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ESSENCIAL
TJ BA
Direito Processual Civil
Livro Eletrônico
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Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer
outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
230411321421
GUSTAVO DEITOS
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Aula Essencial 80/20
Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
SUMÁRIO
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Direito Processual Civil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1. Resumo do Essencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.1. Competência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2. Jurisdição e Ação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.3. Atos Processuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.4. Sujeitos Processuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1.5. Tutelas Provisórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
1.6. Procedimento Comum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
1.7. Sentença e Coisa Julgada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
1.8. Recursos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
1.9. Intervenção de Terceiros e Litisconsórcio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
1.10. Processo de Execução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
2. Alterações Legislativas sobre o CPC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
2.1. Lei n. 14.133/2021 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
2.2. Lei n. 14.195/2021 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
2.3. Lei n. 14.341/2022 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
2.4. Lei n. 14.365/2022 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
3. Súmulas do STF e do STJ. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
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Aula Essencial 80/20
Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a). Neste material, apresentarei a Aula Essencial 80/20 da disciplina
de Direito Processual Civil, cujos tópicos do edital foram abordados nas aulas de nosso curso.
Afinal, qual seria a finalidade da Aula Essencial 80/20?
Esta aula, querido(a) aluno(a), destina-se a reunir, de forma resumida, os conteúdos
dos principais itens do edital, que denotem maior frequência de cobrança pela sua banca.
Nas aulas do curso, você tem a oportunidade de aprender cada conteúdo de forma
completa, com várias explicações, exemplos, janelas de atenção, observações e dicas. Nesta
Aula Essencial 80/20, você pode ler o resumo das principais dicas e as conclusões mais
importantes, de forma objetiva, relativas aos tópicos do edital selecionados conforme a
preferência da sua banca.
A maior utilidade deste material está em proporcionar uma rápida revisão quando a
data da prova se aproxima. Neste momento, o estudante normalmente não precisa, tanto,
aprofundar na teoria, e sim, muito mais, dar atenção a pontos objetivos que devam ser
fixados para que o conteúdo permaneça fresco e organizado em sua mente.
Por tal razão, este material não substitui a leitura das aulas do curso, nas quais se dá o
aprofundamento e o enfoque necessário a cada detalhe dos itens do edital. A utilidade deste
material alia-se com o conhecimento aprofundado já absorvido quando da leitura das aulas, com o
fim de refrescar sua memória e ajudá-lo(a) a fixar os pontos mais objetivos de cobrança em provas.
Ao final, serão apresentadas questões da banca examinadora do nosso concurso, a fim
de ajudá-lo a fixar pontos que mereçam atenção especial.
Cordialmente, torço para que as aulas que tivemos sejam de profunda valia para você e
sua prova, pois foram preparadas com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço,
que, para nós, é sagrado. Desejo o mesmo com relação a este material, que foi preparado
com o honesto propósito de reforçar seu conhecimento sobre a matéria acerca do máximo
de aspectos objetivos possíveis.
Reitero, no entanto, que a Aula Essencial, 80/20, apesar de ter sido elaborada com
vistas a acelerar seu processo de revisão dos principais tópicos das aulas, não substitui a
leitura das aulas completas, nas quais são explicados e aprofundados os dispositivos do
CPC e a teoria pertinente.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida.
Considero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da
produção e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto
à qualidade do material. Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do
curso, demonstrando seu grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é
importantíssimo para nós.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura deste material, por favor, envie-a a mim por
meio do Fórum de Dúvidas, e eu a responderei o mais rápido possível. Será um grande prazer
verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande respeito que você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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Direito Processual Civil
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Obs.: Todavia, tenha cuidado: com certeza, sua prova, apesar de trazer várias questões
dos temas abaixo, que provavelmente comporão o núcleo essencial e fundamental
de acertos necessários à aprovação, conterá questões de outros temas.
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Direito Processual Civil
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
Obs.: DIREITO PROCESSUAL CIVIL: Lei n. 13.105/2015 e suas alterações (Código de Processo
Civil). Normas processuais civis. A jurisdição. A Ação. Conceito, natureza, elementos e
características. Condições da ação. Classificação. Pressupostos processuais. Preclusão.
Sujeitos do processo. Capacidade processual e postulatória. Deveres das partes e
procuradores. Procuradores. Sucessão das partes e dos procuradores. Litisconsórcio.
Intervenção de terceiros. Poderes, deveres e responsabilidade do juiz. Ministério
Público. Advocacia Pública. Defensoria Pública. Atos processuais. Forma dos atos.
Tempo e lugar. Prazos. Comunicação dos atos processuais. Nulidades. Distribuição e
registro. Valor da causa. Tutela provisória. Tutela de urgência. Formação, suspensão
e extinção do processo. Processo de conhecimento e do cumprimento de sentença.
Procedimento comum. Petição inicial. Improcedência liminar do pedido. Contestação,
reconvenção e revelia. Providências preliminares e de saneamento. Julgamento
conforme o estado do processo. Provas. Sentença e coisa julgada. Cumprimento da
sentença. Cumprimento. Liquidação. Processos de execução. Processos nos tribunais
e meios de impugnação das decisões judiciais. Disposições finais e transitórias.
Mandado de segurança. Ação popular. Ação civil pública. Ação de improbidade
administrativa. Súmulas do STF e do STJ. Teoria Geral dos Recursos. Recursos em
espécie. Juizados Especiais Cíveis e Criminais - Lei n. 9.099/1995 e suas alterações.
Lei n. 13.140/2015 e suas alterações (dispõe sobre a mediação)
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Direito Processual Civil
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1. RESUMO DO ESSENCIAL
1.1. COMPETÊNCIA
No estudo dos limites da jurisdição nacional, constata-se a existência de dois tipos
de competência:
• 1) COMPETÊNCIA CONCORRENTE: Os órgãos judiciários brasileiros podem julgar a
ação, mas os órgãos estrangeiros também poderão. O Brasil é competente, sim,
para julgar uma demanda, mas é perfeitamente possível que as partes resolvam
submeter-se a julgamento de órgão judiciário estrangeiro, se assim preferirem,
observadas as regras de competência do outro país.
• 2) COMPETÊNCIA EXCLUSIVA: O Brasil, e somente o Brasil, poderá processar e julgar
uma demanda. Decisões proferidas no estrangeiro sobre os temas de competência
exclusiva dos órgãos judiciários brasileiros não terão validade, tampouco eficácia,
no Brasil.
Basicamente, você pode tomar em consideração o seguinte:
• 1) BENS IMÓVEIS situados no Brasil: a competência será exclusiva do Brasil
independentemente da espécie da ação ajuizada, seja uma ação possessória, ação
indenizatória, ação de nunciação de obra nova etc.
• 2) BENS MÓVEIS situados no Brasil: a competência será exclusiva do Brasil somente
quando a ação ajuizada envolver:
− Confirmação de testamento particular que envolva tais bens
− Inventário e partilha
− Partilha de bens em decorrência de divórcio, separação judicial ou dissolução de
união estável
Obs.: Em todas as hipóteses do item n. 2, não importa a nacionalidade das partes envolvidas
na ação.
DICA
Veja como, agora, ficou simples:
IMÓVEIS: sempre no Brasil
MÓVEIS: somente em hipóteses específicas (testamento
particular, inventário, divórcio etc.) será do Brasil a
competência exclusiva
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que
a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas
as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
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Se duas ações de iguais partes, pedidos e causas de pedir tramitarem ao mesmo tempo
em países diferentes (em razão de competência concorrente), o fenômeno da litispendência
será relevado, isto é, não produzirá a consequência da extinção. É como se a litispendência
não existisse neste caso.
DICA
Resumindo:
Ações idênticas ou conexas em países distintos: não ocorre
litispendência, reunião ou extinção em razão da identidade/
conexão.
Exceções: tratado internacional ou acordo bilateral, que
pode determinar o contrário; e homologação de sentença
estrangeira pelo STJ.
DICA
As competências absolutas NÃO podem ser modificadas
por interesse das partes.
As competências relativas, por sua vez, PODEM ser
modificadas, se as partes assim preferirem.
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ABSOLUTAS RELATIVAS
• Matéria • Lugar (território)
• Pessoa • Valor
• Função
Alegáveis em preliminar de contestação ou, a Alegáveis apenas em preliminar de contestação, sob pena
qualquer tempo, por simples petição de preclusão
Alegáveis em qualquer tempo e grau de Não alegada até a preliminar, ocorre PRORROGAÇÃO DE
jurisdição COMPETÊNCIA
DICA
NEGATIVO: separação
POSITIVO: reunião
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Sobre a competência para as ações de reparação de dano, cabe levar em conta o seguinte:
ACIDENTE ou DELITO
Exceções
Lugar do ato ou fato danoso
OU domicílio do autor
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CONTINÊNCIA
CONEXÃO
Identidade de partes e
Identidade de pedidos causa de pedir, mas
ou causa de pedir os pedidos de uma
ação abrangem os da
outra
INÉRCIA
A jurisdição não é aplicada aos casos concretos se os sujeitos interessados não provocarem
o Poder Judiciário para tanto. Em termos propriamente ditos, a jurisdição é inerte. O ato
de “dizer o direito”, por parte do Estado-juiz, só será praticado se os sujeitos interessados
no conflito solicitarem ao Estado-juiz que a lide seja resolvida.
SUBSTITUTIVIDADE
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Direito Processual Civil
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INDELEGABILIDADE
O Poder Judiciário não pode delegar – atribuir a outrem – a função jurisdicional (de
aplicar o direito ao caso concreto). Esta função é privativa dos órgãos do Poder Judiciário,
e a atribuição dessa função, de forma típica, a outros Poderes configuraria violação ao
princípio da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal).
Ademais, a atribuição da função jurisdicional a terceiros também poderia configurar
ofensa ao princípio do juiz natural.
A fim de evitar que o problema seja carregado por muito tempo, e com o propósito de
tirar do juiz o popular “poder da caneta”, as partes podem procurar formas extrajudiciais
de solução do problema, lançando mão de concessões recíprocas até que cada parte consiga
a parcela mais favorável para si, respeitando as limitações da outra parte. Desse propósito,
decorre o surgimento das ferramentas alternativas de resolução de conflitos, dentre as
quais figura a arbitragem.
DEFINITIVIDADE
O exercício da jurisdição, por parte do Poder Judiciário, tem a prerrogativa de tornar
definitivas as decisões por ele tomadas. Os atos jurisdicionais, depois do término das
possibilidades de impugnação, tornam-se imutáveis e definitivos, não podendo ser
rediscutidos em sede de processos administrativos e, ainda, processos judiciais, exceto nos
casos especiais legalmente justificáveis (como no caso de ação rescisória, ação anulatória
ou ação revisional, nas respectivas hipóteses de cabimento).
INAFASTABILIDADE
O exercício da atividade jurisdicional é inafastável. Não há objeto jurídico que seja imune
ao poder jurisdicional do Estado. A característica da inafastabilidade possui duas óticas:
1) A lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma ameaça ou lesão
a direito (art. 5º, inciso XXXV, da Constituição). Esta, inclusive, é uma parte da essência do
princípio do acesso à justiça.
2) O juiz não pode deixar de julgar um conflito alegando existência de lacuna no
ordenamento jurídico: ele deverá valer-se de alguma ferramenta de integração do direito
(fontes formais acessórias ou fontes não formais), como analogia e princípios gerais do
direito, para julgar o caso concreto posto à sua análise.
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IMPRORROGABILIDADE
Se a jurisdição for exercida por quem não a possui, ou por órgão judiciário incompetente
para exercê-la em certo caso, a jurisdição não será estendida ao sujeito que dela se valeu
irregularmente. A irregularidade permanecerá, mesmo que tenha se mantido por longo tempo.
A característica da improrrogabilidade comporta exceções.
IMPERATIVIDADE
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Direito Processual Civil
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INTERESSE LEGITIMIDADE
DICA
Quando inerente ao autor, toma-se o termo LEGITIMIDADE
ATIVA (do polo ativo – autor)
Se pertinente ao réu, usa-se o termo LEGITIMIDADE PASSIVA
(do polo passivo – réu)
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente
litisconsorcial.
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DICA
LEGITIMIDADE ORDINÁRIA – regra geral
LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA - exceção
LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA
LEGITIMIDADE ORDINÁRIA
(Substituição Processual)
Direito próprio em nome próprio Direito alheio em nome próprio
Regra geral Exceção
INTERESSE
LEGITIMIDADE PARA
PROCESSUAL
A CAUSA (AD
(INTERESSE DE
CAUSAM)
AGIR)
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Direito Processual Civil
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Os elementos identificadores da ação podem existir, até mesmo, quando a ação não
preencher todas as suas condições. Isso porque os elementos são inerentes à essência da
ação (estruturais da ação). São três:
• 1) Partes: autor e réu (ou requerente e requerido, como preferir), em se tratando
de jurisdição contenciosa, ou os meros interessados, em se tratando de jurisdição
voluntária.
• 2) Causa de pedir: existem a causa de pedir próxima e a causa de pedir remota.
− Causa de pedir próxima: é o fundamento jurídico que embasa o pedido. É o artigo
de lei, da Constituição, um princípio, um dispositivo de ato normativo etc.
− Causa de pedir remota: são os fatos narrados pelo autor na petição inicial. É o
acontecimento fático que levou o autor a ajuizar a ação.
• 3) Pedido: é a pretensão formulada pelo autor: condenar o réu a pagar ou fazer
alguma coisa, declarar a existência de uma relação jurídica etc.
ELEMENTOS
CONDIÇÕES
Partes
Interesse
Causa de pedir
Legitimidade
Pedido
AÇÃO DECLARATÓRIA
É aquela em que o autor, predominantemente, pede ao juiz uma decisão que declare a
existência, a inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica. É prevista nos arts. 19
e 20 do CPC:
AÇÃO CONSTITUTIVA
É destinada a criar (constituir), extinguir (desconstituir) ou produzir modificações
em relações jurídicas.
EXEMPLO
ações de divórcio (desconstituição da relação matrimonial).
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AÇÃO CONDENATÓRIA
A ação condenatória é a que mais representa o caráter litigante das ações judiciais.
Trata-se da espécie de ação que visa formar um título executivo judicial. Este título
possibilita que o réu seja obrigado a cumprir uma obrigação de pagar quantia, de entregar
coisa, de fazer ou de não fazer alguma coisa.
AÇÃO MANDAMENTAL
São as ações que permitem ao juiz, como meio de satisfação, emitir uma ordem e/
ou comando obrigatório ao réu, que deverá atendê-lo, sob pena de medidas indutivas e
coercitivas (imposição de multa, busca e apreensão, inscrição em órgãos de proteção ao
crédito etc.).
Ademais, as ações mandamentais caracterizam-se pelo envolvimento de comandos
judiciais que, se descumpridos, dão ensejo à configuração de crime de desobediência.
EXEMPLO
Mandado de segurança, Habeas data, ação fundada em obrigação de fazer ou não fazer.
DICA
Se o comando for cumprido pelo próprio devedor, sob
pressão do juiz, a ação será mandamental.
Quando o comando for cumprido como decorrência de atos
do próprio juiz (determinação de penhora, indisponibilidade
de bens, bloqueio de contas etc.), a ação será executória.
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INTERESSE PÚBLICO OU
SOCIAL
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O § 2º do art. 189 apresenta uma hipótese excepcional em que uma pessoa totalmente
estranha ao processo (terceiro) poderá ter acesso aos autos. Esse acesso, todavia, é
muito restrito:
1) O terceiro deverá demonstrar interesse jurídico no processo, isto é, que as decisões
do processo repercutam sobre os seus direitos e o modo de exercê-los.
2) O terceiro, com interesse jurídico, somente poderá ter acesso à parte dispositiva
da sentença.
Não terá acesso ao relatório nem aos fundamentos, mas tão somente ao dispositivo
da sentença.
DICA
Para lembrar:
O terceiro, para acessar autos em segredo de justiça, deverá:
Ter interesse jurídico + ter acesso somente ao dispositivo
da sentença.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da
causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou
durante o processo.
Querido(a) aluno(a), o art. 190 traz uma grande inovação ao direito processual brasileiro:
o amplo negócio jurídico processual, também chamado de negociação processual. Trata-
se de uma maneira de flexibilizar o procedimento do CPC, isto é, de modificar a ordem
da prática dos atos processuais, bem como de determinar quais atos processuais serão
praticados ou cuja prática deixará de acontecer.
De forma genérica, em forma de cláusula geral, o art. 190 permite que as partes
flexibilizem o procedimento para adaptar o processo aos pontos específicos da causa,
convencionando inclusive sobre ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, em
qualquer momento do processo, enquanto estiver tramitando.
É difícil, por enquanto, determinar quais seriam, especificamente, as disposições lícitas.
No entanto, é muito mais fácil verificar quais seriam as disposições ilícitas, ou seja, as que
não podem ser realizadas pelas partes, nem mesmo com fundamento no art. 190.
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Direito Processual Civil
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JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 19 do FPPC:
São admissíveis os seguintes negócios processuais, dentre outros: pacto de
impenhorabilidade, acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer natureza,
acordo de rateio de despesas processuais, dispensa consensual de assistente técnico,
acordo para retirar o efeito suspensivo de recurso, acordo para não promover execução
provisória; pacto de mediação ou conciliação extrajudicial prévia obrigatória, inclusive
com a correlata previsão de exclusão da audiência de conciliação ou de mediação
prevista no art. 334; pacto de exclusão contratual da audiência de conciliação ou de
mediação prevista no art. 334; pacto de disponibilização prévia de documentação
(pacto de disclosure), inclusive com estipulação de sanção negocial, sem prejuízo de
medidas coercitivas, mandamentais, sub-rogatórias ou indutivas; previsão de meios
alternativos de comunicação das partes entre si; acordo de produção antecipada
de prova; a escolha consensual de depositário-administrador no caso do art. 866;
convenção que permita a presença da parte contrária no decorrer da colheita de
depoimento pessoal.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 21 do FPPC
São admissíveis os seguintes negócios, dentre outros: acordo para realização de
sustentação oral, acordo para ampliação do tempo de sustentação oral, julgamento
antecipado do mérito convencional, convenção sobre prova, redução de prazos
processuais.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 20 do FPPC
Não são admissíveis os seguintes negócios bilaterais, dentre outros: acordo para
modificação da competência absoluta, acordo para supressão da primeira instância,
acordo para afastar motivos de impedimento do juiz, acordo para criação de novas
espécies recursais, acordo para ampliação das hipóteses de cabimento de recursos.
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 36 da ENFAM
A regra do art. 190 do CPC/2015 não autoriza às partes a celebração de negócios
jurídicos processuais atípicos que afetem poderes e deveres do juiz, tais como os que:
a) limitem seus poderes de instrução ou de sanção à litigância ímproba;
b) subtraiam do Estado/juiz o controle da legitimidade das partes ou do ingresso de
amicus curiae;
c) introduzam novas hipóteses de recorribilidade, de rescisória ou de sustentação oral
não previstas em lei;
d) estipulem o julgamento do conflito com base em lei diversa da nacional vigente; e
e) estabeleçam prioridade de julgamento não prevista em lei.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 37 da ENFAM
São nulas, por ilicitude do objeto, as convenções processuais que violem as garantias
constitucionais do processo, tais como as que:
a) autorizem o uso de prova ilícita;
b) limitem a publicidade do processo para além das hipóteses expressamente previstas
em lei;
c) modifiquem o regime de competência absoluta; e d) dispensem o dever de motivação.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 254 do FPPC
É inválida a convenção para excluir a intervenção do Ministério Público como fiscal da
ordem jurídica.
Enunciado n. 392 do FPPC
As partes não podem estabelecer, em convenção processual, a vedação da participação
do amicus curiae.
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
EXEMPLO
Recurso auditivo para deficientes visuais.
• INTEROPERABILIDADE: como dito acima, os sistemas, serviços, dados e informações
relativos aos processos judiciais devem, programaticamente, ser cada vez mais
conectados, de modo que os operadores dos processos (serventuários e advogados)
tenham plena ciência deles
Quanto ao elemento volitivo, os atos processuais podem ser unilaterais ou bilaterais.
1) Atos processuais unilaterais: são praticáveis por apenas uma das partes.
2) Atos processuais bilaterais: necessitam de duas vontades (das duas partes) para
serem formalizados.
Para fins de prova, é importante conhecer melhor a regra do art. 207:
1) O escrivão ou chefe de secretaria deverá rubricar as folhas dos autos físicos.
2) Os demais sujeitos do processo poderão rubricar tais folhas, se assim quiserem.
É importantíssimo conhecer o limite horário para a prática de atos processuais, pelo
que apresento a seguinte ilustração:
6:00 20:00
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
Os horários acima destacados aplicam-se somente à prática física dos atos processuais.
