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Processo Civil
Processo
Apostila 03
Atualizado em 29/03/2018
PROCESSO
PROCESSO.............................................................................................................................................. 2
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 2
1.1. PROCESSO COMO PROCEDIMENTO....................................................................................................... 2
1.2. PROCESSO COMO CONTRATO ............................................................................................................. 2
1.3. PROCESSO COMO RELAÇÃO JURÍDICA ................................................................................................... 2
1.4. PROCESSO COMO SITUAÇÃO JURÍDICA .................................................................................................. 2
1.5. PROCESSO COMO PROCEDIMENTO EM CONTRADITÓRIO ........................................................................... 3
1.6. PROCEDIMENTO ANIMADO POR UMA RELAÇÃO JURÍDICA EM CONTRADITÓRIO .............................................. 3
1.7. CONCLUSÃO.................................................................................................................................... 3
2. CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA ................................................................................................. 3
3. PROCEDIMENTO ............................................................................................................................ 4
4. RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL .................................................................................................. 4
4.1. COMPOSIÇÃO .................................................................................................................................. 4
4.2. CARACTERÍSTICAS ............................................................................................................................. 4
4.3. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS ............................................................................................................. 5
4.3.1. Pressupostos processuais subjetivos .................................................................................. 5
1 4.3.1.1.
4.3.1.2.
Investidura ................................................................................................................................... 5
Imparcialidade .............................................................................................................................. 5
4.3.1.3. Capacidade de ser parte – legitimidade ad causam ..................................................................... 5
4.3.1.4. Capacidade de estar em juízo – legitimidade ad processum ........................................................ 6
4.3.1.5. Capacidade postulatória............................................................................................................... 6
4.3.2. Pressupostos processuais objetivos .................................................................................... 6
4.3.2.1. Extrínsecos ................................................................................................................................... 6
4.3.2.2. Intrínsecos .................................................................................................................................... 7
4.3.2.2.1. Demanda ................................................................................................................................. 7
4.3.2.2.2. Petição inicial apta .................................................................................................................. 7
4.3.2.2.3. Citação válida .......................................................................................................................... 7
4.3.2.2.4. Regularidade formal ............................................................................................................... 7
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Então vamos lá
PROCESSO
1. Introdução
Inicialmente, tratamos sobre jurisdição, que é o poder do estado de dizer o direito
aplicado ao caso concreto. Posteriormente, falamos sobre ação, que é um direito da parte
lesada em pedir o bem da vida ao judiciário. Agora, trataremos sobre processo, que é nada
mais nada menos do que a forma em que será exteriorizado e exercitado o direito de ação.
Nessa teoria ele trouxe os pressupostos processuais: sujeito, objeto e requisitos formais.
Para ele a relação jurídica processual há vários liames jurídicos entre o Estado-juiz e as partes,
criando a esses sujeitos a titularidade de situações jurídicas a exigir uma espécie de conduta ou
a permitir a prática de um ato.
Segundo forte entendimento da doutrina, é a corrente mais aceita até os dias de hoje,
entendendo-se processo como relação jurídica de direito processual, exteriorizada pelo
procedimento.
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Assim, justamente essa sucessão de diferentes situações jurídicas, capazes de gerar para
os sujeitos deveres, poderes, ônus, faculdades e sujeições, representava a natureza jurídica do
processo.
1.7. Conclusão
Processo, portanto, pode ser entendido como relação jurídica autônoma em que há
3 contraditório. Diante das várias correntes, para fins didáticos, temos que analisar os três
elementos que, façam parte ou não da natureza jurídica do processo, estarão presentes no
processo: a) procedimento; b) relação jurídica processual e c) contraditório.
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O processo pode ser caracterizado como uma relação jurídica autônoma de direito público
(maior recepção na doutrina). Existem várias outras correntes sobre o assunto, conforme se
pode observar pelo item 1 acima (“teorias sobre o processo”).
3. Procedimento
Trata-se de sucessão de atos interligados de maneira lógica e consequencial visando a
obtenção de um objetivo final. Procedimento é a exteriorização do processo, voltada para a
finalidade de exercício da função jurisdicional no caso concreto. É a maneira que o processo irá
se desenvolver para atingir a finalidade.
4.2. Características
Autonomia: a relação jurídica processual é autônoma quando comparada com a relação
jurídica de direito material, de modo que mesmo não havendo relação material, haverá
relação processual. Assim, é possível que ao julgar uma inicial, o juiz declare que a relação
material não existe, sem, contudo, afetar a relação jurídica processual formada pelo
demandante, demandado e juiz.
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Unidade: os atos praticados pelos sujeitos estão todos interligados de forma lógica,
dependendo o posterior de como foi praticado o anterior, o que forma a unidade da relação
jurídica processual.
4.3.1.2. Imparcialidade
Trata-se de pressuposto de validade do processo, de modo que o juiz não deve ter
interesse direto no conflito em razão de determinada vantagem pessoal. Imparcialidade não
significa omissão, de modo que o juiz deve ser ativo e participar do processo, em sua condição
e desenvolvimento, havendo nele, portanto, interesse em resolver o mérito, que é o fim do
5 processo. O NCPC dispõe de maneiras para arguir a imparcialidade do juiz (art. 146).
