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SENTENÇAS – TJ SP
Data de Disponibilização: 01/10/2019
SENTENÇA Processo Físico nº: 3018089-18.2013.8.26.0114 Classe –
Assunto: Embargos À Execução Fiscal - Nulidade / Inexigibilidade do
Título Requerente: DIRECIONAL ENGENHARIA S.A. Requerido:
MUNICÍPIO DE CAMPINAS Juiz(a) de Direito: Dr(a). FERNANDA SILVA
GONCALVES Vistos.
Trata-se de ação ordinária ajuizada por Jonas Birger Arquitetura S/S contra
Prefeitura do Municipio de São Paulo, narrando ser prestadora de serviços de
arquitetura e que tais serviços possuem previsão expressa no subitem 7.01 da
Lei nº 13.701 de 2003, que altera a legislação do ISSQN e que no mesmo
sentido tem a aplicação do regime especial de tributação nas hipóteses do art.
15. Informa que quando realizou o pedido perante a Prefeitura, a mesma
enquadrou a empresa para recolher o ISS sobre o faturamento bruto mensal
da sociedade. Todavia em maio de 2018 a Prefeitura lavrou termo de
desenquadramento do regime especial de recolhimento das sociedades
uniprofissionais, uma vez que a Empresa adota modelo de responsabilidade
limitada. Requer a concessão da tutela para que seja reconhecido a nulidade
do ato administrativo pela ausência de motivação e no mérito a ilegalidade do
desenquadramento, o direito da autora de contribuir pelo regime especial,
bem como a impossibilidade de retroação dos efeitos. Juntou documentos e à
causa deu o valor de R$ 50.000,00. Tutela de urgência inicialmente indeferida
às fls. 176. Após, a Autora informa que teve contra si lavrado autos de
infração e requereu novamente a apreciação do pedido de tutela, sendo-lhe
concedida parcialmente às fls. 256. Regularmente citado o Réu apresentou
contestação às fls. 264/274, alegando, em breve síntese, (i) que a ação não
pode ser procedente, pois a Autora possui o conhecido caráter empresarial de
suas atividades, a impedir que se beneficie de regime especial de tributação
destinado apenas a profissionais autônomos e sociedade simples composta
por profissionais, (ii) procura se retratar como sociedade de profissionais
autônomos, que desenvolvem suas atividades de forma pessoal e que por isso
poderia se beneficiar de regime tributário destinado a essa classe de
profissionais que agem autônoma e pessoalmente no trato com seus clientes,
(iii) pelo site da Autora percebe-se clara hierarquia no escritório de
arquitetura; (v) prelado básico da sociedade uniprofissional para os fins
tributários é que seja formada por profissionais de uma única espécie e que
exerçam suas atividades em regime de trabalho pessoal, a regra tributária de
onde se origina essa disposição é a do art. 9º, § 1º do DL 406/68, que dispõe
sobre o trabalho pessoal do profissional liberal ou autônomo; (vi) o ato de
desenquadramento do regime de tributação previsto no art. 15 da Lei
Municipal nº 13.701/03 possui natureza declaratória, simplesmente declara a
inexistência dos requisitos legais a partir de uma determinada data. Portanto,
podendo reatroagir após a verificação do desenquadramento pelo Entidade
fiscal. Requer seja julgada improcedente a demanda. Réplica juntada às fls.
302/327. A Autora vem depositando nos autos os valores a fim de garantir a
totalidade do débito de ISS nos termos do art. 151, II, do CTN. Relatados.
Fundamento e decido. A ação comporta julgamento antecipado nos termos do
artigo 355, inciso I do Código de Processo Civil, por não haver necessidade de
dilação probatória e por estarem todos os documentos juntados aos autos.
Passo a análise do mérito. A Autora visa com a presente demanda seu
reenquadramento no regime de tributação das sociedades uniprofissionais
permitindo o recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
(ISSQN) de forma fixa na estabelecida pelo art. 9º, §§ 1º e 3º do Decreto-Lei nº
406/1698 e do inciso II, do artigo 15 da lei nº 13.701/2003 e por conseguinte a
anulação do ato administrativo de desenquadramento, relatando ser pessoa
jurídica de direito privado que tem por finalidade nos termos do seu estatuto
social, unicamente a prestação de serviços de arquitetura, de acordo com o
artigo 2º da Lei nº 12.378/2010 – previsão expressa no subitem 7.01 da Lei nº
13.701/2003. Continua seu relato informando que, de maneira expressa, o art.
15 da lei nº 13.701/2003, assegura um regime especial de tributação do
ISSQN, dentre outras hipóteses, quando os serviços descritos no subitem 7.01
forem prestados por sociedade de profissionais, cujos titulares são habilitados
ao exercício da mesma atividade e prestam serviços de forma pessoal em
nome da sociedade, assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da
legislação específica. Relata também preencher os requisitos solicitados, que
são o enquadramento de suas atividades de prestação de serviços de
arquitetura na lista de serviços abarcados pelo regime especial de tributação,
o cadastro regular de seus sócios no Conselho Regional de Arquitetura e
Urbanismo de São Paulo e a inexistência de elementos de empresa. Desta
feita, combate veemente o termo administrativo feito pela Municipalidade por
conter vícios de nulidade e por não observar a segurança jurídica. Ademais,
informa que o termo de desenquadramento é genérico e não traz justificativa
nenhuma para tal ato, sem fundamentação ou embasamento legal,
padecendo assim o ato de nulidade. Informa que com a publicação em 18 de
setembro de 2015 da Instrução Normativa nº 13 todos os contribuintes
enquadrados no regime especial ficaram obrigados a entregar anualmente a
declaração eletrônica D-SUP e que dessa forma, após apresentar sua
declaração, em maio de 2018, foi notificada pela Prefeitura de seu
desenquadramento. Inicialmente, cabe esclarecer que o deferimento do
regime especial de tributação às sociedades uniprofissionais depende de
quatro requisitos: 1- ter como objetivo social a prestação de um dos serviços
previstos no inciso II, do artigo 15, da Lei Municipal nº 13.701/03; 2 - serem os
seus sócios devidamente habilitados órgão de classe; 3 - assumirem, os
sócios, responsabilidade pessoal na prestação dos serviços; 4 - não possuir
elementos de Empresa. A autora insurge-se contra os Autos de Infração por
conta de seu desenquadramento do regime fixo, com efeitos do
desenquadramento a partir de 01/01/2011, que dispõe o artigo 9º, § 3º, do
Decreto-Lei nº 406, de 31.12.1968, atualmente refletido no artigo 15 da Lei
Municipal nº 13.701, de 24.12.2003, por não mais estar autorizada a apurar e
recolher o ISS conforme o regime próprio das sociedades uniprofissionais. A
Autora foi notificada (fls. 254/255), porém não há notícias nos autos se houve
apresentação de Impugnação na esfera administrativa. Verifico apenas que no
Relatório circunstanciado constou que o contribuinte adota o modelo de
sociedade limitada, sendo que nesse tipo de sociedade o sócio não assume
responsabilidade pessoal ilimitada, mas sim, responsabilidade limitada à sua
participação no capital social e conforme súmula vinculante administrativa
contida no PA 2010-0.118.499-4, publicada no DOC de 31/12/2010 o
contribuinte não faz jus ao regime especial próprio das Sociedades
Uniprofissionais, ficando desde 01/01/2011 excluído o código 03620 e incluído
o código 03476. Assim, depreende-se que o Fisco tomou todas as providências
legais que lhe eram pertinentes, não se podendo falar em nulidades ou
