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Teoria (14/03) (prática)

Avaliação final. Prova oral se obtiver nota entre 8 e 9. Entre 10 e 12 se não


estivermos satisfeitos.
 Âmbito geral do Direito Civil – incide nos códigos em que tratam de
partes gerais.
O primeiro código civil de 1867, foi substituído em 1966 pelo segundo
código civil, que entrou em vigor em 1967.
Direito Civil é direito privado.
A cadeira divide-se em Teoria geral do ordenamento jurídico civil
(problemas/questões relativos à norma do direito civil – direito objetivo) e
teoria geral da relação jurídica civil (problemas relacionados com direito
subjetivo).
Vamos estudar os sujeitos na Teoria I.

Teoria (25/03) (prática)


Fontes de Direito
Fonte imediata – lei. A lei e o processo legislativo obrigam que haja uma
norma.
Como fonte temos também os usos (exemplo, artigo 218º; 1122º; 1455º)
e a equidade, sendo que os usos se aplicam quando a lei o determina. A
equidade é fonte quando a lei o determina (exemplo, artigo 339º; 437º).
Código Civil
 Parte Geral (Artigos 1º - 396º)
o Título I – Regime Geral da norma jurídica (artigos 1º - 65º)
o Título II – Regime Geral da relação jurídica (artigos 66º - 396º)
“O Homem nasce”
- Artigo 66º - Começo da Personalidade
- Artigo 68º - Termo da Personalidade
- Artigo 70º - 81º - Direitos de Personalidade
- Artigo 67º - Capacidade jurídica
- Artigo 69º - Irrenunciabilidade à capacidade jurídica
 Parte Especial (Livro II das Obrigações – artigos 397º - 1250º)
“O Homem adquire e aliena objetos e administra os seus bens e
salvaguarda o seu futuro e o dos familiares”
O Direito das Obrigações pode ser visto como um direito supletivo na
medida em que só se aplicará se as partes de determinada relação jurídica
não usarem do princípio da liberdade da estipulação das partes.

Livro III – Direito das coisas ou Direitos reais (artigos 1251º - 1575º)
“O Homem adquire a propriedade de objetos/coisas ao longo da vida”.
Trata a tutela dos bens móveis e imóveis no que respeita à garantia do
direito de propriedade e suas formas de defesa.
Livro IV – Direito da Família (artigos 1523º - 2023º)
“O Homem enquanto ser social cria relações com outras pessoas.”
Regula as relações familiares, nomeadamente o casamento, a filiação, o
parentesco, a afinidade e a adoção.
Nota: também regula a fase anterior ao casamento.
Livro V – Direito das Sucessões (artigos 2024º - 2334º)
“O Homem morre”.
Conjunto de regras que estabelecem a transmissão dos bens “mortis
causa”.
Exercício prático:
 Realizar convenção antenupcial (artigo 1698º e ss)
 Realizar um contrato de empreitada (artigo 1207º e ss)
 Invocar a usucapião de um imóvel (artigo 1293º e ss)
 Realizar um contrato promessa de compra e venda de um imóvel
(artigo 441º)
 Mora de um devedor (artigo 804º e ss)
 Proteção dos animais (artigo 201º B + 1305º A)
 Forma de um contrato de compra e venda de um imóvel (artigo
875º)
 Proteção do direito de imagem (artigo 79º)
 Saber como se protegem os ausentes (artigo 89º e ss)
 Defesa da posse de um imóvel (artigo 1251º)
 Regime da menoridade (artigo 122º e ss)
 Regras para a realização de um testamento (artigo 2179º e ss)
 Regras para a constituição de uma associação (artigo 167º e ss)

Teoria (1/04) (prática)


4 princípios fundamentais:
̶ autonomia da vontade (autonomia privada) – a pessoa é livre de
celebrar os negócios que quiser, liberdade de decidir
̶ princípio da liberdade contratual – artigo 405º - pode ter duas
vertentes: liberdade de formulação do conteúdo e modulação do
contrato. As restrições são: dever jurídico de celebrar um contrato
(seguro de responsabilidade automóvel contra terceiros); proibidos
de celebrar contratos com determinadas pessoas (indisponibilidade
relativa); necessidade de autorização de outra pessoa (maior
acompanhado só poderá celebrar um contrato com a autorização
de outra pessoa). Se este princípio não tivesse limites, seria muito
perigoso.
Estamos sujeitos numa celebração de negócio, ao artigo 280º
(requisitos do objeto negocial) e 282º (negócios usurários
anuláveis).
Existem regras imperativas na liberdade contratual – artigo 1025º
(duração máxima).
Artigo 1306º - proibição de restrição ao Direito de Propriedade, em
termos de modulação contratual – livro III do direito das coisas,
direitos reais, está vinculado neste âmbito.
̶ princípio da pontualidade – artigo 406º (eficácia dos contratos) –
quando nos comprometemos a fazer algo em termos de relação
jurídica, devemos cumpri-la, “pacta sunt servanda”. Temos
intrinsecamente relacionado com este princípio, o princípio da boa-
fé, nomeadamente na sua expressão contida 762º n2.
̶ princípio da boa-fé – artigo 762º n2 – dar ao outro a sua palavra e
empenho total. Vai mudando consoante os tempos, vai evoluindo à
medida que o tempo passa.
As indisponibilidades relativas aparecem nos artigos 2192º; 2194º;
2196º e 2198º, … 92º…94º…952º.
Ler o artigo sobre as clausulas contratuais de adesão, site da Ordem dos
advogados.
Casos práticos
1º - O negócio jurídico é nulo, segundo o artigo 2194º do CC e 286º.
2º - O negócio jurídico é válido, devido à disposição legal imperativa, como
é disposto no artigo 287º e 1682º B b)
O contrato de locação – aluguer de um móvel
3º - O negócio é considerado válido, artigo 1025º CC, haverá uma restrição
temporal de 40 para 30 anos.
4º - O negócio celebrado é anulável, artigo 282º e 287º CC.

