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JOSÉ AUGUSTO AMORIM & AGAMENON FERNANDES

ADVOCACIA CÍVEL, TRABALHISTA, TRIBUTÁRIA & PREVIDENCIÁRIA


AVENIDA RIO BRANCO, 571, SALA 817, CIDADE ALTA, TEL. 98815-2700/98822-5495, NATAL, CEP 59.025-906, RN
joseaugustoamorim@yahoo.com.br
OAB/RN 3.472

Meritíssimo Juiz de Direito da 3ª. Vara da Fazenda Pública desta Comarca.

APELANTES MAIORES DE 80 ANOS


ADVOGADO COM COMORBIDADES

Processo 0833920-68.2019.8.20.5001
Nadir Dantas de Pontes e outros, devidamente qualificados no caderno
processual eletrônico do Cumprimento de Sentença contra a Fazenda
Pública em epígrafe, instaurado face ao Estado do Rio Grande do Norte,
igualmente qualificado, vêm perante Vossa Excelência, respeitosamente,
por intermédio de seu advogado, interpor a presente APELAÇÃO CÍVEL,
forte no artigo 1.009, e seguintes, do CPC, tendo em vista os termos da r.
sentença ID 102670407, de 30.06.2023, exarada em flagrante contrariedade
aos ditames jurídicos e legais, para tanto requerendo a intimação do ente
público réu para exercitar o contraditório, no prazo legal, se lhe aprouver,
estando o preparo recursal assegurado no ID 104308425.

Termos em que
Pedem deferimento.
Natal, 11 de setembro de 2023.

José Augusto de Oliveira Amorim


OAB/RN 3.472

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JOSÉ AUGUSTO AMORIM & AGAMENON FERNANDES
ADVOCACIA CÍVEL, TRABALHISTA, TRIBUTÁRIA & PREVIDENCIÁRIA
AVENIDA RIO BRANCO, 571, SALA 817, CIDADE ALTA, TEL. 98815-2700/98822-5495, NATAL, CEP 59.025-906, RN
joseaugustoamorim@yahoo.com.br
OAB/RN 3.472

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio TJRN.

APELANTES MAIORES DE 80 ANOS


ADVOGADO COM COMORBIDADES

Apelação Cível autoral


CumSenFaz nº. 0833920-68.2019.8.20.5001
Origem: 3ª. Vara da Fazenda Pública da comarca de Natal
Apelantes: Nadir Dantas de Pontes e outros
Apelado: Estado do Rio Grande do Norte

Augusta Câmara Cível,

Apesar do costumeiro brilhantismo que ostenta em seus decisórios, não


andou bem, data venia, o douto juízo a quo quando exarou a r. sentença ID
102670407, eis que violou expressamente os cânones constitucionalmente
vigentes (notadamente os que dizem respeito ao devido processo legal e ao
contraditório e à ampla defesa) e os dispositivos do CPC, ao proferir decisão
após produção de prova técnica – e, diante das impugnações das partes –
sem antes dar vista das arguições ao perito, bem como, erroneamente,
condenar os apelantes ao pagamento dos ônus sucumbenciais em valor
percentual desproporcionalmente superior ao que fixado na tortuosa fase
de conhecimento, como restará adiante demonstrado.

1.Cabimento e tempestividade Com efeito, distingue o CPC entre o agravo e


a apelação quando em tratamento a oposição de recurso contra decisões
proferidas em cumprimento de sentença, caso do feito sub examine. Esta é
cabível nos casos em que a execução é encerrada, extinta com ou sem
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julgamento de mérito, como restou efetuado na r. sentença recorrida, que
julgou parcialmente procedente a liquidação autoral e cominou ônus de
sucumbência para alguns dos liquidantes, permitindo o prosseguimento do
feito na parte (mínima) a eles favorável.

