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Processo Civil
Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
Elaborado inteiramente por Diovane Franco Rodrigues com base no livro do Daniel
Assumpção, do Fredie Didier e Ravi Peixoto (CPC Anotado/2018), jurisprudência e
súmulas selecionada no Buscador Dizer o Direito e anotações do meu caderno, com
chuva de súmulas.
COMPETÊNCIA
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3
1. COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA .......................................................................................... 4
1.1. COMPETÊNCIA RELATIVA.................................................................................................................... 4
1.1.1. Legitimado para arguir a incompetência relativa .............................................................. 4
1.1.2. Reconhecimento de ofício da incompetência relativa ........................................................ 5
1.1.3. Momento para alegação da incompetência relativa ......................................................... 5
1.2. COMPETÊNCIA ABSOLUTA .................................................................................................................. 6
1.2.1. Legitimado para arguir incompetência absoluta ............................................................... 6
1.2.2. Momento de arguição da incompetência absoluta............................................................ 6
1.3. PROCEDIMENTOS ............................................................................................................................. 6
1.3.1. Forma de alegação da incompetência ............................................................................... 6
1.3.2. Reconhecimento da incompetência e os atos processuais já praticados ........................... 7
1.3.3. Do conflito de competência – procedimento no Tribunal – Arts. 951 e seguintes ............. 8
1.4. RESUMO DE COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA ................................................................................ 10
2. CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA ............................................................................. 11
3. LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL ............................................................................................. 11
1 3.1.
3.2.
INTRODUÇÃO – PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE.......................................................................................... 11
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE E EXCLUSIVA ................................................................... 11
3.3. LITISPENDÊNCIA INTERNACIONAL ....................................................................................................... 12
4. ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA ......................................................................................................... 12
4.1. COMPETÊNCIA TERRITORIAL ............................................................................................................. 12
4.1.1. Foro comum (ou geral ou ordinário) – art. 46 do CPC ...................................................... 13
4.1.2. Direito real imobiliário – art. 47 do CPC ........................................................................... 13
4.1.3. Inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposições de íltima vontade,
impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e ações em que o espólio for réu – art. 48 do CPC
14
4.1.4. Réu ausente – art. 49 do CPC ........................................................................................... 14
4.1.5. Réu incapaz – art. 50 do CPC ............................................................................................ 14
4.1.6. União ................................................................................................................................ 14
4.1.7. Competência por delegação – art. 109, §3º, da CF .......................................................... 14
4.1.8. Estado ou Distrito Federal ................................................................................................ 15
4.1.9. Ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de
união estável – art. 53, I, do CPC. ...................................................................................................... 16
4.1.10. Ação de alimentos – art. 53, II, do CPC ............................................................................. 16
4.1.11. Pessoa jurídica como réu – art. 53, III, “a”, do CPC. ......................................................... 16
4.1.12. Obrigações contraídas pela agência ou sucursal – art. 53, III, “b”, do CPC ...................... 16
4.1.13. Sociedade ou associação que carece de personalidade jurídica figurar como ré – art. 53,
III, “c”, do CPC .................................................................................................................................... 16
4.1.14. Obrigação a ser cumprida – art. 53, III, “d” do CPC ......................................................... 16
4.1.15. Direitos previstos no Estatuto do Idoso – art. 53, III, “e”, do CPC .................................... 16
4.1.16. Sede da serventia notarial ou de registro – art. 53, III, “f” do CPC ................................... 16
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Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
1. Introdução
Tradicionalmente, conceitua-se competência como “medida da jurisdição”, ou ainda,
“quantidade de jurisdição” delegada a um determinado órgão ou grupo de órgãos. Ocorre que
tal conceito encontra-se superado, porque a jurisdição não pode ser fracionada, uma vez que
ela é UNA e indivisível. Quando o CPC diz que os juízes e tribunais tem jurisdição em todo
território nacional, não significa que possa exercer a função jurisdicional de forma ilimitada no
território, de forma que o ato de um juiz investido no poder de jurisdição poderá ser
considerado nulo se praticado fora dos limites traçados pela lei, limites estes conhecidos por
competência.
Logo, a competência é justamente a limitação do exercício legítimo da jurisdição, que
delimita a atuação legítima do juiz. Portanto, percebam: todo órgão tem jurisdição, mas pode
não ter competência. Nunca faltará jurisdição ao juiz, ainda que ele seja incompetente. Prova
disso é o instituto da Kompetenz Kompetenz, que atribuiu ao órgão incompetente a
competência para declarar sua própria incompetência. Essas regras de competência buscam
3 atingir a organização de tarefas e racionalização do trabalho dos juízes.
Portanto, lembrem-se: todos os juízes e tribunais têm jurisdição em território nacional,
mas competência, NÃO. Certa vez eu elaborei uma prova para um concurso de estágio da
Justiça Federal com a seguinte assertiva: A jurisdição é exercida pelos juízes e pelos tribunais
somente na área de sua competência, conforme regimento interno do seu respectivo Tribunal.
Onde está o erro??? A jurisdição é exercida pelos juízes em todo o território nacional! Assim,
um juiz de Roraima pode determinar um ato a ser realizado no interior do Rio Grande do Sul,
através de carta precatória, pois lá ele não tem competência, mas tem jurisdição!
Ainda, há quem divida o conceito de competência em abstrato e concreto. Vejamos:
Competência em sentido abstrato: conjunto de atividades jurisdicionais atribuídas a um
órgão ou grupo de órgãos pela Constituição ou pelas leis.
Competência em sentido concreto: relação de adequação legítima entre o órgão
jurisdicional (Juiz - Tribunal) e a função por ele exercida perante cada caso que se põe para
julgamento.
No que concerne aos princípios que permeiam a competência, Canotilho reconhece dois
princípios: tipicidade e indisponibilidade. Pelo Princípio da Tipicidade, as competências dos
órgãos constitucionais são, em regra, apenas as expressamente enumeradas na Constituição;
pelo Princípio da Indisponibilidade, as competências constitucionalmente fixadas não podem
ser transferidas para órgãos diferentes daqueles a quem a Constituição as atribui.
