Você está na página 1de 9

Índice

Introdução........................................................................................................................1
Fundamentação teórica.................................................................................................2
Relação jurídica...........................................................................................................2
História......................................................................................................................2
Conceito....................................................................................................................2
Formação da Relação Jurídica.............................................................................3
Elementos da relação jurídica...............................................................................4
Classificação............................................................................................................4
Capacidade jurídica....................................................................................................5
História......................................................................................................................5
Distinção da capacidade jurídica..........................................................................5
Incapacidade............................................................................................................6
Conclusão........................................................................................................................7
Referências bibliográficas.............................................................................................8

I
Introdução
O convívio humano é marcado por relações interpessoais que são reguladas
pelo Direito, que as ordena, proíbe ou permite. Assim, os actos humanos são
classificados como actos devidos (ordenados ou proibidos) ou actos permitidos.
Os actos são ordenados, proibidos ou permitidos no sentido de proteger e
beneficiar a comunidade, os grupos, ou os indivíduos determinados ou
indeterminados. Nessa perspectiva, pode-se afirmar que as relações
interpessoais reguladas pelo Direito são conhecidas como relações jurídicas
que é definida como “relação social disciplinada pelo direito e, concretamente,
é uma relação entre sujeitos, um titular de um poder, outro, de um dever.”

A capacidade jurídica nada mais é que a aptidão para adquirir direitos e


contrair obrigações na vida civil que a pessoa natural possui. Todo ser humano
é dotado de personalidade, mas muitos deles não apresentam condições
necessárias para exercer, por si próprio, seus direitos (capacidade de fato).

1
Fundamentação teórica
Relação jurídica
História
Historicamente, o ordenamento jurídico baseava-se no enquadramento dos
sujeitos titulares de direitos e obrigações à legislação, como pode ser
observado no direito romano.

No entanto, no séc. XIX surgiu na Alemanha a denominada Escola das


Pandectas. Tal Escola baseava-se na interpretação da norma
jurídica buscando a finalidade almejada pelo legislador no momento de
tipificação e regulamentação do fato social. Foi por meio desta filosofia que
surgiu o conceito de relação jurídica.

O Código Civil Alemão de 1900 - BGB, passou a incorporar a relação jurídica


como fonte de observação do Direito, separando em uma parte geral sua
constituição, seus efeitos e suas vicissitudes, abordando o Direito como
mediador social e instrumento do bem comum.

A partir daí, portanto, o Direito passou a ser observado sob o prisma da relação
jurídica como meio de formação de direitos e deveres entre sujeitos.

Conceito
O conceito de relação jurídica é fundamental na Ciência do Direito. Jhering
afirmou que a relação Jurídica está para a Ciência do Direito assim como o
alfabeto está para a palavra. F.C. Savigny, em sua época, século XIX, foi o
responsável por firmar de maneira mais clara o conceito de relação jurídica.

Relação jurídica é o vínculo intersubjectivo concretizado pela ocorrência de um


fato cujos efeitos são veiculados pela lei, denominado fato jurídico. Trata-se,
portanto de relação social específica tipificada por uma norma jurídica.

Tal conceito advém da chamada teoria personalista, a qual tem como precursor


o jurista alemão Bernhard Windscheid, entendendo ser esta o vínculo entre
dois ou mais sujeitos estabelecido diante de um objecto.

“Relação jurídica é aquela através da qual juridicamente se vinculam duas


pessoas, tendo por objecto um interesse.” 

2
Em contraposição, surgem as teorias normata e objectivista. A primeira é
fundada na ideia de que a relação jurídica consiste na necessidade de
determinado comportamento a partir da existência de um fato que produza
efeitos jurídicos, indispensável à concretização de cada relação. Ou seja, é a
relação do sujeito com a norma jurídica, a concretização da relação de fato
pelo liame jurídico da norma. Desta forma, v.e. os contratos veiculam duas
relações jurídicas para cada sujeito envolvido.

Já a teoria objectivista pauta-se na indeterminação do sujeito passivo. A


relação jurídica não envolve somente sujeitos, mas tem carácter genérico para
que possa abarcar o liame jurídico entre pessoas, pessoas e coisas e pessoas
e lugares.

