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a) a ação penal deverá ser suspensa até que a nulidade do primeiro casamento de Márcio
seja resolvida definitivamente no juízo cível.
b) deverá o juízo criminal, de ofício, extinguir a punibilidade de Márcio, uma vez que
o delito de bigamia foi revogado.
c) considerando-se a independência das instâncias, o processo criminal deverá ter
seguimento independentemente do desfecho da ação anulatória civil.
d) apesar de as instâncias cível e criminal serem independentes, o juízo criminal
poderá, por cautela, determinar a suspensão da ação penal até que se resolva, no juízo
cível, a controvérsia relativa à nulidade do primeiro casamento de Márcio.
Resposta: A
A alternativa B está incorreta, pois o crime de bigamia está vigente e presente no artigo
235 do Código Penal.
A alternativa D está incorreta, pois, neste caso, o juiz não apenas poderá, mas deverá
suspender, pois a controvérsia é sobre o estado civil de Márcio.
Quanto a competência para julgar, a questão prejudicial será devolutiva absoluta e, por
consequência, serão sempre julgadas por um juiz não criminal.
Quanto aos efeitos, a questão prejudicial será obrigatória, ou também, em sentido estrito
ou necessária. Dessa forma, o juiz penal deve suspender o julgamento da questão principal até
o julgamento da questão prejudicial por um juízo não criminal.
Resposta: D
A afirmação da letra D está correta, pois reproduz texto de lei do art. 111 do Código de
Processo Penal: “As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão,
em regra, o andamento da ação penal”.
Ademais, para corroborar tal entendimento, cabe mencionar posicionamento do STJ
abaixo transcrito:
Ainda, a opção A está parcialmente incorreta haja vista que não menciona ressalva
expressa do art. 96 do Código de Processo Penal, a saber: “A arguição de suspeição
precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente”.
A alternativa B está incorreta, pois o prazo previsto no art. 104 do CPP no tocante
ao tempo pelo qual o juiz poderá admitir a produção de provas na hipótese de arguição
de suspeição do órgão do Ministério Público é de 3 (três) dias, e não 10 (dez) dias, como
sugere a alternativa.
A opção C está incorreta, vez que o art. 107 do Código de Processo Penal afirma:
“Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas deverão
elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal”.
Por último, é necessário apontar que o artigo em questão é alvo de severas críticas
doutrinárias.
CAPÍTULO VII
DO INCIDENTE DE FALSIDADE
Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz
observará o seguinte processo:
I - Mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte
contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá resposta;
II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para
prova de suas alegações;
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender
necessárias;
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará
desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo
incidente, ao Ministério Público.
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais.
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade.
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior
processo penal ou civil.
A afirmação da letra A está correta, haja vista a literalidade do art. 145, IV do Código
de Processo Penal: “se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar
o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público”.
A opção B está errada pois, conforme explicado acima em texto de lei, o prazo é de 48
(quarenta e oito) horas para manifestação da parte contrária no referido incidente, e não 24
(vinte e quatro) horas como exposto na alternativa.
A alternativa C está errada, pois a teor do disposto no art. 146 do Código de Processo
Penal, “a arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais”.
A opção D está incorreta, visto que o magistrado poderá sim, de ofício, proceder à
verificação da falsidade.
Resposta: B
A afirmação da letra B está correta, pois nos termos do art. 149, § 1º, do CPP, o exame de
insanidade poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da
autoridade policial ao juiz competente.
Essa possibilidade foi alvo de julgamento do TJRS, no qual demonstrou-se o mesmo
entendimento do texto de lei supracitado, na ementa abaixo:
Além disso, dado que a questão trata, basicamente, sobre o incidente de insanidade
mental, disciplinado no artigo 149 a 154 e 682 do CPP, imprescindível se faz sua citação.
CAPÍTULO VIII
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, será internado em
manicômio judiciário, onde houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos, em
estabelecimento adequado que o juiz designar.
§ 1º O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo se os peritos demonstrarem a
necessidade de maior prazo.
§ 2º Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá autorizar sejam os
autos entregues aos peritos, para facilitar o exame.
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará
suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2o do art. 149.
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto apartado, que só depois
da apresentação do laudo, será apenso ao processo principal.
