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TIPOLOGIA TEXTUAL.......................................................................................................................... 13
PONTUAÇÃO ........................................................................................................................................... 47
SEQUÊNCIAS ........................................................................................................................................... 65
JUROS SIMPLES...................................................................................................................................... 68
DESCONTOS............................................................................................................................................ 84
SISTEMA PRICE (MÉTODO DAS PRESTAÇÕES CONSTANTES) E SISTEMA SAC (MÉTODO DAS
AMORTIZAÇÕES CONSTANTES) ........................................................................................................................ 85
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS.................................................................. 91
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ................................................................................................ 91
PRÊMIOS DE RISCO; FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO..... 128
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 2001 E SUAS ALTERAÇÕES .......... 164
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO
DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES ......................................................................................................... 166
NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR) ....... 283
aprovação.
As estratégias de interpretação que observam
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto
INTERPRETAÇÃO oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
A inferência é uma relação de sentido conhecida car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre texto e que variam conforme o tipo textual. 11
interpretação de texto.
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos Fique atento a essa informação, pois é uma das
identificar uma organização cronológica e espacial no primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, pretação textual: formular hipóteses, a partir da
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado entre outras informações que podem vir como “aces-
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
ideia/ponto de vista. leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
No processo interpretativo indutivo, as ideias são tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
organizadas a partir de uma especificação para uma pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
generalização. Vejamos um exemplo: um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedu-
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
espécie de animal. O que observei neles, no tempo
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- conhecimento linguístico;
te para não os amar, nem os imitar. São em geral conhecimento textual;
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de conhecimento de mundo.
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos
detalhados e impotentes para generalizar, cur- O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21) Conhecimento Linguístico
O trecho em destaque na citação do escritor Lima Esse é o conhecimento basilar para compreensão
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
indutivo compõe a interpretação e decodificação de uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- nhecimento das regras de uma língua.
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, É importante salientar que as regras de reconhe-
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- cimento sobre o funcionamento da língua não são,
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
ção cronológica de um texto.
que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
A propriedade vocabular leva o que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
cérebro a aproximar as pa- bo-objeto (SVO) etc.
PROCURE SINÔNIMOS Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
lavras que têm maior asso-
ciação com o tema do texto linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
sobre como pronunciar português, passando pelo conheci-
Os conectivos (conjunções, mento de vocabulário e regras da língua, chegando até o
ATENÇÃO
preposições, pronomes) são conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
marcadores claros de Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
AOS
opiniões, espaços físicos e dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
CONECTIVO
localizadores textuais
S
A DEDUÇÃO
Era um garoto que como eu Amava os Narrador: também conhecido como foco narrativo, é o
Beatles e os Rolling Stones responsável por contar os fatos que compõem o texto
Girava o mundo sempre a cantar As
coisas lindas da América Não era Situação inicial: Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª pes- soa. O
belo, mas mesmo assim Havia mil predomínio de narrador participa dos fatos
garotas a fim equilíbrio
Cantava Help and Ticket to Ride Oh Narrador observador: verbos flexionados em 3ª pessoa. O
Lady Jane e Yesterday Cantava viva narrador tem propriedade dos fatos contados, porém, não
à liberdade participa das ações
Mas uma carta sem esperar Da Narrador onisciente: os fatos podem ser contados na 3ª ou
sua guitarra, o separou Fora 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e não participa
chamado na América Stop! Com Complicação: início
da tensão
das ações, porém, o fluxo de consciência do narrador pode ser
Rolling Stones Stop! Com exposto, levando o texto para a 1ª pessoa
Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã Lutar
Clímax
com vietcongs
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas pre-
Era um garoto que como eu dominantemente narrativas são notícia, diário, conto,
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Girava o mundo, mas acabou Fazendo a
Resolução fábula, entre outros. É importante reafirmar que o
guerra no Vietnã fato de esses gêneros serem essencialmente narrati-
vos não significa que não possam apresentar outras
Cabelos longos não usa mais Não
toca a sua guitarra e sim Um sequências em sua composição.
instrumento que sempre dá A Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
mesma nota, classificação correta, é sempre essencial atentar-se às
ra-tá-tá-tá Situação final /
Avaliação
marcas que predominam no texto.
Não tem amigos, não vê garotas Só Após demarcarmos as principais características do
gente morta caindo ao chão Ao seu
país não voltará tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
Pois está morto no Vietnã [...] cas mais importantes da sequência textual classifica-
da como descritiva.
No peito, um coração não há
Moral
Mas duas medalhas sim
Descritivo
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-
dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua
É com S ou com Z?
ORTOGRAFIA OFICIAL
Palavras que designam nacionalidade ou títu-
ORTOGRAFIA los de nobreza e terminam em -ês e -esa devem
ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; inglês;
As regras de ortografia são muitas e, na maioria marquesa; duquesa;
dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a Palavras que designam qualidade, cuja ter-
lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas minação seja -ez ou -eza, são grafadas com Z:
vezes, é derivada de processos históricos de evolução embriaguez; lucidez; acidez.
da língua.
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra- Essas regras para correção ortográfica das pala-
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra- importante ficar atento e manter uma rotina de leitu-
fia das palavras. ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática.
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir
parte das regras não são efêmeras, porém, são em da leitura e da escrita de textos, por isso, recomenda-
grande número. mos que se mantenha atualizado e leia fontes confiá-
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu- veis de informação, pois, além de contribuir para seu
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras conhecimento geral, sua habilidade em língua portu-
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto guesa também aumentará.
à escrita correta. Veja:
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.
Ex.: ameixa, frouxo, trouxe. Muitas são as regras de acentuação das palavras
da língua portuguesa; para compreender essas regras,
faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e
USAMOS X: USAMOS CH: respeitar a sua divisão.
Depois da sílaba en, se a Depois da sílaba en, se a
palavra não for deri- vada palavra for derivada de Regras de Acentuação
de palavras inicia- das por palavras iniciadas por CH:
CH: enxerido, enxada encher, encharcar Palavras monossílabas: acentuam-se os monossí-
Depois de ditongo: cai- Em palavras derivadas de labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá,
xa, faixa vocábulos que são chá; pé, fé, mês; nó, pó, só;
Depois da sílaba inicial grafados com CH: re- Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxíto-
me, se a palavra não for cauchutar, fechadura nas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, gua-
derivada de vocábulo raná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns;
iniciado por CH: mexer, Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxíto-
mexilhão nas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.:
bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus;
abdômen, hímen.
Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020.
PORTUGUESA
É com G ou com J?
Importante!
LÍNGUA
18
SUBSTANTIVOS Já os substantivos biformes designam os substan-
tivos que apresentam duas formas para os gêneros
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.
característica básica dessa classe é admitir um deter- Destacamos que alguns substantivos apresentam
minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle- formas diferentes nas terminações para designar for-
xionam-se em gênero, número e grau. mas diferentes no masculino e no feminino:
Ex.: ator/atriz; ateu/ ateia; réu/ré.
Tipos de Substantivos Outros substantivos modificam o radical para
designar formas diferentes no masculino e no femini-
A classificação dos substantivos admite nove tipos no. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
diferentes. São eles: Ex.: pai/mãe; boi/vaca; genro/nora.
sentam distinção entre masculino e feminino, mas Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
LÍNGUA
ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça Ex.: capelães, capitães, escrivães.
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea; Contudo, há substantivos que admitem até três
girafa macho / girafa fêmea; formas de plural, como os seguintes:
Sobrecomuns: designam seres de forma geral e
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne- Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: Ancião: anciãos, anciões, anciães;
a criança; o monstro; a testemunha; o indivíduo. Vilão: vilãos, vilões, vilães. 19
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas Nomes de cidades, países, estados, continentes
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte,
órgãos; órfão / órfãos. Ceará, Nárnia, Londres;
Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
Plural dos Substantivos Compostos das Crianças;
Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
Os substantivos compostos são aqueles formados xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
por justaposição. O plural dessas formas obedece às Gabinete da Vice-Presidência, Organização das
seguintes regras: Nações Unidas;
Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Variam os dois elementos: Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mestres -salas; bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
das -noturnos; de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças -feiras. Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
Varia apenas um elemento: Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: fados com maiúsculas apenas quando utilizados
canas-de-açúcar; indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer
Substantivo + substantivo com função adjetiva. o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
Ex.: navios-escola. do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
abaixo-assinados. Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas. Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres.
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos Atente-se: em palavras com hífen, pode-se optar
formados por pelo uso de maiúsculas ou minúsculas. Portanto, são
verbo + advérbio aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e
verbo + substantivo plural vice-presidente; porém, é preciso manter a mesma
ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha. forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos
por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúscu-
Variação de Grau las, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.
Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- Importante! Ao compararmos duas qualidades de
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub- (mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos
de quem o descreve; Ex.: A modelo é mais alta que magra.
Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
relação sempre são posicionados após o substanti- Porém, se uma mesma característica referir-se
vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial; a seres diferentes, empregamos a forma sintética
Derivado do substantivo: derivam-se do substan- (melhor, pior, menor etc.).
tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal
— pai; mundial — mundo; Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
Não admitem variação de grau: os graus com-
parativo e superlativo não são admitidos. Ex.: Formação dos Adjetivos
Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco
mundial”. Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
simples ou compostos.
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-
te americano (não é subjetivo; posicionado após o Primitivos: adjetivos que não derivam de outras
substantivo; derivado de substantivo; não existe a
PORTUGUESA
Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.; Com essas dicas, esperamos que você seja capaz
Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.; de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos
Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.; desenvolver seu aprendizado para que não seja pre-
Tempo: jamais, nunca, agora etc.; ciso gastar seu tempo decorando listas de locuções
22 Modo: assim, depressa, devagar etc. adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
-
GRAU
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo -
menos
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
PORTUGUESA
O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.
PRONOMES
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:
Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões;
Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos — complementados por pre-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
24
Pronomes de Tratamento Pronomes Indefinidos
Os pronomes de tratamento são formas que expres- Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
sam uma hierarquia social institucionalizada linguis- maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar
apresentam algumas peculiaridades importantes: e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:
maioria das abreviaturas terminadas com a letra 3ª pessoa: aquele, aqueles / aquela, aquelas;
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. Invariáveis: isto, isso, aquilo.
LÍNGUA
Tempos
O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar o tem-
po dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe a seguir:
Presente:
Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias no
mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).
Passado:
Futuro:
Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
Futuro do pretérito: expressa um fato posterior em relação a outro fato já passado.
Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:
Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no particípio.
Ex.: Teria estudado.
Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do subjuntivo) + verbo principal particípio.
28 Ex.: (que eu) Tenha estudado.
Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis
auxiliar: ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + de compreender, pois apresentam regularidade no
verbo principal no particípio. uso das desinências, ou seja, das terminações ver-
Ex.: (se eu) Tivesse estudado bais. Da mesma forma, os verbos regulares man-
Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro sim- têm o paradigma morfológico com o radical, que
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio. permanece inalterado. Ex.: verbo cantar:
Ex.: (quando eu) Tiver estudado.
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais — INDICATIVO — INDICATIVO
Eu canto Cantei
As formas nominais do verbo são as formas no
infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em Tu cantas Cantaste
determinados contextos. São chamadas nominais pois Ele/ você canta Cantou
funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
Nós cantamos Cantamos
Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu Vós cantais Cantastes
valor indica duração de uma ação e, por vezes, Eles/ vocês cantam Cantaram
pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
compadeceu. Irregulares: os verbos irregulares apresentam
Particípio: marcado pelas terminações mais alteração no radical e nas desinências verbais.
comuns -ado, -ido, podendo terminar também em Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação
-do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente ocorre irregularmente, seguindo um paradigma
ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em próprio para cada grupo verbal.
número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses. Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na
Quando cheguei, ela já tinha partido. conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
Ele tinha aberto a janela. plo. Isso é importante para não confundir os verbos irre-
Ela tinha pago a conta. gulares com os verbos anômalos. Ex.: verbo estar:
Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação
do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig- PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
nado. Pode ser pessoal ou impessoal: — INDICATIVO — INDICATIVO
Eu estou Estive
Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-
Tu estás Estiveste
jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.: Ele/ você está Esteve
comer eu. Comermos nós. É para aprenderem Nós estamos Estivemos
que ele ensina;
Vós estais Estivestes
Impessoal: não é passível de flexão. É o nome
do verbo, servindo para indicar apenas a con- Eles/ vocês estão Estiveram
jugação. Ex.: estudar — 1ª conjugação; comer
— 2ª conjugação; partir — 3ª conjugação.
Anômalos: esses verbos apresentam profundas
alterações no radical e nas desinências verbais,
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou
consideradas anomalias morfológicas; por isso,
orações reduzidas.
recebem essa classificação. Um exemplo bem
Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
usual de verbo dessa categoria é o verbo “ser”. Na
bos que funcionam como um verbo.
língua portuguesa, apenas dois verbos são classifi-
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de
cados dessa forma: os verbos ser e ir.
trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos
Vejamos a conjugação o verbo “ser”:
de encontrar uma solução.
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
Dica — INDICATIVO — INDICATIVO
Não confunda locuções verbais com tempos Eu sou Fui
compostos. O particípio formador de tempo
Tu és Foste
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O
homem teria realizado sua missão. Ele / você é Foi
PORTUGUESA
Os verbos são classificados quanto a sua forma Eles / vocês são Foram
de conjugação e podem ser divididos em: regulares,
irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, prono- Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen-
minais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das
tam uma forma específica de irregularidade que oca-
formas nominais. Vamos conhecer as particularida- siona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são
des de cada um a seguir:
classificados como anômalos. 29
Abundantes: são formas verbais abundantes os ver- PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
bos que apresentam mais de uma forma de particí- REGULAR IRREGULAR
pio aceitas pela norma culta gramatical. Geralmente, Quando chegou,
Havia morrido há
apresentam uma forma de particípio regular e outra Morrer encontrou o animal
dias
morto
irregular. Vejamos alguns verbos abundantes:
A bala foi expelida Esta é a bala
Expelir
por aquela arma expulsa
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO Tinha enxugado a
REGULAR IRREGULAR
Enxugar louça quando o pro- A roupa está enxuta
Absolver Absolvido Absolto grama começou
Abstrair Abstraído Abstrato
Depois de ter fin- dado
Aceitar Aceitado Aceito Findar o trabalho, descansou Trabalho findo!
Benzer Benzido Bento
Cobrir Cobrido Coberto Se tivesse imprimi- do
Onde está o docu-
Imprimir tínhamos como provar
Completar Completado Completo mento impresso?
Confundir Confundido Confuso Eu tinha limpado a
Limpar Que casa tão limpa!
Demitir Demitido Demisso casa
Despertar Despertado Desperto Dados importantes
Informações esta-
Dispersar Dispersado Disperso Omitir tinham sido omiti- dos
vam omissas
por ela
Eleger Elegido Eleito
Após ter submer- Deixe os legumes
Encher Enchido Cheio Submergir gido os legumes, submersos por
Entregar Entregado Entregue reparou no amigo alguns minutos
Morrer Morrido Morto Nunca tinha sus- Você está
Suspender
pendido ninguém suspenso!
Expelir Expelido Expulso
Enxugar Enxugado Enxuto
Defectivos: são verbos que não apresentam algu-
Findar Findado Findo
mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando
Fritar Fritado Frito um “defeito” na conjugação (por isso, o nome).
Ganhar Ganhado Ganho Alguns exemplos de defectivos são os verbos colo-
rir, precaver, reaver etc.
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso Esses verbos não são conjugados na primeira pes-
Inserir Inserido Inserto soa do singular do presente do indicativo, bem como:
aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder,
Isentar Isentado Isento
fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colo-
Juntar Juntado Junto rir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
Limpar Limpado Limpo Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
nos temporais também apresentam essa característi-
Matar Matado Morto
ca, como latir, bramir, chover.
Omitir Omitido Omisso
Pagar Pagado Pago Pronominais: esses verbos apresentam um prono-
Prender Prendido Preso me oblíquo átono integrando sua forma verbal. É
importante lembrar que esses pronomes não apre-
Romper Rompido Roto sentam função sintática. Predominantemente, os
Salvar Salvado Salvo verbos pronominas apresentam transitividade
Secar Secado Seco indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
Infinitivo: marca as conjugações verbais. com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
com verbos que concordam com o sujeito;
AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (amar, com a voz passiva sintética.
passear);
ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (comer, Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto dire-
pôr); to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. 31
Índice de indeterminação do sujeito: o “se” fun- Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
cionará nessa condição quando não for possível ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
identificar o sujeito explícito ou subentendido. preensão dessas conjugações verbais.
Além disso, não podemos confundir essa função O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi- verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
estar na voz ativa.
ção são, predominantemente, regulares.
Outra importante característica do “se” como índi-
PRESENTE — INDICATIVO
ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou Eu Crio
verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá Tu Crias
estar na 3ª pessoa do singular. Ele/Você Cria
Ex.: Acredita-se em Deus.
Nós Criamos
Pronome reflexivo: na função de pronome refle- Vós Criais
xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci- Eles/Vocês Criam
procidade, auxiliando a construção dessas vozes
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
cipais características são: Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-
mente são irregulares e apresentam alguma modifi-
sujeito recebe e pratica a ação; cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a
funcionará, sintaticamente, como objeto direto conjugação do verbo “passear”:
ou indireto;
o sujeito da frase poderá estar explícito ou PRESENTE — INDICATIVO
implícito. Eu Passeio
Tu Passeias
Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
Ele/Você Passeia
presente de aniversário (implícito).
Nós Passeamos
Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se” Vós Passeais
será parte integrante dos verbos pronominais,
Eles/Vocês Passeiam
acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-
do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá Conjugação de Alguns Verbos
estar explícito ou implícito.
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha; Vamos agora conhecer algumas conjugações de
Partícula de realce: será partícula de realce o “se” verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo to de questões em concursos.
no sentido e na compreensão global do texto. A Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
partícula de realce não exerce função sintática,
pois é desnecessária. PRESENTE — INDICATIVO
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos; Eu Adiro
Conjunção: o “se” será conjunção condicional Tu Aderes
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
Ele/Você Adere
“se” exerce função de conjunção integrante, ape-
nas ligando as orações, e poderá ser substituído Nós Aderimos
pela conjunção “caso”. Vós Aderis
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu- Eles/Vocês Aderem
dar, será aprovado).
“A” “Desde”
Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças; Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;
Conformidade: Escrever ao modo clássico; Tempo: Desde ontem ele não aparece.
Destino (em correlação com a preposição de): De
Santos à Bahia; “Em”
Meio: Voltarei a andar a cavalo;
Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00; Preço: Avaliou a propriedade em milhares de
Direção: Levantar as mãos aos céus; dólares;
Distância: Cair a poucos metros da namorada; Meio: Pagou a dívida em cheque;
Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi
Lugar: Ir a Santa Catarina; bom;
Modo: Falar aos gritos; Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
mãos em concha;
Sucessão: Dia a dia;
Tempo: Nasci a três de maio; Transformação ou alteração: Transformou dóla-
res em reais;
Proximidade: Estar à janela.
Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
Fim: Pedir em casamento;
“Após”
Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
Modo: Escrever em francês;
Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;
Sucessão: De grão em grão;
Tempo: Logo após o almoço descansamos. Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
Especialidade: João formou-se em Engenharia.
“Com”
“Entre”
Causa: Ficar pobre com a inflação;
Companhia: Ir ao cinema com os amigos; Lugar: Ele ficou entre os aprovados;
Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla- Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
nos para o futuro; Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
Instrumento: Abrir a porta com a chave; discórdia.
Matéria: Vinho se faz com uva;
Modo: Andar com elegância; “Para”
Referência: Com sua irmã aconteceu diferente;
comigo sempre é assim. Consequência: Você deve ser muito esperto para
não cair em armadilhas;
PORTUGUESA
Oposição: Jogar contra a seleção brasileira; Proporção: As baleias estão para os peixes assim
Direção: Olhar contra o sol; como nós estamos para as galinhas;
Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho Referência: Para mim, ela está mentindo;
contra o peito. Tempo: Para o ano irei à praia;
4 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 33
Destino ou direção: Olhe para frente! Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa
um short.
“Perante”
Outros exemplos de locuções prepositivas: abai-
Lugar: Ele negou o crime perante o júri. xo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito de;
adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;
“Por” junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a
fim de; por meio de; em virtude de.
Modo ou conformidade: Vamos escolher por sorteio;
Causa: Encontrar alguém por coincidência;
Conformidade: Copiar por original;
Importante!
Favor: Lutar por seus ideais; Algumas locuções prepositivas apresentam seme- lhanças
Medida: Vendia banana por quilo; morfológicas, mas significados completa- mente
Meio: Ir por terra; diferentes. Observe estes exemplos5:
Modo: Saber por alto o que ocorreu; A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-
Preço: Comprar um livro por vinte reais; jamento inicial = Concordância.
Quantidade: Chocar por três vezes; As decisões do público foram de encontro à pro-
Substituição: Comprar gato por lebre; posta do programa = Discordância.
Tempo: Viver por muitos anos. Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru- tas =
Substituição.
“Sem” Ao invés de chegar molhado, chegou cedo =
Oposição.
Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
dinheiro.
Combinações e Contrações
“Sob”
As preposições podem se ligar a outras palavras de
Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D. outras classes gramaticais por meio de dois processos:
Pedro II; combinação e contração.
Lugar: Ficar sob o viaduto;
Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente. Combinação: quando se ligam sem sofrer nenhu-
ma redução.
a + o = ao
“Sobre”
a + os = aos
Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução.
Assunto: Não gosto de falar sobre política;
Direção: Ir sobre o adversário;
Veja a lista a seguir6, que apresenta as preposições
Lugar: Cair sobre o inimigo. que se contraem e suas devidas formas:
Com as formas antigas do artigo definido (lo, Assim como as preposições, as conjunções também
la): são invariáveis e também auxiliam na organização
per + lo(s) = pelo, pelos das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
per + la(s) = pela, pelas ções. Por manterem relação direta com a organização
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser
Preposição “para” (pra): coordenativas ou subordinativas.
valor nocional.
toda família.
As preposições que apresentam um valor rela-
Adversativas: colocam informações em oposição,
LÍNGUA
Lembre-se: Importante!
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre- Os valores semânticos das conjunções não se
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que ambas prendem às formas morfológicas desses elemen- tos. O
indicam a mesma relação aditiva, o uso concomitante valor das conjunções é construído contex- tualmente,
acarreta em redundância. por isso, é fundamental estar atento aos sentidos
estabelecidos no texto.
Conjunções Subordinativas Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a
procura? (Se = causal = já que)
Tais quais as conjunções coordenativas, as subor- Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
puro no campo? (Quando = causal = já que).
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
para terem o sentido apreendido. Conjunções Integrantes
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine. Se vou a; Volto da = Crase há!
Regra geral: haverá crase sempre que o termo Se vou a; Volto de = Crase pra quê?
antecedente exija a preposição a e o termo conse- Ex.: Vou à escola / Volto da escola.
quente aceite o artigo a. Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza;
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi- Antes de forma verbal infinitiva
ge preposição). Ex.: Os produtos começaram a chegar. 37
“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de
com franqueza, parecem dar a entender que o instrumento).
fazem por exceção de regra.” (MM); Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto).
Antes de expressão de tratamento Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa instrumento).
Excelência;
No a (singular) antes de palavra no plural, quando QUANDO USAR OU NÃO A CRASE EM SENTENÇAS
a regência do verbo exigir preposição COM NOMES DE LUGARES
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes;
Antes dos pronomes relativos quem e cuja Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
o pacote. moro em Copacabana, passo por Copacabana);
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio; Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu- Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia,
ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha passo pela Bahia).
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do
contrato. MACETES
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
suspeita de fraude. Haverá crase quando o “à” puder ser substituído
Eles estavam conservando a certa altura. por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
Faremos a obra a qualquer custo. a, com a, à moda de, durante a;
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade; Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
Antes de demonstrativos Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa; Na indicação de horas, quando o “à uma” puder
Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
personalidades históricas uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin; Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos lo quando tais pronomes puderem ser substituídos
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela. por a este, a esta e a isto;
O pacote foi entregue a ti ontem; Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
Nas expressões tautológicas (face a face, lado a nomes de cidades quando esses termos estiverem
lado) acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal tância de 200 metros do pico da montanha.
de justiça;
Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância A compreensão da crase vai muito além da estética
sem determinante gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h. dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Astronauta volta a Terra em dois meses. Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
Os pesquisadores chegaram a terra depois da pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
expedição marinha. ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
Vocês o observaram a distância. como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
advérbio de instrumento da ação de pintar.
CRASE FACULTATIVA
ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei- Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito. ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha- pronome relativo que.
do de Assis) Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
Verbo transitivo direto: achou esse algo é o objeto direto)
Objeto direto: o raciocínio Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
Predicativo do objeto: exato feminino definido) 41
Objeto direto preposicionado Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
preposição no seu complemento, algumas palavras Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
requerem o uso da preposição para não perder o sen-
tido de “alvo” do sujeito. Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros dessa função sintática com o objetivo de enfatizar
facultativos. uma mensagem.
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
Exemplos com ocorrência obrigatória de
preposição: Complemento Nominal
Não entendo nem a ele nem a ti. Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
Respeitava-se aos mais antigos. advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava. ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
Amavam-se um ao outro. presença de um complemento nominal nos contextos
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-
feita.” (Ciro dos Anjos).
do do nome.
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Exemplos com ocorrência facultativa de
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
preposição:
Para melhor identificar um complemento nomi-
nal, siga a instrução:
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
le templo. Nome + preposição + quem ou quê
A escultura atrai a todos os visitantes. Como diferenciar complemento nominal de com-
plemento verbal?
Não admito que coloquem a Sua Excelência num
pedestal. Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.
Ao povo ninguém engana. (complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles. diretamente ao verbo “obedecia”)
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des- Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre- valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-
sente para indicar parte de um todo, quando assim ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa
bebeu uma porção da água, e não ela toda. Agente da Passiva
Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
dessa função sintática na mesma oração, a fim de lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
enfatizar um único significado. raramente, da preposição de.
