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JURISPRUDÊNCIA EM QUESTÕES

BLOCO I

“EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – PROCESSO CIVIL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS –MINISTÉRIO PÚBLICO AUTOR E VENCEDOR.1. Na ação civil pública movida
pelo Ministério Público, a questão da verba honorária foge inteiramente das regras do CPC,
sendo disciplinada pelas normas próprias da Lei 7.347/85.2. Posiciona-se o STJ no sentido de
que, em sede de ação civil pública, a condenação do Ministério Público ao pagamento de
honorários advocatícios somente é cabível na hipótese de comprovada e inequívoca má-fé do
Parquet. 3. Dentro de absoluta simetria de tratamento e à luz da interpretação sistemática do
ordenamento, não pode o parquet beneficiar-se de honorários, quando for vencedor na ação
civil pública. Precedentes.4. Embargos de divergência providos.” STJ, ERESP -EMBARGOS DE
DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL – 895530, 1ª Seção, Relatora Ministra ELIANA CALMON,
DJE 18/12/2009)

Se encontra pacificado, na jurisprudência do STJ, o entendimento segundo o qual, em se


tratando de dano ambiental, mesmo quando presente eventual responsabilidade solidária,
não se faz necessária a formação de litisconsórcio (AgInt no AREsp 839.492/SP, Rel. Ministro
Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 15/12/2016, DJe 6/3/2017; AgRg no AREsp
13.188/ES, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 14/6/2016, DJe 24/6/2016
e REsp 1.358.112 / SC, STJ, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJE 28/6/2013).

Salvo situações excepcionais, devidamente comprovadas, o implemento de transporte


público coletivo pressupõe prévia licitação. (RE 1001104, Relator(a): MARCO AURÉLIO,
Tribunal Pleno, julgado em 15/05/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-154 DIVULG 18-06-2020
PUBLIC 19-06-2020)

O trânsito em julgado de sentença condenatória proferida em sede de ação desapropriatória


não obsta a propositura de Ação Civil Pública em defesa do patrimônio público para discutir a
dominialidade do bem expropriado, ainda que já tenha expirado o prazo para ação rescisória.
Extraordinário (RE) 1010819, com repercussão geral (Tema 858).

STJ. REsp 1.431.036/2018. "Esta Corte Superior já proclamou que em procedimento de


jurisdição voluntária, a existência de litigiosidade excepciona a regra de não cabimento de
condenação em honorários advocatícios. Precedentes.".

STJ. AgInt no RMS 52.179/2017. "É indevida a condenação em honorários advocatícios no


processo de mandado de segurança, de acordo com o art. 25 da Lei n. 12.016, de 7 de agosto
de 2009. Essa previsão legal, por conseguinte, afasta a previsão de arbitramento de honorários
advocatícios recursais do art. 85, § 11, do CPC/2015. Precedentes do STF e do STJ.".

Na hipótese de desistência da ação de desapropriação por utilidade pública, face a inexistência


de condenação e de proveito econômico, os honorários advocatícios sucumbenciais observam
o valor atualizado da causa, assim como os limites da Lei das Desapropriações.STJ. 2ª
Turma.REsp 1.834.024-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/05/2022 (Info
736).
"A sentença, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou improcedência do pedido,
constitui título executivo judicial, desde que estabeleça obrigação de pagar quantia, de fazer,
não fazer ou entregar coisa, admitida sua prévia liquidação e execução nos próprios autos"
(STJ, REsp 1324152/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em
04/05/2016, DJe 15/06/2016).

RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DO DEVEDOR. EXECUÇÃO LASTREADA EM INSTRUMENTO


PARTICULAR DE CONFISSÃO DE DÍVIDA, ASSINADO POR DUAS TESTEMUNHAS. 1. CLÁUSULA
CONTRATUAL QUE DIFERE O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO PARA AJUSTE FUTURO.
CONDIÇÃO POTESTATIVA E, PORTANTO, INVÁLIDA.(...) 1. Na hipótese dos autos, o
vencimento da obrigação constante na confissão de divida restou regulada por cláusula
contratual, cujo teor dispôs que a efetivação do pagamento dar-se-ia de acordo com ajuste
futuro a ser estabelecido entre as partes. 1.1. De fato, o acordo nesse sentido inviabiliza a
exigência da prestação pelo credor, que, para tal, necessitará da atuação (e mesmo da
cooperação) do devedor. Inconcebível, assim, que o implemento da condição para que a
obrigação, líquida e confessadamente existente possa ser exigida fique ao alvedrio do devedor.
Nesse contexto, ante a inexistência de estabelecimento de termo definido para o
cumprimento da obrigação inserta na confissão de dívida, há que se considerar tratar-se de
vencimento à vista, nos termos do artigo 331 do Código Civil. Precedente específico. (...)