Entretanto, o STF, de certa forma, admite a mitigação do princípio da tipicidade ao
reconhecer a existência de competências implícitas (implied power) quando não houver regra
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Atualizado em 13/04/2018
expressa, mas tendo algum órgão jurisdicional que se manifestar sobre a questão sob pena de
se agredir o princípio da indeclinabilidade da jurisdição.
No âmbito do STJ, por sua vez, se reconhece o princípio da tipicidade ao se inadmitir
recurso especial em face de acórdãos de turmas recursais, por falta de previsão na
Constituição (também admitiu-se a mitigação ao determinar que o STJ conheça das
reclamações propostas em face de decisões das Turmas Recursais dos Juizados Especiais
Estaduais Cíveis, enquanto não criada a Turma Nacional de Uniformização nessa seara). Vamos
estudar isso quando falarmos de Juizados Especiais e Juizados Especiais Federais.
MAIS UMA COISA! A competência é sempre do juízo, e não do JUIZ. Assim, pode um juiz
substituto atuar em processo do juiz titular quando este não esteja trabalhando. Ademais,
sobre isso, temos o princípio da identidade física do juiz, que determina que o juiz da
instrução deve ser o juiz sentenciante. O NCPC não tratou sobre o referido princípio, de modo
que inexiste o princípio na atual sistemática. Sabemos que é comum que outros juízes
sentenciem processos instruídos por um juiz diferente.
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juiz da causa é incompetente, alega por simples petição no juízo deprecado a incompetência
do juízo e protocola a sua contestação no juízo de seu domicílio. A contestação é encaminhada
ao juízo originário e aquele irá decidir sobre a incompetência alegada, caso em que constatada
a incompetência, remeterá os autos ao juízo deprecado.
Não alegada em preliminar de contestação, o artigo 65 dispõe que a competência será
prorrogada, de modo que o juiz relativamente incompetente tornar-se-á competente.
1.2. Competência absoluta
1.2.1. Legitimado para arguir incompetência absoluta
Sendo normas de interesse público, todos os sujeitos processuais são legitimados a
apontar a ofensa a uma regra dessa natureza, até mesmo porque o respeito à ordem pública é
questão incompatível com a limitação de legitimados que pretendem sua concretização.
Assim, pode arguir incompetência absoluta o autor, o réu, terceiros intervenientes, Ministério
Público e o juiz, de ofício. O autor, ainda que seja o responsável pela criação do vício, tem
legitimidade para arguir.
O artigo 64, §1º, dispõe que a incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer
tempo e grau de jurisdição, e deve ser declarada pelo juiz de ofício. É um “dever” do juiz, por
ser matéria de ordem pública. Ainda, o §2º exige que o juiz intime a parte contrária para
manifestação após a alegação de incompetência, de modo que caso a alegação de
incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente (§3º). Ainda,
mesmo que seja a incompetência conhecida de ofício pelo juiz, também deverá intimar as
partes para se manifestar, por força do artigo 9º e 10 do CPC.
6 Importante mencionar que, a parte que deixar de alegá-la no primeiro momento que lhe
couber falar nos autos arcará com as custas do retardamento.
1.2.2. Momento de arguição da incompetência absoluta
O §1º do artigo 64 diz que pode ser arguida em qualquer tempo a incompetência absoluta.
Inclusive, a incompetência absoluta é causa para ação rescisória (art. 966, II, CPC). O
entendimento consolidado é de que é possível arguir em primeiro grau e em segundo grau.
Mas e nas vias extraordinárias? É possível alegar originariamente incompetência?
A doutrina e a jurisprudência majoritária entendem ser inviável tal alegação, alegando que
a necessidade de a matéria ser prequestionada impede a manifestação originária dos Tribunais
Superiores a respeito dessa matéria. Esse entendimento é o posicionamento atual dos
Tribunais Superiores.
Entretanto, há que sustente a teoria da jurisdição aberta, que trata-se de uma concepção
moderna acerca do reconhecimento da incompetência absoluta nas vias extraordinárias. Por
essa teoria, permite-se que matérias de ordem pública sejam questionadas ou reconhecidas de
ofícios em recursos excepcionais, ainda que não prequestionadas, desde que tenha sido o
recurso admitido por qualquer outro motivo.
1.3. Procedimentos
1.3.1. Forma de alegação da incompetência
O artigo 64 diz que a incompetência, independentemente de sua natureza, será alegada
em preliminar de contestação. Registre-se a possibilidade de alegação por simples petição
quando a citação for feita por carta precatória, nos termos do já citado artigo 340.
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princípio da instrumentalidade das formas. O conflito sempre terá natureza declaratória, visto
não constituir qualquer nova situação jurídica.
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e-commerce, pois se for réu, será hipótese do artigo 21, I. Já o último inciso, trata-se da
hipótese de eleição de foro. A convenção deve ser expressa ou tácita.
No artigo 23 encontram-se as hipóteses de competência exclusiva do juízo nacional, de
modo que nenhum outro Estado, ainda que contenha norma interna apontando para sua
competência, poderá proferir decisão que seja eficaz em território nacional. São as ações (i)
relativas a imóveis situados no Brasil; (ii) em matéria de sucessão hereditária, proceder à
confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil,
ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do
território nacional; (iii) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável,
proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
O artigo 25 dispõe que não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em
contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. Entretanto, o juiz pode verificar de
ofício e afastar tal cláusula quando verificar se tratar de competência exclusiva nacional,
conforme determina o §1º do referido artigo. Ainda, essa eleição de foro deve ser escrita e ser
sobre negócio jurídico determinado, não sendo válida a elaboração de cláusula genérica:
“todos os conflitos que existirem serão resolvidas em determinado foro”. Deve ser uma
cláusula específica para determinado negócio jurídico.