condutas abusivas ou ilegais. Até porque foi ofertada à parte o direito ao
contraditório e à ampla defesa através de Impugnação (essa não juntada aos
autos). Conclui-se que ao ingressar com a demanda judicial entende-se que a
mesma renunciou à qualquer discussão administrativa do seu enquadramento
como Sociedade de Profissionais. Alega a Autora que não é possível concordar
com o entendimento da Municipalidade que deu causa à lavratura das
autuações fiscais, pois é inadmissível afirmar que sua constituição e
atividades não preencheriam os requisitos estabelecidos no artigo 9º, § 3º do
DL 406/68. Isto porque alega que suas atividades estão enquadradas na
prestação de serviços de arquitetura na lista de serviços abarcados pelo
regime especial de tributação (subitem 7.01 da Lei 13.701/2003); o cadastro
regular de seus sócios no Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo de
São Paulo e por não possuir elementos de empresa (art. 966 e seguintes do
CC). Acrescenta que a discussão cinge-se à existência ou não de
responsabilidade pessoal, mesmo estando sob o regime societário de
responsabilidade limitada e que o exercício da profissão intelectual, por si só,
de acordo com a legislação, afasta qualquer elemento de empresa que possa
ser-lhe imputado. Todavia, não assiste razão à Autora. Não há, de fato, como
conciliar a sociedade constituída de modo limitado – em que a
responsabilidade do sócio é limitada ao valor de sua quota – com o benefício
das sociedades uniprofissionais em testilha, que exigem responsabilidade
integral e individual por todos os atos prestados e não se compatibilizam com
a feição empresarial (fls. 272). Dispõe a Súmula 663, do STF, que os §§1º e 3º
do art. 9º do DL 406/68 foram recebidos pela Constituição. O Regime Especial
de Recolhimento do ISS, regime especial foi previsto primitivamente no § 3º
do artigo 9º, do Decreto-Lei nº 406/68, que dispunha: Art 9º A base de cálculo
do imposto é o preço do serviço. [...] § 3° Quando os serviços a que se referem
os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista anexa forem prestados por
sociedades, estas ficarão sujeitas ao imposto na forma do § 1°, calculado em
relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que preste
serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal,
nos termos da lei aplicável. Além do Decreto-Lei nº 406/68, o qual teve os
dispositivos supratranscritos devidamente recepcionados pela Constituição
Federal de 1988, o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN),
atualmente, é também regulamentado em âmbito federal pela Lei
Complementar 116/2003, a qual, destaque-se, não revogou o art. 9º e
parágrafos do referido Decreto-Lei. Em âmbito Municipal, no caso do Município
de São Paulo, a adoção do Regime Especial de Recolhimento de ISS por
determinadas categorias profissionais é atualmente regulamentada pelo Art.
15 da Lei nº 13.701/2003, cujo Parecer Normativo SF nº 3 de 28/10/2016 o
interpreta, conforme transcreve-se: Art. 1º As Sociedades Uniprofissionais são
aquelas cujos profissionais (sócios, empregados ou não) são habilitados ao
exercício da mesma atividade e prestam serviços de forma pessoal, em nome
da sociedade, assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da legislação
específica, entendendo-se por: I - profissional habilitado: aquele que satisfaz
todos os requisitos necessários para o exercício da profissão, nos termos da
legislação específica que regula a atividade profissional; II - exercício da
mesma atividade: quando a atividade desenvolvida por todos os profissionais
habilitados estiver enquadrada no mesmo item da lista do "caput" do art. 1º
da Lei nº 13.701, de 2003, devendo corresponder a um único código de
serviço; III - prestação de serviço de forma pessoal: quando todas as etapas da
execução da atividade forem desempenhadas por um único profissional
habilitado (sócio, empregado ou não), não se admitindo que: a) haja divisão
ou distribuição de partes do serviço contratado entre os profissionais
habilitados da sociedade; b) o gerenciamento, coordenação ou planejamento
das tarefas que compõem a prestação do serviço sejam realizados por um
profissional distinto daquele que efetivamente executa a atividade; c) haja
repasse ou terceirização, assim entendido como a atribuição de parte ou de
todo o serviço contratado a terceiros que não sejam integrantes do quadro de
profissionais habilitados da sociedade; IV - responsabilidade pessoal: a
obrigação do profissional de assumir a autoria e prestar contas dos atos
praticados no âmbito de sua atividade perante o respectivo órgão que
regulamenta o exercício da profissão, bem como nas esferas civil e criminal
pelas consequências de sua atuação. Parágrafo único. Considera-se integrante
do quadro de profissionais habilitados da sociedade o profissional autônomo
por ela contratado que seja habilitado ao exercício da mesma atividade e
preste serviços de forma pessoal, em nome da sociedade, assumindo
responsabilidade pessoal, nos termos da legislação específica. Art. 2º Em
decorrência do disposto no artigo 1º deste Parecer Normativo, não se
enquadram no regime especial próprio das Sociedades Uniprofissionais as
sociedades cujos profissionais tenham diferentes habilitações ou exerçam
atividades distintas. Parágrafo único. Sem prejuízo de outras situações
incompatíveis com o ingresso no regime especial próprio das Sociedades
Uniprofissionais, incorrem na vedação disposta no "caput" deste artigo as
sociedades que: I - não possam, sem auxílio de profissional de habilitação
distinta da dos sócios, atingir seu objeto social; II - conjuguem profissionais de
diferentes habilitações, tais como engenheiro mecânico com engenheiro civil
ou agrônomo com geólogo; III - conjuguem diferentes atividades, tais
como engenharia com serviços de acompanhamento e fiscalização de obras,
contabilidade com perícia contábil ou contabilidade com auditoria. Art. 3º Sem
prejuízo do disposto nos artigos anteriores e no § 2º do art. 15 da Lei nº
13.701, de 2003, não faz jus ao regime especial próprio das Sociedades
Uniprofissionais a pessoa jurídica que: I - tenha mais de uma atividade
profissional como objeto da prestação de serviço no contrato social; II - adote
o modelo de sociedade limitada, uma vez que neste tipo societário o sócio não
assume responsabilidade pessoal, sendo sua responsabilidade limitada à
participação no capital social, observado o disposto no art. 5º; III - mesmo não
adotando o modelo de sociedade limitada, tenha profissional que responda de
forma limitada, observado o disposto no art. 5º; IV - tenha sócio cuja
habilitação não alcance a totalidade do objeto social. Segundo o inciso II, do
referido art. 15, da acima lei citada, quando os serviços de Arquitetura
(inclusive serviços técnicos e auxiliares) forem prestados por sociedade
constituída por profissionais (sócios, empregados ou não) habilitados ao
exercício da mesma atividade que prestem serviços de forma pessoal, em
nome da sociedade, assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da
legislação específica, tal sociedade faria jus ao enquadramento no Regime
Especial de Recolhimento do ISS, sendo agraciada com recolhimento de valor
fixo multiplicado pelo número de profissionais habilitados, bem como pela
dispensa de obrigatoriedade de emissão e escrituração de documentos fiscais.