2.Trata-se do entendimento conjunto dos artigos 1.009 e 1.015, do CPC:


“No sistema regido pelo NCPC, o recurso cabível da decisão que acolhe impugnação
ao cumprimento de sentença e extingue a execução é a apelação. As decisões que
acolherem parcialmente a impugnação ou a ela negarem provimento, por não
acarretarem a extinção da fase executiva em andamento, tem natureza jurídica de
decisão interlocutória, sendo o agravo de instrumento o recurso adequado ao seu
enfrentamento.” (STJ, 4ª. T., REsp 1.698.344/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
DEJ 01.08.2018)

3.Por outro lado, estando – finalmente – recolhidas as custas processuais


(guia ID 104257349 e respectivo ticket ID 104308425), assim como exibindo
a aba expedientes do PJE a data de 11.09.2023 como dies ad quem para o
exercício do direito de recorrer (captura de tela em anexo), encontra-se
tempestivo o apelo, satisfeitos, pois, os requisitos extrínsecos previstos na
legislação, razão pela qual deverá ser regularmente processado.

4.Preliminarmente: existência de pessoa com mais de 80 anos de idade –


prioridade na tramitação que enseja a retificação do cadastro no PJE
Também pertinente, cuida-se que, ao menos, um dos apelantes conta idade
superior a 60 (sessenta) anos, como é o caso da recorrente Nadir Dantas de
Pontes, nascida em 31.01.1943 (como atesta o comprovante de regularidade
de seu CPF, em apenso), a atrair a regra insculpida no artigo 1.048 do CPC
(por força do artigo 5º., LXXVIII, da CF), com a tramitação super prioritária do
processo, nos termos do Estatuto do Idoso.

5.Preliminarmente: nulidade absoluta – prova técnica produzida – ausência


de vista ao perito das impugnações das partes – julgamento proferido –
cerceamento de defesa Como que, data maxima venia, insatisfeito com a
sucessividade dos laudos favoráveis à tese autoral, não procedeu o douto
juízo a quo com a observância das regras que norteiam o processo civil, desde
os princípios constitucionais que asseguram o devido processo legal, o
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contraditório e a ampla defesa, neles incluída a produção de provas ou a
manifestação sobre aquelas que foram resultantes de determinação judicial.

6.Pois, bem: como se infere da captura de tela em anexo, intitulada “Captura


de Tela Processo nº. 0833920-68.2019.8.20.5001 andamento”, constata-se que
em 10.01.2023 houve a anexação de um laudo pericial (ID 93503063, no feito
a quo), ao seguiram-se impugnações fundamentadas de ambas partes, nas
datas de 08.02.2023 (ID 94912930) e 08.02.2023 (ID 95164028), pelo apelado
e pelos apelantes, respectivamente, e, pela processualística pátria, deveria
seguir-se algum despacho ou mesmo ato ordinatório concedendo ao perito
prazo para manifestação; no entanto, o que se vê da referida captura é a
prolação imediatamente seguinte da r. sentença recorrida, sob ID 102661314,
sem que tenha sido aperfeiçoada a prova técnica, com o pronunciamento do
louvado.

7.Trata-se de hipótese de nulidade absoluta, que contamina irreversivelmente


o feito, porquanto violada a norma constante do artigo 477, §§ 1º. usque 4º.,
do CPC:
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos
20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 1º. As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito
do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada
uma das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.
§ 2º O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto:
I - sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do
órgão do Ministério Público;
II - divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.
§ 3º Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que
mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e
julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.
§ 4º O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, com pelo
menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência.