Art. 682. O sentenciado a que sobrevier doença mental, verificada por perícia médica,
será internado em manicômio judiciário, ou, à falta, em outro estabelecimento
adequado, onde lhe seja assegurada a custódia.
§ 2º Se a internação se prolongar até o término do prazo restante da pena e não houver sido
imposta medida de segurança detentiva, o indivíduo terá o destino aconselhado pela sua
enfermidade, feita a devida comunicação ao juiz de incapazes.
Ademais, a opção A está incorreta pois o exame pode ser instaurado mesmo durante a
execução da pena, após o trânsito em julgado. Como mencionado acima, no art. 682, caput, do
CPP, nesta hipótese, verificada a insanidade por perícia médica, o sentenciado será internado
em manicômio judiciário, ou, à falta, em outro estabelecimento adequado, onde Ihe seja
assegurada a custódia.
Ainda, havendo dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício
ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente,
irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal (art. 149 do CPP). Se
os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, inimputável, o processo
prosseguirá, com a presença do curador (art. 151 do CPP). Por isso, a alternativa C está
incorreta.
Por último, a alternativa (D) também está errada. Seguindo o entendimento do artigo
150 do CPP, para efeito do exame médico-legal de insanidade mental, o acusado, se estiver
preso, será internado em manicômio judiciário, onde houver.
5- Rita foi denunciada pela suposta prática de crime de furto qualificado, pois teria,
mediante fraude, subtraído uma bicicleta de sua amiga Regina. Ao ser citada, de
imediato Rita procurou seu advogado, informando que, na verdade, a bicicleta
seria de sua propriedade e que, inclusive, já era autora de ação cível na qual
buscava o reconhecimento da propriedade do objeto, mas que a questão não seria
de simples solução. Com base apenas nas informações expostas, o advogado de Rita
poderá buscar
Resposta: C
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que
o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará
suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado,
sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza
urgente.
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário,
promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos
interessados.
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos anteriores, será
decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes.
Dessa forma, afirmação contida na letra C está correta, o caso concreto já está em
discussão em outra seara jurídica, e, não tratando do estado civil de Rita, aplica-se o artigo
93 do CPP. Assim, o advogado de Rita poderá buscar a suspensão da ação penal diante
da existência de questão prejudicial facultativa, podendo o magistrado também decretar
a suspensão de ofício, de acordo com o art. 94 do CPP supracitado.
HABEAS CORPUS - CRIMES DO ARTIGO 1º, INCISOS I, II, III E IV, DA LEI Nº
8.137/90 - TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL - NEGATIVA DE AUTORIA - NÃO
CABIMENTO - EXISTÊNCIA DE LASTRO PROBATÓRIO MÍNIMO INDICATIVO DA
MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVA - PREJUDICIAL DE MÉRITO
HETEROGÊNEA - FACULDADE DO MAGISTRADO - NECESSIDADE
DEMONSTRADA - DISCUSSÃO DA VALIDADE DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
EM CURSO NA ESFERA CÍVEL - QUESTÃO QUE INTERFERE NA
MATERIALIDADE DO CRIME TRIBUTÁRIO - SUSPENSÃO DA AÇÃO PENAL -
IMPERIOSIDADE. - O trancamento da ação penal só é cabível em situações excepcionais,
quando ausente justa causa para o prosseguimento da ação penal, seja pela ausência de
tipicidade da conduta, extinção da punibilidade ou inexistência de provas da materialidade
ou de indícios da autoria delitiva, o que não se verifica na hipótese - Se a peça acusatória
descreve minuciosamente os fatos, cumpridos os requisitos legais nos termos do artigo 41,
do Código Processual Penal, e existindo, a princípio, indícios suficientes de autoria, não há
se falar em trancamento da ação penal - Tratando-se de prejudicial de mérito
heterogênea, visto que concernente a outro ramo do Direito, e que não se relacione ao
estado civil das pessoas (artigo 92, do Código de Processo Penal), a suspensão do
processo é facultativa - A discussão na esfera cível sobre a validade de crédito tributário
garantido pelo executado provoca a suspensão da ação penal, nos termos do artigo 93,
do Código de Processo Penal.
A opção B está parcialmente errada, haja vista que sua primeira parte está
correta, vez que pode se ter a suspensão da ação e está se tratando de uma questão
prejudicial facultativa. Conquanto, se for determinada a suspensão do processo, e essa
não for negada, caberá recurso em sentido estrito, nos termos do art. 581, XVI do CPP,
abaixo transcrito:
Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso, de acordo com o art. 93, §2º do
CPP.
