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#costurandoatoga

 Processo Civil
 Ação
 Apostila 02
 Atualizado em 28/03/2018

AÇÃO
Livros de base: Daniel Assumpção e Elpídio Donizetti

AÇÃO________________________________________________________________ 1
1. Conceito e Teorias da Ação __________________________________________ 2
2. Condições da ação _________________________________________________ 3
2.1. Possibilidade jurídica do pedido _________________________________________ 4
2.2. Interesse de agir _____________________________________________________ 6
2.3. Legitimidade para agir - ad causam ______________________________________ 6
2.3.1. Legitimação ad causam X Legitimação ad processum: ___________________________ 7
2.3.2. Espécies de legitimidade ___________________________________________________ 7

3. Elementos da ação _________________________________________________ 8


3.1. Partes ______________________________________________________________ 9
3.2. Pedido _____________________________________________________________ 9
3.2.1. Certeza e determinação do pedido __________________________________________ 9
3.2.2. Pedidos genéricos _______________________________________________________ 10
3.2.2.1. Universalidade de bens ________________________________________________ 10
1 3.2.2.2. Demanda de indenização quando impossível a fixação do valor do dano _________ 10
3.2.2.3. Valor a depender de ato a ser praticado pelo réu ___________________________ 11
3.2.3. Pedido implícito ________________________________________________________ 11
3.2.4. Cumulação de pedidos ___________________________________________________ 12
3.2.4.1. Requisitos ___________________________________________________________ 12
3.2.4.1.1. Os pedidos não podem ser incompatíveis entre si ________________________ 12
3.2.4.1.2. O juízo deve ser competente para todos os pedidos ______________________ 12
3.2.4.1.3. Identidade procedimental ___________________________________________ 13
3.2.4.2. Espécies de cumulação _________________________________________________ 13
3.2.5. Modificação da causa de pedir/pedido ______________________________________ 13

3.3. Causa de pedir ______________________________________________________ 13


4. Classificação das ações _____________________________________________ 15
4.1. Ações declaratórias: _________________________________________________ 15
4.2. Ações constitutivas: __________________________________________________ 16
4.3. Ações condenatórias: ________________________________________________ 16
4.4. Ações executivas lato sensu ___________________________________________ 16
4.5. Ações mandamentais: ________________________________________________ 16

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 Atualizado em 28/03/2018

1. Conceito e Teorias da Ação


O conceito de ação variou ao longo da história:

a) Teoria imanentista: idealizada por Savigny, só há ação se houver o direito material


postulado (defendida por Beviláqua). O direito processual não era visto como disciplina
autônoma. A ação levada em juízo seria o próprio direito material em sua concepção
dinâmica. Não há direito de ação contra o Estado, mas contra o adversário que fere seu
direito material.
b) Teoria da ação como direito autônomo e concreto: foi defendida no caso Windsched VS
Muther. A ação é autônoma, sendo um direito do indivíduo contra o Estado, com o
objetivo de uma sentença favorável, e ao mesmo tempo um direito contra o adversário,
que estará submetido à decisão estatal e aos seus efeitos jurídicos. Desta teoria surge a
concretista e a ação como direito autônomo e abstrato (c).
 Concretista:Só existe se o direito material existir; quando a sentença for favorável,
ou seja, a ação consiste no direito à sentença favorável (resultado concreto).
(Adolf Wach) Daqui saíram algumas vertentes:
 Chiovenda: defendeu o direito de ação como potestativo. O direito de ação não
era um direito contra o Estado, mas um poder a ser exercido contra o réu, que
ficaria sujeito aos efeitos jurídicos derivados do exercício do direito de ação pelo
autor e a consequente sentença em seu favor.
 Problemas: (i) a sentença de improcedência que declara que o direito material do
autor não existe não é exercício do direito de ação????? (ii) A sentença de
procedência em ação declaratória negativa, quando o acolhimento do pedido do
2 autor declara a inexistência do direito material, não é direito de ação nessa
procedência do pedido????
c) Teoria da ação como direito autônomo e abstrato: a ação é o direito público subjetivo a
um pronunciamento judicial, seja favorável ou desfavorável (Plósz, Carnelutti). Totalmente
independente do direito material, não existindo condições para intentar.
 Problema: por não existir condições da ação, todo pronunciamento resolveria o
mérito, de modo que se extinto por ausência de condições da ação, a sentença
seria de mérito e geraria coisa julgada material, o que não pode ocorrer, por
obstar o acesso ao judiciário.
d) Teoria eclética da ação (adotada pelo CPC): a abstração da ação não é absoluta, pois o
direito de ação é balizado pela necessidade de preenchimento das condições da ação,
categoria estranha ao mérito (Liebman). Para Liebman, o direito de ação é visto como o
direito de ter uma sentença de mérito. Mas, para você ter essa sentença de mérito, você
tem que preencher as condições da ação. Caso você não preencha as condições da ação,
você não tem direito ao julgamento de mérito, ocasião em que há sentença terminativa,
sem gerar coisa julgada material, mas tão somente formal. Essa teoria fica entre a concreta
e a abstrata.
 CPC: adotou a teoria eclética, pois prevê expressamente que a sentença fundada
em ausência das condições da ação é meramente terminativa, não produzindo
coisa julgada material.
 Proposta uma ação sem a presença das condições da ação, caso estas venham a se
verificar supervenientemente, não caberá a extinção do processo sem a resolução
do mérito.

