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CÓDIGO:
231123076638
ANTÔNIO ALEX
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Direito Civil
Ato, Fato e Negócio Jurídico
Antônio Alex
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Ato, Fato e Negócio Jurídico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1. Conceito de Fato e Ato Jurídico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1. Fatos Naturais (Fato Jurídico em Sentido Estrito). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2. Fatos Humanos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3. Atos Lícitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4. Atos Ilícitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2. Conceito de Negócio Jurídico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3. Requisitos do Negócio Jurídico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1. Plano de Existência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.2. Plano de Validade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.3. Plano de Eficácia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4. Eficácia dos Negócios Jurídicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5. Condição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
6. Termo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
7. Encargo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
8. Defeitos dos Negócios Jurídicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
9. Erro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
10. Dolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
11. Coação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
12. Estado de Perigo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
13. Lesão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
14. Fraude contra Credores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
15. Invalidades do Negócio Jurídico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
16. Nulidade Absoluta ou Nulidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
16.1. Hipóteses de Nulidade Absoluta ou Nulidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
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Antônio Alex
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Antônio Alex
APRESENTAÇÃO
Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?
Sou o professor Antônio Alex Pinheiro.
Inicialmente, gostaria de lhe dizer que é com grande satisfação que aceitei o desafio
de elaborar aulas para sua preparação para o exame da OAB (Exame da Ordem). A minha
aprovação nesse exame corresponde a uma das maiores alegrias da minha vida, sendo que
tenho certeza que brevemente você estará vivenciando essa experiência incrível, que vai
transformar sua vida.
Vou me apresentar rapidamente, principalmente para que você entenda a lógica de
organização do curso. Sou graduado em Engenharia Elétrica e Direito pela UnB, com Mestrado
também pela UnB, com Doutorado em Direito pelo CEUB, cursando atualmente o pós-
doutorado em Direito Civil pelo CEUB. Possuo pós-graduação em Direito Processual Civil e
em Direito Notarial. Também finalizei o curso de graduação de licenciatura em Física.
Minha experiência com concursos públicos começou no ano de 2.003 e continua até então,
nessa trajetória fui aprovado nos concursos públicos da Caixa Econômica Federal, Polícia
Rodoviária Federal, Polícia Federal, Curso de Oficial da PMDF, professor da Secretaria de
Educação do Distrito Federal, professor do Instituto Federal de Brasília e Anatel. Atualmente
ocupo o cargo de Especialista em Regulação na Anatel. Recentemente logrei êxito na aprovação
para o cargo de Notário e Registrador dos Tribunais de Justiça do Ceará, do Amazonas, do
Paraná e de Santa Catarina, quando aprofundei meus estudos em relação ao Direito Civil.
No concurso para o cargo de Notário ou Registrador, o conteúdo de Direito Civil tem um
peso extremamente importante nas três fases: prova objetiva, prova discursiva e prova oral.
Desde o ano de 2015, exerço também a advocacia voluntária pela Defensoria Pública
do DF na área de Direito Civil. Atualmente estou lotado no núcleo de Defensoria Pública
do DF junto aos Tribunais Superiores, atividade que me trouxe grande aprendizado na
área de Direito Civil. Como fruto de minhas pesquisas, recentemente também publiquei
livros na área de Direito Civil. Inclusive, nos anos de 2021 e 2022, recebi uma premiação
da Confederação Nacional dos Notários e Registradores como um autor de obras jurídicas
referência para a preparação desses profissionais.
O nosso curso de Direito Civil foi elaborado sabendo que, diante da vida corrida, o aluno
não dispõe de muito tempo disponível para seu estudo, com cada aula estrategicamente
pensada e elaborada com os principais conceitos relacionados com o respectivo assunto
para facilitar o entendimento e a fixação do conteúdo. Além do mais, tendo em vista a forte
cobrança de lei seca em questões de Direito Civil, para economizar seu tempo, sempre farei
menção aos artigos correspondentes ao conteúdo estudado, então não pule a leitura da
lei seca. Assim, além de você entender o conceito estudado, vai saber como o assunto é
disposto na respectiva redação da lei, para não errar.
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Antônio Alex
EXEMPLO
Chuva no meio do mar é irrelevante para o Direito; não é fato jurídico.
Chuva que destrói uma casa segurada por contrato de seguro. É fato jurídico.
Fato jurídico em sentido amplo é todo acontecimento natural ou humano apto a criar,
modificar ou extinguir relações jurídicas.
O fato jurídico em sentido amplo pode ser classificado em fatos naturais e fatos humanos.
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Antônio Alex
Os fatos jurídicos dividem-se em dois grandes grupos: o grupo dos fatos naturais (em sentido
estrito) e o grupo dos fatos humanos. Fatos Jurídicos Naturais (em sentido estrito): são
aqueles provenientes de fenômenos naturais, sem a intervenção da vontade humana, e que
produzem efeitos jurídicos. Podem ser ordinários ou extraordinários: Ordinários: são aqueles
que normalmente acontecem (previsíveis) e produzem efeitos relevantes para o direito
(ex.: nascimento, maioridade, morte, decurso de tempo – prescrição e decadência – etc.);
Extraordinários: são aqueles que chamamos de caso fortuito e força maior (imprevisíveis),
tendo importância para o direito porque excluem qualquer responsabilidade (exemplo:
desabamento de um edifício em razão de fortes chuvas, incêndio de uma casa provocado por
um raio, naufrágio de uma embarcação decorrente de um maremoto etc.). Fatos Jurídicos
Humanos: são acontecimentos que dependem da vontade humana, abrangendo tanto os
atos lícitos como os ilícitos. Os atos lícitos também são chamados de atos jurídicos em
sentido amplo. Os fatos humanos podem ser atos ilícitos ou atos lícitos.
Letra d.
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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo
iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção
do perigo.
Para melhor compreensão dos conceitos trabalhados cima, segue um quadro resumo
para facilitar o entendimento:
Ordinários
FATOS JURÍDICOS (em
FATOS NATURAIS
Fato Jurídico em
sentido estrito)
sentido amplo)
Extraordinários
Ato jurídico em
sentido estrito
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a) Errada. Há uma subdivisão dos atos-atos jurídicos: atos reais, atos-fatos indenizativos e
atos-fatos caducificantes. Atos Reais são aqueles de que resultam consequências fáticas.
É o fato resultante que importa para a configuração do fato jurídico, não o ato humano
externalizado por meio da manifestação de vontade. São exemplos de ato real a caça; a
pesca; o fato de o louco pintar um quadro e lhe adquirir a propriedade; a criança descobrir
um tesouro enterrado e lhe adquirir a propriedade. Atos-fatos indenizativos constituem
atos humanos não contrários a direito (portanto lícito), do qual decorre prejuízo a terceiro e
o dever de indenizar. O ato não é ilícito, não há uma vontade (intenção) de causar o prejuízo.
É praticado no exercício regular de um direito ou em estado de necessidade, causando dano
a patrimônio de terceiro, gerando o dever de indenizar. Cita-se como o exemplo o artigo
160, II, do Código Civil combinado com o artigo 1519 do mesmo. Atos-fatos caducificantes
são os fatos jurídicos cujo efeito é a extinção de determinado direito – decadência – ou da
ação que o assegura – prescrição –, independentemente de ato ilícito (ou verificação de
elemento volitivo) de seu titular. A prescrição e a decadência se dão pelo decurso do prazo.
São exemplos os artigos 178 e 179 do CC.
b) Certa. Os atos jurídicos são os fatos jurídicos imbuídos de elemento volitivo e conteúdo
lícito. Podem ter seus efeitos decorrentes da lei, independentemente da vontade do
agente (ato jurídico stricto sensu), ou estabelecidos pelas partes (negócio jurídico). Assim,
quando a vontade humana se manifesta somente para aderir a efeitos preestabelecidos
no ordenamento jurídico, configura-se, realmente, um ato jurídico em sentido estrito.
c) Errada. O reconhecimento de filho é um ato jurídico, e não um ato-fato, pois há vontade
que importa e gera consequências jurídicas.
d) Errada. Os fatos jurídicos em sentido amplo se subdividem em Fatos Naturais (fato
jurídico em sentido estrito) e Fatos Humanos (atos jurídicos em sentido amplo). Por sua
vez, os Fatos Humanos (atos jurídicos em sentido amplo) se subdividem em Atos Ilícitos
(Ato Jurídico em sentido estrito, Negócio Jurídico e Ato-fato jurídico) e Atos Ilícitos.
Letra b.
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Manifestação
de Vontade
Objeto
ELEMENTOS
DE
EXISTÊNCIA
Forma
Agente
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Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Para ilustrar o plano de existência imagine de uma forma simplicista, a seguinte situação
hipotética de um negócio jurídico: você querendo vender um terreno em um planeta que
não existe para um cachorro. Em seguida, por meio de uma coação física, você pega na
pata do cachorro e assina como se fosse o cachorro. Cabe ressaltar que nessa situação, o
cachorro possui uma focinheira para não latir ou te morder, expressando se concorda ou
discorda do negócio jurídico em questão.
1) Manifestação de Vontade: por meio da coação física, não houve manifestação de
vontade por parte do cachorro.
2) Objeto: como se tratava de uma venda de um terreno em um planeta não existente,
obviamente o objeto do negócio jurídico em questão é inexistente.
3) Forma: o cachorro estava usando uma focinheira, assim, o mesmo não pode emitir
seus signos de comunicação para expressar ou discordar com o negócio jurídico hipotético.
Não existiu o elemento forma.
4) Agentes: o cachorro não é um sujeito de direitos na ordem civil, nos termos dos
artigos 1º e 2º do CC. Desta forma, não há agentes para o negócio jurídico em questão,
sendo inexistente.
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A questão deve ser resolvida à luz do plano de existência do negócio jurídico. A utilização
de documentos falsos, assim como a coação física, vicia a manifestação de vontade de um
negócio jurídico, isso, porque, na verdade não houve manifestação de vontade, acarretando
prejuízos ao plano de existência do negócio jurídico.
Letra d.
Manifestação de Vontade
LIVRE E DE BOA FÉ
Agente CAPAZ
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Em relação ao item I, agente capaz, o art. 104 exige que o agente capaz, seja a pessoa
física ou jurídica, com capacidade no momento do ato. As pessoas físicas podem ser
absolutamente incapazes ou relativamente incapazes, não possuindo, portanto capacidade
plena para seus atos. Neste caso, os absolutamente incapazes serão representados e os
relativamente incapazes serão assistidos.
Além da capacidade civil, para certos atos é necessária a legitimidade, que é a pertinência
subjetiva para a prática de certos atos, ou seja, as partes devem possuir uma competência
especial para a prática do ato.
Conforme as disposições dos artigos 1.647 e 1.648 do CC, por si só, a ausência de outorga
conjugal é causa de invalidade do negócio jurídico, isso, porque, a mesma pode ser suprida
judicialmente.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização
do outro, exceto no regime da separação absoluta: I – alienar ou gravar de ônus real os bens
imóveis; (...)
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos
cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois
de terminada a sociedade conjugal.
Errado.
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Em relação ao Item II, o objeto do negócio jurídico deve ser possível, determinado, ou
ao menos determinável e deve ser lícito, ou seja, em não são aceitos objetos vedados pelo
ordenamento jurídico.
Os objetos ilícitos pertencem à classificação dos atos ilícitos, que, conforme estudamos,
são atos proibidos pela legislação que ao invés de direitos, geram obrigações.
Quanto ao Item III, conforme art. 107 do CC, vigora o princípio da liberdade da forma,
ou seja, em geral os negócios jurídicos possuem a forma livre:
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando
a lei expressamente a exigir.
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A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir.
Letra b.
Embora vigore a regra geral de forma livre para os negócios jurídicos, a lei pode exigir
uma forma específica para determinados negócios jurídicos, como ocorre para as situações
que envolvam negócios jurídicos relacionados com imóveis com valor superior a trinta vezes
o maior salário mínimo vigente no País:
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Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
O requisito existencial da forma sofre uma mitigação no caso do silencio, admitido como
substituto da manifestação de vontade em certas situações, conforme o art. 111 do CC:
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não
for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da linguagem.
009. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/VII EXAME/2012) Mauro, entristecido com a fuga das
cadelinhas Lila e Gopi de sua residência, às quais dedicava grande carinho e afeição, promete
uma vultosa recompensa para quem eventualmente viesse a encontra-las. Ocorre que, no
mesmo dia em que coloca os avisos públicos da recompensa, ao conversar privadamente
com seu vizinho João, afirma que não irá, na realidade, dar a recompensa anunciada, embora
assim o tenha prometido. Por coincidência, no dia seguinte, João encontra as cadelinhas
passeando tranquilamente em seu quintal e as devolve imediatamente a Mauro. Neste
caso, é correto afirmar que
a) a manifestação de vontade no sentido da recompensa subsiste em relação a João ainda
que Mauro tenha feito a reserva mental de não querer o que manifestou originariamente.
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Narra a questão que, antes mesmo de terceiro executar a tarefa, Mauro confessa a João
que não irá cumprir a recompensa proposta nos avisos públicos. O questionamento é: a
intenção oculta de Mauro vicia a promessa? Não, já que, em regra, a reserva mental não
prejudica a manifestação de vontade anterior. Desta forma, todo aquele que satisfizer a
proposta fará jus à recompensa anunciada. Ocorre que o “em regra” inserido acima tem seu
motivo. O Código Civil impôs que, se o destinatário tiver conhecimento da reserva mental,
prejudicada estará a manifestação anterior, uma vez que estaríamos falando em algum
simulado (que não tem validade). Por esta razão que João, que aparentemente cumpriu
com o prometido, não poderá exigir o cumprimento da promessa.
Vejamos:
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Letra b.
Quanto à interpretação dos negócios jurídicos, o caput do art. 113 do CC, bem como
seus respectivos parágrafos trazem importantes disposições normativas relacionadas com
as regras de interpretação:
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:
I – for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;
III – corresponder à boa-fé;
IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e
V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida
das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as
informações disponíveis no momento de sua celebração.
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Inicialmente deve ser ressaltado, conforme o caput do art. 113 do CC, que os negócios
jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Além do mais a interpretação do negócio jurídico deve atribuir o sentido que:
• For confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio.
• Corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio.
• Corresponder à boa-fé.
• For mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável.
• Corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida,
inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes,
consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração.
Além do mais, o art. 113, § 2º inova quanto à possibilidade de que as partes possam
livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração
dos negócios jurídicos diversas de outras previstas em lei. Neste sentido, deve ser lembrando
que a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942), em
seu artigo 4º estabelece que quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. Assim, o art. 113, § 2º do CC permite
a possibilidade de utilização, em negócios jurídicos, de outros institutos, além da analogia,
costume e princípios gerais do direito, para integração de disposições normativas omissas.
Avançando, conforme art. 114 do CC, na hipótese de negócios jurídicos benéficos e de
renúncia, ambos devem ser interpretados estritamente:
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a) Certa. Conforme art. 109 do CC, no negócio jurídico celebrado com a cláusula de não
valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
b) Certa. Conforme art. 111 do CC, o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias
ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
c) Errada. Conforme art. 112 do CC, nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção
nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
d) Certa. Conforme art. 113 do CC, os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme
a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
e) Certa. Conforme art. 114 do CC, os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-
se estritamente.
Letra c.
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Os elementos os acidentais do negócio jurídico possuem esse nome porque não são
elementos essenciais, podendo ou não estar presentes no negócio jurídico (não são
obrigatórios). Eles são acrescentados pela vontade das partes para modificação dos negócios
jurídicos.
No Código Civil existem 3 (três) elementos acidentais, tratados entre os artigos 121 a
137 do CC: condição, termo e encargo.
Conforme as disposições do CC, compreendidas entre os artigos 121 e 137 do CC, tais
elementos são classificados como acidentais e apenas afetam o plano da eficácia.
Certo.
5. CONDIÇÃO
Condição é elemento acidental do negócio jurídico, que relaciona os seus efeitos a
evento futuro e incerto.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
EXEMPLO
Dou-lhe um carro se você passar no vestibular.
Dou-lhe uma renda enquanto você estudar.
ELEMENTOS
DA
CONDIÇÃO
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Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Letra b.
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Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos
bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio
jurídico (condições perplexas), ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes (condições
puramente potestativas).
Já o art. 123 do CC dispõe sobre certas condições que provocam a nulidade do negócio
jurídico, inclusive não sendo possível a convalidação do negócio jurídico:
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não
fazer coisa impossível.
c) Quanto à origem:
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• Condição Causal: É aquela que decorre de evento da natureza. Exemplo: Vai ganhar
um carro amanhã se não chover.
• Condição Potestativa: É aquela que depende da vontade das partes. Ela se subdivide
em:
− Condição puramente Potestativa: é aquela em que há a vontade de apenas uma
das partes, trata-se de uma condição ilícita ou nula.
− Condição Simplesmente ou Meramente Potestativa: é aquela em que há a vontade
de todas as partes envolvidas. Ela é uma condição lícita e não gera invalidade do
negócio jurídico.
• Condição Mista: conta com vontade das partes e ainda de evento da natureza. Exemplo:
Vou lhe dar um carro amanhã se você for à escola e não estiver chovendo.
d) Efeitos:
• Condição Suspensiva: a condição suspende a aquisição e o exercício do direito.
Assim, enquanto essa condição não ocorrer, não terá se adquirido o direito, e, por não
haver direito adquirido, não pode ser realizado o exercício desse direito. Em regra,
na sua redação tem a presença da Conjunção SE. Exemplo: dou-lhe um carro SE você
nadar na competição de natação. Enquanto a pessoa não nadar, ela não tem direito
adquirido ao carro.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta
se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
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c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
Têm-se por INEXISTENTES as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa
impossível.
Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I – as condições física ou juridicamente
impossíveis, quando suspensivas (...).
III – Errada. As condições de não fazer coisa impossível são consideradas INEXISTENTES
(art. 124, CC), pois não prejudicam o negócio jurídico.
IV – Certa. Conforme Artigo 123 do CC.
Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: II – as condições ilícitas, ou de fazer
coisa ilícita (...).
Letra b.
a) Errada. Conforme os comentários acima, não se trata de direito adquirido e muito menos
de termo, tendo em vista que este refere-se a um evento FUTURO e CERTO.
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b) Errada. Como o NJ foi celebrado mediante uma condição suspensiva, os seus efeitos
restaram impedidos, possuindo Daniela apenas expectativa de direito (art. 125, CC/2002).
c) Errada. A primeira parte está correta, entretanto, cuida-se de condição e não termo,
lembrando que a condição é um evento futuro e incerto.
d) Certa. Na situação, houve a celebração de um negócio jurídico sob condição suspensiva,
nos termos do artigo 125 do CC:
Portanto, Daniela tem somente mera expectativa de direito à aquisição do imóvel, uma vez
que há uma condição na cláusula especial, lembrando que a condição é um evento futuro
e incerto.
Letra d.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico,
podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Nos negócios de duração continuada, a condição resolutiva não gera a extinção dos atos
anteriores tendo em vista a conservação do negócio jurídico:
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela
se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo
disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis
com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Outras disposições sobre condições estão previstas nos seguintes artigos do CC:
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer
quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem
incompatíveis.
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for
maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário,
não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu
implemento.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é
permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
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a) Errada. Conforme art. 121 do CC, considera-se condição a cláusula que, derivando
exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto.
b) Errada. Conforme art. 124 do CC, têm-se por inexistentes as condições impossíveis,
quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
c) Errada. Conforme art. 130 do CC, ao titular do direito eventual, nos casos de condição
suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
d) Errada. Conforme art. 123 do CC, invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
(...) III – as condições incompreensíveis ou contraditórias.
e) Certa. Conforme art. 123 do CC, invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
(...) II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita.
Letra e.
016. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XXIX EXAME/2019) Eva celebrou com sua neta Adriana
um negócio jurídico, por meio do qual doava sua casa de praia para a neta caso esta viesse
a se casar antes da morte da doadora. O ato foi levado a registro no cartório do Registro de
Imóveis da circunscrição do bem. Pouco tempo depois, Adriana tem notícia de que Eva não
utilizava a casa de praia há muitos anos e que o imóvel estava completamente abandonado,
deteriorando-se a cada dia. Adriana fica preocupada com o risco de ruína completa da casa,
mas não tem, por enquanto, nenhuma perspectiva de casar-se.
De acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
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a) Adriana pode exigir que Eva autorize a realização de obras urgentes no imóvel, de modo
a evitar a ruína da casa.
b) Adriana nada pode fazer para evitar a ruína da casa, pois, nos termos do contrato, é
titular de mera expectativa de fato.
c) Adriana pode exigir que Eva lhe transfira desde logo a propriedade da casa, mas perderá
esse direito se Eva vier a falecer sem que Adriana tenha se casado.
d) Adriana pode apressar-se para casar antes da morte de Eva, mas, se esta já tiver vendido
a casa de praia para uma terceira pessoa ao tempo do casamento, a doação feita para
Adriana não produzirá efeito.
O enunciado nos aponta uma situação caracterizada pela doação condicional, já que
celebrada na dependência de uma condição suspensiva – evento futuro e incerto – que,
enquanto não implementada, obstará a aquisição ou exercício do(s) direito(s) por parte do
donatário, refletindo, portanto, no plano da eficácia do negócio jurídico.
Como lecionam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (Curso de direito civil: parte
geral e LINDB. 15. ed. Salvador: JusPodivm, 2017, p. 789), embora celebrada sob condição
suspensiva, na doação condicional poderá o donatário praticar atos destinados à conservação
do bem, inclusive pleiteando-os judicialmente, ante a previsão do art. 130, CC:
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é
permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
Vamos às alternativas:
a) Certa. Embora celebrada sob condição suspensiva, na doação condicional poderá o donatário
praticar atos destinados à conservação do bem, inclusive pleiteando-os judicialmente, ante
a previsão do art. 130, CC:
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é
permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
b) Errada. Embora não se possa falar em direito (e não fato) adquirido, Adriana poderá
praticar atos para conservar o bem objeto de doação condicional (art. 130, CC).
c) Errada. Como o contrato fora celebrado mediante condição suspensiva, não pode Adriana,
enquanto não implementada a condição, exigir a transferência da propriedade, conforme
disposto no art. 125, CC:
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta
se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
d) Errada. Assim, eventual disposição feita quando pendente a condição suspensiva não terá
valor, quando, realizada a condição, for com essa incompatível (percebam que alienação
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Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer
quanto àquelas novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem
incompatíveis.
Letra a.
6. TERMO
Temo é o elemento acidental do negócio jurídico, que relaciona o seu efeito a evento
futuro e certo. Em regra, há o aparecimento da conjunção QUANDO.
ELEMENTOS
DO TERMO
Futuro Certo
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído
o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte
dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se
faltar exata correspondência.
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Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Errado.
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Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
7. ENCARGO
Encargo é o elemento acidental do negócio jurídico, trata-se de ônus adicional que é
introduzido no ato de liberalidade, seja por doação, testamento ou declarações unilaterais
de vontade. Assim é uma cláusula acessória ao contrato de doação, ao testamento ou
declaração unilateral de vontade que restringe a liberdade do beneficiário no que diz
respeito à forma de utilização do bem ou do valor recebido.
O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, exceto se houver previsão
no ato de instituição do encargo.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente
imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Se a clausula de imposição do encargo não for cumprida, o ato de liberalidade poder ser
revogado por meio de ação judicial própria. Exemplo de Encargo: O pai doa um apartamento
ao filho com ônus para que o filho pague o plano de saúde de sua única tia por 10 anos. Desta
forma, caso o filho deixe de pagar o plano de saúde da tia, o ato de doação do apartamento
pode ser revogado.
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
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Mas, se esse encargo ilícito for o motivo determinante do negócio jurídico, o negócio
será nulo. Exemplo: dou-lhe um revólver para que você mate seu vizinho. Esse negócio é
nulo, pois o encargo – motivo determinante da doação – é ilícito.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando
expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Errado.
Segue abaixo um quadro resumo sobre os elementos acidentais dos negócios jurídicos
e seus efeitos:
Comportamento Aquisição do Exercício do
Espécies Características
dos agentes Direito Direito
Condição Evento futuro e
Bilateral Suspende Suspende
Suspensiva (SE) incerto
Condição
Evento futuro e
Resolutiva Bilateral Não suspende Não suspende
incerto
(ENQUANTO)
Termo inicial ou Evento futuro
Bilateral Não suspende Suspende
prazo (QUANDO) e certo
Disposição de Unilateral (o Não suspende,
Não suspende,
Encargo ou modo liberalidade beneficiário não salvo se previsto
salvo se previsto
(PARA QUE ou COM de vontade precisa concordar expressamente
expressamente no
O FIM DE QUE) de um agente com o negócio para no negócio
negócio jurídico.
(disponente) que ele seja válido) jurídico.
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a) Errada. Conforme o art. 130 do CC, ao titular do direito eventual, nos casos de condição
suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
b) Errada. Conforme art. 134 do CC, os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são
exequíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender
de tempo.
c) Certa. Conforme Artigo 125 do CC, subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à
condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que
ele visa.
d) Errada. A palavra “Termo” é evento futuro e certo. Condição é evento futuro e incerto
(subdivide-se em condição suspensiva e condição resolutiva).
e) Errada. A condição suspensiva suspende a aquisição e o exercício do direito, nos termos
do art. 125 do CC:
A condição resolutiva não suspende a aquisição e nem o exercício do direito, conforme art.
127 do CC. O termo e o encargo não suspendem a aquisição nem o direito, conforme artigos
131 e 136 do CC, respectivamente:
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Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente
imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Letra c.
a) Errada. Se o fato futuro for certo, como, por exemplo, a morte, não será mais condição,
mas sim termo.
b) Errada. Conforme parágrafo único do art. 553 do CC, na hipótese de doação, se desta
última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da
morte do doador, se este não tiver feito.
c) Errada. Ao contrário do que dispõe a alternativa, o termo não essencial é aquele que
admite o cumprimento do objeto do negócio jurídico após o seu vencimento.
d) Certa. Conforme art. 121 do CC, considera-se condição a cláusula que, derivando
exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto.
e) Errada. Não permanecerá válida a condição. O acessório segue o principal.
Letra d.
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O Código Civil menciona alguns defeitos no art. 171 do CC: erro, dolo, coação, estado
de perigo, lesão e fraude contra credores.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Além do mais, o prazo para anular os negócios jurídicos por causas desses vícios é de 4
(quatro) anos, conforme o art. 178 do CC:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade
Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I – por incapacidade
relativa do agente; II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
fraude contra credores.
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Portanto, o erro é uma hipótese de anulabilidade do negócio jurídico e não nulidade. Ainda,
conforme art. 178 do CC:
É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico (...)
b) Errada. A preliminar deve ser acolhida, pois houve a decadência do direito de impugnar
os atos anuláveis, conforme art. 178 do CC:
É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico.
É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico.
É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico.
É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico.
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Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para
pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
ERRO
VÍCIOS SOCIAIS
CONSENTIMENTO
DOLO
FRAUDE CONTRA
VÍCIOS DE
CREDORES
COAÇÃO
SIMULAÇÃO
LESÃO
ESTADO DE PERIGO
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9. ERRO
Erro consiste na falsa representação da realidade fática em relação à pessoa, ao objeto
do negócio ou ao direito, acarretando vício na vontade da parte que celebrou o negócio
jurídico. O erro está disciplinado a partir do art. 138 do CC:
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.
Alguns autores trazem a diferença entre erro e ignorância, sendo o erro falsa percepção
dos fatos que levam o agente a realizar conduta que não efetuaria, se conhece a verdade.
Já a ignorância consiste no completo desconhecimento do fato, ou seja, ausência de
conhecimento.
EXEMPLO
Alguém pensa estar adquirindo certa coisa, entretanto, está alugando. A pessoa pensa que está
comprando um determinado lote numa localidade, mas verifica que se trata de outro local.
O erro para ser causa de invalidade do negócio jurídico, ou seja, causa de anulabilidade,
deve ter dois requisitos, quais sejam: o erro deve ser substancial ou essencial e, ainda,
escusável ou perdoável.
