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Programa Operacional do Potencial Humano (POPH)

Tipologia de Intervenção 1.3. – Cursos de Educação e Formação de Jovens

PROJECTO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL – 2010 – 2012

TEXTOS DE APOIO

Área Tecnológica
Unidade: Atividades Económicas
Domínio ou Unidade:
Módulo: A Atividade da Distribuição

Duração: 30 HORAS

Formador(a): MANUELA SAMPAIO

Projecto Financiado no âmbito dos Apoios:


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In d u s tr ia l d e B a r c e lo s

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Manual de Apontamentos – Cursos de Educação e Formação de
Jovens
Domínio / Unidade: Atividades Económicas
Módulo: A Atividade da Distribuição

Domínio: Atividades Económicas


Módulo 3: A Atividade da Distribuição

Objectivos de Aprendizagem:

Para este módulo definem-se os objectivos que seguidamente se enunciam.


● Dar a noção de distribuição;
● Explicar a importância da distribuição na atualidade
● Referir as atividades que compõem a distribuição
● Distinguir os diferentes circuitos de distribuição
● Caracterizar a atividade grossista e retalhista
● Dar a noção de logística
● Referir as atividades que compõem a logística
● Explicar a importância da armazenagem e dos transportes
● Caracterizar os diversos tipos de comércio
● Relacionar comércio e venda
● Indicar cada um dos métodos de venda
● Justificar o aparecimento da moeda
● Explicitar as funções da moeda
● Caracterizar os diferentes tipos de moeda
● Relacionar as novas formas de pagamento com a evolução tecnológica
● Explicitar fatores que influenciam a formação dos preços (custo de produção,
número de compradores e de vendedores)

Conteúdos:

►A atividade da distribuição
- Noção e importância
- Atividades que compõem a distribuição – comércio e logística
- Circuitos de distribuição:

Formadora: Manuela Sampaio


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. Noção
. Tipos (ultra-curto, curto e longo)
. Intervenientes (grossista e retalhista)

● A logística
- Noção
- Componentes (armazenagem e transportes)
- Importância

● O comércio
- Noção
- Tipos ou formatos de comércio: independente, associado e integrado (sucursais,
franchising, grandes superfícies e grandes superfícies especializadas)
- Métodos de vendas (venda direta, cibervenda, venda automática, venda por
catálogo)

► Moeda
- Evolução: da troca direta à troca indireta
- Funções (meio de pagamento, medida de valor e reserva de valor)
- Tipos de moeda na atualidade – moeda metálica, papel moeda e moeda escritural
- As novas formas de pagamento – desmaterialização da moeda

► Preço
- Noção
- Fatores que influenciam a sua formação:
- Custo de produção
- Número de compradores e de vendedores

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MÓDULO III – A ATIVIDADE ECONÓMICA

1. DISTRIBUIÇÃO
1.1. NOÇÃO, IMPORTÂNCIA E ATIVIDADES QUE A COMPOEM

Ao longo do nosso dia a dia necessitamos de um conjunto, mais ou menos alargado,


de bens e de serviços para podermos satisfazer as nossas necessidades. Mas não
basta que esses sejam produzidos, é necessário que cheguem junto dos
consumidores, de forma cómoda e em quantidades necessárias e suficientes,
devidamente adequadas, à satisfação das suas necessidades.

De facto, se tivéssemos de adquirir cada bem de que necessitamos junto de cada um


dos produtores, a nossa vida seria impossível.
Por outro lado, o produtor teria muita dificuldade em escoar a sua produção. Assim, é
importante que exista um conjunto de atividades que estabeleçam a ligação entre a
produção e o consumo. Este conjunto de atividades é designado por
DISTRIBUIÇÃO.

Para que os bens e serviços passem da fase da produção até ao consumo, é


necessário desenvolver uma serie de atividades que vão desde: Distribuição

● A compra de bens aos produtores;


Comércio
● O seu transporte até aos armazenistas ou aos pontos de venda;
● A armazenagem dos bens; Logística
● O fracionamento e a embalagem dos bens; em quantidades acessí-
veis ao consumidor;
● A comercialização dos bens, ou seja, a colocação dos mesmos Armazenagem

nos locais próprios, de forma a serem adquiridos pelos consumidores.