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 Se na propositura estão presentes as condições da ação, havendo carência das


condições superveniente, o processo deve ser imediatamente extinto,
 O STJ entende que para que uma sentença seja de mérito ou terminativa, leva-se
em consideração o seu conteúdo e não a expressa menção a uma dessas espécies
na própria decisão.
 O STJ entende que as custas de sucumbência devem ser arcadas pelo responsável
pela prática do ato superveniente que acarretou a carência da ação.
e) Teoria da Asserção/Prospectação: entende que a presença das condições da ação deve ser
analisada pelo juiz com os elementos fornecidos pelo próprio autor em sua petição inicial,
sem nenhum desenvolvimento cognitivo.
 Sendo possível o juiz mediante uma cognição sumária perceber a ausência de uma
ou mais condições da ação, deve extinguir o processo sem a resolução do mérito
por carência da ação (art. 485, VI, NCPC).
 Caso o juiz precise analisar mais fundo se estão ou não presentes as condições,
não seria mais condições da ação, mas análise de mérito, gerando uma sentença
de rejeição do pedido do autor (art. 487, inciso I, NCPC)
i. Anotação do meu caderno: a extinção do processo em razão da falta de
condições da ação ocorrerá quando tal reconhecimento ocorrer no início,
no limiar do processo. Posteriormente, não acarretará extinção sem
resolução do mérito, mas importará na análise do mérito e na formação da
coisa julgada material.
 STJ adota essa teoria em alguns julgados.
 As correntes abstrativista e concretista surgiram a partir da polêmica entre
3 Windscheid e Muther: Windscheid asseverou que da ação nascem dois direitos de
natureza pública: o direito do ofendido à tutela jurídica do Estado e o direito do
Estado à eliminação da lesão. Dessas novas idéias, tentou-se demonstrar a
autonomia do direito de ação.
 Natureza: direito público subjetivo.

2. Condições da ação
Não obstante discussões doutrinárias, o NCPC não acabou com as condições da ação. A
única mudança se deu em relação à possibilidade jurídica do pedido pois não foi
expressamente prevista no artigo 17, deixando de ser questão relativa à admissibilidade e
passou a ser de mérito, de modo que, na sua ausência, o juiz deverá extinguir a ação por falta
de interesse de agir, pressuposto processual ou improcedência da ação.

Assim, é inconteste que o CPC 2015 extinguiu, como denominação autônoma, as


condições da ação, permanecendo intactos seus requisitos.

Foram idealizadas por Liebman. Inicialmente eram três. Depois Liebman reduziu para
duas. O NCPC manteve só legitimidade das partes e interesse de agir.

Momento de verificação das condições da ação - teorias:

 Teoria da asserção ou da prospectação: a análise é feita à luz das afirmações do demandante


contidas em sua inicial (in statu assertionis), e, se as provas infirmarem aquelas afirmações, a

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decisão será de mérito. O autor não precisa produzir provas das condições. Se positivo os
requisitos no juízo de admissibilidade, não mais se discutirá sobre eles, a não ser que haja
perda superveniente de uma condição.
Tudo o que vier após a admissão da inicial será decisão de mérito; se a questão da
existência ou não de carência de ação requerer exame mais aprofundado, não podendo ser
decidida initio litis, o que antes era questão processual passará a ser questão de mérito. Logo,
restará formada a coisa julgada material.
Ainda, a diferença entre as condições da ação/pressupostos processuais e o mérito é
profundidade do exame. Se o juiz examina superficialmente, é uma condição da
ação/pressuposto processual. Quando ele examina de forma profunda com base em provas,
elementos, alegações, é mérito.

Até que momento o interesse de agir e a legitimidade podem ser analisadas como
sendo questão de admissibilidade? Até o momento anterior à fase instrutória. Isso pela
doutrina.
Existem decisões do STJ que adotam essa teoria, informando que o exame da
legitimidade e do interesse devem ser feitos sem qualquer inferência sobre a veracidade das
alegações ou a probabilidade de êxito da pretensão deduzida.
Quem defende: Bedaque, Ada Pelegrini, Kazuo Watanabe, Barbosa Moreira. Em
sentido contrário à teoria da asserção: Dinamarco, para quem a presença das “condições da
ação” deve ser demonstrada, cabendo, inclusive, produzir provas para convencer o juiz de que
as mesmas estão presentes.
4 A Lei do Mandado de Injunção, Lei nº 13.300/2016, traz expressamente o acolhimento
da Teoria da Asserção, na medida em que, no que toca à legitimidade, especifica que são
partes legítimas para a ação as que se dizem titulares do direito representado na ação
constitucional. (art. 3)
 Teoria da representação, apresentação, exposição: a análise pode ser feita na fase decisória,
diante da prova produzida, e, constatada a inexistência, a decisão será de carência de ação.
Deve ser comprovado pelo autor.

Para a doutrina majoritária, as condições de ação, ou, para quem assim entenda, os
pressupostos processuais, devem estar presentes no momento da prolação da sentença, de
forma que eventos supervenientes devem ser levados em consideração em sua análise.
Proposta uma ação que não atenda às condições de ação, não caberá extinção do processo
caso as condições sejam supervenientemente observadas. Da mesma forma, proposta a ação
com as condições de ação, caso estas deixem de existir, o processo deve ser imediatamente
extinto sem julgamento de mérito.