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
Andrade) ser, estar, viver, andar, ficar.
Objeto direto interno: representado por palavra
que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
mesmo significado.
Ex.: Riu um riso aterrador. Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu-
Dormiu o sono dos justos. ra básica da oração, são importantes para compreen-
são do enunciado porque trazem informações novas.
Como diferenciar objeto direto de sujeito? Esses termos são chamados acessórios da oração.
Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto) Adjunto Adnominal
O objeto direto pode ser passado para a voz passi-
va analítica e se transforma em sujeito. São termos que acompanham o substantivo,
Os jogos da seleção foram ignorados. núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
especificar o elemento representado pelo substantivo.
Objeto indireto: é complemento verbal regido de Categorias morfológicas que podem funcionar
preposição obrigatória, que se liga diretamente a
como adjunto adnominal:
verbos transitivos indiretos e diretos. Representa
o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
artigos;
Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da
casa 260. adjetivos;
Gosto de ti, meu nobre. numerais;
Não troque o certo pelo duvidoso. pronomes;
Vamos insistir em promover o novo romance de locuções adjetivas.
ficção.
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais ficaram esquecidos no quarto.
Iam cheios de si.
Pode ser representado pelos seguintes pronomes Estava conquistando o respeito dos seus.
oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro- O novo regulamento originou a revolta dos
nomes o, a, os, as não exercerão essa função. funcionários.
42 Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
O doutor possuía mil lembranças de suas viagens. Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
des obras.
Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto Aposto: Machado de Assis.
adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes Classifica-se nas seguintes categorias:
exercem essa função sintática quando assumem
valor de pronomes possessivos. Explicativo: usado para explicar o termo anterior.
Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). Separa-se do substantivo a que se refere por uma
Como diferenciar adjunto adnominal de com- pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
plemento nominal? ou dois-pontos.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
Quando o adjunto adnominal for representado ontem, acabaram de voltar de férias.
por uma locução adjetiva, ele pode ser confundido Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;
com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
a dica: foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Será adjunto adnominal: se o substantivo ao Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
qual se liga for concreto. riachos.
Ex.: A casa da idosa desapareceu. Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
Se indicar posse ou o agente daquilo que preconceito, antipatia e arrogância;
expressa o substantivo abstrato. Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada; para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
Será complemento nominal: se indicar o alvo malmente, por um pronome indefinido.
daquilo que expressa o substantivo. Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não estavam empolgados com a feira.
foi respeitada. Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-
Notava-se o amor pelo seu trabalho. -Bissau, países africanos onde se fala português;
Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio: Comparativo: estabelece uma comparação implícita.
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos. Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
rumo;
Adjunto Adverbial Circunstancial: exprime uma característica
circunstancial.
Termo representado por advérbios, locuções Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- apropriadas;
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas Especificativo: é o aposto que aparece junto a um
circunstâncias. substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
Tempo: Quero que ele venha logo; substantivos próprios.
Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida; Exs.: O mês de abril.
Modo: O dia começou alegremente; O rio Amazonas.
Intensidade: Almoçou pouco; Meu primo José;
Causa: Ela tremia de frio; Aposto da oração: é um comentário sobre o
Companhia: Venha jantar comigo; fato expresso pela oração, ou uma palavra que
Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as condensa.
roupas; Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; preocupação.
Finalidade: Vivia para o trabalho; O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
Meio: Viajou de avião devido à rapidez; ideia que não me agrada;
Assunto: Falávamos sobre o aluguel; Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.
Negação: Não permitirei que permaneça aqui; Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
Afirmação: Sairia sim naquela manhã; para as perguntas.
Origem: Descendia de nobres. Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.
Não confunda!
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de Dica
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio- O aposto pode aparecer antes do termo a que se
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que refere, normalmente antes do sujeito.
o sentido seja parecido.
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen- na
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui
é um adjunto adnominal)
marcou uma geração.
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um Segundo o gramático Cegalla, quando o apos- to se
adjunto adverbial) refere a um termo preposicionado, pode ele vir
PORTUGUESA
igualmente preposicionado.
Aposto Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de tudo
ele tinha medo.
LÍNGUA
Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial. Ex.:
ou orações. O aposto tem como propósito explicar, Tuas pestanas eram assim: frias e curvas. (adjetivos,
identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon- apostos do predicativo do sujeito) Falou comigo
tar algo, alguém ou um fato. deste modo: calma e maliciosa- mente. (advérbios,
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma aposto do adjunto adverbial
bicicleta.
de modo). 43
Aposto: filha de D. Raimunda
Diferença de aposto especificativo e adjunto Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver-
adnominal: normalmente, é possível retirar a sativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
preposição que precede o aposto. Caso seja um
adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura Por subordinação:
fica prejudicada.
Ex.: A cidade Fortaleza é quente. Orações subordinadas substantivas: subjeti-
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade) vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-
O clima de Fortaleza é quente. pletivas nominais, predicativas, apositivas;
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?); Orações subordinadas adjetivas: restritivas,
Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o explicativas;
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo Orações subordinadas adverbiais: causais,
adjetivo. comparativas, concessivas, condicionais, con-
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. formativas, consecutivas, finais, proporcionais,
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad- temporais.
jetivo)
Homem desesperado, João sempre perde o con- Por coordenação e subordinação: orações for-
trole. madas por períodos mistos;
(aposto; núcleo: homem – substantivo). Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.
Vocativo
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
O vocativo é um termo que não mantém relação
sintática com outro termo dentro da oração. Não per- As orações são sintaticamente independentes. Isso
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para significa que uma não possui relação sintática com
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- verbos, nomes ou pronomes das demais orações no
ja se comunicar. É um termo independente, pois período.
não faz parte da estrutura da oração. Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha (Fernando Pessoa)
consulta. Oração coordenada 1: Deus quer
Ela te diz isso desde ontem, Fábio. Oração coordenada 2: o homem sonha
Oração coordenada 3: a obra nasce.
Para distinguir vocativo de aposto: o vocati- Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da
vo não se relaciona sintaticamente com nenhum sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
outro termo da oração. Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças. Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
O aposto se relaciona sintaticamente com outro porta da sala de Damasceno
termo da oração. Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
Conjunção adversativa: mas nada
A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impe-
cável.
Sujeito: a cozinha de Lufe. Orações Coordenadas Sindéticas
Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao
As orações coordenadas podem aparecer ligadas
sujeito).
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra-
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome
PERÍODO COMPOSTO
sindética. Veremos agora cada uma delas:
Observe os exemplos a seguir:
Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou
A apostila de Português está completa.
simultaneidade.
Um verbo: Uma oração = período simples
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam-
Português e Matemática são disciplinas essen-
bém, mas ainda, bem como, como também, se-
ciais para ser aprovado em concursos.
não também, que (= e).
Dois verbos: duas orações = período composto
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
O período composto é formado por duas ou mais
Os convidados não compareceram nem explica-
orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
ram o motivo;
períodos simples e período compostos.
Adversativas: exprimem ideia de oposição, con-
traste ou ressalva em relação ao fato anterior.
PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia,
O povo levantou-se cedo contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs-
Era dia de eleição tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso.
para evitar aglomeração
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas.
Para não esquecer: “A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a
morte.” (Laurindo Rabelo);
Período simples é aquele formado por uma só Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou
oração. se excluem.
Período composto é aquele formado por duas ou Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ...
mais orações. ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez
Classifica-se nas seguintes categorias: ... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado.
44 Por coordenação: orações coordenadas assindéticas; Você quer suco de laranja ou refrigerante?
Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
sobre um raciocínio. plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- pl. nom.);
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início Orações subordinadas substantivas predicati-
de frase). vas: funcionam como predicativos do sujeito da
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima oração principal. Sempre figuram após o verbo de
semana. ligação ser.
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
Mendes Campos); sujeito)
Explicativas: justificam uma opinião ou ordem Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.);
porquanto, pois. Orações subordinadas substantivas apositivas:
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
a “pois”) de dois-pontos ou entre vírgulas.
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)
com fome. Só quero uma coisa: que você volte imediata-
mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.);
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Orações Subordinadas Adjetivas
Formado por orações sintaticamente dependentes,
considerando a função sintática em relação a um ver- Desempenham função de adjetivo (adjunto adno-
bo, nome ou pronome de outra oração. minal ou, mais raramente, aposto explicativo). São
Tipos de orações subordinadas: introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a
qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.)
substantivas; As orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
adjetivas; explicativas e restritivas.
adverbiais.
Orações subordinadas adjetivas explicativas:
Orações Subordinadas Substantivas não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
tam uma explicação sobre o termo antecedente.
São classificadas nas seguintes categorias: São consideradas termo acessório no período,
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
Orações subordinadas substantivas conectivas: das por vírgulas.
são introduzidas pelas conjunções subordinativas
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
integrantes que e se. cria trinta gatos;
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de Orações subordinadas adjetivas restritivas:
impostos.
especificam ou limitam a significação do termo
Não sei se poderei sair hoje à noite;
antecedente, acrescentando-lhe um elemento
Orações subordinadas substantivas justapostas: indispensável ao sentido. Não são isoladas por
introduzidas por advérbios ou pronomes interrogati-
vírgulas.
vos (onde, como, quando, quanto, quem etc.);
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é
Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias incurável;
roubadas.
Não sei quem lhe disse tamanha mentira;
Orações subordinadas substantivas reduzidas: Dica
não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica Como diferenciar as orações subordinadas adje-
no infinitivo. tivas restritivas das orações subordinadas adjeti- vas
Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras; explicativas?
Orações subordinadas substantivas subjetivas: Ele visitará o irmão que mora em Recife. (restritiva,
exercem a função de sujeito. O verbo da oração pois ele tem mais de um irmão e vai visitar apenas o
principal deve vir na voz ativa, passiva analítica que mora em Recife)
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
rir a nenhum termo na oração.
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que mora
Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
em Recife)
Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
cional) (or. sub. subst. subje.);
Orações Subordinadas Adverbiais
Orações subordinadas substantivas objetivas
diretas: exercem a função de objeto direto de um Exprimem uma circunstância relativa a um fato
verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
PORTUGUESA
Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub. seguintes grupos:
subst. obj. dir.);
Orações subordinadas substantivas completi-
Orações subordinadas adverbiais causais: são
vas nominais: exercem a função de complemento
introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-
nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
que, visto que etc.
da oração principal.
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-
Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
que ficamos sem gasolina; 45
mento nominal)
Orações subordinadas adverbiais comparati- As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
vas: são introduzidas por: como, assim como, tal por pronomes relativos;
qual, como, mais etc. Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) conectivos;
que a importada; Podem ser iniciadas por preposição ou locução
Orações subordinadas adverbiais concessivas: prepositiva.
indica certo obstáculo em relação ao fato expres- Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que, conjunção.
por mais que, se bem que etc. Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restau-
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã; rante. (desenvolvida).
Orações subordinadas adverbiais condicionais: O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.
são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se,
contanto que, a menos que etc. Orações Reduzidas de Infinitivo
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para
tal; Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Orações subordinadas adverbiais conformati- Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun-
do, consoante.
Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
são introduzidas por: que (precedido na oração
direta reduzida de infinitivo)
anterior de termos intensivos como tão, tanto,
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
que, sem que. predicativa reduzida de infinitivo)
Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou; Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- completiva nominal reduzida de infinitivo)
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles); Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S.
Orações subordinadas adverbiais finais: indi- substantiva apositiva reduzida de infinitivo);
cam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
por: para que, a fim de que, porque e que (= para pelas mãos.
que) O meu manual para fazer bolos certamente vai
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos agradar a todos;
tivessem bom estudo; Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado,
Orações subordinadas adverbiais proporcio- continua jogando bola.
nais: são introduzidas por: à medida que, à pro- Sem estudar, não passarão.
porção que, quanto mais, quanto menos etc. Ele passou mal, de tanto comer doces.
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a
aprecio; Orações Reduzidas de Gerúndio
Orações subordinadas adverbiais temporais:
são introduzidas por: quando, enquanto, logo que, Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-
depois que, assim que, sempre que, cada vez que, sitivas, adjetivas, adverbiais.
agora que etc.
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor. Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando
livre dos juros;
Para separar as orações de um período composto, é Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo
necessário atentar-se para dois elementos fundamen- ajudando um ao outro. (subjetiva)
tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos Agora ouvimos artistas cantando no shopping.
(conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar (objetiva direta);
esses elementos, deve-se contar quantas orações ele Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o
representa, a partir da quantidade de verbos ou locu- coração;
ções verbais. Exs.:
Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
contou a verdade.
[para fixar outros] – 2ª oração
[que os rodeiam] – 3ª oração
Orações Reduzidas de Particípio
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora-
ção (M. de Assis)
Podem ser adjetivas ou adverbiais.
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
basta, pertencente à 1ª (oração principal).
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.
ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração. Nosso planeta, ameaçado constantemente por
nós mesmos, ainda resiste;
Orações Reduzidas Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have-
ria problemas. (condicional)
Apresentam o mesmo verbo em uma das formas Dada a notícia da herança, as brigas começaram.
nominais (gerúndio, particípio e infinitivo); (causal/temporal)
As que são substantivas e adverbiais: nunca são Comprada a casa, a família se mudou logo.
46 iniciadas por conjunções; (temporal).
O particípio concorda em gênero e número com os Oração subordinada subjetiva da principal: as
termos referentes. penitenciárias cumpram seu papel
Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre- Oração coordenada sindética adversativa da ante-
quentes em provas de concurso. rior: no entanto a realidade não é assim.
Períodos Mistos
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de não foi escrita na sua totalidade:
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”; Ex.: a/c = aos cuidados de;
Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), s/ = sem;
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado Para separar o numerador do denominador nos
que pareça, o texto original é assim mesmo: números fracionários, substituindo a barra da
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- fração:
do.” (Machado de Assis); Ex.: 1/3 = um terço; 49
Nas datas: Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
Ex.: 31/03/1983 sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A
Nos números de telefone: multidão gritou entusiasmada;
Ex.: 225 03 50/51/52; Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
Nos endereços: bo posterior ao pronome relativo concorda com o
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232; antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do
Na indicação de dois anos consecutivos: Brasil que se situam mais próximos do Meridiano?;
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso; Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
Ex.: /s/. quem resolveu a questão;
Embora não existam regras muito definidas sobre Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- nós quem resolvemos a questão.
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo.
Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
CONCORDÂNCIA NOMINAL E viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
VERBAL essa questão;
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede- zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
cem a alguns princípios: um deles é a concordância. Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
Observe o exemplo: ver artigo definido antes de uma palavra plura-
A pequena garota andava sozinha pela cidade. lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
A: Artigo, feminino, singular; artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
Pequena: Adjetivo, feminino, singular; Unidos continuam uma potência.
Garota: Substantivo, feminino, singular. Estados Unidos continua uma potência.
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o de de Santos fica em São Paulo.”)
número (singular) do substantivo.
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
cia: verbal e nominal. Importante!
CONCORDÂNCIA VERBAL
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
verbo fica no singular ou no plural.
É a adaptação em número – singular ou plural – Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
sujeito.
Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmen-
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
te, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
quais insistem em desmentir que nosso país é cheio
Mais de um aluno compareceu à aula.
de “brasis” – digamos assim –, ganha disparando dos Mais de cinco alunos compareceram à aula.
outros, pois houve influências de todos os povos aqui:
europeus, asiáticos e africanos.
A expressão mais de um tem particularidades:
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor- recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
singular. Mais de um irmão se abraçaram.
Destrinchando o período, temos que os termos Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas Mais de um aluno, mais de um professor esta-
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- vam presentes.
cado verbal.
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: Quando o sujeito é formado por um número per-
Ex.: Prefiro natação a futebol. centual ou fracionário, o verbo concorda com o
Verbo bitransitivo: Prefiro numerado ou com o número inteiro, mas pode
Objeto direto: natação concordar com o especificador dele. Se o numeral
Objeto indireto: a futebol vier precedido de um determinante, o verbo con-
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
Concordância Verbal com o Sujeito Simples das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
sujeito. viver bem.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
exorbitante. Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
50 Diferentes situações: Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
Os verbos bater, dar e soar concordam com o Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não combustíveis aumentaram.
chegou (Duas horas deram...).
Bateu o sino duas vezes (O sino bateu). Concordância Verbal do Verbo Ser
Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez
badaladas soaram). Concorda com o sujeito
Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio Ex.: Nós somos unha e carne;
da escola soou dez badaladas). Concorda com o sujeito (pessoa)
Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o Ex.: Os meninos foram ao supermercado;
verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven- Em predicados nominais, quando o sujeito for repre-
dem-se casas de veraneio aqui. sentado por um dos pronomes tudo, nada, isto, isso,
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão aquilo ou “coisas”, o verbo ser concordará com o
interessada; predicativo (preferencialmente) ou com o sujeito
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o Ex.: No início, tudo é/são flores;
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa Concorda com o predicativo quando o sujeito for
Majestade está preocupada? que ou quem
Suas Excelências precisam de algo? Ex.: Quem foram os classificados?
Em indicações de horas, datas, tempo, distância
Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
Ex.: São nove horas.
É frio aqui.
Concordância Verbal com o Sujeito Composto
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
O verbo fica no singular quando precede termos como
Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, menos
ticais diferentes
etc. junto a especificações de preço, peso, quantidade,
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos;
distância, e também quando seguido do pronome o
Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- Divertimentos é o que não lhe falta.
garam ontem; Dez reais é nada diante do que foi gasto;
Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
ou nenhum ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
ter o espírito esportivo; verbo concordará com o termo não preposiciona-
Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no do entre eles.
singular Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- São eles que sempre chegam cedo.
davam (preferencialmente no singular); É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
Gradação entre os núcleos do sujeito trução adequada)
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
me acalmar (preferencialmente no singular); (construção inadequada)
Núcleos do sujeito no infinitivo
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde; CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
mitivo (nada, tudo, ninguém) Concordância do Infinitivo
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
Sujeito constituído pelas expressões um e outro, Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
nem um nem outro Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui; to esclarecido)
Núcleos do sujeito ligados por nem... nem Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu implícito “nós”)
foco nos estudos; Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras (dois pronomes implícitos: eu, nós)
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões Até me encontrarem, vocês terão de procurar
bem como, assim como, tanto quanto muito. (preposição no início da oração)
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
final; (verbos pronominais)
Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
PORTUGUESA
Proposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos Nomes a São palavras ou expressões que, empregadas em
que se Referem um determinado contexto, têm significados opostos.
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
Alguns nomes regem preposições semelhantes a gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci-
sua primeira sílaba. Vejamos: dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é
dependente, dependência de casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: 55
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php.
Acesso em: 17 out. 2020.
PARÔNIMOS
destacou-se como o melhor aluno da turma e logo começou a tacada respeita as regras da concordância nominal de acordo
ajudar os cole- gas. Em 1821, aos 12 anos, conheceu um método com a norma-padrão da língua portuguesa é:
inven- tado pouco antes por Charles Barbier de La Serre, oficial
do Exército francês. a) Hoje, Braille e seu método são muitos conhecidos.
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um b) Depois do acidente, Braille e sua família não ficaram
código de pontos e traços em relevo impressos tam- bém em só.
papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em 57
postos avançados. Estes decodificariam a
c) Há bastante razões para se considerar Braille um herói a) Poder-se-á levar a educação financeira para as salas
nacional. de aula, o que será muito proveitoso.
d) Os alunos ficavam meio desorientados com o método de b) Nos perguntam sempre sobre como gerir melhor a
Barbier. vida financeira.
e) O sistema de códigos de Braille tinha menas limita- ções c) As famílias nunca preocuparam-se com a educação
que o de Barbier. financeira como parte da formação de seus filhos.
d) Aqueles que relacionam-se bem com o dinheiro têm uma
3. (CESGRANRIO — 2023) A partir da leitura do texto, vida mais organizada.
constata-se que Braille: e) Compreenderia-se melhor o desempenho da empresa, se o
mercado fosse estudado.
a) queria seguir o ofício do pai.
b) estudou com bolsa de estudos. 5. (CESGRANRIO — 2021) No trecho do parágrafo 3 “As
c) trabalhava em selarias quando criança. empresas, não compreendendo a importância de ter seus
d) foi adotado por Valentin Haüy depois da tragédia. funcionários alfabetizados financeiramente, tam- bém não
e) começou a dar aulas quando atingiu a maioridade. investem nessa área”, a oração destacada tem valor semântico
de:
Leia o texto a seguir para responder às questões 4 a 13.
a) causa
Relacionamento com o dinheiro b) proporção
c) alternância
Desde cedo, começamos a lidar com uma série de situações d) comparação
ligadas ao dinheiro. Para tirar melhor proveito do seu dinheiro, e) consequência
é muito importante saber como utili- zá-lo da forma mais
favorável a você. O aprendizado e a aplicação de 6. (CESGRANRIO — 2021) As vírgulas estão plenamente
conhecimentos práticos de educação financeira podem empregadas de acordo com o padrão formal da língua escrita
contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças pessoais, em:
tornando nossas vidas mais tranquilas e equilibradas sob o a) Há algumas décadas, se alguém falasse, em educa-
ponto de vista financeiro. Se pararmos para pensar, estamos ção financeira, causaria um certo estranhamento.
sujeitos a um mun- do financeiro muito mais complexo que o b) Relacionar-se bem com o dinheiro de acordo com os
das gerações anteriores. No entanto, o nível de educação especialistas, é uma forma de levar uma vida mais
financeira da população não acompanhou esse aumento de saudável, sem percalços.
com- plexidade. A ausência de educação financeira, aliada à c) É preciso criar uma cultura de discutir, na família, na
facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pes- soas ao escola, com os amigos, sobre como usar melhor os recursos
endividamento excessivo, privando-as de parte de sua renda financeiros.
em função do pagamento de prestações mensais que d) A educação financeira, apesar de não resolver o pro- blema
reduzem suas capacidades de consumir produtos que lhes da falta de dinheiro pode auxiliar, com um con- trole maior,
trariam satisfação. de seu gasto.
Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das e) Não gastar em demasia, não acumular dívidas, refletir sobre
pessoas buscar informações que as auxiliem na gestão de suas seus ganhos, e gastos, poupar são estratégias para gerir
finanças. Para agravar essa situação, não há uma cultura melhor suas finanças.
coletiva, ou seja, uma preocupação da socie- dade organizada em
torno do tema. Nas escolas, pouco ou nada é falado sobre o 7. (CESGRANRIO — 2021) Considerando-se as regras da
assunto. As empresas, não compreendendo a importância de norma-padrão da língua portuguesa, a concordância
ter seus funcionários alfabetizados financeiramente, também nominal da palavra destacada está adequadamente
não investem nessa área. Similar problema é encontrado nas construída em:
famílias, nas quais não há o hábito de reunir os membros para a) Naquela palestra, foram abordadas ensinamentos e
dis- cutir e elaborar um orçamento familiar. Igualmente entre os orientações sobre o bom uso do dinheiro.
amigos, assuntos ligados à gestão financeira pessoal muitas b) Sempre há bastante investidores interessados em dis-
vezes são considerados invasão de privacidade e pouco se cussões que abordam o mercado de ações.
conversa em torno do tema. Enfim, embora todos lidem c) Perderemos menas oportunidades se nos mantiver-
diariamente com dinheiro, poucos se dedi- cam a gerir mos sempre atentos ao mercado financeiro.
melhor seus recursos. d) O mercado está vendo crescer uma tendência de con-
A educação financeira pode trazer diversos benefícios, entre glomerados francos-brasileiros no país.
os quais, possibilitar o equilíbrio das finanças pessoais, e) É proibida a movimentação financeira efetuada por
preparar para o enfrentamento de imprevis- tos financeiros e menores no âmbito do direito financeiro.
para a aposentadoria, qualificar para o bom uso do sistema
financeiro, reduzir a possibilidade de o indivíduo cair em 8. (CESGRANRIO — 2021) Sendo a clareza um requisi- to
fraudes, preparar o caminho para a realização de sonhos, básico da escrita, a seguinte frase NÃO apresen- ta
enfim, tornar a vida melhor. ambiguidade, estando apta a figurar em um texto oficial:
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – a) A empresa que investe em seus funcionários cuida de
Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. p. 12. Adaptado. seu equilíbrio financeiro.
b) O economista discutiu com o presidente da empresa, em
4. (CESGRANRIO — 2021) A colocação do pronome oblí- sua sala, a melhor forma de gerir os negócios.
quo átono está em acordo com a norma-padrão da lín- c) O nível de educação financeira da população, que cresceu
gua portuguesa em: muito nos últimos anos, é o tema da próxima palestra.
