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AULA

ESSENCIAL
TJ BA
Direito Processual Civil

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer
outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
230411321421

GUSTAVO DEITOS

Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do


Tribunal Superior do Trabalho (Gabinete de Ministro).
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do
TRF da 3ª Região. Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALVARO EDUARDO DE ARAUJO SANTOS - 04676681593, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Aula Essencial 80/20
Direito Processual Civil
Gustavo Deitos

SUMÁRIO
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Direito Processual Civil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1. Resumo do Essencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.1. Competência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2. Jurisdição e Ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.3. Atos Processuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.4. Sujeitos Processuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.5. Tutelas Provisórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
1.6. Procedimento Comum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
1.7. Sentença e Coisa Julgada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
1.8. Recursos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
1.9. Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
1.10. Processo de Execução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
2. Alterações Legislativas sobre o CPC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
2.1. Lei n. 14.133/2021 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
2.2. Lei n. 14.195/2021 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
2.3. Lei n. 14.341/2022 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
2.4. Lei n. 14.365/2022 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
3. Súmulas do STF e do STJ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172

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Aula Essencial 80/20
Direito Processual Civil
Gustavo Deitos

INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a). Neste material, apresentarei a Aula Essencial 80/20 da disciplina
de Direito Processual Civil, cujos tópicos do edital foram abordados nas aulas de nosso curso.
Afinal, qual seria a finalidade da Aula Essencial 80/20?
Esta aula, querido(a) aluno(a), destina-se a reunir, de forma resumida, os conteúdos
dos principais itens do edital, que denotem maior frequência de cobrança pela sua banca.
Nas aulas do curso, você tem a oportunidade de aprender cada conteúdo de forma
completa, com várias explicações, exemplos, janelas de atenção, observações e dicas. Nesta
Aula Essencial 80/20, você pode ler o resumo das principais dicas e as conclusões mais
importantes, de forma objetiva, relativas aos tópicos do edital selecionados conforme a
preferência da sua banca.
A maior utilidade deste material está em proporcionar uma rápida revisão quando a
data da prova se aproxima. Neste momento, o estudante normalmente não precisa, tanto,
aprofundar na teoria, e sim, muito mais, dar atenção a pontos objetivos que devam ser
fixados para que o conteúdo permaneça fresco e organizado em sua mente.
Por tal razão, este material não substitui a leitura das aulas do curso, nas quais se dá o
aprofundamento e o enfoque necessário a cada detalhe dos itens do edital. A utilidade deste
material alia-se com o conhecimento aprofundado já absorvido quando da leitura das aulas, com o
fim de refrescar sua memória e ajudá-lo(a) a fixar os pontos mais objetivos de cobrança em provas.
Ao final, serão apresentadas questões da banca examinadora do nosso concurso, a fim
de ajudá-lo a fixar pontos que mereçam atenção especial.
Cordialmente, torço para que as aulas que tivemos sejam de profunda valia para você e
sua prova, pois foram preparadas com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço,
que, para nós, é sagrado. Desejo o mesmo com relação a este material, que foi preparado
com o honesto propósito de reforçar seu conhecimento sobre a matéria acerca do máximo
de aspectos objetivos possíveis.
Reitero, no entanto, que a Aula Essencial, 80/20, apesar de ter sido elaborada com
vistas a acelerar seu processo de revisão dos principais tópicos das aulas, não substitui a
leitura das aulas completas, nas quais são explicados e aprofundados os dispositivos do
CPC e a teoria pertinente.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida.
Considero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da
produção e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto
à qualidade do material. Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do
curso, demonstrando seu grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é
importantíssimo para nós.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura deste material, por favor, envie-a a mim por
meio do Fórum de Dúvidas, e eu a responderei o mais rápido possível. Será um grande prazer
verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos

PERFIL DA BANCA EXAMINADORA E TEMAS MAIS COBRADOS


A realização de seu concurso incumbe à Fundação Carlos Chagas (FCC).
Tal banca examinadora é conhecida por formular questões com enunciados objetivos,
às vezes curtos, e às vezes mais longos. Portanto, a extensão dos enunciados das questões
da FCC é variável, de modo a impedir um diagnóstico exato do estilo da cobrança dos temas
do edital.
Apesar da variação dos estilos de suas questões, a FCC é muito bem-vista pelo público
e pelos órgãos contratantes, por ser uma banca de extrema qualidade, pela coerência e
clareza das provas que elabora.
Em geral, na essência de cada questão, a FCC não explora nada mais que o texto da
legislação (no nosso caso, o CPC) e os entendimentos jurisprudenciais consolidados, em
especial os mais recentes. Basta que o candidato preste muita atenção para responder cada
questão, para que sua nota tenha a maior correspondência possível com seu conhecimento
adquirido nos estudos.
Independentemente de enunciados curtos ou longos, a FCC tem o salutar hábito de
respaldar as narrativas de casos concretos e as menções às normas processuais de forma fiel
às terminologias do CPC. Se a FCC pretende, em uma questão, cobrar conhecimento a respeito
dos recursos, utilizará os mesmos termos consagrados nos arts. 994 e seguintes do CPC.
Dou-lhe um breve exemplo: se a FCC cobrará as hipóteses de cabimento de agravo de
instrumento, a banca introduzirá no enunciado, em algum trecho, hipótese literalmente
descrita no rol do art. 1.015 do CPC. A FCC não tem o hábito de utilizar-se de sinônimos
incomuns ou construções frasais prolixas para referir-se a requisitos básicos descritos no
CPC. Quando isso ocorreu, foi de forma excepcionalíssima.
É por tal razão que os concurseiros experientes em FCC levam em conta uma dica
que muito ajuda, embora não seja absoluta: quando a questão da banca FCC apresenta
justificativas em conceitos e princípios que não constam em nenhum dispositivo do CPC,
provavelmente a alternativa que se vale desses conceitos e princípios é incorreta. Basta
você imaginar, por exemplo, que a FCC apresente uma afirmativa no sentido de que “a
extrapolação do prazo processual em apenas um dia deve ser relevada, em razão do princípio
da efetividade dos direitos fundamentais”. Ora, o CPC, ao dispor sobre prazos processuais,
além de não apresentar exceções especificamente direcionadas aos atos processuais que
são intempestivos por diferença de um dia, não apresenta nenhum dispositivo que cite,
expressamente, o princípio da efetividade dos direitos fundamentais.
Ainda que tal tarefa exija atenção redobrada ao conteúdo do CPC, tenho uma ótima
notícia: o Gran apresentará a você, logo abaixo, uma lista com os assuntos mais cobrados
pela FCC relativamente à disciplina Direito Processual Civil.

Obs.: Todavia, tenha cuidado: com certeza, sua prova, apesar de trazer várias questões
dos temas abaixo, que provavelmente comporão o núcleo essencial e fundamental
de acertos necessários à aprovação, conterá questões de outros temas.
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos

Frequentemente, a separação entre a aprovação e a quase-aprovação vem de temas


pouco explorados e secundários. Ainda que o conhecimento de um tema periférico da
disciplina não o(a) impeça de conseguir a aprovação, uma ou duas questões de sua prova
podem consistir em diferença de meses ou anos para alcançar a nomeação decorrente
do concurso.
Portanto, alerto-o(a) e apelo para que não deixe de estudar os demais tópicos, que
são abordados com a profundidade necessária nas aulas de nosso curso. Espero que a lista
abaixo sirva principalmente como instrumento de aceleração de sua revisão, isto é, como
complemento à sua preparação de um modo geral.
Passados os conselhos e observações, apresento-lhe lista com os dez temas mais
explorados pela FCC em provas de Direito Processual Civil dos últimos anos:

Em ordem, são os seguintes:


1- Procedimento Comum
2- Recursos
3- Sujeitos Processuais
4- Atos Processuais
5- Processo de execução
6- Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio
7- Jurisdição e Ação
8- Competência
9- Sentença e Coisa Julgada
10- Tutela Provisória
Esta Aula Essencial 80/20 tratará, especificamente, desses dez temas, de modo a ajudá-lo(a)
a realizar uma revisão rápida e direta aos pontos fundamentais.
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EDITAL: RELEVÂNCIA DE CADA TÓPICO


Abaixo, apresento transcrição dos itens do edital do seu concurso, utilizando três cores
para simbolizar o grau de incidência do respectivo assunto em questões da FCC.
Vermelho: ALTA
Azul: MÉDIA
Verde: BAIXA

Obs.: DIREITO PROCESSUAL CIVIL: Lei n. 13.105/2015 e suas alterações (Código de Processo
Civil). Normas processuais civis. A jurisdição. A Ação. Conceito, natureza, elementos e
características. Condições da ação. Classificação. Pressupostos processuais. Preclusão.
Sujeitos do processo. Capacidade processual e postulatória. Deveres das partes e
procuradores. Procuradores. Sucessão das partes e dos procuradores. Litisconsórcio.
Intervenção de terceiros. Poderes, deveres e responsabilidade do juiz. Ministério
Público. Advocacia Pública. Defensoria Pública. Atos processuais. Forma dos atos.
Tempo e lugar. Prazos. Comunicação dos atos processuais. Nulidades. Distribuição e
registro. Valor da causa. Tutela provisória. Tutela de urgência. Formação, suspensão
e extinção do processo. Processo de conhecimento e do cumprimento de sentença.
Procedimento comum. Petição inicial. Improcedência liminar do pedido. Contestação,
reconvenção e revelia. Providências preliminares e de saneamento. Julgamento
conforme o estado do processo. Provas. Sentença e coisa julgada. Cumprimento da
sentença. Cumprimento. Liquidação. Processos de execução. Processos nos tribunais
e meios de impugnação das decisões judiciais. Disposições finais e transitórias.
Mandado de segurança. Ação popular. Ação civil pública. Ação de improbidade
administrativa. Súmulas do STF e do STJ. Teoria Geral dos Recursos. Recursos em
espécie. Juizados Especiais Cíveis e Criminais - Lei n. 9.099/1995 e suas alterações.
Lei n. 13.140/2015 e suas alterações (dispõe sobre a mediação)

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Direito Processual Civil
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

1. RESUMO DO ESSENCIAL
1.1. COMPETÊNCIA
No estudo dos limites da jurisdição nacional, constata-se a existência de dois tipos
de competência:
• 1) COMPETÊNCIA CONCORRENTE: Os órgãos judiciários brasileiros podem julgar a
ação, mas os órgãos estrangeiros também poderão. O Brasil é competente, sim,
para julgar uma demanda, mas é perfeitamente possível que as partes resolvam
submeter-se a julgamento de órgão judiciário estrangeiro, se assim preferirem,
observadas as regras de competência do outro país.
• 2) COMPETÊNCIA EXCLUSIVA: O Brasil, e somente o Brasil, poderá processar e julgar
uma demanda. Decisões proferidas no estrangeiro sobre os temas de competência
exclusiva dos órgãos judiciários brasileiros não terão validade, tampouco eficácia,
no Brasil.
Basicamente, você pode tomar em consideração o seguinte:
• 1) BENS IMÓVEIS situados no Brasil: a competência será exclusiva do Brasil
independentemente da espécie da ação ajuizada, seja uma ação possessória, ação
indenizatória, ação de nunciação de obra nova etc.
• 2) BENS MÓVEIS situados no Brasil: a competência será exclusiva do Brasil somente
quando a ação ajuizada envolver:
− Confirmação de testamento particular que envolva tais bens
− Inventário e partilha
− Partilha de bens em decorrência de divórcio, separação judicial ou dissolução de
união estável
Obs.: Em todas as hipóteses do item n. 2, não importa a nacionalidade das partes envolvidas
na ação.

DICA
Veja como, agora, ficou simples:
IMÓVEIS: sempre no Brasil
MÓVEIS: somente em hipóteses específicas (testamento
particular, inventário, divórcio etc.) será do Brasil a
competência exclusiva

Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que
a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas
as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.

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Direito Processual Civil
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Se duas ações de iguais partes, pedidos e causas de pedir tramitarem ao mesmo tempo
em países diferentes (em razão de competência concorrente), o fenômeno da litispendência
será relevado, isto é, não produzirá a consequência da extinção. É como se a litispendência
não existisse neste caso.

DICA
Resumindo:
Ações idênticas ou conexas em países distintos: não ocorre
litispendência, reunião ou extinção em razão da identidade/
conexão.
Exceções: tratado internacional ou acordo bilateral, que
pode determinar o contrário; e homologação de sentença
estrangeira pelo STJ.

Existem as seguintes espécies de competência:


1) Competência Material (em razão da matéria). Exemplo: ações oriundas das relações
de trabalho são julgadas pelos órgãos da Justiça do Trabalho. Logo, um juiz de direito, por
exemplo, seria incompetente para apreciar a causa trabalhista (sua jurisdição não poderia
ser exercida sobre as relações de trabalho).
2) Competência Pessoal (em razão da pessoa). Exemplo: as causas e os conflitos
entre a União e os Estados são processadas e julgadas pelo STF, originariamente (art. 102,
I, f, CF/88).
3) Competência Funcional (em razão do funcionamento/função). Exemplo: o julgamento
de mandado de segurança impetrado contra ato de juiz federal compete originariamente
ao TRF, e não pode ser impetrado perante outro juiz federal (art. 109, I, c, CF/88).
4) Competência Territorial (em razão do lugar/território). Exemplo: é competente o
juiz do lugar do ato ou fato para a ação de reparação de dano (art. 53, IV, a, CPC).
5) Competência em razão do valor. Exemplo: é possível que o Juizado Especial Cível
(da Justiça Estadual) aprecie litígio comum valorado em até 40 salários mínimos (art. 3º,
I, Lei n. 9.099/95).
As regras de competência, de cada espécie, podem ser absolutas ou relativas.

DICA
As competências absolutas NÃO podem ser modificadas
por interesse das partes.
As competências relativas, por sua vez, PODEM ser
modificadas, se as partes assim preferirem.
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• COMPETÊNCIAS ABSOLUTAS (imodificáveis):


− Competência Material
− Competência Pessoal
− Competência Funcional
• COMPETÊNCIAS RELATIVAS (podem ser modificadas):
− Competência Territorial
− Competência em razão do Valor
Agora, apresento, de forma ilustrativa, as principais diferenças entre as competências
absolutas e as relativas:

ABSOLUTAS RELATIVAS
• Matéria • Lugar (território)
• Pessoa • Valor
• Função
Alegáveis em preliminar de contestação ou, a Alegáveis apenas em preliminar de contestação, sob pena
qualquer tempo, por simples petição de preclusão

Alegáveis em qualquer tempo e grau de Não alegada até a preliminar, ocorre PRORROGAÇÃO DE
jurisdição COMPETÊNCIA

O juiz PODE declinar de ofício O juiz NÃO PODE declinar de ofício

1) Quando dois juízes diferentes se consideram competentes, instaura-se um conflito


POSITIVO de competência (inciso I).
2) Quando dois juízes se dizem incompetentes, instaura-se um conflito NEGATIVO de
competência (inciso II).
• Positivo: quando a controvérsia entre os juízos existe acerca da reunião dos processos.
• Negativo: quando a controvérsia existe acerca da separação dos processos.

DICA
NEGATIVO: separação
POSITIVO: reunião

• Conflito entre juízes do mesmo tribunal: quem julga é o respectivo tribunal;


• Conflito entre juízes de tribunais distintos: quem julga é o STJ;
• Qualquer conflito que envolva tribunais superiores: quem julga é o STF.
PRORROGAÇÃO: Consiste numa ampliação da competência do juízo que primeiramente
era incompetente: se a incompetência for relativa e ninguém a suscitar até a contestação, a
competência será prorrogada, e o juízo passará a ser definitiva e absolutamente competente
para processar e julgar a demanda.
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DERROGAÇÃO: As partes elegem expressamente um foro, que deverá ter competência


para apreciar conflitos sobre uma relação jurídica específica. Conforme o art. 63 e seus
parágrafos, deve a cláusula de eleição de foro ser escrita e aludir expressamente ao negócio
jurídico discutido. Ademais, essa cláusula obriga os herdeiros e sucessores das partes.
Para encontrar o for competente para a ação de divórcio, separação e anulação de
casamento, é necessário fazer-se as seguintes perguntas:

1º A separação decorreu de violência doméstica e familiar?

• Se não, faça-se a próxima pergunta.


• Se sim, o foro competente será o de domicílio da vítima da violência.

2º O casal possui filhos?

• Se não, faça-se a próxima pergunta.


• Se sim, são capazes ou incapazes?
− Se forem incapazes, o foro competente será o lugar de domicílio do incapaz. Se
os filhos já forem capazes, faça-se a próxima pergunta.

3º Algum dos ex-cônjuges/companheiros continua residindo no lugar do último domicílio


do casal?

• Se não, o foro competente será o de domicílio do réu.


• Se sim, o foro competente será o deste último domicílio, favorecendo o ex-convivente/
cônjuge que lá continua residindo.

Sobre a competência para as ações de reparação de dano, cabe levar em conta o seguinte:

REPARAÇÃO DE Lugar do ato ou


DANO Regra geral fato danoso

ACIDENTE ou DELITO
Exceções
Lugar do ato ou fato danoso
OU domicílio do autor

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Para diferenciar conexão de continência:

CONTINÊNCIA
CONEXÃO
Identidade de partes e
Identidade de pedidos causa de pedir, mas
ou causa de pedir os pedidos de uma
ação abrangem os da
outra

Sobre as cláusulas de eleição de foro abusivas:


• Antes da citação, a abusividade da cláusula de eleição de foro pode ser declarada
de ofício pelo juiz.
• Após a citação, somente a requerimento do réu, em preliminar de contestação, é que
a abusividade da cláusula de eleição de foro poderá ser declarada.

1.2. JURISDIÇÃO E AÇÃO


A jurisdição estatal possui diversas características essenciais à sua configuração. Além
de muito importantes para a compreensão do conteúdo, tais características aparecem,
esporadicamente, como objetos de questões objetivas de prova. A seguir, apresentarei as
características nominalmente destacadas na doutrina e reconhecidas pelas bancas.

INÉRCIA

A jurisdição não é aplicada aos casos concretos se os sujeitos interessados não provocarem
o Poder Judiciário para tanto. Em termos propriamente ditos, a jurisdição é inerte. O ato
de “dizer o direito”, por parte do Estado-juiz, só será praticado se os sujeitos interessados
no conflito solicitarem ao Estado-juiz que a lide seja resolvida.

SUBSTITUTIVIDADE

O Estado-juiz, ao aplicar o direito aos casos concretos, substitui as próprias partes no


papel de tutelar o direito envolvido no conflito.
Como condição necessária para que a substituição das partes seja exercida pelo Estado-juiz
com justiça, deve o órgão judicial ser imparcial: não deve o Estado-juiz conservar tendências
de cunho institucional ou pessoal que possam beneficiar uma ou outra parte do conflito.
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INDELEGABILIDADE
O Poder Judiciário não pode delegar – atribuir a outrem – a função jurisdicional (de
aplicar o direito ao caso concreto). Esta função é privativa dos órgãos do Poder Judiciário,
e a atribuição dessa função, de forma típica, a outros Poderes configuraria violação ao
princípio da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal).
Ademais, a atribuição da função jurisdicional a terceiros também poderia configurar
ofensa ao princípio do juiz natural.

Embora a característica da indelegabilidade seja consagrada e tida como regra geral no


ordenamento jurídico, o direito processual brasileiro permite a existência da arbitragem.

A fim de evitar que o problema seja carregado por muito tempo, e com o propósito de
tirar do juiz o popular “poder da caneta”, as partes podem procurar formas extrajudiciais
de solução do problema, lançando mão de concessões recíprocas até que cada parte consiga
a parcela mais favorável para si, respeitando as limitações da outra parte. Desse propósito,
decorre o surgimento das ferramentas alternativas de resolução de conflitos, dentre as
quais figura a arbitragem.

DEFINITIVIDADE
O exercício da jurisdição, por parte do Poder Judiciário, tem a prerrogativa de tornar
definitivas as decisões por ele tomadas. Os atos jurisdicionais, depois do término das
possibilidades de impugnação, tornam-se imutáveis e definitivos, não podendo ser
rediscutidos em sede de processos administrativos e, ainda, processos judiciais, exceto nos
casos especiais legalmente justificáveis (como no caso de ação rescisória, ação anulatória
ou ação revisional, nas respectivas hipóteses de cabimento).

INAFASTABILIDADE
O exercício da atividade jurisdicional é inafastável. Não há objeto jurídico que seja imune
ao poder jurisdicional do Estado. A característica da inafastabilidade possui duas óticas:
1) A lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma ameaça ou lesão
a direito (art. 5º, inciso XXXV, da Constituição). Esta, inclusive, é uma parte da essência do
princípio do acesso à justiça.
2) O juiz não pode deixar de julgar um conflito alegando existência de lacuna no
ordenamento jurídico: ele deverá valer-se de alguma ferramenta de integração do direito
(fontes formais acessórias ou fontes não formais), como analogia e princípios gerais do
direito, para julgar o caso concreto posto à sua análise.
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IMPRORROGABILIDADE

Se a jurisdição for exercida por quem não a possui, ou por órgão judiciário incompetente
para exercê-la em certo caso, a jurisdição não será estendida ao sujeito que dela se valeu
irregularmente. A irregularidade permanecerá, mesmo que tenha se mantido por longo tempo.
A característica da improrrogabilidade comporta exceções.

IMPERATIVIDADE

As decisões proferidas pelo Poder Judiciário têm poder coativo/coercitivo sobre os


sujeitos envolvidos ( jurisdicionados). Os termos das decisões judiciais, portanto, obrigam
os jurisdicionados.
O cumprimento da decisão judicial deve ser acatado pelos sujeitos envolvidos, sob pena
de aplicação de todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
que o Judiciário puder adotar no contexto (multa, busca e apreensão, inscrição em dívida
ativa etc.). Eventual inobservância da decisão judicial somente poderá ocorrer nos limites
das possibilidades de impugnação (recurso ou anulação, por exemplo), ou nas hipóteses
de obtenção de efeito suspensivo das decisões (suspensão da eficácia da decisão), nos
termos da lei.
Além dessas características, é importantíssimo assimilar que a jurisdição somente poderá
ser exercida por agente público investido de jurisdição. Para investir-se de jurisdição, deve
o agente preencher todos os requisitos legais/normativos para exercer as atribuições da
magistratura.
A jurisdição, ainda, pode ser contenciosa ou voluntária. Abaixo, apresento a diferenciação
básica entre estas duas espécies.
• JURISDIÇÃO CONTENCIOSA: O Estado visa à composição de litígios por meio de um
processo autêntico, no qual exista uma lide (conflito) a ser resolvida, com a presença
das partes (autor e réu) e aplicação das regras processuais de ônus probatório, revelia
e confissão. Nessa modalidade jurisdicional, a decisão judicial pode produzir coisa
julgada formal e material.
• JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: O Estado participa como mero administrador de interesses
privados, dando validade a negócios jurídicos por meio de um procedimento judicial.
Neste caso, não existe lide (conflito) e nem partes (autor e réu), mas apenas
interessados (requerentes). Nesta modalidade jurisdicional, a decisão judicial pode
produzir tão somente coisa julgada formal.

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São condições da ação:

INTERESSE LEGITIMIDADE

Interesse deve ser compreendido, em sentido completo, como interesse processual.


Tradicionalmente, chama-se tal condição de interesse de agir. Portanto, é possível que você
veja em provas esta condição com os nomes “interesse”, “interesse de agir” ou “interesse
processual”.
O interesse existirá quando o autor da ação completar um binômio técnico: necessidade
+ adequação. Explicarei cada um destes itens.
• NECESSIDADE: A ação deve ser necessária e útil para que o direito seja protegido,
restaurado ou compensado. Se a proteção, restauração ou compensação do direito
for perfeitamente possível sem o ajuizamento de ação, não existirá necessidade;
logo, não existirá interesse.
• ADEQUAÇÃO: Não basta que o autor tenha a necessidade de buscar o Judiciário: ele
deve escolher o meio processual legalmente adequado para a tutela de seu direito. Se
o autor procurar a tutela de seu direito por meio de uma espécie incorreta de ação, ou
por uma ferramenta inapropriada, sua pretensão não poderá ter seguimento, em razão
de a via processual por ele escolhida ser inadequada; logo, o autor não terá interesse
processual, em razão de a medida processual eleita ser incorreta (inadequada).
Não é suficiente que o autor tenha pleno interesse processual. Agora, vamos à segunda
condição da ação: legitimidade. Trata-se de uma condição aplicável tanto ao autor
como ao réu.
A legitimidade, no processo, deve ser compreendida como legitimidade para a causa
(legitimidade ad causam). Deve o autor, assim como o réu, ser legalmente autorizado a
requerer a tutela do direito envolvido no conflito de interesses.

DICA
Quando inerente ao autor, toma-se o termo LEGITIMIDADE
ATIVA (do polo ativo – autor)
Se pertinente ao réu, usa-se o termo LEGITIMIDADE PASSIVA
(do polo passivo – réu)

A extensão da legitimidade ad causam é disposta no art. 18 do CPC:

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente
litisconsorcial.

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A legitimidade para a causa pode ter uma de duas naturezas:


• 1) LEGITIMIDADE ORDINÁRIA: O direito pleiteado pertence à própria parte que
participa do processo. Trata-se do pleito de direito próprio em nome próprio.
• 2) LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA: O direito é pleiteado por uma pessoa que, a rigor,
não é a própria titular desse direito. Trata-se do pleito de direito alheio em nome
próprio. A legitimidade extraordinária, para preencher a condição da ação “legitimidade”,
deve ser expressamente autorizada por lei, para certa e determinada hipótese.
− O legitimado extraordinário, por defender direito alheio em nome próprio, é
tecnicamente denominado SUBSTITUTO PROCESSUAL. Logo, havendo participação
do legitimado extraordinário, ocorre o fenômeno da substituição processual, ao
qual se refere o parágrafo único do art. 18 do CPC.

DICA
LEGITIMIDADE ORDINÁRIA – regra geral
LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA - exceção

LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA
LEGITIMIDADE ORDINÁRIA
(Substituição Processual)
Direito próprio em nome próprio Direito alheio em nome próprio
Regra geral Exceção

Professor, e quais seriam, tecnicamente, as consequências da falta do preenchimento


de uma das condições da ação?

Isto é importantíssimo caro(a) aluno(a): faltando qualquer das condições da ação,


ocorre o fenômeno processual da carência de ação.
É possível apresentar-lhe uma ilustração ainda mais completa das condições da ação:

INTERESSE
LEGITIMIDADE PARA
PROCESSUAL
A CAUSA (AD
(INTERESSE DE
CAUSAM)
AGIR)

ATIVA (autor) PASSIVA (réu)


Necessidade Adequação da
(utilidade) via eleita (ação
correta)

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Os elementos identificadores da ação podem existir, até mesmo, quando a ação não
preencher todas as suas condições. Isso porque os elementos são inerentes à essência da
ação (estruturais da ação). São três:
• 1) Partes: autor e réu (ou requerente e requerido, como preferir), em se tratando
de jurisdição contenciosa, ou os meros interessados, em se tratando de jurisdição
voluntária.
• 2) Causa de pedir: existem a causa de pedir próxima e a causa de pedir remota.
− Causa de pedir próxima: é o fundamento jurídico que embasa o pedido. É o artigo
de lei, da Constituição, um princípio, um dispositivo de ato normativo etc.
− Causa de pedir remota: são os fatos narrados pelo autor na petição inicial. É o
acontecimento fático que levou o autor a ajuizar a ação.
• 3) Pedido: é a pretensão formulada pelo autor: condenar o réu a pagar ou fazer
alguma coisa, declarar a existência de uma relação jurídica etc.

ELEMENTOS
CONDIÇÕES
Partes
Interesse
Causa de pedir
Legitimidade
Pedido

AÇÃO DECLARATÓRIA
É aquela em que o autor, predominantemente, pede ao juiz uma decisão que declare a
existência, a inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica. É prevista nos arts. 19
e 20 do CPC:

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:


I – da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;
II – da autenticidade ou da falsidade de documento.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.

AÇÃO CONSTITUTIVA
É destinada a criar (constituir), extinguir (desconstituir) ou produzir modificações
em relações jurídicas.

EXEMPLO
ações de divórcio (desconstituição da relação matrimonial).

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AÇÃO CONDENATÓRIA
A ação condenatória é a que mais representa o caráter litigante das ações judiciais.
Trata-se da espécie de ação que visa formar um título executivo judicial. Este título
possibilita que o réu seja obrigado a cumprir uma obrigação de pagar quantia, de entregar
coisa, de fazer ou de não fazer alguma coisa.

AÇÃO MANDAMENTAL
São as ações que permitem ao juiz, como meio de satisfação, emitir uma ordem e/
ou comando obrigatório ao réu, que deverá atendê-lo, sob pena de medidas indutivas e
coercitivas (imposição de multa, busca e apreensão, inscrição em órgãos de proteção ao
crédito etc.).
Ademais, as ações mandamentais caracterizam-se pelo envolvimento de comandos
judiciais que, se descumpridos, dão ensejo à configuração de crime de desobediência.

EXEMPLO
Mandado de segurança, Habeas data, ação fundada em obrigação de fazer ou não fazer.

AÇÃO EXECUTÓRIA/EXECUTIVA LATO SENSU


A ação executória lato sensu, ou executiva lato sensu (como preferir), é, no fim das contas,
uma decorrência da ação condenatória. Ela tem por objeto a estipulação de meios pelos
quais o próprio Estado-juiz satisfará a pretensão do autor, por meio de indisponibilidade
de bens, bloqueio de contas bancárias, penhoras, expropriações etc.
O ponto que diferencia a ação executória lato sensu da ação mandamental é este: quem
cumprirá o comando judicial.

DICA
Se o comando for cumprido pelo próprio devedor, sob
pressão do juiz, a ação será mandamental.
Quando o comando for cumprido como decorrência de atos
do próprio juiz (determinação de penhora, indisponibilidade
de bens, bloqueio de contas etc.), a ação será executória.

1) AÇÃO DE CONHECIMENTO: Tem por finalidade o reconhecimento (certificação)


da existência ou inexistência do direito, bem como da maneira como tal direito pode ser
exercido e de seus parâmetros de aplicação. É a ação que visa a descoberta da verdade
sobre o conflito, mediante coleta de provas, oportunidade de defesa, narração dos fatos,
dentre outros atos, todos destinados a formar o convencimento do juiz sobre a verdade
real do conflito de interesses (lide) existente. O objetivo da ação de conhecimento é o
esclarecimento do conflito, de modo que o juiz possa aplicar o direito da forma mais justa
possível ao caso concreto.
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2) AÇÃO DE EXECUÇÃO: Tem por finalidade a satisfação do titular do bem jurídico,


que tem seu direito “entregue” pelo Estado após o efetivo conhecimento de seu direito. É,
em outras palavras, a satisfação de um direito já certificado e reconhecido numa ação de
conhecimento, ou de um direito que, por preencher alguns requisitos legais, não precisou
de um processo de conhecimento para ser satisfeito diretamente. O objetivo da ação de
execução é a efetiva entrega de um direito que já é certo.
3) AÇÃO CAUTELAR: Não existe no CPC de 2015. Na teoria processual, a ação cautelar
tem por objeto evitar que um direito ou uma prova se deteriore pelo transcurso do tempo,
bem como buscar a antecipação de um direito, em razão de eventual demora causar a sua
perda definitiva. Funda-se nos pressupostos probabilidade do direito (fumus boni juris) e
perigo na demora (periculum in mora).

1.3. ATOS PROCESSUAIS


O art. 189 traça quatro hipóteses em que os processos tramitarão em segredo de justiça:

INTERESSE PÚBLICO OU
SOCIAL

DADOS PROTEGIDOS PELO


SEGREDO DE JUSTIÇA
DIREITO À INTIMIDADE

CAUSAS QUE ENVOLVAM


ARBITRAGEM, COM CLÁUSULA DE
CONFIDENCIALIDADE

CAUSAS QUE ENVOLVAM CASAMENTO,


SEPARAÇÃO DE CORPOS, DIVÓRCIO,
SEPARAÇÃO, UNIÃO ESTÁVEL,
FILIAÇÃO, ALIMENTOS E GUARDA DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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O § 2º do art. 189 apresenta uma hipótese excepcional em que uma pessoa totalmente
estranha ao processo (terceiro) poderá ter acesso aos autos. Esse acesso, todavia, é
muito restrito:
1) O terceiro deverá demonstrar interesse jurídico no processo, isto é, que as decisões
do processo repercutam sobre os seus direitos e o modo de exercê-los.
2) O terceiro, com interesse jurídico, somente poderá ter acesso à parte dispositiva
da sentença.
Não terá acesso ao relatório nem aos fundamentos, mas tão somente ao dispositivo
da sentença.

DICA
Para lembrar:
O terceiro, para acessar autos em segredo de justiça, deverá:
Ter interesse jurídico + ter acesso somente ao dispositivo
da sentença.

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da
causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou
durante o processo.

Querido(a) aluno(a), o art. 190 traz uma grande inovação ao direito processual brasileiro:
o amplo negócio jurídico processual, também chamado de negociação processual. Trata-
se de uma maneira de flexibilizar o procedimento do CPC, isto é, de modificar a ordem
da prática dos atos processuais, bem como de determinar quais atos processuais serão
praticados ou cuja prática deixará de acontecer.
De forma genérica, em forma de cláusula geral, o art. 190 permite que as partes
flexibilizem o procedimento para adaptar o processo aos pontos específicos da causa,
convencionando inclusive sobre ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, em
qualquer momento do processo, enquanto estiver tramitando.
É difícil, por enquanto, determinar quais seriam, especificamente, as disposições lícitas.
No entanto, é muito mais fácil verificar quais seriam as disposições ilícitas, ou seja, as que
não podem ser realizadas pelas partes, nem mesmo com fundamento no art. 190.

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O Enunciado n. 19 do FPPC (Fórum Permanente de Processualistas Civis) apresenta


algumas convenções que podem ser realizadas. Confira:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 19 do FPPC:
São admissíveis os seguintes negócios processuais, dentre outros: pacto de
impenhorabilidade, acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer natureza,
acordo de rateio de despesas processuais, dispensa consensual de assistente técnico,
acordo para retirar o efeito suspensivo de recurso, acordo para não promover execução
provisória; pacto de mediação ou conciliação extrajudicial prévia obrigatória, inclusive
com a correlata previsão de exclusão da audiência de conciliação ou de mediação
prevista no art. 334; pacto de exclusão contratual da audiência de conciliação ou de
mediação prevista no art. 334; pacto de disponibilização prévia de documentação
(pacto de disclosure), inclusive com estipulação de sanção negocial, sem prejuízo de
medidas coercitivas, mandamentais, sub-rogatórias ou indutivas; previsão de meios
alternativos de comunicação das partes entre si; acordo de produção antecipada
de prova; a escolha consensual de depositário-administrador no caso do art. 866;
convenção que permita a presença da parte contrária no decorrer da colheita de
depoimento pessoal.

Outros exemplos de disposições lícitas e possíveis nos negócios jurídicos processuais


celebrados com base no art. 190 do CPC são enumerados no Enunciado n. 21 do FPPC:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 21 do FPPC
São admissíveis os seguintes negócios, dentre outros: acordo para realização de
sustentação oral, acordo para ampliação do tempo de sustentação oral, julgamento
antecipado do mérito convencional, convenção sobre prova, redução de prazos
processuais.

Agora, apresentarei a você o Enunciado n. 20 do FPPC, que enumera alguns objetos


ilícitos e impossíveis de negociação com base no art. 190. Confira:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 20 do FPPC
Não são admissíveis os seguintes negócios bilaterais, dentre outros: acordo para
modificação da competência absoluta, acordo para supressão da primeira instância,
acordo para afastar motivos de impedimento do juiz, acordo para criação de novas
espécies recursais, acordo para ampliação das hipóteses de cabimento de recursos.
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Apresento, ainda, os Enunciados n. 36 e 37 da ENFAM (Escola Nacional de Formação


e Aperfeiçoamento de Magistrados), que apresentam hipóteses de objetos ilícitos e
inadmissíveis de disposição mediante negócio jurídico processual:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 36 da ENFAM
A regra do art. 190 do CPC/2015 não autoriza às partes a celebração de negócios
jurídicos processuais atípicos que afetem poderes e deveres do juiz, tais como os que:
a) limitem seus poderes de instrução ou de sanção à litigância ímproba;
b) subtraiam do Estado/juiz o controle da legitimidade das partes ou do ingresso de
amicus curiae;
c) introduzam novas hipóteses de recorribilidade, de rescisória ou de sustentação oral
não previstas em lei;
d) estipulem o julgamento do conflito com base em lei diversa da nacional vigente; e
e) estabeleçam prioridade de julgamento não prevista em lei.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 37 da ENFAM
São nulas, por ilicitude do objeto, as convenções processuais que violem as garantias
constitucionais do processo, tais como as que:
a) autorizem o uso de prova ilícita;
b) limitem a publicidade do processo para além das hipóteses expressamente previstas
em lei;
c) modifiquem o regime de competência absoluta; e d) dispensem o dever de motivação.

Existem, ainda, os Enunciados 254 e 392 do FPPC:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 254 do FPPC
É inválida a convenção para excluir a intervenção do Ministério Público como fiscal da
ordem jurídica.
Enunciado n. 392 do FPPC
As partes não podem estabelecer, em convenção processual, a vedação da participação
do amicus curiae.

O sistema do PJE deve garantir que todas as características constitucionalmente


asseguradas ao processo (especialmente da publicidade e da garantia de participação das
partes) sejam observadas.
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Ademais, os sistemas, serviços, dados e informações relativos aos processos judiciais


devem, programaticamente, ser cada vez mais conectados, de modo que os operadores
dos processos (serventuários e advogados) tenham plena ciência deles. Exemplo claro de
interoperabilidade é o sistema de detecção de coisa julgada, litispendência ou de prevenção.
• DISPONIBILIDADE: a informação deve ser acessível no momento em que o usuário
quiser, evitando-se ao máximo eventuais indisponibilidades.
• INDEPENDÊNCIA DA PLATAFORMA COMPUTACIONAL: o sistema eletrônico do PJE
deve sustentar-se de maneira independente de quaisquer mecanismos físicos. Todos
os incidentes processuais devem ser resolvidos em autos eletrônicos, mesmo que
não sejam os autos do mesmo processo.
• ACESSIBILIDADE: devem ser garantidos todos os recursos técnicos para que todas
as pessoas consigam visualizar ou trabalhar com o conteúdo do processo, seja qual
for a limitação técnica ou física do sujeito que acessa o conteúdo.

EXEMPLO
Recurso auditivo para deficientes visuais.
• INTEROPERABILIDADE: como dito acima, os sistemas, serviços, dados e informações
relativos aos processos judiciais devem, programaticamente, ser cada vez mais
conectados, de modo que os operadores dos processos (serventuários e advogados)
tenham plena ciência deles
Quanto ao elemento volitivo, os atos processuais podem ser unilaterais ou bilaterais.
1) Atos processuais unilaterais: são praticáveis por apenas uma das partes.
2) Atos processuais bilaterais: necessitam de duas vontades (das duas partes) para
serem formalizados.
Para fins de prova, é importante conhecer melhor a regra do art. 207:
1) O escrivão ou chefe de secretaria deverá rubricar as folhas dos autos físicos.
2) Os demais sujeitos do processo poderão rubricar tais folhas, se assim quiserem.
É importantíssimo conhecer o limite horário para a prática de atos processuais, pelo
que apresento a seguinte ilustração:

HORÁRIO DOS ATOS


PROCESSUAIS

SALVO atos iniciados


antes das 20h, que não
possam ser adiados sem
prejuízo (§ 1°)

6:00 20:00

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Os horários acima destacados aplicam-se somente à prática física dos atos processuais.
Quando o ato processual for praticado de forma eletrônica, no sistema de processos
eletrônicos, deverá ele ser realizado em qualquer horário, devendo a parte, para evitar
preclusão, praticá-lo até as 24 horas do último dia do prazo (art. 213, caput).

Art. 212, § 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras


poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora
do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição
Federal.

A regra deste § 2º é muito cobrada em provas.

Como regra geral, não podem ser praticados atos processuais durante as férias forenses,
nem nos feriados ou dias úteis fora do horário das 6h às 20h (art. 214). O art. 212, § 2º,
estabelece algumas das exceções a tal regra. São elas:
• CITAÇÕES;
• INTIMAÇÕES;
• PENHORAS.
Estes três atos podem ser praticados a qualquer tempo, e mesmo SEM autorização
judicial. Poderão os Correios entregar as intimações e citações autonomamente, e poderá o
oficial de justiça fazer o mesmo, inclusive penhorando bens dos executados que eventualmente
encontrar, sem autorização do juiz para fazê-lo durante férias forenses e feriados.

DICA
CIP
Citações
Intimações
Penhoras
SEM autorização judicial durante feriados e férias forenses

Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais,
excetuando-se:
I – os atos previstos no art. 212, § 2º;
II – a tutela de urgência.

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Eis aqui as grandes exceções à regra geral, segundo a qual não se pode praticar ato
processual durante férias forenses. Tais exceções são:
• CITAÇÕES (mesmo sem autorização judicial);
• INTIMAÇÕES (mesmo sem autorização judicial);
• PENHORAS (mesmo sem autorização judicial);
• ATOS RELATIVOS À TUTELA DE URGÊNCIA (probabilidade do direito e perigo de dano
ou risco ao resultado útil do processo – art. 300 do CPC).

Obs.: Sim, é perfeitamente possível formular pedido de tutela de urgência, cautelar ou


antecipada, em caráter antecedente ou incidental, durante as férias forenses. Afinal,
o perigo do dano não se importa nem um pouco com as férias forenses.

Durante o período do recesso forense, alguns processos específicos não têm seus
prazos suspensos:
• 1) Processos de jurisdição voluntária;
• 2) Processos que tenham por objeto a conservação de direitos, cuja suspensão possa
prejudicar o resultado útil do processo (normalmente processos em que haja pedido
de tutela provisória de urgência cautelar);
• 3) Ações de alimentos;
• 4) Processos de nomeação/remoção de tutor/curador;
• 5) Outros processos indicados pela legislação esparsa.

Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente,
em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo
arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.

O local onde normalmente/ordinariamente devem ser praticados os atos processuais


(audiências, por exemplo) é o lugar onde o juízo estiver sediado (fórum). Até aqui,
nenhum segredo.
Interessante neste artigo é conhecer as hipóteses excepcionais, nas quais os atos
processuais poderão ser realizados em outros lugares que não a sede do juízo.
1) DEFERÊNCIA: Entende-se por deferência uma concessão realizada a título de
consideração a alguém.
2) INTERESSE DA JUSTIÇA: É possível que o próprio Poder Judiciário necessite realizar
os atos processuais em local diverso.
3) NATUREZA DO ATO: É possível que o próprio ato só seja possível fora da sede do juízo.
4) OBSTÁCULO RECONHECIDO PELO JUIZ: É possível que uma pessoa que deva intervir
no processo (parte, testemunha ou terceiro interveniente) não consiga superar algum
obstáculo para comparecer à sede do juízo para praticar um ato processual.
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É possível classificar os prazos processuais com base em cinco critérios diferenciadores1:


1) Quando à origem: os prazos processuais podem ser legais ou judiciais.
1.1. Os legais são expressos em dispositivo de lei ou ato normativo;
1.2. Os judiciais são os concedidos pelo juiz em decisão.
2) Quanto à alterabilidade: os prazos processuais podem ser dilatórios ou peremptórios.
2.1. Os dilatórios são os que podem ser livremente dilatados/prorrogados pelo juiz,
dependendo essa dilação unicamente do seu convencimento e de seu juízo de pertinência,
ou negociados pelas partes (reduzidos ou aumentados) nos termos do art. 190 do CPC;
2.2. Os peremptórios são os que somente podem ser estendidos diante do preenchimento
de certos requisitos legais, como, por exemplo, a existência de força maior (Ex.: prazo
recursal).
3) Quanto ao descumprimento: os prazos podem ser próprios ou impróprios.
3.1. Os próprios são aqueles que, quando descumpridos, provocam o fenômeno da
preclusão (perda de uma faculdade processual);
3.2. Os impróprios são os que, mesmo descumpridos, não geram nenhuma consequência
processual, podendo a providência ser cumprida até mesmo fora do prazo.
4) Quanto à exclusividade: os prazos podem ser comuns ou particulares.
4.1. Os prazos comuns são aqueles que correm, no mesmo espaço de tempo, para
ambas as partes.
4.2. Os prazos particulares são os que, num exato espaço de tempo, correm apenas
para uma parte ou sujeito processual, e não para a outra parte ou para os outros sujeitos.

Quando os prazos particulares começarem primeiro para uma parte e, depois de findo o
primeiro prazo, começarem para outra, estaremos diante dos chamados prazos sucessivos.

5) Quanto à atuação: os prazos processuais podem ser prazos de atuação ou prazos


de espera.
5.1. Os prazos de atuação são aqueles que, enquanto correr o prazo, exigem alguma
atitude de uma parte ou sujeito processual.
5.2. Os prazos de espera são os que, enquanto transcorrerem, nenhum ato processual
poderá ser praticado (Ex.: Intervalo mínimo de uma hora entre duas audiências de saneamento
processual – art. 357, § 9º do CPC).

1
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 124-125.

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O prazo judicial, para ser legítimo, deve pautar-se em ao menos um critério: complexidade
do ato. O prazo deverá ser diretamente proporcional à complexidade do ato: quanto mais
complexo o ato processual a ser praticado, maior será o prazo concedido pelo juiz em decisão.
Havendo omissão na lei, deverão ser observados os seguintes prazos:

INTIMAÇÃO
DECISÃO JUDICIAL
Obrigatoriedade de
Prática do ato processual
comparecimento
5 DIAS
48 HORAS

EXEMPLO
Imagine que uma parte tenha recebido intimação para oferecer contrarrazões recursais no
prazo de 15 dias, e esta intimação é publicada numa terça-feira. No mesmo dia, o advogado
do recorrido ficou sabendo, em conversa informal com serventuário fora da repartição, de
que tal intimação foi elaborada.
Veja: neste exemplo, se o advogado, no mesmo dia, elaborar e protocolar a peça de contrarrazões
antes mesmo de a intimação ser publicada, as contrarrazões serão tempestivas e perfeitamente
receptíveis.