2.1. Possibilidade jurídica do pedido


Não é mais uma condição da ação prevista expressamente no NCPC, de modo que
passa a ser uma causa de mérito (art. 487, I). Em uma análise abstrata do pedido, são três os
possíveis resultados: (a) o pedido está expressamente previsto como apto a receber a

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proteção jurisdicional; (b) não há nenhuma previsão legal a respeito do pedido; (c) existe uma
expressa vedação na lei ao pedido formulado.

STJ: No regime do CPC de 2015, em que as condições da ação não configuram


categoria processual autônoma, diversa dos pressupostos processuais e do mérito, a
possibilidade jurídica do pedido deixou de ser questão relativa à admissibilidade e passou a ser
de mérito.

Deve-se analisar o pedido do autor e confrontar com o ordenamento jurídico. Dessa


análise, surgem três possibilidades: há no ordenamento jurídico uma expressa previsão do que
ele pediu; há uma omissão no ordenamento jurídico quanto ao pedido; há uma proibição
expressa.

Exemplo: Lei 7.347/85 – Art. 1º Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública
para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos
beneficiários podem ser individualmente determinado.

Após a análise:
a) Diante de previsão expressa ou omissão do ordenamento jurídico, o pedido é
juridicamente possível.
b) Impossibilidade jurídica é só quando há uma proibição expressa. Tinha-se
somente carência da ação, agora, temos resolução do mérito ou carência da ação,
devendo-se analisar qual foi o motivo da impossibilidade jurídica do pedido.
5 a. Improcedência: quando a impossibilidade for do pedido e for possível o
direito, pois vedado pelo ordenamento, resolvendo-se o mérito. Ex: Estado
da Federação pede sua retirada do Brasil, o juiz afirma que não tem esse
direito e julga improcedente, com resolução do mérito. No CPC 73 seria
extinto sem resolução do mérito.
b. Carência: quando a impossibilidade jurídica derivar das partes ou da causa
de pedir, como uma espécie de vício. Ex: cobrança de dívida de jogo, pois é
vedado cobrança judicial de dívida de jogo. Extingue-se a ação sem
resolução de mérito. Extinguir com a resolução do mérito seria dizer que a
dívida não existe, o que não é verdade.

Criação de Liebman, que depois a abandonou. A possibilidade jurídica do pedido


tornou-se então uma invenção nacional (Calmon de Passos). Atualmente, quase toda a
doutrina afirma que a possibilidade jurídica do pedido é mérito. Apenas Cândido Rangel
Dinamarco defende o modelo de Liebman de maneira integral. ATENÇÃO - Dinamarco chama a
impossibilidade jurídica do pedido de impossibilidade jurídica dos elementos da demanda
(partes, causa de pedir e pedido). Para o autor, pode existir impossibilidade jurídica quanto a
esses três elementos. Exemplo 1: art. 814 CC/02 (dívidas de jogo). Dinamarco diz que o pedido
não é juridicamente impossível, mas sim a causa de pedir (origem da dívida). Exemplo 2:
espólio como parte no JEC seria impossibilidade jurídica da parte.

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2.2. Interesse de agir


O interesse de agir é composto por três elementos:

a) Necessidade: quando a intervenção do Poder Judiciário for indispensável para a obtenção


do bem da vida pretendido.
b) Utilidade: a tutela pretendida deve ser apta a gerar uma efetiva melhora na situação fática
do autor.
c) Adequação: o pedido do autor deve ser apto a resolver o conflito de interesses descrito
pelo autor.
O interesse-adequação consiste em o autor ter se valido da via processual adequada. Não
sendo atendida a condição ocorreria “falta de interesse de agir por inadequação da via eleita”.

O réu também deve ter interesse de agir (art. 17 º do NCPC- tem interesse na
improcedência do pedido). Ex. réu apresenta contestação com alegação de litispendência, de
coisa julgada e de ilegitimidade ativa (arts. 336 e 337, defesas preliminares peremptórias), que,
se acolhidas, levariam à extinção do processo sem resolução de mérito. O autor pede a
desistência da ação, mas o réu não concorda (o autor pode desistir da ação sem aquiescência
do réu até o transcurso do prazo da defesa). Conforme Informativo 526 do STJ, se o autor pede
a desistência da ação e o réu suscita, em defesa, alguma preliminar para extinção sem
resolução de mérito, não há que se obstar o pedido de desistência do autor, por ausência de
interesse de agir do réu.

STJ: a recusa do réu deve ser fundamentada e justificada, não bastando apenas a simples
alegação de discordância, sem a indicação de qualquer motivo relevante. Assim, a recusa do
6 réu ao pedido de desistência do autor sob o fundamento de ter direito ao julgamento de mérito
da demanda consiste em argumento relevante e fundamentação razoável apta a impedir a
extinção do processo sem resolução do mérito, não havendo que falar em abuso de direito por
parte do réu.

2.3. Legitimidade para agir - ad causam


Conceito e características

 1ª observação: a legitimidade ad causam deve ser aferida no polo ativo e no polo


passivo.
 2ª observação: a legitimidade ad causam é um poder jurídico.
 3ª observação: a legitimidade sempre se refere a uma situação litigiosa específica.

Rigorosamente, é uma situação jurídica atribuída a alguém para conduzir um processo com
um determinado objeto. Legítimo é o sujeito que pode conduzir o processo. É a situação
prevista em lei que permite a um determinado sujeito propor a demanda judicial e a um
determinado sujeito formar o polo passivo dessa demanda. É a ligação do sujeito ao direito
pleiteado.

