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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

XXXVII Exame de Ordem Unificado


Prova Prático-Profissional Aplicada em 30/04/2023
Área: Direito Penal
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

PADRÃO DE RESPOSTA – PEÇA PROFISSIONAL

Enunciado

Ricardo e Roberto, no dia 10/08/2020, às 19 horas, foram flagrados pela Polícia Militar quando saíam da agência
bancária do Banco Peixe, localizada no centro de Barnabeu, Estado de Campo Novo (CN), de posse de
equipamentos tipo serrote, chave de fenda e alicate. A Polícia Militar fora acionada por vigilantes da agência que,
remotamente, por meio de câmeras de segurança, acompanharam a ação de Ricardo e Roberto, que tentaram
utilizar o serrote para romper a placa de aço e, assim, ter acesso ao conteúdo dos caixas eletrônicos da agência.
Após 30 minutos de tentativas, Ricardo e Roberto deixaram a agência, momento em que, já ao lado de fora,
foram abordados pelos policiais militares.
Com base em tais fatos, e constando como elemento informativo produzido no inquérito apenas a oitiva dos
acusados e dos policiais, Ricardo e Roberto foram denunciados como incursos nas penas do Art. 155, § 4º, incisos
I e IV, e do Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
A denúncia foi distribuída ao Juízo competente da 5ª Vara Criminal da Comarca de Barnabeu-CN.
A prisão em flagrante de Ricardo foi convertida em preventiva, para a garantia da ordem pública, salientando-se
que Ricardo possuía condenação anterior pela prática de furto de caixa eletrônico, cuja pena foi cumprida e
extinta em 10/04/2019. Já Roberto obteve liberdade provisória na audiência de custódia, realizada no dia
seguinte à prisão em flagrante.
Ricardo obteve ordem de habeas corpus, que o pôs em liberdade após 30 (trinta) dias preso, condicionada a
cautelares diversas da prisão.
A instrução processual repetiu as provas orais realizadas na fase inquisitiva, tendo sido ouvidos os Policiais
Militares e, em seguida, realizado o interrogatório dos réus, que confessaram a tentativa de arrombamento do
caixa eletrônico. Afirmaram que, com o serrote e a chave de fenda, tentaram romper a ferragem do caixa ou abrir
os parafusos, mas, após cerca de 30 minutos dentro da agência, apenas conseguiram realizar arranhões na
proteção de aço existente, razão pela qual paralisaram a ação e saíram da agência, quando então, do lado de fora,
foram abordados por Policiais Militares.
Finalizada a instrução, o Ministério Público não requereu a produção de outras provas.
Em diligência requerida pela defesa, foi juntado aos autos um ofício do Banco Peixe, que informou ao Juízo que a
estrutura do caixa eletrônico é de aço, imune à ação mecânica por força humana, e que os acusados não lograram
danificar a estrutura do caixa eletrônico.
Os autos foram enviados ao Ministério Público para manifestação, o qual postulou pela condenação dos
acusados, nos termos da denúncia.
O(A) advogado(a) constituído(a) foi intimado(a) no dia 11/04/2023 (terça-feira).

Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Ricardo e Roberto, a


peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas as teses
pertinentes de direito material e processual. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para
apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem considerados dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00)

Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A
simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

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ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
XXXVII Exame de Ordem Unificado
Prova Prático-Profissional Aplicada em 30/04/2023
Área: Direito Penal
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