No CPC anterior, esse “adiantamento” não era possível. Agora, a preclusão somente
ocorrerá depois do término do prazo. Antes do início do prazo, o ato pode, sim, ser praticado.
O art. 219 traz outra importantíssima novidade: os prazos processuais são contados
tão somente em dias úteis.
Finais de semana, feriados, dias sem expediente forense e recessos forenses são
desconsiderados do lapso temporal que forma o prazo.

A regra do cômputo de dias úteis aplica-se somente a prazos PROCESSUAIS, que são
aqueles concedidos para a prática de algum ato no processo.
Prazos decadenciais e prescricionais, por exemplo, são contados em dias corridos, e não se
sujeitam à regra do art. 219.

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De 20/12 a 20/01, nenhum prazo processual correrá, com exceção dos previstos no art. 215
do CPC. Eles continuarão de onde pararam. Se, em 19/12, o prazo já estava em seu terceiro
dia de contagem, o quarto dia de contagem será em 21/01, se esta data representar dia
útil (se não for dia útil, o quarto dia será o primeiro dia útil subsequente).

O “obstáculo” criado em detrimento (em prejuízo) da parte pode ser qualquer um, como
por exemplo a indisponibilidade total do sistema de processos eletrônicos.
Se for reconhecida a existência de obstáculo que prejudique a possibilidade de
manifestação de algum sujeito processual, o prazo deverá ficar suspenso.
Os tribunais do Poder Judiciário, esporadicamente, podem criar pautas exclusivas de
audiências de conciliação, incluindo nessa pauta todos os processos em que for possível,
em tese, a autocomposição.
Durante o período em que tais pautas perdurarem, as Varas vinculadas ao tribunal se
dedicarão com prioridade à conciliação. Portanto, é este o fundamento da necessidade de
suspensão do andamento processual de todos os feitos.

Obs.: Lembre-se que “autocomposição” consiste na resolução de um conflito pelas próprias


partes, podendo ser realizada mediante conciliação e mediação, por exemplo.
A dificuldade do transporte pode ser decorrente de fatores ordinários do local (falta
de infraestrutura) ou de calamidades/desastres naturais, como enchentes.
Havendo dificuldade de locomoção até a sede do juízo, poderá o juiz prorrogar todos
os prazos por até 2 MESES.
No caso específico da calamidade pública, esses dois meses poderão ser excedidos,
podendo o juiz prorrogar os prazos pelo tempo que entender necessário: três meses, seis
meses, um ano etc.
Para lembrar:

Dificuldade de
Se a dificuldade decorrer de
transporte
CALAMIDADE PÚBLICA
+2 MESES (possibilidade
Prorrogação sem limites
de prorrogação)

Prazos peremptórios, como estudamos no subcapítulo da classificação dos prazos,


são aqueles cuja dilação/redução somente pode ocorrer mediante preenchimento de
requisitos legais.
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A redução de um prazo peremptório, como o prazo recursal e o prazo da contestação


(15 dias), somente pode ocorrer se a parte destinatária do prazo concordar com a redução.
Prazos meramente dilatórios, por sua vez, podem ser livremente reduzidos pelo juiz,
desde que essa redução não prejudique a segurança jurídica das partes.
Neste mesmo exemplo, não poderia o juiz reduzir o prazo para 10 dias quando estivesse
no 10º dia, pois, obviamente, esta redução prejudicaria a parte de boa-fé.
Este parágrafo foi comentado juntamente do caput, a cujo comentário remeto.

Lembre-se: o decurso (término) de um praz NÃO precisa ser declarado pelo juiz. O fim de
um prazo produz automaticamente seus efeitos, que, em geral, são os efeitos da preclusão.

Para ilidir os efeitos da perda de um prazo, a parte poderá provar que não praticou o
ato dentro do prazo por uma justa causa, que sempre deve ser um evento alheio à sua
vontade, que, por si só, a impediu de praticar o ato, impedindo-a, ainda, de atribuir a
prática do ato a um mandatário.
Se o juiz reconhecer a justa causa, dará novo prazo para a prática do ato, de acordo
com a complexidade desse ato (art. 218, § 1º).

Obs.: Se era possível que um mandatário praticasse o ato, não ficará configurada a justa
causa, e a preclusão será mantida. Ademais, se o evento tiver decorrido da vontade
da própria parte, também não ficará configurada a justa causa, e a preclusão será
mantida.
Os prazos serão contados com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
O dia do começo é um daqueles mencionados no art. 231, a depender da forma como a
comunicação ocorreu.

Lembre-se: prazos não se iniciam nem terminam em feriados legais, fins de semana e em
dias em que não haja expediente forense, bem como no período de 20/12 a 20/01.

A renúncia a um prazo, por um sujeito processual, somente poderá ocorrer com relação
a prazos particulares (vide classificação dos prazos processuais, no subcapítulo anterior),
isto é, os prazos que correm somente para um sujeito processual específico.
Além de a renúncia ser apenas com relação a prazos particulares, deverá o renunciante
fazê-lo de forma expressa.
NÃO existe renúncia tácita a prazo processual. Toda renúncia a prazo deve ser expressa.

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A única exceção a esta regra é a do art. 1.000, parágrafo único: é possível que o direito ao
recurso seja tacitamente renunciado, quando uma das partes pratica ato incompatível
com a vontade de recorrer.
Se a prova perguntar, genericamente, sobre a forma da renúncia a prazo processual, responde
de acordo com o art. 225: deve ser EXPRESSA.

Art. 226. O juiz proferirá:


I – os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
II – as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;
III – as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por
igual tempo, os prazos a que está submetido.

Os prazos para os pronunciamentos do juiz podem ser excedidos por igual tempo.

EXEMPLO
Sentença, por 30 dias além do prazo (30+30 dias).

Obs.: É importantíssimo conhecer os prazos para a prolação de cada espécie de


pronunciamento judicial. Para ajudá-lo, apresento a seguinte ilustração:

Despacho

Decisão Interlocutória

10

Sentença

30

Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e executar
os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data em que:
I – houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei;
II – tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a hora em que teve ciência da ordem
referida no inciso II.

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Para ajudá-lo a lembrar dos prazos a que se sujeitam os servidores, apresento a


ilustração abaixo:

Remeter conclusos Executar

1 DIA 5 DIAS

Em processos físicos, é possível que, no polo ativo ou passivo, haja mais de uma parte
(litisconsórcio ativo ou passivo).
Se todos os litisconsortes do mesmo polo tiverem o mesmo advogado, ou advogados
diferentes do mesmo escritório, os prazos correrão normalmente.
Se, todavia, os litisconsortes tiverem advogados de diferentes escritórios de advocacia,
os prazos serão dobrados, a fim de compensar a falta de uniformidade na consulta aos autos.
Agora, imagine que, no caso de litisconsórcio passivo, somente um tenha apresentado
contestação e o outro tenha sido revel. Embora não surjam os efeitos da confissão nesta
hipótese (conforme o art. 345, inciso I do CPC), os prazos permanecerão de forma simples,
sem dobra, pois somente um dos réus é que será intimado para a prática dos atos processuais.

O “dia do começo” do prazo não é contado, pois os prazos processuais são contados com
exclusão do dia do começo (art. 224 do CPC).

Obs.: Lembre-se: conforme o art. 224, § 3º, a contagem do prazo somente se inicia no
primeiro dia útil seguinte ao da publicação. O dia da publicação, por ser o dia do
começo do prazo, fica excluído (art. 224, caput).
É importantíssimo conhecer, também, a regra do art. 272, § 6º, do CPC: “A retirada dos
autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado (...) implicará intimação de
qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação.”.
Portanto, ao levar os autos consigo em carga, o advogado é tido por intimado de
qualquer decisão judicial proferida nesses autos, mesmo que não publicada na
imprensa oficial.

Para cada parte (ou litisconsorte), o prazo será contado a partir da forma como ela
foi intimada/citada. O prazo corre para cada um, individualmente. Não haverá nenhum
obstáculo ao andamento de um prazo para os demais. se um dos sujeitos processuais não
for efetivamente intimado.
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Se um ato deva ser cumprido pela própria parte, e não pelo advogado, a intimação
deverá ser pessoalmente direcionada à parte, por correios ou oficial de justiça, e não por
intermédio do advogado. Logo, o começo do prazo será o dia do efetivo recebimento da
comunicação do ato processual pela parte.
É claro que, se a parte for intimada por intermédio do advogado e ficar ciente da
determinação, não haverá prejuízos, tampouco nulidade.
O prazo para a pessoa intimada/citada por hora certa, pelo oficial de justiça, começará
quando da juntada aos autos do mandado cumprido, no qual ficará atestado que a citação/
intimação se deu por hora certa.

1.4. SUJEITOS PROCESSUAIS


O descumprimento dos deveres dos incisos IV e VI do art. 77 acarreta sujeição a uma
penalidade mais grave do que a litigância de má-fé: a configuração de ato atentatório à
dignidade da justiça (AADJ).
Tais deveres são os seguintes:

IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar
embaraços à sua efetivação;
VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.

Falamos acima que as condutas dos outros incisos podem configurar litigância de má-fé a
depender do contexto, mas, se a prova citar especificamente os deveres dos incisos IV e VI,
considere correto que o descumprimento deles acarreta AADJ, e não litigância de má-fé. A
banca poderá tentar confundir o candidato, trocando AADJ por litigância de má-fé. Cuidado!

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Litigância de má-fé

1% a 10% do valor da AADJ


causa
Até 20% do valor da causa
Multa revertida à parte
Multa revertida à União (TRF) ou
contrária (perdas e
ao Estado (TJ), para o fundo de
danos)
modernização do Poder Judiciário

Se aplicada na fase de execução,


a multa é revertida ao exequente
(parte contrária)

DICA
Percentual da multa por AADJ: 20%
Se o valor da causa for irrisório ou inestimável: até 10x o
salário mínimo.

Para fixar:

DE OFÍCIO PELO JUIZ


Litigância de Má-fé

A REQUERIMENTO DA
Entre 1% e 10% do PARTE LESADA
valor corrigido da
causa

Como indenização por perdas e


danos à parte lesada

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Para lembrar:

DICA
Percentual da multa por ato de litigância de má-fé: 1%
a 10%
Se o valor da causa for irrisório ou inestimável: até 10x o
salário mínimo.

VII – informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do Poder Judiciário
e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Administração Tributária, para recebimento de
citações e intimações. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)

O inciso VII foi incluído ao CPC pela Lei n. 14.195/2021. O dever processual nele constante,
todavia, deve ser interpretado de forma sistemática.
Nem todas as pessoas são obrigadas por lei a manter dados cadastrais atualizados
perante o Poder Judiciário. Tais dados são exigidos daquelas pessoas que tenham o dever
de viabilizar eventuais citações e intimações por meio eletrônico. Tais pessoas são as
empresas públicas e privadas (art. 246, § 1º, CPC).
Embora exista regra programática no sentido de que, futuramente, todas as pessoas
naturais e jurídicas sejam citadas/intimadas por meio eletrônico (art. 270 do CPC), o
ordenamento jurídico, por enquanto, somente obriga as empresas públicas e privadas a
manter dados cadastrais perante o Poder Judiciário para o recebimento de comunicações
processuais em geral por meio eletrônico.
Até a alteração promovida pela Lei n. 14.195/2021, as microempresas (ME) e as empresas
de pequeno porte (EPP) eram dispensadas de tal obrigação. No entanto, a partir de tal
alteração, passou a surgir regra diferenciada a essas duas espécies de empresa. Trata-se da
regra citada pelo inciso VII do art. 77: o § 6º do art. 246, aliado ao § 5º do mesmo dispositivo.
Tais dispositivos versam:

§ 5º As microempresas e as pequenas empresas somente se sujeitam ao disposto no § 1º deste


artigo quando não possuírem endereço eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede
Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim).
(Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 6º Para os fins do § 5º deste artigo, deverá haver compartilhamento de cadastro com o órgão
do Poder Judiciário, incluído o endereço eletrônico constante do sistema integrado da Redesim,
nos termos da legislação aplicável ao sigilo fiscal e ao tratamento de dados pessoais. (Incluído
pela Lei n. 14.195, de 2021)

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Em termos simples, os §§ 5º e 6º do art. 246 do CPC querem dizer que a ME e a EPP


passam a ter, perante o Direito Processual Civil, uma obrigação alternativa:
1) Manter seus endereços atualizados no cadastro da Redesim (órgão da Administração
Tributária);
2) Realizar cadastro no sistema do Processo Judicial Eletrônico, gerido pelo Poder
Judiciário, mantendo seus endereços atualizados.
A finalidade da legislação (mens legislatoris) é clara: promover maior efetividade nas
citações e intimações, evitando que processos contra ME e EPP tramitem à revelia, e ao
mesmo tempo proporcionar maior facilidade e simplicidade a essas pequenas empresas.
Afinal, toda empresa já é obrigada a manter cadastro junto à Administração Tributária, e
a legislação autoriza que esse mesmo cadastro seja utilizado pelo Poder Judiciário como
fonte de informação dos endereços das pequenas empresas.
A legislação exige da ME e da EPP, para a concretização de tal benefício, uma única
contrapartida: a obrigação de manter atualizados seus endereços junto à Administração
Tributária (Redesim). Essa é a razão da inclusão do inciso VII ao art. 77 do CPC, que prevê
tal contrapartida como um dever processual.
Portanto, verifica-se que o dever processual do inciso VII deve receber interpretação
sistemática com resultado restritivo, uma vez que sua correta aplicação deve ser realizada
em conjunto com outros dispositivos do CPC.
Há, no entanto, um detalhe importante para a prova no que toca ao dever processual
do inciso VII. No art. 77 do CPC, a única alteração promovida pela Lei n. 14.195/2021 foi a
inclusão do inciso VII. Tal lei não alterou nenhum dos parágrafos do art. 77.

Professor, por que tal detalhe é importante para a prova?

Caro(a) aluno(a), é porque os §§ 1º e 2º tipificam os atos atentatórios à dignidade da


justiça (violação dos deveres dos incisos IV e VI do art. 77). Se a prova disser que a violação
do novo dever processual – do inciso VII – configura, por si só, ato atentatório à dignidade
da justiça, a respectiva alternativa estará errada, porque o legislador não alterou os §§ 1º
e 2º para fazer constar tal configuração.
Na teoria, contudo, é possível que os juízes e tribunais interpretem eventual morosidade
da parte quanto ao dever de atualização dos endereços como ato configurador de litigância
de má-fé, se, no caso concreto, a ausência de atualização for associada com alguma das
hipóteses do rol do art. 80 do CPC, em especial dos incisos IV e V (oposição de resistência
injustificada ao andamento do processo e procedimento de modo temerário em qualquer
incidente ou ato do processo, respectivamente).
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EXEMPLO
O órgão da Administração Tributária notifica a ME/EPP para que atualize seus endereços para
fins de compartilhamento de informações com o Poder Judiciário, e a empresa responde tal
notificação no sentido de que não cumprirá tal dever a fim de que os processos contra ela
ajuizados não tenham o devido andamento.

Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar
preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.

Como regra geral, o advogado somente pode postular em juízo, representando outrem,
quando juntar aos autos procuração na qual receba poderes de representação de seu cliente.
Esta regra comporta algumas exceções. São elas:
1) Evitar preclusão.
2) Evitar decadência.
3) Evitar prescrição.
4) Praticar ato urgente.
Para lembrar:

Não precisa juntar procuração no


PRECLUSÃO
momento do protocolo da petição
DECADÊNCIA
A Procuração deverá ser juntada
PRESCRIÇÃO
em 15+15 dias.
ATO URGENTE

Existem atos processuais que geram consequências muito importantes e fatais para
o processo, como a concessão de quitação, a transigência, a desistência, dentre outros.
Para a prática desses atos, é necessário que o cliente (parte) conceda ao seu advogado, em
instrumento de procuração e de forma expressa, os chamados poderes especiais, que são:
• receber citação (caso em que o réu ficará obrigado a comparecer em audiências e/
ou apresentar contestação, sob pena de contumácia ou revelia);
• confessar (caso em que um fato será tido como incontroverso e independerá de
novas provas);
• reconhecer a procedência do pedido, (caso em que o réu ficará obrigado a atender
ao pedido do autor);
• transigir (situação na qual o advogado tentará o melhor acordo possível para seu
cliente, a fim de encerrar a lide);
• desistir;
• renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação (contexto em que o autor nada mais
poderá cobrar do réu, nos limites da renúncia);
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• receber (recebimento de valores da condenação, por meio de alvarás judiciais);


• dar quitação (caso em que a parte não poderá mais cobrar o direito quitado);
• firmar compromisso;
• assinar declaração de hipossuficiência econômica (situação na qual o autor declara
não ter condições de pagar as despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento
e/ou de sua família).

É muito cobrada, em provas, a validade da procuração no curso do processo:: em quais


fases do processo a procuração é válida? A regra, embora importantíssima, é simples:

1) Se a procuração não tiver nenhum dispositivo limitador, a procuração será válida para
toda a fase de conhecimento (em qualquer grau recursal) e para a fase de cumprimento
de sentença do mesmo processo.
2) É possível que na procuração exista alguma cláusula limitadora de representatividade,
dispondo, por exemplo, que a procuração não seria válida em grau de recurso, mas somente
em primeiro grau de jurisdição. É possível, também, que haja cláusula proibindo o advogado
de atuar na fase de cumprimento de sentença. Estas limitações de atuação, em todo caso,
devem ser expressas na procuração para que sejam reconhecidas. No silêncio, presume-se
que o advogado é legitimado a representar seu cliente em qualquer fase do processo, até
mesmo na de cumprimento de sentença (executiva).

Os poderes “ilimitados” do advogado têm, no fundo, uma limitação: os poderes são adstritos
ao mesmo processo, mesmo que não tenha limitações de fases processuais.
Portanto, se o mesmo cliente precisar impetrar um mandado de segurança ou ajuizar uma
ação rescisória, por exemplo, será necessária uma nova procuração.

• Consultar os autos na repartição: qualquer advogado


• Ter vista dos autos fora da repartição: somente procuradores dos sujeitos do processo
• Regra geral: se estiver correndo um prazo comum às partes, os autos não podem ser
retirados em carga de forma isolada. Somente poderão retirá-los de forma conjunta,
ou mediante ajuste prévio (termo escrito em que os advogados das duas partes se
comprometem a ficar com os autos por dois dias cada um, por exemplo).
• Exceção: os autos podem ser retirados de forma isolada por um advogado, sem prévio
ajuste, quando o objetivo for a obtenção de cópias de peças dos autos, pelo período
fixado pela secretaria do órgão, que não poderá ser menor que de duas horas, nem
maior do que seis horas (entre 2 e 6 horas).
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Tome cuidado para não confundir sucessão processual com substituição processual.
SUCESSÃO: Uma pessoa já integrava o processo desde seu início, mas o polo que ela ocupava
passou a ser ocupado por outra pessoa. É uma troca de sujeitos na mesma posição do
processo.
SUBSTITUIÇÃO: Desde o início do processo, os direitos de uma pessoa são postulados por
outra, legalmente autorizada a reclamar direito alheio em nome próprio. É sinônimo de
legitimidade extraordinária. Neste caso, não há troca: somente uma pessoa (a substituta)
figura no processo desde o início.

Ademais, a sucessão processual é subdividida em duas espécies:


• SUCESSÃO OBRIGATÓRIA (LEGAL): A lei obriga que, ocorrendo determinado fato, o
sujeito processual seja sucedido por outra pessoa.

EXEMPLO
O art. 110 do CPC dispõe: “Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão
pelo seu espólio ou pelos seus sucessores.”. Veja: havendo morte de uma das partes, ela deverá
ser sucedida por alguém: espólio ou sucessores da lei civil.
• SUCESSÃO VOLUNTÁRIA: A lei não obriga a sucessão, mas, em razão de determinado
ato volitivo entre os envolvidos, a sucessão processual acaba por ocorrer, pois o titular
do direito defendido passa a ser outra pessoa. Este ato pode consistir em negócios
jurídicos ou acordos celebrado entre as pessoas.

EXEMPLO
O § 1º do art. 109 permite que, em caso de alienação de um bem, e havendo consentimento
da parte contrária, o adquirente (comprador) do bem poderá suceder o alienante (vendedor)
no respectivo polo do processo.

DICA
Regra geral: a alienação ou cessão (doação) do bem litigioso
não permite a sucessão processual.
Exceção: se a parte contrária concordar, poderá haver
sucessão voluntária (o alienante sai do processo, e o
adquirente entra, no mesmo polo).

1) Morte do réu: O juiz suspenderá o processo, e intimará o autor para que promova a
citação do espólio do réu, de seus sucessores ou de seus herdeiros, fornecendo endereços
e nomes de que souber. O juiz fixará ao autor um prazo certo para que cumpra esta
determinação. O prazo será livremente fixado pelo juiz, que observará o mínimo de 2 (dois)
meses e um máximo de 6 (seis) meses (regra do § 2º, inciso I, do art. 313).
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2) Morte do autor: Existem duas consequências possíveis (§ 2º, inciso II, do art. 313).
2.1. Se o direito do autor for intransmissível (ações que envolvam direitos personalíssimos,
como um mandado de segurança para posse em cargo público), o processo será logo extinto
sem resolução do mérito.
2.2. Se o direito for perfeitamente transmissível (como ações que envolvam cobrança
de obrigação), o juiz suspenderá o processo e ordenará a citação do espólio, dos sucessores
ou dos herdeiros do autos, por meios públicos de divulgação, sendo que os eventuais
sucessores ou herdeiros deverão, num prazo fixado pelo juiz, manifestar-se nos autos e
requerer a habilitação como sucessores processuais. Se tal prazo transcorrer e ninguém se
manifestar o processo será extinto sem resolução do mérito.
Para que o advogado renuncie ao seu mandato, deverá cumprir duas obrigações:
1) Comunicar, efetivamente, ao cliente de que deixará de assisti-lo no processo,
provando nos autos essa comunicação;

Obs.: Essa comunicação não será necessária se o cliente ainda permanecer representado
por um ou mais advogados, mesmo que o advogado renunciante se retire do processo
(§ 2º).
2) Caso o processo esteja numa fase importante, deverá continuar a representar o
cliente por 10 dias, a fim de que o cliente não seja prejudicado pela saída de seu então
advogado (evitar preclusão de alguma faculdade processual, como a de interpor recurso,
de apresentar réplica etc.).

Obs.: Embora o artigo seja textualmente omisso nesse sentido, se o cliente continuar
representado por um ou mais advogados no processo, por ter concedido poderes
a mais de um advogado, essa atuação por 10 dias não será necessária.
• AUTOR: adianta as despesas dos atos que requerer, requeridos pelo MP fiscal da lei
ou determinados de ofício pelo juiz.
• RÉU: adianta as despesas dos atos que requerer.

Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país
ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos
honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens
imóveis que lhes assegurem o pagamento.

Mesmo que o autor da ação não tenha imóveis no Brasil, ele não precisará recolher a
garantia nas seguintes hipóteses (§ 1º):
1) Se ele for autor de uma reconvenção, isto é, reconvinte numa ação em que
originalmente figurava como réu;
2) Se ele for exequente numa ação executiva autônoma (como a execução de um
título de crédito);
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3) Se ele for exequente em fase de cumprimento de sentença de título executivo


judicial, depois do término da fase de conhecimento;
4) Se houver norma internacional (acordo ou tratado) dispensando pessoas da
nacionalidade do autor de prestarem tais cauções (Ex.: tratado que isenta cidadãos russos
de prestarem essa caução no Brasil).
Destaquem-se os valores mínimo e máximo dos honorários advocatícios de sucumbência
no processo civil:

MÍNIMO

10%

MÁXIMO

20%

Basicamente, o juiz olhará para seis fatores antes de fixar os honorários sucumbenciais:

DICA
Zelo
Lugar
Natureza
Importância
Trabalho
Tempo

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Nos processos em que for parte a Fazenda Pública, os percentuais serão diferentes,
tendo como base o valor da condenação, o valor da causa ou do proveito econômico obtido:

1% a 3%

100.001 ou mais

3% a 5%

20.001 a 100.000 sal. min.


mínimos

5% a 8%
2.001 a 20.000 salários mínimos

8% a 10%
201 a 2.000 salários mínimos

10% a 20%
0 a 200 salários mínimos

Fazenda DEIXA de apresentar


Fazenda OFERECE impugnação
impugnação ao cumprimento de
ao cumprimento de sentença
sentença

DEVIDOS honorários de
INDEVIDOS honorários de
sucumbência
sucumbência

Para a prova, é importantíssimo conhecer as seguintes alterações legislativas:


1) O art. 75, III, do CPC, aumentou o número de sujeitos que podem representar o
Município em juízo, ativa ou passivamente. Além de seu prefeito ou procurador, o Município
pode contar com a representação das Associação de Representação de Municípios, quando
expressamente autorizada.

Obs.: Essa autorização deve ser conferida pelo chefe do Poder Executivo municipal (art.
75, § 5º, CPC), a quem caberá, ao mesmo tempo, a indicação específica do direito
ou da obrigação a ser objeto das medidas judiciais.

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2) A representação processual do Município por Associação de Representação de


Municípios tem três limitações:
2.1) LIMITAÇÃO SUBJETIVA: depende de autorização do chefe do Poder Executivo
municipal;
2.2) LIMITAÇÃO OBJETIVA: somente é eficaz para medidas judiciais relacionadas a
direitos e obrigações especificados na autorização do chefe do Poder Executivo municipal;
2.3) LIMITAÇÃO FINALÍSTICA: somente é eficaz quando o direito e/ou a obrigação
envolvida no processo for relacionado a interesse comum dos municípios filiados à associação.

Obs.: Essas três limitações são cumulativas, e, se uma delas for desrespeitada, a
representação processual do Município em juízo será irregular, o que acarretará o
vício da irregularidade de representação.

3) O art. 85, § 6º-A, incluído pela Lei n. 14.365/2022, esclarece que, quando a base de
cálculo dos honorários advocatícios for suscetível de liquidação (líquida ou liquidável), a
apreciação equitativa será proibida.
O trecho final do § 6º-A ressalva, expressamente que, embora a base de cálculo dos
honorários advocatícios seja líquida ou liquidável, poderá haver apreciação equitativa
quando o valor dessa base de cálculo for muito baixo, qualificável, inclusive, como irrisório.
4) O valor a ser fixado pelo juiz, em aplicação equitativa, passou a sofrer considerável
limitação a partir da entrada em vigor da Lei n. 14.365/2022, que incluiu ao art. 85 do CPC o
§ 8º-A. A partir dessa alteração, nas hipóteses em que o juiz for autorizado a fixar honorários
advocatícios mediante apreciação equitativa (base de cálculo de valor muito baixo), o juiz
deverá balizar-se pelos valores constantes da tabela de honorários da OAB, divulgada pela
respectiva Seccional (âmbito estadual). Antes, tal obrigatoriedade não existia, e a tabela
assumia função simplesmente orientativa.

A obrigatoriedade de observância da tabela de honorários da OAB não é tão ampla. Como


regra geral, o juiz ainda é obrigado a aplicar os percentuais de 10% e 20% (§ 2º). A consideração
da tabela da Seccional da OAB somente ganha vez quando o juiz estiver autorizado a
fixar honorários por apreciação equitativa.
Em conclusão, os valores das tabelas da OAB somente são obrigatórios nas causas em
que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa
for muito baixo.

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1.5. TUTELAS PROVISÓRIAS


1) Tutelas Provisórias de Urgência: FUMUS BONI IURIS e PERICULUM IN MORA – probabilidade
do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, respectivamente.
2) Tutela Provisória de Evidência: FUMUS BONI IURIS – probabilidade (evidência) do
direito, exclusivamente.

Tutela provisória de caráter Tutela provisória de caráter

incidental (seja cautelar ou antecedente (seja cautelar

antecipada) ou antecipada)

SEM custas (art. 295) Depende do pagamento


de CUSTAS

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.


Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidental.

Desse artigo, decorrem cinco tipos de tutela provisória:


1) TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR ANTECEDENTE
2) TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR INCIDENTE
3) TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA ANTECEDENTE
4) TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA INCIDENTE
5) TUTELA DE EVIDÊNCIA
• COGNIÇÃO EXAURIENTE: É a conclusão tida pelo juiz após toda a instrução processual,
no momento de sua decisão definitiva de mérito. Trata-se do conhecimento (cognição)
do mérito do processo quando toda e qualquer prova possível já foi produzida, e todas
as manifestações possíveis já foram feitas ou, pelo menos, oportunizadas às partes.
• COGNIÇÃO SUMÁRIA: É a conclusão tida pelo juiz antes da fase de instrução, no
momento em que a parte pede a concessão da tutela provisória, somente com base
nos elementos trazidos pela parte que requer a tutela. O conhecimento do mérito
do processo, nesse caso, é sumário (a discussão das questões levantadas ainda não
se exauriu).

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• TUTELA CAUTELAR: É a tutela postulada pela parte que pretende evitar que certo
dano ocorra, ou evitar a perda ou a deterioração considerável de um direito que ela
pretende proteger por meio da ação judicial.
− A repetição do verbo “evitar” é proposital. A tutela cautelar embasa-se na prevenção
à destruição de direitos ou de meios de provar os direitos, em face de um risco
concreto de destruição.
− De acordo com o art. 301 do CPC, a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser
efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto
contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do
direito.
• TUTELA ANTECIPADA: É a tutela postulada pela parte que pretende o adiantamento
de um direito cuja existência ela tentará provar ao longo do processo. Grosso modo, a
tutela antecipada é a “antecipação” de um direito que a parte postulará no processo.
Trata-se de receber tal direito antes de a sentença definitiva declarar que a parte o
possui. É por isso que a tutela antecipada também é chamada pelo nome de tutela
satisfativa, pois proporciona a satisfação adiantada do direito.
− Conforme o art. 300, § 3º, do CPC, a tutela de urgência de natureza antecipada não
será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Portanto, se eventual adiantamento do direito reclamado puder, em algum grau
de possibilidade, ser irreversível (de impossível desfazimento posteriormente), a
tutela antecipada não será concedida.
• TUTELA ANTECEDENTE: É a tutela provisória postulada pela parte antes mesmo da
formulação do pedido principal. Basicamente, é a tutela provisória requerida antes
da petição inicial. As espécies de tutela provisória que possuem caráter antecedente
são muito assemelhadas à antiga “ação cautelar”, que era ajuizada antes da “ação
principal”.
• TUTELA INCIDENTE (ou INCIDENTAL): É a tutela provisória postulada pela parte
juntamente ou após a formulação do pedido principal. A petição inicial já foi formulada
e protocolada ao tempo do requerimento da tutela incidental. Comumente, o pedido
de tutela provisória incidental é formulado na própria petição inicial. Basta que a
tutela provisória seja requerida juntamente ou depois a petição inicial para que seja
classificada como de caráter incidental.

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Para ajudá-lo a visualizar essas diferenças, apresento a seguinte ilustração:

TUTELA
TUTELA PROVISÓRIA
PROVISÓRIA
ANTECIPADA
CAUTELAR

ADIANTAR/ANTECIPAR
EVITAR
direito que será postulado
dano/prejuízo

TUTELA PROVISÓRIA
TUTELA PROVISÓRIA em
em caráter
caráter
ANTECEDENTE
INCIDENTAL/INCIDENTE

ANTES do pedido
DEPOIS do pedido principal
principal

• Probabilidade do direito: a parte demonstra que suas razões fáticas e jurídicas levam
a crer que o direito por ela postulado é muito provável ou, até mesmo, evidente.
Trata-se de um contexto em que a inexistência do direito é algo difícil de ser provado,
embora possível.
• Perigo de dano: o direito postulado pode sofrer lesão em decorrência da demora da
decisão definitiva.
• Risco ao resultado útil do processo: se a tutela de urgência não for concedida,
é possível que eventual dano faça com que o processo perca seu objeto, e tenha
tramitado inutilmente.

De acordo com o art. 302, inciso III, se a tutela provisória concedida for cessada por qualquer
hipótese legal (inclusive quando a parte perder o prazo de 30 dias para apresentar os
pedidos principais – art. 309, inciso I), o requerente da tutela responderá objetivamente
(independentemente de culpa) pelos danos causados à parte contrária por causa da
concessão da tutela provisória.

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DICA
Urgência conTemporÂneA à propositura da ação – Tutela
Antecipada Antecedente

A tutela de evidência é uma modalidade de tutela provisória criada pelo Novo CPC.
Trata-se de uma tutela provisória cuja concessão é condicionada a um único pressuposto
material: probabilidade (evidência) do direito, o clássico fumus boni iuris, tão somente.
Aqui, não importa se eventual demora do processo pode causar dano a alguém ou
prejuízo ao resultado útil do processo. É por isso que o pressuposto material “periculum
in mora” não existe nas tutelas de evidência.
Para você memorizar quais são as hipóteses em que o juiz pode decidir liminarmente
em sede de tutela de evidência, apresentarei as seguintes dicas:
1) Os incisos I e IV (que não são hipóteses de decisão liminar) envolvem atuação efetiva
do réu antes da tutela de evidência.
1.1.) Para que a tutela de evidência seja concedida com base no inciso I, deve ter
ocorrido, anteriormente, manifestação do réu, para que o abuso do direito de defesa
ou o manifesto propósito protelatório do réu sejam identificados, e a tutela de evidência
seja concedida.
1.2.) Para que a tutela de evidência seja concedida com fundamento no inciso IV, deve
o réu já ter apresentado sua contestação, e não ter se fundado em prova capaz de gerar
dúvida razoável.
2) Os incisos II e III são restritos ao pedido em si ou à prova apresentada pelo autor, sem
qualquer participação prévia do réu.
Conclusão: se a decisão liminar só é possível antes da manifestação do réu, são hipóteses
em que a tutela de evidência será cabível liminarmente as seguintes:

II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese


firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação
de multa;

Obs.: A tutela de evidência não possui aquela subdivisão em “cautelar” ou “antecipada”.


É tão somente “tutela de evidência”.

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1.6. PROCEDIMENTO COMUM


Os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido são, juntos, conhecidos como
CAUSA DE PEDIR.
Existem a causa de pedir próxima e a causa de pedir remota.
• Causa de pedir próxima: é o fundamento jurídico que embasa o pedido. É o artigo
de lei, da Constituição, um princípio, um dispositivo de ato normativo etc.
• Causa de pedir remota: são os fatos narrados pelo autor na petição inicial. É o
acontecimento fático que levou o autor a ajuizar a ação.

Não é necessário que todos os documentos destinados à instrução probatória sejam


juntados com a petição inicial.
O art. 320 exige que os documentos indispensáveis à propositura da ação, ou seja, os
necessários ao manejo de uma determinada ação sejam juntados com a petição inicial,
de forma anexa.

EXEMPLO
Procuração, comprovante de recolhimento de custas, comprovante de depósito de 5% do
valor da causa para o ajuizamento de ação rescisória, certidão de casamento para ação de
divórcio etc.

O art. 321 institui a emenda da petição inicial.


A petição inicial poderá ser emendada (leia-se: retificada, consertada, corrigida) nas
seguintes situações:
1) Falta de algum dos requisitos dos arts. 319 e 320: falta de algum documento
indispensável à propositura da ação, falta de endereço atualizado do réu, falta de pedido
ou causa de pedir etc.
2) Defeitos e/ou irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito:
documentos juntados são ilegíveis, determinada argumentação textual é ambígua, confusão
acerca de os pedidos serem subsidiários ou alternativos etc.

Não deixe passar batido este detalhe: o juiz deverá INDICAR COM PRECISÃO o que deve ser
corrigido ou completado. Portanto, não poderá o juiz simplesmente intimar o autor para
emendar a inicial: ele deverá apontar o defeito constado: falta de pedido, incerteza de um
pedido, falta de endereço etc.

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O caput do art. 322 dispõe que o pedido deve ser certo, e o caput do art. 324 preconiza
que o pedido também deve ser determinado.
• PEDIDO CERTO: é o pedido explícito/expresso na petição inicial. É a indicação precisa
de qual bem jurídico o autor pretende.

EXEMPLO
Pedido de obtenção de guarda de uma criança é um pedido certo, enquanto “autorização de
exercício do poder familiar sobre uma criança” é um pedido incerto, se formulado isoladamente.
• PEDIDO DETERMINADO: é o pedido que, além de explícito, possui uma dimensão
material especificada. É a indicação da quantidade relativa ao bem jurídico pretendido.

EXEMPLO
Condenação do réu ao pagamento de R$ 10.000,00 referentes a um contrato de prestação
de serviços de pintura já cumprido pelo autor e não pago pelo réu.

Art. 322, § 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas


de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.

O § 1º do art. 322 é importantíssimo e muito explorado em provas.

DICA
Para gravar:
Sempre se consideram incluídos nos pedidos os seguintes
itens:
JUROS LEGAIS (não contratuais)
CORREÇÃO MONETÁRIA
VERBAS DECORRENTES DA SUCUMBÊNCIA (especialmente
os Honorários Advocatícios Sucumbenciais)
PRESTAÇÕES SUCESSIVAS

Como regra geral, o pedido genérico é vedado, e sua formulação pode acarretar a
inépcia da petição inicial se o autor, intimado para emendá-la, não corrigir o problema.
Existem exceções a esta regra, nas quais o pedido genérico será aceito. Todavia, o aceite
de um pedido genérico somente se dará nas hipóteses abaixo especificadas.

I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;

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As ações universais são aquelas que versam sobre universalidades de fato e/ou de direito.
O art. 90 do Código Civil conceitua esses dois tipos de universalidades.

II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;

Este inciso refere-se principalmente às ações indenizatórias por atos/fatos ilícitos.

III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu.

Fora dos casos dos incisos I a III, o pedido genérico é proibido, e pode causar o indeferimento
da petição inicial, por inépcia, se não corrigido no prazo de 15 dias para a emenda da inicial
(art. 321 do CPC).
Para ajudá-lo(a) a visualizar a regra do aditamento da petição inicial, apresento-lhe um
resumido mapa mental do processo, abordando somente as fases envolvidas nessas regras:

Decisão de
Protocolada a CITAÇÃO DO
saneamento (art. Instrução
petição inicial RÉU
357 do CPC)

Aditamento SEM Aditamento COM NÃO cabe


consentimento do consentimento do aditamento, NEM se
réu réu o réu concordar

O indeferimento da petição inicial ocorrerá, resumidamente, em quatro hipóteses:


1) A petição inicial não preenche os requisitos legais (arts. 106 e 321 do CPC);
2) A petição inicial for inepta (hipóteses do § 1º);
3) A ação não preencher qualquer de suas condições essenciais (interesse processual
e/ou legitimidade ad causam), conforme incisos I e II.
4) Hipótese especial do § 2º: Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação
decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob
pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas
que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
O indeferimento da petição inicial é determinado mediante sentença de extinção do
processo (art. 485, I, CPC). Portanto, contra o indeferimento da petição inicial cabe apelação.
Interposta a apelação, o juiz poderá se retratar em 5 dias, permitindo o regular
processamento da ação, caso se convença dos fundamentos recursais do autor.
Se o juiz não se retratar, ele citará o réu para que ofereça, se quiser, contrarrazões
à apelação.
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Para contrarrazoar a apelação, o réu será citado, pois, até o momento, ainda não terá sido
citado, eis que a petição inicial foi indeferida. A banca poderá inserir uma pegadinha dizendo
que o réu seria “intimado”, o que é equivocado.

DICA
Interposta apelação: réu CITADO para contrarrazoar
NÃO interposta a apelação: réu INTIMADO para ciência

IMPROCEDÊNCIA LIMINAR INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO


Extinção COM resolução do mérito (art. 487, Extinção SEM resolução do mérito (art. 485,
I, do CPC) I, CPC)
Faz coisa julgada material Não faz coisa julgada material

1) A improcedência liminar total/integral é determinada mediante SENTENÇA,


impugnável por apelação (art. 1.009 do CPC).
2) A improcedência liminar parcial é determinada mediante DECISÃO INTERLOCUTÓRIA,
impugnável mediante agravo de instrumento (art. 1.015, II, CPC).
Para ilustrar:

I. L. TOTAL I. L. PARCIAL

SENTENÇA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

APELAÇÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO

De forma sintética, listo para você os elementos que, verificados, impõem a improcedência
liminar do pedido:
• PRESCRIÇÃO;
• DECADÊNCIA;
• CONTRARIEDADE a enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça;
• CONTRARIEDADE a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
• CONTRARIEDADE a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
• CONTRARIEDADE a enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
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Quando o autor ajuizar a ação contra um réu que alega que, na verdade, não tem
legitimidade para atuar no processo (preliminar de ilegitimidade passiva) ou não tem
responsabilidade pelo dano reclamado, o autor terá 15 dias para alterar, em sua petição
inicial, o réu contra o qual pretende litigar.

O prazo de 15 dias para alteração do réu terá início independentemente de o juiz concordar,
ou não, com a ilegitimidade passiva alegada pelo réu.
Portanto, é suficiente para o início do prazo de 15 dias para “troca de réus” que o réu
simplesmente alegue sua ilegitimidade passiva.

Se, após o transcurso do prazo de 15 dias, o autor não trocar o réu, em razão de discordar
da preliminar de ilegitimidade ou simplesmente em razão de silenciar-se, o juiz decidirá
se o réu é, ou não, parte legítima do processo. As consequências possíveis são duas:
1) Se o juiz entender que o réu é parte legítima, o processo terá prosseguimento normal.
2) Entendendo o juiz pela ilegitimidade passiva do réu, o processo será extinto sem
resolução do mérito, por falta de preenchimento de todos os aspectos da legitimidade
(art. 485, inciso VI, CPC).

Obs.: A extinção sem resolução do mérito por ilegitimidade passiva somente acontecerá
se o autor perder o prazo de 15 dias para trocar de réus, ou se o autor discordar da
ilegitimidade e se o juiz entender que, de fato, o réu é parte passivamente ilegítima.
Se o réu se valer da preliminar de ilegitimidade passiva, e houver alguma razão lógica
que leve a concluir que o réu é capaz, sim, de indicar o sujeito que deva responder pelos
fatos (o legítimo réu), terá ele o dever de indicar, ao mesmo tempo, quem seria o legítimo
réu da ação.
Não haverá problemas se o réu demonstrar razões convincentes de que ele não tem
conhecimento do sujeito que deva responder pelos fatos narrados na petição inicial. Todavia,
se o réu realmente puder indicar o sujeito responsável e não fizer essa indicação, ele deverá
pagar todas as despesas do processo, bem como deverá indenizar o autor pelos prejuízos
que decorrerem do seu silêncio no tocante à indicação.
Conclusão: mesmo que o processo acabe extinto sem resolução do mérito por ilegitimidade
passiva, se o réu deixar de indicar o verdadeiro legitimado quando puder fazer a indicação,
ele pagará as custas processuais e os honorários advocatícios. Trata-se de uma expressão
do princípio da causalidade: quem der causa à extinção do processo (neste caso, o réu, em
razão da impossibilidade de prosseguimento em face do real responsável) deve arcar com
as despesas processuais.
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Quando o réu indicar o verdadeiro legitimado ou responsável, o autor poderá tomar


uma de duas atitudes:
1) Dentro do prazo de 15 dias para alteração (aditamento) da petição inicial, poderá
excluir o atual réu e incluir aquele indicado na preliminar de ilegitimidade passiva da
contestação. Neste caso, somente o novo réu (incluído) continuará no processo (art. 339,
§ 1º, CPC).
Nesta primeira hipótese, o autor pagará ao advogado do réu excluído (ilegítimo)
honorários advocatícios, em montante a ser fixado pelo juiz, respeitado o limite mínimo
de 3% e máximo de 5%, calculados sobre o valor da causa ( já que nesta fase do processo
ainda não há condenação).

Honorários advocatícios –
3% 5%
exclusão de réu ilegítimo

Do VALOR DA CAUSA

Obs.: Se o valor da causa for muito irrisório (baixo), os honorários ao advogado do réu
excluído poderão observar a regra do art. 85, § 8º, do CPC: o juiz fixará, de forma
equitativa ( justa), um valor que dignamente remunere a atividade do advogado
no processo, levando-se em conta o tempo despendido, o zelo, o lugar da prestação
dos serviços, o trabalho despendido, a natureza e a importância da causa (art. 85,
§ 2º, CPC).
2) Também dentro do prazo de 15 dias para aditamento da inicial, o autor poderá manter o
primeiro réu e incluir, como litisconsorte passivo (outro réu), o sujeito indicado na preliminar de
ilegitimidade. É uma situação em que ambos os réus (o originário e o indicado) permanecerão
no processo (art. 339, § 2º, CPC). Logo, nesta hipótese, não haverá necessidade de pagamento
de honorários de advogado ao primeiro réu, eis que que continua no processo.

Tome muito cuidado para não confundir as regras de substituição de réus (quando há alegação
de ilegitimidade passiva na contestação), com o fenômeno da substituição processual.
A substituição processual é sinônimo de legitimidade extraordinária: quando uma pessoa
pleiteia direito alheio em nome próprio, nos casos em que o ordenamento jurídico permitir.
As regras sobre substituição de réus nada têm a ver com substituição processual, no
sentido técnico.

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Art. 340, § 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for
distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.

O § 2º institui uma excepcionalíssima hipótese em que o juízo prevento será aquele para
onde tiver sido distribuída a contestação, ou, ainda, a carta precatória, se for o caso.

Como regra geral, é prevento o juízo onde for feito o registro da petição inicial, ou para
onde a petição inicial for distribuída (art. 59 do CPC).
No § 2º, vê-se o único caso em que a prevenção do juízo se dará pelo registro ou pela
distribuição da contestação: quando for reconhecida a competência do foro indicado pelo
réu em preliminar de contestação.

DICA
Se o réu apresentar contestação mas deixar de impugnar
um ou mais fatos, esses fatos, como regra geral, serão
presumidos como verdadeiros. É como se fosse uma “revelia
parcial”, a grosso modo.