O artigo 18 do NCPC dispõe que “ninguém poderá pleitear direito alheio em nome
próprio...”. Aqui, temos a regra da legitimação ordinária, cuja interpretação vale para o polo
ativo e passivo. Excepcionalmente, admite-se que terceiro litigue em defesa do interesse de

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terceiro, hipótese em que haverá uma legitimação extraordinária. É o que prevê a parte final
do artigo 18: “salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.”

Assim, na legitimação ordinária a parte defende em nome próprio um direito em que é


titular; na legitimação extraordinária/substituição processual, a parte defende direito de
terceiro em seu próprio nome.

Interessante que, o parágrafo único do artigo 18 dispõe que “havendo substituição


processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial”. O texto legal não fala
nada sobre a intimação do substituído, entretanto, o Enunciado 110 do FPPC dispõe que
havendo substituição processual, e sendo possível identificar o substituto, o juiz deve
determinar a intimação deste último para, querendo, integrar o processo.

Sobre a legitimidade extraordinária, parcela da doutrina entende que somente se aplica às


tutelas de interesse individual, de uma pessoa em singular. Lado outro, quando se refere à
tutelas de direitos difusos ou coletivos, é uma terceira espécie de legitimidade, chamada de
legitimidade autônoma para a condução do processo.

Ainda, não se deve confundir a substituição processual com a sucessão processual. Esta
última se dá quando ocorre a retirada de um sujeito que compõe o polo passivo ou ativo da
demanda para que um terceiro tome seu lugar, nos termos do artigo 109 do CPC.

Também, não se pode confundir a substituição processual com a representação


processual. Este último é aquele que atua em nome alheio na defesa de interesse alheio, não
7 sendo considerado parte no processo. Ex: mãe que representa o menor em ação de
paternidade.

2.3.1. Legitimação ad causam X Legitimação ad processum:


Legitimação ad causam: é aquela legitimidade conferida a todos os sujeitos para atuar
em um processo, independentemente de sua capacidade jurídica. É a capacidade de ser parte.
É pressuposto de existência processual.

Legitimação ad processum: é aquela conferida ao sujeito que pode estar em juízo


independentemente de representação, pois possui capacidade para, por si só, buscar seus
direitos. O menor de 16 anos não a possui, entretanto, possui capacidade de ser parte, ou seja,
legitimação ad causam. É a capacidade de estar em juízo. É pressuposto processual de
validade processual.

2.3.2. Espécies de legitimidade


 Legitimidade ordinária (há coincidência entre os sujeitos da relação jurídica
material e os sujeitos da relação jurídica processual).
 Legitimidade extraordinária:
o Exclusiva – apenas o legitimado extraordinário pode ir a juízo;
o Concorrente – tanto o legitimado ordinário como o extraordinário podem demandar
isoladamente, ou em conjunto, formando litisconsórcio facultativo
o Subsidiária – o legitimado extraordinário só pode ir a juízo diante da omissão do
legitimado ordinário em demandar
o Subordinada – legitimação do assistente.

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o Superveniente - o artigo 9º da Lei 4.171/65 em relação ao Ministério Público – na Ação


Popular
o Disjuntiva – ACP – art. 5 º da Lei 3747/95 – disjuntiva porque nenhum dos legitimados
necessita de autorização dos outros legitimados para ajuizar uma ação coletiva.

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL ≠ SUCESSÃO DA PARTE ≠ REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL

É a legitimação extraordinária (sinônimo, conforme se entende


majoritariamente). O titular da ação é o titular do direito material violado
SUBSTITUIÇÃO
(LEGITIMAÇÃO ORDINÁRIA). Só quando a lei permitir é admissível que
PROCESSUAL
terceiro venha a juízo tutelar direito alheio como próprio (LEGITIMAÇÃO
EXTRAORDINÁRIA).

É a alteração da pessoa que figura em um dos polos do processo. A


SUCESSÃO DA sucessão a título singular está prevista no artigo 109. A sucessão a título
PARTE universal tem o seu procedimento discriminado nos artigos 687 e seguintes
do CPC.

REPRESENTAÇÃO
PROCESSUAL O representante não é parte, somente figura no processo para suprir a
incapacidade da parte (o substituto processual é parte) ou como
representante de pessoa jurídica
8

Legitimidade de parte em ações coletivas (correntes):

 Legitimação ordinária (Ada, Kazuo Watanabe)- com base na teoria alemã de


processo coletivo
 Legitimação extraordinária (Dinamarco, Barbosa Moreira) porque estaria em nome
próprio defendendo direitos coletivos alheios.
 Legitimação autônoma para condução do processo (Nelson Nery) propõe que a
legitimidade seja analisada desconsiderando o direito material disputado em juízo.

3. Elementos da ação
Dinarmarco chama de “elementos da demanda”. Por meio dos elementos da ação é
possível identificar a ação para poder compará-la com outras ações, de modo a verificar a coisa
julgada, a litispendência e a perempção. Pode-se concluir que as ações comparadas são:

o Diferentes: se não tiverem nenhum elemento em comum.


o Parecidas: algum ou alguns elementos iguais.
o Iguais: todos os elementos são iguais.
 Causa de pedir: relaciona-se com o fato.
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 Pedido: relaciona-se com o objeto.