Quando o ato processual for praticado de forma eletrônica, no sistema de processos
eletrônicos, deverá ele ser realizado em qualquer horário, devendo a parte, para evitar
preclusão, praticá-lo até as 24 horas do último dia do prazo (art. 213, caput).
Como regra geral, não podem ser praticados atos processuais durante as férias forenses,
nem nos feriados ou dias úteis fora do horário das 6h às 20h (art. 214). O art. 212, § 2º,
estabelece algumas das exceções a tal regra. São elas:
• CITAÇÕES;
• INTIMAÇÕES;
• PENHORAS.
Estes três atos podem ser praticados a qualquer tempo, e mesmo SEM autorização
judicial. Poderão os Correios entregar as intimações e citações autonomamente, e poderá o
oficial de justiça fazer o mesmo, inclusive penhorando bens dos executados que eventualmente
encontrar, sem autorização do juiz para fazê-lo durante férias forenses e feriados.
DICA
CIP
Citações
Intimações
Penhoras
SEM autorização judicial durante feriados e férias forenses
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais,
excetuando-se:
I – os atos previstos no art. 212, § 2º;
II – a tutela de urgência.
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Gustavo Deitos
Eis aqui as grandes exceções à regra geral, segundo a qual não se pode praticar ato
processual durante férias forenses. Tais exceções são:
• CITAÇÕES (mesmo sem autorização judicial);
• INTIMAÇÕES (mesmo sem autorização judicial);
• PENHORAS (mesmo sem autorização judicial);
• ATOS RELATIVOS À TUTELA DE URGÊNCIA (probabilidade do direito e perigo de dano
ou risco ao resultado útil do processo – art. 300 do CPC).
Durante o período do recesso forense, alguns processos específicos não têm seus
prazos suspensos:
• 1) Processos de jurisdição voluntária;
• 2) Processos que tenham por objeto a conservação de direitos, cuja suspensão possa
prejudicar o resultado útil do processo (normalmente processos em que haja pedido
de tutela provisória de urgência cautelar);
• 3) Ações de alimentos;
• 4) Processos de nomeação/remoção de tutor/curador;
• 5) Outros processos indicados pela legislação esparsa.
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente,
em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo
arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
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Gustavo Deitos
Quando os prazos particulares começarem primeiro para uma parte e, depois de findo o
primeiro prazo, começarem para outra, estaremos diante dos chamados prazos sucessivos.
1
MARINONI, ARENHART, MITIDIERO. Novo curso de processo civil: tutela dos direitos mediante procedimento comum,
volume 2. 3. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 124-125.
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
O prazo judicial, para ser legítimo, deve pautar-se em ao menos um critério: complexidade
do ato. O prazo deverá ser diretamente proporcional à complexidade do ato: quanto mais
complexo o ato processual a ser praticado, maior será o prazo concedido pelo juiz em decisão.
Havendo omissão na lei, deverão ser observados os seguintes prazos:
INTIMAÇÃO
DECISÃO JUDICIAL
Obrigatoriedade de
Prática do ato processual
comparecimento
5 DIAS
48 HORAS
EXEMPLO
Imagine que uma parte tenha recebido intimação para oferecer contrarrazões recursais no
prazo de 15 dias, e esta intimação é publicada numa terça-feira. No mesmo dia, o advogado
do recorrido ficou sabendo, em conversa informal com serventuário fora da repartição, de
que tal intimação foi elaborada.
Veja: neste exemplo, se o advogado, no mesmo dia, elaborar e protocolar a peça de contrarrazões
antes mesmo de a intimação ser publicada, as contrarrazões serão tempestivas e perfeitamente
receptíveis.
No CPC anterior, esse “adiantamento” não era possível. Agora, a preclusão somente
ocorrerá depois do término do prazo. Antes do início do prazo, o ato pode, sim, ser praticado.
O art. 219 traz outra importantíssima novidade: os prazos processuais são contados
tão somente em dias úteis.
Finais de semana, feriados, dias sem expediente forense e recessos forenses são
desconsiderados do lapso temporal que forma o prazo.
A regra do cômputo de dias úteis aplica-se somente a prazos PROCESSUAIS, que são
aqueles concedidos para a prática de algum ato no processo.
Prazos decadenciais e prescricionais, por exemplo, são contados em dias corridos, e não se
sujeitam à regra do art. 219.
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De 20/12 a 20/01, nenhum prazo processual correrá, com exceção dos previstos no art. 215
do CPC. Eles continuarão de onde pararam. Se, em 19/12, o prazo já estava em seu terceiro
dia de contagem, o quarto dia de contagem será em 21/01, se esta data representar dia
útil (se não for dia útil, o quarto dia será o primeiro dia útil subsequente).
O “obstáculo” criado em detrimento (em prejuízo) da parte pode ser qualquer um, como
por exemplo a indisponibilidade total do sistema de processos eletrônicos.
Se for reconhecida a existência de obstáculo que prejudique a possibilidade de
manifestação de algum sujeito processual, o prazo deverá ficar suspenso.
Os tribunais do Poder Judiciário, esporadicamente, podem criar pautas exclusivas de
audiências de conciliação, incluindo nessa pauta todos os processos em que for possível,
em tese, a autocomposição.
Durante o período em que tais pautas perdurarem, as Varas vinculadas ao tribunal se
dedicarão com prioridade à conciliação. Portanto, é este o fundamento da necessidade de
suspensão do andamento processual de todos os feitos.
Dificuldade de
Se a dificuldade decorrer de
transporte
CALAMIDADE PÚBLICA
+2 MESES (possibilidade
Prorrogação sem limites
de prorrogação)
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Lembre-se: o decurso (término) de um praz NÃO precisa ser declarado pelo juiz. O fim de
um prazo produz automaticamente seus efeitos, que, em geral, são os efeitos da preclusão.
Para ilidir os efeitos da perda de um prazo, a parte poderá provar que não praticou o
ato dentro do prazo por uma justa causa, que sempre deve ser um evento alheio à sua
vontade, que, por si só, a impediu de praticar o ato, impedindo-a, ainda, de atribuir a
prática do ato a um mandatário.
Se o juiz reconhecer a justa causa, dará novo prazo para a prática do ato, de acordo
com a complexidade desse ato (art. 218, § 1º).
Obs.: Se era possível que um mandatário praticasse o ato, não ficará configurada a justa
causa, e a preclusão será mantida. Ademais, se o evento tiver decorrido da vontade
da própria parte, também não ficará configurada a justa causa, e a preclusão será
mantida.
Os prazos serão contados com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
O dia do começo é um daqueles mencionados no art. 231, a depender da forma como a
comunicação ocorreu.
Lembre-se: prazos não se iniciam nem terminam em feriados legais, fins de semana e em
dias em que não haja expediente forense, bem como no período de 20/12 a 20/01.
A renúncia a um prazo, por um sujeito processual, somente poderá ocorrer com relação
a prazos particulares (vide classificação dos prazos processuais, no subcapítulo anterior),
isto é, os prazos que correm somente para um sujeito processual específico.
Além de a renúncia ser apenas com relação a prazos particulares, deverá o renunciante
fazê-lo de forma expressa.
NÃO existe renúncia tácita a prazo processual. Toda renúncia a prazo deve ser expressa.
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Gustavo Deitos
A única exceção a esta regra é a do art. 1.000, parágrafo único: é possível que o direito ao
recurso seja tacitamente renunciado, quando uma das partes pratica ato incompatível
com a vontade de recorrer.
Se a prova perguntar, genericamente, sobre a forma da renúncia a prazo processual, responde
de acordo com o art. 225: deve ser EXPRESSA.
Os prazos para os pronunciamentos do juiz podem ser excedidos por igual tempo.
EXEMPLO
Sentença, por 30 dias além do prazo (30+30 dias).
Despacho
Decisão Interlocutória
10
Sentença
30
Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e executar
os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data em que:
I – houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei;
II – tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a hora em que teve ciência da ordem
referida no inciso II.
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Gustavo Deitos
1 DIA 5 DIAS
Em processos físicos, é possível que, no polo ativo ou passivo, haja mais de uma parte
(litisconsórcio ativo ou passivo).
Se todos os litisconsortes do mesmo polo tiverem o mesmo advogado, ou advogados
diferentes do mesmo escritório, os prazos correrão normalmente.
Se, todavia, os litisconsortes tiverem advogados de diferentes escritórios de advocacia,
os prazos serão dobrados, a fim de compensar a falta de uniformidade na consulta aos autos.
Agora, imagine que, no caso de litisconsórcio passivo, somente um tenha apresentado
contestação e o outro tenha sido revel. Embora não surjam os efeitos da confissão nesta
hipótese (conforme o art. 345, inciso I do CPC), os prazos permanecerão de forma simples,
sem dobra, pois somente um dos réus é que será intimado para a prática dos atos processuais.
O “dia do começo” do prazo não é contado, pois os prazos processuais são contados com
exclusão do dia do começo (art. 224 do CPC).
Obs.: Lembre-se: conforme o art. 224, § 3º, a contagem do prazo somente se inicia no
primeiro dia útil seguinte ao da publicação. O dia da publicação, por ser o dia do
começo do prazo, fica excluído (art. 224, caput).
É importantíssimo conhecer, também, a regra do art. 272, § 6º, do CPC: “A retirada dos
autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado (...) implicará intimação de
qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação.”.
Portanto, ao levar os autos consigo em carga, o advogado é tido por intimado de
qualquer decisão judicial proferida nesses autos, mesmo que não publicada na
imprensa oficial.
Para cada parte (ou litisconsorte), o prazo será contado a partir da forma como ela
foi intimada/citada. O prazo corre para cada um, individualmente. Não haverá nenhum
obstáculo ao andamento de um prazo para os demais. se um dos sujeitos processuais não
for efetivamente intimado.
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Gustavo Deitos
Se um ato deva ser cumprido pela própria parte, e não pelo advogado, a intimação
deverá ser pessoalmente direcionada à parte, por correios ou oficial de justiça, e não por
intermédio do advogado. Logo, o começo do prazo será o dia do efetivo recebimento da
comunicação do ato processual pela parte.
É claro que, se a parte for intimada por intermédio do advogado e ficar ciente da
determinação, não haverá prejuízos, tampouco nulidade.
O prazo para a pessoa intimada/citada por hora certa, pelo oficial de justiça, começará
quando da juntada aos autos do mandado cumprido, no qual ficará atestado que a citação/
intimação se deu por hora certa.
IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar
embaraços à sua efetivação;
VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
Falamos acima que as condutas dos outros incisos podem configurar litigância de má-fé a
depender do contexto, mas, se a prova citar especificamente os deveres dos incisos IV e VI,
considere correto que o descumprimento deles acarreta AADJ, e não litigância de má-fé. A
banca poderá tentar confundir o candidato, trocando AADJ por litigância de má-fé. Cuidado!
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Litigância de má-fé
DICA
Percentual da multa por AADJ: 20%
Se o valor da causa for irrisório ou inestimável: até 10x o
salário mínimo.
Para fixar:
A REQUERIMENTO DA
Entre 1% e 10% do PARTE LESADA
valor corrigido da
causa
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Gustavo Deitos
Para lembrar:
DICA
Percentual da multa por ato de litigância de má-fé: 1%
a 10%
Se o valor da causa for irrisório ou inestimável: até 10x o
salário mínimo.
VII – informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do Poder Judiciário
e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Administração Tributária, para recebimento de
citações e intimações. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
O inciso VII foi incluído ao CPC pela Lei n. 14.195/2021. O dever processual nele constante,
todavia, deve ser interpretado de forma sistemática.
Nem todas as pessoas são obrigadas por lei a manter dados cadastrais atualizados
perante o Poder Judiciário. Tais dados são exigidos daquelas pessoas que tenham o dever
de viabilizar eventuais citações e intimações por meio eletrônico. Tais pessoas são as
empresas públicas e privadas (art. 246, § 1º, CPC).
Embora exista regra programática no sentido de que, futuramente, todas as pessoas
naturais e jurídicas sejam citadas/intimadas por meio eletrônico (art. 270 do CPC), o
ordenamento jurídico, por enquanto, somente obriga as empresas públicas e privadas a
manter dados cadastrais perante o Poder Judiciário para o recebimento de comunicações
processuais em geral por meio eletrônico.
Até a alteração promovida pela Lei n. 14.195/2021, as microempresas (ME) e as empresas
de pequeno porte (EPP) eram dispensadas de tal obrigação. No entanto, a partir de tal
alteração, passou a surgir regra diferenciada a essas duas espécies de empresa. Trata-se da
regra citada pelo inciso VII do art. 77: o § 6º do art. 246, aliado ao § 5º do mesmo dispositivo.
Tais dispositivos versam:
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Gustavo Deitos
EXEMPLO
O órgão da Administração Tributária notifica a ME/EPP para que atualize seus endereços para
fins de compartilhamento de informações com o Poder Judiciário, e a empresa responde tal
notificação no sentido de que não cumprirá tal dever a fim de que os processos contra ela
ajuizados não tenham o devido andamento.
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar
preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.
Como regra geral, o advogado somente pode postular em juízo, representando outrem,
quando juntar aos autos procuração na qual receba poderes de representação de seu cliente.
Esta regra comporta algumas exceções. São elas:
1) Evitar preclusão.
2) Evitar decadência.
3) Evitar prescrição.
4) Praticar ato urgente.
Para lembrar:
Existem atos processuais que geram consequências muito importantes e fatais para
o processo, como a concessão de quitação, a transigência, a desistência, dentre outros.
Para a prática desses atos, é necessário que o cliente (parte) conceda ao seu advogado, em
instrumento de procuração e de forma expressa, os chamados poderes especiais, que são:
• receber citação (caso em que o réu ficará obrigado a comparecer em audiências e/
ou apresentar contestação, sob pena de contumácia ou revelia);
• confessar (caso em que um fato será tido como incontroverso e independerá de
novas provas);
• reconhecer a procedência do pedido, (caso em que o réu ficará obrigado a atender
ao pedido do autor);
• transigir (situação na qual o advogado tentará o melhor acordo possível para seu
cliente, a fim de encerrar a lide);
• desistir;
• renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação (contexto em que o autor nada mais
poderá cobrar do réu, nos limites da renúncia);
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1) Se a procuração não tiver nenhum dispositivo limitador, a procuração será válida para
toda a fase de conhecimento (em qualquer grau recursal) e para a fase de cumprimento
de sentença do mesmo processo.
2) É possível que na procuração exista alguma cláusula limitadora de representatividade,
dispondo, por exemplo, que a procuração não seria válida em grau de recurso, mas somente
em primeiro grau de jurisdição. É possível, também, que haja cláusula proibindo o advogado
de atuar na fase de cumprimento de sentença. Estas limitações de atuação, em todo caso,
devem ser expressas na procuração para que sejam reconhecidas. No silêncio, presume-se
que o advogado é legitimado a representar seu cliente em qualquer fase do processo, até
mesmo na de cumprimento de sentença (executiva).
Os poderes “ilimitados” do advogado têm, no fundo, uma limitação: os poderes são adstritos
ao mesmo processo, mesmo que não tenha limitações de fases processuais.
Portanto, se o mesmo cliente precisar impetrar um mandado de segurança ou ajuizar uma
ação rescisória, por exemplo, será necessária uma nova procuração.
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Gustavo Deitos
Tome cuidado para não confundir sucessão processual com substituição processual.
SUCESSÃO: Uma pessoa já integrava o processo desde seu início, mas o polo que ela ocupava
passou a ser ocupado por outra pessoa. É uma troca de sujeitos na mesma posição do
processo.
SUBSTITUIÇÃO: Desde o início do processo, os direitos de uma pessoa são postulados por
outra, legalmente autorizada a reclamar direito alheio em nome próprio. É sinônimo de
legitimidade extraordinária. Neste caso, não há troca: somente uma pessoa (a substituta)
figura no processo desde o início.
EXEMPLO
O art. 110 do CPC dispõe: “Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão
pelo seu espólio ou pelos seus sucessores.”. Veja: havendo morte de uma das partes, ela deverá
ser sucedida por alguém: espólio ou sucessores da lei civil.
• SUCESSÃO VOLUNTÁRIA: A lei não obriga a sucessão, mas, em razão de determinado
ato volitivo entre os envolvidos, a sucessão processual acaba por ocorrer, pois o titular
do direito defendido passa a ser outra pessoa. Este ato pode consistir em negócios
jurídicos ou acordos celebrado entre as pessoas.
EXEMPLO
O § 1º do art. 109 permite que, em caso de alienação de um bem, e havendo consentimento
da parte contrária, o adquirente (comprador) do bem poderá suceder o alienante (vendedor)
no respectivo polo do processo.
DICA
Regra geral: a alienação ou cessão (doação) do bem litigioso
não permite a sucessão processual.
Exceção: se a parte contrária concordar, poderá haver
sucessão voluntária (o alienante sai do processo, e o
adquirente entra, no mesmo polo).
1) Morte do réu: O juiz suspenderá o processo, e intimará o autor para que promova a
citação do espólio do réu, de seus sucessores ou de seus herdeiros, fornecendo endereços
e nomes de que souber. O juiz fixará ao autor um prazo certo para que cumpra esta
determinação. O prazo será livremente fixado pelo juiz, que observará o mínimo de 2 (dois)
meses e um máximo de 6 (seis) meses (regra do § 2º, inciso I, do art. 313).
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2) Morte do autor: Existem duas consequências possíveis (§ 2º, inciso II, do art. 313).
2.1. Se o direito do autor for intransmissível (ações que envolvam direitos personalíssimos,
como um mandado de segurança para posse em cargo público), o processo será logo extinto
sem resolução do mérito.
2.2. Se o direito for perfeitamente transmissível (como ações que envolvam cobrança
de obrigação), o juiz suspenderá o processo e ordenará a citação do espólio, dos sucessores
ou dos herdeiros do autos, por meios públicos de divulgação, sendo que os eventuais
sucessores ou herdeiros deverão, num prazo fixado pelo juiz, manifestar-se nos autos e
requerer a habilitação como sucessores processuais. Se tal prazo transcorrer e ninguém se
manifestar o processo será extinto sem resolução do mérito.
Para que o advogado renuncie ao seu mandato, deverá cumprir duas obrigações:
1) Comunicar, efetivamente, ao cliente de que deixará de assisti-lo no processo,
provando nos autos essa comunicação;
Obs.: Essa comunicação não será necessária se o cliente ainda permanecer representado
por um ou mais advogados, mesmo que o advogado renunciante se retire do processo
(§ 2º).
2) Caso o processo esteja numa fase importante, deverá continuar a representar o
cliente por 10 dias, a fim de que o cliente não seja prejudicado pela saída de seu então
advogado (evitar preclusão de alguma faculdade processual, como a de interpor recurso,
de apresentar réplica etc.).
Obs.: Embora o artigo seja textualmente omisso nesse sentido, se o cliente continuar
representado por um ou mais advogados no processo, por ter concedido poderes
a mais de um advogado, essa atuação por 10 dias não será necessária.
• AUTOR: adianta as despesas dos atos que requerer, requeridos pelo MP fiscal da lei
ou determinados de ofício pelo juiz.
• RÉU: adianta as despesas dos atos que requerer.
Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país
ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos
honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens
imóveis que lhes assegurem o pagamento.
Mesmo que o autor da ação não tenha imóveis no Brasil, ele não precisará recolher a
garantia nas seguintes hipóteses (§ 1º):
1) Se ele for autor de uma reconvenção, isto é, reconvinte numa ação em que
originalmente figurava como réu;
2) Se ele for exequente numa ação executiva autônoma (como a execução de um
título de crédito);
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MÍNIMO
10%
MÁXIMO
20%
Basicamente, o juiz olhará para seis fatores antes de fixar os honorários sucumbenciais:
DICA
Zelo
Lugar
Natureza
Importância
Trabalho
Tempo
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Nos processos em que for parte a Fazenda Pública, os percentuais serão diferentes,
tendo como base o valor da condenação, o valor da causa ou do proveito econômico obtido:
1% a 3%
100.001 ou mais
3% a 5%
5% a 8%
2.001 a 20.000 salários mínimos
8% a 10%
201 a 2.000 salários mínimos
10% a 20%
0 a 200 salários mínimos
DEVIDOS honorários de
INDEVIDOS honorários de
sucumbência
sucumbência
Obs.: Essa autorização deve ser conferida pelo chefe do Poder Executivo municipal (art.
75, § 5º, CPC), a quem caberá, ao mesmo tempo, a indicação específica do direito
ou da obrigação a ser objeto das medidas judiciais.
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Obs.: Essas três limitações são cumulativas, e, se uma delas for desrespeitada, a
representação processual do Município em juízo será irregular, o que acarretará o
vício da irregularidade de representação.
