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Trabalho 1º Bimestre Processo Penal III

Aluno: Caio da Silva Laguna__________________________________________________

1 - Manoel foi denunciado pela prática de homicídio doloso; o processo seguirá as regras do rito do
tribunal do júri. Considerando a situação hipotética precedente e acerca dos procedimentos relativos a
processos da competência do tribunal do júri, julgue os itens seguintes.

a) Na sessão de julgamento pelo plenário do júri, Manoel, estando presente, tem direito de permanecer
calado em seu interrogatório; no entanto, nos debates orais, o acusador poderá fazer uso do argumento
de que “Quem cala, consente!”.
Não poderá ser feita essa alegação, pois segundo o art. 478 do CPP, I, nos debates as partes não
poderão alegar argumentos de autoridade que beneficiem o acusado. Podemos nos basear também no
Art 5º, LXIII, CF.

b) Caso o advogado particular de Manoel falte injustificadamente à sessão plenária de julgamento do


júri, o juiz nomeará imediatamente defensor público para promover a defesa técnic a nessa mesma
sessão, sendo, em regra, vedado o seu adiamento nessa hipótese.
Afirmativa errada, pois segundo o art. 456 do CPP, o juiz irá comunicar a OAB e designar uma nova
sessão, entretanto, isso poderá acontecer apenas uma vez, caso ocorra uma segunda vez, o juiz
designará um defensor público.

2 - Durante Plenário do Tribunal do Júri, nos debates orais, o Promotor de Justiça requereu ao juiz a
leitura de reportagem jornalística publicada no dia do julgamento tratando dos fatos que estavam sendo
julgados. A defesa manifestou-se contrariamente. Sobre essa situação hipotética, é correto afirmar que
o juiz-presidente deve:
( ) deferir o pedido.
(X) indeferir o pedido.
Fundamente sua escolha.
O pedido será indeferido, pois segundo art. 479 do CPP, porque o documento não foi juntado em três
dias uteis.

3 - Num júri de alta complexidade por envolver 5 réus com advogados diferentes, a sessão foi suspensa
para que os jurados pudessem jantar. Numa das mesas, sentaram 3 jurados e 2 oficiais de justiça.
Durante a janta, um dos juízes de fato perguntou o nome de uma testemunha ouvida em plenário para
outro jurado, que respondeu prontamente, antes que o serventuário pudesse intervir. A conversa não
foi além. O ocorrido foi levado ao conhecimento do Juiz e do Promotor.
Nesse caso, deve haver:
a) a continuação do júri por não ter havido nulidade.
b) a anulação do júri por quebra da incomunicabilidade entre os jurados.
c) a exclusão dos dois jurados, com a convocação de substitutos e a renovação dos até então
praticados.
d) a reabertura do julgamento para que os demais jurados decidam a controvérsia.
e) a exclusão dos dois jurados e a continuação do julgamento.
Alternativa A, porque não houve comunicação efetiva sobre o júri, logo não houve quebra da
incomunicabilidade, então a conversa não trouxe prejuízo ao processo, segundo art. 466 e 463 do CPP.

4 - O questionário contendo os quesitos a serem apreciados pelos jurados no Tribunal do Júri, de


acordo com o art. 483 do CPP, deverá ser formulado na seguinte ordem, e indagando sobre:
a) materialidade, autoria, nexo de causalidade, qualificadoras e causas de aumento e diminuição de
pena.
b) materialidade, autoria, privilégios e qualificadoras, causas de aumento e diminuição.
c) materialidade, autoria, se o acusado deve ser absolvido, se existe causa de diminuição de pena,
circunstâncias qualificadoras, ou causas de aumento de pena.
d) autoria, materialidade, agravantes e atenuantes, causas de aumento e de diminuição de pena.
e) autoria, materialidade, causas de aumento e de diminuição de pena.
Segundo a ordem do art. 483 do CPP, os quesitos devem seguir a ordem da alternativa C.