 Partes: relaciona-se com os sujeitos.

3.1. Partes
Há clássica discussão sobre os conceitos de parte:

 Restritiva (Chiovenda): parte é quem pede e contra quem se pede a tutela jurisdicional.
 Ampliativa (Liebman): partes são todos os sujeitos que participam do processo exercendo
ônus, faculdades, direitos, deveres e se colocando em estado de sujeição. Assim, partes
são todos aqueles que se submetem a situações/posições jurídicas.

 Parte no processo: sujeito que participa da relação jurídica processual,


independentemente de fazer pedido ou haver pedido contra ele. Ex: assistente e amicus
curiae.
 Parte na demanda: além de presença na relação jurídica, este deve pedir a tutela
jurisdicional ou contra ele deve haver pedido de tutela jurisdicional.

Nas hipóteses de intervenção de terceiros típicas previstas no NCPC, é possível, a


depender de sua espécie, ter-se parte na demanda e parte no processo, como na denunciação
à lide, de forma que essa passa a ser parte na demanda (haverá interferência na relação
jurídica de direito material resultante da relação jurídica processual). No chamamento ao
processo há formação de um litisconsórcio ulterior passivo entre o réu originário e o chamado
ao processo. Já o assistente, que não faz pedido e contra ele nada é pedido, é tão somente
9 parte no processo, o mesmo ocorrendo com o MP quando atua como fiscal da lei.

STJ e amicus curiae: o amicus curiae não é parte no processo, mas sim um colaborador
informal da Corte, não configurando sua atuação espécie de intervenção em terceiro.
ATENÇÃO: com o NCPC fica em cheque este entendimento do STJ, uma vez que o amicus
curiae foi inserido no rol de intervenção de terceiros, de modo que é considerado parte no
processo.

Quanto à desconsideração da personalidade jurídica (art. 133 et seq.), os sujeitos da


desconsideração passarão a ser partes na demanda, uma vez que há pretensão contra eles.

3.2. Pedido
Sob a ótica processual, é a providência jurisdicional pretendida; sob a ótica material, é o
bem da vida perseguido.

 Imediato: é a exigência formulada contra o juiz, visando a obtenção da tutela


jurisdicional – natureza processual; (espécie de tutela jurisdicional solicitada em
juízo: condenatória, constitutiva ou declaratória)
 Mediato: é a exigência formulada contra o réu para que este se submeta à
pretensão de direito material que o autor diz não ter sido respeitada; alguns
autores entendem que o pedido material se refere ao bem da vida pleiteado –
natureza material. (providência prática que se almeja com o processo)
3.2.1. Certeza e determinação do pedido

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O pedido deve ser certo e determinado, cumulativamente, conforme os artigos 322 e


324, §2º do CPC, aplicando-se o mesmo na reconvenção. Ademais, no que concerne à
interpretação do que foi pedido, o CPC dispõe o juiz considerará o conjunto da postulação e
observará o princípio da boa-fé.
Segundo o STJ, mesmo tendo sido narrados fatos que comportem, em tese,
indenização por dano moral, não cabe a condenação do réu sem pedido expresso do autor
nesse sentido, de modo que o pedido deve ser sempre expresso, ainda que conste na
fundamentação da petição inicial.
Não obstante a obrigatoriedade de pedido determinado, o CPC autoriza, em alguns
casos previstos no artigo 324 §1º, que sejam formulados pedidos genérico. Pedido genérico é
aquele que deixa de indicar a quantidade de bens da vida pretendida (quantum debeatur) pelo
autor, sendo admitida somente quando houver permissão legal em lei. Assim, mesmo no
pedido genérico, o pedido deve ser certo: ex: Seja o réu condenado em pagar a safra de milho
que me deve falou qual foi a exigência, o bem da vida pretendido e a espécie de tutela,
(pedido imediato), mas não a quantidade.
Abaixo, analisaremos o artigo 324 e suas exceções.
3.2.2. Pedidos genéricos
O CPC autoriza que o pedido seja genérico, contraponto ao pedido determinado.
Entretanto, sempre deverá ser certo, conforme já dito. Isto posto, analisaremos agora as
possibilidades autorizadas pelo ordenamento para realização do pedido genérico. Artigo 324
NCPC.

10 3.2.2.1. Universalidade de bens


Nas “ações universais”, que são ações que têm como objeto uma universalidade de
bens em situação na qual falte ao autor condições de precisar os bens efetivamente
pretendidos, o CPC autoriza que não seja determinado quantidade, espécie ou gênero. Pode
ser uma universalidade fática ou jurídica. (art. 324, §1º, inciso I). Só permite pedido genérico
se não for possível individuar os bens demandados.

3.2.2.2. Demanda de indenização quando impossível a fixação do valor


do dano
Impossibilidade de o autor determinar de modo definitivo as consequências do ato ou
do fato ilícito, seja por impossibilidade ou por dificuldade (precisa de perícia para ver o valor).
Aqui, o fato pode também ser lícito e danoso. Nas ações de indenização, o autor deve
especificar o prejuízo que pretende ver ressarcido, ainda que não tenha condições de indicar o
quantum debeatur, de modo que deva ter elementos identificadores da pretensão do autor,
justamente para permitir o exercício do direito de defesa e limitar a atuação do juiz.