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Nos juizados especiais cíveis, da lei 9099/95, a dispensa de advogado é até 20 salários
mínimos. Entre 20 e 40 precisa de advogado. Nos Juizados Especiais Federais e da Fazenda
Pública, a desnecessidade de advogado atinge todas as causas, ou seja, com valor inferior a 60
salários mínimos.
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verificados para que haja a gerar regularidade. Assim, a doutrina aponta como pressupostos
desta espécie: a) coisa julgada material; b)litispendência; c)perempção; d)transação;
e)convenção de arbitragem; f)ausência de pagamento de custas processuais em demanda
idêntica extinta anteriormente por sentença terminativa.
São pressupostos processuais de validade. Na coisa julgada, deve-se observar que, caso
surja uma segunda coisa julgada material, não alegada a coisa julgada na segunda ação, esta
deverá ser rescindida por ação rescisória. O STJ vem entendendo que havendo conflito entre
duas coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por último, enquanto não desconstituída
mediante ação rescisória.
4.3.2.2. Intrínsecos
São pressupostos processuais analisados na própria relação jurídica.
4.3.2.2.1. Demanda
Para que surja a jurisdição, é necessário demandar. A demanda surge a indispensável
provocação realizada pelo sujeito que afirma ser titular de um direito material violado ou
ameaçado. É pressuposto de existência, uma vez que sem a provocação do interessado por
meio do ato de demandar, a relação jurídica processual de direito processual nem mesmo
chegará a existir.
A ausência da citação gera nulidade absoluta sui generis, pois nunca se convalida, nem
mesmo com o trânsito em julgado. Pode ser alegado até mesmo após o prazo da ação
rescisória, através do procedimento querela nullitatis. Trata-se de vício transrescisório que
jamais se convalida.
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5. Princípios Processuais
5.1. Devido processo legal
Incorpora e abrange os demais princípios processuais. Ninguém pode ser privado de sua
liberdade ou de seus bens sem que tenha sido submetido a um julgamento prolatado com
base no pertinente instrumento estatal previsto em lei para a solução daquele conflito
específico de interesses.
5.2. Contraditório
Participação e poder de influência. Direito fundamental inerente ao processo e com dupla
dimensão. Decisões provisórias são constitucionais na medida em que se submetem a um
contraditório posterior.
O novo CPC traz uma figura mais forte do contraditório, inclusive como modo de evitar
surpresa às partes. Nesse sentido, nas matérias que o juiz pode conhecer de ofício, deve dar
oportunidade às partes para que se manifestem antes de decidir (art. 9 e 10), comportando
exceções.
Essas exceções são conhecidas como contraditório diferido, hipótese em que é autorizado
realizar o ato sem ouvir a parte, sob pena de ineficácia do ato (art. 9º). É o que acontece com
as tutelas provisórias de urgência, tutela de evidência substanciada em alegações de fatos
comprovadas documentalmente e que haja tese firmada em casos repetitivos ou súmulas
vinculantes ou ainda, tutela de evidência lastreada em pedido reipersecutório fundado em
prova documental adequada do contrato de depósito, e, por último, em ação monitória
quando evidente o direito do autor.
Ainda, não obstante o artigo 9º tenha sido omisso, há liminares em processo possessório
(art. 562) e em embargos e terceiro (art. 678), que também são espécies de tutela de evidência
ausentes no rol do artigo 311. Podem ser concedidas inaudita altera partes.
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No caso de conflito dentre regra e princípio, deve haver um critério de razoabilidade, uma
vez que, em muitos casos, as regras podem violar determinado princípio. Assim, deve-se
resolver com base em uma ponderação fundamentada e racional entre os valores conflitantes.
5.5. Isonomia
É a paridade de armas entre as partes, de forma a manter equilibrada a disputa judicial.
Ainda, é forma de o juiz demonstrar imparcialidade, porque demonstra que não há
favorecimento a uma das partes. Podemos dizer que, ainda, é o tratamento desigual na
medida das desigualdades, buscando atingir a isonomia para que as partes atuem no mesmo
patamar (hipossuficiência).
5.6. Publicidade
Forma mais eficaz de controle do comportamento no processo do juiz, dos advogados, do
promotor e das partes. Em regra, todos os atos são públicos, sendo restritos quando assim
exigirem a intimidade e o interesse social (CF, art. 5º, LX). Ainda, o art. 189 do CPC traz várias
hipóteses em que o processo tramitará em segredo de justiça.
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São eles: quando exija o interesse público ou social; os processos de família e crianças;
quando constar dados protegidos constitucionalmente por direito à intimidade; processos que
versem sobre arbitragem, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja
comprovada perante o juízo.
Segundo o artigo 11, parágrafo único do CPC, nos casos de segredo de justiça, pode ser
autorizado, nos julgamentos, somente a presença das partes, de seus advogados ou
defensores públicos, ou ainda, quando for o caso, do Ministério Público.