Teoria (8/04) (prática)


Direitos de personalidade
Artigo 70º - artigo generalista dos direitos de personalidade. Estes direitos
adquirem-se com o nascimento e não cessam com a sua morte. É este
artigo que protege os direitos de personalidade, condena a ofensa como
também a ameaça à ofensa.
Há direitos de personalidade que estão intimamente ligados às pessoas, e
outros direitos que estão ligados a pessoas coletivas (exemplo:
Universidade, no direito ao nome).
As pessoas têm direito à vida, à integridade física, à imagem, ao repouso,
sendo estes todos direitos de personalidade.
Quando estamos perante um caso prático, verificamos se o direito está
previsto entre os artigos 72º ao 81º, caso não esteja, recorre-se ao artigo
70º.
São direitos com 5 características muito próprias:
 Absolutos – com eficácia erga omnes, visto que se impõe ao
respeito de todos.
 Gerais – todos os indivíduos os têm.
 Extrapatrimonial – não são passíveis de serem quantificados em
dinheiro, mas a sua violação pode originar uma compensação em
dinheiro.
 Indisponíveis – não estão na livre disposição do seu titular,
portanto, a pessoa não pode renunciar relativamente aos direitos
de personalidade que tenha.
 Intransmissíveis – Não são transacionáveis: ninguém pode vender
ou alienar direitos de personalidade (não posso vender o meu
nome).
Artigos 72º ao 81º do Código Civil - direitos de personalidade
Artigo 72º - direito ao nome. Pode sobreviver para além da morte.
Artigo 74º - direito ao pseudónimo.
Artigo 72º e 74º - estão ligados, visto que a pessoa para ter o direito ao
pseudónimo, tem que ter uma certa notoriedade.
Artigo 73º - Legitimidade. Defesa do nome durante a vida e depois da
morte (caso da Amália Rodrigues).
Artigo 75º - cartas-missivas confidenciais (carta de amor; suicídio). O
direito de autor e direito à reserva de autoridade privada da pessoa, vai
prevalecer sobre o direito de propriedade de quem recebe a carta.
Em caso de conflito, tem de ser o juiz a decidir.
Artigo 77º - memórias familiares e outros escritos confidenciais (é
exemplo uma carta de suicídio, visto que não se dirige a ninguém em
particular, mas dirige-se a todos ao mesmo tempo).
Artigo 79º - Direito à imagem. (no número 1, é exemplo estarmos na praia
e alguém nos tirar uma fotografia, temos o direito de obrigar a pessoa que
nos fotografou a apagar a mesma. Contudo, se for uma figura pública, tal
como o Presidente da República, está sujeito a ser fotografado, dado que
está num espaço público). Não é necessário o consentimento da pessoa
retratada quando está perante exigências de polícia ou de justiça…
Artigo 80º - Direito à reserva sobre a intimidade da vida privada. (estar no
jardim de casa e alguém nos começar a filmar). O número 2 retrata a
extensão da reserva, que é definida conforme a natureza do caso e a
condição das pessoas (todos conhecerem a namorada do Cristiano
Ronaldo). No número 3, temos o exemplo de uma atriz estar a representar
um certo e determinado papel, e outra pessoa aproveitar-se da imagem
da atriz e aplicá-la noutras circunstâncias (sites de internet).
→ Artigo 340º - consentimento do lesado. Para ser válido quando é lícito,
tem de seguir 3 pressupostos:
 Tem de ser legal, não pode ser contrário à lei,
 Consciente, resultar de uma vontade esclarecida, ponderada e
concreta.
 Deve ser prestado expressamente, e não de um comportamento
anteriormente observado.

