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CURSO RENATO SARAIVA (CERS) – UTI 60 HORAS – 1ª FASE OAB – XVII EXAME DA ORDEM

PROCESSO CIVIL – OVERDOSE


Aula 1 – André Mota

1)FORMAÇÃO DO PROCESSO -> arts. 262 a 264 c/c art. 294 do CPC – o processo começa, se forma por iniciativa da
parte e se desenvolve por impulso oficial. A jurisdição é inerte, não se mobiliza sem provocação. Ou seja impulso oficial -
> o juiz não pode iniciar processo sem que haja provocação, mas uma vez provocado a relação processual passará a
seguir de forma oficial.

Momento em que uma ação será considerada proposta -> depende. Duas regras:

1)se na comarca houver apenas uma juízo, vara única a ação é considerada proposta com o despacho da petição inicial –
no momento em que o juiz despacha a inicial “recebo a inicial, cite o réu...”.

2)Se tiver mais de um juízo a ação estará proposta com a simples distribuição da petição inicial.

Alteração do pedido ou da causa de pedir -> a ação já foi proposta e a PI apresentada em juízo – poderá o autor
modificar o pedido ou a causa de pedir? Modificação no sentido amplo: efetuou dois pedidos: danos morais e materiais
e quer acrescentar mais um ou retirar -> 3 regras:

1)Antes da citação, poderá haver alteração -> porque como o réu ainda não foi citado não teve expectativa em termos
de defensa, não havendo prejuízos ao réu

2)Após a citação pode ter alteração, desde que haja o consentimento do réu -> porque depois da citação o réu já teve
ideia do que foi delineado na petição inicial, já pode ter preparado defesa.

3)Após o saneamento do processo -> NÃO PODE! Porque é a fase em que o juiz já recebeu inicial, já teve defesa do réu,
já teve a réplica no prazo de 10 dias, já teve audiência preliminar e não teve acordo, ou seja, o juiz já saneou o processo
e marcou a instrução , não há mais como haver alteração do pedido e causa de pedir, mesmo com consentimento do
réu.

2)ATOS PROCESSUAIS -> é um ato jurídico realizado dentro do processo, porque é praticado para praticar efeitos dentro
do processo – art. 154 e SS do CPC.

Forma -> a regra é que não há forma predefinida, salvo quando a lei expressamente estabelecer -> é livre em termos de
forma a prática dos atos processuais. Exemplo: Pode fazer petição no próprio punho.

A lei estabelece formalidades -> art. 213 – citação: tem que ter assinatura quando a citação é pelo correio. / Busca e
Apreensão -> quando o juiz defere o mandato este tem que ser cumprido por dois oficiais de justiça.

Se a lei estipular essa formalidade e o ato não for atendido, em tese, este ato não é valido. Mas se ainda assim o ato
atingir a sua finalidade, será considerado valido – exemplo: citação no correio -> o citando não assinou, pois quem
recebeu foi o porteiro o aviso de recebimento, mas mesmo assim ele compareceu e apresentou a defesa – o
comparecimento espontâneo do réu supre a ausência de citação. Princípio da Instrumentalidade das Formas

Vernáculo -> é o emprego do idioma oficial da língua portuguesa – é obrigatório o uso do vernáculo. O documento pode
ser utilizado em outra língua, mas deverá estar traduzido.

Publicidades dos atos processuais -> os atos processuais, em regra, serão considerados públicos – ou seja, tantas as
audiências são realizadas de portas abertas e as consultas dos processos são públicas. Mas existem exceções: 1)quando
o interesse público exigir -> exemplo: ação que se discute o segredo nuclear – vai tramitar de forma sigilosa o processo;
2)situações que digam respeito à intimidade das partes – ações de direito de família. Vão tramitar sobre o segredo de
justiça e o acesso aos autos estarão restritos ás partes e seus advogados.
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Efeitos dos atos processuais -> regra: os atos processuais produzirão efeitos imediatamente. Qualquer manifestação
unilateral ou bilateral das partes dentro da relação processual produzem efeitos imediatos. Exemplo: Maria propôs ação
contra João. João foi citado e tem prazo de 15 dias para apresentar contestação – no 5º dia ele apresenta. Como ainda
tem 10 resolve apresentar nova contestação -> NÃO PODE. Os efeitos processuais têm efeitos imediatos. / Advogados
no final da audiência renunciaram ao direito de recorrer. Não tem como o advogado mudar de ideia depois e querer
recorrer da sentença do juiz, pois não poderá.