Formação da Relação Jurídica


As relações jurídicas se formam pela incidência de normas jurídicas em fatos
sociais. Em sentido amplo, os acontecimentos que instauram, modificam ou
extinguem relações jurídicas.

 Relações jurídicas fundamentais: decorrem da lei e estabelecem direitos


fundamentais.

Ex: respeitando o direito do outro em sociedade.

Para existir relação jurídica é preciso a presença de dois requisitos. "Em


primeiro lugar uma relação intersubjectiva, ou seja, um vínculo entre duas ou
mais pessoas. Em segundo lugar, que esse vínculo corresponda a uma
hipótese normativa, de tal maneira que derivem consequências obrigatórias o
plano da experiência."

Denomina-se fato propulsor ou fato jurídico o acontecimento concretizador da


norma abstracta formando a relação intersubjectiva.

 “A relação jurídica tem como pressuposto um fato que adquire


significação jurídica se a lei o tem como idóneo à produção de
determinados efeitos, estatuídos ou tutelados. Assim todo evento, já um
acontecimento natural, já uma acção humana, converte-se em fato
jurídico, se em condições de exercer essa função. Ao incorporar
significação jurídica, o fato origina uma relação concreta e típica entre
sujeitos determinados ou determináveis.” 
3
Elementos da relação jurídica
São elementos caracterizadores da relação jurídica:

Sujeitos da relação jurídica: Relação de homem para homem cada qual possui


uma situação jurídica própria, consistente na posição ocupada na relação
jurídica como titular de direitos e deveres. A situação jurídica activa
corresponde à posição de agente portador de direito subjectivo, enquanto a
situação jurídica passiva, a de possuidor de dever jurídico.

a) Sujeito activo - é o credor da prestação ou obrigação principal ou o


beneficiário principal da relação. Titular do direito subjectivo.
b) Sujeito passivo - titular do dever jurídico, devedor da prestação
principal.

 Obs.: Esses sujeitos terão obrigações que se dividem em dar, fazer e


não fazer.

Todavia, há situações em que o sujeito de direito ainda não existe, v.e. herança
jacente. Predomina a doutrina que aceita a falta provisória de sujeito ou
expectativa de direito.

c) Vínculo de atributividade - liame, reconhecido juridicamente, entre os


sujeitos. Pode ocorrer por meio de lei, ou acordo de vontades, na figura
dos contratos. A inexistência do vínculo acarreta a inexistência da
relação jurídica.
d) Objecto - elemento motriz da relação, é a pessoa, a prestação ou a
coisa sobre a qual recai o vínculo de atributiva ade. A relação jurídica
gira em torno do objecto.

Classificação
A relação jurídica pode ser:

a) Simples: veicula somente um direito subjectivo


b) Complexa: veicula mais de um direito subjectivo, com titulares diversos;
c) Plúrima: veicula mais de um direito subjectivo, oriundos de um único
titular.
d) Pública ou Privada: dependendo do interesse público ou privado,
respectivamente, acobertado pela relação jurídico. Como espécies das
relações privadas tem-se as relações patrimoniais ou extrapatrimoniais,
4
susceptíveis ou não de apreciação pecuniária. As relações patrimoniais
dizem respeito aos direitos reais e pessoais, enquanto as
extrapatrimoniais, à personalidade e à família.
e) Absoluta ou Relativa: as relações absolutas tratam de direito de
imposição universal, o qual deve ser respeitado por todos. Já as
relativas tratam de direitos cuja eficácia é circunscrita a determinadas
pessoas.

Capacidade jurídica 
Em direito, capacidade jurídica de uma pessoa física ou jurídica é a
possibilidade de ela exercer pessoalmente os actos da vida civil - isto é,
adquirir direitos e contrair deveres em nome próprio (sendo que todos possuem
direitos, mas nem todos possuem deveres).