3) O art. 85, § 6º-A, incluído pela Lei n. 14.365/2022, esclarece que, quando a base de
cálculo dos honorários advocatícios for suscetível de liquidação (líquida ou liquidável), a
apreciação equitativa será proibida.
O trecho final do § 6º-A ressalva, expressamente que, embora a base de cálculo dos
honorários advocatícios seja líquida ou liquidável, poderá haver apreciação equitativa
quando o valor dessa base de cálculo for muito baixo, qualificável, inclusive, como irrisório.
4) O valor a ser fixado pelo juiz, em aplicação equitativa, passou a sofrer considerável
limitação a partir da entrada em vigor da Lei n. 14.365/2022, que incluiu ao art. 85 do CPC o
§ 8º-A. A partir dessa alteração, nas hipóteses em que o juiz for autorizado a fixar honorários
advocatícios mediante apreciação equitativa (base de cálculo de valor muito baixo), o juiz
deverá balizar-se pelos valores constantes da tabela de honorários da OAB, divulgada pela
respectiva Seccional (âmbito estadual). Antes, tal obrigatoriedade não existia, e a tabela
assumia função simplesmente orientativa.
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antecipada) ou antecipada)
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• TUTELA CAUTELAR: É a tutela postulada pela parte que pretende evitar que certo
dano ocorra, ou evitar a perda ou a deterioração considerável de um direito que ela
pretende proteger por meio da ação judicial.
− A repetição do verbo “evitar” é proposital. A tutela cautelar embasa-se na prevenção
à destruição de direitos ou de meios de provar os direitos, em face de um risco
concreto de destruição.
− De acordo com o art. 301 do CPC, a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser
efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto
contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do
direito.
• TUTELA ANTECIPADA: É a tutela postulada pela parte que pretende o adiantamento
de um direito cuja existência ela tentará provar ao longo do processo. Grosso modo, a
tutela antecipada é a “antecipação” de um direito que a parte postulará no processo.
Trata-se de receber tal direito antes de a sentença definitiva declarar que a parte o
possui. É por isso que a tutela antecipada também é chamada pelo nome de tutela
satisfativa, pois proporciona a satisfação adiantada do direito.
− Conforme o art. 300, § 3º, do CPC, a tutela de urgência de natureza antecipada não
será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Portanto, se eventual adiantamento do direito reclamado puder, em algum grau
de possibilidade, ser irreversível (de impossível desfazimento posteriormente), a
tutela antecipada não será concedida.
• TUTELA ANTECEDENTE: É a tutela provisória postulada pela parte antes mesmo da
formulação do pedido principal. Basicamente, é a tutela provisória requerida antes
da petição inicial. As espécies de tutela provisória que possuem caráter antecedente
são muito assemelhadas à antiga “ação cautelar”, que era ajuizada antes da “ação
principal”.
• TUTELA INCIDENTE (ou INCIDENTAL): É a tutela provisória postulada pela parte
juntamente ou após a formulação do pedido principal. A petição inicial já foi formulada
e protocolada ao tempo do requerimento da tutela incidental. Comumente, o pedido
de tutela provisória incidental é formulado na própria petição inicial. Basta que a
tutela provisória seja requerida juntamente ou depois a petição inicial para que seja
classificada como de caráter incidental.
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TUTELA
TUTELA PROVISÓRIA
PROVISÓRIA
ANTECIPADA
CAUTELAR
ADIANTAR/ANTECIPAR
EVITAR
direito que será postulado
dano/prejuízo
TUTELA PROVISÓRIA
TUTELA PROVISÓRIA em
em caráter
caráter
ANTECEDENTE
INCIDENTAL/INCIDENTE
ANTES do pedido
DEPOIS do pedido principal
principal
• Probabilidade do direito: a parte demonstra que suas razões fáticas e jurídicas levam
a crer que o direito por ela postulado é muito provável ou, até mesmo, evidente.
Trata-se de um contexto em que a inexistência do direito é algo difícil de ser provado,
embora possível.
• Perigo de dano: o direito postulado pode sofrer lesão em decorrência da demora da
decisão definitiva.
• Risco ao resultado útil do processo: se a tutela de urgência não for concedida,
é possível que eventual dano faça com que o processo perca seu objeto, e tenha
tramitado inutilmente.
De acordo com o art. 302, inciso III, se a tutela provisória concedida for cessada por qualquer
hipótese legal (inclusive quando a parte perder o prazo de 30 dias para apresentar os
pedidos principais – art. 309, inciso I), o requerente da tutela responderá objetivamente
(independentemente de culpa) pelos danos causados à parte contrária por causa da
concessão da tutela provisória.
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DICA
Urgência conTemporÂneA à propositura da ação – Tutela
Antecipada Antecedente
A tutela de evidência é uma modalidade de tutela provisória criada pelo Novo CPC.
Trata-se de uma tutela provisória cuja concessão é condicionada a um único pressuposto
material: probabilidade (evidência) do direito, o clássico fumus boni iuris, tão somente.
Aqui, não importa se eventual demora do processo pode causar dano a alguém ou
prejuízo ao resultado útil do processo. É por isso que o pressuposto material “periculum
in mora” não existe nas tutelas de evidência.
Para você memorizar quais são as hipóteses em que o juiz pode decidir liminarmente
em sede de tutela de evidência, apresentarei as seguintes dicas:
1) Os incisos I e IV (que não são hipóteses de decisão liminar) envolvem atuação efetiva
do réu antes da tutela de evidência.
1.1.) Para que a tutela de evidência seja concedida com base no inciso I, deve ter
ocorrido, anteriormente, manifestação do réu, para que o abuso do direito de defesa
ou o manifesto propósito protelatório do réu sejam identificados, e a tutela de evidência
seja concedida.
1.2.) Para que a tutela de evidência seja concedida com fundamento no inciso IV, deve
o réu já ter apresentado sua contestação, e não ter se fundado em prova capaz de gerar
dúvida razoável.
2) Os incisos II e III são restritos ao pedido em si ou à prova apresentada pelo autor, sem
qualquer participação prévia do réu.
Conclusão: se a decisão liminar só é possível antes da manifestação do réu, são hipóteses
em que a tutela de evidência será cabível liminarmente as seguintes:
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EXEMPLO
Procuração, comprovante de recolhimento de custas, comprovante de depósito de 5% do
valor da causa para o ajuizamento de ação rescisória, certidão de casamento para ação de
divórcio etc.
Não deixe passar batido este detalhe: o juiz deverá INDICAR COM PRECISÃO o que deve ser
corrigido ou completado. Portanto, não poderá o juiz simplesmente intimar o autor para
emendar a inicial: ele deverá apontar o defeito constado: falta de pedido, incerteza de um
pedido, falta de endereço etc.
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O caput do art. 322 dispõe que o pedido deve ser certo, e o caput do art. 324 preconiza
que o pedido também deve ser determinado.
• PEDIDO CERTO: é o pedido explícito/expresso na petição inicial. É a indicação precisa
de qual bem jurídico o autor pretende.
EXEMPLO
Pedido de obtenção de guarda de uma criança é um pedido certo, enquanto “autorização de
exercício do poder familiar sobre uma criança” é um pedido incerto, se formulado isoladamente.
• PEDIDO DETERMINADO: é o pedido que, além de explícito, possui uma dimensão
material especificada. É a indicação da quantidade relativa ao bem jurídico pretendido.
EXEMPLO
Condenação do réu ao pagamento de R$ 10.000,00 referentes a um contrato de prestação
de serviços de pintura já cumprido pelo autor e não pago pelo réu.
DICA
Para gravar:
Sempre se consideram incluídos nos pedidos os seguintes
itens:
JUROS LEGAIS (não contratuais)
CORREÇÃO MONETÁRIA
VERBAS DECORRENTES DA SUCUMBÊNCIA (especialmente
os Honorários Advocatícios Sucumbenciais)
PRESTAÇÕES SUCESSIVAS
Como regra geral, o pedido genérico é vedado, e sua formulação pode acarretar a
inépcia da petição inicial se o autor, intimado para emendá-la, não corrigir o problema.
Existem exceções a esta regra, nas quais o pedido genérico será aceito. Todavia, o aceite
de um pedido genérico somente se dará nas hipóteses abaixo especificadas.
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As ações universais são aquelas que versam sobre universalidades de fato e/ou de direito.
O art. 90 do Código Civil conceitua esses dois tipos de universalidades.
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu.
Fora dos casos dos incisos I a III, o pedido genérico é proibido, e pode causar o indeferimento
da petição inicial, por inépcia, se não corrigido no prazo de 15 dias para a emenda da inicial
(art. 321 do CPC).
Para ajudá-lo(a) a visualizar a regra do aditamento da petição inicial, apresento-lhe um
resumido mapa mental do processo, abordando somente as fases envolvidas nessas regras:
Decisão de
Protocolada a CITAÇÃO DO
saneamento (art. Instrução
petição inicial RÉU
357 do CPC)
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Para contrarrazoar a apelação, o réu será citado, pois, até o momento, ainda não terá sido
citado, eis que a petição inicial foi indeferida. A banca poderá inserir uma pegadinha dizendo
que o réu seria “intimado”, o que é equivocado.
DICA
Interposta apelação: réu CITADO para contrarrazoar
NÃO interposta a apelação: réu INTIMADO para ciência
I. L. TOTAL I. L. PARCIAL
De forma sintética, listo para você os elementos que, verificados, impõem a improcedência
liminar do pedido:
• PRESCRIÇÃO;
• DECADÊNCIA;
• CONTRARIEDADE a enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça;
• CONTRARIEDADE a acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
• CONTRARIEDADE a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
• CONTRARIEDADE a enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
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Quando o autor ajuizar a ação contra um réu que alega que, na verdade, não tem
legitimidade para atuar no processo (preliminar de ilegitimidade passiva) ou não tem
responsabilidade pelo dano reclamado, o autor terá 15 dias para alterar, em sua petição
inicial, o réu contra o qual pretende litigar.
O prazo de 15 dias para alteração do réu terá início independentemente de o juiz concordar,
ou não, com a ilegitimidade passiva alegada pelo réu.
Portanto, é suficiente para o início do prazo de 15 dias para “troca de réus” que o réu
simplesmente alegue sua ilegitimidade passiva.
Se, após o transcurso do prazo de 15 dias, o autor não trocar o réu, em razão de discordar
da preliminar de ilegitimidade ou simplesmente em razão de silenciar-se, o juiz decidirá
se o réu é, ou não, parte legítima do processo. As consequências possíveis são duas:
1) Se o juiz entender que o réu é parte legítima, o processo terá prosseguimento normal.
2) Entendendo o juiz pela ilegitimidade passiva do réu, o processo será extinto sem
resolução do mérito, por falta de preenchimento de todos os aspectos da legitimidade
(art. 485, inciso VI, CPC).
Obs.: A extinção sem resolução do mérito por ilegitimidade passiva somente acontecerá
se o autor perder o prazo de 15 dias para trocar de réus, ou se o autor discordar da
ilegitimidade e se o juiz entender que, de fato, o réu é parte passivamente ilegítima.
Se o réu se valer da preliminar de ilegitimidade passiva, e houver alguma razão lógica
que leve a concluir que o réu é capaz, sim, de indicar o sujeito que deva responder pelos
fatos (o legítimo réu), terá ele o dever de indicar, ao mesmo tempo, quem seria o legítimo
réu da ação.
Não haverá problemas se o réu demonstrar razões convincentes de que ele não tem
conhecimento do sujeito que deva responder pelos fatos narrados na petição inicial. Todavia,
se o réu realmente puder indicar o sujeito responsável e não fizer essa indicação, ele deverá
pagar todas as despesas do processo, bem como deverá indenizar o autor pelos prejuízos
que decorrerem do seu silêncio no tocante à indicação.
Conclusão: mesmo que o processo acabe extinto sem resolução do mérito por ilegitimidade
passiva, se o réu deixar de indicar o verdadeiro legitimado quando puder fazer a indicação,
ele pagará as custas processuais e os honorários advocatícios. Trata-se de uma expressão
do princípio da causalidade: quem der causa à extinção do processo (neste caso, o réu, em
razão da impossibilidade de prosseguimento em face do real responsável) deve arcar com
as despesas processuais.
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Honorários advocatícios –
3% 5%
exclusão de réu ilegítimo
Do VALOR DA CAUSA
Obs.: Se o valor da causa for muito irrisório (baixo), os honorários ao advogado do réu
excluído poderão observar a regra do art. 85, § 8º, do CPC: o juiz fixará, de forma
equitativa ( justa), um valor que dignamente remunere a atividade do advogado
no processo, levando-se em conta o tempo despendido, o zelo, o lugar da prestação
dos serviços, o trabalho despendido, a natureza e a importância da causa (art. 85,
§ 2º, CPC).
2) Também dentro do prazo de 15 dias para aditamento da inicial, o autor poderá manter o
primeiro réu e incluir, como litisconsorte passivo (outro réu), o sujeito indicado na preliminar de
ilegitimidade. É uma situação em que ambos os réus (o originário e o indicado) permanecerão
no processo (art. 339, § 2º, CPC). Logo, nesta hipótese, não haverá necessidade de pagamento
de honorários de advogado ao primeiro réu, eis que que continua no processo.
Tome muito cuidado para não confundir as regras de substituição de réus (quando há alegação
de ilegitimidade passiva na contestação), com o fenômeno da substituição processual.
A substituição processual é sinônimo de legitimidade extraordinária: quando uma pessoa
pleiteia direito alheio em nome próprio, nos casos em que o ordenamento jurídico permitir.
As regras sobre substituição de réus nada têm a ver com substituição processual, no
sentido técnico.
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Art. 340, § 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for
distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
O § 2º institui uma excepcionalíssima hipótese em que o juízo prevento será aquele para
onde tiver sido distribuída a contestação, ou, ainda, a carta precatória, se for o caso.
Como regra geral, é prevento o juízo onde for feito o registro da petição inicial, ou para
onde a petição inicial for distribuída (art. 59 do CPC).
No § 2º, vê-se o único caso em que a prevenção do juízo se dará pelo registro ou pela
distribuição da contestação: quando for reconhecida a competência do foro indicado pelo
réu em preliminar de contestação.
DICA
Se o réu apresentar contestação mas deixar de impugnar
um ou mais fatos, esses fatos, como regra geral, serão
presumidos como verdadeiros. É como se fosse uma “revelia
parcial”, a grosso modo.
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Gustavo Deitos
O réu (reconvinte) não precisa restringir suas pretensões somente contra o autor
(reconvindo). Ele pode incluir terceiros como litisconsortes do autor/reconvindo.
É possível que o réu/reconvinte forme litisconsórcio com outra pessoa para apresentar
a reconvenção contra o autor/reconvindo.
DICA
Quando a ação for proposta por substituto processual
reconvenção é proposta, também, contra o substituto
processual.
Os direitos cobrados na reconvenção são cobrados do
substituído, que será representado pelo seu substituto,
o reconvindo.
CONTUMÁCIA
REVELIA
GÊNERO
Espécie
Inércia da parte para a prática de
Ausência de defesa (contestação)
qualquer ato processual
EXEMPLO
Sentenças das ações de divórcio (desconstituição da relação matrimonial).
− Em algumas situações, as sentenças constitutivas, quando se destinem a
desconstituir uma relação jurídica (como no caso do divórcio), são chamadas de
sentenças desconstitutivas ou, ainda, de sentenças constitutivas negativas.
• SENTENÇA CONDENATÓRIA: A sentença condenatória é a que mais representa o
caráter litigante das ações judiciais. Trata-se da espécie de sentença que forma um
título executivo judicial. Este título possibilita que o réu seja obrigado a cumprir uma
obrigação de pagar quantia, de entregar coisa, de fazer ou de não fazer alguma coisa.
− Por meio dela, o réu é condenado a cumprir obrigação descumprida, que pode ser
de dar (pagar quantia ou entregar coisa), fazer ou não fazer.
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
EXEMPLO
Exemplos práticos são incontáveis: sentenças de ação indenizatória por danos morais, ação
de despejo, ação de cobrança.
• SENTENÇA MANDAMENTAL: São as sentenças que, como meio de satisfação, emitem
uma ordem e/ou comando obrigatório ao réu, que deverá atendê-la, sob pena de
medidas indutivas e coercitivas posteriores (imposição de multa, busca e apreensão,
inscrição em órgãos de proteção ao crédito etc.).
− Ademais, as sentenças mandamentais caracterizam-se pelo envolvimento de
comandos judiciais que, se descumpridos, dão ensejo à configuração de crime de
desobediência.
EXEMPLO
Mandado de segurança, Habeas data, ação fundada em obrigação de fazer ou não fazer.
Nas sentenças mandamentais, o comando expedido pelo juiz (mediante mandado judicial,
normalmente) é cumprido pelo próprio devedor. Este cumprimento ocorre sob certa pressão,
como a cominação de multa, previsão da possibilidade de busca e apreensão etc.
É neste ponto que reside a diferença crucial entre a sentença mandamental e a sentença
executiva lato sensu, que é a próxima a ser estudada.
DICA
Se o comando for cumprido pelo próprio devedor, sob
pressão do juiz, a sentença será mandamental.
Quando o comando for cumprido como decorrência de atos
do próprio juiz (determinação de penhora, indisponibilidade
de bens, bloqueio de contas etc.), a sentença será executória.
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
+ UM ANO + 30 dias
Quando o juiz constatar que as partes estão deixando o processo parado por um ano,
ele deverá intimá-las para que deem andamento ao processo, no prazo de 5 dias a contar
do recebimento da intimação. Se elas não tomarem nenhuma providência neste prazo, aí
sim, o processo será extinto sem mérito, por sentença (regra do § 1º deste artigo), e as
partes serão condenadas a pagar as custas proporcionalmente (§ 2º deste artigo).
A mesma regra se aplica quando o juiz constatar que o autor abandonou a causa por mais
de 30 dias: deverá intimá-lo para que dê andamento ao processo (requeira o que entender
de direito) no prazo de 5 dias a contar do recebimento da intimação. Se o autor ficar inerte
neste prazo, aí sim, o processo será, igualmente, extinto sem mérito, por sentença (regra
do § 1º deste artigo, também), e o autor será condenado a pagar as despesas processuais
e os honorários sucumbenciais (§ 2º deste artigo).
Verificado que o autor abandonou a causa por mais de 30 dias, e se o réu tiver oferecido
contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor dependerá de
requerimento do réu.
Se, todavia, o réu ainda não tiver contestado a ação, o juiz poderá extinguir o processo sem
mérito de imediato, independentemente de qualquer outro requisito. São as regras do §
6º do art. 485.
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Direito Processual Civil
Gustavo Deitos
Perempção, litispendência e coisa julgada são questões processuais que não precluem,
e podem ser alegadas a qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de ofício pelo juiz.
• LITISPENDÊNCIA: repetir ação que já estiver em curso, isto é, ajuizar uma ação idêntica
a outra já ajuizada e ainda em andamento.
− Se a ação repetida já tiver transitado em julgado, o fenômeno constatado da
reprodução da ação de forma idêntica será o da COISA JULGADA.
• PEREMPÇÃO: é uma sanção processual que impede uma pessoa de ajuizar nova ação
por determinado tempo, em razão da prática de algum ato ilícito em processo anterior.
Se é de ofício, depende de
Hipótese De ofício ou a requerimento?
outra circunstância?
Sim: enquadramento da petição
Inciso I: indeferimento da
De ofício inicial numa das hipóteses do
petição inicial
art. 330
Sim: intimação das partes para
Inciso II: processo parado por
De ofício que movimentem o processo
negligência das partes
em 5 dias (art. 485, § 1º)
Sim: intimação das partes para
que movimentem o processo
Inciso III: abandono de causa De ofício em 5 dias (art. 485, § 1º) e
requerimento do réu, se ele já
tiver contestado (§ 6º).
Inciso IV: ausência de
De ofício Não
pressuposto processual
Inciso V: perempção,
De ofício Não
litispendência ou coisa julgada
Inciso VI: ausência de
legitimidade ou de interesse De ofício Não
processual;
Inciso VII: convenção arbitral A requerimento do réu
Inciso VIII: desistência A requerimento do autor
Inciso IX: morte e
De ofício Não
intransmissibilidade da ação
Inciso X: outras hipóteses
Depende da hipótese Depende da hipótese
do CPC
A sentença extintiva sem mérito não examina os pedidos em si, mas apenas questões
processuais.
No entanto, para que o ajuizamento de nova ação seja possível, são necessárias duas
providências pelo autor:
1) Corrigir o equívoco decorrente da extinção do processo, se houver. Nos casos de
litispendência, indeferimento da inicial, falta de pressuposto processual, ausência de
legitimidade ou de interesse processual ou convenção arbitral, a correção de algum vício/
equívoco será imprescindível, sob pena de o processo ser, novamente, extinto sem mérito.