58
d) O diretor da escola comunicou ao professor que ele a) Enfim, quando todos lidam diariamente com dinheiro,
ofereceria um curso de educação financeira para a poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
comunidade escolar. b) Enfim, por todos lidarem diariamente com dinheiro,
e) Depois de ler o edital e seu anexo, o gestor solicitou a poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
alteração deste. c) Enfim, como todos lidam diariamente com dinheiro,
poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
9. (CESGRANRIO — 2021) O texto tem o objetivo primor- d) Enfim, apesar de todos lidarem diariamente com dinheiro,
dial de: poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
e) Enfim, desde que todos lidem diariamente com dinhei- ro,
a) ensinar a gerir as finanças pessoais de maneira eficaz. poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
b) sensibilizar sobre a importância da educação financeira.
c) prevenir quanto aos perigos do acesso facilitado ao Leia o texto a seguir para responder às questões 14 e 15.
crédito.
d) alertar para a complexidade maior do mundo financei- ro Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
atual.
e) sugerir a incorporação do hábito de elaborar orçamen- to Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figu- ras
familiar. públicas em situações quase inacreditáveis são
verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real... A
10. (CESGRANRIO — 2021) Considerando-se a organiza- resposta é não, pois se trata de uma “deep fake”,
ção composicional do texto lido, compreende-se que ele se “falsificação profunda” em português, que, como a tra- dução
classifica como: indica, é tão bem feita que pode enganar até os mais
atentos. Segundo estudo de uma empresa de segurança, 65%
a) argumentativo, pois defende a ideia de que é impor- tante dos brasileiros ignoram a sua existên- cia e 71% não
saber lidar com o dinheiro. reconhecem quando um vídeo foi edita- do digitalmente
b) narrativo, pois relata o episódio de uma conversa usando essa técnica.
sobre gestão financeira entre amigos. O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo de
c) descritivo, pois reproduz uma cena de elaboração de golpe, além de manipular vídeos com celebridades e
orçamento no cotidiano de uma família. políticos famosos, também prejudica empresas e cidadãos
d) expositivo, pois apresenta informações objetivas comuns, que podem ser envolvidos em frau- des de
sobre conceitos da área de educação financeira. identidade e extorsões.
e) injuntivo, pois instrui acerca da elaboração de orça- “Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos e
mentos para uma vida financeira mais saudável. áudios falsos por meio de inteligência artificial”, expli- ca um
especialista de segurança cibernética e fraude. A prática
11. (CESGRANRIO — 2021) O paralelismo sintático é uma costuma utilizar um vídeo de referência e a face (ou corpo) de
das convenções estabelecidas para a escrita oficial. A frase outra pessoa, que não fazia parte do vídeo original. Criam-se
cuja organização sintática está plenamente de acordo com áudios falsos, fazendo a inteligência artificial aprender como
essa convenção é: uma pessoa fala e, a partir daí, obter uma montagem com outras
falas, inclusive alteran- do os lábios para acompanhar as palavras
que são ditas. Esse processo vem evoluindo rapidamente,
a) É muito salutar que as pessoas se programem em tornando cada vez mais difícil a sua identificação. Isso
relação à saúde e financeiramente. ocorre porque as novas redes neurais (sistemas de computa-
b) O mundo financeiro, hoje, facilita o acesso ao crédito e ção que funcionam como neurônios do cérebro huma- no), a
leva ao endividamento progressivo. evolução da capacidade de processamento e a redução de
c) Nossa vida financeira é saudável quando possibilita custos da computação em nuvem têm facilitado o acesso a
equilíbrio, segurança e que realizemos nossos sonhos. essa tecnologia, contribuindo para aumentar a qualidade
d) A educação financeira orienta-nos na revisão de gas- tos dos vídeos.
excessivos e que comprometem nosso orçamento. No entanto, os criminosos não precisam de tanto
e) Os especialistas aconselham as escolas a promove- rem conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes. Isso
momentos de discussão sobre educação finan- ceira com os porque deep fakes criadas para serem distribuí- das por apps
pais dos alunos e que ofereçam aulas sobre o tema para os de mensagens não exigem tanta qualida- de. O perigo é que,
alunos. para o cidadão comum, a deep fake pode ser o ponto de
partida para uma fraude financei- ra, entre outros
12. (CESGRANRIO — 2021) Considere a palavra destacada no problemas.
seguinte trecho do parágrafo 2: “A ausência de edu- cação A recomendação para pessoas físicas se protegerem é
financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, tem levado diminuir a exposição de fotos com rostos e vídeos pes- soais
muitas pessoas ao endividamento excessivo”. na internet. “As redes sociais devem se manter con- figuradas
como privadas, já que fotos, áudios ou vídeos disponíveis
Essa palavra pode, sem prejuízo do sentido desse tre- cho, publicamente podem ser utilizados para ali- mentar a
ser substituída por: inteligência artificial e engendrar deep fakes.” Além disso, ao
receber um vídeo suspeito, observe se o rosto e os lábios da
PORTUGUESA
O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que nos fal- ta SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.
para chegarmos a esse cenário.”, a segunda frase expressa,
em relação à primeira, a ideia de: 19. (CESGRANRIO — 2022) Esse texto, que se inicia a partir
do cotidiano de uma velha senhora que tem por hábito
a) condição sentar-se na calçada observando as manhãs, constrói uma
b) tempo crítica:
c) contradição
d) finalidade a) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozi- nhos,
e) conclusão sem o apoio e o carinho de sua família.
b) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somen- te é
Leia o texto a seguir para responder às questões 19 e 20. percebido por quem se afasta da cidade por um tempo e
retorna.
Uma cena c) às cenas diárias que repetem costumes do passado, que há
muito já deveriam ter sido abandonados pela população.
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E não d) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e que
numa época qualquer, mas no outono. Outono no Rio. O ar foram sendo colocadas aos poucos ao redor de todos nós.
é fino, quase frio, as pedras portuguesas da calçada estão e) às autoridades de segurança pública, que não atuam em prol
úmidas. No alto, o céu já é de um azul escandaloso, mas o do direito de ir e vir, sem riscos, da população.
sol oblíquo ainda não conseguiu vencer os prédios e arrasta
seus raios pelo mar, pelas praias, por cima das montanhas, 20. (CESGRANRIO — 2022) O texto apresenta-se dividido
longe dali. Não che- gou à rua. E, naquele trecho, onde as em dois momentos: o primeiro, em que o narrador des- creve
amendoeiras trançam suas copas, ainda é quase madrugada. minuciosamente a cena observada; e o segundo, em que o
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol. narrador se aproxima mais do leitor, estabe- lecendo, com
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em sua ele, uma quase conversa e colocando-se explicitamente no
cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco movimento, texto. O início do segundo momento se dá com o trecho:
não passa quase ninguém a essa hora, tão de manhãzinha.
Nem carros, nem pessoas. O que há mais é o movimento a) “Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do
dos porteiros e dos pássaros. Os primeiros, com suas sol.”
vassouras e mangueiras, con- versando sobre o futebol da b) “No braço da cadeira de plástico branco, sua mão repousa,
PORTUGUESA
véspera. Os segundos, cantando – dentro ou fora das mas também parece pronta a erguer-se num aceno, quando
gaiolas. alguém passar.”
c) “É uma cena bonita, eu acho.”
LÍNGUA
1 C
2 D
3 B
4 A
5 A
6 C
7 E
8 E
9 B
10 A
11 B
12 D
13 D
14 D
15 A
16 D
17 B
18 E
19 D
20 C
ANOTAÇÕES
62
Por último, tem-se a Taxa de Juros, que é uma por-
centagem fracionária do Juro sobre o Capital, gerada ao
longo do tempo, ou seja, o quociente entre o Juro e Capital.
FINANCEIRA Consumo
Vale lembrar que o Capital pode aparecer, na sua capital, provavelmente eu perderei uns 30 a 50% do
FINANCEIRA
prova, como “Valor Presente, Presente Valor ou PV”. valor investido. Por outro lado, se esse dinheiro esti-
vesse na conta corrente, eu teria liquidez absoluta,
Quando falamos de Juros, por sua vez, nos referimos pois bastaria retirar para capitalizar.
ao aumento do capital ao longo do tempo, ou seja, ao Precisa-se, dentro da organização, entender qual a
dinheiro acumulado ao longo do tempo, a partir de um liquidez de cada um dos ativos (estrutura da empresa,
Capital. prédio, maquinário, valor a receber, caixa etc.) para
O Montante, no que lhe diz respeito, é a soma do capi- assim trabalhar com o que é realmente líquido.
tal mais o juro, e pode ser entendido como resgate total do Podemos, então, perceber que a análise da liquidez
investimento, Valor Futuro, Future Value ou FV. é fundamental quando se fala do valor do dinheiro no 63
tempo e de uma real possibilidade de ter que se fazer Exemplo:
um resgate financeiro, por algum motivo, como hon-
rar alguma dívida, por exemplo. Determine o Valor Presente do Fluxo de caixa para
uma taxa de juros simples de 10% ao mês.
FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE
CAIXA 2.800
Disponha os dados na fórmula: Logo, o nosso próximo termo será o número 10,
1 trimestre = 3 meses pois 8 + 2 = 10.
(1+it) = (1+im)t Caso os números estejam diminuindo, você pode
(1+it) = (1+im)3 buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
(1+it) = (1,02)3 entre os termos.
(1+it) = (1,0612) Agora, observe essa outra sequência:
it = 1,0612 - 1
it= 0,0612, transformando em % = 0,0612 · 100 = 2, 3, 5, 7, 11, 13, ...
6,12%
Resposta: Letra E. Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem a
dizer que o próximo termo é o 15, mesmo tendo percebido
3. (NOVA CONCURSOS — 2022) Considere uma capitali- que o 9 não está na sequência. A nossa tendência é relevar
zação semestral a uma taxa de juros nominal de 20% anual. esse “probleminha” e marcar logo o valor 15. Muito cui-
Assinale a opção que corresponde a taxa efeti- va anual
dado! Como já disse, o padrão encontrado deve ser capaz
equivalente.
de explicar toda a sequência! Nesse caso, estamos diante
dos números primos! Sim, aqueles números que só podem
a) 5%
MATEMÁTICA
Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na Exercite seus conhecimentos com as questões
sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula, comentadas a seguir.
podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
66 posição 200 é:
1. (IBFC — 2015) O total de múltiplos de 4 existentes PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
entre os números 23 e 125 é:
Observe a sequência a seguir:
a) 25.
b) 26. {2, 4, 8, 16, 32...}
c) 27.
d) 28. Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2.
e) 24. Esse é um exemplo típico de Progressão Geométrica,
ou simplesmente, PG. Em uma PG, cada termo é obti-
O primeiro múltiplo de 4 neste intervalo é 24 e o último do a partir da multiplicação do anterior por um mes-
é 124. Veja que os múltiplos de 4 formam uma PA de mo número, o que chamamos de razão da progressão
razão igual a 4. Então, temos as seguintes informações:
a = 24 geométrica. A razão é simbolizada pela letra q.
1 No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é
an = 124 a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de
r = 4 (podemos ir somando de 4 em 4 unidades para
PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral
obter os múltiplos).
e a soma dos termos.
Substituindo na fórmula do termo geral, vamos
encontrar a quantidade de elementos (múltiplos):
an = a1 + (n – 1)r Termo Geral da PG
124 = 24 + (n – 1)4
124 = 24 + 4n – 4 A fórmula a seguir nos permite obter qualquer
124 – 24 + 4 = 4n termo (an) da progressão geométrica, partindo-se do
104 = 4n primeiro termo (a1) e da razão (q):
n = 26. Resposta: Letra B.
an = a1 · qn-1
2. (FCC — 2018) Rodrigo planejou fazer uma viagem em 4
dias. A quantidade de quilômetros que ele percorrerá em cada No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode
dia será diferente e formará uma progressão aritmética de ser encontrado assim:
razão igual a − 24. A média de quilôme- tros que Rodrigo
percorrerá por dia é igual a 310 km. Desse modo, é correto {2, 4, 8, 16, 32...}
concluir que o número de quilô- metros que Rodrigo
percorrerá em seu quarto e último dia de viagem será igual a a5 = 2 · 25-1
a5 = 2 · 24
a) 334.
b) 280. a5 = 2 · 16
c) 322. a5 = 32
d) 274.
Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PG
e) 310.
Primeiro devemos achar o a para depois acharmos A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n”
1,
o a4. Devemos colocar tudo em função de a1, para primeiros termos da progressão geométrica:
podermos substituir na média. Usando a fórmula n
do termo geral: a1 · (q - 1)
r = –24 Sn =
q-1
an= a1 + (n – 1) · r
Achando a1: Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a
a1 = a1 + (1–1) · r soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
a1 = a1 16, 32...}.
Colocando a2 em função de a1:
a2= a1+ (2 – 1) · r S4 = 2 · (24 - 1)
a2 = a1 + r 2-1
Colocando a3 em função de a1:
S4 = 2 · (16 - 1)
a3= a1+ (3 – 1) · r
1
a3 = a1 + 2r
Colocando a4 em função de a1: S4 = 2 · 15
a4 = a1 + (4 – 1) · r 1
a4 = a1 + 3r
Substituindo na fórmula da média aritmética: S4 = 30
(a1 + a2 + a3 + a4 ) ÷ 4 = 310
MATEMÁTICA
4 a1 + 6r = 310 · 4 Geométrica
4 a1 + 6 · (–24) = 1.240
4 a1 – 144 = 1.240 Suponha que você corra 1000 metros, depois, você
a1 = 346 corra 500 metros, depois, você corra 250 metros e,
Encontrando a4: depois, 125 metros — sempre metade do que você
a4= 346 + (4 – 1) · r correu anteriormente. Quanto você correrá no total?
a4= 346 + 3r Observe que o que temos é exatamente uma progres-
a4= 346 + 3 · (–24) são geométrica infinita, porém, essa PG é decrescente.
a4 = 274. Resposta: Letra D. 67
Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q <
1, teremos que qn = 0. Entendemos, então, que quanto JUROS SIMPLES
maior for o expoente, mais próximo de zero será. Por-
tanto, substituindo, teremos: CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE
JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA
S∞ = a1 · (0 - 1)
OPERAÇÃO FINANCEIRA
q-1
a1 Para estudarmos Juros, é muito importante que
S∞ = você compreenda que o dinheiro, ao longo do tempo,
1-q muda de valor.
Assim, eu te pergunto:
Dica O que você prefere: receber R$ 1000 reais hoje ou
receber este mesmo valor daqui a 1 ano?
Em uma progressão geométrica, o quadrado do termo do Provavelmente, você vai preferir receber hoje.
meio é igual ao produto dos extremos. Diz-se isso, pois, dentre outros motivos, sabe-se
{a1, a2, a3} (a2)2 = a1 · a3 que, ao longo do tempo, os preços dos produtos ten-
Veja: {2, 4, 8, 16, 32...} dem ao crescimento. A esse processo, dá-se o nome de
82 = 4 · 16 Inflação. Assim, possivelmente, um produto compra-
64 = 64. do hoje, no valor de mil reais, estará mais caro no ano
que vem. Além disso, uma vez recebido o dinheiro,
Revise o conteúdo visto com alguns exercícios mesmo que não imediatamente utilizado, ele pode ser
comentados. colocado em uma aplicação financeira e gerar rendi-
mento, ou seja, ter seu valor inicial ampliado com o
1. (FUMARC — 2018) Se a sequência numérica repre- passar do tempo.
sentada por (6, a2, a3, a4, a5,192) é uma Progressão Para fins de entendimento da disciplina de Mate-
Geométrica crescente de razão igual a q, então, é COR- mática Financeira e, também, para compreendermos
RETO afirmar que o valor de q é igual a: como funciona o valor do dinheiro no tempo, vamos
sempre pensar das seguintes maneiras: pagar a vista
a) 2. ou parcelar, receber agora e fazer outro investimento,
b) 3.
manter na aplicação atual, dentre outras variações.
c) 4.
Tudo isso será demonstrado ao longo desse material.
d) 8.
Seguiremos, abaixo, com alguns conceitos básicos!
Vamos substituir os valores que já temos na fórmu-
JURO
la geral da PG para acharmos a razão:
an = a1 · qn-1
O Juro, conceito basilar da matemática financeira,
é definido das seguintes formas: rendimento de deter-
a6 = a1 · q6-1 minado capital, ganho sobre o capital, remuneração
192 = 6 · q5 do capital ou, ainda, aluguel do capital.
De maneira mais simples, se tenho uma certa
192 ÷ 6 = q5 quantia e permito que alguém use por determinado
32 = q5 tempo, é justo que eu receba um “aluguel” dessa pes-
soa. A esse “aluguel”, dá-se o nome de Juro. Assim, o
5
q= 32 Juro é, portanto, a remuneração pertinente ao uso de
um capital por determinado tempo.
q = 2. Resposta: Letra A.
Além disso, existem duas maneiras principais de
cobrança de juros, chamadas de “Juros simples” e
2. (IBFC — 2016) Se a soma dos elementos de uma P.G.
(progressão geométrica) de razão 3 e segundo termo 12 é “Juros compostos”. O Juro simples, no que lhe diz
igual a 484, então o quarto termo da P.G. é igual a: respeito, restringe-se, com mais frequência, às transa-
ções de curto prazo, nas quais os valores resultantes
da aplicação de juros simples, ou compostos, são mui-
a) 324.
b) 36. to próximos entre si.
c) 108.
d) 216. CAPITAL
Temos que a2 = 12 e q = 3. Para calcularmos o quarto O Conceito de Capital relaciona-se à quantia ini-
termo, devemos usar a fórmula do termo geral da cial que se tem ou, ainda, que se recebe. Também
PG. Veja: são definições para o mesmo conceito: valor inicial,
a4 = a2 · q4-2 valor aplicado, depósito inicial, valor principal etc. Na
a4 = 12 · 32 matemática financeira, o Capital é representado pela
a4 = 12 · 9 letra C.
a4 = 108. Resposta: Letra C.
MONTANTE
J C: capital
i= C
I: taxa de juros (deverá estar escrita na forma de
número decimal. Para isso, basta dividir o valor dado
Importante! por 100).
Aqui, utilizamos a notação i, que vem do inglês N: tempo (a taxa de juros e o tempo devem se refe-
interest e significa, portanto, taxa. Mas é impor- tante rir à mesma unidade de tempo).
saber que a taxa de juros também pode ser identificada
pela letra J. MONTANTE
a) 40%. i1 i i i i
= 2 = 3 = 4 = 5
b) 30%. n1 n2 n3 n4 n5
c) 25%.
Substituindo e lembrando que a unidade de tempo
d) 20%.
de n tem que ser a mesma para todas as taxas, trans-
e) 15%.
formamos tudo em meses:
A mercadoria que Maria comprou, custava R$ 10% 20% 30% 60% 120%
400,00. Como ela deu R$ 200,00, no ato da compra, 1 mês = 2 mêses = 3 meses = 6 meses = 12 meses
ela ficou com um saldo devedor de = 10% ao mês.
i ieq a) 15,00%.
n = n b) 1,50%.
Constatamos, portanto, que, no regime de juros c) 18,00%.
simples, as taxas equivalentes são, também, propor- d) 9,00%.
cionais entre si. e) 12,00%.
Portanto, para calcular taxas equivalentes no regi-
me simples basta usar regra de três. Em juros simples, para acharmos taxas equivalen-
Lembre-se: no regime de juros simples, taxas de tes, também podemos aplicar a regra de três.
juros proporcionais são, também, taxas de juros equi- Assim, temos que:
valentes. Essa informação é muito importante, pois • um semestre tem 6 meses, cada mês com 30 dias.
simplifica o cálculo de taxas equivalentes no regime • logo, 1 semestre tem 6·30=180 dias.
de juros simples. Assim, nesse regime de juros, 1% ao A regra de três para determinar a taxa semestral
mês, 6% ao semestre, ou 12% ao ano são proporcio- fica:
nais, e, portanto, levarão o mesmo capital C ao mesmo
montante M, após o mesmo período de tempo.
0,05% ---- 1 dia
A fim de verificar seus conhecimentos, resolva,
x ---- 180 dias
agora, o exercício a seguir:
0,05% · 180 = 1 · x
1. (VUNESP — 2020) Um empréstimo de R$ 1.300,00,
x = 9% (ao semestre)
realizado a juros simples, com prazo de 8 meses, teve como
juros total o valor de R$ 260,00. A taxa de juros anual
cobrada nesse empréstimo foi de Resposta: Letra D.
Como a taxa mensal foi im = 2,5% a.m., então, substi- capitalização mensal, e a taxa efetiva é a proporcional
FINANCEIRA
in ief
=
nn nef
Importante!
Em todos os problemas de matemática financeira, você deverá utilizar, em seus cálculos, sempre, a taxa efe- tiva. Nunca
utilize, nas fórmulas, a taxa nominal!
in ief
=
nn nef
Nas aplicações financeiras e, também, em muitos negócios comerciais, é normal que as taxas sejam expressas
em termos anuais, e que os prazos sejam fixados em dias. Entretanto, como para curto prazo o regime de capita-
lização comumente adotado é o de juros simples, é necessário calcular a taxa proporcional referente a um dia.
Assim, existem duas convenções para a contagem de dias:
Quando o exercício não mencionar o tipo de ano (civil ou comercial), considera-se ano comercial. Neste, defi-
ne-se que todos os meses têm 30 dias (mês comercial) e que o ano tem, portanto, 360 dias. A contagem de dias, para
anos comerciais, é feita em duas etapas:
Juros Comerciais: contagem de dias como se todo mês tivesse 30 dias. Na hora de fazer a regra de três, con-
sideramos que o ano tem 360 dias.
Figura 2: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 28
Juros Exatos: contagem de dias como se estivéssemos olhando em um calendário. Na hora de fazer a regra de
três, consideramos que o ano tem 365 dias (se for bissexto, consideramos 366).
Figura 3: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 29.
Juros Bancários: contamos os dias olhando em um calendário. Na hora de fazer a regra de três, consideramos
que o ano tem 360 dias.
No dia a dia, é comum precisarmos antecipar, ou prorrogar, títulos e obrigações. Além disso, é comum, também,
que precisemos substituir um título por outro, ou por vários. Além disso, pode acontecer, também, de querermos
substituir vários títulos por apenas um. Esses procedimentos podem ser calculados a partir de determinada taxa
de juros, de maneira que o resultado atenda todas às partes envolvidas, isto é, o devedor e o credor. Entretanto,
para tal, precisamos conhecer o conceito de Data Focal.
72
Por Data Focal se entende a data considerada base de comparação dos valores referidos a datas diferentes, ou seja, a
data para a qual serão transportados os valores de entrada e saída de dinheiro, com o intuito de avaliação. Esta também
pode ser nomeada “data de avaliação” ou “data de referência”. Diante do exposto, vamos à Equivalência de Capitais.
Capitais Equivalentes
Dois, ou mais, capitais serão equivalentes se, resgatados em datas distintas e levados para determinada data
focal, à mesma taxa de juros, resultarem em valores iguais.
Consideremos os seguintes capitais cujos valores e respectivas datas de resgate estão a seguir representados:
C
Data Focal
—1 0 1 2 3 4 5
1 — (—1) = 2 3—1=2
4—1=3
5—1=4
Figura 4: Livro: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág.51.
No regime de juros simples, e considerando a taxa de juros i, estes capitais serão equivalentes na data focal 1 se:
C2 C3 C4
C · (1 + i · 2) = = =
1
1+i·2 1+ i·3 1+i·4
Note que não há novas fórmulas:
Quando o capital se referir a uma data anterior à data focal, ele será capitalizado, utilizando a fórmula para
cálculo do montante em juros simples;
Quando o capital se referir a uma data posterior à data focal, ele será atualizado (ou descontado), utilizando a
fórmula para cálculo do valor atual no desconto racional simples (a ser visto mais à frente).
1. (VUNESP — 2021) Um produto à vista custa R$ 31.824,00. Esse produto pode ser parcelado em duas vezes, sendo uma par- cela no ato e a
outra três meses depois. O valor da segunda parcela é igual ao saldo devedor acrescido de 4%. Esse produto foi vendido em duas vezes de
maneira que as duas parcelas tivessem o mesmo valor. O valor de cada parcela foi
a) R$ 15.912,00.
b) R$ 15.972,00.
c) R$ 16.048,00.
d) R$ 16.224,00.
e) R$ 16.548,00.
Note que, embora o enunciado mencione um número de meses decorridos após o primeiro pagamento, não há
nenhuma referência a uma taxa de juros. Não precisamos, portanto, considerar o valor do dinheiro no tempo
além do que o enunciado já nos traz.
Chamando de P o valor de cada parcela, temos que (31.824—P) corresponde ao saldo devedor após o pagamento
da primeira parcela. Como a segunda é igual a essa quantia acrescida de 4%, temos:
MATEMÁTICA
P = 1,04 · (31.824 — P)
FINANCEIRA
P = 33.096,96 — 1,04P
(1 + 1,04) P = 33.096,96
33.096, 96
P=
2, 04
P = 16.224
A diferença fundamental entre o regime de juros simples e o regime de juros compostos se refere à forma de
capitalização dos juros:
Em juros simples, os juros são sempre calculados sobre o capital inicial. Chama-se este regime de capitaliza-
ção simples;
Em juros compostos, os juros são somados ao capital para cálculo do período seguinte. Chama-se este regime
de capitalização composta.
MÊS CAPITAL INICIAL JUROS DO PERÍODO JUROS ACUMULADOS VALOR MONTANTE FINAL
0
R$ 1.000 0,00 0,00 R$ 1.000,00
(início)
R$ 1.000 · 0,10 = R$
1° R$ 1.000 R$ 100,00 R$ 1.100,00
100,00
R$ 1.100 · 0,10 = R$
2° R$ 1.000 R$ 210,00 R$ 1.210,00
110,00
R$ 1.210 · 0,10 = R$
3° R$ 1.000 R$ 331,00 R$ 1.331,00
121,00
R$ 1.331 · 0,10 = R$
4° R$ 1.000 R$ 464,10 R$ 1.464,10
133,10
Concluímos que, ao final dos 4 meses, você deverá ressarcir ao banco o valor de R$ 1.464,10, que é a soma da
dívida inicial (R$ 1.000) e dos juros de R$ 464,10.
No regime de juros compostos, os rendimentos em cada período são somados ao montante anterior para cál-
culo do período seguinte. Assim, os rendimentos crescem, a cada período, em progressão geométrica.
MONTANTE
Para calcular diretamente o valor do montante final (M) devido em uma aplicação do capital inicial (C) por um
determinado prazo (n) a uma determinada taxa de juros (i), basta usar a fórmula:
M = C · (1 + i)n
Na contextualização dada acima, teríamos C = 1.000 reais, n = 4 meses, e i = 10% ao mês. Novamente, observe
que a unidade temporal do prazo (“meses”) é igual a unidade temporal da taxa de juros (“ao mês”), o que nos per-
74 mite aplicar diretamente a fórmula:
M = 1000 · (1 + 10%)4
M = 1000 · (1 + 0,10)4
M = 1000 · (1,10)4
M = 1000 · 1,4641
M = 1.464,10 reais
Muito mais prático. Note que a fórmula para se encontrar o capital a partir do montante é assim deduzida:
M = C · (1 + i)n
M
C= n
(1 + i)
Ou ainda:
1
C=M· n
(1 + i)
Vamos falar um pouquinho sobre o fator (1 + i)n:
Nós chamamos de an = (1 + i)n o fator de acumulação de capital ou de fator de juros compostos ou, ainda,
de fator de capitalização.
