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ANÁLISE DO MERCADO
FINANCEIRO NACIONAL
E INTERNACIONAL
Olá!
Após nosso encontro no qual focamos a teoria monetária, trataremos
nesta aula da moeda e o do controle monetário, que têm mais uma vez o
governo como gestor de todo o processo. Antes de qualquer coisa, é
importante relembrar que o mundo sempre girou em torno de um negócio
chamado “comércio”, e nos tempos medievais, a grande dificuldade era
encontrar uma moeda de troca que representasse e desse o real valor ao que
se estava adquirindo. Por exemplo: você estava precisando de feijão, mas só
tinha ovelhas para dar em troca de uma saca de feijão. Qual seria a quantidade
de ovelhas necessárias que representasse o real valor de uma saca de feijão?
Foi, portanto, a moeda, uma grande invenção da humanidade, pois veio
aquecer o comércio e assim remunerar, digamos assim, corretamente aquele
que pretendia se desfazer de um bem e adquirir outro. Dito isto e dando
continuidade ao nosso estudo e abordaremos “Moeda e Controle Monetário”,
dividido em outros cinco temas. Vejamos:
Sucesso!
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necessariamente pelas carteiras das escolas, quer seja no ensino básico, quer
seja no ensino superior, no qual adquirimos o embasamento necessário para a
formação de opinião própria e independente.
Crédito: Stokkete/Shutterstock.
O dinheiro tal qual conhecemos hoje teve sua origem no século VII a.C.,
na Lídia, atual Turquia, e era cunhado em ouro ou prata. Com o passar dos
tempos, ocorreu a substituição do ouro e da prata por metais menos nobres, e
a necessidade de guardar as moedas em segurança deu origem aos bancos.
Em um primeiro momento, os negociantes de ouro e prata, por disporem de
cofres para guardarem o produto do seu negócio, passaram a armazenar
também as riquezas de outras pessoas, em troca de um recibo que declarava o
montante sob sua responsabilidade. Esses recibos, no decorrer do tempo,
passaram a servir como meio de pagamento nas mais diversas transações,
pois proporcionavam maior segurança no transporte do que as moedas. O
processo seguinte e natural foi o surgimento das cédulas de “papel-moeda”. Os
primeiros bancos, reconhecidos oficialmente, tiveram sua origem em 1656 na
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Suécia, 1694 na Inglaterra e 1700 na França. Com a chegada da família
imperial portuguesa ao Brasil em maio de 1808, D. João VI, em 12 de outubro
do mesmo ano, determinava a criação do Banco do Brasil. No ano de 1817, o
Banco do Brasil realizou a primeira oferta pública de ações do mercado de
capitais brasileiro. Podemos classificar a vida econômica moderna em três
variáveis importantes: o capital, a especialização e a moeda. Sem a moeda,
estaríamos vivendo em uma economia de escambo, quando uma mercadoria
seria trocada por outra e teria que obrigatoriamente ocorrer uma coincidência
de necessidades. Vamos imaginar a seguinte situação: alguém dono de uma
olaria onde fabrica tijolos, porém faminto, teria que encontrar um agricultor que
tivesse alimentos e interesse em fazer a permuta por tijolos.
Podemos considerar a moeda uma das maiores invenções da
humanidade dada à facilidade que proporcionou nas transações monetárias.
Segundo Vasconcelos (2011, p. 299), moeda pode ser definida como um ativo
financeiro de aceitação geral, utilizado na troca de bens e serviços, que tem
poder liberatório (capacidade de pagamento) instantâneo.
A moeda tem na economia quatro funções básicas:
a) meio de troca;
b) reserva de valor;
c) unidade de conta e
d) padrão para pagamentos diferidos no tempo.
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Exemplo: se um quilo de açúcar vale monetariamente R$ 200,00 e uma
laranja R$ 50,00, um quilo de açúcar pode ser trocado por quatro laranjas.
Cada país adotou sua unidade monetária, por exemplo: o real, a libra, o dólar,
o euro, o peso etc.
Em julho de 1944, após a Segunda Guerra Mundial, a Conferência de
Bretton Woods definiu muitas das diretrizes a serem seguidas pela Economia
Mundial, sendo uma delas o padrão ouro-dólar. A lógica era que os países
fixariam suas moedas como equivalentes a uma quantia de dólar e este teria
lastro em ouro. Assim o governo americano garantiria a convertibilidade em
dólar-ouro, na proporção de 35 dólares para uma onça (31,1 g) de ouro e os
demais países asseguravam a convertibilidade de sua moeda para o dólar na
taxa de câmbio praticada, garantindo certa estabilidade à economia mundial
em tempos de inflação. Essa lógica prevaleceu até o governo de Richard Nixon
em 1971, quando este resolveu acabar com a paridade ouro-dólar e cada país
passou a garantir a liquidez de sua moeda. Na atualidade temos a moeda
fiduciária (de fidúcia, confiança) sem lastro, e sua aceitação é garantida por lei.