Assim, praticado o ato em descompasso com a forma legal, mas atingido sua finalidade,
aproveita-se o ato. Isso alcança tanto as possíveis nulidades relativas quanto as absolutas.
Exemplo disso é a ausência do Ministério Público quando ele deveria participar. O STJ entende
que sem a prova de efetivo prejuízo decorrente da ausência do Parquet não haverá nulidade a
ser declarada.
Há alguns dispositivos no CPC que tratam desse princípio: Art. 188: Os atos e termos
processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir,
considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade.
Art. 277: Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação
desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
Art. 283, parágrafo único: Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não
resulte prejuízo à defesa de qualquer parte.
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Essa boa-fé processual, conforme o STJ, é objetiva e se apresenta como uma exigência de
lealdade, modelo objetivo de conduta, arquétipo social pelo qual impõe o poder-dever de que
cada pessoa ajuste a própria conduta a esse modelo, agindo como agiria uma pessoa honesta,
escorreita e leal.
Neste sentido, é possível prever que há alguns institutos relacionados à boa-fé de direito
material que se aplicam ao processo civil, como a supressio, surrectio e tu quoque.
a) Supressio: renúncia tácita de um direito ou de uma posição jurídica pelo seu não
exercício com o passar do tempo. O STJ entende que não se admite a chamada
“nulidade de algibeira ou de bolso”, ou seja, embora a parte tenha o direito de alegar a
nulidade, mantem-se inerte durante longo período, deixando para exercer seu direito
somente no momento em que melhor lhe convier. Entende o STJ que a parte
renunciou ao seu direito de alegar nulidade, inclusive absoluta.
b) Surrectio: surgimento de um direito em razão de comportamento negligente da outra
parte.
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c) Tu quoque: situação de abuso que se verifica quando um sujeito viola uma norma
jurídica e depois tenta tirar proveito da situação em benefício próprio. Art. 276 NCPC:
Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta
não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
Ainda, podemos destacar a máxima venire contra factum proprium, que impede que
determinada pessoa exerça direito do qual é titular contrariando um comportando anterior, já
que tal conduta despreza a confiança e o dever de lealdade. (Ex: NCPC art. 1000). Essa vedação
aplica-se inclusive ao juiz, não podendo indeferir um pedido de prova, entendendo pela
desnecessidade de dilação probatória, e depois julgar com base na regra do ônus da prova
porque faltou prova para formação do seu convencimento. STJ entende nula tal decisão, por
cerceamento de defesa.
No mesmo sentido, o STJ entende pela nulidade da decisão que desrespeita homologação
de suspensão de processo e lhe dá andamento com publicação de decisão e início de
contagem de prazo. Portanto, vedado comportamento contraditório do juiz e das partes.
O artigo 77 descreve deveres de condutas das partes e para as pessoas que participam do
processo. Interessante o conceito de contempt of court, trazido nos incisos IV e VI do referido
artigo. Aquele que a) deixa de cumprir com exatidão as decisões judiciais e que cria embaraços
à efetivação dos provimentos judiciais ou b) pratica inovação ilegal no estado de fato de bem
ou de direito litigioso, pratica ato atentatório à dignidade da justiça, que acarreta multa de
até 20% do valor da causa e eventual proibição de falar nos autos até a purgação do atentado.
13 O valor é revertido para o fundo do poder judiciário, a fim de melhorar a máquina judiciária.
(art. 97)
Deem atenção aos artigos sobre as responsabilidades das partes. Arts. 77 e seguintes.
O nome atribuído à ação é irrelevante para a aferição da sua natureza jurídica, que tem a sua
definição com base no pedido e na causa de pedir. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 778.247/RJ,
Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 28/06/2016.
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praticou ato contraditório, incompatível com a suspensão. STJ. 2ª Turma. REsp 1.306.463-RS,
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 4/9/2012 (Info 503).
Enunciado 377-FPPC: A boa-fé objetiva impede que o julgador profira, sem motivar a
alteração, decisões diferentes sobre uma mesma questão de direito aplicável às situações de
fato análogas, ainda que em processos distintos.
Aplica-se o venire contra factum proprium para atos praticados pelos serventuários
A eventual nulidade declarada pelo juiz de ato processual praticado pelo serventuário não
pode retroagir para prejudicar os atos praticados de boa-fé pelas partes. Dessa forma, no
processo, exige-se dos magistrados e dos serventuários da Justiça conduta pautada por
lealdade e boa-fé, sendo vedados os comportamentos contraditórios. Em outras palavras,
aplica-se também o venire contra factum proprium para atos do juiz e dos serventuários da
justiça. STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 91.311-DF, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em
6/12/2012 (Info 511).
15 Enunciado 373-FPPC: As partes devem cooperar entre si; devem atuar com ética e lealdade,
agindo de modo a evitar a ocorrência de vícios que extingam o processo sem resolução do
mérito e cumprindo com deveres mútuos de esclarecimento e transparência.
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