8.Ora, ao determinar que “as partes serão intimadas” ou “o perito tem o dever”,
a lei não facultou ao julgador dispensar os litigantes e o perito da vista formal
da prova técnica produzida, antes deixou patente a cogência dessa
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formalidade, de modo que, ao exarar a r. sentença recorrida sem observar
tais ditames, incorreu o douto juízo a quo em nulidade absoluta e insuscetível
de surtir efeitos no mundo jurídico, como demonstram os julgados abaixo,
oriundos dos Egrégio Tribunais pátrios, e, máxime, do Colendo STJ, guardião
da lei federal:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREJUÍZO CONSISTENTE NA SUPRESSÃO
ILEGAL DA POSSIBILIDADE DE REQUERIMENTO DE ESCLARECIMENTOS
SUPLEMENTARES EM AUDIÊNCIA (ART. 477, §3º DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL). ERROR IN PROCEDENDO. CERCEAMENTO DE DEFESA.
JURISPRUDÊNCIA DESTA COLENDA CORTE DE JUSTIÇA. 1 - Mitigação do rol
taxativo do artigo 1.015 que, in casu, se apresenta forçosa diante da patente
urgência, ex vi do REsp 1.1696.396 e REsp 1.704.520. 2 - Analisando-se os autos,
constata-se que a fase instrutória foi encerrada sem que se oportunizasse à
Agravante os esclarecimentos necessários, em sede de audiência especial.
Inteligência do artigo 477, § 3º do CPC. 3 - Não se olvide que as partes têm o
direito de esclarecimento quanto aos pontos divergentes apontados pelo perito
(CPC, art. 477, §§ 2º e 3º), bem como ter a impugnação apreciada pelo julgador
(CPC, art. 489, §1º, IV), sob pena de nulidade. Audiência para oitiva do expert que
não se confunde com prova oral. 4 - Desta feita, configurado o error in procedendo
e o cerceamento de defesa, com a consequente violação ao princípio do
contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV da CRFB/88), impondo-se, desse modo,
a nulidade do decisum vergastado, face à violação ao devido processo legal. 5 -
Ressalte-se, consoante entendimento esposado nos precedentes colacionados, que
constitui dever do perito não apenas prestar os esclarecimentos requeridos pelas
partes, como, se necessário for comparecer em audiência de instrução de
julgamento. 6 - PROVIMENTO DO RECURSO.” (TJRJ, 20ª. C. Cív., AI 0048999-
13.2022.8.19.0000, Rel. Des. Eduardo Abreu Biondi, DJe 19.08.2022)
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. LAUDO
PERICIAL. DISCORDÂNCIA DOS ESCLARECIMENTOS DO PERITO NÃO
APRECIADOS PELO JUÍZO. REGRA PREVISTA NO ART. 477, § 3º., CPC.
CERCEAMENTO DE DEFESA. RECURSO PROVIDO. Caracteriza cerceamento de
defesa o proferimento de decisão homologatória de cálculo de perito sem enfrentar
discordância do impugnante ampara em laudo do assistente técnico e nem obedece
a regra prevista no § 3º. do artigo 477 do CPC.” (TJMS, 2ª. C. Cív., AI 1405404-
08.2022.8.12.0000, Rel. Des. ulizar Barbosa Trindade, DJe 01.07.2021)
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“Tendo sido apresentada tempestivamente impugnação total do laudo pericial
produzido em juízo, seguida de parecer de assistente técnico da parte, nos termos do
art. 477, § 2º, II, do CPC/2015 era dever do perito prestar os devidos esclarecimentos.
Olvidar à parte tal direito, constitui cerceamento de defesa e enseja nulidade do
processo deste então. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão,
provido.” (STJ, 1ª. T., REsp 1.944.696/AM, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe
03.10.2022)

9.Constatada, pois, a nulidade absoluta por ausência de intimação do perito


quanto às impugnações opostas – e das partes, subsequentemente ao laudo
complementar que deveria resultar daquele primeiro ato –, deverá o feito
retornar à instância a quo para devolver ao expert o prazo legal para
produção de prova técnica complementar, dando da mesma vista às partes,
para, somente a poteriori, ser proferida nova e válida decisão.

10.Preliminarmente: vedação à decisão surpresa – nulidade absoluta Como


também prevê a lei processual civil, não poderá o magistrado decidir com
base em fundamento a respeito do qual não tenha dado às partes a
oportunidade de se manifestarem, ainda que se trate de matéria de ordem
pública, cognoscível de ofício (o que sequer é o caso, impende frisar!). O dito
postulado jurídico objetiva evitar prejuízos a qualquer das partes fundados
em fatos por elas ainda desconhecidos e não debatidos, razão pela qual
impõe-se a efetivação do contraditório substancial com a intimação prévia
para manifestação sobre o vício, garantindo-se às partes a possibilidade de
influenciar a convicção do julgado.