Transporte

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Distribuição é o conjunto de todas as entidades singulares ou coletivas que, através


de múltiplas transações comerciais e diferentes operações logísticas, desde a fase da
produção até à fase de consumo, colocam produtos ou prestam serviços,
acrescentando-lhes valor, nas condições de tempo, lugar e modo mais convenientes
para satisfazer as necessidades dos consumidores.
Rosseau, J – Manual de Distribuição

A distribuição é fundamental na atividade económica, acrescentando mais utilidade


aos bens já que os disponibiliza ao consumidor nas quantidades que ele deseja,
quando necessita e no local que lhe é mais conveniente.

PRODUÇÃ DISTRIBUIÇÃ CONSUMO


O O

1.2. CIRCUITOS de DISTRIBUIÇÃO

Noção

Já vimos que para que os bens cheguem junto dos consumidores são necessárias
diversas atividades, definindo-se assim um circuito de distribuição:

Circuitos de distribuição são as etapas percorridas pelos bens e serviços, através


de diversos agentes económicos com diferentes funções, desde o seu lugar de
produção até serem colocados à disposição do consumidor.
Rousseau, J. – Manual de Distribuição

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Tipos de Circuitos de Distribuição


Existem vários tipos de circuitos de distribuição que se caracterizam pela sua
extensão, ou seja, pelo número de agentes económicos envolvidos. Alguns produtores
oferecem diretamente os seus produtos aos consumidores, sem recorrerem a qualquer
intermediário, mas outros utilizam os retalhistas para conseguirem chegar junto dos
consumidores.

Assim, podemos encontrar os seguintes tipos de circuitos de distribuição:

● Circuito ultracurto, quando o produtor oferece diretamente os seus produtos


aos consumidores. É o caso da venda à porta da fábrica, podendo o
consumidor final comprar os produtos diretamente ao produtor. É, também,
a grande parte das vendas ao domicílio, como o caso da Avon, ou
Tupperware, ou ainda das vendas por correspondência, como o Circulo de
Leitores.

PRODUTO CONSUMIDO
RR R

● Circuito curto, quando o número de intermediários entre o produtor e o


consumidor se reduz apenas ao retalhista, assumindo, neste caso, o
produtor a função de grossista.

PRODUTOR RETALHISTA CONSUMIDOR

● Circuito Longo quando intervêm dois ou mais intermediários,


desempenhando diferentes funções e que estabeleçam a ligação entre o
produtor e o consumidor.

PRODUTO GROSSISTA RETALHISTA CONSUMIDO


R R

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2. LOGISTICA
2.1. NOÇÃO

Logística pode ser definida como:

Componente integrante da função de distribuição responsável pela organização,


planeamento, controlo e execução do fluxo de produtos desde o seu desenvolvimento
até ao consumidor final de forma a satisfazer os requisitos do mercado a um custo e
investimento mínimos.

2.2. COMPONENTES – Armazenagem e Transportes


2.2.1. Armazenagem ou Gestão de Stocks

O objetivo do stock é:
Determinar e assegurar o nível otimo de stock em cada momento.

As empresas constituem stocks para poderem fazer face aos pedidos dos clientes.

Importa, por isso, assegurar que os stocks sejam suficientes para a procura que
é esperada num dado período. A previsão da procura é uma atividade fundamental
para uma boa Gestão de Stocks.

Por outro lado, stocks em excesso significam grandes custos para a empresa:

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● de armazenagem;
● de conservação;
● de capital;
● de obsolescência.

A determinação do nível de stocks pretendido faz-se recorrendo a modelos que


atualmente se sustentam intensivamente em Tecnologias de Informação.

Para fazer o ajuste permanente do fluxo de entrada de forma a que o nível de stock
seja mantido, em função do fluxo de saída, a Gestão de Stocks tem que saber qual a
quantidade que deve entrar de cada vez e qual o ritmo das entradas.

Como extremos deste problema teríamos:


● O fluxo contínuo de entrada e saída;
● Esgotar todo o stock e só então fazer a sua reposição.

A solução ideal estará entre os dois extremos. Portanto, a problemática da Gestão de


Stocks passa por determinar a quantidade de encomenda e o ritmo de encomenda.

