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Beatriz Carvalho - beaximendes@gmail.com - CPF: 051.613.493-01


Seja muito bem-vindo!

Você acaba de adquirir o material: Caderno Mapeado para o Banco do Nordeste no


Brasil S.A.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda os principais pontos do edital


da disciplina de Matemática e Raciocínio Lógico e quantitativo.

Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca Cesgranrio.

Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o suporte: suporte@cadernomapeado.com.br e WhatsApp.

Bons Estudos!

Rumo à Aprovação!!

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Beatriz Carvalho - beaximendes@gmail.com - CPF: 051.613.493-01
SUMÁRIO
CADERNO MAPEADO ................................................................................................................................... 4
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO ...................................................................... 4
1) Números reais ........................................................................................................................................... 4
1.1) Operações e expressões numéricas .................................................................................................. 5
1.2) Múltiplos, divisores, máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum ............................. 6
2) Proporcionalidade, razões e proporções e divisão em partes diretamente e inversamente
proporcionais ................................................................................................................................................. 8
2.1) Média aritmética, geométrica e ponderada ................................................................................... 9
2.2) Regras de três simples ....................................................................................................................... 11
2.3) Regras de três composta ................................................................................................................... 12
2.3) Porcentagem ........................................................................................................................................ 14
3) Funções, equações e inequações de 1º e de 2º grau ..................................................................... 15
3.1) Termos de uma equação e de uma inequação ............................................................................ 16
3.2) Membros de uma equação e de uma inequação ........................................................................ 16
3.3) Desigualdade e igualdade ................................................................................................................ 16
3.4) Grau ........................................................................................................................................................ 16
3.5) Resolução de equações de 1º e 2º grau ........................................................................................ 17
3.6) Sistemas de Equações ........................................................................................................................ 19
4) Análise combinatória: princípios fundamentais de contagem, arranjos, permutações,
combinações e binômio de Newton ....................................................................................................... 21
4.1) Cálculos de probabilidade ................................................................................................................ 22
5) Matemática financeira .......................................................................................................................... 24
5.1) Juros simples e compostos: capitalização e descontos ............................................................. 24
5.2) Taxas de juros ...................................................................................................................................... 26
5.2.1) Taxas de juros nominal .................................................................................................................. 26
5.2.2) Taxas de juros efetiva ..................................................................................................................... 26
5.2.3) Taxas de juros equivalentes .......................................................................................................... 27
5.2.4) Taxas de juros proporcionais ........................................................................................................ 27
5.2.5) Taxas de juros real........................................................................................................................... 28
5.2.6) Taxas de juros aparente ................................................................................................................. 29
5.3) Planos ou sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos ............................... 29
5.4) Cálculo financeiro: custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e
investimento ................................................................................................................................................ 30
5.5) Taxas de retorno ................................................................................................................................. 30

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CADERNO MAPEADO

Neste caderno de matemática e raciocínio lógico quantitativo, o foco principal é fazer você com-
preender a teoria e conseguir aplicá-la em questões da CESGRANRIO. Para aprender exatas (princi-
palmente matemática e RLM), você precisa treinar.

A rota para dominar essa matéria é um pouco diferente das outras. Em direito, por exemplo, você
precisa decorar prazos e alguns termos específicos. Por outro lado, aqui, o segredo é praticar e
aprender como a teoria pode ser cobrada e aplicada em diferentes contextos. O mais difícil é inter-
pretar a questão e entender como determinado conceito teórico, que será ensinado aqui, é aplicado.
Dessa forma, pratique muito. Apenas aprenda o conceito e pratique.

MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO

1) Números reais

Os números reais são uma classe de números que incluem todos os números racionais (números
que podem ser expressos como uma fração de dois inteiros) e todos os números irracionais (nú-
meros que não podem ser expressos como uma fração de dois inteiros).

Os números reais podem ser representados em uma reta numérica, em que cada ponto na reta
corresponde a um número real. A reta é dividida em segmentos por pontos chamados de "números
inteiros", que correspondem aos inteiros positivos e negativos.

A reta numérica é uma ferramenta visual que nos ajuda a entender a relação entre diferentes núme-
ros reais. Cada ponto na reta numérica corresponde a um número real específico. Números maiores
estão à direita, e números menores estão à esquerda.

Tome nota!

Alguns exemplos de números reais incluem:

a) Números inteiros: -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3


b) Números racionais: 1/2, -3/4, 5/6, 2
c) Números irracionais: pi (π), raiz quadrada de 2 (√2), raiz quadrada de 3 (√3)

Exemplos práticos:

a) Se você mede 1.75 metros, esse valor é um número real, mais especificamente um número
real decimal finito.
b) A constante π é um número real irracional e aparece em fórmulas matemáticas relacionadas
a círculos.

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Importante!

Os números reais são importantes na matemática porque fornecem uma maneira de descrever
quantidades contínuas, como o tempo, a velocidade e a distância. Eles também são usados em
muitas outras áreas, como física, economia e engenharia.

Além disso, como veremos a seguir, os números reais têm propriedades importantes, como a pro-
priedade de fechamento (a soma, multiplicação e subtração de números reais sempre resultam em
outro número real), a propriedade de densidade (entre quaisquer dois números reais distintos, sem-
pre existe outro número real), entre outras.

1.1) Operações e expressões numéricas

É um tema básico, mas você precisa treinar para não perder tempo na hora da prova com pequenas
operações e cálculos. Decorar a tabuada é uma atividade simples, mas que pode fazer você resolver
questões de matemática em uma velocidade superior à dos concorrentes. Em síntese, operações
numéricas são procedimentos matemáticos que envolvem a manipulação de números. As quatro
operações fundamentais são adição, subtração, multiplicação e divisão. Essas operações são a
base para a resolução de problemas matemáticos e a construção de expressões numéricas mais
complexas.

São uma combinação de números, operações e, às vezes, variáveis. Essas expressões podem ser ava-
liadas ou simplificadas seguindo a ordem correta das operações (PEMDAS - Parênteses, Expoentes,
Multiplicação e Divisão da esquerda para a direita, Adição e Subtração da esquerda para a direita).

Importante!

Toda vez que você for resolver uma expressão numérica, precisa respeitar esta ordem. Decore!

Exemplos de expressões numéricas:

a) 3+2×4: Resolvido aplicando a multiplicação antes da adição: 3 + 8 = 11 3+8=11


b) (10−3)÷2: Resolvido dentro dos parênteses primeiro e, em seguida, a divisão: 7 ÷ 2 = 3.5
7÷2=3.5
c) 2 3 +5: Avaliado os expoentes primeiro e depois a adição: 8 + 5 = 13 8+5=13
d) 4×(6−2): Resolvido dentro dos parênteses e, em seguida, a multiplicação: 4 × 4 = 16
4×4=16

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Esses exemplos ilustram como as operações e expressões numéricas são aplicadas e avaliadas. Do-
minar esses conceitos é essencial para lidar com problemas matemáticos mais complexos e para
construir uma base sólida em matemática.

1.2) Múltiplos, divisores, máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum

Múltiplos de um número são os resultados da multiplicação desse número por outros inteiros (ex.:
múltiplos de 5: 5, 10, 15, 20). Divisores de um número são os inteiros pelos quais esse número pode
ser dividido sem deixar resto (ex.: divisores de 12: 1, 2, 3, 4, 6, 12).

Máximo divisor comum (MDC), comumente conhecido como MDC, é um conceito matemático
fundamental que representa o maior número que pode dividir dois ou mais números inteiros, dei-
xando um resto igual a zero. Em outras palavras, é o maior número que é divisor comum a todos os
números dados.

