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PRAZOS PROCESSUAIS

Prof. Danilo Del’ Arco


E: danilo.delarco@unifil.br

PRAZOS PROCESSUAIS = segundo a enciclopédia livre Wikipédia prazos


processuais “são os períodos de tempo fixados por lei, pelo juiz ou pela
convenção entre as partes de um litígio.”

Inicialmente, vale lembrar que:


. Os prazos que correm dentro do processo estão sujeitos à preclusão
(dias úteis)

. Prazo prescricional e decadencial não são prazos processuais, estão


relacionados ao direito material, são prazos que possuem sua contagem
fora do processo.

* Prescrição: O que prescreve é a pretensão, perde o direito de exigir. A


dívida vai existir, mas não vou poder mais cobrar judicialmente e sim
moralmente.
- bienal ou total (2 anos) – da extinção do contrato de trabalho.

- quinquenal ou parcial (5 anos) – se respeitado os dois anos da extinção,


o reclamante tem direito aos últimos 5 anos contados do ajuizamento da
ação trabalhista.

* Decadência ocorre a perda do direito, ex: para ajuizar o inquérito


judicial para a apuração de falta grave o empregador tem o prazo
decadencial de 30 dias da suspensão, se não respeitar perde o direito,
ocorre o perdão tácito.

*Perempção: Perda do direito de ação. No processo do trabalho não


ocorre perda do direito de ação, o que ocorre é uma punição ao autor,
que deverá esperar 6 meses para ajuizar outra ação. Existem apenas duas
espécies de perempção no processo do trabalho, previstas no art. 731 e
732 da CLT.
*Preclusão: Perda de prazos ou de práticas de atos dentro do processo.
Ex: Atos que não são praticados em determinado momento. Existem
várias espécies de preclusão, as mais comuns são: temporal, lógica e
consumativa.

Assim, podemos afirmar que prazo corresponde ao lapso temporal para


prática ou abstinência do ato processual. Os prazos são sempre contados
em dias úteis e sábado, domingo e feriado não são dias úteis.

Classificação dos Prazos:


1- Quanto à origem
. Legais: São os fixados pela própria lei. Ex.: Prazo recursal (art. 6º lei
5584/70)

. Judiciais: São os fixados pelo juiz. Ex: prazo para perícia – art. 852-H
§4º CLT – quando a lei não traz. Se o juiz também não determinar é 5
dias

. Convencionais: São os que podem ser objeto de acordo entre as


partes. Ex: Suspensão do processo para tentativa de acordo – art. 313,
II CPC. – partes podem pedir a suspensão do processo para tentativa
de acordo e também podem requerer a prorrogação (antes do prazo
vencer).

*CUIDADO: Art. 313, IX e X CPC: Advogada gestante pode pedir a


suspensão do processo, se for a única advogada da causa. A advogada
pode pedir 30 dias; o advogado pai pode pedir 8 dias.

2- Quanto à natureza
a) Dilatórios: prazos prorrogáveis. Os prazos convencionais são
dilatórios. A prorrogação dependerá de decisão judicial e deverá
ser requerida antes de vencer o prazo
b) Peremptórios: Fatais ou improrrogáveis. Não podem ser objeto de
convenção entre as partes. Normalmente os prazos legais.
Ex.: Art. 222, §§ 1 e 2 CPC – calamidade pública
Art. 775 §§ 1 e 2 CLT

3- Quanto aos destinatários


a) Próprios: são os destinados às partes, aos advogados, sob pena de
preclusão. Se a intimação não tiver previsão legal aplica-se a regra
do artigo 218 §3º CPC, ou seja, se o juiz determinar a
manifestação da parte e não colocar prazo, este prazo será de 5
dias úteis.

*Art. 1º Dec. 779/69 -> Este decreto só se aplica para a


Administração pública direta, autarquia e fundacional: Só se aplica
para os prazos na Justiça do Trabalho:
a) Para contestar o prazo é contado em quádruplo, ou seja, o
prazo mínimo para a defesa é de 20 dias. Para os demais réus é de
no mínimo 5 dias.
b) para os demais atos, como recurso o prazo será contado em
dobro.

O artigo 229 do CPC é aplicável ao processo no trabalho? NÃO – OJ


310 SDI-1 TST -> Se as partes tiverem procuradores diversos no
processo do trabalho, não se conta o prazo em dobro, o prazo é o
mesmo para todos, simples.

b) Impróprios: São os legalmente previstos e destinados aos juízes e


aos servidores do Poder Judiciário. Não são vulneráveis de
preclusão. São válidos mesmo praticados fora do prazo. O
descumprimento gera punição da corregedoria. Não implica em
nulidade no processo.

CONTAGEM DOS PRAZOS:

Art. 774 a 776 da CLT

- ART 774 da CLT: Contar a partir da data que foi feita a intimação
pessoalmente. O começo do prazo se dá com a intimação/ ciência
(dia do susto)
Parágrafo único: Os correios têm que devolver a correspondência
que não foi recebida pela parte, em 48 horas, informando a justiça
do trabalho, sob pena de responsabilidade do servidor.
- Art. 775 CLT NOVA: Contados em dias úteis, com exclusão do dia
do começo e inclusão do dia do vencimento (exclui o dia do
começo e inclui o último, e só conta os dias úteis). Esse começo, é
o dia susto de que trata o art. 774, da CLT, o dia da ciência não é
contado (exclui esse dia).