Conforme se depreende do contrato social acostado aos autos (fls. 74/125),
vê-se que nas fls. 77, cláusula primeira, se trata de sociedade civil LTDA., nas
fls. 78, parágrafo único, consta que a responsabilidade dos sócios fica limitada
a importância do capital social; nas fls. 81, na cláusula 1ª, apesar de se
denominar Sociedade Simples, já prevê a possibilidade de abertura de filiais
em qualquer parte do território nacional, demonstrando, assim, seu tamanho
em valor e importância, indo na contramão do verdadeiro sentido de
sociedade simples constituída de grupo de pessoas que desempenham sua
profissão de arquiteto e por ela são responsáveis; também notadamente à fls.
80, consta a previsão de integralização de capital social devidamente
subscrito e divido em quotas para cada sócio, bem como a previsão de que
cada sócio se responsabiliza pelo valor de suas quotas; mais adiante, na
Cláusula 11º do Contrato social (fls. 83) consta cláusula contratual que prevê
a retirada mensal de pró-labore, fato esse que afasta o caráter pessoal e
evidencia a sua natureza empresária, bem como o fato de que ao fim de cada
exercício social serão preparadas as demonstrações financeiras previstas em
lei e os lucros apurados poderão ser distribuídos aos sócios na forma prevista
na cláusula 8 (fls. 88). O artigo 9º, do Decreto-lei n° 406/68, define que
"sociedade de profissionais" é aquela cuja prestação de serviços se realiza por
meio do trabalho pessoal de cada um dos profissionais habilitados que nela
laboram. Portanto, sociedades uniprofissionais são, como o próprio nome já
faz antever, aquelas formadas por pessoas que possuem a mesma formação
acadêmica e prestam serviços, de caráter pessoal, assumindo, inclusive,
responsabilidade pessoal perante essa sociedade. Ao contrário do
funcionamento da Autora, que possui evidente caráter empresarial,
descaracterizando a forma de trabalho pessoal requerida no § 1º do inciso II
do art. 15 da Lei 13.701/2003, devido ao porte/estrutura, clara hierarquia no
escritório de arquitetura, conforme constatou a Municipalidade (fls. 272). Na
hipótese dos autos, a empresa busca assegurar a prestação de determinados
serviços calculando-se o ISS em relação a cada profissional habilitado que
preste o serviço em nome da sociedade, desde que assuma responsabilidade
pessoal pelo serviço prestado. Ou seja, o regime próprio das sociedades
uniprofissionais configura exceção à regra geral de que o ISS deve incidir
sobre o preço do serviço prestado, e não sobre o faturamento bruto mensal da
sociedade, ao argumento de ser sociedade uniprofissional. Não obstante, há
cláusula contratual de retirada mensal a título de "pro-labore" aos sócios. Daí,
também, porque a Autora não poderia mesmo receber a classificação especial
que pretende (sociedade uniprofissional) pela descaracterização da
responsabilidade pessoal de cada sócio. Portanto, há de se concluir que, de
fato, com respaldo na documentação juntada ao presente, o contribuinte não
preenche os requisitos para o enquadramento do regime especial das
sociedades uniprofissionais previsto no inciso II do art. 15 da Lei 13.701/2003.
Nas palavras da Municipalidade (fls. 273) "...inclusive, as fotos do website
http://jonasbirger.com.br/historico.htm igualmente demonstram que não se
trata de sociedade unipessoal, em razão da ausência de trabalho pessoal, de
modo que o tipo empresarial adotado reflete o caráter empresarial da
Sociedade." A Autora, portanto, não pode ser caracterizada como sociedade
uniprofissional. Há inúmeros julgados do Tribunal de Justiça no presente
sentido e outro não é o entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça:
APELAÇÃO MANDADO DE SEGURANÇA. ISS Sociedade de serviços de
arquitetura Pretensão de tributação na forma do art. 9º, § 3º c.c. § 1º, do DL
406/68 Não cabimento Ausência dos requisitos legais Contrato social que
demonstra exploração de atividade em caráter empresarial, constituindo-se
em sociedade por quotas de responsabilidade limitada Sentença mantida
RECURSO IMPROVIDO. (Apel. 0042992-31.2011.8.26.0053, Rel. Rodrigues de
Aguiar, 15ª Câmara de Dir. Público, D.J.17/07/2014). TRIBUTÁRIO - PROCESSO
CIVIL - ISS - BASE DE CÁLCULO - SOCIEDADE DE MÉDICOS - ART. 9º, §3º DO
DECRETO-LEI 406/68 - REVOGAÇÃO - INEXISTÊNCIA - FORMA SOCIETÁRIA
INCOMPATÍVEL COM O BENEFÍCIO FISCAL - PRECEDENTES. 1. O art. 9o, § 3o do
Decreto-lei 406/68 não foi revogado pelas legislações que lhe são posteriores.
Precedentes. 2. Somente a sociedade uniprofissional, constituída nos termos
da lei civil e que não ostente natureza empresarial, faz jus à composição da
base de cálculo favorecida prevista no art. 9o, § 3o do Decreto-lei 406/68.
Precedentes. 3. Recurso especial provido (REsp 1.184.606/MT, 2a Turma,
Relatora Ministra Eliana Calmon, j . 22/06/2010, DJe 01/07/2010). TRIBUTÁRIO
ISSQN Município de Campinas - Prestação de serviços contábeis Sociedade
uniprofissional que, por determinação legal, não possui forma ou característica
empresarial Pretensão ao recolhimento do imposto em valor fixo -
Impossibilidade de tributação por alíquota fixa relativa a cada profissional nos
termos do artigo 9º, § 3º, do Decreto lei nº 406/68 Caráter empresarial da
sociedade - Sentença de improcedência Recurso não provido. (apel. 1002169-
67.2015.8.26.0114, Rel. Reinaldo Miluzzi, 10ª Câmara de Dir. Público,
D.J.25/09/2017). APELAÇÃO – AÇÃO ORDINÁRIA – ISS – Município de São Paulo
– Sociedade uniprofissional prestadora de serviços de contabilidade e auditoria
fiscal e tributária – Estrutura empresarial evidenciada – Não cabimento da
pretensão de recolher o imposto de valor fixo e periódico – Possibilidade de
retroatividade do ato de desenquadramento – Sentença reformada – RECURSO
PROVIDO. (apel. 1045753-76.2015.8.26.0053, Rel. Rodrigues de Aguiar, 15ª
Câmara de Dir. Público, D.J.24/08/2017). IMPOSTO – ISS – Sociedade civil
composta por contadores – Pretensão ao tratamento privilegiado a que se
refere o artigo 9º, § 3º, do DL 406/68 – Inadmissibilidade na espécie – Contrato
social que prevê retirada de “pro-labore” e distribuição de lucros – Caráter
empresarial evidenciado – Ação declaratória improcedente – Sentença
reformada – Recursos oficial e da Municipalidade providos.Grifo nosso. (apel.