O erro escusável é aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa normal, ou seja, o
chamado homem médio. Já o erro substancial é caracterizado pelo art. 139 do CC, podendo
ser quanto à pessoa, ao objeto do negócio jurídico e ao direito:
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Cabe esclarecer que além do erro substancial, existe o chamado erro acidental, entretanto,
trata-se de um erro de menor importância que recai sobre qualidades secundárias do
objeto ou da pessoa, não alterando a validade do negócio jurídico, não sendo suficiente
para anular o negócio jurídico:
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade,
não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a
coisa ou pessoa cogitada.
EXEMPLO
Um testador quando referir-se ao filho Pedro, entretanto, seu filho se chama Saulo, inclusive
sendo seu único filho, trata-se de um mero engano, facilmente corrigível pelo contexto e
pela circunstância.
Conforme exposto, o erro é uma causa de negócio jurídico anulável, atenção, não é nulo.
Desta forma, o art. 144 traz a previsão de confirmação do negócio jurídico em caso de erro:
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a
manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade
real do manifestante.
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Percebe-se que a questão cobrou a redação literal do caput do art. 139 do CC e seus
respectivos incisos.
Certo.
O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
O negócio é anulável, pois o negócio só se efetivou porque José prometeu construir edifício
e vender-lhe a cobertura, sendo, pois, a razão determinante do negócio.
Atente que o motivo (fim colimado do negócio) não é considerado erro essencial pelo artigo
139 do CC, o que afasta, em regra, a aplicação do artigo 138:
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No entanto, o artigo 140 deixa clara a possibilidade de o falso motivo viciar o negócio (e
assim acarretar na anulação) quando for expresso como razão determinante, isto é, quando
for motivo que fez a parte constituir a relação jurídica.
Letra b.
10. DOLO
Dolo ocorre quando uma das partes é maliciosamente induzida ao erro. O dolo é um
vício carregado de má-fé. Nele, uma parte incorre em erro, mas esse erro é provocado (se o
erro é provocado, o vício é o dolo). Quando uma parte é induzida ao erro pela outra, há dolo.
O erro é espontâneo, ou seja, a vítima se engana sozinha, enquanto o dolo é provocado
intencionalmente pela outra parte ou por terceiro, fazendo com que a outra parte se
equivoque.
O dolo civil não se confunde com o dolo criminal, em caso de crime, o dolo é empregado
quando a gente quis o resultado ou assumiu necessariamente o risco de produzir um crime.
O dolo civil é artificio utilizado para enganar alguém.
Há várias espécies de classificação de dolo, destacando-se a classificação em dolo
principal e dolo acidental.
Dolo principal ocorre quando o negócio jurídico realiza-se somente porque houve o
induzimento malicioso de uma das partes, se não fosse a conduta maliciosa, o negócio
jurídico não teria se realizado. O dolo principal está previsto no art. 145 do CC, inclusive
com previsão de anulação do negócio jurídico quando o dolo for a causa:
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Dolo acidental ocorre quando, mesmo ausente o dolo, o negócio teria se realizado,
mas de forma diferente. Ou seja, o negócio se realizou, mas sem o dolo acidental teria se
realizado de uma forma diferente. Nesse caso não haverá anulação do negócio jurídico, mas
indenização em perdas e danos:
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu
despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
EXEMPLO
A pessoa quer comprar um carro a diesel. Se uma pessoa vende o carro que não é a diesel, o
dolo é principal, que gera a invalidade do negócio.
O contrário é aquele em que o vendedor diz que o retrovisor era metálico, cobrando um
preço maior por isso, mas na realidade o retrovisor não é metálico, não há dolo principal, mas
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somente acidental, não gerando invalidade (gera somente perdas e danos, pois o comprador
teria comprado por um preço melhor).
a) Errada. Conforme art. 445, §1º CC, quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido
mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo
de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
b) Errada. Conforme art. 178 do CC, é de quatro anos o prazo de DECADÊNCIA para pleitear-
se a anulação do negócio jurídico, contado: II – no de erro, DOLO, fraude contra credores,
estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
c) Errada. O art. 145 do CC dispõe que os negócios jurídicos só são anuláveis quando o dolo
for a sua causa principal (DOLO ESSENCIAL). No caso apresentado, a parte lesada procura
o vendedor e afirma ter interesse em continuar com o veículo, fato que demonstra não se
tratar de dolo essencial. Exemplo de dolo ESSENCIAL: situação em que ao sujeito somente
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interessasse comprar o veículo se fosse da cor metálica — hipótese em que este elemento
faria parte da causa do negócio jurídico. Nesse caso, tendo sido enganado pelo vendedor
para adquirir o automóvel, poder-se-ia anular o negócio jurídico com base em dolo.
d) Errada. A questão apresenta hipótese de dolo e não de erro. Vejamos: o dolo é o erro
provocado por terceiro, e não pelo próprio sujeito enganado. Seria, portanto, todo artifício
malicioso empregado por uma das partes ou por terceiro com o propósito de prejudicar
outrem, quando da celebração do negócio.
e) Certa. Exemplo de dolo acidental: o sujeito declara pretender adquirir um carro, escolhendo
um automóvel com cor metálica, e, quando do recebimento da mercadoria, enganado pelo
vendedor, verifica que a coloração é, em verdade, básica. Neste caso, não pretendendo
desistir do negócio, poderá exigir compensação por perdas e danos. Conforme Artigo 146
do CC, o dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Letra e.
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito
de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se
que sem ela o negócio não se teria celebrado.
EXEMPLO
A pessoa traz um celular dos EUA. O comprador acha que o celular tem vídeo chamada e o
vendedor nada fala, deixando a pessoa em erro, isto por que ao chegar ao Brasil, a pessoa
constatou que celular não faz vídeo chamada.
O dolo bilateral está previsto no art.150, do CC, ocorrendo quando as duas partes
contratantes agem com dolo, entretanto, nesse caso nenhuma delas pode reclamar
indenização:
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.
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O dolo é o vício caracterizado pelo ardil usado para, em benefício próprio, levar outra pessoa
a engano. Implica a anulação do negócio jurídico, nos termos do art. 145 do CC, quando for
a causa do negócio (dolo essencial): São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando
este for a sua causa.
Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma poderá alegá-lo para anular o negócio
ou reclamar indenização, conforme prevê o art. 150 do CC, que fundamenta a assertiva:
Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou
reclamar indenização.
Letra c.
Por fim, existe o chamado de dolo de terceiro, previsto no art. 148 do CC, trata-se de
um artificio malicioso proveniente de um terceiro:
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o
negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
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EXEMPLO
“A” quer vender sua fazenda para “B”, “C” que é irmão de “A”, age iludindo “B” sobre qualidades
que a fazenda não possui, convencido B adquire a fazenda.
O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor
de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Letra a.
11. COAÇÃO
Coação consiste em qualquer pressão psicológica apta a viciar a declaração de vontade
influenciando a vítima a celebrar um negócio jurídico que voluntariamente não queria. A
pressão psicológica pode ser exercida contra a própria vítima, sua família ou seus bens:
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Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor
de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
A coação é vício que torna anulável o negócio jurídico, nos termos do art. 171, II, do CC:
Artigo 171 do CC. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente; II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores.
Letra e.
No caso da coação, não se pode falar no homem médio, ao apreciar a coação devem ser
analisadas as circunstâncias que rodeiam a vítima. A ameaça feita a uma pessoa pode não
surtir efeito se feita sobre outra, conforme previsto no art. 152 do CC:
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
O art. 153 do CC traz a disposição de que não se considera ameaça o exercício normal
de um direito, que consiste no exercício de uma faculdade de acordo com as respectivas
normas jurídicas, bem como, o simples temor referencial, ou seja, o respeito a autoridade
instituída:
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Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples
temor reverencial.
028. (IAUPE/UPE/ADVOGADO/2019) Sílvio exigiu que sua filha, Maria Helena, celebrasse
negócio jurídico com Flávio, sob pena daquela perder o carinho dedicado pelo pai. Berenice,
mãe de Maria Helena, concordou completamente com a decisão do marido. No entanto,
Flávio desconhecia a ameaça feita por Sílvio à filha. Maria Helena somente firmou o referido
negócio com Flávio com medo de perder o afeto de seu pai. Sobre o negócio jurídico celebrado
entre Maria Helena e Flávio, é CORRETO afirmar que
a) deve ser declarado nulo em virtude do comprovado vício de dolo.
b) não se considera coação o simples temor reverencial, portanto o negócio é valido.
c) pode ser anulado haja vista a presença do vício de lesão.
d) é inválido em decorrência da configuração do vício de estado de perigo.
e) pode ser anulado, porque Maria Helena incidiu em erro substancial.
Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor
reverencial.
Acerca do temor reverencial, nos termos do art. 153 do CC, não constituem coação: A
ameaça relacionada com o exercício regular de um direito reconhecido, como no caso de
informação de prévio protesto de um título em Cartório, sendo existente e devida a dívida.
O mero temor reverencial ou o receio de desagradar pessoa querida ou a quem se deve
obediência. Exemplo: casar-se com alguém com medo de desapontar seu irmão, grande
amigo. O casamento é válido.
Letra b.
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A ameaça feita por João se referiu a um evento futuro e remoto (morte), ao menos a
princípio, o que poderia, em tese, afastar a coação, que exige dano iminente, nos termos
do artigo 151 do CC:
A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor
de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Entretanto, é possível concluir que João estava no exercício regular de um direito de não
contemplar Maria em testamento, pois não era obrigado a tanto, o que afasta a coação,
nos termos do artigo 153 do CC:
Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor
reverencial.
Letra a.
Assim como no dolo, a coação também poderá partir de terceiro, nos termos do art. 154,
e 155, do CC. Também na coação, poderá o negócio ser invalidado se o beneficiário soubesse
ou tivesse como saber do vício. Mas, há uma diferença entre o dolo de terceiro e a coação
de terceiro, pois, na coação de terceiro, haverá responsabilidade solidária entre o terceiro
coator e o beneficiário, isto porque a solidariedade não se presume, a própria lei prevê:
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas
e danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que
aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por
todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
Na coação, a vítima está muito mais protegida do que no dolo de terceiro. Mas, deve-
se lembrar de que isso é só no caso de o beneficiário saber da coação. Se ele não sabia da
coação, quem responderá integralmente é o coator.
Então, uma vez invalidado o negócio, o artigo 154, do CC previu que o beneficiário e
o coator respondessem solidariamente pela indenização devida, referência expressa que
não há no dolo de terceiro.
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A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor
de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
A coação torna o negócio jurídico anulável, nos termos do art. 171, II, do CC:
Artigo 171 do CC. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente; II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores.
Letra a.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
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Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
EXEMPLO
Sequestrador pede resgate pelo filho e o pai do sequestrado pede dinheiro emprestado, sob
juros abusivos, sendo que a pessoa que empresta o dinheiro sabe do sequestro.
A exigência do “cheque-caução” como condição para o atendimento emergencial hospitalar.
031. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XIX EXAME/2016) Juliana foi avisada que seu filho
Marcos sofreu um terrível acidente de carro em uma cidade com poucos recursos no interior
do Ceará e que ele está correndo risco de morte devido a um grave traumatismo craniano.
Diante dessa notícia, Juliana celebra um contrato de prestação de serviços médicos em
valores exorbitantes, muito superiores aos praticados habitualmente, para que a única
equipe de médicos especializados da cidade assuma o tratamento de seu filho.
Tendo em vista a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O negócio jurídico pode ser anulado por vício de consentimento denominado estado de
perigo, no prazo prescricional de quatro anos, a contar da data da celebração do contrato.
b) O negócio jurídico celebrado por Juliana é nulo, por vício resultante de dolo, tendo em
vista o fato de que a equipe médica tinha ciência da situação de Marcos e se valeu de tal
condição para fixar honorários em valores excessivos.
c) O contrato de prestação de serviços médicos é anulável por vício resultante de estado de
perigo, no prazo decadencial de quatro anos, contados da data da celebração do contrato.
d) O contrato celebrado por Juliana é nulo, por vício resultante de lesão, e por tal razão não
será suscetível de confirmação e nem convalescerá pelo decurso do tempo.
No caso em estudo, sabendo que seu filho está correndo risco de morte, Juliana celebra
contrato de prestação de serviços médicos em valores exorbitantes, muito superiores aos
praticados habitualmente, para que a única equipe de médicos especializados da cidade
assuma o tratamento de seu filho.
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Esta situação configura o estado de perigo, que é aquela através da qual uma pessoa ou
alguém de sua família se encontra em perigo e, por isso, assume obrigação excessivamente
onerosa. É uma situação de extrema necessidade, que conduz uma pessoa a celebrar negócio
jurídico em que assume obrigação desproporcional e excessiva. De acordo com o Código Civil:
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I – por
incapacidade relativa do agente; II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo,
lesão ou fraude contra credores.
Todavia, a anulação do negócio jurídico está sujeita ao prazo DECADENCIAL e não prescricional.
É o que dispõe o artigo 178 do Código Civil:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado: I – no caso de coação, do dia em que ela cessar; II – no de erro, dolo, fraude contra
credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III – no de atos
de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
b) Errada. Conforme exposto na afirmativa “A”, o negócio jurídico celebrado por Juliana é
anulável por vício resultante de estado de perigo.
c) Certa. Exatamente o que já foi explicado na letra A! Conforme o Código Civil, o negócio
jurídico celebrado por Juliana, que agiu em estado de perigo, é anulável no prazo decadencial
de quatro anos. Esse prazo será contando da data da celebração do contrato. Vejamos
novamente os exatos termos da lei:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado: I – no caso de coação, do dia em que ela cessar; II – no de erro, dolo, fraude contra
credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III – no de atos
de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
d) Errada. Já vimos que o contrato celebrado por Juliana é anulável por vício resultante
de estado de perigo. Lesão, por sua vez, é o prejuízo resultante da enorme desproporção
existente entre as prestações de um contrato no momento de sua celebração, determinada
pela premente necessidade ou inexperiência de uma das partes. Segundo a doutrina de
Carlos Roberto Gonçalves, a lesão distingue-se do estado de perigo, em que a vítima ou
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alguém de sua família corre risco de vida, e não de dano patrimonial, sendo essencial o
conhecimento do perigo pela contraparte.