11.É o que se infere, literalmente, da dicção do artigo 10 do CPC:


Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

12.Nesse sentido pronuncia-se iterativa jurisprudência:


“APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM
PAGAMENTO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM APRECIAÇÃO DO MÉRITO.
PEDIDO DE LEVANTAMENTO DE VALOR DEPOSITADO. PRINCÍPIOS DA
VEDAÇÃO À DECISÃO SURPRESA E DA COOPERAÇÃO. RECURSO PROVIDO.
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1. Nos termos do art. 10 do CPC, vedada decisão com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado à parte oportunidade de se manifestar, ainda que
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Trata-se do princípio da não
surpresa. 2. Um dos pilares do atual CPC é o princípio da cooperação, que deve ser
observado por todos os sujeitos processuais. 2.1. “O Juiz deve atuar atento aos
princípios da efetividade, da primazia da decisão de mérito, da celeridade e da
instrumentalidade das formas, bem como agir à luz do princípio da cooperação para o
deslinde da demanda e, dessa forma, se o Magistrado extingue o Feito sem
oportunizar à parte Autora prazo para corrigir vício processual sanável, impõe-se a
cassação da sentença.” (Acórdão 1306153, 07241382520178070001, Relator:
ANGELO PASSARELI, 5ª Turma Cível, data de julgamento: 2/12/2020, publicado no
DJE: 18/12/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.). 2.2. Na hipótese, depósito
realizado pelo autor/apelante ainda quando a competência ainda era da 3ª Vara de
Execução de Títulos Extrajudiciais e Conflitos Arbitrais de Brasília. Alterada a
competência, encaminhados os autos a outro juízo, não intimado o autor/apelante
antes da prolação de sentença extintiva do feito, não apreciado o pedido de
levantamento de depósito judicial, violado o princípio da não surpresa (artigo 10,
CPC), colaboração ao diálogo no processo (artigo 6º, CPC), imprescindível a
intimação do autor/apelante antes da prolação da sentença: além da ciência relativa à
alteração de competência, a possibilidade à parte de esclarecimento relativo ao
pedido de levantamento de depósito judicial requerido, juntando comprovante, o que
somente ocorreu nesta sede recursal. 3. Recurso conhecido e provido.” (TJDFT, 5ª. T.
Cív., AC 0718834-06.2021.8.07.0001, Relª. Desª. Maria Ivatônia, DJe 14.02.2022)
“Com o advento do novo Código de Processo Civil, a Segunda Turma do Superior
Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n. 1.676.027/PR, firmou a
orientação de que "a proibição de decisão surpresa, com obediência ao princípio do
contraditório, assegura às partes o direito de serem ouvidas de maneira antecipada
sobre todas as questões relevantes do processo, ainda que passíveis de
conhecimento de ofício pelo magistrado. O contraditório se manifesta pela
bilateralidade do binômio ciência/influência. Um sem o outro esvazia o princípio. A
inovação do art. 10 do CPC/2015 está em tornar objetivamente obrigatória a
intimação das partes para que se manifestem previamente à decisão judicial. A
consequência da inobservância do dispositivo é a nulidade da decisão surpresa, ou
decisão de terceira via, na medida em que fere a característica fundamental do novo
modelo de processualística pautado na colaboração entre as partes e no diálogo com

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o julgador". (...) Na hipótese há de ser aplicada tal orientação jurisprudencial tendo
em vista que o art. 10 do novo Código de Processo Civil estabelece que o juiz não
pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate
de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.” (STJ, 2ª.T., AgInt-AREsp
1.743.765/SP, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 13.12.2021)

13.Evidenciado que o douto juízo a quo proferiu decisão surpresa, porquanto


não concedeu vista ao perito das impugnações opostas ao laudo, e às partes
sobre a prova técnica que deveria ser produzida em consequência daquelas,
deverá o feito ser anulado a partir da r. sentença recorrida, com o retorno dos
fólios para exercitamento do direito constitucional ao contraditório e à ampla
defesa, por ambos litigantes.

