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Direito e Processo Penal

Módulo Prático
Prof. Alexandre Salim
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Caiu no XXV
Exame de Ordem
(Reaplicação POA)

Apelação
(Depois da sentença e antes do trânsito em julgado)
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Apelação

Art. 593 do CPP


Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas
por juiz singular.
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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca


de Porto Alegre/RS:

Processo nº ...

BRENO, já qualificado nos autos da ação penal que lhe move o


Ministério Público, por seu procurador firmatário, procuração anexa (fl. ...),
vem, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 593, inciso
I, do Código de Processo Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO,
apresentando, desde logo, suas razões recursais para a reforma da decisão.
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Requer, ainda, uma vez recebido e processado o recurso, a sua


remessa à Superior Instância para análise e julgamento.

Nesses termos, pede deferimento.

Local..., 11 de dezembro de 2017.

Advogado...
OAB...
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


COLENDA CÂMARA CRIMINAL

Processo criminal nº ...

Apelante: BRENO

Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO


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RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO


1. DOS FATOS
O apelante foi denunciado pelo Ministério Público pela prática dos crimes de
estelionato (artigo 171 do Código Penal) e falsificação de documento público (artigo 297, §
2º, do Código Penal), na forma do artigo 69 do Código Penal (concurso material de delitos).
O juízo proferiu sentença condenatória nos termos da denúncia, condenando o réu
pela prática dos dois delitos em suas modalidades consumadas. Na fixação da pena-base,
houve aumento da pena do crime de estelionato em dois meses, sob o argumento de que
o acusado agiu com dolo. Na segunda fase, foi reconhecida a agravante da reincidência,
com aumento da pena de cada um dos delitos em mais dois meses de reclusão. No terceiro
momento não foram reconhecidas causas de aumento ou de diminuição. A pena definitiva
foi fixada em três anos e seis meses de reclusão, bem como no pagamento de 26 dias-
multa.
O regime inicial de cumprimento de pena foi o semiaberto, não tendo ocorrido a
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, com fundamento na
reincidência do agente. A defesa foi intimada da decisão em 06 de dezembro de 2017.
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2. DO DIREITO

2.1. Da preliminar de nulidade


Há nulidade insanável desde a audiência de instrução e julgamento,
pois o ato foi realizado na ausência do réu, que não pode comparecer
justificadamente, inclusive sendo apresentado atestado médico pela defesa
técnica.
Houve violação ao princípio da ampla defesa (artigo 5º, inciso LV, da
Constituição Federal), em seu elemento “autodefesa” (direito de presença), de
modo que configurado cerceamento de defesa, pois o réu não foi interrogado.
Assim, requer seja declarada a nulidade suscitada, com fundamento
no artigo 564, inciso III, alínea “e”, do Código de Processo Penal.
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2. DO DIREITO

2.2. Do princípio da consunção ou absorção


No mérito, verifica-se a total impossibilidade de o apelante ser condenado pela
prática de dois crimes autônomos, uma vez que a falsificação do cheque foi apenas um
meio para a prática do crime de estelionato, de modo que o delito previsto no artigo 297, §
2º, do Código Penal deveria ser absorvido pelo crime disposto no artigo 171, “caput”, do
Código Penal.
Veja-se que uma das elementares do crime de estelionato é exatamente a fraude,
ou seja, a intenção de enganar. Quando a fraude é utilizada através da falsificação de
documento cuja falsidade se exaure no estelionato, o delito autônomo de falsificação ficará
absorvido pelo estelionato, pois aquele foi apenas um crime-meio para a prática do crime
patrimonial. Neste sentido a Súmula 17 do Superior Tribunal de Justiça: “Quando o falso se
exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”.
No caso em exame, não há dúvidas de que a intenção do agente era praticar um
crime de estelionato. Assim, com fundamento no princípio da consunção e também na
Súmula 17 do STJ, requer que a condenação se limite apenas ao crime-fim, qual seja, o
estelionato.
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2. DO DIREITO
2.3. Da pena
Na fixação da pena-base (primeira fase do critério trifásico de aplicação da pena
privativa de liberdade), o juízo aumentou a pena do crime de estelionato em dois meses, sob o
fundamento de que o réu agiu com dolo. Ocorre que o delito de estelionato somente é punido
em razão de comportamento doloso, não havendo previsão de punição em caso de conduta
culposa, de modo que o elemento subjetivo dolo já é inerente ao tipo, não podendo o
magistrado incrementar a pena sob esse fundamento.
Na segunda fase, deveria ter sido reconhecida a atenuante em razão da idade do
apelante, já que tinha mais de 70 anos na data da sentença, pois nascido em 07 de junho de
1945, sendo que a decisão foi proferida no ano de 2017. Na terceira fase, deveria ser
reconhecida a causa de diminuição de pena da tentativa. Isso porque o crime de estelionato é
classificado como material, ou seja, existe um resultado naturalístico previsto no tipo que
precisa ocorrer para a consumação do delito. Na hipótese apresentada, o recorrente pretendia
pagar suas compras por meio de cheque de terceiro, falsificando a assinatura deste (tinha o
objetivo de obter vantagem patrimonial em prejuízo alheio). Todavia, antes de efetivar as
compras, foi descoberto pelo gerente do estabelecimento e preso em flagrante, não
conseguindo consumar o crime. Assim, necessária a redução da pena na forma do artigo 14,
inciso II e respectivo parágrafo único, do Código Penal.
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2. DO DIREITO

Por outro lado, a pena privativa de liberdade deve ser substituída por
pena restritiva de direitos, já que estão presentes os requisitos do artigo 44
do Código Penal. Registre-se que a condenação anterior por delito culposo
sofrida pelo apelante não impede o benefício, pois não há reincidência em
crime doloso (impeditivo do inciso II do artigo 44 do Código Penal).
Na hipótese de não acolhimento do pleito de substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos, requer a suspensão
condicional da pena, nos termos do artigo 77, § 2º, do Código Penal (sursis
etário), uma vez que a sanção aplicada foi inferior a quatro anos, sendo o réu
maior de 70 anos de idade.
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3. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:


a) O recebimento do presente apelo;
b) Preliminarmente, a nulidade em razão da ausência do réu em
audiência e não realização de seu interrogatório, com fundamento no
artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal;
c) No mérito, o afastamento do delito autônomo de falsificação
de documento equiparado ao público, com fundamento na Súmula 17
do Superior Tribunal de Justiça;
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3. DOS PEDIDOS

d) Em relação à pena fixada: (d.1) a aplicação da pena-base do crime


de estelionato no mínimo legal, tendo em vista que o dolo é elemento
inerente ao tipo penal; (d.2) o reconhecimento da atenuante pelo fato de o
réu ser maior de 70 anos na data da sentença; (d.3) o reconhecimento da
causa de diminuição de pena da tentativa; (d.4) a substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos, tendo em vista que a
condenação anterior era por crime culposo; (d.5) subsidiariamente, a
aplicação da suspensão condicional da pena (sursis etário).
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Bons estudos!

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