BLOCO II
1) DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL

 Súmula 48-STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e


julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque.3
 NÃO É ABSOLUTO O DIREITO DE CUMPRIR PENA PRÓXIMO À SUA
FAMÍLIA OU LOCAL DE ORIGEM: II - O entendimento das instâncias ordinárias está de
acordo com a jurisprudência desta eg. Corte Superior de Justiça, consolidada no sentido de que
a transferência ou permanência do preso em estabelecimento prisional situado próximo ao local
onde reside sua família não é direito absoluto do reeducando, nada obstante o que consta do art.
226 da Constituição Federal, facultando-se a transferência para local de residência do
sentenciado ou de seus familiares tão somente se constatada a existência de vagas, mediante
prévia autorização. III - O pedido de transferência do apenado poderá ser indeferido, por
conveniência da administração da Justiça, desde que por decisão fundamentada. Observo,
portanto, que o v. acórdão impugnado não se encontra desprovido de fundamentação, porquanto
apresentou elementos idôneos, pois "se assentou na indisponibilidade de vagas e superlotação
do sistema prisional, ausência de direito subjetivo do sentenciado e da responsabilidade do Juízo
processante, motivos esses que justificam a não admissão do Agravante em estabelecimento
prisional do Distrito Federal." (fl. 81) Agravo regimental desprovido. (AgRg no HC 598008 /
DF - STJ)
  Nesse sentido: A transferência para distante localidade, com afastamento do preso de
sua família, exige especial motivação.” (STJ. 6ª T. RHC 93.825/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 17/04/2018).
 CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR: Navio ancorado X Avião pousado

NAVIO ancorado: competência da Justiça ESTADUAL (como regra);Para que o crime


cometido a bordo de navio seja de competência da Justiça Federal, é necessário que o navio
esteja em deslocamento internacional ou em situação de potencial deslocamento. Se o navio
estiver atracado e não se encontrar em potencial situação de deslocamento, a competência
será da Justiça Estadual. (Entendimento do STJ. 3ª Seção. CC 118.503/PR, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 22/04/2015.)

AVIÃO pousado: competência da Justiça FEDERAL.

É da competência da Justiça Federal processar e julgar delitos cometidos a bordo de


aeronaves, nos termos do inciso IX do art. 109 da CF/88, não influenciando, para fins de
competência, o fato de a aeronave estar em solo ou sobrevoando. STJ. 3ª Seção. CC
143.343/MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 23/11/2016.

 CUIDADO COM O CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS: Nos delitos de tráfico de


