Da mesma forma, a LC 105/01 explicita o que não configura como violação do dever de sigilo,
vejamos:
Art. 1º (...)

§ 3º Não constitui violação do dever de sigilo:

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I – a troca de informações entre instituições financeiras, para fins cadastrais, inclusive por
intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário
Nacional e pelo Banco Central do Brasil;

II - o fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem


provisão de fundos e de devedores inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito,
observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do
Brasil;

III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do art. 11 da Lei no 9.311, de 24 de


outubro de 1996;

IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou


administrativos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que envolvam
recursos provenientes de qualquer prática criminosa;

V – a revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos interessados;

VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3, 4o,
5o, 6o, 7º e 9 desta Lei Complementar.

VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos, relativos a operações de crédito


e obrigações de pagamento adimplidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, a
gestores de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos termos de lei
específica. (Incluído pela Lei Complementar nº 166, de 2019) (Vigência)

§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de ocorrência
de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente
nos seguintes crimes:

I – de terrorismo;

II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;

III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado a sua produção;

IV – de extorsão mediante sequestro;

V – contra o sistema financeiro nacional;

VI – contra a Administração Pública;

VII – contra a ordem tributária e a previdência social;

VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores;

IX – praticado por organização criminosa.

Ademais, o dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil, em relação às operações que
realizar e às informações que obtiver no exercício de suas atribuições.

Por outro lado, o sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplicações e investimentos mantidos
em instituições financeiras, não pode ser oposto ao Banco Central do Brasil nos casos elencados pela
LC 105/01:
Art. 2º §1º

I – no desempenho de suas funções de fiscalização, compreendendo a apuração, a qualquer


tempo, de ilícitos praticados por controladores, administradores, membros de conselhos
estatutários, gerentes, mandatários e prepostos de instituições financeiras;

II – ao proceder a inquérito em instituição financeira submetida a regime especial.

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§ 2º As comissões encarregadas dos inquéritos a que se refere o inciso II do § 1o poderão


examinar quaisquer documentos relativos a bens, direitos e obrigações das instituições
financeiras, de seus controladores, administradores, membros de conselhos estatutários,
gerentes, mandatários e prepostos, inclusive contas correntes e operações com outras
instituições financeiras.

§ 3º O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores Mobiliários, quando se tratar de


fiscalização de operações e serviços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas
instituições financeiras que sejam companhias abertas.

§ 4º O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, em suas áreas de


competência, poderão firmar convênios:

I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições financeiras, objetivando a


realização de fiscalizações conjuntas, observadas as respectivas competências;

II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros países, objetivando:

a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financeiras estrangeiras, em


funcionamento no Brasil e de filiais e subsidiárias, no exterior, de instituições financeiras
brasileiras;

b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a investigação de atividades ou


operações que impliquem aplicação, negociação, ocultação ou transferência de ativos
financeiros e de valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas.

§ 5º O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar estende-se aos órgãos fiscalizadores
mencionados no § 4o e a seus agentes.

§ 6º O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e os demais órgãos de


fiscalização, nas áreas de suas atribuições, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades
Financeiras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3 de março de 1998, as
informações cadastrais e de movimento de valores relativos às operações previstas no inciso
I do art. 11 da referida Lei.

As informações ordenadas pelo Poder Judiciário, desde que preservadas o seu caráter sigiloso
mediante acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à lide, serão
prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições
financeiras

Ademais, dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a prestação de informações e o


fornecimento de documentos sigilosos solicitados por comissão de inquérito administrativo
destinada a apurar responsabilidade de servidor público por infração praticada no exercício de suas
atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido,
hipótese em que o requerimento de quebra de sigilo independe da existência de processo judicial
em curso.

Além disso, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários deverão fornecer à
Advocacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações
em que seja parte.

O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, e as
instituições financeiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informações e os documentos
sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem necessários ao exercício de suas respectivas
competências constitucionais e legais, sendo que tais solicitações deverão ser previamente

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aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ou do plenário de suas
respectivas comissões parlamentares de inquérito.

Além disso, as comissões parlamentares de inquérito, no exercício de sua competência constitucional


e legal de ampla investigação, obterão as informações e documentos sigilosos de que necessitarem,
diretamente das instituições financeiras, ou por intermédio do Banco Central do Brasil ou da
Comissão de Valores Mobiliários.

Dispõe ainda o art. 5º da LC 105/2001 que:

Art. 5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor,
os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária
da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços.

§ 1º Consideram-se operações financeiras, para os efeitos deste artigo:

I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança;

II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques;

III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelhados;

IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclusive de poupança;

V – contratos de mútuo;

VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títulos de crédito;

VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável;

VIII – aplicações em fundos de investimentos;

IX – aquisições de moeda estrangeira;

X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional;

XI – transferências de moeda e outros valores para o exterior;

XII – operações com ouro, ativo financeiro;

XIII - operações com cartão de crédito;

XIV - operações de arrendamento mercantil; e

XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante que venham a ser autorizadas pelo
Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários ou outro órgão competente.

§ 2º As informações transferidas na forma do caput deste artigo restringir-se-ão a informes


relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais
mensalmente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar
a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados.

§ 3º Não se incluem entre as informações de que trata este artigo as operações financeiras
efetuadas pelas administrações direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.

§ 4º Recebidas as informações de que trata este artigo, se detectados indícios de falhas,


incorreções ou omissões, ou de cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá
requisitar as informações e os documentos de que necessitar, bem como realizar fiscalização
ou auditoria para a adequada apuração dos fatos.

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§ 5º As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da
legislação em vigor.

Prescreve ainda a referida Lei Complementar que as autoridades e os agentes fiscais tributários da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos,
livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações
financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e
tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente, sendo
que o resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão
conservados em sigilo, observada a legislação tributária.

O Art. 7º da LC 105/01 prevê que, sem prejuízo do disposto no § 3º do art. 2º, a Comissão de Valores
Mobiliários, instaurado inquérito administrativo, poderá solicitar à autoridade judiciária competente
o levantamento do sigilo junto às instituições financeiras de informações e documentos relativos a
bens, direitos e obrigações de pessoa física ou jurídica submetida ao seu poder disciplinar.

Sendo que o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, manterão permanente
intercâmbio de informações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos inquéritos que
instaurarem e das penalidades que aplicarem, sempre que as informações forem necessárias ao
desempenho de suas atividades.

Quanto as exigências e formalidades previstas na LC 105/01, prevê ainda a referida lei, nestes termos:

Art. 8º O cumprimento das exigências e formalidades previstas nos artigos 4º, 6º e 7º, será
expressamente declarado pelas autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco
Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às instituições financeiras.

Art. 9º Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco Central do Brasil e a Comissão de


Valores Mobiliários verificarem a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública,
ou indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério Público, juntando à
comunicação os documentos necessários à apuração ou comprovação dos fatos.

§ 1º A comunicação de que trata este artigo será efetuada pelos Presidentes do Banco Central
do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários, admitida delegação de competência, no prazo
máximo de quinze dias, a contar do recebimento do processo, com manifestação dos
respectivos serviços jurídicos.

§ 2º Independentemente do disposto no caput deste artigo, o Banco Central do Brasil e a


Comissão de Valores Mobiliários comunicarão aos órgãos públicos competentes as
irregularidades e os ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indícios de sua
prática, anexando os documentos pertinentes.

Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas nesta Lei Complementar, constitui
crime e sujeita os responsáveis à pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplicando-
se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, retardar injustificadamente ou
prestar falsamente as informações requeridas nos termos desta Lei Complementar.

Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utilização de qualquer informação obtida
em decorrência da quebra de sigilo de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e
diretamente pelos danos decorrentes, sem prejuízo da responsabilidade objetiva da entidade
pública, quando comprovado que o servidor agiu de acordo com orientação oficial.

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19.1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

A Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/18 - LGPD) dispõe sobre o tratamento de dados
pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público
ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o
livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.

As normas gerais contidas na LGPD são de interesse nacional e devem ser observadas pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.

O art. 2º da LGPD prevê os fundamentos da disciplina da proteção de dados pessoais:

Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:

I - o respeito à privacidade;

II - a autodeterminação informativa;

III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;

IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;

V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;

VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e

VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o exercício


da cidadania pelas pessoas naturais.

O art. 3º da LGPD determina que a lei se aplica a qualquer operação de tratamento de dados
realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado,
independentemente do meio, do país de sua sede ou do país onde estejam localizados os dados,
desde que:

a operação de tratamento seja realizada no território nacional;

a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou


o tratamento de dados de indivíduos localizados no território nacional; ou

os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido coletados no território nacional.

Por sua vez, o art. 4º da LGPD traz hipóteses em que a lei não será aplicada. Vejamos:

Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:

I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente particulares e não econômicos;

II - realizado para fins exclusivamente:

a) jornalístico e artísticos; ou

b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 desta Lei;

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III - realizado para fins exclusivos de:

a) segurança pública;

b) defesa nacional;

c) segurança do Estado; ou

d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; ou

IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam objeto de comunicação, uso
compartilhado de dados com agentes de tratamento brasileiros ou objeto de transferência
internacional de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o país de
proveniência proporcione grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta
Lei.

§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será regido por legislação específica,
que deverá prever medidas proporcionais e estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de proteção e os
direitos do titular previstos nesta Lei.

§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso III do caput deste artigo por
pessoa de direito privado, exceto em procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito
público, que serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que deverão observar
a limitação imposta no § 4º deste artigo.

§ 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou recomendações referentes às exceções


previstas no inciso III do caput deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de
impacto à proteção de dados pessoais.

§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco de dados de que trata o inciso
III do caput deste artigo poderá ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela
que possua capital integralmente constituído pelo poder público.

A LGPD considera dado pessoal a informação relacionada à pessoa natural identificada ou


identificável.

Por sua vez, dado pessoal sensível é todo dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção
religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou
político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a
uma pessoa natural.

O dado pode ser, ainda, anonimizado, que é aquele dado relativo a titular que não possa ser
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu
tratamento.

Já o Banco de dados é o conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em vários


locais, em suporte eletrônico ou físico.

O art. 6º da LGPD prescreve que as atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a
boa-fé e os seguintes princípios:

Art. 6º

I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos, explícitos e


informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com
essas finalidades;

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II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalidades informadas ao titular, de


acordo com o contexto do tratamento;

III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização de suas


finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em
relação às finalidades do tratamento de dados;

IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e gratuita sobre a forma e a
duração do tratamento, bem como sobre a integralidade de seus dados pessoais;

V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e atualização
dos dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu
tratamento;

VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações claras, precisas e facilmente


acessíveis sobre a realização do tratamento e os respectivos agentes de tratamento,
observados os segredos comercial e industrial;

VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os dados


pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda,
alteração, comunicação ou difusão;

VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência de danos em virtude do


tratamento de dados pessoais;

IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tratamento para fins discriminatórios


ilícitos ou abusivos;

X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo agente, da adoção de


medidas eficazes e capazes de comprovar a observância e o cumprimento das normas de
proteção de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.

19.2 DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS

O tratamento é toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem a coleta,
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição,
processamento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da informação,
modificação, comunicação, transferência, difusão ou extração.

O art. 7º da LGPD trata dos requisitos para que seja realizado o tratamento de dados pessoais:

Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:

I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;

II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

III - pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados necessários
à execução de políticas públicas previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em
contratos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do Capítulo IV
desta Lei;

IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a
anonimização dos dados pessoais;

V - quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos preliminares


relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos dados;

VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou arbitral, esse


último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem);

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VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;

VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de


saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária;

IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de terceiro,


exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a
proteção dos dados pessoais; ou

X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação pertinente.

O consentimento dado pelo titular dos dados somente autoriza ao agente que o obteve, a não ser
que haja alguma hipótese legal justificando o seu compartilhamento.

Ademais, o consentimento deverá ser fornecido por escrito (por meio de cláusula destacada das
demais) ou por outro meio que demonstre a manifestação de vontade do titular, sendo vedado o
tratamento de dados pessoais mediante vício de consentimento.

O consentimento também poderá ser revogado a qualquer tempo por manifestação expressa do
titular.

O art. 9º da LGPD trata do princípio do livre acesso:

Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações sobre o tratamento de seus
dados, que deverão ser disponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre
outras características previstas em regulamentação para o atendimento do princípio do livre
acesso:

I - finalidade específica do tratamento;

II - forma e duração do tratamento, observados os segredos comercial e industrial;

III - identificação do controlador;

IV - informações de contato do controlador;

V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo controlador e a finalidade;

VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamento; e

VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos contidos no art. 18 desta Lei.

Ademais, prevê o art. 10 da LGPD, que o legítimo interesse do controlador somente poderá
fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legítimas, consideradas a partir de
situações concretas, que incluem, mas não se limitam a: apoio e promoção de atividades do
controlador; e proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus direitos ou prestação de
serviços que o beneficiem, respeitadas as legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades
fundamentais, nos termos da LGPD.

Quanto ao dado pessoal sensível, dispõe a LGPD:


Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente poderá ocorrer nas seguintes
hipóteses:

I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma específica e destacada, para
finalidades específicas;

II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóteses em que for indispensável


para:

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a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, pela administração pública,


de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos;

c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a


anonimização dos dados pessoais sensíveis;

d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em processo judicial, administrativo e


arbitral, este último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de
Arbitragem);

e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;

f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde,


serviços de saúde ou autoridade sanitária; ou

g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos processos de identificação e


autenticação de cadastro em sistemas eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no
art. 9º desta Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do titular
que exijam a proteção dos dados pessoais.

Os dados anonimizados não serão considerados dados pessoais, salvo quando o processo de
anonimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusivamente meios próprios, ou
quando, com esforços razoáveis, puder ser revertido, nos termos do art. 12 da LGPD.

O art. 14 da LGPD versa sobre o tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes. Vejamos:

Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de adolescentes deverá ser realizado
em seu melhor interesse, nos termos deste artigo e da legislação pertinente.

§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser realizado com o consentimento


específico e em destaque dado por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.

§ 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo, os controladores deverão manter


pública a informação sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os
procedimentos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.

§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o consentimento a que se refere
o § 1º deste artigo quando a coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável legal,
utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e em nenhum caso
poderão ser repas- sados a terceiro sem o consentimento de que trata o § 1º deste artigo.

§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação dos titulares de que trata o § 1º


deste artigo em jogos, aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de
informações pessoais além das estritamente necessárias à atividade.

§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis para verificar que o


consentimento a que se refere o § 1º deste artigo foi dado pelo responsável pela criança,
consideradas as tecnologias disponíveis.

§ 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas neste artigo deverão ser fornecidas
de maneira simples, clara e acessível, consideradas as características físico-motoras,
perceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos audiovisuais
quando adequado, de forma a proporcionar a informação necessária aos pais ou ao
responsável legal e adequada ao entendimento da criança.

Conforme o art. 15, o término do tratamento de dados pessoais ocorrerá nas seguintes hipóteses:

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I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os dados deixaram de ser


necessários ou pertinentes ao alcance da finalidade específica almejada;

II - fim do período de tratamento;

III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito de revogação do


consentimento conforme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguardado o interesse
público; ou

IV - determinação da autoridade nacional, quando houver violação ao disposto nesta Lei.