Essa mudança de padrão ouro para fiduciária deu à autoridade monetária mais
mobilidade em alterar a quantidade de moeda em circulação, tendo por base os
objetivos traçados de Política Monetária.
Saiba mais
Acesse o link a seguir e veja o vídeo que trata do surgimento da moeda
e suas curiosidades.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7Ohgvy2GFrw>.
Acesso em: 17 nov. 2021.
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Figura 2 – História da moeda
• M 1;
• M 2;
• M 3;
• M 4.
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liquidez, e não de “Agregados Macroeconômicos”. Os Agregados Monetários
servem para medir a base monetária e os ativos de alta liquidez de uma
economia.
Saiba mais
São os Agregados Macroeconômicos: renda e produto, níveis de
preço, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, balança de
pagamentos e taxa de câmbio. As ações de Política Econômica buscarão a
melhor gestão desses agregados.
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mesma quantidade de pessoas para atender em sua necessidade de recursos,
porém, menos recursos para emprestar, ou seja, antes tinha R$ 1.000,00, mas
agora só tem R$ 500,00, porém, o mercado quer emprestar e ter o retorno
como se tivesse ainda os R$ 1.000,00. Para essa vontade se concretizar só
resta uma alternativa, aumentar a taxa de juros, e é o que o Mercado
Financeiro faz.
O Título Público também tem a finalidade de captar recursos com o
objetivo de financiar a dívida pública e atividades do Governo Federal, como
saúde, infraestrutura, transportes etc.
Como já falamos anteriormente, os leilões dos Títulos Públicos são de
alçada do Banco Central, que credencia Instituições Financeiras, que o
mercado denomina de “Dealers” ou Líderes de Mercado, para que
desempenhem a função de leiloar os títulos. Esses leilões são denominados de
“Leilão Informal”, já que nem todas as Instituições são “Dealers”. Já nos
“Leilões Formais”, todas as Instituições Financeiras credenciadas podem
participar, porém, sempre sob o comando do Banco Central. Outra forma
disponibilizada pelo governo para aproximar as pessoas físicas ou jurídicas ou
não financeiras da compra de títulos públicos foi o Tesouro Direto. De sua casa
ou escritório, você pode, hoje, tornar-se um investidor e apostar na
rentabilidade dos títulos do Governo Federal.
Devemos entender que toda política expansionista visa à redução da
taxa básica de juros e, assim, reduzir os juros praticados pelo Mercado
Financeiro com expansão do crédito e a volta dos investimentos na produção e
geração de emprego. Ora, se a taxa de juros é o atrativo para se adquirir o
Título Público, ao reduzir essa taxa o Copom não tira esse atrativo? Com
certeza e esse é o objetivo, que as pessoas procurem resgatar o capital
investido, injetando mais dinheiro na economia. Caso o processo não ocorra
dentro dos prazos estabelecidos pelas autoridades monetárias, dispõem essas
autoridades de outro instrumento que poderá ser-lhes de grande utilidade para
alcançar o objetivo traçado. É o depósito compulsório, que veremos na
continuação.
Ao final deste tema, devemos ter entendido que o Banco Central
promove leilão de Títulos Públicos ou Open Market por três motivos. São eles:
Saiba mais
Acesse e saiba mais sobre o Mercado Aberto.
Disponível em: <https://empreenderdinheiro.com.br/blog/mercado-
aberto/>. Acesso em: 17 nov. 2021.
4.1 O redesconto
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Comerciais serão obrigados a adotarem a mesma linha, fazendo assim com
que o crédito bancário tenha um custo alto e seja de difícil acesso.
Quando o foco do Banco Central é reduzir o dinheiro em circulação, as
taxas de juros praticadas nesses empréstimos são bastante altas, fazendo com
que os bancos se sintam desestimulados a contratar o empréstimo. Para
manter seu caixa enquadrado e com liquidez, eles, os Bancos, reduzem
também seus empréstimos e aumentam a taxa de juros para os empréstimos
concedidos, o que provoca uma desaceleração da economia.
As operações de Redesconto podem ser:
Saiba mais
Operação intradia
É aquela em que a compra e a revenda ocorrem no próprio dia, portanto,
a parte que contrata a operação no Banco Central assume o compromisso de
liquidar no mesmo dia, e o Banco Central só aceita como garantia títulos
públicos federais.