De acordo com o Código Civil:
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Letra c.
032. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XXVI EXAME/2018) A cidade de Asa Branca foi atingida
por uma tempestade de grandes proporções. As ruas ficaram alagadas e a população sofreu
com a inundação de suas casas e seus locais de trabalho. Antônio, que tinha uma pequena
barcaça, aproveitou a ocasião para realizar o transporte dos moradores pelo triplo do preço
que normalmente seria cobrado, tendo em vista a premente necessidade dos moradores
de recorrer a esse tipo de transporte.
Nesse caso, em relação ao citado negócio jurídico, ocorreu
a) estado de perigo.
b) dolo.
c) lesão.
d) erro.
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d) Errada. O erro é um engano fático, uma falsa noção, em relação a uma pessoa, ao objeto
do negócio ou a um direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o
negócio jurídico, conforme artigos 138 a 144 do CC.
Letra c.
13. LESÃO
Lesão consiste na desproporção existente entre as prestações do negócio, em virtude
da necessidade ou inexperiência de uma das partes, que experimenta o prejuízo.
Assim, a Lesão possui um elemento objetivo caracterizado pela desproporcionalidade
existente nas prestações, no preço, mais o elemento subjetivo de estado de necessidade,
inexperiência ou leviandade. A lesão justifica-se como forma de proteção ao contratante
que se encontra em estado de inferioridade. A lesão está prevista no art. 157 do CC:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
A lesão não se confunde com o estado de perigo, no estado de perigo a pessoa age
para salvar uma pessoa próxima ou da família de um risco de morte, de lesão à integridade
física, enquanto a lesão é mais genérica, diante de uma necessidade ou inexperiência de
uma das partes.
EXEMPLO
Agiotagem (geralmente).
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento
de produtos e serviços que:
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
Assim, a lesão para os negócios civis em geral é uma causa nulidade relativa, ou seja,
anulabilidade, enquanto a lesão para os negócios de consumo é uma causa de nulidade
absoluta, ou seja, o negócio jurídico é nulo:
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Lesão Efeito
Negócios civis Anulabilidade
Negócios de consumo Nulo
033. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XXXI EXAME/2020) João, único herdeiro de seu avô
Leonardo, recebeu, por ocasião da abertura da sucessão deste último, todos os seus bens,
inclusive uma casa repleta de antiguidades.
Necessitando de dinheiro para quitar suas dívidas, uma das primeiras providências de João
foi alienar uma pintura antiga que sempre estivera exposta na sala da casa, por um valor
módico, ao primeiro comprador que encontrou.
João, semanas depois, leu nos jornais a notícia de que reaparecera no mercado de arte uma
pintura valiosíssima de um célebre artista plástico. Sua surpresa foi enorme ao descobrir
que se tratava da pintura que ele alienara, com valor milhares de vezes maior do que o por
ela cobrado. Por isso, pretende pleitear a invalidação da alienação.
A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) O negócio jurídico de alienação da pintura celebrado por João está viciado por lesão e
chegou a produzir seus efeitos regulares, no momento de sua celebração.
b) O direito de João a obter a invalidação do negócio jurídico, por erro, de alienação da
pintura, não se sujeita a nenhum prazo prescricional
c) A validade do negócio jurídico de alienação da pintura subordina-se necessariamente
à prova de que o comprador desejava se aproveitar de sua necessidade de obter dinheiro
rapidamente.
d) Se o comprador da pintura oferecer suplemento do preço pago de acordo com o valor
de mercado da obra, João poderá optar entre aceitar a oferta ou invalidar o negócio.
Da leitura do enunciado, podemos concluir que a questão nos traz uma hipótese de LESÃO,
vício/defeito do negócio jurídico que encontra previsão no art. 157 do CC, que assim dispõe:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
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Na lesão, temos dois elementos que a compõem, quais sejam: (i) o subjetivo (premente necessidade
ou inexperiência); e (ii) o objetivo (desproporcionalidade das prestações).
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
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II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Logo, pelo enunciado, não fica difícil perceber que estamos diante do instituto da lesão,
que é uma das causas de anulabilidade (nulidade relativa) do negócio jurídico, cuja previsão
é evitar o enriquecimento sem causa e a desproporcionalidade da avença para uma das
partes contratantes.
a) Certa. É o que prevê o art. 171, II, c.c. art. 157, § 2º, ambos do CC/2002. Em relação a
essa última previsão, temos o Enunciado 149 da III Jornada de Direito Civil:
b) Errada. Não há se falar em ilicitude do objeto contratual no presente caso, logo, resta
afastada a nulidade.
c) Errada. A assertiva misturou institutos diversos e, além disso, já vimos que trata-se de
lesão (art. 157, CC/2002).
d) Errada. Não é hipótese de erro, mas sim de lesão (art. 157, CC/2002).
Letra a.
Alguns doutrinadores, como Silvio Rodrigues, afirmam que a lesão só pode ocorrer em
negócios comutativos, ou seja, aqueles que têm prestações certas. Por outro lado, a lesão
não poderia ocorrer nos contratos aleatórios, porque neles o risco é previamente assumido
e o desequilíbrio da prestação é previamente aceito, como no contrato de safra.
A diferença entre lesão e teoria da imprevisão está no fato de que a teoria da imprevisão
parte de um desequilíbrio que surge no decorrer da execução e ataca o contrato, enquanto,
na lesão o vício nasce com o próprio negócio, ou seja, ou desequilíbrio entre as prestações
é originário.
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bisavó, pelo valor de R$ 300,00. A peça sempre foi seu objeto de desejo, e João, que era um
colecionador, sabia que estava oferecendo um preço muito abaixo do preço de mercado.
Maria, que desconhecia o valor real do objeto e estava desesperada por recursos, aceita
o negócio. Quando vai a uma loja de antiguidades em busca de um berço usado, encontra
relógio idêntico sendo vendido por R$ 3.000,00. O negócio jurídico em questão é:
a) válido, sendo que as condições pactuadas resultaram da livre negociação dos agentes,
não cabendo ao judiciário corrigir erros de avaliação praticados por uma das partes.
b) ineficaz, uma vez que a desproporcionalidade das prestações no caso concreto suspende
a eficácia do negócio jurídico até que seja oferecido suplemento suficiente.
c) nulo, uma vez que João aproveitou-se da necessidade de Maria e de sua inexperiência
quanto ao valor de peças antigas colecionáveis para obter vantagem desproporcional.
d) anulável, pois a desproporcionalidade das prestações deveu-se à vontade viciada de
Maria, em razão de sua premente necessidade e inexperiência. Tal vício, no entanto, poderá
ser sanado se João oferecer suplemento suficiente.
e) anulável, em razão do erro, quanto à qualidade essencial do objeto, cometido por Maria.
A questão deve ser resolvida a partir das disposições do art. 157 do CC:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Letra d.
036. (VUNESP/TJ-RS/JUIZ ESTADUAL/2018) Egídio descobre que sua esposa Joana está
com um câncer. Ao iniciar o tratamento, o plano de saúde de Joana se recusa a cobrir as
despesas, em razão da doença ser preexistente à contratação. Em razão disso, o casal coloca
à venda um imóvel de propriedade do casal com valor de mercado de R$ 1.000.000,00
(um milhão de reais) por R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), visando obter, de
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negócio tal como firmado (elemento subjetivo), nos termos do art. 156 do CC. No caso, não
havia dano conhecido por Raimundo que pudesse levar à caracterização do estado de perigo.
c) Errada. O negócio é anulável, pois se deu por urgente necessidade dos vendedores, que se
obrigaram a prestação (venda de casa de R$ 1.000.000,00) manifestamente desproporcional
à prestação oposta (compra pelo valor de R$ 150.000,00), o que caracteriza vício de lesão.
d) Errada. O negócio jurídico é anulável por lesão, e não nulo de pleno direito. O objeto
(venda e compra de um imóvel) não é ilícito, tendo havido desproporção entre as prestações,
conforme comentários da letra “e”.
e) Certa. De fato, ocorreu a lesão, vício que pressupõe necessidade urgente ou inexperiência da
pessoa (elemento subjetivo), que acaba se obrigando a prestação claramente desproporcional
ao valor da prestação oposta (elemento objetivo), conforme preceitua o art. 157 do CC.
O negócio foi firmado diante de premente necessidade de obtenção de dinheiro para o
tratamento de Joana, com desproporção entre o valor do bem (R$ 1.000.000,00) e o valor
pago (R$ 150.000,00). Embora a lesão seja causa de anulação do negócio jurídico, não
será esta decretada se for oferecimento suplemento suficiente ou se a parte favorecida
concordar com a redução do proveito, conforme dispõe o art. 157, § 2º, do CC. Por tal razão,
se Raimundo concordar em suplementar o valor de R$ 150.000,00 pago, o negócio realmente
pode ser mantido. Vale observar que a lesão não exige dolo de aproveitamento, artifício
ardiloso relacionado com o vício de dolo, não de lesão. O Enunciado 150 das Jornadas de
Direito Civil deixa claro:
Enunciado 150: A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento.
Assim, mesmo que Raimundo não tenha tido qualquer intenção de auferir um ganho
exagerado na compra e nem causar prejuízo aos vendedores, a lesão fica caracterizada.
Letra e.
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Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga
a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Letra e.
EXEMPLO
Alguém tem várias dívidas assumidas e vende todo o seu patrimônio para terceiro. Em regra,
a fraude contra credores apresenta requisitos subjetivos e objetivos.
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• Pagamento antecipado de dívida: está previsto no art. 162 do CC, estabelecendo que
o credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento de dívida
ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo aquilo que recebeu.
• Concessão fraudulenta de garantia: está previsto no art. 163 do CC, presumindo-se
fraudatórias as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum
credor.
• Ato de transmissão gratuito de bens: o art. 158 do CC dispõe que os atos de transmissão
gratuita de bens de devedor insolvente poderão ser anulados, podendo ser doações,
renúncia de herança, atribuições gratuitas de direitos reais e de retenção e renúncia
de usufruto, outros. Neste caso exige-se apenas o requisito objetivo: prejuízo ao
credor, não sendo necessário o requisito subjetivo: conluio fraudulento.
Com efeito, tratando-se de transmissão gratuita de bens, não se faz necessária a demonstração
de conluio fraudulento, havendo uma presunção legal de fraude. Ademais, como apenas
Caio era credor ao tempo da transmissão gratuito de bens (art. 158, § 2º, CC), somente ele
figura como legitimado ativo para pleitear a anulação.
Letra e.
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A Ação Pauliana poderá ser interposta contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele
celebrou a estipulação considerada, ou terceiros adquirentes que tenham agido com má-fé:
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente,
a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes
que hajam procedido de má-fé.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este
for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de
todos os interessados.
Em relação a possíveis credores de boa-fé, a fraude contra credores pode ser afastada
em casos de atos praticados de boa-fé, em prol da função social da empresa, e para a
tutela da dignidade humana, como no caso de bem de família, conforme artigo 164, do CC:
Por fim, cabe diferenciar a fraude contra credores da chamada fraude à execução. A
fraude à execução é manobra do devedor que causa dano não apenas ao credor (como na
fraude pauliana), mas também à atividade jurisdicional executiva. Trata-se de instituto
tipicamente processual. É considerada mais grave do que a fraude contra credores, vez
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que cometida no curso de processo judicial, executivo o apto a ensejar futura execução,
frustrando os seus resultados. Isso deixa evidente o intuito de lesar o credor, a ponto de
ser tratada com mais rigor.
A diferenciação entre esses dois institutos pode ser verificada no quadro abaixo:
Fraude contra Credores Fraude à Execução
Instituto de Direito Civil Instituto de Direito Processual Civil
O devedor tem dívidas e aliena o patrimônio, ficando O devedor tem ações e aliena o patrimônio, ficando
insolvente ou agravando o estado de insolvência. Não insolvente ou agravando o seu estado de insolvência.
há nenhuma ação ou execução em andamento Pressupõe uma demanda judicial em andamento,
qualquer ação.
Exige a propositura de ação Pauliana. Não se tem Independe de ação Pauliana ou revocatória, podendo
admitido a sua arguição nem mesmo em embargos ser reconhecida incidentalmente, mediante simples
de terceiros petição, nos próprios autos, sendo objeto de decisão
interlocutória
Há uma fraude à parte (pessoa) – por isso ela envolve Há uma fraude ao processo – por isso ela envolve a
a ordem privada ordem pública.
Os negócios praticados são anuláveis (vício no plano
Os negócios são ineficazes (vício no plano de eficácia)
da validade)
039. (FGV/OAB/ADVOGADO/2º SIMULADO/1º FASE DO EXAME XXXII/ 2021) Ana Paula está
completamente endividada e tem como principal credor Eugênio, seu ex-namorado dos
tempos da faculdade. Como todas as suas economias estão depositadas na conta poupança,
ela resolve transferir tal quantia para a conta do novo namorado, Rafael. Eugênio ingressa
com uma ação judicial de cobrança do mútuo e tem seu pedido julgado procedente. Ao
final, quando do cumprimento de sentença, descobre que antes mesmo do ajuizamento
da ação, Ana Paula havia transferido todo o dinheiro para a conta do atual namorado. O
ato praticado por Ana Paula pode ser considerado:
a) fraude à execução.
b) fraude contra credores.
c) lesão.
d) dolo.
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Ana Paula transferiu os valores de sua conta para Rafael (novo namorado) com o objetivo
de não pagar sua dívida para com Eugênio (ex-namorado). A transferência ocorreu antes
do ajuizamento da referida ação judicial. Daí é interessante compreender a diferença entre
fraude contra credores e fraude à execução.
Fraude contra Credores: o devedor tem dívidas e aliena o patrimônio, ficando insolvente
ou agravando o estado de insolvência. Não há nenhuma ação ou execução em andamento.
Fraude à Execução: o devedor tem ações e aliena o patrimônio, ficando insolvente ou
agravando o seu estado de insolvência. Pressupõe uma demanda judicial em andamento,
qualquer ação, seja de conhecimento ou de execução.
Letra b.
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Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o
prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a
das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
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Artigo 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores
de 16 (dezesseis) anos
E, conforme o art. 166 do Código, o negócio jurídico celebrado por pessoa absolutamente
incapaz é NULO!!