2.2.2. Transportes

O fundamento dos transportes é:

A movimentação de materiais entre as infra-estruturas, posicionando o stock


geográfico mais perto dos pontos de consumo.

Os transportes têm um peso elevado nos custos logísticos e, por isso, devem ser
tratados e estudados de forma cuidada.

Os três fatores seguintes determinam o desempenho do Transporte e deverão ser


tidos em conta aquando da escolha do modo de transporte a utilizar:

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● o custo;
● a velocidade;
● a consistência.

1.O Custo: no que diz respeito aos custos, o Transporte deve ser gerido numa
perspetiva de Custo Total e não apenas de minimização dos custos do Transporte.
Isto porque a opção por meios de transporte mais económicos pode levar a que a
empresa incorra noutros custos que sejam superiores à poupança conseguida.

2. Velocidade: a velocidade do transporte resulta do tempo que leva a realizar


determinado movimento, que tem impactos importantes na disponibilização do stock
para satisfazer os clientes e, também, nos custos de posse do stock durante o trajeto.

3. Consistência: Está relacionada com a variação da velocidade e é um dos aspetos


da qualidade do transporte.

2.3. Importância
A logística assume uma importância crescente no comércio e distribuição. A
globalização da economia, a diminuição do ciclo de vida dos produtos, o recurso cada
vez maior ao out-sourcing (subcontratação) por muitas das atividades produtivas da
distribuição, bem como a importância que hoje assumem a satisfação e fidelização dos
clientes, atribuíram à logística uma inquestionável importância na rendibilidade das
empresas.

3. COMÉRCIO
3.1. Noção

O comércio constitui uma das atividades que compõem a distribuição,


correspondendo à fase em que se estabelece a troca de bens. Assim, é habitual
distinguir-se dois tipos de comércio:

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● Grossita – que contacta diretamente o produtor e reúne, por vezes,


produções que se encontram dispersas. Tal é o caso da batata, que se encontra
dispersa por vários produtores, cabendo ao grossista reunir todas essas produções;

● Retalhista – que adquire os produtos junto do grossista, disponibilizando-os


aos consumidores nos locais e nas quantidades de que eles necessitam.

GROSSISTA
COMÉRCIO
COMÉRCIO
RETALHISTA

É o comércio retalhista que contacta diretamente com o consumidor final; por essa
razão temos tendência a associar a atividade o comércio apenas à função retalhista.
No entanto, a atividade grossista é, também, muito importante para que os produtos
cheguem junto dos consumidores.

3.2. Tipos e formatos de comércio

Quando observamos o comércio retalhista, verificamos que existem várias formas de


se organizar, com o objetivo de conseguir melhores resultados no exercício da sua
atividade.

Assim, é habitual distinguir-se três tipos ou formas de comércio:

● O comércio independente;
● O comércio integrado;
● O comércio associado.

1. Comércio independente:

O comércio independente, constituído na grande maioria das vezes por empresas


familiares, de dimensões relativamente pequenas, emprega um número reduzido de

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trabalhadores ou até mesmo nenhum, pois encontra-se a cargo do próprio proprietário


e opera normalmente num único ponto de venda.

Este tipo de comércio encontra-se espalhado pelos centros habitacionais, junto dos
consumidores ou em pequenos centros urbanos.

Encontramos vários exemplos desta forma de comércio nos centros habitacionais,


junto dos consumidores, apresentando algum grau de especialização. O ponto de
venda dedica-se, em geral, à comercialização de um tipo de produto; é o caso das
lojas de ferragens, dos minimercados, das lojas de roupa ou mesmo o caso do
comércio ambulante ou itinerante.

2. Comércio integrado (ou organizado)


Este tipo de comércio, devido à sua grande dimensão, reúne as funções grossista e
retalhista, explorando cadeias de pontos de venda, identificadas pela mesma insígnia
e aplicando políticas comuns de gestão. Tal é o caso das redes de supermercados
Pingo Doce, A.C. Santos ou da Orfeu, da Vobis, da Worten, etc.