3.3. Litispendência internacional
O artigo 24 do CPC dispõe que a ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz
litispendência e não obsta que a justiça brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são
4. Espécies de competência
Temos três espécies absolutas: funcional, em razão da matéria e em razão da pessoa; e
temos duas espécies relativas: territorial e valor da causa. Estas duas últimas, por vezes,
podem, excepcionalmente, adquirir natureza de competência relativa.
4.1. Competência territorial
Trata-se de espécie de competência relativa que se determina qual é o foro competente
para demanda, ou seja, qual circunscrição territorial judiciária será competente.
Aqui eu vou abrir um parêntese rapidamente para falar o significado de foros regionais:
são descentralizações administrativas, criadas para desinchar o foro central, de forma que as
pessoas que residem nestes bairros não discutam suas demandas no foro central. Na
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alguma razão específica que justifique a presença de ambos na lide (INFO STJ 585). Mas
atenção: quando for propositura de ACP por MPF sempre será da Justiça Federal.
Não obstante a tal fato, há um entendimento do STJ que afirma que o MPF é um órgão da
União, de forma que, ainda que se admita um litisconsórcio entre MPE e MPF, a demanda
deverá tramitar perante a JF, por decorrência de interpretação extensiva do rol de sujeitos
previstos no art. 109, I, da CF.
5.1.1.2. Espécie de interesse que motiva a participação dos entes federais no
processo
No que concerne ao inciso I, as pessoas ali previstas poderão participar com autor, réu,
opoente e assistente para a fixação da competência da JF. Essa assistência poderá ser tanto
simples quanto litisconsorcial.
A lei 9.469/97 admite a intervenção desses entes ainda que presente o mero interesse
econômico, não necessitando de interesse jurídico. Nesse sentido, o STJ fixou o entendimento
de que essa forma de intervenção da União leva o processo para a Justiça Federal já em
primeiro grau.
Aqui na Subseção Judiciária de Sinop, em que eu trabalho, ocorre isso em processo de
desapropriação, em que uma usina hidrelétrica (concessionária), assina junto com a AGU, a fim
de que a ação tramite na Justiça Federal, por acreditarem ser uma justiça mais célere.
Não obstante a tal posicionamento, eu trago o entendimento do STF sobre o assunto, bem
como o entendimento do Guilherme Freire, de resumo que eu já elaborei sobre intervenção
anômala para vocês (é só entrar nos materiais do site e baixar): 1. O art. 5º da Lei nº 9.469/97
21 autoriza a União a intervir nas causas em que figurarem como autoras ou rés autarquias,
fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas púbicas federais, ainda que o
interesse seja meramente econômico e não jurídico. 2. Embora tolerável a intervenção
anômala da União autorizada pela norma em destaque, a jurisprudência desta Corte firmou-
se no sentido de que a simples assistência da União, embasada em mera alegação de
interesse econômico, não tem o condão de deslocar a competência para a Justiça Federal, o
que só ocorre no caso de demonstração de legítimo interesse jurídico na causa, nos termos
dos arts. 50 e 54 do CPC/73. 3. No caso, o Juízo Federal afirmou que a União não demonstrou
interesse jurídico, tendo apenas alegado seu interesse econômico na causa, por ser acionista
majoritária da ELETROBRÁS e por ser uma demanda de massa com grande efeito multiplicador.
Assim, com base no art. 5º da Lei 9.469/97, manteve a União na lide como assistente simples,
mas afastou a competência federal no caso, entendimento consentâneo com a jurisprudência
firmada nesta Corte e no STF. 4. Conflito de competência conhecido para declarar competente
a Justiça Estadual, a suscitada.
Em suma: se a demanda estiver tramitando perante a Justiça estadual e houver a
intervenção de alguma das pessoas aptas a ensejar a competência da Justiça Federal, nos
termos do art. 109, I da CR/88, não é o juiz estadual quem deverá analisar se possui ou não
competência; A MERA INTERVENÇÃO JÁ OBRIGA O JUIZ ESTADUAL A ENVIAR OS AUTOS À
JUSTIÇA FEDERAL, órgão competente para analisar sobre o cabimento ou não de intervenção
de tais sujeitos no processo (salvo na intervenção anômala, na qual, repita-se, só há
deslocamento automático para a JF se houver recurso).
Ainda, a presença desses sujeitos no feito através de denunciação à lide e do chamamento
ao processo acarreta inegável hipótese de competência da Justiça Federal. O mesmo pode-se
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dizer da antiga nomeação à autoria, de modo que, com a saída do polo passivo anterior e a
entrada da União como ré, acarreta o deslocamento para Justiça Federal.
5.1.1.3. União e ação de usucapião
A usucapião especial (urbana e rual) encontra tratamento na lei 6.969/81, e o seu artigo
4º, §1º, dispõe ser uma das hipóteses de delegação prevista no artigo 109, §3º e 4º. Nesse
sentido, se no local do imóvel não houver vara da Justiça Federal, a Justiça Estadual do local
será competente. Isso ocorre porque essas espécies e usucapião têm um alto fator social,
buscando preservar a utilização útil das terras urbanas e rurais e assegurar o direito de
propriedade de forma mais fácil
Mas atenção: não se aplica à ação de usucapião ordinária e extraordinária. Nessas duas a
competência sempre será da Justiça Federal, ainda que não exista no local onde se localiza o
imóvel.