Já os dados os dados pessoais, nos termos do art. 16, serão eliminados após o término de seu
tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, autorizada a conservação para as
seguintes finalidades:

I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados
pessoais;

III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisitos de tratamento de dados


dispostos nesta Lei; ou

IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por terceiro, e desde que anonimizados
os dados.

19.3 DOS DIREITOS DO TITULAR

A LGPD A lei fala em titularidade dos dados pessoais e não propriedade, já que os dados pessoais
não são disponíveis. Trata-se de um direito da personalidade. Veja o que dispõe o art. 18 da LGPD:

Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do controlador, em relação aos dados do
titular por ele tratados, a qualquer momento e mediante requisição:
I - confirmação da existência de tratamento;

II - acesso aos dados;

III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados;

IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários, excessivos ou tratados


em des- conformidade com o disposto nesta Lei;

V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, mediante requisição


expressa, de acordo com a regulamentação da autoridade nacional, observados os segredos
comercial e industrial;

VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consentimento do titular, exceto nas
hipóteses previstas no art. 16 da LGPD;

VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais o controlador realizou uso
comparti-lhado de dados;

VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consentimento e sobre as


consequências da negativa;

IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. 8º da LGPD.

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19.4 TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO

Conforme o art. 23 da LGPD, o tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas de direito
público deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, na persecução do
interesse público, com o objetivo de executar as competências legais ou cumprir as atribuições legais
do serviço público, desde que:

sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas competências, realizam o tratamento


de dados pessoais, fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade,
os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dessas atividades, em veículos de fácil
acesso, preferencialmente em seus sítios eletrônicos;

seja indicado um encarregado quando realizarem operações de tratamento de dados pessoais,


nos termos do art. 39 da LGPD.

Ademais, conforme art. 24 da LGPD, as empresas públicas e as sociedades de economia mista que
atuam em regime de concorrência terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas jurídicas de
direito privado particulares. Por outro lado, quando estiverem operacionalizando políticas públicas
e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento dispensado aos órgãos e às entidades
do Poder Público.

Além disso, os dados deverão ser mantidos em formato interoperável e estruturado para o uso
compartilhado, com vistas à execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à
descentralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das informações pelo público
em geral, nos termos do art. 25 da LGPD.

De acordo com o art. 26 da LGPD, o uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Público deve
atender a finalidades específicas de execução de políticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e
pelas entidades públicas. É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas dados pessoais
constantes de bases de dados a que tenha acesso, exceto:

em casos de execução descentralizada de atividade pública que exija a transferência,


exclusivamente para esse fim específico e determinado;

nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente;

quando houver previsão legal ou a transferência for respaldada em contratos, convênios ou


instrumentos congêneres; ou

na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusivamente a prevenção de fraudes e


irregularidades, ou proteger e resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde
que vedado o tratamento para outras finalidades.

Quando a LGPD não for respeitada e houver infração em decorrência do tratamento de dados
pessoais por órgãos públicos, a autoridade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis
para fazer cessar a violação. Isso porque os órgãos públicos não estão sujeitos às sanções
pecuniárias.

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A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Poder Público a publicação de relatórios de


impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para os
tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público, nos termos do art. 31 da LGDP.

Os relatórios de impacto à proteção de dados, por mais que apareça como uma exigência de
liberalidade da autoridade nacional, deveria ser regra, visto que ao se efetuar uma análise preventiva
de todo “ciclo de vida” do dado pessoal, bem como de todas as suas peculiaridades, poderá evitar
incidentes e prever medidas mitigatórias de possíveis danos.

19.5 TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS

De acordo com o art. 33 da LGPD, a transferência internacional de dados pessoais somente é


permitida nos seguintes casos:

I - para países ou organismos internacionais que proporcionem grau de proteção de dados


pessoais adequado ao previsto nesta Lei;

II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de cumprimento dos princípios, dos


direitos do titular e do regime de proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de:

a) cláusulas contratuais específicas para determinada transferência;

b) cláusulas-padrão contratuais;

c) normas corporativas globais;

d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emitidos;

III - quando a transferência for necessária para a cooperação jurídica internacional entre
órgãos públicos de inteligência, de investigação e de persecução, de acordo com os
instrumentos de direito internacional;

IV - quando a transferência for necessária para a proteção da vida ou da incolumidade física


do titular ou de terceiro;

V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;

VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido em acordo de cooperação


internacional;

VII - quando a transferência for necessária para a execução de política pública ou atribuição
legal do serviço público, sendo dada publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23
desta Lei;

VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento específico e em destaque para a
transferência, com informação prévia sobre o caráter internacional da operação, distinguindo
claramente esta de outras finalidades; ou

IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos incisos II, V e VI do art. 7º desta
Lei.

Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas jurídicas de direito público
referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de
Acesso à Informação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no âmbito de
suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional a avaliação do nível de proteção a
dados pessoais conferido por país ou organismo internacional.

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19.6 AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS

O controlador e o operador devem manter registro das operações de tratamento de dados pessoais
que realizarem, especialmente quando baseado no legítimo interesse, de acordo com o art. 37 da
LGPD. Segundo o princípio da accountability, é necessário documentar tudo o que foi feito para dar
cumprimento à lei. Trata-se dos princípios da transparência e da responsabilização e prestação de
contas, em que não basta cumprir a lei, é necessário que se deixe registrado que a lei foi cumprida.

O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais. A identidade e as


informações de contato do encarregado deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e
objetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.

As atividades do encarregado consistem em aceitar reclamações e comunicações dos titulares,


prestar esclarecimentos e adotar providências; receber comunicações da autoridade nacional e
adotar providências; orientar os funcionários e os contratados da entidade a respeito das práticas a
serem tomadas em relação à proteção de dados pessoais; e executar as demais atribuições
determinadas pelo controlador ou estabelecidas em normas complementares.

O § 3º do art. 40 atribui à autoridade nacional a possibilidade de editar normas complementares


sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusive hipóteses de dispensa da necessidade
de sua indicação, conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de
tratamento de dados.

Atente-se que o encarregado pelo tratamento de dados pessoais pode ser pessoa física ou jurídica.

O controlador ou o operador que, em razão do exercício de atividade de tratamento de dados


pessoais, causar a outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legislação
de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo, conforme art. 42, caput, da LGPD.

O operador responde solidariamente pelos danos causados pelo tratamento quando descumprir as
obrigações da legislação de proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas do
controlador, hipótese em que o operador se equipara ao controlador, salvo nos casos de exclusão
previstos no art. 43 da LGPD.

Ademais, os controladores que estiverem diretamente envolvidos no tratamento do qual decorreram


danos ao titular dos dados respondem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art.
43 da LGPD.

Assim dispõe os arts. 43 a 45 da LGPD:

Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabilizados quando provarem:

I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído;

II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído, não
houve violação à legislação de proteção de dados; ou

III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de terceiro.

Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando deixar de observar a legislação
ou quando não fornecer a segurança que o titular dele pode esperar, consideradas as
circunstâncias relevantes, entre as quais:

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I - o modo pelo qual é realizado;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à época em que foi realizado.

Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da violação da segurança dos dados o
controlador ou o operador que, ao deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art.
46 desta Lei, der causa ao dano.

Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito das relações de consumo
permanecem sujeitas às regras de responsabilidade previstas na legislação pertinente.

19.7 DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS

Dispõe o art. 46 que os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e
administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações
acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento
inadequado ou ilícito.

Quanto ao tema, prescreve a LGPD:


Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa que intervenha em uma das fases
do tratamento obriga-se a garantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação
aos dados pessoais, mesmo após o seu término.

Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional e ao titular a ocorrência de


incidente de segurança que possa acarretar risco ou dano relevante aos titulares.

§ 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme definido pela autoridade nacional,
e deverá mencionar, no mínimo:

I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;

II - as informações sobre os titulares envolvidos;

III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas para a proteção dos dados,
observados os segredos comercial e industrial;

IV - os riscos relacionados ao incidente;

V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter sido imediata; e

VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter ou mitigar os efeitos do
prejuízo.

§ 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente e poderá, caso necessário para


a salvaguarda dos direitos dos titulares, determinar ao controlador a adoção de providências,
tais como:

I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e

II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.

§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual comprovação de que foram


adotadas medidas técnicas adequadas que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis,
no âmbito e nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados a acessá-los.

Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados pessoais devem ser estruturados
de forma a atender aos requisitos de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança
e aos princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamentares.

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Já em relação a necessidade de boas práticas, bem como da governança, dispõe a LGPD:

Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas competências, pelo tratamento de


dados pessoais, individualmente ou por meio de associações, poderão formular regras de
boas práticas e de governança que estabeleçam as condições de organização, o regime de
funcionamento, os procedimentos, incluindo reclamações e petições de titulares, as normas
de segurança, os padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no
tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de supervisão e de mitigação de
riscos e outros aspectos relacionados ao tratamento de dados pessoais.

§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o operador levarão em


consideração, em relação ao tratamento e aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a
probabilidade e a gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de dados
do titular.

§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII do caput do art. 6º desta Lei,
o controlador, observados a estrutura, a escala e o volume de suas operações, bem como a
sensibilidade dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para os titulares
dos dados, poderá:

I - implementar programa de governança em privacidade que, no mínimo:

a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar processos e políticas internas


que assegurem o cumprimento, de forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à
proteção de dados pessoais;

b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que estejam sob seu controle,
independentemente do modo como se realizou sua coleta;

c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas operações, bem como à


sensibilidade dos dados tratados;

d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em processo de avaliação


sistemática de impactos e riscos à privacidade;

e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o titular, por meio de atuação
transparente e que assegure mecanismos de participação do titular;

f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e estabeleça e aplique mecanismos de


supervisão internos e externos;

g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e

h) seja atualizado constantemente com base em informações obtidas a partir de


monitoramento contínuo e avaliações periódicas;

II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança em privacidade quando


apropriado e, em especial, a pedido da autoridade nacional ou de outra entidade responsável
por promover o cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de forma
independente, promovam o cumprimento desta Lei.

§ 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser publicadas e atualizadas


periodicamente e poderão ser reconhecidas e divulgadas pela autoridade nacional.

Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões técnicos que facilitem o
controle pelos titulares dos seus dados pessoais.

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19.8 DA FISCALIZAÇÃO

O art. 52 da LGPD prevê as sanções administrativas que podem ser aplicadas aos agentes de
tratamento de dados:

Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das infrações cometidas às normas
previstas nesta Lei, ficam sujeitos às seguintes sanções administrativas aplicáveis pela
autoridade nacional:

I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas;

II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da pessoa jurídica de direito
privado, grupo ou conglomerado no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos,
limitada, no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;

III - multa diária, observado o limite total a que se refere o inciso II;

IV - publicização da infração após devidamente apurada e confirmada a sua ocorrência;

V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até a sua regularização;

VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; (...)

X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a que se refere a infração pelo


período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, até a regularização da
atividade de trata- mento pelo controlador;

XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos dados pessoais a que se refere a


infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período;

XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas a tratamento de dados.

As penas previstas no art. 52 são de caráter administrativo, mas não impedem a aplicação de sanções
de caráter civil e penal, bem como de outras também de conteúdo administrativo. A LGPD não prevê
tipo penal que tutele proteção de dados, todavia, nada impede que se punam condutas envolvendo
dados pessoais tipificadas como crimes em outras normas de cunho penal.

Faz-se necessário ainda analisar os arts. 53 e 54 da LGPD os quais podem ser cobrados na sua
literalidade:

Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamento próprio sobre sanções
administrativas a infrações a esta Lei, que deverá ser objeto de consulta pública, as
metodologias que orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa.

§ 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo devem ser previamente publicadas,
para ciência dos agentes de tratamento, e devem apresentar objetivamente as formas e
dosimetrias para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão conter
fundamentação detalhada de todos os seus elementos, demonstrando a observância dos
critérios previstos nesta Lei.

§ 2º O regulamento de sanções e metodologias correspondentes deve estabelecer as


circunstâncias e as condições para a adoção de multa simples ou diária.

Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações a esta Lei deve observar a
gravidade da falta e a extensão do dano ou prejuízo causado e ser fundamentado pela
autoridade nacional.

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Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá conter, no mínimo, a descrição
da obrigação imposta, o prazo razoável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o
valor da multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.

19.9 AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)

O art. 55-A, com redação dada pela Medida Provisória 1.124/2022, cria a Autoridade Nacional de
Proteção de Dados - ANPD, autarquia de natureza especial, dotada de autonomia técnica e decisória,
com patrimônio próprio e com sede e foro no Distrito Federal.

Os arts. 55-C a 55-I tratam da composição da ANPD:

Art. 55-C. A ANPD é composta de:

I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção;

II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;

III - Corregedoria;

IV - Ouvidoria;

V - Procuradoria; e

VI - unidades administrativas e unidades especializadas necessárias à aplicação do disposto


nesta Lei.

Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 (cinco) diretores, incluído o
Diretor-Presidente.

§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhidos pelo Presidente da República


e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso
III do art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de nível 5.

§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre brasileiros que tenham


reputação ilibada, nível superior de educação e elevado conceito no campo de especialidade
dos cargos para os quais serão nomeados.

§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 (quatro) anos.

§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor nomeados serão de 2 (dois),


de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de
nomeação.

§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de membro do Conselho Diretor,


o prazo remanescente será completado pelo sucessor.

Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão seus cargos em virtude de
renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou pena de demissão decorrente de
processo administrativo disciplinar.

§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da
Presidência da República instaurar o processo administrativo disciplinar, que será conduzido
por comissão especial constituída por servidores públicos federais estáveis.

§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afastamento preventivo, somente


quando assim recomendado pela comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir
o julgamento.

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Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o exercício do cargo, o disposto
no art.

6º da Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013.

Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo caracteriza ato de improbidade
administrativa.

Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a estrutura regimental da ANPD.

§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimental, a ANPD receberá o apoio
técnico e administrativo da Casa Civil da Presidência da República para o exercício de suas
atividades.

§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da ANPD.

Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD serão remanejados de


outros órgãos e entidades do Poder Executivo federal.

Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções de confiança da ANPD serão
indicados pelo Conselho Diretor e nomeados ou designados pelo Diretor-Presidente.