Contudo, há situações excepcionais em que o efeito da confissão não será implementado,


mesmo que o réu não apresente impugnação aos fatos e fundamentos pertinentes. Tais
situações são as abaixo elencadas:

I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;


II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância
do ato;
III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

Não confunda estas duas informações:


1) As pretensões formuladas na Reconvenção DEVEM ser conexas com a ação principal ou
com o fundamento da defesa
2) NÃO EXISTE relação de dependência processual entre a ação principal e a reconvenção.
Logo, uma pode existir sem a outra.

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O réu (reconvinte) não precisa restringir suas pretensões somente contra o autor
(reconvindo). Ele pode incluir terceiros como litisconsortes do autor/reconvindo.
É possível que o réu/reconvinte forme litisconsórcio com outra pessoa para apresentar
a reconvenção contra o autor/reconvindo.

DICA
Quando a ação for proposta por substituto processual
reconvenção é proposta, também, contra o substituto
processual.
Os direitos cobrados na reconvenção são cobrados do
substituído, que será representado pelo seu substituto,
o reconvindo.

CONTUMÁCIA
REVELIA
GÊNERO
Espécie
Inércia da parte para a prática de
Ausência de defesa (contestação)
qualquer ato processual

1.7. SENTENÇA E COISA JULGADA


• SENTENÇA CONSTITUTIVA: Tem conteúdo destinado a criar (constituir), extinguir
(desconstituir) ou produzir modificações em relações jurídicas.

EXEMPLO
Sentenças das ações de divórcio (desconstituição da relação matrimonial).
− Em algumas situações, as sentenças constitutivas, quando se destinem a
desconstituir uma relação jurídica (como no caso do divórcio), são chamadas de
sentenças desconstitutivas ou, ainda, de sentenças constitutivas negativas.
• SENTENÇA CONDENATÓRIA: A sentença condenatória é a que mais representa o
caráter litigante das ações judiciais. Trata-se da espécie de sentença que forma um
título executivo judicial. Este título possibilita que o réu seja obrigado a cumprir uma
obrigação de pagar quantia, de entregar coisa, de fazer ou de não fazer alguma coisa.
− Por meio dela, o réu é condenado a cumprir obrigação descumprida, que pode ser
de dar (pagar quantia ou entregar coisa), fazer ou não fazer.

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EXEMPLO
Exemplos práticos são incontáveis: sentenças de ação indenizatória por danos morais, ação
de despejo, ação de cobrança.
• SENTENÇA MANDAMENTAL: São as sentenças que, como meio de satisfação, emitem
uma ordem e/ou comando obrigatório ao réu, que deverá atendê-la, sob pena de
medidas indutivas e coercitivas posteriores (imposição de multa, busca e apreensão,
inscrição em órgãos de proteção ao crédito etc.).
− Ademais, as sentenças mandamentais caracterizam-se pelo envolvimento de
comandos judiciais que, se descumpridos, dão ensejo à configuração de crime de
desobediência.

EXEMPLO
Mandado de segurança, Habeas data, ação fundada em obrigação de fazer ou não fazer.

Nas sentenças mandamentais, o comando expedido pelo juiz (mediante mandado judicial,
normalmente) é cumprido pelo próprio devedor. Este cumprimento ocorre sob certa pressão,
como a cominação de multa, previsão da possibilidade de busca e apreensão etc.
É neste ponto que reside a diferença crucial entre a sentença mandamental e a sentença
executiva lato sensu, que é a próxima a ser estudada.

• SENTENÇA EXECUTÓRIA/EXECUTIVA LATO SENSU: A sentença executória lato sensu,


ou executiva lato sensu (como preferir), é, no fim das contas, uma decorrência da
sentença condenatória. Ela adota meios pelos quais o próprio Estado-juiz satisfará
a pretensão do autor, por meio de indisponibilidade de bens, bloqueio de contas
bancárias, penhoras, expropriações etc.
− O ponto que diferencia a sentença executória lato sensu da sentença mandamental
é este: quem cumprirá o comando judicial.

DICA
Se o comando for cumprido pelo próprio devedor, sob
pressão do juiz, a sentença será mandamental.
Quando o comando for cumprido como decorrência de atos
do próprio juiz (determinação de penhora, indisponibilidade
de bens, bloqueio de contas etc.), a sentença será executória.
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Para gravar algumas hipóteses de extinção do processo sem mérito:

Processo parado Abandono de causa

Culpa de AMBAS as partes Culpa DO AUTOR

+ UM ANO + 30 dias

Constatada a passagem de um ano (negligência das partes) ou de 30 dias (abandono da


causa pelo autor), a providência seguinte NÃO será a extinção imediata do processo. Há
alguns passos anteriores.

Quando o juiz constatar que as partes estão deixando o processo parado por um ano,
ele deverá intimá-las para que deem andamento ao processo, no prazo de 5 dias a contar
do recebimento da intimação. Se elas não tomarem nenhuma providência neste prazo, aí
sim, o processo será extinto sem mérito, por sentença (regra do § 1º deste artigo), e as
partes serão condenadas a pagar as custas proporcionalmente (§ 2º deste artigo).
A mesma regra se aplica quando o juiz constatar que o autor abandonou a causa por mais
de 30 dias: deverá intimá-lo para que dê andamento ao processo (requeira o que entender
de direito) no prazo de 5 dias a contar do recebimento da intimação. Se o autor ficar inerte
neste prazo, aí sim, o processo será, igualmente, extinto sem mérito, por sentença (regra
do § 1º deste artigo, também), e o autor será condenado a pagar as despesas processuais
e os honorários sucumbenciais (§ 2º deste artigo).

Verificado que o autor abandonou a causa por mais de 30 dias, e se o réu tiver oferecido
contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor dependerá de
requerimento do réu.
Se, todavia, o réu ainda não tiver contestado a ação, o juiz poderá extinguir o processo sem
mérito de imediato, independentemente de qualquer outro requisito. São as regras do §
6º do art. 485.

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Perempção, litispendência e coisa julgada são questões processuais que não precluem,
e podem ser alegadas a qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de ofício pelo juiz.
• LITISPENDÊNCIA: repetir ação que já estiver em curso, isto é, ajuizar uma ação idêntica
a outra já ajuizada e ainda em andamento.
− Se a ação repetida já tiver transitado em julgado, o fenômeno constatado da
reprodução da ação de forma idêntica será o da COISA JULGADA.
• PEREMPÇÃO: é uma sanção processual que impede uma pessoa de ajuizar nova ação
por determinado tempo, em razão da prática de algum ato ilícito em processo anterior.
Se é de ofício, depende de
Hipótese De ofício ou a requerimento?
outra circunstância?
Sim: enquadramento da petição
Inciso I: indeferimento da
De ofício inicial numa das hipóteses do
petição inicial
art. 330
Sim: intimação das partes para
Inciso II: processo parado por
De ofício que movimentem o processo
negligência das partes
em 5 dias (art. 485, § 1º)
Sim: intimação das partes para
que movimentem o processo
Inciso III: abandono de causa De ofício em 5 dias (art. 485, § 1º) e
requerimento do réu, se ele já
tiver contestado (§ 6º).
Inciso IV: ausência de
De ofício Não
pressuposto processual
Inciso V: perempção,
De ofício Não
litispendência ou coisa julgada
Inciso VI: ausência de
legitimidade ou de interesse De ofício Não
processual;
Inciso VII: convenção arbitral A requerimento do réu
Inciso VIII: desistência A requerimento do autor
Inciso IX: morte e
De ofício Não
intransmissibilidade da ação
Inciso X: outras hipóteses
Depende da hipótese Depende da hipótese
do CPC

A sentença extintiva sem mérito não examina os pedidos em si, mas apenas questões
processuais.
No entanto, para que o ajuizamento de nova ação seja possível, são necessárias duas
providências pelo autor:
1) Corrigir o equívoco decorrente da extinção do processo, se houver. Nos casos de
litispendência, indeferimento da inicial, falta de pressuposto processual, ausência de
legitimidade ou de interesse processual ou convenção arbitral, a correção de algum vício/
equívoco será imprescindível, sob pena de o processo ser, novamente, extinto sem mérito.
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2) Pagar as custas e os honorários de sucumbência decorrentes da extinção do


processo anterior.
Se o processo tiver sido extinto antes da participação efetiva do advogado da parte
contrária, não haverá honorários de sucumbência a pagar, mas somente as custas processuais.

Obs.: Dê uma atenção especial ao número de abandonos de causa necessários para a


perempção: TRÊS. É uma tolerância bem grande, concorda?

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido
e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.

Este artigo se alinha à teoria moderna da sentença, apresentando os três elementos


essenciais da sentença judicial: relatório, fundamentação e dispositivo.
1) Relatório é o histórico processual, no qual constam os acontecimentos mais importantes
do processo, especialmente petição inicial, contestação, laudo pericial, impugnação ao
laudo etc. De acordo com o art. 489, inciso I, o relatório conterá os nomes das partes, a
identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais
ocorrências havidas no andamento do processo.
2) Fundamentação é a exposição do raciocínio jurídico empregado na análise das matérias
de fato e de direito envolvidas na discussão proposta pelas partes (art. 489, inciso II).
3) Dispositivo é o corpo da sentença em que o juiz resolverá as questões principais que
as partes lhe submeterem (art. 489, inciso III), deferindo ou indeferindo cada uma delas,
e estabelecendo os ônus processuais das partes (custas, honorários, multas, providências
urgentes etc.).
Se uma das partes invocar essa súmula/jurisprudência/precedente, o juiz deverá,
obrigatoriamente, manifestar-se sobre tal. Caso rejeite a incidência desse precedente,
deverá demonstrar ao menos uma dentre duas coisas:
1) O caso concreto é diferente do abordado no precedente;
2) Embora o caso concreto seja igual ao abordado no precedente, este precedente já
se encontra superado pelo direito atual.
A sentença ficará contaminada por vício quando for:
1) Extra Petita: o juiz decide sobre matéria não apresentada por qualquer das partes.
Pode ser impugnada mediante apelação, se o processo estiver em primeira instância.
2) Ultra Petita: o juiz decide sobre matéria que, de fato, foi apresentada pelas partes,
mas em grau superior ao delimitado por elas. Pode ser impugnada mediante apelação, se
o processo estiver em primeira instância.

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3) Citra Petita: o juiz deixa de se manifestar sobre matéria que as partes lhe apresentaram
para apreciação e julgamento. Pode ser impugnada mediante embargos de declaração,
pois a omissão judicial é um dos motivos ensejadores desse recurso.
Ademais, conforme o parágrafo único, a decisão judicial deve sempre, em qualquer
hipótese, ser CERTA.
Não importa se a relação jurídica resolvida pela sentença é condicionada a evento futuro
ou de repercussões incalculáveis. A sentença, sempre – sempre mesmo – deve ser certa.

EXEMPLO
Se o fato A vier a existir, a consequência será X. Se o fato A não vier a existir, a consequência
será Y. O juiz não deixará nada para resolver depois. Isso é o significado de sentença certa.

Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e
a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação
pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
I – embora a condenação seja genérica;
II – ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente
arresto sobre bem do devedor;
III – mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.

Simples: se a condenação do réu for para pagar quantia, seja esta quantia decorrente
de uma obrigação em dinheiro ou de conversão de outra espécie de obrigação em pecúnia/
dinheiro, poderá o credor/autor valer-se da sentença para constituir hipoteca judiciária
em face do devedor/réu, perante a repartição cartorária competente.

O § 1º é muito envolvido em provas. As bancas tentam confundir o candidato dizendo que,


excepcionalmente em uma das hipóteses do § 1º, a hipoteca judiciária não poderia ser
constituída.
No entanto, veja que todos os incisos do § 1º iniciam-se por conjunções concessivas (ainda
que, mesmo que, embora). Isso significa que, em todas as hipóteses do § 1º, poderá ser
constituída hipoteca judiciária normalmente.
As bancas tentam trocar as conjunções concessivas por “exceto”, “salvo”, “ressalvado no
caso de...”, o que torna a respectiva alternativa errada.

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DICA
Para não cair na pegadinha do “exceto”, e “salvo”, recomendo-
lhe lembrar de que a hipoteca judiciária sempre poderá ser
constituída quando a condenação do réu for de pagamento
em dinheiro.

O reexame necessário, modernamente nomeado pelo CPC de 2015 de “Remessa


Necessária”, consiste em enviar ao Tribunal, para reanálise obrigatória, decisões que
condenem pessoas jurídicas de direito público a pagar determinado valor:
• União, autarquias federais e fundações públicas federais: a partir de 1000 salários
mínimos;
• Estados, Municípios que sejam Capitais de Estados e suas autarquias e fundações
públicas: a partir de 500 salários mínimos;
• Municípios em geral e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 100 salários
mínimos.
O reexame necessário, modernamente nomeado pelo CPC de 2015 de “Remessa Necessária”,
consiste em enviar ao Tribunal, para reanálise obrigatória, decisões que condenem pessoas
jurídicas de direito público a pagar determinado valor:

Obs.: Os valores abaixo constam do § 3º do artigo ora em comento.


• União, autarquias federais e fundações públicas federais: a partir de 1000 salários
mínimos;
• Estados, Municípios que sejam Capitais de Estados e suas autarquias e fundações
públicas: a partir de 500 salários mínimos;
• Municípios em geral e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 100 salários
mínimos.
Nos processos em que deva haver a remessa necessária, não importa se uma das partes
interpôs, ou não, apelação.
1) Se houver sido interposta apelação, este recurso será denominado “apelação
voluntária”, ou seja, a parte interpôs a apelação voluntariamente, mesmo sendo desobrigada
de fazê-lo para que a sentença fosse reexaminada.
1.1. Tendo sido interposta a apelação, o tribunal realizará o reexame necessário sob a
forma de julgamento do recurso, apreciando as demais matérias não impugnadas pelo
recorrente.
2) Se nenhuma das partes recorrer, ocorrerá uma dentre duas coisas:
2.1. O juiz remeterá os autos ao tribunal;
2.2. O Presidente do próprio tribunal avocará (tomará para si) os autos do processo,
para o reexame.
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O CPC tratou de instituir dois tipos de tutela jurisdicional das obrigações de fazer e de
não fazer:
1) Tutela específica: o juiz ordena o réu/devedor a cumprir a mesma obrigação de fazer
ou não fazer que descumpriu, na exata forma estabelecida no contrato.

EXEMPLO
O autor postula na petição inicial que o réu, por ter descumprido a obrigação de construir
um muro, o construa, conforme o pactuado. Ao condenar o réu a construir o muro, estará o
juiz deferindo a tutela específica: determinando que seja cumprida a mesma obrigação de
fazer pactuada.

2) Tutela pelo resultado prático equivalente: por ser impossível o cumprimento tardio
da obrigação descumprida, o juiz condena o réu/devedor a cumprir, em favor do autor,
alguma obrigação que possa restaurar/criar uma realidade fática aproximada daquela que
existiria se a obrigação tivesse sido cumprida.

EXEMPLO
O autor, que tem festa de casamento marcada para as semanas seguintes, postula na inicial
a condenação do réu, um cantor muito famoso, ao cumprimento da obrigação de fazer,
pertinente a apresentar show musical na festa de casamento do autor, em razão de este ter
relevado que daria um “calote” no autor e não iria à festa. Caso o réu se negue a cumprir a
obrigação, mesmo admitindo a procedência do pedido do autor, poderá o juiz condená-lo,
em julgamento antecipado do mérito, a pagar outro cantor de igual patamar (outro cantor
famoso) para cumprir a obrigação em seu lugar na festa de casamento do autor.

Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se
impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

A conversão de uma obrigação em indenização por perdas e danos consiste em uma


forma de amenizar as consequências gravosas do inadimplemento de uma obrigação. Deve
o devedor ser condenado, nestes casos, a pagar indenização pelos lucros cessantes (o que
o credor deixou de ganhar) e pelos danos emergentes (o prejuízo que o credor teve).
A conversão em perdas e danos, no entanto, só é cabível quando for impossível a tutela
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

DICA
A coisa julgada formal não impede o ajuizamento de nova
ação judicial acerca da mesma causa;
A coisa julgada material IMPEDE o ajuizamento de nova ação
judicial sobre a mesma causa.

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As questões de mérito, identificadas pelas matérias de fato, podem ser classificadas


de duas formas:
1) QUESTÃO PRINCIPAL: É o fato diretamente relacionado ao pedido do autor.

EXEMPLO
Se o fato narrado for de descumprimento de obrigação de fazer, a questão principal será o
pedido para que o réu seja condenado a cumprir a obrigação de fazer.

2) QUESTÃO PREJUDICIAL: É um fato que, embora não seja relacionado diretamente


ao pedido do autor, pode impedir que esse pedido seja conhecido pelo juiz.

EXEMPLO
Se o fato narrado for de descumprimento de obrigação de fazer, a questão prejudicial pode
ser a prescrição da pretensão relativa a tal obrigação. O tempo decorrido entre a lesão do
direito do autor e o ajuizamento da ação, quando configurar a prescrição, é uma questão
prejudicial ao mérito. Se reconhecida a prescrição (questão prejudicial), a questão principal
(obrigação de fazer) não será sequer analisada/conhecida.

O § 1º do art. 503 estabelece requisitos para que a questão prejudicial seja acobertada
pela coisa julgada material, de modo a não mais poder ser analisada em outra ação. Tais
requisitos, sinteticamente, são:
1) O julgamento do mérito só é possível se a questão prejudicial for analisada;
2) A parte contrária àquela que alegou a que4stão prejudicial deve ter tido a oportunidade
de exercer o contraditório efetivo e prévio sobre ela.
Se a procedência da questão prejudicial decorrer de revelia, não se formará coisa julgada
material sobre a questão prejudicial.
3) O juiz da causa tenha competência material e/ou pessoal para julgar a questão
prejudicial;
Se a questão prejudicial for de competência de outro juízo, o juiz do processo relativo
à questão principal não formará coisa julgada material sobre a questão prejudicial.
4) O juiz tenha decidido sobre a questão prejudicial de forma expressa e no mesmo
processo (incidentemente).
Os requisitos do § 1º são cumulativos. A questão prejudicial somente será acobertada
pela coisa julgada material se preenchidos todos eles. Na falta de qualquer um deles, a
questão prejudicial não sofrerá tal efeito.

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Gustavo Deitos

1.8. RECURSOS
• PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE (ou SINGULARIDADE): Contra uma decisão
judicial específica, se couber recurso, haverá um único recurso cabível. Não será
possível a interposição de dois ou mais recursos contra a mesma decisão ao mesmo
tempo. Cada recurso tem uma função específica, uma natureza.
• PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE: O recurso deve ser discursivo e dialético, indicando
quais são os segmentos da decisão que deseja impugnar e as razões que justificam
tal impugnação. A construção do recurso (indicação das partes impugnadas e das
razões recursais) é fundamental para viabilizar uma boa análise de validade e justiça
da decisão recorrida pelo juízo recursal.
• PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE: Em regra, os recursos são interpostos somente em
razão da vontade das partes. Logo, a matéria decidida não será reanalisada a menos
que alguma das partes apresente o recurso cabível.

Uma exceção a esse princípio é a remessa necessária (art. 496 do CPC), que consiste em
enviar ao Tribunal, para reanálise obrigatória, decisões que condenem pessoas jurídicas de
direito público a pagarem obrigações de determinado valor:
• União, autarquias federais e fundações públicas federais: a partir de 1000 salários
mínimos;
• Estados, Municípios que sejam Capitais de Estados e suas autarquias e fundações
públicas: a partir de 500 salários mínimos;
• Municípios em geral e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 100 salários
mínimos.

O § 4º do art. 496 do CPC ainda estabelece casos em que, independentemente do valor


da condenação em desfavor do ente público, a remessa não será necessária. Veja o que
dispõe tal norma:

§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.

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• PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE: Todas as espécies de recursos que podem ser interpostos


devem estar expressamente previstos em lei. Não é possível a criação de recursos
para casos concretos específicos, nem a conjugação de elementos de vários recursos
para formar um só. Cada recurso deve ser regrado por disposições legais específicas
e ser devidamente previsto na legislação processual.

DICA
Conclusão: o rol de recursos previstos em lei é fechado/
taxativo/numerus clausus.

• PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS: Em regra, a parte que recorrer


não poderá ter o mérito da decisão piorado contra ela própria, a menos que a parte
contrária também recorra com relação ao mesmo objeto da ação. Isso quer dizer
que, dentre as minhas alegações em grau de recurso, eu não posso ter minha situação
piorada com base em minhas próprias argumentações.

Existe uma exceção a esse princípio: as questões de ordem pública, que podem ser acolhidas
em qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de ofício pelo Poder Judiciário.

Obs.: Perceba que, apesar de a situação de João ser piorada no bojo da análise de seu
próprio recurso, os argumentos utilizados pelo tribunal são diferentes daqueles
utilizados por João em seu favor. A verificação de litispendência, por ser questão
preliminar processual e de ordem pública, pode ser conhecida de ofício pelo Judiciário.
• PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE (ou CONVERSIBILIDADE): Em alguns casos, o equívoco
da interposição de um recurso inaplicável ao caso pode ser sanado pelo recebimento
desse recurso errado como se ele fosse o recurso certo. Trata-se de receber um
recurso errado como se fosse outro: o recurso correto. O órgão julgador percebe
que a matéria alegada pelo recorrente geralmente é abordada em recurso diferente
daquele que ela interpôs/opôs.
Este é o exemplo sustentado na Súmula 421, item II do TST:

JURISPRUDÊNCIA
Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator
converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade
e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a
intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões
recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.
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O Princípio da Fungibilidade não se aplica em casos de erros grosseiros, que são erros
injustificáveis e impossíveis diante do bom-senso e da mínima lógica processual. Exemplo
de erro grosseiro seria a interposição de recurso especial quando, na verdade, o recurso
cabível seria a apelação. Estas duas espécies de recursos têm requisitos muito diferentes,
inconfundíveis, especialmente no que tange ao tribunal competente para apreciar cada um.

DICA
A jurisprudência nunca aceita a aplicação do princípio
da fungibilidade entre um recurso de natureza ordinária
(como apelação e recurso ordinário) e outro de natureza
extraordinária (como recurso especial ou extraordinário).

Você sabe quais são os recursos de natureza ordinária e extraordinária?

Os recursos de natureza ordinária são aqueles que permitem a discussão sobre qualquer
questão do processo: seja matéria de fato (fatos narrados no processo), seja matéria de
direito (texto de lei, Constituição, ato normativo etc.). Os recursos de natureza ordinária
devolvem ao tribunal julgador todas as questões de fato e de direito para reanálise.
Já os recursos de natureza extraordinária são os que não cabem em qualquer situação.
Para serem cabíveis, deve haver o preenchimento de requisitos especiais. Ademais, a
matéria suscetível de apreciação em grau de recurso de natureza extraordinária não é livre:
é aquela delineada na lei ou na Constituição.
• PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: Antes de conceituar este princípio,
devo alertar que ele tem sido interpretado como relativo, e não absoluto. Essa
“relatividade” deve-se à majoritária interpretação de que o duplo grau de jurisdição
NÃO É um princípio de hierarquia constitucional.
Os que defendiam a natureza constitucional deste princípio diziam que ele estava implícito
no art. 5º, LV, da Constituição, que diz: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes”. A necessidade de respeito ao duplo grau de jurisdição, segundo
eles, devia-se à garantia dos “recursos” inerentes ao contraditório e à ampla defesa.
Essa tese não tem prevalecido na doutrina e na jurisprudência, que só reconhece a
natureza constitucional do Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, que é um princípio
da teoria geral do processo.
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Professor, e o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição? Que natureza ele teria, afinal de
contas?

Tal princípio, caro(a) aluno(a), tem natureza infraconstitucional. O direito processual


brasileiro é estruturado de modo a permitir a recorribilidade de quase todas as decisões
judiciais. Portanto, tal princípio tem servido como “inspiração” para a criação dos recursos.
• EFEITO DEVOLUTIVO: Toda a matéria envolvida pelo recorrente em seu recurso é
devolvida ao juízo ad quem, para reanálise das questões. O efeito devolutivo alcança
somente as partes da decisão impugnadas pelo recorrente.
Frequentemente, chama-se o efeito devolutivo de efeito devolutivo em profundidade.
A profundidade do efeito devolutivo é interpretada do seguinte modo: o juízo ad quem recebe
em devolução toda a matéria envolvida pelo recorrente no recurso, inclusive com todos
os fundamentos trazidos na petição inicial e na contestação, mesmo que a sentença não
tenha adotado tais fundamentos e ainda que as contrarrazões do recurso não mencionem
tais fundamentos.
• EFEITO SUSPENSIVO: O efeito suspensivo é uma exceção nos recursos, só podendo ser
concedido em restritas hipóteses legais. O efeito suspensivo consiste na suspensão
dos efeitos da decisão recorrida até que o juízo ad quem julgue o recurso interposto
para decidir se reforma, ou não, a decisão recorrida.
No CPC de 1973, era usual a ação cautelar para pedir efeito suspensivo a algum recurso.
Com o CPC de 2015, a regra muda.

A apelação, recurso mais comum de natureza ordinária, possui efeito suspensivo como
regra geral. Em algumas hipóteses, ele não terá efeito suspensivo (§ 1º do art. 1.012).
Já os demais recursos, como regra geral, possuem efeito meramente devolutivo.

No caso da apelação com efeito devolutivo (com base em alguma hipótese do § 1º do


art. 1.012), o pedido de efeito suspensivo pode ser feito no próprio processo, desde que
demonstrados alguns pressupostos (previstos no art. 1.012, § 4º, do CPC). Tais pressupostos
são alternativos, isto é, pode ser preenchido tanto um quanto outro.

DICA
1) Probabilidade de provimento do recurso
OU
2) Fundamentação do recurso é relevante, E há risco de
dano grave ou de difícil reparação
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Ou a parte demonstrará as razões que levam a crer que o recurso provavelmente será
provido, ou demonstrará risco de dano grave ou de difícil reparação, apoiando-se em
fundamentação relevante. Como esses requisitos envolvem alguns conceitos jurídicos
indeterminados (relevância), caberá ao órgão julgador determinar o conteúdo dessa
“relevância”.
Nos recursos em geral (providos de efeito meramente devolutivo como regra), os
requisitos para a obtenção de efeito suspensivo são distintos. Eles constam do parágrafo
único do art. 995, que dispõe:

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial
em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se
da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível
reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

Obs.: Veja: nos recursos em geral (exceto a apelação, que tem requisitos diferenciados),
os requisitos para obtenção de efeito suspensivo são diferentes e cumulativos:
além de demonstrar o risco de dano grave em decorrência da imediata produção
dos efeitos da decisão, a parte recorrente deverá demonstrar a probabilidade de
provimento do recurso.
A probabilidade de provimento pode ser relacionada ao recurso baseado em tese de
amplo acolhimento da jurisprudência e na doutrina. A fundamentação relevante, quando
o provimento não for provável, geralmente refere-se a premissas de fato convincentes à
luz de um caso concreto, embora não consagradas na jurisprudência nem na doutrina.
• EFEITO TRANSLATIVO: Este efeito já foi citado anteriormente como uma exceção
ao princípio da proibição da reformatio in pejus.
Quando o juízo ad quem analisa o recurso interposto, bem como as contrarrazões da parte
recorrida, ele pode verificar a existência de questões de ordem pública no processo, que
possam ser inclusive resolvidas de ofício pelo órgão, independentemente de requerimento
de qualquer das partes.
Casos de questões de ordem pública são vários, destacadamente coisa julgada,
litispendência, ausência de pressupostos processuais, falta de interesse processual,
dentre outros.
Se o juízo ad quem constatar a existência de qualquer dessas questões de ordem pública,
ele poderá se manifestar sobre ela de imediato, sem que essa manifestação acarrete vício
na decisão por ser “ultra, extra ou citra petita”.
Repetirei o exemplo dado na descrição de um dos princípios estudados acima:
• EFEITO SUBSTITUTIVO: A decisão proferida pelo juízo ad quem, em grau de recurso,
substitui a decisão de mérito proferida pelo juízo recorrido.
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Cuidado: essa “substituição” tem muito a ver com mérito. Trata-se de substituir uma
decisão de mérito por outra, que pode escolher razões melhores e fundamentos jurídicos
melhores para aquele caso concreto em análise. Também será caso de efeito substitutivo
quando a decisão do órgão recursal conhece do recurso, mas mantém os exatos termos
da decisão proferida em primeiro grau. Essa mera confirmação também tem conteúdo de
substituição, pois é como se a autoridade da decisão recorrida fosse aumentada com a
confirmação de um órgão hierarquicamente superior.

Para sintetizar:

Substituição de uma decisão


Efeito Substitutivo
de mérito por outra de mérito

Confirmação da decisão
recorrida pelo órgão superior
(atribui-se maior autoridade
aos argumentos)

Se a decisão judicial recorrida for anulada por vício de natureza processual, como erro
no procedimento (ausência de audiência de conciliação, cerceamento de defesa etc.), NÃO
OCORRERÁ efeito substitutivo. Nesse caso, a decisão será anulada, e não haverá nem
confirmação de seus termos e nem substituição por mérito distinto.

• EFEITO EXTENSIVO: O recurso interposto por uma das partes poderá ser aproveitado
pelos litisconsortes dessa parte recorrente, a menos que os interesses dos litisconsortes
sejam distintos/opostos.
Este efeito tem previsão no art. 1.005 do CPC:

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos
ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará
aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.

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Alguns doutrinadores, como Bezerra Leite, dizem que o efeito extensivo só tem
aplicabilidade no caso de litisconsórcio unitário, que é aquele em que a decisão judicial
deve ser igual (uniforme) para todos os litisconsortes.
Veja que o próprio nome já indica o conceito do efeito: as razões do recurso estendem-
se aos litisconsortes do recorrente, se os interesses destes não forem conflitantes com os
do recorrente.
• EFEITO REGRESSIVO: Este efeito ocorre sempre que o juiz resolve retratar-se de
uma decisão proferida anteriormente, reconsiderando-a e modificando seus termos.
Basicamente, o juiz regride, volta atrás.

A previsão legal para este “regresso” consta dos arts. 331 e 332 do CPC. Nestas
hipóteses específicas (indeferimento da petição inicial ou improcedência liminar do pedido
e subsequente interposição de apelação), o juiz terá 5 dias para retratar-se.
• EFEITO EXPANSIVO: Este efeito teve origem na Teoria da Causa Madura. Tal teoria
enuncia que o órgão competente para julgar o recurso poderia, desde logo, apreciar
o mérito das questões do processo quando o juízo a quo nem mesmo tenha entrado
nesse mérito. Essa atitude só poderia ser tomada pelo órgão recursal (ad quem) se a
matéria a ser decidida de imediato fosse unicamente de direito ou, se fosse de fato,
já houvesse ampla e suficiente dilação probatória sobre o fato.

Em palavras técnicas, o juízo ad quem só poderia fazer isso se o processo já estivesse


em condições de imediato julgamento.
No CPC, o efeito expansivo tem previsão no art. 1.013, §§ 3º e 4º:

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde


logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485* [*extinção do processo sem resolução do mérito];
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da
causa de pedir* [*sentença ultra petita, extra petita ou citra petita];
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível,
julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao
juízo de primeiro grau.

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Para sintetizar:

Matéria exclusivamente de
direito (discussão se

Condições de Imediato exaure na aplicação da lei)

Julgamento

Matéria de fato já
exaustivamente
provada, sem outras
provas a produzir

• EFEITO DIFERIDO: Basicamente, o efeito diferido consiste no fato de a parte recorrer,


após a sentença final, impugnando matéria decidida antes da sentença, isto é, em
momento processual anterior.

Nem todas as decisões interlocutórias são impugnáveis de imediato no processo civil.


Muitas delas podem ser objeto de agravo de instrumento, desde que se enquadrem em uma
das hipóteses do art. 1.015 do CPC. Nos demais casos, todavia, a decisão interlocutória não
poderá ser objeto de recurso imediato.
Quando a decisão interlocutória não puder ser impugnada de imediato, sua impugnação
deverá ser feita nas razões do recurso cabível contra a sentença definitiva, ou seja, nas
razões da apelação.
Logo, vê-se que a impugnação da decisão interlocutória, quando não impugnável por
agravo de instrumento, é diferida, isto é, postergada por necessidade.
Veja: a apelação pode ser interposta para atacar a sentença, correto? O efeito diferido
consiste na impugnação de uma decisão judicial proferida antes mesmo dessa decisão
recorrida (sentença).
• EFEITO OBSTATIVO: quando um recurso é interposto, ele obsta, isto é, impede
que a decisão impugnada transite em julgado. Logo, o trânsito em julgado somente
ocorrerá depois que nenhum recurso for interposto contra a última decisão proferida
no processo.

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CABIMENTO
Os únicos recursos cabíveis – isto é, suscetíveis de interposição – são aqueles expressamente
enumerados em lei (art. 994 do CPC). Ademais, para cada decisão específica, cabe um
recurso específico.
A sentença, por exemplo, é impugnável por apelação, quando a reanálise for de
responsabilidade do tribunal (art. 1.009, caput), ou por embargos de declaração, quando a
reanálise for encargo do mesmo juiz prolator, em razão de omissão, contradição, obscuridade
ou erro material no julgado (art. 1.022, caput).
Não é possível que as partes “negociem” para criar recursos não previstos em lei. Trata-
se do princípio da taxatividade: todos os recursos cabíveis, e as decisões suscetíveis de
recurso, são literalmente previstos na legislação processual, seja no CPC, seja em lei especial.
Agora, apresentarei a você o Enunciado n. 20 do FPPC, que enumera alguns objetos
ilícitos e impossíveis de negociação com base no art. 190. Confira:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 20 do FPPC
Não são admissíveis os seguintes negócios bilaterais, dentre outros: acordo para
modificação da competência absoluta, acordo para supressão da primeira instância,
acordo para afastar motivos de impedimento do juiz, acordo para criação de novas
espécies recursais, acordo para ampliação das hipóteses de cabimento de recursos.

Obs.: Veja: supressão de instância, afastamento de impedimento e criação de novos


recursos, por exemplo, são ferramentas totalmente dissonantes da organização
judiciária brasileira, que, se levadas a efeito, prejudicariam muito os demais cidadãos
que não tiveram tais ferramentas para a persecução de seus direitos.
Ademais, se todas as partes dispuserem sobre prerrogativas que alterem a organização
judiciária e as normas de ordem pública, passaria a existir um direito processual para
cada parte, e a prestação jurisdicional do Estado seria praticamente impossível e, quase
sempre, se procederia de forma nula.

LEGITIMIDADE
A legitimidade, no processo, deve ser compreendida como legitimidade para a causa
(legitimidade ad causam). Deve o autor, assim como o réu, ser legalmente autorizado a
requerer a tutela do direito envolvido no conflito de interesses.
Aplica-se a mesma lógica à legitimidade recursal, quando o recurso for interposto
por uma das partes. Nos casos em que a lei permitir que terceiras pessoas interponham
recursos, a legitimidade recursal terá um fundamento distinto: autorização legal pura e
expressa, e não legitimidade para pleitear.
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DICA
Quando inerente ao autor, toma-se o termo LEGITIMIDADE
ATIVA (do polo ativo – autor)
Se pertinente ao réu, usa-se o termo LEGITIMIDADE PASSIVA
(do polo passivo – réu)

Legitimidade recursal é a habilitação dada por lei à pessoa que, por estar em determinada
condição, pode apresentar recurso contra a decisão judicial. Dentre outros, os principais
casos de legitimados pela lei para recorrer são:
• As próprias partes;
• O terceiro prejudicado, quando demonstrar o nexo de dependência entre o interesse
alegado e a relação jurídica resolvida na decisão sujeita a recurso;
• Os litisconsortes e assistentes;
• O Ministério Público, nas causas em que for parte ou atuar como fiscal da lei, ou em
quaisquer das hipóteses em que a lei permita sua atuação;
• O substituto processual;
• O sucessor ou herdeiro;
• A pessoa condenada solidária ou subsidiariamente.

INTERESSE
O entendimento do que é o “interesse recursal” começa da análise da essência do
interesse processual propriamente dito, como condição para o ajuizamento das ações. Em
razão disso, é necessária uma breve abordagem do interesse processual.
Tradicionalmente, chama-se o interesse processual de interesse de agir. Portanto, é
possível que você veja em provas esta condição com os nomes “interesse”, “interesse de
agir” ou “interesse processual”.
O interesse existirá quando o autor da ação completar um binômio técnico: necessidade
+ adequação. Explicarei cada um destes itens.
• NECESSIDADE: A ação deve ser necessária e útil para que o direito seja protegido,
restaurado ou compensado. Se a proteção, restauração ou compensação do direito
for perfeitamente possível sem o ajuizamento de ação, não existirá necessidade;
logo, não existirá interesse.
• ADEQUAÇÃO: Não basta que o autor tenha a necessidade de buscar o Judiciário: ele
deve escolher o meio processual legalmente adequado para a tutela de seu direito. Se
o autor procurar a tutela de seu direito por meio de uma espécie incorreta de ação, ou
por uma ferramenta inapropriada, sua pretensão não poderá ter seguimento, em razão
de a via processual por ele escolhida ser inadequada; logo, o autor não terá interesse
processual, em razão de a medida processual eleita ser incorreta (inadequada).
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Agora, aplique a lógica da necessidade e da adequação à sistemática dos recursos: o


sujeito recorrente deve demonstrar que tem um real e efetivo interesse na reanálise da
decisão recorrida. Se ele não tiver nada a aproveitar com o reexame da matéria, ele não
terá interesse recursal. Interesse recursal consiste na real possibilidade de eventual
substituição da decisão recorrida favorecer seus interesses.
Ademais, o recurso interposto deve ser adequado à matéria impugnada. O recurso
especial, por exemplo, somente pode ser interposto contra decisões dos Tribunais de Justiça
e Tribunais Regionais Federais, proferidas em única ou última instância. Eventual recurso
especial interposto contra sentença de primeiro grau será uma medida inadequada.

INEXISTÊNCIA DE FATO EXTINTIVO OU IMPEDITIVO DO DIREITO DE RECORRER


Esses fatos extintivos e impeditivos são tratados na lei em torno de dois atos processuais.
renúncia e desistência.
A renúncia é um fato extintivo do direito de recorrer. Conforme o art. 999 do CPC, a
renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte e pode ser feita de
maneira expressa ou tácita.
A renúncia expressa não guarda mistérios: consiste na declaração escrita ou oral em
audiência, registrada em ata, de que a parte não quer recorrer. Já a renúncia tácita consiste
na aceitação da situação em que o processo se encontra, praticando-se ato incompatível
com a vontade de recorrer (art. 1.000 do CPC).
Já a desistência é um fato impeditivo do direito de recorrer, pois esse direito chegou
a ser exercido em momento anterior. A parte recorreu, mas manifesta ao juízo que não
pretende que seu recurso seja analisado.
O advogado só poderá sustentar a desistência se tiver poderes específicos para desistir
(art. 105 do CPC).
Entretanto, existem casos excepcionais que impedem que a desistência retire do Poder
Judiciário o poder de analisar as razões do recurso. Tais casos estão previstos no art. 998,
parágrafo único, do CPC:

A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido
reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.

O reconhecimento de repercussão geral, no STF, assim como a seleção do recurso para


ser julgado como modelo de recurso repetitivo pelo STJ, são questões de interesse social,
maiores que o interesse das partes.
Portanto, se o recurso já tiver sido reconhecido como de repercussão geral ou afetado
para julgamento em sede de recursos repetitivos, ele será apreciado para fins de fixação
da tese jurídica a ser utilizada no futuro como precedente.
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Por fim, a desistência pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando o recorrente
peticionar nos autos pedindo para que o recurso não tenha processamento, e que os autos
retornem à origem. Será tácita a desistência quando o recorrente, após a interposição do
recurso, praticar ato incompatível com a vontade de ver o recurso provido.

DICA
Quando a prática de ato incompatível com a vontade de
recorrer for antes da interposição do recurso, será caso
de renúncia.
Quando a prática de ato incompatível com a vontade de
recorrer for depois da interposição, ficará configurada a
desistência, pois o direito de recorrer já foi exercido, e não
há como um direito renunciado ser exercido.

TEMPESTIVIDADE
Cada recurso deve ser interposto no prazo que a lei lhe conferir. Toda espécie de recurso
terá seu prazo. Por exemplo, a apelação deve ser interposta em 15 dias, os embargos de
declaração em 5 dias, o recurso extraordinário em 15 dias etc.
Quanto ao prazo para interposição dos recursos, há vários detalhes.
A partir do Novo CPC, é possível a interposição do recurso antes mesmo do início do prazo
para sua interposição. É o que diz o art. 218, § 4º, do CPC: “Será considerado tempestivo
o ato praticado antes do termo inicial do prazo.”.
Antes do CPC de 2015, considerava-se intempestivo (extemporâneo) o recurso interposto
antes do início do prazo. Agora, o recurso só será intempestivo se for interposto após
o término do prazo. Afinal de contas, o CPC de 2015 é fruto de evolução no pensamento
processual, que preza muito mais pelo atingimento da finalidade do ato processual do
que pela sua forma ou sua ordem.
Há ainda outro grande detalhe a se ressaltar: o do art. 220 do CPC, que dispõe:

Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro
e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros
do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça
exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.

Basicamente, este artigo criou hipótese legal de suspensão dos prazos processuais,
que ocorre independentemente de qualquer manifestação no processo, seja do juiz, seja
das partes.
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Durante este período, os serventuários, juízes e demais usuários do serviço judiciário


permanecerão trabalhando. São os processos, particularmente, que ficam suspensos.
Neste lapso temporal, também não se realizam audiências, e, nos tribunais, não se
realizam sessões de julgamento.

PREPARO

O preparo é um pressuposto de admissibilidade diretamente relacionado ao dinheiro.


Basicamente, o preparo consiste no conjunto de despesas existentes para a interposição
de recursos.
Nos recursos do processo civil, existem basicamente duas despesas: as custas do
recurso e o porte de remessa e retorno.
As custas de cada recurso são definidas na legislação aplicável ao tribunal competente
para o julgamento do recurso. Em âmbito estadual, o valor das custas é estabelecido por
leis estaduais. Muitos Estados fixam como base das custas um percentual sobre o valor da
condenação ou sobre o valor da causa.
O porte de remessa e retorno é um valor destinado a cobrir os gastos do transporte
dos autos físicos da unidade judiciária de origem para o tribunal, e vice-versa (remessa e
retorno dos autos). Este valor também é fixado na legislação específica. Esta despesa não
existirá quando os autos forem eletrônicos.
Sendo os autos eletrônicos, existirão, como “preparo”, somente as custas fixadas para
o recurso. É por isso que, frequentemente, fala-se em “preparo” com o fim de se referir às
custas, pois o porte de remessa e retorno somente é devido em processos que tramitem
em meio físico.

REGULARIDADE FORMAL

Os recursos devem sempre assumir a forma escrita. Na Lei dos Juizados Especiais
autoriza-se a interposição de recursos por via oral, mas as razões recursais devem sempre
ser reduzidas a termo escrito.
Todos os recursos devem, além de ter forma escrita, vir acompanhados das razões
recursais, com toda a fundamentação jurídica destinada a convencer o juízo ad quem a
substituir a decisão recorrida.
Juntamente às razões recursais, a parte deve expor, corretamente, qual é sua pretensão
recursal: se é de reforma do julgado, anulação total ou parcial etc.
Agora, abordaremos detalhes essenciais dos recursos em espécie.

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APELAÇÃO
A apelação é um recurso de natureza ordinária, cabível contra as sentenças proferidas
pelos juízes de primeiro grau.

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar
de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

Muitas decisões interlocutórias são impugnáveis por agravo de instrumento de imediato,


quando envolverem as matérias mencionadas no rol do art. 1.015 do CPC. Todavia, há
decisões interlocutórias que não podem ser objeto de agravo de instrumento, por não
estarem no rol do art. 1.015.
Caso uma decisão seja impugnável por agravo de instrumento imediato e, apesar disso,
a parte não interpuser o agravo, a questão processual será acobertada pela preclusão
temporal, em razão da perda do prazo do agravo de instrumento, e não mais poderá ser
discutida.
Todavia, como dito, há hipóteses em que a interposição imediata do agravo é impossível,
por falta de previsão legal. Nessas hipóteses, entra em jogo o efeito diferido de alguns
recursos: as decisões judiciais não impugnáveis por agravo de instrumento, para que não
precluam, devem ser impugnadas em preliminar de apelação.
A “questão preliminar de apelação” é nada mais que um tópico preliminar nas razões
da apelação, posto antes das razões do mérito da sentença, para que seja resolvido por
primeiro. Afinal de contas, eventual acolhimento da preliminar de apelação pode prejudicar
o julgamento de todo o recurso, caso o processo deva voltar à primeira instância para a
repetição de algum ato processual.
Quando a impugnação de uma decisão interlocutória deva ocorrer em preliminar de
apelação, ocorre o efeito diferido, isto é, a impugnação de uma decisão interlocutória não
é feita de imediato, mas postergada para a fase recursal. A preclusão somente ocorrerá,
nesta hipótese, se a decisão interlocutória não for impugnada em preliminar de apelação.

Professor, e se a impugnação da decisão interlocutória deva ser feita pelo recorrido??

Neste caso, o recorrido impugnará a decisão interlocutória em questão preliminar das


contrarrazões à apelação, que é a resposta do recorrido à apelação da parte contrária.
Agora, confira a regra do § 2º:

§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será


intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.

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Quando o recorrido impugnar uma decisão interlocutória, no efeito diferido, em


questão preliminar das contrarrazões à apelação, o apelante será intimado para exercer
o contraditório sobre a impugnação do recorrido, no prazo de 15 dias a contar de sua
intimação efetiva.
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no
art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.

Como já dito, as questões mencionadas no art. 1.015 são impugnáveis por agravo de
instrumento. Mas preste atenção:

Mesmo que uma questão processual se enquadre no art. 1.015 (impugnação mediante agravo
de instrumento), ela será impugnável por apelação quando for resolvida em sentença, e
não em decisão interlocutória.

