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HEINRICH EWALD HÖRSTER/EVA SÓNIA MOREIRA DA SILVA, A Parte Geral do Código Civil Português,
2.ª ed., 2019, 288. Insistindo igualmente neste aspeto, MAFALDA MIRANDA BARBOSA, Lições de Teoria
Geral do Direito Civil, 2021, 320.
4
DIOGO COSTA GONÇALVES, Lições de Direitos de Personalidade – Dogmática Geral e Tutela Nuclear,
2022, 298 e ss.
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Com desenvolvimento veja-se DIOGO COSTA GONÇALVES, Pessoa e Direitos de Personalidade –
Fundamentação ontológica da tutela, 2008, passim.
6
DIOGO COSTA GONÇALVES, Lições de Direitos de Personalidade..., cit., 309.
7
Neste sentido, admitindo o exercício de direitos de personalidade em regime de representação ou
licenciamento a terceiros, ANA FILIPA MORAIS ANTUNES, Comentário..., cit., 234.
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A discussão acerca do conceito de patrimonialidade surgiu a propósito dos requisitos das obrigações,
tendo-se perguntado insistentemente se a obrigação, para ser validamente constituída, devia vincular o
devedor à realização de uma prestação que fosse, não apenas lícita, possível e determinável, mas também
patrimonial.
Da discussão acerca da patrimonialidade da obrigação (requisito hoje abandonado – art. 398.º/2 do CC)
ficou-nos uma noção fundamentalmente correspondente à susceptibilidade de avaliação económica (em
dinheiro) de certa posição jurídica. Para uma visão panorâmica, cf. HUGO RAMOS ALVES, “Em tema de
patrimonialidade da prestação”, Estudos em Homenagem ao Professor Doutor Carlos Pamplona Corte-
Real, 2016, 535-564.
Mais recentemente, MENEZES CORDEIRO viria a colocar a tónica não tanto na susceptibilidade de avaliação
pecuniária, mas antes na possibilidade do escambo por dinheiro (vide, do autor, Tratado de Direito Civil,
I, 4.ª ed., 2012, 867-868). A troca consentida pelo ordenamento (não a avaliação) surge-nos, portanto, como
quidditas da noção de patrimonialidade.
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Como sugere MENEZES CORDEIRO, Tratado ..., IV, cit., 114. No mesmo sentido, DAVID OLIVEIRA FESTAS,
Do conteúdo patrimonial do direito à imagem – Contributo para o estudo do seu aproveitamento
consentido inter vivos, 2009, 124 e ss., embora o autor reconheça existirem valores pessoais indissociáveis
do direito (patrimonial) em presença.
10
MANUEL DE ANDRADE, Esboço de um Anteprojecto de Código das Pessoas e da Família, BMJ 102, 1961,
161.
11
JOANA VASCONCELOS, «Artigo 81.º», in Comentário ao Código Civil - I, 2014, 203.
12
Sobre o conceito veja-se ANTÓNIO MENEZES CORDEIRO, Tratado de Direito Civil, II, 5.ª ed., 2021, 116.
13
MENEZES CORDEIRO, Tratado..., IV, cit., 125.
14
No mesmo sentido, JOANA VASCONCELOS, «Artigo 81.º», cit., 203.
15
Sobre a dupla inerência pode ver-se MENEZES CORDEIRO, Tratado..., IV, cit., 114-115.
16
ANA PERESTRELO DE OLIVEIRA, Desvinculação Programada do Contrato, 2021, 109.
17
Sobre a dimensão da eficácia extintiva da denúncia veja-se DIOGO COSTA GONÇALVES, Lições de Direitos
de Personalidade..., cit., 309.
18
RABINDRANATH CAPELO DE SOUSA, O Direito Geral de Personalidade, 2011 (reimp.), 409 (nota 1031),
parece admitir que se pudesse tratar de expetativas jurídicas proprio sensu, para logo de seguida afirmar
que o legislador tinha outra intenção ao usar a expressão.
19
Diferentemente, MENEZES CORDEIRO, Tratado ..., I, cit., 907, dá como exemplo de expetativa jurídica a
prevista no art. 81.º/2 do CC.
20
LUÍS ALBERTO CARVALHO FERNANDES, Teoria Geral do Direito Civil, II, 5.ª ed., 2017, 640.
21
PAIS DE VASCONCELOS, Teoria Geral ..., cit., 55.