Por sua vez, o art. 55-J estabelece quais são as competências da ANPD. Vejamos:

Art. 55-J. Compete à ANPD:

I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legislação;

II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, observada a proteção de dados
pessoais e do sigilo das informações quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo
violar os fundamentos do art. 2º desta Lei;

III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da


Privacidade;

IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados realizado em descumprimento


à legislação, mediante processo administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa
e o direito de recurso;

V - apreciar petições de titular contra controlador após comprovada pelo titular a


apresentação de reclamação ao controlador não solucionada no prazo estabelecido em
regulamentação;

VI - promover na população o conhecimento das normas e das políticas públicas sobre


proteção de dados pessoais e das medidas de segurança;

VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e internacionais de proteção de


dados pessoais e privacidade;

VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos que facilitem o exercício de
controle dos titulares sobre seus dados pessoais, os quais deverão levar em consideração as
especificidade das atividades e o porte dos responsáveis;

IX - promover ações de cooperação com autoridades de proteção de dados pessoais de outros


países, de natureza internacional ou transnacional;

X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tratamento de dados pessoais,


respeitados os segredos comercial e industrial;

XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder público que realizem operações de


tratamento de dados pessoais informe específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os

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demais detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir parecer técnico


complementar para garantir o cumprimento desta Lei;

XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas atividades;

XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de dados pessoais e privacidade,


bem como sobre relatórios de impacto à proteção de dados pessoais para os casos em que o
tratamento representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção de dados
pessoais previstos nesta Lei;

XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias de interesse relevante e


prestar contas sobre suas atividades e planejamento;

XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de gestão a que se refere o inciso
XII do caput deste artigo, o detalhamento de suas receitas e despesas;

XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âmbito da atividade de fiscalização


de que trata o inciso IV e com a devida observância do disposto no inciso II do caput deste
artigo, sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de tratamento, incluído
o poder público;

XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agentes de tratamento para eliminar
irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa no âmbito de processos
administrativos, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942;

XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplificados e diferenciados, inclusive


quanto aos prazos, para que microempresas e empresas de pequeno porte, bem como
iniciativas empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autodeclarem startups ou
empresas de inovação, possam adequar-se a esta Lei;

XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetuado de maneira simples, clara,
acessível e adequada ao seu entendimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de
outubro de 2003 (Estatuto do Idoso);

XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo, sobre a interpretação desta


Lei, as suas competências e os casos omissos;

XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações penais das quais tiver conhecimento;

XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumprimento do disposto nesta Lei por
órgãos e entidades da administração pública federal;

XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas para exercer suas competências
em setores específicos de atividades econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e

XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por meio eletrônico, para o registro
de reclamações sobre o tratamento de dados pessoais em desconformidade com esta Lei.

§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento de dados pessoais por agente de


tratamento privado, sejam eles limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a
exigência de mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e os direitos dos
titulares previstos no art. 170 da Constituição Federal e nesta Lei.

§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem ser precedidos de consulta e


audiência públicas, bem como de análises de impacto regulatório.

§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela regulação de setores


específicos da atividade econômica e governamental devem coordenar suas atividades, nas
correspondentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas
atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcionamento dos setores

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regulados, conforme legislação específica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta


Lei.

§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, inclusive por meio de cooperação


técnica, com órgãos e entidades da administração pública responsáveis pela regulação de
setores específicos da atividade econômica e governamental, a fim de facilitar as
competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.

§ 5º No exercício das competências de que trata o caput deste artigo, a autoridade


competente deverá zelar pela preservação do segredo empresarial e do sigilo das
informações, nos termos da lei.

§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V do caput deste artigo poderão


ser analisadas de forma agregada, e as eventuais providências delas decorrentes poderão ser
adotadas de forma padronizada.

A aplicação das sanções previstas na LGPD compete exclusivamente à ANPD, e suas competências
prevalecerão, no que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências correlatas de
outras entidades ou órgãos da administração pública.

19.10 CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS E DA PRIVACIDADE

Sobre o Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade, os arts. 58-A e 58-B
dispõem, respectivamente, sobre a sua composição e a sua competência:

Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade será


composto de 23 (vinte e três) representantes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:

I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal;

II - 1 (um) do Senado Federal;

III - 1 (um) da Câmara dos Deputados;

IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;

V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público;

VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil;

VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação relacionada a proteção de dados
pessoais;

VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inovação;

IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das categorias econômicas do setor


produtivo;

X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial relacionado à área de


tratamento de dados pessoais; e

XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral.

§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente da República, permitida a


delegação.

§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e VI do caput deste artigo e seus
suplentes serão indicados pelos titulares dos respectivos órgãos e entidades da administração
pública.

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§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X e XI do caput deste artigo e seus
suplentes:

I - serão indicados na forma de regulamento;

II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no Brasil;

III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução.

§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade


será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.

Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade:

I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a elaboração da Política Nacional


de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade e para a atuação da ANPD;

II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das ações da Política Nacional de


Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;

III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD;

IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas sobre a proteção de dados


pessoais e da privacidade; e

V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade à


população.

19.11 DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

A LGPD determina que a empresa estrangeira deverá ser notificada e intimada de todos os atos
processuais previstos na Lei, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou
estatutária, na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, agência,
sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.

A LGPD entrou em vigor no dia 28/12/2018 quanto aos art. 55-A, art. 55-B, art. 55-C, art. 55-D, art.
55-E, art. 55-F, art. 55-G, art. 55-H, art. 55-I, art. 55-J, art. 55-K, art. 55-L, art. 58-A e art. 58-B. Quanto
aos demais artigos, entrou em vigor no dia 15/07/2020. Por fim, os arts. 52, 53 e 54 entraram em
vigor mais recentemente, no dia 01/08/2021.

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O edital trouxe expressamente a cobrança de legislação anticorrupção, outro tema muito importante
dentro do universo bancário.

Dentro deste assunto elencou a chamada Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) e o recente Decreto
11.129/22 que regulamenta a referida lei. Trabalharemos os dois de forma conjunta, mas não se
esqueça de realizar a leitura do conteúdo literal integralmente a fim de aumentar o seu
conhecimento acerca deste tema.

Até mesmo devido a mudança citada, este tema ganhou especial relevância, aumentando a chance
de ser cobrado, portanto, fique atento!

20.1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

A Lei 12.846/13 dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela
prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.

Esta Lei se aplica:

Sociedades Empresárias

Sociedades Simples

Aplicação da Lei Anticorrupção Fundações

Associações de Entidades ou Pessoas

Sociedades Estrangeiras

Estas pessoas jurídicas serão responsabilizadas de forma OBJETIVA, nos âmbitos administrativo e
civil, pelos atos lesivos previstos na Lei Anticorrupção praticados em seu interesse ou benefício,
exclusivo ou não.

Contudo, esta responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
ilícito.

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Para a responsabilização da pessoa jurídica não é necessário que também ocorra a responsabilização
individual das pessoas naturais referidas. A chamada teoria da dupla imputação é, portanto,
dispensável na Lei Anticorrupção.

Aqueles dirigentes ou administradores que forem responsabilizados por atos ilícitos, somente o
serão na medida da sua culpabilidade.

Outro ponto importante diz respeito a subsistência da responsabilidade da pessoa jurídica na


hipótese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária, ficando a
responsabilidade da sucessora restrita à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do
dano causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções
previstas na Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto
no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados.

No caso das chamadas sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo
contrato, as consorciadas, tem-se que serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos
previstos na Lei Anticorrupção, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de
multa e reparação integral do dano causado.

Conforme dispõe o Decreto 11.129/22:

Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas


jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, de que
trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.

§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos praticados:

I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública estrangeira, ainda que cometidos
no exterior;

II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele produzam ou possam produzir


efeitos; ou

III - no exterior, quando praticados contra a administração pública nacional.

§ 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto na Lei nº 12.846, de 2013, as


pessoas jurídicas que tenham sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas
de fato ou de direito.

Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica, decorrente do


exercício do poder sancionador da administração pública, será efetuada por meio de Processo
Administrativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência.

Hora da questão

(2018 – BANCA: CESGRANRIO) Nos termos da Lei n° 12.846/2013, os dirigentes ou administradores


somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua

A) culpabilidade

B) dolosidade

C) inação

D) incidência

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E) ocorrência.

Gabarito: A

Comentário: Conforme visto, nos termos do art. 3º, § 2º da Lei Anticorrupção, os dirigentes
ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua
culpabilidade.

20.2 DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA

Conforme o art. 5º da Lei Anticorrupção, constituem atos lesivos à administração pública, nacional
ou estrangeira todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas acima mencionadas que atentem
contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou
contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:

I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público,


ou a terceira pessoa a ele relacionada;

II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a


prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;

III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou


dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados;

IV - no tocante a licitações e contratos:

a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter


competitivo de procedimento licitatório público;

b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório


público;

c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de


qualquer tipo;

d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;

e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública
ou celebrar contrato administrativo;

f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou


prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei,
no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou

g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a


administração pública;

V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes


públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos
órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.

§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou


representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem
como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país
estrangeiro.

§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública estrangeira as


organizações públicas internacionais.

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§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, quem, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos,
entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro
ou em organizações públicas internacionais.

20.3 DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE


RESPONSABILIZAÇÃO

Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos
lesivos na Lei Anticorrupção as seguintes sanções:

multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento)
do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do
processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à
vantagem auferida, quando for possível sua estimação

publicação extraordinária da decisão condenatória.

Estas sanções ao serem aplicadas deverão ser fundamentadas, podendo ainda a aplicação ocorrer
de forma isolada ou cumulativa, a depender das peculiaridades do caso concreto e da gravidade e
natureza das infrações. Contudo, a aplicação destas sanções, não exclui, em qualquer hipótese, a
obrigação da reparação integral do dano causado.

A Advocacia Pública ou o órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público deverão


elaborar manifestação jurídica antes da aplicação das sanções.

No caso da sanção de multa, caso haja impossibilidade em se utilizar o critério do valor do


faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).

Quanto à publicação extraordinária da decisão condenatória, tem-se que esta ocorrerá na forma de
extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de comunicação de grande circulação
na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de
circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta)
dias, no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público,
e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.

Quanto as penalidades, estabelece o Decreto 11.129/22:

Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes sanções administrativas, nos termos
do disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013:

I - multa; e

II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora.

Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infrações administrativas à Lei nº
14.133, de 2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública e tenha
ocorrido a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também estará sujeita a

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sanções administrativas que tenham como efeito a restrição ao direito de participar em


licitações ou de celebrar contratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.

Para aplicação das sanções deverá se considerar, nos termos da Lei Anticorrupção:

Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:

I - a gravidade da infração;

II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;

III - a consumação ou não da infração;

IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;

V - o efeito negativo produzido pela infração;

VI - a situação econômica do infrator;

VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;

VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e


incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta
no âmbito da pessoa jurídica;

IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública
lesados; e

Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos previstos no


inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal.

Ademais, de acordo com o art. 8º da Lei Anticorrupção, a instauração e o julgamento de processo


administrativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima
de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou
mediante provocação, observados o contraditório e a ampla defesa.

A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de


responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação. Caso seja no
âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá competência
concorrente para instaurar processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas ou
para avocar os processos instaurados, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o
andamento.

Ademais, competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apuração, o processo e o julgamento


dos atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção, quando praticados contra a administração pública
estrangeira, observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Corrupção de
Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais (Decreto nº 3.678, de
30 de novembro de 2000).

Para que se apure a responsabilização da pessoa jurídica, será instaurado processo administrativo, o
qual será conduzido por comissão designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois)
ou mais servidores estáveis.

Atenção! O mínimo é 2, o que não impede que a comissão seja composta de mais servidores
estáveis.

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A pedido dessa comissão, poderá o ente público, por meio do seu órgão de representação judicial,
ou equivalente, requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento das
infrações, inclusive de busca e apreensão.

É possível ainda que a comissão, de forma cautelar, proponha à autoridade instauradora que
suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.

O citado processo deverá ser concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) dias (prorrogável)
contados da data da publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos
apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções
a serem aplicadas.

A defesa deverá ser apresentada pela pessoa jurídica no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir
da intimação.

A instauração de processo administrativo específico de reparação integral do dano não prejudica a


aplicação imediata das sanções estabelecidas na Lei Anticorrupção, sendo que concluído o processo
e não havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública.

A Lei Anticorrupção possibilita em seu art. 14 que seja desconsiderada a personalidade jurídica,
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos
ilícitos previstos na Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos
das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.

Quanto ao procedimento administrativo de responsabilização, dispõe o Decreto 11.129/22:


Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento do PAR é da autoridade máxima
da entidade em face da qual foi praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração
pública federal direta, do respectivo Ministro de Estado.

Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exercida de ofício ou mediante
provocação e poderá ser delegada, vedada a subdelegação.

Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará comissão, composta por dois
ou mais servidores estáveis.

§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos quadros funcionais não sejam


formados por servidores estatutários, a comissão a que se refere o caput será composta por
dois ou mais empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo, três anos de
tempo de serviço na entidade.

§ 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas atividades com imparcialidade e


observará a legislação, os regulamentos e as orientações técnicas vigentes.

§ 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário à elucidação do fato ou quando
exigido pelo interesse da administração pública, garantido à pessoa jurídica processada o
direito à ampla defesa e ao contraditório.

§ 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de PAR não excederá cento e oitenta
dias, admitida a prorrogação, mediante solicitação justificada do presidente da comissão à
autoridade instauradora, que decidirá de maneira fundamentada.

Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as circunstâncias conhecidas e


indiciará e intimará a pessoa jurídica processada para, no prazo de trinta dias, apresentar
defesa escrita e especificar eventuais provas que pretenda produzir.

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§ 1º A intimação prevista no caput:

I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de apresentar informações e


provas que subsidiem a análise da comissão de PAR no que se refere aos elementos que
atenuam o valor da multa, previstos no art. 23; e

II - solicitará a apresentação de informações e documentos, nos termos estabelecidos pela


Controladoria-Geral da União, que permitam a análise do programa de integridade da pessoa
jurídica.

§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo:

I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa jurídica, com a descrição das
circunstâncias relevantes;

II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento da comissão pela ocorrência


do ato lesivo imputado; e

III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa jurídica processada.

§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será feita nova intimação por meio
de edital publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apresentação de defesa
escrita será contado a partir da última data de publicação do edital.

§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua defesa escrita no prazo estabelecido
no caput, contra ela correrão os demais prazos, independentemente de notificação ou
intimação, podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repetição de
qualquer ato processual já praticado.

Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou eletrônico que assegure a
certeza de ciência da pessoa jurídica processada.

§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da


contagem o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento, observado o disposto no
Capítulo XVI da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as demais intimações processuais,


até que a pessoa jurídica interessada se manifeste nos autos.

§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e intimada de todos os atos


processuais, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária,
na pessoa do gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, sucursal,
estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.

Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a pertinência de produzir as provas


eventualmente requeridas pela pessoa jurídica processada, podendo indeferir de forma
motivada os pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias,
protelatórias ou intempestivas.

§ 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação, a comissão poderá:

I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez dias, sobre as novas provas
juntadas aos autos, caso tais provas não justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou

II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as novas provas juntadas aos
autos justifiquem alterações na nota de indiciação inicial, devendo ser observado o disposto
no caput do art. 6º.

§ 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informações e documentos referentes à


existência e ao funcionamento de programa de integridade, a comissão processante deverá

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examiná-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosimetria das sanções a


serem aplicadas.

Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de seus representantes legais
ou procuradores, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos.

Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repartição pública, sendo autorizada
a obtenção de cópias, preferencialmente em meio digital, mediante requerimento.

Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas funções, poderá praticar os atos
necessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios
admitidos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.

Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a comissão elaborará relatório a


respeito dos fatos apurados e da eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica,
no qual sugerirá, de forma motivada:

I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da dosimetria, ou o arquivamento


do processo;

II - o encaminhamento do relatório final à autoridade competente para instrução de processo


administrativo específico para reparação de danos, quando houver indícios de que do ato
lesivo tenha resultado dano ao erário;

III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da União, para ajuizamento da


ação de que trata o art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso
concreto, da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição complementar
às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos;

IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos termos do disposto no art. 15


da Lei nº 12.846, de 2013; e

V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, quando cabível.

Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de encerramento dos seus trabalhos,
que formalizará sua desconstituição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que
determinará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final para, querendo,
manifestar-se no prazo máximo de dez dias.

Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a autoridade instauradora


determinará à corregedoria da entidade ou à unidade competente que analise a regularidade
e o mérito do PAR.

Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será encaminhado à autoridade
competente para julgamento, o qual será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo
órgão de assistência jurídica competente.

Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comissão, esta deverá ser
fundamentada com base nas provas produzidas no PAR.

Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade julgadora ao final do PAR será
publicada no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública
responsável pelo julgamento do PAR.

Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido de reconsideração com efeito
suspensivo, no prazo de dez dias, contado da data de publicação da decisão.

§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no PAR e que não apresentar
pedido de reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo
para interposição do pedido de reconsideração.

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§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para decidir sobre a matéria alegada
no pedido de reconsideração e publicar nova decisão.

§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será concedido à pessoa jurídica novo


prazo de trinta dias para o cumprimento das sanções que lhe foram impostas, contado da
data de publicação da nova decisão.

Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei nº 14.133, de 1º de abril de
2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração pública que também
sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados e julgados
conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito procedimental previsto neste Capítulo.

§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo autoridades distintas competentes


para o julgamento, o processo será encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado,
para que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o julgamento pelo Ministro
de Estado competente.

§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade responsável no órgão ou na entidade


pela gestão de licitações e contratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do
art. 3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de
2013.

Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do Poder Executivo federal,


competência:

I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e

II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame de sua regularidade ou para
lhes corrigir o andamento, inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa
cabível.

§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qualquer tempo, a competência prevista


no caput, se presentes quaisquer das seguintes circunstâncias:

I - caracterização de omissão da autoridade originariamente competente;

II - inexistência de condições objetivas para sua realização no órgão ou na entidade de origem;

III - complexidade, repercussão e relevância da matéria;

IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou com a entidade
atingida; ou

V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de um órgão ou entidade da
administração pública federal.

§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública obrigados a encaminhar à


Controladoria-Geral da União todos os documentos e informações que lhes forem solicitados,
incluídos os autos originais dos processos que eventualmente estejam em curso.

Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, apurar e julgar PAR pela prática
de atos lesivos a administração pública estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito
procedimental previsto neste Capítulo.

Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e indireta


deverão comunicar à Controladoria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a
administração pública estrangeira, identificados no exercício de suas atribuições, juntando à
comunicação os documentos já disponíveis e necessários à apuração ou à comprovação dos
fatos, sem prejuízo do envio de documentação complementar, na hipótese de novas provas
ou informações relevantes, sob pena de responsabilização.

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20.4 DO ACORDO DE LENIÊNCIA

Conforme dispõe o art. 16 da Lei Anticorrupção, a autoridade máxima de cada órgão ou entidade
pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as investigações e o processo
administrativo, sendo que dessa colaboração resulte:

a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber;

a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.

Para que o acordo seja celebrado, é necessário o preenchimento de forma cumulativo de alguns
requisitos:

a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito;

a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da


data de propositura do acordo;

a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente


com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas,
sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica das sanções de publicação


extraordinária da decisão condenatória e proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções,
doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou
controladas pelo poder público. Além disso, reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
aplicável.

A obrigação de reparar integralmente o dano causado continuará subsistindo, não ficando a pessoa
jurídica eximida de seu cumprimento.

Os efeitos provenientes do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integram
o mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto,
respeitadas as condições nele estabelecidas.

Lado outro, a proposta de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do
respectivo acordo, salvo no interesse das investigações e do processo administrativo. Contudo, não

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importará em reconhecimento da prática do ato ilícito investigado a proposta de acordo de leniência


rejeitada.

Sendo descumprido o acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo
pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pública do referido
descumprimento.

O prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na Lei Anticorrupção será interrompido com o
acordo.

Quanto ao acordo de leniência, analisemos os dispositivos do Decreto 11.129/22:


Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial decorrente do exercício do poder
sancionador do Estado, que visa à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos
lesivos contra a administração pública nacional ou estrangeira.

Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos da lei:

I - o incremento da capacidade investigativa da administração pública;

II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de ativos; e

III - o fomento da cultura de integridade no setor privado.

Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas jurídicas responsáveis pela
prática dos atos lesivos previstos na Lei nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos
previstos na Lei nº 14.133, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com vistas
à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que colaborem efetivamente com as
investigações e o PAR, devendo resultar dessa colaboração:

I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando couber; e

II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem a infração sob apuração.

Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar acordos de leniência no âmbito do


Poder Executivo federal e nos casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira.

Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União e do Advogado-


Geral da União:

I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral da União nos processos de


negociação e de acompanhamento do cumprimento dos acordos de leniência; e

II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Ministro de Estado da


Controladoria-Geral da União conjuntamente com o Advogado-Geral da União.

Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União nos acordos de leniência,


consideradas as condições neles estabelecidas e observados os termos da Lei Complementar
nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, poderá ensejar
a resolução consensual das penalidades previstas no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013.

Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delegação para negociar, celebrar e
monitorar o cumprimento de acordos de leniência relativos a atos lesivos contra outros
Poderes e entes federativos.

Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de leniência deverá:

I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico,
quando tal circunstância for relevante;

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II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo a partir da data da propositura
do acordo;

III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos lesivos;

IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo e


comparecer, sob suas expensas e sempre que solicitada, aos atos processuais, até o seu
encerramento;

V - fornecer informações, documentos e elementos que comprovem o ato ilícito;

VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano causado; e

VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o caso, os valores


correspondentes ao acréscimo patrimonial indevido ou ao enriquecimento ilícito direta ou
indiretamente obtido da infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação.

§ 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput serão avaliados em face da boa-
fé da pessoa jurídica proponente em reportar à administração a descrição e a comprovação
da integralidade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o momento da
propositura do acordo até o seu total cumprimento.

§ 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI do caput corresponde aos valores
dos danos admitidos pela pessoa jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no
âmbito do devido processo administrativo ou judicial.

§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decorra, simultaneamente, dano ao ente
lesado e acréscimo patrimonial indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e
haja identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão:

I - computados uma única vez para fins de quantificação do valor a ser adimplido a partir do
acordo de leniência; e

II - classificados como ressarcimento de danos para fins contábeis, orçamentários e de sua


destinação para o ente lesado.

Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deverá ser feita de forma escrita,
oportunidade em que a pessoa jurídica proponente declarará expressamente que foi
orientada a respeito de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendimento
às determinações e às solicitações durante a etapa de negociação importará a desistência da
proposta.

§ 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes da pessoa jurídica, na forma de


seu estatuto ou contrato social, ou por meio de procurador com poderes específicos para tal
ato, observado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013.

§ 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR.

§ 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será


restrito no âmbito da Controladoria-Geral da União.

§ 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existência da proposta ou de seu


conteúdo, desde que haja prévia anuência da Controladoria-Geral da União.

§ 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instruída em processo administrativo


específico, que conterá o registro dos atos praticados na negociação.

Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será submetida à análise de juízo
de admissibilidade, para verificação da existência dos elementos mínimos que justifiquem o
início da negociação.

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§ 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de entendimentos com a pessoa jurídica


proponente, definindo os parâmetros da negociação do acordo de leniência.

§ 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a qualquer momento, a pedido da


pessoa jurídica proponente ou a critério da administração pública federal.

§ 3º A assinatura do memorando de entendimentos:

I - interrompe a prescrição; e

II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado, em qualquer hipótese, a


trezentos e sessenta dias.

Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR instaurado em face de pessoa


jurídica que esteja negociando a celebração de acordo de leniência poderá ser suspenso.

Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo:

I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para o esclarecimento dos fatos; e

II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecuratórias indispensáveis para se evitar


perecimento de direito ou garantir a instrução processual.

Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos de processos administrativos


em curso em outros órgãos ou entidades da administração pública federal relacionados com
os fatos objeto do acordo em negociação.

Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leniência deverá ser concluída no
prazo de cento e oitenta dias, contado da data da assinatura do memorando de
entendimentos.

Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado, caso presentes
circunstâncias que o exijam.

Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a sua rejeição não importará em
reconhecimento da prática do ato lesivo.

§ 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da proposta do acordo de leniência,


ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.

§ 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública federal não poderá utilizar os


documentos recebidos durante o processo de negociação de acordo de leniência.

§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos relacionados com a proposta de


acordo de leniência, quando decorrer de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou
levados ao conhecimento da autoridade por qualquer outro meio.

Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para assegurar a efetividade da


colaboração e o resultado útil do processo e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das
circunstâncias do caso concreto, reputem-se necessárias.

Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposições, cláusulas que versem sobre:

I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos incisos II a VII do caput do


art. 37;

II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumprimento do acordo;

III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento do acordo, nos termos do


disposto no inciso II do caput do art. 784 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código
de Processo Civil;

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IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade, conforme os


parâmetros estabelecidos no Capítulo V, bem como o prazo e as condições de
monitoramento;

V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se refere o inciso VI do caput do


art. 37; e

VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o inciso VI do caput do art. 37 para


compensação com outros valores porventura apurados em outros processos sancionatórios
ou de prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que compõem o escopo do
acordo.

Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e julgar os processos administrativos


que apurem infrações administrativas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.133, de
2021, e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham sido noticiados por
meio do acordo de leniência.

Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável de que trata o § 2º do art. 16 da
Lei nº 12.846, de 2013, levará em consideração os seguintes critérios:

I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos lesivos;

II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e

III - o compromisso de assumir condições relevantes para o cumprimento do acordo.

Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto de ato normativo a ser editado
pelo Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União.

Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercialmente sensíveis da pessoa


jurídica será mantido restrito durante a negociação e após a celebração do acordo de
leniência.

§ 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da pessoa jurídica signatária do


acordo não será divulgada ao público, ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.

§ 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência da celebração de acordos de


leniência poderão ser compartilhados com outras autoridades, mediante compromisso de sua
não utilização para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mesmos fatos objeto
do acordo de leniência, ou com concordância da própria pessoa jurídica.

Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional da pretensão


punitiva em relação aos atos ilícitos objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art.
16 da Lei nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento dos
compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos termos do disposto no art. 34
da Lei nº 13.140, de 2015.

Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão concedidos em favor da pessoa
jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes
efeitos:

I - isenção da publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora;

II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou


empréstimos de órgãos ou entidades públicos e de instituições financeiras públicas ou
controladas pelo Poder Público;

III - redução do valor final da multa aplicável, observado o disposto no art. 27; ou

IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previstas no art. 156 da Lei nº 14.133,
de 2021, ou em outras normas de licitações e contratos.

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§ 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução de ações judiciais que tenham
por objeto os fatos que componham o escopo do acordo.

§ 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integrarem


o mesmo grupo econômico, de fato ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em
conjunto, respeitadas as condições nele estabelecidas.

Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, implementação e aperfeiçoamento do


programa de integridade de que trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou
indiretamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispensado, a depender das
características do ato lesivo, das medidas de remediação adotadas pela pessoa jurídica e do
interesse público.

§ 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado, dentre outras formas, pela análise
de relatórios, documentos e informações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma
independente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas e de conformidade
com as políticas e visitas técnicas.

§ 2º As informações relativas às etapas do processo de monitoramento serão publicadas em


transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos
legais e o interesse das investigações.

Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica colaboradora, a autoridade
competente declarará:

I - o cumprimento das obrigações nele constantes;

II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art. 6º e no inciso IV do caput do


art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem como das demais sanções aplicáveis ao caso;

III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei nº 12.846, de


2013; e

IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tratam os incisos II a VII do caput


do art. 37 deste Decreto.

Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela autoridade competente, decorrente
do seu injustificado descumprimento:

I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará impedida de celebrar novo


acordo pelo prazo de três anos, contado da data em que se tornar definitiva a decisão
administrativa que julgar rescindido o acordo;

II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e serão executados:

a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventualmente já pagas; e

b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento indevido e a outros valores


porventura pactuados no acordo, descontando-se as frações eventualmente já pagas; e

III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências previstas nos termos dos acordos
de leniência e na legislação aplicável.

Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência será registrado pela


Controladoria-Geral da União, pelo prazo de três anos, no Cadastro Nacional de Empresas
Punidas - CNEP.

Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão deferir pedido de alteração ou


de substituição de obrigações pactuadas no acordo de leniência, desde que presentes os
seguintes requisitos:

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I - manutenção dos resultados e requisitos originais que fundamentaram o acordo de


leniência, nos termos do disposto no art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013;

II - maior vantagem para a administração, de maneira que sejam alcançadas melhores


consequências para o interesse público do que a declaração de descumprimento e a rescisão
do acordo;

III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de modificação ou à impossibilidade


de cumprimento das condições originalmente pactuadas;

IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a impossibilidade do cumprimento


de uma obrigação antes do vencimento do prazo para seu adimplemento; e

V - higidez das garantias apresentadas no acordo.

Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput considerará o grau de adimplência
da pessoa jurídica com as demais condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de
aperfeiçoamento do programa de integridade.

Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados em transparência ativa no sítio
eletrônico da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o interesse das
investigações.

Hora da questão

(2022 - BANCA: CESGRANRIO)

A Lei nº 12.846/2013 dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela
prática de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira.

O acordo de leniência previsto nessa lei estabelece requisitos cumulativos a serem preenchidos para
a celebração desse acordo, entre os quais o que estabelece que a pessoa jurídica

A) seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito.

B) cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de celebração do


acordo.

C) admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o


processo judicial.

D) coopere com as investigações e com o processo administrativo, em face de sua responsabilidade


objetiva.

E) se comprometa a implementar ou a melhorar os mecanismos internos de integridade, auditoria,


incentivo às denúncias de irregularidades e à aplicação efetiva de código de ética e de conduta.

Gabarito: A

Comentário: Neste sentido é o art. 16 da Lei Anticorrupção:


Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de
leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que
colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa
colaboração resulte:

I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e

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II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.

§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos,


cumulativamente, os seguintes requisitos:

I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito;

II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir


da data de propositura do acordo;

III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente
com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre
que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.

20.5 DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL

Conforme prevê o art. 18 da Lei Anticorrupção, na esfera administrativa, a responsabilidade da


pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera judicial.

Ademais, possibilita o art. 19 que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio
das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o
Ministério Público, ajuizem ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas
infratoras:

perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;

suspensão ou interdição parcial de suas atividades;

dissolução compulsória da pessoa jurídica;

proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos


ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público,
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.

As sanções acima citadas poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.

Para que haja a dissolução compulsória da pessoa jurídica deverá ser comprovado:

ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática
de atos ilícitos; ou

ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários
dos atos praticados.

É possível ainda que o Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial,
ou equivalente, do ente público requeira a indisponibilidade de bens, direitos ou valores

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necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, ressalvado


o direito do terceiro de boa-fé.

20.6 DISPOSIÇÕES FINAIS

A Lei Anticorrupção, em seu art. 22 cria, no âmbito do Poder Executivo federal, o chamado Cadastro
Nacional de Empresas Punidas - CNEP, o qual reúne e dá publicidade às sanções aplicadas pelos
órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo.

Quanto ao CNEP, necessário trazer para análise os seguintes dispositivos da Lei Anticorrupção:

Art. 22 (...)

§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter atualizados, no


Cnep, os dados relativos às sanções por eles aplicadas.