É um conceito complexo, não é? Vamos utilizar um exemplo para torná-lo um pouco mais palpável
a você. Exemplo:

Considere os números 24 e 36. Vamos calcular o MDC.

a) Decomponha os números em fatores primos (não lembra, vou fazer para facilitar):

24 = 2³×3 — decomposição: 2 x 2 x 2 x 3
36 = 2² x 3² — decomposição 2 x 2 x 3 x 3

b) Identifique os fatores primos comuns com as menores potências: os fatores primos comuns
são 2² e 3.

c) Multiplique esses fatores primos comuns:

MDC (24,36) = 2² x 3 = 12

Portanto, o MDC de 24 e 36 é 12. Ou seja, 12 é o maior número que pode dividir 24 e 36, deixando
um resto igual a zero.

Por outro lado, Mínimo Múltiplo Comum (MMC) é o menor número inteiro positivo que é múltiplo
comum a todos os números dados. Para compreender melhor o conceito, vamos calcular o MMC:

Considere os números 8 e 12.

a) Decomponha os números em fatores primos:

8 = 2³ — decomposição: 2 x 2 x 2
12 = 2² x 3 — decomposição: 2 x 2 x 3

b) Identifique todos os fatores primos, incluindo as maiores potências:

Os fatores primos são 2³ x 3

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c) Multiplique esses fatores primos:

MMC (8,12) = 2³ x 3 = 24

Portanto, o MMC de 8 e 12 é 24. O MMC é frequentemente utilizado em questões que envolvem


períodos, ciclos e frações, especialmente ao somar ou subtrair frações com denominadores diferen-
tes. Questões que cobram esse tema, geralmente, são complexas. O ideal é selecionar e fazê-las à
exaustão. Dessa forma, você pega o “modelo” que sempre é cobrado, não deixe para fazer isso perto
da prova, pois você pode ser surpreendido.

Momento da Questão

CESGRANRIO – Banco do Brasil – 2021 - Um casal está muito apaixonado, mas devido à dis-
tância de suas casas e ao regime de trabalho dos dois, eles não conseguem se encontrar com
a frequência de que gostariam. A moça só tem folga aos sábados, e o rapaz trabalha três dias
seguidos, folgando no quarto dia. Se hoje é terça-feira e é dia de folga do rapaz, quantas folgas
dele cairão no sábado nos próximos 365 dias?

a) 4

b) 8

c) 12

d) 13

e) 15

Gabarito: Letra D.

Comentário: Vamos analisar a questão. A moça só tem folga aos sábados (7 dias). O rapaz, por
sua vez, só tem folga a cada 3 dias, ou seja, uma folga a cada 4 dias (4 dias). Atente-se: o dia precisa
ser o dia de folga dos dois, por isso iremos utilizar MMC. Essa interpretação da questão é a parte
mais difícil. Feito isso, vamos calcular o MMC:

7,4 l 2
7,2 l 2
7,1 l 7
1,1 l 28

Ou seja: vão se encontrar a cada 28 dias. Como queremos saber quantas folgas cairão no sábado,
temos que dividir 365 (número de dias do ano) por 28. O resultado é 13! Lets go!

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2) Proporcionalidade, razões e proporções e divisão em partes diretamente e inversamente
proporcionais

Como o edital solicita alguns conceitos teóricos, torna-se importante entender (e decorar) essa parte
da matéria. O edital deste concurso foca, principalmente, nos fundamentos da matemática e do ra-
ciocínio lógico. Assim, você verá uma abordagem com ênfase principiológica.

Nessa linha, a proporcionalidade refere-se à relação constante entre duas ou mais quantidades,
de modo que uma variação em uma delas corresponde a uma variação proporcional nas outras. Essa
relação constante é expressa pela ideia de proporção, que compara a razão entre duas quantidades
e afirma que essa razão permanece constante, independentemente do valor absoluto das quantida-
des.

Exposta essa definição, surgem conceitos básicos da proporcionalidade: razões e proporções,


grandezas diretamente e inversamente proporcionais.

Razão e proporção são utilizadas para realizar comparações ou estabelecer igualdade entre gran-
dezas diferentes. Dessa forma, a razão realiza a comparação enquanto a proporção faz a igual-
dade.

Usamos razão para fazer comparação entre duas grandezas. Assim, quando dividimos uma grandeza
pela outra estamos comparando a primeira com a segunda. Razão e proporção são utilizadas para
realizar comparações ou estabelecer igualdade entre grandezas diferentes. Dessa forma, a razão re-
aliza a comparação enquanto a proporção faz a igualdade.

Por sua vez, proporção é a igualdade entre duas razões (equivalências entre razões). Ou seja, se
dissermos que as razões são iguais, é o mesmo que dizer que elas formam uma proporção. A pro-
porção consiste na igualdade entre duas ou mais razões, que são a divisão entre números na qual
devemos obedecer a ordem em que eles são colocados. Por exemplo, na sequência de Fibonacci, a
razão entre qualquer termo e o seu antecessor será sempre proporcional, ou seja, igual.

O estudo das proporções é de muita importância, uma vez que, na natureza e em nosso cotidiano,
esse conceito aparece frequentemente. São exemplos de proporções: escala de um mapa, veloci-
dade média de um móvel e densidade de uma solução.

Em relação à divisão em partes diretamente proporcionais, podemos afirmar que, quando uma
quantidade total é dividida em partes diretamente proporcionais, significa que cada parte é uma
fração constante da quantidade total. Ou seja, à medida que uma parte aumenta, as outras também
aumentam proporcionalmente, e à medida que uma parte diminui, as outras também diminuem
proporcionalmente. Exemplo:

Suponha que $500 seja dividido em três partes diretamente proporcionais aos números 2, 3 e 5. Para
calcular a parte correspondente a cada número, calculamos a fração da quantidade total para cada
número.

2 2
a) Primeira parte (2): 2+3+5 × 500 = 10 × 500 = 𝟏𝟎𝟎 (número menor, parte menor)

3
b) Segunda parte (3): 10 × 500 = 𝟏𝟓𝟎 (número médio, parte média)

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5
c) Terceira parte (5): 10
× 500 = 𝟐𝟓𝟎 (número maior, parte maior)

Dessa forma, a divisão em partes diretamente proporcionais resulta em partes que aumentam ou
diminuem proporcionalmente em relação ao total.

E, por fim, temos o conceito de divisão em partes inversamente proporcionais em que cada parte
é inversamente proporcional a uma quantidade específica. Isso significa que, à medida que uma
parte aumenta, a outra correspondente diminui e vice-versa. O produto das partes e suas quantida-
des inversamente proporcionais é constante. Exemplo:

Suponha que $600 seja dividido em duas partes inversamente proporcionais aos números 3 e 4. Para
calcular a parte correspondente a cada número, calculamos a fração inversa para cada número.

4 4
a) Primeira parte (3): 3+4 × 600 = 7 × 600 ≈ 𝟑𝟒𝟐. 𝟖𝟔 (número menor, parte maior)

3
b) Segunda parte (4): 7 × 600 ≈ 𝟐𝟓𝟕. 𝟏𝟒 (número maior, parte menor)

Não são conceitos complicados, perceba a relação entre diretamente proporcionais e inversamente
proporcionais e pratique o máximo possível em questões.

2.1) Média aritmética, geométrica e ponderada

Esse assunto é simples, os nomes assustam, né? Porém, trata-se de decorar fórmulas e aplicá-las.
Para questões do nível deste concurso, você precisará aprender a fórmula, interpretar a questão e
aplicar o conhecimento adquirido neste tópico.