Esse fator é importante, pois pode aparecer em sua prova, veja a tabela abaixo com os valores de alguns deles
para facilitar o cálculo.
Temos como a função principal de uma tabela financeira disponibilizar valores numéricos complicados de
serem calculados à mão, uma vez que contas em juros compostos envolvem sempre exponenciação 1. Saber ler
uma tabela é fácil, basta procurarmos pela linha que corresponde ao prazo e que cruza a coluna da respectiva
taxa de juros que queremos. Ali estará o número determinado, ou melhor, o fator.
Note que a primeira célula da tabela no canto superior esquerdo é: n/i.
Ou seja, na primeira coluna à esquerda (1, 2, 3, 4, ..., 18) temos os respectivos períodos n.
Já na primeira linha temos as respectivas taxas em percentual (1%, 2%, ...18%).
Observe a tabela a seguir, com ela podemos obter rapidamente o valor de (1 + 10%) 4. Basta buscarmos na linha
da taxa i = 10% (pois a taxa também é designada pela letra i) e a coluna de n = 4 períodos (que é a quarta linha,
MATEMÁTICA
pois o prazo também é designado pela letra n). Com isso, encontramos o valor 1,464100:
FINANCEIRA
N/I 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,08000 1,09000 1,100000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,102500 1,144900 1,166400 1,188100 1,210000
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,157625 1,225043 1,259712 1,295029 1,331000
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,215506 1,310796 1,360488 1,411581 1,464100
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,276281 1,402552 1,469329 1,538624 1,610510
Dica
Memorize:
1,11 = (1 + 10%)1 = 1,10
1,12 = (1 + 10%)2 = 1,21
1,13 = (1 + 10%)3 = 1,331
1,14 = (1 + 10%)4 = 1,4641
Faça sempre os cálculos à mão, pois você precisa praticar bastante para obter velocidade e confiança. A seguir,
pratique com a resolução das questões.
1 (FGV — 2018) Certa empresa financeira do mundo real cobra juros compostos de 10% ao mês para os empréstimos pessoais.
Gustavo obteve nessa empresa um empréstimo de 6.000 reais para pagamento, incluindo os juros, três meses depois. O valor que
Gustavo deverá pagar na data do vencimento é:
a) 6.600 reais;
b) 7.200 reais;
c) 7.800 reais;
d) 7.986 reais;
e) 8.016 reais.
Aqui foram dados C = 6000 reais, i = 10% a.m. e n = 3 meses. Aplicando a fórmula, temos:
M = C · (1 + i)n
M = 6.000 · (1 +10%)3
M = 6.000 (1,1)3
M = 6.000 · 1,331
M = 7.986 reais
Resposta: Letra D.
2. (FGV — 2022) João contraiu um empréstimo de R$10.000,00 a uma taxa de juros de 2% ao mês sobre o saldo devedor.
Ele pretende pagar R$5.000,00 ao final do primeiro mês e quitar a dívida ao final do segundo mês.
a) R$5.304,00.
b) R$5.352,00.
c) R$5.408,00.
d) R$5.422,00.
e) R$5.452,00.
O empréstimo contraído foi de R$ 10 mil. Ao final do primeiro mês, calculamos 2% sobre o valor do empréstimo,
e teremos o seguinte saldo devedor:
MONTANTE
MONTANTE
MÊS (JUROS
(JUROS SIMPLES)
COMPOSTOS)
0 1000 1000
Pontos principais:
A importância de saber essas comparações reside
no fato de que bancas de concurso costumam cobrar
ao final do primeiro período (1 mês), os valores
questões teóricas sobre matemática financeira, inclu-
devidos nos dois regimes são iguais. Assim, para
sive de assuntos como esta comparação, e não apenas
t = 1, juros simples e compostos geram o mesmo questões de cálculo.
montante; Realize os exercícios a seguir para exercitar seus
já ao final do prazo total, observe que os juros com- conhecimentos.
postos são mais onerosos, com isso, levam a um
montante superior ao dos juros simples. Isto vale 1. (CEBRASPE–CESPE — 2018) Com relação a matemática
desde n = 2, onde tínhamos uma dívida de 1200 financeira, cada um dos itens a seguir apresenta uma situa- ção
no regime simples e 1210 no regime composto. Ou hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada.
MATEMÁTICA
que juros simples; Um capital C foi aplicado, no regime de juros simples, à taxa de
atente-se que para n < 1 (prazos fracionários, como juros i% ao mês, por um período de t meses, em que t > 2. Outro
por exemplo 0,5 mês), juros simples são mais one- capital, de mesmo valor C, foi aplicado, no regime de juros
rosos do que os juros compostos; compostos, também à taxa de i% ao mês, pelo mes- mo período t.
perceba que na coluna de juros simples foi exposto Nesse caso, o montante auferido no regime de juros compostos
apenas o principal da dívida (1000) separado dos é maior que o montante auferido no regime de juros simples.
juros (100, 200, 300). Isto acontece, pois, no regime
simples, os juros são capitalizados (adicionados ao
( ) CERTO ( ) ERRADO 77
capital) somente no fim do prazo;
Como o prazo é maior do que 1 (na verdade ele é A unidade de tempo sobre a qual a taxa de juros
até maior do que 2 períodos), podemos garantir que é definida. Ou seja, não adianta saber apenas que
juros compostos vão gerar um montante maior do a taxa de juros é de “10%”. É preciso saber se essa
que juros simples. Resposta: Certo. taxa é mensal, bimestral, anual etc.;
De quanto em quanto tempo deve haver cálculo de
2. (IDECAN — 2012) Em relação aos conceitos de juros juros e seu valor incorporado no total devido. Trata-se
simples e juros compostos, assinale a alternativa incorreta. do período de capitalização. Por exemplo, se tivermos
juros com capitalização semestral, isso quer dizer que
a) A formação do montante em juros simples é linear. os juros devem ser calculados a cada semestre, e o
b) A formação do montante em juros compostos é valor calculado deve ser acrescido à dívida.
exponencial.
c) Para um mesmo capital, uma mesma taxa e um mes- mo Em regra, a unidade de tempo sobre a qual a
prazo, o montante obtido a juros compostos sem- pre será taxa de juros é definida é a mesma do período de
maior que o montante obtido a juros simples. capitalização. Veja o exemplo:
d) Determinado capital aplicado por 10 meses, à taxa mensal
de juros simples de i%, apresentará o mesmo valor de juros
10% ao mês com capitalização mensal (isto é, cal-
para cada um dos 10 meses.
e) Determinado capital aplicado por 10 meses, à taxa mensal culados a cada mês);
de juros compostos de i%, apresentará valor diferente para 12% ao ano com capitalização anual etc.
os juros de cada um dos 10 meses.
Quando ocorre assim, temos uma taxa de juros efe-
Vamos resolver essa questão analisando cada tiva, ou seja, uma taxa de juros que efetivamente corres-
alternativa: ponde à realidade da operação. Nestes casos normalmente
Letra A: correta. Basta lembrar que a fórmula do é omitida a informação sobre o período de capitalização,
montante do Juros Simples é dada por: diz-se apenas “10% ao mês” ou “12% ao ano”.
Contudo, há a possibilidade também de ter uma taxa
M=C+C·i·n de juros de 10% ao ano com capitalização semestral.
Neste caso, a unidade de tempo sobre a qual a taxa
Observe que, fixando-se o valor do capital e da taxa de juros é definida (ao ano) é diferente do período de
de juros, o montante cresce linearmente com o pra- capitalização (a cada semestre). Com isso, tem-se a cha-
zo. Quando dizemos “varia linearmente” signifi- mada taxa de juros de nominal, pois ela precisará ser
ca que estamos diante de uma função de primeiro “adaptada” para então ser utilizada nos cálculos.
grau, cujo gráfico é uma reta. Quando temos uma taxa de juros nominal, é
Assim, o montante cresce de forma constante, como necessário obter a taxa efetiva para então efetuar
uma reta crescente. É isso que acontece no regime os cálculos devidos. Isto é algo simples, pois basta uma
de juros simples, como vimos em nosso gráfico. simples divisão, de modo a levar a taxa de juros para a
Letra B: correta. Bata lembrar que a fórmula do mesma unidade de tempo da capitalização.
montante no regime composto é dada por:
Taxas Proporcionais
M = C · (1 + i)n
C ia
1 n
(1 + it ) = (1 + ib )
S S
tx efetiva taxa ii ir
trimestral bimestral
Sabemos que: 0 n
1 bimestre tem 2 meses, logo: quantos bimestres
terão 3 meses? Joga na regra de três! Figura 2: Matemática financeira para concurso. PENIDO, E. São
Paulo: Atlas, 2007. Pág. 83.
1 bimestre ··· 2 meses
x ··· 3 meses Veja a fórmula abaixo onde se relaciona o rendi-
mento nominal, ou aparente (ou taxa de juros nomi-
nal/aparente) com a taxa de juros real “r”, de acordo
Logo:
com a taxa de inflação “i”:
2x = 3 ^ + h
1 a = (1 + r)
3
x=
2 bimestres ^1 + ih
Ou ainda, apenas multiplicando cruzado:
Agora, substituindo os valores, vamos obter a taxa
trimestral. Lembre que 125%=125/100=1,25:
(1 + a) = (1 + i) · (1 + r)
Assim:
3 A seguir explicaremos com mais detalhes cada
(1 + it)1 = (1 + 1,25) 2
uma dessas taxas.
3
1 + it = (2,25) 2 Taxa Aparente
3
1 + it = 2 2, 25 Taxa aparente “a” é a taxa de juros total de deter-
1 + it = 3,375 minada operação financeira, tanto a de empréstimo
quanto a de investimento, nas quais não se desconta-
it = 3,375 — 1 ram os efeitos da inflação que tenha ocorrido entre o
it = 2,375 início e o término desta operação. Portanto, trata-se
de “quanto eu ganhei ou paguei”, em termos de taxa
Multiplicando-se um decimal por 100, teremos o seu de juros, sem qualquer desconto ou dedução dos efei-
valor em porcentagem! Então: tos da inflação.
A taxa de inflação “i” representa a perda do valor da moeda, ou seja, a diminuição do seu poder de compra
resultante do aumento médio dos preços das coisas.
Taxa Real
Taxa real “r” é a taxa de juros de determinada operação financeira, tanto de empréstimo quanto de investi-
mento, em que são descontados os efeitos da inflação que ocorreu entre o início e o término desta operação.
Agora, vamos resolver algumas questões de provas anteriores para fixar o conteúdo visto.
1. (FGV — 2018) O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) é um indicador auferido mensalmente pelo IBGE que mede
a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços. Esse índice é utilizado pelo Governo como parâmetro para os
reajustes de salários dos trabalhadores brasileiros.
Se, em determinado ano, o salário mínimo nacional for reajustado (aumentado) em 6,89% e, nesse mesmo período, o INPC for de
5%, então o aumento real do poder de compra do salário mínimo será de:
a) 1,78%;
b) 1,80%;
c) 1,85%;
d) 1,89%;
e) 1,90%.
(1 + a) = (1 + i) · (1 + r)
(1 + 0,0689) = (1 + 0,05) · (1+r)
(1,0689) = (1,05) · (1+r)
1, 0689
(1 + r) =
1, 05
(1 + r) = 1,018
r = 1,018 — 1 = 0,018
r = 1,8%
Resposta: Letra B.
CAPITALIZAÇÃO CONTÍNUA
MONTANT
TAXA NOMINAL TAXA EFETIVA NO DE
CAPITALIZAÇÃO E M = C · (1
(in) (ief) CAPITALIZA
+ IEF )N
ÇÕES (N)
Anual 36% a.a. 36% a.a. 1 ano R$ 1.360,00
MATEMÁTICA
FINANCEIRA
81
A partir destes resultados, podemos chegar a duas conclusões:
o valor do montante aumenta à medida que aumentam as capitalizações com base em uma mesma taxa nominal;
a partir de um determinado número de capitalizações, o aumento do montante passa a ser insignificante (de
dias para horas, no exemplo).
Portanto, podemos inferir que o valor do montante tende para um limite máximo quando o número de capi-
talizações se torna muito grande.
Pode-se demonstrar que, no caso da capitalização contínua, o montante é obtido através da seguinte fórmula:
M = C · ei·n
Onde:
Como a capitalização contínua considera um número de capitalizações tendendo para o infinito, é indiferente,
para um mesmo prazo de aplicação, se dividimos este prazo em dois, três ou mais períodos.
os logaritmos neperianos também são conhecidos como logaritmos naturais (símbolo ln);
o número é irracional e, portanto, sempre será informado como uma aproximação.
1. (FCC — 2015) Um capital de R$ 15.000,00 é aplicado, durante 2 anos, à taxa de 5% ao semestre com capitalização contínua.
Dos valores abaixo, o mais próximo do valor dos juros desta aplicação é
Dados: ln(1,051271) = 0,05; ln(1,105171) = 0,10; ln(1,161834) = 0,15 e ln(1,221403) = 0,20; em que ln é o logaritmo
neperiano, tal que ln(e) = 1.
a) R$ 3.076,00
b) R$ 3.155,00
c) R$ 3.321,00
d) R$ 3.487,00
e) R$ 3.653,00
M = C · ei·n
Onde: e: base dos logaritmos neperianos (e = 2,71828); i = 0,05 = 5%: taxa efetiva (em sua forma unitária); e n = 4: núme-
ro de capitalizações da taxa efetiva.
A taxa está ao semestre, então usamos o período em semestres também. Lembrando que 2 anos = 4 semestres.
M = 15.000 · e0,05·4
M = 15.000 · e0,20
Segundo os dados apresentados no enunciado, iremos utilizar o dado ln (1,221403) = 0,20, pois 0,20 é a potência
do número de Euler (e0,20) pois aqui, precisamos aplicar as propriedades de logaritmo nesse dado para achar o
valor do fator e0,20.
Assim:
ln (1,221403) = 0,20
Aplicando as propriedades de logaritmo* de base (logaritmo neperiano) na equação acima, pois sempre que
usamos ln é porque a base do nosso logaritmo é o número . Temos que:
e0,20 = 1,221403
Finalmente! Para calcular o mais próximo do valor dos juros, fazemos a subtração:
J=M—C
J = 18.321,045 — 15.000 = 3.321,05
Resposta: Letra C.
CAPITAIS EQUIVALENTES
Dois capitais são equivalentes quando, avaliados na mesma data focal, apresentam valores atuais ou montantes
iguais. Note que este conceito é aplicável tanto no caso do regime simples, quanto no regime composto.
Entretanto, no regime composto você pode escolher a data focal que quiser, pois o juro composto sempre guar-
dará correspondência com o desconto racional composto. Não importa a data escolhida. No regime simples, você
precisa adotar a data focal estabelecida pelo enunciado.
No regime de juros compostos e considerando a taxa de juros i, estes capitais serão equivalentes na data focal “1” se:
C2 C3 C4
C1 · (1 +i)2 = 2 + 3 = 4 +
(1 + i) (1 + i) (1 + i)
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS EM JUROS COMPOSTOS
C4
C2 C3
DATA
C1 FOCAL
—1 0 1 2 3 4 5
1 — (—1) = 2 3—1=2
4—1=3
5—1=4
Figura 3: Matemática financeira para concurso. PENIDO, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 111.
quando o capital se referir a uma data anterior à data focal, ele será capitalizado, utilizando a fórmula para
cálculo do montante em juros compostos;
quando o capital se referir a uma data posterior à data focal, ele será atualizado (ou descontado), utilizando a
fórmula para cálculo do valor atual no desconto racional composto
No regime de juros compostos, uma vez verificada a equivalência para uma determinada data focal, ela per-
manecerá válida para qualquer outra data focal. Em outras palavras, a comparação de capitais em juros compos-
tos não depende da data focal considerada.
Para calcular a equivalência de capitais, você pode seguir a seguinte ordem:
1. (FGV — 2021) Jonas pediu um empréstimo de R$ 5000,00 em uma corretora, com juros de 2% ao mês e pagamento em duas partes
(não necessariamente iguais), em 30 e 60 dias do empréstimo. Ao fim de 30 dias, Jonas pagou R$ 2800,00 e, 30 dias depois, pagou o
MATEMÁTICA
O valor da segunda parcela que Jonas pagou para liquidar o empréstimo foi:
a) R$ 2300,00;
b) R$ 2346,00;
c) R$ 2400,00;
d) R$ 2402,00;
e) R$ 2600,00.
83
Utilizando o conceito de equivalência de capitais, que- VALOR ATUAL (A)
remos que o valor presente de R$ 5.000,00 seja equi-
valente à soma da primeira parcela antecipada em O Valor Atual, por sua vez, também chamado de
30 dias (1 período) com a segunda parcela, de valor x, Valor Descontado ou Valor Presente, é o valor que o
antecipada em 60 dias (2 períodos). Utilizando a taxa titular do direito receberá, antecipadamente, depois
de 2% ao mês, a equação que precisamos resolver é: de efetuar o desconto. Para calcular o Valor Atual do
título, iremos utilizar a seguinte expressão:
2.800 X
5.000 = 1 + 2
(1 + 0, 02) (1 + 0, 02) A = N (1 – i ∙ n)
Desenvolvendo as contas dentro dos parêntesis,
temos: Podemos dizer, então, que o desconto (D) é a dife-
rença entre o Valor Nominal e o Valor Atual.
2.800 + X
5.000 = 1 2 D=N−A
1, 02 (1, 02)
Multiplicando os dois lados da igualdade pelo valor TAXA EFETIVA (IE)
(1,02)2, para eliminar esse denominador na equa-
ção, e fazendo os devidos ajustes. Podemos determinar a Taxa Efetiva através da
2.800 2 X 2
seguinte fórmula:
5.000 · (1,02)2 = · (1, 02) + · (1, 02)
1 2
1, 02 (1, 02) i =i /1–i ·n
e c c
Em que,
5.202 = 2.800 · 1,02 + X ie = Taxa Efetiva
X = 5.202 — 2.856 = 2346 ic = Taxa do Desconto Comercial Simples
n = Prazo do Desconto
Portanto, a segunda parcela foi de R$ 2.346,00
Resposta: Letra B. Por fim, tenha atenção aos seguintes termos, pois
eles são utilizados nas operações financeiras e aparece-
rão, muito provavelmente, nas provas:
2. (NOVA CONCURSOS — 2022) Camila possui uma dívida no valor nominal de R$ 1200 que pretende quitar pelo menos 2 meses
antes do vencimento; e possui uma outra, no valor nominal de R$ 2.000, com pretensão de quitar 4 meses antes do vencimento.
Considerando que seja utilizado o desconto comercial simples de 10% ao mês nas duas operações, verifique o item a
seguir:
O valor a ser pago por Camila para quitar a dívida de R$ 2.000, com desconto, será inferior a R$ 1050.
CERTO ( ) ( ) ERRADO
3. (NOVA CONCURSOS — 2022) Considere a operação de crédito contratada à uma taxa nominal de 21% ao ano, com
capitalização quadrimestral. A taxa efetiva anual desse financiamento é, hipoteticamente:
a) inferior a 15%.
b) superior a 15% e inferior a 17%.
c) superior a 17% e inferior a 19%.
d) superior a 19% e inferior a 21%.
e) superior a 21%.
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
MATEMÁTICA
SISTEMA PRICE (MÉTODO DAS PRESTAÇÕES CONSTANTES) E SISTEMA SAC (MÉTODO DAS
FINANCEIRA
AMORTIZAÇÕES CONSTANTES)
Ao financiar o sonho da casa própria, tem-se que escolher um sistema de pagamento. Para isso, existem as
seguintes opções: Tabela Price ou SAC. Aqui, discutiremos um pouco a respeito de tais sistemas, para entender-
mos o que de fato eles são, se há alguma diferença, vantagem e/ou desvantagem entre eles e, também, se um deles
é mais barato/acessível que o outro.
Esses sistemas, basicamente, são formas de amortização e financiamento a longo prazo, acertadas ao banco ou à
construtora, durante o financiamento da compra de um imóvel: a Tabela Price (Sistema Francês de Amortização) e o
SAC (Sistema de Amortização Constante). Ambos, segundo José Mansini planejador financeiro pela Planejar: 85
[...] são dois cálculos distintos que determinam de Vantagens da tabela Price:
que forma o comprador do imóvel irá pagar [amor-
tizar] o empréstimo que ele fez para este fim. Nestes oscilações econômicas afetam menos a parcela,
dois sistemas, será definido o valor da parcela men- uma vez que a taxa é fixa;
sal a ser paga2. parcelas menores no começo do período;
para quem não possui muito dinheiro guardado, o
Diferenças entre Tabela Price e SAC fato de proporcionar prazos maiores para o paga-
mento do financiamento torna essa opção perfeita.
Há várias diferenças entre esses dois sistemas de amor-
tização, mas a que mais se destaca diz respeito à forma e à Desvantagens da tabela Price:
rapidez de amortização (diminuição gradativa da dívida).
Tal distinção afeta desde o valor das parcelas até é um sistema indicado para indivíduos com
a quantidade total de juros. No sistema SAC, tem-se, fonte de renda mais estável e, também, para
inicialmente, prestações com valores mais altos e que financiamentos de automóveis;
ficam menores no final, pois (como dito anteriormen- embora as parcelas sejam fixas, o prazo mais
te) há amortização mensal do valor financiado. Ou
longo pode ocasionar riscos ao comprador se
seja, da primeira parcela até a última, o valor vai cain-
ele não tiver em mãos o valor para a finalização
do, porque há uma diminuição progressiva dos juros.
do pagamento;
Na Tabela Price, no entanto, as parcelas começam
o saldo devedor é anulado de maneira mais
mais baixas, mas são estáticas, ou seja, não sofrem
lenta, ocasionando na demora para efetuar a
alteração durante todo o período de financiamento.
amortização.
Vantagens Oferecidas pela Tabela Price E Pelo Sac
Para melhor ilustrar esse comparativo entre as van-
tagens oferecidas por cada um dos Sistemas (SAC e Pri-
A escolha é sempre do comprador. Ou seja, cabe,
ce), veja o quadro abaixo, no qual está representado um
a ele, optar pela forma de pagamento que mais se
financiamento de R$ 200 mil, parcelado em 20 anos, com
adequa a sua realidade financeira A escolha, nota- juros de 7% ao ano e correção pela TR. Perceba que a
damente, deve levar em consideração o fator de cor- prestação do SAC começa a R$ 439 mais cara, mas o valor
reção (TR — Taxa Referencial — ou IPCA — Índice total pago no final é quase R$ 30 mil mais baixo:
de Preços ao Consumidor Amplo) que julgar mais
econômico no momento da assinatura do contrato do
financiamento. — SAC PRICE
Contudo, é válido ressaltar que, quando se neces-
Parcela inicial R$ 1.964,16 R$ 1.524,89
sita de financiamento, optar por um prazo mais curto,
se possível, é sempre o melhor a se fazer. Isso, porque Parcela final R$ 838,05 R$ 1.524,89
em financiamentos imobiliários, paga-se juros sobre
o saldo devedor. Logo, quanto mais amortização hou- Total pago R$ 336.264,90 R$ 365.973,34
ver, menos gastos com juros terá o comprador.
Pensando nisso, o sistema SAC (Sistema de Amorti- OUTRA FORMA DE CORREÇÃO POSSÍVEL DAS
zação Constante) pode ser mais vantajoso que a Tabe- PRESTAÇÕES DE UM FINANCIAMENTO
la Price, porque representa uma economia de cerca de
10%, em média. A Tabela Price possui, como vantagem, A Caixa Econômica Federal divulgou, em agosto
sua parcela inicial, que, normalmente, é bem menor. No de 2019, uma nova linha de crédito para aquisição de
entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem maiores casa própria, que possui juros entre 2,95% e 4,95% ao
no começo, há uma amortização maior da dívida, que ano, mais a inflação do país, medida pelo IPCA. Dispo-
leva a uma economia significativa no final. nível somente para contratos novos, esse novo mode-
lo pode ser usado para financiar até 80% do valor de
Vantagens da tabela SAC: imóveis novos e usados, com prazo de até 360 meses.
1. (NOVA CONCURSOS — 2022) Um valor que foi toma- O Sistema SAC, ou também conhecimento como
do como empréstimo deverá ser pago pelo sistema SAC em Sistema de Amortização Constante, é um método
7 parcelas mensais com juros de 2% ao mês. Suponhamos usado onde a principal característica é apresentar
que a terceira parcela do financiamento deste empréstimo amortizações constantes, prestações decrescentes e
seja R$ 31.150,00. O valor total do empréstimo em reais, juros decrescentes.
será de aproximadamente: Resposta: Letra A.
a) 120.525,00
b) 144.000,00
c)
d)
168.350,00
182.800,00
HORA DE PRATICAR!
e) 198.227,00 1. (CESGRANRIO — 2023) No primeiro dia de agosto,
foram registradas 180 reclamações em um órgão de defesa
No Sistema de Amortização Constante (SAC), as do consumidor. No segundo dia, foram regis- tradas 184
prestações decrescentes e os juros decrescentes. reclamações.
