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INTRODUÇÃO

A moeda é uma invenção social que vem de muito longe na história da


humanidade e dela achamos vestígios na maioria das sociedades, não
importando sua forma de constituição e de organização, sejam elas associadas
ou não a um Estado.

Ela não poderia ser considerada como um traço específico nem das
sociedades capitalistas modernas e nem da trajetória ocidental da evolução
para a modernidade. Seu estudo necessita por esse motivo desprender-se da
concepção tradicional que a reduz ao seu uso como instrumento econômico de
trocas mercantis. Isso implica, do ponto de vista metodológico, que a natureza
da moeda, considerando as semelhanças que tornam possível falar-se de
moeda em sociedades muito distintas, só pode ser verdadeiramente
compreendida e estabelecida a partir de um procedimento científico que
mobilize uma abordagem comparativa e histórica de grande diversidade de
experiências monetárias concretas reinseridas em toda análise ao seu contexto
social.

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DESENVOLVIMENTO

Definição

Em termos econômicos define-se, a moeda como tudo aquilo que é geralmente


aceito para liquidar as transações, isto é, para pagar pelos bens e serviços e
para quitar obrigações, ou seja, de acordo com esta definição, qualquer coisa
pode ser moeda, desde que aceita como forma de pagamento. Ela é
considerada o instrumento básico para que se possa operar no mercado. Pois
a moeda atua como meio de troca. Quando um indivíduo vende seu produto,
ele receberá moeda pelo produto vendido e, por conseguinte, terá moeda para
comprar aquilo que desejar.

Define-se moeda como um bem que combina três funções básicas: meio de


troca, reserva de valor e unidade de conta. Um objeto funciona como um meio
de troca quando é aceito como pagamento por outros bens e serviços

Tipos de moeda

Atualmente, os tipos de moeda podem ser classificados das seguintes


maneiras:

 Moeda fiduciária

Já as moedas fiduciárias são aquelas que só têm valor porque alguém confia
no seu préstimo enquanto meio de pagamento.

Ou seja, uma nota de cem dólares só circula pois existe a confiança, ou


fedúcia, de que ela será posteriormente aceita por outras pessoas. Sendo
assim, uma moeda fiduciária caracteriza-se dessa maneira porque, sem a
aceitação de todos, elas não passariam de cédulas ou discos metálicos sem
valor.

 Moeda escritural

Enquanto cédulas são objectos físicos, ou seja, com existência real, há


também as chamadas moedas invisíveis. Enquadram-se nessa categoria
as transferências feitas entre bancos, que servem, inclusive, para definir as
taxas de rendimento das aplicações financeiras.

 Papel-moeda

Enquanto as moedas de metal ficam paradas, como constatou um


levantamento feito pelo Banco Central, as cédulas de papel-moeda continuam
circulando a todo vapor. Embora tenham perdido espaço para os meios de
pagamento electrónicos, as populares notas continuam em movimento.

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 Moeda nacional

Dólar americano, real brasileiro, euro e o yen japonês são apenas algumas das
centenas de moedas nacionais existentes mundos afora.

Cabe ressaltar que o dólar dos Estados Unidos veio a ser adotado como
referência somente depois da 2ª Guerra Mundial. Foi a partir daí que a
economia norte-americana emergiu como grande potência e, para facilitar as
transacções comerciais, sua moeda passou a ser usada como lastro.

É importante destacar que as moedas nacionais são aceitas em fidúcia e são


uma categoria de investimento, como acontece no mercado de Forex e nos
fundos cambiais.

 Moeda-mercadoria

No passado distante, quando não existiam moedas nacionais, cabia às


moedas-mercadorias fazer o papel de meio de pagamento.

Na verdade, esse conceito permanece até hoje, já que todo objecto que por si
só tem algum valor pode ser utilizado como moeda. É o caso de pedras e
metais preciosos, animais para abate ou produção leiteira, especiarias ou
mesmo objectos e obras de arte.
Caracteristicas da moeda

Para que a moeda possa desempenhar suas funçoões básicas , ela deve
possuir um conjunto de caracteristicas que são:

 Indestrutibilidade e inalterabilidade;
 Homogeneidade;
 Divisibilidade;
 Transmissibilidade;
 Facilidade de manuseio e transporte.