EXEMPLO
As decisões interlocutórias sobre tutela provisória são impugnáveis por agravo de instrumento
(inciso I do art. 1.015). Todavia, se uma tutela provisória for confirmada/revogada em sentença,
essa questão deverá ser impugnada por apelação, uma vez que o pronunciamento judicial
que tratou da matéria é uma sentença.

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I – os nomes e a qualificação das partes;
II – a exposição do fato e do direito;
III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV – o pedido de nova decisão.

Todos estes itens compõem o pressuposto de admissibilidade extrínseco denominado


regularidade formal, de forma aplicada à apelação.
Portanto, todos os itens do art. 1.010 devem se fazer presentes na apelação, sob pena
de inadmissibilidade por ausência de regularidade formal.
§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.

A resposta da parte recorrida à apelação interposta pela parte adversa consiste nas
contrarrazões à apelação, que devem ser apresentadas no mesmo prazo do recurso: 15
dias, a contar de sua intimação efetiva.
§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar
contrarrazões.

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Como estudado na nossa primeira aula sobre os recursos, é possível que o recurso
adesivo não é um recurso propriamente dito. Na verdade, o recurso adesivo nada mais é
que uma forma de interposição de outro recurso.
Quando uma das partes interpõe um recurso, é possível que a outra tome duas atitudes:
1) Interponha recurso autônomo/principal, totalmente desvinculado do recurso da
outra parte.
• Neste caso, mesmo que a outra parte desista do seu recurso ou tenha seu recurso
inadmitido, o recurso da parte contrária será analisado.
2) Interponha o mesmo recurso, mas na modalidade adesiva, de modo que seu recurso
será aderente ao recurso da outra parte, isto é, a ele vinculado.
• Neste caso, se o recurso da outra parte for inadmitido ou dele desistir o recorrente, a
parte adversa não terá seu recurso adesivo analisado, pois ambos são diretamente
dependentes um do outro. Ou se analisam os dois, ou não se analisa nenhum.

O recurso adesivo somente será possível quando o recurso principal (da outra parte) for
um destes: apelação, recurso especial ou recurso extraordinário.

O recurso adesivo, portanto, terá forma de apelação, quando o recurso autônomo da


parte contrária for apelação.
O prazo para a interposição de apelação na modalidade adesiva é o mesmo prazo
das contrarrazões à apelação. Portanto, ao mesmo tempo em que correr o prazo das
contrarrazões, correrá o prazo para a interposição da apelação adesiva.
Agora, entra em jogo a regra do § 2º: quando a parte recorrida, no prazo das contrarrazões,
interpuser apelação adesiva, a parte recorrente deverá ser intimada para, se quiser,
apresentar contrarrazões à apelação adesiva.
Veja, portanto, que é possível que uma pessoa seja a recorrente e apresente contrarrazões
recursais no mesmo processo. Basta que a parte adversa tenha interposto recurso, seja
um recurso principal, seja um recurso adesivo.
Obs.: Se a apelação interposta pela parte contrária for uma apelação principal (não
adesiva), vigorará, para a parte contrária que também tiver recorrido, a mesma
regra: será intimada para apresentar contrarrazões à apelação da parte contrária.
§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo
juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

O § 3º tem uma parte simples e outra complexa.


A simples é que os autos serão remetidos ao tribunal julgador do recurso ( juízo
ad quem) depois que já tiverem se esgotado todos os prazos para recursos principais e
contrarrazões a recursos principais e adesivos.
A parte complexa consiste no período final: “independentemente de juízo de
admissibilidade”.
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O que seria um juízo de admissibilidade do recurso?

Juízo de admissibilidade é a avaliação do órgão judiciário acerca do preenchimento


dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade por parte do recurso em
análise. Trata-se de “aprovar” ou “reprovar” o recurso, em relação a seus pressupostos de
admissibilidade.

Os recursos de natureza ordinária não se sujeitam a juízo de admissibilidade pelo juízo a


quo (recorrido), mas somente a juízo de admissibilidade pelo juízo ad quem (que julgará
o recurso).

Isso significa o seguinte: a apelação terá seus pressupostos extrínsecos e intrínsecos


analisados somente pelo tribunal destinatário do recurso ( juízo ad quem), e não pelo juiz
de primeiro grau.

EXEMPLO
Se o juiz de primeiro grau achar que a apelação é intempestiva, ele nada poderá fazer,
devendo permitir que ela seja regularmente remetida ao tribunal. É o tribunal quem dirá que
apelação é intempestiva, se o for.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

Como regra geral, ao contrário dos demais recursos, a apelação tem efeito suspensivo,
isto é, suspende a eficácia da decisão recorrida até que seja julgada pelo tribunal.

No § 1º, estabelecem-se hipóteses em que a apelação, excepcionalmente, não terá efeito


suspensivo, e a sentença produzirá efeitos normalmente, mesmo tendo sido interposta
apelação. Acompanhe.
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após
a sua publicação a sentença que:
I – homologa divisão ou demarcação de terras;
II – condena a pagar alimentos;
III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V – confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI – decreta a interdição.

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É necessário um trabalho de memorização quanto a este § 1º. Várias questões, ao


envolverem os efeitos dos recursos, exploram dos candidatos o conhecimento das hipóteses
em que a apelação terá efeito meramente devolutivo, e não efeito suspensivo. E estas
hipóteses são as dos incisos do § 1º.
A fim de facilitar o trabalho de memorização, apresento-lhe uma lista sintética, para
leitura rápida:
1) Terras;
2) Alimentos;
3) Rejeição de embargos à execução;
4) Acolhimento da arbitragem;
5) Tutela provisória;
6) Interdição.
Em todas essas hipóteses, os efeitos da apelação serão apenas devolutivos, e não
suspensivos.

§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois
de publicada a sentença.

Quando o recurso não tiver efeito suspensivo, será possível o cumprimento provisório
da sentença, nos termos dos arts. 520 e seguintes do CPC.
Nas demais hipóteses, não será possível o cumprimento provisório da sentença, pois
este depende da ausência de efeitos suspensivos, e muito menos o definitivo, que depende
do trânsito em julgado.

§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado


por requerimento dirigido ao:
I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando
o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II – relator, se já distribuída a apelação.

Inclusive nas hipóteses do § 1º, será possível que a parte peça o efeito suspensivo à
sentença, mediante petição ou, ainda, em preliminar da própria apelação.

Depois que a apelação é interposta, é feito um sorteio para a escolha do relator, e este
sorteio é a distribuição. Portanto, antes da distribuição, a apelação fica no tribunal, mas
desvinculada de quaisquer dos desembargadores.
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Portanto, se o efeito suspensivo for postulado antes da distribuição (em petição simples
ou em preliminar de apelação), o requerimento deverá ser endereçado ao tribunal. Para a
apreciação desse requerimento, haverá distribuição, com a seleção de um desembargador
para ser o relator. Este magistrado ficará PREVENTO para conferir seu futuro voto na
apelação, isto é, não haverá nova distribuição.
Se, todavia, o efeito suspensivo for requerido somente após a distribuição, em
petição, o requerimento será endereçado e dirigido ao relator designado, que apreciará
tal requerimento.
Para ilustrar:

Relator escolhido
ficará prevento

Será dirigido AO TRIBUNAL,


genericamente, se ainda não tiver
Pedido de EFEITO havido distribuição
SUSPENSIVO

Será dirigido AO RELATOR, se já


tiver havido distribuição

§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante
demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação,
houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Como dito antes, o pedido de efeito suspensivo pode ser feito no próprio processo,
desde que demonstrados alguns pressupostos (previstos no art. 1.012, § 4º, do CPC). Tais
pressupostos são alternativos, isto é, pode ser preenchido tanto um quanto outro.

DICA
1) Probabilidade de provimento do recurso
OU
2) Fundamentação do recurso é relevante, E há risco de
dano grave ou de difícil reparação

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Ou a parte demonstrará as razões que levam a crer que o recurso provavelmente será
provido, ou demonstrará risco de dano grave ou de difícil reparação, apoiando-se em
fundamentação relevante. Como esses requisitos envolvem alguns conceitos jurídicos
indeterminados (relevância), caberá ao órgão julgador determinar o conteúdo dessa
“relevância”.
A probabilidade de provimento pode ser relacionada ao recurso baseado em tese de
amplo acolhimento da jurisprudência e na doutrina. A fundamentação relevante, quando
o provimento não for provável, geralmente refere-se a premissas de fato convincentes à
luz de um caso concreto, embora não consagradas na jurisprudência nem na doutrina.
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

Além de em regra ter efeito suspensivo (exceções: § 1º do art. 1.012), a apelação também
tem efeito devolutivo, cumulativamente. Toda a matéria envolvida pelo recorrente em
seu recurso é devolvida ao juízo ad quem, para reanálise das questões. O efeito devolutivo
alcança somente as partes da decisão impugnadas pelo recorrente.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas
e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao
capítulo impugnado.

O efeito devolutivo restringe-se aos capítulos impugnados, e não às questões decididas


pelo juiz.
Isso significa que, mesmo não tendo o juiz decidido uma questão processual invocada, esta
poderá ser apreciada pelo tribunal se tiver pertinência com um dos capítulos impugnados
na apelação, mesmo que o apelante não tenha feito menção a tal questão processual.

EXEMPLO
Antônio ajuíza ação contra Igor pleiteando a resolução de contrato mantido entre eles. Igor
contesta, alegando várias razões, entre elas que Antônio perdeu o prazo de decadência fixado
no próprio contrato para pleitear a resolução contratual. O juiz, ao sentenciar o processo,
julga improcedentes os pedidos de Antônio, mas com outros fundamentos, sem tratar da
decadência contratual, que somente pode ser declarada a requerimento das partes.
Antônio interpôs apelação, requerendo a reforma da decisão, impugnando todos os capítulos da
sentença e seus fundamentos. O tribunal conclui que Antônio tem razão em sua argumentação,
e que os fundamentos do juiz realmente não se prestam para o caso concreto, mas não dá
provimento à apelação, porque reconhece que de fato ocorreu a decadência convencional,
alegada pelo réu em contestação. Esta questão processual não foi solucionada pelo juiz, mas
foi debatida no processo e refere-se a um dos capítulos impugnados da sentença.
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§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles,
a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

Considerando o exemplo anterior, imagine que o juiz tenha solucionado a questão da


decadência convencional, e tenha decidido julgar improcedentes os pedidos com base,
ainda, em outros fundamentos. Mesmo que o juiz acolha apenas um destes fundamentos,
a apelação devolve ao tribunal todos os fundamentos, de modo que o tribunal poderá
“analisar o processo do zero”, escolhendo o melhor fundamento para julgar o recurso.

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde


logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485;
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da
causa de pedir;
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

Nas hipóteses deste § 3º, o tribunal julgará imediatamente o mérito do processo, sem
determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau. O processo será julgado de plano
pelo tribunal.

Em muitas situações, os processos chegam ao tribunal, que, ao apreciar determinara


preliminar, determina a imediata devolução dos autos à primeira instância, para que julgue
novamente o processo.

EXEMPLO
Acolhimento de preliminar de nulidade da sentença por cerceamento de defesa, quando
o juiz impede uma das partes de produzir determinada prova, injustamente. Se o tribunal
concordar com os argumentos daquele que alega a preliminar de cerceamento de defesa, os
autos são devolvidos ao juiz para que realize nova instrução processual.
O § 3º, por sua vez, traz as hipóteses em que o tribunal não devolverá os autos ao
primeiro grau, e julgará imediatamente o processo.
Este é o chamado efeito expansivo de alguns recursos. Nas hipóteses do § 3º, o tribunal
pode, desde logo, apreciar o mérito das questões do processo quando o juízo a quo nem
mesmo tiver entrado nesse mérito.
O § 3º, entretanto, impõe uma condição para que o efeito expansivo seja implementado, a
fim de que o tribunal julgue imediatamente o processo: o processo deve estar em condições
de imediato julgamento.
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As condições de imediato julgamento verificam-se quando:


1) A matéria a ser decidida de imediato é unicamente de direito;
2) Havendo matéria de fato a ser decidida, já houve ampla e suficiente dilação probatória
sobre tal fato.
Agora, daremos atenção a cada inciso, especificamente:
1) I - reformar sentença fundada no art. 485. Quando a sentença extinguir o processo
sem resolução do mérito, com base em algum dos incisos do art. 485 (litispendência, coisa
julgada, falta de pressupostos processuais etc.), o tribunal poderá de imediato julgar o
processo ao acolher o recurso, se o processo estiver em condições de imediato julgamento.
2) II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites
do pedido ou da causa de pedir. Ao dar provimento à apelação, o tribunal poderá julgar
de imediato o processo cuja sentença tenha sido extra petita ou ultra petita, estando o
processo em condições de imediato julgamento.
• Extra Petita: o juiz decide sobre matéria não apresentada por qualquer das partes.
Pode ser impugnada mediante apelação, se o processo estiver em primeira instância.
• Ultra Petita: o juiz decide sobre matéria que, de fato, foi apresentada pelas partes,
mas em grau superior ao delimitado por elas. Pode ser impugnada mediante apelação,
se o processo estiver em primeira instância.
3) III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá
julgá-lo. É a hipótese em que a sentença é citra petita, ou seja, quando o juiz “se esquece”
de apreciar um dos pedidos.
• Citra Petita: o juiz deixa de se manifestar sobre matéria que as partes lhe apresentaram
para apreciação e julgamento. Pode ser impugnada mediante apelação ou embargos
de declaração, pois a omissão judicial é um dos motivos ensejadores desse recurso.
4) IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. A sentença
considera-se não fundamentada nas hipóteses do art. 489, § 1º do CPC:
Art. 489, § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência
no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível,
julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao
juízo de primeiro grau.

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Quando a sentença tiver reconhecido decadência ou prescrição, o tribunal julgará de


imediato o mérito quando entender possível. Aqui, não existe o requisito das “condições
de imediato julgamento”, e o tribunal avaliará, subjetivamente, se entende possível julgar o
processo de imediato, caso em que deverá apreciar todas as demais questões processuais,
como se fosse um juiz de primeiro grau, sem devolvê-lo os autos.

A contrario sensu, se o tribunal entender que NÃO é possível julgar de imediato o


processo, mesmo que a sentença reformada tenha-se baseado em decadência ou prescrição,
ele determinará o retorno dos autos ao primeiro grau.

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável


na apelação.

Como dito anteriormente, as questões mencionadas no art. 1.015 são impugnáveis por
agravo de instrumento. Mas preste atenção:

Mesmo que uma questão processual se enquadre no art. 1.015 (impugnação mediante agravo
de instrumento), ela será impugnável por apelação quando for resolvida em sentença, e
não em decisão interlocutória.

Logo, sendo a tutela provisória resolvida na sentença (confirmando, concedendo ou


revogando a tutela provisória), as supervenientes questões processuais pertinentes à tutela
provisória deverão ser alegadas em apelação.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I – tutelas provisórias;
II – mérito do processo;
III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI – exibição ou posse de documento ou coisa;
VII – exclusão de litisconsorte;
VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

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X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;


XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
XII – (VETADO);
XIII – outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas
na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução
e no processo de inventário.

Você possivelmente já estudou que um dos pressupostos intrínsecos de admissibilidade


é o cabimento. No caso do agravo de instrumento, o preenchimento desse pressuposto se
dá mediante enquadramento da decisão interlocutória em um dos incisos do art. 1.015,
ou em seu parágrafo único. Sem tal enquadramento, concluir-se-á, como regra, que o
agravo de instrumento é incabível, e ele será inadmitido pelo relator, de plano (art. 932, III).
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), a respeito do princípio da taxatividade aplicado ao
agravo de instrumento, posiciona-se, majoritariamente, no sentido de que o rol de hipóteses
de cabimento do agravo de instrumento (art. 1.015) é marcado por uma taxatividade
mitigada. Primeiramente, apresentar-lhe-ei a minuta do entendimento, e, em seguida,
explicá-lo-ei.

JURISPRUDÊNCIA
O rol do artigo 1.015 do CPC/15 é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição
de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do
julgamento da questão no recurso de apelação.
Precedentes: REsp 1.704.520-MT e REsp 1.712.364 – MG.

Explico.

EXEMPLO
Imagine que uma decisão interlocutória cause dano processual relevante, que, se impugnado
somente na preliminar de apelação, já não teria mais reparação.
A parte tem o seu direito de produzir prova pericial indeferido por decisão interlocutória,
que não comporta agravo de instrumento. Se esta parte demonstrar que a perícia é urgente,
sob pena de ser impossível posteriormente, ela poderá interpor agravo de instrumento,
demonstrando que, se esperasse para impugná-la somente em apelação, a medida já não
teria mais utilidade, por ter a perícia se tornado impossível.
Em vários momentos, eu trouxe para você que as hipóteses de cabimento do agravo de
instrumento são restritas ao rol do art. 1.015, e esta é, de fato, a regra geral. O entendimento
do STJ direciona-se a criar exceções a esta regra, no sentido de que a taxatividade das
hipóteses de cabimento do agravo de instrumento é mitigada diante de medida urgente
que se tornaria inútil se impugnada somente em apelação futura.
Vamos adiante.
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Muitas decisões interlocutórias são impugnáveis por agravo de instrumento de imediato,


quando envolverem as matérias mencionadas no rol do art. 1.015 do CPC. Todavia, há
decisões interlocutórias que não podem ser objeto de agravo de instrumento, por não
estarem no rol do art. 1.015 e nem se justificarem por outra razão.
Caso uma decisão seja impugnável por agravo de instrumento imediato e, apesar disso,
a parte não interpuser o agravo, a questão processual será acobertada pela preclusão
temporal, em razão da perda do prazo do agravo de instrumento, e não mais poderá ser
discutida.
Todavia, como dito, há hipóteses em que a interposição imediata do agravo é impossível,
por falta de previsão legal. Nessas hipóteses, entra em jogo o efeito diferido de alguns
recursos: as decisões judiciais não impugnáveis por agravo de instrumento, para que não
precluam, devem ser impugnadas em preliminar de apelação (art. 1.009, § 1º).
A “questão preliminar de apelação” é nada mais que um tópico preliminar nas razões
da apelação, posto antes das razões do mérito da sentença, para que seja resolvido por
primeiro. Afinal de contas, eventual acolhimento da preliminar de apelação pode prejudicar
o julgamento de todo o recurso, caso o processo deva voltar à primeira instância para a
repetição de algum ato processual.
Quando a impugnação de uma decisão interlocutória deva ocorrer em preliminar de
apelação, ocorre o efeito diferido, isto é, a impugnação de uma decisão interlocutória não
é feita de imediato, mas postergada para a fase recursal. A preclusão somente ocorrerá,
nesta hipótese, se a decisão interlocutória não for impugnada em preliminar de apelação.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Os Embargos de Declaração (ED) não têm uma instância específica. Seu cabimento
não leva em conta o grau de jurisdição ou o procedimento da ação.
Desde já, saliento que o prazo para a oposição dos ED é diferente de todos os outros
prazos recursais: é de 5 DIAS, a contar da ciência da decisão judicial.

Obs.: Os ED são o único recurso cujo prazo não é de quinze dias: é de 5 DIAS.

Os ED podem ser opostos contra Sentença do juiz de primeiro grau ou Acórdão de TJ, TRF
ou Tribunal Superior. Ademais, os ED são também oponíveis contra decisões interlocutórias.
Não cabem ED em face de despachos, uma vez que os despachos não são propriamente
“decisões”, por não terem caráter decisório, e em razão de o art. 1.001 dispor: “Dos despachos
não cabe recurso.”.
Passadas estas importantes considerações iniciais sobre os ED, dirigir-nos-emos ao
estudo dos dispositivos do CPC sobre o recurso de embargos de declaração, com pertinentes
conexões com a parte teórica do conteúdo.
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CAPÍTULO V
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento;
III – corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I – deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente
de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II – incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.

Os ED do processo civil têm cabimento em quatro hipóteses, em síntese:


• 1) OBSCURIDADE: A decisão não é clara em razão de ser ambígua e/ou incompreensível
argumentativamente. Não há como compreender seguramente o que é que foi
decidido, nem mesmo coesão entre a decisão e seus fundamentos.
• 2) CONTRADIÇÃO: A decisão apresenta ideias incompatíveis e inconciliáveis. A decisão
não é coerente do ponto de vista argumentativo. Duas ou mais partes do dispositivo
da sentença são patentemente contrários.
• 3) OMISSÃO: O juiz, na decisão, deixa de se manifestar sobre um ponto que deveria
ter sido abordado de ofício ou em razão de requerimento da parte. Há uma evidente
lacuna na decisão, que deixou de apreciar determinada questão de direito material
ou processual relevante.
− É considerada omissa, também, a decisão que deixe de se manifestar sobre tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de
competência aplicável ao caso sob julgamento ou que não se considere fundamentada,
nos termos dos incisos do art. 489, § 1º (motivos genéricos, deixar de se manifestar
sobre súmula invocada pela parte, emprego de conceitos jurídicos indeterminados
etc.).
• 4) ERRO MATERIAL: São os erros de menção e construção textual, que não alteram
a conclusão e a decisão judicial. Consistem em erros de cálculo, erros de expressão
textual ou erros de associação fática.

EXEMPLO
Relator inadmite um recurso, por intempestivo, mas não observou que a parte comprovou que
houve feriados locais no interstício do prazo; juiz extingue o processo por abandono de causa,
mas sem ver que o autor havia peticionado nos autos requerendo o andamento processual.

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Sempre que o juiz ou o tribunal, ao julgar os ED, corrigir algum vício na decisão embargada
(omissão, contradição, erro material ou obscuridade), alterando a parte dispositiva da
sentença ou acórdão, ocorrerá o chamado EFEITO MODIFICATIVO da decisão judicial.

Obs.: Chamam-se os efeitos modificativos, ainda, de efeitos infringentes. Nesta aula,


continuaremos chamando-os somente de efeitos modificativos, por ser expressão
mais moderna.
Com o efeito modificativo, será modificado algum comando impositivo da decisão,
que diga respeito aos pedidos deferidos ou indeferidos, aos ônus sucumbenciais e às
consequências acessórias que envolvam terceiros (como a necessidade de intimação do
INSS, de instituição financeira, de órgão público etc.).

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz,
com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias,
sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão
embargada.

O recurso de embargos de declaração sujeita-se a prazo diferente de todos os demais


recursos: 5 DIAS.
Como os embargos de declaração são julgados pelo próprio juiz prolator da decisão
embargada, é a este mesmo juiz que a petição dos ED deverá ser encaminhada, com todas
suas razões (erro material, omissão, contradição e/ou obscuridade).
Para a oposição dos ED, os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de
escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento (art.
229). Portanto, nesta hipótese, o prazo dos ED para cada um dos litisconsortes será de 10 dias.

Obs.: A garantia do prazo dobrado em caso de litisconsortes com procuradores de escritórios


de advocacia distintos não se aplica quando os autos forem eletrônicos (art. 229,
§ 2º).
Por fim, cabe salientar que o efeito modificativo somente poderá ocorrer quando
a parte contrária se manifestar sobre os ED opostos pela parte embargante. Eventual
ausência de intimação da outra parte para se manifestar sobre os ED é causa de nulidade
da decisão judicial que der o efeito modificativo.
Pela letra fria do § 2º do art. 1.023, eventual ausência de efeito modificativo tornaria
dispensável a intimação da parte contrária para se manifestar, e a maior parte da
jurisprudência posiciona-se exatamente neste sentido. Afinal, a finalidade precípua dos
ED é de corrigir vício na decisão embargada.
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Ora, se a decisão não será modificada (e, portanto, não gerará efeitos à parte adversa), será
dispensável a manifestação da parte adversa quando não ocorrerem efeitos modificativos
sobre o dispositivo da decisão embargada.
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins
de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados,
caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

O art. 1.025 faz referência ao PREQUESTIONAMENTO VIRTUAL/FICTO: se o acórdão


do tribunal se omitir a respeito de determinada matéria, a parte recorrente poderá opor
embargos de declaração para suprir tal omissão. Nesse caso, se o tribunal embargado, ao
apreciar os embargos de declaração, continuar omisso quanto à matéria, o tribunal superior
(STJ ou STF) considerará que, para todos os efeitos, a matéria é prequestionada.
Neste último caso, o prequestionamento diz-se virtual ou ficto porque a matéria não
foi enfrentada pelo acórdão regional recorrido, mas a parte fez tudo o que lhe era possível
para preencher o requisito.

Obs.: Prequestionamento, genericamente, é um pressuposto de admissibilidade especial dos


recursos de natureza extraordinária (como recurso especial e recurso extraordinário).
Tal pressuposto impõe que, para a matéria ser suscetível de análise na instância
superior, ela deve ter sido tratada/debatida nas instâncias inferiores. Logo, as
matérias, ainda que exclusivamente de direito, não podem ser debatidas em instância
recursal extraordinária quando não tiverem sido debatidas nas instâncias inferiores.
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo
para a interposição de recurso.

Os ED seguem a regra geral dos recursos quando a seus efeitos imediatos: efeito
meramente devolutivo.
Se os ED forem tempestivos (opostos dentro de 5 dias) e a representação processual da
parte estiver regular (procuração do advogado juntada aos autos, com poderes necessários),
eles causarão um importantíssimo efeito no processo: INTERRUPÇÃO de todo e qualquer
prazo para interposição de recursos naquele processo.
Por fim, o art. 1.026 do CPC tem três parágrafos de enorme relevância para sua prova:
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em
decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente
a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será
elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer
recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública
e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido
considerados protelatórios.

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Se os ED forem inadmitidos ou julgados improcedentes por razões que sejam, no


mínimo, ponderáveis e justificáveis, não haverá problema algum, e o embargante não será
condenado a nenhum ônus.
Todavia, se os embargos de declaração forem manifestamente protelatórios (destinados
a protelar/atrasar o andamento processual), assim reconhecidos por decisão fundamentada
do órgão colegiado, o agravante será condenado ao pagamento de multa de até 2% do
valor atualizado da causa, que será revertido à parte contrária a título de perdas e danos.

Obs.: Aqui, não se trata de litigância de má-fé propriamente dita, mas, sim, de um ato sujeito
a sanção específica e diferenciada. Afinal de contas, a manifesta inadmissibilidade
ou improcedência do agravo interno nem sempre decorre de ato de má-fé, podendo
decorrer, também, de equívoco ou até mesmo de inépcia profissional do advogado.

Se forem opostos ED manifestamente protelatórios pela parte por apenas uma vez,
não haverá maiores problemas: basta que, ao final, o embargante pague a multa de até
2% em favor da parte contrária (embargada).
O problema será muito maior se a parte for reincidente nos ED protelatórios, opondo,
mais uma vez, ED com finalidade de atrasar o curso processual. Neste caso, a multa, que
tinha como limite o percentual de 2%, terá doravante o limite de 10%. Caberá ao órgão
julgador definir o percentual exato da multa a ser aplicada ao embargante protelatório
reincidente.
Após a imposição da multa de até 10% do valor da causa pelos ED protelatórios, a
parte embargante, penalizada, deverá necessariamente depositar em juízo o valor dessa
multa para interpor novos recursos, como o recurso extraordinário ou o recurso especial,
quando cabíveis.

A grande maioria da jurisprudência posiciona-se no sentido de que o pagamento do valor da


multa por embargos de declaração protelatórios somente será condição para interposição
de recursos em caso de REITERAÇÃO dos ED protelatórios. A multa de até 2%, no caso
de terem sido opostos ED protelatórios por apenas uma vez, não precisa ser paga como
condição para novos recursos, mas, sim, deve ser paga ao final.
É a multa de até 10%, por reincidência em ED protelatórios, que integra o “preparo” para
fins de interposição de novos recursos.

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Como regra, a multa de até 10% pela reincidência em ED protelatórios deverá integrar
o preparo recursal, pressuposto genérico de admissibilidade dos recursos em geral. Esta
regra comporta duas exceções:
• Entes e entidades da Fazenda Pública (pessoas jurídicas de direito público e empresas
estatais prestadoras de serviços públicos de forma exclusiva, como os Correios);
• Beneficiários da justiça gratuita.
Os dois sujeitos acima (Fazenda Pública e beneficiário da justiça gratuita) estarão
dispensados de recolher o valor da multa como parte do preparo recursal. Se a multa não
for eliminada pela instância superior, ela deverá ser paga após o trânsito em julgado do
processo, na fase de execução.

AGRAVO INTERNO

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

Nos termos do CPC, o agravo interno tem cabimento contra decisão monocrática do
relator, quando a parte pretende a revisão do mérito da decisão monocrática.
As decisões proferíveis pelo relator do processo no tribunal, de forma monocrática
(singular), sem participação dos demais magistrados da Turma, são as que abordam os
tópicos estabelecidos no rol do art. 932 do CPC.

§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos


da decisão agravada.

Primeiramente, lembre-se de todos os pressupostos de admissibilidade gerais dos


recursos estudados na primeira aula sobre os recursos em nosso curso (tempestividade,
regularidade formal, preparo etc.). Todos aqueles pressupostos são gerais e, como tal,
aplicam-se ao agravo interno.
O agravo interno possui um pressuposto de admissibilidade específico: impugnação
especificada de cada fundamento da decisão agravada.
Se o agravante não impugnar especificadamente os fundamentos da decisão agravada,
nos capítulos a que se referir nas razões recursais, o agravo será inadmitido pelo respectivo
órgão colegiado, integrado pelo relator. Estudaremos logo adiante que, se o agravo for
considerado manifestamente inadmissível, haverá uma sanção processual específica (§ 4º).

§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso
no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a
julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para
julgar improcedente o agravo interno.

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Diante da decisão monocrática do relator, a parte agravante interporá o agravo interno


com endereçamento ao próprio relator. O agravo interno somente será enviado ao órgão
colegiado por ato do relator, depois das contrarrazões da parte contrária, se ele não se
retratar de sua decisão.

O relator é proibido de utilizar os mesmos fundamentos da decisão agravada para


justificar a improcedência do agravo. Se o relator votar pela improcedência do agravo interno,
ele deverá confrontar sua nova decisão com os fundamentos trazidos nas razões do agravo
interno, fundamentando juridicamente o porquê de o agravo não merecer prosperar.
Abaixo, apresento mapa mental para ajudá-lo a visualizar o procedimento do agravo
interno, à luz das diretrizes gerais do CPC (especialmente os §§ 2º e 3º).
Obs.: Aspectos procedimentais adicionais são definidos nos Regimentos Internos de cada
Tribunal, mas em provas objetivas, a princípio, cobram-se somente as diretrizes
gerais do CPC e a jurisprudência consolidada.

Interposto o Agravo Relator intima a parte contrária (agravada)


Interno para contrarrazões, em 15 dias

Se o relator se retratar, o Não havendo retratação, o relator enviará

agravo parará aqui. o agravo interno para julgamento pela


Turma ou Câmara (órgão colegiado)

Não deixe passar batido que o § 2º assegura o juízo de retratação pelo relator. Pode o
relator, em vez de enviar o agravo para julgamento no órgão colegiado, retratar-se de sua
decisão, se concordar inteiramente com os fundamentos do agravante. Neste caso, o agravo
poderá ser provido monocraticamente, sem inserção em pauta para julgamento colegiado.

§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em


votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar
ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da
multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça,
que farão o pagamento ao final.

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Os pressupostos de admissibilidade e as razões de mérito do agravo interno serão


analisadas pelo órgão colegiado ao qual o relator da decisão agravada pertencer.
Se o agravo interno for inadmitido ou julgado improcedente por razões que sejam, no
mínimo, ponderáveis e justificáveis, não haverá problema algum, e o agravante não será
condenado a nenhum ônus.
Todavia, se a inadmissibilidade ou a improcedência do agravo interno forem manifestas,
isto é, evidentes/patentes, assim reconhecidas por decisão fundamentada do órgão colegiado,
o agravante será condenado ao pagamento de multa de 1% a 5% do valor atualizado da
causa, que será revertido à parte contrária (agravada) a título de perdas e danos.

RECURSO ESPECIAL

O recurso especial é processado e julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Suas
hipóteses de cabimento são previstas na Constituição Federal, em seu art. 105, inciso III:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Antes de tudo, você precisa saber qual é a finalidade genérica do recurso especial: é a de
tutelar a legislação federal. O recurso especial serve para garantir a correta aplicação da
lei federal em cada caso, bem como o respeito à sua prevalência diante de outras normas.
Para não confundir as hipóteses de recurso especial com as de recurso extraordinário,
você precisa ter alguns cuidados quanto à semântica do art. 105, inciso III da CF/88.
Abaixo, apresentarei circunstâncias com as quais você deve ter muita atenção:
• 1) Declaração de inconstitucionalidade de lei federal: neste caso, o elemento jurídico
tutelado é a Constituição, e não a lei. Logo, trata-se de hipótese de cabimento de
Recurso Extraordinário, e não de Recurso Especial.
− Só caberá recurso especial quando a decisão, embora não declare inconstitucional,
contrarie ou negue vigência à lei federal

EXEMPLO
Decisão que argumentar que a lei não se aplica ao caso concreto, ou dizer que ela foi revogada
tacitamente por outra lei.
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• 2) Julgamento de ato de governo local: quando esse julgamento tiver por resultado
a declaração de validade de ato de governo local em face de lei federal, caberá
recurso especial.
− Quando a declaração de validade de ato de governo local for em face da Constituição,
caberá recurso extraordinário.

EXEMPLO
Em ação civil pública que visa anular ato administrativo do governo estadual, o TJ declara o
ato válido, apesar de o autor da ação civil pública levantar fundamentos da legislação federal
para a nulidade do ato. Nesta situação, caberá recurso especial. Se o autor da ação civil pública
tiver também utilizado fundamentos de ordem constitucional, poderá ele interpor recurso
extraordinário ao STF.

O recurso especial, como os demais recursos de natureza extraordinária, reserva-se à


tutela do direito objetivo. Logo, cláusulas contratuais, fatos e provas não são suscetíveis de
levantamento em razões de recurso especial. Se o recorrente pretender o revolvimento dessas
questões, o STF não conhecerá do recurso especial. Confira os seguintes entendimentos
sumulados:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 5 do STJ
A simples interpretação de cláusula contratual não enseja recurso especial
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 7 do STJ
A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.

Agora, partiremos aos aspectos fundamentais do recurso especial.


O recurso especial é sempre cabível contra acórdão de tribunal, seja Tribunal de Justiça
de Estado (TJ) ou Tribunal Regional Federal (TRF).

Obs.: Decisões monocráticas de relatores em tribunais são impugnáveis mediante agravo


interno. Ademais, as decisões monocráticas de Presidentes ou Vice-Presidentes de
tribunais que inadmitirem a interposição do recurso especial são impugnáveis por
agravo em recurso especial.
Ademais, o recurso especial pode ser interposto quando o acórdão recorrido for prolatado
em única ou última instância.
Trata-se de última instância o acórdão que julga apelação interposta em processo
submetido ao procedimento comum, que fora julgado, antes, por uma sentença de juiz
de primeiro grau. Nestes casos, o tribunal de segunda instância é a última instância, uma
vez que somente até o segundo grau é que se pode apreciar matérias de fato e provas.
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DICA
Quando se fala em “última instância”, fala-se em “última
instância ordinária”, isto é, a última instância jurisdicional
em que é possível discutir matéria de fato. Afinal, nas
instâncias superiores (como regra geral), somente se
pode discutir matéria de direito, ressalvadas as ações de
competência originária.

Ademais, é possível a interposição de recurso especial em processos julgados pelo TJ/


TRF em única instância.

EXEMPLO
Ação rescisória ajuizada para desconstituir sentença de juiz de direito de primeira instância
compete ao TJ. Logo, o acórdão proferido pelo TJ em julgamento da ação rescisória poderá
ser objeto de recurso especial. Afinal de contas, somente cabe apelação contra sentenças,
e não contra acórdãos.

Obs.: Embora o recurso especial, às vezes (como no caso da ação rescisória) seja o
primeiro recurso interposto no processo, ele somente se presta à matéria de direito
relacionada à lei federal, e não à rediscussão de matéria de fato.
Por fim, cabe destacar a terceira hipótese de cabimento do recurso especial: quando
houver divergência de interpretações acerca da legislação federal em tribunais diferentes
(distintos TJ/TRF).
Veja o que enuncia a Súmula n. 13 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 13 do STJ
A divergência de julgados do mesmo tribunal não enseja recurso especial.

O objetivo por trás desta hipótese de cabimento é a uniformização da jurisprudência em


âmbito nacional. O recorrente demonstrará a existência de divergência de interpretações em
tribunais diferentes, e o STJ adotará a tese que deve prevalecer. Dessa forma, os tribunais
que divergirem do STJ passarão, com o tempo, a adotar a jurisprudência do STJ.
É relevante, ainda, conhecer algumas outras súmulas do STJ sobre o recurso especial:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 126 do STJ
É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em
fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si
só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos

Se a decisão recorrida se apoia em vários fundamentos, que, por si só, poderiam justificá-la,
o recorrente deve atacar todos eles.
Se o recorrente atacar todos os fundamentos relativos à legislação federal, mas a decisão
puder ser mantida por fundamentos de natureza constitucional mesmo que o recurso
especial seja provido na integralidade, o recurso especial não será conhecido.
Afinal, de nada adianta ao STJ julgar o recurso especial se, de plano, é possível verificar
que a decisão recorrida encontra fundamentos autossuficientes na Constituição Federal,
não impugnados no momento oportuno mediante recurso extraordinário.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 203 do STJ:
Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos
Juizados Especiais.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 518 do STJ:
Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial
fundado em alegada violação de enunciado de súmula.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 579 do STJ:
Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do
julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.

A Emenda Constitucional n. 125/2022 acrescentou ao art. 105 da Constituição Federal os


§§ 2º e 3º, que tratam do requisito da relevância das questões discutidas, materialmente
igual ao requisito da transcendência, que pode ser econômica, política, social ou jurídica.
Confira os dispositivos:
§ 2º No recurso especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões de direito
federal infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão do
recurso seja examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base nesse
motivo pela manifestação de 2/3 (dois terços) dos membros do órgão competente para o
julgamento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 125, de 2022)
§ 3º Haverá a relevância de que trata o § 2º deste artigo nos seguintes casos: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 125, de 2022)
I – ações penais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 125, de 2022)
II – ações de improbidade administrativa; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 125, de 2022)
III – ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários mínimos; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 125, de 2022)
IV – ações que possam gerar inelegibilidade; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 125, de 2022)
V – hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante do Superior
Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 125, de 2022)
VI – outras hipóteses previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 125, de 2022)

Obs.: Perceba que o quórum para o não reconhecimento da relevância da questão federal discutida
é o mesmo que a Constituição estabelece para a rejeição da repercussão geral no STF (2/3).

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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos

RECURSO EXTRAORDINÁRIO
O recurso extraordinário é processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Suas hipóteses de cabimento são previstas na Constituição Federal, em seu art. 102, inciso III:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

É suficiente a compreensão de um único fundamento para não se esquecer das hipóteses


do recurso extraordinário: ele tem como parâmetro a Constituição Federal.
O ato de governo local, para ser cotejado pelo STF, deve ter sido contestado em face
da Constituição. Se o for por lei federal, o recurso cabível será o especial ao STJ.
Contrariar ou negar vigência a lei ou tratado é causa de recurso especial ao STJ. Todavia,
quando a lei ou o tratado forem declarados inconstitucionais pela instância inferior, caberá
recurso extraordinário ao STF.
Possivelmente, a hipótese de cabimento que mais “guarda mistérios” é a da alínea “d”:
contra decisão que julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Professor, se o parâmetro utilizado na alínea “d” é a lei federal, por que o recurso cabível
é o extraordinário, e não o especial?

É porque a hipótese da alínea “d” representa possível conflito federativo de competências


constitucionais.
Pense comigo: se uma lei estadual é contestada em face de lei federal, muito provavelmente
haverá um conflito entre as competências do Estado e da União para legislar sobre
determinada matéria.
E, como sabemos, as competências legislativas de cada ente político constam do texto
da Constituição.
Portanto, o conflito entre leis de entes federados distintos deve ser analisado pelo STF,
por representar matéria constitucional (repartição de competências).
Cabe ressaltar que é perfeitamente possível à parte interpor recurso extraordinário com base
em dois ou mais dos fundamentos acima tratados. Confira a orientação da Súmula 292 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 292 do STF
Interposto o recurso extraordinário por mais de um dos fundamentos indicados no
art. 101, n. III, da Constituição [redação da Constituição de 1967], a admissão apenas
por um deles não prejudica o seu conhecimento por qualquer dos outros.

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Quanto ao recurso extraordinário, existem algumas súmulas de relevância processual


que, às vezes, são cobradas pelas bancas. Confira:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 279 do STF
Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.

Os recursos de natureza extraordinária servem para tutelar o direito objetivo. No caso


do recurso extraordinário, a Constituição Federal.
Logo, as razões recursais devem demonstrar que o recorrente pretende que o STF
reconheça violação de dispositivo constitucional por parte do tribunal recorrido, para que o
recurso extraordinário possa, ao menos, ser conhecido, se atendidos os demais pressupostos
de admissibilidade.
Dessa forma, como a finalidade do recurso extraordinário é de demonstrar ofensa à
Constituição, não é possível utilizá-lo para tentar levar o STF a formar convicção diversa
sobre os fatos e as provas revolvidos nos autos do processo.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 280 do STF
Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.

O parâmetro para a interposição do recurso extraordinário é a Constituição Federal.


Se o parâmetro for norma de hierarquia inferior, como a de direito local, tal recurso não
é cabível. Se interposto, não será conhecido por ausência de pressuposto intrínseco de
admissibilidade: o cabimento.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 281 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na Justiça de origem, recurso
ordinário da decisão impugnada.

Simples: não há como interpor recurso extraordinário se ainda é cabível, no processo,


recurso de natureza ordinária: seja a apelação, seja o recurso ordinário propriamente dito.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 282 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida,
a questão federal suscitada.
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Questão não abordada na decisão recorrida, se levantada em recurso extraordinário,


representa ausência de prequestionamento. Na linguagem jurídica atual, tal súmula faria
referência a tal pressuposto.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 283 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais
de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.

Se o TJ ou TRF tomou uma decisão com base em três fundamentos autossuficientes, e


a parte, ao interpor recurso extraordinário, impugnou o acórdão apenas de modo a atacar
dois desses fundamentos, o recurso extraordinário não deve ser conhecido.
Afinal, ainda que o recorrente tivesse absoluta razão quanto às suas argumentações
recursais, a decisão do TJ/TRF seria mantida pelo terceiro fundamento, que o recorrente
não impugnou. Logo, como medida de celeridade, a ausência de impugnação de todos os
fundamentos suscetíveis de justificar a decisão recorrida impede o conhecimento do
recurso extraordinário.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 284 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação
não permitir a exata compreensão da controvérsia.

Os recursos de natureza extraordinária, como o próprio recurso extraordinário, sujeitam-


se ao princípio da dialeticidade. Tal princípio impõe que as alegações recursais sejam
precisas, de modo a demonstrar a violação constitucional.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 636 do STF
Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da
legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas
infraconstitucionais pela decisão recorrida.

Se o princípio da legalidade (art. 5º, II, Constituição Federal) fosse fundamento para que
o STF analisasse más aplicações de lei federal, o recurso extraordinário passaria a parecer
um recurso especial, não é mesmo?
Portanto, se a argumentação recursal deixar claro que o princípio da legalidade foi
invocado apenas como “jeitinho” de levar o STF a analisar interpretações direcionadas a
leis e atos normativos, o recurso extraordinário não será conhecido.
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A violação ao princípio da legalidade somente legitima o conhecimento e, talvez, o


provimento do recurso extraordinário em situações especialíssimas, como, por exemplo,
quando o tribunal recorrido, deliberadamente, deixa de aplicar disposição legal por critérios
arbitrários.
Os mesmos fundamentos servem à explicação da Súmula 454 do STF, que enuncia:
“Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário”.
Igualmente, servem à Súmula 400 do STF: “Decisão que deu razoável interpretação à lei,
ainda que não seja a melhor, não autoriza recurso extraordinário pela letra a do art. 101,
III, da CF [redação da Constituição de 1967]”.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 733 do STF
Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de
precatórios.

Decisões sobre processamento de precatórios são de caráter administrativo, e não


jurisdicional. Logo, a impugnação de alguma violação constitucional, em ato que verse
sobre tal processamento, deve ser levantada por remédios processuais próprios, como o
mandado de segurança, se demonstrada violação de direito líquido e certo.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 735 do STF
Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar

Se o tribunal de segunda instância, ou o STJ, deferiu apenas medida liminar, a sua atuação
jurisdicional ainda não foi completada. Logo, o recurso extraordinário é cabível apenas em
face do acórdão que resolve, definitivamente, a controvérsia na instância recorrida.

DISPOSIÇÕES COMUNS: RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição
Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em
petições distintas que conterão:
I – a exposição do fato e do direito;
II – a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

Por serem recursos diferentes, deve haver uma petição para cada recurso: uma para
o especial, e outra para o extraordinário.
Ambas as petições recursais se submetem ao primeiro juízo de admissibilidade da
mesma autoridade: O Presidente/Vice do tribunal recorrido (TJ/TRF).
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Professor, o recurso extraordinário pode mesmo ser interposto em face de acórdão


de TJ ou TRF?

Sim, caro(a) aluno(a). Afinal de contas, o TJ/TRF é a última instância para a discussão
de matéria constitucional. Afinal de contas, o STJ não tem competência para apreciar
questões constitucionais, mas apenas questões de legislação federal.

§ 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da


divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado,
inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda
com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da
respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem
ou assemelhem os casos confrontados.

Dissídio jurisprudencial é a hipótese em que o cabimento do recurso se dá em razão de


divergência de interpretações entre tribunais distintos (hipótese de recurso especial). É a
esta hipótese que se aplica o § 1º (forma de comprovação da divergência jurisprudencial).
Caberá ao recorrente demonstrar a identificação e a semelhança entre as jurisprudências
colacionadas.