§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das sanções aplicadas:

I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da


Pessoa Jurídica - CNPJ;

II - tipo de sanção; e

III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou impeditivo da sanção,
quando for o caso.

§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos de leniência previstos nesta Lei,


também deverão prestar e manter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo
acordo, as informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse procedimento
vier a causar prejuízo às investigações e ao processo administrativo.

§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniência, além das
informações previstas no § 3º , deverá ser incluída no Cnep referência ao respectivo
descumprimento.

§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos depois de decorrido o


prazo previamente estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo
de leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou
entidade sancionadora.

Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as
esferas de governo deverão informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no
Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído
no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos
termos do disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

Quanto à multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados, estes serão destinados
preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.

Um tema muito importante que você deve levar para a prova diz respeito à prescrição das infrações
previstas na Lei Anticorrupção, a qual se dará em 5 (cinco) anos, contados da data da ciência da
infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

Ademais, interrompe-se a prescrição na esfera administrativa ou judicial, com a instauração de


processo que tenha por objeto a apuração da infração.

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A Resolução do Conselho Monetário Nacional nº 4.893, de 26 de fevereiro de 2021, dispõe sobre a


Política de Segurança Cibernética.

Por se tratar de norma pouco extensa e sendo este material focado não apenas da lei, recomendamos
ao aluno que faça a leitura e releitura dessa e de outras normas trazidas no material em sua
integralidade.

As instituições financeiras autorizadas pelo BACEN a funcionar devem implementar e manter política
de segurança cibernética formulada com base em princípios e diretrizes que busquem assegurar a
confidencialidade, a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de informação
utilizados.

Esta política deve se compatibilizar com:

o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da instituição;

a natureza das operações e a complexidade dos produtos, serviços, atividades e processos da


instituição; e

a sensibilidade dos dados e das informações sob responsabilidade da instituição.

Ademais, admite-se a adoção de política de segurança cibernética única por:

conglomerado prudencial; e

sistema cooperativo de crédito.

A Resolução enumera diversos requisitos que esta política de segurança cibernética deve
contemplar, vejamos:

Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, no mínimo:

I - os objetivos de segurança cibernética da instituição;

II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a vulnerabilidade da instituição a


incidentes e atender aos demais objetivos de segurança cibernética;

III - os controles específicos, incluindo os voltados para a rastreabilidade da informação, que


busquem garantir a segurança das informações sensíveis;

IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o controle dos efeitos de incidentes
relevantes para as atividades da instituição;

V - as diretrizes para:

a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos testes de continuidade de


negócios;

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b) a definição de procedimentos e de controles voltados à prevenção e ao tratamento dos


incidentes a serem adotados por empresas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem
dados ou informações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das atividades
operacionais da instituição;

c) a classificação dos dados e das informações quanto à relevância; e

d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avaliação da relevância dos incidentes;

VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segurança cibernética na instituição,


incluindo:

a) a implementação de programas de capacitação e de avaliação periódica de pessoal;

b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre precauções na utilização de produtos


e serviços financeiros; e

c) o comprometimento da alta administração com a melhoria contínua dos procedimentos


relacionados com a segurança cibernética; e

VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre os incidentes relevantes,


mencionados no inciso IV, com as demais instituições referidas no art. 1º.

§ 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética referidos no inciso I do caput, deve


ser contemplada a capacidade da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade
a incidentes relacionados com o ambiente cibernético.

§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do caput devem abranger, no


mínimo, a autenticação, a criptografia, a prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de
vazamento de informações, a realização periódica de testes e varreduras para detecção de
vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos, o estabelecimento de mecanismos
de rastreabilidade, os controles de acesso e de segmentação da rede de computadores e a
manutenção de cópias de segurança dos dados e das informações.

§ 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do caput devem ser aplicados,


inclusive, no desenvolvimento de sistemas de informação seguros e na adoção de novas
tecnologias empregadas nas atividades da instituição.

§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o controle dos efeitos de


incidentes, citados no inciso IV do caput, devem abranger inclusive informações recebidas de
empresas prestadoras de serviços a terceiros.

§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea "b", do caput, devem contemplar


procedimentos e controles em níveis de complexidade, abrangência e precisão compatíveis
com os utilizados pela própria instituição.

Além disso, a política de segurança cibernética deve ser divulgada aos funcionários da instituição e
às empresas prestadoras de serviços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em nível de
detalhamento compatível com as funções desempenhadas e com a sensibilidade das informações.

Resumo contendo as linhas gerais da política de segurança cibernética devem ser divulgadas ao
público.

As instituições referidas ainda devem estabelecer plano de ação e de resposta a incidentes visando
à implementação da política de segurança cibernética, devendo este plano abranger, no mínimo:

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as ações a serem desenvolvidas pela instituição para adequar suas estruturas organizacional e
operacional aos princípios e às diretrizes da política de segurança cibernética;

as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a serem utilizados na prevenção e


na resposta a incidentes, em conformidade com as diretrizes da política de segurança
cibernética;

a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de incidentes relevantes.

Diretor responsável pela política de segurança cibernética e pela execução do plano de ação e de
resposta a incidentes deve ser designado pelas instituições financeiras. Sendo que este diretor pode,
desde que ausente conflito de interesses, desempenhar outras funções na instituição.

O relatório anual sobre a implementação do plano de ação e de resposta a incidentes deve ser
elaborado pelas instituições com data-base de 31 de dezembro, devendo abordar, no mínimo:

a efetividade da implementação das ações;

o resumo dos resultados obtidos na implementação das rotinas, dos procedimentos, dos
controles e das tecnologias a serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes;

os incidentes relevantes relacionados com o ambiente cibernético ocorridos no período;

os resultados dos testes de continuidade de negócios, considerando cenários de


indisponibilidade ocasionada por incidentes.

O referido relatório deve ser submetido ao comitê de risco, quando existente, bem como
apresentado ao conselho de administração ou, na sua inexistência, à diretoria da instituição até 31
de março do ano seguinte ao da data-base.

A política de segurança cibernética e o plano de ação e de resposta a incidentes devem ser aprovados
pelo conselho de administração ou, na sua inexistência, pela diretoria da instituição, bem como
também ser documentados e revisados, no mínimo, anualmente.

É dever das instituições assegurar que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento de
riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamente no tocante aos critérios de decisão
quanto à terceirização de serviços, contemplem a contratação de serviços relevantes de
processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem, no País ou no exterior.

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Ademais, devem as instituições antes da contratação de serviços relevantes de processamento e


armazenamento de dados e de computação em nuvem adotar, nos termos do art. 12 da Resolução,
procedimentos que contemplem diversos requisitos. Vejamos:

Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à contratação de serviços


relevantes de processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem,
devem adotar procedimentos que contemplem:

I - a adoção de práticas de governança corporativa e de gestão proporcionais à relevância do


serviço a ser contratado e aos riscos a que estejam expostas; e

II - a verificação da capacidade do potencial prestador de serviço de assegurar:

a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor;

b) o acesso da instituição aos dados e às informações a serem processados ou armazenados


pelo prestador de serviço;

c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recuperação dos dados e das


informações processados ou armazenados pelo prestador de serviço;

d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição para a prestação do serviço a ser
contratado;

e) o acesso da instituição contratante aos relatórios elaborados por empresa de auditoria


especializada independente contratada pelo prestador de serviço, relativos aos
procedimentos e aos controles utilizados na prestação dos serviços a serem contratados;

f) o provimento de informações e de recursos de gestão adequados ao monitoramento dos


serviços a serem prestados;

g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da instituição por meio de controles
físicos ou lógicos; e

h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos dados e das informações dos
clientes da instituição.

§ 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado, mencionada no inciso I do caput,


a instituição contratante deve considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados
e das informações a serem processados, armazenados e gerenciados pelo contratado, levando
em conta, inclusive, a classificação realizada nos termos do art. 3º, inciso V, alínea "c".

§ 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as informações relativas à verificação


mencionada no inciso II, devem ser documentados.

§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da internet, referidos no inciso III do art. 13,
a instituição deve assegurar que o potencial prestador dos serviços adote controles que
mitiguem os efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de novas versões do aplicativo.

§ 4º A instituição deve possuir recursos e competências necessários para a adequada gestão


dos serviços a serem contratados, inclusive para análise de informações e uso de recursos
providos nos termos da alínea "f" do inciso II do caput.

Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços de computação em nuvem
abrangem a disponibilidade à instituição contratante, sob demanda e de maneira virtual, de
ao menos um dos seguintes serviços:

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I - processamento de dados, armazenamento de dados, infraestrutura de redes e outros


recursos computacionais que permitam à instituição contratante implantar ou executar
softwares, que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela
instituição ou por ela adquiridos;

II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela instituição contratante, ou por


ela adquiridos, utilizando recursos computacionais do prestador de serviços; ou

III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados ou desenvolvidos pelo


prestador de serviço, com a utilização de recursos computacionais do próprio prestador de
serviços.

Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados no art. 12 é responsável pela
confiabilidade, pela integridade, pela disponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação
aos serviços contratados, bem como pelo cumprimento da legislação e da regulamentação
em vigor.

Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e


de computação em nuvem deve ser comunicada pelas instituições referidas no art. 1º ao
Banco Central do Brasil.

§ 1º A comunicação mencionada no caput deve conter as seguintes informações:

I - a denominação da empresa contratada;

II - os serviços relevantes contratados; e

III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde os serviços poderão ser prestados
e os dados poderão ser armazenados, processados e gerenciados, definida nos termos do
inciso III do art. 16, no caso de contratação no exterior.

§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada até dez dias após a contratação
dos serviços.

§ 3º As alterações contratuais que impliquem modificação das informações de que trata o §


1º devem ser comunicadas ao Banco Central do Brasil até dez dias após a alteração contratual.

Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e


de computação em nuvem prestados no exterior deve observar os seguintes requisitos:

I - a existência de convênio para troca de informações entre o Banco Central do Brasil e as


autoridades supervisoras dos países onde os serviços poderão ser prestados;

II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação dos serviços referidos no caput
não cause prejuízos ao seu regular funcionamento nem embaraço à atuação do Banco Central
do Brasil;

III - a instituição contratante deve definir, previamente à contratação, os países e as regiões


em cada país onde os serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados,
processados e gerenciados; e

IV - a instituição contratante deve prever alternativas para a continuidade dos negócios, no


caso de impossibilidade de manutenção ou extinção do contrato de prestação de serviços.

§ 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inciso I do caput, a instituição


contratante deverá solicitar autorização do Banco Central do Brasil para:

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I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de sessenta dias antes da contratação,


observado o disposto no art. 15, § 1º, desta Resolução; e

II - as alterações contratuais que impliquem modificação das informações de que trata o art.
15, § 1º, observando o prazo mínimo de sessenta dias antes da alteração contratual.

§ 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as instituições deverão assegurar que a
legislação e a regulamentação nos países e nas regiões em cada país onde os serviços poderão
ser prestados não restringem nem impedem o acesso das instituições contratantes e do Banco
Central do Brasil aos dados e às informações.

§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que tratam os incisos I a IV do caput e


o cumprimento da exigência de que trata o § 2º devem ser documentados.

Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes de processamento,


armazenamento de dados e computação em nuvem devem prever:

I - a indicação dos países e da região em cada país onde os serviços poderão ser prestados e
os dados poderão ser armazenados, processados e gerenciados;

II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e armazenamento dos dados


citados no inciso I do caput;

III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da segregação dos dados e dos
controles de acesso para proteção das informações dos clientes;

IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de:

a) transferência dos dados citados no inciso I do caput ao novo prestador de serviços ou à


instituição contratante; e

b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput pela empresa contratada substituída, após
a transferência dos dados prevista na alínea "a" e a confirmação da integridade e da
disponibilidade dos dados recebidos;

V - o acesso da instituição contratante a:

a) informações fornecidas pela empresa contratada, visando a verificar o cumprimento do


disposto nos incisos I a III do caput;

b) informações relativas às certificações e aos relatórios de auditoria especializada, citados no


art. 12, inciso II, alíneas "d" e "e"; e

c) informações e recursos de gestão adequados ao monitoramento dos serviços a serem


prestados, citados no art. 12, inciso II, alínea "f";

VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a instituição contratante sobre a


subcontratação de serviços relevantes para a instituição;

VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos contratos e aos acordos firmados
para a prestação de serviços, à documentação e às informações referentes aos serviços
prestados, aos dados armazenados e às informações sobre seus processamentos, às cópias
de segurança dos dados e das informações, bem como aos códigos de acesso aos dados e às
informações;

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VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em decorrência de determinação do


Banco Central do Brasil; e

IX - a obrigação de a empresa contratada manter a instituição contratante permanentemente


informada sobre eventuais limitações que possam afetar a prestação dos serviços ou o
cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor.

Parágrafo único. Os contratos mencionados no caput devem prever, para o caso da decretação
de regime de resolução da instituição contratante pelo Banco Central do Brasil:

I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e irrestrito acesso do responsável


pelo regime de resolução aos contratos, aos acordos, à documentação e às informações
referentes aos serviços prestados, aos dados armazenados e às informações sobre seus
processamentos, às cópias de segurança dos dados e das informações, bem como aos códigos
de acesso citados no inciso VII do caput que estejam em poder da empresa contratada; e

II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo regime de resolução sobre a


intenção de a empresa contratada interromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta
dias de antecedência da data prevista para a interrupção, observado que:

a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido de prazo adicional de trinta dias
para a interrupção do serviço, feito pelo responsável pelo regime de resolução; e

b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação em que a interrupção for motivada
por inadimplência da contratante.

Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à contratação de sistemas operados por
câmaras, por prestadores de serviços de compensação e de liquidação ou por entidades que
exerçam atividades de registro ou de depósito centralizado.

Também deve ser assegurado pelas instituições financeiras que suas políticas para gerenciamento
de riscos previstas na regulamentação em vigor disponham, no tocante à continuidade de negócios,
sobre:

o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o ambiente;

os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção de serviços relevantes de


processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem contratados, abrangendo
cenários que considerem a substituição da empresa contratada e o reestabelecimento da operação
normal da instituição; e

os cenários de incidentes considerados nos testes de continuidade de negócios.

Estes procedimentos adotados pelas instituições para gerenciamento de riscos previstos na


regulamentação devem contemplar, no tocante à continuidade de negócios:

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o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes relevantes e da interrupção dos
serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e de computação em nuvem
contratados;

o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas atividades ou dos serviços relevantes
interrompidos;

a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das ocorrências de incidentes relevantes e


das interrupções dos serviços relevantes que configurem uma situação de crise pela instituição
financeira, bem como das providências para o reinício das suas atividades.;

É dever das instituições financeiras instituir mecanismos de acompanhamento e de controle com


vistas a assegurar a implementação e a efetividade da política de segurança cibernética, do plano de
ação e de resposta a incidentes e dos requisitos para contratação de serviços de processamento e
armazenamento de dados e de computação em nuvem, incluindo:

a definição de processos, testes e trilhas de auditoria;

a definição de métricas e indicadores adequados; e

a identificação e a correção de eventuais deficiências.

Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência, as instituições financeiras também devem
desenvolver iniciativas para o compartilhamento de informações sobre os incidentes relevantes. Este
compartilhamento deve abranger informações sobre incidentes relevantes recebidas de empresas
prestadoras de serviços a terceiros, devendo as informações compartilhadas estarem disponíveis ao
Banco Central do Brasil.