Indestrutibilidade

A moeda deve resistir às inúmeras relações de troca a que estiver sujei- ta,
exigindo-se, portanto, que ela seja impressa com material de excelente
qualidade, para que não perca suas características nem se possa alterá-las. Se
o papel utilizado para sua impressão não for de celulose pura, certamente após
algumas centenas de operações a cédula estará deteriorada. As técni- cas
modernas de impressão do papel-moeda, além de darem maior resistên- cia às
cédulas, visam protegê-las contra falsificações.

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Transferibilidade

A moeda deve circular na economia sem nenhuma dificuldade, facilitando o


processo de troca. A razão principal para essa característica é o curso legal
imposto pelo Estado, que permite e garante o papel-moeda em circulação.

Homogeneidade

Diferentes unidades monetárias, mas que possuam o mesmo valor de compra,


devem ser rigorosamente iguais

Divisibilidade

A moeda-padrão ou moeda principal de uma economia deve possuir múltiplos e


submúltiplos, chamados moedas subsidiárias, para permitir a realização de
todos os tipos de transacções comerciais.

Facilidade de manuseio e transporte

O papel-moeda de uma economia deve ser impresso de forma a facilitar o seu


uso e o seu transporte, para evitar que a sua utilização seja dificultada e que,
consequentemente, ela seja descartada.

Funções da Moeda

A moeda surgiu da necessidade de os indivíduos trocarem seus excedentes


por outros bens ou serviços de que necessitavam, principalmente na medida
em que as economias foram se especializando. Seu uso generalizado gerou
consenso a respeito das funções que deve exercer. São elas:

 Intermediária de trocas

É a função por excelência da moeda. Qualquer sociedade com grande nível de


especialização do trabalho e volume significativo de trocas seria inviável sem a
existência da moeda.

 Unidade de conta ou medida de valor

A moeda serve para comparar o valor de mercadorias diversas (os diversos


bens e serviços são expressos em quantidade de moeda, por meio dos
preços). Além disso a moeda resolve o problema de se somar coisas distintas.

 Reserva de valor

Um indivíduo que recebe moeda por alguma transação que tenha realizado, ou
até mesmo, como prémio, não precisa gastá-la imediatamente. Pode guardá-la

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para uso posterior. Isto significa que ela serve como reserva de valor. Para que
em cumpra seu papel, é necessário que tenha valor estável, de forma que
quem a possua tenha idéia precisa do quanto pode obter em troca.

Se a economia estiver num processo inflacionário, o valor da moeda vai-se


deteriorando, fazendo com que esta função não se cumpra.

 Padrão de pagamentos diferidos

Esta função resulta da capacidade da moeda em facilitar a distribuição de


pagamentos ao longo do tempo. Os pagamentos feitos aos fatores de produção
por exemplo, fator trabalho, são exemplos de diferimento.

As operações de crédito e financiamento, que dão sustentação a maior parte


das grandes transacções económicas, são também exemplos de
compromissos diferidos, cuja liquidação é contratada e se dá sob a
interveniência da moeda.

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CONCLUSÃO

Conclui-se que desde que a multiplicação das transações comerciais na


antiguidade levou à substituição gradativa do sistema de troca direta de
mercadorias pelos sistemas monetários, a moeda percorreu em sua evolução
um longo caminho, de importância fundamental para o desenvolvimento
econômico das diferentes sociedades.

Ao converter-se no primeiro grande meio de pagamento, por ser uma


mercadoria facilmente trocável nas transações internas ou externas de uma
comunidade, o gado bovino afastou as várias outras que funcionavam como
moeda. Sua importância como instrumento de troca e de reserva transparece
em termos usados atualmente, como “pecúnia” e “pecúlio”, derivados do latim
pecus, “rebanho”, “gado”, e cujas origens remontam ao grego pékos.

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BIBLIOGRAFIA

AGLIETTA, Michel; ORLÉAN, André. A violência da moeda. Trad. Sonia


Tomazini. São Paulo: Brasiliense, 1990.

ARAÚJO, Carlos Hamilton Vasconcelos. Mercado de títulos públicos e


operações de mercado aberto no Brasil: aspectos históricos e operacionais. In:
Notas técnicas do Banco

Singer, Paul – 1032. Aprender economia / Paul Singer. 21º ed.- São Paulo:
Contexto, 2002. Rossetti, José Paschoal, 1941

Introdução à economia / José Paschoal Rossetti, – 16º ed., ver., atual e ampl. –
São Paulo: Atlas, 1994.

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