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Direito Civil
É o Direito que regula a vida quotidiana dos Homens desde o seu nascimento e tutela os seus direitos de personalidade
inerentes (regula a morte, a ausência, as incapacidades, os direitos patrimoniais, contratos em especial, etc.). Este tutela
coercivamente os interesses dos Homens em relações com outros Homens, nos diversos planos de vida.
A autonomia é uma ideia/característica fundamental para o Direito Civil. É um mecanismo de defesa/proteção de direitos e
posições jurídicas adquiridas.
Autonomia: poder de autodeterminação quer nas relações com outras pessoas (negócios jurídicos), que supõem a
igualdade de situações jurídicas dos sujeitos, quer por ato unilateral, ou seja prosseguir fins/objetivos próprios.
Serve, ainda, como direito subsidiário para o Direito Comercial e Direito de Trabalho (= o sistema recorre às normas de Direito
Civil de forma a colmatar as omissões). É possível concluir que constituí um núcleo fundamental para todo o Direito Privado.
Relação Jurídica em sentido amplo: é toda a relação da vida social relevante para o Direito, isto é, produtiva de
efeitos jurídicos e disciplina pelo Direito.
Relação Jurídica em sentido restrito: relação da vida social disciplinada pelo Direito, mediante atribuição a uma
pessoa de um direito subjetivo e a imposição a outra de um dever jurídico ou uma sujeição.
a) Relação Jurídica Abstrata: quando se considera um esquema/modelo contido na lei, como na relação pela
qual o inquilino deve pagar uma renda ao senhorio.
b) Relação Jurídica Concreta: quando se considera uma relação jurídica já existente na realidade, entre
determinadas pessoas, sobre um determinado objeto, e procedendo de um determinado facto jurídico. Ex:. A
relação pela qual o senhorio A pode exigir ao inquilino A uma renda de 20.000$ pelo arrendamento do prédio
X.
c) Relação Jurídica Simples: é aquela que se extingue pela simples entrega do objeto determinado e pelo
respetivo cumprimento da prestação (ex: pagamento do preço).
d) Relação Jurídica Complexa: é aquela que agregada à relação jurídica principal decorrem deveres secundários
e acessórios (ex: A vende uma máquina – principal – B paga o preço, e espera que a máquina funcione
corretamente, o que afinal não se verifica. Logo, A tem o ónus de a pôr a funcionar corretamente), - ou seja, é
uma relação jurídica que, ao contrário da simples, não se extingue com a entrega da coisa e o cumprimento
da prestação devida (engloba indemnizações, expectativas, direitos potestativos, deveres acessórios
[embalagem e promoção do transporte da máquina], onús,…)
Elementos estruturantes da Relação Jurídica
Sujeito = pessoas entre quem se estabelecem as relações jurídicas, são os titulares dos direitos subjetivos e das
posições passivas correspondestes: estado de sujeição ou dever jurídico.
Objeto = aquilo sobre o que incidem os poderes do titular ativo das relações, ou seja, forma o conteúdo da relação
jurídica.
a. Coisas corpóreas: bens materiais, físicos, é possível identificar pelo tato (ex: carro);
b. Coisas incorpóreas: bens imateriais, não são apreendidas pelos sentidos (ex: direitos de autor)
Facto Jurídico = todo o facto ou acontecimento voluntário (depende do Homem) ou evento natural que produz
efeitos jurídicos. Pode-se tratar de uma eficácia constitutiva, modificativa ou extintiva.
Garantia = conjunto de medidas coercivas (recurso aos Tribunais – aparelho sancionatório Estadual), postas à
disposição do titular ativo de uma relação jurídica, de forma a obter a satisfação do seu direito lesado por um
obrigado que o infringiu (direito violado) ou o ameaça infringir (direito ameaçado). A garantia da relação jurídico-
privada só entra quando o titular ativo pretende.
a. Indemnização dos danos – quando lesados os direitos do titular que causam danos patrimoniais ou danos
morais, logo há necessidade de reconstituir naturalmente a situação lesada ou reconstituir por equivalente
(dinheiro).
b. Proteção – protege o titular em casos de violação dos seus direitos, contra ameaças de violação ou receios
legítimos de infração do dever jurídico.
Objeto = é aquilo sobre o que incidem os poderes do titular ativo da relação jurídica, isto é, os direitos subjetivos
sobre o indivíduo e o bem.
1. Pessoas =
2. Prestações = comportamento do devedor
3. Coisas corpóreas = bens materiais móveis ou imóveis (art.202º a 216º)
4. Coisas incorpóreas = objeto do campo intelectual, direitos de autor, criação literária (art. 202º a 216º)
5. Direitos Subjetivos = art. 1439º e 688º, nº 1
6. Própria Pessoa = cada um de nós, somos objetos dos nossos direitos
PATRIMÓNIO
Património Bruto = todas as relações jurídicas avaliáveis em dinheiro (art. 601º protege os credores);
Património Líquido = é o saldo patrimonial;
Património coletivo = um único património que tem vários proprietários, ou seja, duas ou mais pessoas
que possuem o seu património mas que pertence a um global (art.1695º e 1696º).
Propriedade em comum/ Compropriedade = comunhão por quotas ideias em que cada comproprietário tem direito
a uma quota ideal ou a uma fração do objeto comum.
Património autónomo/separado = responde por dívidas próprias. Ex:. Herança – ‘’B’’ paga aos credores de ‘’A’’,
depois de a herança ser transferida para ele.
Facto Jurídico