Gabarito Comentado
Considerando as informações expostas, o examinando, na condição de advogado(a) de Ricardo e Roberto, deve
apresentar Alegações Finais na forma de memoriais ou Memoriais, com base no Art. 403, § 3º ou Art. 404,
parágrafo único, ambos do CPP.
A petição deveria ser direcionada ao Juízo da 5ª Vara Criminal da Comarca de Barnabeu, CN, local onde teriam
ocorrido os fatos, constando do enunciado que esse seria o juízo competente.
No mérito, deve ser defendida a atipicidade da conduta, ante o crime impossível, pela absoluta ineficácia do
meio, consoante informação prestada pela própria vítima, nos termos do Art. 17 do CP.
Subsidiariamente, deveria ser pleiteado o afastamento da qualificadora do rompimento de obstáculo. Isso porque
nos termos do Art. 158, do CPP, a incidência da qualificadora depende de realização de perícia, a qual só pode ser
dispensada por motivo devidamente fundamentado, o que não ocorreu nos autos. Era ônus da acusação a
comprovação de efetivo rompimento do obstáculo, sendo indevida a sua incidência.
Ainda, em caso de condenação, deve-se pleitear o reconhecimento da confissão espontânea (Art. 65, inciso III,
alínea d, do CP) e da detração penal do período de prisão preventiva cumprida por Ricardo (trinta dias) e dois dias
de Roberto, com repercussão na fixação de seu regime inicial, na forma do Art. 387, § 2º, do CPP.
Por fim, deve o examinando formular pedido de fixação da pena base no mínimo legal, regime aberto (Art. 33, §
2º, c, do CP) e substituição de penas por restritiva de direitos (Art. 44, do CP) em favor de Roberto e fixação de
regime semiaberto em favor de Ricardo (Art. 33, § 2º, b, do CP).
Diante do exposto, deveria ser formulado pedido requerendo:
a) a absolvição, com base no Art. 386, inciso III, do CPP;
b) subsidiariamente, o acolhimento das teses defensivas quanto à aplicação da pena.
A data a ser indicada é 17 de abril de 2023, tendo em vista que o prazo para Alegações Finais é de 05 dias, mas o
prazo se encerraria em um domingo, devendo ser prorrogado para o primeiro dia útil seguinte.
No fechamento, deve o examinando indicar local, data, advogado e nº da OAB.

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Prova Prático-Profissional Aplicada em 30/04/2023
Área: Direito Penal
“O gabarito preliminar da prova prático-profissional corresponde apenas a uma expectativa de resposta,
podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 01

Enunciado

Em 15 de julho de 2020, surgiu uma calorosa discussão entre os amigos Pedro e Júnior, durante uma
comemoração de aniversário em um bar da cidade. Pedro, sem querer mais discussões, levantou-se para ir
embora. Júnior, ainda transtornado, olhou para a porta do bar e, vendo que o amigo ia embora, arremessou uma
caneca de cerveja contra ele, no intuito de lesioná-lo. Ocorre que Júnior errou o alvo e acabou acertando seu
próprio irmão, Geraldo, que usava uma camisa idêntica à de Pedro, causando-lhe lesão leve.
Em 16 de julho de 2020, a lesão leve foi atestada em laudo pericial e o fato foi registrado na Delegacia, por Pedro
e Geraldo, que acharam absurda a reação de Júnior.
Em 23 de julho de 2020, Pedro e Geraldo mudaram de ideia. Eles retornaram à Delegacia, afirmando que Júnior
tem sangue quente e que não merecia ser processado, porque era boa pessoa. Relataram que se conhecem há
muitos anos, que é comum discutirem daquela forma e que já tinham esquecido o ocorrido.
Em 30 de março de 2021, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Júnior, como incurso nas sanções do
Art. 129, caput, agravada pelo Art. 61, inciso II, alínea e, ambos do CP, crime de lesão corporal leve agravado por
ter sido cometido contra irmão.
Sobre o caso narrado, responda aos itens a seguir.