22
Neste sentido, acompanhando PESSOA JORGE, veja-se CAPELO DE SOUSA, O Direito Geral de
Personalidade, cit., 409 (nota 1031).
23
MANUEL DE ANDRADE, Esboço de um Anteprojecto ..., cit., 161, reportando-se a uma «obrigação de
ressarcimento pelo dano de confiança».
24
CAPELO DE SOUSA, O Direito Geral de Personalidade, cit., 409 (nota 1031).
25
PEDRO PAIS DE VASCONCELOS, Direito de Personalidade, 2006, 168.
26
MANUEL CARNEIRO DA FRADA, Teoria da Confiança e Responsabilidade Civil, 2004 (reimp. 2018), 838.
27
ANA FILIPA MORAIS ANTUNES, Comentário ..., cit., 239.
28
ELSA VAZ DE SEQUEIRA, Teoria Geral do Direito Civil: Princípios Fundamentais e Sujeitos, 2020, 24.
29
DAVID DE OLIVEIRA FESTAS, Do Conteúdo Patrimonial ..., cit., 384-386.
30
Assim ANA FILIPA MORAIS ANTUNES, Comentário ..., cit., 239.
31
O exercício de livre revogação, independentemente do contexto ou do fundamento invocado, nunca
configura um ilícito contratual. O exercício livre e incondicionado de um direito não é uma ilicitude.
32
PAIS DE VASCONCELOS, Direito de Personalidade, cit., 168.
33
Assim o identifica CARNEIRO DA FRADA, Teoria da Confiança ..., cit., 838.
34
DAVID DE OLIVEIRA FESTAS, Do Conteúdo Patrimonial ..., cit., 384-386.
35
PAIS DE VASCONCELOS, Teoria Geral ..., cit., 55.
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Em sentido contrário, PAULO MOTA PINTO tem vindo a sustentar que, estando em causa um
«consentimento vinculante» para a limitação, a livre resolução acarreta a obrigação de indemnizar pelo
interesse contratual positivo. Só não será assim se a limitação corresponder a um «consentimento
autorizante». Cfr., do autor, “A proteção da vida privada na jurisprudência do Tribunal Constitucional” in
Direitos de Personalidade e Direitos Fundamentais – Estudos, 2018, 709-711. Veja-se, também, MAFALDA
MIRANDA BARBOSA, Lições de Teoria Geral do Direito Civil, cit., 319.
Não podemos acompanhar. Uma livre resolução que tenha como consequência a imputação, ao resolvente,
do interesse no cumprimento, de livre tem muito pouco. A licitude exige, no plano sinépico, consequências
aplicativas diferenciadas. Como já referimos, a indemnização resultante do exercício da livre revogação
nunca poderá ser tão elevada que dela resulte, na prática, a coartação do próprio direito a resolver.
Também da distinção entre «consentimento autorizante» e «consentimento vinculante», admitindo a sua
relevância, não é possível retirar consequências de regime tão diferenciadas. O «consentimento vinculante»
denota apenas uma necessidade de cooperação do titular com o escopo limitativo do direito. Destarte, pode
consubstanciar um Tatbestand de confiança mais intenso, e no limite alargar o dano de confiança, mas não
parece que possa fundar uma pretensão ao cumprimento e, consequentemente, à indemnização pelo
interesse contratual positivo – sobre o impacto do tipo de consentimento na diferente intensidade da
confiança veja-se DIOGO COSTA GONÇALVES, Lições de Direitos de Personalidade..., cit., 307.
Mostrando alguma abertura à ponderação do interesse contratual positivo, ainda que mitigada, veja-se
MENEZES CORDEIRO, Tratado ..., I, cit., 907, quando afirma que «“legítimas expetativas” equivale a danos
emergentes e lucros cessantes; uns e outros não podem ser considerados “danos” uma vez que a revogação
foi legítima; além disso, perante a causalidade normativa, haverá um cômputo mais reduzido da
responsabilidade, uma vez que não se incluem as “expetativas” extraordinárias ou especulativas». Veja-
se ainda ANTÓNIO MENEZES CORDEIRO/ANTÓNIO B. MENEZES CORDEIRO, Código Civil Comentado - I,
2020, 327.
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Para maiores desenvolvimentos, DIOGO COSTA GONÇALVES, Lições de Direitos de Personalidade..., cit.,
307-308.