Apenas para lembrar-nos:
a) Usucapião ordinária: exige a posse contínua, exercida de forma mansa e pacífica pelo
prazo de 10 (dez) anos, o justo título e a boa-fé, reduzindo esse prazo pela metade no
caso de o imóvel "ter sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante
em cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem
estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e
econômico", nos termos do artigo 1.242, parágrafo único do CC.
b) Usucapião extraordinária: exige a posse ininterrupta de 15 (quinze) anos,
independentemente de justo título e boa-fé, exercida de forma mansa e pacífica com
ânimo de dono, que poderá ser reduzida para 10 (dez) anos nos casos em que o
22 possuidor estabelecer no imóvel a sua moradia habitual ou nele tiver realizado obras e
serviços de caráter produtivo. (art. 1238, CC)
c) Usucapião especial rural: A usucapião rural, também denominado pro labore, tem
como requisitos a posse como sua por 5 (cinco) anos ininterruptos e sem oposição, de
área rural não superior a cinquenta hectares, desde que já não seja possuidor de
qualquer outro imóvel, seja este rural ou urbano. Ainda apresenta como requisito o
dever de tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia. (art. 1239, CC)
d) Usucapião especial urbana: a usucapião urbana, também denominado depro
misero ou pró-moradia, tem como requisitos a posse sem oposição de área urbana de
até duzentos e cinquenta metros quadrados por 5 (cinco) anos ininterruptos,
utilizando-a como moradia sua ou de sua família, sendo vedada a posse de qualquer
outro imóvel. (art. 1240, CC)
e) Usucapião familiar: possibilidade da usucapião da propriedade dividida com ex-
cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar àquele que exercer, por 2 anos
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel
urbano de até 250 metros quadrados, utilizando-o para sua moradia ou de sua família
e desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
f) Usucapião posse trabalho: aqui ocorre a desapropriação judicial urbana, que é meio
de privar o proprietário do direito que ele possui sobre determinado imóvel de
extensa área, que esteja sobre a posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco
anos, de considerável número de pessoas, as quais nele houverem realizado, em
conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse
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E se for entre juiz estadual que está negando ter competência delegada e o juiz federal?
Predomina entendimento de que a competência também é do STJ.
Se o conflito for entre juiz federal e o TRF ao qual ele está subordinado, de quem é a
competência para dirimir o conflito? Não existe conflito, não pode existir conflito, esse juiz
cumpre a determinação desse Tribunal ao qual está subordinado.
Se for entre juiz federal e Tribunal ao qual ele não está sujeito, a competência é do STJ, é
como se fosse conflito entre Tribunais.
6. Prorrogação de competência
6.1. Conceito
A prorrogação de competência aplica-se exclusivamente às hipóteses de competência
relativa, pois as normas dessa natureza admitem o afastamento de sua aplicação no caso
concreto, conforme já dito anteriormente. A exceção fica por conta da tutela coletiva, que
permite reunião de demandas conexas mesmo tratando-se de competência absoluta do local
do dano, pois os foros absolutamente competentes têm competência concorrente para a ação
coletiva.
Assim, prorrogação da competência nada mais é que fenômeno que ocorre quando o
órgão que era abstratamente incompetente torna-se competente em virtude de determinada
regra que naquela situação modifica a competência. Assim: o órgão abstratamente
incompetente torna-se incompetente e o órgão anteriormente competente torna-se
incompetente.
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modo que se um processo já foi sentenciado e está no tribunal, não haveria razões para
reunião, circunstância que não geraria qualquer economia processual ou harmonia dos
julgados.
O STJ entende haver um verdadeiro juízo de conveniência baseado em juízo de
discricionariedade na reunião de ações conexas, deixando claro não ser obrigatória a reunião
no caso concreto. Nesse sentido, é a Súmula 515 do STJ: A reunião de execuções fiscais contra
o mesmo devedor constitui faculdade do juiz. Assim, o STJ entende que ainda que exista
conexão entre as causas e estas tramitem no mesmo juízo, não há obrigatoriedade de
decisão conjunta, pois, notando o juiz que a solução de uma demanda não influenciará a
decisão da outra, não existe qualquer nulidade em decidi-las em momentos distintos.
Ainda, conforme já dito, havendo ações conexas de diferentes competências absolutas em
trâmite, haverá um impedimento legal para sua reunião perante o juízo prevento. O máximo
que se pode fazer é a suspensão de uma das ações em razão de prejudicialidade externa (art.
313, V, a, do NCPC).
Importante é o entendimento do STJ sobre ação coletiva conexas em trâmite na Justiça
Federal e na Justiça Estadual. O STJ entende que é possível a reunião de ações coletivas
originariamente em trâmite na Justiça estadual e na Justiça Federal perante a segunda. Nesse
sentido, temos a Súmula 489 STJ: Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça
Federal as ações civis públicas propostas nesta e na Justiça estadual.
A reunião por conexão tem tratamento processual de ordem pública, de modo que há uma
legitimidade plena para sua arguição, em qualquer momento. Ademais, sua alegação não
suspende o processo, sendo um pedido incidente a ser considerado pelo juiz. Cuidado: essa
28 reunião pode ser determinada nos Tribunais. Por exemplo, está em fase de apelação,
ninguém havia identificado conexão até então. Foi identificado, agora, na fase de apelação,
logo, as apelações podem ser reunidas. Podem ser reunidos os recursos especiais, podem ser
reunidos os recursos extraordinários. Não tem problema nenhum, DESDE QUE OS PROCESSOS
ESTEJAM NA MESMA INSTÂNCIA.
Sobre a possível nulidade a ser gerada, a melhor doutrina entende que deve ser
comprovado o efetivo prejuízo que o vício da ausência de reunião causou, sendo requisito para
anulação da decisão. Isso ocorre porque o NCPC preconiza a instrumentalidade das formas.
A alegação de incompetência relativa muito se assemelha com a alegação de conexão, mas
prestem atenção que há diferenças. Vejamos:
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Processo Civil
Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
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Processo Civil
Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
7. Prevenção
Não é forma de prorrogação de competência, mas instituto analisado quando enfrentado
o tema competência por se referir às normas de concentração de competência, responsáveis
por sua fixação nas hipóteses em que abstratamente sejam competentes um ou mais juízos
para a mesma causa.
Uma ação, quando houver mais de um juiz no foro, deve ser distribuída (art. 284), de
modo que para transforma a competência cumulativa de vários juízos em competência
exclusiva de um só entre todos eles no caso concreto.