0005922-77.2011.8.26.0053, Rel. Rodolfo César Milano, 14ª Câmara de Dir.
Público, D.J.28/11/2013). Corrobora com o todo aqui exposto o trecho a seguir
que se transcreve do Acórdão prolatado pelo Rel. Des. Reinaldo Miluzzi, da 10ª
Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, nos autos do Rec. de
Apelação nº 1002169-67.2015.8.26.0114: "E cabe ressaltar nesse passo que a
matéria em exame foi analisada recentemente no julgamento da AC 0901468-
91.2012.8.26.0506, pela ilustre Des. Silvana Mallandrino Mollo, da 15ª Câmara
de Direito Público, em 15 de dezembro de 2016, cabendo destacar o seguinte
trecho: “As sociedades uniprofissionais são aquelas formadas por profissionais
liberais, não necessariamente da mesma área de especialização, habilitados
perante os órgãos fiscalizadores de suas atividades, destinadas à prestação de
serviços por meio do trabalho de seus sócios. Consoante o entendimento do C.
STJ, o tratamento diferenciado dispensado às sociedades profissionais,
destina-se às sociedades que não tenham caráter empresarial (REsp
867715/ES) estabelecendo alguns requisitos, sem os quais a sociedade estará
obrigada a recolher o ISSQN com base na sistemática geral (sobre o valor do
seu faturamento). O fato de a sociedade perseguir lucro e dividi-lo entre os
sócios, por si só, não a caracteriza como empresária, já que tais elementos
são comuns a qualquer tipo de sociedade. Para que seja considerada
“empresária”, a sociedade deve ter por objeto a atividade do empresário, nos
termos do art. 966 do Código Civil. O referido dispositivo, em seu parágrafo
único, estabelece uma exceção, segundo a qual “não se considera empresário
quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa”. Considerando-se que os serviços
de contabilidade consistem em atividade notoriamente intelectual e de
natureza científica, verifica-se que o objeto social da autora (fls. 24 prestação
de serviços contábeis previstos no art. 25 do Decreto-Lei nº 9.295/46) se
enquadraria, em princípio, na mencionada exceção, caracterizando-a como
sociedade simples pura. Diz-se “em princípio”, pois, a despeito dessas
considerações, a legislação tributária não exige, para a incidência do ISSQN
em valor fixo, a caracterização da sociedade como simples ou empresária. Ou
seja, para fazer jus ao benefício do supramencionado art. 9º, §3º, a sociedade
deve se caracterizar como profissional, assumindo, pessoalmente, os sócios, a
responsabilidade pela atividade. Nesse sentido, o Colendo STJ já se
pronunciou, senão vejamos: “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO
ESPECIAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. SOCIEDADE UNIPROFISSIONAL. BASE DE
CÁLCULO DO ISS DIFERENCIADA. DECRETO-LEI Nº 406/68. ATIVIDADE NÃO
EMPRESARIAL. 1. As sociedades uniprofissionais somente têm direito ao
cálculo diferenciado do ISS, previsto no artigo 9º, parágrafo 3º, do Decreto-Lei
nº 406/68, quando os serviços são prestados em caráter personalíssimo e,
assim, prestados no próprio nome dos profissionais habilitados ou sócios, sob
sua total e exclusiva responsabilidade pessoal e sem estrutura ou intuito
empresarial. 2. Precedente da Primeira Seção (AgRgEREsp nº 941.870/RS, da
minha Relatoria, in DJe25/11/2009). 3. Embargos de divergência rejeitados.”
(EREsp 866286/ES 2009/0153930-0, Ministro Hamilton Carvalhido, DJe
20/10/2010) (g.n.) Todavia, extrai-se da 11ª Alteração Contratual com
Consolidação das Disposições Contratuais vigentes, juntada aos autos pela
autora, a fls. 22/28, que, embora a autora seja composta por quatro sócios
(todos contadores), devidamente habilitados para o desempenho de suas
funções técnico-profissionais, e que tenha sido alegado que o exercício da
profissão, por si só, exige que eles respondam pessoalmente pelas obrigações
sociais, no §1º do item 1 do referido documento, em sentido diverso, resultou
acordado que a responsabilidade de cada sócio seria restrita ao valor de suas
cotas, o que afasta o benefício disposto no art. 9º do Decreto- Lei n. 406/68”.
Portanto, vislumbra-se caráter empresarial, o que afasta a possibilidade de
concessão da benesse tributária de que trata o artigo 9º, §§ 1º e 3º, do DL
406/68, ainda que de modo retroativo como agiu a Municipalidade, posto que
a decisão administrativa não está eivada de vícios. Ante o exposto, julgo
improcedente o pedido formulado e extinto o processo, nos termos do art.
487, inciso I, do CPC. Ante a sucumbência, arcará a parte autora com as
custas e despesas processuais e honorários, estes fixados em 10% sobre o
valor corrigido da causa, nos termos do art. 85, §3º, I, do Código de Processo
Civil. Os honorários serão corrigidos pela Tabela prática do Tribunal de Justiça
para débitos judiciais (INPC), em decorrência da natureza desta verba.
Oportunamente, com o trânsito em julgado, ao arquivo, com as devidas
anotações. P.R.I. São Paulo, 05 de setembro de 2019.
PACAEMBU CONSTRUTORA S/A opôs Embargos à execução fiscal que lhe move
o MUNICÍPIO DE AVARÉ arguindo isenção fiscal e excesso de execução.
Decisão de fls. 138 conferiu efeito suspensivo aos embargos e determinou a
citação da Embargada. Citada, a Embargada ofertou impugnação às fls.
144/147. Alegou revogação da Lei que conferia isenção fiscal e ausência de
provas. Instada a replicar, a Embargante quedou-se inerte. As partes
pugnaram pelo julgamento antecipado da lide. É o relatório D E C I D O O
processo está em ordem e comporta julgamento imediato, nos termos do art.