- O início do prazo é dia que recebe a intimação, mas para a


contagem do prazo deve excluir esse dia do começo e incluir o
último.
- §1º 775: Prorrogação do prazo pode ocorrer: quando o Juiz,
quando entender necessário (claro que terá justificativa); ou
quando em virtude de força maior.

- §2º: Quem pode dilatar os prazos? O Juiz, para garantir maior


efetividade à tutela de direito.

- Art. 776: Quando decorrer o prazo no processo a secretaria


deverá certificar este decurso.

Súmulas:
01, 16 e 262 TST

Súmula 16 – Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e


oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a
entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do
destinatário.
. Quanto tempo presume-se que a carta do correio chega na
residência da parte ou no escritório de advocacia? 48 horas.

Súmula 01 – Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a


publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo
judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se
não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se
seguir.
. Quando a pessoa é intimada na sexta-feira, o prazo inicia na
sexta, mas deve-se excluir o dia do início e a contagem deve iniciar
no dia útil seguinte, ou seja, na segunda, se segunda for feriado,
na terça.
. Inicio de prazo: dia em que fui intimado (é o dia que eu não
conto)
. Quando começa a contar o prazo (inicio da contagem): observar
a contagem (exclui o começo e inclui o último).

INÍCIO DO PRAZO É DIFERENTE DE INICÍO DA CONTAGEM DO


PRAZO.

Súmula 262 – I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início


do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no
subsequente.
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do
Tribunal Superior do Trabalho suspendem os prazos recursais.
. Como na justiça do trabalho é muito comum receber por correio
as notificações, é muito comum o correio trabalhar de sábado, é
possível que a pessoa receba uma notificação pelo correio no
sábado, caso isso ocorra, será presumido que recebeu na segunda,
presume-se que a parte tomou ciência no dia útil seguinte ao
sábado, então, começaria a contar na terça (se for dia útil).

. Art. 775-A: Questão das férias forense ou recesso forense. Do dia


20 de dezembro ao dia 20 de janeiro serão as férias forenses ou
recesso forense. Neste período os prazos serão suspensos.

Exemplos:

1- A parte foi intimada no dia 24/04/2020 (sexta-feira) para se


manifestar no prazo de 05 dias úteis.

a) Qual o termo inicial do prazo? Dia 24/04/2020


b) Quando começa a contar o prazo? Dia 27/04/2020
c) Que dia termina o prazo? Dia 04/05/2020, porque terminaria
dia 01/05 (sexta-feira), mas 01/05 é feriado nacional, então,
prorroga para o dia útil seguinte, ou seja, 04/05/20 (segunda-
feira).
2- A secretaria enviou uma notificação por correio para a parte no
dia 23/04/20 (quinta feira):
a) Qual o termo inicial do prazo? 27/04/2020 (segunda-feira),
porque tenho que presumir que receberá 48 horas após o
envio.
b) Quando começa a contar o prazo? 28/04/2020 (terça-feira)

OBS: FERIADOS NACIONAIS TODOS DEVEMOS SABER, INCLUSIVE O JUDICIARIO,


A PARTE NÃO PRECISA COMPRIVAR, MAS FERIADOS MUNICIPAIS, A PARTE
DEVERA COMPROVAR NOS AUTOS DO PROCESSO, SOB PENA DE
INTEMPESTIVIDADE DA MEDIDA (SUMULA 385 DO TST).

Suspensão e Interrupção dos prazos:

. Suspensão: prazo começou a ser contado, veio um feriado por exemplo e ele
para de contar, volta da onde ele tinha parado. Continua a contar da onde
parou. Dica: Só conto o que sobrou.

Ex.: 20 de dezembro a 20 de janeiro de 2019, no dia 16 de dezembro (segunda)


recebo uma intimação para me manifestar em 5 dias, não conto o dia 16, conto
apenas os dia 17, 18 e 19 de dezembro, e paro de contar, pois dia 20 é o
recesso, dia 20 suspende, quando chegar dia 20 de janeiro, continua a contar os
outros 2 que sobrou, ou seja, após dia 20 conto mais dois dias úteis, 21 e 22.

*obs.: Os recursos trabalhistas tem prazo de 8 dias úteis (art. 6º da Lei


5.584/70) – recurso ordinário, recurso de revista, embargos no TST, agravo de
instrumento e agravo de petição

- Recurso extraordinário: 15 dias úteis. DEVEM SABER ISTO PARA A PROVA.

. Interrupção: prazo começou a ser contado, quando ocorre a interrupção para


de contar e quando cessar a interrupção, começa a contar de novo o prazo.
Dica: inicia novamente.

Ex.: Embargos de declaração tem prazo de 5 dias úteis e o art. 897-A, §3º da CLT
dispõe que opostos os embargos eles interrompem o prazo do recurso principal
– Ex.: dia 24/04/20 (sexta) saiu a sentença e sou intimado, tenho 8 dias úteis
para recorrer com o recurso ordinário, portanto começa a contar na segunda
(dia 27/04), dia 07 de maio termina o meu prazo (lembra que dia 01/05 foi
feriado, não posso contar). Se a parte, no 5º dia (04 de maio) opôs embargos de
declaração para sanar um vício no julgado, e considerando que o juiz demorou 2
meses para julgar os embargos de declaração, ao sair a decisão depois de 2
meses eu quero recorrer com o recurso ordinário. Quantos dias vou ter para
recorrer (3 ou 8) ? 8, pois interrompeu o prazo quando eu embarguei, e quando
eu fui intimado da decisão dos embargos iniciou novamente meu prazo de 8
dias úteis para interpor o recurso ordinário, que é o recurso principal.

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