7.1. Prevenção de causas conexas em primeiro grau de jurisdição
A função da prevenção nas hipóteses de reunião por conexão é definir em qual juízo as
ações serão reunidas, ou seja, determinar qual juízo irá concentrar as ações sob seu comando,
e ao final decidi-las. A prevenção é CRITÉRIO DE EXCLUSÃO DOS DEMAIS JUÍZOS
30 COMPETENTES DE UM MESMO FORO ou tribunal, não sendo uma forma de prorrogação ou
determinação da competência. Veja então que prevenção é algo diametralmente oposto à
prorrogação de competência: ENQUANTO A PREVENÇÃO EXCLUI OS DEMAIS JUÍZOS TAMBÉM
COMPETENTES, A PRORROGAÇÃO TORNA COMPETENTE UM JUÍZO, A PRIORI,
RELATIVAMENTE INCOMPETENTE.
No NCPC, a regra da prevenção está no artigo 59: o registro ou a distribuição da petição
inicial torna o juízo prevento. Tal regra difere do ordenamento anterior, que dizia que a citação
válida tornava prevento o juízo.
Ademais, em Ação Civil Pública, a lei segue a mesma regra, dispondo o parágrafo único do
artigo 2º da Lei 7.347/85 que “A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas
as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo
objeto.”
Observação importante: o artigo 312 do NCPC dispõe que considera-se proposta a ação
quando a petição inicial for protocolada.
Assim, o processo não é itinerante, ou seja, não tem sua competência modificada sempre
que houver alguma mudança de domicílio do réu, alguma mudança de nova lei sobre
competência relativa, etc. Isso serve para evitar fixação de competência imbuída de má-fé a
fim de escolher um juízo ou postergar a entrega da prestação jurisdicional.
Não obstante a tal fato, em caso de criação de uma nova comarca, a administração da
Justiça tem determinado a remessa imediata dos processos à nova comarca. O STF, entretanto,
já entendeu que a criação de Subseção Judiciária na Justiça Federal não é motivo para
modificação de competência, prestigiando o princípio da perpetuatio jurisdictionis.
Nesse mesmo sentido, o STJ vem entendendo que a criação de varas ou comarcas por
meio de resoluções administrativas ou leis de organização judiciária não se sobrepõem às
regras de competência previstas pelo CPC, de forma que se deve prestigiar a perpetuatio
jurisdictionis.
Mas atenção: O STJ entende que deve-se afastar esse princípio em caso de ação de
alimentos, dado o caráter continuativo da relação jurídica alimentar e a índole social desta
ação. Assim, as ações revisionais de alimentos devem ser propostas no domicílio atual do
alimentando, ainda que esse novo domicílio tenha sido resultado de mudança durante a ação
de alimentos. O mesmo tribunal já decidiu nesse sentido em ações que envolvem a guarda de
incapaz.
Sobre as subseções e seções judiciárias, é importante nós fazermos algumas observações:
O Brasil atualmente tem a Justiça Federal dividida em cinco regiões. Em cada região
encontram-se determinadas seções judiciárias, as quais correspondem, cada uma, a um
estado-membro.
31 As seções judiciárias são ou podem ser, por sua vez, subdivididas em subseções judiciárias,
conforme lei de organização judiciária (as comarcas também podem ser subdivididas em
distritos). TEM-SE ENTENDIDO QUE A CRIAÇÃO DE DISTRITOS E SUBSEÇÕES JUDICIÁRIAS É
HIPÓTESE DE CRIAÇÃO DE FOROS ABSOLUTOS, POIS A SUA INSTITUIÇÃO DECORRERIA DE
RAZÕES DE ORDEM PÚBLICA. Por isso, o desrespeito admite o reconhecimento da
incompetência de ofício pelo magistrado, sendo esta uma orientação bastante consolidada.
Essa é a razão pela qual se considera lícita a redistribuição dos processos para novas
subseções, de acordo com a nova divisão territorial da competência: como se trata de
alteração superveniente de competência absoluta territorial, excepciona-se a regra da
perpetuação da jurisdição prevista no art. 43 do CPC.
JUSTIÇA ESTADUAL
ANATEL não é parte legítima em ação de usuário de telefonia contra a concessionária
Súmula 506-STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o
usuário de telefonia decorrentes de relação contratual. STJ. 1ª Seção. Aprovada em
26/03/2014.
Competência para demandas que envolvam previdência privada e REFER
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Processo Civil
Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
Súmula 505-STJ: A competência para processar e julgar as demandas que têm por objeto
obrigações decorrentes dos contratos de planos de previdência privada firmados com a
Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social — REFER é da Justiça estadual. STJ. 2ª Seção.
DJe 10/02/2014 (Info 533).
Cobrança de verbas por profissional liberal
Se o autor ajuíza ação contra empresa alegando que era colaborador autônomo, como
profissional liberal, e pede condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais e
materiais, tal demanda é de competência da Justiça Comum Estadual. Aplica-se, no caso, o
mesmo raciocínio presente na Súmula 363 do STJ: Compete à Justiça estadual processar e
julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente. STJ. 2ª Seção. CC
118.649-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 24/4/2013 (Info 521).
Litígios envolvendo servidores temporários e administração pública
A justiça comum é competente para processar e julgar causas em que se discuta a validade de
vínculo jurídico-administrativo entre o poder público e servidores temporários. Dito de outra
forma: a Justiça competente para julgar litígios envolvendo servidores temporários (art. 37, IX,
da CF/88) e a Administração Pública é a JUSTIÇA COMUM (estadual ou federal). A competência
NÃO é da Justiça do Trabalho, ainda que o autor da ação alegue que houve desvirtuamento do
vínculo e mesmo que ele formule os seus pedidos baseados na CLT ou na lei do FGTS. TF.
Plenário. Rcl 4351 MC-AgR/PE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Dias
Toffoli, julgado em 11/11/2015 (Info 807).