Teoria (22/04) (prática)


Caso prático
A, conhecida apresentadora de televisão, celebrou com a revista “B” um
contrato pelo qual mediante uma contrapartida de € 5000 daria uma
entrevista em sua casa juntamente com o seu marido C, um reconhecido
jogador de futebol. A entrevista destinar-se-ia a dar uma imagem pública
de A e C, como um casal que vive em perfeita harmonia e união. Já
depois de efetuada a entrevista, recolhidas as fotografias (mas ainda
antes da sua publicação) e paga a contrapartida a A, veio a ser,
entretanto, publicado no jornal sensacionalista “ D” uma reportagem
fotográfica em que C aparece envolvido em cenas extra conjugais numa
conhecida discoteca.
- Direito à reserva sobre a intimidade da vida privada; à integridade física;
ao bom nome e à reputação…
a) Esta situação provocou uma grave rutura matrimonial entre A e C.
Razão por que A pretende cancelar a publicação da reportagem que já
não faz sentido nenhum. A revista “B” recusa-se, pois considera que esse
facto acarretará pesados prejuízos. Quid Juris?
Contrariamente (a contrario sensu) ao artigo 81º, nº1 do Código Civil, a
revista B pode realizar a reportagem sem violar os princípios da Ordem
Pública. No entanto, ao abrigo do artigo 81º nº2, a limitação voluntária,
quando legal, é sempre revogável, ou, segundo o artigo 340º, o
consentimento do lesado expresso ou presumido, conformes à ordem
pública e aos bons costumes.
Portanto, o lesante não tem que indemnizar o lesado nem é aplicada
qualquer providência.
b) C considerou que a reportagem fotográfica publicada no jornal “D”,
apesar de verdadeira, atenta contra o seu “bom-nome”. Poderá C reagir
contra essa publicação? Em que termos?
Artigo 70º nº1 conjugado com o artigo 484º + artigo 80º nº2 do Código
Civil (violação do direito do “Bom-nome”) “conforme a natureza do caso e
a condição das pessoas”.
Analisando os pressupostos do artigo 483º do Código Civil, terá que ser
indemnizado por D. neste caso, se o jornal D tiver uma sociedade (pessoa
coletiva) ser responsabilizado, mas com condições especiais » artigo 165º
do Código Civil, remetendo para o artigo 500º.
Portanto, em sintonia com o artigo 483º do Código Civil, verifica-se uma
responsabilidade civil extracontratual por factos ilícitos do jornal D, é
obrigado a indemnizar C, de acordo com o artigo 165º + 500º
(responsabilidade pelo risco: o comitente (a sociedade) responde pelos
atos do comissário (jornal D)).

Teoria (29/04) (prática)


Diplomas
 Decreto-lei 243/94 de 26 de setembro (Registo Nacional de não
dadores)
 Lei 12/93 de 22 de abril
 Lei 22/2007 de 29 de junho – transpõe parcialmente a Diretiva
nº2004/23 CE do
Parlamento europeu e do Conselho de 31 de março
EVA – Entidade de Verificação da Admissibilidade da Colheita para
Transplante
CASO PRÁTICO
Direito de personalidade – gémeos
A, vítima de uma doença grave que lhe destruiu o fígado, foi internado
de urgência na Clínica Saúde Vital, SA, e aí foi aconselhado por B,
cirurgião especialista em transplantes hepáticos, a submeter-se a um
transplante de fígado, órgão a ceder, de preferência, por C, irmão gémeo
de A. Imediatamente, os dois irmãos gémeos deram o seu
consentimento expresso para a realização da intervenção cirúrgica, que
decorreu com êxito.
a) Aprecie a situação do ponto de vista dos direitos da pessoa.
- Artigo 6º
- Artigo 8º
- Artigo 70º (salvaguardar a integridade física)
No âmbito da lei 12/93, este transplante é admissível, ainda que tenha de
ser admitido pela EVA, segundo o artigo 6º nº3. O médico, nos termos do
artigo 7º, deverá, de modo leal, informar o dador e o recetor dos riscos
possíveis, consequências da dádiva e do tratamento e efeitos secundários.
Este procedimento não é contrário aos princípios da ordem pública, de
acordo com o artigo 81º do CC.
b) Suponha agora que o cirurgião, B, por descuido no decorrer da
operação, provocou graves lesões no beneficiário do transplante que o
incapacitaram para toda a vida. O lesado, dirigindo-se simultaneamente
contra a Clínica e contra o médico que efetuou a intervenção, vem exigir
judicialmente uma pesadíssima indemnização. Poderá fazê-lo? Com que
fundamento e por que danos?
- Artigo 7º
- Artigo 9º
Apesar de o médico informar o dador dos riscos possíveis, das
consequências da dádiva e do tratamento e dos seus efeitos secundários,
como é disposto no artigo 7º, o dador tem direito a ser indemnizado pelos
danos sofridos no decurso do processo de dádiva e colheita,
independentemente de culpa, nos termos do artigo 9º da lei 22/2007.
Portanto, o dador viu o seu direito à integridade física a ser violado,
segundo o artigo 70º nº2, Temos de dividir os danos patrimoniais,
segundo os danos emergentes e lucros cessantes nos termos dos artigos
562º, 564º e 566º do CC. Os danos não patrimoniais, a título de
compensação, nos termos do artigo 496º do CC.
Existe um nexo causal, encontram-se reunidos os pressupostos da
responsabilidade civil e, por isso, existe a obrigação de indemnizar.
Diplomas Relativos ao Transplante:
Em Portugal em regra todos nós somos dadores de órgãos por princípio,
normalmente após a morte, só não se manifestarem-se nesse sentido.
Decreto-Lei 244/94 de 26 de setembro- regulação dos não dadores de
órgão.
 Art.1º- O diploma visa regular a organização e o funcionamento do
Registo Nacional de não dadores (RENNDA).
 Art.2º- Manifestação da indisponibilidade para a dádiva, através da
inscrição na RENNDA.
 Art.3º-Inscrição no RENNDA
 Art.15º- quem pode consultar o RENNDA.
 Art.16º- oposição que as pessoas não dadoras podem impor.
Lei 12 /93 de 22 de abril- matérias relacionadas com a colheita de órgãos
em vivos.
Lei 22/2007 de 29 de junho- transpõe parcialmente a diretiva nº2004/23
do CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 31 de março.
 Art.5º- Em Portugal não é permitido vender órgãos.
 Art.6º-Podem doar órgãos pessoas vivas e pessoas mortas (contudo
esses órgãos têm de ser regeneráveis).
 Art.8º-Consentimento do dador, e este pode identificar o
beneficiário.
 Art.9º-O dador vai ter direito a assistência médica e vai ter direito a
indemnizações pelo dano sofrido no decurso do processo de dádiva
e colheita independentemente da culpa deste.
 Art.10º- Potenciais dadores.
 Art.12º- Certificação da morte.
 Art.14º- Cuidados a observar na execução da colheita.
CASO PRÁTICO
Toxicodependente
A, maior, toxicodependente há longos anos, aceitou sujeitar-se a um
novo e muito dispendioso tratamento na clínica de reabilitação do
médico B, que lhe prometeu a cura para o seu grave problema.
a) Pronuncie-se sobre o valor jurídico da decisão de A
- Artigo 81º nº1
- Artigo 70º
A decisão de A não é contrária aos princípios da ordem pública, nos
termos do artigo 81º e portanto, o seu direito à liberdade e integridade
física estão protegidos pelo artigo 70º do CC, apesar de ver estes direitos
limitados na clínica de reabilitação.
b) Admita que A, tendo sido informado da possibilidade de ocorrerem
efeitos colaterais, nomeadamente perturbações do foro psicológico,
estar profundamente arrependido do compromisso que assumiu perante
B e pretender desvincular-se embora já tenha pagado metade do preço.
Poderá fazê-lo?
- Artigo 81º nº2
Sim, poderá fazê-lo, nos termos do artigo 81º, nº2 do CC, visto que a
limitação voluntária, quando é legal, é sempre revogável, no entanto, A
terá de indemnizar os prejuízos causados às legítimas expectativas de B.