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3) Citra Petita: o juiz deixa de se manifestar sobre matéria que as partes lhe apresentaram
para apreciação e julgamento. Pode ser impugnada mediante embargos de declaração,
pois a omissão judicial é um dos motivos ensejadores desse recurso.
Ademais, conforme o parágrafo único, a decisão judicial deve sempre, em qualquer
hipótese, ser CERTA.
Não importa se a relação jurídica resolvida pela sentença é condicionada a evento futuro
ou de repercussões incalculáveis. A sentença, sempre – sempre mesmo – deve ser certa.
EXEMPLO
Se o fato A vier a existir, a consequência será X. Se o fato A não vier a existir, a consequência
será Y. O juiz não deixará nada para resolver depois. Isso é o significado de sentença certa.
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e
a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação
pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
I – embora a condenação seja genérica;
II – ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente
arresto sobre bem do devedor;
III – mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
Simples: se a condenação do réu for para pagar quantia, seja esta quantia decorrente
de uma obrigação em dinheiro ou de conversão de outra espécie de obrigação em pecúnia/
dinheiro, poderá o credor/autor valer-se da sentença para constituir hipoteca judiciária
em face do devedor/réu, perante a repartição cartorária competente.
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DICA
Para não cair na pegadinha do “exceto”, e “salvo”, recomendo-
lhe lembrar de que a hipoteca judiciária sempre poderá ser
constituída quando a condenação do réu for de pagamento
em dinheiro.
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O CPC tratou de instituir dois tipos de tutela jurisdicional das obrigações de fazer e de
não fazer:
1) Tutela específica: o juiz ordena o réu/devedor a cumprir a mesma obrigação de fazer
ou não fazer que descumpriu, na exata forma estabelecida no contrato.
EXEMPLO
O autor postula na petição inicial que o réu, por ter descumprido a obrigação de construir
um muro, o construa, conforme o pactuado. Ao condenar o réu a construir o muro, estará o
juiz deferindo a tutela específica: determinando que seja cumprida a mesma obrigação de
fazer pactuada.
2) Tutela pelo resultado prático equivalente: por ser impossível o cumprimento tardio
da obrigação descumprida, o juiz condena o réu/devedor a cumprir, em favor do autor,
alguma obrigação que possa restaurar/criar uma realidade fática aproximada daquela que
existiria se a obrigação tivesse sido cumprida.
EXEMPLO
O autor, que tem festa de casamento marcada para as semanas seguintes, postula na inicial
a condenação do réu, um cantor muito famoso, ao cumprimento da obrigação de fazer,
pertinente a apresentar show musical na festa de casamento do autor, em razão de este ter
relevado que daria um “calote” no autor e não iria à festa. Caso o réu se negue a cumprir a
obrigação, mesmo admitindo a procedência do pedido do autor, poderá o juiz condená-lo,
em julgamento antecipado do mérito, a pagar outro cantor de igual patamar (outro cantor
famoso) para cumprir a obrigação em seu lugar na festa de casamento do autor.
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se
impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
DICA
A coisa julgada formal não impede o ajuizamento de nova
ação judicial acerca da mesma causa;
A coisa julgada material IMPEDE o ajuizamento de nova ação
judicial sobre a mesma causa.
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EXEMPLO
Se o fato narrado for de descumprimento de obrigação de fazer, a questão principal será o
pedido para que o réu seja condenado a cumprir a obrigação de fazer.
EXEMPLO
Se o fato narrado for de descumprimento de obrigação de fazer, a questão prejudicial pode
ser a prescrição da pretensão relativa a tal obrigação. O tempo decorrido entre a lesão do
direito do autor e o ajuizamento da ação, quando configurar a prescrição, é uma questão
prejudicial ao mérito. Se reconhecida a prescrição (questão prejudicial), a questão principal
(obrigação de fazer) não será sequer analisada/conhecida.
O § 1º do art. 503 estabelece requisitos para que a questão prejudicial seja acobertada
pela coisa julgada material, de modo a não mais poder ser analisada em outra ação. Tais
requisitos, sinteticamente, são:
1) O julgamento do mérito só é possível se a questão prejudicial for analisada;
2) A parte contrária àquela que alegou a que4stão prejudicial deve ter tido a oportunidade
de exercer o contraditório efetivo e prévio sobre ela.
Se a procedência da questão prejudicial decorrer de revelia, não se formará coisa julgada
material sobre a questão prejudicial.
3) O juiz da causa tenha competência material e/ou pessoal para julgar a questão
prejudicial;
Se a questão prejudicial for de competência de outro juízo, o juiz do processo relativo
à questão principal não formará coisa julgada material sobre a questão prejudicial.
4) O juiz tenha decidido sobre a questão prejudicial de forma expressa e no mesmo
processo (incidentemente).
Os requisitos do § 1º são cumulativos. A questão prejudicial somente será acobertada
pela coisa julgada material se preenchidos todos eles. Na falta de qualquer um deles, a
questão prejudicial não sofrerá tal efeito.
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1.8. RECURSOS
• PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE (ou SINGULARIDADE): Contra uma decisão
judicial específica, se couber recurso, haverá um único recurso cabível. Não será
possível a interposição de dois ou mais recursos contra a mesma decisão ao mesmo
tempo. Cada recurso tem uma função específica, uma natureza.
• PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE: O recurso deve ser discursivo e dialético, indicando
quais são os segmentos da decisão que deseja impugnar e as razões que justificam
tal impugnação. A construção do recurso (indicação das partes impugnadas e das
razões recursais) é fundamental para viabilizar uma boa análise de validade e justiça
da decisão recorrida pelo juízo recursal.
• PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE: Em regra, os recursos são interpostos somente em
razão da vontade das partes. Logo, a matéria decidida não será reanalisada a menos
que alguma das partes apresente o recurso cabível.
Uma exceção a esse princípio é a remessa necessária (art. 496 do CPC), que consiste em
enviar ao Tribunal, para reanálise obrigatória, decisões que condenem pessoas jurídicas de
direito público a pagarem obrigações de determinado valor:
• União, autarquias federais e fundações públicas federais: a partir de 1000 salários
mínimos;
• Estados, Municípios que sejam Capitais de Estados e suas autarquias e fundações
públicas: a partir de 500 salários mínimos;
• Municípios em geral e suas autarquias e fundações públicas: a partir de 100 salários
mínimos.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
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DICA
Conclusão: o rol de recursos previstos em lei é fechado/
taxativo/numerus clausus.
Existe uma exceção a esse princípio: as questões de ordem pública, que podem ser acolhidas
em qualquer tempo e grau de jurisdição, inclusive de ofício pelo Poder Judiciário.
Obs.: Perceba que, apesar de a situação de João ser piorada no bojo da análise de seu
próprio recurso, os argumentos utilizados pelo tribunal são diferentes daqueles
utilizados por João em seu favor. A verificação de litispendência, por ser questão
preliminar processual e de ordem pública, pode ser conhecida de ofício pelo Judiciário.
• PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE (ou CONVERSIBILIDADE): Em alguns casos, o equívoco
da interposição de um recurso inaplicável ao caso pode ser sanado pelo recebimento
desse recurso errado como se ele fosse o recurso certo. Trata-se de receber um
recurso errado como se fosse outro: o recurso correto. O órgão julgador percebe
que a matéria alegada pelo recorrente geralmente é abordada em recurso diferente
daquele que ela interpôs/opôs.
Este é o exemplo sustentado na Súmula 421, item II do TST:
JURISPRUDÊNCIA
Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator
converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade
e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a
intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões
recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.
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O Princípio da Fungibilidade não se aplica em casos de erros grosseiros, que são erros
injustificáveis e impossíveis diante do bom-senso e da mínima lógica processual. Exemplo
de erro grosseiro seria a interposição de recurso especial quando, na verdade, o recurso
cabível seria a apelação. Estas duas espécies de recursos têm requisitos muito diferentes,
inconfundíveis, especialmente no que tange ao tribunal competente para apreciar cada um.
DICA
A jurisprudência nunca aceita a aplicação do princípio
da fungibilidade entre um recurso de natureza ordinária
(como apelação e recurso ordinário) e outro de natureza
extraordinária (como recurso especial ou extraordinário).
Os recursos de natureza ordinária são aqueles que permitem a discussão sobre qualquer
questão do processo: seja matéria de fato (fatos narrados no processo), seja matéria de
direito (texto de lei, Constituição, ato normativo etc.). Os recursos de natureza ordinária
devolvem ao tribunal julgador todas as questões de fato e de direito para reanálise.
Já os recursos de natureza extraordinária são os que não cabem em qualquer situação.
Para serem cabíveis, deve haver o preenchimento de requisitos especiais. Ademais, a
matéria suscetível de apreciação em grau de recurso de natureza extraordinária não é livre:
é aquela delineada na lei ou na Constituição.
• PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: Antes de conceituar este princípio,
devo alertar que ele tem sido interpretado como relativo, e não absoluto. Essa
“relatividade” deve-se à majoritária interpretação de que o duplo grau de jurisdição
NÃO É um princípio de hierarquia constitucional.
Os que defendiam a natureza constitucional deste princípio diziam que ele estava implícito
no art. 5º, LV, da Constituição, que diz: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes”. A necessidade de respeito ao duplo grau de jurisdição, segundo
eles, devia-se à garantia dos “recursos” inerentes ao contraditório e à ampla defesa.
Essa tese não tem prevalecido na doutrina e na jurisprudência, que só reconhece a
natureza constitucional do Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa, que é um princípio
da teoria geral do processo.
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Professor, e o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição? Que natureza ele teria, afinal de
contas?
A apelação, recurso mais comum de natureza ordinária, possui efeito suspensivo como
regra geral. Em algumas hipóteses, ele não terá efeito suspensivo (§ 1º do art. 1.012).
Já os demais recursos, como regra geral, possuem efeito meramente devolutivo.
DICA
1) Probabilidade de provimento do recurso
OU
2) Fundamentação do recurso é relevante, E há risco de
dano grave ou de difícil reparação
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Ou a parte demonstrará as razões que levam a crer que o recurso provavelmente será
provido, ou demonstrará risco de dano grave ou de difícil reparação, apoiando-se em
fundamentação relevante. Como esses requisitos envolvem alguns conceitos jurídicos
indeterminados (relevância), caberá ao órgão julgador determinar o conteúdo dessa
“relevância”.
Nos recursos em geral (providos de efeito meramente devolutivo como regra), os
requisitos para a obtenção de efeito suspensivo são distintos. Eles constam do parágrafo
único do art. 995, que dispõe:
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial
em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se
da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível
reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
Obs.: Veja: nos recursos em geral (exceto a apelação, que tem requisitos diferenciados),
os requisitos para obtenção de efeito suspensivo são diferentes e cumulativos:
além de demonstrar o risco de dano grave em decorrência da imediata produção
dos efeitos da decisão, a parte recorrente deverá demonstrar a probabilidade de
provimento do recurso.
A probabilidade de provimento pode ser relacionada ao recurso baseado em tese de
amplo acolhimento da jurisprudência e na doutrina. A fundamentação relevante, quando
o provimento não for provável, geralmente refere-se a premissas de fato convincentes à
luz de um caso concreto, embora não consagradas na jurisprudência nem na doutrina.
• EFEITO TRANSLATIVO: Este efeito já foi citado anteriormente como uma exceção
ao princípio da proibição da reformatio in pejus.
Quando o juízo ad quem analisa o recurso interposto, bem como as contrarrazões da parte
recorrida, ele pode verificar a existência de questões de ordem pública no processo, que
possam ser inclusive resolvidas de ofício pelo órgão, independentemente de requerimento
de qualquer das partes.
Casos de questões de ordem pública são vários, destacadamente coisa julgada,
litispendência, ausência de pressupostos processuais, falta de interesse processual,
dentre outros.
Se o juízo ad quem constatar a existência de qualquer dessas questões de ordem pública,
ele poderá se manifestar sobre ela de imediato, sem que essa manifestação acarrete vício
na decisão por ser “ultra, extra ou citra petita”.
Repetirei o exemplo dado na descrição de um dos princípios estudados acima:
• EFEITO SUBSTITUTIVO: A decisão proferida pelo juízo ad quem, em grau de recurso,
substitui a decisão de mérito proferida pelo juízo recorrido.
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Cuidado: essa “substituição” tem muito a ver com mérito. Trata-se de substituir uma
decisão de mérito por outra, que pode escolher razões melhores e fundamentos jurídicos
melhores para aquele caso concreto em análise. Também será caso de efeito substitutivo
quando a decisão do órgão recursal conhece do recurso, mas mantém os exatos termos
da decisão proferida em primeiro grau. Essa mera confirmação também tem conteúdo de
substituição, pois é como se a autoridade da decisão recorrida fosse aumentada com a
confirmação de um órgão hierarquicamente superior.
Para sintetizar:
Confirmação da decisão
recorrida pelo órgão superior
(atribui-se maior autoridade
aos argumentos)
Se a decisão judicial recorrida for anulada por vício de natureza processual, como erro
no procedimento (ausência de audiência de conciliação, cerceamento de defesa etc.), NÃO
OCORRERÁ efeito substitutivo. Nesse caso, a decisão será anulada, e não haverá nem
confirmação de seus termos e nem substituição por mérito distinto.
• EFEITO EXTENSIVO: O recurso interposto por uma das partes poderá ser aproveitado
pelos litisconsortes dessa parte recorrente, a menos que os interesses dos litisconsortes
sejam distintos/opostos.
Este efeito tem previsão no art. 1.005 do CPC:
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos
ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um devedor aproveitará
aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
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Alguns doutrinadores, como Bezerra Leite, dizem que o efeito extensivo só tem
aplicabilidade no caso de litisconsórcio unitário, que é aquele em que a decisão judicial
deve ser igual (uniforme) para todos os litisconsortes.
Veja que o próprio nome já indica o conceito do efeito: as razões do recurso estendem-
se aos litisconsortes do recorrente, se os interesses destes não forem conflitantes com os
do recorrente.
• EFEITO REGRESSIVO: Este efeito ocorre sempre que o juiz resolve retratar-se de
uma decisão proferida anteriormente, reconsiderando-a e modificando seus termos.
Basicamente, o juiz regride, volta atrás.
A previsão legal para este “regresso” consta dos arts. 331 e 332 do CPC. Nestas
hipóteses específicas (indeferimento da petição inicial ou improcedência liminar do pedido
e subsequente interposição de apelação), o juiz terá 5 dias para retratar-se.
• EFEITO EXPANSIVO: Este efeito teve origem na Teoria da Causa Madura. Tal teoria
enuncia que o órgão competente para julgar o recurso poderia, desde logo, apreciar
o mérito das questões do processo quando o juízo a quo nem mesmo tenha entrado
nesse mérito. Essa atitude só poderia ser tomada pelo órgão recursal (ad quem) se a
matéria a ser decidida de imediato fosse unicamente de direito ou, se fosse de fato,
já houvesse ampla e suficiente dilação probatória sobre o fato.
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Para sintetizar:
Matéria exclusivamente de
direito (discussão se
Julgamento
Matéria de fato já
exaustivamente
provada, sem outras
provas a produzir
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CABIMENTO
Os únicos recursos cabíveis – isto é, suscetíveis de interposição – são aqueles expressamente
enumerados em lei (art. 994 do CPC). Ademais, para cada decisão específica, cabe um
recurso específico.
A sentença, por exemplo, é impugnável por apelação, quando a reanálise for de
responsabilidade do tribunal (art. 1.009, caput), ou por embargos de declaração, quando a
reanálise for encargo do mesmo juiz prolator, em razão de omissão, contradição, obscuridade
ou erro material no julgado (art. 1.022, caput).
Não é possível que as partes “negociem” para criar recursos não previstos em lei. Trata-
se do princípio da taxatividade: todos os recursos cabíveis, e as decisões suscetíveis de
recurso, são literalmente previstos na legislação processual, seja no CPC, seja em lei especial.
Agora, apresentarei a você o Enunciado n. 20 do FPPC, que enumera alguns objetos
ilícitos e impossíveis de negociação com base no art. 190. Confira:
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 20 do FPPC
Não são admissíveis os seguintes negócios bilaterais, dentre outros: acordo para
modificação da competência absoluta, acordo para supressão da primeira instância,
acordo para afastar motivos de impedimento do juiz, acordo para criação de novas
espécies recursais, acordo para ampliação das hipóteses de cabimento de recursos.
LEGITIMIDADE
A legitimidade, no processo, deve ser compreendida como legitimidade para a causa
(legitimidade ad causam). Deve o autor, assim como o réu, ser legalmente autorizado a
requerer a tutela do direito envolvido no conflito de interesses.
Aplica-se a mesma lógica à legitimidade recursal, quando o recurso for interposto
por uma das partes. Nos casos em que a lei permitir que terceiras pessoas interponham
recursos, a legitimidade recursal terá um fundamento distinto: autorização legal pura e
expressa, e não legitimidade para pleitear.
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DICA
Quando inerente ao autor, toma-se o termo LEGITIMIDADE
ATIVA (do polo ativo – autor)
Se pertinente ao réu, usa-se o termo LEGITIMIDADE PASSIVA
(do polo passivo – réu)
Legitimidade recursal é a habilitação dada por lei à pessoa que, por estar em determinada
condição, pode apresentar recurso contra a decisão judicial. Dentre outros, os principais
casos de legitimados pela lei para recorrer são:
• As próprias partes;
• O terceiro prejudicado, quando demonstrar o nexo de dependência entre o interesse
alegado e a relação jurídica resolvida na decisão sujeita a recurso;
• Os litisconsortes e assistentes;
• O Ministério Público, nas causas em que for parte ou atuar como fiscal da lei, ou em
quaisquer das hipóteses em que a lei permita sua atuação;
• O substituto processual;
• O sucessor ou herdeiro;
• A pessoa condenada solidária ou subsidiariamente.
INTERESSE
O entendimento do que é o “interesse recursal” começa da análise da essência do
interesse processual propriamente dito, como condição para o ajuizamento das ações. Em
razão disso, é necessária uma breve abordagem do interesse processual.
Tradicionalmente, chama-se o interesse processual de interesse de agir. Portanto, é
possível que você veja em provas esta condição com os nomes “interesse”, “interesse de
agir” ou “interesse processual”.
O interesse existirá quando o autor da ação completar um binômio técnico: necessidade
+ adequação. Explicarei cada um destes itens.
• NECESSIDADE: A ação deve ser necessária e útil para que o direito seja protegido,
restaurado ou compensado. Se a proteção, restauração ou compensação do direito
for perfeitamente possível sem o ajuizamento de ação, não existirá necessidade;
logo, não existirá interesse.
• ADEQUAÇÃO: Não basta que o autor tenha a necessidade de buscar o Judiciário: ele
deve escolher o meio processual legalmente adequado para a tutela de seu direito. Se
o autor procurar a tutela de seu direito por meio de uma espécie incorreta de ação, ou
por uma ferramenta inapropriada, sua pretensão não poderá ter seguimento, em razão
de a via processual por ele escolhida ser inadequada; logo, o autor não terá interesse
processual, em razão de a medida processual eleita ser incorreta (inadequada).
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A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido
reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
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Por fim, a desistência pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando o recorrente
peticionar nos autos pedindo para que o recurso não tenha processamento, e que os autos
retornem à origem. Será tácita a desistência quando o recorrente, após a interposição do
recurso, praticar ato incompatível com a vontade de ver o recurso provido.
DICA
Quando a prática de ato incompatível com a vontade de
recorrer for antes da interposição do recurso, será caso
de renúncia.
Quando a prática de ato incompatível com a vontade de
recorrer for depois da interposição, ficará configurada a
desistência, pois o direito de recorrer já foi exercido, e não
há como um direito renunciado ser exercido.
TEMPESTIVIDADE
Cada recurso deve ser interposto no prazo que a lei lhe conferir. Toda espécie de recurso
terá seu prazo. Por exemplo, a apelação deve ser interposta em 15 dias, os embargos de
declaração em 5 dias, o recurso extraordinário em 15 dias etc.
Quanto ao prazo para interposição dos recursos, há vários detalhes.
A partir do Novo CPC, é possível a interposição do recurso antes mesmo do início do prazo
para sua interposição. É o que diz o art. 218, § 4º, do CPC: “Será considerado tempestivo
o ato praticado antes do termo inicial do prazo.”.
Antes do CPC de 2015, considerava-se intempestivo (extemporâneo) o recurso interposto
antes do início do prazo. Agora, o recurso só será intempestivo se for interposto após
o término do prazo. Afinal de contas, o CPC de 2015 é fruto de evolução no pensamento
processual, que preza muito mais pelo atingimento da finalidade do ato processual do
que pela sua forma ou sua ordem.