Errado.
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c) deverá ocorrer, tendo em vista que as nulidades não podem ser apreciadas de ofício.
d) deverá ocorrer, tendo em vista que os negócios jurídicos anuláveis são passíveis de
convalidação, desde que expressa.
e) não poderá, a princípio, ocorrer, devendo o juiz anular o negócio jurídico, salvo se, quando
do ajuizamento da ação, já houver transcorrido prazo de 4 anos.
A questão deve ser resolvida conforme as disposições do art. 166 e parágrafo único do art.
168 ambos do CC:
Letra a.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando
a lei expressamente a exigir.
Entretanto, conforme o art. 107, a lei pode expressamente exigir a forma adequada,
como ocorre no art. 108 do CC:
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público,
este é da substância do ato.
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Desta forma, negócios jurídicos relacionados com imóvel que tenha valor superior a
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País sem escritura pública serão nulos. Ou
então, conforme o art.109 do CC, caso as partes pactuem que seja necessária a celebração
do negócio jurídico por meio instrumento público (escritura pública), independentemente
do valor, caso não seja celebrado pelo instrumento público, celebrado, por exemplo, por
um contrato entre as partes, o negócio jurídico será nulo.
e) for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade:
A regra geral é que os negócios jurídicos sejam sem solenidade, exceto quando a lei
considere essencial para sua validade.
f) tiver por objetivo fraudar lei imperativa:
A lei imperativa é a norma que está relacionada com o interesse de toda sociedade, ou
seja com o interesse coletivo ou com a chamada ordem pública. Essa previsão tem objetivo
de proteger as partes mais fracas nas relações jurídicas.
EXEMPLO
Homem vive em união estável com uma mulher e celebra contrato dispondo que não há união
estável entre eles. O referido contrato é nulo.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
A partir da leitura dos dois artigos acima, verifica-se que a lei taxativamente declara
nulo o negócio jurídico realizado com simulação, que será estudo logo abaixo.
Além do mais, o art. 426 do CC proíbe de forma expressa que seja celebrado qualquer
contrato da pessoa viva. Desta forma, um filho não pode, antes do seu pai ou mãe falecer,
celebrar um contrato dispondo da herança que porventura seus pais possam lhe deixar. Se
houver a celebração, o contrato será nulo.
h) Simulação: consiste na celebração de um negócio jurídico aparentemente normal,
mas que, na prática, não pretende atingir o efeito que juridicamente deveria produzir. A
simulação é bilateral, pois nela as duas partes estão de má-fé. A simulação é um vício social,
pois ela prejudica toda a sociedade.
EXEMPLO
“A”, para enganar sua esposa “B”, celebra a venda de imóvel para “C”, em troca de estar pagando
uma dívida com “C”, dívida que não existe. Na verdade o imóvel continua sendo de “A”, que
simulou a venda somente para enganar sua esposa. A venda do imóvel é nula.
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Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente
se conferem, ou transmitem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2ºo Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio
jurídico simulado.
É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância
e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I – aparentarem conferir ou transmitir direitos
a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II – contiverem
declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III – os instrumentos particulares
forem antedatados, ou pós-datados.
Letra a.
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EXEMPLO
“A” transfere bens para “B”, sob a justificativa de estar pagando dívidas, e “B” devolverá os
bens no futuro.
EXEMPLO
“A” simula uma compra e venda “B”, mas na verdade houve uma doação de “A” para “B”.
Ainda nos termos do art.167, CC, é possível aproveitar o negócio dissimulado se válido
for na substância e na forma, ou seja, se não houver ofensa à lei ou a terceiros.
EXEMPLO
“A” é casado com “B”, mas tem a amante “C”. “A” simula a venda de um bem para a amante
“C”, mas na verdade é uma doação dissimulada, vedada pelo ordenamento. Entretanto, logo
em seguida “A” descobriu que o seu casamento com “B” é nulo, isto porque “B” já era casada.
Neste caso, pode-se aproveitar a doação feita por “A” a “C”.
h) Simulação
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Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Na questão, o Estado do Ceará, por meio de seu governador, firmou contrato para a entrega
de equipamentos hospitalares, mas sem que qualquer respirador seja efetivamente entregue,
mas sim quantia ao próprio governador.
Letra e.
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Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I – por incapacidade
relativa do agente; II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
fraude contra credores.
Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II – por vício
resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II – por vício
resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
IV – Errada. A simulação é vício que acarreta a nulidade do negócio jurídico, nos termos do
artigo 167 do CC:
É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância
e na forma.
Letra b.
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Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado,
ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio
jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.
A nulidade absoluta não pode ser sanada pela confirmação nem suprida pelo juiz. Além
do mais, não se valida com o decurso do tempo nem é suscetível de confirmação:
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso
do tempo.
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c) Ao analisar o plano da validade, o Código Civil determina que é nulo o negócio jurídico
simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
d) O negócio jurídico anulável não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso
do tempo.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I – aparentarem conferir ou transmitir direitos
a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II – contiverem
declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III – os instrumentos particulares
forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico
simulado.
d) Errada. Conforme art. 169 do CC, o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação,
nem convalesce pelo decurso do tempo.
Letra c.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
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Para este caso específico, existem situações espalhadas pelo texto do Código Civil, para
ilustrar seguem abaixo 3 (três) exemplos:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
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a) Quando celebrado por pessoa que assume obrigação excessiva, premida da necessidade
de salvar-se de grave dano conhecido pela outra parte
b) Quando o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito
c) Quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz
d) Quando não revestir a forma prescrita em lei
e) Cujo objeto for ilícito, impossível ou indeterminável
A questão deve ser resolvida conforme as disposições dos artigos 156, 166 e 171 do CC:
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
a) Certa. Conforme art. 156 do CC, configura-se o estado de perigo quando alguém, premido
da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra
parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
b) Errada. Conforme art. 166, III, é nulo o negócio jurídico quando: o motivo determinante,
comum a ambas as partes, for ilícito.
c) Errada. Conforme art. 166, I, é nulo o negócio jurídico quando: celebrado por pessoa
absolutamente incapaz.
d) Errada. Conforme art. 166, IV, é nulo o negócio jurídico quando: não revestir a forma
prescrita em lei.
e) Errada. Conforme art. 166, II, é nulo o negócio jurídico quando: for ilícito, impossível ou
indeterminável o seu objeto.
Letra a.
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a) Declarados na lei
c) Erro
d) Dolo
e) Coação
f) Estado de Perigo
g) Lesão
Quando o ato deixa de observar a forma determinada pela lei é nulo, ou seja, trata-se
realmente de nulidade, nos termos do art. 166, IV, do CC:
Artigo 166 do CC. É nulo o negócio jurídico quando: IV – não revestir a forma prescrita em lei;
A fraude contra credores é vício que torna anulável o negócio jurídico, conforme prevê o
art. 171, II, do CC:
Artigo 171 do CC. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente; II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores.
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E ainda conforme o art. 171, II, o erro também uma causa de anulabilidade do negócio
jurídico.
Letra d.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para
pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
No caso de presença dos vícios do negócio jurídico: coação, dolo, fraude contra credores,
estado de perigo, lesão; e também no caso de negócio jurídico celebrado por relativamente
incapaz o prazo para pleitear a anulação dos negócios jurídicos é de 4(quatro) anos.
E quando a lei não estabelecer prazo, nos termos do art. 179, o prazo para pleitear a
anulação do negócio jurídico será de 02 (dois) anos, que se aplica, por exemplo, no caso da
venda de ascendente para descendente, disposta no art. 496 do CC. Desta forma, será de
2(dois) anos o prazo para pleitear a anulação da venda de ascendente para descendente.
A anulabilidade envolve ordem privada, interesse particular, geralmente de cunho
patrimonial. Sendo assim, só pode ser alegada pelo interessado. Não pode ser alegada pelo
MP, tampouco cabe conhecimento de ofício pelo juiz:
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de
ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo
o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo
o caso de solidariedade ou indivisibilidade. Os efeitos são somente as partes envolvidas,
com exceção dos casos de indivisibilidade e solidariedade. Além do mais, a declaração de
anulabilidade gera efeitos ex nunc, ou seja, eles não retroagem e só começam a valer a
partir da sentença do juiz:
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Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se
achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
ANULABILIDADE NULIDADE
Decretada no interesse privado da pessoa Decretada no interesse da própria
prejudicada. Coletividade (ordem pública).
Poder ser sanada, tácita ou expressamente, ou Não pode ser sanada, não admite confirmação.
seja, pode ser confirmada. Mas pode ser convertida em outro negócio jurídico.
Não pode ser pronunciada de ofício pelo juiz. O Deve ser pronunciada de ofício pelo juiz, seu efeito
efeito de seu reconhecimento é ex nunc, ou seja, é ex tunc, pois retroage à data do negócio jurídico.
aplica-se para o futuro. A sentença é de natureza declaratória.
A sentença é de natureza Desconstitutiva.
Se não questionada ocorre a decadência em prazos Reconhecida a qualquer tempo, não se sujeitando
determinados. a prazo prescricional ou decadencial.
Quando a lei dispuser que determinado ato é
anulável sem estabelecer prazo para pleitear-se
a anulação, será este de dois anos, a contar da
data da conclusão do ato.
Apresento agora um pequeno resumo dos defeitos dos negócios jurídicos relacionados
com os planos de existência, validade e eficácia:
VALIDADE
EXISTÊNCIA EFICÁCIA
ANULÁVEL NULO
-SIMULA (simulação)
-CONDIÇÃO (evento
-ABSOLUTAMENTE
futuro e incerto);
INCAPAZ
a)suspensivaà suspende
-CLEIDE PERIGO que -OBJETO ILÍCITO,
aquisição e exercício do
FRAUDA (fraude contra IMPOSSÍVEL E
direito b)resolutivaà não
credores) INDETERMINÁVEL
suspende a aquisição e o
M – Manif. de Vontade - RELATIVAMENTE -MOTIVO ILÍCITO
exercício do direito
O – Objeto INCAPAZ -NÃO REVESTIR A
-TERMO (evento futuro
F – Forma (aqui é a COAÇÃO FORMA PRESCRITA
e certo)à termo inicial
A – Agente PSICOLÓGICA) EM LEI
suspende o exercício,
(aqui é a COAÇÃO – VENDA DE -PRETERIDA
mas não a aquisição do
FÍSICA) ASCENDENTE A SOLENIDADE
direito.
(USO DE DOCUMENTO DESCENDENTE ESSENCIAL
-ENCARGO (ônus
FALSO) -Etc. -FRAUDAR LEI
introduzido no ato
-PRAZO para Anular: IMPERATIVA
de liberalidadeà
prazo decadencial de: -LEI DECLARA NULA OU
encargo não suspende
4 anos) PROÍBE A PRÁTICA
a aquisição nem o
-Etc.
exercício do direito,
-PRAZO: qualquer tempo
salvo expressa
(nulo)
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a) Errada. O erro, seja quanto à pessoa, objeto ou direito, torna o negócio jurídico anulável
(nulidade relativa) e não nulo (nulidade absoluta), conforme art. 138, CC/2002:
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.
b) Certa. Vejam que comando da questão delineia de forma objetiva as circunstâncias que
envolvem o negócio jurídico, quais sejam: (i) bazar beneficente; (ii) Marta acreditava que
o faqueiro era de prata e não fez qualquer indagação a Júlia; e (iii) Júlia, acreditando no
espírito benevolente de Marta, aceitou o valor elevado ofertado, desconhecendo, portanto,
o erro. Logo, temos que o negócio é plenamente válido, pois amparado no princípio da
confiança, conforme disposto no Enunciado 12, da I Jornada de Direito Civil:
Na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota
o princípio da confiança.
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Agora, caso Júlia tivesse conhecimento do erro, teríamos um negócio anulável por força
do já citado art. 138, CC/2002. Veja as disposições do art. 138, CC.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado: I – no caso de coação, do dia em que ela cessar; II – no de erro, dolo, fraude contra
credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III – no de atos
de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
d) Errada. A chamada revisão negocial é aplicável aos casos de lesão e, segundo alguns
autores, numa aplicação analógica, ao estado de perigo (art. 156, CC/2002). No caso em
tela, estamos diante de erro e, portanto, descabido o abatimento previsto no art. 157, §
2º, CC/2002:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
Letra b.
049. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XXVII EXAME/2018) Arnaldo foi procurado por sua
irmã Zulmira, que lhe ofereceu R$ 1 milhão para adquirir o apartamento que ele possui na
orla da praia. Receoso, no entanto, que João, o locatário que atualmente ocupa o imóvel e
por quem Arnaldo nutre profunda antipatia, viesse a cobrir a oferta, exercendo seu direito
de preferência, propôs a Zulmira que constasse da escritura o valor de R$ 2 milhões, ainda
que a totalidade do preço não fosse totalmente paga.
Realizado nesses termos, o negócio
a) pode ser anulado no prazo decadencial de dois anos, em virtude de dolo.
b) é viciado por erro, que somente pode ser alegado por João.
c) é nulo em virtude de simulação, o que pode ser suscitado por qualquer interessado.
d) é ineficaz, em razão de fraude contra credores, inoponíveis seus efeitos perante João.
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A questão traz típica hipótese de simulação, na qual se tem uma incompatibilidade entre
a vontade declarada e a interna, havendo, portanto, um descompasso entre a essência e a
aparência (TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único. 8. ed. São Paulo: Método,
2018, p. 292).
Referido vício é causa de nulidade absoluta do negócio jurídico, embora o CC/2002 preveja,
em seu art. 167, caput, que se houver validade quanto à substância e à forma, prevalecerá
a parte que se dissimulou (simulação relativa).
No mais, temos a previsão do § 1º do art. 167 do CC/2002 que traz, em rol exemplificativo,
os casos de simulação, verbis:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente
se conferem, ou transmitem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico
simulado.
Ademais, as nulidades absolutas podem ser alegadas por qualquer interessado ou pelo MP,
quando lhe couber intervir, conforme redação do art. 168, caput, a
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado,
ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio
jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.
Letra c.