14.Meritoriamente: julgamento proferido contra a prova dos autos – apelo


a ser provido Exaustivamente demonstradas as nulidades em que incorreu o
r. decisum apelado, cumpre aduzir que, não obstante tal proceder eivado por
parte do douto juízo a quo, tal situação ainda mais se agravou em razão de a
r. decisão recorrida ter firmado entendimento absolutamente contrário à
prova produzida no processo, eis que insolitamente exarou a seguinte decisão
(ID 102661314):
“Ante o exposto, com fulcro no art. 487, I, do CPC, julgo procedente, em parte, o
pedido de cumprimento de sentença, pelo que homologo os cálculos periciais,
apresentados nos laudos acostados e o faço, observando crédito somente para
NADIR DANTAS DE PONTES, perda de R$ 457,10 (quatrocentos e cinquenta e sete
reais e dez centavos), valor atualizado até 21/12/2022; ELINEIDE SILVA DE
ARAÚJO teve perda de R$ 557,38 (quinhentos e cinquenta e sete reais e trinta e oito
centavos) valor atualizado até 21/12/2022. LUIZA GOMES DE SOUZA teve perda de
R$ 557,38 (quinhentos e cinquenta e sete reais e trinta e oito centavos) valor
atualizado até 21/12/2022.”

15.Ora, muito antes dessa prova técnica absurdamente desnecessária, data


venia, já existia nos autos laudo pericial atestando não apenas a ocorrência
das perdas por ocasião da indigitada conversão em URV efetuado sob a égide
da inconstitucional Lei estadual nº. 6.612/1994, que apontou a existência de
prejuízo para todos os apelantes, como também a conta totalizadora de tais
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perdas, na forma do RE nº. 561.836/STF, com a seguinte feição (ID 69932611,
de 16.06.2021, no original):
AUTOR VALOR BRUTO A HONORÁRIOS
RECEBER

1.NADIR DANTAS DE PONTES R$ 19.163,33 R$ 913,84

2.ELINEIDE SILVA DE ARAÚJO R$ 420.774,38 R$ 20.071,76

3.NADIR ALVES DE MOURA R$ 18.531,66 R$ 883,72

4.AZAMOR ARAÚJO DE R$ 426.821,74 R$ 20.353,90


MENDONÇA CUNHA

5.ILKA DANTAS FREIRE R$ 418.078,61 R$ 19.936,97

6.LUIZA GOMES DE SOUZA R$ 18.531,66 R$ 883,72

16.Não obstante tal sequência probatória, entendeu o douto juízo a quo de


desfazer a prova técnica já finalizada e retornar à indevida e descabida fase
de liquidação, já superada, e, exarando, em modo surpresa e absolutamente
desconectada para com os elementos probatórios exsurgente dos autos,
findando por condenar os apelantes até mesmo em ônus sucumbenciais em
patamar desproporcionalmente mesmo superior àquele sob o qual já havia
condenado o apelado, na tortuosa e interminável fase de conhecimento!

