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TEXTOS DE APOIO
Área Tecnológica
Unidade: Atividades Económicas
Domínio ou Unidade:
Módulo: O Consumo e os Consumidores
Duração: 30 HORAS
Objectivos de Aprendizagem:
4 Conteúdos
● Consumo
- Noção
- Tipos (final/intermédio; essencial/supérfluo)
- Fatores explicativos: rendimento, preços, moda e publicidade
- Consumismo:
. Noção
1. CONSUMO
1.1 Noção
Na nossa vida diária sentimos várias necessidades: de nos alimentarmos, de ouvirmos
musica, de irmos ao médico ou de ler um livro…Para satisfazer todas estas
necessidades utilizamos bens e/ou serviços, isto é, consumimos.
Ao falarmos de consumo verificamos que os bens e serviços podem ser utilizados por
diferentes agentes económicos e podem satisfazer diferentes tipos de necessidades.
Assim, é habitual distinguirmos os seguintes tipos de consumo:
Esta relatividade dos padrões de consumo existentes em cada sociedade não impede
a ciência económica de estabelecer relações entre a variação de várias variáveis e o
impacto das mesmas no consumo ou na estrutura de consumo das famílias. Podemos
desta forma falar em fatores explicativos do consumo e podemos agrupá-los em dois
conjuntos distintos:
Moda e
Rendimento
Publicidade
Preços
Fatores Económicos:
Nota:
Teremos de ter sempre presente que o estudo de cada um dos fatores responsáveis
pela alteração do consumo é realizado com base no pressuposto de que os restantes
fatores se mantêm inalteráveis. Assim, no estudo do rendimento consideramos que
todos os outros fatores não sofrem qualquer alteração, mantêm-se constantes (ceteris
paribus, tudo o resto constante) ao longo da análise.
i) O rendimento
O nível de rendimento das famílias é um dos fatores que influencia o consumo.
Sabemos que não podemos adquirir tudo o que desejamos pois o orçamento de que
dispomos é limitado, por isso temos de atribuir uma determinada hierarquia aos
consumos que pretendemos efetuar.
Para melhor conhecermos a estrutura dos consumos dos agregados familiares temos
de calcular os coeficientes orçamentais, ou seja, o peso que a despesa de consumo
efetuada num determinado grupo de bens ou serviços ocupa relativamente ao total
das despesas realizadas pelo agregado familiar.
Coeficiente Orçamental
Exemplo:
Consideremos que a família Santos gasta no total dos seus consumos mensais,
2.000,00€, afetando 750,00€ em alimentação. Assim, o coeficiente orçamental da
alimentação será:
750,00€
X 100 = 37,5%
2.000,00€ A família Santos afeta 37,5% do total das suas
despesas em alimentação.
Observemos o seguinte quadro que nos mostra a estrutura e o consumo das famílias
portuguesas em 1995 e em 2000.
1995 2000
€ % € %
A lei de Engel diz-nos que à medida que o rendimento das famílias aumenta, o peso
nas despesas de alimentação vai baixando, aumentando por sua vez o peso das
despesas destinadas à cultura lazer e distração.
ii) Os preços
Verificamos que, na realidade, a maior parte dos bens apresenta bens substituíveis; a
carne de vaca pode ser substituída pela carne de porco, um casaco pode ser
substituído por uma camisola…
Consideremos que o bem A possui como substituto o bem B e que o preço do bem A
aumentou.
Perante esta situação o consumidor irá transferir o consumo do bem A para consumo
do bem B, procurando desta forma evitar penalização resultante do agravamento do
preço do bem A, uma vez que o preço do bem B se manteve inalterável.
a) Rendimento
- lei de Engel
a) Rendimento
coeficiente orçamental
▼
O peso das despesas de
consumo de um grupo de
bens no total das despesas
de consumo
=
B) Preços
- efeito substituição: face ao aumento do
preço de um bem, o consumidor irá procurar
consumir um bem que lhe seja substituível.
- efeito rendimento: o aumento do preço de
um bem, fará baixar o rendimento e, por
isso, o consumo de outros bens; a baixa do
preço do bem, fará aumentar o poder de
compra do consumidor, podendo consumir
mais de outros bens.