5 - Gomercindo foi julgado pelo Tribunal do Júri de Ibirubá por incurso no art. 121, § 2o, incisos I e IV,
combinados com os arts. 29 e 61, II, "e", todos do Código Penal, e condenado a 13 anos de reclusão
em regime inicialmente fechado. A defesa apelou alegando somente a nulidade do julgamento por má
formulação dos quesitos, pois sua única tese foi a de negativa de autoria, mas a Magistrada, além do s
três primeiros quesitos do art. 483 do Código de Processo Penal, introduziu por sua conta indagações a
respeito da tese de menor participação no delito e da possível intenção do réu de participar de crime
diverso. O Ministério Público de 1° grau, em contrarrazões, sustentou a legalidade da decisão recorrida.
O Procurador de Justiça que analisará o feito deve opinar pelo
a) não conhecimento da irresignação, por se tratar de nulidade relativa não questionada
oportunamente.
b) acolhimento da irresignação, por se tratar de nulidade absoluta.
c) desacolhimento da irresignação, porque a Presidente do Tribunal do Júri poderia fazer, de ofício,
quaisquer quesitos adicionais.
d) desacolhimento da inconformidade, porque os quesitos não obedecem a qualquer modelo ou ordem
legal.
e) acolhimento do recurso, porque a quesitação, por novo comando legal, só pode ter três quesitos.
Alternativa B, pois segundo enunciado do Conjur é nulo o julgamento, pois o juiz não pode elaborar de
oficio um quesito que não estiver amparado.
6 - À luz da Lei no 9.099/95, presentes os demais requisitos legais necessários, poderá ser beneficiado
com a transação penal
a) Ricardo, que cometeu crime de sequestro e cárcere privado, com pena prevista de 1 a 3 anos de
reclusão.
b) Moisés, que cometeu crime de contrabando, com pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão.
c) Talita, que cometeu crime de estelionato, com pena prevista de 1 a 5 anos de reclusão.
d) Manoel, que cometeu crime de resistência, com pena prevista de 6 meses a 2 anos de detenção.
e) Paulo, que cometeu crime de ordenação de despesa não autorizada, com pena prevista de 1 a 4 anos
de reclusão.
Pena máxima de até 2 anos, por ser crime de menor potencial ofensivo.

7 - Após o aceite da proposta de transação penal pelo autor da infração e pelo seu defensor, ela será
submetida à apreciação do Juiz. Nesse caso, a proposta não será admitida se
a) ter sido o autor da infração condenado, pela prática de contravenção, à pena privativa de liberdade,
por sentença definitiva.
b) ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena
restritiva ou de multa.
c) ter o agente antecedentes, conduta social e personalidade idôneas.
d) ter o agente antecedentes, conduta social e personalidade idôneas.
e) ter o agente mais de 21 anos na data da proposta.
Segundo art. 78, da lei n° 9.099, não pode ter sido beneficiado nos últimos 5 anos por transação penal.

8 - A Lei nº 11.343/06 dispõe, expressamente, que o Promotor de Justiça tem o prazo de:
a) 5 dias para oferecimento de denúncia, se o acusado estiver preso.
b) 3 dias para o oferecimento de denúncia, se o acusado estiver solto.
c) 10 dias para o oferecimento de denúncia, se o acusado estiver preso ou solto.
d) 5 dias para o oferecimento de denúncia, se o acusado estiver preso ou solto.
Conforme a lei de drogas o prazo será de 10 dias. Art 54.

9 - De acordo com a Lei nº 11.343/06, após o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público:
a) o réu será citado para interrogatório.
b) o juiz decidirá se recebe ou não a denúncia.
c) os autos serão remetidos para o delegado para realização de diligências.
d) o réu será notificado para apresentar defesa prévia.
Com base no artigo 55 da lei de drogas, o acusado será notificado para apresentar defesa prévia.
10 - A notificação do acusado para, nos crimes afiançáveis de responsabilidade dos funcionários
públicos, responder por escrito dentro do prazo de 15 dias.
a) deve ser feita antes do recebimento ou rejeição da denúncia ou queixa.
b) dispensa citação deste para interrogatório.
c) só pode ter lugar após o recebimento da denúncia e antes do interrogatório.
d) é desnecessária se o réu tiver constituído advogado nos autos.
e) ocorrerá no ato do seu interrogatório.
A previsão legal se encontra no artigo 514 do CPP.

11 - Com relação a esse procedimento é correto afirmar que;


a) a primeira manifestação do acusado no processo é feita após o recebimento da denúncia ou queixa.
b) o procedimento especial será aplicável aos crimes praticados por funcionário público contra a
Administração, desde que estes sejam inafiançáveis;
c) de acordo com entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária a resposta
preliminar quando a ação penal for instruída por inquérito policial.
d) se o crime praticado por funcionário público for de peculato doloso, o procedimento especial não será
aplicável.
Conforme súmula 330 do STJ.