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4.2 O compulsório
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Acompanhe este exemplo simples:
Vamos admitir que em um País imaginário tivesse alguém (A) que
possua R$ 2.000,00 e seja esse montante o valor total desta economia. (A)
deposita este valor em um Banco. Por determinação do Banco Central deste
País imaginário, o Banco é obrigado por Lei a recolher 20% em forma de
compulsório. Resta ao Banco, então, R$ 1.600,00. Atendendo a sua função
principal de intermediação financeira, o Banco empresta esses R$ 1.600,00
que tem em caixa a um Cliente (B). Esse empréstimo é depositado por (B) em
sua conta corrente no mesmo banco. Ao acatar o depósito de R$ 1.600,00, o
Banco deduz os 20% de compulsório e disponibiliza na sua reserva R$
1.280,00 para negócios. Um Cliente (C) se habilita a tomar emprestado R$
1.280,00, o que é feito pelo Banco. O Cliente (C) deposita estes R$ 1.280,00
neste mesmo Banco, que procede a retenção dos 20% de compulsório e deixa
disponível para emprestar R$ 1.024,00. Um Cliente (D) está necessitando
desta quantia para investir em sua fábrica e faz o empréstimo dos R$ 1.024,00,
depositando o valor em sua conta neste mesmo Banco. Ao acatar o depósito,
nova retenção de 20% de compulsório, sobrando R$ 819,20, que poderia
continuar emprestando.
Fazendo uma somatória do primeiro depósito que foi de R$ 2.000,00
até o último valor que ficou disponível no banco para emprestar, que foi de R$
819,20, observamos que existe na economia um valor total de R$ 4.723,20 -
sendo que R$ 2.000,00 de fato e de direito, e R$ 4.723,20 escrituralmente,
além de uma retenção de compulsório de R$ 1.180,00. Poderiam me
perguntar: e se todos corressem ao Banco para sacar seus depósitos? Não
existe o dinheiro, mesmo que conste escriturado em um pedaço de papel o
depósito feito. Como todas as pessoas não vão ao Banco no mesmo instante
fazer retiradas e como o sistema é dinâmico, ou seja, sempre está
acontecendo outros depósitos, ele se autogerencia. Por isso o compulsório,
além de ter sua função de controlar a inflação, controla também a liquidez do
sistema financeiro. O que podemos considerar como absurdo são os
percentuais praticados no Brasil.
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Saiba mais
Acesse o link a seguir e saiba mais sobre Depósito Compulsório.
Disponível em: <https://mapasmentaiscomchirley.com.br/o-que-e-deposito-
compulsorio/>. Acesso em: 17 nov. 2021.
Cliente D
Cliente C
R$ 1.280,00
R$ 1.280,00
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cada vez mais baixos a sobra de caixa, já considerada as deduções de
compulsório. No Brasil, antes de aprovada a Lei, as sobras de recursos
oriundos de depósitos e aplicações de clientes eram aplicadas em “operações
compromissadas”, ou seja, as operações em que o vendedor assume o
compromisso em recomprar o título em uma data futura, com os juros
acertados. As “operações compromissadas” entre os bancos e o Banco Central
com as sobras do seu caixa se processam da seguinte forma: o banco entrega
ao Banco Central seu saldo de caixa no final do dia e recebe títulos públicos
federais, sendo a operação registrada no Mercado Aberto ou Open Market
como operação de Overnight. No dia seguinte, o Banco Central devolve o
recurso devidamente remunerado e resgata o título público. O montante hoje
de sobra nos caixas dos bancos, por dia, corresponde a mais de R$ 1,3 trilhão
de reais. A grande polêmica é que esse recurso não é dos bancos, mas sim
dos depositantes, e eles, os bancos, são remunerados pelo Banco Central
indevidamente. Polêmicas à parte, a Lei 14.185/2021 vem instituir o depósito
voluntário remunerado desses saldos de caixa no Banco Central, sem a
necessidade de uma operação envolvendo títulos públicos e, o Banco Central,
além de aperfeiçoar a liquidez bancária, passa a ter, mais do que já tem, um
enorme controle sobre a quantidade de dinheiro em circulação na economia.
Qual a rentabilidade que será paga por esses depósitos? Ainda a ser definida
pelo Banco Central, imagina-se que seguirá a mesma linha das “operações
compromissadas”.
Saiba mais
Acesse o link a seguir e saiba mais sobre a Lei 14.185/2021.
Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-08/bc-
regulamenta-depositos-remunerados-de-instituicoes-financeiras>. Acesso em:
17 nov. 2021.
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visando estimular a economia por meio da demanda agregada. Lembre-se: ao
comprar ativos, o Banco Central, injeta dinheiro na economia, ampliando assim
as reservas bancárias e dando mais liquidez ao sistema financeiro. É
importante destacar que o “Quantitative Easing” atua sobre a taxa de juros de
longo prazo, portanto, o foco é a compra de títulos de longo prazo. Tal fato
ocorre por uma situação temporal do Banco Central em atuar sobre as taxas de
curto prazo para controlar as de longo prazo, provocando assim algum estímulo
na economia. Ao comprar títulos de longo prazo, ele, o Bacen, usa um atalho e
promove as mudanças programadas para a economia.
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REFERÊNCIAS
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