Dentro desta forma de comércio encontramos:

● Os grandes armazéns – (Department Stores), que oferecem num mesmo


local diversas categorias de produtos arrumados em secções (departments) com uma
gama variada, funcionando cada secção quase como uma loja especializada. Neste
tipo de lojas, o consumidor encontra uma grande variedade de produtos, num mesmo
edifício, o que se torna muito cómodo. São exemplos deste tipo de comercio os
armazéns El Corte Ingles, o Printemps ou o Harrods.

● Os armazéns populares constituem uma versão menos sofisticada dos


grandes armazéns, já que se dirigem a clientes com menor poder de compra ou que
pretendem gastar pouco. Apresentam uma variedade de produtos mais reduzida,
vendendo em geral em livre serviço, com o objetivo de reduzir custos e oferecer

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preços mais baixos. São exemplos deste tipo de comercio as cadeias Minipreço,
Pagapouco ou Dia;

● As grandes superfícies generalistas são lojas de grande dimensão,


oferecendo uma grande variedade e diversidade de bens, sobretudo alimentares e de
higiene. Em termos da dimensão, em Portugal, considera-se uma grande superfície
quando a sua área é igual ou superior a 2.000 m². São exemplo desta forma de
comércio os hipermercados como o Continente, o Jumbo e o Carrefour.

● As grandes superfícies especializadas (Category Killers) são lojas de


grande dimensão, tal como as anteriores, mas dirigidas para uma mesma gama de
produtos, bastante especializada. São exemplos desta forma de comércio o
“Toys’R’Us” na área dos brinquedos, o IKEA na área da decoração, o AKI na área da
bricolage e a FNAC na área dos livros e da música.

● O franchising reunindo empresas que, embora se mantenham jurídica e


financeiramente independentes, estão ligadas por contrato à empresa mãe – o
franqueador – aplicando políticas de gestão comuns. Existem várias empresas nesta
situação das quais a Benetton e o McDonald’s são exemplos.

Atualmente a designação de grande superfície comercial foi substituída por Unidade


Comercial de Dimensão Relevante (UCDR).

Assim, os estabelecimentos não são classificados exclusivamente de acordo com a


dimensão da sua área de venda, mas sim da área acumulada a nível nacional pela
empresa ou grupo titular.

Passam a ser consideradas UCDR os estabelecimentos que possuam mais de 2.000


m² (retalho alimentar), 4.000 m² (retalho especializado), 5.000 m² (comércio por

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grosso) ou que, não atingindo estas dimensões, pertençam a uma empresa ou grupo
que a nível nacional detenha, para cada um dos tipos referidos, uma área de venda
acumulada superfície a, respectivamente, 15.000 m², 25.000 m² e 30.000m².

3. Comércio associado
O comércio associado compreende empresas que mantêm a sua independência
jurídica, associado uma ou mais actividades, de modo a obter vantagens e a competir
com o comércio integrado
.

De forma geral, estas associações de comerciantes têm como grande objetivo efetuar
compras em conjunto e obter preços mais baixos devido ao grande volume de compra,
o que não conseguiriam se actuassem isoladamente.
Por outro lado, usufruindo de serviços comuns, podem desenvolver operações
promocionais de maior escala, conhecer melhor os mercados e gerir mais
racionalmente os stocks, o que também isoladamente se tornaria mais difícil.

3.3. Métodos de vendas

Até agora consideramos que no contacto com o consumidor existe sempre como base
o ponto de venda, local físico onde o consumidor e comerciante se encontram.
No entanto, nem sempre tal situação acontece, estabelecendo-se o contacto entre o
consumidor, o produtor e o produto de uma outra forma. Dos vários métodos de venda
existentes destacam-se os seguintes:

 Venda directa ou domicilio, que exige o contacto direto entre o vendedor e o


consumidor; no entanto, este contacto não é feito no ponto de venda, mas na
casa do cliente ou no emprego, sendo por esta razão também habitualmente
designado por venda porta-a-porta.

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 Cibervenda ou venda através da internet. Esta modalidade corresponde à


forma mais recente de venda e que tem vindo a crescer nos últimos tempos,
facilitada pelo aumento do uso dos computadores, consistindo na
venda/aquisição de bens ou serviços através da internet.