Teoria (13/05) (prática)


CASOS PRÁTICOS
Wrongful Birth – indemnização aos pais, devido á má realização do parto,
e consequentemente, o seu filho / a nasce com deformações.
Wrongful Life – indemnização á criança, devido á má realização do parto e
em exames, e consequentemente existir deformações na criança.
A, grávida de 6 meses de gestação, dirige-se com B, seu marido, à Clínica
de C, especializada na prestação de cuidados de saúde pré-natal, a fim
de aí realizar uma ecografia, exame que lhe fora recomendado pelo seu
médico de família. O exame realizado por D, médico da especialidade de
ginecologia e obstetrícia ao serviço de C, decorreu normalmente,
finalizando com as palavras tranquilizadoras do médico acerca do
desenvolvimento e estado de saúde do bebé: “perfeitamente dentro dos
parâmetros normais para aquela fase da gestação”, dissipando assim as
apreensões naturais dos pais. Além disso, o relatório que acompanhava
o exame, da autoria do mesmo médico, confirmava esta apreciação.
Sucede que após o nascimento da criança, passados 3 meses, foi-lhe
diagnosticada uma doença congénita grave, do foro neurológico, que lhe
afecta a capacidade intelectual e motora, verificando-se que tal era
visível através da observação atenta da ecografia dado que as imagens
gravadas nessa altura já mostravam, inequivocamente, esses sinais.
Perante esta revelação, os pais sentem-se profundamente abalados e
indignados. Em consequência, pretendem exigir uma indemnização pelos
danos patrimoniais e não patrimoniais que estão a sofrer por não terem
sido informados, a tempo de poderem interromper a gravidez, que o
filho deles iria nascer e padecer por toda a sua vida de gravíssimas
malformações. Os pais estão convictos de que se tivessem sido alertados
pelo médico durante a gravidez teriam optado por fazer o aborto o que
lhes poupariam muito sofrimento e dor.
1- Pronuncie-se acerca da questão jurídica acima apresentada, à luz dos
direitos da pessoa, referindo se aos pais têm direito a exigir uma
indemnização e, em caso afirmativo, de quem a poderiam obter, com
que fundamento e por que danos.
O médico D viola os direitos de personalidade (artigo 70º) e pratica danos
não patrimoniais por demonstrar tranquilidade aos pais no exame
realizado, tendo os pais, por isso, direito à indemnização por parte de D,
segundo o artigo 500º e de acordo com os artigos 483º (verificando os
respetivos pressupostos), 496º, 562º, 564º e 566º do CC. No entanto,
incumbe a C (Clínica) indemnizar também segundo o artigo 165º por
responder pelo seu comitente.
Danos patrimoniais sofridos (medicamentos, consultas para os pais. Para a
criança, tratamentos).
2- A solução seria a mesma se os pais interviessem na qualidade de
representantes do filho menor e pretendessem pedir uma indemnização,
em nome da criança, por danos por ela sofridos, por ter nascido com
graves deficiências físicas e mentais?
Apesar de a criança só adquirir personalidade jurídica no seu nascimento,
o filho tem direito à indemnização, dado que foi violado o seu direito de
personalidade, mais propriamente, o direito à integridade física, de
acordo com o artigo 70º nº1, e consequentemente, sofreu danos
patrimoniais e não patrimoniais, sendo que o médico D é obrigado a
indemnizar, segundo o artigo 483º (verificar os respetivos pressupostos),
verificando-se tem que indemnizar por danos não patrimoniais, presentes
no artigo 496º e por danos patrimoniais, dispostos nos artigos 562º, 564º
e 566º do CC, porém, quem tem o dever de indemnizar, para além do
médico de acordo com os artigos 165º e 500º do CC.
Caso prático
Direitos de personalidade/ responsabilidade civil pessoas singular e
pessoa coletiva
Antónia, conhecida médica, que lidera um movimento contrário à
descriminalização da eutanásia, ao participar num intenso debate
radiofónico, vê-se falsamente acusada por Baltazar, presidente da
“Associação pela Liberdade e Autonomia” favorável à morte
medicamente assistida, de ser hipócrita e de no passado ter acedido ao