§ 2º (Revogado).
§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício
formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

Se o vício quanto à forma do recurso não impedir a sua plena análise, poderá o STF ou
o STJ desconsiderá-lo. Se, todavia, o vício, embora sanável, puder atrapalhar a perfeita
análise do recurso, poderá o tribunal superior ordenar que o recorrente proceda à correção
do vício no prazo que assinalar.
Em qualquer dos casos, o vício não pode ser considerado grave. Sendo grave, o recurso
poderá ser inadmitido por ausência de regularidade formal (pressuposto de admissibilidade
extrínseco dos recursos).

§ 4º Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas repetitivas, o


presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento
de suspensão de processos em que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional,
poderá, considerando razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender
a suspensão a todo o território nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do
recurso especial a ser interposto.

Este parágrafo é melhor entendido quando conhecidas as regras do julgamento de casos


repetitivos, que são objeto de aula específica.
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Neste momento, adianto-lhe que todos os recursos extraordinários podem ser suspensos
se o STF afetar um deles a julgamento como paradigma de demanda repetitiva, e se o
Presidente do STF acatar o pedido de suspensão de todos os processos em âmbito nacional
que versem sobre a mesma questão.
A mesma lógica vale para os recursos especiais, por parte do Presidente do STJ.

§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial


poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de
admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento
para julgá-lo; (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
II – ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a
interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso
de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela Lei n. 13.256,
de 2016) (Vigência)

Até que um recurso seja analisado pelo tribunal competente, enfrentam-se alguns
procedimentos. O recurso, além de ser interposto, deve ser admitido, remetido à instância
competente e distribuído para um relator.

Apesar dessas várias fases até que o recurso seja analisado definitivamente, é possível
que, no meio delas, o recorrente tenha razões para requerer efeito suspensivo ao
recurso. Neste ponto, informações importantíssimas costumam ser exploradas em
provas: para qual autoridade deverá ser dirigido o requerimento de efeito suspensivo?

A resposta é: depende da fase procedimental em que estiver o recurso. Mostrar-lhe-ei


uma ilustração para ajudá-lo a identificar a autoridade competente.

DISTRIBUIÇÃO
INTERPOSIÇÃO ADMISSÃO

Ao RELATOR

Ao Presidente/Vice do Ao STJ (rec. especial) ou ao STF


(rec. Extraordinário)
tribunal recorrido (TJ/TRF)
O relator sorteado ficará prevento
para julgar o recurso

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Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado
para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos
ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: (Redação dada pela Lei
n. 13.256, de 2016) (Vigência)
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal
não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto
contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal
exarado no regime de repercussão geral; (Incluída pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída
pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)

Os recursos especial e extraordinário são interpostos perante o tribunal recorrido,


com endereçamento à Presidência deste tribunal.
Por serem recursos de natureza extraordinária, os recursos especial e extraordinário
sujeitam-se a dois juízos de admissibilidade:
1) O primeiro juízo de admissibilidade dos pressupostos recursais é feito pelo Presidente
ou Vice do tribunal recorrido.
2) Se o recurso passar pelo primeiro juízo de admissibilidade, ela será submetido a um
segundo juízo, desta vez por parte do tribunal competente para julgar o recurso (STJ ou
STF, conforme o caso).
Além da ausência de pressupostos de admissibilidade recursais intrínsecos e extrínsecos,
o recurso especial e o extraordinário serão inadmitidos nas hipóteses expressamente
mencionadas no inciso I do caput.

II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o acórdão


recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos;
(Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)

Se a decisão objeto do recurso extraordinário divergir do entendimento do STF fixado


em regime de repercussão geral, o Presidente/Vice do tribunal devolverá o processo ao
órgão fracionário que prolatou a decisão recorrida (Turma, Câmara etc.) para que, querendo,
se retrate de sua decisão, adequando-a ao entendimento do STF.
A retratação não é obrigatória. Se o órgão julgador demonstrar a existência de distinção
entre a jurisprudência do STF e o caso concreto, poderá manter a decisão com seus próprios
fundamentos.
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A mesma lógica vale para as decisões objeto de recurso especial. A diferença é que, neste
caso, a decisão-referência é alguma do STF proferida em regime de recursos repetitivos.

III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida
pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria
constitucional ou infraconstitucional; (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)

Se o STF ou o STJ tiver determinado o sobrestamento (suspensão) de todos os processos


que envolvam a mesma questão de direito debatida no incidente de recursos repetitivos,
caberá ao Presidente/Vice do tribunal recorrido determinar essa suspensão antes de
remeter o recurso à instância superior.

IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou infraconstitucional,


nos termos do § 6º do art. 1.036; (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal Federal
ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que: (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016)
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de julgamento
de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou (Incluída pela Lei
n. 13.256, de 2016) (Vigência)
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. (Incluída pela Lei n. 13.256, de 2016)
(Vigência)

Os requisitos das alíneas a a c devem ser preenchidos para que o recurso seja remetido
à instância superior, além dos próprios pressupostos de admissibilidade recursais.

Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial,


os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.
§ 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal
Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.

Como regra geral, quando interpostos os dois recursos (especial e extraordinário),


é processado e julgado primeiramente o recurso especial, no STJ, e somente depois o
extraordinário, pelo STF.
Inclusive, é possível que o recurso extraordinário seja prejudicado pelo julgamento do
recurso especial.

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RECURSO ORDINÁRIO
O recurso ordinário é marcado por duas grandes características: uma é autoexplicativa:
trata-se de um recurso de natureza ordinária, no qual podem ser discutidas as questões
fáticas do fundo da controvérsia.
A segunda característica é que o recurso ordinário é um recurso de origem constitucional.
Ele é, assim como o recurso especial e o extraordinário, um recurso previsto diretamente
na Constituição Federal, que também prevê suas hipóteses de cabimento. Essa previsão
encontra-se nos arts. 102, inciso II (recurso ordinário para o STF) e 105, inciso II (recurso
ordinário para o STJ) da CF/88.
O recurso ordinário, por ter previsão constitucional, é também chamado de “ROC”
(Recurso Ordinário Constitucional).

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:


I – pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de
injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão;

Este inciso reproduz a hipótese de cabimento expressamente prevista no art. 102,


inciso II, alínea “a” da Constituição Federal. No CPC, não consta o habeas corpus porque
esta ação é específica do direito processual penal, e não pode ser regulamentada pela
legislação processual civil.

Obs.: Detalhe importantíssimo: a decisão do tribunal superior sobre o MS, o HD ou o MI


deve ser denegatória para que o recurso ordinário seja cabível. Ou seja, o remédio
constitucional deve ter sido indeferido.
Se a decisão do tribunal superior (STJ, TST, STM ou TSE) não for denegatória do remédio
constitucional, o recurso cabível será o recurso extraordinário, dentro de suas especialíssimas
hipóteses de cabimento.

II – pelo Superior Tribunal de Justiça:


a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou
pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória
a decisão;

Detalhe importante é que, no âmbito civil, o recurso ordinário somente é cabível em


processo de mandado de segurança, e não nos outros remédios constitucionais.

Obs.: Destaque que a decisão do tribunal local (TJ/TRF) deve ser denegatória para
justificar o cabimento do recurso ordinário. Não sendo denegatória a decisão, os
recursos cabíveis serão o especial e o extraordinário, dentro de suas especialíssimas
hipóteses de cabimento.
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b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional


e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
§ 1º Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá
agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015.

A alínea “b” tem uma particularidade interessante. Trata-se de uma das duas únicas
hipóteses do ordenamento jurídico brasileiro em que, com autorização constitucional, há
uma “supressão de instância”. Explico.
Originariamente, os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro
ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no
País são de competência do juiz federal de primeiro grau (art. 109, II, CF/88).
O recurso cabível contra a sentença definitiva do juiz federal, nesta hipótese (que é o
recurso ordinário) não será destinado ao TRF, mas, sim, diretamente ao STJ. Interessante,
não é mesmo?

Professor, e quanto à recorribilidade das decisões interlocutórias proferidas pelo juiz


federal neste processo? Quem as julgará?

Havendo agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias do juiz federal nestes


processos, o agravo deve ser destinado ao STJ, diretamente.
Conclusão: O TRF não participa dos processos em que forem partes, de um lado,
Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente
ou domiciliada no País.
Conclusão: O TRF não participa dos processos em que forem partes, de um lado,
Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente
ou domiciliada no País.

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO


Tendo em vista as peculiaridades deste recurso, estudá-lo-emos diretamente nos
comentários individualizados a cada dispositivo do CPC que lhe é pertinente.

Seção III
Do Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido
que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
(Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
I – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
II – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
III – ( Revogado ). (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 1º ( Revogado ): (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)

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Tanto o recurso especial como o recurso extraordinário, por serem recursos de natureza
extraordinária, comportam dois juízos de admissibilidade:
1) O primeiro juízo de admissibilidade é feito pelo Presidente ou Vice-Presidente do
tribunal recorrido (TJ/TRF/STJ);
2) O segundo juízo de admissibilidade é feito pelo relator designado no tribunal que
julgará o recurso.
O agravo em recurso especial ou em recurso extraordinário serve para destrancar o
recurso especial ou extraordinário que for inadmitido, isto é, que for “reprovado” no primeiro
juízo de admissibilidade por não preencher os pressupostos intrínsecos e extrínsecos de
admissibilidade do respectivo recurso.

EXEMPLO
Perante o TRF, João, autor, interpõe recurso especial contra o acórdão proferido pelo TRF. O
Presidente do TRF, ao realizar o primeiro juízo de admissibilidade (analisar os pressupostos
extrínsecos e intrínsecos), resolve denegar o seguimento ao recurso especial em razão de
ser ele intempestivo.
João, irresignado, pode interpor agravo em recurso especial para “destrancar” o recurso
especial e levá-lo ao STJ, apresentando seus fundamentos que apontem que o recurso especial
é, sim, tempestivo e que houve equívoco por parte do Presidente do TRF.

Obs.: Perceba que o caput dispõe, no período final, o seguinte: “(...) salvo quando fundada
na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em
julgamento de recursos repetitivos.”. É que nestas hipóteses o recurso cabível
será outro: o agravo interno, a ser processado na forma do regimento interno do
tribunal recorrido.

Tal ressalva justifica-se pela necessidade de se observar a regra do art. 1.030, § 2º,
que tecnicamente indica que cabe agravo interno contra a decisão que negar seguimento
a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos.

§ 6º Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o agravante


deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.

Você aprendeu que os recursos especial e extraordinário podem ser interpostos em


conjunto contra um acórdão de TJ ou TRF, lembra?

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Pois então: seria necessário um agravo para cada recurso inadmitido?

Sim, caro(a) aluno(a).


Se forrem interpostos, pela mesma parte, recurso especial e recurso extraordinário, e
se ambos forem inadmitidos, deverão ser interpostos dois agravos: um agravo em recurso
especial, e um agravo em recurso extraordinário.

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA

Os embargos de divergência são um recurso de alçada do STJ e do STF, exclusivamente.


Trata-se de um recurso de natureza extraordinária, direcionado a uniformizar a jurisprudência
do STF e do STJ quanto às matérias de direito.
Por ter a finalidade de uniformizar a jurisprudência dos tribunais superiores, os embargos
de divergência não servem para revolver matérias de fato discutidas no processo, mas, sim,
para conferir uma melhor interpretação à lei federal (STJ) ou ao dispositivo constitucional
(STF) envolvido na lide.
Os embargos de divergência devem ser interpostos no prazo de 15 dias, conferido aos
recursos em geral (art. 1.003, § 5º). O mesmo prazo se aplica às contrarrazões aos embargos
de divergência.

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:


I – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro
órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, embargado e paradigma, de mérito;
II – (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)
III – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro
órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do
recurso, embora tenha apreciado a controvérsia;
IV – (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)

Você sabe que recursos especiais e recursos extraordinários são julgados por Turmas/
Câmaras, certo? Estes são os menores órgãos fracionários situados nos tribunais.
Os embargos de divergência são cabíveis exclusivamente contra acórdãos proferidos
pelas Turmas/Câmaras ou por Seções, que são órgãos fracionários, no julgamento de
recurso especial (no STJ) ou recurso extraordinário (no STF). Não pode a parte opor embargos
de divergência contra decisões monocráticas, pois contra estas cabe agravo interno.

Obs.: Entenda por “órgãos fracionários” os órgãos internos do tribunal compostos por
uma parte dos Ministros, mas que não têm a participação de todos os Ministros
do tribunal.
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EXEMPLO
Imagine que, ao julgar um recurso especial, a Turma julgadora do STJ julga o mérito do recurso
de forma totalmente contrária a uma decisão de outra Turma do STJ. Institucionalmente, o
STJ terá interesse em uniformizar sua jurisprudência, concorda? É para isso que servem os
embargos de divergência: para submeter o processo à análise de um órgão maior do tribunal,
que pode ser uma Seção ou o Órgão Especial.

Conforme o regimento interno do STJ, se a divergência for entre acórdãos de duas


Turmas, a competência para processar e julgar os embargos de divergência será das Seções.
Se, todavia, a divergência for entre acórdãos de Seções, ou entre uma Turma e uma Seção, a
competência será do Órgão Especial (que tem competências delegadas do Tribunal Pleno).
Agora, vamos às hipóteses concretas de cabimento.
A decisão do órgão fracionário, objeto dos embargos de divergência, deve:
1) Ter resolvido o mérito do recurso; ou
2) Apesar de não resolver o mérito, tenha apreciado a controvérsia.

EXEMPLO
A decisão em grau de recurso que não resolve o mérito, mas que aprecia a controvérsia, é,
por exemplo, a decisão do STF que nega existência de matéria constitucional na controvérsia
apresentada. O STF aprecia a controvérsia, mas não conhece do recurso (logo, não analisa o
mérito) por ser ele “incabível”, eis que o recurso extraordinário exige revolvimento de matéria
constitucional.

Obs.: Quando o não conhecimento do recurso decorre de intempestividade, falta de


preparo ou irregularidade formal, o respectivo acórdão não pode ser utilizado como
modelo para embargos de divergência, pois não aprecia a controvérsia.

1) Se o acórdão do órgão fracionário tiver resolvido o mérito, ele poderá ser confrontado,
em embargos de divergência, com outro que também tenha resolvido o mérito, ou com
outro que, apesar de não ter conhecido do recurso, tenha apreciado a controvérsia.
2) Se o acórdão do órgão fracionário não tiver conhecido do recurso, mas tiver apreciado a
controvérsia, ele somente poderá ser confrontado com outro que tenha resolvido o mérito.

Pelo menos um dos acórdãos comparados (o embargado ou o paradigma/confrontado)


deve ser de mérito.

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§ 1º Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de recursos e de ações


de competência originária.

É possível que, no julgamento de um recurso especial (por exemplo), a 1ª Turma do STJ


tenha adotado interpretação totalmente diversa de outra adotada por outra Turma do STJ,
mas utilizada em acórdão sobre ação de competência originária do STJ (como a de ação
homologação de sentença estrangeira).
Nada impede que seja utilizado, como modelo/paradigma, um acórdão proferido no
julgamento de ação de competência originária do tribunal. Basta que as interpretações
confrontadas sejam divergentes, dentro do mesmo tribunal.
Embora seja desnecessário reiterar, acentuo que também é perfeitamente possível a
confrontação de duas interpretações utilizadas em dois julgamentos de recursos especiais
ou recursos extraordinários distintos.

O acórdão de ação de competência originária do tribunal somente será utilizável como


modelo/paradigma, e nunca será o acórdão embargado, pois os embargos de divergência
somente cabem quando o acórdão embargado for proferido em julgamento de recurso
especial ou recurso extraordinário.

§ 2º A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergência pode verificar-se na


aplicação do direito material ou do direito processual.

Uma coisa é inegociável: as interpretações confrontadas nos embargos de divergência


devem ser sobre matéria de direito, e nunca sobre matéria de fato.
Sendo matéria de direito, poderá ser ela tanto de direito material (como disposição do
Código Civil) quando de direito processual (disposição do CPC, por exemplo).
§ 3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que
proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da
metade de seus membros.

Como regra geral, os acórdãos confrontados devem ser de órgãos fracionários diferentes.
Excepcionalmente, será possível a confrontação de acórdãos do mesmo órgão fracionário,
desde que mais da metade dos membros desses órgãos tenham sido modificados desde
a prolação do acórdão tomado como paradigma.

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EXEMPLO
A 2ª Turma, em 20/02/2015, prolata acórdão com interpretações contrárias a um acórdão
prolatado pela mesma Turma em 30/10/2022. Na data da prolação do último acórdão
(30/10/2022), mais da metade dos membros da 2ª Turma são diferentes daqueles que
atuaram na prolação do acórdão de 20/02/2015. Logo, poderão estes dois acórdãos ser
confrontados, mesmo que provenientes do mesmo órgão fracionário.

1.9. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS E LITISCONSÓRCIO


• INTERVENÇÃO FORÇADA: É vista quando um terceiro é convocado a integrar um
processo, contra sua vontade, a pedido de uma parte e mediante deferimento do juiz.
− Hipóteses: Denunciação da lide, chamamento ao processo, incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.
• INTERVENÇÃO VOLUNTÁRIA: O terceiro tem interesse em participar do processo,
a fim de se manifestar em determinados sentidos. Dessa forma, o próprio terceiro
pede ao juiz que o permita integrar o processo.
− Hipóteses: Amicus curiae, assistente simples e assistente litisconsorcial.
• ASSISTÊNCIA SIMPLES: Embora o resultado da sentença possa afetar um direito
do assistente, essa sentença não produziria nenhum efeito sobre eventual relação
jurídica mantida entre o assistente e o adversário da parte que é assistida. É possível,
neste caso, que o assistente nunca tenha tido nenhuma relação jurídica diretamente
com a parte contrária.
• ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL: O resultado da sentença tem o poder de influenciar
numa relação jurídica mantida entre o assistente e a parte adversa do assistido.
Se o assistido for revel ou omisso de qualquer forma, o assistente passará a ser
seu substituto processual, podendo postular, em nome próprio, um direito do assistido
(legitimidade extraordinária).

Não é somente a revelia (falta de contestação) que autoriza a substituição processual por
parte do assistente. Qualquer omissão havida por parte do assistido autorizará o assistente
a atuar como seu substituto processual. A revelia, no final das contas, é somente um
exemplo de omissão.

A denunciação da lide serve para cobrar, regressivamente, uma pessoa que esteja
na posição de garantir eventual dívida ou de cobrir eventual despesa. Em razão disso, a
denunciação da lide somente é julgada depois do conflito principal do processo.

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Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante,
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o
prejuízo de quem for vencido no processo.

Primeiro ponto: a denunciação da lide pode ser promovida tanto pelo autor quanto
pelo réu. É uma ferramenta disponível a ambas as partes.
Agora, atentemo-nos às hipóteses de denunciação da lide:
• Inciso I: É o clássico caso em que uma pessoa compra de outra certo bem (móvel
ou imóvel) e, depois de um tempo, é citada como ré em ação que tem por objeto
a reivindicação da propriedade desse bem por um sujeito estranho ao negócio de
compra e venda.
− Nesta situação, o comprador/adquirente, réu, poderá denunciar à lide o vendedor
(alienante imediato), para, em caso de derrota, cobrar do vendedor o valor que
pagou pelo bem comprado, que, na verdade, era de propriedade do autor do
processo.
− Cobrar o valor pelo qual pagou é o principal direito decorrente da evicção (art.
450 do Código Civil), além de outros constantes da lei civil, como indenização por
frutos e despesas contratuais.
• Inciso II: Alguém, por disposição de lei ou por contrato, se obriga a indenizar alguém
em razão de determinado prejuízo, caso este venha a existir.

EXEMPLO
Exemplo clássico é o das seguradoras, que celebram contratos de seguro com os particulares,
comprometendo-se a pagar por eventuais danos cobertos pelo contrato de seguro. Quando
a seguradora se recusa a cobrir o dano causado pelo segurado, este pode denunciar a
seguradora à lide.
Para ilustrar:

O TERCEIRO, DENUNCIADO à
PARTE PRINCIPAL (Autor ou Réu -
lide, promove a Denunciação de
DENUNCIANTE) promove a
outro terceiro à lide
Denunciação de um terceiro à lide
(DENUNCIAÇÃO SUCESSIVA)

O DENUNCIADO SUCESSIVO não poderá promover nova


denunciação, devendo ajuizar AÇÃO AUTÔNOMA para exercer
eventual direito de regresso contra outro terceiro

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O chamamento ao processo é uma forma de intervenção forçada de terceiros, que pode


ser promovida exclusivamente pelo réu.

DICA
O chamamento ao processo, exclusivo do RÉU, cabe por
parte de:
FIADOR
DEVEDOR SOLIDÁRIO

1) Se o fiador pagar a dívida inteira, poderá cobrar do(s) afiançado(s) o valor integral
da dívida.
2) Se um dos devedores solidários pagar a dívida inteira, poderá cobrar dos demais
devedores a cota correspondente a cada um deles.
O Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (IDPJ) é um procedimento
instaurado por decisão interlocutória do juiz, a requerimento das partes ou do MP
interveniente (nunca de ofício), a fim de possibilitar que os sócios da empresa respondam
pelas dívidas da empresa. Logo, a instauração do IDPJ acarretará a citação dos sócios para
que exerçam o contraditório, manifestando-se nos autos.
Os pressupostos legais são: DESVIO DE FINALIDADE e CONFUSÃO PATRIMONIAL (art.
50 do Código Civil).
• DESCONSIDERAÇÃO DIRETA DA PJ: Sócio passa a responder por débitos da pessoa
jurídica.
• DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PJ: Pessoa Jurídica passa a responder por débitos
do sócio ou titular.
A consequência imediata da instauração do IDPJ, por decisão interlocutória do juiz
(atendendo requerimento da parte ou do MP), é a SUSPENSÃO do processo. Todavia, se
o IDPJ for requerido logo na Petição Inicial, não haverá que se falar em suspensão, pois o
processo nem mesmo havia começado.

DICA
Só há como suspender um processo que já esteja tramitando/
fluindo. Se o processo ainda não existisse até então, não
haveria objeto a ser suspenso. É nessa razão que se funda
a ressalva do § 3º.
DICA
Se o juiz instaurar o IDPJ fundamentando sua decisão em
ocorrência de fraude à execução, a alienação fraudulenta
será, desde logo (desde a instauração do IDPJ), considerada
ineficaz em relação ao autor/exequente.
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Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema


objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de
ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade
adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

Primeiro ponto: o amicus curiae pode ser:


1) PESSOA NATURAL (FÍSICA): alguém com elevado conhecimento técnico sobre uma
matéria, ou com muita experiência em determinadas questões mais específicas e complexas.

EXEMPLO
Cientistas, professores renomados.

2) PESSOA JURÍDICA e/ou ENTIDADE ESPECIALIZADA: alguém se manifestará


representando uma associação, uma entidade sindical ou uma sociedade que atue num
segmento muito complexo e distinto do mercado, fornecendo dados sobre eventuais
atividades, projetos ou processos em andamento sobre um importante assunto.

EXEMPLO
Associações que representem pessoas com deficiência, entidades sindicais de determinada
categoria, sociedades que atuem em ramo que dependa de pesquisas científicas complexas,
como as do ramo farmacêutico.

3) ÓRGÃO: é possível que um representante de um órgão público preste ao juiz informações


sobre algum serviço prestado pelo órgão, bem como informações sobre uma matéria muito
específica, com a qual o órgão tenha atuado

EXEMPLO
FUNAI, IBAMA.

A participação do amicus curiae pode ser determinada:


1) DE OFÍCIO: o juiz nomeia uma pessoa natural, jurídica ou um órgão para se manifestar
sobre determinado assunto.
2) A REQUERIMENTO DAS PARTES: as partes, de forma isolada ou conjunta, indicam
alguém para se manifestar sobre determinado assunto, podendo o juiz deferir ou indeferir
o requerimento, analisando a necessidade da manifestação.
3) A PEDIDO DO PRÓPRIO AMICUS CURIAE: Podem as pessoas naturais e jurídicas e os
órgãos requererem ao juiz a possibilidade de falarem nos autos sobre determinado tema,
demonstrando que a explanação pretendida é de grande valia para a prolação da decisão final.
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Ademais, não é em qualquer caso que se pode admitir a participação de um amicus


curiae. Sua participação somente será admitida se ficar demonstrada pelo menos uma das
seguintes situações:
1) RELEVÂNCIA DA MATÉRIA: A matéria em julgamento possui importância muito grande
nos dias atuais, de modo que a formação de precedentes sobre tal matéria tende a causar
significativo impacto em algum segmento da sociedade ou a algum evento social.
2) ESPECIFICIDADE DO TEMA OBJETO DA DEMANDA: Mesmo que o tema da ação não
seja tão relevante ou não tenha repercutido tanto, é possível que o tema, por carregar
uma complexidade técnica fora do comum, mereça análise por parte de um sujeito com
conhecimento e vivência acerca desse tema.
3) REPERCUSSÃO SOCIAL DA CONTROVÉRSIA: Mesmo que a matéria não seja tão
complexa e/ou específica, é possível que a decisão final dependa de uma consideração a
diversos setores da sociedade afetados por ela. Neste caso, é comum ouvirem-se associações
e entidades sindicais, que explanarão os reflexos da decisão sobre suas categorias e a forma
como a demanda dessas coletividades seria melhor atendida.
A decisão que nomeia alguém para atuar como amicus curiae é IRRECORRÍVEL de imediato.
Portanto, não podem as partes interpor agravo de instrumento ou agravo interno contra
a decisão de nomeação de amigo da corte.
REGRA GERAL: O amicus curiae NÃO pode interpor recursos, como apelação, recurso
especial, agravo de instrumento, recurso extraordinário etc.
EXCEÇÕES: O amicus curiae poderá interpor os seguintes recursos:
• 1) Embargos de Declaração: caso a decisão final (sentença ou acórdão) tenha sido
omissa, contraditória, obscura ou tenha cometido erro material no que se refira à
matéria acerca da qual o amicus curiae se manifestou. É possível que o juiz tenha se
enganado quanto a alguma informação prestada pelo amigo da corte, e profira uma
sentença baseada em pressuposto fático equivocado, ou em informação distorcida
ou mal compreendida.
− Os embargos de declaração do amicus curiae somente podem versar sobre a matéria
sobre a qual o amigo da corte se manifestou, porque ele somente possui interesse
institucional, e não diretamente no acolhimento dos pedidos do autor.
• 2) Recurso contra a decisão que julgar o Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas (IRDR): quando o processo em que o amicus curiae atuar vier a adotar
uma tese fixada em IRDR, o amicus curiae poderá recorrer contra a decisão proferida
no IRDR, a fim de demonstrar a impossibilidade de que todos os casos sejam tratados
da mesma forma, em razão da forte distinção entre uns e outros.
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Litisconsórcio é a participação de várias pessoas num mesmo polo (consórcio) de


um litígio (litis). Várias pessoas participam de um processo em conjunto, em razão de
defenderem seus direitos uma ao lado da outra, no mesmo “lado” do conflito.
Quanto à posição, o litisconsórcio pode ser ativo ou passivo.
• ATIVO: várias pessoas (mais de uma) pleiteiam direitos no polo ativo da ação, isto é,
na condição de autores.
• PASSIVO: várias pessoas (mais de uma) defendem-se de pretensões deduzidas contra
todas elas, isto é, na condição de rés.
Quanto à obrigatoriedade, o litisconsórcio pode ser facultativo ou necessário.
• FACULTATIVO: não é exigido que várias pessoas figurem no polo ativo ou no polo
passivo; nesse caso, os sujeitos reúnem-se em um dos polos por mera conveniência,
sem imposição legal.
• NECESSÁRIO: a lei e/ou a natureza da relação jurídica impõe(m) que várias pessoas
figurem em um dos polos da ação, sendo devidamente citadas para participar do
processo, sob pena de a sentença ser ineficaz (art. 114 do CPC).
Quanto ao resultado da decisão, o litisconsórcio pode ser simples ou unitário.
• SIMPLES: o juiz pode decidir o mérito da ação de forma diferente para os réus. Nada
impede que o juiz decida de forma igual para ambos, mas a lei não proíbe que ele
decida de forma diferente para cada um deles.
• UNITÁRIO: o juiz deve, necessariamente, em virtude da natureza da relação jurídica,
decidir o mérito da ação de forma idêntica para todos os réus. Esta espécie de
litisconsórcio tem previsão no art. 116 do CPC.
Por fim, quanto ao momento de formação, o litisconsórcio pode ser originário ou
posterior.
• ORIGINÁRIO: A ação se inicia, desde o princípio, com o litisconsórcio formado.
• POSTERIOR: O litisconsórcio se forma somente no decorrer da ação, tendo se iniciado
o processo somente com um autor e um réu.

Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I – nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o
processo;
II – ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.

O art. 115 enumera as consequências da ausência de citação de todos os interessados


no litisconsórcio necessário.
Se o litisconsórcio necessário for unitário (inciso I), a sentença será nula, se não tiverem
sido citados todos os possíveis litisconsortes. Afinal de contas, se a decisão deve ser igual
para todos, todos devem ter a oportunidade de exercer o contraditório.

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Por outro lado, se o litisconsórcio necessário for simples, a sentença será válida, mas
não produzirá efeitos sobre aqueles que não tiverem sido citados. Afinal de contas, ninguém
poderia garantir que o juiz decidiria de forma igual para os não citados. A sentença, portanto,
será válida, mas não terá efeito nenhum sobre os que não participaram do processo, mas
somente sobre aqueles que dele participaram.

1.10. PROCESSO DE EXECUÇÃO


1) Se não tiverem sido opostos embargos, nem oferecida impugnação, o exequente
poderá desistir da execução, bastando que pague as custas processuais e os honorários
advocatícios em favor do patrono do executado.
2) Se, apesar de opostos embargos ou oferecida impugnação, esses embargos/
impugnações versarem apenas sobre questões processuais, o exequente poderá desistir
da execução, bastando que pague as custas processuais e os honorários advocatícios em
favor do patrono do executado.
3) Se tiverem sido opostos embargos/impugnação envolvendo-se questões de
direito material inerentes à relação obrigacional discutida, o exequente dependerá do
consentimento do executado para desistir da execução, além de pagar as custas processuais
e os honorários advocatícios em favor do patrono do executado.
A legitimidade para promover a execução forçada é classificada da seguinte forma:
• LEGITIMIDADE ORDINÁRIA PRIMÁRIA: É tida pelo credor a quem a lei confere título
executivo (caput do art. 778). O credor da obrigação é quem tem, naturalmente, a
legitimidade em primeiro lugar, razão pela qual ela é ordinária e primária, pois a
legitimidade do credor decorre da simples existência do título executivo.
• LEGITIMIDADE ORDINÁRIA SECUNDÁRIA ou SUPERVENIENTE: É a legitimidade que
decorre de um ato ou fato posterior à formação do título executivo, e esse ato/fato
deve ser provado. É o caso dos sujeitos dos incisos II a IV do § 1º. A sub-rogação e a
cessão do crédito são fatos posteriores que, comprovados, dão ao sub-rogado e ao
cessionário legitimidade para promover a execução do crédito. Também é fato novo a
morte do credor, que legitima o seu espólio, os seus herdeiros ou os seus sucessores.

Obs.: Conforme o § 2º, o exequente originário (antigo credor) pode ser sucedido pelo sub-
rogado, pelo cessionário ou pelo espólio/herdeiros/sucessores SEM consentimento
do executado. Portanto, grave que a sucessão do exequente, na execução, independe
de consentimento do executado.
• LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA: É a legitimidade tida pela pessoa que, para obter
o título executivo, litigou em nome próprio por direito alheio. É o caso do Ministério
Público, quando atua em favor de direito de alguém.
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Como regra geral, a execução pode ser proposta em quatro possíveis lugares:
• 1) Lugar do domicílio do executado;
− Se o executado tiver mais de um domicílio em lugares diversos, poderá a execução
ser proposta em quaisquer dos lugares;
− Se for desconhecido ou incerto o domicílio do executado, poderá a execução ser
proposta no lugar onde o executado puder ser encontrado ou, ainda, no foro de
domicílio do exequente;
− Havendo mais de um executado, o exequente poderá escolher o lugar do domicílio
de um deles para propor a execução.
• 2) Lugar onde se situem os bens sujeitos à execução (para que a penhora e a alienação
sejam mais fáceis);
• 3) Lugar eleito pelas partes no documento do próprio título executivo, nos termos
do art. 63 do CPC;
• 4) Se o título executivo tiver decorrido de ato ou fato determinado, a execução poderá
ser proposta no lugar onde o ato foi praticado ou onde ocorreu o fato.

Professor, existe uma preferência por um destes lugares em detrimento dos outros?

Sim, caro(a) aluno(a). Em primeiro lugar, a execução deverá observar o lugar eleito por
cláusula de eleição de foro no contrato relacionado ao título executivo. Somente se não
houver tal eleição de foro é que serão observadas as outras regras, que serão totalmente
alternativas.

Se não houver eleição de foro, o exequente poderá optar, livremente, pelo lugar do domicílio
do executado (ou de um dos executados), pelo lugar onde se situem os bens do executado
ou ainda, se for o caso, o lugar do ato/fato que originou o título executivo.

Para ser objeto da execução, o título executivo deve ter alguns requisitos. Deve o título
executivo ser:
1) CERTO: o título/documento aponta a existência de uma dívida certa (em dinheiro ou
em prestação de fazer ou não fazer). Deve ser, ao menos, identificável a prestação devida
pelo devedor. Não deve haver dúvidas, no entanto, sobre a existência da dívida.
2) LÍQUIDO: é o valor da dívida, o chamado quantum debeatur, ou, ainda, podem ser os
bens objeto da obrigação. Da simples leitura do título deve ser possível saber o valor ou os
bens devidos pela obrigação.
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3) EXIGÍVEL: a dívida deve estar vencida, e não deve haver condição suspensiva ou termo
inicial sobre a dívida. Não pode haver nenhum obstáculo à cobrança do débito. Ainda, não
pode a dívida estar prescrita, pois a prescrição torna o débito inexigível pela via judicial.
O estudo da responsabilidade patrimonial parte da teoria e das regras do direito das
obrigações. Dessa forma, é necessário conhecer as teorias aplicáveis ao vínculo obrigacional,
que são a teoria dualista e a teoria unitarista.
• TEORIA DUALISTA: Uma obrigação é dividida em débito (schuld) e responsabilidade
(haftung). Numa relação obrigacional, existe o débito, que é a prestação devida pelo
devedor ao credor, e a responsabilidade, que serve como instrumento de efetivação
da obrigação em razão do inadimplemento, fazendo com que os bens do devedor
respondam pela obrigação descumprida.
− O elemento “responsabilidade”, nas obrigações, emerge apenas diante do
inadimplemento da obrigação pelo devedor, a fim de que o cumprimento da
obrigação seja forçadamente levado a efeito.
• TEORIA UNITARISTA: O débito e a responsabilidade são nada mais que faces de um
mesmo vínculo obrigacional, e não elementos distintos. Segundo esta teoria, a própria
dívida já traz consigo a possibilidade de coagir o devedor a cumprir a obrigação. Dessa
forma, haveria uma fusão entre débito e responsabilidade (daí vem o nome da teoria
“unitarista”).

1) A responsabilidade do proprietário de terreno submetido ao regime do direito de


superfície existe apenas com relação ao terreno, que é de sua propriedade. O proprietário
não responde pela construção ou plantação, que pertencem ao superficiário.
2) A responsabilidade do superficiário, por sua vez, somente pode recair sobre a
construção ou plantação, uma vez que o terreno não pertence ao superficiário, mas ao
proprietário do imóvel.
É de se concluir que a configuração da fraude à execução tem dois requisitos:
1) Ação pendente contra o réu (executado), seja em fase de conhecimento, seja em
fase de execução;
2) Executado, em razão da conduta cometida, tornar-se insolvente, isto é, sem patrimônio
que possibilite o pagamento da execução.
A fraude à execução tem vários exemplos: executado doa seus bens aos seus parentes;
executado pratica venda simulada de seus bens a outras pessoas, dentre outros.
O juiz pode reconhecer a Fraude à Execução DE OFÍCIO, ou a requerimento do exequente.
A consequência processual da fraude à execução, quando assim reconhecida pelo juiz,
é prevista no art. 792, § 1º, do CPC: “A alienação em fraude à execução é ineficaz em
relação ao exequente”.
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Ademais, a configuração de fraude à execução sujeita o executado ao pagamento de


multa por Ato Atentatório à Dignidade da Justiça, prevista no art. 774, parágrafo único,
do CPC. A multa terá valor de até 20% do valor atualizado da execução. Veja o que diz o
referido dispositivo:

Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do


executado que:
I – frauda a execução;
(...)
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a
vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do
exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza
processual ou material.

Obs.: Perceba: diferentemente das condutas de ato atentatório à dignidade da justiça


cometidas na fase de conhecimento (art. 77, § 2º, CPC), a multa de até 20%, na
execução, é revertida EM FAVOR DO EXEQUENTE.

Note que a consequência da fraude à execução sobre a alienação ou oneração de bens do


executado é a ineficácia em relação ao exequente, o que é DIFERENTE de “anulabilidade” do
negócio jurídico, que ocorre no instituto material da fraude contra credores, do Código Civil.

Antes de estudarmos cada hipótese de fraude à execução, veja o que enuncia a Súmula
n. 375 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 375 do STJ
O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora no bem
alienado ou da prova da má-fé do terceiro adquirente.

A Súmula n. 375 do STJ institui um requisito/pressuposto subjetivo imprescindível à


configuração da fraude à execução: a scientia fraudis (ciência da fraude).
Quando a penhora de um bem é registrada em sua matrícula, a ciência da fraude por
parte do terceiro adquirente é absolutamente presumida. Quando, todavia, tal registro
não existir, deverá o exequente provar que o terceiro adquirente tinha ciência da fraude.
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Tanto o registro da penhora como a prova da má-fé correspondem ao requisito da scientia


fraudis. Quando há registro, este requisito é preenchido por ser abraçado por presunção
absoluta; quando não há registro, este requisito deve ser provado pelo exequente/credor,
não havendo que se falar em presunção do que quer que seja.

Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:


I – quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória,
desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;

Diz-se que a alienação ou oneração do bem é considerada fraudulenta quando recai


sobre objeto litigioso.
Quando a pendência do processo (de conhecimento ou de execução) for averbada/
registrada no Cartório, haverá fraude à execução independentemente de insolvência
do devedor.

Obs.: Perceba que nem sempre o devedor deverá ser insolvente para que seja configurada
a fraude à execução.
Havendo registro da pendência do processo em Cartório, ficará preenchido o requisito
subjetivo scientia fraudis. Caso não tenha sido registrada a pendência do processo, deverá
o credor provar a má-fé do terceiro adquirente (Súmula n. 375 do STJ).

Lembre-se que, quando o bem não for sujeito a registro (como um bem móvel qualquer),
o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a
aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor
e no local onde se encontra o bem (art. 792, § 2º).

II – quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na


forma do art. 828;

Conforme o art. 828 do CPC, “o exequente poderá obter certidão de que a execução
foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de
averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto
ou indisponibilidade”.
Conforme o § 4º do art. 828, “presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração
de bens efetuada após a averbação”. Eis aqui o requisito da scientia fraudis já esclarecido
anteriormente. Havendo registro da execução em Cartório, presume-se (absolutamente)
a má-fé do terceiro adquirente e, consequentemente, a fraude à execução.

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III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição
judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;

Esclareço, de início, que a hipoteca judiciária é um direito real de garantia sobre coisa
alheia, pela qual determinado bem do patrimônio do devedor serve para a garantia de uma
obrigação. A hipoteca judiciária tem por principais efeitos a concessão ao credor de direito
de sequela e de direito de preferência (art. 495, § 4º, CPC). Tal dispositivo determina: “A
hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de
preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade
no registro”.
É possível, ainda, que tenha sido averbada em Cartório um ato judicial de constrição,
como a penhora e o arresto em determinado processo. Neste caso, o bem penhorado/
arrestado fica vinculado ao cumprimento da obrigação reconhecida em sentença.
No final das contas, a hipótese do inciso III é a mais grave de fraude à execução, pois o
bem alienado já estaria reservado como garantia de pagamento de determinada obrigação
reconhecida por sentença. E o registro da hipoteca judiciária ou de outro ato constritivo
na matrícula do bem torna absolutamente presumida a ciência da fraude por parte do
terceiro adquirente.

IV – quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de


reduzi-lo à insolvência;

Neste caso, a alienação ou oneração fraudulenta não incide sobre apenas determinada
coisa litigiosa, mas sobre qualquer bem penhorável do executado.
Existem dois pressupostos para a configuração de fraude à execução com base no
inciso IV:
1) Eventus damni: O ato praticado pelo devedor (alienação oneração) é capaz de levá-lo
à insolvência e, consequentemente, “impossibilita-o” de pagar a dívida.
2) Pendência de ação: o ato tenha sido praticado enquanto penda qualquer ação
contra o devedor, seja ela de conhecimento, de execução, ou até mesmo uma ação penal
ou probatória.
Existe ação pendente para o réu somente a partir de sua citação efetiva, uma vez
que, conforme o art. 240 do CPC, a citação induz litispendência para o réu. Portanto, é a
partir da citação do réu que os atos de defasagem patrimonial podem ser considerados
fraudulentos, quando reduzam ou possam reduzir o devedor à insolvência.

V – nos demais casos expressos em lei.

É possível que legislações processuais esparsas criem outras hipóteses de fraude


à execução.
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Muitas bancas tentam confundir o candidato dizendo que a alienação havida em fraude à
execução seria “inválida/nula” para o exequente, quando, na verdade, ela é ineficaz para o
exequente (credor), conforme o art. 792, § 1º do CPC.

• 1) Quando o bem não for sujeito a registro, o adquirente do bem terá o ônus de
provar sua boa-fé para não ser prejudicado.
• 2) Quando o bem for sujeito a registro, a situação dependerá do seguinte:
− Se tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência da execução, haverá
presunção absoluta de fraude à execução. Isso mesmo: absoluta (regra do art.
828, § 4º do CPC).
− Caso não tenha sido averbada a pendência da execução no registro do bem, o
credor/exequente terá o ônus de provar a má-fé do terceiro adquirente.
Para que o sócio responda pelas dívidas da sociedade, é imprescindível que a parte
interessada instaure o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, regulado
pelos arts. 133 a 137 do CPC, e estudados em aula própria. Sem este incidente, não há como
obrigar um sócio a pagar débito da sociedade.
O sócio também conta com o benefício de ordem, semelhantemente ao que ocorre com
o fiador: o sócio tem o direito de que, primeiramente, sejam penhorados e expropriados
os bens da sociedade, para que apenas depois sejam atingidos os seus bens particulares.

Art. 803. É nula a execução se:


I – o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível;
II – o executado não for regularmente citado;
III – for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo.
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, independentemente de embargos à execução.

Quando o título executivo não representa obrigação certa, líquida e exigível, ele é inválido
(nulo). Devem estes três requisitos fazerem-se presentes para que a execução seja válida
com base no respectivo título executivo.
Ademais, assim como na fase de conhecimento, a citação é um pressuposto essencial à
validade do processo, como forma forte de expressão do princípio do contraditório. Sem
a citação (contraditório), a execução é nula.
Quando ao inciso III, pode-se dizer que ele é um desdobramento prático do inciso I.
Afinal, a execução de uma obrigação ainda sujeita a condição ou termo seria nada mais que
a execução de uma obrigação inexigível. E, como vimos, a falta de exigibilidade da obrigação
torna a respectiva execução nula.
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Em razão de os três incisos tratarem de nulidades absolutas, poderá o juiz, inclusive


de ofício, reconhecer as nulidades e declará-las. Nada impede, por óbvio, que as partes
aleguem as nulidades. Portanto, os embargos à execução não são necessários à declaração
de nulidade da execução.

Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que
se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar
outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já
determinados.

O art. 805 institui um dos princípios da execução: o princípio da menor onerosidade


da execução.
Este princípio tem por finalidade impedir que o exequente cometa abusos de direito.
A doutrina majoritária, no mesmo passo de Fredie Didier Jr., leciona que esta norma não
deve ser confundida com uma cláusula geral de proteção ao executado. O executado
não pode invocar este princípio para suprimir formas de prosseguimento da execução ou
até mesmo de diminuir o valor do débito.
Conforme Didier Jr., uma constatação é importantíssima: este princípio incide sobre
a escolha do meio da execução, e não sobre o seu resultado. A providência que levará à
satisfação do débito cobrado pelo credor é que será norteada por este princípio. E os meios
da execução devem ser os menos onerosos possíveis ao executado, desde que, é claro, sejam
efetivos à satisfação do débito.
Portanto, o resultado da atividade executiva não é influenciado pelo princípio da
menor onerosidade da execução, mas, na verdade, é o meio da atividade executiva que é
influenciado por tal. É a partir deste raciocínio que podemos entender o parágrafo único
do art. 805: o executado pode indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos,
desde que demonstre que as medidas empregadas são igualmente ou menos eficazes e
mais onerosas que a medida indicada pelo executado.
O executado não pode simplesmente invocar o princípio da menor onerosidade e
esperar que o juiz opte por um meio que lhe seja mais brando. Deve o executado, na mesma
oportunidade, indicar outros meios menos onerosos e igualmente ou mais efetivos.
Se o executado não fizer essa indicação, serão mantidos os meios executórios até então
empregados.
Ao estudaremos a execução contra a Fazenda Pública, é fundamental conhecermos
os principais aspectos que diferenciam as execuções em face da Fazenda Pública das
execuções em geral.
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A Fazenda Pública compreende:


• Entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios);
• Autarquias e fundações públicas de direito público vinculadas aos entes políticos;
• Empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) prestadoras
de serviços públicos típicos de Estado (como Correios, CIDASC e Infraero).
Em vez de o juiz ordenar o pagamento sob pena de penhora e avaliação de bens, ele
ordenará a expedição de Precatório ou de Requisição de Pequeno Valor (RPV), a depender
do valor devido na execução contra o ente fazendário.
Caso o juiz ordene a penhora de bens da entidade fazendária ou o bloqueio de suas
contas bancárias, a entidade poderá opor embargos, sujeita aos seguintes termos:
• Prazo para os embargos (Fazenda Pública): 30 DIAS;
• A garantia do juízo NÃO é condição para os embargos da Fazenda.
• Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito
deduzir como defesa no processo de conhecimento.
Já a desnecessidade de garantia da execução para impugná-la reside na premissa da
impenhorabilidade/inalienabilidade dos bens públicos.
Lei de cada Estado, lei do DF e lei de cada Município definirá qual é o valor-limite para
pagamento de execuções mediante Requisição de Pequeno Valor por parte do DF ou do respectivo
Estado ou Município e suas autarquias, fundações e empresas prestadores de serviço público.
No caso da Fazenda Pública Federal, o valor-limite é de 60 salários mínimos (art. 17,
§ 1º, Lei n. 10.259/2001).

