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OAB 37 – 3º Simulado GRAN

Peça: Revisão Criminal

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO

PREÂMBULO:
Jonas, nacionalidade…, naturalidade…, estado civil…, filiação…, RG nº…, CPF nº…, residente e
domiciliado na Rua…, por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração anexa),
inconformado com a respeitável sentença de fls…, proferida no processo nº…, vem à presença de
Vossa Excelência, propôr AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL, com fulcro no art. 621, III, do Código
de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir apontadas.

DOS FATOS:
Jonas restou condenado, com trânsito em julgado, pela suposta prática do crime de estelionato
majorado – art. 171, §3º, do CP, com uma pena de dois anos de reclusão, a cumprir em regime
aberto, eis que havia realizado um golpe financeiro que teria gerado prejuízos a entidade de direito
pública.
Ocorre que, agora, decorrido dois meses do trânsito em julgado, surgiram provas novas
reconhecendo que a entidade de direito pública não restou lesada financeiramente pelo suposto
golpe financeiro apreendido pelo condenado. Em suma síntese, eis os fatos.

DO DIREITO:
I – Preliminar:
Preliminarmente, destacar a nulidade absoluta que decorre da falta de resposta à acusação do réu e
da falta de defesa técnica para, no primeiro momento, arguir sua defesa, previsto no art. 396-A, §2º,
CPP, atingindo, assim, seu direito ao contraditório e ampla defesa, constitucionalmente firmado no
art. 5º, LV, CF/88.
De acordo com o Enunciado 523 da Súmula do STF é de nulidade absoluta a falta de defesa técnica,
pois, mais do que flagrante o prejuízo que acarreta ao réu sem advogado, tanto, que no caso em tela,
o mesmo restou condenado, sem poder se defender.

II – Mérito:
A ação de revisão criminal objetiva combater decisões judiciais com trânsito em julgado que se
revelem diferente da realidade.
A imutabilidade da coisa julgada material, quanto as decisões condenatórias e absolutórias
impróprias, deve atenção aos preceitos constitucionais em que a preservação do estado de
inocência, quando devidamente demonstrado, deve preponderar.
No caso em tela, salta aos olhos o surgimento de prova nova que revela a inocência do
revisionando, nos termos do art. 621, III, do CPP.
A bem da verdade, a prova demonstra que o suposto golpe aplicado pelo revisionando não lesionou
o patrimônio da entidade pública de direito, não consumando o crime estelionato, em seu duplo
resultado, qual seja: lesão patrimonial e prejuízo a vítima, e sem isso, a conduta é atípica, gerando a
absolvição do revisionando, nos termos do art. 386, III, do CPP.
Como indica o art. 626 do CPP, o êxito da revisão criminal pode proporcionar a absolvição do
revisionando, pois não resta dúvida sobre a atipicidade da conduta e a condenação de um inocente,
que ficou demonstrado diante do novo elemento probatório devidamente constituído.

DO PEDIDO:
i) procedência da presente ação revisional, para que se reconheça a inocência do réu pela atipicidade
da conduta, nos termos do art. 626 c/c art. 386, III, ambos do CPP;
ii) a nulidade do processo, tendo em vista a falta de resposta à acusação e defesa técnica do réu, nos
termos do art. 626, do CPP;
iii)a oitiva da Douta Procuradoria da Justiça, para manifestação como ‘custos legis’;
iv) reconhecimento da indenização pelos danos causados pela injusta condenação nos termos do art.
630, caput, CPP.

Termos em que, pede deferimento.


Rio de Janeiro, dia…, mês…, ano…
Advogado…; OAB nº…

Questão 1
a) Não, pois a competência para julgar contravenções penais contra a entidade federal é da Justiça
Estadual comum, de acordo com o Enunciado 38 da Súmula do STJ. A Justiça Federal julga os
crimes prescritos no art. 109, IV, CF.
b) De acordo com o art. 4º, da Lei n. 3688/41 não é punível contravenção penal na modalidade
tentada.

Questão 2
a) Não, pois a imputação do aumento de pena previsto no §4º seria para homicídio doloso, não para
o culposo, previsto no §3º, ambos do art. 121, CP, no qual a ré fora incursa.
b) A autora pode ser incursa no art. 121, §5º, CP – homicídio privilegiado –, pois perdeu seu filho
de 3 anos em uma fatalidade. Caso seja aceita a nova capitulação da conduta, poderá ensejar o
perdão judicial reconhecendo a extinção da punibilidade, por sentença declaratória, nos termos do
art. 107, IX e art. 120, ambos do CP, bem como o Enunciado 18 da Súmula do STJ.

Questão 3
a) Não, pois faltou autorização judicial, nos termos do art. 10º da Lei n. 12850/13, por isso, a prova
é ilícita (art. 157, CPP).
b) Atos preparatórios são não puníveis, de acordo com o sistema acusatório adotado no Brasil, pois
viola o princípio da lesividade.

Questão 4
a) Sim, pois o marco temporal para a suspensão do processo e do curso prescricional findou em
maio de 2020, já que o prazo prescricional do crime previsto no art. 15 da Lei 10826/03 é de 8 anos.
Logo, a suspensão do processo reiniciada em 2022 está incorreta.
b) conduta atípica, logo pela absolvição do réu, pois não compôs todas as elementares previstas no
art. 15 da Lei 10826/03, qual seja, não disparou a arma em via pública o em direção a ela.

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