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
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Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade
expressa de mantê-lo.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo
devedor, ciente do vício que o inquinava
EXEMPLO
“A” foi coagido por “B” a celebrar um contrato de compra de um veículo com “C”. Entretanto,
posteriormente, “A” constatou que fez um bom negócio com “C”, mesmo sob coação, desta
forma, ao invés de anular o contrato, prefere emitir uma declaração expressa confirmando
a contrato celebrado com “C”.
a) Errada. Conforme art. 166, III do CC, é nulo o negócio jurídico quando: III – o motivo
determinante, comum a ambas as partes, for ilícito.
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b) Certa. Conforme art. 177 do CC, a anulabilidade não tem efeito antes de julgada por
sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita
exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
c) Errada. Conforme art. 169 do CC, o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação,
nem convalesce pelo decurso do tempo.
d) Errada. Conforme art. 178 do CC, é de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-
se a anulação do negócio jurídico, contado: I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se
realizou o negócio jurídico; III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
e) Errada. Conforme Art. 167 do CC, é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o
que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
Letra b.
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando
o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a
nulidade.
Assim, o negócio jurídico nulo pode ser convertido em outro, se tiver os requisitos deste
último e se as partes quiserem essa conversão.
EXEMPLO
Celebrou-se uma venda de imóvel com valor superior a 30 salários mínimos sem escritura.
Essa venda é nula, mas, se as partes quiserem, é possível converter (transformar) essa
venda nula em um contrato preliminar de compromisso de compra e venda, que não exige
forma (art.462, do CC). A consequência disso é que valerá para as partes todas as condições
pactuadas, como, por exemplo, preço, objeto, datas, prazos etc.
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O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo.
No entanto, se o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro poderá este subsistir,
transformando-se o negócio nulo em um válido, nos termos do art. 170 do CC:
Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim
a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
Assim, a conversão substancial não se refere a uma medida que visa sanar invalidade absoluta
do negócio jurídico, isso, porque, por sua natureza, a nulidade não admite convalidação.
Com a conversão, apenas aproveita-se a vontade declarada para a formação de um ato, a
princípio nulo, transformando-o em outro, para o qual concorrem os requisitos formais e
substanciais, sendo perfeitamente válido e eficaz.
De fato, a conversão substancial tem previsão no art. 170 do Código Civil e é a possibilidade
de recategorização do negócio nulo, aproveitando-se da manifestação de vontade para
reconhecer outro negócio jurídico, desde que sejam respeitados seus requisitos formais.
Errado.
Se você gostou do material ou tem críticas, de um feedback, bem como poste suas
dúvidas lá no fórum. Estou esperando você lá no Fórum! Estudaaaaa!!!!
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RESUMO
Nesta aula, você deve fixar os seguintes pontos:
Ordinários
FATOS JURÍDICOS (em
FATOS NATURAIS
Fato Jurídico em
sentido estrito)
sentido amplo)
Extraordinários
Ato jurídico em
sentido estrito
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Manifestação
de Vontade
Objeto
ELEMENTOS
DE
EXISTÊNCIA
Forma
Agente
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Manifestação de Vontade
LIVRE E DE BOA FÉ
Agente CAPAZ
ELEMENTOS
DA
CONDIÇÃO
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TERMO: é o elemento acidental do negócio jurídico, que relaciona o seu efeito a evento
futuro e certo. Em regra há o aparecimento da conjunção QUANDO.
ELEMENTOS
DO TERMO
Futuro Certo
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DOLO: ocorre quando uma das partes é maliciosamente induzida ao erro. O dolo é um
vício carregado de má-fé. Nele, uma parte incorre em erro, mas esse erro é provocado (se o
erro é provocado, o vício é o dolo). Quando uma parte é induzida ao erro pela outra, há dolo.
COAÇÃO: consiste em qualquer pressão psicológica apta a viciar a declaração de vontade
influenciando a vítima a celebrar um negócio jurídico que voluntariamente não queria. A
pressão psicológica pode ser exercida contra a própria vítima, sua família ou seus bens.
ESTADO DE PERIGO: caracteriza-se quando uma das partes, premida da necessidade
de salvar-se ou a pessoa próxima de grave dano conhecido pela outra parte, assume uma
obrigação excessivamente onerosa.
LESÃO: consiste na desproporção existente entre as prestações do negócio, em virtude
da necessidade ou inexperiência de uma das partes, que experimenta o prejuízo.
FRAUDE CONTRA CREDORES: representa uma prática maliciosa, pelo devedor, de atos
em que transfere o seu patrimônio, por meio de negócios onerosos ou gratuitos, com
a finalidade de colocá-lo a salvo de dívidas existentes. Não se confunde com a Fraude
à Execução.
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ANULABILIDADE NULIDADE
Decretada no interesse privado da pessoa prejudicada. Decretada no interesse da própria
Coletividade (ordem pública).
Poder ser sanada, tácita ou expressamente, ou seja, Não pode ser sanada, não admite confirmação.
pode ser confirmada. Mas pode ser convertida em outro negócio jurídico.
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ANULABILIDADE NULIDADE
Não pode ser pronunciada de ofício pelo juiz. O efeito Deve ser pronunciada de ofício pelo juiz, seu efeito é
de seu reconhecimento é ex nunc, ou seja, aplica-se ex tunc, pois retroage à data do negócio jurídico.
para o futuro. A sentença é de natureza declaratória.
A sentença é de natureza Desconstitutiva.
Se não questionada ocorre a decadência em prazos Reconhecida a qualquer tempo, não se sujeitando a
determinados. prazo prescricional ou decadencial.
Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável
sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,
será este de dois anos, a contar da data da conclusão
do ato.
a) Declarados na lei
c) Erro
d) Dolo
e) Coação
f) Estado de Perigo
g) Lesão
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h) Simulação
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QUESTÕES DE CONCURSO
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005. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XXI EXAME/2016) Durante uma viagem aérea, Eliseu
foi acometido de um mal súbito, que demandava atendimento imediato. O piloto dirigiu o
avião para o aeroporto mais próximo, mas a aterrissagem não ocorreria a tempo de salvar
Eliseu. Um passageiro ofereceu seus conhecimentos médicos para atender Eliseu, mas
demandou pagamento bastante superior ao valor de mercado, sob a alegação de que se
encontrava de férias.
Os termos do passageiro foram prontamente aceitos por Eliseu. Recuperado do mal que
o atingiu, para evitar a cobrança dos valores avençados, Eliseu pode pretender a anulação
do acordo firmado com o outro passageiro, alegando
a) erro.
b) dolo.
c) coação.
d) estado de perigo.
006. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XIII EXAME/2014) Lúcia, pessoa doente, idosa, com
baixo grau de escolaridade, foi obrigada a celebrar contrato particular de assunção de dívida
com o Banco FDC S.A., reconhecendo e confessando dívidas firmadas pelo seu marido, esse
já falecido, e que não deixara bens ou patrimônio a inventariar. O gerente do banco ameaçou
Lúcia de não efetuar o pagamento da pensão deixada pelo seu falecido marido, caso não
fosse assinado o contrato de assunção de dívida.
Considerando a hipótese acima e as regras de Direito Civil, assinale a afirmativa correta.
a) O contrato particular de assunção de dívida assinado por Lúcia é anulável por erro
substancial, pois Lúcia manifestou sua vontade de forma distorcida da realidade, por
entendimento equivocado do negócio praticado.
b) O ato negocial celebrado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. é anulável por vício de consentimento,
em razão de conduta dolosa praticada pelo banco, que ardilosamente falseou a realidade
e forjou uma situação inexistente, induzindo Lúcia à prática do ato.
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Ato, Fato e Negócio Jurídico
Antônio Alex
c) O instrumento particular firmado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. pode ser anulado sob
fundamento de lesão, uma vez que Lúcia assumiu obrigação excessiva sobre premente
necessidade.
d) O negócio jurídico celebrado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. é anulável pelo vício da
coação, uma vez que a ameaça praticada pelo banco foi iminente e atual, grave, séria e
determinante para a celebração da avença.
007. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XIV EXAME/2014) Maria Clara, então com dezoito
anos, animada com a conquista da carteira de habilitação, decide retirar suas economias
da poupança para adquirir um automóvel. Por saber que estava no início da sua carreira
de motorista, resolveu comprar um carro usado e pesquisou nos jornais até encontrar um
modelo adequado.
Durante a visita de Maria Clara para verificar o estado de conservação do carro, o proprietário,
ao perceber que Maria Clara não era conhecedora de automóveis, informou que o preço que
constava no jornal não era o que ele estava pedindo, pois o carro havia sofrido manutenção
recentemente, além de melhorias que faziam com que o preço fosse aumentado em setenta
por cento. Com esse aumento, o valor do carro passou a ser maior do que um modelo novo,
zero quilômetro. Contudo, após as explicações do proprietário, Maria Clara fechou o negócio.
Sobre a situação apresentada no enunciado, assinale a opção correta.
a) Maria Clara sofreu coação para fechar o negócio, diante da insistência do antigo proprietário
e, por isso, pode ser proposta a anulação do negócio jurídico no prazo máximo de três anos.
b) O negócio efetuado por Maria Clara não poderá ser anulado porque decorreu de
manifestação de vontade por parte da adquirente. Dessa forma, como não se trata de
relação de consumo, Maria Clara não possui essa garantia.
c) O pai de Maria Clara, inconformado com a situação, pretende anular o negócio efetuado
pela filha, porém, como já se passaram três anos, isso não será mais possível, pois já decaiu
seu direito.
d) O negócio jurídico efetuado por Maria Clara pode ser anulado; porém, se o antigo
proprietário concordar com a diminuição no preço, o vício no contrato estará sanado.
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Ato, Fato e Negócio Jurídico
Antônio Alex
a) Caso o pedido da Ação Pauliana seja julgado procedente e seja anulado o contrato de
doação, o benefício da anulação aproveitará somente a João, cabendo aos demais credores,
caso existam, ingressarem com ação individual própria.
b) O caso narrado traz hipótese de fraude de execução, que constitui defeito no negócio
jurídico por vício de consentimento.
c) Na hipótese de João receber de Marcos, já insolvente, o pagamento da dívida ainda não
vencida, ficará João obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar
o concurso de credores, aquilo que recebeu.
d) João tem o prazo prescricional de dois anos para pleitear a anulação do negócio jurídico
fraudulento, contado do dia em que tomar conhecimento da doação feita por Marcos.
009. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/VIII EXAME/2012) Em relação aos defeitos dos negócios
jurídicos, assinale a afirmativa incorreta.
a) A emissão de vontade livre e consciente, que corresponda efetivamente ao que almeja
o agente, é requisito de validade dos negócios jurídicos.
b) O erro acidental é o que recai sobre características secundárias do objeto, não sendo
passível de levar à anulação do negócio.
c) A simulação é causa de anulação do negócio, e só poderá ocorrer se a parte prejudicada
demonstrar cabalmente ter sido prejudicada por essa prática.
d) O objetivo da ação pauliana é anular o negócio praticado em fraude contra credores.
(...) são anuláveis os negócios jurídicos quando as declarações de vontade emanarem de erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias
do negócio.
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Ato, Fato e Negócio Jurídico
Antônio Alex
a) O falso motivo, por sua gravidade, viciará a declaração de vontade em todas as situações
e, por consequência, gerará a anulação do negócio jurídico.
b) O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação
de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do
manifestante.
c) O erro é substancial quando concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a
quem se refira a declaração de vontade, ainda que tenha influído nesta de modo superficial.
d) O erro de cálculo gera a anulação do negócio jurídico, uma vez que restou viciada a
declaração de vontade nele baseada.
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Configura condição resolutiva do negócio jurídico o fato de um pai prometer a uma filha
repassar-lhe certo valor mensal até que ela complete 20 anos de idade.
019. (QUADRIX/CRA-PR ADVOGADO I/2022) Acerca dos fatos e dos negócios jurídicos,
julgue o item.
A noção de fato jurídico abrange apenas as ações humanas lícitas.
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c) negócio jurídico.
d) fato jurídico sentido estrito ordinário.
e) fato jurídico em sentido estrito extraordinário.
Nos atos-fatos jurídicos, o ato ou a participação humana são bases suficientes para a
produção de efeito jurídico, independentemente de
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a) Dolo.
b) Erro.
c) Estado de perigo.
d) Coação.
e) Lesão.
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GABARITO
1. C 20. C 39. d
2. b 21. E 40. e
3. a 22. C 41. E
4. d 23. e 42. d
5. d 24. a 43. C
6. d 25. c 44. E
7. d 26. E 45. c
8. c 27. d 46. C
9. c 28. C 47. E
10. b 29. E 48. d
11. b 30. c 49. c
12. a 31. C 50. C
13. C 32. E 51. E
14. E 33. d 52. c
15. C 34. c 53. a
16. C 35. C 54. d
17. E 36. E 55. e
18. E 37. c 56. E
19. E 38. a
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GABARITO COMENTADO
A afirmativa corresponde ao disposto no art. 113, caput e § 2º do Código Civil, alterado pela
Lei da Liberdade Econômica (Lei 13.874/2019) que busca prestigiar a autonomia da vontade.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: (Incluído pela Lei n.
13.874, de 2019)
I – for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; (Incluído
pela Lei n. 13.874, de 2019)
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; (Incluído
pela Lei n. 13.874, de 2019)
III – corresponder à boa-fé; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e (Incluído pela Lei
n. 13.874, de 2019)
V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida
das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as
informações disponíveis no momento de sua celebração. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas
e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. (Incluído pela Lei n.
13.874, de 2019)
Certo.
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a) Errada. Não estão presentes todos os requisitos do negócio jurídico, uma vez que o jogo
do bicho é uma contravenção penal, ou seja, o objeto é ilícito. Vejamos:
Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar qualquer ato relativo
à sua realização ou exploração:
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos de réis.
Ainda, nos termos do Art. 166, CC. É nulo o negócio jurídico quando: I – celebrado por pessoa
absolutamente incapaz; II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto (...).
c) Errada. Carla e Julia possuem, respectivamente, 20 e 25 anos de idade. Com isso, são
capazes e legitimadas. Vejamos:
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.
Art. 104, CC. A validade do negócio jurídico requer: I – agente capaz; II – objeto lícito, possível,
determinado ou determinável; III – forma prescrita ou não defesa em lei.
d) Errada. Não há forma prescrita em lei, uma vez que trata-se de convenção penal.
e) Errada. O objeto é determinado – aposta de jogo do bicho.