pedido de um paciente para que lhe tirasse a vida, na qualidade de
especialista na prestação de cuidados paliativos na clínica oncológica
pertencente à sociedade “Saúde e bem-estar, SA”. Em consequência do
sucedido, Antónia vê-se envolvida num escândalo público com o seu
nome enxovalhado e a sua honra manchada, alvo de investigação
judicial e injustamente suspeita de um crime, sendo obrigada ao
afastamento do referido movimento e a cessar de imediato o exercício
das funções desempenhadas na clínica, também visada pelas acusações
de Baltazar.
a) Em face do exposto, e indicando o fundamento legal, diga que direitos
assistem a Antónia e contra quem os poderá exercer.
Antónia tem que ser indemnizada, devido à violação dos seus direitos,
mais concretamente, o direito á sua integridade moral, presente no artigo
70º nº1, ao direito ao bom nome, ao abrigo do artigo 72º e 484º do CC.
Poderia requerer de providências cautelares (afastamento de Baltasar do
cargo de presidente da Associação). e ao direito à reserva sobre a
intimidade da vida privada, disposto no artigo 80º do CC,
consequentemente, a mesma tem que ser indemnizada, segundo o artigo
483º (verificando os pressupostos), tem que ser indemnizada pelos danos
não patrimoniais sofridos, segundo o artigo 496º do CC, e por danos
patrimoniais previstos no artigo 562º, 564º e 566º do CC. Tem que ser
indemnizada pelo Baltasar e pela Associação, de acordo com os artigos
165º e 500º do cc.
b) Por seu turno, a clínica “Saúde e bem-estar, SA”, com a alegação de
que os factos vindos a público afetam gravemente o bom nome e a
reputação da conceituada instituição e já levaram à saída de inúmeros
doentes que ali se encontravam internados, vem intentar uma ação
judicial exigindo uma avultada indemnização. Pronuncie-se acerca da
viabilidade das suas pretensões e, sendo o caso, por que danos.
No âmbito dos direitos de personalidade, artigo 70º nº1, tendo que
recorrer ao Artigo 70º n2 + Artigo 160º e Artigo 484º - direito ao bom
nome e à honra violado, tendo que ser indemnizada, segundo o Artigo
483º (verificar os respetivos pressupostos) por Baltasar e à Associação por
Danos patrimoniais- 562º, 564º e 566º (perda de clientes, perda
financeira).
PESSOAS COLETIVAS NÃO PODEM PEDIR COMPENSAÇAO POR DANOS
MORAIS

Teoria (20/05) (prática)


CASO PRÁTICO – MENORIDADE – ADÉLIO
Adélio, de 17 anos de idade, vendeu um automóvel herdado de seu avô
a Bernardo, pelo valor de €5000.
1. Diga qual o valor do negócio e quem teria legitimidade para o
impugnar e em que prazo.
Os menores são indivíduos que ainda não completaram 18 anos de idade
e carecem de capacidade para o exercício de direitos, segundo o art.º 122
e 123 do CC. Visto que esta situação não se enquadra nas exceções
previstas no art.º 127, nomeadamente na alínea b) o negócio de Adélio é
anulável, segundo o art.º 125, pelos pais, tutores ou administrador de
bens, no prazo de 1 ano. Não conhecemos se o Adélio tem 17 anos e 1
mês, ou 6 meses, para os pais saberem quanto tempo têm para anular o
negócio.
2. Suponha que os seus pais tiveram conhecimento do facto e nada
fizeram. Entretanto, Adélio completou 18 anos e pretende impugnar a
venda do automóvel. Poderá fazê-lo?
Adélio completou os 18 anos e por isso, o negócio jurídico pode ser
anulável, como é previsto no art.º 125 b) no prazo de um ano a partir da
sua maioridade.
3. Suponha agora que Adélio faleceu de doença súbita passado um mês,
após atingir a sua maioridade. A venda poderá ser impugnada? Por
quem? Em que prazo?
Pode, segundo o art.º 125 c), por requerimento de qualquer herdeiro do
menor, no prazo de 1 ano, neste caso, se Adélio completou 18 anos há um
mês, remetemos para a alínea anterior, portanto, alínea b), os
progenitores têm 11 meses para impugnar a venda.
4. A resposta seria diferente da pergunta 3 se Adélio tivesse falecido um
mês depois de perfazer 19 anos de idade?
Seria, pois já não se enquadra no art.º 125 c), visto que já ultrapassou o
prazo previsto, portanto, os 19 anos.
O prazo conta-se sempre a partir do conhecimento do negócio jurídico.