12 - A, funcionário público do Município, foi flagrado por um repórter investigativo, no estacionamento


da Prefeitura, praticando ato libidinoso em uma adolescente de 13 anos . Após a divulgação da matéria,
A foi denunciado, pelo Ministério Público, por estupro de vulnerável. A denúncia foi precedida de
inquérito policial. Recebida a denúncia pelo Juiz, determinou-se a citação de A, para fins de
apresentação da resposta à acusação, em 10 dias. A defesa de A impetrou habeas corpus no Tribunal,
alegando afronta ao rito especial dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, dado que
não houve oportunidade para se apresentar a resposta preliminar, prevista no artigo 514 do Código de
Processo Penal.
Diante do caso hipotético, assinale a alternativa correta.
a) A defesa preliminar, prevista no artigo 514 do CPP, aplica-se ao caso hipotético, já que se trata de
ação penal que apura crime praticado por funcionário público.
b) A defesa preliminar, prevista no artigo 514 do CPP, não se aplica ao caso hipotético, pois, muito
embora se trate de ação penal que apura crime praticado por funcionário público, a denúncia foi
precedida de inquérito policial, na esteira do entendimento sumulado nos Tribunais Superiores.
c) Acertou o Juiz ao não aplicar a regra do artigo 514 do CPP, já que o rito especial é previsto apenas
para crimes próprios de funcionário público. Uma vez citado, o prazo para o acusado apresentar
resposta à acusação é de 10 (dez) dias.
d) Acertou o Juiz ao não aplicar a regra do artigo 514 do CPP, já que o rito especial é previsto apenas
para crimes próprios de funcionário público. Uma vez citado, o prazo para apresentar resposta à
acusação é de 15 (quinze) dias.
e) Na defesa preliminar, prevista no artigo 514 do CPP, o acusado poderá juntar documentos e arrolar
até 03 (três) testemunhas, a fim de evidenciar a inexistência do crime ou improcedência da acusação.
O juiz acertou, pois o crime praticado é um crime comum, e não um crime de responsabilidade.

13 - Silvana confessa, perante o juiz de Direito, a prática de crime contra o patrimônio de Yolanda, o
que é desmentido pelas testemunhas do fato. Pode o Magistrado condenar Silvana apenas com base em
sua confissão judicial?
a) Sim, pois a confissão, no âmbito do Processo Penal, constitui a rainha das provas, possuindo valor
pleno.
b) Não, tendo em vista que a confissão, no âmbito do Processo Penal, não se reveste de valor pleno,
tendo que ser corroborada por outros elementos de prova.
c) Não, pois considerando-se que o depoimento das testemunhas tem maior valor probante que a
confissão.
d) Sim, desde que Silvana confesse o crime espontaneamente.
Porque mesmo os fatos sendo incontroversos, esses fatos precisam ser provados, princípio da verdade
real. A confissão precisa estar atrelada a outras provas.

14 - Nos casos de ação penal privada por crimes contra a honra, o juiz, antes de receber a queixa, dará
às partes oportunidade de se reconciliarem, promovendo audiência na qual irá ouvi-las separadamente
e sem a presença dos seus advogados.
(X) certo.
( ) errado.
Fundamente sua escolha.
A previsão legal se encontra no artigo 520 do CPP, “Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às
partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as,
separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo”.

15 - Em blitz de rotina realizada em uma rodovia, policiais federais pararam um motorista que dirigia acima
da velocidade permitida. Os documentos apresentados pelo motorista tinham indícios de falsidade. Ao
fazerem uma busca no veículo, os policiais encontraram escondida, embaixo do banco, uma mala contendo
dez quilos de cocaína.
Os policiais levaram o motorista até o posto rodoviário e, em conversa informal, obtiveram uma confissão
do motorista, que também informou quem era o dono da droga.
A conversa foi gravada sem conhecimento do motorista, que não havia sido informado de seu direito de
permanecer calado. Logo após, os policiais conduziram o motorista à delegacia de polícia mais próxima,
para lavratura do auto de prisão em flagrante.
Interrogado pela autoridade policial, o motorista não confirmou seu depoimento, passando a negar que
soubesse que estava conduzindo a droga, pois o carro era emprestado.
Com base nesse caso, é CORRETO afirmar que a gravação da confissão do motorista é
a) prova ilícita, pois ele não foi informado do seu direito de permanecer calado.
b) prova lícita, pois ele não pode invocar seu direito de privacidade, já que es tava cometendo um crime.
c) prova lícita e válida para condená-lo, mas não é válida para condenar a pessoa que ele delatou.
d) prova ilícita, em função de não ter sido colhida pelo Ministério Público.
e) prova lícita, pois o interesse público na apuração na verdade real se sobrepõe ao exercício do direito de
defesa no caso.

A prova é ilícita, pois não foi informado do seu direito de permanecer calado, art. 5, LXlll, da C.F.
Quanto à gravação é permitida por se tratar de uma gravação ambiental.

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