355, inciso I, do Código de Processo Civil, sendo desnecessária a produção de
novas provas. No tocante à isenção conferida pela Lei 1.304/2009, bem
demonstrou a municipalidade que a mesma foi tacitamente revogada pelos
diplomas legais que lhe sucederam, dentre eles a LCM 136/2.010 que revogou
expressamente a LC 13/2.001, a qual trazia o rol de serviços excluídos,
vejamos: Art. 2º da LC 1.304/2009 - Os empreendimentos de que tratam a
presente Lei ficam isentos dos seguintes tributos: (...) IV- ISSQN Imposto Sobre
Serviços de Qualquer Natureza incidente sobre a execução por administração,
empreitada ou sub empreitada de construção civil, prestados diretamente
para implantação do parcelamento do solo e/ ou de unidades acabadas
unifamiliares ou multifamiliares, observando que: Parágrafo único. A
concessão da isenção do ISSQN refere-se aos serviços prestados no próprio
local da obra ou com essa especificamente relacionados, desde que previstos
na lista de serviços constantes do Código Tributário/Lei Complementar
13/2001- na alíquota Serviços relativos à engenharia, arquitetura, geologia,
urbanismo, construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente,
saneamento e congêneres. LCM 136/2.010 - Art. 370. Revogam-se as
disposições em contrário especialmente a Lei Complementar nº 13, de 05 de
dezembro de 2001 e respectivas modificações. Além disso, é certo que a
própria LCM 13/2001 foi revogada expressamente pelo artigo 362 da LCM
225/2016, vejamos: LCM 225/2.016 - Art. 362. Revogam-se as disposições em
contrário especialmente as Leis Complementares nº 136, de 30 de dezembro
de 2.010 e respectivas modificações, 189, de 26 de dezembro de2013,190 de
26 dezembro de 2013,o artigo 2º, inciso IV, parágrafo único da Lei 1.304 de
2009,214, de 16 de abril de 2016 e as leis que contrariarem o art. 73 desta
Lei. Por fim, é certo que o benefício da isenção fiscal no caso em apreço
dependia de despacho da autoridade administrativa, eis que não concedido
em caráter geral, sendo efetivado, em cada caso, por despacho da autoridade
administrativa, em requerimento com o qual o interessado fizesse prova do
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em
lei para sua concessão (art. 179 do CTN). Nesse sentido: Ação declaratória de
inexigibilidade de tributo. ISS. Município de Pirassununga. Pretensão à isenção
concedida pela Lei Complementar Municipal nº 93/2010. (...). Isenção
concedida pelo Município aos empreendimentos habitacionais de interesse
social vinculados ao "Programa Federal Minha Casa, Minha Vida", mediante
apresentação do contrato celebrado com a Caixa Econômica Federal ou outro
órgão credenciado pelo Governo Federal ao programa. Interpretação literal da
lei concessiva de isenção. CTN, art. 111, II. Autora que não atende aos
requisitos da lei municipal. Sentença de improcedência. Recurso não provido.
(TJSP; Apelação Cível 0009345-26.2013.8.26.0457; Relator (a): Carlos
Violante; Órgão Julgador: 18ª Câmara de Direito Público; Foro de Pirassununga
- 3ª Vara; Data do Julgamento: 29/11/2018; Data de Registro: 03/12/2018). No
tocante ao alegado excesso de execução, tem-se que a Embargante deixou de
apontar o valor que entendia devido, também não trouxe aos autos
demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo, de modo que sua
irresignação não pode ser acolhida, conforme preceitua o art. 525 §§ 4º e 5º
do CPC, verbis: Art. 525. (...) § 4o Quando o executado alegar que o
exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da
sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto,
apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5o Na
hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o
demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de
execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será
processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
Nesse sentido: EXCESSO DE EXECUÇÃO – No que concerne à aplicação do
disposto no art. 525, § 4º, e art. 917, §§ 3º e 4º, do CPC/2015, a jurisprudência
do Eg. STJ consolidou-se no sentido de que incumbe ao devedor impugnante
ou embargante indicar o valor que entende correto para a dívida exequenda,
acompanhada da respectiva memória de cálculo e dos documentos
necessários para comprovação do alegado, quando em impugnação ao
cumprimento de sentença ou embargos do devedor, alegar excesso de
execução, fundado em abusividade de encargos, inclusive na hipótese de
pedido de revisão contratual, seja do contrato exequendo ou de anterior, se
sustentado encadeamento de operações, sob pena de rejeição liminar ou de
não conhecimento desse fundamento, sendo descabida, nesse caso,
determinação de emenda da inicial, sob pena de mitigar e, até mesmo, de
elidir o propósito maior de celeridade e efetividade do processo executivo. (TJ-
SP 10056001220168260038 SP 1005600-12.2016.8.26.0038, Relator: Rebello
Pinho, Data de Julgamento: 07/05/2018, 20ª Câmara de Direito Privado, Data
de Publicação: 08/05/2018). PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À
EXECUÇÃO FISCAL. IMPUGNAÇÃO GENÉRICA DOS CÁLCULOS.
IMPOSSIBILIDADE. DESATENDIMENTO DE PRESSUPOSTO LEGAL. § 3º DO ART.
917 DO NOVO CPC. EMBARGOS À EXECUÇÃO REJEITADOS. (...) A regra contida
no art. 739-A, § 5º, do CPC [art. 525, § 4º, e art. 917, §§ 3º e 4º, do CPC/2015],
que regula os embargos do devedor fundados em excesso de execução, é
aplicável contra a Fazenda Pública, pelo que esta deve instruir a petição inicial
com memória de cálculo indicando o valor que entende correto, sob pena de
os embargos serem liminarmente rejeitados. 2. Recurso especial conhecido e
provido.". (REsp 1192529/MS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Rel. p/
Acórdão Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
09/11/2010, DJe 25/11/2010). Ante o exposto, julgo IMPROCEDENTE os
presentes embargos à execução e, consequentemente, julgo extinto o
processo com resolução do mérito, com fundamento no artigo 487, inciso I do
CPC. Condeno a Embargante ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) do valor atualizado da
execução. Após o trânsito em julgado, intime-se a parte vencedora, para
requerer o que lhe for de direito no prazo de dez dias. No silencio, arquivem-
se os autos. P.I.C. Avare, 27 de agosto de 2019.
ACÓRDÃOS – TJ SP
APELAÇÃO Nº 1035286-35.2018.8.26.0602 APELANTE: PREFEITURA
MUNICIPAL DE SOROCABA APELADA: PROCPD EMPREENDIMENTOS
IMOBILIÁRIOS LTDA. COMARCA: SOROCABA VOTO Nº 19755 EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL DECLARATÓRIA C.C. ANULATÓRIA DE AUTO DE
INFRAÇÃO E CANCELAMENTO DE PROTESTO DE CDA - ISSQN Município
de Sorocaba - Incorporação imobiliária Não incidência daquele
imposto, quando efetuada a construção pelo próprio incorporador O
fato de as futuras unidades ter em sido promissadas a venda não
configura a prestação de serviços a terceiros, eis que não transmitida
a posse para estes. Sentença mantida Recurso improvido. Vistos.