Vamos aplicar a seguinte fórmula:
P = Am · [1 + (n - t + 1) i ] Supondo-se que há reclamações todos os dias e que cada
P = Prestação / Am = Amortização / n = período total dia tenha 4 reclamações a mais do que o dia anterior,
/ t = período decorrido / i = taxa durante todos os 31 dias do mês de agosto, o total de
P = 31.150 reclamações registradas será igual a:
n=7
t=3 a) 7.108
i = 0,02 b) 7.440
Am = ? c) 7.860
31.150 = Am · [1 + (7 - 3 + 1) ·0,02] d) 8.184
31.150 = Am · [1 + 5 · 0,02] e) 8.880
31.150 = Am · [1 + 0,1]
31.150 = Am · 1,1 2. (CESGRANRIO — 2021) Preocupado com sua saúde, um
Am = 31.150 ÷ 1,1 professor decidiu começar a correr. O profissional que o
Am = 28318,18 orientou estabeleceu como meta correr 5 km por dia. Entre- tanto,
Como as amortizações são constantes, basta multi- como o professor está fora de forma, terá de seguir um programa
plicar o valor pelo total de parcelas: de treinamento gradual. Nas duas primeiras semanas, ele correrá,
28318,18 · 7 = 198.227 diariamente, 1 km e caminhará 4 km; na terceira e na quarta
Resposta: Letra E. semanas, correrá 1,5 km e caminha- rá 3,5 km por dia. A cada
duas semanas, o programa será alterado, de modo a reduzir a
distância diária caminhada em 0,5 km e a aumentar a corrida
2. (NOVA CONCURSOS — 2022) Uma empresa dispo-
em 0,5 km.
nibilizou um empréstimo de financiamento imobi- liário ao
MATEMÁTICA
Considerando-se um mês com 30 dias, o valor total pago, 7. (CESGRANRIO — 2023) Uma empresa tomou um
em reais, pelas duas duplicatas, será igual a, empréstimo de R$ 50.000,00 em janeiro de 2022, a uma taxa
de juros compostos de 5% ao mês. Para amorti- zar parte da
a) 45.675,00 dívida, a empresa pagou R$ 30.000,00 em março de 2022, e
b) 45.825,00 R$ 20.000,00 em abril de 2022.
c) 45.900,00
d) 46.500,00 No que se refere a esse empréstimo, o valor, em R$, do saldo
e) 46.800,00 devedor dessa empresa, em maio de 2022, era,
aproximadamente,
4. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente pagou, via inter- net
banking, quatro duplicatas vencidas com exata- mente 12 a) 3.625,00
dias de atraso, cujos valores de face são de R$4.200,00; b) 3.806,00
R$3.800,00; R$2.600,00 e R$7.400,00. c) 6.381,00
Nesse caso, para pagamentos até 30 dias após o ven- d) 6.700,00
cimento, são cobrados juros simples à taxa de 6% ao mês, e) 7.201,00
mais uma multa de 2% sobre o valor de face de cada
duplicata. 8. (CESGRANRIO — 2023) O valor de uma criptomoeda Z
passou de R$ 15.000,00 para R$ 21.000,00 no pri- meiro
Considerando-se o mês comercial (30 dias), o valor total bimestre de 2021. A taxa de juros bimestral, proporcionada
pago, em reais, por essas quatro duplicatas ven- cidas foi de: por esse criptoativo nesse 1o bimestre, manteve-se a mesma
ao longo do ano de 2021, sem- pre na comparação com o
a) 18.432,00 bimestre anterior, ou seja, no regime de juros compostos.
b) 18.792,00 Além disso, o valor do criptoativo no final de um bimestre
c) 18.872,00 era igual ao valor do mesmo criptoativo no início do
d) 18.912,00 bimestre seguinte.
e) 18.982,00
Considerando-se as condições apresentadas, o valor, em
5. (CESGRANRIO — 2023) Um investidor planeja ter um reais, de uma Z, ao final do 4o bimestre de 2021, era de,
montante superior a 600 mil reais e, para isso, aplicou uma aproximadamente,
única quantia de 200 mil reais, em janeiro de 2023, a uma taxa
fixa de 12% ao ano, no regime de juros compos- tos, conforme a) 57.600,00
orientação do consultor financeiro indica- do pelo gerente do b) 59.400,00
banco. Supondo-se que ele não faça mais nenhum aporte no c) 61.600,00
investimento, o número mínimo de anos, para ser atingida a d) 80.700,00
meta, por meio, exclusiva- mente, desse investimento, é e) 82.400,00
igual a
9. (CESGRANRIO — 2021) Para ampliar o capital de giro
Dado: de um novo negócio, um microempreendedor tomou um
log 1,12 = 0,049; empréstimo no valor de R$20.000,00, em janeiro de 2021, a
log 3 = 0,477 uma taxa de juros de 5% ao mês, no regime de juros
compostos. Exatamente dois meses depois, em março de
a) 8 2021, pagou 60% do valor do emprés- timo, ou seja, dos
b) 10 R$20.000,00, e liquidou tudo o que devia desse empréstimo
c) 12 em abril de 2021.
d) 14
e) 17 A quantia paga, em abril de 2021, que liquidou a referi- da
dívida, em reais, foi de
6. (CESGRANRIO — 2023) Um cliente tem duas opções
para investir R$ 100.000,00 em um prazo de 2 anos. A a) 11.352,50
primeira opção oferece um retorno de 12% ao ano no b) 11.152,50
regime de juros compostos, mas há cobrança de 15% de c) 10.552,50
imposto sobre os juros proporcionados pelo inves- timento. d) 10.452,50
Já a segunda opção oferece um retorno de 10% ao ano no e) 10.152,50
regime de juros compostos, mas sem qualquer cobrança de
imposto. 10. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa tem uma dívida no
88 valor de R$2.000,00, vencendo no dia de hoje. Com
dificuldade de quitá-la, pediu o adiamento do paga- mento
para daqui a 3 meses.
Considerando-se uma taxa de juros compostos de 2% a.m., 14. (CESGRANRIO — 2023) Um empréstimo de R$ 24.000,00
qual é o valor equivalente, aproximadamente, que o gerente deverá ser pago de acordo com o Sistema de Amortiza- ção
do banco propôs que ela pagasse, em reais? Constante (SAC) em 6 parcelas mensais.
Dado: 12 C
13 B
1,056 = 1,34;
1,0324 = 2,03 14 C
a) 35,6 15 C
b) 37,8 16 D
c) 39,6
d) 40,8 17 A
e) 42,8
18 A
19. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente de um banco está 19 A
tentando simular o valor de financiamento imobiliário que
pode conseguir para adquirir uma casa. Fazendo seu 20 E
orçamento, estabeleceu que poderia pagar uma prestação
inicial (1º mês) de R$2.669,33.
a) 120.000,00
b) 146.933,00
c) 160.159,80
d) 266.933,00
e) 413.866,00
a) 10.200,00
b) 10.240,00
c) 10.460,08
d) 11.124,12
e) 11.347,15
GABARITO
1 B
2 C
3 E
4 B
5 B
6 A
90
várias vezes ao longo da História brasileira. A modifi-
cação de uma moeda nacional é, em qualquer circuns-
tância, algo que causa muitas mudanças, mas no caso
da mudança para a atual moeda (real), essa transfor-
mação foi grandiosa.
CONHECIMENTOS Em uma época em que a inflação era um grande
terror para economia brasileira, essa mudança, cha-
BANCÁRIOS mada de plano real, conseguiu frear a inflação e nor-
malizar os preços do comércio interno. Isso, seguido
de uma valorização da moeda nacional, resultou em
uma recuperação rápida da economia brasileira.
Quem manuseia dinheiro todos os dias, paga suas
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL contas, recebe seu salário, nem pensa no grande siste-
ma que há por trás dessas operações. Na verdade, os
Uma das engrenagens mais importantes, se não a salários são do valor que são para que a atual quanti-
mais importante, para que o mundo seja do jeito que dade de dinheiro circule no país, para que a economia
é, o dinheiro. Ele compra carros, casas, roupas, título brasileira seja como é. Assim, o Sistema Financeiro
e, segundo alguns, só não compra a felicidade. Sen- Nacional toma decisões todos os dias que são refleti-
do o dinheiro carregado com toda essa importância, das na nossa realidade.
cada país, estado e cidade organiza-se de forma a ter O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de
seu próprio modo de ganhar dinheiro. Essa organi- instituições, órgãos e afins que controlam, fiscalizam
zação, aliás, é formada de um jeito em que a maior e fazem as medidas que dizem respeito à circulação
quantidade possível de dinheiro possa ser adquirida. da moeda e de crédito dentro do país. O Brasil, em
sua Constituição Federal de 1988, em seu art. 192, cita
Há muito tempo, o mundo funciona dessa forma. Por
qual o intuito do sistema financeiro nacional: o Siste-
isso, todos os países já conhecem muitos caminhos e ma Financeiro Nacional, estruturado de forma a pro-
atalhos para que sua organização seja elaborada para mover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir
seu benefício. aos interesses da coletividade, em todas as partes que o
Essa organização que busca o maior número possí- compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será
vel de riquezas é definida por uma série de importan- regulado por leis complementares que disporão, inclu-
tes órgãos do estado. No Brasil, esse órgão formador sive, sobre a participação do capital estrangeiro nas
da estratégia econômica do país é chamado de Sis- instituições que o integram.
tema Financeiro Nacional. Ele tem, basicamente, a O Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em
função de controlar todas as instituições que são liga- duas partes distintas: subsistema normativo e sub-
das às atividades econômicas dentro do país, e mui- sistema operativo ou operador. O de normas res-
tas outras funções. Tem também muitos componentes ponsabiliza-se por fazer regras para que se definam
que o formam. parâmetros para transferência de recursos entre uma
Existem grupos dentro do grupo do Sistema Finan- parte e outra, além de supervisionar o funciona-
ceiro Nacional. O mais importante dentro desse siste- mento de instituições que façam atividade de inter-
mediação monetária. Já o subsistema operativo ou
ma é o Conselho Monetário Nacional. Esse conselho
operador torna possível que as regras de transferên-
é essencial por tomar as decisões mais importantes cia de recursos, definidas pelo subsistema de supervi-
para a que o país funcione de forma eficiente e eficaz. são, sejam possíveis.
O Conselho Monetário Nacional tem sob seu O subsistema normativo é formado por: Conselho
comando muitos integrantes que são importantes, Monetário Nacional, Conselho de Recursos do Sis-
cada um na sua função. No entanto, o mais importan- tema Financeiro Nacional, Banco Central do Brasil,
te desses membros é o Banco Central do Brasil. Comissão de Valores Mobiliários, Conselho Nacional
O Banco Central do Brasil é o responsável pela de Seguros Privados, Superintendência de Seguros Pri-
emissão de papel-moeda e de moeda metálica, dinhei- vados, Conselho Nacional da Previdência Complemen-
ro que circula no país. Ele exerce, junto ao Conselho tar e Superintendência da Previdência Complementar.
Monetário Nacional, um trabalho de fiscalização nas O outro subsistema, o operativo ou operador, é
instituições financeiras do país. Além disso, tem diver- composto por: Instituições Financeiras Bancárias, Sis-
sas utilidades, como realizar operações de emprés- tema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema de
timos e cobrança de créditos junto às instituições Pagamentos, Instituições Financeiras Não Bancárias,
financeiras. O Banco Central é considerado o banco Agentes Especiais, Sistema de Distribuição de TVM. As
mais importante do Brasil, acima de todos os outros, partes integrantes do subsistema operativo, citadas
uma espécie de “Banco dos Bancos”. acima, são grupo que compreendem instituições que
O Sistema Financeiro Nacional, então, é uma for- são facilmente achadas em nosso dia a dia. As Institui-
ma de várias entidades se organizarem de modo a ções Financeiras Bancárias, por exemplo, representam
CONHECIMENTOS
manter a máquina do governo funcionando. Sua utili- as Caixas Econômicas, Bancos Comerciais, Cooperati-
dade é o acompanhamento e também a coordenação vas de Crédito e Bancos Cooperativos. As instituições
de todas as atividades financeiras que acontecem no Financeiras Não Bancárias são, por exemplo, Socieda-
BANCÁRIOS
Art. 17 Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas
públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação
de recursos fiwawceiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de
propriedade de terceiros.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pes-
soas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.
Art. 18 As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização do
Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.
Basicamente, uma instituição financeira tem como objetivo a intermediação dos recursos de clientes que tem
dinheiro sobrando (agentes superavitários), para os clientes que precisam de dinheiro (agentes deficitários). Ou
seja, pega-se de quem tem sobrando e empresta-se à quem está precisando.
Entretanto, quando a instituição busca captar dinheiro, ela oferece aos clientes uma recompensa para que eles
aceitem assumir os riscos de emprestar dinheiro, essa recompensa nós chamamos de remuneração por aplicação,
e esta operação, para a instituição, é uma operação passiva.
Já quando o cliente necessita de dinheiro, a instituição financeira busca emprestar o dinheiro captado, mas
cobra do cliente uma taxa de juros, que nada mais é do que o preço do dinheiro emprestado, mais o seu lucro. Esta
92 operação, para a instituição financeira, é chamada ativa.
Estas atividades realizadas pelas Instituições Fi- Taxa de Juros do Mercado x Taxa Selic
nanceiras levam ao desenvolvimento dos produtos
financeiros ou bancários, que estudaremos mais à A taxa de juros chamada Selic, que é a taxa que
frente. remunera os títulos públicos e que falaremos bastante
ainda no decorrer da matéria, serve como balizadora
FORMAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS das taxas de juros cobradas pelos bancos, ou seja, se a
taxa de juros Selic subir, as taxas de juros dos bancos
Muitas pessoas se perguntam: como um banco sobem também, e vice-versa.
determina uma taxa de juros? Tem-se, portanto, a formação das taxas de juros,
Para estabelecer uma taxa de juros, os bancos onde os bancos levam em consideração:
seguem o mesmo raciocínio de um vendedor de qual-
quer produto ou serviço. Para estabelecer esta taxa custos administrativos (salários, inadimplência,
o banco busca saber a quantidade de demanda pelo indenizações etc.;
produto financeiro, bem como os custos para vendê-lo custo da captação (pago aos poupadores);
e a sua margem de lucro. tendência da taxa Selic (determinada pelo governo).
Para se construir esta taxa os bancos levam em
consideração: Desta forma, temos a taxa de juros de uma institui-
ção financeira, que será cobrada em muitas operações
custo da captação do dinheiro (valor que irá ser de crédito.
pago ao cliente que deposita os recursos no banco); Mais à frente entenderemos como o governo deter-
custos administrativos do banco como: salários, mina esta taxa Selic e como ela influencia de forma
impostos, água, luz, telefone, despesas judiciais etc.; abrangente a formação das taxas de juros.
custos com recolhimento compulsório, pois os
valores que ficam retidos no banco central, mes- PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
OFICIAIS FEDERAIS
mo sendo remunerados, não tem o mesmo ganho
que teriam se estivessem sendo emprestados aos
Caixas Econômicas
clientes;
inadimplência do produto, uma vez que quanto A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está
maior for a inadimplência, maior será o risco de regulada pelo Decreto-Lei n° 759, de 12 de agosto de
prejuízo, e este prejuízo é repassado aos clientes 1969, como empresa pública vinculada ao Ministé-
com aumentos de taxas e tarifas; rio da Economia. Trata-se de instituição assemelha-
margem de lucro desejada. da aos bancos comerciais, podendo capta depósitos
à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação
Quando os bancos avaliam as taxas de juros cobra-
de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é
das, levam em consideração uma equação matemáti- que ela prioriza a concessão de empréstimos e finan-
ca simples: Receita de Crédito – Custo da Captação. ciamentos a programas e projetos nas áreas de assis-
Esta equação mostra o lucro bruto da liberação dos tência social, saúde, educação, trabalho, transportes
créditos, uma vez que apenas deduziu o custo da cap- urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao
tação, e como vimos ali em cima, este não é o único consumidor, financiando bens de consumo durá-
custo que o banco possui. veis, emprestar sob garantia de penhor industrial
O resultado desta equação chama-se spread. Este e caução de títulos, bem como tem o monopólio do
termo nada mais é do que a diferença entre a receita empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob con-
das taxas de juros que o banco recebe, e as despesas signação e tem o monopólio da venda de bilhetes de
que o banco tem para captar os recursos que serão loteria federal. Além de centralizar o recolhimento
emprestados. e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inte-
gra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
Juro pago ao Juro pago pelo banco (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
SPREAD
banco por seus a seus credores
BANCÁRIO
devedores
Banco do Brasil S/A
possui é o custo de captação, o que não é verdade! Tem algumas funções atípicas, pois ainda é um
O spread bancário funciona como um lucro bru- to, grande parceiro do Governo Federal, são elas:
do qual ainda serão deduzidas as despesas
administrativas, as provisões de devedores duvi- dosos Executar e administrar os serviços da câmara de
(inadimplência) e despesas gerais, fican- do o que compensação de cheques e outros papéis;
Efetuar os pagamentos e suprimentos necessários
sobrar depois destas deduções o real lucro do banco.
à execução do Orçamento Geral da União;
Aquisição e financiamento dos estoques de produ-
ção exportável; 93
Agenciamento dos pagamentos e recebimentos crédito contingenciado, conforme parâmetros defi-
fora do País; nidos pelo CMN, e o restante são os recursos livres
Operador dos fundos setoriais, como Pesca e para aplicações, pelo banco.
Reflorestamento; A movimentação das contas correntes, cujos recur-
Captação de depósitos de poupança, com direcio- sos são de livre movimentação pelos seus titulares,
namento para o crédito rural, e operacionalização são movimentadas por meio de depósitos, cheques,
do FCO – Fundo Constitucional do Centro-Oeste; ordens de pagamento, documentos de créditos (DOC),
Execução dos preços mínimos dos produtos transferências eletrônicas disponíveis (TED) e outros.
agropastoris; A abertura e movimentação de contas correntes
Execução dos serviços da dívida pública consolidada; são normatizadas pelo CMN, por meio das Resoluções
Realizar, por conta própria, operações de compra n° 2.025 e 2.747 e dispositivos complementares.
e venda de moeda estrangeira e, por conta do De regra todo depósito é feito no Caixa do Banco,
BACEN, nas condições estabelecidas pelo CMN; que recebe o dinheiro e autentica a ficha de depósito,
Arrecadação dos tributos e rendas federais, a que vale como prova de que foi feito o depósito e que
critério do Tesouro Nacional; o cliente entregou tal dinheiro ao Banco.
Executor dos serviços bancários para o Gover- As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo
no Federal, e suas autarquias, bem como de todo cliente ou por funcionário do Banco, constando, espe-
os Ministérios e órgãos acessórios. cificamente, os valores em cheque e em dinheiro, sen-
do que uma das vias da ficha será entregue ao cliente
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento e a outra será o documento contábil do caixa.
Econômico e Social O depósito tanto pode ser feito em dinheiro cor-
rente, como em cheques, que serão resgatados pelo
Criado em 1952 como autarquia federal, foi enqua- Banco depositário junto ao serviço de compensação
drado como uma empresa pública federal, com de cheques, ou pelo serviço de cobrança.
personalidade jurídica de direito privado e patri- Os depósitos em dinheiro produzem o imediato
mônio próprio, pela Lei n° 5.662, de 21 de junho de crédito na conta corrente em que foi depositado, mas
1971. O BNDES é uma Empresa Pública vinculada ao os depósitos em cheque só terão o crédito liberado
Ministério da Economia e tem como objetivo: após seu resgate.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO
Apoiar empreendimentos que contribuam para o
desenvolvimento do país. É importante mencionar que o depósito à vista é
uma das principais formas que as Instituições Finan-
Suas linhas de apoio contemplam financiamentos ceiras têm de criar moeda escritural, ou seja, moedas
de longo prazo e custos competitivos, para o desen- que são dados em um computador, que não existem
volvimento de projetos de investimentos e para materialmente. Logo, só os captadores de depósito à
a comercialização de máquinas e equipamentos vista criam moeda escritural.
novos, fabricados no país, bem como para o incre-
mento das exportações brasileiras. Contribui, tam- Depósito a prazo ou depósito a prazo fixo:
bém, para o fortalecimento da estrutura de capital das
empresas privadas e desenvolvimento do mercado de São depósitos em que o cliente dá ao banco um
capitais. A BNDESPAR, subsidiária integral, investe prazo para sacar o dinheiro, ou seja, o cliente não
em empresas nacionais através da subscrição de ações poderá sacar sem prévio aviso ao banco. Com isso, o
e debêntures conversíveis. O BNDES considera ser de banco fica mais seguro para emprestar esse dinheiro
fundamental importância, na execução de sua política captado, portanto, paga uma remuneração, em forma
de apoio, a observância de princípios ético-ambientais de taxa de juros, pelo prazo que o dinheiro permane-
e assume o compromisso com os princípios do desen- cer aplicado.
volvimento sustentável. As linhas de apoio financeiro Com esses valores o banco empresta-os para os
e os programas do BNDES atendem às necessidades deficitários e nesta ponta realiza uma operação ativa,
de investimentos das empresas de qualquer porte pois está em posição superior, uma vez que o cliente
e setor, estabelecidas no país. A parceria com ins- agora deverá devolver o dinheiro ao banco.
tituições financeiras, com agências estabelecidas em
todo o país, permite a disseminação do crédito, pos-
sibilitando um maior acesso aos recursos do BNDES.
Importante
Operações Passivas de uma Instituição Financeira Se sua prova pedir para você definir se tal opera- ção é
ativa ou passiva, atente para um referencial que a
Depósitos à vista ou depósitos em conta corren- questão estiver indicando, caso contrário, poderá se
te ou depósitos a Custo Zero: confundir. Nosso referencial acima foi o BANCO.
Na modalidade pós-fixada, há uma sub modalidade chamada flutuante, esta modalidade permite que a remu-
neração varie todo dia, ou seja, o cliente será remunerado por período que deixar o dinheiro aplicado. Neste caso
dizemos que o CDB possui liquidez diária, pois após o primeiro dia de aplicação já é possível resgatar os valores
obtendo juros proporcionais ao período aplicado. O RDB – Recibo de Depósito Bancário é materializado quando
o cliente faz uma entrega de dinheiro a uma Instituição Financeira, mas esta não pode emitir um certificado, pois
não capta em contas correntes. A instituição, então, emite apenas um recibo, um simples recibo, que diz: “este
cliente deixou comigo um valor e eu remunerarei por uma taxa de juros”, geralmente, também, o CDI.
O problema deste papel é que, por não ser um certificado, e sim apenas um recibo, não pode ser passado
para frente, ou seja, não pode ser endossado. As instituições são as Sociedades de Crédito e as Cooperativas de
Crédito, pois só podem captar depósito a prazo sem emissão de certificado, ou seja, apenas RDB. O RDB possui
duas modalidades: Pré-fixado e Pós-fixado, entretanto o RDB não possui liquidez diária, visto que não pode ser
resgatado, sob hipótese alguma, enquanto não acabar o prazo acordado com a instituição financeira.
Caderneta de Poupança
As instituições financeiras captadoras de poupança são geralmente as que aplicam em financiamentos habi-
tacionais, ou seja, pegam o valor arrecadado na poupança e emprestam boa parte do valor em financiamentos
habitacionais. Existem, no entanto, as poupanças rurais que são captadas pelos bancos comerciais, para emprés-
timos no setor rural.
As instituições que captam poupança no País são: Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI), Associações de Pou-
pança e Empréstimo (APE) e a Caixa Econômica Federal (CEF), além de outras instituições que queiram captar,
mas deverão assumir o compromisso de emprestar parte dos recursos em financiamentos habitacionais.
A caderneta de poupança constitui um instrumento de aplicação de recursos muito antigo, que visa, entre
outras coisas, a aplicação com uma rentabilidade razoável para o cliente. Esta rentabilidade é composta por duas
parcelas sendo uma básica e a outra variável. A parcela básica chamamos de TR ou Taxa de referência, que nada
mais é do que a média das Letras do Tesouro Nacional (tipo de título público federal pré-fixado) negociadas no
mercado secundário e registradas na Selic. Já a parcela Variável é a remuneração adicional, que pode ser de 0,5%
ao mês, aproximadamente 6,17% ao ano; ou 70% da Meta da taxa Selic.
CONHECIMENTOS
BANCÁRIOS
Para que você possua direito à rentabilidade da poupança, existem algumas regrinhas que você deve obede-
cer, conforme a Lei n° 8.177, de 1991, que é a lei que determinar remuneração da poupança e suas regras.
1ª A remuneração será calculada sobre o menor saldo apresentado em cada período de rendimento. Mas o que
é um período de rendimento?
95
I - para os depósitos de pessoas físicas e entida- Bancos Comerciais
det tem fiwt lucrativot, o período de rendimento
é o mês corrido, a partir da data de aniversário Os bancos comerciais são instituições financeiras
da conta de depósito de poupança; privadas ou públicas que têm como objetivo princi-
II - para os demais depósitos, o período de ren- pal proporcionar suprimento de recursos necessários
dimento é o trimestre corrido a partir da data para financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a
de aniversário da conta de depósito de poupança. indústria, as empresas prestadoras de serviços, as
pessoas físicas e terceiros em geral. Deve ser cons-
E essa tal data de aniversário? O que é? tituído sob a forma de sociedade anônima e na sua
denominação social deve constar a expressão “Ban-
A data de aniversário da conta de depósito de co”, vedado à palavra Central (Resolução CMN 2.099,
poupança será o dia do mês de sua abertura, consi- de 1994). Captam depósitos à vista, como atividade
derando-se a data de aniversário das contas abertas típica, abrindo contas-correntes e criando moeda
nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1° do mês seguinte. escritural, mas, também podem captar deposito a
prazo fixo (CDB/RDB).