entorpecentes interestadual ocorrido em aeronave, e uma vez apreendida a droga em solo, a
competência para o julgamento da ação penal será da Justiça Estadual. STJ. 5ª Turma. AgRg no
HC 691.423/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 07/06/2022. Importante: O referido
entendimento apenas se aplica para o tráfico de drogas INTERESTADUAL. Na hipótese de
estar caracterizada a transnacionalidade do delito, a competência será da Justiça Federal,
conforme prevê o art. 70 da Lei 11.343/2006 e art. 109, V, da CF/88.
 Súmula 604 do STJ: Mandado de segurança não se presta para atribuir efeito
suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério Público.
 Não se deve conhecer do pedido de habeas corpus quando este, ajuizado
originariamente perante o Supremo Tribunal Federal, e desautorizado pelo próprio paciente
(RISTF, art. 192, parágrafo único). (STF - HC: 91433 DF, Relator: Min. GILMAR MENDES,
Data de Julgamento: 30/05/2007, Data de Publicação: DJ 13/06/2007 PP-00028)
 Nos termos da jurisprudência desta Corte, as sanções previstas na Lei de Improbidade
Administrativa (perda dos bens, ressarcimento integral do dano, perda da função pública,
suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa civil e proibição de contratar com o Poder
Público ou dele receber benefícios ou incentivos fiscais) possuem caráter civil. Portanto, trata-
se de penalidades que não põem em risco a liberdade de locomoção dos agentes implicados e,
dessa forma, não podem ser impugnadas por meio de habeas corpus. (STJ. HC 590.294,
Min. Sérgio Kukina, DJe 05/08/2020).
 STJ. 6a Turma. HC 468.526/SP  - É admissível o ajuizamento de ação cautelar
inominada para atribuir efeito suspensivo a recurso em sentido estrito interposto pelo
Ministério Público contra decisão que substituiu a prisão preventiva da Paciente pela
domiciliar. Inaplicável, ao caso, a Súmula n.o 604 do Superior Tribunal de Justiça, que é
específica ao proibir o uso do mandado de segurança como via de atribuição de efeito
suspensivo a recurso criminal da Acusação. 
 Configura o crime de corrupção ativa o oferecimento de vantagem indevida a
funcionário público para determiná-lo a omitir ou retardar ato de ofício relacionado com o
cometimento do crime de posse de drogas para uso próprio. STJ. 5ª Turma. AREsp 2.007.599-
RJ, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), julgado em 03/05/2022
(Info 735).
 Tema Repetitivo 1087 A causa de aumento prevista no § 1° do art. 155 do Código Penal
(prática do crime de furto no período noturno) não incide no crime de furto na sua forma
qualificada (§ 4°).
 A interpretação ora conferida ao art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não confunde os
conceitos de antecedentes, reincidência e dedicação a atividades criminosas. Ao contrário das
duas primeiras, que exigem a existência de condenação penal definitiva, a última pode ser
comprovada pelo Estado-acusador por qualquer elemento de prova idôneo, tais como escutas
telefônicas, relatórios de monitoramento de atividades criminosas, documentos que comprovem
contatos delitivos duradouros ou qualquer outra prova demonstrativa da dedicação habitual ao
crime. O que não se pode é inferir a dedicação ao crime a partir de simples registros de
inquéritos e ações penais cujo deslinde é incerto. (REsp 1.977.027-PR).
 O STF tem posicionamento firme de que a quantidade de droga apreendida não é, por si
só, fundamento idôneo para afastamento da minorante do art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006.
(RHC 138.117).
 É possível a valoração da quantidade e natureza da droga apreendida, tanto para a
fixação da pena-base quanto para a modulação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º,
da Lei nº 11.343/2006, neste último caso ainda que sejam os únicos elementos aferidos, desde
que não tenham sidos considerados na primeira fase do cálculo da pena. (HC n. 725.534/SP,
relator Ministro Ribeiro Dantas, Terceira Seção, julgado em 27/4/2022, DJe de 1/6/2022.).
 A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei n.
11.343/2006 (Lei de Drogas) constitui direito subjetivo do acusado, caso presentes os
requisitos legais, não sendo possível obstar sua aplicação com base em considerações subjetivas
do juiz. É vedado ao magistrado instituir outros requisitos além daqueles expressamente
previstos em lei para a sua incidência, bem como deixar de aplicá-la se presentes os requisitos
legais. (REsp 1.977.027-PR).
 Uníssono nesta Corte Superior que inquéritos e ações penais em curso podem ser
utilizados para avaliar, em caráter preliminar e precário, a periculosidade do agente para fins de
fundamentar eventual prisão cautelar. Isso se justifica porque esta medida acauteladora não
exige que se afirme inequivocamente que o Réu provisoriamente segregado é o autor do delito
ou que sua liberdade indubitavelmente oferece riscos, bastando que haja, nos termos do art. 312,
caput, do Código de Processo Penal, indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado
de liberdade do imputado. (REsp 1.977.027-PR).
 O grau de pureza da droga é irrelevante para fins de dosimetria da pena. STF. 2ª
Turma. HC 132909/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2016 (Info 818).
 O histórico de ato infracional pode ser considerado para afastar a minorante do art. 33, §
4.º, da Lei nº 11.343/2006, por meio de fundamentação idônea que aponte a existência de
circunstâncias excepcionais, nas quais se verifique a gravidade de atos pretéritos, devidamente
documentados nos autos, bem como a razoável proximidade temporal com o crime em
