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A relação jurídica
1. Conceito de relação jurídica
É toda a relação da vida social disciplinada pelo direito, mediante:
Direito subjetivo- poder de exigir ou pretender conduta positiva ou negativa; produzir efeito
jurídicos que se impõem inelutavelmente a outra pessoa.
Personalidade jurídica–aptidão para ser sujeito de relações jurídicas, para ser titular de
direitos e obrigações. É reconhecida às pessoas singulares/pessoa humana e às pessoas
coletivas. Adquire-se no momento do nascimento completo e com vida. Não coincide com
capacidade jurídica nem com a capacidade de exercício.
Os sujeitos devem possuir personalidade jurídica. Pode ser atribuída a seres humanos (pessoas
singulares) ou a outras entidades, como associações de homens ou conjunto de bens (pessoas
coletivas).
2.2 Objeto
É aquilo sobre o qual incidem os poderes do sujeito ativo da relação. O bem que a relação
jurídica garante ao sujeito ativo.
Ex: A é proprietário de x.
Conteúdo do direito de propriedade: usar, fruir e dispor
Objeto é a coisa
Facto– evento (natural ou humano) gerador da relação que produz efeitos jurídicos. (217.º ss)
1. Pessoas singulares
São as pessoas entre a qual a relação se estabelece. Para isto têm de ter personalidade
jurídica, que apenas tem o ser humano, a pessoa singular, e as pessoas coletivas (sociedades).
Todo o sujeito de relações jurídicas tem de ser pessoa em sentido jurídico e é pessoa, neste
sentido, todo o ente que tem personalidade jurídica.
Ex: estrangeiros não têm capacidade de gozo de direitos políticos; menores de 35 anos não
podem ser PR da República; pessoas coletivas não tem capacidade matrimonial 2189º –
incapacidade de testar dos menores não emancipados e dos interditos por
anomalia psíquica,1601º - incapacidades nupciais dos menores de 16 anos, dos interditos
ou inabilitados por anomalia psíquica. Incapacidade para perfilhar dos menores de 16
anos, interditos e dementes 1850º
Instituto da Representação Legal (incapaz não age nem pessoal, nem livremente)
ou
Instituto da Assistência (incapaz age pessoal, mas não livremente - autorização)
Incapacidades de exercício
1. Menoridade:
123.º- incapacidade geral de exercício para atos de natureza pessoal ou patrimonial-
125.º- Regime de anulação.
Exceções: 127.º - 1878.º/2 e 1880.º.
Duração: 122.º- é menor de idade quem ainda não tiver completado 18 anos;
130.º e 133.º- ao atingir 18 anos adquire plena capacidade de exercício de direitos,
rege livremente a sua pessoa e dos seus bens.
132.º- incapacidade pode terminar antes dos 18 por via de emancipação pelo
casamento, a partir dos 16 (1601.º) se for consentido pelos pais.
Sem consentimento deles- 1649.º- Artigo1649º-o menor não precisa de autorização
dos pais para se casar mas continua a ser considerado menor quanto a 2 tipos de bens:
aos que tenha desde solteiro e levado para o casamento e quanto aos bens que possa
vir a receber(podendo ser herdados ou por doação). Se casamento autorizado, tal não
acontece passam a adulto
Suprimento da incapacidade dos menores:
- representação- poder-paternal – poder-dever- 1877.º e 1878./1/2 e 1880.º- são
responsabilidades paternais que assistem a ambos os pais, a exercer de comum
acordo- 1901.º e 1902.º, controlar iniciativas dos pais – tribunal – 1901.º. Divórcio:
1906.º
- tutela- 1921.º Exercida por conjunto de órgãos (tutor, protutor, e Conselho de família
– 2 vogais que são protutores e MP), sob vigilância de Tribunal de Menores (MP).
Cargos obrigatórios.
Poderes análogos aos dos pais – 1935.º, mas mais restritos – a autorizar por tribunal
Designação: pelos pais ou por Acão pp – 1928.º e 1931.º
Regime de Administração de bens – coexiste com TUTELA ou PODER PATERNAL
(qd excluídos ou inibidos) Mm poderes do Tutor: representa o menor em atos que
incidam sobre os bens dos menores.