- efeito de snobismo ou de Veblen: o
consumo de um bem aumenta quando o
preço sobe, por parte dos consumidores que
pretendem exteriorizar o seu poder de
compra.
→ Moda e Publicidade
a) Moda
b)Publicidade
c) Meio social
d) Estrutura
etária
e) Modos de
vida
f) muitos
outros
factores ....
1.4 CONSUMISMO
Noção
O susto vem com a chegada da factura, que se não for paga no total transforma-se
numa bola de neve. O desejo excessivo de comprar, o endividamento pelo excesso de
compras e o sofrimento psicológico provocado pelo descontrole desse tipo de
comportamento podem indicar uma dependência comportamental de consumo.
Podemos pensar e retorquir que estas três características evidenciam o consumo sem
controlo, ou doença do consumo.
O consumismo é um fenómeno que cresceu nos últimos quinze anos, quando houve
uma reorientação do comércio para o público consumidor com as ofertas de consumo
e as campanhas publicitárias votadas para população que tem, "uma certa avidez
natural por experimentar coisas novas".
Sentimento de culpa.
A maior parte dos casos estudados demonstra que a pessoa adquire roupa ou
complementos não só desnecessários, senão inapropriados para o estilo ou a
personalidade do comprador, inclusive talhas maiores ou menores das que se
precisam. Estas aquisições desproporcionadas arcam sentimentos de culpa, falta de
senso, da auto-estima e numerosos problemas com a família.
Os meninos, afetados.
Para começar, para os meninos o dinheiro não está unido a esforço pessoal algum. É
como o Grande Maná que baixa do céu, põe-se nas suas mãos e serve-lhes para
adquirir qualquer outro capricho.
Com este aumento e com a nossa sociedade cada vez mais consumista, perguntamos
a nós próprios como pode ser possível haver cada vez mais empréstimos e mais
dívidas?
Não encontrámos resposta, porque isto tudo torna-se num ciclo vicioso, que as
pessoas nem se apercebem do dinheiro que gastam e dão por elas à frente de um
banco a pedir empréstimos, muitas das vezes para pagarem coisas sem mera
importância... Mas fazem isto sempre com a mentalidade de terem mais que os outros,
como por exemplo, carros topo de gama em frente à porta de casa, ter telefone fixo e
ao mesmo tempo telemóvel, prestação da casa e muito mais, e são capazes de
passarem o mês a comerem enlatados e comidas plásticas para terem o que não
podem ter.
Muitos destes empréstimos, que depois vão levar às futuras prestações, dão-se devido
à grande publicidade enganosa, o que infelizmente há cada vez mais pessoas a
deixarem-se enganar...
A publicidade é um dos fatores que leva as pessoas cada vez mais a aderir ao
consumismo, estas ficam com uma imagem iludida em relação aos produtos e em vez
de se informarem para saberem se é uma publicidade enganosa ou não, deixam-se
levar pela linda aparência, e aí tudo começa com um simples empréstimo, amanhã
mais um e torna-se num «hábito». A grande maioria dos ordenados tende para se
manterem ou até mesmo continuarem a baixar, e o aumento dos empréstimos
continua.
O mundo passa por uma terrível crise ambiental, pois as sociedades actuais estão a
sentir os problemas provocados ao longo de centenas de anos.
Diante de toda esta situação, existem diversas teorias que garantem solucionar os
problemas ambientais, algumas radicais outras mais flexíveis e coerentes.
O mundo detém actualmente uma população de aproximadamente 6, 7 bilhões de
pessoas. Para que o mundo não entre em colapso é preciso encontrar formas
Outro fator que pode ser extremamente eficiente no processo de conservação está
inserido no contexto da educação. Essa forma ocorre na construção de um ensino
ligado à qualidade e não à quantidade.
No caso das águas é preciso que haja um processo de despoluição dos mananciais
que se encontram poluídos, preservação dos recursos hídricos e fiscalização do uso
dos mesmos, tratamento rigoroso do esgoto, implantação residencial, comercial e
Todas as atitudes apontadas não são conclusivas e estão sujeitas às divergências por
parte de diversas ciências e concepções.
Perante esta realidade começam a surgir, nos finais dos anos 50 do Sec. XX,
movimentos e organizações com o objetivo de criar as condições para a
responsabilização do indivíduo como consumidor.