A) Qual o argumento de direito processual que pode ser alegado em favor de Júnior para o não recebimento
da denúncia? Justifique. (Valor: 0,60)
B) É cabível a incidência da agravante imputada em desfavor de Júnior? Justifique. (Valor: 0,65)

Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito Comentado
A) Embora tenha feito o registro de ocorrência sobre o fato, dias após e antes do oferecimento da denúncia,
Geraldo manifestou na Delegacia que não tinha interesse em processar Júnior. Houve, portanto, retratação da
representação, na forma do Art. 25, a contrario sensu, do CPP. Ausente a condição de procedibilidade para a ação
penal pública condicionada, a denúncia deve ser rejeitada pelo juiz, na forma do Art. 395, inciso II, do CPP.
B) Não. Houve erro de tipo acidental, erro quanto à pessoa, previsto no Art. 20, § 3º, do CP. Nesse caso, não
se consideram as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o
crime. Júnior, pensando que seu amigo ia embora, arremessou uma caneca de cerveja no intuito de lesioná-lo.
Entretanto, Júnior acabou acertando Geraldo, seu irmão, causando-lhe lesão leve. Alternativamente, admite-se
aplicação do Art. 73, do CP, com a conclusão de ter havido erro na execução. De todo modo, Júnior está incurso
nas sanções do crime de lesão corporal leve, na forma do Art. 129, caput, do CP, devendo ser afastada a
agravante do Art. 61, inciso II, alínea e, do CP.

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PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 02

Enunciado

Luís, sócio administrador de Exatas Contábeis S/A, foi condenado pela supressão de tributos praticada pela
prestação de informações falsas às autoridades fazendárias (Art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90), apurado
definitivamente em procedimento fiscal, no montante de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais).
A sentença condenou o acusado a uma pena de dois anos de reclusão, em regime aberto, substituída por duas
penas restritivas de direito a serem fixadas pelo MM Juízo de Execução Penal. Expedida a carta de execução ao
Juízo de Execução Penal, este fixou as penas restritivas substitutivas da pena privativa de liberdade em prestação
de serviços à comunidade, em jornada semanal de 8h (oito horas), calculada à razão de uma hora por dia de
condenação, e prestação pecuniária, esta equivalente ao valor do prejuízo apurado (R$ 1.500.000,00). Insatisfeito
com a decisão do Juiz de Execução Penal, Luís solicita que você, como advogado(a), adote as providências
necessárias à observância da legalidade estrita na aplicação das penas restritivas de direitos.
Na qualidade de advogado de Luís, responda aos itens a seguir.

A) Qual o recurso cabível contra a decisão mencionada? Fundamente. (Valor: 0,65)


B) Qual o argumento de mérito a ser deduzido em favor de Luís? Fundamente. (Valor: 0,60)

Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito Comentado

A) Tendo em vista que foi prolatada decisão pelo Juízo de Execução Penal, a decisão deve ser atacada pela via de
agravo em execução, na forma do Art. 197 da LEP.
B) O advogado de Luís deve alegar que a pena de prestação pecuniária é limitada ao valor de 360 salários
mínimos, conforme Art. 45, § 1º, do Código Penal.

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podendo ser alterado até a divulgação do padrão de respostas definitivo.”
Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 03

Enunciado

Débora e Cristiane são amigas e se encontraram em um restaurante. Durante o almoço, elas começaram a
conversar, de forma reservada e sem expectativa de estarem sendo ouvidas por terceiros, sobre Jéssica,
conhecida de ambas. As amigas mencionaram que Jéssica era “ridícula” e que “se acha”.
Jenifer, amiga de Jéssica, sem que Débora e Cristiane percebessem, aproximou-se da mesa de ambas de forma
discreta e iniciou uma gravação ambiental (com amplificação sonora), captando o áudio da conversa com todas as
qualidades negativas que Débora e Cristiane atribuiam a Jéssica.
Jenifer entregou a gravação à ofendida. De posse da referida gravação ambiental, Jéssica ajuízou uma queixa-
crime contra Débora e Cristiane, dando-as como incursas nas penas do Art. 140, caput, do Código Penal.
Na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Débora e Cristiane, responda às questões a seguir.

