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Direito Processual Penal I – 2021/2

Prof. Rogério Cézar Soehn

1. (Prefeitura de Petrolina – PE/2019 - Guarda Civil) Sobre as disposições constitucionais


aplicáveis ao Direito Processual Penal, analise os itens a seguir:
I. Costuma-se falar que o princípio da individualização da pena tem caráter meramente
relativo, já que não foi contemplado na Constituição Federal.
II. Na seara processual penal, o princípio da razoável duração do processo deve ser
harmonizado com outros princípios constitucionais, não podendo ser considerado de
maneira isolada e descontextualizada do caso concreto, a pretexto de acelerar a
condenação do acusado.
III. O princípio da não autoincriminação garante o pleno direito ao silêncio do acusado,
mas não impede que o mesmo seja investigado pelos fatos sobre os quais não se
pronunciou.
Analisados os itens, pode-se afirmar corretamente que:
a) Apenas o item I está correto.
b) Apenas o item II está correto.
c) Apenas o item III está correto.
d) Apenas os itens I e II estão corretos.
e) Apenas os itens II e III estão corretos.

2. (DPE-MA/2018 - Defensor Público) “Um homem acusado de assalto foi morto por
linchamento pela população em São Luís do Maranhão. Segundo a Polícia Militar (PM),
J.F.B agiu com um comparsa na abordagem de um eletricista em uma parada de ônibus, na
Avenida Marechal Castelo Branco" (Portal G1 MA, 10/04/2018). A notícia acima demonstra
a NÃO observância do seguinte princípio do processo penal democrático:
a) contraditório.
b) jurisdicionalidade ou necessidade.
c) imparcialidade.
d) juiz natural.
e) paridade de armas.

3. (TJ-CE/2018 - Juiz Substituto) Acerca dos princípios penais constitucionais e dos direitos
fundamentais do cidadão à luz da CF, julgue os itens a seguir.
I - São princípios processuais penais expressos na CF a presunção de não culpabilidade,
o devido processo legal e o direito do suspeito ou indiciado ao silêncio.
II - O direito processual penal compreende o conjunto de normas jurídicas destinadas a
regular o modo, os meios e os órgãos do Estado encarregados do exercício do jus
puniendi.
III - A CF determina que o Brasil se submeta à jurisdição do Tribunal Penal Internacional,
porém veda absolutamente a entrega de brasileiro naturalizado a jurisdição estrangeira.
IV - De acordo com o princípio da irretroatividade da lei processual penal, a regra nova
não pode retroagir, mesmo quando eventualmente beneficiar o réu.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
Direito Processual Penal I – 2021/2
Prof. Rogério Cézar Soehn

4. (TJ-AL/2018 - Analista Judiciário) Carlos conduzia seu veículo automotor de maneira


tranquila, quando foi parado em uma operação que verificava a condução de veículo
automotor em via pública sob a influência de álcool. Apesar de estar totalmente consciente
de seus atos, Carlos havia ingerido 07 (sete) latas de cerveja, razão pela qual temia que o
teste do “bafômetro” identificasse percentual acima do permitido em lei. De acordo com
a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, Carlos:
a) não é obrigado a realizar o exame, que exige um comportamento positivo seu, respeitando-
se a regra de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si, diferentemente do que ocorreria
se fosse necessária apenas cooperação passiva;
b) é obrigado a realizar o exame, tendo em vista que esse é indispensável para a configuração
do tipo, sempre podendo o resultado ser utilizado como meio de prova;
c) não é obrigado a realizar o exame, pois ninguém é obrigado a produzir prova contra si, seja
através de cooperação ativa seja com cooperação passiva, como no caso de ato de
reconhecimento de pessoa;
d) é obrigado a realizar o exame, ainda que este seja desnecessário para a configuração do tipo,
que pode ser demonstrado por outros meios de prova;
e) é obrigado a realizar o exame, mas seu resultado poderá ou não ser utilizado como meio de
prova de acordo com a vontade de Carlos, já que ninguém é obrigado a produzir prova contra
si.

5. (PC-MA/2018 - Escrivão de Polícia Civil) A disposição constitucional que assegura ao


preso o direito ao silêncio consubstancia o princípio da
a) inexigibilidade de autoincriminação.
b) verdade real.
c) indisponibilidade.
d) oralidade.
e) cooperação processual.