apuração. STJ. 3ª Turma. EREsp 1916596-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. Acd. Min.
Laurita Vaz, julgado em 08/09/2021 (Info 712).
 O STF possui a mesma posição? Para o STF, a existência de atos infracionais pode
servir para afastar o benefício do § 4º do art. 33 da LD? 1ª Turma do STF: SIM. RHC 190434
AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/08/2021. 2ª Turma do STF: NÃO. STF. 2ª Turma.
HC 202574 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17/08/2021.
 Segundo a jurisprudência desta Corte, não há bis in idem na condenação pelo crime de
associação criminosa armada e pelo de roubo qualificado pelo concurso de agentes, pois os
delitos são autônomos, aperfeiçoando-se o primeiro independentemente do cometimento de
qualquer crime subsequente. Ademais, os bens jurídicos protegidos pelas normas
incriminadoras são distintos - no caso do art. 288, parágrafo único, do CP, a paz pública e do
roubo qualificado, o patrimônio, a integridade física e a liberdade do indivíduo. (AgRg no
AREsp n. 1.425.424/SP, relator Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 6/8/2019, DJe
de 19/8/2019.)
 A lei prevê que no Art. 1º, §7º que o condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
hipótese do § 2º (tortura omissiva), iniciará o cumprimento da pena em regime fechado . O
Plenário do STF, ao julgar o HC 111.840/ES, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade
do § 1º, do art. 2º, da Lei nº 8.072/90, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 11.464/2007,
afastando, dessa forma, a obrigatoriedade do regime inicial fechado para os condenados por
crimes hediondos e equiparados, incluído aqui o crime de tortura. Dessa forma, não é
obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no
regime prisional fechado. STJ. 5ª Turma. HC 383090/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik,
julgado em 21/03/2017. STJ. 6ª Turma. RHC 76642/RN, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 11/10/2016. Em prova objetiva temos que ficar atentos ao enunciado da
questão. Por exemplo, a CESPE considerou certa a seguinte assertiva: Q1777502 Com base na
legislação especial, julgue o próximo item. O crime de tortura é inafiançável, devendo o
condenado por esse crime iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.
 Súmula 366-STF: Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal,
embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
 Súmula 431 STF: É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem
prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas corpus.
 Súmula n. 191 - STJ: A sentença válida de pronúncia, transitada em julgado, interrompe
a prescrição, não sendo importante que o Júri venha a desclassificar o crime de homicídio
qualificado, para lesão corporal, pois seus efeitos permanecem.
 Súmula Vinculante 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei
9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação
anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
 Súmula 525-STF: A medida de segurança não será aplicada em segunda instância,
quando só o réu tenha recorrido.
 Diante da lacuna na lei, o STJ entende que a apelação criminal é o recurso
apropriado para confrontar a decisão que recusar a homologação da proposta de acordo
de colaboração premiada. De toda forma, como existe dúvida objetiva quanto ao recurso
cabível, não constitui erro grosseiro caso a parte ingresse com correição parcial contra a decisão
do magistrado. Assim, mesmo sendo caso de apelação, se a parte ingressou com correição
parcial no prazo de 5 dias, é possível conhecer da irresignação como apelação, aplicando-se o
princípio da fungibilidade recursal (art. 579 do CPP). STJ. 6ª Turma. REsp 1834215-RS, Rel.
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020 (Info 683). Cabe habeas corpus contra a
decisão que não homologa ou que homologa apenas parcialmente o acordo de colaboração
premiada. STF. 2ª Turma. HC 192063/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2021 (Info
1004).
 Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, entendeu que a irmã de vítima do
crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva imprópria se assume o
papel de garantidora. Muito embora uma irmã mais velha não possa ser enquadrada na alínea
"a" do art. 13, §2, do CP, pois o mero parentesco não torna penalmente responsável um irmão
para com o outro, caso caracterizada situação fática de assunção da figura do "garantidor" pela
irmã, nos termos previstos nas duas alíneas seguintes do referido artigo ("b" e "c"), não há falar
em atipicidade de sua conduta. Hipótese em que a acusada omitiu-se quanto aos abusos sexuais
em tese praticados pelo seu marido na residência do casal contra suas suas irmãs menores
durante anos. Assunção de responsabilidade ao levar as crianças para sua casa sem a companhia
da genitora e criação de riscos ao não denunciar o agressor, mesmo ciente de suas condutas,
bem como ao continuar deixando as meninas sozinhas em casa. (HC 603.195/PR, Rel.
Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2020, DJe
16/10/2020).
 HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL. IMPETRAÇÃO NÃO
AUTORIZADA PELO PACIENTE. DESCABIMENTO. NÃO CONHECIMENTO. 1. A
pretensão encontra óbice na previsão contida no art. 192, § 3º, do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal, que, ao disciplinar o rito dos habeas corpus endereçados a esta
Corte, prescreve que “Não se conhecerá de pedido desautorizado pelo paciente”. 2. Não