CASO PRÁTICO MENORIDADE E ILEGITIMIDADE CONJUGAL – ÓRFÃO


A perdeu os seus pais ainda na primeira infância e ficou a cargo de B, seu
tio e tutor. Quando fez 17 anos, A praticou os seguintes atos:
a) doou ao seu amigo C um automóvel antigo que herdara de seu avô;
̶ A é menor, nos termos do art.º 122 e carece de capacidade de
exercício dos seus direitos. Visto que esta situação não se enquadra
nas exceções previstas pelo art.º 127 do CC, o negócio jurídico de A
pode ser anulado pelo tutor, B, segundo o art.º 125 a). ao completar
os 18 anos, pode requerer a anulabilidade do negócio, nos termos
do art.º 125 b) e nos termos do art.º 125 c), no prazo de um ano a
contar da morte de A, ocorrida antes de expirar o prazo previsto em
b).
(apresentar todas as hipóteses).
b) celebrou com uma empresa um contrato de trabalho com vista à
distribuição de panfletos publicitários;
- A, apesar de ser menor, tal como é previsto no art.º 122, pode
excecionalmente, por via do art.º 127 a) celebrar com uma empresa um
contrato de trabalho com vista à distribuição de panfletos publicitários,
visto que A tem 17 anos, ao fazermos uma interpretação extensiva.
c) comprou uma moto de alta cilindrada a D, fazendo-se passar por
maior de idade.
- Sendo A, menor, segundo o art.º 122, e carecendo de capacidade para o
exercício de direitos, e com o dolo do menor, como é previsto no art.º 126
do CC, não tem o direito de invocar a anulabilidade do negócio jurídico e
com isto, todas as pessoas invocadas no art.º 125 não podem invocar a
anulabilidade, a partir da interpretação extensiva.
d) Passados 6 meses:
- A casou com E, contra a vontade de seu tutor e
- A comprou um IPad com o rendimento obtido em resultado do seu
trabalho
-Segundo os art.º 132 e 133 é uma emancipação parcial, mas a
consequência jurídica revela-se por não ser livre de administrar os seus
bens, nos termos do art.º 1601 e 1649.
A, apesar de ser menor, pode comprar o iPad, segundo a exceção a) do
art.º 127 com os seus rendimentos, e por isso o mesmo não pode ser
anulável.
e) Suponha agora que A atinge a maioridade e, sem o conhecimento de
E, vende um automóvel que o casal adquiriu.
- O negócio é anulável segundo o art.º 1682.

Teoria (27/05) (prática)


Caso 1
A, menor, de 17 anos, vive com os pais e sofre de doença mental que
limita a sua aptidão para falar, compreender e decidir. Aprendeu com
dificuldade a ler e a escrever e a fazer contas simples. Contudo, A
evidencia uma forte propensão artística, designadamente para a pintura
C, desde os seus 15 anos, que pinta quadros em sua casa.
A ganhou alguns prémios de criatividade artística e, atualmente, os seus
quadros estão valorizados no mercado.
a) Admita que A, aos 16 anos, por um preço de 1000€ vendeu a B
(conhecido galerista) 2 telas por si produzidas. Pronuncie-se sobre
a validade deste negócio.
 art. 122º - A é menor, porque ainda não completou os dezoito anos
de idade.
 Art.º 123 – por ser menor, carece de capacidade para o exercício de
direitos.
 Art.º 282 nº1 – visto que A se encontra numa situação de
dependência, estado mental para com os seus, o negócio jurídico é
anulável, nos termos do artigo 282º e artigo 125º nº1 a). A
consequência deste negócio anulável é a restituição dos 1000€ das
telas, portanto, do valor correspondente.
b) Tendo em conta o estado mental de A, os pais deste pretendem
que seja decretada medida judicial que permita, no futuro, protegê-lo de
eventuais prejuízos. Em que termos podem implementar esta pretensão
e quais as suas consequências?
 A, é menor, segundo o artigo 122º do CC. Como A apresenta um
estado mental que o impossibilita de tomar decisões de
compreender, quando atingir a sua maioridade vai continuar a ser
um maior acompanhado, por questões de saúde, nos termos do
art.º 138 do CC. Os pais de A pretendem decretar uma medida
judicial, podendo implementar esta pretensão, de acordo com o
artigo 139º do CC, que afirma que o acompanhamento é decidido
pelo tribunal, após a audição pessoal e direta do beneficiário, e
ponderadas as provas. Contudo, o acompanhamento do maior, tem
que ser requerido e instaurado dentro do ano anterior à
maioridade, para produzir os efeitos a partir desta, disposto no art.º
142 + art.º 131. Art.º 143 nº2 c) e art.º 145 nº2 a) – o
acompanhamento é diferido, no respetivo processo, a qualquer dos
pais. O tribunal pode cometer ao acompanhante o exercício das
responsabilidades parentais ou dos meios de as suprir, conforme as
circunstâncias.
c) Considere que, nos termos e condições legais e processuais
aplicáveis, o Tribunal veio a decidir a limitação da capacidade de agir de
A. Já após esta decisão A vendeu a C uma tela por um excelente valor de
5000€. Qual a validade deste ato?
A já é maior de idade.

