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I – DOS FATOS
Durante a primeira audiência de instrução foi ouvida a vítima, que não levou
documento identificação e apenas apresentou cópia de matrícula escolar.
O réu não compareceu na audiência pois não foi intimado, tendo a defesa manifestado
total inconformismo, sendo o réu interrogado apenas segunda audiência.
II – DO DIREITO
A) DA PRELIMINAR
Todavia os atos processuais realizados durante a instrução devem ser anulados uma
vez que o réu não foi intimado e a defesa se insurgiu em audiência.
A audiência de instrução foi realizada, e no caso, o réu não estava presente nessa
primeira audiência quando foram ouvidas a vítima e testemunhas, causando-lhe nítido
prejuízo na sua defesa.
Portanto, diante disso, resta patente a nulidade de atos de instrução, nos termos
artigo 564, inciso IV do Código de Processo Penal.
B) DO MÉRITO
Todavia o fato do réu ter apenas comprado arma permitida, locado quarto de hotel e
adquirido mordaça para supostamente ameaçar a vítima, para com ele manter relações
canais, configura apenas atos preparatórios.
Logo, não foi iniciada a execução do crime de estupro, haja vista que atos
preparatórios, em regra não são punidos.
Portanto não há que se falar em tentativa de estupro, já que não havia sido
iniciada a execução do delito, devendo o agente ser absolvido, uma vez que a
conduta não configura crime.
Ademais o porte de arma de fogo era permitido, já que o réu possui autorização.
Portanto, de rigor a absolvição do réu, com base no artigo 386, inciso III, do
Código de Processo Penal.
C) DA SUBSIDIARIEDADE
Nos termos do parágrafo único do artigo 115 do Código de Processo Penal, (DA PROVA)
em relação ao estado de pessoas serão observadas as restrições estabelecidas em
Direito civil (lei civil).
Além disso, conforme enunciado da Súmula 74 do STJ, diz que a menoridade requer
prova com documento hábil.
Nesse sentido não há prova nos autos da idade da vítima bem como não foi
apresentado nenhum exame pericial, devendo ser afastada a qualificadora prevista no
artigo 213, parágrafo primeiro do CP.
Isso porque foi juntada FAC (folha de antecedentes criminais) do réu sem qualquer
anotação.
Logo o réu apresenta bons antecedentes, devendo a pena-base fixada no mínimo legal,
já que todas as circunstâncias judiciais do artigo 59 do código Penal são
favoráveis.
Apesar da vítima ser mulher, não está explícita a situação em relação familiar, o
suposto ocorrido não foi pratica no âmbito da violência doméstica contra a mulher,
como prevê o artigo 5º da lei 11.340/06.
Isso porque, o fato da vítima ser mulher não basta para reconhecer a agravante.
Logo requer seja afastada a agravante do artigo 61, inciso II, alínea ‘’f’’ do
Código Penal.
Considerando que a pena resta no mínimo legal e a redução pela tentativa fica com a
diminuição no seu patamar máximo, a pena ficou abaixo dos 4 anos, devendo o
magistrado fixar o regime inicial de cumprimento de pena no aberto ou semiaberto.
g) Seja aplicada a redução máxima da tentativa, nos termos do Art. 14, II do CP;
Termos em que,
pede deferimento.
Local e data
Advogado
OAB