Professor, e se o ente federado não tiver uma lei especificando o limite?

Neste caso, valerá o valor definido como subsidiariamente aplicável no art. 87 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal:
Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que
se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado
o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados
em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
I – quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
II – trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.

UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS


60 salários mínimos 40 salários mínimos 30 salários mínimos

EXEMPLO
O Estado de Santa Catarina, por meio de lei estadual, fixou como limite para as Obrigações de
Pequeno Valor (pagas por meio de RPV) o montante de 10 salários mínimos. Se tal lei não existisse,
ou se ela viesse a ser revogada, seria aplicável o limite de 40 salários mínimos, definido no ADCT.
A mesma lógica vale para todos os Municípios.

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O valor-limite definido pelas leis estaduais/municipais NÃO PODE ser inferior ao valor do
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (teto do RGPS).
Por essa razão, não pode o ente federado fixar como valor-limite, por exemplo, “dois salários
mínimos”.
É a regra do art. 100, § 4º, da CF: “Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados,
por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime
geral de previdência social”.

A RPV será enviada diretamente pelo juiz ao ente público devedor, que deverá pagar o
valor no prazo de 2 MESES. Se o ente não cumprir a obrigação neste prazo, o juiz determinará
o sequestro do valor devido.
Nesta situação, o sequestro de valores do ente público pode ser determinado de ofício
ou a requerimento do exequente.
É a regra do art. 535, § 3º, inciso II, do CPC:

II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para
o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois)
meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais
próxima da residência do exequente.

Professor, e se o valor devido ao exequente for maior que o limite da RPV, será possível
fracionar os valores para que o exequente receba parte por RPV e a outra parte por
meio de Precatório?

Não, caro(a) aluno(a). O fracionamento para fins de recebimento de parte como RPV e
parte como precatório é proibido pela Constituição Federal (art. 100, § 8º).
Neste caso, o que pode ser feito é o exequente RENUNCIAR a parte excedente do limite
para receber tudo por meio de RPV, o que é muito mais rápido.
O pagamento dos valores devidos pela Fazenda Pública é demorado. A ordem de
pagamento de precatórios consiste numa fila de pessoas que devem receber valores, na
estrita ordem cronológica de entrada dos formulários de precatórios.
Os valores destinados ao pagamento dos precatórios será incluído na dotação orçamentária
do ente público sem mencionar números de processos ou pessoas específicas que devam
receber parte dos valores. Vide art. 100, caput, da CF:
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Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em


virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

Apesar de o pagamento observar a estrita ordem temporal (cronológica) de entrada


dos precatórios, há sujeitos específicos que, em razão de uma condição pessoal ou da
natureza dos valores devidos, receberão o valor dos precatórios numa fila preferencial.
Veja a norma dos §§ 1º e 2º do art. 100 da CF:

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,


vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária,
tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas
com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os
demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º
deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago
na ordem cronológica de apresentação do precatório.

Para você visualizar, de forma organizada, as regras dos dispositivos acima, apresento
a seguinte ilustração:

1ª FILA PREFERENCIAL:
Créditos ALIMENTÍCIOS, em valor ATÉ O TRIPLO DO
VALOR-LIMITE DA RPV (60, 40, 30 salários mínimos
etc.)

Titulares:
Pessoa com 60 ANOS OU MAIS
Pessoa COM DEFICIÊNCIA (art. 2°, Lei n. 13.146/2015)
Pessoa com DOENÇA GRAVE

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2ª FILA PREFERENCIAL:
Créditos ALIMENTÍCIOS

Titulares:
Quaisquer pessoas (incluindo aquelas que do
quadro anterior, quanto ao valor que
ultrapassar o triplo do valor-limite da RPV)

3ª FILA
Todos os demais créditos devidos pela
Fazenda Pública (sem ordem de preferência)

Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, deverá ser
expedido precatório ou RPV, conforme o caso.

Obs.: Fique atento quanto à regra do § 2º: a pessoa com 60 anos ou mais, com doença
grave ou a pessoa com deficiência terá preferência, nos créditos alimentícios, na
primeira fila MESMO QUE o crédito devido seja decorrente de sucessão hereditária.
Quanto ao momento de pagamento dos precatórios, devemos observar a regra do art.
100, § 5º, da CF:
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do
exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.

Explico com exemplo:

EXEMPLO
PRECATÓRIO APRESENTADO EM 01/07/2021: pagamento ocorrerá até o dia 31/12/2022 (data
que equivale à expressão “até o final do exercício seguinte”).
PRECATÓRIO APRESENTADO EM 02/07/2021: pagamento ocorrerá até o dia 31/12/2023.
O pagamento dos precatórios, diferentemente do dos RPVs, devem ser cobrados do
ente público pelo Presidente do Tribunal, se a decisão exequenda for de juiz ou do próprio
Tribunal, ou pelo Presidente do STJ ou do STF, se a decisão exequenda for do respectivo
tribunal superior.
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No caso dos Precatórios, o sequestro da quantia devida só poderá ocorrer em duas


hipóteses:
1) Fila dos precatórios é “furada” (preterição de uma pessoa na lista ordinal)
2) Ente público não inclui o valor devido em sua dotação orçamentária (nem na Lei
Orçamentária Anual, nem em crédito adicional).

Esta regra é muito importante!


Lembra da multa (astreintes) de 10% sobre o valor cobrado? Ela não se aplica no cumprimento
de sentença em face da Fazenda Pública! É a regra do § 2º.
Esta peculiaridade é muito explorada em questões. Guarde-a em sua mente.

Art. 825. A expropriação consiste em:


I – adjudicação;
II – alienação;
III – apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.

Os atos processuais expropriatórios são aqueles destinados à expropriação de bens


do executado, isto é, tomar-lhe bens que sejam suficientes para o integral pagamento do
débito. O art. 825 do CPC enumera as formas de expropriação de bens.

DICA
Lembre-se que todas as formas de expropriação começam
com a letra “A”:
Adjudicação
Alienação
Apropriação

A penhora NÃO é forma de expropriação, mas apenas um meio de se dar seguimento à


expropriação.

Afinal de contas, professor, o que é a penhora?

Penhora é o ato de constrição que recai sobre determinado bem do patrimônio do


executado/devedor, de modo que este bem seja afetado/destinado ao pagamento do
débito. Após a penhora, o executado perde o direito de dispor do bem penhorado (como
vender, doar ou destruir o bem).
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EXEMPLO
Um veículo penhorado passa a ter, em sua documentação, uma restrição de transferência de
propriedade, para que o executado não consiga vender ou doar o veículo. Recursos parecidos
com este são utilizados pelo Poder Judiciário com relação aos outros bens penhoráveis.

A penhora, por si só, não expropria o bem, mas apenas o destina à expropriação. O
bem penhorado pode:
1) Ser leiloado: caso em que haverá sua alienação a algum licitante do leilão.
2) Se alienado por iniciativa particular: caso em que um leiloeiro ou um terceiro autorizado
pelo juiz venderá o bem no mercado, e entregará o dinheiro ao juízo para a satisfação do
débito exequendo.
3) Ser adjudicado pelo exequente: situação na qual o exequente (ou outra pessoa
autorizada por lei) toma para si o bem penhorado, como dação em pagamento pela dívida
(recebendo o bem como parte ou como todo o valor da dívida).
4) Se o bem penhorado for dinheiro, lucros, dividendos ou faturamento de empresa/
estabelecimento, o valor desses ativos financeiros será destinado ao exequente, que se
apropriará desses ativos como forma de pagamento da dívida.
Ao mesmo passo em que os honorários advocatícios podem ser reduzidos em razão
de fatos do processo, eles também podem ser aumentados. O juiz tem a faculdade de
aumentar os honorários advocatícios nas seguintes hipóteses:
1) Rejeição de embargos à execução opostos pelo executado;
2) Demanda de trabalho em volume superior, podendo o aumento, neste caso, ser
conferido ao final da execução.

Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos
bastem para garantir a execução.
§ 1º Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado
2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora
certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.

A citação do executado para pagamento é um ato pessoal, que deve ser realizado perante
a pessoa do devedor, pelo oficial de justiça. Todavia, é possível que o oficial de justiça não
encontre o executado. Neste caso, o oficial de justiça realizará o arresto de tantos bens
quantos sejam suficientes para a garantia da execução, por meio dos convênios disponíveis
ao Poder Judiciário.
Realizado o arresto, o oficial de justiça deverá procurar o executado por no mínimo
duas vezes, sempre em dias diferentes. Se o oficial suspeitar de que o citando-executado
está se escondendo para não receber a citação, poderá valer-se da chamada “citação com
hora certa”.
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Esta forma especial de citação funciona, sinteticamente, da seguinte maneira:


1) Na segunda vez em que o oficial de justiça tentar fazer a citação, ele avisará algum
vizinho ou pessoa residente no local de que voltará num dia e horário específicos, a fim
de que o citando seja avisado para, na hora marcada, permanecer em casa para receber a
citação. É um puro “combinado” entre o oficial de justiça e os familiares/vizinhos do citando.
2) No horário marcado, o oficial de justiça voltará a fim de citar o réu. Se não o encontrar,
o oficial de justiça poderá considerar realizada a citação, deixando a contrafé com algum
familiar ou vizinho que ali aparecer.
3) A citação por hora certa será, igualmente, válida se o vizinho ou familiar recusar
a contrafé.

A citação por hora certa ocorrerá no dia útil seguinte àquele em que tiver ocorrido a segunda
tentativa de citação. A rigor, a citação por hora certa ocorre na terceira tentativa. Todavia,
é comum que ela seja, na prática, levada a efeito já na segunda tentativa.
A realização de citação por hora certa NÃO, não depende de despacho do juiz. Trata-se
de forma de citação que pode ser levada a feito por iniciativa do oficial de justiça, após a
frustração da segunda tentativa de citação real.

O limite de 40 (quarenta) salários mínimos à impenhorabilidade de caderneta da poupança


é constantemente explorado em provas. Você precisa lembrar deste limite: 40 (quarenta)
salários mínimos! O valor excedente a este montante, na poupança, será penhorável.

A respeito da impenhorabilidade do bem de família, o STJ tem as seguintes Súmulas:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 364 do STJ
O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 486 do STJ
É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros,
desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia
da sua família.
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Tome cuidado para não confundir:

Rendimentos Poupança

Impenhoráveis até Impenhorável até 40


50 salários mínimos salários mínimos

Veja o que enuncia a Súmula n. 319 do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 319 do STJ
O encargo de depositário de bens penhorados pode ser expressamente recusado.

Seguindo os termos do Pacto de San José da Costa Rica, o STF editou a Súmula
Vinculante n. 25:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula Vinculante 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.

É possível que um bem penhorado pelo juízo seja substituído pela penhora de outro,
desfazendo-se a penhora do primeiro bem e deslocando-a ao bem indicado pelo executado.
Os requisitos para essa substituição são, em síntese, os seguintes:
• 1) A substituição do bem torne a execução menos onerosa ao executado e igualmente
eficaz ao exequente;
• 2) O executado descreva corretamente o bem a ser penhorado, apresentando os
documentos pertinentes, quando a lei exigir, e apontando exatamente o local onde
eles se encontrem.
− A descrição do bem a ser penhorado (em substituição ao bem anteriormente
penhorado) deve observar os parâmetros legais, de acordo com a espécie do
bem (imóvel, móvel, semovente, crédito etc.).
• 3) Indicar corretamente o valor do bem a ser penhorado e eventuais ônus que sobre
ele incidam, a fim de que seja aferível o grau de efetividade da execução a partir da
penhora desse bem.

Art. 851. Não se procede à segunda penhora, salvo se:


I – a primeira for anulada;
II – executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente;
III – o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou por estarem
submetidos a constrição judicial.

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As três hipóteses de efetuação de segunda penhora nas execuções são, de forma mais
sintética, as seguintes:
1) Nulidade da primeira penhora;
2) Insuficiência da primeira penhora;
3) Primeira penhora envolve bens que são objeto de outros processos ou penhorados
em outros processos.
Neste último caso, a segunda penhora deverá recair sobre bens ainda não penhorados
em quaisquer processos, e que não sejam discutidos em outras lides.
O caput do art. 854 é muito explorado em provas. Os detalhes que corriqueiramente
são cobrados são os seguintes:
1) O bloqueio de valores pelo BACEN-JUD ocorre sem que o executado seja previamente
intimado. Afinal de contas, o objetivo é bloquear valores para evitar que o executado os retire
da conta. Logo, é óbvio que o executado não pode ser cientificado de que haverá bloqueio.
2) O bloqueio de valores pelo BACEN-JUD ocorre apenas a requerimento do exequente,
e nunca de ofício pelo juiz.
3) O limite de bloqueio de valores é o montante total da dívida executada, contando-se
juros, custas e honorários advocatícios.

A indisponibilidade dos valores (ou simplesmente “bloqueio” dos valores) não é, propriamente,
uma penhora. Na verdade, a indisponibilidade é uma medida preparatória da penhora. O
bloqueio de valores é convertido em penhora apenas depois de rejeitada ou não apresentada
a manifestação do executado (§ 5º).

Para ilustrar:

ANTES do bloqueio
DEPOIS do bloqueio
Executado NÃO é
Executado É avisado
avisado

A contar de sua intimação efetiva, o executado terá o prazo de 5 dias para alegar:
• 1) Impenhorabilidade dos valores bloqueados;
− Poderá o executado alegar que os valores bloqueados são de caderneta de poupança
até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, ou que a conta sobre a qual recaiu
o bloqueio seria uma conta-salário, onde são depositados os rendimentos mensais
do executado.
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• 2) Excesso do bloqueio (indisponibilidade de valores em quantidade maior do que a


executada).
− Na prática, também se entende por excesso eventual bloqueio implementado
contra a pessoa errada. Por exemplo: é possível que o bloqueio devesse ocorrer
contra o executado principal, mas tenha sido efetuado sobre o executado que
responde apenas subsidiariamente. Neste caso, o executado que responde apenas
subsidiariamente pode requerer o desbloqueio dos valores com fundamento no
inciso II.

Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil
alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de
percentual de faturamento de empresa.

A condição prevista no caput do art. 866 é explorada com certa recorrência em provas.

Existe uma grande condição para que seja possível a penhora de faturamento de empresa
devedora. Tal condição é a seguinte: ou o executado não tem outros bens passíveis de
penhoram ou, mesmo tendo bens, estes são insuficientes para satisfazer integralmente
a execução.
A penhora de faturamento de empresa é uma medida excepcional e subsidiária, que
somente ocorre quando for impossível satisfazer a execução com outros bens.
A adjudicação é uma forma de expropriação de bem do executado, mediante transferência
forçada da titularidade do bem para o exequente ou para terceiros (pessoas específicas
que serão tratadas na análise dos §§ 5º e 7º do art. 876). Na prática, é muito mais comum
a adjudicação em favor do próprio exequente, sendo a adjudicação por terceiros uma
exceção, embora possível.
Nos dizeres de Theodoro Júnior, a adjudicação é “o ato executivo expropriatório, por
meio do qual o juiz, em nome do Estado, transfere o bem penhorado para o exequente ou
para outras pessoas a quem a lei confere preferência na aquisição”2.
A alienação é, ao lado da adjudicação ( já examinada acima), uma conversão coativa do
bem penhorado em dinheiro, para o pagamento da dívida executada.
Por sua vez, a alienação é dividida em duas espécies: alienação por iniciativa particular e
alienação mediante leilão. Estas duas espécies de alienação são muito assemelhadas, mas
têm algumas diferenças em relação ao procedimento de cada uma.

2
THEODORO JÚNIOR, Humberto. A reforma da execução do título extrajudicial. Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 117.

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De forma genérica, na alienação, há a presença do Estado como ente detentor de poder


de império, exercendo-o para expropriar o patrimônio do executado de maneira forçada.
Neste passo, tem-se que a alienação judicial é resultado de um negócio jurídico bilateral de
direito público: o Estado, por meio do juiz, promove a alienação do bem penhorado e uma
terceira pessoa, interessada na aquisição desse bem, apresenta proposta para adquiri-lo.
Desde negócio, surge a alienação judicial, subdividida nas espécies mencionadas no art. 879.
Cabe ressaltar que a alienação judicial do bem é um meio expropriatório subsidiário,
uma vez que a lei confere prioridade à adjudicação, estudada no primeiro capítulo.
Dentre as espécies de alienação, o CPC dá prioridade à alienação por iniciativa particular,
que é mais simples, por não envolver, por exemplo, a publicação de editais.
De forma sintética, é possível ilustrar as prioridades conferidas pelo CPC, na execução,
da seguinte forma:

1°: ADJUDICAÇÃO

2°: ALIENAÇÃO POR


INICIATIVA PARTICULAR

3°: ALIENAÇÃO POR LEILÃO

Afinal, quais seriam as diferenças entre estas duas espécies de alienação judicial?

Em suma, a alienação por iniciativa particular caracteriza-se por ser realizada por
iniciativa do próprio exequente ou de corretor/leiloeiro credenciado. Estes sujeitos farão
a venda direta do bem no mercado, e, quando realizada, será noticiada nos autos
Já a alienação mediante leilão ocorre quando é publicado edital de hasta pública,
sempre por leiloeiro ou corretor, em local indicado pelo juiz ou onde se encontrem os bens,
ou, ainda, de forma eletrônica, conforme a regulamentação do CNJ.
Há um tempo prévio de atividade que os leiloeiros e corretores devem ter para que possam
ser credenciados como leiloeiros e corretores públicos: 3 anos de exercício profissional, no
mínimo. Quanto a isto, é importantíssimo conhecer o Enunciado n. 192 do Fórum Permanente
de Processualistas Civis (FPPC):
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JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 192 do FPPC:
Alienação por iniciativa particular realizada por corretor ou leiloeiro não credenciado
perante o órgão judiciário não invalida o negócio jurídico, salvo se o executado comprovar
prejuízo.

Art. 885. O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as condições de pagamento e as


garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante.

No tocante ao art. 885, é relevante conhecer o Enunciado n. 193 do FPPC:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 193 do FPPC
Não justifica o adiamento do leilão, nem é causa de nulidade da arrematação, a falta
de fixação, pelo juiz, do preço mínimo para a arrematação.

Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante
do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta
por cento do valor da avaliação.

O preço vil é aquele que não se mostra capaz de satisfazer o débito exequendo, por
depreciar em demasia o bem objeto da alienação.

Os critérios de identificação do preço vil, constantes do parágrafo único, são corriqueiramente


explorados em prova.

Se o juiz não fixar um preço mínimo, será vil o valor menor que a metade (50%) do valor
da avaliação do bem, ou menor que a metade (50%) do valor constante de tabelas oficiais,
se o bem não tiver sido avaliado.
Todavia, tendo o juiz estipulado um preço mínimo no edital de hasta pública, será
considerado preço vil aquele inferior a tal preço mínimo, ainda que seja um centavo menor.
Os lances que apresentem preços vis não devem ser aceitos. Se apenas houver ofertas
por preço vil, a alienação será tida por frustrada.
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá apresentar, por
escrito:
I – até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior ao da
avaliação;
II – até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não seja considerado
vil.

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A aquisição do bem mediante pagamento parcelado pelo arrematante é possível, desde


que observadas as condições do art. 895: se ainda não tiver iniciado o primeiro leilão, o
valor a ser oferecido deve ser igual ou superior ao valor da avaliação. Todavia, se já tiver
havido uma tentativa infrutífera de alienação em leilão, bastará que o interessado ofereça
um valor que não seja vil (deve ser igual ou superior ao preço mínimo fixado pelo juiz, ou
igual/superior a 50% do valor da avaliação, se não houver sido fixado preço mínimo).
§ 1º A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos vinte e cinco
por cento do valor do lance à vista e o restante parcelado em até 30 (trinta) meses, garantido
por caução idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do próprio bem, quando se tratar
de imóveis.

É importantíssimo lembrar dos elementos objetivos deste § 1º:

DICA
Entrada mínima: 25% do lance total
Número máximo de parcelas: 30 parcelas mensais

O pagamento das parcelas, embora possível, ficará condicionado à prestação de caução


(garantia) se o bem alienado for móvel. Se, todavia, o bem alienado for imóvel, este ficará
gravado por hipoteca (direito real de garantia).

Os embargos à execução não dependem de depósito prévio ou de prestação de caução/


garantia. Trata-se de uma defesa “gratuita”, a grosso modo.

Obs.: No âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, os embargos à execução dependem, sim,
de garantia prévia do juízo. Confira o Enunciado n. 117 do FONAJE:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 117 do FONAJE
É obrigatória a segurança do juízo pela penhora para apresentação de embargos à
execução de título judicial ou extrajudicial perante o Juizado Especial.

Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:


I – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
II – penhora incorreta ou avaliação errônea;
III – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
IV – retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa
certa;
V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI – qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento.

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O rol de matérias alegáveis em embargos à execução, enumerado no caput do art. 917, é


meramente exemplificativo.

Prescrição da pretensão executiva é a que ocorre entre o término do processo de


conhecimento e o início do processo de execução. O prazo para sua ocorrência é o mesmo
prazo para a propositura da ação de conhecimento. Neste sentido, confira a Súmula n.
150 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 150 do STF
Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação.

Já a prescrição intercorrente é a que ocorre depois que a execução tiver iniciado, mas
deixar de ser impulsionada pelo exequente, como se ele tivesse perdido o interesse na causa.
Seu prazo é o mesmo da prescrição da pretensão executiva: o prazo prescricional da ação
de conhecimento (Súmula n. 150 do STF).
O art. 206-A do Código Civil, acrescentado pela Lei n. 14.382/2022, dispõe:

Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de prescrição da pretensão,


observadas as causas de impedimento, de suspensão e de interrupção da prescrição previstas
neste Código e observado o disposto no art. 921 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
de Processo Civil). (Redação dada pela Lei n. 14.382, de 2022)

Antes mesmo dessa alteração legislativa, já era nesse mesmo sentido o Enunciado n.
196 do FPPC:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 196 do FPPC
O prazo da prescrição intercorrente é o mesmo da ação.

O CPC passou a definir, a partir da alteração provocada pela Lei n. 14.195/2021, o


momento em que a prescrição intercorrente tem início: instante em que o exequente
tem ciência da primeira tentativa infrutífera de localização do devedor ou de bens
penhoráveis (§ 4º). Em termos práticos, é o momento em que o exequente tem acesso à
intimação de que não teve sucesso a primeira tentativa de localização do devedor ou de
seus bens passíveis de penhora.
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A nova redação do § 4º ainda traz outra regra inédita: a suspensão da execução, por
causa da não localização do executado e/ou de seus bens, somente será ocorrerá uma
única vez. Ademais, o período de suspensão também não poderá ser maior que um ano.
A título informativo, saliento que, no âmbito acadêmico, as regras criadas pela Lei n.
14.195/2021, no tocante à prescrição intercorrente, são muito favoráveis ao devedor. O
objetivo das alterações é, ainda que de modo reflexo, a diminuição do número de processos
pendentes em fase de execução em todos os ramos do Poder Judiciário.

§ 4º-A A efetiva citação, intimação do devedor ou constrição de bens penhoráveis interrompe o


prazo de prescrição, que não corre pelo tempo necessário à citação e à intimação do devedor, bem
como para as formalidades da constrição patrimonial, se necessária, desde que o credor cumpra
os prazos previstos na lei processual ou fixados pelo juiz. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)

Você entenderá a regra do § 4º-A a partir da leitura deste exemplo:

EXEMPLO
Imagine que, num primeiro momento, o exequente não teve êxito nas diligências para localização
do devedor, e, portanto, passou a correr o prazo de um ano de suspensão da execução.
Passado esse prazo, passou a correr o prazo de prescrição intercorrente. Quando faltava
apenas um mês para o transcurso total do prazo de prescrição intercorrente, o exequente
descobriu o atual endereço do devedor, que foi efetivamente citado por via postal. Neste
caso, o prazo de prescricional, mesmo que já estivesse quase terminando, voltará ao zero,
pois foi interrompido por força do § 4º-A. Ademais, a interrupção será reconhecida desde
o momento em que foi praticado o primeiro ato necessário à citação.
• Neste exemplo, mesmo que a efetiva citação ocorra após o término do prazo prescricional
intercorrente que estava em curso, esse prazo será considerado interrompido (zerado)
desde o momento em que o ato de citação foi disponibilizado nos autos (primeiro
ato destinado à citação).
• Essa forma favorável de considerar a interrupção do prazo somente existirá se o
exequente (credor) cumprir todas as determinações legais e judiciais para localização
do devedor e de seus bens.

A mesma lógica é válida para o caso em que se busca localizar os bens penhoráveis do
executado.

§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer
a prescrição no curso do processo e extingui-lo, sem ônus para as partes. (Redação dada pela
Lei n. 14.195, de 2021)

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O juiz pode, sim, reconhecer de ofício a prescrição intercorrente, mas é obrigatória a oitiva
de ambas as partes (no prazo de 15 dias) antes da declaração dessa forma de prescrição.
Portanto, sem o contraditório prévio das partes, a declaração da prescrição intercorrente
pelo juiz seria nula, embora pudesse ser feita de ofício.

A regra do § 5º é frequentemente mal interpretada pelos postulantes no mundo prático.


É comum que o juiz intime as partes para que se manifestem no prazo de 15 (quinze) dias,
e, nessa oportunidade, as partes limitem-se a requerer medidas executivas, como bloqueio
de valores, penhora de bens, busca de endereços, dentre outras.
No entanto, é nisso que se encontra o erro dos postulantes. Afinal, quando o juiz concede
às partes o prazo de 15 (quinze) dias para se manifestarem, com fundamento no § 5º, ele
já constatou a prescrição intercorrente, e as partes devem, nesse prazo, manifestarem-
se sobre a exigibilidade dos créditos exequendos.
Nessa manifestação, é papel das partes falarem sobre a prescrição intercorrente. O
exequente terá o dever de apontar eventual equívoco na contagem desse prazo, ou eventual
causa que impediu o início de sua contagem. Já o executado terá o papel de sustentar a
efetiva ocorrência da prescrição, requerendo a extinção da execução.
Nesse momento processual, não é oportuno tão somente requerer medidas executivas.
Inclusive, este é um erro técnico frequente. A consequência, ademais, será fatal: o juiz
extinguirá a execução pela prescrição intercorrente, e sequer analisará o requerimento de
medidas executivas.
A Lei n. 14.195/2021 alterou o § 5º apenas para esclarecer que, quando a execução é
extinta por prescrição intercorrente, dela não podem advir ônus processuais para nenhuma
das partes.
Dessa forma, nem o exequente nem o executado podem ser condenados ao pagamento
de custas processuais e/ou honorários advocatícios de sucumbência por força da extinção
da execução fundada em prescrição intercorrente.

A nova regra do § 5º restringe a força normativa do § 1º do art. 85 do CPC, que assegura o


direito do advogado aos honorários de sucumbência inclusive na execução, seja ela resistida
ou não. De toda forma, se a alternativa afirmar que “são devidos honorários advocatícios na
execução, resistida ou não”, considere-a correta, pois será mera reprodução de parte do art.
85, § 1º. No entanto, se a alternativa se referir de modo específico à execução extinta por
força de prescrição intercorrente, considere-a correta se ela afirmar que dessa sentença
não podem advir ônus sucumbenciais às partes.

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§ 6º A alegação de nulidade quanto ao procedimento previsto neste artigo somente será conhecida
caso demonstrada a ocorrência de efetivo prejuízo, que será presumido apenas em caso de
inexistência da intimação de que trata o § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)

Antes da inclusão do § 6º, era comum os tribunais, em grau recursal, declararem a


nulidade das sentenças de extinção da execução fundadas em prescrição intercorrente,
pelo fato de os juízes não observarem a regra do § 5º: intimação das partes para que, em
15 (quinze) dias, se manifestassem sobre a exigibilidade do crédito objeto da execução
(contagem do prazo prescricional, validade de seu início etc.).
Como forma de diminuir o número de processos de execução antigos, o legislador incluiu
o § 6º para determinar que, mesmo que alguma formalidade legal não tenha sido respeitada
para a extinção da execução com fundamento em prescrição intercorrente, deverá o juiz ou
Tribunal limitar-se a declarar tal nulidade apenas quando houver um efetivo prejuízo no
caso concreto, e esse prejuízo dependerá de prova, salvo quando a nulidade for fundada
na ausência de intimação do exequente a respeito da tentativa infrutífera de localização
do devedor ou de seus bens (§ 4º). Nessa última hipótese, haverá presunção de efetivo
prejuízo ao exequente (não será necessário prová-lo para que a nulidade da extinção seja
declarada).

2. ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS SOBRE O CPC


Abaixo, apresento breve resumo das alterações legislativas recentes sobre o Código de
Processo Civil. Na sequência, apresentarei o texto dos dispositivos alterados ou acrescentados
pelas respectivas leis.
Lei 14.133, de 1º de abril de 2021 – que incluiu o inciso IV ao art. 1.048;
Lei 14.195, de 26 de agosto de 2021 – que alterou/incluiu os arts. 77, VII;
Últimas alterações 231, IX; 238, parágrafo único; 246; 247; 397; 921;
legislativas Lei 14.341, de 18 de maio de 2022 – que alterou o inciso III e incluiu o § 5º
ao art. art. 75.
Lei 14.365, de 2 de junho de 2022 – que incluiu os §§ 6º-A, 8º-A e 20 ao art. 85.

2.1. LEI N. 14.133/2021


Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos
judiciais:
(...)
IV – em que se discuta a aplicação do disposto nas normas gerais de licitação e contratação a
que se refere o inciso XXVII do caput do art. 22 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei n.
14.133, de 2021)

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2.2. LEI N. 14.195/2021


Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e
de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
(...)
VII – informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do Poder Judiciário
e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Administração Tributária, para recebimento de
citações e intimações. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
(...)
IX – o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, do
recebimento da citação realizada por meio eletrônico. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para
integrar a relação processual.
Parágrafo único. A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da propositura
da ação. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias
úteis, contado da decisão que a determinar, por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo
citando no banco de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional
de Justiça. (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 1º As empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo
em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão
efetuadas preferencialmente por esse meio. (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 1º-A A ausência de confirmação, em até 3 (três) dias úteis, contados do recebimento da citação
eletrônica, implicará a realização da citação: (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
I – pelo correio; (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
II – por oficial de justiça; (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
III – pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; (Incluído pela
Lei n. 14.195, de 2021)
IV – por edital. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 1º-B Na primeira oportunidade de falar nos autos, o réu citado nas formas previstas nos incisos
I, II, III e IV do § 1º-A deste artigo deverá apresentar justa causa para a ausência de confirmação
do recebimento da citação enviada eletronicamente. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de até 5% (cinco
por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem justa causa, o recebimento
da citação recebida por meio eletrônico. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
(...)
§ 4º As citações por correio eletrônico serão acompanhadas das orientações para realização
da confirmação de recebimento e de código identificador que permitirá a sua identificação na
página eletrônica do órgão judicial citante. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 5º As microempresas e as pequenas empresas somente se sujeitam ao disposto no § 1º deste
artigo quando não possuírem endereço eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede
Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim).
(Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 6º Para os fins do § 5º deste artigo, deverá haver compartilhamento de cadastro com o órgão
do Poder Judiciário, incluído o endereço eletrônico constante do sistema integrado da Redesim,
nos termos da legislação aplicável ao sigilo fiscal e ao tratamento de dados pessoais. (Incluído
pela Lei n. 14.195, de 2021)

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Art. 247. A citação será feita por meio eletrônico ou pelo correio para qualquer comarca do País,
exceto: (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
I – nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3º ;
II – quando o citando for incapaz;
III – quando o citando for pessoa de direito público;
IV – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
V – quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
I – a descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa, ou das categorias de
documentos ou de coisas buscados; (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
II – a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam com o documento ou com
a coisa, ou com suas categorias; (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
III – as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa
existe, ainda que a referência seja a categoria de documentos ou de coisas, e se acha em poder
da parte contrária. (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
Art. 921. Suspende-se a execução:
(...)
III – quando não for localizado o executado ou bens penhoráveis; (Redação dada pela Lei n.
14.195, de 2021)
(...)
§ 4º O termo inicial da prescrição no curso do processo será a ciência da primeira tentativa
infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis, e será suspensa, por uma única
vez, pelo prazo máximo previsto no § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 4º-A A efetiva citação, intimação do devedor ou constrição de bens penhoráveis interrompe o
prazo de prescrição, que não corre pelo tempo necessário à citação e à intimação do devedor, bem
como para as formalidades da constrição patrimonial, se necessária, desde que o credor cumpra
os prazos previstos na lei processual ou fixados pelo juiz. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer
a prescrição no curso do processo e extingui-lo, sem ônus para as partes. (Redação dada pela
Lei n. 14.195, de 2021)
§ 6º A alegação de nulidade quanto ao procedimento previsto neste artigo somente será conhecida
caso demonstrada a ocorrência de efetivo prejuízo, que será presumido apenas em caso de
inexistência da intimação de que trata o § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 7º Aplica-se o disposto neste artigo ao cumprimento de sentença de que trata o art. 523 deste
Código. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)

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2.3. LEI N. 14.341/2022


Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
(...)
III – o Município, por seu prefeito, procurador ou Associação de Representação de Municípios,
quando expressamente autorizada; (Redação dada pela Lei n. 14.341, de 2022)
§ 5º A representação judicial do Município pela Associação de Representação de Municípios
somente poderá ocorrer em questões de interesse comum dos Municípios associados e dependerá
de autorização do respectivo chefe do Poder Executivo municipal, com indicação específica do
direito ou da obrigação a ser objeto das medidas judiciais. (Incluído pela Lei n. 14.341, de 2022)

2.4. LEI N. 14.365/2022


Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 6º-A. Quando o valor da condenação ou do proveito econômico obtido ou o valor atualizado
da causa for líquido ou liquidável, para fins de fixação dos honorários advocatícios, nos termos
dos §§ 2º e 3º, é proibida a apreciação equitativa, salvo nas hipóteses expressamente previstas
no § 8º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 8º-A. Na hipótese do § 8º deste artigo, para fins de fixação equitativa de honorários sucumbenciais,
o juiz deverá observar os valores recomendados pelo Conselho Seccional da Ordem dos Advogados
do Brasil a título de honorários advocatícios ou o limite mínimo de 10% (dez por cento) estabelecido
no § 2º deste artigo, aplicando-se o que for maior. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)
§ 20. O disposto nos §§ 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 6º-A, 8º, 8º-A, 9º e 10 deste artigo aplica-se aos honorários
fixados por arbitramento judicial. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022)

3. SÚMULAS DO STF E DO STJ


JURISPRUDÊNCIA
Súmula 5 do STJ
A simples interpretação de cláusula contratual não enseja recurso especial
Súmula 7 do STJ
A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
Súmula n. 13 do STJ
A divergência de julgados do mesmo tribunal não enseja recurso especial.
Súmula 126 do STJ
É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em
fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si
só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.
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Súmula 203 do STJ:


Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos
Juizados Especiais.
Súmula 518 do STJ:
Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial
fundado em alegada violação de enunciado de súmula.
Súmula 579 do STJ:
Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do
julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 292 do STF
Interposto o recurso extraordinário por mais de um dos fundamentos indicados no
art. 101, n. III, da Constituição [redação da Constituição de 1967], a admissão apenas
por um deles não prejudica o seu conhecimento por qualquer dos outros.
Súmula 279 do STF
Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.
Súmula 280 do STF
Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.
Súmula 281 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na Justiça de origem, recurso
ordinário da decisão impugnada.
Súmula 282 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida,
a questão federal suscitada.
Súmula 283 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais
de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.
Súmula 284 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação
não permitir a exata compreensão da controvérsia.
Súmula 636 do STF
Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da
legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas
infraconstitucionais pela decisão recorrida.
Súmula 733 do STF
Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de
precatórios.
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Súmula 735 do STF


Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar
Súmula n. 150 do STF
Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 1 do STJ: O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente
para a ação de investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos.
Súmula n. 3 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competência
verificado, na respectiva Região, entre Juiz Federal e Juiz Estadual investido de
jurisdição federal.
Súmula n. 15 do STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar os litígios decorrentes
de acidente de trabalho.

Obs.: Esta súmula deve ser interpretada de modo a não invalidar a Súmula Vinculante n.
22 do STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional n. 45/04”.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 32 do STJ: Compete à Justiça Federal processar justificações judiciais
destinadas a instruir pedidos perante entidades que nela têm exclusividade de foro,
ressalvada a aplicação do art. 15, II, da Lei n. 5.010, de 1966.
Súmula n. 34 do STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar causa relativa à
mensalidade escolar, cobrada por estabelecimento particular de ensino.
Súmula n. 42 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas
cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu
detrimento.
Súmula n. 55 do STJ: Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso
de decisão proferida por juiz estadual não investido de jurisdição federal.
Súmula n. 66 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar execução fiscal
promovida por conselho de fiscalização profissional.
Súmula n. 82 do STJ: Compete à Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas,
processar e julgar os feitos relativos à movimentação do FGTS.
Súmula n. 97 do STJ: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação
de servidor público relativamente a vantagens trabalhistas anteriores à instituição
do regime jurídico único.
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Súmula n. 137 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação
de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo estatutário.
Súmula n. 150 do STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse
jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas
públicas.
Súmula n. 170 do STJ: Compete ao juízo onde primeiro for intentada a ação envolvendo
acumulação de pedidos, trabalhista e estatutário, decidi-la nos limites da sua jurisdição,
sem prejuízo do ajuizamento de nova causa, com o pedido remanescente, no juízo
próprio.
Súmula n. 173 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar o pedido de
reintegração em cargo público federal, ainda que o servidor tenha sido dispensado
antes da instituição do Regime Jurídico Único.
Súmula 218 do STJ: Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor
estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em
comissão.
Súmula 225 do STJ: Compete ao Tribunal Regional do Trabalho apreciar recurso contra
sentença proferida por órgão de primeiro grau da Justiça Trabalhista, ainda que para
declarar-lhe a nulidade em virtude de incompetência.
Súmula n. 236 do STJ: Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos
de competência entre juízos trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do Trabalho
diversos.
Súmula n. 238 do STJ: A avaliação da indenização devida ao proprietário do solo, em
razão de alvará de pesquisa mineral, é processada no Juízo Estadual da situação do
imóvel.
Súmula n. 324 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que
participa a Fundação Habitacional do Exército, equiparada à entidade autárquica
federal, supervisionada pelo Ministério do Exército.
Súmula n. 363 do STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança
ajuizada por profissional liberal contra cliente.
Súmula 376 do STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de
segurança contra ato de juizado especial.
Súmula n. 428 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de
competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.
Súmula n. 480 do STJ: O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir
sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa.
Súmula n. 505 do STJ: A competência para processar e julgar as demandas que têm
por objeto obrigações decorrentes dos contratos de planos de previdência privada
firmados com a Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER é da Justiça
estadual.
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Súmula n. 553 do STJ: Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de


energia elétrica, é competente a Justiça estadual para o julgamento de demanda
proposta exclusivamente contra a Eletrobrás. Requerida a intervenção da União no
feito após a prolação de sentença pelo juízo estadual, os autos devem ser remetidos
ao Tribunal Regional Federal competente para o julgamento da apelação se deferida
a intervenção.
Súmula n. 570 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda
em que se discute a ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição
particular de ensino superior no Ministério da Educação como condição de expedição
de diploma de ensino a distância aos estudantes.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 218 do STF: É competente o Juízo da Fazenda Nacional da capital do Estado,
e não o da situação da coisa, para a desapropriação promovida por empresa de energia
elétrica, se a União Federal intervém como assistente.
Súmula n. 235 do STF: É competente para a ação de acidente do trabalho a Justiça cível
comum, inclusive em segunda instância, ainda que seja parte autarquia seguradora.

Obs.: Esta súmula deve ser interpretada de modo a não invalidar a Súmula Vinculante n.
22 do STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional n. 45/04”.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 248 do STF: É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal,
para mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União.
Súmula n. 249 do STF: É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação rescisória,
quando, embora não tendo conhecido do recurso extraordinário, ou havendo negado
provimento ao agravo, tiver apreciado a questão federal controvertida.
Súmula n. 330 do STF: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer
de mandado de segurança contra atos dos Tribunais de Justiça dos Estados.
Súmula n. 433 do STF: É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado
de segurança contra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista.
Súmula n. 555 do STF: É competente o Tribunal de Justiça para julgar conflito de
jurisdição entre Juiz de Direito do Estado e a Justiça Militar local.
Súmula n. 556 do STF: É competente a Justiça comum para julgar as causas em que
é parte sociedade de economia mista.
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Súmula n. 557 do STF: É competente a Justiça Federal para julgar as causas em que
são partes a COBAL e a CIBRAZEM.
Súmula n. 501 do STF: Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento,
em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas
contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.

Obs.: Esta súmula deve ser interpretada de modo a não invalidar a Súmula Vinculante n.
22 do STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional n. 45/04”.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 504 do STF: Compete à Justiça Federal, em ambas as instâncias, o processo
e o julgamento das causas fundadas em contrato de seguro marítimo.
Súmula n. 508 do STF: Compete à Justiça Estadual, em ambas as instâncias, processar
e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil S. A.
Súmula n. 624 do STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer
originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.
Súmula n. 634 do STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida
cautelar para dar efeito suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto
de juízo de admissibilidade na origem.
Súmula n. 736 do STF: Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham
como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança,
higiene e saúde dos trabalhadores.

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (FCC/SANASA CAMPINAS/PROCURADOR JURÍDICO/2019) São hipóteses de extinção


do processo, com julgamento do mérito, quando
a) em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível.
b) o autor desistir da ação após a citação, com a concordância do réu.
c) for acolhido pedido contido na reconvenção.
d) for reconhecida a carência de ação.
e) o autor não promover os atos e diligências que lhe incumbir por mais de 30 dias.

002. (FCC/TRF/4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2019) Patrícia ajuizou


ação indenizatória contra a União. Sem examinar a prova produzida nem apreciar nenhum
dos fundamentos deduzidos na contestação, o juiz pronunciou, de ofício, a prescrição,
extinguindo o processo por meio de sentença, contra a qual não foi interposto nenhum
recurso no prazo legal. Nesse caso, a sentença
a) importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada formal, mas não material.
b) importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada material.
c) não importou em resolução de mérito, nem fez coisa julgada.
d) não importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada formal, mas não material.
e) não importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada material.

003. (FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO/2021) De acordo com a legislação e princípios que


regem a matéria,
a) a competência em razão da matéria constitui pressuposto de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo e sua não observância acarreta sua extinção
sem resolução do mérito.
b) a competência em razão da matéria constitui pressuposto de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo e sua não observância acarreta sua extinção
com resolução do mérito.
c) a incompetência territorial, no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, implica extinção do
processo sem resolução de mérito.
d) a abusividade da cláusula de eleição de foro é matéria de ordem pública, e, independentemente
da natureza da relação, não se sujeita à preclusão.
e) os processos de ações conexas devem ser reunidos para decisão conjunta, ainda que um
deles já tenha sido sentenciado.
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004. (FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) De acordo com as regras estabelecidas pelo


Código de Processo Civil de 2015, a competência territorial para a ação declaratória de
paternidade é
a) do foro do domicílio do réu, salvo se a demanda for cumulada com pedido de alimentos.
b) do foro do domicílio do réu, ainda que a demanda seja cumulada com pedido de alimentos.
c) do foro do domicílio do guardião do autor, caso ele seja incapaz.
d) de natureza absoluta, em razão da indisponibilidade do direito.
e) do foro do domicílio do autor.

005. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Em relação à competência,


considere os enunciados:
I – A incompetência absoluta deve ser alegada como questão preliminar de contestação; a
relativa, como exceção, a ser autuada e julgada como incidente processual.
II – A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.
III – A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que
atuar.
IV – Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) I e II.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

006. (FCC/TRF/4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2019) João,


domiciliado em São Paulo, pretende ajuizar contra Antônio, domiciliado em Salvador, ação
para postular a declaração da propriedade de automóvel que foi licenciado no município de
Aracaju e se acha na posse de Ricardo, que tem domicílio em Manaus. Nesse caso, segundo
as regras de competência previstas no Código de Processo Civil, a ação deverá ser proposta
no foro de
a) São Paulo.
b) Salvador.
c) Aracaju.
d) Manaus.
e) São Paulo, Salvador, Aracaju ou Manaus, segundo exclusivo critério do autor.
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007. (FCC/SEAD-AP/ANALISTA JURÍDICO/2018) Joaquim, com dezesseis anos de idade,


assistido por sua mãe, Silvana, domiciliada em São Bernardo do Campo-SP, celebrou, no
Rio de Janeiro-RJ, com Fabrísio, domiciliado em Macapá-AP, contrato de compra e venda
de um relógio, pelo preço de R$ 3.000,00. Operou-se, então, a tradição do bem, mas,
injustificadamente, não se realizou o pagamento. Assim, considerando que não houve
eleição de foro, Fabrísio deverá propor contra Joaquim ação de cobrança do preço no foro
da comarca de
a) São Bernardo do Campo-SP ou Macapá-AP, à sua escolha.
b) Rio de Janeiro-RJ.
c) Macapá-AP.
d) São Bernardo do Campo-SP.
e) São Bernardo do Campo-SP, Macapá-AP ou Rio de Janeiro-RJ, à sua escolha.