Artigo 154º, nº1 remissão para o artigo 125º- o negócio será anulável pelos pais com prazo de
1 ano após o conhecimento e só após o registo da sentença de acordo com o artigo 125º, por
analogia, pode ser sanável por confirmação a anulabilidade, neste caso, os pais.

Artigo 138º- maior impossibilitado.

Artigo 147º, nº1- os atos de A são limitados após a decisão do Tribunal.

Caso 2
José ingere frequentemente bebidas alcoólicas em excesso a ponto de,
nos períodos de influência do álcool, se tornar excessivamente prodigo
para com os amigos e conhecidos, pagando jantares e outros repastos e
doando bens de algum valor.
a) O filho e a nora, alarmados com as proporções que a situação
estava a tomar já que José não é propriamente rico, pretendem
saber o que poderá ser feito para salvaguardar o que ainda resta
do património de José e evitar que este caí na miséria.
José, é maior acompanhado pelo seu comportamento de beber em
excesso, segundo o art.º 138 e 139º do CC, a legitimidade segundo o
artigo 141º nº1 pertencente ao filho por ser um parente sucessível, logo, o
filho pode requerer ao tribunal para suprir a autorização do beneficiário.
Segundo o artigo 143º alínea e), o acompanhamento é diferido, no
respetivo processo aos filhos maiores. O acompanhamento limita-se ao
necessário, previsto pelo art.º 145 nº1 e art.º 145 nº2 c) ou d). O negócio
jurídico é anulável, nos termos do artigo 282º do CC.
b) Suponha que a ação de acompanhamento foi intentada e
registada a 1 de março de 2019. Já depois dessa data e num
período de influência do álcool, José vendeu um relógio de ouro:
B1) por metade do seu valor no mercado?
A ação foi registada a 1 de março de 2019. O negócio jurídico é anulável
pelo ato praticado por José no disposto do artigo 154º alínea b), com uma
analogia ao artigo 125º alínea a). O prazo seria 1 ano a contar do
conhecimento.
B2) pelo seu valor de mercado a sua resposta seria a mesma?
O negócio jurídico não é prejudicial e o filho não pode invocar a
anulabilidade do negócio, visto que José não fez um mau negócio.
B3) pelo valor do mercado, mas é a única recordação que Joss
tem do seu pai?
Há um prejuízo de ordem moral, ainda que seja vendido pelo valor de
mercado. O filho poderá requerer a anulabilidade do negócio segundo o
artigo 125º nº1 a) no prazo de um ano, ainda que não seja um prejuízo
monetário, será um prejuízo moral pelo sentimento com o seu pai, nos
termos do artigo 154º b).

Teoria geral (3/06) (prática)

(continuação do outro caso prático)