Exceção: desistência da ação – art. 158, p. ú -> somente produzirá efeitos depois de homologada pelo juiz. Ou seja, se
tiver desistido e quiser voltar atrás, pode, pois não produz efeitos imediatos.

2)PRAZOS PROCESSUAIS -> Classificação -> prazo é o espaço de tempo no qual o ato deve ser realizado. Arts. 177 e SS
do CPC. O prazo pode ser classificado em legal ou judicial. Prazo legal é aquele fixado em lei – em regra os atos serão
praticados pelos prazos previstos em lei. / Mas existem situações em que a lei não fixa, e fica a critério do juiz – arts. 420
e SS do CPC -> caso de prazo para entrega de laudo pericial – é o juiz quem fixa.

Se a lei não dá prazo, o juiz também não diz, a regra é de 05 dias.

Prazo peremptório ou dilatório -> Prazo peremptório: é aquele que em regra não pode sofrer dilatação. Normalmente
coincide com o prazo fixado na lei – prazo para apresentar citação;

Dilatório -> é aquele que pode ser dilatado, prorrogado – exemplo: prazo para o perito entregar o laudo pericial; prazo
para intimar testemunha.

Independente do prazo ser dilatório ou peremptório, o juiz poderá prorrogar qualquer prazo, desde que não ultrapasse
60 dias,se a comarca for de difícil acesso.

Mas em caso de calamidade pública, o juiz poderá prorrogar qualquer prazo, ainda que ultrapasse o limite de 60 dias.

Aspectos gerais dos prazos -> 1)contagem: contam-se os prazos excluindo-se o dia do inicio e incluindo o dia do final ->
foi intimado na segunda, começa a contar na terça; se fui intimado na sexta, só começa a contar na segunda, pois o
prazo não pode começar e nem terminar em dia que não seja útil.

Os prazos serão contínuos – fui intimado na quarta – conto quinta, sexta, sábado, domingo, segunda -> se já comecei a
contar, pode contar os finais de semana e feriado, pois os prazos não se interrompem.

Prazos que são mais dilatados -> art. 188 do CPC: fazenda pública e MP disporão de prazos em dobro para contestar e
em quádruplo para recorrer ; Art. 191> litisconsortes com diferentes procuradores tem prazo em dobro para contestar e
recorrer.

3)TEORIA GERAL DOS RECURSOS -> Arts. 496 e SS do CPC. Recurso visa impugnar as decisões judiciais – não cabe
recurso de despacho (art. 504), porque despacho é ato do juiz que dá mérito andamento, o juiz nada resolve, não tem
decisão, então se não decide não causa prejuízo e não tem porque recorrer.

Pressupostos recursais: 1)tempestividade -> recurso deve ser interposto dentro do prazo devidamente previsto na lei –
05 dias para ED;

10 dias para Agravo (retido e de instrumento). Se a decisão judicial tiver sido proferida em AIJ e quiser agravar
retidamente se agravará de forma oral, ali mesmo na hora.

No mais todos os recursos serão no prazo de 15 dias.

Prazos dilatados -> Fazenda pública, União, estados, municípios – os prazos serão contados de forma dobrada.

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Os litisconsortes com diferente procurações -> prazo em dobro. DP também tem praz dobrado para a prática dos atos
processuais.

2)preparo -> pagamento das custas recursais – art. 511: deve ser comprovado no ato da interposição do recuso ->
quando apresenta o recurso tem que estar com a guia de pagamento.

Se apresentou o recurso e as custas não foram suficientes -> o sujeito é intimado para complementar em 05 dias.

OBS.: EXCEÇÃO -> isenção de pagamento – DP; o MP e PJ de direitos públicos. Isenções objetivas: se dá independente
da pessoa que vem apresentar o recurso: se dá em sede de embargos de declaração – é utilizado para combater decisão
eivada de vício de contradição, obscuridade.

3)Legitimidade -> pessoas que poderão aviar o instrumento recursal: partes (serão atingidos diretamente pelos efeitos
da decisão); o terceiro prejudicado -> é aquele que embora não se assente em um dos pólos da relação jurídica –
exemplo: advogado – ele não é parte, é terceiro, mas teria legitimidade para recorrer quando a decisão fixou seus
honorários em um percentual baixíssimo.

MP -> tem legitimidade para recorrer nos processos em que é parte ou quando é fiscal da lei ( custo legis) -> art. 499 e
sumula 99 do STJ.

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