O número de lojas e centros comerciais tem vindo a crescer nos últimos anos,
quer em Portugal quer um pouco por todo o mundo, comercializando os mais
diversos tipos de bens e serviços, que vão desde livros, CD’s, vestuário,
software, bilhetes de avião, férias, etc.

 Venda automática (ou vending). Este tipo de venda utiliza equipamentos


automáticos instalados em locais públicos e de grande circulação, como
estações de comboios, metro, hospitais ou fábricas.
Hoje encontramos uma grande variedade de produtos oferecidos desta forma,
desde os bilhetes de comboio ou de cinema até sanduíches, tabaco, bebidas,
chocolates, etc.
Na grande maioria, a forma de pagamento utilizado é o dinheiro; no entanto, já
é possível encontrar pagamentos através de cartões débito ou de crédito.

 Venda à distância ou por catálogo é uma técnica de venda em que os


produtos são apresentados aos consumidores através de vários meios de
comunicação como televisão ou por catálogo, respondendo aos consumidores
por meios idênticos, seja por telefone ou por envio de cupões pelos correios.
Neste tipo de venda, também chamada de venda sem loja, não existe o
contacto direto entre o vendedor e o comprador.

4. Moeda

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4.1. Evolução: da troca direta à troca indireta

É difícil de imaginar hoje uma economia a funcionar sem a presença de moeda,


pois ela faz parte integrante do nosso quotidiano.

Embora não possamos precisar com exatidão o surgimento da moeda,


sabemos que houve no passado uma transição de uma economia de permuta
para uma economia monetária.

As sociedades primitivas viviam do que a Natureza lhes oferecia, eram assim


sociedades recoletoras, sendo o seu nível de população muito reduzido e, por
isso, as trocas eram praticamente inexistentes.

Mas, à medida que o Homem vai dominando a Natureza, o nível da produção


aumenta, dando lugar ao aparecimento das trocas. À medida que o Homem
deixa de ser recoletor, vão surgindo as especializações, o que permite o
aparecimento de excedentes, possibilitando as trocas de produtos.

Inicialmente, as trocas assumiram uma forma muito rudimentar, trocando-se


um bem diretamente por outro bem, era a troca directa.

TROCA DIRECTA

BEM BEM

Este tipo de troca só era possível numa economia em que o nível de produção era
ainda relativamente reduzido, pois, na prática, levantaram-se vários inconvenientes,
nomeadamente;

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 A dupla coincidência de desejos, pois para se realizar a troca era necessário


encontrar alguém que possuísse o bem que um desejasse e que o quisesse
trocar pelo bem que o primeiro oferecia.
Se eu pretendesse trocar cereais por peles, teria de encontrar alguém que
tivesse exatamente peles e estivesse interessado em adquirir cereais. Esta
dupla coincidência de desejos levava a que muitas vezes não se concretizasse
a troca.

 O elevado número de transacções. Para ultrapassar a dupla coincidência de


desejos era, por vezes, necessário efetuar um elevado número de trocas
intermédias até conseguir concretizar a troca desejada.

 A atribuição de valores aos bens era ainda outro dos inconvenientes que
surgia com frequência, uma vez que os bens eram comparados entre si e não

em relação a uma medida padrão. Que quantidade de cereais deveria dar para
obter uma pele?

 A divisibilidade dos bens constituía ainda um outro obstáculo pois nem todos
os bens eram facilmente fraccionáveis, é o caso dos animais ou mesmo até
das peles.

 O transporte dos bens nem sempre era fácil e económico, não se ajustando a
um grande volume e variedade de bens.

Como podemos perceber facilmente, à medida que as quantidades produzidas


foram aumentando, este tipo de troca não se ajustava às necessidades sentidas,
acabando por entravar o próprio crescimento da economia.
Para contornar este obstáculo, começam-se a introduzir bens como intermediários
nas trocas. Estes bens têm a característica de serem aceites por todos as pessoas

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e dividirem a operação de troca em duas partes: troco o bem que possuo pelo bem
intermediário e, posteriormente, este último pelo bem que eu pretendo.

Desta forma, o processo de troca é agora subdividido em duas operações, em que


é utilizado como intermediário. Trata-se assim de uma troca indirecta.