Ações propostas contra a Administração Pública por servidor que ingressou como celetista
32 antes da CF/88 e cuja lei posteriormente transformou o vínculo em estatutário
Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da Constituição de
1988 sem prestar concurso. STF. Plenário. CC 7.950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
14/09/2016 (Info 839).
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar demandas propostas contra órgãos da
Administração Pública, por servidores que ingressaram em seus quadros, sem concurso
público, antes da CF/88, sob regime da CLT, com o objetivo de obter prestações de natureza
trabalhista. STF. Plenário. ARE 906491 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 01/10/2015
(repercussão geral).
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações em que se discute o direito às verbas
trabalhistas relativas ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a
Administração Pública antes da transposição para o regime estatutário. STF. Plenário virtual.
ARE 1001075, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 09/12/2016.
IMPORTANTE. Competência para julgar greve de servidor público: Justiça comum (estadual
ou federal)
Compete à justiça comum (estadual ou federal) julgar causa relacionada ao direito de greve de
servidor público, pouco importando se se trata de celetista ou estatutário. STF. Plenário. RE
846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
25/5/2017 (repercussão geral) (Info 866).
Ação contra a Eletrobrás nos casos de empréstimo compulsório sobre energia elétrica
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Processo Civil
Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
Súmula 553-STJ: Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica, é
competente a Justiça estadual para o julgamento de demanda proposta exclusivamente contra
a Eletrobrás. Requerida a intervenção da União no feito após a prolação de sentença pelo juízo
estadual, os autos devem ser remetidos ao Tribunal Regional Federal competente para o
julgamento da apelação se deferida a intervenção.
Competência para julgar demanda indenizatória por uso de imagem de jogador de futebol
É da Justiça do Trabalho (e não da Justiça Comum) a competência para processar e julgar a
ação de indenização movida por atleta de futebol em face de editora pelo suposto uso
indevido de imagem em álbum de figurinhas quando, após denunciação da lide ao clube de
futebol (ex-empregador), este alegar que recebeu autorização expressa do jogador para ceder
o direito de uso de sua imagem no período de vigência do contrato de trabalho. Na ementa
oficial do julgado, restou assim consignado: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar
ação indenizatória movida contra editora, por suposto uso indevido de imagem de atleta de
futebol, caracterizado por publicação, sem autorização, do autor de sua fotografia em álbum
de figurinhas, na hipótese de denunciação da lide pela ré ao clube empregador. STJ. 2ª Turma.
CC 128.610-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 22/6/2016 (Info 587).
JUSTIÇA FEDERAL COMUM
Demandas contra dirigente de instituição de ensino superior
É da Justiça estadual, via de regra, a competência para julgar a ação em que se discute a
legalidade da cobrança de instituição de ensino superior estadual, municipal ou particular de
taxa para expedição de diploma de curso, salvo quando se tratar de mandado de segurança
cuja impetração se volta contra ato de dirigente de universidade pública federal ou de
33 universidade particular, hipótese de competência da Justiça Federal. STJ. 2ª Turma. REsp
1.295.790-PE, Rel. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/11/2012.
De quem é a competência para julgar as causas propostas contra instituições de ensino (ou
seus dirigentes) em demandas envolvendo educação?
I — Ensino Fundamental: a competência será, em regra, da Justiça Estadual (MS ou outras
ações).
II — Ensino Médio: a competência será, em regra, da Justiça Estadual (MS ou outras ações).
III — Ensino Superior:
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Processo Civil
Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
Demanda em que se pede a obtenção de diploma de curso de ensino à distância negado por
problemas de credenciamento da instituição de ensino superior junto ao MEC
Súmula 570-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em que se
discute a ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição particular de ensino
superior no Ministério da Educação como condição de expedição de diploma de ensino a
distância aos estudantes. MESMO QUE SEJA AÇÃO ORDINÁRIA e contra universidade
particular!
Ação de pensão por morte na qual haverá reconhecimento de união estável
Compete à JUSTIÇA FEDERAL processar e julgar demanda proposta em face do INSS com o
34 objetivo de ver reconhecido exclusivamente o direito da autora de receber pensão decorrente
da morte do alegado companheiro, ainda que seja necessário enfrentar questão prejudicial
referente à existência, ou não, da união estável. STJ. 1ª Seção. CC 126.489-RN, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 10/4/2013 (Info 517).
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Processo Civil
Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
Não compete ao STF julgar execução individual de sentença coletiva mesmo que tenha
julgado a lide que originou o cumprimento de sentença
Não compete originariamente ao STF processar e julgar execução individual de sentenças
genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição
cabe aos órgãos judiciários competentes de primeira instância. STF. 2ª Turma. PET 6076 QO
/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/4/2017 (Info 862).
Demandas contra o CNJ e o CNMP
De quem é a competência para julgar demandas contra o CNJ e o CNMP:
• Ações ordinárias Juiz federal (1ª instância)
• Ações tipicamente constitucionais (MS, MI, HC e HD) STF
STF. Plenário. AO 1814 QO/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/9/2014 (Info 760).
STF. 2ª Turma. ACO 2373 AgR/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 19/8/2014 (Info 755).
Competência para julgar MS contra ato de Presidente de TJ que cumpre resolução do CNJ
Compete ao STF julgar mandado de segurança contra ato do Presidente de Tribunal de Justiça
que, na condição de mero executor, apenas dá cumprimento à resolução do CNJ. Isso porque a
competência para julgar MS contra atos do CNJ é do STF. STF. 2ª Turma. Rcl 4731/DF, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 5/8/2014 (Info 753).
Mandado de segurança contra decisões negativas do CNMP
A competência para julgar mandados de segurança impetrados contra o CNJ e o CNMP é do
36 STF (art. 102, I, “r”, da CF/88). Algumas vezes o interessado provoca o CNJ ou o CNMP, mas tais
órgãos recusam-se a tomar alguma providência no caso concreto porque alegam que não têm
competência para aquela situação ou que não é hipótese de intervenção. Nessas hipóteses,
dizemos que a decisão do CNJ ou CNMP foi “NEGATIVA” porque ela nada determina, nada
aplica, nada ordena, nada invalida.