6. (PC-SC/2017 - Escrivão de Polícia Civil) É correto afirmar sobre o princípio


constitucional do contraditório e da ampla defesa.
a) O contraditório é de observância obrigatória durante a investigação criminal.
b) O contraditório obriga o magistrado a sempre ouvir o Ministério Público antes de proferir
decisões contrárias ao acusado.
c) Nos crimes dolosos contra a vida, é dispensada a observância dos princípios do contraditório
e da ampla defesa.
d) O princípio do contraditório é exclusivo da acusação, ao passo que o princípio da ampla
defesa deve beneficiar a defesa do acusado.
e) A ampla defesa assegura ao acusado a utilização dos meios e recursos inerentes durante o
curso da ação penal.

7. (PC-MS/2017 - Delegado de Polícia) No que tange aos princípios processuais penais


constitucionais, assinale a alternativa correta.
a) O princípio da ampla defesa se desdobra na defesa técnica e na autodefesa. A primeira
indisponível, ainda que acusado seja ausente ou foragido; e a segunda quando realizada de
forma negativa implica no silêncio do acusado ou omissão, sendo irrenunciável, pois do
contrário poderia acarretar prejuízo ao réu.
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b) Nos casos de prisão em flagrante, é obrigatória a comunicação de advogado indicado pelo


preso e a presença desse profissional no interrogatório do indiciado, em observância ao
princípio do contraditório e sob pena de nulidade absoluta de eventual processo judicial.
c) O princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade está previsto na Constituição
Federal e impõe o dever de tratamento do réu como inocente apenas na dimensão interna do
processo, ou seja, atribui ao acusador demonstrar a culpabilidade do acusado e não este sua
inocência.
d) O princípio do juiz natural não é violado com a previsão de órgão colegiado em primeiro
grau de jurisdição para o processo e julgamento dos crimes praticados por organizações
criminosas, nem com a convocação de juízes de primeiro grau para compor órgão julgador do
respectivo Tribunal, na apreciação de recursos em segundo grau de jurisdição.
e) O princípio da motivação das decisões judiciais é corolário do sistema acusatório e deve ser
observado em todas as fases processuais, por isso é firme o entendimento dos Tribunais que
rechaça a motivação per relationem na decretação da prisão preventiva.

8. (TRE-BA/2017 - Analista Judiciário) Indiciado em determinado inquérito policial, Pedro


requereu, por meio de seu advogado, acesso aos autos da investigação. O requerimento
foi negado pelo delegado de polícia.
Nessa situação hipotética, a decisão da autoridade policial está
a) correta, pois, sendo procedimento inquisitório, não há de se falar em assistência de advogado
no curso do inquérito policial.
b) incorreta, pois o exercício do direito de defesa e contraditório são plenamente aplicáveis ao
inquérito policial.
c) incorreta, pois afronta o princípio da publicidade, igualmente aplicável às ações penais em
curso e aos inquéritos policiais.
d) correta, pois o inquérito policial, sendo procedimento inquisitório, deve ser mantido em sigilo
até o ajuizamento da ação penal.
e) incorreta, pois o acesso do indiciado, por meio de seu advogado, aos autos do procedimento
investigatório é garantia de seu direito de defesa.

9. (PC-RN/2021 - Delegado de Polícia) O direito processual penal é regido por diversos


princípios, dentre os quais o do nemo tenetur se detegere, pelo qual ninguém será obrigado
a produzir prova contra si mesmo. Com base no princípio em questão e na jurisprudência
dos Tribunais Superiores:
a) a atribuição de falsa identidade pelo suspeito ou investigado, ainda que em situação de
autodefesa, configura fato típico;
b) a recusa do investigado em prestar informações quando intimado em sede policial poderá
justificar, por si só, o seu indiciamento pela autoridade policial;
c) as provas que exijam comportamento passivo do investigado não poderão ser produzidas sem
sua concordância;
d) a alteração de cena do crime pelo agente não configura fraude processual;
e) apenas o preso poderá valer-se do direito ao silêncio, não se estendendo tal proteção aos
investigados.

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