c) Tendo em conta que em 2 de novembro de 2019 foi proferida e registada a
sentença de acompanhamento e o seu filho nomeado como acompanhante com
poderes para autorizar todos os atos de disposição de bens móveis, diga qual o valor
jurídico da doação de uma joia de família por José à sua afilhada Maria em 29 de
março de 2020.
Artigo 145º, nº2, alíneas c) e d)
Artigo 154º, nº1, alínea a) - como o negócio é posterior ao registo do acompanhado é
anulável. O prazo de anulação do negócio praticado por José, é de 1 ano após o
conhecimento do filho, que foi declarado acompanhante, segundo o artigo 125º, nº1,
alínea a), sendo que este foi declarado acompanhante, segundo o artigo 143º, nº2,
alínea e), portanto, até ao dia 2 de novembro de 2020.
d) Suponha ainda que, no dia 1 de janeiro de 2019, José havia oferecido a sua
cotação de selos muito valiosa ao seu colega Mário. Diga qual o valor jurídico deste
negócio, quem e em que prazo a poderia invalidar e em que circunstâncias.
Dado que José ofereceu dia 1 de janeiro de 2019, ou seja, um ato praticado anterior ao
registo da sentença de acompanhamento, que foi realizada no dia 2 de novembro de
2019, o ato praticado é anulável, nos termos do artigo 154º, nº3, que se presume ser
um ato de incapacidade acidental, fazendo automaticamente, uma remissão para o
artigo 257º, nº1, que nos indica que o ato praticado por José é anulável, supondo que
estaria embriagado.
No entanto, se José não estivesse embriagado, o mesmo ato seria válido, contudo,
neste caso, é notório, nos termos do artigo 257º, nº2. No que diz respeito ao prazo de
anulabilidade do ato de José, é feita uma analogia do artigo 154º, nº2 para o artigo
125º, nº1, alínea b). Portanto, o filho, tem 1 ano para anular, ou seja, o filho tem um 1
ano para anular, começando a contar a partir do registo da sentença.
Remissão do 154º, nº3 para o artigo 257º
Caso pratico do exame
A é locutora de um programa da manhã de grande audiência de uma rádio e B é um
repórter de imagem de um canal privado de televisão e, nos tempos livres, um
fotógrafo amador talentoso, que tem por hábito deambular pela cidade onde vive,
captando imagens para o seu portfólio particular.
Num sábado soalheiro, A encontrava-se normalmente vestida recostada numa
espreguiçadeira num bar de praia, quase pé na areia, a gozar de uma folga no seu
trabalho, distraída a observar o movimento das gaivotas pairando sobre os cardumes
de peixes, quando, sem se dar conta disso, foi fotografada por B. Responda às
questões seguintes de forma independente, pronunciando-se sobre os possíveis
fundamentos legais, os resultados pretendidos, quem poderá ser responsável e em
que termos, se for o caso:
1) Como a fotografia era de grande qualidade, B, sem nada dizer a A, decide colocá-la
na sua página de Instagram, comentando que aquela fotografia passaria a fazer parte
das 10 melhores do seu portfólio privado e que seria exibida numa mostra
internacional de fotografia na cidade de Veneza no próximo ano. Logo que teve
conhecimento da publicação e das intenções de B, A ficou muito indignada e
pretende reagir judicialmente. Porém, B não vê nenhuma razão para a reação de A,
por ser esta uma pessoa muito famosa e a fotografia ter sido captada num lugar
público.
Quid iuris?
Se B quisesse a foto só para si, A não podia fazer nada. Se B publica a foto, A já podia
reclamar, nos termos do artigo 79º, nº3.
Artigo 70º, nº1 e 2- A pode requerer ao tribunal que B se abstenha dessa apresentação
em Veneza.
2) Esqueça a questão anterior e suponha agora que B aborda A e, como ela era muito
atraente e fotogénica, propõe pagar-lhe €10.000 se ela aceitar posar sem roupa e
participar num pequeno vídeo a integrar num site pornográfico. A aceita. Após a
realização da sessão fotográfica e após ter recebido o valor acordado, A,
arrependida, envia uma carta a B, comunicando-lhe que não autoriza a publicação de
qualquer vídeo que envolva a sua pessoa, tanto mais que desconfia tratar-se de um
site ilegal. B responde que ela já aceitou e até já recebeu e, portanto, não pode agora
voltar atrás. Diga quem tem razão, admitindo que o site tem mesmo conteúdos
ilegais.
(pensar se o site não fosse ilegal também)
Artigo 79º, nº1- apesar de A já ter feito aceitado e feito a sessão fotográfica, ela não
aceita a sua publicação, onde esta tem o direito pois não tem o seu consentimento.
Artigo 81º, nº2- se fosse legal, A podia voltar a trás, mas teria de indemnizar.
Artigo 81º, nº1- como o site tem conteúdos ilegais, contrários aos princípios da ordem
pública, logo o negócio é nulo, A tem de devolver os 10000 euros e B tem de devolver
as fotos. (artigo 286º e 289º).
Caso 3
A aos 35 anos de idade, detentor de alguma fortuna pessoal, sofreu um acidente de
moto que lhe afetou algumas funções cerebrais, prejudicando a sua capacidade de
comunicar através da fala, apesar de conseguir ouvir e entender, porquanto as suas
capacidades mentais de pensamento e raciocínio mantiveram-se intocadas. B, com
quem A vive em união de facto, decidiu intentar uma ação em Tribunal visando
restringir a capacidade de A, porquanto desde a recuperação parcial do acidente, A
decidira “gozar a vida”, dissipando o seu património.
a) Na ação judicial proposta por B, foi por este requerido ao tribunal que decretasse
que fosse cometido a B os poderes de representação geral de A. No entanto, o
tribunal rejeitou o pedido de B, e decretou que a medida seria limitada à atribuição a
B de poderes de autorização prévia para a prática de atos de disposição de A. Com
base no regime do maior acompanhado e nos fundamentos e finalidades pretendidas
pelo legislador refira-se se o tribunal pode decidir nos termos que decidiu.

b) Já após ter sido decretada a referida medida de autorização prévia para a prática
de atos de disposição, A procedeu aos seguintes atos:
bi) Com a autorização de B, vendeu a D um apartamento por preço de mercado;

bii) Com a autorização de B, fez uma doação de um apartamento desocupado a favor


de E, médico neurologista que o trata desde o seu acidente.

biii) Fez testamento de todos os seus bens a favor do seu afilhado E.


Refira-se à validade dos atos praticados por A.

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