conhecimento do habeas corpus. (STF - HC: 186297 DF 0093957-68.2020.1.00.0000, Relator:
EDSON FACHIN, Data de Julgamento: 22/06/2020, Tribunal Pleno, Data de Publicação:
08/07/2020).
 "(...) é possível ao Juiz reconsiderar a decisão de recebimento da denúncia, para rejeitá-
la, quando acolhe matéria suscitada na resposta preliminar defensiva relativamente às hipóteses
previstas nos incisos do art. 395 do Código de Processo Penal" (STJ, Quinta Turma, AgRg no
REsp 1.291.039/ES 2011/0263983-6, Relator ministro Marco Aurélio Bellizze, julgado em
24/9/13).
 A Corte Especial do STJ decidiu que, uma vez realizado o registro da arma, o
vencimento da autorização  NÃO CARACTERIZA ILÍCITO PENAL, mas  mera
irregularidade administrativa  que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de
multa (APn n. 686/AP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, DJe de
29/10/2015). Tal entendimento, todavia, é restrito ao delito de posse ilegal de arma de fogo de
uso permitido (art. 12 da Lei nº 10.826/2003), não se aplicando ao crime de porte ilegal de
arma de fogo (art. 14), muito menos ao delito de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
(art. 16), cujas elementares são diversas e a reprovabilidade mais intensa. STJ. 6ª Turma.
AgRg no AREsp 885281-ES, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 28/04/2020
(Info 671). O " Jardim " é considerado dependência da Residência, logo, enquadra-se no delito
de Posse.
 Autuação fiscal única afasta reiteração em crime tributário, diz STJ. Ainda que a
reiteração criminosa impeça a aplicação do princípio da insignificância nos crimes tributários,
ela só se caracteriza se houver multiplicidade de procedimentos administrativos, ações penais ou
inquéritos policiais. Com esse entendimento, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça
concedeu a ordem em Habeas Corpus e absolveu sumariamente empresários que sonegaram
ICMS por 12 meses ininterruptos, mas foram alvo de apenas uma autuação fiscal. O montante
sonegado foi de R$ 11,6 mil, abaixo do limite de R$ 20 mil para a aplicação do princípio da
insignificância, segundo jurisprudência do STJ. Esse teto é definido a partir de orientação do
Ministério da Fazenda, que determina o não ajuizamento de execuções fiscais se a dívida não
alcançar esse patamar. Por isso, o juízo de primeiro grau absolveu sumariamente os réus. O
Tribunal de Justiça de São Paulo, no entanto, reformou a decisão por entender que eles
praticaram vários delitos de sonegação em continuidade delitiva, entre janeiro e dezembro de
2010. Essa reiteração afastaria a insignificância da conduta. Relatora, a ministra Laurita Vaz
apontou que o crime foi apurado em circunstância única, com apenas um auto de infração e
imposição de multa, que gerou somente uma certidão da dívida ativa. "O entendimento
adotado pela corte de origem destoa da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
fixada no sentido de que tal condição somente se caracteriza ante a multiplicidade de
procedimentos administrativos, ações penais ou inquéritos policiais em curso. E, no caso,
como já ressaltei, fora considerada apenas uma autuação fiscal. Portanto, não está
demonstrada a habitualidade delitiva", concluiu.
 STJ voltou a asseverar que a realização do exame de insanidade mental não é
automática ou obrigatória, devendo existir dúvida razoável acerca da higidez mental do acusado
para o seu deferimento. Segundo a Corte, a alegação de dependência química de substâncias
entorpecentes por parte do réu não implica obrigatoriedade de realização do exame
toxicológico, ficando a análise de sua necessidade dentro do âmbito de discricionariedade
motivada do Magistrado. TESE 247 DO MP/SP. Segundo ela, “o juiz não está obrigado a
determinar a realização do exame de dependência toxicológica em virtude da simples
declaração do réu ser dependente de drogas, se outros elementos de convicção não indicarem
sua necessidade”.
 O recebimento do aditamento à denúncia, por si só, não configura causa de interrupção
da prescrição por ausência de previsão legal. Exemplo de aditamento: suprir erros ou omissões
(nesse sentido: STF, HC 84606). Entretanto, o recebimento do aditamento SERÁ MARCO
INTERRUPTIVO da prescrição quando houver alteração substancial dos fatos
anteriormente narrados na denúncia, passando a descrever novo fato criminoso ou quando
incluir novo réu. “A decisão que recebe o aditamento espontâneo próprio real material
configura novo marco interruptivo da prescrição, porquanto referida peça acrescenta
aspectos fáticos que determinam alteração substancial da narrativa anterior” (RHC
89.527/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 3/4/2018, DJe
11/4/2018).
 “Tal como ocorre com o crime de “associação criminosa” (art. 288, CP), o crime de
“constituição de milícia privada” pressupõe permanência e estabilidade.” (ARAÚJO, Fábio
Roque. Direito Penal Didático, Parte Especial. 1 ed. Salvador: JusPodivm, 2020. Pág. 905).
 Não há a previsão para o número mínimo de participantes, como ocorre na associação
criminosa. Deste modo, poderia haver constituição de milícia privada por duas pessoas. (Nesse
sentido, NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. Ob cit. P. 1026).” (ARAÚJO,
Fábio Roque. Direito Penal Didático, Parte Especial. 1 ed. Salvador: JusPodivm, 2020. Pág.
905).
 Nos termos do inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o acórdão
condenatório SEMPRE interrompe a prescrição, inclusive quando CONFIRMATÓRIO da
sentença de 1º grau, seja MANTENDO,  REDUZINDO ou AUMENTANDO a pena
anteriormente imposta