A média aritmética é a soma de todos os valores dividida pelo número total de valores. A fórmula
é bem simples:

𝑎1+𝑎2+𝑎3
Média aritmética = 𝑛

Nessa fórmula, a1, a2 e a3 são os valores que integram o conjunto de números e o n é a quanti-
dade total de números desse conjunto. Vamos utilizar um exemplo para facilitar o seu aprendi-
zado:

a) Dado o conjunto {2, 4, 6, 8, 10}, a média aritmética seria:

2+4+6+8+10 (𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠) 30
5 (𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 5 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜𝑠 —2,4,6,8,10)
= 5
= 6 (média aritmética)

Viu como é tranquilo? A média geométrica é um pouquinho mais complicada, mas não esquenta a
cabeça que eu vou esclarecê-la a você. A média geométrica é a raiz enésima (termo parece com-
plicado, mas não é o foco do tópico) do produto de todos os valores. Eu sei que você não enten-
deu muita coisa do conceito, calma. Primeiro, aprenda a fórmula:

Média geométrica = √𝑎1 × 𝑎2 × … 𝑎𝑛


𝑛

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Aqui nós usaremos a mesma lógica da média aritmética, porém, a quantidade de termos será a raiz
do produto. Exemplo:

a) Dado o conjunto {2, 4, 8}, a média geométrica seria:

(𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠) 3
√2 × 4 × 8 =
3
√64 = 𝟒

Nesse caso, você precisaria verificar a quantidade de termos (2, 4 e 8) e realizar o cálculo da raiz
cúbica de 64. Eu entendo que na hora da prova é complicado fazer esses cálculos, mas você precisa
aprender a realizá-los da forma mais segura e objetiva possível. Para isso, aprenda multiplicação e
raiz quadrada, você não pode tremer quando vir uma questão que cobre esse tema, pois é relativa-
mente fácil.

E, por fim, temos a média ponderada que é a soma dos produtos dos valores pelos pesos, dividida
pela soma dos pesos. Esta é a fórmula:

𝑤1 ×𝑎1+ 𝑤2 × 𝑎2…+𝑤𝑛 ×𝑎𝑛


Média ponderada = 𝑤1+𝑤2+⋯+𝑤𝑛

Nesse caso, w é o peso e a é o produto. No denominador, nós temos a soma dos pesos. Olhe este
exemplo:

a) Dado o conjunto {3, 5, 7} com pesos {2, 3, 4}, a média ponderada seria:

(2×3)+(3×5)+(4×7) 6+15+28 𝟒𝟗
2+3+4
= 9
= 𝟗

Esses conceitos são essenciais em estatística e têm diversas aplicações em questões de concursos
que colocam diferentes elementos em níveis de importância e peso. Pratique essas fórmulas com
diversas questões para reforçar seu entendimento. A chave aqui é decorar a fórmula e praticar!

Momento da Questão

CESGRANRIO – Transpetro – 2018 - A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda,
causada por um vírus transmitido por mosquitos. Uma medida importante para prevenção e
controle da febre amarela é a vacinação. Uma empresa, preocupada com a saúde de seus fun-
cionários, fez um levantamento para saber quantos já tinham sido vacinados. Foi verificado
que dos 1.000 funcionários apenas 200 já haviam tomado a vacina. Se forem selecionados ao
acaso 200 funcionários da empresa, o número esperado de pessoas que não tomaram a vacina
é de

a) 20

b) 40

c) 80

d) 120

e) 160

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Gabarito: Letra E.

Comentário: Esse tipo de questão você precisa bater o olho e encontrar a resposta, pois é bem
simples. Vamos lá: de 1.000, 200 tomaram a vacina, então 80% não tomaram e 20% tomaram. Entre
200, a proporção é a mesma, 80% não tomaram (160) e 20% tomaram (40).

2.2) Regras de três simples

A regra de três simples é uma técnica matemática usada para encontrar um valor desconhecido a
partir de três valores conhecidos, geralmente expressos em proporções. É muito útil para resolver
problemas envolvendo proporções, seja em situações cotidianas, financeiras, de engenharia ou ou-
tras áreas.

Para usar a regra de três simples, é preciso ter três valores conhecidos que estejam em proporção
entre si, ou seja, se um valor aumenta ou diminui, os outros valores também devem mudar propor-
cionalmente.

O método consiste em montar uma equação com os três valores conhecidos e o valor desconhecido,
usando a mesma proporção em todos os termos da equação. Depois, é só resolver a equação para
encontrar o valor desconhecido.

Tome nota!

Por exemplo, suponha que você queira saber quanto irá custar 5 pacotes de açúcar se um pacote
custa R$2,50. Se você sabe que 2 pacotes de açúcar custam R$5, pode usar a regra de três simples
para encontrar a resposta:

Pacotes de açúcar Preço


1 R$ 2,50
5 X (não conhecemos)

Agora é só fazer multiplicação cruzada, dividir pelo valor que está multiplicando x e descobrir o
valor:

5 × 2,50
1 ×X

12,50
1

𝐗 = 12,50

Portanto, cinco pacotes de açúcar custam R$12,50.

Outro exemplo: suponha que você queira saber quantas horas são necessárias para percorrer 600
km a uma velocidade constante de 100 km/h. Se você sabe que 300 km foram percorridos em 3
horas, pode usar a regra de três simples para encontrar a resposta:

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Distância Tempo
300 km 3 horas
600 km X (não conhecemos)

600 × 3
300 × 𝑋

1800
300

𝐗=6

Portanto, são necessárias 6 horas para percorrer 600 km a uma velocidade constante de 100 km/h.

2.3) Regras de três composta

Por outro lado, a regra de três composta também é um método utilizado para resolver problemas
envolvendo grandezas proporcionais. Ela é uma extensão da regra de três simples e é aplicada
quando há mais de duas grandezas proporcionais envolvidas. Geralmente, é utilizada para encontrar
o valor de uma grandeza desconhecida em relação a outras grandezas conhecidas.

Vamos entender a regra de três composta com um exemplo:

Suponha que três grandezas (A, B e C) sejam proporcionais entre si. Se A é diretamente proporcional
a B, e B é inversamente proporcional a C, a regra de três composta pode ser usada para relacionar
A, B e C. A relação seria expressa como:

A diretamente proporcional a B e inversamente proporcional a C.

A fórmula da regra de três composta pode ser escrita da seguinte maneira:

𝐴 𝐶
=
𝐵 𝐷

A e D são diretamente proporcionais.


B e C são inversamente proporcionais.

Exemplos práticos:

Ex. 1: Vamos considerar que 4 litros de tinta são suficientes para pintar uma parede de 6 metros
quadrados. Quanto será necessário para pintar uma parede de 10 metros quadrados? Neste caso,
podemos usar a regra de três composta:

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𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑖𝑛𝑡𝑎 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑖𝑛𝑡𝑎
=
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒

4 𝑥
=
6 10

40
≈ 6,67
6

Portanto, aproximadamente 6,67 litros de tinta serão necessários para pintar uma parede de 10
metros quadrados.

Ex. 2: Uma bomba d’água esvazia uma piscina em 10 horas. Se a vazão promovida pela bomba fosse
25% maior, em quanto tempo ela esvaziaria a piscina?

10ℎ 100%
=
𝑥 125%

125𝑥 = 1000

𝑥=𝟖

O ponto dessa questão é perceber que são inversamente proporcionais: quanto mais aumenta a
potência, mais reduz o número de horas necessárias, então, no lugar de fazer multiplicação cruzada
(10*125), devemos multiplicar pelo valor da linha, ou seja, 10*100=X*125. Assim chegamos ao valor
de x (8h).

Momento da Questão

CESGRANRIO – Liquigás - 2018 - Maria comprou 21 metros de corda. Depois comprou 33 me-
tros do mesmo tipo de corda, pagando R$ 9,60 a mais do que pagou na primeira compra. Se,
nas duas compras, cada metro de corda custou a mesma quantia, quanto Maria pagou na pri-
meira compra?

a) R$ 6,10

b) R$ 16,80

c) R$ 19,20

d) R$ 26,40

e) R$ 201,00

Gabarito: Letra B.