Letra b.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar
antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua
celebração.
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas
e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, DERIVANDO EXCLUSIVAMENTE DA VONTADE DAS
PARTES, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo
exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante
da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
Letra d.
005. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XXI EXAME/2016) Durante uma viagem aérea, Eliseu
foi acometido de um mal súbito, que demandava atendimento imediato. O piloto dirigiu o
avião para o aeroporto mais próximo, mas a aterrissagem não ocorreria a tempo de salvar
Eliseu. Um passageiro ofereceu seus conhecimentos médicos para atender Eliseu, mas
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a) Errada. Não é a hipótese de erro, pois o ERRO acontece quando uma pessoa pensa que
está fazendo um negócio e, na realidade, está fazendo outro, conforme artigos 138 a 144
do CC.
b) Errada. Também não é a situação de dolo, uma vez que o DOLO é o emprego de um artifício
astucioso para induzir alguém à prática de um ato negocial, que o prejudica e aproveita ao
autor do dolo ou a terceiro, nos termos do art. 145 a 150 do CC.
c) Errada. Afirmativa está incorreta, nos termos dos artigos 151 a 155 do CC. Isso porque a
coação pressupõe a prática de um ato malicioso, ardil e deve preencher alguns requisitos,
tais como: a) ser determinante do negócio, b) incutar à vítima um temor justificado; c) o
temor for referente a um dano iminente. Como se observa no enunciado da questão, o
médico não praticou nenhum desses atos, ele apenas cobrou valor excessivo pois sabia do
ESTADO DE PERIGO do paciente.
d) Certa. Inicialmente, gostaria de destacar que as quatro opções são causas de ANULABILIDADE
do ano (e não de nulidade), nos termos do art. 171 do Código Civil, cuja redação é a seguinte:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 156. Configura-se o ESTADO DE PERIGO quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Observem que o enunciado deixa bem claro que Eliseu estava premido da necessidade de
salvar-se, pois a aterrissagem não ocorreria a tempo de salvá-lo e, portanto, sua única
opção era aceitar qualquer valor que lhe fosse cobrado.
Letra d.
006. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XIII EXAME/2014) Lúcia, pessoa doente, idosa, com
baixo grau de escolaridade, foi obrigada a celebrar contrato particular de assunção de dívida
com o Banco FDC S.A., reconhecendo e confessando dívidas firmadas pelo seu marido, esse
já falecido, e que não deixara bens ou patrimônio a inventariar. O gerente do banco ameaçou
Lúcia de não efetuar o pagamento da pensão deixada pelo seu falecido marido, caso não
fosse assinado o contrato de assunção de dívida.
Considerando a hipótese acima e as regras de Direito Civil, assinale a afirmativa correta.
a) O contrato particular de assunção de dívida assinado por Lúcia é anulável por erro
substancial, pois Lúcia manifestou sua vontade de forma distorcida da realidade, por
entendimento equivocado do negócio praticado.
b) O ato negocial celebrado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. é anulável por vício de consentimento,
em razão de conduta dolosa praticada pelo banco, que ardilosamente falseou a realidade
e forjou uma situação inexistente, induzindo Lúcia à prática do ato.
c) O instrumento particular firmado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. pode ser anulado sob
fundamento de lesão, uma vez que Lúcia assumiu obrigação excessiva sobre premente
necessidade.
d) O negócio jurídico celebrado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. é anulável pelo vício da
coação, uma vez que a ameaça praticada pelo banco foi iminente e atual, grave, séria e
determinante para a celebração da avença.
Coação, para o Código Civil atual, é toda pressão física ou moral exercida contra alguém,
de modo a forçá-lo à prática de um determinado negócio jurídico, contra a sua vontade,
tornando defeituoso o negócio. Lembrando que duas são as espécies de coação: Coação
física/vis absoluta, caracterizada por uma pressão resultante de uma força exterior suficiente
para tolher os movimentos do agente e Coação moral/vis compulsiva, caracterizada pela
existência de uma ameaça séria e idônea de algum dano (Art. 151 do CC/02). Ao ameaçar
não mais efetuar o pagamento da pensão deixada por seu ex-marido, Lúcia viu-se obrigada
a assumir as obrigações lesivas. Desta forma, o negócio é anulável pelo vício da coação, uma
vez que a ameaça praticada pelo banco foi iminente e atual, grave, séria e determinante
para a celebração da avença. Veja as disposições do CC sobre a coação:
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Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Letra d.
007. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/XIV EXAME/2014) Maria Clara, então com dezoito
anos, animada com a conquista da carteira de habilitação, decide retirar suas economias
da poupança para adquirir um automóvel. Por saber que estava no início da sua carreira
de motorista, resolveu comprar um carro usado e pesquisou nos jornais até encontrar um
modelo adequado.
Durante a visita de Maria Clara para verificar o estado de conservação do carro, o proprietário,
ao perceber que Maria Clara não era conhecedora de automóveis, informou que o preço que
constava no jornal não era o que ele estava pedindo, pois o carro havia sofrido manutenção
recentemente, além de melhorias que faziam com que o preço fosse aumentado em setenta
por cento. Com esse aumento, o valor do carro passou a ser maior do que um modelo novo,
zero quilômetro. Contudo, após as explicações do proprietário, Maria Clara fechou o negócio.
Sobre a situação apresentada no enunciado, assinale a opção correta.
a) Maria Clara sofreu coação para fechar o negócio, diante da insistência do antigo proprietário
e, por isso, pode ser proposta a anulação do negócio jurídico no prazo máximo de três anos.
b) O negócio efetuado por Maria Clara não poderá ser anulado porque decorreu de
manifestação de vontade por parte da adquirente. Dessa forma, como não se trata de
relação de consumo, Maria Clara não possui essa garantia.
c) O pai de Maria Clara, inconformado com a situação, pretende anular o negócio efetuado
pela filha, porém, como já se passaram três anos, isso não será mais possível, pois já decaiu
seu direito.
d) O negócio jurídico efetuado por Maria Clara pode ser anulado; porém, se o antigo
proprietário concordar com a diminuição no preço, o vício no contrato estará sanado.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Como o dispositivo legal deixa claro, a codificação privada veda os chamados negócios
da China, onde uma das partes, aproveitando-se da inexperiência (como no caso) ou da
necessidade da outra, acaba por enriquecer ilicitamente ( já que sua prestação – in casu, o
automóvel – é manifestamente desproporcional à do outro contratante).
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Logo, podemos concluir que o negócio jurídico efetuado por Maria Clara pode ser anulado
(no prazo decadencial de 04 anos).
Todavia, o Código Civil permite que as partes conservem o negócio viciado, contanto que
a parte oferecida concorde com a diminuição no preço.
Nesse sentido:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
(...)
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
a) Errada. O contrato de doação será anulado, de modo que eventuais interessados serão
beneficiados pela medida, independentemente de pedido individual em juízo. Vejas as
disposições do art. 158, CC.
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Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda
não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o
concurso de credores, aquilo que recebeu.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico [...].
Letra c.
009. (FGV/NACIONAL UNIFICADO OAB/VIII EXAME/2012) Em relação aos defeitos dos negócios
jurídicos, assinale a afirmativa incorreta.
a) A emissão de vontade livre e consciente, que corresponda efetivamente ao que almeja
o agente, é requisito de validade dos negócios jurídicos.
b) O erro acidental é o que recai sobre características secundárias do objeto, não sendo
passível de levar à anulação do negócio.
c) A simulação é causa de anulação do negócio, e só poderá ocorrer se a parte prejudicada
demonstrar cabalmente ter sido prejudicada por essa prática.
d) O objetivo da ação pauliana é anular o negócio praticado em fraude contra credores.
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É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico.
É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância
e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente
se conferem, ou transmitem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
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detinham essa qualidade à época do ato) resta aos lesados anular tais negócios, no prazo
decadencial de quatro anos.
Letra c.
O instituto da lesão, apresentado no Código Civil como defeito apto a anular o negócio
jurídico, constitui-se como um vício de consentimento proveniente do abuso praticado
por alguém valendo-se da desigualdade do outro contratante, por estar sob premente
necessidade ou por inexperiência. Como exemplo, podemos citar a hipótese de alguém vender
parte do seu patrimônio por valor manifestamente inferior ao do mercado para saldar o
aluguel vencido de sua residência (evitando, assim, o despejo). O adquirente que, mesmo
sem saber da situação do outro, se vale do contexto acaba por pactuar um negócio viciado.
Como bem leciona Maria Helena Diniz,
(...) a desproporção das prestações, ocorrendo lesão, deverá ser apreciada segundo os valores
vigentes ao tempo da celebração do negócio jurídico pela técnica pericial e avaliada pelo magistrado.
Se a desproporcionalidade for superveniente à formação do negócio, será juridicamente irrelevante”
(DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 15. ed. Saraiva: São Paulo, p. 186).
Logo, percebemos que os efeitos da lesão podem se manifestar no curso do contrato, desde
que sejam provenientes de desproporção entre as prestações existente no momento da
celebração do contrato. Desta forma, está correta a alternativa de letra B.
Letra b.
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(...) são anuláveis os negócios jurídicos quando as declarações de vontade emanarem de erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias
do negócio.
a) Errada. Nos termos do art. 140 do Código Civil, o falso motivo só vicia a declaração de
vontade quando expresso como razão determinante.
b) Certa. É o que se verifica:
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a
manifestação de vontade se dirige, se oferecer para executá-la na conformidade da vontade
real do manifestante.
d) Errada.
Letra b.
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Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
A lesão é vício que acarreta a anulação do negócio, conforme artigo 171, II, do CC:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.
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Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu
despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
d) Errada. A transmissão onerosa depende que a insolvência seja notória ou exista motivo
para conhecimento pelo outro contratante, nos termos do artigo 159 do CC:
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a
insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
Letra a.
A assertiva está correta, visto que enquanto a condição suspensiva (alcance de sua equipe
a um determinado patamar) não se verificar, não se terá adquirido o direito (uma quantia
de bonificação), a que ele visa. Examine:
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta
se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Certo.
Na verdade, será sim permitido praticar atos voltados à conservação do direito. Examine:
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é
permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
Errado.
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Assertiva está de acordo com o Código Civil, pois enquanto sua filha não completar 20
anos de idade, o pai irá repassar-lhe certo valor mensal, ou seja, enquanto a condição se
não realizar, vigorará o negócio jurídico. Assim sendo, a condição resolutiva é aquela cuja
ocorrência extingue o direito, pondo fim à produção dos efeitos do negócio jurídico que a
ela se subordinavam. Vejamos:
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico,
podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
A condição resolutiva é aquela cuja ocorrência extingue o direito, pondo fim à produção
dos efeitos do negócio jurídico que a ela se subordinavam, ou seja, enquanto esta se não
realizar, vigorará o negócio jurídico. A questão se trata de evento futuro e certo (morte do
cão de estimação), diferentemente da condição, que é um evento futuro e incerto.
Classificam-se ainda as condições em suspensivas ou resolutivas. No primeiro caso, o início
da produção de efeitos submete-se à ocorrência do evento futuro e incerto. Já no segundo
caso, ao revés, a extinção de efeitos subordina-se a tal acontecimento.
Por outro lado, a condição resolutiva é aquela cuja ocorrência extingue o direito, pondo
fim à produção dos efeitos do negócio jurídico que a ela se subordinavam. Mesmo que
o implemento da condição resolutiva signifique o término do negócio jurídico como um
todo, há de se ressaltar que nem todos os efeitos se extinguem com a resolução. Por ser
a atividade obrigacional normalmente complexa, o dever de confidencialidade, os deveres
acessórios decorrentes da boa-fé objetiva na fase pós-contratual, entre outros, continuam
plenamente operantes e vinculantes para as partes após o advento de condição resolutiva
de determinada situação jurídica.
Certo.
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A assertiva está correta, visto que a modificação dos direitos pode ser tanto na quantidade,
volume, qualidade ou conteúdo do objeto ou direito (objetiva), quanto no que se refere aos
titulares do objeto ou do direito (subjetiva).
Certo.
Para que reste configurado o fato jurídico em sentido estrito, não há atuação humana,
visto que os efeitos já estão previstos por lei. Vejamos:
Os fatos jurídicos oriundos de acontecimentos naturais chamam-se fatos jurídicos stricto
sensu, ou fatos jurídicos em sentido estrito. Representam uma alteração da ordem jurídica
sem fato humano, sem participação da vontade do homem. Ex.: aluvião, avulsão, criação e
maturação de frutos, mudança de curso do rio, inundação, seca, passar do tempo, nascimento,
morte.
Errado.
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019. (QUADRIX/CRA-PR ADVOGADO I/2022) Acerca dos fatos e dos negócios jurídicos,
julgue o item.
A noção de fato jurídico abrange apenas as ações humanas lícitas.
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A nação de fato de jurídico abrange não apenas os acontecimentos naturais (fatos jurídicos
em sentido estrito), mas também as ações humanas lícitas e ilícitas (ato jurídico em
sentido amplo e ato ilícito), bem como aqueles fatos que, embora haja a atuação humana,
esta é desprovida de manifestação de vontade, mas mesmo assim produz efeitos jurídicos
(ato-fato jurídico).
Errado.
EXEMPLO
Nascimento, morte e o decurso do tempo.
b) extraordinários: são inesperados, às vezes imprevisíveis.
EXEMPLO
Terremoto, enchente, caso fortuito ou força maior.
Certo.
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Ato jurídico em sentido estrito gera consequências jurídicas previstas em lei e não pelas
partes interessadas, não havendo regulamentação da autonomia privada. Ou seja, é aquele
que surge como um mero pressuposto de efeito jurídico preordenado pela lei sem função
e natureza de autorregulamento. Classificam-se em dois tipos: atos materiais ou reais e
participações.
Certo.
I – Certa. Com efeito, fato jurídico é todo acontecimento, natural ou humano, que possui
relevância jurídica, eis que suscetível de produzir efeitos na esfera jurídica.