TRIBUTÁRIO
TEMA 962- STF: É inconstitucional a incidência do IRPJ e da CSLL sobre os valores
atinentes à taxa Selic recebidos em razão de repetição de indébito tributário.
Recentíssimo, Data do trânsito em julgado: 10/06/2022 é inconstitucional por
ser considerada mera recomposição financeira do sujeito passivo. 

BLOCO III
AMBIENTAL

Informativo 694/STJ: Na vigência do novo Código Florestal(Lei nº 12.651/2012), a


extensão não edificável nas Áreas de Preservação Permanente de qualquer curso
d'água, perene ou intermitente, em trechos caracterizados como área urbana
consolidada, deve respeitar o que disciplinado pelo seu art. 4º, caput, inciso I, alíneas a,
b, c, d e e, a fim de assegurar a mais ampla garantia ambiental a esses espaços
territoriais especialmente protegidos e, por conseguinte, à coletividade. STJ. 1ª
Seção.REsp 1770760/SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 28/04/2021
(Recurso Repetitivo – Tema 1010) (Info 694).

ADMINISTRATIVO

 O STF, ao analisar o Tema 1010, afirmou que a criação de cargos em comissão é


exceção à regra de ingresso no serviço público mediante concurso público de provas
ou provas e títulos e somente se justifica quando presentes os pressupostos
constitucionais para sua instituição. Na oportunidade, foram fixadas as seguintes
teses: a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de
funções de direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de
atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; b) tal criação deve pressupor a
necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado;
c) o número de cargos comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a
necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos
efetivos no ente federativo que os criar; e d) as atribuições dos cargos em comissão
devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir.
Caso não se respeite esses requisitos, a criação dos cargos em comissão será
considerada inconstitucional. STF. Plenário. ADI 6655/SE, Rel. Min. Edson Fachin,
julgado em 6/5/2022 (Info 1053).

É inconstitucional lei que equipara, vincula ou referencia espécies remuneratórias


devidas a cargos e carreiras distintos, especialmente quando pretendida a vinculação
ou a equiparação entre servidores de Poderes e níveis federativos diferentes.STF.
Plenário. ADI 6436/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/11/2020 (Info
1000).

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