Em reação ao consumismo impulsivo, indiscriminado e nocivo, para as pessoas e para
o ambiente, surge o consumo responsável, esclarecido e consciente do impacto
sobre o ambiente.
Assim, o consumidor, consciente das novas responsabilidades sociais no âmbito do
consumo, começa por organizar-se para conhecer os seus direitos e exigir que os
mesmos sejam reconhecidos através da Lei. Este desejo e em simultâneo a
necessidade de defender os interesses do consumidor, conduz ao aparecimento de
movimentos organizados de consumidores que procuram pressionar os poderes
políticos e obriga-los a definirem normas que estabeleçam os direitos e os deveres do
consumidor.
DIREITOS E DEVERES
Segundo a legislação, consumidores são todas as pessoas que compram bens para
uso pessoal, a alguém que faça da venda a sua profissão.
A Lei n.º 24/96, de 31 de Julho estabelece os direitos e deveres dos
consumidores, alterada pelo Decreto – Lei n.º 67/2003, de 8 de Abril.
Em
E, os Deveres?
A inflação, por si só, nem sempre implica a queda do poder de compra do rendimento
real, posto que o rendimento pode subir mais rapidamente do que a inflação.
Moeda é qualquer coisa que numa determinada comunidade, serve como instrumento
geral de troca e medida comum de valor. Na sua forma mais ampla, é tudo o que pode
ser utilizado, com a aceitação de todas as partes envolvidas, no pagamento de contas
e liquidação de débitos.
Fatores de Trabalho
produção Capital
Rendimentos Primários:
A Remuneração do Trabalho
O salário é a remuneração atribuída ao factor trabalho, isto é, o preço do trabalho
realizado.
No entanto, temos de distinguir entre salário nominal e salário real:
Pode ainda fazer-se a distinção entre salário ilíquido (ou bruto) e salário líquido:
- O salário ilíquido (ou bruto) corresponde ao salário antes de impostos e descontos
para a segurança social
- O salário líquido corresponde à quantia que fica após os descontos atrás referidos.
As diferenças nos níveis salariais pagos aos trabalhadores por conta de outrem podem
ter várias origens, nomeadamente:
- Setor ou Ramo de atividade;
- Idade;
- Dimensão da empresa;
- Sexo;
- Tipo de profissão;
- Habilitações académicas profissionais
- Qualificação,
- Nível do desenvolvimento regional, (disparidades regionais),
- Nacionalidade
- etc.
As diferenças salariais, tendo em conta o género masculino ou feminino mostram que
os níveis salariais inferiores em Portugal atingem mais as mulheres do que os
homens.
Vamos verificar, por exemplo, quais os recursos de que dispõe a família Silva,
constituída por pai, mãe, avô e dois filhos:
Assim, o rendimento de que esta família pode dispor é constituído, quer por
rendimentos primários, isto é, aqueles que provêm do capital e do trabalho (no
exemplo, os salários e os juros), quer ainda pelas prestações sociais (abono de família
e reforma).
Podemos, pois, afirmar que o rendimento das famílias tem origem nas receitas
provenientes:
- Da actividade produtiva: salários, juros, rendas, lucros;
- Das transferências internas: as prestações sociais feitas pela Administração
Pública e Privada (pensões, abonos, diversos subsídios, etc.);
- Das transferências externas: nestes têm especial relevância os rendimentos
provenientes do estrangeiro (remessas de emigrantes e outras).
definição de crédito
Crédito pode ser definido como sendo uma soma em dinheiro disponibilizada por uma
pessoa, uma entidade financeira ou um banco, durante determinado período. O
beneficiário deve pagar uma forma de remuneração, designada por juro, como
contrapartida da disponibilização do dinheiro. Implica, geralmente, a prestação de uma
garantia ao banco, pela quantia esperada.
Noção
● Uma subida generalizada dos preços de todos os bens e serviços e não apenas de
um ou de um conjunto de bens;
● Uma subida sustentada e continuada dos preços e não uma subida ocasional ou
sazonal.
Como vimos, então, inflação, é o aumento generalizado do nível de preços dos bens
e serviços de uma economia, durante um período de tempo.
