Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
6VAFAZPUB
6ª Vara da Fazenda Pública do DF
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
6VAFAZPUB
6ª Vara da Fazenda Pública do DF
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Alega, em suma, que participa do processo seletivo para contratação emergencial, por dispensa de
licitação, para empresa especializada na prestação de serviços de vigilância armada (não letal) e
supervisão motorizada, com fornecimento de mão de obra, materiais e equipamentos nas instituições
educacionais, Unidades Orgânicas e Coordenações Regionais de Ensino da Secretaria de Estado de
Educação do Distrito Federal.
Discorre que a licitação regular está suspensa e que é a atual prestadora dos serviços com vigência até
30/06/2021. Ainda, que participou do processo seletivo para a contratação emergencial, e, em face de
diversas ilegalidades no procedimento de contratação, ingressou com petição informando as
arbitrariedades praticadas pela administração, a qual lhe foi negada.
Narra sobre eventual ilegalidade na cotação do vale-alimentação e do vale-transporte, cujas propostas não
cotaram o fator de multiplicação correto, o que viola o Princípio da Vinculação ao instrumento
convocatório. Ainda, que a empresa vencedora não cumpriu as exigências do Edital, pois não cotou o
seguro de vida e não apresentou os atestados de capacidade corretos, entre outras irregularidades.
Insurge-se contra a classificação das empresas TRANSPORTER e ESSENCIAL por não terem
apresentados todos os documentos exigidos pelo certame.
É cediço que a concessão de liminar em Mandado de Segurança exige o atendimento dos requisitos
legais, quais sejam, a relevância dos fundamentos da impetração, bem como o perigo da demora na
prestação jurisdicional. Além disso, o mandado de segurança presta-se à correção de ato ilegal, cometido
pela autoridade impetrada, lesivo a direito líquido e certo do impetrante.
Com efeito, ao que soa claro da documentação acostada, especialmente a decisão administrativa que
indeferiu o recurso oposto pela Impetrante, não se verifica qualquer ilegalidade no ato praticado pela
Autoridade Impetrada. O que se constata, é que foram respondidos todos os itens arguidos pela
impetrante, conforme documento de ID 96268247, o que culminou no indeferimento, de forma
fundamentada.
No mais, salutar se faz o registro que as indagações de ilegalidade deveriam se limitar à proposta da
empresa vencedora – GI Empresa de Segurança Eireli - na medida em que as demais incluídas no polo
passivo, tal qual a Impetrante, não lograram êxito em apresentar a proposta mais vantajosa à
Administração. Se o intento da Impetrante foi desqualificar todas as empresas participantes, de modo a
que pudesse se manter na prestação do serviço licitado, agora, na fase atual, é premente se considerar a
Assim, no que pertine especialmente aos argumentos lançados contra a Contratada, esses referentes à
cotação do vale-alimentação e do vale-transporte, a questão se sedia na diferença de 0,21, o que produzirá
o efeito negativo no recebimento de cada trabalhador, segundo afirmação da Impetrante para abalar a
proposta da empresa sagrada vencedora. Todavia, no ponto, tem relevância a afirmação da Autoridade
Impetrada no sentido de que a cotação realizada pela vencedora atende ao Projeto Básico
SEE/SUAG/DICOS - SEI N. 64049897 (Id 96268247).
Em sendo o Projeto Básico o instrumento no qual se funda a Administração para, entre outros, talhar "...os
elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou
serviço..." (artigo 6o, IX da LCC), inclusive quanto ao orçamento - dado que se presta a avaliar o custo
global da obra ou serviço, fundamentado em quantitativos devidamente avaliados – não há como em sede
de cognição sumária se entender que no caso posto essa diretriz
No referente a não cotação do seguro de vida, item obrigatório nas Convenções Coletivas dos Vigilantes e
referendado pela Lei n. 7.102/83, não menos certo é se entender que em restando constante no Contrato
Administrativo (que se diga, já foi celebrado entre as partes – Id 96772004) cláusula relativa ao encargo
da vencedora quanto a esse custo que não adentrará na contraprestação do ente público licitante (cláusula
décima primeira), irregularidade não há.
Por demais é o argumento da falta de apresentação dos atestados de capacidade técnica corretos para a
seleção, na medida em que seria se atestar a total imperícia da própria atividade de licitação, já que o
objeto da contratação emergencial é a prestação de serviços para empresa especializada de vigilância
armada (não letal) e supervisão motorizada (Item 1, 1.1 do Edital Id 96266236). Portanto, o mínimo a se
exigir da Contratada seria a prova de sua expertise.
“...Atestado de Capacidade Técnica nº 04/2021 do Ministério da Saúde – 42 postos armados com arma
letal e não letal, conforme página 117, documento sei n.º 64664445. Atestado de Capacidade Técnica –
NUTRIZ para a prestação de serviços de Vigilância Armada, com uso de armas letais e com armas não
letais - 8 postos vigilância armada, conforme página 189, documento sei n.º 64664445. Atestado de
Capacidade Técnica nº 12/2018 do Ministério da Integração Nacional para o serviço de vigilância
patrimonial armada, diurna e noturna, mediante uso de arma letal e não letal 15 postos, conforme página
nº 231” (Id 96268247)
Ademais, a impetrante ficou em último lugar no processo seletivo, por ter apresentado o maior preço. Ora,
o fato de ter contrato anterior com a administração pública que vigeu até 30/06/2021, por si só, não
caracteriza a existência de direito líquido e certo que autorize a sua manutenção na prestação dos serviços,
por eventual ilegalidade no contrato.
Não há, portanto, em análise sumária, qualquer ilegalidade no ato praticado pela autoridade impetrada.
I.