Pelo período de 5 anos devem ficar à disposição do BACEN alguns documentos elencados pelo art.
23 da resolução, vejamos:

Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de cinco anos:

I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de que trata o art. 2º;

II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da


instituição, no caso de ser formalizada a opção de que trata o art. 2º, § 2º;

III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a incidentes, de que trata o art. 6º;

IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;

V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art. 12, § 2º;

VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de serviços prestados no exterior;

VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referido no caput a partir da extinção
do contrato;

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VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos mecanismos de acompanhamento


e de controle de que trata o art. 21, contado o prazo referido no caput a partir da
implementação dos citados mecanismos; e

IX - a documentação com os critérios que configurem uma situação de crise de que trata o
art. 20, Parágrafo único.

Além disso, prevê o art. 24 que o Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas necessárias para
cumprimento do disposto na Resolução, podendo estabelecer:

I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento de informações, nos termos do


art. 22;

II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a serem requeridos das empresas


contratadas, pela instituição financeira contratante, na prestação dos serviços de que trata o
art. 12;

III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para reinício ou normalização das
atividades ou dos serviços relevantes interrompidos; e

IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a serem observados pelas instituições


para o cumprimento desta Resolução.

Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, em 26 de abril de 2018, já tinham contratado a
prestação de serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e de
computação em nuvem devem adequar o contrato para a prestação de tais serviços:

I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º, no caso de serviços prestados
no exterior; e

II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.

Parágrafo único. O prazo previsto para adequação ao disposto no caput não pode ultrapassar
31 de dezembro 2021.

Por fim, segundo o art. 26, o Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restrições para a
contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem
quando constatar, a qualquer tempo, a inobservância do disposto na Resolução, bem como a
limitação à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecendo prazo para a adequação dos referidos
serviços.

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22.1 ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES, VIRTUDES

A Ética vem do grego “ethos”, que possui como significado o modo de ser, o caráter. Posteriormente,
os romanos traduziram “ethos” como “mos”, cujo significado é costume, comportamento, estando
ligado à moral. Dessa forma, passou-se a tratar ética como algo ligado diretamente ao costume, bem
como passou a ser vista como indissociável da moral.

A ética é tida como uma ciência, ligada à filosofia e que se preocupa com o comportamento moral
humano. Como ciência, visa esclarecer, explicar e conceituar determinada realidade.

Por sua vez, moral são normas que regulam o comportamento individual dos seres humanos. Assim,
visa regulamentar as relações sociais.

Há ainda que se ter em mente a presença dos valores e das virtudes.

Valores são os padrões de conduta de cada ser humano e, portanto, estão ligados à subjetividade
de cada um, ou seja, o que é um valor ético para determinada pessoa pode não ser para outra. A
cultural em que está inserida o indivíduo causa influência direta em seus valores.

Por outro lado, virtudes, estão ligadas à capacidade de decisão do indivíduo. De acordo com as
virtudes que possui, o indivíduo será capaz ou não de tomar decisões tidas como corretas e honestas.

Para Aristóteles, as virtudes podem ser definidas como intelectuais e morais:

Intelectuais - tem a ver com o aprendizado ao longo da vida. Aquele


que possui maior grau de instrução escolar, tende a tomar decisões
com mais virtudes intelectuais;

Virtudes para Aristóteles

Morais - não possuem relação com o estudo ou o aprendizado


adquirido, estão ligadas mais aos hábitos tidos ao longo da vida;

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22.2 NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL

A Ética Empresarial relaciona-se com o conjunto de valores e normas que vigoram em uma empresa
(ou entidade) e que respondem por meio de sua interação com o mercado e a sociedade.

Segundo Diogo Leite de Campos: A ética na atividade empresarial é este olhar desperto para o outro,
sem o qual o eu não se humaniza; a atividade dirigida para o outro. (...) A atividade empresarial é
eticamente fundada e orientada, quando se cria emprego, se proporciona habitação, alimentação,
vestuário e educação, detendo os bens como quem os administra.

Por seu turno, a Ética Profissional baseia-se em uma reflexão acerca da profissão escolhida por cada
indivíduo. A partir dessa escolha nasce os deveres profissionais que lhes são inerentes, por exemplo
no caso do juramento feito em determinadas profissões como advogado e médico.

22.3 A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS

Conforme visto, a ética faz parte do cotidiano, estando presente nas relações sociais. O ser humano
sempre se utiliza de valores éticos para a prática de atos. Não é diferente em relação às relações
existentes no serviço público.

Assim, a ética é algo essencial no serviço público, motivo pelo qual a administração pública, assim
como também a administração privada passaram a instituir códigos e outras normatizações
relacionadas à ética a serem seguidas por todos os servidores/colaboradores.

O princípio da moralidade, previsto na Constituição Federal, é o fundamento de todos os


instrumentos normativos relativos à ética no serviço público.

Necessário esclarecer, porém, que a moralidade administrativa é bem mais ampla do que a moral
adotada em outros aspectos da sociedade.

Quando o assunto é a chamada moralidade administrativa, está-se diante da boa ou má


administração de acordo com preceitos relacionados à boa-fé, probidade, honestidade e decoro,
diferentemente da moral comum que se restringe ao bem e ao mal.

Logo, havendo desrespeito ao princípio da moralidade, será caso de anulação do ato


administrativo, a qual é um verdadeiro controle de legalidade. Não bastando a mera revogação
(que analisa tão somente o mérito administrativo - conveniência e oportunidade).

A gestão de ética nas empresas públicas, portanto, baseia-se em tudo aquilo que a lei permite
(princípio da legalidade), já nas empresas privadas baseia-se naquilo que a lei não proíbe.

Não obstante algumas diferenças entre a gestão da ética nas empresas públicas e nas empresas
privadas, é certo que em ambas se faz necessário a observância da ética como pilar das relações
organizacionais.

Conforme trazido pelo próprio Banco do Brasil em seu Código de Ética: A ética não atrapalha o lucro,
ela traz confiança. A confiabilidade é um dos maiores bens do mercado. Empresa transparente e

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ética atrai investidores e clientes. A ética cria senso de pertencimento nos funcionários. Investir em
ética é investir no maior bem da empresa: a confiança no seu nome.

22.4 CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL

22.4.1 Propósito, Visão e Valores

Foco no Cliente: Estamos sempre


atentos àquilo que é valioso para nossos
clientes.

Inovação: Somos movidos pela inovação


e agentes da transformação.

Ética: Adotamos a ética como


fundamento de nossa prática
empresarial.

Senso de Dono: Assumimos a


Valores responsabilidade por empreender
soluções de excelência e atuamos com
protagonismo.

Confiabilidade: Somos comprometidos


com a transparência e a solidez de
nossas ações

Eficiência: Otimizamos os recursos


disponíveis para criar valor aos nossos
públicos de relacionamento.
Propósito, Visão
e Valores BB
Espírito Público: Consideramos o
interesse coletivo na tomada de nossas
decisões.

Propósito Cuidar do que é valioso para as pessoas

Ser a empresa que proporciona a melhor


experiência para a vida das pessoas e
Visão promove o desenvolvimento da
sociedade de forma inovadora, eficiente
e sustentável

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22.4.2 Princípios

HONESTIDADE

RESPONSABILIDADE

TRANSPARÊNCIA

RESPEITO

22.4.3 Público-Alvo

O Código de Ética é aplicado:

À ALTA ADMINISTRAÇÃO
– Conselheiros, Presidente, Vice- Presidentes e Diretores, inclusive de empresas
controladas

AOS FUNCIONÁRIOS
– lotados no Brasil e no exterior

AOS COLABORADORES
– estagiários, aprendizes, dirigentes e empregados de empresas contratadas

DEMAIS
– Àqueles que estejam atuando ou prestando serviços em nome do Banco do
Brasil ou para o Banco do Brasil.

a) Capítulo I - Respeito ao indivíduo

a.1) Respeitamos a diversidade das pessoas que formam o ambiente de trabalho e que mantêm
relacionamento com o Banco do Brasil.

a.2) Encorajamos a cultura de respeito e repudiamos a violência.

a.3) Devemos zelar pelo estabelecimento de um ambiente de trabalho digno e saudável, pautando
as relações pelo respeito e cordialidade, independentemente da posição exercida na organização.

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a.4) Devemos pautar nossas relações pelo respeito às diferenças, sendo elas físicas, raciais, culturais,
religiosas, de orientação sexual, sociais, linguístico-regionais, etárias, de ideias, de origem, de
capacidade, de aparência, de classe, de estado civil ou de identidade de gênero.

a.5) Devemos respeitar as normas sociais e culturais da comunidade em que atuamos, apresentando-
nos e nos comportando de maneira adequada e alinhada à posição exercida.

a.6) Devemos prevenir constrangimentos e prejuízos à imagem do Banco e de seus funcionários.

a.7) Desautorizamos que se inicie ou divulgue, em qualquer meio - interno ou externo -críticas
ofensivas à honra ou calúnias que exponham a imagem do BB ou de quaisquer de nossas áreas ou
funcionários.

b) Capítulo II – Boas Práticas de Relacionamento

b.1) Primamos pela confiança, honestidade e ética em nossas práticas comerciais, atuando de forma
transparente, imparcial e íntegra.

b.2) Devemos oferecer produtos e serviços, bem como, prestar atendimento com honestidade,
diligência e ética.

b.3) Devemos nos comprometer com o bom clima de trabalho, pautando nossas condutas pelo
respeito e tolerância.

b.4) Devemos manter a comunicação respeitosa e profissional com nossos pares, gestores,
subordinados, clientes internos e externos.

b.5) Desautorizamos a emissão ou reprodução de comentários que possam prejudicar a convivência


harmoniosa no ambiente de trabalho.

b.6) Devemos desenvolver atividades com responsabilidade, autonomia e comprometimento.

b.7) Devemos realizar as atividades que nos são confiadas, assumindo a responsabilidade pela tarefa.

b.8) Devemos desenvolver nosso trabalho diário observando as orientações de segurança.

b.9) Consideramos a segurança e a saúde no trabalho pilares institucionais.

b.10) Devemos cumprir as normas de segurança e saúde do trabalho.

b.11) Proibimos que se trabalhe embriagado e/ou sob efeito de drogas ilícitas.

b.12) Devemos contribuir, nas nossas atividades diárias, para a manutenção do caráter laico e
apartidário da Empresa.

b.13) Repudiamos condutas que possam caracterizar assédio de qualquer natureza.

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b.14) Repudiamos condutas que possam caracterizar discriminação ou sua indução; coação,
perseguição ou constrangimento; desrespeito às atribuições funcionais; desqualificação pública,
ofensa ou ameaça.

b.15) Orientamos que funcionários mantenham situação econômico-financeira compatível com a


ocupação e a renda comprovadas.

b.16) Devemos supervisionar e adotar medidas inibidoras de irregularidades.

b.17) Esperamos que nossos líderes promovam o desenvolvimento e inspirem suas equipes,
estimulando o engajamento e buscando formar sucessores para desafios atuais e futuros.

b.18) Esperamos que os nossos líderes construam uma relação sólida com os clientes, fornecendo
soluções adequadas para eles.

b.19) Esperamos que nossos líderes atuem com visão e propósito, apresentando a estratégia do BB
de uma perspectiva assertiva para obter o apoio e o comprometimento dos liderados.

b.20) Exigimos que os nossos líderes sejam éticos, referência de postura adequada e incentivadores
do trabalho em equipe como prática de colaboração e de compartilhamento de conhecimentos e
experiências.

b.21) Determinamos que a comunicação dos nossos líderes esteja alinhada à estratégia do Banco,
buscando o equilíbrio entre pessoas, processos e resultados, demonstrando cuidado com clientes,
funcionários, sociedade e acionistas.

b.22) Esperamos dos nossos líderes coragem para ousar e que desenvolvam adaptabilidade,
resiliência e sabedoria frente a circunstâncias desafiadoras, fazendo constantemente a gestão dos
riscos.

b.23) Recomendamos que os nossos líderes tenham empatia, controle emocional e respeito à
individualidade dos liderados.

b.24) Esperamos que nossos líderes sejam promotores do diálogo com respeito, boa educação e
assertividade, colocando em prática a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa.

b.25) Esperamos que os nossos líderes contribuam para o desenvolvimento dos liderados,
incentivando a autonomia, a inovação e a transformação cultural.

b.26) Desejamos que os nossos líderes valorizem vitórias e conquistas da equipe como incentivo à
continuidade dos bons resultados.

b.27) Esperamos dos nossos líderes conhecimento de processos mais eficazes e eficientes,
antecipando e adotando iniciativas inovadoras no desenvolvimento de soluções digitais para obter
resultados consistentes.

b.28) Esperamos dos nossos líderes, além da conduta ética, a disseminação dos valores da
organização e preceitos do Código de Ética, contribuindo para a aplicação deste documento.

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b.29) Exigimos que os nossos liderados respeitem o Código de Ética e a Política de Relacionamento
com Clientes e Usuários.

b.30) Esperamos que os nossos liderados tenham respeito, tolerância, controle emocional e
maturidade, colocando em prática a Comunicação Não Violenta e a escuta ativa.

b.31) Esperamos que os nossos liderados sejam protagonistas da sua carreira e promovam seu
autodesenvolvimento, demonstrando iniciativa e comprometimento, além de capacidade de
adaptação a mudanças de cenário.

b.32) Esperamos dos nossos liderados a parceria com a gestão, com foco nas boas práticas de
relacionamento e na condução dos processos.

b.33) Esperamos que os nossos liderados desenvolvam o pensamento estratégico, a destreza digital,
a leitura de cenário, a criatividade e inovação.

b.34) Orientamos parcerias com agentes que assegurem valores como: integridade, ética, idoneidade
e respeito à comunidade e ao meio ambiente.

b.35) Exigimos que os impactos socioambientais sejam medidos e considerados na realização de


parcerias, convênios, protocolos de intenções e de cooperação técnico- financeira com entidades
externas privadas ou públicas.

b.36) Orientamos que contatos e negócios com clientes sejam pautados pelo respeito, idoneidade e
profissionalismo e que os produtos e serviços oferecidos sejam adequados ao perfil dos clientes e
de acordo com a legislação.

b.37) Orientamos que entidades ligadas ao Banco do Brasil pautem seus direcionamentos
estratégicos e de negócios por princípios éticos.

b.38) Respeitamos a liberdade de associação sindical e buscamos conciliar, de forma transparente,


interesses da empresa com interesses de funcionários e de nossas entidades representativas tendo
a negociação como prática permanente.

b.39) Devemos conduzir processos de licitação, contratação e formalização de acordos, convênios e


parcerias com lisura, ética, integridade e imparcialidade.

b.40) Devemos adotar ações e procedimentos para prevenir fraudes e ilícitos nos processos
licitatórios, na execução e acompanhamento de contratos administrativos ou em interação com o
setor público.

b.41) Orientamos que critérios de seleção, contratação e avaliação devem ser determinados de forma
imparcial e transparente, permitindo pluralidade e concorrência entre fornecedores.

b.42) Devemos exigir de fornecedores: cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária e fiscal;


cumprimento da legislação e das regulamentações relativas à prevenção e ao combate à corrupção;
não utilização de trabalho infantil ou escravo; adoção de boas práticas de preservação ambiental;

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não adoção de atos de corrupção contra governos e a administração pública brasileira ou


estrangeira.