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Comentário: Vamos chamar o preço por metro de corda na primeira compra de P. Na primeira
compra, Maria comprou 21 metros de corda, então o custo total da primeira compra é 21. Na se-
gunda compra, ela comprou 33 metros do mesmo tipo de corda, pagando R$9,60 a mais do que
pagou na primeira compra. Isso significa que o custo total da segunda compra é 21P+9,60.

O problema nos diz que o custo total da segunda compra é 33P (o preço por metro multiplicado
pela quantidade de metros). Portanto, podemos escrever uma equação relacionando essas duas ex-
pressões:

21P + 9,60 = 33P

Agora, podemos resolver essa equação para encontrar o valor de P:

9,60 = 12P

9,60
P=
12

𝑃 = 80

Portanto, Maria pagou R$0,80 por metro de corda na primeira compra. Se ela comprou 21 metros,
o custo total da primeira compra foi 21 × 0, 80 = R$16,80.

2.3) Porcentagem

Porcentagem é uma forma de expressar uma proporção ou fração como uma porcentagem de 100.
Isso significa que quando se fala em porcentagem, está se referindo a uma parte de um todo. A
porcentagem é representada pelo símbolo % e é utilizada em muitas áreas, como finanças, estatís-
tica, medicina, entre outras. Algumas situações comuns em que a porcentagem é utilizada incluem
descontos em compras, juros de empréstimos, lucro ou prejuízo em negócios, entre outras.

Por exemplo, imagine que uma loja esteja oferecendo um desconto de 20% em um produto que
custa R$100,00. Para calcular o valor do desconto, basta multiplicar o valor do produto pela porcen-
tagem de desconto:

20% de R$100: 0,20 x R$100 = R$ 20,00

Isso significa que o valor do desconto é de R$20, e o novo preço do produto com o desconto será:
R$ 100,00 - R$20,00 = R$80,00

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Outro exemplo comum é o cálculo de juros em um empréstimo, veremos o tema com mais profun-
didade nos próximos tópicos, mas vale exemplificar. Suponha que uma pessoa tenha emprestado
R$1.000 com uma taxa de juros de 10% ao mês. Para calcular o valor dos juros, basta multiplicar o
valor do empréstimo pela taxa de juros:

10% de R$1.000: 0,10 x R$1.000 = R$100,00

Isso significa que o valor dos juros será de R$100 por mês. Se o empréstimo for pago em 3 meses,
o valor total dos juros será:

R$100 x 3 = R$300

O valor total a ser pago pelo empréstimo será, portanto:

R$1.000 + R$300 = R$1.300

Esses são apenas alguns exemplos de como a porcentagem pode ser utilizada para expressar pro-
porções ou frações de um todo. É importante lembrar que a porcentagem sempre se refere a uma
parte de um todo e que seu cálculo pode ser aplicado em diversas situações do dia a dia.

Exercício de fixação

1 - Em um colégio, 28% dos alunos são meninas. Quantos alunos possui o colégio, se elas são em
número de 196?

196 28 196 x 100


+ →𝑃= = 700
𝑃 100 28

Logo, o colégio possui 700 alunos.

O tema é simples, você só precisa ser bom em multiplicação e divisão, aqui não há segredo. Veja se
você está acompanhando as explicações.

3) Funções, equações e inequações de 1º e de 2º grau

Equações e inequações são relações entre expressões algébricas que envolvem uma igualdade (para
as equações) e uma desigualdade (para as inequações). Equações são expressões algébricas que
possuem uma igualdade. Essas expressões são chamadas de algébricas porque possuem pelo me-
nos uma incógnita, que é um número desconhecido representado por uma letra. As inequações, por
sua vez, são relações semelhantes às equações, contudo, apresentam uma desigualdade.

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Dessa forma, enquanto as equações relacionam os termos do primeiro membro aos termos do se-
gundo, afirmando sua igualdade, as inequações mostram que os termos do primeiro membro são
maiores ou menores que os elementos do segundo.

3.1) Termos de uma equação e de uma inequação

Termo é o nome que se dá ao produto de algum número por alguma letra. Para identificá-los, basta
procurar pelas multiplicações separadas por sinais de adição ou subtração. Veja a equação seguinte:

4x + 2x – 7x = 16 – 5x

Os termos são: 4x, 2x, – 7x, 16 e – 5x

3.2) Membros de uma equação e de uma inequação

Primeiro e segundo membros são definidos pela igualdade nas equações e pela desigualdade nas
inequações. Todos os termos dispostos à esquerda da igualdade ou da desigualdade compõem o
primeiro membro de uma equação ou inequação. Todos os termos dispostos à direta da igualdade
ou desigualdade determinam o segundo membro de uma equação ou inequação.

Desse modo, dada a inequação:

2x + x – 9x ≤ 15 – 4x

Os termos 2x, x e –9x pertencem ao primeiro membro, e os termos 15 e – 4x pertencem ao segundo.

3.3) Desigualdade e igualdade

Ambos determinam relações de ordem entre números e incógnitas. O sinal de igual é utilizado
quando se quer expressar a seguinte situação: existe um valor para as incógnitas que faz com que o
resultado dos cálculos propostos no primeiro membro seja igual ao resultado dos cálculos propostos
no segundo. A desigualdade, por sua vez, pode ser representada por um dos quatro símbolos se-
guintes: <, >, ≥ e ≤

Esses símbolos mostram que o conjunto de operações do primeiro membro possui um resultado
“menor”, “maior”, “maior igual” ou “menor igual” ao resultado do segundo membro.

3.4) Grau

O grau de equações e de inequações pode ser encontrado da seguinte maneira: se a equação ou a


inequação possui apenas uma incógnita, então, o grau dela é dado pelo maior expoente da in-
cógnita. Por exemplo: o grau da equação 4x3 + 2x2 = 7 é 3.

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Se a equação ou inequação possui mais de uma incógnita, então, o grau dela é dado pela maior
soma entre os expoentes de um mesmo termo. Por exemplo, o grau da equação 4xyz + 7yz2 –
5x2y2z2 = 0 é 6.

Exemplos de equações:

1) 4x = 16
2) 2x – 8 = 144
3) 18x2 = 2x – 8/x

Exemplos de inequações:

1) 12x + x2 ≤ 12
2) 144 ≥ 12x + 7
3) 128 – 14x < 12x + 4

3.5) Resolução de equações de 1º e 2º grau

a) Equação de primeiro grau

Uma equação de primeiro grau é uma expressão matemática que contém uma variável elevada à
primeira potência, sendo expressa na forma ax + b = 0, onde "a" e "b" são constantes conhecidas
e "x" é a variável desconhecida que estamos tentando encontrar.

O objetivo é encontrar o valor numérico de "x" que torna a equação verdadeira. Em outras palavras,
estamos procurando um número que, ao ser multiplicado por "a" e somado a "b", dê como resultado
zero.

Por exemplo, a equação 2x + 5 = 0 é uma equação de primeiro grau, pois a variável "x" aparece com
expoente 1. Para encontrar o valor de "x", podemos começar isolando-o no lado esquerdo da equa-
ção, fazendo as operações inversas das que estão sendo realizadas:

2x + 5 = 0 2x = -5 x = -5/2

Portanto, o valor de "x" que satisfaz a equação é -5/2.

Outro exemplo de equação de primeiro grau é 3x - 9 = 0. Para encontrar o valor de "x", podemos
seguir o mesmo processo:

3x - 9 = 0 3x = 9 x = 3

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Assim, o valor de "x" que satisfaz a equação é 3.

Equações de primeiro grau são usadas em diversas situações na matemática e na vida cotidiana,
como em problemas de proporção, em cálculos de juros simples, em sistemas de equações linea-
res, entre outras aplicações.

Exemplo n. 1:

Equação: 3x + 5 = 14

Resposta: x = 3

Explicação: Neste exemplo, temos a equação 3x + 5 = 14. Para encontrar o valor de x, devemos
isolar a incógnita. Começamos subtraindo 5 de ambos os lados da equação: 3x = 14 - 5. Isso resulta
em 3x = 9. Em seguida, dividimos ambos os lados por 3 para obter o valor de x: x = 9/3, que é igual
a 3.