Na troca o bem utilizado como intermediário funciona como moeda, por isso é
designado por moeda-mercadoria.

TROCA INDIRECTA

BEM MOEDA BEM

A introdução de um intermediário nas trocas – a moeda – marca a passagem de uma


economia de permuta para uma economia monetária.

De facto, moeda é qualquer bem que é aceite por todos os membros de uma
comunidade e que expressa o valor de todos os bens sendo aceite como um
intermediário entre trocas.

4.2. Funções (meio de pagamento, medida de valor reserva de valor)

Para além de constituir um intermediário nas trocas, a moeda desempenha três


grandes funções na economia:

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 Medida de valor ou unidade de conta, uma vez que a moeda expressa o


valor, dos bens e dos serviços;
 Meio de pagamento, pois a moeda sendo aceite por todos os membros de
uma comunidade permite adquirir qualquer bem ou serviço;
 Reserva de valor, pois é possível guardar moeda com vista a uma aquisição
futura.

4.3.Tipos de moedas na actualidade – (moeda metálica, papel moeda e


moeda escritural)

Ao longo dos tempos foram vários os tipos de bens utilizados como moeda, é o caso
das peles, do gado, dos cereais, do sal, ou mesmo das conchas.

Embora a introdução da moeda-mercadoria tenha permitido ultrapassar muitos dos


inconvenientes apresentados pela troca direta, o seu uso tinha ainda inconvenientes,
pois:
 nem sempre os seu fracionamento era fácil ou mesmo possível;
 o seu transporte poderia ser algo complicado ou mesmo nada prático;
 por vezes era difícil conservá-la no tempo;
 poderia ser um bem utilizado para fins não monetários.

Dados os inconvenientes apresentados pela moeda-mercadoria, começou a recorrer-


se aos metais preciosos como moeda, principalmente o ouro e a prata, uma vez que o
seu uso como moeda apresentava maiores vantagens.

A moeda metálica era aceite por todos, era facilmente divisível e fácil de transportar,
tinha grande durabilidade e, sendo um metal precioso, era rara e escassa.

Inicialmente, sendo a moeda constituída por ouro ou prata, o valor correspondido ao


seu preso em metal precioso, bastava apenas pesá-la. Esta era a fase da moeda

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pesada. Mais tarde assumiu a forma de pequenos discos arredondados, sendo


apenas necessário contar esses pequenos discos. Esta fase é designada por moeda
contada. Para garantir a sua autenticidade e que o seu peso correspondia ao valor em
metal precioso, tomou-se necessário que as autoridades interviessem no sentido de
garantir tal autenticidade, passando, assim, a moeda a ser cunhada.

Com a intensificação das trocas no final da Idade Média, foi necessário tornar mais
fácil o seu transporte, uma vez que se colocavam problemas de segurança no
transporte da moeda em metal precioso.
Assim, os comerciantes depositavam as moedas em ouro ou prata num cambista,
recebendo em troca um certificado de depósito ou uma letra de câmbio, mais tarde
o mesmo comerciante poderia levantar a quantia depositada, mediante a
apresentação da letra de câmbio, numa outra cidade.

Este processo generalizou-se dada a comodidade e segurança que apresentava,


passando as letras de câmbio a serem aceites como meio de pagamento.
A moeda passava a ter assim um suporte em papel, abandonando parcialmente a sua
base material. Este tipo de moeda é designado por moeda-papel.

A moeda-papel poderia, no entanto, ser convertida em moeda de ouro ou prata. Era,


por tanto, uma moeda convertível e representativa, pois continuava a representar o
metal precioso.

Mais tarde, para evitar abusos na emissão de moeda-papel e regular a situação, o


Estado chama a si a exclusividade da emissão de moeda, decretada que a aceitação
da moeda-papel passava a ser obrigatória, ou seja, a moeda-papel passava a ter
curso forçado; não sendo, também, possível a sua convertibilidade em metal
precioso, a moeda passava, assim, a ser inconversível.

Desta forja, a moeda passava a ser aceite com base na confiança que o Estado
garantia às pessoas, é pois uma moeda fiduciária.

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Estas características agora assumidas pela moeda-papel transformam-na em papel-


moeda.