Assim, o autor não pode pedir: condenação em lucros cessantes, emergentes e danos
materiais. Em um acidente de carro, por exemplo, deverá especificar: condenação em lucros
cessantes faturamento médio diário multiplicado pelos dias que ficou impedido de
trabalhar; condenação em danos emergentes: gastos hospitalares, com remédios, fisioterapia,
etc.

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ATENÇÃO!!! E os danos morais? O STJ já entendeu que o pedido poderia ser genérico.
Entretanto, com o advento NCPC, o artigo 292, inciso V, foi expresso em dizer que nas ações
indenizatórias, inclusive as fundadas em dano moral, deverá ser indicado o valor da causa.
Ademais, exceção a tal artigo, é o enunciado 170 do FONAJE, que dispõe que este artigo não se
aplica aos Juizados Especiais.

3.2.2.3. Valor a depender de ato a ser praticado pelo réu


Neste caso, a impossibilidade de indicação do valor deriva de ser o réu o responsável
por tal indicação, o que cria um obstáculo ao autor no momento da propositura da demanda.
Ex: ação de prestação de contas, de modo que o réu terá que pagar o eventual remanescente
apurado na prestação de contas.

3.2.3. Pedido implícito


São as hipóteses em que há a concessão de tutela não expressamente pedida pelo
autor.
Quanto às hipóteses São hipóteses:
a) Despesas e custas processuais (art. 322, §1º)
b) Honorários advocatícios (art. 322, §1º)
c) Correção monetária (art. 322, §1º e art. 404 do CC)
d) Prestações vincendas e inadimplidas na constância do processo em caso de
contratos de trato sucessivo (art. 323 CPC)
e) Juros legais/moratórios (art. 322, §1º CPC e arts. 404 e 406 do CC), não sendo
considerados pedidos implícitos os juros convencionais ou compensatórios.

11 #bizu: Os juros e correção monetária são devidos independentemente de concessão


expressa pelo juiz, devendo ser incluídos nos cálculos de liquidação. Importante a súmula 254
do STF, sobre juros moratórios:

Súmula 254 STF: Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o


pedido inicial ou a condenação.

Logo, mesmo que o juiz deixe de expressar sobre os juros moratórios, os cálculos
deverão incluí-los. Ademais, importante frisar que o STJ não admite juros remuneratórios e
moratórios capitalizados. Ainda, o STJ entende que os juros moratórios possuem natureza de
ordem pública, inclusive para modificar seu termo inicial de ofício em recurso de apelação,
ainda que em prejuízo do recorrente.

No mesmo sentido, o STJ entende admissível a inclusão de expurgos inflacionários na


fase de liquidação de sentença, ainda que omissa a sentença, por refletir a correção monetária
a recomposição do valor da moeda aviltada pelo processo inflacionário, e que os índices de
deflação na correção monetária também são admissíveis, desde que preservado o valor
nominal do crédito.

Polêmicas:

a) Os alimentos, em sentença que reconhece a paternidade, DEVEM ser fixados


mesmo que não haja pedido expresso do autor, sendo pedido implícito. E nas
demais demandas??? Argumentos a favor: dignidade da pessoa humana, que
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deverá ser ponderada com inércia da jurisdição e imparcialidade do juiz, com base
na regra da proporcionalidade.
b) Astreintes concedidas de ofício: somente quando as astreintes fixadas de ofício
não atingem seu objetivo pode-se considera-las como pedido implícito, pois neste
caso elas serão devidas. Ex: (i)juiz fixa astreintes e o réu cumpre sua obrigação
aqui não será devido astreintes, pois o réu cumpriu; (ii) juiz fixa astreintes, réu
não cumpre sua obrigação as astreintes serão devidas e serão um pedido
implícito, pois o autor terá direito as astreintes, além do bem da vida.

3.2.4. Cumulação de pedidos


3.2.4.1. Requisitos
O artigo 327 do NCPC dispõe que é lícita a cumulação, em um único processo, contra o
mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.  Já respondi
inúmeras questões querendo enganar você nessa última parte, dizendo que só pode haver
cumulação de pedidos se houver conexão, o que não é verdade pois pode ou não haver
conexão.

Apesar de o artigo dizer “contra o mesmo réu”, o STJ já decidiu que a cumulação de
pedidos é admissível mesmo que a demanda seja proposta com formação de litisconsórcio
passivo, dirigindo-se diferentes pedidos para cada um dos réus.

Pois bem, após dizer que é lícito cumular pedidos, o §1º do mesmo artigo traz os
requisitos:
12 3.2.4.1.1. Os pedidos não podem ser incompatíveis entre si
Os pedidos devem ser compatíveis entre si, mas isso só se aplica às espécies de
cumulação própria (simples e sucessiva). Se for de ordem subsidiária ou alternativo (art. 326),
o artigo 327, §3º diz que não se aplica a estes, pois nestas espécies o juiz dará somente um
pedido, esse ou aquele. Ex: quero que rescinda o contrato e, subsidiariamente, revise algumas
cláusulas. Logo, não é possível rescindir o contrato e revisar cláusulas.
3.2.4.1.2. O juízo deve ser competente para todos os pedidos
O mesmo juízo deve ser competente para todos os pedidos, de modo que se os
pedidos somente forem possíveis de serem apreciados por juízos distintos de competências
absolutas, é impossível a cumulação.

Ex: João ingressa com demanda e cumula pedidos de competência da Justiça Federal e
da Justiça do Trabalho. Haverá declaração de incompetência absoluta de ofício e diminuição
objetiva da demanda.