008. (FCC/TRF/3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2019) XYZ Indústria


Farmacêutica S.A. ajuizou, perante a Justiça Comum, pedido de recuperação judicial, cujo
processamento foi deferido pelo juiz. No curso do processo, a União compareceu nos autos
informando ter interesse no feito, por ter contratado a recuperanda para o fornecimento
de medicamentos em âmbito nacional, cuja interrupção comprometeria o sistema de saúde
do país. Nesse caso, o processo deverá
a) ser remetido à Justiça Federal, desde que tenha havido requerimento da União nesse
sentido; no entanto, caso o Juízo Federal não vislumbre interesse jurídico da União, deverá
devolver o processo à Justiça Comum.
b) ser remetido à Justiça Federal, desde que tenha havido requerimento da União nesse
sentido; no entanto, caso o Juízo Federal não vislumbre interesse jurídico da União, deverá
suscitar conflito de competência.
c) ser remetido à Justiça Federal, independentemente de requerimento da União nesse
sentido; no entanto, caso o Juízo Federal não vislumbre interesse jurídico da União, deverá
devolver o processo à Justiça Comum.
d) ser remetido à Justiça Federal, independentemente de requerimento da União nesse
sentido; no entanto, caso o Juízo Federal não vislumbre interesse jurídico da União, deverá
suscitar conflito de competência.
e) permanecer tramitando na Justiça Comum, ainda que a União tenha expressamente
requerido sua remessa à Justiça Federal.

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009. (FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO/2021) A reconvenção


a) prossegue mesmo que ocorra causa extintiva que impeça o exame de mérito da ação
principal.
b) dispensa a atribuição de valor à causa.
c) pode ser proposta apenas pelo réu contra o próprio autor.
d) não leva, se improcedente, à condenação em honorários advocatícios, os quais são devidos
apenas pela procedência do pedido principal.
e) só pode ser proposta se oferecida contestação.

010. (FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2020) Indeferida a inicial, o autor


a) poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se; se não houver
retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
b) poderá apelar, subindo os autos ao Tribunal imediatamente, sem citação do réu para
resposta ao recurso.
c) poderá impetrar mandado de segurança, pelo direito líquido e certo à prestação jurisdicional.
d) deverá aguardar o trânsito em julgado, se quiser ajuizar nova demanda sobre a mesma
matéria, não sendo possível o juízo de retratação.
e) poderá apelar, com possibilidade de retratação do juiz em cinco dias; não havendo
retratação, os autos subirão imediatamente, não havendo citação do réu porque não chegou
a se constituir a relação jurídico-processual.

011. (FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2019) O juiz,


em seu primeiro contato com petição inicial que discute matéria exclusivamente de direito
(sendo, portanto, dispensada a instrução probatória), verifica que o pedido do autor está
em divergência com o entendimento pacificado pela jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça, consolidado pela edição de uma súmula. Nessa situação, o Código de Processo
Civil determina que o magistrado
a) determine que o autor emende a petição inicial.
b) indefira a petição inicial.
c) julgue liminarmente improcedente o pedido.
d) determine a citação do réu.
e) julgue extinto o processo sem resolução do mérito por carência da ação.

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012. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Considere os enunciados seguintes, referentes


à petição inicial:
I – Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas
serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do
autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso
do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
II – O pedido deve ser determinado, sendo lícito porém formular pedido genérico somente
se não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato, ou ainda,
nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados.
III – É lícita a cumulação em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
desde que entre eles haja conexão ou continência.
IV – Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do
processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I e IV.
e) I, III e IV.

013. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Manoel oferece no quinto dia contestação em


uma ação de cobrança contra ele proposta. Posteriormente, ainda dentro dos quinze dias
para defesa, apresenta petição complementando suas razões, com argumentos outros que
havia esquecido de exteriorizar. Essa conduta
a) não é possível, tendo ocorrido preclusão consumativa.
b) é possível por se ainda estar no prazo de defesa, não tendo ocorrido preclusão temporal.
c) não é possível, tendo ocorrido preclusão-sanção ou punitiva.
d) é possível pelo direito da parte ao contraditório amplo, não sujeito à preclusão.
e) não é possível, tendo ocorrido preclusão lógica.

014. (FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Em relação à reconvenção, está


correto afirmar:
a) É lícito ao réu propor reconvenção na contestação ou por petição autônoma, para manifestar
pretensão própria, conexa ou não com a ação principal ou com o fundamento da causa.
b) O réu só pode propor reconvenção de forma condicionada ao oferecimento de contestação
ao pedido inicial.
c) Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito
em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também
na qualidade de substituto processual.
d) A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção, haja vista seu caráter
de subordinação ao pedido principal.
e) A reconvenção pode ser proposta pelo réu, defeso porém o litisconsórcio com terceiro.
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015. (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LEGISLATIVO/2018)


Em relação à reconvenção,
a) a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
obsta o prosseguimento do processo quanto à reconvenção, por seu caráter acessório.
b) proposta a reconvenção, o autor será citado, pessoalmente, por via postal, para apresentar
resposta no prazo de quinze dias.
c) se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito
em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também
na qualidade de substituto processual.
d) a reconvenção pode ser proposta somente contra o autor, sendo também possível seu
ajuizamento pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
e) a reconvenção só pode ser proposta pelo réu se oferecida por ele contestação
simultaneamente, na mesma peça de defesa.

016. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Rodolfo ajuizou ação contra Felipe,


versando o litígio sobre direito indisponível. Devidamente citado, o réu não ofereceu
contestação no prazo legal, tornando-se revel. Nesse caso, a revelia
a) impõe que o pedido seja julgado procedente.
b) torna precluso o direito de produzir provas.
c) veda a interposição de recurso contra a sentença.
d) impede o réu de intervir no processo, salvo na fase de cumprimento de sentença.
e) não enseja a presunção da veracidade das alegações de fato formuladas pelo autor.

017. (FCC/TRF/3ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/2019) Segundo o Código


de Processo Civil, é possível estabelecer calendário para a prática dos atos processuais,
quando for o caso. Esse calendário será fixado de comum acordo entre
a) as partes, independentemente da concordância do juiz, que ficará obrigado a observar
os prazos e datas nele estabelecidos, inclusive no tocante à realização das audiências ou
outros atos que demandem a sua presidência.
b) as partes, independentemente da concordância do juiz, que ficará obrigado a observar
os prazos e datas nele estabelecidos, exceto no tocante à realização das audiências ou
outros atos que demandem a sua presidência, os quais serão designados conforme a
disponibilidade da pauta.
c) as partes e o juiz, que ficará obrigado a observar os prazos nele estabelecidos, inclusive para
a prolação das decisões, os quais somente poderão ser modificados em casos excepcionais,
devidamente justificados.
d) as partes e o juiz, que ficará obrigado a observar os prazos nele estabelecidos, inclusive
para a prolação das decisões, salvo se inferiores àqueles dispostos em lei.
e) as partes e o juiz, que não poderá, em nenhuma hipótese, modificar os prazos nele
estabelecidos, salvo expressa concordância de todos os litigantes.
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018. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Os negócios processuais


a) típicos são, por exemplo, a eleição do foro, a desistência da ação após a apresentação de
resposta do réu, a distribuição convencional do ônus da prova e a calendarização do processo.
b) autorizam que as partes possam estabelecer consensualmente a proibição da intervenção
de terceiro na condição de amicus curiae e do Ministério Público na condição de fiscal da
ordem jurídica, a fim de assegurar a celeridade do processo.
c) somente são permitidos caso o direito material em discussão naquele processo seja
disponível, de maneira que são vedados quaisquer negócios processuais em processos que
tenham por objeto algum direito substancial indisponível.
d) dependem somente da vontade das partes envolvidas, de modo que se mostra desnecessária
a participação ou a homologação judicial das convenções processuais estabelecidas pela
livre manifestação das partes.
e) são um instituto novo no sistema processual civil brasileiro, inaugurado com o advento
do Código de Processo Civil de 2015, razão pela qual ainda pairam diversas controvérsias
na doutrina e jurisprudência a seu respeito.

019. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Em relação aos atos processuais e ao processo


eletrônico, é correto afirmar:
a) As partes podem estabelecer calendário para a prática dos atos processuais,
independentemente da participação do juiz, mas sua aplicação dependerá de posterior
homologação judicial.
b) Salvo quando aceito pela parte contrária, o documento redigido em língua estrangeira
somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para a língua
portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por
tradutor juramentado.
c) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia
distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer
juízo ou tribunal, independentemente de requerimento, não se aplicando tal regra, todavia,
aos processos eletrônicos.
d) Nos processos eletrônicos, a juntada de petições ou de manifestações em geral será
realizada mediante ato de serventuário da justiça, que certificará o dia e a hora da prática
do ato.
e) O Código de Processo Civil consagra como regra que tramitam em segredo de justiça
os processos que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação,
união estável, filiação, alimentos, guarda e quaisquer outros que envolverem interesses
de incapazes.
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020. (FCC/TJ-MA/OFICIAL DE JUSTIÇA/2019) Em relação à forma, ao tempo e ao lugar dos


atos processuais, considere:
I – Em regra, os atos e os termos processuais dependem de forma determinada, salvo quando
a lei não a exigir, considerando-se válidos os atos realizados com essa obediência formal.
II – Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades
da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais,
antes ou durante o processo.
III – Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade
produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais,
inclusive no tocante à desistência da ação.
IV – Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos
e os dias em que não haja expediente forense.
V – Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente,
em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de
obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
Está correto o que consta APENAS em
a) II, IV e V.
b) II, III e V.
c) I, III e IV.
d) I, II e III.
e) III, IV e V.

021. (FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO/2021) A respeito do processo de execução, avalie


as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:
I – No curso do processo de execução, o exequente pode desistir a qualquer momento,
independentemente de anuência do executado, ainda que pendentes embargos de execução.
PORQUE
II – Com a extinção da execução, haverá perda do objeto em relação aos embargos de
execução. A respeito dessas asserções:
a) As asserções I e II são proposições falsas.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.
e) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
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022. (FCC/AL-AP/ADVOGADO LEGISLATIVO/PROCURADOR/2020) No que se refere aos


embargos à execução, a legislação vigente estabelece que:
a) se a eles for concedido efeito suspensivo, isto não obstará a efetivação dos atos de
substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação de bens.
b) se destinam a desconstituir a sentença que formou título para seu cumprimento.
c) dependem de garantia real ou fidejussória ao juízo para serem opostos.
d) permitem o parcelamento do débito, em até seis vezes, sem prejuízo da discussão sobre
sua existência.
e) terão efeito suspensivo como regra geral, pela possibilidade de dano grave e irreparável
futuro ao devedor.

023. (FCC/DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO MARANHÃO/DEFENSOR PÚBLICO/2018/


Q1027920) Paulo e Roberto são demandados em uma ação de execução de título extrajudicial.
Paulo, foi citado em 5 de novembro, e Roberto foi citado no dia 09 do mesmo mês. Paulo,
sem que tenha assegurado o juízo, apresentou embargos à execução, alegando somente
excesso de execução. Nesse caso, o início do prazo para os embargos é contado
a) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo serão
liminarmente rejeitados caso ele não tenha apresentado na petição o valor que entende
correto e o demonstrativo discriminado e atualizado do seu cálculo.
b) separadamente para os executados, a partir da juntada do respectivo comprovante de
citação; os embargos de Paulo serão liminarmente rejeitados em razão de não ter assegurado
o juízo.
c) separadamente para os executados, a partir da juntada do respectivo comprovante de
citação; os embargos de Paulo serão liminarmente rejeitados caso ele não tenha apresentado
na petição o valor que entende correto e o demonstrativo discriminado e atualizado do
seu cálculo.
d) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo serão
liminarmente rejeitados em razão de não ter assegurado o juízo.
e) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo devem
ser conhecidos apesar de não ter assegurado o juízo ou apresentado na petição o valor
que entende correto e o demonstrativo discriminado e atualizado do seu cálculo, pois tais
requisitos não são exigidos por lei.

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024. (FCC/TRF/5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Anderson ajuizou


ação de execução de título extrajudicial contra Paulo e seu irmão Renato, que foram
regularmente citados pelo correio, sendo que o Aviso de Recebimento − A.R. da carta de
citação entregue a Paulo foi juntado aos autos no dia 02/08/2017 e o A.R. da carta de
citação entregue a Renato foi juntado aos autos em 08/08/2017. Nesse caso, considerando
que os executados são representados por advogados distintos, o prazo para Paulo opor
embargos à execução
a) será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data da juntada aos autos do
aviso de recebimento da sua própria carta de citação.
b) não será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data da juntada aos autos
do aviso de recebimento da sua própria carta de citação.
c) será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data da juntada aos autos do
aviso de recebimento da carta de citação de Renato.
d) não será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data da juntada aos autos
do aviso de recebimento da carta de citação de Renato.
e) será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data em que recebida a
carta de citação, independentemente da data da juntada aos autos do respectivo aviso de
recebimento.

025. (FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Fernando é empresário com pessoa jurídica


regularmente constituída como “Fernando Comércio EIRELI”. Todavia, em sua atividade
como pessoa física, acabou por contrair inúmeras dívidas com diversos credores. Ciente de
que seu patrimônio estava em risco, transferiu diversos bens de seu patrimônio particular
para sua empresa, o que viria a inviabilizar eventual execução das dívidas. Aos credores,
nessas circunstâncias,
a) não assiste o direito de alcançar os bens da empresa, em razão do princípio da autonomia
patrimonial da pessoa jurídica em relação à pessoa do sócio.
b) é possível executar indistintamente o patrimônio da empresa ou do empresário, uma
vez que se trata de Empresa Individual, em que não há autonomia entre o patrimônio da
empresa e do empresário individual.
c) somente poderão alcançar os bens da empresa caso demonstrem que a transferência
dos bens se deu mediante fraude contra credores.
d) caberá pedir a desconsideração da personalidade jurídica.
e) caberá pedir a desconsideração inversa da personalidade jurídica.

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026. (FCC/TRF/3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2019) Renato ajuizou


ação de cobrança contra ZWXY Construções Ltda., requerendo, na própria petição inicial,
a desconsideração da sua personalidade jurídica, com a demonstração preliminar do
preenchimento dos pressupostos legais específicos. Nesse caso, de acordo com o Código
de Processo Civil,
a) deverá ser determinada a instauração do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, com a suspensão do processo.
b) deverá ser determinada a instauração do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, sem a suspensão do processo.
c) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica,
mas o processo deverá permanecer suspenso até a decisão desse requerimento.
d) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica e
o processo não será suspenso.
e) o requerimento deverá ser liminarmente rejeitado, pois o incidente de desconsideração
da personalidade jurídica só pode ser instaurado na fase de cumprimento de sentença.

027. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) É cabível denunciação da lide


a) dos fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles.
b) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam.
c) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu.
d) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
e) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas.

028. (FCC/MPE-PE/TÉCNICO MINISTERIAL/ADMINISTRATIVA/2018) A parte que incorrer em


litigância de má-fé será condenada pelo juiz ao pagamento de multa
a) correspondente a 1% do valor corrigido da causa, podendo ser fixada em até 100 vezes
o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou inestimável.
b) que não poderá ser superior a 1% do valor corrigido da causa, podendo ser fixada em
até 10 vezes o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou inestimável.
c) que não poderá ser superior a 1% do valor corrigido da causa, podendo ser fixada em até
100 vezes o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou inestimável.
d) que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, podendo ser
fixada em até 10 vezes o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou
inestimável.
e) que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, podendo ser
fixada em até 100 vezes o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou
inestimável.
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029. (FCC/PGE-AP/PROCURADOR DO ESTADO/2018) O advogado José de Oliveira ajuíza ação


sem procuração outorgada pelo autor, alegando urgência na tutela postulada, reintegratória
na posse de imóvel. Essa conduta é
a) vedada, no caso, pois a ação reintegratória dependerá necessariamente de audiência
prévia de justificação, não podendo, pois, ser considerada urgente.
b) vedada, pois só se permite o ingresso em juízo sem procuração para evitar preclusão,
decadência ou prescrição do direito do autor.
c) permitida, mas José de Oliveira deverá prestar caução nos autos, em nome do autor, e
exibir a procuração nos autos no prazo improrrogável de vinte dias.
d) permitida, mas José de Oliveira deverá, independentemente de caução, exibir a procuração
no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.
e) vedada, pois a procuração é requisito indispensável ao ajuizamento da demanda, o que
não comporta exceções.

030. (FCC/TRT/2ª REGIÃO/SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Sobre as partes


e os procuradores, quanto às despesas, honorários advocatícios e multas, nos termos
preconizados pelo Código de Processo Civil, é correto afirmar:
a) Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente
a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade.
b) Na sentença, havendo sucumbência recíproca, o magistrado deverá compensar os
honorários advocatícios entre os procuradores das partes litigantes, determinando, ainda,
o rateio das custas e despesas processuais.
c) Fixados os honorários advocatícios em quantia certa pelo Magistrado na sentença, os
juros moratórios incidirão a partir da data da publicação da sentença.
d) Se um estrangeiro, sem possuir bens imóveis no Brasil, for réu em uma ação indenizatória
e apresentar reconvenção no prazo legal, deverá prestar caução suficiente ao pagamento
das custas e dos honorários de advogado da parte contrária.
e) Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não
poderão ser cobrados em execução ou em ação autônoma.

031. (FCC/TRF/4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR


FEDERAL/2019) De acordo com o Código de Processo Civil, a gratuidade da justiça
a) não pode ser deferida a empresas, em nenhuma hipótese.
b) não compreende o custo com a elaboração de memória de cálculo, mesmo quando exigida
para instauração da execução, por tratar-se de incumbência dos advogados das partes.
c) isenta seu beneficiário de pagar quaisquer multas processuais que lhe sejam impostas.
d) poderá ser concedida em relação a apenas algum ou a todos os atos processuais, ou
consistir na redução percentual de despesas processuais.
e) não é cabível em mandado de segurança.
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032. (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LEGISLATIVO/2018)


Em relação à função jurisdicional, é correto afirmar:
a) Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, em nenhuma hipótese.
b) A possibilidade jurídica da ação é uma das condições preliminares a serem observadas
no atual CPC por ocasião da prestação jurisdicional, até mesmo de ofício.
c) É admissível a ação meramente declaratória, salvo se houver ocorrido a violação do direito.
d) A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas,
ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais
em vigor no Brasil.
e) Compete à autoridade judiciária brasileira, em qualquer hipótese, o processamento e
o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em
contrato internacional, por sua ineficácia.

033. (FCC/SEFAZ-SC/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/GESTÃO TRIBUTÁRIA/2018)


A ação meramente declaratória
a) não é admissível, pela falta de conteúdo condenatório na sentença a ser proferida.
b) é admissível, salvo se houver ocorrido a violação do direito.
c) não é admissível, pela falta de conteúdo mandamental na sentença a ser proferida.
d) é admissível, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
e) poderá ou não ser admissível, se a sentença a ser proferida não possuir efeitos patrimoniais
nem definir a existência ou a inexistência de uma relação jurídica.

034. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) A tutela da evidência


a) em nenhuma hipótese admite concessão de liminar judicial.
b) depende de demonstração de perigo de dano iminente.
c) depende de demonstração de risco ao resultado útil do processo.
d) não pode ser concedida se dependente de prova documental dos fatos constitutivos
do direito do autor, ainda que o réu não oponha objeção capaz de gerar dúvida razoável.
e) será concedida, entre outras hipóteses, se se tratar de pedido reipersecutório fundado
em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.

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035. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) A tutela provisória


a) se suspenso o processo, como regra perde ela sua eficácia durante o período respectivo.
b) de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.
c) conserva sua eficácia na pendência do processo, só podendo ser revogada ou modificada
por ocasião do saneamento processual ou da sentença.
d) se requerida em caráter incidental, depende do pagamento de custas processuais.
e) de urgência só poderá ser concedida em caráter antecedente, pois a urgência precede,
quanto aos fatos, o pedido inicial de antecipação tutelar.

036. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Quanto aos prazos,


a) sendo a lei omissa, o prazo para a parte praticar o ato processual será sempre o de dez
dias.
b) a parte pode renunciar àqueles estabelecidos exclusivamente em seu favor, desde que
o faça de maneira expressa.
c) quando contados em dias, estabelecidos legal ou judicialmente, computar-se-ão os dias
corridos.
d) se processuais, interrompem-se nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de
janeiro, inclusive.
e) será considerado intempestivo o ato praticado antes de seu termo inicial, por ainda não
existir, processualmente.

037. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Em relação aos prazos no


atual CPC, é correto afirmar:
a) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia
distintos ou não, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em
qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
b) Será considerado intempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo, por não
ter ainda existência jurídica.
c) Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual,
desde que haja declaração judicial nesse sentido, podendo a parte, porém, provar justa
causa para sua não realização.
d) A parte poderá renunciar tácita ou expressamente ao prazo, desde que estabelecido
exclusivamente em seu favor.
e) Ao juiz é defeso reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes.

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038. (FCC/DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO/DEFENSOR PÚBLICO/2019)


O Superior Tribunal de Justiça reconhece a multiplicidade de recursos questionando a
aplicação de um determinado índice de correção incidente sobre uma espécie de negócio
jurídico. De acordo com a sistemática de recursos especiais repetitivos,
a) a decisão que determina o sobrestamento dos processos em que se discuta o tema
objeto de recursos especiais repetitivos somente alcança os processos individuais, mas
não tem o efeito de suspender o andamento de processos coletivos, diante do interesse
público subjacente.
b) o relator poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de
justiça ou dos tribunais regionais federais a remessa de um recurso representativo da
controvérsia e, caso constate que os recursos contêm outras questões além daquela que
é objeto da afetação, decidirá primeiramente as demais questões antes de decidir sobre
a questão repetitiva.
c) a decisão que determina a devolução para o Tribunal de origem, para o juízo de retratação
ou conformação, a fim de aguardar-se o julgamento de matéria submetida ao rito dos
recursos repetitivos, tem sido entendida pelo Superior Tribunal de Justiça como irrecorrível.
d) a decisão de afetação deverá indicar com precisão a questão que será submetida a
julgamento e determinará o sobrestamento de todos os demais recursos sobre o tema
em todo o território nacional, mas não obstará o prosseguimento dos processos nos graus
inferiores de jurisdição.
e) a parte que tenha o seu recurso especial suspenso na origem, caso demonstre distinção
entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou
extraordinário afetado, deverá requerer o prosseguimento do seu recurso ao relator, no
tribunal superior.

039. (FCC/TRT/20ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA ESPECIALIDADE OFICIAL


DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2016) Na execução por quantia certa,
a) a expropriação consistirá em adjudicação e alienação, bem como apropriação de frutos
e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
b) antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode remir a execução, pagando
ou consignando a importância histórica da dívida, sem acréscimo de juros ou honorários
advocatícios.
c) o executado será citado para pagar a dívida no prazo de quinze dias, contado da citação
ou da juntada do último mandado aos autos, em caso de mais de um executado, sob pena
de multa de 10% sobre o valor da execução.
d) ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, independentemente da oposição de embargos,
honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor da causa, a serem pagos pelo
executado, os quais são reduzidos à metade em caso de pagamento espontâneo da dívida.
e) se o oficial não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para
garantir a execução, os quais serão convertidos em penhora, dispensando-se a citação do
devedor.
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040. (FCC/TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


JUDICIÁRIA/2018) Em relação à execução por quantia certa,
a) o exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com
identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis,
de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
b) ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de 15%, a serem
pagos pelo executado, reduzindo-se esse valor a 5% em caso de pagamento integral no
prazo de três dias.
c) o executado será intimado para pagar a dívida em três dias, ou nomear bens suficientes
à satisfação do crédito.
d) se o oficial de justiça não encontrar o executado, devolverá o mandado em cartório, que
intimará o exequente para indicar bens à penhora.
e) no prazo para oferecimento de embargos à execução, impreterivelmente, poderá o
executado remir a execução pagando o débito com os encargos e acréscimos legais.

041. (FCC/TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO- ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) Na execução por quantia certa, nos termos
preconizados pelo Código de Processo Civil, é correto afirmar:
a) São impenhoráveis bens considerados inalienáveis, bem como os frutos e os rendimentos
dos referidos bens, ainda que não existam outros bens passíveis de penhora.
b) Havendo pagamento integral da dívida pelo executado no prazo de até 5 dias após a
regular citação, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.
c) A penhora de bens do executado poderá ser levada a efeito ainda quando ficar evidente
que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento
das custas da execução.
d) Realizada a penhora on-line de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, consumada
a indisponibilidade dos ativos financeiros, o executado será intimado na pessoa do seu
advogado ou, não o tendo, pessoalmente, e terá o prazo de 5 dias para comprovar que as
quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis.
e) Havendo requerimento de adjudicação de bem imóvel penhorado do executado em
igualdade de ofertas, terá preferência o descendente, o cônjuge, o companheiro ou o
ascendente, nessa ordem.

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042. (FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2018) A


respeito da execução de alimentos, é correto afirmar:
a) O débito alimentar que autoriza a decretação da prisão civil do alimentante é o que
compreende até as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo.
b) O cumprimento integral da prisão civil exime o executado do pagamento das prestações
que a ensejaram.
c) No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de
decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, de ofício ou a requerimento do exequente,
mandará intimar o executado pessoalmente para, em cinco dias, pagar o débito, provar
que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
d) Se o executado for funcionário público, não poderá o juiz, em nenhuma hipótese, atender
ao requerimento do exequente para que se realize o desconto em folha de pagamento da
importância da prestação alimentícia.
e) Cabe a impetração de habeas corpus contra a decisão que decreta a prisão civil do devedor
de alimentos por ausência de previsão legal de recurso para atacá-la.

043. (FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2020) Quanto aos princípios recursais,


a) o princípio da taxatividade recursal tem sido mitigado, admitindo-se a criação de recursos
não previstos expressamente em lei, desde que as partes criem tais recursos de comum
acordo, como negócio jurídico-processual.
b) pelo princípio da singularidade ou unirrecorribilidade afirma-se que só se admite uma
espécie recursal como meio de impugnação de cada decisão judicial, mostrando-se defeso
interpor sucessiva ou concomitantemente duas espécies recursais contra a mesma decisão.
c) o princípio da dialeticidade diz respeito ao elemento volitivo, ou seja, à vontade da parte
em recorrer, expressa na interposição do recurso correspondente à situação jurídica dos
autos.
d) o princípio da fungibilidade não foi previsto normativamente no atual ordenamento
jurídico processual, não mais se podendo receber um recurso por outro em situações de
pretensa dúvida.
e) o princípio da reformatio in pejus, ou seja, reforma para piorar a situação de quem recorre,
não foi admitido em nenhuma hipótese no atual processo civil brasileiro.

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044. (FCC/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2018) Quanto aos recursos,


a) a apelação terá, como regra, somente o efeito devolutivo.
b) dos despachos cabe o recurso de correição parcial; das decisões interlocutórias cabe
agravo de instrumento e das sentenças cabe apelação.
c) a renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte.
d) o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso; a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão
geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários
ou especiais repetitivos.
e) o recurso adesivo fica de início subordinado ao recurso independente, mas se deste houver
desistência ou for considerado inadmissível subsistirá autonomamente, sendo conhecido
e julgado como recurso principal.

045. (FCC/TRF/3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2019) Em ação de


obrigação de fazer movida pela União contra Francisco, o juiz proferiu sentença acolhendo
o pedido e deferindo, no mesmo ato, a antecipação dos efeitos da tutela, para que o réu
desse cumprimento à obrigação no prazo de dez dias, sob pena de multa diária. O réu então
interpôs, tempestivamente, embargos de declaração, arguindo omissão da sentença acerca
da ocorrência de prescrição, matéria que até então não fora suscitada no processo. Nesse
caso, os embargos declaratórios
a) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo fora
invocada pelas partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos suspende o prazo
para a interposição do recurso de apelação, bem como a eficácia da sentença embargada.
b) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo
fora invocada pelas partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos interrompe o
prazo para a interposição do recurso de apelação, mas não suspende a eficácia da sentença
embargada.
c) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício;
ademais, a mera interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do
recurso de apelação, mas não suspende a eficácia da sentença embargada.
d) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício;
ademais, a mera interposição dos embargos suspende o prazo para a interposição do recurso
de apelação, mas não a eficácia da sentença embargada.
e) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício;
ademais, a mera interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do
recurso de apelação, além de suspender a eficácia da sentença embargada.

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046. (FCC/TRT/2ª REGIÃO/SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Considere a


seguinte situação hipotética:
No ano de 2015, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça julgou um importante
tema de direito privado em sede de recurso especial envolvendo contratos bancários.
Neste ano de 2018 houve alteração na composição da referida Turma, com a saída de três
dos cinco Ministros e a posse de três novos Ministros. No mês de Abril do corrente ano, a
mesma Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento de outro
recurso especial, divergiu do julgamento anterior proferido no ano de 2015, quando da
análise da mesma questão de mérito envolvendo contratos bancários. Neste caso, nos
termos estabelecidos pelo Código de Processo Civil, a parte interessada poderá interpor
a) agravo regimental.
b) embargos de divergência.
c) embargos infringentes.
d) mandado de segurança.
e) reclamação.

047. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2021) Acerca dos recursos, considere:


I – A renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte.
II – O recurso interposto por um dos litisconsortes não aproveita aos demais.
III – Embora a apelação tenha efeito suspensivo, a sentença que confirma, concede ou
revoga tutela provisória começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação.
IV – A mera interposição de embargos de declaração não possui efeito suspensivo, mas, se
tempestiva, interrompe o prazo para a interposição de recurso.
De acordo com o Código de Processo Civil, está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e III.
c) I, III e IV.
d) I, II e IV.
e) I e II.

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048. (FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2019) Geraldo


ajuizou ação cumulando os pedidos de indenização por danos materiais e morais contra
prestador de um serviço, alegando que houve desconformidade da prestação em relação
ao pactuado. Após analisar a contestação apresentada pelo réu, o magistrado entendeu
que a irregularidade do serviço e a existência dos danos morais eram incontroversas, mas o
reconhecimento dos danos materiais alegados dependeria de produção de provas. Assim, o
juiz julgou parcialmente o mérito para julgar procedente o pedido de indenização por danos
morais, determinando, no mesmo ato, a intimação das partes para que especificassem as
provas que pretendiam produzir. Esse ato judicial consiste em
a) sentença de mérito, sujeito a recurso de apelação; caso não haja recurso tempestivo,
formar-se-á coisa julgada material.
b) julgamento antecipado parcial do mérito, sujeito a agravo de instrumento; caso não haja
recurso tempestivo, formar-se-á coisa julgada material.
c) julgamento antecipado parcial do mérito, e, por isso, não se sujeita a recurso imediato,
podendo ser impugnado por meio de preliminar de razões ou contrarrazões de apelação.
d) sentença sem resolução do mérito, sujeita a apelação; caso não haja recurso tempestivo,
formar-se-á coisa julgada meramente formal.
e) decisão interlocutória de tutela provisória antecipada, sujeita a recurso de agravo de
instrumento e, caso não haja recurso tempestivo, haverá a preclusão.

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GABARITO

1. c 35. b
2. b 36. b
3. c 37. e
4. a 38. c
5. e 39. a
6. b 40. a
7. d 41. d
8. e 42. a
9. a 43. b
10. a 44. d
11. c 45. c
12. d 46. b
13. a 47. a
14. c 48. b
15. c
16. e
17. c
18. a
19. c
20. a
21. c
22. a
23. c
24. b
25. e
26. d
27. b
28. d
29. d
30. a
31. d
32. d
33. d
34. e

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GABARITO COMENTADO

001. (FCC/SANASA CAMPINAS/PROCURADOR JURÍDICO/2019) São hipóteses de extinção


do processo, com julgamento do mérito, quando
a) em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível.
b) o autor desistir da ação após a citação, com a concordância do réu.
c) for acolhido pedido contido na reconvenção.
d) for reconhecida a carência de ação.
e) o autor não promover os atos e diligências que lhe incumbir por mais de 30 dias.

A questão pede pela alternativa que indique alguma das hipóteses do art. 487 do CPC. A
única que corresponde ao comando do enunciado é a letra “c”, que apresenta a hipótese
do inciso I do art. 487. As demais alternativas apresentam hipóteses do art. 485 (extinção
sem mérito).
Letra c.

002. (FCC/TRF/4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2019) Patrícia ajuizou


ação indenizatória contra a União. Sem examinar a prova produzida nem apreciar nenhum
dos fundamentos deduzidos na contestação, o juiz pronunciou, de ofício, a prescrição,
extinguindo o processo por meio de sentença, contra a qual não foi interposto nenhum
recurso no prazo legal. Nesse caso, a sentença
a) importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada formal, mas não material.
b) importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada material.
c) não importou em resolução de mérito, nem fez coisa julgada.
d) não importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada formal, mas não material.
e) não importou em resolução de mérito, fazendo coisa julgada material.

O juiz optou por julgar liminarmente improcedente o pedido em razão de prescrição (art.
332, § 1º, CPC). A prescrição é matéria de mérito, tornando inexigível a prestação cobrada,
o que faz com que o processo tenha sido extinto com resolução do mérito (art. 487, II, CPC).
Dessa forma, naturalmente, produz-se coisa julgada material.
Letra b.

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003. (FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO/2021) De acordo com a legislação e princípios que


regem a matéria,
a) a competência em razão da matéria constitui pressuposto de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo e sua não observância acarreta sua extinção
sem resolução do mérito.
b) a competência em razão da matéria constitui pressuposto de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo e sua não observância acarreta sua extinção
com resolução do mérito.
c) a incompetência territorial, no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, implica extinção do
processo sem resolução de mérito.
d) a abusividade da cláusula de eleição de foro é matéria de ordem pública, e, independentemente
da natureza da relação, não se sujeita à preclusão.
e) os processos de ações conexas devem ser reunidos para decisão conjunta, ainda que um
deles já tenha sido sentenciado.

a) Errada. Embora esse fundamento seja, com relativa frequência, utilizado por juízes e
tribunais para a extinção de processos sem resolução do mérito, em razão da inoperabilidade,
entre alguns ramos, da remessa de autos, por serem muito diferentes os sistemas de
processos eletrônicos de diferentes ramos do Poder Judiciário, a alternativa é juridicamente
incorreta. Afinal, o art. 64, § 3º, adota a teoria da translatio judicii, segundo a qual o
processo, ao invés de extinto, deve ser remetido ao juízo competente: “Caso a alegação de
incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente”.
b) Errada. Ainda que se entendesse que a incompetência fosse causa de extinção do processo,
tal extinção, certamente, não resolveria o mérito da demanda.
c) Certa. O art. 51, inciso III, da Lei n. 9.099/95 prevê “Extingue-se o processo, além dos casos
previstos em lei: (...) quando for reconhecida a incompetência territorial”. Tal dispositivo
consta da Seção XIV: “Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito”.
d) Errada. Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão (art. 63, § 4º).
e) Errada. Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se
um deles já houver sido sentenciado (art. 55, § 1º).
Letra c.

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004. (FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) De acordo com as regras estabelecidas pelo


Código de Processo Civil de 2015, a competência territorial para a ação declaratória de
paternidade é
a) do foro do domicílio do réu, salvo se a demanda for cumulada com pedido de alimentos.
b) do foro do domicílio do réu, ainda que a demanda seja cumulada com pedido de alimentos.
c) do foro do domicílio do guardião do autor, caso ele seja incapaz.
d) de natureza absoluta, em razão da indisponibilidade do direito.
e) do foro do domicílio do autor.

O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de


investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos (Súmula n. 1 do STJ).
Essa súmula é plenamente válida nos dias atuais, porque a ação de alimentos tem regra
especial (art. 53, inciso II, do CPC), enquanto a meramente declaratória, ainda que verse
sobre paternidade, não tem, e recebe aplicação da regra geral do foro do domicílio do réu
(art. 46, caput, do CPC).
Letra a.

005. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Em relação à competência,


considere os enunciados:
I – A incompetência absoluta deve ser alegada como questão preliminar de contestação; a
relativa, como exceção, a ser autuada e julgada como incidente processual.
II – A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.
III – A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que
atuar.
IV – Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) I e II.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
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I – Errado. Não existe mais, no processo civil, a figura da exceção de incompetência. A


incompetência relativa deve ser alegada em preliminar de contestação, e a absoluta, por
simples petição, a qualquer tempo.
II – Certo. Trata-se da regra literal do art. 64, § 1º, do CPC.
III – Certo. É a regra literal do art. 65, parágrafo único, do CPC.
IV – Certo. Trata-se da literalidade da regra do art. 64, § 4º, do CPC.
Letra e.

006. (FCC/TRF/4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/2019) João,


domiciliado em São Paulo, pretende ajuizar contra Antônio, domiciliado em Salvador, ação
para postular a declaração da propriedade de automóvel que foi licenciado no município de
Aracaju e se acha na posse de Ricardo, que tem domicílio em Manaus. Nesse caso, segundo
as regras de competência previstas no Código de Processo Civil, a ação deverá ser proposta
no foro de
a) São Paulo.
b) Salvador.
c) Aracaju.
d) Manaus.
e) São Paulo, Salvador, Aracaju ou Manaus, segundo exclusivo critério do autor.

O art. 46 do CPC dispõe: “A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.”. A propriedade é um direito
real, e o automóvel é um bem móvel. Logo, como Salvador é o local de domicílio do réu, será
de Salvador o foro competente.
Letra b.

007. (FCC/SEAD-AP/ANALISTA JURÍDICO/2018) Joaquim, com dezesseis anos de idade,


assistido por sua mãe, Silvana, domiciliada em São Bernardo do Campo-SP, celebrou, no
Rio de Janeiro-RJ, com Fabrísio, domiciliado em Macapá-AP, contrato de compra e venda
de um relógio, pelo preço de R$ 3.000,00. Operou-se, então, a tradição do bem, mas,
injustificadamente, não se realizou o pagamento. Assim, considerando que não houve
eleição de foro, Fabrísio deverá propor contra Joaquim ação de cobrança do preço no foro
da comarca de
a) São Bernardo do Campo-SP ou Macapá-AP, à sua escolha.
b) Rio de Janeiro-RJ.
c) Macapá-AP.
d) São Bernardo do Campo-SP.
e) São Bernardo do Campo-SP, Macapá-AP ou Rio de Janeiro-RJ, à sua escolha.
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Joaquim, réu, é incapaz. O art. 50 dispõe: “A ação em que o incapaz for réu será proposta no
foro de domicílio de seu representante ou assistente.”. Como sua assistente (Silvana) reside
em São Bernardo do Campo (SP), será o foro deste local o competente, territorialmente,
para processar e julgar a ação.
Letra d.

008. (FCC/TRF/3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2019) XYZ Indústria


Farmacêutica S.A. ajuizou, perante a Justiça Comum, pedido de recuperação judicial, cujo
processamento foi deferido pelo juiz. No curso do processo, a União compareceu nos autos
informando ter interesse no feito, por ter contratado a recuperanda para o fornecimento
de medicamentos em âmbito nacional, cuja interrupção comprometeria o sistema de saúde
do país. Nesse caso, o processo deverá
a) ser remetido à Justiça Federal, desde que tenha havido requerimento da União nesse
sentido; no entanto, caso o Juízo Federal não vislumbre interesse jurídico da União, deverá
devolver o processo à Justiça Comum.
b) ser remetido à Justiça Federal, desde que tenha havido requerimento da União nesse
sentido; no entanto, caso o Juízo Federal não vislumbre interesse jurídico da União, deverá
suscitar conflito de competência.
c) ser remetido à Justiça Federal, independentemente de requerimento da União nesse
sentido; no entanto, caso o Juízo Federal não vislumbre interesse jurídico da União, deverá
devolver o processo à Justiça Comum.
d) ser remetido à Justiça Federal, independentemente de requerimento da União nesse
sentido; no entanto, caso o Juízo Federal não vislumbre interesse jurídico da União, deverá
suscitar conflito de competência.
e) permanecer tramitando na Justiça Comum, ainda que a União tenha expressamente
requerido sua remessa à Justiça Federal.

Embora esta questão não seja fundamentada diretamente pelas normas do conflito de
competência, ela é muito relevante ao estudo do tema, pois mostra situações em que o
examinador busca convencer o candidato sobre a existência de conflito. O gabarito tem
fundamento no art. 45, inciso I, que isenta da remessa à Justiça Federal os processos de
recuperação judicial, mesmo que neles atue a União. Não há nada que se falar, portanto,
em conflito de competência nesse contexto, pois há norma expressa do CPC determinando
onde o processo deve tramitar.
Letra e.

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009. (FCC/TJ-GO/JUIZ SUBSTITUTO/2021) A reconvenção


a) prossegue mesmo que ocorra causa extintiva que impeça o exame de mérito da ação
principal.
b) dispensa a atribuição de valor à causa.
c) pode ser proposta apenas pelo réu contra o próprio autor.
d) não leva, se improcedente, à condenação em honorários advocatícios, os quais são devidos
apenas pela procedência do pedido principal.
e) só pode ser proposta se oferecida contestação.

a) Certa. A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de


seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção (art. 343, §
2º, CPC).
b) Errada. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção (art. 292, caput,
CPC).
c) Errada. A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro e pelo réu em
litisconsórcio com terceiro (art. 343, §§ 3º e 4º).
d) Errada. São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de
sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos,
cumulativamente (art. 85, § 1º).
e) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação
(art. 343, § 6º).
Letra a.

010. (FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2020) Indeferida a inicial, o autor


a) poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se; se não houver
retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
b) poderá apelar, subindo os autos ao Tribunal imediatamente, sem citação do réu para
resposta ao recurso.
c) poderá impetrar mandado de segurança, pelo direito líquido e certo à prestação jurisdicional.
d) deverá aguardar o trânsito em julgado, se quiser ajuizar nova demanda sobre a mesma
matéria, não sendo possível o juízo de retratação.
e) poderá apelar, com possibilidade de retratação do juiz em cinco dias; não havendo
retratação, os autos subirão imediatamente, não havendo citação do réu porque não chegou
a se constituir a relação jurídico-processual.

Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco)
dias, retratar-se (art. 331, caput, CPC). Se não houver retratação, o juiz mandará citar o
réu para responder ao recurso (§ 1º).
Letra a.

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011. (FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2019) O juiz,


em seu primeiro contato com petição inicial que discute matéria exclusivamente de direito
(sendo, portanto, dispensada a instrução probatória), verifica que o pedido do autor está
em divergência com o entendimento pacificado pela jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça, consolidado pela edição de uma súmula. Nessa situação, o Código de Processo
Civil determina que o magistrado
a) determine que o autor emende a petição inicial.
b) indefira a petição inicial.
c) julgue liminarmente improcedente o pedido.
d) determine a citação do réu.
e) julgue extinto o processo sem resolução do mérito por carência da ação.

Questão extremamente objetiva: descreveu hipótese em que a fase instrutória é dispensada, e


que o pedido do autor está em divergência com o entendimento pacificado pela jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, consolidado pela edição de uma súmula. Portanto, o
examinador explorou diretamente as regras do art. 332, caput e inciso I: “Nas causas
que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;”.
Letra c.

012. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Considere os enunciados seguintes, referentes


à petição inicial:
I – Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas
serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do
autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso
do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.
II – O pedido deve ser determinado, sendo lícito porém formular pedido genérico somente
se não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato, ou ainda,
nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados.
III – É lícita a cumulação em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
desde que entre eles haja conexão ou continência.
IV – Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do
processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I e IV.
e) I, III e IV.
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I – Certo. As prestações sucessivas da obrigação consideram-se um pedido implícito. É a


regra literal do art. 323 do CPC.
II – Errado. O item excluiu outra hipótese existente para a admissibilidade do pedido genérico:
“quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva
ser praticado pelo réu” (art. 324, § 1º, III, CPC).
III – Errado. Não é necessária conexão, muito menos continência, para a cumulação. É a regra
do art. 327: “É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários
pedidos, ainda que entre eles não haja conexão”.
IV – Certo. É a regra literal do art. 328 do CPC.
Letra d.

013. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Manoel oferece no quinto dia contestação em


uma ação de cobrança contra ele proposta. Posteriormente, ainda dentro dos quinze dias
para defesa, apresenta petição complementando suas razões, com argumentos outros que
havia esquecido de exteriorizar. Essa conduta
a) não é possível, tendo ocorrido preclusão consumativa.
b) é possível por se ainda estar no prazo de defesa, não tendo ocorrido preclusão temporal.
c) não é possível, tendo ocorrido preclusão-sanção ou punitiva.
d) é possível pelo direito da parte ao contraditório amplo, não sujeito à preclusão.
e) não é possível, tendo ocorrido preclusão lógica.

Somente uma contestação é que pode ser apresentada pelo réu, e nela deve ser alegada
toda a matéria de defesa, expondo-se as razões de fato e de direito com que se impugna o
pedido do autor e especificando-se as provas que se pretende produzir (art. 336). Depois
de apresentada uma contestação, toda e qualquer matéria de defesa não alegada ficará
acobertada pela preclusão consumativa. É consumativa a preclusão quando causada
pela já realização de um ato, que não pode ser repetido; nesses casos, a repetição do ato
é preclusa, pois a prática do ato já está consumada.
Letra a.

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014. (FCC/PGE-TO/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Em relação à reconvenção, está


correto afirmar:
a) É lícito ao réu propor reconvenção na contestação ou por petição autônoma, para
manifestar pretensão própria, conexa ou não com a ação principal ou com o fundamento
da causa.
b) O réu só pode propor reconvenção de forma condicionada ao oferecimento de contestação
ao pedido inicial.
c) Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito
em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também
na qualidade de substituto processual.
d) A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu
mérito obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção, haja vista seu caráter
de subordinação ao pedido principal.
e) A reconvenção pode ser proposta pelo réu, defeso porém o litisconsórcio com terceiro.

a) Errada. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o
fundamento da defesa (art. 343, caput, CPC).
b) Errada. Conforme o § 6º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser apresentada
isoladamente, mesmo sem contestação.
c) Certa. É a regra literal do § 5º do art. 343 do CPC.
d) Errada. Conforme o § 2º do art. 343 do CPC, não há relação de dependência entre a
reconvenção e a ação principal. Logo, eventual extinção sem mérito da ação principal em
nada interferirá quanto ao prosseguimento da reconvenção.
e) Errada. Conforme o § 4º, é possível que o réu ofereça reconvenção em litisconsórcio com
terceiro.
Letra c.