Passando o Estado a controlar toda a emissão de moeda e sendo o seu curso forçado,
os banqueiros podiam aceitar os depósitos que os seus clientes fazem em papel-
moeda, sendo apenas necessário para a movimentar que os clientes dêem ordem ao
banco, o que fazem através de documentos próprios – os cheques.

Com efeito, estava criado um novo tipo de moeda – moeda escritural, movimentada
através de cheques.

A moeda escritural traduz-se em inscrições contabilísticas realizadas pelos bancos


nas contas dos seus cientes, que previamente constituíram um depósito a ordem.

Actualmente, com o desenvolvimento da informática e da eletrónica, o uso de cheques


como forma de movimentação da moeda escritural tem vindo a descer, sendo dada
preferência ao uso de cartões de débito e de crédito.

4.4. As novas formas de pagamento – desmaterialização da moeda

Neste longo processo de evolução da moeda, verificamos que moeda se vai


gradualmente separando do seu suporte físico inicial – o ouro ou a prata.

A passagem da moeda-papel ao papel-moeda, em que perde sua convertibilidade em


metal precioso, passando a circular for força de disposições legais, sob a forma de
pedaços de papel impressos com um valor inscrito superior ao material em que é feita,
mostra bem o processo de desmaterialização por que foi passado.

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Este processo foi ainda acentuado com a criação da moeda escritural, pois por
simples jogos de escrita é possível efetuar as mais diversas transacções sem qualquer
intervenção da moeda física.

Com o desenvolvimento da informática, da eletrónica e das telecomunicações, este


processo tem vindo a acentuar-se ainda mais, pois já nem é necessário inscrever tal
ordem de movimentação num cheque, pois, através de um cartão de plástico, digitar
um simples código, ou mesmo, por vezes, até apresentar apenas o próprio cartão,
como acontece com o pagamento da portagem na Via Verde.

 Formas actuais de moeda


Entre nós circulam atualmente as seguintes formas de moeda:

 Divisionária ou de trocos, constituída pela moeda metálica, utilizada,


sobretudo para pagamentos de baixo valor;
 Papel-moeda, notas de banco, utilizadas principalmente para pagamentos
de valores mais elevados;
 Moeda escritural, constituída por depósitos previamente efetuados nos
bancos e que pode ser movimentada através do cheque, cartões de débito
e de crédito.

5. Preço
5.1. Notação

Como sabemos da nossa vida quotidiana, todos os bens que adquirimos no mercado
têm um preço e para os obter temos de despender uma determinada quantidade de
moeda, pois é a moeda que expressa o valor de troca dos bens, ou seja, é a unidade
de troca dos bens.

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O preço de um bem ou de um serviço é a quantidade de moeda que é necessário


despender para o obter.

É importante realçar que a moeda expressa o valor da troca de um bem e não o valor
de uso.

O valor da troca compara um bem em termos de outro ou de outros bens que podem
ser adquiridos.

O valor de uso corresponde a uma avaliação subjetiva da satisfação que, direta ou


indiretamente, a posse e utilização desse bem proporciona.

Água e diamantes
As coisas que têm valor de uso, muitas vezes têm pouco ou nenhum valor de troca.
E, ao contrário, as que têm maior valor de troca com frequência tem pouco ou
nenhum valor de uso.
Nada é mais útil do que a água, mas com ela compramos poucas coisas: dificilmente
é possível adquirir algo em troca de água (salvo em determinadas situações). Um
diamante, pelo contrário, não tem praticamente nenhum valor de uso, mas uma
grande quantidade de bens pode ser trocada por ele.

5.2. Fatores que influenciam a formação dos preços

São vários os fatores que influenciam a formação do preço dos bens e dos serviços.
Sendo assim, um processo no qual intervém um conjunto de fatores, dos quais se
destacam:

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i) os custos envolvidos na produção do bem, quer se trate de custos


variáveis ou de custos fixos;
ii) o custo do fator trabalho, que consequentemente se reflete nos
custos da produção do bem;
iii) o preço dos outros bens, que possam ser substituíveis;
iv) a imagem de marca do bem. Por exemplo se a empresa se quiser
afirmar no mercado através de uma imagem de prestigio poderá adotar
uma estratégia de preços mais elevados.

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