-administração de bens – coexiste com representação ou tutela)
Valor dos seus atos: anulabilidade- 125.º
Ex: Pais podem vender laranjas do laranjal, mas não o laranjal sem autorização do tribunal,
a menos que este confirme o ato – 1889 e 1892.º - 1893.º, n.º1 e 1894.º
2. Maior acompanhado
Interdição- Artigo 138.º- Aplica-se a maiores que por anomalias psíquicas, surdez ou
mudez ou cegueira se mostrem incapazes de governar as suas pessoas e bens. Tem de
afetara capacidade de entender e Tribunal tem de emitir uma sentença que declare a
pessoa como interdita.
O acompanhamento é uma medida judiciária.
É necessário que alguém coloque a ação em Tribunal ou então o Ministério
Público(que tome conhecimento de certos casos de pessoas idosas ou isoladas por
queixas de outras) As medidas de acompanhamento podem também ser requeridas
pelo Ministério Público, pelo cônjuge, pelo unido de facto ou por qualquer parente
sucessível da pessoa que carece daquelas medidas. 143.º e 144.º 153.º
Qualquer adulto pode escolher antecipadamente o seu “acompanhante” e essa
vontade deve ser respeitada- 156.º CC
Suprimento: Este caso é suprido através da representação legal, ou seja, o Tribunal
nomeia alguém que haja em nome do interdito. Pode ser levantada caso a
incapacidade seja ultrapassada e este se voltar a mostrar capaz.
Âmbito:
Acompanhamento limitado ao mínimo indispensável.
Em função de cada caso, pode o tribunal atribuir ao acompanhante as funções
associadas aos seguintes regimes:
o exercício das responsabilidades parentais ou dos meios de as suprir;
representação geral ou especial com indicação expressa das categorias de atos para
que seja necessária;
administração total ou parcial de bens;
autorização prévia para a prática de determinados atos e intervenções de outro
tipo, que estejam devidamente explicitadas.
Atos de disposição de bens imóveis carecem sempre de autorização judicial
O internamento idem – 148.º CC.
VER 153.º e 156.º NOVO DO CC
o tribunal, depois de analisar todos os elementos que foram levados ao processo e com o
auxílio de informação médica, decide os atos que a pessoa – o acompanhado – pode e
deve continuar a praticar livremente e aqueles que, para sua proteção, devem ser
praticados por ou com o auxílio de outra pessoa – o acompanhante. Há, porém,
certos atos que o acompanhante só poderá praticar depois de obter autorização do
tribunal.
Trata-se, pois, de um novo regime jurídico, em vigor desde o dia 10 de fevereiro de 2019,
que tem necessariamente de ser decidido por um juiz e que vai substituir as interdições e
inabilitações.
3. Incapacidades conjugais
artigos 1682.º, 1682.º-A, 1682.º-B e 1683.º)Capacidade de dispor dos bens do
casal. O casamento acarreta certas proibições a ambos os cônjuges.
Entre cônjuges, um deles não pode arrendar a casa de família, a menos que tenha
autorização do outro. O regime protege a família. Mesmo que seja o regime de
separação de bens, nem hum dos dois pode vender ou arrendar a casa de família.
A ratio legis é proteger a família.
SUPRIMENTO: CONSENTIMENTO do outro - ASSISTÊNCIA: 1682.º/1 e 3; 1682.º - A
e 1682.ºB.
Sanções: ANULABILIDADE - pelo cônjuge (herdeiros) que não consentiu nos 6
meses após o conhecimento do ato, e até 3 anos após a sua celebração: 1687.º
4. Incapacidade acidental
Por alguma razão, a pessoa está em incapacidade momentânea (álcool, drogas) que
afetam a sua capacidade de entender o que está a fazer/dizer. Casos em que a declaração
negocial é feita por quem devido a qualquer causa se encontrar acidentalmente
incapacitado de entender o sentido dela ou não tiver o livre exercício da vontade
Artigo257º-Requisitos para anular as ações:
-Se a pessoa não estiver consciente do que diz/faz (momentaneamente)
-Se esta incapacidade for notória para o outro ou se este tiver conhecimento (São necessárias
ambas)
Não há forma de esta ser suprida pois é uma situação momentânea e tem de ser o próprio
a mais tarde resolver o problema. A anulação só pode ser feita através de uma ação em
Tribunal.
Anulável dd que facto seja notório ou conhecido da outra parte – 287.º
Sanável mediante confirmação – 288.º
Logo, o negócio é válido, apesar de viciado, produzindo os efeitos a que se destina se não
for anulado pelas pessoas com legitimidade para o efeito