Trata-se de agravo interno interposto pelo Município de São Paulo (fls. 01/10-
inc) contra decisão desta Presidência que, em cumprimento ao artigo 1.030,
inciso I, alínea 'b', do Código de Processo Civil, negou seguimento ao recurso
especial pela identidade da matéria decidida no acórdão, à luz da orientação
firmada no rito dos recursos repetitivos Resp. n. 1.060.210/SC. Alegou o
agravante, em síntese, erro de subsunção, uma vez que o paradigma se refere
ao local da prestação, a situação específica em que há mais de um
estabelecimento prestador. No caso dos autos, o contrato é concluído por um
estabelecimento do prestador e seria contabilizado em outro. A presente
discussão se dá sobre o serviço de engenharia consultiva, neste caso, o C. STJ
afirmou ser o local aquele onde há unidade econômica ou profissional da
prestadora de serviços com poderes decisórios, neste caso, é o local da sede
da empresa. Aduziu ainda que, engenharia consultiva não se confunde com
construção civil. É o relatório. Recebe-se o recurso como agravo interno, na
forma do art. 1.030, parágrafo 2º, do Código de Processo Civil e nos termos do
art. 33-A do Regimento Interno do Eg. Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Em cumprimento ao artigo 1.030, inciso I, alínea “b”, do Código de
Processo Civil, proferiu-se a decisão agravada, verbis: “No que concerne à
competência para a cobrança do ISS, considerando o julgamento definitivo do
mérito do REsp nº 1.060.210 e, em cumprimento ao disposto no art. 1.030,
inc. I, alínea “b” do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso no
pertinente a esta questão.” Por primeiro, consigne-se que o repetitivo Resp. n.
1.060.210/SC foi subdividido em dois Temas: n. 354 “ISS ARRENDAMENTO
MERCANTIL - INCIDÊNCIA” e n. 355: “ISS SUJEITO ATIVO DL 406/68 LC 116/03”.
Nada a modificar na decisão hostilizada, haja vista que a matéria objeto,
alusiva ao sujeito ativo da relação tributária na vigência do DL 406/68 é em
tudo assemelhada à examinada pelo Eg. Superior Tribunal de Justiça ao tempo
do julgamento do Resp. n. 1.060.210/SC, Tema n. 355, sob a técnica de casos
repetitivos, oportunidade em que fixada a seguinte tese: “3. O art. 12 do DL
406/68, com eficácia reconhecida de lei complementar, posteriormente
revogado pela LC 116/2003, estipulou que, à exceção dos casos de construção
civil e de exploração de rodovias, o local da prestação do serviço é o do
estabelecimento prestador. Após a vigência da LC 116/2003 é que se pode
afirmar que, existindo unidade econômica ou profissional do estabelecimento
prestador no Município onde o serviço é perfectibilizado, ou seja, onde
ocorrido o fato gerador tributário, ali deverá ser recolhido o tributo.” “Ressalto,
por oportuno, a extensão da aplicabilidade do Tema n. 355 para qualquer
espécie de serviço submetido à incidência do ISS, conforme decidido no AgRg
nos Embargos de Divergência em Agravo n. 1.318.064/MG, Min. Relator
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, asseverando: “1. A Primeira Seção, no
julgamento do REsp 1.060.210/SC, submetido à sistemática do art. 543-C do
CPC e da Resolução STJ n. 08/2008, firmou a orientação no sentido de que: o
sujeito ativo da relação tributária, na vigência do DL 406/68, é o Município da
sede do estabelecimento prestador (art. 12); a partir da LC 116/03, é aquele
onde o serviço é efetivamente prestado, onde a relação é perfectibilizada. 2. A
orientação ficou estabelecida não apenas para as hipóteses de leasing, como
também para qualquer espécie de serviço submetido à incidência do ISS
(AgRg no REsp 1.390.900/MG, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 20.5.2014)” (grifo
nosso). Assim, não há como se proceder à modificação do decidido, de vez
que está em perfeita harmonia com o paradigma julgado pela Corte Superior.
Diante da inexistência de erro na subsunção do caso concreto à sistemática
dos recursos repetitivos, de rigor a preservação da decisão hostilizada. Por
derradeiro, sem avistar intuito protelatório no manejo do presente recurso,
deixa-se de infligir ao agravante a multa prevista no artigo 1.021, § 4º do
Código de Processo Civil. Em face de tais razões, nega-se provimento ao
agravo interno. EVARISTO DOS SANTOS Relator Presidente da Seção de Direito
Público
Trata-se de reexame, para eventual retratação de que cuida o art. art. 1.030,
II, do CPC/15, do julgamento da Apelação/Reexame Necessário n° 0001217-
32.2013.8.26.0646, no qual o Município apelante busca reforma da r.
sentença, integrada por r. decisão proferida em Embargos de Declaração, que
julgou procedente a ação declaratória c.c. repetição de indébito proposta
pelas ora apeladas, para declarar a inexigibilidade da cobrança do ISS sobre
os valores dos materiais e das subempreitadas, referentes aos contratos
17.032-0 e 17.034-3, devendo referidos valores serem deduzidos dos cálculos
do imposto para lançamento futuro, confirmando-se a tutela conferida em
sede recursal, bem como para condenar a municipalidade a restituir à Serveng
Civilsan S/A o montante de R$ 171.090,10, devidamente corrigido e com juros
de mora, nos termos do art. 1º-F da Lei 9.494/97; ainda, condenou a
municipalidade sucumbente nas despesas processuais (não abrangidas pela
isenção de que goza) e em honorários advocatícios, fixados em 20% sobre o
valor da condenação. A Turma Julgadora, em sessão de 12/03/2015, por
votação unânime, não conheceu do recurso voluntário do Município e, em
reexame necessário, julgou improcedente a ação (fls. 5070/5083). Contra o
respectivo acórdão foi interposto Recurso Especial (fls. 5086/5111),
determinando o Exmo. Presidente da Seção de Direito Público o
encaminhamento dos autos à Turma Julgadora para realização do juízo de
retratação, nos termos do art. 1.030, II, do CPC, considerando o julgamento do
mérito do RE 603.497/MG, Tema 247, STF, DJe 04.02.2010, em cumprimento à
r. determinação proferida pelo C. STJ no EDcl no Recurso Especial nº
1.749.604/SP, Relator Ministro SÉRGIO KUKINA. É o Relatório. No julgamento
pelo C. Supremo Tribunal Federal do mérito do RE 603.497/MG, Tema 247, foi
ratificada a jurisprudência firmada na Corte Suprema para entender possível a
dedução na base de cálculo do ISS dos valores referentes aos gastos com
materiais empregados na construção civil. A Lei Complementar nº 116/03
prevê: “Art. 7 o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. [...] § 2 o
Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza: I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços
previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei
Complementar.” E os itens 7.02 e 7.05 estabelecem: “7.02 Execução, por
administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil,
hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem,
perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem,
pavimentação, concretagem e a instalação e montagem de produtos, peças e
equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo
prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito
ao ICMS). [...] 7.05 Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas,
pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias
produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos
serviços, que fica sujeito ao ICMS).” A expressão “exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da
prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS” constante dos itens 7.02 e
7.05 deve ser interpretada de forma harmônica com o disposto no inciso I do §
2º do art. 7º da LC 116/03. Não se pode interpretar que somente os casos de
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços fora do
local da prestação que estarão excluídos da incidência do ISS, sob pena de
tornar letra morta o disposto no art. 7º, § 2º, I, da LC 116/03. Mencionada
expressão apenas esclarece que na hipótese de fornecimento de mercadorias
produzidas pelo prestador dos serviços fora do local da prestação incidirá
ICMS e, por consequência, não incidirá o ISS, reforçando o disposto no art. 7º,
§ 2º, I, da LC 116/03. Nos termos da jurisprudência do C. Superior Tribunal de
Justiça, se a atividade desenvolvida estiver sujeita à lista do ISS, o imposto a
ser pago é o de serviço, inclusive sobre as mercadorias envolvidas, com a
exclusão do ICMS sobre elas, a não ser que conste expressamente da lista a
exceção. No caso dos serviços descritos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de
serviços anexa à LC 116/03, há exceção de incidência de ICMS sobre as
mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços fora do local da
prestação. Incidindo o ICMS não incidirá o ISS, o que não significa que
somente nessa hipótese estará afastada a incidência do imposto municipal,
porquanto a mais abrangente previsão do art. 7º, § 2º, I, da LC 116/03 exclui
da incidência do ISS as mercadorias fornecidas com a prestação desses
específicos serviços, sem impor outras condições. Pois, prevalece atual a
orientação, pacificada pelo C. STF, no sentido de permitir a dedução do valor
dos materiais empregados na construção civil da base de cálculo do ISS,
mesmo após o início de vigência da Lei Complementar 116/2003, que também
alcança os materiais fornecidos pelo prestador e adquiridos de terceiros (LC
116/03, art. 7°, § 2º, I), sujeitos ao ICMS, ainda que em etapa anterior. Sobre o
tema, confira-se o julgado do C. Supremo Tribunal Federal: Recurso
extraordinário com agravo (Lei nº 12.322/2010). Imposto Sobre Serviços. Base
de cálculo. Dedução dos valores dos materiais empregados na construção
civil. Possibilidade. Repercussão geral da matéria que o Plenário do Supremo
Tribunal Federal reconheceu no julgamento do RE 603.497-RG/MG, Rel. Min.