Exemplo n. 2:

Equação: 2y - 8 = 10

Resposta: y = 9
Explicação: Neste exemplo, temos a equação 2y - 8 = 10. Para encontrar o valor de y, começamos
adicionando 8 a ambos os lados da equação: 2y = 10 + 8. Isso nos dá 2y = 18. Em seguida, dividi-
mos ambos os lados por 2 para obter o valor de y: y = 18/2, que é igual a 9.

Esses são apenas dois exemplos básicos de equações de primeiro grau. As equações de primeiro
grau são aquelas em que a incógnita tem um expoente 1 e estão na forma ax + b = c, em que a, b e
c são constantes.

A solução dessas equações envolve realizar operações algébricas para isolar a incógnita e encontrar
o valor correto.

b) Equação de segundo grau

Uma equação de segundo grau é uma equação polinomial que pode ser escrita na forma geral:

ax² + bx + c = 0

Onde a, b e c são constantes conhecidas como coeficientes da equação e x é a incógnita, que é o


valor que queremos descobrir. Para resolver uma equação de segundo grau, usamos a fórmula de
Bhaskara, que é dada por:

−𝑏 ± √𝛥
𝑥=
2. 𝑎

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Existem três possibilidades para o resultado da equação de segundo grau, dependendo do valor de
delta, que é dado por delta = b² - 4ac. Se delta for maior que zero, a equação tem duas raízes
reais diferentes.

Por exemplo, a equação x² - 5x + 6 = 0 tem as raízes x = 2 e x = 3. Se delta for igual a zero, a


equação tem uma raiz real dupla. Por exemplo, a equação x² - 6x + 9 = 0 tem a raiz x = 3.

Se delta for menor que zero, a equação não tem raízes reais, mas sim raízes complexas conjuga-
das. Por exemplo, a equação x² + 4x + 5 = 0 não tem raízes reais, mas tem as raízes complexas
conjugadas x = -2 + i e x = -2 - i, onde i é a unidade imaginária (√-1).

3.6) Sistemas de Equações

Um sistema de equações ou sistema linear é um conjunto de equações lineares que descrevem a


relação entre várias variáveis. Essas equações são chamadas de "lineares" porque cada variável apa-
rece apenas com expoente 1 e não é elevada a nenhuma potência maior.

Por exemplo, o seguinte conjunto de equações é um sistema linear:

2x + 3y = 10
4x - 2y = 6

Nesse sistema, x e y são as variáveis e cada equação é linear porque as variáveis aparecem apenas
com expoente 1. Os sistemas lineares podem ser representados em forma matricial, onde os coefi-
cientes das variáveis são organizados em uma matriz, e os valores constantes são organizados em
um vetor.

Por exemplo, o sistema acima pode ser escrito como:

| 2 3 | | x | | 10 |

| 4 -2 | | y | = | 6 |

Essa representação matricial permite o uso de técnicas matemáticas para resolver o sistema e en-
contrar os valores das variáveis. Uma das principais aplicações dos sistemas lineares é na resolução
de problemas de engenharia e ciência que envolvem relações lineares entre várias variáveis. Por
exemplo, em um sistema de equações que modela o comportamento de um circuito elétrico, os
valores das correntes e tensões podem ser encontrados resolvendo-se um sistema linear.

Desigualdades ou equações e inequações modulares são as que a variável desconhecida aparece


dentro de uma expressão modular, ou seja, uma função que retorna o valor absoluto de um número.

Para resolver essas equações, geralmente precisamos considerar dois casos, um em que a expressão
dentro do valor absoluto é positiva e outro em que é negativa.

Por exemplo, considere a equação modular:

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|2x - 5| = 9

Podemos considerar os casos em que 2x - 5 é positivo e negativo. Se 2x - 5 for positivo, então po-
demos simplesmente reescrever a equação como:

2x - 5 = 9

Em seguida, podemos isolar x dividindo ambos os lados por 2:

x=7

Se 2x - 5 for negativo, então podemos reescrever a equação como:

-(2x - 5) = 9

Expandindo a expressão, temos:

-2x + 5 = 9

Isolando x, temos:

x = -2

Portanto, as soluções da equação são x = 7 e x = -2.

As inequações modulares também podem ser resolvidas considerando os casos em que a expressão
dentro do valor absoluto é positiva e negativa. Por exemplo, considere a inequação modular:

|2x - 5| < 9

Se 2x - 5 for positivo, podemos reescrever a inequação como:

2x - 5 < 9

Isolando x, temos:

x<7

Se 2x - 5 for negativo, podemos reescrever a inequação como:

-(2x - 5) < 9

Expandindo a expressão, temos:

-2x + 5 < 9

Isolando x, temos:

x > -2

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Portanto, as soluções da inequação são -2 < x < 7.

4) Análise combinatória: princípios fundamentais de contagem, arranjos, permutações, com-


binações e binômio de Newton

Análise combinatória é um ramo da matemática que se dedica a estudar as possibilidades de com-


binações e arranjos de um determinado conjunto de elementos. Esses elementos podem ser obje-
tos, pessoas, números, letras ou qualquer outro tipo de elemento que possa ser organizado em uma
ordem específica ou agrupado de alguma maneira.

Para essa prova, você precisa entender os princípios fundamentais que sustentam a análise com-
binatória: princípio da multiplicação e da adição.

Princípio da multiplicação: Este princípio é aplicado quando você precisa contar o número de
maneiras de realizar duas ou mais tarefas independentes. Se você tem y maneiras de fazer uma
coisa e n maneiras de fazer outra coisa, então o número total de maneiras de fazer ambas as coisas
é y*x. Exemplo: Considere que você tem 3 camisas e 4 calças. Se você quiser escolher uma camisa
e uma calça, o número total de combinações possíveis seria 3 × 4 = 12.

Por outro lado, de maneira simplificada, o princípio da adição diz que, se uma tarefa pode ser
realizada de duas maneiras diferentes (evento A ou evento B), então o número total de maneiras de
realizar a tarefa é a soma do número de maneiras de realizar o evento A com o número de maneiras
de realizar o evento B.

Além disso, temos outros conceitos essenciais, como, por exemplo:

a) Fatorial:– significa multiplicar esse número por todos os seus antecessores.


b) Permutações: são arranjos de elementos em que a ordem importa. Por exemplo, se tiver-
mos as letras A, B e C, as permutações possíveis são ABC, ACB, BAC, BCA, CAB e CBA.
c) Combinações: são agrupamentos de elementos em que a ordem não importa. Por exemplo,
se tivermos as letras A, B e C, as combinações possíveis de 2 elementos são AB, AC e BC.
d) Arranjos: são agrupamentos de elementos em que a ordem importa, mas nem todos os
elementos precisam ser usados. Por exemplo, se tivermos as letras A, B e C e quisermos
formar arranjos de 2 elementos, teríamos AB, AC, BA, BC, CA e CB.

Tome nota!

Existem diversas fórmulas e técnicas para resolver problemas de análise combinatória, dependendo
do tipo de problema e do número de elementos envolvidos. Alguns exemplos de problemas que
podem ser resolvidos utilizando a análise combinatória incluem:

a) Quantas senhas de 4 dígitos podem ser criadas usando os números de 0 a 9? (solução:


10 x 10 x 10 x 10 = 10.000)
b) Em uma sala com 10 pessoas, quantos grupos de 4 pessoas podem ser formados? (solu-
ção: 10! / 4! = 210)

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c) Quantos anagramas podemos formar com as letras da palavra "BANANA"? (solução:
6!/(3!2!) = 60)
d) Quantas maneiras existem de escolher um presidente, um vice-presidente e um tesou-
reiro em um grupo de 10 pessoas? (solução: 10 x 9 x 8 = 720)

Esses são apenas alguns exemplos de problemas de análise combinatória, mas existem muitos outros
tipos de problemas que podem ser resolvidos utilizando essa técnica. É importante entender bem os
conceitos básicos de permutações, combinações e arranjos para poder aplicá-los corretamente em
diferentes situações.