Há ainda outro grande detalhe a se ressaltar: o do art. 220 do CPC, que dispõe:
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro
e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros
do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça
exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento.
Basicamente, este artigo criou hipótese legal de suspensão dos prazos processuais,
que ocorre independentemente de qualquer manifestação no processo, seja do juiz, seja
das partes.
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PREPARO
REGULARIDADE FORMAL
Os recursos devem sempre assumir a forma escrita. Na Lei dos Juizados Especiais
autoriza-se a interposição de recursos por via oral, mas as razões recursais devem sempre
ser reduzidas a termo escrito.
Todos os recursos devem, além de ter forma escrita, vir acompanhados das razões
recursais, com toda a fundamentação jurídica destinada a convencer o juízo ad quem a
substituir a decisão recorrida.
Juntamente às razões recursais, a parte deve expor, corretamente, qual é sua pretensão
recursal: se é de reforma do julgado, anulação total ou parcial etc.
Agora, abordaremos detalhes essenciais dos recursos em espécie.
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APELAÇÃO
A apelação é um recurso de natureza ordinária, cabível contra as sentenças proferidas
pelos juízes de primeiro grau.
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Como já dito, as questões mencionadas no art. 1.015 são impugnáveis por agravo de
instrumento. Mas preste atenção:
Mesmo que uma questão processual se enquadre no art. 1.015 (impugnação mediante agravo
de instrumento), ela será impugnável por apelação quando for resolvida em sentença, e
não em decisão interlocutória.
EXEMPLO
As decisões interlocutórias sobre tutela provisória são impugnáveis por agravo de instrumento
(inciso I do art. 1.015). Todavia, se uma tutela provisória for confirmada/revogada em sentença,
essa questão deverá ser impugnada por apelação, uma vez que o pronunciamento judicial
que tratou da matéria é uma sentença.
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I – os nomes e a qualificação das partes;
II – a exposição do fato e do direito;
III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV – o pedido de nova decisão.
A resposta da parte recorrida à apelação interposta pela parte adversa consiste nas
contrarrazões à apelação, que devem ser apresentadas no mesmo prazo do recurso: 15
dias, a contar de sua intimação efetiva.
§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar
contrarrazões.
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Como estudado na nossa primeira aula sobre os recursos, é possível que o recurso
adesivo não é um recurso propriamente dito. Na verdade, o recurso adesivo nada mais é
que uma forma de interposição de outro recurso.
Quando uma das partes interpõe um recurso, é possível que a outra tome duas atitudes:
1) Interponha recurso autônomo/principal, totalmente desvinculado do recurso da
outra parte.
• Neste caso, mesmo que a outra parte desista do seu recurso ou tenha seu recurso
inadmitido, o recurso da parte contrária será analisado.
2) Interponha o mesmo recurso, mas na modalidade adesiva, de modo que seu recurso
será aderente ao recurso da outra parte, isto é, a ele vinculado.
• Neste caso, se o recurso da outra parte for inadmitido ou dele desistir o recorrente, a
parte adversa não terá seu recurso adesivo analisado, pois ambos são diretamente
dependentes um do outro. Ou se analisam os dois, ou não se analisa nenhum.
O recurso adesivo somente será possível quando o recurso principal (da outra parte) for
um destes: apelação, recurso especial ou recurso extraordinário.
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EXEMPLO
Se o juiz de primeiro grau achar que a apelação é intempestiva, ele nada poderá fazer,
devendo permitir que ela seja regularmente remetida ao tribunal. É o tribunal quem dirá que
apelação é intempestiva, se o for.
Como regra geral, ao contrário dos demais recursos, a apelação tem efeito suspensivo,
isto é, suspende a eficácia da decisão recorrida até que seja julgada pelo tribunal.
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§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois
de publicada a sentença.
Quando o recurso não tiver efeito suspensivo, será possível o cumprimento provisório
da sentença, nos termos dos arts. 520 e seguintes do CPC.
Nas demais hipóteses, não será possível o cumprimento provisório da sentença, pois
este depende da ausência de efeitos suspensivos, e muito menos o definitivo, que depende
do trânsito em julgado.
Inclusive nas hipóteses do § 1º, será possível que a parte peça o efeito suspensivo à
sentença, mediante petição ou, ainda, em preliminar da própria apelação.
Depois que a apelação é interposta, é feito um sorteio para a escolha do relator, e este
sorteio é a distribuição. Portanto, antes da distribuição, a apelação fica no tribunal, mas
desvinculada de quaisquer dos desembargadores.
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Portanto, se o efeito suspensivo for postulado antes da distribuição (em petição simples
ou em preliminar de apelação), o requerimento deverá ser endereçado ao tribunal. Para a
apreciação desse requerimento, haverá distribuição, com a seleção de um desembargador
para ser o relator. Este magistrado ficará PREVENTO para conferir seu futuro voto na
apelação, isto é, não haverá nova distribuição.
Se, todavia, o efeito suspensivo for requerido somente após a distribuição, em
petição, o requerimento será endereçado e dirigido ao relator designado, que apreciará
tal requerimento.
Para ilustrar:
Relator escolhido
ficará prevento
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante
demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação,
houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
Como dito antes, o pedido de efeito suspensivo pode ser feito no próprio processo,
desde que demonstrados alguns pressupostos (previstos no art. 1.012, § 4º, do CPC). Tais
pressupostos são alternativos, isto é, pode ser preenchido tanto um quanto outro.
DICA
1) Probabilidade de provimento do recurso
OU
2) Fundamentação do recurso é relevante, E há risco de
dano grave ou de difícil reparação
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Ou a parte demonstrará as razões que levam a crer que o recurso provavelmente será
provido, ou demonstrará risco de dano grave ou de difícil reparação, apoiando-se em
fundamentação relevante. Como esses requisitos envolvem alguns conceitos jurídicos
indeterminados (relevância), caberá ao órgão julgador determinar o conteúdo dessa
“relevância”.
A probabilidade de provimento pode ser relacionada ao recurso baseado em tese de
amplo acolhimento da jurisprudência e na doutrina. A fundamentação relevante, quando
o provimento não for provável, geralmente refere-se a premissas de fato convincentes à
luz de um caso concreto, embora não consagradas na jurisprudência nem na doutrina.
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
Além de em regra ter efeito suspensivo (exceções: § 1º do art. 1.012), a apelação também
tem efeito devolutivo, cumulativamente. Toda a matéria envolvida pelo recorrente em
seu recurso é devolvida ao juízo ad quem, para reanálise das questões. O efeito devolutivo
alcança somente as partes da decisão impugnadas pelo recorrente.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas
e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao
capítulo impugnado.
EXEMPLO
Antônio ajuíza ação contra Igor pleiteando a resolução de contrato mantido entre eles. Igor
contesta, alegando várias razões, entre elas que Antônio perdeu o prazo de decadência fixado
no próprio contrato para pleitear a resolução contratual. O juiz, ao sentenciar o processo,
julga improcedentes os pedidos de Antônio, mas com outros fundamentos, sem tratar da
decadência contratual, que somente pode ser declarada a requerimento das partes.
Antônio interpôs apelação, requerendo a reforma da decisão, impugnando todos os capítulos da
sentença e seus fundamentos. O tribunal conclui que Antônio tem razão em sua argumentação,
e que os fundamentos do juiz realmente não se prestam para o caso concreto, mas não dá
provimento à apelação, porque reconhece que de fato ocorreu a decadência convencional,
alegada pelo réu em contestação. Esta questão processual não foi solucionada pelo juiz, mas
foi debatida no processo e refere-se a um dos capítulos impugnados da sentença.
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§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles,
a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
Nas hipóteses deste § 3º, o tribunal julgará imediatamente o mérito do processo, sem
determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau. O processo será julgado de plano
pelo tribunal.
EXEMPLO
Acolhimento de preliminar de nulidade da sentença por cerceamento de defesa, quando
o juiz impede uma das partes de produzir determinada prova, injustamente. Se o tribunal
concordar com os argumentos daquele que alega a preliminar de cerceamento de defesa, os
autos são devolvidos ao juiz para que realize nova instrução processual.
O § 3º, por sua vez, traz as hipóteses em que o tribunal não devolverá os autos ao
primeiro grau, e julgará imediatamente o processo.
Este é o chamado efeito expansivo de alguns recursos. Nas hipóteses do § 3º, o tribunal
pode, desde logo, apreciar o mérito das questões do processo quando o juízo a quo nem
mesmo tiver entrado nesse mérito.
O § 3º, entretanto, impõe uma condição para que o efeito expansivo seja implementado, a
fim de que o tribunal julgue imediatamente o processo: o processo deve estar em condições
de imediato julgamento.
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Como dito anteriormente, as questões mencionadas no art. 1.015 são impugnáveis por
agravo de instrumento. Mas preste atenção:
Mesmo que uma questão processual se enquadre no art. 1.015 (impugnação mediante agravo
de instrumento), ela será impugnável por apelação quando for resolvida em sentença, e
não em decisão interlocutória.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
I – tutelas provisórias;
II – mérito do processo;
III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI – exibição ou posse de documento ou coisa;
VII – exclusão de litisconsorte;
VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
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JURISPRUDÊNCIA
O rol do artigo 1.015 do CPC/15 é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição
de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do
julgamento da questão no recurso de apelação.
Precedentes: REsp 1.704.520-MT e REsp 1.712.364 – MG.
Explico.
EXEMPLO
Imagine que uma decisão interlocutória cause dano processual relevante, que, se impugnado
somente na preliminar de apelação, já não teria mais reparação.
A parte tem o seu direito de produzir prova pericial indeferido por decisão interlocutória,
que não comporta agravo de instrumento. Se esta parte demonstrar que a perícia é urgente,
sob pena de ser impossível posteriormente, ela poderá interpor agravo de instrumento,
demonstrando que, se esperasse para impugná-la somente em apelação, a medida já não
teria mais utilidade, por ter a perícia se tornado impossível.
Em vários momentos, eu trouxe para você que as hipóteses de cabimento do agravo de
instrumento são restritas ao rol do art. 1.015, e esta é, de fato, a regra geral. O entendimento
do STJ direciona-se a criar exceções a esta regra, no sentido de que a taxatividade das
hipóteses de cabimento do agravo de instrumento é mitigada diante de medida urgente
que se tornaria inútil se impugnada somente em apelação futura.
Vamos adiante.
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Os Embargos de Declaração (ED) não têm uma instância específica. Seu cabimento
não leva em conta o grau de jurisdição ou o procedimento da ação.
Desde já, saliento que o prazo para a oposição dos ED é diferente de todos os outros
prazos recursais: é de 5 DIAS, a contar da ciência da decisão judicial.
Obs.: Os ED são o único recurso cujo prazo não é de quinze dias: é de 5 DIAS.
Os ED podem ser opostos contra Sentença do juiz de primeiro grau ou Acórdão de TJ, TRF
ou Tribunal Superior. Ademais, os ED são também oponíveis contra decisões interlocutórias.
Não cabem ED em face de despachos, uma vez que os despachos não são propriamente
“decisões”, por não terem caráter decisório, e em razão de o art. 1.001 dispor: “Dos despachos
não cabe recurso.”.
Passadas estas importantes considerações iniciais sobre os ED, dirigir-nos-emos ao
estudo dos dispositivos do CPC sobre o recurso de embargos de declaração, com pertinentes
conexões com a parte teórica do conteúdo.
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CAPÍTULO V
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento;
III – corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I – deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente
de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II – incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.
EXEMPLO
Relator inadmite um recurso, por intempestivo, mas não observou que a parte comprovou que
houve feriados locais no interstício do prazo; juiz extingue o processo por abandono de causa,
mas sem ver que o autor havia peticionado nos autos requerendo o andamento processual.
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Sempre que o juiz ou o tribunal, ao julgar os ED, corrigir algum vício na decisão embargada
(omissão, contradição, erro material ou obscuridade), alterando a parte dispositiva da
sentença ou acórdão, ocorrerá o chamado EFEITO MODIFICATIVO da decisão judicial.
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz,
com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias,
sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão
embargada.
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Ora, se a decisão não será modificada (e, portanto, não gerará efeitos à parte adversa), será
dispensável a manifestação da parte adversa quando não ocorrerem efeitos modificativos
sobre o dispositivo da decisão embargada.
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins
de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados,
caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
Os ED seguem a regra geral dos recursos quando a seus efeitos imediatos: efeito
meramente devolutivo.
Se os ED forem tempestivos (opostos dentro de 5 dias) e a representação processual da
parte estiver regular (procuração do advogado juntada aos autos, com poderes necessários),
eles causarão um importantíssimo efeito no processo: INTERRUPÇÃO de todo e qualquer
prazo para interposição de recursos naquele processo.
Por fim, o art. 1.026 do CPC tem três parágrafos de enorme relevância para sua prova:
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em
decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente
a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será
elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer
recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública
e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido
considerados protelatórios.
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Obs.: Aqui, não se trata de litigância de má-fé propriamente dita, mas, sim, de um ato sujeito
a sanção específica e diferenciada. Afinal de contas, a manifesta inadmissibilidade
ou improcedência do agravo interno nem sempre decorre de ato de má-fé, podendo
decorrer, também, de equívoco ou até mesmo de inépcia profissional do advogado.
Se forem opostos ED manifestamente protelatórios pela parte por apenas uma vez,
não haverá maiores problemas: basta que, ao final, o embargante pague a multa de até
2% em favor da parte contrária (embargada).
O problema será muito maior se a parte for reincidente nos ED protelatórios, opondo,
mais uma vez, ED com finalidade de atrasar o curso processual. Neste caso, a multa, que
tinha como limite o percentual de 2%, terá doravante o limite de 10%. Caberá ao órgão
julgador definir o percentual exato da multa a ser aplicada ao embargante protelatório
reincidente.
Após a imposição da multa de até 10% do valor da causa pelos ED protelatórios, a
parte embargante, penalizada, deverá necessariamente depositar em juízo o valor dessa
multa para interpor novos recursos, como o recurso extraordinário ou o recurso especial,
quando cabíveis.
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Como regra, a multa de até 10% pela reincidência em ED protelatórios deverá integrar
o preparo recursal, pressuposto genérico de admissibilidade dos recursos em geral. Esta
regra comporta duas exceções:
• Entes e entidades da Fazenda Pública (pessoas jurídicas de direito público e empresas
estatais prestadoras de serviços públicos de forma exclusiva, como os Correios);
• Beneficiários da justiça gratuita.
Os dois sujeitos acima (Fazenda Pública e beneficiário da justiça gratuita) estarão
dispensados de recolher o valor da multa como parte do preparo recursal. Se a multa não
for eliminada pela instância superior, ela deverá ser paga após o trânsito em julgado do
processo, na fase de execução.
AGRAVO INTERNO
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão
colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.
Nos termos do CPC, o agravo interno tem cabimento contra decisão monocrática do
relator, quando a parte pretende a revisão do mérito da decisão monocrática.
As decisões proferíveis pelo relator do processo no tribunal, de forma monocrática
(singular), sem participação dos demais magistrados da Turma, são as que abordam os
tópicos estabelecidos no rol do art. 932 do CPC.
§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso
no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a
julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para
julgar improcedente o agravo interno.
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Não deixe passar batido que o § 2º assegura o juízo de retratação pelo relator. Pode o
relator, em vez de enviar o agravo para julgamento no órgão colegiado, retratar-se de sua
decisão, se concordar inteiramente com os fundamentos do agravante. Neste caso, o agravo
poderá ser provido monocraticamente, sem inserção em pauta para julgamento colegiado.
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RECURSO ESPECIAL
O recurso especial é processado e julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Suas
hipóteses de cabimento são previstas na Constituição Federal, em seu art. 105, inciso III:
Antes de tudo, você precisa saber qual é a finalidade genérica do recurso especial: é a de
tutelar a legislação federal. O recurso especial serve para garantir a correta aplicação da
lei federal em cada caso, bem como o respeito à sua prevalência diante de outras normas.
Para não confundir as hipóteses de recurso especial com as de recurso extraordinário,
você precisa ter alguns cuidados quanto à semântica do art. 105, inciso III da CF/88.
Abaixo, apresentarei circunstâncias com as quais você deve ter muita atenção:
• 1) Declaração de inconstitucionalidade de lei federal: neste caso, o elemento jurídico
tutelado é a Constituição, e não a lei. Logo, trata-se de hipótese de cabimento de
Recurso Extraordinário, e não de Recurso Especial.
− Só caberá recurso especial quando a decisão, embora não declare inconstitucional,
contrarie ou negue vigência à lei federal
EXEMPLO
Decisão que argumentar que a lei não se aplica ao caso concreto, ou dizer que ela foi revogada
tacitamente por outra lei.
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• 2) Julgamento de ato de governo local: quando esse julgamento tiver por resultado
a declaração de validade de ato de governo local em face de lei federal, caberá
recurso especial.
− Quando a declaração de validade de ato de governo local for em face da Constituição,
caberá recurso extraordinário.
EXEMPLO
Em ação civil pública que visa anular ato administrativo do governo estadual, o TJ declara o
ato válido, apesar de o autor da ação civil pública levantar fundamentos da legislação federal
para a nulidade do ato. Nesta situação, caberá recurso especial. Se o autor da ação civil pública
tiver também utilizado fundamentos de ordem constitucional, poderá ele interpor recurso
extraordinário ao STF.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 5 do STJ
A simples interpretação de cláusula contratual não enseja recurso especial
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 7 do STJ
A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
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DICA
Quando se fala em “última instância”, fala-se em “última
instância ordinária”, isto é, a última instância jurisdicional
em que é possível discutir matéria de fato. Afinal, nas
instâncias superiores (como regra geral), somente se
pode discutir matéria de direito, ressalvadas as ações de
competência originária.
EXEMPLO
Ação rescisória ajuizada para desconstituir sentença de juiz de direito de primeira instância
compete ao TJ. Logo, o acórdão proferido pelo TJ em julgamento da ação rescisória poderá
ser objeto de recurso especial. Afinal de contas, somente cabe apelação contra sentenças,
e não contra acórdãos.
Obs.: Embora o recurso especial, às vezes (como no caso da ação rescisória) seja o
primeiro recurso interposto no processo, ele somente se presta à matéria de direito
relacionada à lei federal, e não à rediscussão de matéria de fato.
Por fim, cabe destacar a terceira hipótese de cabimento do recurso especial: quando
houver divergência de interpretações acerca da legislação federal em tribunais diferentes
(distintos TJ/TRF).
Veja o que enuncia a Súmula n. 13 do STJ:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 13 do STJ
A divergência de julgados do mesmo tribunal não enseja recurso especial.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 126 do STJ
É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em
fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si
só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.
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Se a decisão recorrida se apoia em vários fundamentos, que, por si só, poderiam justificá-la,
o recorrente deve atacar todos eles.
Se o recorrente atacar todos os fundamentos relativos à legislação federal, mas a decisão
puder ser mantida por fundamentos de natureza constitucional mesmo que o recurso
especial seja provido na integralidade, o recurso especial não será conhecido.
Afinal, de nada adianta ao STJ julgar o recurso especial se, de plano, é possível verificar
que a decisão recorrida encontra fundamentos autossuficientes na Constituição Federal,
não impugnados no momento oportuno mediante recurso extraordinário.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 203 do STJ:
Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos
Juizados Especiais.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 518 do STJ:
Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial
fundado em alegada violação de enunciado de súmula.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 579 do STJ:
Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do
julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior.
Obs.: Perceba que o quórum para o não reconhecimento da relevância da questão federal discutida
é o mesmo que a Constituição estabelece para a rejeição da repercussão geral no STF (2/3).
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RECURSO EXTRAORDINÁRIO
O recurso extraordinário é processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Suas hipóteses de cabimento são previstas na Constituição Federal, em seu art. 102, inciso III:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,
cabendo-lhe:
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Professor, se o parâmetro utilizado na alínea “d” é a lei federal, por que o recurso cabível
é o extraordinário, e não o especial?
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 292 do STF
Interposto o recurso extraordinário por mais de um dos fundamentos indicados no
art. 101, n. III, da Constituição [redação da Constituição de 1967], a admissão apenas
por um deles não prejudica o seu conhecimento por qualquer dos outros.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 279 do STF
Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 280 do STF
Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 281 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na Justiça de origem, recurso
ordinário da decisão impugnada.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 282 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida,
a questão federal suscitada.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 283 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais
de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 284 do STF
É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação
não permitir a exata compreensão da controvérsia.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 636 do STF
Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da
legalidade, quando a sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas
infraconstitucionais pela decisão recorrida.