Por último, a afirmação contida na letra D está errada porque estando suspenso o
processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir
imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento, de acordo com
o art. 93, §3º do CPP, sublinhado acima.
6- Luiz foi denunciado pela prática de um crime de estelionato. Durante a instrução, o
ofendido apresentou, por meio de assistente de acusação, documento supostamente
assinado por Luiz, que confirmaria a prática delitiva. Ao ter acesso aos autos, Luiz
informa ao patrono ter certeza de que aquele documento seria falso, pois não foi por ele
assinado. Com base nas informações narradas, de acordo com as previsões do Código de
Processo Penal, o advogado de Luiz poderá
Resposta: B
CAPÍTULO VII
DO INCIDENTE DE FALSIDADE
Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz
observará o seguinte processo:
II - Assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de
suas alegações;
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais.
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo
penal ou civil.
Ademais importante se faz alguns esclarecimentos sobre a matéria.
Por fim, com os autos conclusos, poderá, o juiz ordenar diligencias que reputar
necessárias. Assim, reconhecida a falsidade, o juiz irá determinar por decisão o
desentranhamento do documento e remeterá ao MP, não cabendo recurso contra esta
decisão.
Diante de todo o exposto, a afirmação da letra B está correta, pois de acordo com
o art.146 do CPP, acima transcrito, o requerimento de incidente de falsidade pode ser
feito por procurador, desde que possua poderes especiais.
Por último, a alternativa D está incorreta pois de acordo com o art. 145 caput do
CPP, a alegação de falsidade de documento se dará por escrito.
Resposta: A
A afirmação da letra A está correta, pois de acordo com os artigos 151 e 152 do CPP, se
os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos termos
do art. 26 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador; e se
verificarem que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até
que o acusado se restabeleça
A afirmação contida na letra C está incorreta, porque de acordo com o artigo 149
do CPP, quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará,
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do
ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame
médico-legal. Logo, não há nenhuma previsão acerca da autoridade policial.
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto apartado, que só depois
da apresentação do laudo, será apenso ao processo principal.
§ 2º O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o
processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser prejudicadas
pelo adiamento.
a) litispendência.
b) coisa julgada.
c) incompetência.
d) Ilegitimidade.
Resposta: A
A afirmação da letra A está correta, pois no caso em tela deverá ser oposta exceção de
litispendência, haja vista que essa exceção ocorre quando a imputação penal já tiver sido
repetida em mais de um processo, ou seja, quando há, idêntico objeto em outra ação. Nesse
sentido, como já existe ação penal anteriormente deflagrada pelos mesmos fatos em desfavor
do acusado, deverá ser oposta exceção de litispendência.
Interessante se faz menção de julgado do STJ que trata de caso similar a questão:
I - Suspeição;
II - Incompetência de juízo;
III - Litispendência;
IV - Ilegitimidade de parte;
V - Coisa julgada.
Em primeiro lugar, não se trata da incompetência de juízo, pois esta refere-se à situação
em que o juízo responsável por conduzir um processo penal não possui a jurisdição adequada
para apreciar o caso em questão. Nesse contexto, a exceção de incompetência pode ser
suscitada quando há uma inadequação territorial, funcional ou material, exigindo a remessa dos
autos para o juízo competente. Essa medida visa garantir que o processo seja conduzido pelo
magistrado que detém a jurisdição apropriada, assegurando a observância dos princípios
fundamentais do sistema judicial e contribuindo para a eficácia e justiça na condução do
procedimento penal. No caso em questão, ambas poderiam ser competentes.
Por último, a coisa julgada, representa a qualidade da decisão judicial que não pode ser
mais contestada ou modificada, conferindo estabilidade e definitividade ao veredito proferido
no processo penal. Uma vez que a sentença transitou em julgado, isto é, não há mais
possibilidade de interposição de recursos, a matéria nele decidida torna-se imutável,
consolidando-se como coisa julgada. Essa característica visa garantir a segurança jurídica e a
estabilidade das relações processuais, impedindo a reabertura de discussões sobre questões já
devidamente decididas. Assim, a coisa julgada no âmbito penal representa um princípio
fundamental que contribui para a finalização dos litígios, promovendo a eficácia e a justiça no
sistema judiciário. No caso em tela, não houve o trânsito em julgado, não podendo se falar em
coisa julgada.