4.1) Cálculos de probabilidade

A probabilidade é uma medida numérica da chance de um evento ocorrer e é amplamente utilizada


em estatística, teoria das probabilidades e ciências aplicadas. Vamos começar com alguns conceitos
essenciais:

a) Espaço amostral (S): conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório.


b) Evento (E): subconjunto do espaço amostral, representando um resultado específico ou um
conjunto de resultados.
c) Probabilidade (P): medida numérica da chance de ocorrência de um evento. A probabilidade
de um evento E é denotada por P(E) e está no intervalo de 0 a 1.

0 ≤ 𝑃 (𝐸) ≤ 1

Essa fórmula causou confusão na sua cabeça, né? Irei explicá-la:

A fórmula que expressa a probabilidade de um evento, como mencionada anteriormente, é uma


maneira de quantificar a chance de um evento ocorrer. A fórmula é:

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑎 𝐸


𝑃(𝐸) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑙

Vamos analisar cada parte da fórmula:

a) P(E): representa a probabilidade do evento E. É uma medida numérica que indica a chance
de E ocorrer.
b) Número de resultados favoráveis: Refere-se à quantidade de resultados no espaço amos-
tral que correspondem ao evento E. Esses são os resultados que consideraríamos como
"bem-sucedidos" ou "favoráveis" para E.
c) Número total de resultados no espaço amostral: Indica a quantidade total de resultados
possíveis em um experimento aleatório. É o tamanho do espaço amostral, representado por
S.

A razão entre o número de resultados favoráveis a E e o número total de resultados no espaço


amostral fornece a proporção ou fração de resultados que são favoráveis ao evento E. Essa razão é,
então, convertida em um valor no intervalo de 0 a 1, refletindo a probabilidade.

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Portanto, a probabilidade P(E) é sempre um número entre 0 e 1, inclusivos. Quando P(E)=0, significa
que o evento E é impossível, e quando P(E)=1, significa que o evento E é certo. Quanto mais próximo
o valor de P(E) estiver de 1, maior é a probabilidade de E ocorrer.

É um tema complicado e, por isso, complementaremos com três questões:

Momento da Questão

CESGRANRIO – Transpetro – 2018 - Considere 2 urnas: na primeira urna há 1 bola branca e 1


bola preta; na segunda urna, há 1 bola branca e 2 pretas. Uma bola é selecionada aleatoria-
mente da urna 1 e colocada na urna 2. Em seguida, uma bola é selecionada, também aleatori-
amente, da urna 2. Qual a probabilidade de que a bola selecionada na urna 2 seja branca?

a) 12,5%

b) 25%

c) 37,5%

d) 50%

e) 62,5%

Gabarito: Letra C.

Comentário: Vamos analisar por cenários:

Primeiro cenário

1 1 1
+ =
2 4 8

Segundo cenário

1 2 2
+ =
2 4 8

Soma dos dois cenários

1 2 3
+ = = 𝟑𝟕, 𝟓%
8 8 8

Probabilidade pura e simples. Para chegar nesse nível, você só precisa praticar muito. Apenas isso.
Matemática é prática. Há outra forma de resolver também:

a) Se a bola que eu coloquei na urna 2 foi branca, ficaria 2/2 e quando eu fosse retirar teria 50%
de chances de sair branca.
b) Se a bola que eu coloquei na urna 2 foi preta, ficaria 1/3 e quando eu fosse retirar teria 25%
de chances de sair branca.

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c) Logo já não poderia ser a alternativa B e nem a D, pois eu não tinha certeza da bola. Portanto,
deve-se procurar a alternativa que apresenta um meio termo entre esses dois percentuais,
logo, 37,5%.

5) Matemática financeira

A matemática financeira é uma disciplina que aplica conceitos matemáticos para analisar transações
financeiras, tomar decisões de investimento, avaliar riscos e entender o valor do dinheiro ao longo
do tempo. Envolve cálculos relacionados a juros, taxas, valor presente, valor futuro, amortização,
entre outros. A matemática financeira é fundamental para a tomada de decisões financeiras eficien-
tes e eficazes, desempenhando um papel crucial na atividade bancária, pois os bancos lidam diaria-
mente com uma variedade de transações e operações financeiras. Por isso, fique atento, pois esse
tema é extremamente relevante para a sua prova (eu diria que o mais importante).

5.1) Juros simples e compostos: capitalização e descontos

Fique atento, aqui a banca, com certeza, cobrará uma questão. É um tema batido, mas sempre cai
algo sobre juros simples e compostos. Vamos lá!

Os juros simples são calculados apenas sobre o valor inicial (capital principal) ao longo do tempo.
A taxa de juros é aplicada apenas ao capital original, e não há consideração para os juros acumula-
dos em períodos anteriores. A fórmula para calcular os juros simples (J) é dada por:

J=C ×i ×t

J = montante do juro
C = capital ou valor principal
i = taxa de juro (porcentagem)
t = tempo

É bem simples, né? Preste atenção neste exemplo:

Suponha que você empreste R$ 5.000,00 a uma taxa de juros de 8% ao ano. Quanto de juros sim-
ples você pagará após 3 anos?

Fórmula:
J=C ×i ×t

Vamos seguir o processo de resolução:

a) Separe os dados:

C (capital Inicial ou principal) = R$ 5.000,00


i (taxa de Juros) = 8% ou 0,08 (em forma decimal)
t (tempo) = 3 anos

b) Substitua os valores:

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J = R$ 5.000,00 × 0,08 × 3

c) Portanto, após 3 anos, você pagaria R$ 1.200,00 de juros simples sobre o empréstimo de R$
5.000,00 a uma taxa de juros de 8% ao ano. Este valor é obtido multiplicando o capital ini-
cial pela taxa de juros e pelo tempo. Esse é um exemplo básico de como calcular juros sim-
ples em uma situação de empréstimo ou investimento.

Por outro lado, os juros compostos são calculados sobre o valor atualizado do capital, levando
em consideração os juros acumulados em períodos anteriores. Isso resulta em um crescimento ex-
ponencial do valor ao longo do tempo. A fórmula para calcular é um pouco mais complexa, po-
rém, nada de outro mundo: M = C * (1 + i)t

M = C × (1 + i) t

M representa o montante total acumulado após um determinado período.


C é o capital.
i é a taxa de juros por período (em forma decimal).
t é o tempo, o número de períodos em que os juros são compostos.

Tudo bem, compreendi o conceito e as fórmulas. Agora como eu posso aplicar isso em uma ques-
tão? Vamos lá:

a) Adicione 1 à taxa de juros por período. Isso representa o fator de crescimento para cada
período (1+i).
b) Eleve o fator de crescimento ao número total de períodos. Isso representa a taxa de cresci-
mento acumulado ao longo do tempo (1+i)t.
c) Multiplica o capital inicial pelo fator de crescimento acumulado, resultando no montante
total após o tempo (C x (1+i)t.

Vamos aplicar tudo isso em um caso prático:


Suponha que você invista R$ 1.000,00 a uma taxa de juros de 5% ao trimestre por 2 anos. Usando a
fórmula:

M = C × (1 + i) t
M = R$ 1.000,00 × (1 + 0,05)8
M = R$ 1.000,00 × (1,05)8
M ≈ R$ 1.000,00 × 1,477455
M ≈ R$ 1.477,46

Portanto, após 2 anos com uma taxa de juros de 5% ao trimestre, o montante total seria aproxima-
damente R$ 1.477,46. Essa fórmula é muito útil para calcular o crescimento de investimentos ao
longo do tempo quando os juros são compostos. O problema é que o cálculo não é tão simples e
vai consumir bastante tempo durante a prova. O macete aqui é sempre fazer um cálculo aproximado
e verificar se há resposta que se aproxime do resultado encontrado. Se for calcular tudo, você perderá
muito tempo.