Ellen Gracie. Reafirmação, quando da apreciação de mencionado recurso, da
jurisprudência que o Supremo Tribunal Federal firmou no exame dessa
controvérsia. Recurso de agravo improvido (STF 2ª T - ARE 958421 AGR Rel.
Celso de Mello j. 02.08.2016). Nesse sentido, o entendimento do C. Superior
Tribunal de Justiça: Processual Civil. Tributário. Agravo interno no agravo em
recurso especial. Código de Processo Civil de 2015. Aplicabilidade. Violação ao
art. 535 do CPC. Inocorrência. ISSQN. Base de cálculo. Construção civil.
Dedução dos materiais empregados. Viabilidade. Incidência da Súmula n.
83/STJ. Argumentos insuficientes para desconstituir a decisão atacada. I -
Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do
provimento jurisdicional impugnado. Assim sendo, in casu, aplica-se o Código
de Processo Civil de 2015. II - A Corte de origem apreciou todas as questões
relevantes apresentadas com fundamentos suficientes, mediante apreciação
da disciplina normativa e cotejo ao posicionamento jurisprudencial aplicável à
hipótese. Inexistência de omissão, contradição ou obscuridade. III - É pacífico
o entendimento no Superior Tribunal de Justiça quanto à legalidade da
dedução do custo dos materiais empregados na construção civil da base de
cálculo do ISSQN. IV - O recurso especial, interposto pelas alíneas a e/ou c do
inciso III do art. 105 da Constituição da República, não merece prosperar
quando o acórdão recorrido encontra-se em sintonia com a jurisprudência
desta Corte, a teor da Súmula n. 83/STJ. V - O Agravante não apresenta, no
agravo, argumentos suficientes para desconstituir a decisão recorrida. VI -
Agravo Interno improvido (STJ 1ª T AgInt no AREsp 686607 Rel. Regina Helena
Costa j. 21.03.2017). Tributário. Agravo regimental no recurso especial. ISS.
Serviços de subempreitada. Período anterior à lei complementar 116/03. Base
de cálculo. Materiais adquiridos de terceiros. Dedução. Agravo regimental do
município a que se nega provimento. 1. O Supremo Tribunal Federal, por
ocasião do julgamento do RE 603.497/MG, sob a sistemática do art. 543-B do
CPC, firmou posicionamento de que, mesmo após a entrada em vigor da Lei
Complementar 116/2003, é legítima a dedução da base de cálculo do ISS do
material empregado na construção civil, e, no julgamento do RE 599.582/RJ,
reconheceu que essa orientação também é aplicável aos materiais utilizados
nas subempreitadas. Precedentes: AgRg no AREsp. 664.012/RJ, Rel. Min.
ASSUSETE MAGALHÃES, DJe 17.3.2016; REsp. 1.327.755/RJ, Rel. Min. HERMAN
BENJAMIN, DJe de 5.11.2012; AgRg no AgRg no Ag 1.410.608/RS, Rel. Min.
BENEDITO GONÇALVES, DJe 21.10.2011. 2. Agravo Regimental do Município de
São José do Rio Preto/SP a que se nega provimento (STJ 1ª T - AgRg no REsp
1425580 Rel. Napoleão Nunes Maia Filho j. 09.03.2017). Tributário. Agravo
regimental no agravo em recurso especial. ISSQN. Base de cálculo. Dedução
do valor dos materiais empregados na construção civil. Desinfluência da
distinção entre materiais fornecidos pelo próprio prestador do serviço e
materiais adquiridos de terceiros. Precedentes. Agravo regimental improvido.
I. A dedução do valor dos materiais, utilizados na construção civil, da base de
cálculo do ISSQN, conforme previsão do Decreto-lei 406/68 e da Lei
Complementar 116/2003, abrange tanto os materiais fornecidos pelo próprio
prestador do serviço, como aqueles adquiridos de terceiros. O que importa,
segundo o entendimento pretoriano atual, é que os materiais sejam
empregados na construção civil. II. Na forma da jurisprudência, "'Após o
julgamento do RE nº 603.497, MG, a jurisprudência do Tribunal passou a
seguir o entendimento do Supremo Tribunal Federal quanto à legalidade da
dedução do custo dos materiais empregados na construção civil da base de
cálculo do imposto sobre serviços, incluído o serviço de concretagem. Agravo
regimental desprovido' (AgRg no AREsp 409.812/ES, Rel. Ministro ARI
PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, DJe 11/04/2014). Precedentes: AgRg no REsp
1.370.927/MG, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe
12/09/2013; EDcl no AgRg no REsp 1.189.255/RS, Rel. Ministro Napoleão
Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 05/11/2013; AgRg no REsp
1.360.375/ES, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe
13/09/2013" (STJ, AgRg no AREsp 520.626/MG, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA,
PRIMEIRA TURMA, DJe de 13/08/2014). III. Agravo Regimental improvido (STJ 2ª
T - AgRg no AREsp 664012 Rel. Assusete Magalhães j. 10.03.2016). E também
a orientação das Câmaras Especializadas deste E. Tribunal de Justiça:
TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. MUNICÍPIO DE PAULÍNIA.
ISS. SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. Sentença que denegou a segurança.
Apelo da impetrante. BASE DE CÁLCULO. Dedução dos materiais empregados.