Quando o nível geral dos preços aumenta, cada unidade da moeda compra menos
bens e serviços. A principal medida da inflação é a taxa de inflação, isto é, a
percentagem de variação de um índice de preços no tempo.
A inflação pode ter efeitos adversos na economia. Por exemplo, incerteza acerca da
inflação futura pode desencorajar o investimento e a poupança. A inflação pode
aumentar a diferença no rendimento entre aqueles com rendimentos fixos e aqueles
com rendimentos variáveis. Uma inflação elevada pode causar escassez de bens
porque os consumidores os açambarcam por receio de que os seus preços venham a
aumentar.
Efeitos da inflação
Um aumento do nível geral dos preços acarreta uma redução do poder de compra da
moeda. Isto é, quando o nível geral dos preços aumenta, cada unidade monetária
compra menos bens e serviços.
Depreciação Redução
Inflação do poder
do valor da
de
moeda compra
De forma a medir a evolução dos preços numa economia, num determinado período
de tempo, utiliza-se o Índice de Preços no Consumidor (IPC), o qual constitui uma
das medidas da inflação.
Supondo que no ano de 2007 o preço do cabaz era de 1.000€ e que em 2008 era de
1.100€, para obtermos o IPC procederíamos do seguinte modo:
1.100
IPC 07/08 = X 100 = 110
1.000
O resultado obtido (110) significa que o que se comprava em 2007 com 1,00€, em
2008 custa 1,10€…gasta-se 1,10€ em 2008 para comprar o mesmo bem que em 2007
custava 1,00€.
Preço do cabaz do ano b em que a = ano
IPC ano b/ano a = X 100
Preço do cabaz do ano a base
Sendo o IPC a medida da inflação, podemos dizer que os preços, em média, subiram
10%, ou seja, a taxa de inflação foi de 10%.
O IHPC inclui bens e serviços que não estão contemplados no cálculo do IPC, como é
o caso dos medicamentos que não são comparticipados, os seguros ligados à
habitação e os serviços de educação que são integralmente suportados pelos
cidadãos.
A variação média anual compara o nível do índice médio nos últimos doze
meses, com os doze meses imediatamente anteriores (taxa de inflação media
anual).
Esta variação, uma vez que se trata de uma média, é menos influenciada pelos efeitos
localizados no tempo, ou seja, por alterações esporádicas nos preços.
Consequências da Inflação
Um dos efeitos da inflação faz-se sentir ao nível do valor da moeda. Uma vez que o
preço se traduz na quantidade de moeda que é necessário despender para obter um
bem, se o preço do bem aumentar significa que teremos de dar uma maior quantidade
de moeda para obter o mesmo bem, ou seja, o valor da moeda baixou, pois a mesma
quantidade já não é suficiente para adquirir o bem. Podemos, assim, dizer que o valor
da moeda se depreciou.
Para além dos aspetos anteriormente apresentados, a inflação provoca ainda outras
consequências, nomeadamente:
i) A redução do investimento – a inflação cria alguma insegurança e
desequilíbrio, retraindo ou fazendo adiar as decisões de investimento, pois
torna-se difícil prever os custos futuros. As empresas / investidores terão
tendência a deslocar as suas aplicações para áreas mais rentáveis ou
mesmo especulativas.
3. POUPANÇA
3.1. Noção
De facto, a poupança das famílias é a parte do seu rendimento disponível que não é
canalizada para o consumo.
Suponha que os pais da Joana lhe dão mensalmente 40,00€ para as suas despesas
de consumo. No entanto, pensando na viagem de finalistas que irá efetuar no próximo
ano, a Joana decidiu gastar 30,00€ e poupar 10,00€ todos os meses. Assim, por
exemplo, a Joana poderá ir ao cinema uma vez por mês e comprar menos DVD’s do
que comprava anteriormente. Neste caso, Joana está a diferir o ato do consumo no
tempo, deixando de consumir hoje para o poder fazer no ano seguinte. No entanto, ela
teve de tomar a decisão hoje entre o consumir ou o poupar.
Uma vez constituída a poupança é necessário decidir como a aplicar, ou seja, que
destino lhe dar, para que, sempre que possível, se possa obter algum rendimento
proporcionado por essa aplicação.
Taxa de poupança
Poupança
Taxa de Poupança = X 100
Rendimento Disponível