Resposta: C
A afirmação da letra C está correta, pois o autor da infração adquiriu bem com o provento
da infração. E conforme os artigos 125 e 127 do CPP, caberá o sequestro dos bens
imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham
sido transferidos a terceiro; e o juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou
do ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar o
sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.
Por sua vez, o arresto direciona-se a bens indeterminados, mas de origem lícita,
consistindo em garantia para o ressarcimento à vítima. Este instituto é aplicável apenas a
bens móveis, representando uma medida cautelar para assegurar a reparação dos danos.
Já a hipoteca legal, assim como o arresto, recai sobre bens indeterminados, mas,
neste caso, limitando-se a bens imóveis. A finalidade da hipoteca legal é similar à do
arresto, visando garantir o ressarcimento da vítima.
Como medida cautelar satisfativa que busca frustrar qualquer benefício econômico
advinda da atividade criminosa tal medida pode ser intentada mesmo na fase de inquérito,
podendo ainda ser deferida de ofício pelo juízo. Bastando a existência de indícios veementes
da origem ilícita dos ganhos à luz do art. 126, CPP.
Ainda que não use o termo “sequestro” a legislação sobre ocultação de valores, Lei
9.613/98, em seu art. 4º, também prevê a possibilidade de medidas assecuratórias com a
finalidade de limitar ou anular qualquer proveito econômico da atividade criminosa. O
sequestro independente do lastro legal que o originou, se na legislação geral ou legislação
especial, certo que ambos respondem ao art. 131 e seus incisos para o seu levantamento.
Quando o bem móvel é produto direto do crime, é passível de busca e apreensão (art.
240 e ss., CPP). Todavia, se é considerado provento do delito, leia-se, bem obtido com a
especialização do produto da infração, estará sujeito a sequestro. Assim, o dinheiro tomado em
assalto é objeto de busca e apreensão (produto do crime). Já o bem móvel adquirido com os
valores é o proveito, sendo passível de sequestro, e sua disciplina, no que for compatível, é a
mesma do sequestro de imóveis (art. 132, CPP).
Em outros termos, sendo o bem móvel produto direto da infração penal, a exemplo da
coisa furtada, a providência a ser tomada não é o sequestro de bem móvel, mas sim a busca e
apreensão. De outro lado, se, com o lucro auferido pelo crime (proveito), o agente adquire bens
como veículos e iates, não é o caso de busca e apreensão, porém de sequestro.
Vale lembrar, mais uma vez, que o § 1°, do art. 91, do Código Penal, passou a admitir
a decretação da perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime, desde
que seja constatada a suficiência da seguinte condição: quando não forem encontrados o
produto ou proveito do crime ou ainda quando estes se localizarem no exterior.
Ora, sendo possível a perda ao final, também é viável no início da persecução penal a
decretação de "sequestro" de bens móveis equivalentes ao produto ou proveito do crime. Como
esta medida assecuratória pode recair sobre bem de origem lícita ou que não tenha relação de
causalidade com a empreitada delituosa (meramente "equivalente"), terá ela, nesta hipótese,
muito mais a natureza de arresto do que de sequestro. (TAVORA; ALENCAR, 2017)
Considerando que o próprio CPP estabelece que o sequestro deve recair sobre bens
móveis ou imóveis adquiridos pelo agente com os proventos da infração (arts. 126 e 132), não
se afigura possível que a constrição recaia sobre bens diversos (bens que já pertenciam ao
acusado antes da prática delituosa). Portanto, o único argumento que pode ser utilizado pela
defesa desses embargos é o de que o bem sequestrado fora adquirido de forma lícita. De todo
modo, com o advento da Lei n° 12.694/12, caso o produto direto ou indireto do crime não seja
encontrado ou se encontre no exterior, o sequestro poderá recair sobre bens em valor
equivalente, mesmo que de procedência lícita. (LIMA, 2017)
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios; LENZA, Pedro; REIS, Alexandre Cebrian Araújo.
Direito Processual Penal - 11. ed. - São Paulo: SaraivaJur, 2022. (Coleção Esquematizado®)
LOPES, Aury. Direito processual penal – 18. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2021.