Se o princípio da legalidade (art. 5º, II, Constituição Federal) fosse fundamento para que
o STF analisasse más aplicações de lei federal, o recurso extraordinário passaria a parecer
um recurso especial, não é mesmo?
Portanto, se a argumentação recursal deixar claro que o princípio da legalidade foi
invocado apenas como “jeitinho” de levar o STF a analisar interpretações direcionadas a
leis e atos normativos, o recurso extraordinário não será conhecido.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 733 do STF
Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de
precatórios.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 735 do STF
Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar
Se o tribunal de segunda instância, ou o STJ, deferiu apenas medida liminar, a sua atuação
jurisdicional ainda não foi completada. Logo, o recurso extraordinário é cabível apenas em
face do acórdão que resolve, definitivamente, a controvérsia na instância recorrida.
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição
Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em
petições distintas que conterão:
I – a exposição do fato e do direito;
II – a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.
Por serem recursos diferentes, deve haver uma petição para cada recurso: uma para
o especial, e outra para o extraordinário.
Ambas as petições recursais se submetem ao primeiro juízo de admissibilidade da
mesma autoridade: O Presidente/Vice do tribunal recorrido (TJ/TRF).
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Sim, caro(a) aluno(a). Afinal de contas, o TJ/TRF é a última instância para a discussão
de matéria constitucional. Afinal de contas, o STJ não tem competência para apreciar
questões constitucionais, mas apenas questões de legislação federal.
§ 2º (Revogado).
§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício
formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.
Se o vício quanto à forma do recurso não impedir a sua plena análise, poderá o STF ou
o STJ desconsiderá-lo. Se, todavia, o vício, embora sanável, puder atrapalhar a perfeita
análise do recurso, poderá o tribunal superior ordenar que o recorrente proceda à correção
do vício no prazo que assinalar.
Em qualquer dos casos, o vício não pode ser considerado grave. Sendo grave, o recurso
poderá ser inadmitido por ausência de regularidade formal (pressuposto de admissibilidade
extrínseco dos recursos).
Neste momento, adianto-lhe que todos os recursos extraordinários podem ser suspensos
se o STF afetar um deles a julgamento como paradigma de demanda repetitiva, e se o
Presidente do STF acatar o pedido de suspensão de todos os processos em âmbito nacional
que versem sobre a mesma questão.
A mesma lógica vale para os recursos especiais, por parte do Presidente do STJ.
Até que um recurso seja analisado pelo tribunal competente, enfrentam-se alguns
procedimentos. O recurso, além de ser interposto, deve ser admitido, remetido à instância
competente e distribuído para um relator.
Apesar dessas várias fases até que o recurso seja analisado definitivamente, é possível
que, no meio delas, o recorrente tenha razões para requerer efeito suspensivo ao
recurso. Neste ponto, informações importantíssimas costumam ser exploradas em
provas: para qual autoridade deverá ser dirigido o requerimento de efeito suspensivo?
DISTRIBUIÇÃO
INTERPOSIÇÃO ADMISSÃO
Ao RELATOR
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Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado
para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão conclusos
ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: (Redação dada pela Lei
n. 13.256, de 2016) (Vigência)
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal
não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário interposto
contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal
exarado no regime de repercussão geral; (Incluída pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída
pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
A mesma lógica vale para as decisões objeto de recurso especial. A diferença é que, neste
caso, a decisão-referência é alguma do STF proferida em regime de recursos repetitivos.
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida
pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria
constitucional ou infraconstitucional; (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
Os requisitos das alíneas a a c devem ser preenchidos para que o recurso seja remetido
à instância superior, além dos próprios pressupostos de admissibilidade recursais.
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RECURSO ORDINÁRIO
O recurso ordinário é marcado por duas grandes características: uma é autoexplicativa:
trata-se de um recurso de natureza ordinária, no qual podem ser discutidas as questões
fáticas do fundo da controvérsia.
A segunda característica é que o recurso ordinário é um recurso de origem constitucional.
Ele é, assim como o recurso especial e o extraordinário, um recurso previsto diretamente
na Constituição Federal, que também prevê suas hipóteses de cabimento. Essa previsão
encontra-se nos arts. 102, inciso II (recurso ordinário para o STF) e 105, inciso II (recurso
ordinário para o STJ) da CF/88.
O recurso ordinário, por ter previsão constitucional, é também chamado de “ROC”
(Recurso Ordinário Constitucional).
Obs.: Destaque que a decisão do tribunal local (TJ/TRF) deve ser denegatória para
justificar o cabimento do recurso ordinário. Não sendo denegatória a decisão, os
recursos cabíveis serão o especial e o extraordinário, dentro de suas especialíssimas
hipóteses de cabimento.
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A alínea “b” tem uma particularidade interessante. Trata-se de uma das duas únicas
hipóteses do ordenamento jurídico brasileiro em que, com autorização constitucional, há
uma “supressão de instância”. Explico.
Originariamente, os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro
ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no
País são de competência do juiz federal de primeiro grau (art. 109, II, CF/88).
O recurso cabível contra a sentença definitiva do juiz federal, nesta hipótese (que é o
recurso ordinário) não será destinado ao TRF, mas, sim, diretamente ao STJ. Interessante,
não é mesmo?
Seção III
Do Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido
que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos.
(Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
I – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
II – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
III – ( Revogado ). (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 1º ( Revogado ): (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
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Tanto o recurso especial como o recurso extraordinário, por serem recursos de natureza
extraordinária, comportam dois juízos de admissibilidade:
1) O primeiro juízo de admissibilidade é feito pelo Presidente ou Vice-Presidente do
tribunal recorrido (TJ/TRF/STJ);
2) O segundo juízo de admissibilidade é feito pelo relator designado no tribunal que
julgará o recurso.
O agravo em recurso especial ou em recurso extraordinário serve para destrancar o
recurso especial ou extraordinário que for inadmitido, isto é, que for “reprovado” no primeiro
juízo de admissibilidade por não preencher os pressupostos intrínsecos e extrínsecos de
admissibilidade do respectivo recurso.
EXEMPLO
Perante o TRF, João, autor, interpõe recurso especial contra o acórdão proferido pelo TRF. O
Presidente do TRF, ao realizar o primeiro juízo de admissibilidade (analisar os pressupostos
extrínsecos e intrínsecos), resolve denegar o seguimento ao recurso especial em razão de
ser ele intempestivo.
João, irresignado, pode interpor agravo em recurso especial para “destrancar” o recurso
especial e levá-lo ao STJ, apresentando seus fundamentos que apontem que o recurso especial
é, sim, tempestivo e que houve equívoco por parte do Presidente do TRF.
Obs.: Perceba que o caput dispõe, no período final, o seguinte: “(...) salvo quando fundada
na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em
julgamento de recursos repetitivos.”. É que nestas hipóteses o recurso cabível
será outro: o agravo interno, a ser processado na forma do regimento interno do
tribunal recorrido.
Tal ressalva justifica-se pela necessidade de se observar a regra do art. 1.030, § 2º,
que tecnicamente indica que cabe agravo interno contra a decisão que negar seguimento
a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça, respectivamente, exarado no regime de julgamento de recursos repetitivos.
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EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
Você sabe que recursos especiais e recursos extraordinários são julgados por Turmas/
Câmaras, certo? Estes são os menores órgãos fracionários situados nos tribunais.
Os embargos de divergência são cabíveis exclusivamente contra acórdãos proferidos
pelas Turmas/Câmaras ou por Seções, que são órgãos fracionários, no julgamento de
recurso especial (no STJ) ou recurso extraordinário (no STF). Não pode a parte opor embargos
de divergência contra decisões monocráticas, pois contra estas cabe agravo interno.
Obs.: Entenda por “órgãos fracionários” os órgãos internos do tribunal compostos por
uma parte dos Ministros, mas que não têm a participação de todos os Ministros
do tribunal.
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EXEMPLO
Imagine que, ao julgar um recurso especial, a Turma julgadora do STJ julga o mérito do recurso
de forma totalmente contrária a uma decisão de outra Turma do STJ. Institucionalmente, o
STJ terá interesse em uniformizar sua jurisprudência, concorda? É para isso que servem os
embargos de divergência: para submeter o processo à análise de um órgão maior do tribunal,
que pode ser uma Seção ou o Órgão Especial.
EXEMPLO
A decisão em grau de recurso que não resolve o mérito, mas que aprecia a controvérsia, é,
por exemplo, a decisão do STF que nega existência de matéria constitucional na controvérsia
apresentada. O STF aprecia a controvérsia, mas não conhece do recurso (logo, não analisa o
mérito) por ser ele “incabível”, eis que o recurso extraordinário exige revolvimento de matéria
constitucional.
1) Se o acórdão do órgão fracionário tiver resolvido o mérito, ele poderá ser confrontado,
em embargos de divergência, com outro que também tenha resolvido o mérito, ou com
outro que, apesar de não ter conhecido do recurso, tenha apreciado a controvérsia.
2) Se o acórdão do órgão fracionário não tiver conhecido do recurso, mas tiver apreciado a
controvérsia, ele somente poderá ser confrontado com outro que tenha resolvido o mérito.
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Como regra geral, os acórdãos confrontados devem ser de órgãos fracionários diferentes.
Excepcionalmente, será possível a confrontação de acórdãos do mesmo órgão fracionário,
desde que mais da metade dos membros desses órgãos tenham sido modificados desde
a prolação do acórdão tomado como paradigma.
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EXEMPLO
A 2ª Turma, em 20/02/2015, prolata acórdão com interpretações contrárias a um acórdão
prolatado pela mesma Turma em 30/10/2022. Na data da prolação do último acórdão
(30/10/2022), mais da metade dos membros da 2ª Turma são diferentes daqueles que
atuaram na prolação do acórdão de 20/02/2015. Logo, poderão estes dois acórdãos ser
confrontados, mesmo que provenientes do mesmo órgão fracionário.
Não é somente a revelia (falta de contestação) que autoriza a substituição processual por
parte do assistente. Qualquer omissão havida por parte do assistido autorizará o assistente
a atuar como seu substituto processual. A revelia, no final das contas, é somente um
exemplo de omissão.
A denunciação da lide serve para cobrar, regressivamente, uma pessoa que esteja
na posição de garantir eventual dívida ou de cobrir eventual despesa. Em razão disso, a
denunciação da lide somente é julgada depois do conflito principal do processo.
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Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante,
a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o
prejuízo de quem for vencido no processo.
Primeiro ponto: a denunciação da lide pode ser promovida tanto pelo autor quanto
pelo réu. É uma ferramenta disponível a ambas as partes.
Agora, atentemo-nos às hipóteses de denunciação da lide:
• Inciso I: É o clássico caso em que uma pessoa compra de outra certo bem (móvel
ou imóvel) e, depois de um tempo, é citada como ré em ação que tem por objeto
a reivindicação da propriedade desse bem por um sujeito estranho ao negócio de
compra e venda.
− Nesta situação, o comprador/adquirente, réu, poderá denunciar à lide o vendedor
(alienante imediato), para, em caso de derrota, cobrar do vendedor o valor que
pagou pelo bem comprado, que, na verdade, era de propriedade do autor do
processo.
− Cobrar o valor pelo qual pagou é o principal direito decorrente da evicção (art.
450 do Código Civil), além de outros constantes da lei civil, como indenização por
frutos e despesas contratuais.
• Inciso II: Alguém, por disposição de lei ou por contrato, se obriga a indenizar alguém
em razão de determinado prejuízo, caso este venha a existir.
EXEMPLO
Exemplo clássico é o das seguradoras, que celebram contratos de seguro com os particulares,
comprometendo-se a pagar por eventuais danos cobertos pelo contrato de seguro. Quando
a seguradora se recusa a cobrir o dano causado pelo segurado, este pode denunciar a
seguradora à lide.
Para ilustrar:
O TERCEIRO, DENUNCIADO à
PARTE PRINCIPAL (Autor ou Réu -
lide, promove a Denunciação de
DENUNCIANTE) promove a
outro terceiro à lide
Denunciação de um terceiro à lide
(DENUNCIAÇÃO SUCESSIVA)
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DICA
O chamamento ao processo, exclusivo do RÉU, cabe por
parte de:
FIADOR
DEVEDOR SOLIDÁRIO
1) Se o fiador pagar a dívida inteira, poderá cobrar do(s) afiançado(s) o valor integral
da dívida.
2) Se um dos devedores solidários pagar a dívida inteira, poderá cobrar dos demais
devedores a cota correspondente a cada um deles.
O Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (IDPJ) é um procedimento
instaurado por decisão interlocutória do juiz, a requerimento das partes ou do MP
interveniente (nunca de ofício), a fim de possibilitar que os sócios da empresa respondam
pelas dívidas da empresa. Logo, a instauração do IDPJ acarretará a citação dos sócios para
que exerçam o contraditório, manifestando-se nos autos.
Os pressupostos legais são: DESVIO DE FINALIDADE e CONFUSÃO PATRIMONIAL (art.
50 do Código Civil).
• DESCONSIDERAÇÃO DIRETA DA PJ: Sócio passa a responder por débitos da pessoa
jurídica.
• DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PJ: Pessoa Jurídica passa a responder por débitos
do sócio ou titular.
A consequência imediata da instauração do IDPJ, por decisão interlocutória do juiz
(atendendo requerimento da parte ou do MP), é a SUSPENSÃO do processo. Todavia, se
o IDPJ for requerido logo na Petição Inicial, não haverá que se falar em suspensão, pois o
processo nem mesmo havia começado.
DICA
Só há como suspender um processo que já esteja tramitando/
fluindo. Se o processo ainda não existisse até então, não
haveria objeto a ser suspenso. É nessa razão que se funda
a ressalva do § 3º.
DICA
Se o juiz instaurar o IDPJ fundamentando sua decisão em
ocorrência de fraude à execução, a alienação fraudulenta
será, desde logo (desde a instauração do IDPJ), considerada
ineficaz em relação ao autor/exequente.
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EXEMPLO
Cientistas, professores renomados.
EXEMPLO
Associações que representem pessoas com deficiência, entidades sindicais de determinada
categoria, sociedades que atuem em ramo que dependa de pesquisas científicas complexas,
como as do ramo farmacêutico.
EXEMPLO
FUNAI, IBAMA.
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I – nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o
processo;
II – ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
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Por outro lado, se o litisconsórcio necessário for simples, a sentença será válida, mas
não produzirá efeitos sobre aqueles que não tiverem sido citados. Afinal de contas, ninguém
poderia garantir que o juiz decidiria de forma igual para os não citados. A sentença, portanto,
será válida, mas não terá efeito nenhum sobre os que não participaram do processo, mas
somente sobre aqueles que dele participaram.
Obs.: Conforme o § 2º, o exequente originário (antigo credor) pode ser sucedido pelo sub-
rogado, pelo cessionário ou pelo espólio/herdeiros/sucessores SEM consentimento
do executado. Portanto, grave que a sucessão do exequente, na execução, independe
de consentimento do executado.
• LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA: É a legitimidade tida pela pessoa que, para obter
o título executivo, litigou em nome próprio por direito alheio. É o caso do Ministério
Público, quando atua em favor de direito de alguém.
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Como regra geral, a execução pode ser proposta em quatro possíveis lugares:
• 1) Lugar do domicílio do executado;
− Se o executado tiver mais de um domicílio em lugares diversos, poderá a execução
ser proposta em quaisquer dos lugares;
− Se for desconhecido ou incerto o domicílio do executado, poderá a execução ser
proposta no lugar onde o executado puder ser encontrado ou, ainda, no foro de
domicílio do exequente;
− Havendo mais de um executado, o exequente poderá escolher o lugar do domicílio
de um deles para propor a execução.
• 2) Lugar onde se situem os bens sujeitos à execução (para que a penhora e a alienação
sejam mais fáceis);
• 3) Lugar eleito pelas partes no documento do próprio título executivo, nos termos
do art. 63 do CPC;
• 4) Se o título executivo tiver decorrido de ato ou fato determinado, a execução poderá
ser proposta no lugar onde o ato foi praticado ou onde ocorreu o fato.
Professor, existe uma preferência por um destes lugares em detrimento dos outros?
Sim, caro(a) aluno(a). Em primeiro lugar, a execução deverá observar o lugar eleito por
cláusula de eleição de foro no contrato relacionado ao título executivo. Somente se não
houver tal eleição de foro é que serão observadas as outras regras, que serão totalmente
alternativas.
Se não houver eleição de foro, o exequente poderá optar, livremente, pelo lugar do domicílio
do executado (ou de um dos executados), pelo lugar onde se situem os bens do executado
ou ainda, se for o caso, o lugar do ato/fato que originou o título executivo.
Para ser objeto da execução, o título executivo deve ter alguns requisitos. Deve o título
executivo ser:
1) CERTO: o título/documento aponta a existência de uma dívida certa (em dinheiro ou
em prestação de fazer ou não fazer). Deve ser, ao menos, identificável a prestação devida
pelo devedor. Não deve haver dúvidas, no entanto, sobre a existência da dívida.
2) LÍQUIDO: é o valor da dívida, o chamado quantum debeatur, ou, ainda, podem ser os
bens objeto da obrigação. Da simples leitura do título deve ser possível saber o valor ou os
bens devidos pela obrigação.
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3) EXIGÍVEL: a dívida deve estar vencida, e não deve haver condição suspensiva ou termo
inicial sobre a dívida. Não pode haver nenhum obstáculo à cobrança do débito. Ainda, não
pode a dívida estar prescrita, pois a prescrição torna o débito inexigível pela via judicial.
O estudo da responsabilidade patrimonial parte da teoria e das regras do direito das
obrigações. Dessa forma, é necessário conhecer as teorias aplicáveis ao vínculo obrigacional,
que são a teoria dualista e a teoria unitarista.
• TEORIA DUALISTA: Uma obrigação é dividida em débito (schuld) e responsabilidade
(haftung). Numa relação obrigacional, existe o débito, que é a prestação devida pelo
devedor ao credor, e a responsabilidade, que serve como instrumento de efetivação
da obrigação em razão do inadimplemento, fazendo com que os bens do devedor
respondam pela obrigação descumprida.
− O elemento “responsabilidade”, nas obrigações, emerge apenas diante do
inadimplemento da obrigação pelo devedor, a fim de que o cumprimento da
obrigação seja forçadamente levado a efeito.
• TEORIA UNITARISTA: O débito e a responsabilidade são nada mais que faces de um
mesmo vínculo obrigacional, e não elementos distintos. Segundo esta teoria, a própria
dívida já traz consigo a possibilidade de coagir o devedor a cumprir a obrigação. Dessa
forma, haveria uma fusão entre débito e responsabilidade (daí vem o nome da teoria
“unitarista”).
Antes de estudarmos cada hipótese de fraude à execução, veja o que enuncia a Súmula
n. 375 do STJ:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 375 do STJ
O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora no bem
alienado ou da prova da má-fé do terceiro adquirente.
Obs.: Perceba que nem sempre o devedor deverá ser insolvente para que seja configurada
a fraude à execução.
Havendo registro da pendência do processo em Cartório, ficará preenchido o requisito
subjetivo scientia fraudis. Caso não tenha sido registrada a pendência do processo, deverá
o credor provar a má-fé do terceiro adquirente (Súmula n. 375 do STJ).
Lembre-se que, quando o bem não for sujeito a registro (como um bem móvel qualquer),
o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a
aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor
e no local onde se encontra o bem (art. 792, § 2º).
Conforme o art. 828 do CPC, “o exequente poderá obter certidão de que a execução
foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de
averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto
ou indisponibilidade”.
Conforme o § 4º do art. 828, “presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração
de bens efetuada após a averbação”. Eis aqui o requisito da scientia fraudis já esclarecido
anteriormente. Havendo registro da execução em Cartório, presume-se (absolutamente)
a má-fé do terceiro adquirente e, consequentemente, a fraude à execução.
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III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição
judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
Esclareço, de início, que a hipoteca judiciária é um direito real de garantia sobre coisa
alheia, pela qual determinado bem do patrimônio do devedor serve para a garantia de uma
obrigação. A hipoteca judiciária tem por principais efeitos a concessão ao credor de direito
de sequela e de direito de preferência (art. 495, § 4º, CPC). Tal dispositivo determina: “A
hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de
preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade
no registro”.
É possível, ainda, que tenha sido averbada em Cartório um ato judicial de constrição,
como a penhora e o arresto em determinado processo. Neste caso, o bem penhorado/
arrestado fica vinculado ao cumprimento da obrigação reconhecida em sentença.