A) Qual a tese de direito processual a ser deduzida em favor das quereladas, notadamente, sobre a prova
utilizada para embasar a queixa? Justifique. (Valor: 0,65)
B) Qual a tese de direito material a ser deduzida em favor das quereladas? Justifique. (Valor: 0,60)

Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

Gabarito Comentado
A) A questão processual envolve conhecimentos sobre a (i)licitude de provas produzidas mediante gravação
ambiental, sem autorização judicial e sem conhecimento de qualquer dos interlocutores, devendo ser destacada a
inexistência de qualquer objetivo de autodefesa. Assim, a conduta de Jenifer viola o direito à intimidade das
quereladas, tratando-se de prova ilícita, ante a violação expressa do que dispõe o Art. 8º-A da Lei nº 9.296/96 (ou
Art. 157, do CPP ou Art. 5º, inciso LVI, da CRFB/88). A conduta de Jenifer, inclusive, poderia em tese ser tipificada
no Art. 10-A, da mesma lei, pois não autorizada por nenhuma das interlocutoras.
B) Quanto à questão material, deve ser observado que o delito de injúria se caracteriza por ser um delito doloso,
requer o dolo direto de causar ofensa à honra subjetiva da vítima. Dessa forma, somente é possível a prática do
delito se houver intenção deliberada de atingir o destinatário da ofensa, o que não ocorreu no caso presente, pois
Débora e Cristiane conversavam entre si, sem qualquer expectativa de fazer chegar à Jéssica as ofensas
proferidas. Por isso, deve ser reconhecida a atipicidade da conduta.

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Qualquer semelhança nominal e/ou situacional presente nos enunciados das questões é mera coincidência.”

PADRÃO DE RESPOSTA – QUESTÃO 04

Enunciado

Lúcio e Adamastor, em comunhão de ações e desígnios, com o emprego de arma de fogo, subtraíram o veículo
dirigido pela vítima, Vilma. Pela dinâmica delituosa, Lúcio empunhava a arma de fogo contra a cabeça da vítima,
enquanto Adamastor exigia a entrega das chaves do veículo, sob palavras de ordem e graves ameaças contra a
vida de Vilma, afirmando que “caso não entregasse o veículo, levaria um tiro.”
Ambos foram condenados, sendo que Lúcio e o Ministério Público não recorreram da condenação.
Adamastor, por meio de sua defesa técnica (distinta da defesa de Lúcio), interpôs recurso, alegando que a arma
de fogo era portada apenas por Lúcio e que esta era incapaz de produzir disparos.
Lúcio afirma ao advogado que se sentiu traído pelo argumento deduzido por Adamastor, sendo sua intenção,
apenas, que ambos tivessem a mesma condenação.
Na qualidade de advogado de Lúcio, responda às questões a seguir.

A) A primeira tese recursal pode garantir tratamento penal mais vantajoso a Adamastor? Justifique, levando
em consideração o Direito Penal aplicável. (Valor: 0,65)
B) Caso o Tribunal acolha a segunda tese recursal de Adamastor, esta poderia ser aproveitada a Lúcio?
Justifique, considerando as normas de Direito Processual Penal aplicáveis. (Valor: 0,60)

Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Gabarito Comentado
A questão versa sobre concurso de pessoas, a comunicabilidade de circunstâncias e o reflexo sobre o direito
processual penal.
A) Não, pois a dinâmica delitiva deixa claro que ambos agiram com dolo, conhecimento e vontade de empregar a
arma de fogo na atividade criminosa. Nesse sentido, era exigido do examinando o conhecimento do Art. 30 do
Código Penal, que trata sobre a incomunicabilidade das circunstâncias pessoais, salvo quando elementares do
crime. Assim, pouco importa se quem portava a arma era Lúcio, havendo concurso de pessoas, e sendo o
emprego de arma uma circunstância objetiva, há comunicabilidade a todos os co-autores. Por isso, a alegação de
que apenas Lúcio portava a arma não poderia, no caso, prejudicá-lo ou conceder a Adamastor tratamento penal
mais vantajoso.
B) Em razão do exposto acima, quanto à questão processual, esperava-se a resposta positiva, pois o efeito
extensivo do recurso beneficia Lúcio por ser embasado em circunstância objetiva, na forma do Art. 580, do CPP.

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