Nesses casos, a parte interessada poderá impetrar MS contra o CNJ/CNMP no STF?
NÃO. O STF não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões
negativas do CNMP e do CNJ. Segundo entende o STF, como o conteúdo da decisão do
CNJ/CNMP foi “negativo”, ele não decidiu nada. Se não decidiu nada, não praticou nenhum
ato. Se não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser atacado no STF. STF. 1ª
Turma. MS 33163/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 5/5/2015 (Info 784).
STF não possui competência originária para julgar ação popular
Determinado cidadão propôs “ação popular” contra a Presidente da República pedindo que ela
fosse condenada à perda da função pública e à privação dos direitos políticos. A competência
para julgar essa ação é do STF?
NÃO. O STF não possui competência originária para processar e julgar ação popular, ainda que
ajuizada contra atos e/ou omissões do Presidente da República. A competência para julgar
ação popular contra ato de qualquer autoridade, até mesmo do Presidente da República, é, via
de regra, do juízo de 1º grau. STF. Plenário. Pet 5856 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em
25/11/2015 (Info 811).
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Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
Demanda proposta por consumidor por equiparação
O indivíduo considerado consumidor por equiparação poderá propor a ação de indenização
contra o fornecedor de serviços no foro de seu domicílio (foro do domicílio do autor), nos
termos do art. 101, I, do CDC. Em outras palavras, o consumidor por equiparação também tem
direito à regra especial de competência do art. 101, I, do CDC. STJ. 2ª Seção. CC 128.079-MT,
Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 12/3/2014 (Info 542).
Ação anulatória de escritura pública de cessão e transferência de direitos possessórios
O foro do domicílio do réu é competente para processar e julgar ação declaratória de nulidade,
por razões formais, de escritura pública de cessão e transferência de direitos possessórios de
imóvel, ainda que esse seja diferente do da situação do imóvel. STJ. 2ª Seção. CC 111.572-SC,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 9/4/2014 (Info 543).
Não se aplica a regra do art. 53, V, do CPC para a ação de indenização proposta pela
seguradora em caso de acidente de veículo envolvendo o locatário
A competência para julgar ação de reparação de dano sofrido em razão de acidente de
veículos é do foro do domicílio do autor ou do local do fato (art. 53, V, do CPC/2015). Essa
prerrogativa de escolha do foro não beneficia a pessoa jurídica locadora de frota de veículos,
em ação de reparação dos danos advindos de acidente de trânsito com o envolvimento do
locatário. STJ. 4ª Turma. EDcl no AgRg no Ag 1.366.967-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para
acórdão Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 27/4/2017 (Info 604).
Ação monitória proposta contra estado-membro
37 Segundo a jurisprudência do STJ, o Estado-membro não tem prerrogativa de foro. Logo,
poderá ser demandado em outra comarca que não a de sua capital. Poderá ser até mesmo
demandado em outro Estado-membro da Federação. No caso de ação monitória proposta
contra o Estado-membro, a competência para julgar a causa é do local onde a obrigação
deveria ser satisfeita e onde deveria ter ocorrido o pagamento da contraprestação, conforme
prevê o art. 100, IV, “d”, do CPC 1973 (art. 53, III, "d", do CPC 2015). STJ. 2ª Turma. REsp
1.316.020-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 2/4/2013 (Info 517).
OUTROS TEMAS
Reconhecimento de união estável homoafetiva
A competência para processar e julgar ação destinada ao reconhecimento de união estável
homoafetiva é da vara de família. Assim, se houver vara privativa para julgamento de
processos de família, essa será competente para processar e julgar pedido de reconhecimento
e dissolução de união estável homoafetiva, independentemente de eventuais limitações
existentes na lei de organização judiciária local. STJ. 3ª Turma. REsp 1.291.924-RJ, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 28/5/2013 (Info 524).
Reconhecimento de incompetência absoluta e prolação de decisão acautelatória
Ainda que proferida por juízo absolutamente incompetente, é válida a decisão que, em ação
civil pública proposta para a apuração de ato de improbidade administrativa, tenha
determinado — até que haja pronunciamento do juízo competente — a indisponibilidade dos
bens do réu a fim de assegurar o ressarcimento de suposto dano ao patrimônio público. STJ. 2ª
Turma. REsp 1.038.199-ES, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 7/5/2013 (Info 524).
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Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
Dever de remessa dos autos ao juízo competente mesmo em caso de processo eletrônico
Se o juízo reconhece a sua incompetência absoluta para conhecer da causa, ele deverá
determinar a remessa dos autos ao juízo competente e não extinguir o processo sem exame
do mérito. O argumento de impossibilidade técnica do Poder Judiciário em remeter os autos
para o juízo competente, ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico, não
pode ser utilizado para prejudicar o jurisdicionado, sob pena de configurar-se indevido
obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional. Assim, implica indevido obstáculo ao acesso à tutela
jurisdicional a decisão que, após o reconhecimento da incompetência absoluta do juízo, em
vez de determinar a remessa dos autos ao juízo competente, extingue o feito sem exame do
mérito, sob o argumento de impossibilidade técnica do Judiciário em remeter os autos para o
órgão julgador competente, ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico. STJ.
2ª Turma. REsp 1.526.914-PE, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da
3ª Região), julgado em 21/6/2016 (Info 586).
Conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral
É possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral. Isso
porque a atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional. STJ. 2ª
Seção. CC 111.230-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 8/5/2013 (Info 522).