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5.2) Taxas de juros

Tema conceitual de extrema importância. As diferentes taxas de juros têm propósitos específicos e
são calculadas de maneiras distintas. A chance de a banca explorar esse tema é muita alta, então
preste atenção em cada detalhe.

5.2.1) Taxas de juros nominal

A taxa de juros nominal é a taxa declarada em um contrato ou acordo financeiro. Não leva em
consideração a frequência de capitalização (quantas vezes os juros são adicionados ao capital em
um período). Em outras palavras, os juros nominais são o valor bruto da taxa de juros, sem levar em
consideração fatores que possam afetar o valor real da taxa, como a inflação.

Por exemplo, se um contrato de empréstimo menciona uma taxa de juros nominal de 10% ao ano,
isso significa que a taxa de 10% é a taxa declarada, mas não leva em conta se os juros são calculados
mensal, trimestral ou anualmente.

5.2.2) Taxas de juros efetiva

A taxa de juros efetiva é uma medida mais precisa do custo real ou do ganho de um empréstimo
ou investimento, levando em consideração a frequência de capitalização dos juros ao longo de um
período específico. Ao contrário da taxa de juros nominal, que é a taxa declarada no contrato, a taxa
de juros efetiva reflete o impacto real da capitalização na taxa de juros.

A fórmula dessa taxa é um pouco complexa, preste atenção:

𝑖
TJE = (1 + ) n − 1
𝑛

TJE é a taxa de juros efetiva.


i é a taxa de juros nominal.
n é o número de períodos de capitalização por ano.

Vou explicar ponto por ponto para você compreender, porém, é importante que você pratique
muito essa fórmula, tudo bem?

𝑖
a) : Divide a taxa de juros nominal (i) pelo número de períodos de capitalização por ano (n).
𝑛
Essa fração representa a taxa de juros em cada período de capitalização.
𝑖
b) 1 + : Adiciona 1 ao resultado da divisão. Isso representa o fator de crescimento para cada
𝑛
período de capitalização.
𝑖
c) (1 + )𝑛: Eleva o fator de crescimento ao número total de períodos de capitalização por
𝑛
ano (n). Isso reflete o efeito cumulativo da capitalização ao longo do ano.
𝑖
d) (1 + )𝑛 – 1: Subtrai 1 do resultado. Isso ajusta a fórmula para representar a taxa de cresci-
𝑛
mento total, excluindo o valor inicial de 1. O resultado é a taxa de juros efetiva.

A TJE calcula o impacto real dos juros compostos ao longo do tempo, proporcionando uma me-
dida mais precisa do custo ou ganho financeiro. Essa fórmula é especialmente útil quando se

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comparam diferentes opções de investimento ou empréstimo com diferentes frequências de capi-
talização.

5.2.3) Taxas de juros equivalentes

A partir deste tópico, as fórmulas começam a ficar complexas. O importante é você entender o con-
ceito e aprender diferenciá-lo de outros. Quando você ler “taxa de juros nominal”, já precisa ter
noção do que se trata. A fórmula não é o mais importante, mas irei colocar para fins didáticos. Vamos
lá!

A taxa de juros equivalentes refere-se a diferentes taxas de juros que, quando ajustadas para a
mesma frequência de capitalização, resultam no mesmo montante de juros ao longo de um perí-
odo específico. Em outras palavras, são taxas de juros nominalmente diferentes, mas que, quando
ajustadas para a mesma base temporal, proporcionam um impacto financeiro igual ao longo do
tempo.

Para calcular as taxas de juros equivalentes, é preciso ajustar as taxas nominais para a mesma fre-
quência de capitalização. A fórmula geral para calcular a taxa de juros equivalente entre duas taxas
nominais é:

𝑖1 n1 𝑖2 𝑛2
𝑖 equivalente = (1 + ) − 1 = (1 + ) − 1
𝑛1 𝑛2

i equivalente é a taxa de juros equivalente.


i1 e i2 são as taxas de juros nominais.
n1 e n1 são os números de períodos de capitalização correspondentes a i1 e i1.

Esta fórmula pode ser ajustada para calcular a taxa de juros equivalente entre mais de duas taxas
nominais, tornando possível comparar diferentes opções de investimento ou empréstimo com dife-
rentes frequências de capitalização.

5.2.4) Taxas de juros proporcionais

A taxa de juros proporcional é uma abordagem simples para calcular os juros em uma transação
financeira, especialmente em situações de curto prazo. Essa abordagem assume que a taxa de juros
é aplicada linearmente ao longo do tempo, sem levar em conta a capitalização.

A fórmula para calcular os juros utilizando a taxa de juros proporcional é:

J=P×𝑟 ×𝑡

J é o montante de juros.
P é o principal ou capital inicial.
r é a taxa de juros por período.
t é o tempo em períodos.

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Essencialmente, a taxa de juros proporcional pressupõe que a taxa de juros é constante ao longo do
tempo, sem qualquer efeito de capitalização. Isso é mais apropriado para situações de curto prazo,
onde a capitalização não desempenha um papel significativo.

Vamos considerar um exemplo simples:

Suponha que você empreste R$ 1.000,00 a uma taxa de juros proporcional de 8% ao mês por 3
meses. Usando a fórmula:

J = R$ 1.000,00 × 0,08 × 3
J = 240

Portanto, os juros seriam R$ 240, calculados linearmente ao longo dos 3 meses. É importante obser-
var que, ao lidar com prazos mais longos ou quando a capitalização é relevante, a taxa de juros
proporcional pode não ser a melhor representação da situação, e outras abordagens, como a taxa
de juros efetiva, podem ser mais apropriadas.

5.2.5) Taxas de juros real

A taxa de juros real é uma medida ajustada pela inflação que reflete a taxa de juros efetiva em
termos do poder de compra real do dinheiro. Enquanto a taxa de juros nominal é a taxa declarada
no contrato, a taxa de juros real considera o impacto da variação do poder de compra da moeda
devido à inflação. A fórmula geral para calcular a taxa de juros real é:

𝑖𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜


𝑖 𝑅𝑒𝑎𝑙 =
1 + 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑎çã𝑜

i Real é a taxa de juros real.


i Nominal é a taxa de juros nominal.
Taxa de inflação é a taxa de inflação durante o período.

Vamos entender com um exemplo:

Suponha que você tenha um investimento com uma taxa de juros nominal de 8% ao ano, e a taxa
de inflação durante o mesmo período seja 3%. Usando a fórmula:

0,08 − 0,03
𝑖 𝑅𝑒𝑎𝑙 =
1 + 0,03

0,05
𝑖 𝑅𝑒𝑎𝑙 =
1,03

𝑖 𝑅𝑒𝑎𝑙 ≈ 𝟎, 𝟎𝟒𝟖𝟓

Portanto, a taxa de juros real seria aproximadamente 4,85%. Pessoal, reparem que a diferença é que
a taxa de juros nominal não leva em consideração a perda de poder de compra causada pela inflação.
A taxa de juros real oferece uma visão mais precisa do retorno real ou do custo financeiro de
uma transação, ajustando os efeitos da inflação.

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5.2.6) Taxas de juros aparente

A taxa de juros aparente refere-se a uma situação em que os juros são calculados sobre um valor
que não representa o valor real do empréstimo ou investimento. Nesse caso, a taxa de juros é apli-
cada a um montante que é diferente do valor efetivo envolvido na transação.

