Justiça Federal da 6ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

12/04/2023

Número: 0064362-72.2012.4.01.3800
Classe: APELAÇÃO / REMESSA NECESSÁRIA
Órgão julgador colegiado: 4ª Turma
Órgão julgador: DESEMBARGADOR FEDERAL PRADO DE VASCONCELOS
Última distribuição : 16/09/2022
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0064362-72.2012.4.01.3800
Assuntos: IPI/ Imposto sobre Produtos Industrializados
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
FAZENDA NACIONAL (APELANTE)
MINERACAO USIMINAS S.A. (APELADO) ANA CRISTINA DE PAULO ASSUNCAO (ADVOGADO)
DANIELA MARIA PROCOPIO (ADVOGADO)
OTTO CARVALHO PESSOA DE MENDONCA (ADVOGADO)
WERTHER BOTELHO SPAGNOL (ADVOGADO)
USINAS SIDERURGICAS DE MINAS GERAIS S/A. USIMINAS ANA CRISTINA DE PAULO ASSUNCAO (ADVOGADO)
(APELADO) DANIELA MARIA PROCOPIO (ADVOGADO)
OTTO CARVALHO PESSOA DE MENDONCA (ADVOGADO)
WERTHER BOTELHO SPAGNOL (ADVOGADO)
JUIZO FEDERAL DA 19A VARA - MG (NÃO IDENTIFICADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
25042 04/08/2022 18:19 MUSA - Impugnação aos ED Impugnação
2538
 EXMA. SRA. DESEMBARGADORA RELATORA DA 7ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL
FEDERAL DA 1ª REGIÃO.

Referência: Apelação Cível nº 0064362-72.2012.4.01.3800.

USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A. – USIMINAS e MINERA-

ÇÃO USIMINAS S.A., já devidamente qualificadas no processo em epígrafe, vêm, respei-
tosamente, à presença de V. Exa., por seus procuradores constituídos, apresentar IM-
PUGNAÇÃO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos pela União Federal, nos moldes
do art. 1.023, §2º, do CPC.

Cuida-se de Embargos de Declaração opostos pela União Federal contra

acórdão que, acompanhando o entendimento da Primeira Seção do STJ no julgamento
do EREsp n. 1.213.143/RS, manteve a sentença que concedeu a segurança e, conse-
quentemente, negou provimento à apelação da Fazenda Nacional e à remessa necessá-
ria.

De início, ressalta-se que a Fazenda Nacional não demonstrou nenhum

vício a ser sanado e, também, não trouxe qualquer consideração sobre o precedente
utilizado pela Turma Julgadora em sua fundamentação. A Embargante se limitou, sem
impugnação específica, a sustentar que “o contribuinte direito ao aproveitamento de
créditos de insumos tributados utilizados na industrialização de produtos não tributados,
seja no período anterior ao da Lei 9.779/99, seja no período posterior”.

Assinado eletronicamente por: OTTO CARVALHO PESSOA DE MENDONCA - 04/08/2022 18:19:48 Num. 250422538 - Pág. 1
https://pje2g.trf6.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22080418193094600000244695005
Número do documento: 22080418193094600000244695005
 Mesmo salientando na sua peça que a finalidade dos embargos de decla-
ração apresentados não é rediscutir os fundamentos do acórdão ou protelar o anda-
mento do processo, é evidente que o que busca a Embargante com a oposição dos acla-
ratórios é a revisão do julgado. Não há que se falar em vício no acórdão, uma vez que a
Turma Julgadora enfrentou as alegações pontualmente, não sendo o recurso de embar-
gos de declaração a via para discussão sobre eventual irresignação.

Com efeito, o julgador não está obrigado a rebater, um a um, todos os

argumentos invocados pelas partes quando, por outros meios que lhes sirvam de con-
vicção, tenha encontrado motivação satisfatória para dirimir o litígio.

Nesse sentido, as razões poderão ou não ser explicitamente dissecadas

pelo magistrado, que só estará obrigado a examinar os argumentos nos limites da de-
manda, fundamentando a sua decisão de acordo com o seu livre convencimento, base-
ado nos aspectos pertinentes à hipótese sub judice e com a legislação que entender
aplicável ao caso concreto.

Além disso, especificadamente sobre o presente caso, a Turma Julgadora

baseou suas conclusões no mais recente entendimento, fixado pela 1ª Seção da Corte
Superior no julgamento do EREsp n. 1.213.143/RS, de que encontra “abrigo legal o
aproveitamento do saldo de IPI decorrente das aquisições de matérias-primas, produtos
intermediários e materiais de embalagem tributados, nas saídas de produtos não tribu-
tados no período posterior à vigência do art. 11 da Lei n. 9.779/1999”.

Por fim, não bastasse evidente o mero inconformismo, a Embargante cita

precedentes antigos do STF, que trataram da impossibilidade de aproveitamento de
créditos de insumos tributados utilizados na industrialização de produtos não tributados
no período anterior ao da Lei 9.779/99, ou seja, de tema não discutido nos autos.

Além disso, menciona decisões específicas da matéria, do STJ, mas todas

de julgados ocorridos em 2008 e em 2009, período anterior ao precedente utilizado no
acórdão recorrido.

Portanto, além de não demonstrar a existência de vícios no acordão em-

bargado, requisito imprescindível para conhecimento e julgamento dos embargos de
declaração, a Embargante, em sua fundamentação, não trouxe qualquer argumento ca-
paz de alterar as conclusões da Turma Julgadora.

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Número do documento: 22080418193094600000244695005
 Do exposto, a Embargada pugna pela rejeição dos Embargos de Declara-
ção em seu mérito, mantendo-se o acórdão embargado, porquanto inexistente qual-
quer vício nos aclaratórios manejados.

Nestes termos, pede deferimento.

Belo Horizonte/MG, 04 de agosto de 2022.

OTTO CARVALHO PESSOA DE MENDONÇA

OAB/MG nº 93.835

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