Inaplicabilidade da cláusula de eleição de foro prevista em contrato sem assinatura das
partes
Nos casos em que a parte questiona a própria validade do contrato, ela não precisará respeitar
o foro de eleição referente a esse ajuste. Ex: duas empresas fizeram um contrato e elegeram
38 como foro de eleição a comarca de Florianópolis; ocorre que o contrato, apesar de aprovado,
não chegou a ser assinado. Uma das empresas ajuizou ação questionando a validade desse
ajuste pelo fato de ele não ter sido assinado. Neste caso, em que a própria validade do
contrato está sendo objeto de apreciação judicial pelo fato de que não houve instrumento de
formalização assinado pelas partes, a cláusula de eleição de foro não deve prevalecer, ainda
que ela já tenha sido prevista em contratos semelhantes anteriormente celebrados entre as
mesmas partes. STJ. 3ª Turma. REsp 1.491.040-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j.
3/3/2015 (Info 557).
Conexão por prejudicialidade
A conexão entre duas causas ocorre quando elas, apesar de não serem idênticas, possuem um
vínculo de identidade entre si quanto a algum dos seus elementos caracterizadores. São duas
(ou mais) ações diferentes, mas que mantêm um vínculo entre si. Segundo o texto do CPC
1973, existe conexão quando duas ou mais ações tiverem o mesmo pedido (objeto) ou causa
de pedir. Quando o juiz verificar que há conexão entre duas causas, ele poderá ordenar, de
ofício ou a requerimento, a reunião delas para julgamento em conjunto. Essa é a regra geral,
não sendo aplicável, contudo, quando a reunião implicar em modificação da competência
absoluta. O conceito de conexão previsto na lei é conhecido como concepção tradicional
(teoria tradicional) da conexão. Existem autores, contudo, que defendem que é possível que
exista conexão entre duas ou mais ações mesmo que o pedido e a causa de pedir sejam
diferentes. Em outras palavras, pode haver conexão em situações que não se encaixem
perfeitamente no conceito legal de conexão. Tais autores defendem a chamada teoria
materialista da conexão, que sustenta que, em determinadas situações, é possível identificar a
conexão entre duas ações não com base no pedido ou na causa de pedir, mas sim em outros
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Processo Civil
Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
fatos que liguem uma demanda à outra. Eles sustentam, portanto, que a definição tradicional
de conexão é insuficiente. Essa teoria é chamada de materialista porque defende que, para se
verificar se há ou não conexão, o ideal não é analisar apenas o objeto e a causa de pedir, mas
sim a relação jurídica de direito material que é discutida em cada ação. Existirá conexão se a
relação jurídica veiculada nas ações for a mesma ou se, mesmo não sendo idêntica, existir
entre elas uma vinculação. Essa concepção materialista é que fundamenta a chamada
“conexão por prejudicialidade”. Podemos resumi-la em uma frase: quando a decisão de uma
causa interferir na solução da outra, há conexão. No caso concreto, havia duas ações: em uma
delas o autor (empresa 1) executava uma dívida da devedora (empresa 2). A executada, por
sua vez, ajuizou ação declaratória de inexistência da relação afirmando que nada deve para a
empresa 1. Nesta situação, o STJ reconheceu que havia conexão por prejudicialidade e decidiu
o seguinte: “pode ser reconhecida a conexão e determinada a reunião para julgamento
conjunto de um processo executivo com um processo de conhecimento no qual se pretenda a
declaração da inexistência da relação jurídica que fundamenta a execução, desde que não
implique modificação de competência absoluta.” STJ. 4ª Turma. REsp 1.221.941-RJ, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 24/2/2015 (Info 559).
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Processo Civil
Competência
Apostila 04
Atualizado em 13/04/2018
Súmula 324-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que participa a
Fundação Habitacional do Exército, equiparada à entidade autárquica federal,
supervisionada pelo Ministério do Exército.
Súmula 501-STF: Compete a justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em
ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas
contra a união, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.
o “A presença da União na lide, como sucessora da extinta Rede Ferroviária
Federal, não interfere na fixação do juízo competente, pois as ações de
acidente de trabalho, lato sensu foram expressamente excluídas da
competência federal, nos termos do art. 109, I, da Constituição da República."
(STJ EDcfno CC 99.556/SP, julgado em 24/02/2010).
Súmula 689-STF: O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária
perante o juízo federal do seu domicilio ou nas varas federais da Capital do Estado-
Membro.
Súmula 32-STJ: Compete à Justiça Federal processar justificações judiciais destinadas a
instruir pedidos perante entidades que nela tem exclusividade de foro, ressalvada a
aplicação do art. 15, II, da Lei 5010/66.
Súmula 173-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar o pedido de
reintegração em cargo público federal, ainda que o servidor tenha sido dispensado
antes da instituição do regime jurídico único.
Súmula 66-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar execução fiscal
promovida por conselho de fiscalização profissional.
Súmula 365-STJ: A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal
41 S/A (RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha
sido proferida por Juízo estadual. Salvo se for acidente de trabalho, Súm. 501-STF.
Súmula 254-STJ: A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente
federal não pode ser reexaminada no Juízo Estadual.
Súmula 150-STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse
jurídico que justifique a presença, no processo, da união, suas autarquias ou
empresas públicas.
Súmula vinculante 27-STF: Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor
e concessionária de serviço público de telefonia, quando a Anatel não seja
litisconsorte passiva necessária, assistente nem opoente.
Súmula 506-STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária
e o usuário de telefonia, decorrentes de relação contratual.
Súmula 553-STJ: Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia
elétrica, é competente a Justiça estadual para o julgamento de demanda proposta
exclusivamente contra a Eletrobrás. Requerida a intervenção da União no feito após a
prolação de sentença pelo juízo estadual, os autos devem ser remetidos ao Tribunal
Regional Federal competente para o julgamento da apelação se deferida a
intervenção.
Súmula 516-STF: O Serviço Social da Indústria (SESI) esta sujeito a jurisdição da justiça
estadual.
Súmula 15-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes
de acidente do trabalho. (Válida, mas apenas nos casos de ação proposta contra o
INSS pleiteando benefício decorrente de acidente de trabalho)
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