b.43) Orientamos os fornecedores a seguir as diretrizes deste Código de Ética.

b.44) Somos transparentes e ágeis no fornecimento de informações, observando regras de sigilo e


confidencialidade.

b.45) Elaboramos demonstrações financeiras em conformidade com a lei, princípios e normas de


contabilidade para representar adequadamente o resultado das operações, os fluxos de caixa e a
posição patrimonial e financeira da Empresa.

b.46) Adotamos procedimentos e controles internos para assegurar o detalhamento, a veracidade e


a transparência das demonstrações financeiras do BB.

b.47) Definimos que a ética, a integridade e a civilidade devem ser princípios norteadores das nossas
relações com a concorrência. Trocas de informações só podem ocorrer de maneira lícita,
transparente e fidedigna, preservando os princípios do sigilo bancário e os interesses da Empresa.

b.48) Desaprovamos a emissão de juízo de valor sobre a concorrência ou a depreciação de seus


produtos e serviços.

b.49) Proibimos práticas inadequadas na oferta de produtos e serviços, inclusive a imposição na


efetivação de negócios.

b.50) Somos parceiros do poder público na implementação de políticas, projetos e programas


socioeconômicos voltados para o desenvolvimento sustentável do Brasil e dos países em que
atuamos.

b.51) Articulamos interesses e necessidades da Administração Pública com segmentos econômicos


das sociedades com as quais nos relacionamos.

b.52) Devemos atuar nas relações com o poder público em conformidade com diretrizes
internacionais no que diz respeito prevenção e combate à evasão fiscal, à corrupção, à lavagem de
dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

b.53) Repudiamos atos de corrupção praticados contra governos e a administração pública brasileira
ou estrangeira, como, por exemplo:

garantir, prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, qualquer vantagem indevida a


agente público ou a terceiro a ele relacionado;

financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar prática de ato ilícito;

induzir a realizar ou deixar de realizar ação em violação às obrigações legais;

obter, manter ou direcionar negócios de maneira indevida;

praticar sonegação de impostos, evasão de divisas e demais crimes fiscais;

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afetar ou influenciar ato ou decisão;

utilizar intermediário - pessoa física ou jurídica - para ocultar ou dissimular interesse ou identidade
de beneficiários de atos praticados;

frustrar, fraudar, obter vantagem ou benefício indevido, impedir, perturbar ou manipular caráter
competitivo de procedimento licitatório;

dificultar atividade de investigação ou fiscalização ou intervir em nossa atuação.

b.54) Devemos estabelecer independentemente de convicções ideológicas individuais,


relacionamento cortês com o poder público brasileiro e com o dos países em que atuamos.

b.55) Proibimos o financiamento de partidos políticos ou candidatos a cargos públicos no Brasil e


nos países em que atuamos.

b.56) Proibimos dar, oferecer, prometer ou autorizar que se dê qualquer coisa de valor a funcionário
do governo brasileiro ou estrangeiro, diretamente ou por meio de intermediário, a fim de influenciar
ação para obter vantagem indevida.

c) Capítulo III – Necessidade da obediência ao que é legal

c.1) Pautamos nossa atuação pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,


publicidade e eficiência.

c.2) Repudiamos práticas ilícitas, principalmente fraude, suborno, extorsão, corrupção, propina,
agiotagem, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e financiamento do terrorismo.

c.3) Ratificamos a necessidade de todos os funcionários e os membros da alta administração


possuírem conhecimentos sobre as Políticas do Banco, a legislação e a regulamentação em vigor
inerentes às suas atividades.

c.4) Devemos atuar em conformidade com os normativos internos, as leis e normas de ordenamento
jurídico brasileiro e dos países onde atuamos.

c.5) Vedamos o relacionamento negocial com pessoas e organizações envolvidas em atividades


ilícitas.

c.6) Desautorizamos a prática de ato que possa acarretar ação cível ou trabalhista ou que cause
prejuízo ao Banco.

c.7) Proibimos a formalização de decisões relativas a operações sem prévia e formal autorização do
cliente.

c.8) Proibimos a comercialização e o consumo de drogas ilícitas no ambiente de trabalho.

c.9) Devemos atender às solicitações de órgãos externos de regulamentação e fiscalização e de


auditorias externa e interna nos prazos estabelecidos.

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c.10) Devemos assegurar informação legítima, objetiva, atual e clara em divulgações públicas,
relatórios e documentos disponibilizados aos órgãos reguladores de países onde atuamos.

c.11) Orientamos os funcionários e os membros da alta administração a realizarem anualmente


capacitação sobre ética disseminando os preceitos contidos neste Código e na Trilha da Ética e sobre
as Políticas associadas à gestão de riscos.

c.12) Orientamos os funcionários, estagiários e aprendizes a registrar ciência do Código de Ética do


BB a cada campanha de leitura.

c.13) Orientamos a Alta Administração a observar normas jurídicas que lhe são aplicáveis no exercício
da função, inclusive as de direito público.

c.14) Orientamos os Estatutários a seguir, além deste Código de Ética, o Código de Conduta da Alta
Administração Federal, que dispõe, entre outros assuntos, sobre:

conflito de interesses;

sigilo e comunicação de informações relevantes obtidas em razão da função ocupada;

quarentena estatutária.

d) Capítulo IV – Conflito de Interesses

d.1) Compreendemos que há conflito quando um funcionário tem interesses privados que
influenciam no desempenho de seus deveres e responsabilidades no Banco.

d.2) Entendemos que a forma correta de evitar o conflito de interesses é buscando a imparcialidade.
Agir de forma imparcial significa, por vezes, declarar-se impedido de realizar determinadas
atividades.

d.3) Devemos exercer nossa atividade de forma isenta, eximindo-nos de usar a condição de
funcionário para obter vantagens para nós ou para terceiros. É dever de cada um evitar a ocorrência
de conflito de interesses.

d.4) Devemos comunicar, de forma imediata, casos de conflito de interesses ou presunção de sua
existência ao superior hierárquico ou à Ouvidoria Interna.

d.5) Devemos apoiar e participar de estratégias de prevenção organizadas pelo BB que busquem
alertar a ocorrência de conflito de interesses.

d.6) Advertimos que as ações exemplificadas a seguir configuram conflito de interesses:

Deliberar sobre assuntos de interesse conflitante com o do Banco.

Celebrar contrato administrativo ou celebrar contrato em nome do Banco, excetuada contratação


de operações bancárias, desde que observados os limites dispostos nos termos da legislação,
regulamentações aplicáveis bem como nas Políticas Especificas de Transações com Partes
Relacionadas (TPR) e Políticas de Credito do Banco, com pessoa que tenha relação de parentesco

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até o terceiro grau com: dirigente do BB; empregado do BB cujas atribuições envolvam atuação na
área responsável pela licitação ou contratação; c) autoridade de ente público a que o BB está
vinculado.

Manter sob subordinação hierárquica direta cônjuge, companheiro(a) ou parente em linha reta
ou colateral, por consanguinidade ou afinidade, até o 3º grau.

Conduzir assuntos ou negócios com agente público com poder decisório no âmbito dos órgãos
e entidades do governo com o qual tenha relação de parentesco, em linha reta ou colateral, por
consanguinidade ou afinidade, até 3º grau.

Permitir que atividades internas extrapolem o ambiente restrito, afetando interesses do Banco.

Utilizar a condição de funcionário para obter empréstimo pecuniário de cliente, fornecedor ou


prestador de serviços.

Utilizar informação privilegiada sobre ato ou fato relevante ainda não divulgado no mercado a
que tenha tido acesso em razão de cargo ou função.

Utilizar informação interna para realizar negócios pessoais com terceiros, como clientes,
fornecedores, prestadores de serviços, parceiros de negócios, correspondentes, etc.

Utilizar o nome do Banco do Brasil no exercício de seus direitos políticos.

Conduzir carreira no Banco recorrendo à intermediação de terceiros.

Usar de sua posição e poder para nomear, contratar ou favorecer um ou mais parentes em
detrimento de pessoas e empresas com perfil e competências mais adequados, configurando prática
de nepotismo.

Desempenhar atividades externas que possam constituir prejuízo ou concorrência para o Banco.

d.7) Vedamos a realização de Transações com Partes Relacionadas (TPR) em condições diversas às
de mercado.

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e) Capítulo V – Tomada de Decisão

f) Capítulo VI – Presentes, Brindes, Hospitalidade e Favores

f.1) As regras a seguir referem-se ao relacionamento do Banco do Brasil com terceiros, como cliente,
fornecedor, prestador de serviço, parceiro de negócios, correspondente, etc.

f.2) Vedamos o recebimento pelo funcionário do BB de qualquer valor em espécie como benefício
próprio.

f.3) Proibimos o recebimento e solicitação de benefício ou remuneração em retorno por serviço


prestado na realização de nossas atividades na qualidade de funcionários do BB.

f.4) Desaprovamos o recebimento ou a oferta de presentes ou brindes que comprometam a


percepção de profissionalismo e de imparcialidade da empresa, independentemente do valor.

f.5) Autorizamos aceitar presente ou brinde avaliado em até 100 reais, desde que não caracterize
manipulação de processos decisórios ou obtenção de vantagens indevidas.

f.6) Orientamos a doação à Fundação Banco do Brasil ou à instituição beneficente sem fins lucrativos
presentes recebidos em desacordo com este Código cuja devolução não seja possível. A doação
deve ser comunicada no Portal Pessoas (dipes.bb.com.br) > Crachá > Você > Atuação >
Presentes/Brindes > Incluir Novo Item.

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f.7) Orientamos que, para oferecer brindes e presentes em nome do BB para agente público, sejam
observados os limites estabelecidos na legislação local, na legislação que trata de suborno
transnacional e nas regras e políticas da instituição daquele que receberá a cortesia.

g) Capítulo VII – Bens e Recursos do Banco do Brasil

g.1) Proibimos o uso de recursos físicos, tecnológicos, bens e serviços exclusivos ao desempenho de
nossas atribuições, para fins particulares.

g.2) Devemos nos limitar a instalar, usar ou permitir o uso de programa de computador (software)
licenciados ou autorizados.

g.3) Devemos preservar a identidade institucional, evitando usar o nome da Empresa, marcas e
símbolos privativos sem autorização.

g.4) Devemos observar a competência restrita dos porta-vozes para atender demanda de
informações pela mídia, conforme diretrizes do discurso institucional.

g.5) Proibimos o uso de instalações, equipamentos, materiais de trabalho e rede eletrônica de


comunicações para assuntos político-partidários, religiosos ou de interesse comercial próprio ou de
terceiros.

g.6) Devemos zelar pelo patrimônio e imagem do BB e disseminar este cuidado.

h) Capítulo VII – Propriedade Intelectual e Propriedade da Informação

h.1) Preservamos a segurança da informação, pois a informação corporativa é um ativo e possui valor
para a organização.

h.2) Devemos estar cientes da responsabilidade no tratamento das informações corporativas durante
todo o seu ciclo de vida.

h.3) Devemos observar normas da propriedade intelectual de livros, textos, imagens e outros
produtos protegidos por direito autoral.

h.4) Devemos observar diretrizes e políticas de segurança da informação do BB, atentando-nos para
a criticidade das informações.

h.5) Proibimos que funcionários tratem de assuntos sigilosos e de uso interno em salas de
conversação, redes sociais e aplicativos com acesso pela internet não autorizados pelo Banco.

h.6) Devemos proteger informações de propriedade do banco do brasil como forma de garantir
integridade, confidencialidade e disponibilidade. Não poderão ser divulgados sem prévia
autorização estudos, metodologias, técnicas, materiais ou modelos desenvolvidos para o banco.

h.7) Devemos consultar o cadastro e as informações de produtos e serviços de funcionários e


correntistas apenas por necessidade do serviço, preservando o sigilo cadastral, bancário, empresarial
e profissional.

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h.8) Devemos resguardar o sigilo de informação do Banco do Brasil, relativas a ato ou fato relevante
às quais tenham acesso privilegiado em razão da posição ou função que ocupamos.

h.9) Devemos prestar esclarecimentos fidedignos e tempestivos quando solicitados pelo Banco,
mesmo quando estivermos em situação de disponibilidade para outra empresa ou cedido para órgão
externo.

h.10) Devemos assegurar que registros contábeis e demonstrações financeiras sejam verdadeiros,
completos, precisos, claros e estejam em conformidade com a legislação, os princípios e as normas
de contabilidade e controles internos.

h.11) Tratamos de maneira responsável e ética os dados internos e externos coletados, de acordo
com a legislação, durante todo o ciclo de vida da informação.

h.12) Utilizamos mecanismos de segurança para proteção de dados e informações de clientes,


fornecedores, parceiros e demais intervenientes.

h.13) Devemos realizar nossas atividades respeitando a privacidade do cliente e a legislação relativa
ao assunto, inclusive no uso e tratamento de bases de dados analíticas.

i) Capítulo IX – Envolvimento com a Comunidade e Sustentabilidade

i.1) Adotamos a responsabilidade socioambiental na definição de políticas, normas e procedimentos


de prevenção e combate à corrupção, bem como à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
terrorismo.

i.2) Estimulamos ações empreendedoras com parceiros que abordam proativamente impactos
ambientais.

i.3) Repudiamos o trabalho degradante: infantil, forçado e escravo.

i.4) Valorizamos vínculos estabelecidos com as comunidades nas quais atuamos e respeitamos seus
valores culturais pois reconhecemos a necessidade de retribuir à comunidade parcela do valor
agregado aos negócios.

i.5) Apoiamos iniciativas de desenvolvimento sustentável e participamos de empreendimentos


voltados à melhoria das condições sociais da população.

j) Capítulo X – Uso Responsável das Mídias Digitais

j.1) Entendemos que a comunicação interna deve contribuir para o fortalecimento da relação entre
a Empresa e os funcionários.

j.2) Primamos pela comunicação inclusiva e que cria condições favoráveis à ação negocial e à
realização do trabalho, com foco na transparência, clareza e objetividade.

j.3) Devemos usar de forma responsável as mídias digitais e aplicar boas práticas de comunicação
alinhadas aos princípios de integridade, transparência e respeito.

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j.4) Valorizamos manifestações no ambiente digital que respeitem a diversidade de ideias e o


posicionamento da Empresa.

j.5) Proibimos a vinculação do Banco do Brasil a comentários e postagens de informações ou imagens


ofensivos e/ou que violem a privacidade de funcionários e terceiros em mídias digitais e redes sociais.

j.6) Proibimos a emissão ou compartilhamento de informações de caráter discriminatório ou ofensivo


que exponha a imagem do Banco, de seus funcionários e do Conglomerado.

k) Capítulo XI – Uso Responsável das Mídias Digitais

k.1) Valorizamos sua manifestação. Se perceber algo que fira o Código de Ética do Banco do Brasil,
é seu dever denunciar.

k.2) Repudiamos qualquer tipo de retaliação ao autor de denúncias.

k.3) Entendemos que o descumprimento das diretrizes deste Código de Ética representa grave
manifestação contra a ética e contra princípios administrativos do Banco do Brasil.

k.4) Orientamos comunicar à Diretoria de Controles Interno-Dicoi/DF indício de corrupção, por meio
do Canal de Denúncia de Ilícitos, disponível no Portal BB, inclusive de maneira anônima.

k.5) Recomendamos que, em caso de dúvida quanto ao exercício de atividade laboral remunerada
ou não, paralela ao Banco, o funcionário encaminhe consulta por meio do Sistema Eletrônico de
Prevenção de Conflito de Interesses (SeCI), disponível no site da Controladoria-Geral da União - CGU.

k.6) Sugerimos que, em caso de dúvida quanto à aplicação do Código de Ética, converse com seu
gestor ou consulte o Comitê Estadual de Ética, por meio de registro no Portal da Ouvidoria Interna,
na intranet.