História
Em direito romano, havia a diferenciação da capacidade pelo status do titular.
Nem todos os sujeitos gozavam dos mesmos direitos no direito romano. A
depender de suas qualidades (isto é: status), os sujeitos possuíam mais ou
menos direitos. As diferenciações eram feitas por sexo, idade, estado de
saúde, parentesco, espécies de parentesco, graus de parentesco, domicílio,
presença ou ausência, profissão, religião.  Vê-se, aí, uma semente da teoria da
capacidade, mas a aplicação por factores culturais era bem diversa, e os
critérios eram muito inexactos. Eram critérios de desigualdade. A teoria romana
dos status sobreviveu até o século XIX, sendo pouco alterada. Foi
com Augusto Teixeira de Freitas no Código Civil - Esboço que, pela primeira
vez (em 1857/60), se falou em "capacidade de fato" e "capacidade de direito"
como modernamente se entendem tais concepções. Só dois anos mais tarde,
essa teoria surgiria na Alemanha com von Bar, 1862; com Rolin em 1897 na
Bélgica; na França em 1904 com Dreyfus. Todos os trabalhos de Augusto
Teixeira de Freitas eram publicados no Anuário de Direito Francês, de modo
que é impossível negar a influência dele nos países europeus.

Distinção da capacidade jurídica


A capacidade jurídica divide-se em capacidade de direito (capacidade de gozo,
capacidade de fruição) e capacidade de fato (capacidade de exercício,
capacidade de acção). Segundo sua definição consagrada, a capacidade de

5
direito é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. Por sua
vez, a capacidade de facto é a aptidão para, pessoalmente, praticar actos da
vida civil.

Incapacidade
A incapacidade civil é o estado no qual se limita legal ou judicialmente o
exercício da vida civil a um indivíduo. Restrição legal ao exercício dos actos da
vida civil, deve ser, sempre, encarada como excepção. Pode-se somente
afirmar a incapacidade do fato, nunca do direito. A incapacidade diferencia-se
da falta de legitimação por a primeira ser genérica (para todos), e a falta de
legitimação ser específica a um caso (exemplo: falta de outorga de um dos
filhos na venda de um terreno pelo pai para um filho implica a falta de
legitimação do pai).

Incapacidade relativa

São aqueles que podem praticar, por si, actos da vida civil, desde
que assistidos por quem a lei encarrega deste ofício.

Incapacidade absoluta

É a impossibilidade total do exercício de direito pelo incapaz (deve


ser representado).

6
Conclusão
Conclui-se que toda relação jurídica corresponde a uma acção com a intenção
de assegurar a protecção do Estado aos litigantes, como meio processual. O
sujeito de direito é aquele que participa da relação jurídica, como sujeito activo,
o titular do direito ou passivo, o titular do dever.

Capacidade significa a aptidão que a pessoa tem de adquirir e exercer direitos.


Pelo Código Civil toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil; a
incapacidade é a excepção, ou seja, são incapazes aqueles discriminados pela
legislação.

A capacidade divide-se em dois tipos: a) capacidade de direito: em que a


pessoa adquire direitos, podendo ou não exercê-los, e b) capacidade de
exercício ou de facto: em que a pessoa exerce seu próprio direito. Com isso,
conclui-se que todas as pessoas têm capacidade de direito, mas nem todas
possuem a capacidade de exercício do direito.

7
Referências bibliográficas
GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil.19ª Ed. Forense - São Paulo,
2007.

AMARAL,Francisco. Direito Civil. Ed. Renovar. Rio de Janeiro, 2000.

COSTA, Wille Duarte. Relação Jurídica, conceito e estrutura. Coleção


Momentos Jurídicos. v.4. Ed. Del Rey. São Paulo, 1994.

CARVALHO, Orlando de. Teoria Geral da Relação Jurídica. Coimbra, 1969.

ANDRADE, Manuel de. Teoria Geral da Relação Jurídica. Coimbra, 1998.

Mackeldey, Ferdinanda. Manual de Derecho Romano - que compreende la


teoria da instituta. Madrid, 1847, Imprenta, de Don José Maria Alonso.,
Trabalho interessantíssimo sobre o Direito Romano em geral, inclusive a teoria
do "status".

Código Civil - Esboço. Augusto Teixeira de Freitas. Rio de Janeiro, 1860,


Typografia Universal de Laemmert. É a própria datação da obra de A. Teixeira
de Fritas que testifica do fato apontado.

Você também pode gostar