Essa situação pode ocorrer em alguns contextos específicos, como descontos concedidos em em-
préstimos ou investimentos. O valor que é efetivamente emprestado ou investido é diferente do
valor nominal ou nominalmente indicado na transação.

A fórmula para calcular a taxa de juros aparente seria semelhante à fórmula de juros simples, mas o
principal usado para o cálculo seria diferente do valor real envolvido na transação.

𝐽 = 𝑃𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 × 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 × 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜

J é o montante de juros.
Principal aparente é o valor aparente usado no cálculo.
Taxa de juros aparente é a taxa aparente utilizada.
Tempo é o período.

Fique atento, pois essa prática pode ser confusa e muitas vezes é considerada injusta ou enganosa.
Na maioria dos casos, é preferível trabalhar com valores reais e utilizar taxas de juros que se apli-
quem diretamente ao montante real envolvido na transação. É um tema que pode, com certeza, ser
cobrado na sua prova pela diferença sutil se comparado ao juros simples.

5.3) Planos ou sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos

Os planos ou sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos são métodos estruturados


para realizar o pagamento gradual do montante emprestado, incluindo os juros associados, ao
longo do tempo. Eles determinam como os pagamentos periódicos são divididos entre o pagamento
dos juros e a redução do principal do empréstimo. Existem vários tipos de sistemas de amortização,
e a escolha de um plano específico pode afetar a distribuição dos pagamentos e o custo total do
empréstimo. Alguns dos planos mais comuns incluem:

1. Sistema de Amortização Constante (SAC): Pagamentos periódicos fixos de capital, com os


juros decrescentes ao longo do tempo. O valor total pago diminui ao longo do tempo. É
comum em empréstimos de curto prazo.
2. Sistema Price ou Sistema Francês (Tabela Price): Pagamentos periódicos fixos que incluem
parte do principal e dos juros. Os juros diminuem, enquanto a parcela do principal aumenta
ao longo do tempo. Amplamente utilizado em financiamentos de longo prazo, como hipo-
tecas.
3. Sistema de Amortização Misto (SAM): Combina características do SAC e do Sistema Price.
Inicia com prestações mais altas que diminuem ao longo do tempo, semelhante ao SAC, e
depois se estabiliza, semelhante ao Sistema Price.
4. Sistema de Amortização Crescente (SACRE): Pagamentos periódicos de capital crescentes,
enquanto os juros diminuem. É uma variação do SAC com prestações iniciais mais baixas e
crescentes.
5. Amortização Americana: Pagamentos periódicos de juros, com a quitação integral do princi-
pal no final do prazo. Também conhecido como "balão" ou "bullet".

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Tema de extrema importância. Aqui, provavelmente, está uma das questões da prova. É um tema
comum para quem trabalha em banco. Decore principalmente o Sistema de Amortização Constante
e o Sistema Price.

5.4) Cálculo financeiro: custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e in-
vestimento

O tema parece complexo, mas é bem simples, na verdade. Vamos começar peço conceito funda-
mental do tópico. Cálculo financeiro é uma área da matemática financeira que trata da análise quan-
titativa de transações financeiras. Envolve o uso de fórmulas matemáticas e técnicas para avaliar
o impacto financeiro de operações como empréstimos, financiamentos e investimentos ao longo
do tempo. O objetivo é calcular e entender os custos, retornos e outros aspectos financeiros de uma
transação.

O custo real efetivo é uma medida que leva em consideração todos os custos associados a uma
operação financeira, indo além da simples taxa de juros nominal (você lembra do conceito de taxa
de juros nominal? Não, né? É a taxa declarada em um contrato ou acordo financeiro. Cuidado, isso
é importante.). Ele engloba fatores como:

a) Taxa de Juros Efetiva (TJE): Considera a frequência de capitalização dos juros, proporcio-
nando uma visão mais precisa do custo real.
b) Inflação: Avalia os efeitos da inflação no poder de compra ao longo do tempo.
c) Taxas e Encargos Adicionais: Inclui outras taxas associadas à transação, como taxas adminis-
trativas, seguros, entre outros.
d) Sistema de Amortização: O método pelo qual os pagamentos são estruturados, impactando
a distribuição dos pagamentos de juros e principal ao longo do tempo.
e) Descontos e Prêmios: Avalia eventuais descontos ou prêmios aplicados em transações fi-
nanceiras.

Em uma rotina de analista bancário, você trabalhará diariamente com esse tema, portanto, decore
os conceitos básicos e entenda a importância desse cálculo, pois, ao calcular o custo real efetivo,
você obtém uma visão mais completa e precisa do impacto financeiro total de uma operação ao
longo do tempo. Isso é essencial para tomar decisões informadas em relação a empréstimos, finan-
ciamentos e investimentos, permitindo a comparação entre diferentes opções e a compreensão do
verdadeiro custo ou benefício de uma transação.

5.5) Taxas de retorno

Conceito básico, mas importante para a sua prova. A taxa de retorno, também conhecida como taxa
de rentabilidade, é uma medida que expressa o ganho ou perda relativo a um investimento em
termos percentuais. Ela é fundamental para avaliar o desempenho de investimentos ao longo do
tempo. A taxa de retorno é frequentemente usada em diversas aplicações práticas, como: investi-
mentos e decisões financeiras. A fórmula básica é:

𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑜𝑢 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 = ( ) × 100
𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

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Se houver fluxos de caixa ao longo do tempo, a fórmula pode ser estendida para levar em conside-
ração esses fluxos e o período em que ocorrem.

Momento da Questão

CESGRANRIO – Petrobras - 2018 – Uma empresa executou um plano de redução progressiva


do preço de seu principal produto, ao longo do segundo semestre de 2017. Sempre em regime
de incidência composta, o preço sofreu seis reduções, das quais três delas foram de 20% cada,
e as três restantes foram de 10% cada. A redução de preço acumulada no semestre é mais
próxima de

a) 85%

b) 80%

c) 68%

d) 63%

e) 58%

Gabarito: Letra D.

Comentário: Questão interessante, o enunciado não fornece o preço, então é possível colocar
um preço x de R$ 100,00. Agora é só aplicar as reduções de 20% e 10%:

R$100x 0,8 x 0,8 x 0, 8x 0,9 x 0,9 x 0,9 = R$37,32.

Esse é o valor do preço após as reduções, porém, a questão solicita o percentual das reduções acu-
muladas, então:

100%-37,32%= 62,68% (valor mais próximo de 63%)

CESGRANRIO – Transpetro – 2018 - Uma pessoa ganhou um prêmio de R$ 100.000,00 e precisa


decidir qual a melhor forma de recebê-lo, considerando-se que o dinheiro tem valor no tempo,
e a taxa de juros é de 10% ao ano. A melhor opção para receber o prêmio, em reais, é essa
pessoa resgatar

a) 100.000,00 hoje

b) 102.000,00 daqui a um ano

c) 103.000,00

d) 104.000,00

e) 105.000,00

Gabarito: Letra A.

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Comentário: Questão “pegadinha”. Muitos erraram, pois focaram somente no valor final. Po-
rém, essa questão, apesar de ser bem inteligente, é bem simples, basta calcular os valores de cada
alternativa a valor presente descontado pela taxa de juros. No caso da alternativa B, por exemplo, o
valor de 102.000,00 daqui a um ano seria equivalente a 102.000 / (1 + 0.10)^1 hoje, o que resultaria
em menos de 100.000,00. O mesmo cálculo seria aplicado para as demais alternativas, considerando
seus respectivos períodos de tempo. Todos resultariam em valores presentes menores do que
100.000,00. No caso da B, para exemplificar, a resolução é a seguinte:

102.000
(1 + 0.10)^1

102.000
1,10

Valor presente ≈ R$ 92.727,27

Nesse caso, o investimento iria fazer o cliente perder dinheiro, por isso a melhor opção é pegar à
vista.

Parabéns por ter concluído o estudo da matéria!

Bora para cima!

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