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ACÓRDÃO
Documento: 1736739 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 24/08/2018 Página 2 de 4
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.231.426 - RJ (2018/0005619-7)
RELATÓRIO
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Superior Tribunal de Justiça
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.231.426 - RJ (2018/0005619-7)
VOTO
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Superior Tribunal de Justiça
Como se vê, o exame fático da matéria é reservado exclusivamente às instâncias
ordinárias e modificar as premissas fáticas alcançadas pelo Tribunal de origem, acolhendo-se a
tese de falta de provas para a pronúncia, encontra obstáculo na Súmula 7/STJ. A propósito:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO (ART. 121, § 2º,
INCISO IV, DO CP). IMPRONÚNCIA. LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO.
INDÍCIOS DE AUTORIA. EXISTÊNCIA. REVISÃO INVIÁVEL.
REEXAME DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ.
AGRAVO DESPROVIDO.
1. Não há violação ao artigo 413 do Código de
Processo Penal quando o Tribunal de origem, de forma fundamentada,
considerando a inexistência de elementos que pudessem justificar o
acolhimento da tese de negativa de autoria, entendeu que a decisão de
pronúncia está devidamente justificada.
2. A pronúncia do réu para o julgamento pelo
Tribunal do Júri não exige a existência de prova cabal da autoria do
delito, sendo suficiente, nessa fase processual, a mera existência de
indícios da autoria, devendo estar comprovada, apenas, a materialidade
do crime, uma vez que vigora o princípio do in dubio pro societate.
3. Desse modo, somente será possível a impronúncia do
réu pelo Togado singular, quando restar devidamente evidenciado nos
autos a negativa de autoria, sob pena de usurpação da competência do
Tribunal do Júri.
4. A desconstituição do julgado, no intuito de abrigar
o pleito defensivo absolutório, não encontra espaço na via eleita,
porquanto seria necessário a este Tribunal Superior de Justiça
aprofundado revolvimento do contexto fático-probatório, providência
incabível em Recurso Especial, conforme já assentado pela Súmula n. 7
desta Corte.
5. Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp 1084726/RS, Rel. Ministro JORGE
MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 10/04/2018, DJe 20/04/2018.)
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Superior Tribunal de Justiça
DOLO. PRETENSÃO DE DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA.
EXCLUSÃO DE QUALIFICADORAS. REEXAME FÁTICO E
PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ.
1. A pronúncia não manifesta procedência da
pretensão punitiva, mas apenas viabiliza a competência do Tribunal do
Júri para, diante dos elementos probatórios, julgar o réu culpado ou
inocente quanto ao crime a ele imputado, ou mesmo submetê-lo a uma
outra ordem de imputação. Havendo grau de certeza razoável, isso é
fator o bastante para que seja remetido o feito ao Conselho de Sentença,
onde a defesa poderá exercer amplamente a tese contrária à imputação
penal.
[...]
4. Seria necessária uma análise de todo o substrato
fático dos autos para verificar se as qualificadoras incluídas na pronúncia
são manifestamente improcedentes ou descabidas, procedimento este
incabível na via dos recursos excepcionais.
5. Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1405123/SP, Rel. Ministra MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 18/12/2014,
DJe 04/02/2015).
Ante o exposto, voto por dar provimento ao agravo regimental para conhecer do
agravo em recurso especial mas negar-lhe provimento.
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA
AgRg no
Número Registro: 2018/0005619-7 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 1.231.426 /
RJ
MATÉRIA CRIMINAL
Relator
Exmo. Sr. Ministro NEFI CORDEIRO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro NEFI CORDEIRO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. NICOLAO DINO DE CASTRO E COSTA NETO
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : LUCIMAR MENDES DE ARAUJO
ADVOGADOS : ANTONIO PEDRO MELCHIOR MARQUES PINTO - RJ154653
LEONARDO DOS SANTOS RIVERA - RJ163173
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : LUCIMAR MENDES DE ARAUJO
ADVOGADO : LEONARDO DOS SANTOS RIVERA E OUTRO(S) - RJ163173
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, deu provimento ao agravo para conhecer do agravo
em recurso especial, mas negar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Maria Thereza de Assis Moura, Sebastião
Reis Júnior e Rogerio Schietti Cruz votaram com o Sr. Ministro Relator.
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