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Hora da questão

(Ano: 2021 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil)

B é gerente de determinada instituição financeira e recebe, como tarefa laboral, a responsabilidade


de convencer os clientes a investirem na aquisição de ações de sociedade empresária que busca
abrir seu capital em bolsa de valores. Após vários contatos, B consegue bater a sua meta pessoal, no
sentido de ter conquistado um número significativo de novos clientes, decorrentes do desempenho
da aludida tarefa, bem como auxiliar seus colegas de setor para que alcancem o mesmo objetivo.

A esse respeito, e de acordo com o Código de Ética do Banco do Brasil, o oferecimento de serviços
e produtos deve ocorrer com

A) individualidade

B) comedimento

C) parcialidade

D) limitação

E) diligência.

Gabarito: E

Comentário: Conforme visto no Código de Ética do BB, no capítulo referente a Boas Práticas
de Relacionamento: “Devemos oferecer produtos e serviços, bem como, prestar atendimento com
honestidade, diligência e ética.”.

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23.1 ÁREA RESPONSÁVEL

Como área responsável pela Política Específica de Responsabilidade Socioambiental, o Banco do


Brasil enumera Gerência Governança, Regulação e Compliance.

23.2 ÁBRANGÊNCIA

A Política Específica de Responsabilidade Socioambiental (“Política”) orienta o comportamento da


BB DTVM ("Companhia").

23.3 REGULAMENTAÇÃO

A presente Política tem como principais referenciais normativos:

Resolução CMN nº 4.327, de 23.04 2014;

Resolução CMN nº 4.557, de 23.02.2017.

23.4 PERIODICIDADE DE REVISÃO

A Política Específica de Responsabilidade Socioambiental deverá ser revisada no mínimo


anualmente ou, extraordinariamente, a qualquer tempo – observando eventuais alterações legais,
normativas ou estatutárias, e revisões à Política Específica de Responsabilidade Socioambiental do
Banco do Brasil S.A. – sendo submetida às instâncias competentes, conforme previsão estatutária,
para deliberação.

23.5 INTRODUÇÃO

Objeto: Esta Política orienta o comportamento da BB DTVM em relação à responsabilidade


socioambiental e ao risco socioambiental.

Conceitos: Para efeitos desta Política, adotamos os seguintes conceitos:

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Responsabilidade Socioambiental: atuação incorporando os aspectos ambientais, sociais e


de governança corporativa na gestão dos fundos de investimento e nas práticas
administrativas. A responsabilidade socioambiental abrange, ainda, a gestão ética e
transparente da empresa com suas partes interessadas.

Risco socioambiental: a possibilidade de perdas decorrentes da exposição a danos


socioambientais gerados pelas atividades da BB DTVM;

Relevância: grau de exposição ao risco socioambiental; e

Partes interessadas: os clientes, usuários, os prestadores de serviço, os funcionários, o


acionista, os administradores e as companhias cobertas nos processos de gestão dos fundos
de investimento.

23.6 PRINCÍPIOS

São Princípios da Política:

Atuação em responsabilidade socioambiental embasada nas nossas definições estratégicas,


alinhadas às leis e normas que disciplinam o assunto, e em alinhamento aos Princípios de
Investimento Responsável (PRI).

Atuação em bases social e ambientalmente responsáveis, considerando a ética, a promoção dos


direitos humanos, dos direitos fundamentais do trabalho, o meio ambiente e o desenvolvimento
sustentável e a contribuição para universalização dos direitos sociais e da cidadania.

Respeito e valorização da diversidade e da equidade nas relações.

Relacionamento sólido e transparente com as Partes interessadas, estimulando a difusão e


implementação de práticas sustentáveis na nossa cadeia de valor.

Estrutura de governança da responsabilidade socioambiental e gestão de risco socioambiental


compatíveis com o nosso porte, a natureza do negócio, a complexidade dos produtos e serviços, e
as relações estabelecidas com as diversas partes interessadas.

Busca pela melhoria contínua de nosso desempenho socioambiental.

23.7 DIRETRIZES

São Diretrizes da Política:

Buscamos desenvolver ações voltadas para a gestão ambiental, a ecoeficiência e a prevenção da


poluição e das emissões de carbono em produtos, serviços e processos, bem como o zelo pela
adequada destinação dos resíduos gerados.

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Apoiamos iniciativas que visem à redução da emissão ou à estabilização da concentração de


gases de efeito estufa na atmosfera.

Adotamos metodologias próprias de análise das empresas pertencentes ao universo de cobertura


da Companhia que avaliem os critérios socioambientais, com base nos pilares de desempenho
econômico-financeiro, governança corporativa e aspectos ambientais e sociais.

Observamos a Diretriz de Exercício de Direito de Voto em Assembleias, que tem por objetivo
pautar o comportamento da Companhia no que tange ao voto em Matérias Relevantes Obrigatórias
quando da obrigatoriedade de participação nas Assembleias que são realizadas pelos emissores
sediados no Brasil dos ativos financeiros que compõem a carteira de seus fundos.

Gestão do Risco Socioambiental:

Adotamos modelo referencial de linhas de defesa, envolvendo diversos níveis


hierárquicos no controle do risco socioambiental.
Aplicamos controle de perdas do risco operacional, para as ocorrências geradas e
identificadas por fatores socioambientais, definido no Manual de Gerenciamento do
Risco Operacional.
Definimos tolerância ao risco socioambiental por meio de limite de Risco
Operacional estabelecido na Declaração de Apetite e Tolerância a Riscos.
Monitoramos continuamente o processo de gestão do risco socioambiental,
avaliando a proposição de melhorias.

Relação com Partes Interessadas:

As Partes Interessadas fazem parte do processo de condução, adoção e revisão das


diretrizes e princípios de Responsabilidade Socioambiental.
Valorizamos o diálogo, mantendo canais aptos a recepcionar e processar dúvidas,
denúncias, reclamações e sugestões, bem como garantimos o anonimato.

Alta administração, funcionários e colaboradores:

Pautamos nossa conduta socioambiental de acordo com o Manual de Diretrizes e


Conduta Ética da BB DTVM, o Código de Ética e as Normas de Conduta do Banco do
Brasil, promovendo a observância aos seus conteúdos.
Repudiamos condutas que possam caracterizar assédio de qualquer natureza e
promovemos a qualidade de vida no trabalho, priorizando a saúde e a segurança no
trabalho e considerando o indivíduo nas suas dimensões biológica, psicológica e social.
Buscamos continuamente o aprimoramento das relações profissionais, pautadas
pelo respeito e confiança mútuos, visando à manutenção de um bom ambiente de
trabalho.
Contribuímos para que o potencial dos funcionários e demais colaboradores possa
ser aprimorado.
Engajamos e capacitamos a alta administração e o nosso público interno, em todos
os seus níveis, para o cumprimento desta Política.

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Relação com acionista:

Atuamos em consonância com as melhores práticas de governança corporativa


reconhecidas pelo mercado e de acordo com as práticas socioambientais estabelecidas
nesta Política e na Política Específica de Governança Corporativa.

Relação com clientes:

Buscamos o desenvolvimento de novos produtos considerando demandas dos


clientes e suas características específicas.

Disponibilizamos orientações e informações claras, transparentes, confiáveis e


oportunas, para permitir aos clientes a melhor decisão nos negócios.

Pautamos o relacionamento de acordo com os critérios socioambientais previstos


nesta Política e na Política Específica de Relacionamento com Clientes e Usuários de
Produtos e de Serviços.

Relação com fornecedores:

Trabalhamos com fornecedores que cumprem com as legislações vigentes e,


obrigatoriamente, declarem e se comprometam aos critérios socioambientais no
processo de contratação de fornecedores, conforme estabelecido na Política Específica
de Relacionamento da BB DVTM com Fornecedores.

Relação com governos e sociedade:

Afirmamos nosso compromisso com a erradicação de trabalho degradante: infantil,


forçado e análogo ao escravo.

Repassamos recursos, de forma voluntaria, planejada, monitorada e circunstancial,


para projetos e programas sociais, além de realizar doações e atividades de voluntariado
envolvendo funcionários.

Atuamos em conformidade com as legislações vigentes, com ética e transparência.

23.8 APROVAÇÃO

Instância deliberativa competente: Conselho de Administração.

Hora da questão

(Ano: 2021 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil)

Um jovem atua em uma organização social com inúmeros projetos em comunidades carentes situada
em região metropolitana de uma grande capital brasileira. A organização possui vários empregados,
recrutados diretamente nas comunidades, e conta com financiamento de pessoas físicas e jurídicas.
Com o intuito de ampliar sua base de colaboradores, agenda diversos compromissos com

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empreendedores que tenham interesse na região. Nos termos da Política de Responsabilidade


Socioambiental do Banco do Brasil, seria adequado que houvesse

A) percentual de funcionários que exercesse atividade remunerada decorrente de atuação nas


organizações sociais.

B) incentivo aos funcionários do banco para que desempenhassem atividades voluntárias no projeto.

C) colaboração não consistente em financiamento a programas e projetos sociais.

D) integração de outras instituições financeiras como requisito de participação.

E) neutralidade na intervenção em projetos sociais em comunidades carentes por ausência de


recursos para todos.

Gabarito: B

Comentário: Conforme diretrizes acima expostas, o BB na Relação com governos e sociedade:

(...) Repassamos recursos, de forma voluntaria, planejada, monitorada e circunstancial, para projetos
e programas sociais, além de realizar doações e atividades de voluntariado envolvendo funcionários.

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Conforme definição do próprio Banco do Brasil em relação a ASG ou ESG:

A sigla em português, que significa Ambiental, Social e Governança Corporativa (ASG),


Environmental, Social and Corporate Governance (ESG), em inglês, ganhou um peso
importante na estratégia de diversas empresas, de todos os portes, ao redor do mundo.

Os consumidores passaram a cobrar condutas mais responsáveis e igualitárias das marcas e


empresas. A sociedade agora demanda uma consciência maior dos empreendedores em
relação aos impactos no meio ambiente. A necessidade de maior democratização de acesso,
além da inserção da diversidade de gênero no mundo corporativo ser pauta fundamental.

Com o mercado mais engajado nesses aspectos, as instituições e os investidores passaram a


incorporar as práticas ASG nos seus planejamentos de negócio.

O Banco do Brasil estabeleceu 10 compromissos no tema ASG para um mundo mais sustentável,
tendo se baseado nesse aumento da demanda por uma nova economia mais sustentável, voltada
para o meio ambiente e social, sempre pensando na melhora da governança, vejamos:

1 - Fomento à Energia Renovável

O banco tem o compromisso de fomentar soluções que ajudem a melhorar a eficiência das fontes
energéticas. Assim, ele contribui para reduzir o consumo de fontes não renováveis e agressivas ao
meio ambiente.

Isso é feito por meio do incentivo de soluções financeiras voltadas à aquisição de sistemas, como
painéis solares, equipamentos mais eficientes, entre outros. Tanto em casas e empresas quanto no
campo.

2 - Incentivo à Agricultura Sustentável

O Banco do Brasil presta apoio à agricultura familiar e preza por incentivos para melhores práticas
agrícolas.

As metas nesta área são ambiciosas. Até 2025, a instituição pretende destinar R$ 125 bilhões para
créditos contratados nesse segmento. O foco são ações mais eficientes de plantio e colheita e uma
produção mais alinhada às demandas de desenvolvimento do país.

3 - Fomento ao Empreendedorismo

O apoio ao desenvolvimento dos brasileiros também possui impactos diretos em termos


socioambientais. Por isso, a instituição auxilia empreendedores com crédito e conteúdos sobre
educação financeira.

Até 2025, o Banco do Brasil deseja ter 1 milhão de clientes empreendedores. E assim, tornar-se
fundamental com crédito para geração de mais empregos e promoção de crescimento econômico.

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4 - Ampliação da Eficiência Estadual e Municipal

Estados e municípios também receberão ajuda em melhorias administrativas, educativas, de


eficiência energética, entre outras. Já há metas para até 2025 nesta área.

O principal objetivo é desembolsar R$ 20 bilhões em apoio ao programa Eficiência Estadual e


Municipal. Ele engloba desde melhorias administrativas até nas áreas de educação, meio ambiente,
mobilidade, entre outras.

5 - Ampliação dos Investimentos ASG

A instituição direciona cada vez mais recursos a investimentos ESG. Com isso, desempenha um papel
relevante para motivar ações voltadas à adoção de práticas com viés ambiental, social e de
governança corporativa.

Há uma meta de chegar a 2025 com R$ 20 bilhões aplicados em empresas alinhadas a essas causas.
O banco também realizará uma avaliação, até o final de 2022, sobre os critérios ESG de 100% dos
ativos aplicáveis sob gestão da BB DTVM.

6 - Originação de Títulos Sustentáveis

Por meio da Originação de Títulos Sustentáveis, o Banco do Brasil atua na criação de investimentos
com impactos positivos em diferentes âmbitos sociais e ambientais.

O grande objetivo é disponibilizar o equivalente a R$ 30 bilhões em recursos sustentáveis negociados


no mercado de capitais. Dessa maneira, procura-se fazer com que os próprios investidores
reconheçam a sustentabilidade como um excelente negócio.

7 - Aumento do cuidado ambiental

O banco amplia constantemente o seu foco nos princípios de preservação do meio ambiente,
guiando-se por medidas específicas. Elas incluem a aquisição de energia renovável além da redução
e compensação de emissões de gases do efeito estufa.

Desde 2021, 100% das emissões indiretas desses gases são compensadas, e a meta é reduzir, até
2030, um total de 30% das emissões diretas. Já para 2024, a meta é que 90% das fontes de energia
da instituição sejam renováveis.

8 - Valorização da diversidade

O Banco do Brasil realiza ações em prol da inclusão, principalmente voltadas à equidade de gênero
e de raça em cargos de liderança.

Nesse quesito, os investimentos mais significativos atualmente são na formação de futuros líderes.
Até 2025, haverá ao menos um terço de mulheres e 23% de pessoas pretas e pardas liderando a
instituição.

9 - Ampliação da maturidade digital

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Quanto mais digitais são os serviços prestados, menores são os impactos para o meio ambiente. Ao
mesmo tempo, isso permite, aos clientes, ganhos em comodidade, tempo e satisfação.

Sabendo disso, o banco pretende ter 17 milhões de clientes mais conectados até 2025. O foco é
atender às demandas de praticidade e inovação da sociedade, sem abrir mão da solidez financeira.

10 - Contribuição à sociedade

Constantemente, a instituição promove projetos de educação, tecnologias sociais e sustentabilidade.


Eles são criados e viabilizados graças aos investimentos na Fundação Banco do Brasil.

Até 2030, a meta é investir mais de R$ 1 bilhão em projetos educativos, ações de inclusão
socioprodutiva. Esta parte abrange cuidados com o meio ambiente, incentivo ao voluntariado e
desenvolvimento de novas tecnologias sociais.

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