17.Ora, se os laudos periciais produzidos sob a ordem do douto juízo a quo


constataram a existência das perdas ali apontadas, cumpria ao douto julgador
homologá-los – e não proceder de modo contrário! –, condenando a entidade
pública demandada nos encargos sucumbenciais a que, indevidamente,
cominou aos apelantes, até porque vige nesse Egrégio Sodalício o iterativo
entendimento de que os laudos periciais são detentores “PRESUNÇÃO DE
LEGITIMIDADE E VERACIDADE”, conforme os arestos abaixo transcritos:
“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL. LIQUIDAÇÃO DE
SENTENÇA. CONVERSÃO DE MOEDA DO CRUZEIRO REAL PARA A UNIDADE
REAL DE VALOR (URV). PRETENSÃO DE RECEBIMENTO DAS SUPOSTAS
PERDAS REMUNERATÓRIAS SOFRIDAS. REALIZAÇÃO DE PERÍCIA CONTÁBIL.
CONSTATAÇÃO DE QUE O SERVIDOR NÃO SOFREU PERDAS SALARIAIS.
9
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE DO LAUDO PERICIAL.
DESPROVIMENTO DO APELO.” (TJ-RN - AC: 20180066168 RN, Relator:
Desembargadora Maria Zeneide Bezerra., Data de Julgamento: 04/06/2019, 2ª
Câmara Cível).
“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL. LIQUIDAÇÃO DE
SENTENÇA. CONVERSÃO DE MOEDA DO CRUZEIRO REAL PARA A UNIDADE
REAL DE VALOR (URV). PRETENSÃO DE RECEBIMENTO DAS SUPOSTAS
PERDAS REMUNERATÓRIAS SOFRIDAS. REALIZAÇÃO DE PERÍCIA CONTÁBIL.
CONSTATAÇÃO DE QUE O SERVIDOR NÃO SOFREU PERDAS SALARIAIS.
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE DO LAUDO PERICIAL.
DESPROVIMENTO DO APELO.” (TJ-RN - AC: 20180047649 RN, Relator: Des.
Ibanez Monteiro, Data de Julgamento: 12/02/2019, 2ª Câmara Cível).

18.Dessa forma, superadas as preliminares supra, deverá ser conhecido o


presente apelo para, dando-lhe o devido provimento, ser cassada a r. decisão
a quo e, reconhecida a legitimidade e veracidade do laudo pericial primitivo
(sob o 69932611, de 16.06.2021) produzido, com a inversão dos encargos da
sucumbência e determinando o regular prosseguimento do feito em sua fase
ulterior, de requisição dos pagamentos, em caso de trânsito em julgado.

Nestas condições, requer-se de Vossas Excelências sejam as presentes razões


de apelação conhecidas, por sua tempestividade e cabimento na forma do
artigo 1.009 do CPC, para decretar a nulidade da r. sentença recorrida, em
caráter preliminar (implicando no retorno dos autos à instância ordinária para
prolação de nova e válida decisão), e, no mérito, acaso superadas as prefaciais,
o provimento do recurso para reformar a r. decisão recorrida, homologar o
laudo ID objeto do ID 69932611 e inverter os encargos da sucumbência
(favoravelmente a todos os servidores recorrentes e no patamar máximo legal,
nos termos do Tema 973, fixado pelo Colendo STJ), com a determinação para a
retomada do regular prosseguimento do feito, em sua fase ulterior de
requisição de pagamento nos termos do artigo 100 da CF.

Restam, por fim, reiterados os pleitos de retificação do cadastramento do


feito na sua forma eletrônica, relativamente à celeridade na tramitação
do feito, dada a questão etária envolvida (artigo 1.048 do CPC e Estatuto

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do Idoso), requerendo-se de Vossas Excelências a publicação dos
expedientes forenses exclusiva e unicamente em nome do causídico
abaixo subscrito (com exclusão de quaisquer outros), na forma do artigo 272,
§ 5º., do CPC, como determina o Colendo STJ1.

Termos em que
Pedem deferimento.
Natal, 8 de setembro de 2023.
JOSE AUGUSTO DE OLIVEIRA Assinado de forma digital por JOSE AUGUSTO DE OLIVEIRA
AMORIM:22932429434
AMORIM:22932429434 Dados: 2023.09.08 22:12:03 -03'00'
José Augusto de Oliveira Amorim
OAB/RN 3.472

1 Neste sentido: “Havendo requerimento expresso de que as intimações sejam endereçadas e


publicadas em nome de advogado indicado e constituído nos autos, caracteriza -se cerceamento de
defesa a publicação de intimação em nome de outro advogado, mesmo que também esteja
devidamente constituído. Precedentes.” (STJ, 4ª. T., AgRg-REsp 915.495/RJ, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, DJe 10.04.2012) e “Havendo, na petição de recurso, pedido expresso para que as
intimações futuras sejam feitas em nome de advogado substabelecido, é nula a intimação expedida em
nome de outro advogado também constituído nos autos.” (STJ, C. Esp., MS 20.490/DF, Rel. desig.
Min. Og Fernandes, DJe 23.09.2014).
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