2ª O crédito dos rendimentos será efetuado:
Caixas Econômicas
I - mensalmente, na data de aniversário da conta,
para os depósitos de pessoa física e de entidades A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está
tem fiwt lucrativot; e regulada pelo Decreto-Lei n° 759, de 12 de agosto de
II - trimestralmente, na data de aniversário 1969, como empresa pública vinculada ao Ministé-
no último mês do trimestre, para os demais rio da Economia. Trata-se de instituição assemelhada
depósitos. aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à
vista, realizar operações ativas e efetuar prestação
Resumindo, para você receber o rendimento da de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é
sua poupança, é preciso deixar o recurso depositado que ela prioriza a concessão de empréstimos e finan-
até a data de aniversário da poupança, e no aniversá- ciamentos a programas e projetos nas áreas de assis-
tência social, saúde, educação, trabalho, transportes
rio dela quem ganha o presente (os juros) é você! Note
urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao
que para isso você deve deixar o valor depositado até
consumidor, financiando bens de consumo durá-
que o valor complete o aniversário, mas há, neste pon-
to, uma confusão entre a interpretação da lei e ques- veis, emprestar sob garantia de penhor industrial
tões de prova, pois a lei é bem clara ao afirmar que a e caução de títulos. Conta, também, com o monopólio
do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob con-
data de aniversário é o dia da abertura da conta e não
signação e tem o monopólio da venda de bilhetes de
o dia do depósito do recurso.
loteria federal. Além de centralizar o recolhimento
Entretanto, as bancas examinadoras de concursos
e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do
de bancos vêm afirmando que a conta poupança pode
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inte-
ter 28 aniversários, ou seja, um para cada dia de depó-
gra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
sitos, uma vez que posso realizar depósitos todo dia, (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
e que os depósitos nos dias 29,30 e 31 são contabiliza-
dos como efetivamente realizados no dia 01 do mês Cooperativas de Crédito
seguinte.
Desta forma, para conciliar os dois pensamen- A cooperativa de crédito é uma instituição finan-
tos, podemos consolidar que a poupança só rende- ceira formada por uma associação autônoma de pes-
rá se completar aniversário, e este aniversário é do soas unidas voluntariamente, com forma e natureza
mês corrido para pessoas físicas e entidades sem fins jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucra-
lucrativos; e para os demais será o trimestre corrido. tivos, constituída para prestar serviços a seus as-
Para pessoas físicas e pessoas jurídicas sem sociados. Deve Constar a expressão “cooperativa de
fins lucrativos, não há incidência de tributação de crédito”.
imposto de renda, entretanto devem ser declarados
no imposto de renda; mas declarar é diferente de Singulares: mínimo de 20 PF (algumas PJ podem
pagar imposto, ok? Para as pessoas jurídicas com desde que sejam de atividades correlatas, pareci-
fins lucrativos há incidência de imposto de renda das, e que não tenham fins lucrativos)
nos rendimentos trimestrais da poupança, a alíquota
Resolução n° 4.434, de 2015 As cooperativas
a ser cobrada será de 22,5% sobre os rendimentos.
de crédito singulares passam a ser classificadas nas
OPERADORES DO SFN seguintes categorias:
Bancos Múltiplos com Carteira Comercial Para fixar, relembremos a definição de Bancos
Múltiplos citada anteriormente: os bancos múltiplos
Os bancos múltiplos são instituições financeiras são instituições financeiras privadas ou públicas que
privadas ou públicas que realizam as operações ati- realizam as operações ativas, passivas e acessórias
vas, passivas e acessórias das diversas instituições das diversas instituições financeiras, por intermédio
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: das seguintes carteiras: comercial, de investimento
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimen- e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário,
to, de crédito imobiliário, de arrendamento mer- de arrendamento mercantil e de crédito, financia-
cantil e de crédito, financiamento e investimento. mento e investimento. 97
Essas operações estão sujeitas às mesmas normas Captação: captam através de empréstimos em outras
legais e regulamentares aplicáveis às instituições sin- instituições financeiras nacionais ou estrangeiras.
gulares correspondentes às suas carteiras. A carteira
de desenvolvimento somente poderá ser operada Como sua principal atividade ativa é o Leasing ou
por banco público. O banco múltiplo deve ser cons- arrendamento mercantil (aluguel), passa a ser consi-
tituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma derada uma prestadora de serviços, logo sobre suas
delas, obrigatoriamente, comercial ou de investi- operações não incide o Imposto sob Operações
mento, e ser organizado sob a forma de sociedade
Financeiras (IOF), mas sim Imposto Sob prestação de
anônima. As instituições com carteira comercial
Serviços.
podem captar depósitos à vista. Na sua denomina-
Dentro do SFN funciona um subsistema dos cap-
ção social deve constar a expressão “Banco” (Resolu-
ção CMN 2.099, de 1994). tadores de poupança que direcionam estes recursos
para financiamentos habitacionais, o SISTEMA BRA-
Bancos de Desenvolvimento SILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMOS (SBPE). Nele
operam a Caixa (CEF), as Associações de Poupança e
Constituídos sob a forma de sociedade anônima, Empréstimo (APE) e as Sociedades de Crédito Imo-
com sede na capital do Estado que detiver seu con- biliário (SCI) e as demais instituições que desejem
trole acionário, devendo adotar, obrigatória e priva- captar poupança para emprestar em financiamentos
tivamente, em sua denominação social, a expressão habitacionais.
“Banco de Desenvolvimento”, seguida do nome do Associações de Poupança e Empréstimos:
Estado em que tenha sede (Resolução CMN 394, de São constituídas sob a forma de sociedade civil,
1976).
sendo de propriedade comum de seus associados.
Empréstimos direcionados principalmente para
Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas
Empresas do setor Privado. Exemplos: BDMG, BRDE.
ao mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da
Bancos de desenvolvimento são exclusivamente
bancos públicos. O BNDES não é um banco de desen- Habitação (SFH). As operações passivas são cons-
volvimento, é uma empresa pública. tituídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias,
depósitos de cadernetas de poupança, depósitos
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento interfinanceiros e empréstimos externos. Os deposi-
tantes dessas entidades são considerados acionistas
Constituídas sob a forma de sociedade anônima e da associação e, por isso, não recebem rendimentos,
na sua denominação social deve constar a expressão mas dividendos. Os recursos dos depositantes são,
“Crédito, Financiamento e Investimento”. Tais enti- assim, classificados no patrimônio líquido da associa-
dades captam recursos por meio de aceite e colocação ção e não no passivo exigível (Resolução CMN 52, de
de Letras de Câmbio (Resolução CMN 45, de 1966), 1967).
Certificados de Depósitos Bancários e Recibos de
Depósitos Bancários (Resolução CMN 3.454, de 2007).
Sociedade Civil sem fins Lucrativos;
São as famosas financeiras, geralmente ligadas
Os clientes que abrem poupança tornam-se asso-
a algum Banco Comercial. Têm capacidade para rea-
ciados e recebem dividendos (remuneração da
lizar operações até 12 vezes o seu patrimônio e prati-
ca altas taxas de juros devido à alta inadimplência de poupança).
suas operações. Exemplo: Fininvest, Losango.
Captação: Poupança; Letra de Crédito Hipotecá-
Sociedades de Arrendamento Mercantil ria; Letra Financeira; Repasse da Caixa Econômica
Federal e de outras instituições financeiras cap-
Sociedade de arrendamento mercantil (SAM) rea- tadoras de poupança que não desejam operar no
liza arrendamento de bens móveis e imóveis adquiri- SFH
dos por ela, segundo as especificações da arrendatária
(cliente), para fins de uso próprio desta. Assim, os con- Sociedades de Crédito Imobiliário
tratantes deste serviço podem usufruir de determina-
do bem sem serem proprietários dele. São instituições financeiras criadas pela Lei 4.380,
Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento
Brasil e realizem operações com características de habitacional. Constituem operações passivas dessas
um financiamento, as sociedades de arrecadamento
instituições os depósitos de poupança, a emissão de
mercantil não são consideradas instituições finan-
letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinan-
ceiras, mas sim entidades equiparadas a instituições
ceiros. Suas operações ativas são: financiamento para
financeiras.
construção de habitações, abertura de crédito para
Constituídas sob a forma de sociedade anônima,
devendo constar obrigatoriamente na sua denomina- compra ou construção de casa própria, financiamen-
ção social a expressão “Arrendamento Mercantil”. to de capital de giro a empresas incorporadoras, pro-
Operam na forma Ativa: dutoras e distribuidoras de material de construção.
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade
Leasing – Locação de bens Móveis, nacionais ou anônima, adotando obrigatoriamente em sua deno-
estrangeiros e Bens Imóveis adquiridos pela enti- minação social a expressão “Crédito Imobiliário”.
dade arrendadora para fins de uso próprio do (Resolução CMN 2.735, de 2000).
98 arrendatário;
AS Sociedades Corretoras de Títulos e Valores lucrativos, estas bolsas têm por finalidade oferecer
Mobiliários (CTVM) um ambiente seguro para que os investidores rea-
lizem suas operações de compra e venda de capitais,
São constituídas sob a forma de sociedade anôni- gerando fluxo financeiro no mercado futuro.
ma ou por quotas de responsabilidade limitada. As bolsas de Mercadorias e de Futuros são ins-
Dentre seus objetivos estão: operar em bolsas tituições que viabilizam a negociação de contratos
de valores, subscrever emissões de títulos e valores futuros, opções de compra, derivativos e o mer-
mobiliários no mercado; comprar e vender títulos e cado a termo. Neste segmento operam investidores
valores mobiliários por conta própria e de terceiros; interessados nas variações futuras de preços dos
encarregar-se da administração de carteiras e da produtos e ativos.
custódia de títulos e valores mobiliários; exercer Atualmente no Brasil, estas duas bolsas se uni-
funções de agente fiduciário; instituir, organizar e ram formando a BM&F Bovespa, que é uma fusão das
administrar fundos e clubes de investimento; emitir atividades das duas bolsas anteriores, ou seja, hoje
certificados de depósito de ações; intermediar opera- a BM&F Bovespa, opera tanto no mercado à vista de
ções de câmbio; praticar operações no mercado de ações ou no mercado de balcão, como no mercado a
câmbio; praticar determinadas operações de conta termo ou de futuros.
margem; realizar operações compromissadas; pra-
Em 2016 a BM&F Bovespa comprou todos os direi-
ticar operações de compra e venda de metais pre- tos e carteiras da maior administradora de mercado
ciosos, no mercado físico, por conta própria e de de balcão do Brasil, a CETIP S/A, que estudaremos
terceiros; operar em bolsas de mercadorias e de futu- mais à frente, desta forma a atual BM&F Bovespa é
ros por conta própria e de terceiros. São supervisio-
uma S/A com fins lucrativos, e recebe o nome de B3
nadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN
1.655, de 1989). (Bolsa, Brasil, Balcão), visando o lucro através da
prestação de serviços gerando um ambiente salutar
As Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores para as negociações do mercado de capitais, que pode
Mobiliários (DTVM) ser um ambiente físico onde ocorrem as negociações,
ou um ambiente Eletrônico onde ocorrem os Pregões.
São constituídas sob a forma de sociedade anô-
nima ou por quotas de responsabilidade limitada,
devendo constar na sua denominação social a expres-
são “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”. MERCADO FINANCEIRO E SEUS
Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta DESDOBRAMENTOS (MERCADOS
pública e distribuição de títulos e valores mobiliá-
rios no mercado; administram e custodiam as car-
MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE
teiras de títulos e valores mobiliários; instituem, CAPITAIS E CAMBIAL)
organizam e administram fundos e clubes de inves-
timento; operam no mercado acionário, comprando, Em uma economia de mercado, há diversos agen-
vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliá- tes econômicos — governos, empresas e famílias —
rios, inclusive ouro financeiro, por conta de tercei- tomando a todo momento decisões relacionadas à
ros; fazem a intermediação com as bolsas de valores produção e ao consumo.
e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de Enquanto alguns consomem menos do que pro-
ações; operam no mercado aberto e intermedeiam duzem, e conseguem formar uma poupança dispo-
operações de câmbio. São supervisionadas pelo Ban- nível para a utilização de terceiros, outros consomem
co Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de 1986).
mais do que conseguem produzir em determinado
período, e precisam utilizar os recursos daqueles
Fiscalizadas pelo BACEN e CVM;
que pouparam.
São intermediadores. (investidor – Bolsa); Independente das razões que motivam cada uma
Intermediam operações de câmbio até o limite de dessas decisões individuais, de alguma maneira essa
100 mil dólares por operação, nas operações de
transferência de recursos dos poupadores para os
compra e venda de moeda à vista (cambio pronto);.
tomadores precisa ser viabilizada.
São, juntamente com os Bancos de Investimento,
Se cada poupador tivesse que encontrar um toma-
os underwriters.
dor de recursos com as mesmas necessidades de volu-
me e prazo, para a realização de um empréstimo,
muito provavelmente nenhum negócio se concretiza-
Importante!
ria, já que as demandas dos agentes podem ser bem
O acordo BACEN CVM nº17 autorizou a DTVM a distintas.
CONHECIMENTOS
operar no ambiente da Bolsa de Valores, acaban- do, Com o tempo, e para suprir essa demanda do mer-
assim, com uma grande diferença existente entre as cado, foram nascendo instituições para intermediar
BANCÁRIOS
Hoje, a grande oportunidade de consolidação no Parte de entender seu público passa também por
mercado e fortalecimento de marca não está mais na mapear seu comportamento na internet e hábitos ao
divulgação para grandes públicos, mas na identificação consumir conteúdo digital. Para aproveitar informa-
e foco em nichos de mercado onde se concentram as ções valiosas como essas, é preciso criar ou contratar
pessoas com mais potencial de compra e fidelização. plataformas que unifiquem e automatizem a sua pre-
sença nesses ambientes.
A segmentação é uma forma de otimizar investi-
Hoje o Marketing Digital é obrigatoriamente mul-
mentos por meio de uma mensagem mais objetiva e
ticanal e só é possível mensurar resultados e adaptar
com escopo mais bem definido. Se por um lado gasta-se estratégias se todos os dados coletados em diversas
menos com tempo de exibição em horário nobre, por fontes estiverem centralizados em um bom sistema
outro ganha-se mais relevância em campanhas dese- de monitoramento.
nhadas para atrair organicamente. É uma forma única
no mundo corporativo de fazer mais com muito menos. Economia de Dinheiro
As chamadas “moedas virtuais” ou “moedas crip- Não. Transferências internacionais devem ser fei-
tográficas” são representações digitais de valor que tas por instituições autorizadas pelo Banco Central a
não são emitidas por Banco Central ou outra autorida- operar no mercado de câmbio, que devem observar as
de monetária. O seu valor decorre da confiança depo- normas cambiais.
sitada nas suas regras de funcionamento e na cadeia Fonte: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/
perguntasfrequentes-respostas/faq_moedasvirtuais
de participantes.
Veremos agora algumas perguntas quando fala- BlockChain
mos de moedas virtuais:
O BlockChain é uma espécie de banco de dados,
O Banco Central do Brasil Regula as “Moedas onde ficam armazenadas todas as informações sobre
Virtuais”? as transações de Bitcoins. O mais legal é que este gran-
de arquivo é acessível a todos os usuários.
Não. As “moedas virtuais” não são emitidas, garan- Dessa forma, você pode acessar essa base de dados
tidas ou reguladas pelo Banco Central. Possuem for- pelo seu computador e ver uma negociação que ocor-
ma, denominação e valor próprios, ou seja, não se reu entre duas pessoas: uma na China e outra na Ale-
trata de moedas oficiais, a exemplo do real. manha, por exemplo.
As “moedas virtuais” não devem ser confundidas Os detalhes sobre quem são os envolvidos não é
com “moedas eletrônica”, prevista na legislação. Moe- possível saber, pois tudo é criptografado. Mas você
das eletrônicas se caracterizam como recursos em sabe que aquela transação ocorreu e que ela está gra-
reais mantidos em meio eletrônico que permitem ao vada na blockchain para sempre.
usuário realizar pagamentos. E falamos para sempre no sentido literal. Afinal,
não é possível desfazer ou alterar uma transação após
ela ser inserida no sistema. Ou seja, não dá para voltar
O Banco Central do Brasil Autoriza o Funcionamento
atrás caso tenha se arrependido de vender seus Bit-
das Empresas que Negociam “Moedas Virtuais” e/ ou
coins. Ficou mais claro agora o que é blockchain?
Guardam Chaves, Senhas ou Outras Informações
Cadastrais dos Usuários, Empresas Conhecidas como
“Exchanges”? Dica
Blockchain é uma cadeia de blocos, daí o nome, que
Não. Essas empresas não são reguladas, autoriza- fazem parte de um sistema de registro cole- tivo. Isso
das ou supervisionadas pelo Banco Central. Não há quer dizer que as informações não estão guardadas
legislação ou regulamentação específica sobre o tema em um lugar só, pois em vez de estarem armazenadas
no Brasil. em um único compu- tador, todas as informações da
O cidadão que decidir utilizar os serviços presta- blockchain estão distribuídas entre os diversos
dos por essas empresas deve estar ciente dos riscos computadores ligados a ela.
de eventuais fraudes ou outras condutas de negó- Fonte: https://blog.toroinvestimentos.com.br/bitcoin-blockchain-
o-que-e
cio inadequadas, que podem resultar em perdas
104 patrimoniais.
Mineração de Criptomoeda o que acontece quando o cliente usa uma bandeira de
cartão de crédito numa compra que só é possível por-
Na rede Bitcoin, cada bloco possui diversas transa- que o vendedor aceita receber daquela bandeira.
ções e sua transmissão acontece a cada dez minutos Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos pro-
quando alguém descobre um “quebra-cabeças”. cedimentos utilizados para realizar compras com car-
O sistema Bitcoin utiliza o “Secure Hashing Algori- tões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional
thm 256” (ou SHA-256), algoritmo que fornece valores ou estrangeira. Os serviços de transferência e remes-
a partir de um conjunto alfanumérico, usando uma sas de recursos também são arranjos de pagamentos.
função matemática e criptográfica. As pessoas jurídicas não financeiras que executam os
São cálculos quase impossíveis de se realizar, pois serviços de pagamento no arranjo são chamadas de ins-
exigem uma rapidez além do normal. Assim, foram tituições de pagamento e são responsáveis pelo relacio-
criados hardwares de mineração para solucionar namento com os usuários finais do serviço. Instituições
esses cálculos. financeiras também podem operar com pagamentos.
O objetivo desses hardwares é solucionar os algo- A instituição é chamada de Instituidor de Arranjo
ritmos matemáticos e, assim, conseguir um espaço de Pagamento quando é a pessoa jurídica responsável
no blockchain para registrar suas transações com as pela criação do arranjo de pagamento e pela manu-
bitcoins. tenção do seu funcionamento. A ele cabe o papel de
Blockchains são conhecidos por serem extrema- organizar e criar regras para o funcionamento do
mente seguros e praticamente não hackeáveis. Isso arranjo, observada a regulamentação do Banco Cen-
porque usam “mecanismos de consenso” que, basica- tral, e de monitorar se os participantes dos arranjos
mente, são regras que definem a forma (justa) em que estão seguindo as regras e os procedimentos estabele-
uma rede cripto deve funcionar. cidos. As bandeiras de cartão de crédito são exemplos
Os dois principais mecanismos de consenso exis- de instituidor de arranjo. O Banco Central é o institui-
tentes em blockchains são proof-of-work (PoW) e proo- dor dos arranjos TED, DOC, boleto e Pix, por exemplo.
f-of-stake (PoS). Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão
O algoritmo proof-of-work garante a segurança da sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões pri-
rede blockchain pela mineração de criptomoedas — vate label – emitidos por grandes varejistas e que só
processo em que poder computacional é aplicado para podem ser usados no estabelecimento que o emitiu
encontrar uma solução matemática complicada que ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos
dá o direito de transmissão de um bloco de transações. à supervisão do BC os arranjos para pagamento de
Esse é o algoritmo de consenso utilizado pelas serviços públicos (como provisão de água, energia
redes Bitcoin, Ethereum (por enquanto), Bitcoin elétrica e gás) ou carregamento de cartões pré-pagos
Cash, Monero e demais blockchains que utilizam a de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria,
mineração cripto para garantir sua segurança. ainda, os cartões de vale-refeição e vale-alimentação.
Assim, aqueles que tiverem as máquinas de mine- O BR Code, que é um exemplo de arranjo de paga-
ração mais potentes têm mais chances de encontrar mento, passará a ser o padrão único para QR Codes
essa solução matemática mais rápido e garantir a (código de barras bidimensional) a serem utilizados
segurança e confiabilidade do blockchain. para a iniciação de transações em arranjos de paga-
Porém, PoW é criticado, pois a mineração cripto mento. A Resolução BCB nº 10, que entrou em vigor
não é algo sustentável, já que milhares de máqui- em 20/08/2020, estabelece que os arranjos de paga-
nas precisam estar ligadas ao mesmo tempo, em mentos terão até 21/04/2021 para adaptarem os QR
uma grande competição tecnológica, a fim de obter Codes ao BR Code.
a recompensa fornecida pelo protocolo a cada trans- Com esse novo padrão, o usuário pagador poderá
missão de bloco (atualmente, de 6,25 BTC). E isso custa utilizar o mesmo QR Code para iniciar uma transação
muita energia elétrica, que polui o meio ambiente. em diferentes arranjos – a depender do aplicativo
Outro mecanismo muito conhecido e que visa subs- escolhido, de acordo com suas preferências. Os pres-
tituir o insustentável modelo PoW é proof-of-stake. tadores de serviço de pagamento devem informar ao
Em vez de solucionar um quebra-cabeça matemá- usuário qual o arranjo de pagamento está sendo utili-
tico, um nó (participante da rede) garante o direito de zado naquela transação.
transmitir o bloco de transações à rede com base na A legislação proíbe que instituições de pagamento
quantia que está “bloqueada” (aplicada) na rede, ou prestem serviços privativos de instituições financeiras,
seja, a quantia em staking de seus criptoativos. como a concessão de empréstimos e financiamentos ou
Quando soluciona o quebra-cabeça da rede, recebe a disponibilização de conta bancária e de poupança.
uma recompensa na forma do token principal da rede. Não são regulados e supervisionados pelo BC os
Porém, se fizer algo de errado, uma parte de seus crip- seguintes arranjos de pagamento:
toativos em staking pode ser “queimada”, como um
tipo de punição para maus agentes. Que apresentem volumetria inferior a:
CONHECIMENTOS
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I - apresentar, por iniciativa própria ou a partir de Por que o Shadow Banking Existe?
sugestão de participante, propostas de acréscimos
ou de alterações de regras que possam ensejar a Instituições que praticam o shadow bawkiwg geral-
necessidade de alteração no Regulamento do Pix, mente servem como intermediários entre credores
quando referentes a temas que impactem a atuação e tomadores de empréstimos, fornecendo crédito e
dos participantes e seus correspondentes modelos
capital para investidores e corporações.
de negócio;
II - analisar e responder as contribuições dos parti-
Mas como essas instituições não são bancárias, elas
cipantes do Fórum Pix acerca das propostas de que não recebem depósitos tradicionais como um banco
trata o inciso I; tradicional. Por isso, muitas operações feitas por essas
III - defiwir os temas a serem discutidos pelo Fórum instituições possuem maiores riscos de mercado, de
Pix; crédito e de liquidez, além de não possuir uma reser-
IV - defiwir a periodicidade das reuwiões do Fórum va de capital para servir como garantia.
Pix; Mas com o desenvolvimento dos mercados glo-
V - decidir sobre a constituição de grupos de tra- bais e a estruturação de operações cada vez mais
balho temáticos, com objeto delimitado, de forma complexas, o shadow bawkiwg passou a desempenhar
permanente ou por prazo determinado, e sobre a
um papel cada vez mais relevante em todo o sistema
composição, a coordenação, os produtos, os prazos
e as diretrizes de atuação desses grupos; financeiro. De acordo com estudos da área, estima-se
VI - decidir sobre a constituição de comitês, inclu- que em 2015 existiam 92 trilhões de dólares em os ati-
sive de autorregulação, sua composição e objeto de vos financeiros não bancários circulando pelo mundo.
atuação; e
VII - coordenar a atuação das entidades envolvidas BIG TECHS
no encaminhamento das soluções aprovadas.
As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia
Os clientes que desejarem usar o sistema PIX pre- que desenvolveram serviços inovadores e disruptivos
cisam cadastrar uma chave de acesso a uma conta e, com isso, puderam crescer de uma forma muito ágil
específica em uma ou mais instituições financeiras. e dinâmica, o que lhes atribuiu um amplo domínio do
No total existem 5 chaves possíveis: mercado em que atuam.
Estamos falando de empresas como Facebook, Ama-
Seu CPF ou CNPJ; zon, Apple, Netfiix e Google. Nos últimos anos, as Big
Seu número de telefone; Techs passaram a fazer parte do dia a dia de praticamen-
Seu e-mail; te todos nós. Conectando usuários e/ou criando platafor-
Chave aleatória;
mas de serviços, essas empresas transformaram nosso
Pix Copia e Cola.
cotidiano. E, naturalmente, elas não vão parar por aí.
Uma tendência já observada é a atuação das Big
Eu posso ter várias chaves cadastradas na mesma
Techs no setor financeiro. A entrada dessas grandes
conta, mas nunca várias contas vinculadas a mesma
empresas de tecnologia nesse nicho pode gerar ganhos
chave, pois a chave só poderá abrir uma conta de
de eficiência e fomentar a inclusão social, além de tra-
cliente.
zer novos e complexos trade-offs (trocas) entre esta-
bilidade financeira, competição e proteção de dados.
SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA
Cumpre destacar que essa tendência está ocorren-
(SHADOW BANKING)
do de forma rápida. Iniciando-se pela área de paga-
O shadow banking, também conhecido em portu- mentos, deve expandir-se para empréstimos, seguros
guês como “sistema bancário sombra”, é um con- e outros produtos financeiros, diretamente ou em par-
junto de operações e intermediários financeiros que ceria com instituições financeiras.
fornecem crédito em todo o sistema financeiro glo- As Big Techs possuem uma grande base de consumi-
bal de forma “informal”. dores, fácil acesso a informações e modelos de negócio
Ou seja, por meio de uma série de atividades robustos. Essas diferenças podem ser um grande desafio
paralelas ao sistema bancário, algumas instituições para a regulação de seus serviços, em comparação com o
e agentes conseguem realizar financiamentos de for- que hoje se faz em relação aos bancos por exemplo.
ma indireta, sem passar por nenhuma supervisão ou O fato é que todo esse processo de transformação
regulação. digital pelo qual estamos passando abre espaço para que
Dentre os intermediários não regulamentados que provedores de busca na internet, serviços de telecomu-
podem fazer parte do shadow bawkiwg estão os: nicação, mídias sociais, e-commerce, armazenamento
e soluções tecnológicas e entrega e transporte por apli-
CONHECIMENTOS
SANDBOX LIFT
Acompanha projetos inovadores já amadurecidos, mas nos quais há a
Acompanha o desenvolvimento da aplicação da tecnolo- gia ou
necessidade de validar o modelo de negócio por meio de sua
do modelo de negócio de projetos em maturação
implementação efetiva
Possibilita aos participantes fornecer produtos e servi- ços a Não permite que os participantes forneçam produtos ou
clientes reais serviços a clientes reais no ambiente do laboratório
O projeto deve ser apresentado por pessoa jurídica formal- mente O projeto pode ser apresentado também por pessoas físicas
constituída
108
Parágrafo único. Cabe à instituição contratante
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS garawtir a iwtegridade, a cowfiabilidade, a seguraw-
ça e o sigilo das transações realizadas por meio do
Primeiramente, é muito importante conhecermos contratado, bem como o cumprimento da legislação
a definição de correspondente bancário. Vejamos: e da regulamentação relativas a essas transações.
De acordo com o Banco Central do Brasil (Bacen), O art. 4º informa quem/quais indivíduos e/ou orga-
correspondentes bancários são empresas (Pes- nizações podem ser contratados. Vejamos.
soas Jurídica) que prestam serviço para instituições
fiwawceiras e demais iwstituições autorizadas pelo Art. 4º Podem ser contratados, na qualidade de
Bacen2. correspondente:
I - as sociedades, os empresários e as associações
De outro modo, podemos dizer que se tratam de II - os prestadores de serviços notariais e de registro
empresas não bancárias responsáveis por interme- III - as empresas públicas.
diar transações e operações financeiras entre as ins-
tituições e os clientes finais. As lotéricas e o Banco O art. 5º, ao contrário, determina vedações às
postal (justamente uma parceria entre os Correios e contratações.
uma instituição financeira) são exemplos de corres- Nos termos da lei:
pondentes bancários.
Além disso, dentre os propósitos de um agente Art. 5º É vedada a celebração de contrato de
bancário, seus objetivos principais são: correspondente no País com:
I - entidade cuja atividade principal seja a presta-
levar os produtos e serviços para mais pessoas; ção de serviços de correspondente
facilitar a concessão de crédito; II - entidade cujo controle seja exercido por admi-
estender o atendimento para áreas ainda não aten- nistrador da instituição contratante ou por admi-
nistrador de entidade controladora da instituição
didas pela instituição principal.
contratante.
Como essas empresas podem atuar com mais de
Segundo o art. 6°, qualquer celebração de contra-
uma instituição financeira ao mesmo tempo, permi-
to de correspondente que configure contrato de fran-
tem que os serviços bancários atinjam regiões mais
quia não é admitida.
ermas e distantes. Assim, podemos dizer que:
Ademais, em conformidade com o art. 8º, da pre-
sente resolução:
[...] o represewtawte bawcário facilita, e muito, a
vida do cowsumidor. Isso, porque ter esses serviços
em seus próprios bairros evita que os consumido- Art. 8º depende de prévia autorização do Ban-
res se desloquem para os centros urbanos, desafo- co Central do Brasil a celebração de contrato de
gando agências e economizando tempo 3. correspondente com entidade não integran-
te do Sistema Financeiro Nacional (SFN) cuja
Ademais, a partir da Resolução CMN nº 3954, o denominação ou nome fantasia empregue termos
característicos das denominações das instituições
Bacen regulamenta as atividades e serviços financeiros
do SFN, ou de expressões similares em vernáculo ou
dos correspondentes bancários.
em idioma estrangeiro.
A Resolução CMN nº 4.935, por sua vez, dispõe
sobre a contratação de correspondentes no País pelas De acordo com o art. 11, por seu turno:
instituições financeiras e pelas demais instituições auto-
rizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, além Art. 11 É vedada à instituição contratante:
de determinar algumas limitações para essa atividade. I - a cobrança de clientes atendidos pelo cor-
Vejamos algumas das informações de seus dispositivos. respondente de tarifa, comissão, valores refe-
De acordo com § 1º, art. 2º, da Resolução CMN nº rentes a ressarcimento de serviços prestados por
4.935, a prestação de serviços retratada nesta Resolução, terceiros ou qualquer outra forma de remuneração,
de forma pessoal ou por meio de plataforma eletrônica, pelo fornecimento de produtos ou serviços de res-
só pode ser contratada com correspondente no País. ponsabilidade da referida instituição, ressalvadas
O § 2º, do mesmo artigo, por sua vez, determina, as tarifas constantes da tabela adotada pela insti-
como ‘’plataforma eletrônica’’, qualquer sistema eletrô- tuição contratante, de acordo com a regulamenta-
nico que, operado pelo correspondente no país, permite ção em vigor; e
a realização das atividades via online, isto é, através de II - a prestação de serviços por correspondente
sites, aplicativos ou outras plataformas de comunicação no recinto de suas dependências.
em rede.
CONHECIMENTOS
Determina-se, no art. 3º, da resolução supracitada, Por fim, consoante ao art. 12, são serviços presta-
que: dos pelos correspondentes:
BANCÁRIOS
As operações compromissadas podem ser enten- É importante salientar que quando a instituição
didas como uma dinâmica de compra e recompra de financeira não exerce a opção de recompra do título
BANCÁRIOS
ativos. Isso porque elas são um empréstimo que tem no prazo (que pode ser no mesmo dia, ou não), a ope-
como garantia um título de renda fixa e possuem pra- ração será considerada inadimplida e o título coloca-
zo determinado para a devolução. do como garantia da operação fará parte da carteira
As operações compromissadas possuem como do Banco Central e vendido em leilão.
garantia um título de renda fixa. Um dos agentes Caso o Bacen apresente um resultado negativo
mais comuns nas operações compromissadas é o Ban- nesse leilão, a instituição financeira deverá ressarcir
co Central. essa diferença. Sendo assim, o Banco Central nunca
fica com o risco da operação de redesconto. 111
operações compromissadas com títulos de emissão do
O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS Tesouro Nacional. Elas continuarão a ser o principal
REMUNERADOS DOS BANCOS instrumento utilizado pelo Banco Central na gestão da
liquidez.
COMERCIAIS NO BANCO CENTRAL No entanto, alguns analistas criticam a criação dos
DO BRASIL depósitos voluntários a prazo argumentando de que
o mesmo permitiria uma redução artificial, puramen-
No último mês de julho, foi sancionada a Lei nº te contábil, na dívida bruta do governo. Isso porque,
14.185, de 2021, que autoriza o Banco Central a conforme a metodologia de cálculo da dívida adotada
receber depósitos voluntários remunerados das pelo Bacen, a chamada “carteira livre de títulos”, ou
instituições financeiras. Objetiva dar ao Bacen uma seja, os títulos da dívida pública que não estão sen-
nova ferramenta para o controle da moeda, que tenha do utilizados pelo Banco Central nas operações com-
impacto menor sobre o montante da dívida pública. promissadas, não são contabilizados como parte da
A operação com depósitos voluntários a prazo é dívida.
realizada para enxugar a liquidez de moeda na econo- Quando o BC precisa enxugar liquidez do mercado
mia, e assim não permitir que as taxas de juros cobra- interbancário, ou seja, absorver as reservas em exces-
das nos empréstimos interbancários sejam menores so dos bancos comerciais, ele vende os títulos da car-
do que a taxa básica de referência da economia, a teira livre para os bancos comerciais por intermédio
Taxa Selic. O depósito voluntário a prazo, portanto, das operações compromissadas, que nada mais são do
pode ser considerado um novo instrumento de exe- que uma venda de títulos de sua própria carteira com
cução da política monetária. compromisso de recomprar os mesmos títulos ao final
Primeiramente, vamos entender o motivo da cria- de um determinado período de tempo. Sendo assim,
ção dos depósitos remunerados. ao vender os títulos por intermédio de operações
Quando há excesso de liquidez (dinheiro em circu- compromissadas, o Banco Central está aumentando
lação) no mercado, e essa liquidez se mostra superior a quantidade de títulos da dívida pública nas mãos
à demanda por recursos existentes, o BC tem que ope- do mercado financeiro e, dessa forma, aumentando a
rar sobre esse excesso de oferta de moeda. Não atuar dívida bruta do governo.
nesse manejo da liquidez permitiria que as taxas das Com o Banco Central podendo substituir as ope-
operações interbancárias caíssem abaixo do patamar rações compromissadas pelos depósitos voluntários,
da Selic, o que levaria o Banco Central a perder seu então as reservas (recursos) excedentes dos bancos
poder de determinar a taxa real de juros. comerciais poderão ser depositadas diretamente no
Para que, cotidianamente, as taxas de juros convir- próprio Bacen sem que seja necessária a venda de títu-
jam para o patamar estipulado na Taxa Selic, o Ban- los da dívida pública para arrecadá-las, ou seja, sem
co Central “enxuga” essa liquidez, vendendo títulos que ocorra um aumento da Dívida bruta do governo.
da dívida pública do Tesouro Nacional e recolhendo, Desta forma, as operações de regulação de liquidez
como pagamento esse recurso excedente dos bancos. do Banco Central não terão nenhum impacto na dívi-
Lembre-se: como o Banco Central não pode emitir da pública, cuja dinâmica passará a depender exclusi-
títulos, ele utiliza títulos do Tesouro Nacional para vamente do déficit do Tesouro Nacional.
isso. São as chamadas “operações compromissadas”.
No entanto, ao fazer isso, o estoque da dívida públi-
ca brasileira eleva-se. Isso porque nosso indicador de
dívida é incapaz de separar o que são títulos públi- ORÇAMENTO PÚBLICO,
cos lançados para o Estado financiar suas despesas
correntes e o que são lançamentos de títulos públicos TÍTULOS DO TESOURO
para o exercício da política monetária. NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA
Até o advento dos depósitos voluntários a prazo, o
Banco Central administrava a quantidade de dinheiro Segundo o site do Ministério da Economia:
no sistema bancário exclusivamente por meio da ven-
da com compromisso de recompra dos títulos públicos O orçamento público é o instrumento de planeja-
de sua carteira, as operações compromissadas. Com os mento que estima as receitas que o governo espe-
depósitos voluntários, o BC ganha maior autonomia, ra arrecadar ao longo do próximo ano e, com base
uma vez que deixa de depender exclusivamente des- nelas, autoriza um limite de gastos a ser realizado
sas operações, para regular a liquidez bancária e, con- com tais recursos.
sequentemente, manter a taxa básica de juros (Selic) Essa programação orçamentária consta na Lei
próxima da meta fixada pelo Comitê de Política Mone- Orçamentária Anual (LOA), elaborada com base
tária (Copom). was metas e prioridades do Goverwo defiwidas wa
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Não se trata de uma inovação brasileira. Bancos
É a LDO que estabelece a ligação entre o Plano Plu-
Centrais de reconhecida reputação técnica, como o
rianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Federal Reserve Bank dos Estados Unidos, o Banco da Ao englobar receitas e despesas, o orçamento é peça
Inglaterra e o Banco Central Europeu, contam com fundamental para o equilíbrio das contas públicas
depósitos remunerados entre seus instrumentos de e iwdica para a sociedade as prioridades defiwidas
administração da liquidez. pelo governo, como, por exemplo, gastos com edu-
Os depósitos voluntários têm diversas caracte- cação, saúde e segurança pública.
rísticas favoráveis, como efetividade na absorção de
112 recursos livres no sistema bancário, simplicidade, Ou seja, o que acontece no Brasil não é diferente
baixo custo operacional e fácil entendimento pelos do que acontece em uma família, é necessário definir
agentes financeiros. No entanto, as facilidades dos o orçamento e planejar os gastos de acordo com suas
depósitos voluntários não significam o abandono das prioridades.
DÍVIDA PÚBLICA A maneira mais óbvia de financiar este déficit é
tomando recursos emprestados do setor privado,
Para entendermos corretamente o conceito de por meio da venda de títulos públicos;
Dívida Pública, temos que entender o conceito de Défi- Os títulos públicos não podem ser adquiridos dire-
cit Público, sendo: tamente pelo BACEN;
Os Títulos Públicos são referenciados pela taxa
Déficit Público SELIC;
Quando o governo precisa de financiamento, nor-
O governo, como toda família, possui receitas e
malmente sobe a taxa SELIC, o que causa um maior
despesas, e, como toda família, geralmente o gover-
interesse por títulos públicos;
no apresenta mais Despesas do que Receitas, dessa
Um Aumento da Taxa SELIC, tira moeda da Eco-
maneira tem-se:
nomia, já que os investidores tendem a preferir
comprar títulos.
DÉFICIT = GASTOS - RECEITAS
Lembre-se que um aumento da taxa Selic tende a
Quanto maior o gasto em relação às receitas, diminuir a inflação e vice-versa.
maior o Déficit, de maneira contrária, quanto maior
as Receitas em relação aos gastos, tem-se Superávit. CRESCIMENTO DAS DESPESAS PÚBLICAS
O Déficit Público tem relação direta com a Dívida
Pública, sendo assim: De maneira geral, os gastos públicos podem ser
subdivididos em quatro categorias, sendo elas:
Quanto MAIS ELEVADO o déficit público, MAIOR o
aumento da dívida Consumo do Governo: Salários do Funcionalis-
mo, Consumo Corrente etc.;
Investimento do Governo;
MANEIRAS DE MENSURAÇÃO DO DÉFICIT
PÚBLICO Transferências ao Setor Privado: Como Subsídios
às Empresas;
De maneira geral, existem três maneiras de se Juros da Dívida.
medir o déficit público. Vamos analisar as 3 de forma
resumida: De forma geral, a Dívida Pública consiste no esto-
que total de recursos de terceiros utilizados para
Déficit Nominal financiar o déficit público.
nal deduz a Inflação e o Pagamento de Juros de seu Títulos Sem Cupom pagam juros Apenas no ven-
cálculo. cimento dos títulos.
Títulos Com Cupom pagam juros Periódicos.
NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO
Como uma família, o Brasil também necessita de A rentabilidade de títulos com o sem cupom costu-
financiamento para suas atividades, a maneira mais mam ser bem parecidas, mudando apenas a frequên-
usual de País financiar suas atividades é por meio da
cia de pagamento. 113
Emissão de Títulos Públicos, em resumo:
Títulos sem Cupom banco responsável pela administração dessas contas
e pelos saques autorizados de acordo com as regras
São títulos públicos sem cupom: estabelecidas.
LFT – Letra Financeira do Tesouro (Tesouro Dire- PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS)
to Selic): Pós Fixado, atrelado à SELIC. Por ser pós
fixado é recomendado em cenários de alta de SELIC;
O PIS é um benefício pago aos trabalhadores que
LTN – Letra do Tesouro Nacional: Pré Fixado, o
investidor já sabe no momento da contratação a estão cadastrados no programa e atendem aos crité-
rentabilidade do papel; rios estabelecidos. A Caixa é a instituição responsável
NTN-B (Principal): Notas do Tesouro Nacional Série por realizar os pagamentos do PIS aos trabalhadores.
B. Título atrelado à inflação (IGPM ou IPCA) bom
para o investidor que quer proteger seu ganho real. SEGURO-DESEMPREGO
Para que Serve o Mercado de Valores Mobiliários? As Companhias são as empresas que são emissoras
dos papéis negociados no mercado de capitais. Essas
Em alguns casos, o mercado de crédito não é empresas têm um objetivo em comum: captar recur-
capaz de suprir as necessidades de financiamento sos em larga escala e de forma mais lucrativa. Para
dos agentes ou das empresas. Isso pode ocorrer, por que isso ocorra, as empresas devem solicitar à CVM
exemplo, quando um determinado agente, em geral autorização para emitir e comercializar seus papéis.
uma empresa, deseja um volume de recursos muito Essas empresas são chamadas Sociedades Anôni-
superior ao que uma instituição poderia, sozinha, mas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem esse tipo de
emprestar. Além disso, pode acontecer de os custos constituição, elas passam a ter uma quantidade de
dos empréstimos no mercado de crédito, em virtude sócios maior do que teriam se fossem empresas de
dos riscos assumidos pelas instituições nas operações, responsabilidade limitada – LTDA, por exemplo.
serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta
os investimentos pretendidos. Surgiu, com isso, o que
ou fechada. Vejamos as diferenças:
é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado
As S/A abertas admitem negociação dos seus
de Valores Mobiliários.
títulos nos mercados abertos, como Bolsa e Balcão
No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os
investidores emprestam recursos diretamente aos Organizado; já as fechadas só podem ter seus papéis
agentes deficitários, como as empresas. Caracteriza-se negociados restritamente entre pessoas da própria
por negócios de médio e longo prazo, nos quais são empresa ou próximas à empresa.
negociados títulos chamados de Valores Mobiliários.
Como exemplo, podemos citar as ações, que repre- COMPANHIAS
sentam parcela do capital social de sociedades anô- Abertas Fechadas
nimas, e as debêntures, que representam títulos de
dívida dessas mesmas sociedades.
Nesse mercado, as instituições financeiras atuam,
basicamente, como prestadoras de serviços, assesso-
rando as empresas no planejamento das emissões de Características
valores mobiliários, ajudando na colocação deles para Atuam nas bolsas de valo- res Nº de cotistas limitados a 20
o público investidor, facilitando o processo de forma- ou mercados de balcão patrimônio pequeno não
ção de preços e a liquidez, assim como criando condi- organizados operam em bolsas de valo- res
ções adequadas para as negociações secundárias. ou balcões organizados
Elas não assumem a obrigação pelo cumprimen-
to das obrigações estabelecidas e formalizadas nesse
NEGOCIAÇÕES DE PAPÉIS
mercado. Assim, a responsabilidade pelo pagamento
dos juros e principal de uma debênture, por exemplo,
Para as Companhias Abertas, que admitem nego-
é da emissora, e não da instituição financeira que a
ciação de seus papéis no mercado público, há distri-
tenha assessorado ou participado do processo de colo-
CONHECIMENTOS
direitos de subscrição;
zação das transações que são feitas por telefone entre recibos de subscrição;
as instituições financeiras. Ele é chamado de Organiza- quotas de fundos fechados de investimento, incluin-
do quando se estrutura como um sistema de negociação do os fundos imobiliários e os fundos de investimen-
de títulos e valores mobiliários, podendo estar organi- to em direitos creditórios;
zado como um sistema eletrônico de negociação por certificados de investimento audiovisual;
terminais, que interliga as instituições credenciadas certificados de recebíveis imobiliários.
em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e
venda e fechando os negócios eletronicamente. 117
Sistemática do Mercado Organizado Uma segunda diferença refere-se aos procedi-
mentos especiais que as bolsas de valores devem
1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa adotar no caso de variação significativa de preços
ou no caso de uma oferta, representando uma quanti-
A empresa decide Busca autorização A empresa decide dade significativa de ações. Nesses casos, as bolsas de
tornar-se Companhia – junto à CVM, para em qual mercado de
se S/A aberta ou S/A entrar nos mercados de atuação deseja estar
valores devem interromper a negociação do ativo.
fechada atuação Para as companhias, a regra para se tornar uma
companhia aberta é a mesma, independentemente de
buscar uma listagem em bolsa de valores ou no mer-
cado de balcão organizado.
Atenção! Não pode haver negociação simultânea
de uma mesma ação de uma mesma companhia em
CVM Autoriza Mercado de Balcão
bolsa de valores e em instituições administradoras do
Se S/A Aberta
ou não Organizado Mercado de Balcão Organizado.
MERCADO DE AÇÕES
Vale destacar que a companhia pode trocar de
mercado. Todavia, como se trata de uma grande buro- Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado
cracia que envolve recomprar todos os papéis em mais procurado e utilizado, que é o Mercado de Ações.
circulação em um mercado para poder migrar para Nele, são comercializados os papéis mais conhecidos
o outro, a CVM editou a IN CVM 400, a qual dita as no mundo dos negócios, os quais tornam o seu possui-
regras para a mudança de mercado de atuação. dor um sócio da companhia emitente.
Para as ações, é proibida a comercialização em O mercado de ações consiste na negociação, em
ambos os mercados simultaneamente. Já para as mercado primário ou secundário, das ações geradas
debêntures, é permitida a negociação simultânea nos por empresas que desejam captar dinheiro de uma
dois mercados. forma mais barata. Neste sentido, ação pode ser
entendida como a menor parcela do capital social
Qual a Diferença Entre uma Bolsa de Valores e as das companhias ou sociedades anônimas. É, por-
Entidades que Administram o Mercado de Balcão tanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos
Organizado? seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deve-
res de um sócio no limite das ações possuídas.
As Bolsas de Valores também são responsáveis por Uma ação é um valor mobiliário expressamen-
administrar o mercado secundário de ações, debêntu- te previsto no inciso I, do art. 2º, da Lei n° 6.385, de
res e outros títulos e valores mobiliários. Na verdade, 1976. No entanto, apesar de todas as companhias ou
ainda que não haja nenhum limite de quantidade ou sociedades anônimas terem o seu capital dividido em
tamanho de ativos para uma companhia abrir o capi- ações, somente as ações emitidas por companhias
tal e listar seus valores para negociação em bolsas de registradas na CVM, chamadas companhias abertas,
valores, em geral, as empresas listadas em bolsas de podem ser negociadas publicamente no mercado de
valores são companhias de grande porte. valores mobiliários.
Isso prejudica a “visibilidade” de empresas de Atualmente, as ações são predominantemente
menor porte e, de certa forma, a própria liquidez dos escriturais, mantidas em contas de depósito, em nome
ativos emitidos por essas companhias. Por isso, em dos titulares, sem emissão de certificado, em instituição
muitos países, há segmentos especiais e/ou mercados contratada pela companhia para a prestação desse ser-
segregados especializados para a negociação de ações viço, em que a propriedade é comprovada pelo “Extra-
e outros títulos emitidos por empresas de menor porte. to de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre
Ao mesmo tempo, no Brasil, no Mercado de Balcão nominativas, não mais sendo permitida a emissão e a
Organizado é admitido um conjunto mais amplo de negociação de ações ao portador ou endossáveis.
intermediários do que em Bolsas de Valores, o que
pode aumentar o grau de exposição de companhias Espécies de Ações
de médio porte ou novas empresas ao mercado.
As ações podem ser de diferentes espécies, con-
Assim, o objetivo da regulamentação do mercado
forme os direitos que concedem a seus acionistas. O
de balcão organizado é ampliar o acesso ao mer-
Estatuto Social das Companhias, que é um conjunto de
cado para novas companhias, criando um segmento regras que deve ser cumprido pelos administradores
voltado à negociação de valores emitidos por empre- e acionistas, define as características de cada espécie
sas que não teriam, em bolsas de valores, o mesmo
de ações, que podem ser:
grau de exposição e visibilidade.
Para os investidores, a principal diferença entre
as operações realizadas em bolsas de valores e aque- Ação Ordinária (sigla ON – Ordinária Nominativa)
las realizadas no mercado de balcão organizado é
que, nesse último, não existe um fundo de garantia Sua principal característica é conferir ao seu titu-
que respalde suas operações. lar o direito a voto nas Assembleias de acionistas;
O fundo de garantia é mantido pelas bolsas com a
finalidade exclusiva de assegurar aos investidores o Ação Preferencial (sigla PN – Preferencial
ressarcimento de prejuízos decorrentes de execução Nominativa)
infiel de ordens por parte de uma corretora membro,
entrega de valores mobiliários ilegítimos ao investi- Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie
dor, decretação de liquidação extrajudicial da corre- de ação o direito de voto. Em contrapartida, con-
118 tora de valores, entre outras. cede outras vantagens, tais como prioridade na
distribuição de dividendos ou no reembolso de capital, podendo, ainda, possuir prioridades específicas se
admitidas à negociação no mercado.
As ações preferenciais podem ser divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os direitos de cada classe
constam do Estatuto Social.
As ações preferenciais têm o direito de receber dividendos ao menos 10% a mais que as ordinárias. Vale
observar que, em regra, elas não possuem direito a voto ou, quando o tem, ele é restrito. Isso porque existem dois
casos em que as ações preferenciais adquirem direito a voto temporário, quais sejam:
Quanto ao valor:
Quanto à forma:
Obs.: ações ao portador não são mais permitidas no Brasil desde 1999, pois eram alvo de muita lavagem de
dinheiro.
Importante!
Termo que pode aparecer na prova:
Blue Chips: ações de primeira linha, de grandes empresas e, por isso, possuem muita segurança e tradição. São ações
usadas como referência para índices econômicos.
Dividendos: compreendem a parcela do lucro líquido que, após a aprovação da Assembleia Geral Ordi-
nária, será alocada aos acionistas da companhia. O montante dos dividendos deverá ser dividido entre as
ações existentes, para sabermos quanto será devido aos acionistas a cada ação por eles detida.