Lado outro, se a incompetência para apreciação dos pedidos cumulados for da espécie
relativa, a cumulação dependerá de conexão entre os pedidos, porque nesse caso a
distribuição da demanda tornará o juízo prevento, com a prorrogação de competência quanto
ao pedido para qual o juízo era originariamente incompetente, em razão da conexão.

Ainda, no caso de incompetência relativa, não havendo conexão entre os pedidos e o


réu deixar de impugnar a competência do juízo, fica prorrogada a competência do juízo
originariamente incompetente.

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Ex: João ingressa com demanda de pedidos cumulativos de competência da Comarca


de São Paulo e de Belo Horizonte. Se conexos, a cumulação poderá ser feita em qualquer juízo.
Se não forem conexos e não houver impugnação da competência, será a demanda cumulada.
Havendo exceção, o juiz declarar-se-á incompetente em relação ao pedido X.

3.2.4.1.3. Identidade procedimental


Os pedidos cumulados devem ter o mesmo procedimento, entretanto, havendo
procedimento diverso, o art. 327, §2º determina que será admitido que se aprecie o pedido,
utilizando-se do procedimento comum com as técnicas do procedimento especial relativo ao
pedido que não forem incompatíveis com o procedimento comum. Assim, os pedidos de
procedimentos especiais cumulados com pedido de procedimento comum que se limitam a ter
um pequeno detalhe procedimental, é possível ser resolvido em uma única ação.

3.2.4.2. Espécies de cumulação


a) Cumulação própria/sentido estrito: quando for possível a procedência simultânea
de todos os pedidos
a. Simples: quando os pedidos forem absolutamente independentes entre si.
b. Sucessiva: quando a análise do pedido posterior depender da procedência
do pedido que lhe precede.
b) Cumulação imprópria/sentido amplo: quando formulado mais de um pedido e
somente um deles puder ser concedido.
a. Subsidiária/eventual: quando o segundo pedido somente for analisado se
o primeiro não for concedido.
13 b. Alternativa: há reunião de pedidos e somente um deles será acolhido, à
escolha do juiz.
i. Atenção: não deve-se confundir com o artigo 325, que dispõe que
o pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o
devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Aqui o
autor não pode determinar como será cumprida a obrigação, pois
o juiz irá assegurar ao réu esta escolha. Ex: contrato de seguro
prevê que em caso de perda total do carro, a seguradora terá que
entregar um automóvel novo ou o pagamento em dinheiro do
valor do automóvel. Se o contratante entrar na justiça para o
cumprimento do contrato, a seguradora que irá escolher como irá
cumprir, nos termos do contrato.

3.2.5. Modificação da causa de pedir/pedido


De acordo com o Código, é possível a modificação da causa de pedir. A diferença
quando a essa possibilidade diz respeito ao momento em que a modificação se opera: se até a
citação, independe de manifestação da parte adversa; se após a citação e até o saneamento,
deve haver manifestação da parte adversa, com o devido contraditório. Ainda, aplica-se o
disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. (Art. 281, CPC)

3.3. Causa de pedir


Existem duas teorias que buscam explicar a causa de pedir:

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a) Teoria da individuação: relação jurídica afirmada pelo autor, sem necessidade de dizer os
fatos.

- Para essa teoria, a causa de pedir é composta pela relação jurídica controvertida.
- A causa de pedir é composta pelo fundamento jurídico do pedido.
- A causa jurídica se completa apenas com a afirmação dos fundamentos jurídicos.
- Somente possui interesse histórico; não é mais defendida por qualquer doutrinador.

b) Teoria da substanciação (ou substancialização):

- A causa de pedir é composta pelos fatos jurídicos. No Brasil, por expressa previsão legal, a
causa de pedir é composta dos fatos e fundamentos jurídicos (319, III, NCPC). Ainda assim
a doutrina majoritária afirma que nós adotamos a teoria da substanciação. A ausência do
pedido ou causa de pedir torna a petição inicial inepta (art. 330, §1º, I, CPC)

Causa de pedir se subdivide em (classificação majoritária):

a) Remota: fundamentos de fato. A causa de pedir remota é dividida em causa de pedir


remota ativa e causa de pedir remota passiva. Causa de pedir remota ativa seriam os
fatos constitutivos do direito e causa de pedir remota passiva seriam os fatos violadores
do direito. Exemplo: ocorrência do acidente de carro (remota ativa) e ato ilícito que o
réu cometeu (remota passiva). Exemplo: ocorrência de fato gerador tributário (remota
ativa) e ausência do pagamento do tributo (remota passiva).
14 b) Próxima: fundamentos jurídicos, consubstanciada no liame jurídico entre os fatos e os
pedidos.

Obs: STJ, Nelson Nery Jr. e Dinamarco invertem e chamam de remota os fundamentos
jurídicos e de próxima os fundamentos de fato.

Ainda, no que concerne aos fundamentos jurídicos que compõem a causa de pedir,
esses fundamentos jurídicos não vinculam o juiz em sua decisão ao fundamento jurídico
narrado pelo autor, de modo que essa vinculação só existe quanto aos fatos jurídicos
narrados. O juiz pode decidir conforme seu fundamento jurídico. É o brocardo narra mihi
factum, dabo tibi jus.

Enunciado 281 FPPC: A indicação do dispositivo legal não é requisito da petição inicial e,
uma vez existente, não vincula o órgão julgador.

