Você está na página 1de 3

EXCELENTÍSSIMO SRº DRº JUIZ DE DIREITO DA 28ª VARA CRIMINAL DO

FORUM CENTRAL DA BARRA FUNDA/SP.

Processo nº 1524631-60.2022.8.26.0228

DAVID APPOLINÁRIO PALADINA, devidamente


qualificado nos autos da AÇÃO PENAL supracitado que lhe move o ESTADO,
por seu advogado que a esta subscreve, vem, por meio da presente, com
fundamento no artº 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS, expondo os motivos de fato e de direito, que seguem
articulados nos parágrafos abaixo:

DA MATERIALIDADE DELITIVA

I – O Réu esta sendo processado pelo crime de Furto


simples (artº 155, caput), isso conforme Denúncia apresentada pelo órgão do
Parquet, mais especificadamente em fls 70 dos autos.

II – Sobre a existência da materialidade delitiva não há o


que questionar, pois, o acusado David confessou a prática do furto simples de
forma detalhada, isso com base na oitiva pessoal constante nos autos da ação
penal em epígrafe.

III – Destarte, superada a fase sobre questões atinente a


materialidade delitiva, passamos a discorrer, nos parágrafos seguinte, a
questão da dosimetria da pena a ser aplicada no caso concreto.

1
DA DOSIMETRIA DA PENA

IV - Segundo a denúncia constante nos autos que o


réu responde pelo crime de furto simples, incurso no artº 155, caput do CP,
tendo como pena base de um a quatro anos e multa; no entanto, no caso
em tela o acusado vê-se no direito de ser beneficiado pelo § 2º do artº 155
que assim reza: “Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena
de multa”
a) - Em que pese o acusado estar respondendo por outro furto simples, dito
processo não sofreu os efeitos do trânsito em julgado, aliás, nem a
sentença de primeiro grau foi proferida, destarte, o acusado é primário
conforme ventila o artº 63 do Código Penal, sendo este, outrossim, o
entendimento do STJ cuja Súmula nº 444 declara que é proibido o uso
de inquérito e ações penais em curso para agravar a pena – grifo nosso.

b) - Sabe-se que o produto do crime, qual seja, três peças de roupas tem
como somatória, aproximadamente, o montante de R$ 350,00 (trezentos e
cinquenta reais), assim, vê-se que a res furtiva trata-se coisa de pequeno
valor, conforme previsto no § 2º, artº 155 do CP, fazendo jus o acusado de
ver aplicado tal benefício no cálculo de sua pena.

V – No que tange as circunstâncias judiciais


previstas no artº 59 do CP, a reprovação do acusado é de grau leve, pois, a
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente mostra que o mesmo não oferece perigo a sociedade, até porque,
mostrou-se arrependido da prática do fato delitivo, conforme ficou
demonstrado na oitiva pessoal do acusado.

VI – Em relação as circunstâncias atenuantes, prevê


o artº 65, inciso III, alínea “d”: “ter o agente confessado espontaneamente,
perante a autoridade, a autoria do crime é fato motivador para atenuar a
pena – grifo nosso.

VII – diante dos fatos ventilados nesta exordial vê-se


que o acusado faz jus ao benefício previsto no artº 155, § 2º do CP, pois, os
caso em epígrafe se amolda ao privilégio em questão.

2
Isto posto é a presente para requer que na Aplicação
da Pena seja concedido os benefícios do artº 155, § 2º do CP, anuindo,
outrossim, o Direito do acusado de iniciar a Pena do Regime Aberto com
fundamento nas circunstâncias judiciais favoráveis, atenuantes e privilégios
que acobertam o réu, Expedindo o Alvará de Soltura, sendo esta uma
medida de Justiça.

Nestes termos,
P. Deferimento.
São Paulo, 30 de março de 2023

ALEXANDRE DOMICIANO MARTINS


OAB/SP nº 164.919

Você também pode gostar