Para garantir a efetividade do direito do acionista ao recebimento de dividendos, a Lei das S.A. prevê o sistema
do dividendo obrigatório, de acordo com o qual as companhias são obrigadas a, havendo lucro, destinar parte
dele aos acionistas a título de dividendo. Porém, a referida Lei confere às companhias liberdade para estabelecer,
CONHECIMENTOS
em seus estatutos sociais, o percentual do lucro líquido do exercício, que deverá ser distribuído anualmente aos
acionistas, desde que o faça com “precisão e minúcia” e não sujeite a determinação do seu valor ao exclusivo
arbítrio de seus administradores e acionistas controladores.
BANCÁRIOS
Caso o Estatuto seja omisso, os acionistas terão direito a recebimento do dividendo obrigatório equiva-
lente a 50% do lucro líquido ajustado nos termos do art. 202, da Lei das S.A.;
Ganhos de Capital: ocorrem quando um investidor compra uma ação por um preço baixo e vende a mesma
ação por um preço mais alto, ou seja, realiza um ganho;
Bônus de Subscrição: quando alguém adquire ações, passa a ser titular de uma fração do capital social de
uma companhia. Todavia, quando o capital é aumentado e novas ações são emitidas, as ações até então deti-
das por tal acionista passam a representar uma fração menor do capital, ainda que o valor em moeda seja o
mesmo. 119
Para evitar que ocorra essa diminuição na partici- Dividendo mínimo é aquele também previamen-
pação percentual detida pelo acionista no capital da te quantificado no Estatuto, seja com base em montan-
companhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como te certo em moeda corrente, seja em percentual certo
um direito essencial, a preferência na subscrição do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do
das novas ações que vierem a ser emitidas em um valor do patrimônio líquido da ação. Porém, ao con-
aumento de capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.), trário das ações com dividendo fixo, as que fazem jus
na proporção de sua participação no capital, anterior- ao dividendo mínimo participam dos lucros remanes-
mente ao aumento proposto. centes após assegurado às ordinárias dividendo igual
Da mesma forma, os acionistas também terão ao mínimo. Assim, após a distribuição do dividendo
direito de preferência nos casos de emissão de títu- mínimo às ações preferenciais, às ações ordinárias
los conversíveis em ações, tais como debêntures caberá igual valor. O remanescente do lucro distribuí-
conversíveis e bônus de subscrição. do será partilhado entre ambas as espécies de ações
Neste período, o acionista deverá manifestar sua em igualdade de condições.
intenção de subscrever as novas ações emitidas no O dividendo fixo ou mínimo assegurado às ações
âmbito do aumento de capital ou dos títulos conver- preferenciais pode ser cumulativo ou não. Sendo
síveis em ações, conforme o caso. Caso não o faça, o cumulativo, no caso de a companhia não ter obtido
direito de preferência caducará. lucros durante o exercício em montante suficiente
Alternativamente, caso não deseje participar do para pagar integralmente o valor dos dividendos fixos
aumento, o acionista pode ceder seu direito de prefe- ou mínimos, o valor faltante será acumulado para os
exercícios posteriores. Essa prerrogativa depende de
rência (§ 6º, art. 171, da Lei das S.A.). Da mesma forma
expressa previsão estatutária.
que as ações, o direito de subscrevê-las pode ser livre-
No caso das companhias abertas que tenham ações
mente negociado, inclusive em Bolsa de Valores;
negociadas no mercado, as ações preferenciais deve-
rão conferir aos seus titulares ao menos uma das
Bonificação: ao longo das atividades, a Com-
vantagens a seguir (§ 1º, art. 17, da Lei nº 6.404, de
panhia poderá destinar parte dos lucros sociais
1964, Lei das S.A.):
para a constituição de uma conta de “Reservas”
(termo contábil). Caso a companhia queira, em
Direito a participar de uma parcela correspon-
exercício social posterior, distribuir aos acio-
dente a, no mínimo, 25% do lucro líquido do
nistas o valor acumulado na conta de Reservas,
exercício, sendo que, desse montante, garante-
poderá fazê-lo na forma de Bonificação, poden- -se um dividendo prioritário de, pelo menos, 3%
do efetuar o pagamento em espécie ou com a do valor do patrimônio líquido da ação e, ainda,
distribuição de novas ações. É importante des- o direito de participar de eventual saldo desses
tacar que, atualmente, as empresas não mais lucros distribuídos, em igualdade de condições
distribuem bonificação na forma de dinheiro, com as ordinárias, depois de ter sido assegurado a
pois preferem fidelizar ainda mais os sócios, elas dividendo igual ao mínimo prioritário;
dando-lhes mais ações. Direito de receber dividendos, pelo menos, 10%
maiores que os pagos às ações ordinárias;
Ações Preferenciais e Distribuição de Dividendos Direito de serem incluídas na oferta pública em
decorrência de eventual alienação de controle.
A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações
preferenciais, que podem ter seu direito de voto suprimi- Com relação aos direitos dos acionistas, existem
do ou restrito por disposição do estatuto social da compa- algumas situações que as bancas de concursos gostam
nhia. Em contrapartida, tais ações deverão receber uma de cobrar em prova e, por isso são importantes.
vantagem econômica em relação às ações ordinárias. Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja,
Além disso, a Lei permite que as companhias aber- Lucro, ela pode comprar ações de acionistas mino-
tas tenham várias classes de ações preferenciais, que ritários, pois, assim, concentrará mais o valor das
conferirão a seus titulares vantagens diferentes entre ações. A esse evento chamamos de amortização de
si. Nesse caso, os titulares de tais ações poderão com- ações. O personagem que mais ganha nessa história é
parecer às Assembleias Gerais da companhia, bem o Controlador, pois, como ele detém 51% das ações,
como opinar sobre as matérias objetos de deliberação, seu poder ficará maior, já que o número de acionistas
mas não poderão votar. ou de ações diminui, aumentando seu percentual.
As vantagens econômicas a serem conferidas às A CVM, vendo esse aumento de poder do contro-
ações preferenciais em troca dos direitos políticos lador, baixou a Instrução Normativa nº 10, que, em
suprimidos, conforme dispõe a Lei, poderão consis- outras palavras, diz que a recompra de ações, uma
tir em prioridade de distribuição de dividendo, fixo vez feita, finda por aumentar o poder do controlador
ou mínimo, prioridade no reembolso do capital, com da empresa. Entretanto, essas ações que foram recom-
prêmio ou sem ele, ou a cumulação dessas vantagens pradas devem permanecer em tesouraria por, no
(caput e incisos I a III, do art. 17, da Lei das S.A.). máximo, 90 dias e, depois, devem ser revendidas
Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encon- ou canceladas.
tra devidamente quantificado no Estatuto, seja em Ou seja, a CVM está limitando esse aumento de
montante certo em moeda corrente, seja em percen- poder do controlador, para evitar que os acionistas
tual certo do capital, do valor nominal da ação ou, minoritários percam sua participação na administra-
ainda, do valor do patrimônio líquido da ação. Nessa ção da empresa.
hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou Quanto à mudança de controlador – o acionista
seja, uma vez atingido o montante determinado no majoritário, que detém 51% das ações – a CVM tam-
120 Estatuto, as ações preferenciais com direito ao divi- bém edita norma que regula essa troca, para evitar
dendo fixo não participam dos lucros remanescentes, prejuízos aos acionistas minoritários. É a IN CVM 400
que serão distribuídos entre ações ordinárias e prefe- que diz que, para a troca do controlador, o novo
renciais de outras classes se houver. controlador deve garantir que, caso queira fechar o
capital da S/A, deverá comprar as ações dos minoritários por, ao menos, 80% do valor pago pelas ações
do controlador anterior. Fazendo isso, a CVM garante que os acionistas minoritários não terão prejuízos, pois
o novo controlador poderia comprar as ações a um preço bem mais baixo do que pagou pelas do controlador
anterior. É preciso dizer que, para que isso ocorra, deve haver uma concordância mínima entre os acionistas
gerais. A esse princípio chamamos de tag along.
Existem, ainda, manobras que o mercado de capitais faz, as quais geram impacto sobre o valor das ações no
mercado e sua capacidade de comercialização. Vejamos:
Desdobramento ou Split
É uma estratégia utilizada pelas empresas com o principal objetivo de melhorar a liquidez de suas ações.
Acontece quando as cotações estão muito elevadas, o que dificulta a entrada de novos investidores no mercado.
Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150, com lote padrão de 100 ações. Para comprar um lote des-
sas ações, o investidor teria que desembolsar R$ 15.000, que é uma quantia considerável para a maior parte dos
investidores (pessoa física).
Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada ação dessa empresa seria multiplicada por 3. Assim, quem
possuísse 100 ações, passaria a possuir 300 ações. O valor da cotação seria dividido por 3, ou seja, passaria de R$
150 para R$ 50.
Na prática, o desdobramento de ações não altera, de forma alguma, o valor do investimento ou o valor da
empresa. É apenas uma operação de multiplicação de ações e divisão dos preços, para aumentar a liquidez das
ações.
Agora, depois do desdobramento, o investidor que quisesse adquirir um lote de ações da empresa, gastaria
apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía 100 ações cotadas a R$ 150, com um valor total de R$ 15.000,
ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém distribuídos em 300 ações cotadas a R$ 50.
Com as ações mais baratas, mais investidores se interessam em comprá-las. Isso pode fazer com que as cota-
ções subam em curto prazo, devido à maior entrada de investidores no mercado, porém não há como prever se
isso irá ou não acontecer. A companhia também pode utilizar os desdobramentos como parte de sua estratégia de
governança corporativa, para mostrar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas minoritários.
Os desdobramentos podem acontecer em qualquer razão. No entanto, as mais comuns são de 1 para 2, de 1
para 3 e de 1 para 4 ações.
Grupamento ou Inplit
Exatamente oposto ao desdobramento, o grupamento serve para melhorar a liquidez e os preços das ações
quando estão cotadas a preços muito baixos no mercado.
Imagine uma empresa com ações cotadas na bolsa a R$ 10, com lote padrão de 100 ações. A empresa julga,
baseada em seu histórico e seu posicionamento estratégico, que suas ações estão cotadas por um valor muito bai-
xo no mercado e aprova, em assembleia geral, que fará um grupamento na razão de 5 para 1. Ou seja, cada cinco
ações passarão a ser apenas uma ação e os preços serão multiplicados por 5.
Antes do grupamento, o investidor que possuísse 100 ações cotadas a R$ 10 teria o valor total de R$ 1.000. Após
o grupamento, o mesmo investidor passaria a ter 20 ações (100/5) cotadas a R$ 50, ou seja, continuaria possuindo
os mesmos R$ 1.000 investidos. O grupamento, assim como o desdobramento, não altera em absolutamente nada
o valor do investimento.
Um dos objetivos do grupamento de ações é tentar diminuir a volatilidade dos ativos. Assim, R$ 1,00 de varia-
ção em um ativo cotado a R$ 10,00 significa 10% de variação. Já em um ativo cotado a R$ 50,00, representa apenas
2%. É importante ressaltar que nada garante se isso irá ou não acontecer.
Outro objetivo do grupamento pode estar atrelado ao planejamento estratégico da companhia e a suas práticas
de governança corporativa. As cotações de suas ações podem estar intimamente ligadas à percepção de valor da
empresa por parte dos investidores.
O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma imediata, ou seja,
nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador realiza o pagamento (liquidação
financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) – liqui-
dação física e financeira –, ou seja, no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os preços
são formados em pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação. 121
No mercado à vista de ações, temos:
Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele, temos a compra
e venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as negociações diárias do mercado de
capitais.
Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às 18h. Ele nada mais é do
que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações.
Após seu fechamento, que ocorre às 18h, não se pode mais realizar nenhuma transação no ambiente.
Importante!
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investidores poderiam realizar negociações
fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modificação do horário de fechamento para 18h, em 2020, o After
Market foi extinto.
Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não pudessem negociar no
mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando práticas equitativas ao mercado. Das 17h30
às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado, no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário
normal. Das 17h45 às 18h, podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam
sido comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para menos, além de limite
de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e venda, execução ou cancelamento de compra
ou venda, além de dar ordem a mercado.
As ordens podiam ser dadas:
A Mercado: quando especifica a quantidade e as características do que vai ser comprado ou vendido (exe-
cutar na hora);
Limitada: executar a preço igual ou melhor do que o especificado;
Administrada: a mesma a mercado, mas, nesse caso, fica a critério da intermediadora decidir o melhor
momento;
ON-STOP: define o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada;
Casada: ordem de venda de um e compra do outro (ambas executadas ao mesmo tempo).
DÁ A ORDEM
Investidor
EXECUTA A ORDEM
CTVM
DTVM
Banco de Investimentos
REALIZA A ORDEM
After Market
Sistema de negociação eletrônico
As ordens diurnas que estivessem no sistema pendentes, sujeitavam-se aos limites de negociação do After
Market. O sistema rejeitava ordens de compra superiores ao limite e ordens de venda a preço inferior ao limite.
A variação permitida era de 2% para mais ou para menos, além de ter um limite de operações de R$ 100 mil por
investidor (já somado ao que ele havia feito no pregão regular).
Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras e vendas de ações
deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações à Câmara de liquidação de ações.
A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é, também, em D+2. Esta ocorre quando é feito o
débito na conta do comprador e, ao mesmo tempo, é entregue a ação fisicamente ao comprador.
122
LEI N° 6.404 (ART. 64) – DEBÊNTURES
São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que asseguram a seus detentores
(debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora. Essa companhia emissora pode ser uma S/A
aberta ou fechada, mas somente as abertas podem negociar suas debêntures no mercado das bolsas ou bal-
cão, pois nas fechadas, as debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito. Lembre-
-se de que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então, uma empresa
fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.
Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures. Vejamos:
Agente underwritter
Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, acima de tudo, se trata
de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos quais são elas:
Real: a mais valiosa, pois a garantia existe fisicamente (hipoteca, penhor, caução, bens determinados);
Flutuante: não existe um bem específico; a garantia é uma parte do patrimônio da empresa (até 70% do
valor do capital social);
Quirografária: nenhuma garantia ou privilégio (a garantia em caso de falência será o que sobrar e se
sobrar alguma coisa);
Subordinada: em caso de falência, oferece preferência apenas sobre o crédito dos acionistas.
Agora, você já sabe o que é necessário para fazer uma debênture, quem pode emitir e quais as garantias que
podem ser usadas ou não. Porém, de que forma é possível materializar, ou seja, transformar essa debênture
em algo que se possa ver? Existem duas formas para isso. Vejamos o esquema a seguir:
Nominativas
CONHECIMENTOS
Título físico;
Registrado na CETIP;
BANCÁRIOS
Emite o certificado;
Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas.
Nominativas Escriturais
Informação Eletrônica;
CETIP registra e custodia;
Não emite certificado;
Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas. 123
Existe prazo máximo para que o debenturista
Importante! decida se irá querer converter em ações ou não e,
nesse prazo, a empresa não pode mudar nada
A escritura da debênture é obrigatória, mas a nos seus papéis;
emissão do certificado é facultativa; Permutáveis ou não conversíveis: é a opção que
Não é comum o debenturista solicitar o certifi- cado o debenturista tem de trocar as debêntures por
da debênture, mas, se solicitá-lo, a empresa deve emiti- ações de outras companhias, depois de haver
lo;
As Debêntures só podem ser emitidas por ins- passado um prazo mínimo.
tituições que não sejam instituições financeiras.
Já quanto à remuneração, pode-se ter:
Quanto aos prazos das debêntures, que devem Juros (fixos ou variáveis);
constar na escritura da emissão, podem ser:
Aqui, atente-se ao fato de que as Sociedades de
Determinado: prazo fixado na emissão da debênture; Arrendamento Mercantil e as Companhias Hipote-
Indeterminado ou perpétua: via de regra, não cárias só podem remunerar a juros pela TBF – Taxa
tem prazo de vencimento, mas esse prazo pode ser Básica Financeira;
decretado pelo agente fiduciário quando ocorrer
inadimplência no pagamento dos juros ou dissolu- Participação nos Lucros;
ção do emitente, a empresa; Prêmio de Reembolso: não pode ser atrelado, inde-
Antecipado: xado a TR, TBF ou TJLP.
Antes do resgate: deve constar na escritura o Medição dos Riscos nas Debêntures
prazo para resgate e a possibilidade de isso
ocorrer; Alta qualidade: baixa taxa de retorno;
Antes do vencimento: quando ocorrer um Baixa qualidade: alta taxa de retorno.
colapso no mercado ou o agente fiduciário vir
que o debenturista corre algum risco. Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana;
quanto menos risco, menos grana.
Agente Fiduciário
As Ofertas das Debêntures
A Lei n° 6.404, de 1976 estabelece que a escritura
de emissão, por instrumento público ou particular, de Pública
debêntures distribuídas ou admitidas à negociação
no mercado terá, obrigatoriamente, a intervenção de Público em geral;
agente fiduciário dos debenturistas. O agente fiduciá- Há registro na CVM;
rio é quem representa a comunhão dos debenturistas Assembléia Geral ou Conselho Administrativo
perante a companhia emissora, com deveres específi- decidem;
cos de defender os direitos e interesses dos debentu- Agente Fiduciário;
ristas, entre outros citados na Lei.
Para tanto, possui poderes próprios também atri- Privada
buídos pela Lei para, na hipótese de inadimplência
da companhia emissora, declarar, observadas as
condições da escritura de emissão, antecipadamen- Grupo restrito de investidores;
te, vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e Não há registro na CVM.
acessórios, executar garantias reais ou, se não existi-
rem, requerer a falência da companhia, entre outros. Os Mercados das Debêntures
Esse personagem viabiliza a operação de compra
das debêntures, por parte do debenturista, e a venda,
por parte da empresa emissora, ou seja, ele interme-
dia a situação. Além disso, o agente fiduciário deve, PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
Debêntures já
acima de tudo, proteger o debenturista. Para isso, ele existentes
Emissão pela 1ª vez
representa o debenturista em caso de colapso do Compra e venda por
investidores
mercado, ou para:
Neste sentido, pode-se dizer que qualquer pessoa TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS
física ou jurídica pode comprar e vender moeda
estrangeira desde que a outra parte na operação de A Taxa de Câmbio Nominal indica o preço do ati-
câmbio seja agente autorizado pelo Banco Central a vo financeiro, enquanto a Taxa de Câmbio Real indi-
operar no Mercado de Câmbio (ou seu corresponden- ca o preço relativo entre duas moedas, o que permite
te para tais operações) e que seja observada a regu- medir a competitividade relativa entre os dois países
lamentação em vigor, incluindo a necessidade de em questão.
identificação em todas as operações. Em resumo, a taxa nominal é o preço de um ativo
É dispensado o respaldo documental das opera- limpo e seco, sem nenhuma interferência. Já o valor
126 real é o preço do ativo comparado entre duas moedas
ções de valor até o equivalente a US$ 10 mil, preser-
vando-se, no entanto, a necessidade de identificação – dessa forma, é possível saber quanto aquele deter-
do cliente. minado ativo vale em um país e noutro.
IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS ACE – Adiantamento Sobre Cambiais Entregues: O
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES; DIFERENCIAL ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues – é
DE JUROS INTERNO E EXTERNO um mecanismo similar ao ACC, só que contratado
na fase de comercialização ou pós-embarque.
A Forma de Materializar as Operações de Câmbio: O
Contrato de Câmbio
Após o embarque dos bens, o exportador entrega
Contrato de câmbio é o documento que formaliza a os documentos da exportação e as cambiais (saques)
operação de compra ou de venda de moeda estrangeira. da operação ao banco e celebra um contrato de câm-
Nele, são estabelecidas as características e as condi- bio para liquidação futura. Então, o exportador pede
ções sob as quais se realiza a operação de câmbio, reve- ao banco o adiantamento do valor, em reais, corres-
lando informações relativas à moeda estrangeira que pondente ao contrato de câmbio. Assim, além de obter
um cliente está comprando ou vendendo, à taxa con- um financiamento competitivo para conceder prazo
tratada, ao valor correspondente em moeda nacional e de pagamento ao importador, o exportador também
aos nomes do comprador e do vendedor. Os contratos de fixa a taxa de câmbio da sua operação.
câmbio devem ser registrados no Sistema Câmbio pelo O ACE pode ser contratado com prazo de até 390
agente autorizado a operar no mercado de câmbio. dias após o embarque da mercadoria. A liquidação
Nas operações de compra ou de venda de moeda da operação ocorre com o recebimento do pagamen-
estrangeira de até US$ 10 mil, ou seu equivalente em
to efetuado pelo importador, acompanhado do paga-
outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a for-
mento dos juros devidos pelo exportador.
malização do contrato de câmbio. O agente do merca-
do de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a
operação no Sistema Câmbio.
O Contrato de Câmbio deve conter alguns requisitos ADIANTAMENTO SOB
ADIANTAMENTO
SOB CONTRATO
legais para ter validade, devendo ser registrado no CONTRATO DE CÂMBIO
DE EXPORTAÇÃO
SISBACEN, constando:
Importante!
Até 10 mil dólares não é necessário o Contrato de
O pagamento é feito quando
Câmbio. No entanto, o registro da operação é no embarque da mercadoria ou
O pagamento da operação
deverá ser feito quando o
obrigatório (Circular Bacen nº 3.825/17). no ingresso do dinheiro pago
pelo importador
importador enviar os recursos
Existem 10 (dez) tipos de Contratos de Câmbio. A Tanto no ACC quanto no ACE, os limites de finan-
seguir, listaremos os que são mais comumente cobra- ciamento são de até 100% do valor das mercadorias e
dos em prova. Vejamos: não incidem IOF sobre essas operações, por se trata-
rem de incentivos à exportação.
ACC – Adiantamento Sobre Contrato De Câmbio As operações de Exportação e Importação devem
ser registradas em um sistema chamado SISCOMEX –
O ACC é um dos mais conhecidos e utilizados meca- Sistema de Comércio Exterior. Esse Sistema é utiliza-
nismos de financiamento à exportação. Trata-se de do em conjunto pela SECEX (Secretaria de Comércio
financiamento na fase de produção ou pré-embarque.
Exterior), pela Secretaria da Receita Federal e pelo
Para realizar um ACC, o exportador deve procurar um
banco comercial autorizado a operar em câmbio. Tendo BACEN, para fiscalizar a entrada e a saída de recursos
limite de crédito com o banco, o exportador celebra com do Brasil para o exterior e vice-versa, trazendo vários
este um contrato de câmbio no valor correspondente às benefícios aos processos de exportação e importação,
exportações que deseja financiar, ou seja, o contrato de quais sejam:
câmbio é celebrado antes mesmo do exportador receber
do importador o pagamento de sua venda. harmonização de conceitos e uniformização de
Neste sentido, o exportador pede ao banco o adian- códigos dos processos;
tamento do valor, em reais, correspondente ao contra- ampliação de pontos de atendimento;
CONHECIMENTOS
uma conta em outra instituição, ficaria oneroso para Essas transações são fechadas por meio eletrônico
o empregado fazer o pagamento mensal de uma tarifa
e registradas na B3.5
realizando um DOC e ou uma TED. Para evitar este tipo
BANCÁRIOS
As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP Modalidade tradicional: define-se como Moda-
e à SUSEP, que regulamentam seu funcionamento e lidade Tradicional o Título de Capitalização que tem
fiscalizam suas atuações neste mercado. por objetivo restituir ao titular, ao final do prazo de
vigência, no mínimo, o valor total dos pagamentos
Sociedades de Capitalização efetuados pelo subscritor, desde que todos os paga-
mentos previstos tenham sido realizados nas datas
Constituídas sob a forma de sociedades anônimas programadas. Deve possuir prazo de vigência míni-
que negociam contratos (títulos de capitalização), têm mo de 12 meses, e ter carência mínima de 30 dias
por objeto o depósito periódico de prestações pecu- para resgate e remuneração mínima de 0,35% AM.
niárias pelo contratante, o qual terá, depois de cum- Modalidade Compra-Programada: define-se
prido o prazo contratado, o direito de resgatar parte como Modalidade Compra-Programada o Título de
dos valores depositados corrigidos por uma taxa de Capitalização em que a sociedade de capitalização
juros estabelecida contratualmente. Pode conferir,
garante ao titular, ao final da vigência, o recebimen-
ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sor-
to do valor de resgate em moeda corrente nacional,
teios de prêmios em dinheiro.
sendo disponibilizada ao titular a faculdade de optar,
se este assim desejar e sem qualquer outro custo,
O Título de Capitalização (Circular 576, de
pelo recebimento do bem ou serviço referenciado na
2018)
ficha de cadastro, subsidiado por acordos comerciais
celebrados com indústrias, atacadistas ou empresas
É um produto em que parte dos pagamentos
comerciais. Devem ser estruturados na forma PM (Por
realizados pelo subscritor(adquirente) é usada
Mês) ou PP (Por Período), possuir prazo de vigência
para formar um capital mínimo, segundo cláusulas
mínimo de 6 meses, e mínimo de 30 dias de carência
e regras aprovadas e mencionadas no próprio título
(Condições Gerais do Título), que será pago em moe- para resgate e remuneração mínima de 0,35% AM.
Modalidade Popular: define-se como Modalidade
da corrente nacional em um prazo máximo esta-
Popular o Título de Capitalização que tem por objeti-
belecido no contrato, dando também ao adquirente/
subscritor o direito de participação em sorteios. vo propiciar a participação do titular em sorteios, sem
Os prazos dos títulos de capitalização são: que haja devolução integral dos valores pagos. Tem
Prazo de Pagamento: é o período durante o qual vigência mínima de 12 meses, carência mínima de 60
o subscritor se compromete a efetuar os pagamentos dias para resgate e remuneração mínima de 0,16% AM.
que, em geral, são mensais e sucessivos. Outra possi- A Tele Sena é um ótimo exemplo desta modalidade.
CONHECIMENTOS
bilidade, como colocada acima, é a de o título ser de Modalidade Incentivo: entende-se por Modalida-
Pagamento Periódico (PP) ou de Pagamento Único de Incentivo o Título de Capitalização que está vincu-
BANCÁRIOS