Enunciado 282 FPPC: Para julgar com base em enquadramento normativo diverso
daquele invocado pelas partes, ao juiz cabe observar o dever de consulta, previsto no artigo 10.

Neste sentido, o STJ entende que o Tribunal pode reformar a decisão com base em
outro fundamento legal, podendo qualificar juridicamente de forma livre os fatos levados a
seu conhecimento. Ainda, é importante mencionar que, no STF, em sede de controle de
constitucionalidade, a causa de pedir é aberta, de forma que o Tribunal não está vinculado ao
fundamento jurídico do autor, podendo motivar sua decisão em fundamentos não arguidos
pela petição inical. O mesmo se pode dizer das ações de improbidade administrativa, onde o
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juiz não está adstrito aos pedidos, mas sim aos fatos narrados, podendo ele condenar
conforme entender:
Nas ações de improbidade, não vige o princípio da correlação, adstrição ou
congruência entre sentença e pedido. Deve haver, na causa de pedir, narração detalhada do
ato de improbidade, o que é suficiente para a identificação e individualização da demanda,
bem como para a defesa do réu, à semelhança do que ocorre com o processo penal e em
alguns procedimentos cíveis, como a ação popular. O juiz irá analisar as sanções a serem
aplicadas, conforme o caso.

4. Classificação das ações


Classificação:

 Ternária: conhecimento, executiva e cautelar


 Quaternária: conhecimento, executiva, cautelar e mandamental
 Quinária: conhecimento, executiva, cautelar, mandamental, executiva lato sensu. Pontes
de Miranda adota tal classificação, dando ênfase ao peso preponderante de eficácia da
ação.

Elpídio Donizetti assim esquematiza:

1) Ações de cognição: visam acertar o direito.


a. Declaratória
b. Condenatória
15 c. Constituvia
2) Ação de execução

4.1. Ações declaratórias:


São as ações em que o interesse do autor se limita à obtenção de uma declaração judicial
sobre a existência ou inexistência de determinada relação jurídica ou a respeito da
autenticidade ou falsidade de um documento (crise de certeza), não admitindo ação
declaratória meramente de algum fato. Via de regra, não necessitam de execução posterior.
Está previsto no artigo 19 do NCPC e é imprescritível.

A ação declaratória incidental foi abolida do Código de Processo Civil como categoria de
ação autônoma, podendo a matéria incidental ser tratada como questão prejudicial, hipótese
em que fará coisa julgada material.

Agora, o § 1.º do art. 503 do cpc/15 prevê que, dentro de certas condições, a coisa julgada
incide sobre a resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo. O mesmo pode ser dar em reconvenção.

Súmulas e enunciados e anotações do meu caderno sobre ação declaratória:

 Súmula 181 do STJ : É admissível ação declaratória visando a obter certeza quanto à exata
interpretação de clausula contratual;
 Súmula 242 do STJ : Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço
para fins previdenciários

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 Súmula 258 do STF : É admissível reconvenção em ação declaratória.


 Enunciado 35 CJF: Considerando os princípios do acesso à justiça e da segurança jurídica,
persiste o interesse jurídico de agir na propositura de ação declaratória a respeito da
questão prejudicial incidental, a ser distribuída por dependência da ação preexistente,
inexistindo litispendência entre ambas as demandas (art. 329 e 503, §1º, do CPC).
 Enunciado 111 FPPC: Persiste o interesse jurídico no ajuizamento de ação declaratória
quanto à questão prejudicial incidental.
 Nem sempre as ações mandamentais serão só declaratórias, podendo ser constitutivas, no
caso das ações possessórias. Assim, é possível dizer que as ações declaratórias
constituem título executivo judicial.
o São exemplos de tutela jurisdicional executiva: imissão na posse, reintegração de
posse, despejo, prescindem de uma fase de execução do julgado.
 A ação declaratória é apta para declarar falsidade ou autenticidade DOCUMENTAL.
Falsidade ideológica NÃO.
 Artigo 433: A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão
principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a
autoridade da coisa julgada.  Pode ser objeto de ação autônoma (art. 19, II), bem
como, ser arguida incidentalmente no processo, nos termos do artigo 430 e seguintes.
 Não é cabível ação declaratória para ações meramente prováveis, mas para de EXISTÊNCIA
ou INEXISTÊNCIA de relação jurídica.
 A pretensão declaratória é imprescritível.
 É possível propositura de ação declaratória para interpretar uma decisão jurídica, ou seja,
para dizer sobre o “modo de ser de uma relação jurídica”, ainda que seja relação judicial.
16
4.2. Ações constitutivas:
Visam a constituir, modificar ou desconstituir determinada relação jurídica (crise de
situação jurídica). Também não necessitam de execução posterior, sendo que Dinamarco
denominou as simples providências tomadas para dar efetividade a essas sentenças como
“execução imprópria”.

4.3. Ações condenatórias:


Buscam uma condenação do réu ao cumprimento de obrigação (crise de
adimplemento). Há autores que incluem nessa classificação ação executiva lato sensu e a ação
mandamental.

4.4. Ações executivas lato sensu


São as ações que servem para certificar e executar no mesmo processo, efetiva-se por
coerção direta (o Estado faz).

4.5. Ações mandamentais:


São as ações sincréticas que se efetivam por coerção indireta, ou seja, forçando o
psicológico do indivíduo para que ele cumpra (o Estado manda fazer).

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