015. (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LEGISLATIVO/2018)


Em relação à reconvenção,
a) a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito
obsta o prosseguimento do processo quanto à reconvenção, por seu caráter acessório.
b) proposta a reconvenção, o autor será citado, pessoalmente, por via postal, para apresentar
resposta no prazo de quinze dias.
c) se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito
em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também
na qualidade de substituto processual.
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d) a reconvenção pode ser proposta somente contra o autor, sendo também possível seu
ajuizamento pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
e) a reconvenção só pode ser proposta pelo réu se oferecida por ele contestação
simultaneamente, na mesma peça de defesa.

a) Errada. Conforme o § 2º do art. 343 do CPC, não há relação de dependência entre a


reconvenção e a ação principal. Logo, eventual extinção sem mérito da ação principal em
nada interferirá quanto ao prosseguimento da reconvenção.
b) Errada. No processo civil, certamente a parte estará assistida por advogado, e a intimação
para resposta à reconvenção deverá ocorrer na pessoa do advogado (art. 343, § 1º, CPC).
c) Certa. É a regra literal do § 5º do art. 343 do CPC.
d) Errada. De acordo com o § 3º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser proposta contra
o autor e terceiro. A parte final está correta (§ 4º).
e) Errada. O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação
(§ 6º do art. 343 do CPC).
Letra c.

016. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2019) Rodolfo ajuizou ação contra Felipe,


versando o litígio sobre direito indisponível. Devidamente citado, o réu não ofereceu
contestação no prazo legal, tornando-se revel. Nesse caso, a revelia
a) impõe que o pedido seja julgado procedente.
b) torna precluso o direito de produzir provas.
c) veda a interposição de recurso contra a sentença.
d) impede o réu de intervir no processo, salvo na fase de cumprimento de sentença.
e) não enseja a presunção da veracidade das alegações de fato formuladas pelo autor.

A questão cobrou diretamente a regra do art. 345, inciso II do CPC: “A revelia não produz o
efeito mencionado no art. 344 se (...) o litígio versar sobre direitos indisponíveis”. As demais
alternativas foram inventadas pelo examinador.
Letra e.

017. (FCC/TRF/3ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/2019) Segundo o Código


de Processo Civil, é possível estabelecer calendário para a prática dos atos processuais,
quando for o caso. Esse calendário será fixado de comum acordo entre
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a) as partes, independentemente da concordância do juiz, que ficará obrigado a observar


os prazos e datas nele estabelecidos, inclusive no tocante à realização das audiências ou
outros atos que demandem a sua presidência.
b) as partes, independentemente da concordância do juiz, que ficará obrigado a observar
os prazos e datas nele estabelecidos, exceto no tocante à realização das audiências ou
outros atos que demandem a sua presidência, os quais serão designados conforme a
disponibilidade da pauta.
c) as partes e o juiz, que ficará obrigado a observar os prazos nele estabelecidos, inclusive para
a prolação das decisões, os quais somente poderão ser modificados em casos excepcionais,
devidamente justificados.
d) as partes e o juiz, que ficará obrigado a observar os prazos nele estabelecidos, inclusive
para a prolação das decisões, salvo se inferiores àqueles dispostos em lei.
e) as partes e o juiz, que não poderá, em nenhuma hipótese, modificar os prazos nele
estabelecidos, salvo expressa concordância de todos os litigantes.

A questão limitou-se a envolver as regras do art. 191, caput e §§ 1º e 2º. A fixação de


calendário para os atos processuais é um negócio jurídico processual praticado entre as
partes e o juiz, vinculando todos eles, inclusive o juiz, e os prazos nele previstos somente
serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados (§ 1º).
Letra c.

018. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Os negócios processuais


a) típicos são, por exemplo, a eleição do foro, a desistência da ação após a apresentação de
resposta do réu, a distribuição convencional do ônus da prova e a calendarização do processo.
b) autorizam que as partes possam estabelecer consensualmente a proibição da intervenção
de terceiro na condição de amicus curiae e do Ministério Público na condição de fiscal da
ordem jurídica, a fim de assegurar a celeridade do processo.
c) somente são permitidos caso o direito material em discussão naquele processo seja
disponível, de maneira que são vedados quaisquer negócios processuais em processos que
tenham por objeto algum direito substancial indisponível.
d) dependem somente da vontade das partes envolvidas, de modo que se mostra desnecessária
a participação ou a homologação judicial das convenções processuais estabelecidas pela
livre manifestação das partes.
e) são um instituto novo no sistema processual civil brasileiro, inaugurado com o advento
do Código de Processo Civil de 2015, razão pela qual ainda pairam diversas controvérsias
na doutrina e jurisprudência a seu respeito.
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a) Certa. Esta alternativa enumera corretamente os negócios processuais típicos. São típicos
os negócios processuais que tenham alguma tipificação expressa dentro do CPC, e todos
os exemplos mencionados na letra “a” têm artigos correspondentes no CPC. Logo, eles são
típicos porque são tipificados em lei. Não são típicos os negócios processuais que, embora
lícitos, surjam diretamente da vontade das partes.
b) Errada. Trata-se do entendimento consolidado no Enunciado 254 do FPPC: “É inválida a
convenção para excluir a intervenção do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica”.
Também está neste sentido o Enunciado n. 392 do FPPC, que enuncia: As partes não podem
estabelecer, em convenção processual, a vedação da participação do amicus curiae.
c) Errada. O Enunciado n. 135 do FPPC apresenta que “a indisponibilidade do direito material
não impede, por si só, a celebração de negócio jurídico processual.”. Logo, o fato de o direito
material envolvido ser indisponível ou disponível não é relevante, por si só, para determinar
se é possível ou não o negócio jurídico processual.
d) Errada. O juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes
aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão
ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade (art. 190,
parágrafo único).
e) Errada. O CPC de 1973 também tinha previsão de alguns negócios jurídicos processuais,
ainda que de forma bem mais restrita. No diploma revogado, existiam as possibilidades
de convencionar sobre o ônus da prova, de suspender temporariamente o processo e de
adiar a audiência.
Letra a.

019. (FCC/DPE-RS/DEFENSOR PÚBLICO/2018) Em relação aos atos processuais e ao processo


eletrônico, é correto afirmar:
a) As partes podem estabelecer calendário para a prática dos atos processuais,
independentemente da participação do juiz, mas sua aplicação dependerá de posterior
homologação judicial.
b) Salvo quando aceito pela parte contrária, o documento redigido em língua estrangeira
somente poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para a língua
portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por
tradutor juramentado.
c) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia
distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer
juízo ou tribunal, independentemente de requerimento, não se aplicando tal regra, todavia,
aos processos eletrônicos.
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d) Nos processos eletrônicos, a juntada de petições ou de manifestações em geral será


realizada mediante ato de serventuário da justiça, que certificará o dia e a hora da prática
do ato.
e) O Código de Processo Civil consagra como regra que tramitam em segredo de justiça
os processos que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação,
união estável, filiação, alimentos, guarda e quaisquer outros que envolverem interesses
de incapazes.

a) Errada. Deverá o juiz participar da celebração desse negócio jurídico processual, valendo
essa participação como um efeito prático equivalente ao da homologação, embora o art.
191 não faça menção específica à necessidade de homologação.
b) Errada. Não é possível que a parte contrária aceite um documento escrito em língua
estrangeira. A observância do vernáculo é de interesse público (art. 192, caput e parágrafo
único).
c) Certa. É a regra do art. 229, caput e § 2º.
d) Errada. Nos processos eletrônicos, não há ato do servidor no tocante à juntada de atos
aos processos. A certificação mencionada na alternativa só é necessária quando o processo
tramitar em meio físico (art. 228, § 2º e art. 206 do CPC).
e) Errada. Nem todos os processos que envolvam incapazes devem tramitar sob segredo de
justiça. O rol do art. 189 não chega a abarcar todos os processos que envolvam interesses
de incapazes.
Letra c.

020. (FCC/TJ-MA/OFICIAL DE JUSTIÇA/2019) Em relação à forma, ao tempo e ao lugar dos


atos processuais, considere:
I – Em regra, os atos e os termos processuais dependem de forma determinada, salvo quando
a lei não a exigir, considerando-se válidos os atos realizados com essa obediência formal.
II – Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades
da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais,
antes ou durante o processo.
III – Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade
produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais,
inclusive no tocante à desistência da ação.
IV – Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos
e os dias em que não haja expediente forense.
V – Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente,
em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de
obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
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Está correto o que consta APENAS em


a) II, IV e V.
b) II, III e V.
c) I, III e IV.
d) I, II e III.
e) III, IV e V.

I – Errado. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo


quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro
modo, lhe preencham a finalidade essencial (art. 188 do CPC).
II – Certo. Trata-se da regra literal do art. 190 do CPC.
III – Errado. A desistência da ação depende de homologação judicial, e não ocorre de imediato
(art. 200, parágrafo único).
IV – Certo. Trata-se da regra literal do art. 216 do CPC.
V – Certo. Trata-se da regra literal do art. 217 do CPC.
Letra a.

021. (FCC/DPE-BA/DEFENSOR PÚBLICO/2021) A respeito do processo de execução, avalie


as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:
I – No curso do processo de execução, o exequente pode desistir a qualquer momento,
independentemente de anuência do executado, ainda que pendentes embargos de execução.
PORQUE
II – Com a extinção da execução, haverá perda do objeto em relação aos embargos de
execução. A respeito dessas asserções:
a) As asserções I e II são proposições falsas.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.
e) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.

I – Certo. O art. 775 do CPC não condiciona a desistência da execução à concordância do


executado. O que se vê em tal dispositivo é que, se os embargos à execução versarem sobre
questões de direito material, mesmo que a execução principal seja extinta, os embargos à
execução que versarem sobre questões materiais poderão ser julgados, uma vez que têm
natureza de ação autônoma no processo civil.

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II – Errado. Como se vê no próprio art. 775 do CPC, há situações em que, mesmo sendo a
execução extinta, os embargos à execução continuarão a ser processados. É na hipótese
do inciso II do parágrafo único: embargos sobre questões de direito material.
Letra c.

022. (FCC/AL-AP/ADVOGADO LEGISLATIVO/PROCURADOR/2020) No que se refere aos


embargos à execução, a legislação vigente estabelece que:
a) se a eles for concedido efeito suspensivo, isto não obstará a efetivação dos atos de
substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação de bens.
b) se destinam a desconstituir a sentença que formou título para seu cumprimento.
c) dependem de garantia real ou fidejussória ao juízo para serem opostos.
d) permitem o parcelamento do débito, em até seis vezes, sem prejuízo da discussão sobre
sua existência.
e) terão efeito suspensivo como regra geral, pela possibilidade de dano grave e irreparável
futuro ao devedor.

a) Certa. A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição,
de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens (art. 919, § 5º).
b) Errada. A desconstituição da sentença deve ser perseguida mediante ação rescisória. Os
embargos à execução são uma ação autônoma do executado em face do exequente, como
tipo de defesa em face da execução.
c) Errada. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se
opor à execução por meio de embargos (art. 914, caput).
d) Errada. A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito
de opor embargos (art. 916, § 6º).
e) Errada. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo (art. 919: regra geral).
Letra a.

023. (FCC/DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO MARANHÃO/DEFENSOR PÚBLICO/2018/


Q1027920) Paulo e Roberto são demandados em uma ação de execução de título extrajudicial.
Paulo, foi citado em 5 de novembro, e Roberto foi citado no dia 09 do mesmo mês. Paulo,
sem que tenha assegurado o juízo, apresentou embargos à execução, alegando somente
excesso de execução. Nesse caso, o início do prazo para os embargos é contado
a) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo serão
liminarmente rejeitados caso ele não tenha apresentado na petição o valor que entende
correto e o demonstrativo discriminado e atualizado do seu cálculo.
b) separadamente para os executados, a partir da juntada do respectivo comprovante de
citação; os embargos de Paulo serão liminarmente rejeitados em razão de não ter assegurado
o juízo.
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c) separadamente para os executados, a partir da juntada do respectivo comprovante de


citação; os embargos de Paulo serão liminarmente rejeitados caso ele não tenha apresentado
na petição o valor que entende correto e o demonstrativo discriminado e atualizado do
seu cálculo.
d) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo serão
liminarmente rejeitados em razão de não ter assegurado o juízo.
e) a partir da juntada do último comprovante de citação; os embargos de Paulo devem
ser conhecidos apesar de não ter assegurado o juízo ou apresentado na petição o valor
que entende correto e o demonstrativo discriminado e atualizado do seu cálculo, pois tais
requisitos não são exigidos por lei.

Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a
partir da juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de
companheiros, quando será contado a partir da juntada do último (art. 915, § 1º). Como os
dois executados não são cônjuges nem companheiros, o prazo para cada um será contado
separadamente. Ademais, conforme o art. 917, § 4º, inciso I, “Não apontado o valor correto
ou não apresentado o demonstrativo, os embargos à execução serão liminarmente rejeitados,
sem resolução de mérito, se o excesso de execução for o seu único fundamento”.
Letra c.

024. (FCC/TRF/5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Anderson ajuizou


ação de execução de título extrajudicial contra Paulo e seu irmão Renato, que foram
regularmente citados pelo correio, sendo que o Aviso de Recebimento − A.R. da carta de
citação entregue a Paulo foi juntado aos autos no dia 02/08/2017 e o A.R. da carta de
citação entregue a Renato foi juntado aos autos em 08/08/2017. Nesse caso, considerando
que os executados são representados por advogados distintos, o prazo para Paulo opor
embargos à execução
a) será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data da juntada aos autos do
aviso de recebimento da sua própria carta de citação.
b) não será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data da juntada aos autos
do aviso de recebimento da sua própria carta de citação.
c) será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data da juntada aos autos do
aviso de recebimento da carta de citação de Renato.
d) não será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data da juntada aos autos
do aviso de recebimento da carta de citação de Renato.
e) será contado em dobro, considerando-se dia do começo a data em que recebida a
carta de citação, independentemente da data da juntada aos autos do respectivo aviso de
recebimento.
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Dispõe o art. 915, § 3º que “em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à execução,
não se aplica o disposto no art. 229.”. E o art. 229 versa sobre o prazo em dobro em caso
de litisconsórcio com procuradores distintos em processos físicos, o qual não se aplica
aos embargos à execução. Ademais, confira a regra do art. 915, § 1º: “Quando houver mais
de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do
respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando
será contado a partir da juntada do último”.
Letra b.

025. (FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Fernando é empresário com pessoa jurídica


regularmente constituída como “Fernando Comércio EIRELI”. Todavia, em sua atividade
como pessoa física, acabou por contrair inúmeras dívidas com diversos credores. Ciente de
que seu patrimônio estava em risco, transferiu diversos bens de seu patrimônio particular
para sua empresa, o que viria a inviabilizar eventual execução das dívidas. Aos credores,
nessas circunstâncias,
a) não assiste o direito de alcançar os bens da empresa, em razão do princípio da autonomia
patrimonial da pessoa jurídica em relação à pessoa do sócio.
b) é possível executar indistintamente o patrimônio da empresa ou do empresário, uma
vez que se trata de Empresa Individual, em que não há autonomia entre o patrimônio da
empresa e do empresário individual.
c) somente poderão alcançar os bens da empresa caso demonstrem que a transferência
dos bens se deu mediante fraude contra credores.
d) caberá pedir a desconsideração da personalidade jurídica.
e) caberá pedir a desconsideração inversa da personalidade jurídica.

Como o sujeito executado é pessoa física, e a pretensão dos credores é de executar a


pessoa jurídica à qual o devedor transferiu seus bens, a forma de intervenção de terceiros
a ser requerida é a desconsideração da personalidade jurídica, mas na modalidade inversa
(art. 133, § 2º, CPC). Afinal, na modalidade comum (direta), o IDPJ direciona-se a atingir o
patrimônio dos sócios da pessoa jurídica, e, no caso em análise, a pretensão dos credores
é no sentido contrário.
Letra e.

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026. (FCC/TRF/3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2019) Renato ajuizou


ação de cobrança contra ZWXY Construções Ltda., requerendo, na própria petição inicial,
a desconsideração da sua personalidade jurídica, com a demonstração preliminar do
preenchimento dos pressupostos legais específicos. Nesse caso, de acordo com o Código
de Processo Civil,
a) deverá ser determinada a instauração do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, com a suspensão do processo.
b) deverá ser determinada a instauração do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, sem a suspensão do processo.
c) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica,
mas o processo deverá permanecer suspenso até a decisão desse requerimento.
d) dispensa-se a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica e
o processo não será suspenso.
e) o requerimento deverá ser liminarmente rejeitado, pois o incidente de desconsideração
da personalidade jurídica só pode ser instaurado na fase de cumprimento de sentença.

A questão cobrou diretamente a regra do art. 134, §§ 2º e 3º do CPC: “Dispensa-se a


instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida
na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.”. Requerida a
desconsideração na petição inicial, não será instaurado o incidente. Logo, não haverá que
se falar em suspensão do processo (art. 134, § 3º, CPC).
Letra d.

027. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) É cabível denunciação da lide


a) dos fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles.
b) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam.
c) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu.
d) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica.
e) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas.

a) Errada. Tal hipótese é de chamamento ao processo (art. 130, II, CPC).


b) Certa. É a hipótese de denunciação da lide do art. 125, I, CPC.
c) Errada. É uma hipótese de oposição (art. 682 do CPC), fora do capítulo da intervenção
de terceiros.
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d) Errada. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica é uma forma autônoma


de intervenção de terceiros (art. 133 a 137 do CPC).
e) Errada. O amicus curiae, a partir do CPC de 2015, é sujeito a regulamentação própria e
autônoma (art. 138 do CPC).
Letra b.

028. (FCC/MPE-PE/TÉCNICO MINISTERIAL/ADMINISTRATIVA/2018) A parte que incorrer em


litigância de má-fé será condenada pelo juiz ao pagamento de multa
a) correspondente a 1% do valor corrigido da causa, podendo ser fixada em até 100 vezes
o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou inestimável.
b) que não poderá ser superior a 1% do valor corrigido da causa, podendo ser fixada em
até 10 vezes o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou inestimável.
c) que não poderá ser superior a 1% do valor corrigido da causa, podendo ser fixada em até
100 vezes o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou inestimável.
d) que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, podendo ser
fixada em até 10 vezes o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou
inestimável.
e) que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, podendo ser
fixada em até 100 vezes o valor do salário-mínimo quando o valor da causa for irrisório ou
inestimável.

Conforme o art. 81, caput, o valor da multa por litigância de má-fé deve ser superior a
1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa. Quando o valor da causa for irrisório ou
inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo (§ 2º).
Letra d.

029. (FCC/PGE-AP/PROCURADOR DO ESTADO/2018) O advogado José de Oliveira ajuíza ação


sem procuração outorgada pelo autor, alegando urgência na tutela postulada, reintegratória
na posse de imóvel. Essa conduta é
a) vedada, no caso, pois a ação reintegratória dependerá necessariamente de audiência
prévia de justificação, não podendo, pois, ser considerada urgente.
b) vedada, pois só se permite o ingresso em juízo sem procuração para evitar preclusão,
decadência ou prescrição do direito do autor.
c) permitida, mas José de Oliveira deverá prestar caução nos autos, em nome do autor, e
exibir a procuração nos autos no prazo improrrogável de vinte dias.

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d) permitida, mas José de Oliveira deverá, independentemente de caução, exibir a procuração


no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz.
e) vedada, pois a procuração é requisito indispensável ao ajuizamento da demanda, o que
não comporta exceções.

Em se tratando de ato urgente (art. 104, caput, CPC), o advogado poderá postular a medida
sem procuração, mas deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo
de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz (§ 1º).
Letra d.

030. (FCC/TRT/2ª REGIÃO/SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Sobre as partes


e os procuradores, quanto às despesas, honorários advocatícios e multas, nos termos
preconizados pelo Código de Processo Civil, é correto afirmar:
a) Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente
a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade.
b) Na sentença, havendo sucumbência recíproca, o magistrado deverá compensar os
honorários advocatícios entre os procuradores das partes litigantes, determinando, ainda,
o rateio das custas e despesas processuais.
c) Fixados os honorários advocatícios em quantia certa pelo Magistrado na sentença, os
juros moratórios incidirão a partir da data da publicação da sentença.
d) Se um estrangeiro, sem possuir bens imóveis no Brasil, for réu em uma ação indenizatória
e apresentar reconvenção no prazo legal, deverá prestar caução suficiente ao pagamento
das custas e dos honorários de advogado da parte contrária.
e) Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não
poderão ser cobrados em execução ou em ação autônoma.

a) Certa. Trata-se da regra literal do art. 90, § 4º, do CPC.


b) Errada. É proibida a compensação entre honorários de advogados distintos em caso de
sucumbência parcial, conforme o art. 85, § 14º, do CPC.
c) Errada. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros moratórios
incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão (art. 85, § 16º, CPC).
d) Errada. Em caso de reconvenção, tal caução é dispensada (art. 83, § 1º, III, CPC), e não
faz nenhuma diferença se o autor da ação é brasileiro ou estrangeiro (caput).
e) Errada. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários
ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança (art. 85, § 18º).
Letra a.

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031. (FCC/TRF/4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR


FEDERAL/2019) De acordo com o Código de Processo Civil, a gratuidade da justiça
a) não pode ser deferida a empresas, em nenhuma hipótese.
b) não compreende o custo com a elaboração de memória de cálculo, mesmo quando exigida
para instauração da execução, por tratar-se de incumbência dos advogados das partes.
c) isenta seu beneficiário de pagar quaisquer multas processuais que lhe sejam impostas.
d) poderá ser concedida em relação a apenas algum ou a todos os atos processuais, ou
consistir na redução percentual de despesas processuais.
e) não é cabível em mandado de segurança.

a) Errada. O art. 98 prevê expressamente a possibilidade de concessão da gratuidade a


pessoas jurídicas, não fazendo distinção entre pessoas jurídicas com ou sem fins lucrativos.
b) Errada. O art. 98, § 1º, inciso VII acoberta o custo com a elaboração de memória de cálculo,
quando exigida para instauração da execução.
c) Errada. O beneficiário da gratuidade deve, sim, pagar as multas processuais que lhe sejam
impostas (art. 98, § 4º, CPC).
d) Certa. Trata-se da regra literal do art. 98, § 5º, CPC.
e) Errada. Não existe nenhuma proibição legal de gratuidade de justiça em mandados de
segurança.
Letra d.

032. (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/PROCURADOR LEGISLATIVO/2018)


Em relação à função jurisdicional, é correto afirmar:
a) Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, em nenhuma hipótese.
b) A possibilidade jurídica da ação é uma das condições preliminares a serem observadas
no atual CPC por ocasião da prestação jurisdicional, até mesmo de ofício.
c) É admissível a ação meramente declaratória, salvo se houver ocorrido a violação do direito.
d) A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a
que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas,
ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais
em vigor no Brasil.
e) Compete à autoridade judiciária brasileira, em qualquer hipótese, o processamento e
o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em
contrato internacional, por sua ineficácia.
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a) Errada. Conforme o art. 18, caput, “Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome
próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.”. Portanto, há possibilidade
de exceções no sentido de que o pleito de direito alheio em nome próprio será possível.
b) Errada. Conforme o art. 17, “Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.”.
A possibilidade jurídica do pedido não é mais uma condição da ação, no Novo CPC.
c) Errada. Conforme o art. 20, “É admissível a ação meramente declaratória, ainda que
tenha ocorrido a violação do direito.”.
d) Certa. Trata-se da correta regra literal do art. 24, caput, do CPC.
e) Errada. Conforme o art. 25, caput, do CPC, “Não compete à autoridade judiciária brasileira
o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.”.
Letra d.

033. (FCC/SEFAZ-SC/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/GESTÃO TRIBUTÁRIA/2018)


A ação meramente declaratória
a) não é admissível, pela falta de conteúdo condenatório na sentença a ser proferida.
b) é admissível, salvo se houver ocorrido a violação do direito.
c) não é admissível, pela falta de conteúdo mandamental na sentença a ser proferida.
d) é admissível, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
e) poderá ou não ser admissível, se a sentença a ser proferida não possuir efeitos patrimoniais
nem definir a existência ou a inexistência de uma relação jurídica.

O art. 20 dispõe que “é admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido
a violação do direito.”.
Letra d.

034. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) A tutela da evidência


a) em nenhuma hipótese admite concessão de liminar judicial.
b) depende de demonstração de perigo de dano iminente.
c) depende de demonstração de risco ao resultado útil do processo.
d) não pode ser concedida se dependente de prova documental dos fatos constitutivos
do direito do autor, ainda que o réu não oponha objeção capaz de gerar dúvida razoável.
e) será concedida, entre outras hipóteses, se se tratar de pedido reipersecutório fundado
em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.
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a) Errada. De acordo com o art. 311, parágrafo único, as hipóteses de tutela de evidência dos
incisos II e III do art. 311 podem ser decididas liminarmente; nas demais, a decisão liminar
será impossível, devendo o juiz viabilizar o exercício do contraditório prévio.
b) Errada. A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida.
c) Errada. Vide comentário à Letra b.
d) Errada. Se o réu não opuser objeção capaz de gerar dúvida razoável, nesta situação, será
cabível a tutela de evidência (art. 311, inciso IV, CPC).
e) Certa. É a hipótese expressa de cabimento do art. 311, inciso III.
Letra e.

035. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) A tutela provisória


a) se suspenso o processo, como regra perde ela sua eficácia durante o período respectivo.
b) de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro,
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.
c) conserva sua eficácia na pendência do processo, só podendo ser revogada ou modificada
por ocasião do saneamento processual ou da sentença.
d) se requerida em caráter incidental, depende do pagamento de custas processuais.
e) de urgência só poderá ser concedida em caráter antecedente, pois a urgência precede,
quanto aos fatos, o pedido inicial de antecipação tutelar.

a) Errada. A suspensão do processo, em regra, não prejudica a eficácia da tutela provisória


concedida (art. 296, parágrafo único, CPC).
b) Certa. É a regra literal do art. 301 do CPC.
c) Errada. A tutela provisória pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo (art.
296, caput, CPC).
d) Errada. Conforme o art. 295, “a tutela provisória requerida em caráter incidental independe
do pagamento de custas.”.
e) Errada. A tutela provisória de urgência pode ser concedida tanto em caráter antecedente
como incidental.
Letra b.

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036. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) Quanto aos prazos,


a) sendo a lei omissa, o prazo para a parte praticar o ato processual será sempre o de dez
dias.
b) a parte pode renunciar àqueles estabelecidos exclusivamente em seu favor, desde que
o faça de maneira expressa.
c) quando contados em dias, estabelecidos legal ou judicialmente, computar-se-ão os dias
corridos.
d) se processuais, interrompem-se nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de
janeiro, inclusive.
e) será considerado intempestivo o ato praticado antes de seu termo inicial, por ainda não
existir, processualmente.

a) Errada. Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade
do ato (art. 218, § 1º). Ademais, “Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz,
será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte” (art. 218,
§ 3º).
b) Certa. Trata-se da regra literal do art. 225 do CPC.
c) Errada. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão
somente os dias úteis (art. 219, caput, CPC).
d) Errada. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20
de dezembro e 20 de janeiro, inclusive (art. 220, caput). Suspensão é bem diferente de
interrupção, como tratado nas aulas do curso.
e) Errada. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo
(art. 218, § 4º).
Letra b.

037. (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Em relação aos prazos no


atual CPC, é correto afirmar:
a) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia
distintos ou não, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em
qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
b) Será considerado intempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo, por não
ter ainda existência jurídica.
c) Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual,
desde que haja declaração judicial nesse sentido, podendo a parte, porém, provar justa
causa para sua não realização.
d) A parte poderá renunciar tácita ou expressamente ao prazo, desde que estabelecido
exclusivamente em seu favor.
e) Ao juiz é defeso reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes.
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a) Errada. Devem os escritórios de advocacia ser distintos para a dobra do prazo (art. 229
do CPC).
b) Errada. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo
(art. 218, § 4º).
c) Errada. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual,
independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar
que não o realizou por justa causa (art. 223).
d) Errada. parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor,
desde que o faça de maneira expressa (art. 225 do CPC).
e) Certa. É a regra literal do art. 222, § 1º do CPC.
Letra e.

038. (FCC/DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO/DEFENSOR PÚBLICO/2019)


O Superior Tribunal de Justiça reconhece a multiplicidade de recursos questionando a
aplicação de um determinado índice de correção incidente sobre uma espécie de negócio
jurídico. De acordo com a sistemática de recursos especiais repetitivos,
a) a decisão que determina o sobrestamento dos processos em que se discuta o tema
objeto de recursos especiais repetitivos somente alcança os processos individuais, mas
não tem o efeito de suspender o andamento de processos coletivos, diante do interesse
público subjacente.
b) o relator poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de
justiça ou dos tribunais regionais federais a remessa de um recurso representativo da
controvérsia e, caso constate que os recursos contêm outras questões além daquela que
é objeto da afetação, decidirá primeiramente as demais questões antes de decidir sobre
a questão repetitiva.
c) a decisão que determina a devolução para o Tribunal de origem, para o juízo de retratação
ou conformação, a fim de aguardar-se o julgamento de matéria submetida ao rito dos
recursos repetitivos, tem sido entendida pelo Superior Tribunal de Justiça como irrecorrível.
d) a decisão de afetação deverá indicar com precisão a questão que será submetida a
julgamento e determinará o sobrestamento de todos os demais recursos sobre o tema
em todo o território nacional, mas não obstará o prosseguimento dos processos nos graus
inferiores de jurisdição.
e) a parte que tenha o seu recurso especial suspenso na origem, caso demonstre distinção
entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou
extraordinário afetado, deverá requerer o prosseguimento do seu recurso ao relator, no
tribunal superior.
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a) Errada. O sobrestamento alcança tanto os processos individuais como os coletivos (art.


1.037, inciso II).
b) Errada. É o contrário: primeiramente será decidida a questão repetitiva, e, depois, as
demais questões (art. 1.037, § 7º).
c) Certa. Confira a seguinte jurisprudência:

JURISPRUDÊNCIA
É firme o entendimento, no âmbito desta Corte de Justiça, de que é irrecorrível a decisão
que determina a devolução dos autos ao Tribunal de origem, a fim de aguardar-se o
julgamento de matéria submetida ao rito dos recursos repetitivos ou da repercussão
geral (AgInt no AgInt no REsp 1423253/SC, DJe 19/12/2018).

d) Errada. Será suspenso o processamento de todos os processos pendentes, individuais ou


coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional (art. 1.037, inciso II).
e) Errada. Tal requerimento deve ser dirigido ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado
recurso especial ou recurso extraordinário no tribunal de origem (art. 1.037, § 10º, inciso III).
Letra c.

039. (FCC/TRT/20ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA ESPECIALIDADE OFICIAL


DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2016) Na execução por quantia certa,
a) a expropriação consistirá em adjudicação e alienação, bem como apropriação de frutos
e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
b) antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode remir a execução, pagando
ou consignando a importância histórica da dívida, sem acréscimo de juros ou honorários
advocatícios.
c) o executado será citado para pagar a dívida no prazo de quinze dias, contado da citação
ou da juntada do último mandado aos autos, em caso de mais de um executado, sob pena
de multa de 10% sobre o valor da execução.
d) ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, independentemente da oposição de embargos,
honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor da causa, a serem pagos pelo
executado, os quais são reduzidos à metade em caso de pagamento espontâneo da dívida.
e) se o oficial não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para
garantir a execução, os quais serão convertidos em penhora, dispensando-se a citação do
devedor.

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a) Certa. Trata-se da regra literal do art. 825 (caput e incisos, na sequência).


b) Errada. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo,
remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida
de juros, custas e honorários advocatícios (art. 826).
c) Errada. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado
da citação (art. 829). Na execução autônoma, não existem os astreintes (multa) de 10%
como no cumprimento de sentença.
d) Errada. O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados
os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao
final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado
do exequente (art. 827, § 2º).
e) Errada. Deverá haver citação do devedor, conforme o art. 830, § 1º, que dispõe:

Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado
2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora
certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.

Letra a.

040. (FCC/TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


JUDICIÁRIA/2018) Em relação à execução por quantia certa,
a) o exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com
identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis,
de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
b) ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de 15%, a serem
pagos pelo executado, reduzindo-se esse valor a 5% em caso de pagamento integral no
prazo de três dias.
c) o executado será intimado para pagar a dívida em três dias, ou nomear bens suficientes
à satisfação do crédito.
d) se o oficial de justiça não encontrar o executado, devolverá o mandado em cartório, que
intimará o exequente para indicar bens à penhora.
e) no prazo para oferecimento de embargos à execução, impreterivelmente, poderá o
executado remir a execução pagando o débito com os encargos e acréscimos legais.
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a) Certa. Trata-se da regra literal do art. 828.


b) Errada. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por
cento, a serem pagos pelo executado. No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três)
dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade (art. 827, caput e § 1º).
c) Errada. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contado da
citação (art. 829). Não há obrigação do executado de indicar bens à penhora neste prazo.
d) Errada. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens
quantos bastem para garantir a execução (art. 830).
e) Errada. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo,
remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida, acrescida
de juros, custas e honorários advocatícios (art. 826).
Letra a.

041. (FCC/TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO- ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA


OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2018) Na execução por quantia certa, nos termos
preconizados pelo Código de Processo Civil, é correto afirmar:
a) São impenhoráveis bens considerados inalienáveis, bem como os frutos e os rendimentos
dos referidos bens, ainda que não existam outros bens passíveis de penhora.
b) Havendo pagamento integral da dívida pelo executado no prazo de até 5 dias após a
regular citação, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.
c) A penhora de bens do executado poderá ser levada a efeito ainda quando ficar evidente
que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento
das custas da execução.
d) Realizada a penhora on-line de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, consumada
a indisponibilidade dos ativos financeiros, o executado será intimado na pessoa do seu
advogado ou, não o tendo, pessoalmente, e terá o prazo de 5 dias para comprovar que as
quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis.
e) Havendo requerimento de adjudicação de bem imóvel penhorado do executado em
igualdade de ofertas, terá preferência o descendente, o cônjuge, o companheiro ou o
ascendente, nessa ordem.

a) Errada. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos
bens inalienáveis (art. 834). A primeira informação está correta: são impenhoráveis os bens
inalienáveis (art. 833, I).
b) Errada. No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários
advocatícios será reduzido pela metade (art. 827, § 1º).
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c) Errada. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução
dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução
(art. 836).
d) Certa. “Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que: I - as quantias
tornadas indisponíveis são impenhoráveis” (art. 854, § 3º, inciso I).
e) Errada. Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles, tendo
preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o descendente ou
o ascendente, nessa ordem (art. 876, § 6º).
Letra d.

042. (FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2018) A


respeito da execução de alimentos, é correto afirmar:
a) O débito alimentar que autoriza a decretação da prisão civil do alimentante é o que
compreende até as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo.
b) O cumprimento integral da prisão civil exime o executado do pagamento das prestações
que a ensejaram.
c) No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de
decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, de ofício ou a requerimento do exequente,
mandará intimar o executado pessoalmente para, em cinco dias, pagar o débito, provar
que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
d) Se o executado for funcionário público, não poderá o juiz, em nenhuma hipótese, atender
ao requerimento do exequente para que se realize o desconto em folha de pagamento da
importância da prestação alimentícia.
e) Cabe a impetração de habeas corpus contra a decisão que decreta a prisão civil do devedor
de alimentos por ausência de previsão legal de recurso para atacá-la.

a) Certa. Trata-se da regra literal do art. 528, § 7º do CPC.


b) Errada. O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações
vencidas e vincendas (art. 528, § 5º).
c) Errada. O prazo é de três dias (art. 528, caput).
d) Errada. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa
ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto
em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia (art. 912, caput).
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e) Errada. A jurisprudência predominante do STJ rejeita o habeas corpus contra a decisão


que ordena a prisão civil. Tal decisão, por ter natureza interlocutória, é impugnável por
agravo de instrumento, com fundamento no art. 1.015, parágrafo único, que dispõe:

Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de


liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo
de inventário.

Letra a.

043. (FCC/TJ-MS/JUIZ SUBSTITUTO/2020) Quanto aos princípios recursais,


a) o princípio da taxatividade recursal tem sido mitigado, admitindo-se a criação de recursos
não previstos expressamente em lei, desde que as partes criem tais recursos de comum
acordo, como negócio jurídico-processual.
b) pelo princípio da singularidade ou unirrecorribilidade afirma-se que só se admite uma
espécie recursal como meio de impugnação de cada decisão judicial, mostrando-se defeso
interpor sucessiva ou concomitantemente duas espécies recursais contra a mesma decisão.
c) o princípio da dialeticidade diz respeito ao elemento volitivo, ou seja, à vontade da parte
em recorrer, expressa na interposição do recurso correspondente à situação jurídica dos
autos.
d) o princípio da fungibilidade não foi previsto normativamente no atual ordenamento
jurídico processual, não mais se podendo receber um recurso por outro em situações de
pretensa dúvida.
e) o princípio da reformatio in pejus, ou seja, reforma para piorar a situação de quem recorre,
não foi admitido em nenhuma hipótese no atual processo civil brasileiro.

a) Errada. É proibida a celebração de negócio jurídico processual (previsto no art. 190 do


CPC) para criar recursos, pois estes dizem respeito à organização judiciária, elemento de
ordem pública e inacessível à negociação bilateral. Inclusive, o Enunciado n. 20 do FPPC
apresenta que são inadmissíveis tais negociações para a criação de espécies recursais.
b) Certa. A questão é polêmica, pois, na verdade, existem hipóteses em que uma mesma
decisão é impugnável por mais de um recurso: como o acórdão de TJ/TRF, que é impugnável
ao mesmo tempo por recurso especial e recurso extraordinário, e as sentenças em geral,
que são impugnáveis sucessivamente por embargos de declaração e apelação. A banca
considerou a alternativa “b” correta porque o sentido do princípio da unirrecorribilidade é,
de fato, a impossibilidade de impugnação de uma decisão por mais de um recurso, embora
haja exceções no ordenamento jurídico.
c) Errada. A alternativa descreveu o princípio da voluntariedade.

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d) Errada. Há expressa previsão do princípio da fungibilidade no CPC, especificamente no


art. 1.024, § 3º:
O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser
este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no
prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências
do art. 1.021, § 1º.

e) Errada. A reforma da decisão em prejuízo do recorrente é admitida na hipótese do


efeito translativo: conhecimento de matérias de ordem pública, de ofício, em instância
recursal, como litispendência, coisa julgada, ausência de pressupostos processuais, ou
outras preliminares extintivas desfavoráveis ao recorrente.
Letra b.

044. (FCC/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2018) Quanto aos recursos,


a) a apelação terá, como regra, somente o efeito devolutivo.
b) dos despachos cabe o recurso de correição parcial; das decisões interlocutórias cabe
agravo de instrumento e das sentenças cabe apelação.
c) a renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte.
d) o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes,
desistir do recurso; a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão
geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários
ou especiais repetitivos.
e) o recurso adesivo fica de início subordinado ao recurso independente, mas se deste houver
desistência ou for considerado inadmissível subsistirá autonomamente, sendo conhecido
e julgado como recurso principal.

a) Errada. A apelação terá efeito suspensivo (regra geral – art. 1.012, caput).
b) Errada. Dos despachos não cabe recurso (art. 1.001).
c) Errada. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte (art. 999).
d) Certa. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso (art. 998, caput). Ademais, conforme o parágrafo único
do art. 998, “a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão
geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários
ou especiais repetitivos.”.
e) Errada. Veja o que dispõe o art. 997, § 2º:
O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas
regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição
legal diversa, observado, ainda, o seguinte: (...)
III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.

O recurso adesivo não subsiste autonomamente quando o recurso principal deixa de existir.
Letra d.

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045. (FCC/TRF/3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2019) Em ação de


obrigação de fazer movida pela União contra Francisco, o juiz proferiu sentença acolhendo
o pedido e deferindo, no mesmo ato, a antecipação dos efeitos da tutela, para que o réu
desse cumprimento à obrigação no prazo de dez dias, sob pena de multa diária. O réu então
interpôs, tempestivamente, embargos de declaração, arguindo omissão da sentença acerca
da ocorrência de prescrição, matéria que até então não fora suscitada no processo. Nesse
caso, os embargos declaratórios
a) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo fora
invocada pelas partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos suspende o prazo
para a interposição do recurso de apelação, bem como a eficácia da sentença embargada.
b) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo
fora invocada pelas partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos interrompe o
prazo para a interposição do recurso de apelação, mas não suspende a eficácia da sentença
embargada.
c) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício;
ademais, a mera interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do
recurso de apelação, mas não suspende a eficácia da sentença embargada.
d) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício;
ademais, a mera interposição dos embargos suspende o prazo para a interposição do recurso
de apelação, mas não a eficácia da sentença embargada.
e) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício;
ademais, a mera interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do
recurso de apelação, além de suspender a eficácia da sentença embargada.

Conforme o art. 1.026, “os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e
interrompem o prazo para a interposição de recurso”. Ademais, o art. 1.022, inciso II dispõe:

Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: (...)


II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento

Portanto, o fato de a questão da prescrição não ter sido ainda revolvida na ação não impede
que ela seja suscitada em embargos declaratórios, pois sobre a prescrição pode o juiz se
manifestar de ofício, em razão da revogação do art. 194 do Código Civil.
Letra c.

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Aula Essencial 80/20
Direito Processual Civil
Gustavo Deitos

046. (FCC/TRT/2ª REGIÃO/SP/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Considere a


seguinte situação hipotética:
No ano de 2015, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça julgou um importante
tema de direito privado em sede de recurso especial envolvendo contratos bancários.
Neste ano de 2018 houve alteração na composição da referida Turma, com a saída de três
dos cinco Ministros e a posse de três novos Ministros. No mês de Abril do corrente ano, a
mesma Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, quando do julgamento de outro
recurso especial, divergiu do julgamento anterior proferido no ano de 2015, quando da
análise da mesma questão de mérito envolvendo contratos bancários. Neste caso, nos
termos estabelecidos pelo Código de Processo Civil, a parte interessada poderá interpor
a) agravo regimental.
b) embargos de divergência.
c) embargos infringentes.
d) mandado de segurança.
e) reclamação.

É possível a oposição de embargos de divergência quando houver divergência entre acórdãos


da mesma turma: quando a composição da Turma tenha sofrido alteração em mais da metade
de seus membros (art. 1.043, § 3º). Houve alteração de mais da metade da composição da
Terceira Turma. Logo, são cabíveis embargos de divergência contra um acórdão da Terceira
Turma, com base em acórdão paradigma da mesma turma, quando proferido depois da
alteração de metade de seus membros.
Letra b.

047. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2021) Acerca dos recursos, considere:


I – A renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte.
II – O recurso interposto por um dos litisconsortes não aproveita aos demais.
III – Embora a apelação tenha efeito suspensivo, a sentença que confirma, concede ou
revoga tutela provisória começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação.
IV – A mera interposição de embargos de declaração não possui efeito suspensivo, mas, se
tempestiva, interrompe o prazo para a interposição de recurso.
De acordo com o Código de Processo Civil, está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e III.
c) I, III e IV.
d) I, II e IV.
e) I e II.
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos

I – Errado. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte (art.


999 do CPC).
II – Errado. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se
distintos ou opostos os seus interesses (art. 1.005, caput, CPC).
III – Certo. É a regra do art. 1.012, § 1º, V, do CPC.
IV – Errado. O art. 1.026, caput, do CPC esclarece: “Os embargos de declaração não possuem
efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso”.
Letra a.

048. (FCC/DPE-AM/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2019) Geraldo


ajuizou ação cumulando os pedidos de indenização por danos materiais e morais contra
prestador de um serviço, alegando que houve desconformidade da prestação em relação
ao pactuado. Após analisar a contestação apresentada pelo réu, o magistrado entendeu
que a irregularidade do serviço e a existência dos danos morais eram incontroversas, mas o
reconhecimento dos danos materiais alegados dependeria de produção de provas. Assim, o
juiz julgou parcialmente o mérito para julgar procedente o pedido de indenização por danos
morais, determinando, no mesmo ato, a intimação das partes para que especificassem as
provas que pretendiam produzir. Esse ato judicial consiste em
a) sentença de mérito, sujeito a recurso de apelação; caso não haja recurso tempestivo,
formar-se-á coisa julgada material.
b) julgamento antecipado parcial do mérito, sujeito a agravo de instrumento; caso não haja
recurso tempestivo, formar-se-á coisa julgada material.
c) julgamento antecipado parcial do mérito, e, por isso, não se sujeita a recurso imediato,
podendo ser impugnado por meio de preliminar de razões ou contrarrazões de apelação.
d) sentença sem resolução do mérito, sujeita a apelação; caso não haja recurso tempestivo,
formar-se-á coisa julgada meramente formal.
e) decisão interlocutória de tutela provisória antecipada, sujeita a recurso de agravo de
instrumento e, caso não haja recurso tempestivo, haverá a preclusão.

Como o juiz entendeu que parte do processo (danos morais) já lhe era incontroversa, a
decisão consiste em julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356, inciso I, CPC),
contra a qual cabe agravo de instrumento (art. 356, § 5º). Se o agravo não for interposto,
a parte incontroversa transitará em julgado, e sobre ela recairá o manto da coisa julgada,
que, neste caso, é material, por envolver o mérito do processo.
Letra b.

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