No final das contas, a hipótese do inciso III é a mais grave de fraude à execução, pois o
bem alienado já estaria reservado como garantia de pagamento de determinada obrigação
reconhecida por sentença. E o registro da hipoteca judiciária ou de outro ato constritivo
na matrícula do bem torna absolutamente presumida a ciência da fraude por parte do
terceiro adquirente.
Neste caso, a alienação ou oneração fraudulenta não incide sobre apenas determinada
coisa litigiosa, mas sobre qualquer bem penhorável do executado.
Existem dois pressupostos para a configuração de fraude à execução com base no
inciso IV:
1) Eventus damni: O ato praticado pelo devedor (alienação oneração) é capaz de levá-lo
à insolvência e, consequentemente, “impossibilita-o” de pagar a dívida.
2) Pendência de ação: o ato tenha sido praticado enquanto penda qualquer ação
contra o devedor, seja ela de conhecimento, de execução, ou até mesmo uma ação penal
ou probatória.
Existe ação pendente para o réu somente a partir de sua citação efetiva, uma vez
que, conforme o art. 240 do CPC, a citação induz litispendência para o réu. Portanto, é a
partir da citação do réu que os atos de defasagem patrimonial podem ser considerados
fraudulentos, quando reduzam ou possam reduzir o devedor à insolvência.
Muitas bancas tentam confundir o candidato dizendo que a alienação havida em fraude à
execução seria “inválida/nula” para o exequente, quando, na verdade, ela é ineficaz para o
exequente (credor), conforme o art. 792, § 1º do CPC.
• 1) Quando o bem não for sujeito a registro, o adquirente do bem terá o ônus de
provar sua boa-fé para não ser prejudicado.
• 2) Quando o bem for sujeito a registro, a situação dependerá do seguinte:
− Se tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência da execução, haverá
presunção absoluta de fraude à execução. Isso mesmo: absoluta (regra do art.
828, § 4º do CPC).
− Caso não tenha sido averbada a pendência da execução no registro do bem, o
credor/exequente terá o ônus de provar a má-fé do terceiro adquirente.
Para que o sócio responda pelas dívidas da sociedade, é imprescindível que a parte
interessada instaure o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, regulado
pelos arts. 133 a 137 do CPC, e estudados em aula própria. Sem este incidente, não há como
obrigar um sócio a pagar débito da sociedade.
O sócio também conta com o benefício de ordem, semelhantemente ao que ocorre com
o fiador: o sócio tem o direito de que, primeiramente, sejam penhorados e expropriados
os bens da sociedade, para que apenas depois sejam atingidos os seus bens particulares.
Quando o título executivo não representa obrigação certa, líquida e exigível, ele é inválido
(nulo). Devem estes três requisitos fazerem-se presentes para que a execução seja válida
com base no respectivo título executivo.
Ademais, assim como na fase de conhecimento, a citação é um pressuposto essencial à
validade do processo, como forma forte de expressão do princípio do contraditório. Sem
a citação (contraditório), a execução é nula.
Quando ao inciso III, pode-se dizer que ele é um desdobramento prático do inciso I.
Afinal, a execução de uma obrigação ainda sujeita a condição ou termo seria nada mais que
a execução de uma obrigação inexigível. E, como vimos, a falta de exigibilidade da obrigação
torna a respectiva execução nula.
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Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que
se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar
outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já
determinados.
Neste caso, valerá o valor definido como subsidiariamente aplicável no art. 87 do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição Federal:
Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que
se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado
o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados
em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
I – quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
II – trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.
EXEMPLO
O Estado de Santa Catarina, por meio de lei estadual, fixou como limite para as Obrigações de
Pequeno Valor (pagas por meio de RPV) o montante de 10 salários mínimos. Se tal lei não existisse,
ou se ela viesse a ser revogada, seria aplicável o limite de 40 salários mínimos, definido no ADCT.
A mesma lógica vale para todos os Municípios.
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O valor-limite definido pelas leis estaduais/municipais NÃO PODE ser inferior ao valor do
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (teto do RGPS).
Por essa razão, não pode o ente federado fixar como valor-limite, por exemplo, “dois salários
mínimos”.
É a regra do art. 100, § 4º, da CF: “Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados,
por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime
geral de previdência social”.
A RPV será enviada diretamente pelo juiz ao ente público devedor, que deverá pagar o
valor no prazo de 2 MESES. Se o ente não cumprir a obrigação neste prazo, o juiz determinará
o sequestro do valor devido.
Nesta situação, o sequestro de valores do ente público pode ser determinado de ofício
ou a requerimento do exequente.
É a regra do art. 535, § 3º, inciso II, do CPC:
II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para
o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois)
meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais
próxima da residência do exequente.
Professor, e se o valor devido ao exequente for maior que o limite da RPV, será possível
fracionar os valores para que o exequente receba parte por RPV e a outra parte por
meio de Precatório?
Não, caro(a) aluno(a). O fracionamento para fins de recebimento de parte como RPV e
parte como precatório é proibido pela Constituição Federal (art. 100, § 8º).
Neste caso, o que pode ser feito é o exequente RENUNCIAR a parte excedente do limite
para receber tudo por meio de RPV, o que é muito mais rápido.
O pagamento dos valores devidos pela Fazenda Pública é demorado. A ordem de
pagamento de precatórios consiste numa fila de pessoas que devem receber valores, na
estrita ordem cronológica de entrada dos formulários de precatórios.
Os valores destinados ao pagamento dos precatórios será incluído na dotação orçamentária
do ente público sem mencionar números de processos ou pessoas específicas que devam
receber parte dos valores. Vide art. 100, caput, da CF:
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Para você visualizar, de forma organizada, as regras dos dispositivos acima, apresento
a seguinte ilustração:
1ª FILA PREFERENCIAL:
Créditos ALIMENTÍCIOS, em valor ATÉ O TRIPLO DO
VALOR-LIMITE DA RPV (60, 40, 30 salários mínimos
etc.)
Titulares:
Pessoa com 60 ANOS OU MAIS
Pessoa COM DEFICIÊNCIA (art. 2°, Lei n. 13.146/2015)
Pessoa com DOENÇA GRAVE
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2ª FILA PREFERENCIAL:
Créditos ALIMENTÍCIOS
Titulares:
Quaisquer pessoas (incluindo aquelas que do
quadro anterior, quanto ao valor que
ultrapassar o triplo do valor-limite da RPV)
3ª FILA
Todos os demais créditos devidos pela
Fazenda Pública (sem ordem de preferência)
Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, deverá ser
expedido precatório ou RPV, conforme o caso.
Obs.: Fique atento quanto à regra do § 2º: a pessoa com 60 anos ou mais, com doença
grave ou a pessoa com deficiência terá preferência, nos créditos alimentícios, na
primeira fila MESMO QUE o crédito devido seja decorrente de sucessão hereditária.
Quanto ao momento de pagamento dos precatórios, devemos observar a regra do art.
100, § 5º, da CF:
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária
ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do
exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
EXEMPLO
PRECATÓRIO APRESENTADO EM 01/07/2021: pagamento ocorrerá até o dia 31/12/2022 (data
que equivale à expressão “até o final do exercício seguinte”).
PRECATÓRIO APRESENTADO EM 02/07/2021: pagamento ocorrerá até o dia 31/12/2023.
O pagamento dos precatórios, diferentemente do dos RPVs, devem ser cobrados do
ente público pelo Presidente do Tribunal, se a decisão exequenda for de juiz ou do próprio
Tribunal, ou pelo Presidente do STJ ou do STF, se a decisão exequenda for do respectivo
tribunal superior.
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DICA
Lembre-se que todas as formas de expropriação começam
com a letra “A”:
Adjudicação
Alienação
Apropriação
EXEMPLO
Um veículo penhorado passa a ter, em sua documentação, uma restrição de transferência de
propriedade, para que o executado não consiga vender ou doar o veículo. Recursos parecidos
com este são utilizados pelo Poder Judiciário com relação aos outros bens penhoráveis.
A penhora, por si só, não expropria o bem, mas apenas o destina à expropriação. O
bem penhorado pode:
1) Ser leiloado: caso em que haverá sua alienação a algum licitante do leilão.
2) Se alienado por iniciativa particular: caso em que um leiloeiro ou um terceiro autorizado
pelo juiz venderá o bem no mercado, e entregará o dinheiro ao juízo para a satisfação do
débito exequendo.
3) Ser adjudicado pelo exequente: situação na qual o exequente (ou outra pessoa
autorizada por lei) toma para si o bem penhorado, como dação em pagamento pela dívida
(recebendo o bem como parte ou como todo o valor da dívida).
4) Se o bem penhorado for dinheiro, lucros, dividendos ou faturamento de empresa/
estabelecimento, o valor desses ativos financeiros será destinado ao exequente, que se
apropriará desses ativos como forma de pagamento da dívida.
Ao mesmo passo em que os honorários advocatícios podem ser reduzidos em razão
de fatos do processo, eles também podem ser aumentados. O juiz tem a faculdade de
aumentar os honorários advocatícios nas seguintes hipóteses:
1) Rejeição de embargos à execução opostos pelo executado;
2) Demanda de trabalho em volume superior, podendo o aumento, neste caso, ser
conferido ao final da execução.
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos
bastem para garantir a execução.
§ 1º Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado
2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora
certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.
A citação do executado para pagamento é um ato pessoal, que deve ser realizado perante
a pessoa do devedor, pelo oficial de justiça. Todavia, é possível que o oficial de justiça não
encontre o executado. Neste caso, o oficial de justiça realizará o arresto de tantos bens
quantos sejam suficientes para a garantia da execução, por meio dos convênios disponíveis
ao Poder Judiciário.
Realizado o arresto, o oficial de justiça deverá procurar o executado por no mínimo
duas vezes, sempre em dias diferentes. Se o oficial suspeitar de que o citando-executado
está se escondendo para não receber a citação, poderá valer-se da chamada “citação com
hora certa”.
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A citação por hora certa ocorrerá no dia útil seguinte àquele em que tiver ocorrido a segunda
tentativa de citação. A rigor, a citação por hora certa ocorre na terceira tentativa. Todavia,
é comum que ela seja, na prática, levada a efeito já na segunda tentativa.
A realização de citação por hora certa NÃO, não depende de despacho do juiz. Trata-se
de forma de citação que pode ser levada a feito por iniciativa do oficial de justiça, após a
frustração da segunda tentativa de citação real.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 364 do STJ
O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 486 do STJ
É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros,
desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia
da sua família.
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Rendimentos Poupança
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 319 do STJ
O encargo de depositário de bens penhorados pode ser expressamente recusado.
Seguindo os termos do Pacto de San José da Costa Rica, o STF editou a Súmula
Vinculante n. 25:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula Vinculante 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
É possível que um bem penhorado pelo juízo seja substituído pela penhora de outro,
desfazendo-se a penhora do primeiro bem e deslocando-a ao bem indicado pelo executado.
Os requisitos para essa substituição são, em síntese, os seguintes:
• 1) A substituição do bem torne a execução menos onerosa ao executado e igualmente
eficaz ao exequente;
• 2) O executado descreva corretamente o bem a ser penhorado, apresentando os
documentos pertinentes, quando a lei exigir, e apontando exatamente o local onde
eles se encontrem.
− A descrição do bem a ser penhorado (em substituição ao bem anteriormente
penhorado) deve observar os parâmetros legais, de acordo com a espécie do
bem (imóvel, móvel, semovente, crédito etc.).
• 3) Indicar corretamente o valor do bem a ser penhorado e eventuais ônus que sobre
ele incidam, a fim de que seja aferível o grau de efetividade da execução a partir da
penhora desse bem.
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As três hipóteses de efetuação de segunda penhora nas execuções são, de forma mais
sintética, as seguintes:
1) Nulidade da primeira penhora;
2) Insuficiência da primeira penhora;
3) Primeira penhora envolve bens que são objeto de outros processos ou penhorados
em outros processos.
Neste último caso, a segunda penhora deverá recair sobre bens ainda não penhorados
em quaisquer processos, e que não sejam discutidos em outras lides.
O caput do art. 854 é muito explorado em provas. Os detalhes que corriqueiramente
são cobrados são os seguintes:
1) O bloqueio de valores pelo BACEN-JUD ocorre sem que o executado seja previamente
intimado. Afinal de contas, o objetivo é bloquear valores para evitar que o executado os retire
da conta. Logo, é óbvio que o executado não pode ser cientificado de que haverá bloqueio.
2) O bloqueio de valores pelo BACEN-JUD ocorre apenas a requerimento do exequente,
e nunca de ofício pelo juiz.
3) O limite de bloqueio de valores é o montante total da dívida executada, contando-se
juros, custas e honorários advocatícios.
A indisponibilidade dos valores (ou simplesmente “bloqueio” dos valores) não é, propriamente,
uma penhora. Na verdade, a indisponibilidade é uma medida preparatória da penhora. O
bloqueio de valores é convertido em penhora apenas depois de rejeitada ou não apresentada
a manifestação do executado (§ 5º).
Para ilustrar:
ANTES do bloqueio
DEPOIS do bloqueio
Executado NÃO é
Executado É avisado
avisado
A contar de sua intimação efetiva, o executado terá o prazo de 5 dias para alegar:
• 1) Impenhorabilidade dos valores bloqueados;
− Poderá o executado alegar que os valores bloqueados são de caderneta de poupança
até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, ou que a conta sobre a qual recaiu
o bloqueio seria uma conta-salário, onde são depositados os rendimentos mensais
do executado.
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Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil
alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de
percentual de faturamento de empresa.
A condição prevista no caput do art. 866 é explorada com certa recorrência em provas.
Existe uma grande condição para que seja possível a penhora de faturamento de empresa
devedora. Tal condição é a seguinte: ou o executado não tem outros bens passíveis de
penhoram ou, mesmo tendo bens, estes são insuficientes para satisfazer integralmente
a execução.
A penhora de faturamento de empresa é uma medida excepcional e subsidiária, que
somente ocorre quando for impossível satisfazer a execução com outros bens.
A adjudicação é uma forma de expropriação de bem do executado, mediante transferência
forçada da titularidade do bem para o exequente ou para terceiros (pessoas específicas
que serão tratadas na análise dos §§ 5º e 7º do art. 876). Na prática, é muito mais comum
a adjudicação em favor do próprio exequente, sendo a adjudicação por terceiros uma
exceção, embora possível.
Nos dizeres de Theodoro Júnior, a adjudicação é “o ato executivo expropriatório, por
meio do qual o juiz, em nome do Estado, transfere o bem penhorado para o exequente ou
para outras pessoas a quem a lei confere preferência na aquisição”2.
A alienação é, ao lado da adjudicação ( já examinada acima), uma conversão coativa do
bem penhorado em dinheiro, para o pagamento da dívida executada.
Por sua vez, a alienação é dividida em duas espécies: alienação por iniciativa particular e
alienação mediante leilão. Estas duas espécies de alienação são muito assemelhadas, mas
têm algumas diferenças em relação ao procedimento de cada uma.
2
THEODORO JÚNIOR, Humberto. A reforma da execução do título extrajudicial. Rio de Janeiro: Forense, 2007. p. 117.
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1°: ADJUDICAÇÃO
Afinal, quais seriam as diferenças entre estas duas espécies de alienação judicial?
Em suma, a alienação por iniciativa particular caracteriza-se por ser realizada por
iniciativa do próprio exequente ou de corretor/leiloeiro credenciado. Estes sujeitos farão
a venda direta do bem no mercado, e, quando realizada, será noticiada nos autos
Já a alienação mediante leilão ocorre quando é publicado edital de hasta pública,
sempre por leiloeiro ou corretor, em local indicado pelo juiz ou onde se encontrem os bens,
ou, ainda, de forma eletrônica, conforme a regulamentação do CNJ.
Há um tempo prévio de atividade que os leiloeiros e corretores devem ter para que possam
ser credenciados como leiloeiros e corretores públicos: 3 anos de exercício profissional, no
mínimo. Quanto a isto, é importantíssimo conhecer o Enunciado n. 192 do Fórum Permanente
de Processualistas Civis (FPPC):
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JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 192 do FPPC:
Alienação por iniciativa particular realizada por corretor ou leiloeiro não credenciado
perante o órgão judiciário não invalida o negócio jurídico, salvo se o executado comprovar
prejuízo.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 193 do FPPC
Não justifica o adiamento do leilão, nem é causa de nulidade da arrematação, a falta
de fixação, pelo juiz, do preço mínimo para a arrematação.
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante
do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta
por cento do valor da avaliação.
O preço vil é aquele que não se mostra capaz de satisfazer o débito exequendo, por
depreciar em demasia o bem objeto da alienação.
Se o juiz não fixar um preço mínimo, será vil o valor menor que a metade (50%) do valor
da avaliação do bem, ou menor que a metade (50%) do valor constante de tabelas oficiais,
se o bem não tiver sido avaliado.
Todavia, tendo o juiz estipulado um preço mínimo no edital de hasta pública, será
considerado preço vil aquele inferior a tal preço mínimo, ainda que seja um centavo menor.
Os lances que apresentem preços vis não devem ser aceitos. Se apenas houver ofertas
por preço vil, a alienação será tida por frustrada.
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá apresentar, por
escrito:
I – até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior ao da
avaliação;
II – até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não seja considerado
vil.
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DICA
Entrada mínima: 25% do lance total
Número máximo de parcelas: 30 parcelas mensais
Obs.: No âmbito dos Juizados Especiais Cíveis, os embargos à execução dependem, sim,
de garantia prévia do juízo. Confira o Enunciado n. 117 do FONAJE:
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 117 do FONAJE
É obrigatória a segurança do juízo pela penhora para apresentação de embargos à
execução de título judicial ou extrajudicial perante o Juizado Especial.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 150 do STF
Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação.
Já a prescrição intercorrente é a que ocorre depois que a execução tiver iniciado, mas
deixar de ser impulsionada pelo exequente, como se ele tivesse perdido o interesse na causa.
Seu prazo é o mesmo da prescrição da pretensão executiva: o prazo prescricional da ação
de conhecimento (Súmula n. 150 do STF).
O art. 206-A do Código Civil, acrescentado pela Lei n. 14.382/2022, dispõe:
Antes mesmo dessa alteração legislativa, já era nesse mesmo sentido o Enunciado n.
196 do FPPC:
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado n. 196 do FPPC
O prazo da prescrição intercorrente é o mesmo da ação.
A nova redação do § 4º ainda traz outra regra inédita: a suspensão da execução, por
causa da não localização do executado e/ou de seus bens, somente será ocorrerá uma
única vez. Ademais, o período de suspensão também não poderá ser maior que um ano.
A título informativo, saliento que, no âmbito acadêmico, as regras criadas pela Lei n.
14.195/2021, no tocante à prescrição intercorrente, são muito favoráveis ao devedor. O
objetivo das alterações é, ainda que de modo reflexo, a diminuição do número de processos
pendentes em fase de execução em todos os ramos do Poder Judiciário.
EXEMPLO
Imagine que, num primeiro momento, o exequente não teve êxito nas diligências para localização
do devedor, e, portanto, passou a correr o prazo de um ano de suspensão da execução.
Passado esse prazo, passou a correr o prazo de prescrição intercorrente. Quando faltava
apenas um mês para o transcurso total do prazo de prescrição intercorrente, o exequente
descobriu o atual endereço do devedor, que foi efetivamente citado por via postal. Neste
caso, o prazo de prescricional, mesmo que já estivesse quase terminando, voltará ao zero,
pois foi interrompido por força do § 4º-A. Ademais, a interrupção será reconhecida desde
o momento em que foi praticado o primeiro ato necessário à citação.
• Neste exemplo, mesmo que a efetiva citação ocorra após o término do prazo prescricional
intercorrente que estava em curso, esse prazo será considerado interrompido (zerado)
desde o momento em que o ato de citação foi disponibilizado nos autos (primeiro
ato destinado à citação).
• Essa forma favorável de considerar a interrupção do prazo somente existirá se o
exequente (credor) cumprir todas as determinações legais e judiciais para localização
do devedor e de seus bens.
A mesma lógica é válida para o caso em que se busca localizar os bens penhoráveis do
executado.
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer
a prescrição no curso do processo e extingui-lo, sem ônus para as partes. (Redação dada pela
Lei n. 14.195, de 2021)
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O juiz pode, sim, reconhecer de ofício a prescrição intercorrente, mas é obrigatória a oitiva
de ambas as partes (no prazo de 15 dias) antes da declaração dessa forma de prescrição.
Portanto, sem o contraditório prévio das partes, a declaração da prescrição intercorrente
pelo juiz seria nula, embora pudesse ser feita de ofício.