Referida categoria constitui gênero que abarca, como já adiantado: (i) os fatos naturais (fato
jurídico em sentido estrito ou stricto sensu), os quais podem ser ordinários (nascimento,
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morte etc.) ou extraordinários (caso fortuito, força maior etc.); e (ii) atos humanos, que
criam, modificam, transferem ou extinguem direitos, e que podem ser lícitos (atos jurídicos)
ou ilícitos.
II – Certa. Fato do príncipe (factum principis) é, em linhas gerais, o ato estatal, característico
de uma decisão de autoridade, que repercute em uma relação jurídica existente dando causa
a um dano ou prejudicando o curso normal de seus efeitos, sendo muito relevante para fins
de restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos
III – Certa. Erro (arts. 138 a 144, CC), um dos defeitos ou vícios negociais, é o engano ou a
falsa percepção acerca de uma situação fática atinente a uma pessoa, objeto ou direito, o
qual, sendo substancial ou essencial – que recai sobre circunstâncias e aspectos relevantes
do negócio e há de ser a causa determinante, ou seja, se conhecida a realidade o negócio
não seria celebrado –, acarreta sua anulabilidade (nulidade relativa) (arts. 139 e 171, II, CC).
Por sua vez, o erro acidental (art. 142, CC) incide sobre as qualidades secundárias do objeto
ou da pessoa, de modo que, ainda que conhecido da outra parte, realizar-se-ia o negócio
jurídico, não importando, portanto, anulabilidade (nulidade relativa), quando possível a
identificação da pessoa ou do objeto cogitado.
Letra e.
Nos atos-fatos jurídicos, o ato ou a participação humana são bases suficientes para a produção
de efeito jurídico, independentemente de manifestação de vontade. Decorrentemente, como
já foi destacado, o ato humano, admitido como fato jurídico, produz efeito, com exclusão
da vontade do agente, significando que o direito recebe somente o ato, não levando em
conta a intenção ou vontade do sujeito de direito. É o que ocorre na descoberta do tesouro.
Existe o ato da descoberta e o direito reconhece tal ato como suficiente para a produção
de efeito jurídico, sem qualquer indagação a respeito da existência de vontade por parte
do descobridor do tesouro.
Letra a.
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Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. (...)
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III – as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
e) Errada. A questão generaliza ao afirmar que todos os negócios jurídicos admitem condições.
Vejamos dispositivo do Código Civil que trata do tema:
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos
bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio
jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Letra c.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não
fazer coisa impossível.
Errado.
a) Errada. O abuso de direito ocorre quando o titular de um direito exerce este de forma a
exceder manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
fé ou pelos bons costumes. Vejamos:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
b) Errada. A lesão é um dos defeitos do negócio jurídico no qual uma pessoa, sob premente
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional
ao valor da prestação oposta. Examine:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.
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d) Certa. A assertiva está de acordo com o Código Civil. Verifique o seguinte dispositivo:
e) Errada. O dolo ocorre quando o agente é induzido em erro pelo outro contratante ou
por terceiro. Vejamos:
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Letra d.
A coação é o vício que se caracteriza pela pressão moral sobre a pessoa que entabula o
negócio jurídico, que o faz não por seu livre desejo, mas por se sentir ameaçada em relação
a ela mesma, a sua família ou aos seus bens. Implica em interferência na vontade, que se
manifesta consciente, mas não livre. O art. 151 do CC dá os parâmetros para a coação
moral anular a declaração de vontade: deve ser tal que incuta fundado temor no paciente
de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família ou aos seus bens:
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Cabe ressaltar que há a coação física, que atua sobre o plano de existência do negócio
jurídico, sendo uma causa de inexistência do negócio jurídico, bem como, há a coação moral,
que atua no plano de validade do negócio jurídico. A banca considerou a alternativa correta,
com incidência da coação moral.
Certo.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se, em conluio, duas pessoas aparentam pactuar negócio jurídico diverso do que realmente
tenha sido celebrado entre ambos, ocorrerá simulação, o que produz como efeito a validade
do negócio jurídico efetivamente firmado e do negócio jurídico simulado.
A simulação ocorre quando o negócio aparenta ser um, mas é outro (simulação relativa) ou
aparenta ser algo que não existe na sua essência (simulação absoluta). O negócio simulado
é nulo. Porém, na simulação relativa (negócio aparenta ser um mas é outro) subsistirá o que
se dissimulou (o outro negócio que realmente é), ou seja, o negócio jurídico poderá mesmo
ser válido, se o for na substância e na forma, conforme estabelece o art. 167 do CC:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente
se conferem, ou transmitem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico
simulado.
Errado.
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A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento.
b) Errada. Nos termos do Enunciado 290 do CJF/STJ, não se presumem a premente necessidade
ou a inexperiência do lesado: A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico quando
verificada, na formação deste, a desproporção manifesta entre as prestações assumidas
pelas partes, não se presumindo a premente necessidade ou a inexperiência do lesado.
c) Certa. A assertiva está em consonância com o entendimento contido no Enunciado 410
do CJF/STJ, que amplia o alcance do conceito de inexperiência: A inexperiência a que se
refere o art. 157 não deve necessariamente significar imaturidade ou desconhecimento
em relação à prática de negócios jurídicos em geral, podendo ocorrer também quando o
lesado, ainda que estipule contratos costumeiramente, não tenha conhecimento específico
sobre o negócio em causa.
d) Errada. De acordo com o art. 157, caput, do Código Civil, a lesão ocorre quando uma pessoa,
sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta. A assertiva, por sua vez, faz uma conjugação
entre características da lesão (assunção de uma obrigação manifestamente proporcional e a
inexigibilidade de dolo de aproveitamento) com o estado de perigo, previsto no art. 156, CC:
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
e) Errada. Embora não haja previsão legal específica, é assente o entendimento, fundado
nos princípios da preservação negocial e da função social dos contratos, de que aplica-se
ao estado de perigo, por analogia, a revisão prevista no § 2º do art. 157 do Código Civil,
que trata do instituto da lesão, como disposto no Enunciado 148 do CJF/STJ: Ao “estado
de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º do art. 157. Além disso,
o estado de perigo é causa de anulabilidade (nulidade relativa – art. 171, II, CC) e não de
nulidade, como posto na assertiva.
Letra c.
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O dolo bilateral não permite a anulação do negócio jurídico, conforme prevê o art. 150 do CC:
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.
Lembrando que o dolo é o vício caracterizado pelo ardil usado para, em benefício próprio,
levar outra pessoa a engano, que acarreta a anulação do negócio jurídico, nos termos do
art. 145 do CC, quando for a causa do negócio (dolo essencial):
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Certo.
Inexiste previsão legal nesse sentido. O negócio jurídico simulado é nulo, mas subsistirá o
que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. Vejamos:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Errado.
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Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Letra d.
Letra c.
De fato, o erro de cálculo, isto é, o mero erro aritmético, não é causa de anulação do negócio,
apenas autoriza a correção da declaração de vontade, conforme estabelece o art. 143 do CC:
Certo.
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Será anulável (não nulo) o negócio jurídico concluído pelo representante em conflito de
interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com
aquele tratou (não em quaisquer hipóteses). Vejamos:
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o
representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da
incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
Errado.
a) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.
b) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
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Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
d) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Letra c.
A ameaça feita por João se referiu a um evento futuro e remoto (morte), ao menos a
princípio, o que poderia, em tese, afastar a coação, que exige dano iminente, nos termos
do artigo 151 do CC:
A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor
de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Entretanto, é possível concluir que João estava no exercício regular de um direito de não
contemplar Maria em testamento, pois não era obrigado a tanto, o que afasta a coação,
nos termos do artigo 153 do CC:
Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor
reverencial.
Letra a.
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Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
b) Errada. Vicia sim o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, conforme o Código
Civil. Vejamos:
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas
e danos.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu
despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.
Letra d.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
regulamentação, aplicando -se -lhe os preceitos constantes do Livro III. Alterou, também,
a ordem das matérias.”
Acerca do instituto “negócio jurídico”, assinale o que esteja em confronto com o determinado
pelo Código Civil de 2002.
a) A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
b) No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este
é da substância do ato.
c) A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a
lei expressamente a exigir.
d) A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o
objeto do direito ou da obrigação comum.
e) A impossibilidade inicial do objeto invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar
antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
b) Errada. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público,
este é da substância do ato.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando
a lei expressamente a exigir.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto
do direito ou da obrigação comum.
e) Certa. A assertiva está em confronto com o determinado pelo Código Civil, pois a
impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar
antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Vejamos:
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Letra e.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
O estado de perigo, por sua vez, é vício ou defeito do negócio que, para se caracterizar, exige
que estejam presentes a onerosidade excessiva (elemento objetivo) e o perigo relativamente
à própria pessoa ou a alguém de sua família, que seja conhecido da outra parte e leve ao
negócio tal como firmado (elemento subjetivo), nos termos do art. 156 do CC:
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
Errado.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) abuso de direito.
b) lesão.
c) erro.
d) fraude contra credores.
e) dolo.
a) Errada. O abuso de direito ocorre quando o titular de um direito exerce este de forma a
exceder manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
fé ou pelos bons costumes. Vejamos:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
b) Errada. A lesão é um dos defeitos do negócio jurídico no qual uma pessoa, sob premente
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional
ao valor da prestação oposta. Examine:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.
d) Certa. A assertiva está de acordo com o Código Civil. Verifique o seguinte dispositivo:
e) Errada. O dolo ocorre quando o agente é induzido em erro pelo outro contratante ou
por terceiro. Vejamos:
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Letra d.
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Há coação quando alguém é impelido a celebrar contrato contra a sua vontade, em virtude
de temor de dano iminente e considerável, decorrente de ameaça de severa debilitação da
integridade física de um familiar.
A coação é o vício que se caracteriza pela pressão moral sobre a pessoa que entabula o
negócio jurídico, que o faz não por seu livre desejo, mas por se sentir ameaçada em relação
a ela mesma, a sua família ou aos seus bens. Implica em interferência na vontade, que se
manifesta consciente, mas não livre. O art. 151 do CC dá os parâmetros para a coação
moral anular a declaração de vontade: deve ser tal que incuta fundado temor no paciente
de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família ou aos seus bens:
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Cabe ressaltar que há a coação física, que atua sobre o plano de existência do negócio
jurídico, sendo uma causa de inexistência do negócio jurídico, bem como, há a coação moral,
que atua no plano de validade do negócio jurídico. A banca considerou a alternativa correta,
com incidência da coação moral.
Certo.
A simulação ocorre quando o negócio aparenta ser um, mas é outro (simulação relativa) ou
aparenta ser algo que não existe na sua essência (simulação absoluta). O negócio simulado
é nulo. Porém, na simulação relativa (negócio aparenta ser um mas é outro) subsistirá o que
se dissimulou (o outro negócio que realmente é), ou seja, o negócio jurídico poderá mesmo
ser válido, se o for na substância e na forma, conforme estabelece o art. 167 do CC:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente
se conferem, ou transmitem;
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Errado.
A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento.
b) Errada. Nos termos do Enunciado 290 do CJF/STJ, não se presumem a premente necessidade
ou a inexperiência do lesado:
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Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
e) Errada. Embora não haja previsão legal específica, é assente o entendimento, fundado
nos princípios da preservação negocial e da função social dos contratos, de que aplica-se
ao estado de perigo, por analogia, a revisão prevista no § 2º do art. 157 do Código Civil,
que trata do instituto da lesão, como disposto no Enunciado 148 do CJF/STJ: Ao “estado
de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º do art. 157. Além disso,
o estado de perigo é causa de anulabilidade (nulidade relativa – art. 171, II, CC) e não de
nulidade, como posto na assertiva.
Letra c.
O dolo bilateral não permite a anulação do negócio jurídico, conforme prevê o art. 150 do CC:
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.
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Lembrando que o dolo é o vício caracterizado pelo ardil usado para, em benefício próprio,
levar outra pessoa a engano, que acarreta a anulação do negócio jurídico, nos termos do
art. 145 do CC, quando for a causa do negócio (dolo essencial):
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Certo.
Inexiste previsão legal nesse sentido. O negócio jurídico simulado é nulo, mas subsistirá o
que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. Vejamos:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Errado.
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Letra d.
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Letra c.
De fato, o erro de cálculo, isto é, o mero erro aritmético, não é causa de anulação do negócio,
apenas autoriza a correção da declaração de vontade, conforme estabelece o art. 143 do CC:
Certo.
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Será anulável (não nulo) o negócio jurídico concluído pelo representante em conflito de
interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com
aquele tratou (não em quaisquer hipóteses). Vejamos:
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o
representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da
incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
Errado.
a) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.
b) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
d) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
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Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Letra c.
A ameaça feita por João se referiu a um evento futuro e remoto (morte), ao menos a
princípio, o que poderia, em tese, afastar a coação, que exige dano iminente, nos termos
do artigo 151 do CC:
A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor
de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Entretanto, é possível concluir que João estava no exercício regular de um direito de não
contemplar Maria em testamento, pois não era obrigado a tanto, o que afasta a coação,
nos termos do artigo 153 do CC:
Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor
reverencial.
Letra a.
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c) O dolo acidental não obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu
despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
d) São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de
erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
b) Errada. Vicia sim o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, conforme o Código
Civil. Vejamos:
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas
e danos.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu
despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das
circunstâncias do negócio.
Letra d.
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a) A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
b) No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este
é da substância do ato.
c) A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a
lei expressamente a exigir.
d) A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o
objeto do direito ou da obrigação comum.
e) A impossibilidade inicial do objeto invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar
antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
b) Errada. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público,
este é da substância do ato.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando
a lei expressamente a exigir.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto
do direito ou da obrigação comum.
e) Certa. A assertiva está em confronto com o determinado pelo Código Civil, pois a
impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar
antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Vejamos:
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Letra e.
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Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,
se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que
foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito.
O estado de perigo, por sua vez, é vício ou defeito do negócio que, para se caracterizar, exige
que estejam presentes a onerosidade excessiva (elemento objetivo) e o perigo relativamente
à própria pessoa ou a alguém de sua família, que seja conhecido da outra parte e leve ao
negócio tal como firmado (elemento subjetivo), nos termos do art. 156 do CC:
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-
se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
Errado.
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REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. 11. ed. Editora Saraiva, 2021.
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