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Direito Administrativo II

02/03/2023 – Aula Prática

 Livro de Freitas do Amaral, vol.II (algumas matérias encontram-se no volume I).

09/03/2023 – Aula Prática

 Discricionariedade Administrativa (possibilidade da impugnação judicial) = relação entre a lei (poder legislativo) e a
atividade administrativa (poder administrativo) pratica atos próprios da sua atividade. Os tribunais administrativos
verificam se os atos praticados pela administração estão em conformidade com a lei, só julgam matéria administrativa
em termos da legalidade, como tal podem ser anulados (a lei atribui elementos vinculados – legalidade - e
discricionários - controlo de oportunidade e mérito, que é um poder próprio dos órgãos administrativos, não compete
à função judicial controlar). Ocupam-se de verificar se os atos administrativos possuem ou não vícios.
A atividade administrativa é uma atividade secundária porque existe e desenvolve-se em obediência à lei (que é a
atividade primária). A lei pode atribuir mias ou menos liberdade à administração (atos predominantemente
discricionários – ato tributário; ato administrativo que um órgão da administração publica atribui um salário a um
funcionário público tendo em vista todas as condições que estão relacionados, desde as horas de trabalho até ao
salário base, é praticamente vinculado, não é total pois (elementos do ato que estão sempre vinculados: competência +
fins + princípios, e originam sempre ilegalidade – vício de incompetência, relativo ou absoluto, dando origem a
nulidade ou anulabilidade; vício de desvio de poder em relação aos fins; os princípios noa precisam de estar escritos
numa norma para vigorarem, porém o CPA normalizou-os, e ao violá-los dá origem à violação da lei, então temos o
vício de violação da lei, resultando na anulabilidade da lei).
Ex: A câmara municipal pode autorizar a realização de atividades pirotécnicas, na Primavera e no Verão, exceto no
período compreendido entre o São João e o São Pedro.
 Quem é o órgão competente para praticar o ato? Princípio da legalidade das competências, logo a
competência é sempre atribuída pela lei – neste caso, é a Câmara Municipal (é um órgão colegial pertencente
a autarquia local, a pessoa coletiva pública deste órgão é o MUNICÍPIO).
Ex: Se for o presidente da câmara a autorizar a realização, mas um cliente aparece com queixas sobre o
barulho de uma atividade pirotécnica. Sendo que a atividade se realizaria dia 26/05, dia que se encontra entre
a primavera e o verão, mas não entre o são joao e o são pedro. Há algum vício neste ato, pode impugnar? O
presidente da camara é um órgão singular, e não sendo do mesmo órgão da camara municipal, então trata-se
de um poder discricionário, e um ato discricionário não pode ser julgado em tribunais administrativos.
 Existem diversas formas de a lei atribuir discricionariedade à atividade administrativa:
1. Uso da palavra ‘’pode’’ = com base nela, a administração tem 2 opções – autorizar ou não autorizar (sim ou
não). Acabam por surgir mais opções, como – ‘’quando pode autorizar’’ (é possível que seja mais cedo ou
mais tarde), relacionando-se com o juízo de oportunidade (não podendo ser levado à Tribunal, pois
discricionário).
2. Discricionariedade alternativa = coloca à Administração várias opções, podendo optar por fazer X, Y ou Z
(ex: a camara municipal pode autorizar a realização de atividades pirotécnicas ou de espetáculos ao ar livro),
encontra-se dentro da discricionariedade, pois a administração tinha a oportunidade de escolher um ou outro.
3. Conceitos indeterminados - tipo = o legislador utiliza, propositadamente, uma linguagem não rigorosa, ao
ponto de ser possível atribuir mais do que um só sentido (ex: São João e São Pedro, pois não se estão a referir
propriamente aos Santos; atividades pirotécnicas; Primavera e Verão – identificar se pertencem ao mesmo
tipo e se atribuem discricionariedade à Administração.
 Grupos que não atribuem discricionariedade à Administração:
1. Conceitos que só exigem interpretação = exigem um sentido determinado que o legislador pretendeu dar
àquela norma.
a) Conceitos qualificatórios descritivo-empírico - ou seja o conceito apesar de ser
indeterminado, é determinável segundo a experiência comum ou, então, por conhecimentos
científicos e conhecimentos técnicos (ex: conceito de ‘’noite’’, pode ser determinado pela
experiencia comum, mas do ponto de vista cientifico, é possível determinar que esta começa a x
horas). Não atribui poder discricionário, pois não é um conceito que a Administração possa
definir.
b) Conceitos qualificatórios jurídico (natureza jurídica) – a sua interpretação não pode ser
realizada por qualquer indivíduo (unicamente é possível ser interpretado por um jurista)
– ex: conceito de terceiros de boa-fé; credor-hipotecário; etc.
c) Conceitos qualificatórios relacionados com situações definíveis de certos costumes e
lugares (ex: festas populares que são diferentes nas várias terras, mas é possível compreender
se procurarmos sobre o assunto).
 Entre as datas do São João (24/06) e do São Pedro (29/06), não é possível serem realizadas atividades pirotécnicas.
Trata-se de elementos vinculativos, logo, no caso se de realizarem, pratica-se uma ilegalidade.

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