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§ 6º A alegação de nulidade quanto ao procedimento previsto neste artigo somente será conhecida
caso demonstrada a ocorrência de efetivo prejuízo, que será presumido apenas em caso de
inexistência da intimação de que trata o § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
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Art. 247. A citação será feita por meio eletrônico ou pelo correio para qualquer comarca do País,
exceto: (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
I – nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3º ;
II – quando o citando for incapaz;
III – quando o citando for pessoa de direito público;
IV – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
V – quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
I – a descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa, ou das categorias de
documentos ou de coisas buscados; (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
II – a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam com o documento ou com
a coisa, ou com suas categorias; (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
III – as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa
existe, ainda que a referência seja a categoria de documentos ou de coisas, e se acha em poder
da parte contrária. (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
Art. 921. Suspende-se a execução:
(...)
III – quando não for localizado o executado ou bens penhoráveis; (Redação dada pela Lei n.
14.195, de 2021)
(...)
§ 4º O termo inicial da prescrição no curso do processo será a ciência da primeira tentativa
infrutífera de localização do devedor ou de bens penhoráveis, e será suspensa, por uma única
vez, pelo prazo máximo previsto no § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 4º-A A efetiva citação, intimação do devedor ou constrição de bens penhoráveis interrompe o
prazo de prescrição, que não corre pelo tempo necessário à citação e à intimação do devedor, bem
como para as formalidades da constrição patrimonial, se necessária, desde que o credor cumpra
os prazos previstos na lei processual ou fixados pelo juiz. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer
a prescrição no curso do processo e extingui-lo, sem ônus para as partes. (Redação dada pela
Lei n. 14.195, de 2021)
§ 6º A alegação de nulidade quanto ao procedimento previsto neste artigo somente será conhecida
caso demonstrada a ocorrência de efetivo prejuízo, que será presumido apenas em caso de
inexistência da intimação de que trata o § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
§ 7º Aplica-se o disposto neste artigo ao cumprimento de sentença de que trata o art. 523 deste
Código. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021)
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obs.: Esta súmula deve ser interpretada de modo a não invalidar a Súmula Vinculante n.
22 do STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional n. 45/04”.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 32 do STJ: Compete à Justiça Federal processar justificações judiciais
destinadas a instruir pedidos perante entidades que nela têm exclusividade de foro,
ressalvada a aplicação do art. 15, II, da Lei n. 5.010, de 1966.
Súmula n. 34 do STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar causa relativa à
mensalidade escolar, cobrada por estabelecimento particular de ensino.
Súmula n. 42 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas
cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu
detrimento.
Súmula n. 55 do STJ: Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso
de decisão proferida por juiz estadual não investido de jurisdição federal.
Súmula n. 66 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar execução fiscal
promovida por conselho de fiscalização profissional.
Súmula n. 82 do STJ: Compete à Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas,
processar e julgar os feitos relativos à movimentação do FGTS.
Súmula n. 97 do STJ: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação
de servidor público relativamente a vantagens trabalhistas anteriores à instituição
do regime jurídico único.
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Súmula n. 137 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação
de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo estatutário.
Súmula n. 150 do STJ: Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse
jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas
públicas.
Súmula n. 170 do STJ: Compete ao juízo onde primeiro for intentada a ação envolvendo
acumulação de pedidos, trabalhista e estatutário, decidi-la nos limites da sua jurisdição,
sem prejuízo do ajuizamento de nova causa, com o pedido remanescente, no juízo
próprio.
Súmula n. 173 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar o pedido de
reintegração em cargo público federal, ainda que o servidor tenha sido dispensado
antes da instituição do Regime Jurídico Único.
Súmula 218 do STJ: Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor
estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em
comissão.
Súmula 225 do STJ: Compete ao Tribunal Regional do Trabalho apreciar recurso contra
sentença proferida por órgão de primeiro grau da Justiça Trabalhista, ainda que para
declarar-lhe a nulidade em virtude de incompetência.
Súmula n. 236 do STJ: Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos
de competência entre juízos trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do Trabalho
diversos.
Súmula n. 238 do STJ: A avaliação da indenização devida ao proprietário do solo, em
razão de alvará de pesquisa mineral, é processada no Juízo Estadual da situação do
imóvel.
Súmula n. 324 do STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que
participa a Fundação Habitacional do Exército, equiparada à entidade autárquica
federal, supervisionada pelo Ministério do Exército.
Súmula n. 363 do STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança
ajuizada por profissional liberal contra cliente.
Súmula 376 do STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de
segurança contra ato de juizado especial.
Súmula n. 428 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de
competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.
Súmula n. 480 do STJ: O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir
sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa.
Súmula n. 505 do STJ: A competência para processar e julgar as demandas que têm
por objeto obrigações decorrentes dos contratos de planos de previdência privada
firmados com a Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – REFER é da Justiça
estadual.
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Obs.: Esta súmula deve ser interpretada de modo a não invalidar a Súmula Vinculante n.
22 do STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional n. 45/04”.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 248 do STF: É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal,
para mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União.
Súmula n. 249 do STF: É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação rescisória,
quando, embora não tendo conhecido do recurso extraordinário, ou havendo negado
provimento ao agravo, tiver apreciado a questão federal controvertida.
Súmula n. 330 do STF: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer
de mandado de segurança contra atos dos Tribunais de Justiça dos Estados.
Súmula n. 433 do STF: É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado
de segurança contra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista.
Súmula n. 555 do STF: É competente o Tribunal de Justiça para julgar conflito de
jurisdição entre Juiz de Direito do Estado e a Justiça Militar local.
Súmula n. 556 do STF: É competente a Justiça comum para julgar as causas em que
é parte sociedade de economia mista.
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Súmula n. 557 do STF: É competente a Justiça Federal para julgar as causas em que
são partes a COBAL e a CIBRAZEM.
Súmula n. 501 do STF: Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento,
em ambas as instâncias, das causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas
contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.
Obs.: Esta súmula deve ser interpretada de modo a não invalidar a Súmula Vinculante n.
22 do STF: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de
indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional n. 45/04”.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 504 do STF: Compete à Justiça Federal, em ambas as instâncias, o processo
e o julgamento das causas fundadas em contrato de seguro marítimo.
Súmula n. 508 do STF: Compete à Justiça Estadual, em ambas as instâncias, processar
e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil S. A.
Súmula n. 624 do STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer
originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais.
Súmula n. 634 do STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida
cautelar para dar efeito suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto
de juízo de admissibilidade na origem.
Súmula n. 736 do STF: Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham
como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança,
higiene e saúde dos trabalhadores.
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QUESTÕES DE CONCURSO
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GABARITO
1. c 35. b
2. b 36. b
3. c 37. e
4. a 38. c
5. e 39. a
6. b 40. a
7. d 41. d
8. e 42. a
9. a 43. b
10. a 44. d
11. c 45. c
12. d 46. b
13. a 47. a
14. c 48. b
15. c
16. e
17. c
18. a
19. c
20. a
21. c
22. a
23. c
24. b
25. e
26. d
27. b
28. d
29. d
30. a
31. d
32. d
33. d
34. e
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GABARITO COMENTADO
A questão pede pela alternativa que indique alguma das hipóteses do art. 487 do CPC. A
única que corresponde ao comando do enunciado é a letra “c”, que apresenta a hipótese
do inciso I do art. 487. As demais alternativas apresentam hipóteses do art. 485 (extinção
sem mérito).
Letra c.
O juiz optou por julgar liminarmente improcedente o pedido em razão de prescrição (art.
332, § 1º, CPC). A prescrição é matéria de mérito, tornando inexigível a prestação cobrada,
o que faz com que o processo tenha sido extinto com resolução do mérito (art. 487, II, CPC).
Dessa forma, naturalmente, produz-se coisa julgada material.
Letra b.
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a) Errada. Embora esse fundamento seja, com relativa frequência, utilizado por juízes e
tribunais para a extinção de processos sem resolução do mérito, em razão da inoperabilidade,
entre alguns ramos, da remessa de autos, por serem muito diferentes os sistemas de
processos eletrônicos de diferentes ramos do Poder Judiciário, a alternativa é juridicamente
incorreta. Afinal, o art. 64, § 3º, adota a teoria da translatio judicii, segundo a qual o
processo, ao invés de extinto, deve ser remetido ao juízo competente: “Caso a alegação de
incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente”.
b) Errada. Ainda que se entendesse que a incompetência fosse causa de extinção do processo,
tal extinção, certamente, não resolveria o mérito da demanda.
c) Certa. O art. 51, inciso III, da Lei n. 9.099/95 prevê “Extingue-se o processo, além dos casos
previstos em lei: (...) quando for reconhecida a incompetência territorial”. Tal dispositivo
consta da Seção XIV: “Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito”.
d) Errada. Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão (art. 63, § 4º).
e) Errada. Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se
um deles já houver sido sentenciado (art. 55, § 1º).
Letra c.
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O art. 46 do CPC dispõe: “A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.”. A propriedade é um direito
real, e o automóvel é um bem móvel. Logo, como Salvador é o local de domicílio do réu, será
de Salvador o foro competente.
Letra b.
Joaquim, réu, é incapaz. O art. 50 dispõe: “A ação em que o incapaz for réu será proposta no
foro de domicílio de seu representante ou assistente.”. Como sua assistente (Silvana) reside
em São Bernardo do Campo (SP), será o foro deste local o competente, territorialmente,
para processar e julgar a ação.
Letra d.
Embora esta questão não seja fundamentada diretamente pelas normas do conflito de
competência, ela é muito relevante ao estudo do tema, pois mostra situações em que o
examinador busca convencer o candidato sobre a existência de conflito. O gabarito tem
fundamento no art. 45, inciso I, que isenta da remessa à Justiça Federal os processos de
recuperação judicial, mesmo que neles atue a União. Não há nada que se falar, portanto,
em conflito de competência nesse contexto, pois há norma expressa do CPC determinando
onde o processo deve tramitar.
Letra e.
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Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco)
dias, retratar-se (art. 331, caput, CPC). Se não houver retratação, o juiz mandará citar o
réu para responder ao recurso (§ 1º).
Letra a.
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Somente uma contestação é que pode ser apresentada pelo réu, e nela deve ser alegada
toda a matéria de defesa, expondo-se as razões de fato e de direito com que se impugna o
pedido do autor e especificando-se as provas que se pretende produzir (art. 336). Depois
de apresentada uma contestação, toda e qualquer matéria de defesa não alegada ficará
acobertada pela preclusão consumativa. É consumativa a preclusão quando causada
pela já realização de um ato, que não pode ser repetido; nesses casos, a repetição do ato
é preclusa, pois a prática do ato já está consumada.
Letra a.
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a) Errada. A pretensão deve ser conexa com a pretensão da ação principal ou com o
fundamento da defesa (art. 343, caput, CPC).
b) Errada. Conforme o § 6º do art. 343 do CPC, a reconvenção pode ser apresentada
isoladamente, mesmo sem contestação.
c) Certa. É a regra literal do § 5º do art. 343 do CPC.
d) Errada. Conforme o § 2º do art. 343 do CPC, não há relação de dependência entre a
reconvenção e a ação principal. Logo, eventual extinção sem mérito da ação principal em
nada interferirá quanto ao prosseguimento da reconvenção.
e) Errada. Conforme o § 4º, é possível que o réu ofereça reconvenção em litisconsórcio com
terceiro.
Letra c.
d) a reconvenção pode ser proposta somente contra o autor, sendo também possível seu
ajuizamento pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
e) a reconvenção só pode ser proposta pelo réu se oferecida por ele contestação
simultaneamente, na mesma peça de defesa.
A questão cobrou diretamente a regra do art. 345, inciso II do CPC: “A revelia não produz o
efeito mencionado no art. 344 se (...) o litígio versar sobre direitos indisponíveis”. As demais
alternativas foram inventadas pelo examinador.
Letra e.
a) Certa. Esta alternativa enumera corretamente os negócios processuais típicos. São típicos
os negócios processuais que tenham alguma tipificação expressa dentro do CPC, e todos
os exemplos mencionados na letra “a” têm artigos correspondentes no CPC. Logo, eles são
típicos porque são tipificados em lei. Não são típicos os negócios processuais que, embora
lícitos, surjam diretamente da vontade das partes.
b) Errada. Trata-se do entendimento consolidado no Enunciado 254 do FPPC: “É inválida a
convenção para excluir a intervenção do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica”.
Também está neste sentido o Enunciado n. 392 do FPPC, que enuncia: As partes não podem
estabelecer, em convenção processual, a vedação da participação do amicus curiae.
c) Errada. O Enunciado n. 135 do FPPC apresenta que “a indisponibilidade do direito material
não impede, por si só, a celebração de negócio jurídico processual.”. Logo, o fato de o direito
material envolvido ser indisponível ou disponível não é relevante, por si só, para determinar
se é possível ou não o negócio jurídico processual.
d) Errada. O juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes
aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão
ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade (art. 190,
parágrafo único).
e) Errada. O CPC de 1973 também tinha previsão de alguns negócios jurídicos processuais,
ainda que de forma bem mais restrita. No diploma revogado, existiam as possibilidades
de convencionar sobre o ônus da prova, de suspender temporariamente o processo e de
adiar a audiência.
Letra a.
a) Errada. Deverá o juiz participar da celebração desse negócio jurídico processual, valendo
essa participação como um efeito prático equivalente ao da homologação, embora o art.
191 não faça menção específica à necessidade de homologação.
b) Errada. Não é possível que a parte contrária aceite um documento escrito em língua
estrangeira. A observância do vernáculo é de interesse público (art. 192, caput e parágrafo
único).
c) Certa. É a regra do art. 229, caput e § 2º.
d) Errada. Nos processos eletrônicos, não há ato do servidor no tocante à juntada de atos
aos processos. A certificação mencionada na alternativa só é necessária quando o processo
tramitar em meio físico (art. 228, § 2º e art. 206 do CPC).
e) Errada. Nem todos os processos que envolvam incapazes devem tramitar sob segredo de
justiça. O rol do art. 189 não chega a abarcar todos os processos que envolvam interesses
de incapazes.
Letra c.
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II – Errado. Como se vê no próprio art. 775 do CPC, há situações em que, mesmo sendo a
execução extinta, os embargos à execução continuarão a ser processados. É na hipótese
do inciso II do parágrafo único: embargos sobre questões de direito material.
Letra c.
a) Certa. A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição,
de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens (art. 919, § 5º).
b) Errada. A desconstituição da sentença deve ser perseguida mediante ação rescisória. Os
embargos à execução são uma ação autônoma do executado em face do exequente, como
tipo de defesa em face da execução.
c) Errada. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se
opor à execução por meio de embargos (art. 914, caput).
d) Errada. A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito
de opor embargos (art. 916, § 6º).
e) Errada. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo (art. 919: regra geral).
Letra a.
Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a
partir da juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de
companheiros, quando será contado a partir da juntada do último (art. 915, § 1º). Como os
dois executados não são cônjuges nem companheiros, o prazo para cada um será contado
separadamente. Ademais, conforme o art. 917, § 4º, inciso I, “Não apontado o valor correto
ou não apresentado o demonstrativo, os embargos à execução serão liminarmente rejeitados,
sem resolução de mérito, se o excesso de execução for o seu único fundamento”.
Letra c.
Dispõe o art. 915, § 3º que “em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à execução,
não se aplica o disposto no art. 229.”. E o art. 229 versa sobre o prazo em dobro em caso
de litisconsórcio com procuradores distintos em processos físicos, o qual não se aplica
aos embargos à execução. Ademais, confira a regra do art. 915, § 1º: “Quando houver mais
de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do
respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando
será contado a partir da juntada do último”.
Letra b.
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Conforme o art. 81, caput, o valor da multa por litigância de má-fé deve ser superior a
1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa. Quando o valor da causa for irrisório ou
inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo (§ 2º).
Letra d.
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Em se tratando de ato urgente (art. 104, caput, CPC), o advogado poderá postular a medida
sem procuração, mas deverá, independentemente de caução, exibir a procuração no prazo
de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz (§ 1º).
Letra d.
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a) Errada. Conforme o art. 18, caput, “Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome
próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.”. Portanto, há possibilidade
de exceções no sentido de que o pleito de direito alheio em nome próprio será possível.
b) Errada. Conforme o art. 17, “Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.”.
A possibilidade jurídica do pedido não é mais uma condição da ação, no Novo CPC.
c) Errada. Conforme o art. 20, “É admissível a ação meramente declaratória, ainda que
tenha ocorrido a violação do direito.”.
d) Certa. Trata-se da correta regra literal do art. 24, caput, do CPC.
e) Errada. Conforme o art. 25, caput, do CPC, “Não compete à autoridade judiciária brasileira
o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.”.
Letra d.
O art. 20 dispõe que “é admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido
a violação do direito.”.
Letra d.
a) Errada. De acordo com o art. 311, parágrafo único, as hipóteses de tutela de evidência dos
incisos II e III do art. 311 podem ser decididas liminarmente; nas demais, a decisão liminar
será impossível, devendo o juiz viabilizar o exercício do contraditório prévio.
b) Errada. A tutela de evidência não depende de periculum in mora para ser concedida.
c) Errada. Vide comentário à Letra b.
d) Errada. Se o réu não opuser objeção capaz de gerar dúvida razoável, nesta situação, será
cabível a tutela de evidência (art. 311, inciso IV, CPC).
e) Certa. É a hipótese expressa de cabimento do art. 311, inciso III.
Letra e.
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a) Errada. Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em consideração à complexidade
do ato (art. 218, § 1º). Ademais, “Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz,
será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte” (art. 218,
§ 3º).
b) Certa. Trata-se da regra literal do art. 225 do CPC.
c) Errada. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão
somente os dias úteis (art. 219, caput, CPC).
d) Errada. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20
de dezembro e 20 de janeiro, inclusive (art. 220, caput). Suspensão é bem diferente de
interrupção, como tratado nas aulas do curso.
e) Errada. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo
(art. 218, § 4º).
Letra b.
a) Errada. Devem os escritórios de advocacia ser distintos para a dobra do prazo (art. 229
do CPC).
b) Errada. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo
(art. 218, § 4º).
c) Errada. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual,
independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar
que não o realizou por justa causa (art. 223).
d) Errada. parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor,
desde que o faça de maneira expressa (art. 225 do CPC).
e) Certa. É a regra literal do art. 222, § 1º do CPC.
Letra e.
JURISPRUDÊNCIA
É firme o entendimento, no âmbito desta Corte de Justiça, de que é irrecorrível a decisão
que determina a devolução dos autos ao Tribunal de origem, a fim de aguardar-se o
julgamento de matéria submetida ao rito dos recursos repetitivos ou da repercussão
geral (AgInt no AgInt no REsp 1423253/SC, DJe 19/12/2018).
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Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado
2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora
certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.
Letra a.
a) Errada. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos
bens inalienáveis (art. 834). A primeira informação está correta: são impenhoráveis os bens
inalienáveis (art. 833, I).
b) Errada. No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários
advocatícios será reduzido pela metade (art. 827, § 1º).
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c) Errada. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução
dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução
(art. 836).
d) Certa. “Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que: I - as quantias
tornadas indisponíveis são impenhoráveis” (art. 854, § 3º, inciso I).
e) Errada. Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles, tendo
preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o descendente ou
o ascendente, nessa ordem (art. 876, § 6º).
Letra d.
Letra a.
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a) Errada. A apelação terá efeito suspensivo (regra geral – art. 1.012, caput).
b) Errada. Dos despachos não cabe recurso (art. 1.001).
c) Errada. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte (art. 999).
d) Certa. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso (art. 998, caput). Ademais, conforme o parágrafo único
do art. 998, “a desistência do recurso não impede a análise de questão cuja repercussão
geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários
ou especiais repetitivos.”.
e) Errada. Veja o que dispõe o art. 997, § 2º:
O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas
regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição
legal diversa, observado, ainda, o seguinte: (...)
III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.
O recurso adesivo não subsiste autonomamente quando o recurso principal deixa de existir.
Letra d.
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Conforme o art. 1.026, “os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e
interrompem o prazo para a interposição de recurso”. Ademais, o art. 1.022, inciso II dispõe:
Portanto, o fato de a questão da prescrição não ter sido ainda revolvida na ação não impede
que ela seja suscitada em embargos declaratórios, pois sobre a prescrição pode o juiz se
manifestar de ofício, em razão da revogação do art. 194 do Código Civil.
Letra c.
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Como o juiz entendeu que parte do processo (danos morais) já lhe era incontroversa, a
decisão consiste em julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356, inciso I, CPC),
contra a qual cabe agravo de instrumento (art. 356, § 5º). Se o agravo não for interposto,
a parte incontroversa transitará em julgado, e sobre ela recairá o manto da coisa julgada,
que, neste caso, é material, por envolver o mérito do processo.
Letra b.
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caminhos
crie
futuros
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