Possibilidade. Inteligência do artigo 7º, §2º, inciso I, da Lei Complementar
Federal nº 116/2003. Itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços anexa à Lei
Complementar Federal nº 116/2003. Precedentes do Supremo Tribunal Federal
e desta C. Câmara. Possibilidade de dedução, contudo, que se condiciona à
análise de notas fiscais com a discriminação dos materiais empregados e seus
respectivos valores e origens. Ausência de notas fiscais Inviabilidade de o
Município aferir e efetuar o lançamento com a dedução dos valores referentes
aos materiais da base de cálculo. Precedentes deste E. Tribunal de Justiça.
Sentença mantida. Recurso desprovido (TJSP 15ª C Dir. Público Ap. 1003946-
13.2018.8.26.0428 Rel. Eurípedes Faim j. 26.07.2019). APELAÇÃO CÍVEL. Ação
de repetição de indébito. Município de Votuporanga. ISS incidente sobre
construção civil (obras de concretagem e pavimentação). Insurgência contra
sentença que julgou procedente o pedido de exclusão dos materiais utilizados
na prestação dos serviços de pavimentação e a repetição dos valores
recolhidos a este título. Exclusão dos materiais. Possibilidade. Jurisprudência
dos Tribunais Superiores que reconhece a possibilidade de dedução da base
de cálculo do ISS dos materiais efetivamente utilizados na prestação dos
serviços previstos no item 7.02 da lista de serviços anexa à LC 116/03. Laudo
pericial que aponta o recolhimento do tributo sobre o total das notas fiscais
sem a exclusão dos referidos materiais. Repetição de indébito devida.
Sentença proferida em 16/5/2019, sob a égide do CPC/2015, com honorários
fixados em 15% sobre o valor da condenação. Majoração da verba honorária
nos moldes do § 3º, inciso I e do § 11, do art. 85 do CPC/2105 para 16% sobre
o valor da condenação. Sentença mantida. Recurso do município não provido
(TJSP 15ª C. Dir. Público Ap. 1009960-52.2016.8.26.0664 Rel. Raul de Felice j.
16.07.2019). APELAÇÃO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ISS. Município de Santa Fé
do Sul. 1) Preliminar de inépcia da inicial afastada. 2) Serviços de construção
civil. Base de cálculo. Dedução dos valores dos materiais utilizados na obra.
Possibilidade. Repetição de indébito. Não cabimento. Ausência de
comprovação e descrição pormenorizada dos materiais efetivamente
utilizados nas obras em questão. Sentença reformada. RECURSO PROVIDO
(TJSP 15ª C. Dir. Público Ap. 1001316-38.2015.8.26.0541 Rel. Rodrigues de
Aguiar j. 10.07.2019). ADEQUAÇÃO. Devolução dos autos para a Turma
Julgadora por determinação do D. Presidente da Seção de Direito Público. RE
nº 603.497/MG. Tema nº 247/ STF (base de cálculo do ISS em relação aos
materiais empregados na construção civil). Necessária adequação do acórdão
posto que a decisão anterior determinava que a base de cálculo levasse em
conta, inclusive, os materiais empregados. ACÓRDÃO ADEQUADO PARA
DESCONTAR DA BASE DE CÁLCULO DO ISS OS MATERIAIS EMPREGADOS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL (TJSP 14ª C. Dir. Público Ap. 0134383-42.2005.8.26.0000
Rel. Mônica Serrano j. 06.06.2019). APELAÇÃO. Declaratória c.c repetição.
ISSQN. Serviços de concretagem. Item 7.02 da Lista Anexa à LC 116/03. Base
de cálculo. Imposto cobrado pelo valor total, sem as deduções relativas aos
materiais empregados. Devida a dedução do valor dos materiais empregados
na obra. Precedentes do STF e do STJ. Manutenção da sentença. Recurso
desprovido (TJSP 14ª C. Dir. Público Ap./RN 1034114-29.2016.8.26.0602 Rel.
Henrique Harris Junior j. 31.05.2019). AÇÃO DECLARATÓRIA COM PEDIDO DE
CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. ISS. Município de Embu
das Artes. Serviços de construção civil/peças pré-moldadas. Base de cálculo.
Dedução dos gastos com materiais utilizados na obra. Cabimento. Precedente
do C. STJ. Matéria considerada de repercussão geral pelo STF. Sucumbência
mantida, apelada decaiu de parte mínima, artigo 86 do NCPC. Majoração dos
honorários, nos termos do § 11 do artigo 85 do NCPC. Sentença mantida.
Apelo municipal não provido (TJSP 15ª C. Dir. Público Ap. 1005150-
09.2017.8.26.0176 Rel. Silva Russo j. 23.05.2019). Apelação. Ação declaratória
c/c repetição de indébito. Construção Civil. Pretensão a dedução dos materiais
empregados na obra. Admissibilidade. Recolhimento do ISS que se deu sobre o
total das notas fiscais. Autora que trouxe à colação diversas notas fiscais dos
materiais adquiridos, havendo necessidade de apuração no que concerne ao
efetivo montante gasto com os materiais utilizados nos serviços. Apuração
dos valores a ser efetuada em liquidação de sentença. Sentença mantida,
inclusive em remessa necessária. Recurso desprovido (TJSP 18ª C. Dir. Público
Ap. 0002112-57.2015.8.26.0311 Rel. Roberto Martins de Souza j. 23.05.2019).
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DO INDÉBITO. ISSQN. Município de
Itaquaquecetuba. Serviços de construção civil. Possibilidade da dedução da
base de cálculo do valor dos materiais empregados, independentemente se
produzidos ou não pelo prestador. Art. 7º, § 2º, I, da Lei Complementar nº
116/2003. Precedente do STF em repercussão geral. Sentença mantida.
Recurso improvido (TJSP 15ª C. Dir. Público Ap. 1006903-83.2017.8.26.0278
Rel. Rezende Silveira j. 14.05.2019). No caso concreto, as autoras celebraram
com o Município os contratos nºs 17.032-0 e 17.034-3, para execução das
obras e serviços de duplicação e restauração da SP-320 Rodovia Euclides da
Cunha, serviços enquadrados nos itens 7.02 e 7.05 da lista de serviços, acima
transcritos. Portanto, conforme a legislação citada e o entendimento dos
Tribunais, deve ser excluído da base de cálculo do ISS o valor dos materiais
empregados nas obras realizadas pelas autoras. Reconhecida a não incidência
do ISS sobre o valor dos materiais, impõe-se a repetição do indébito, nos
termos do art. 165 do CTN. Diante da dificuldade em apurar o montante do
indébito face ao grande volume de notas fiscais acostadas aos autos, faz-se
necessário proceder à liquidação de sentença, a fim de se mensurar o custo
dos materiais utilizados e a diferença do que foi recolhido a maior a título de
ISS. Na oportunidade da liquidação do julgado, deverá o perito nomeado
esclarecer quais os materiais que as autoras empregaram nas obras de
construção civil que realizaram em cumprimento dos contratos nºs 17.032-0 e
17.034-3, verificando tal emprego em outros documentos além das notas
fiscais acostadas aos autos, apontando-os, e informando o valor real que deve
ser deduzido da base de cálculo do ISS, não se baseando somente nos valores
correspondentes a materiais mencionados pelas autoras nas respectivas notas
fiscais, apurando, então, o valor correspondente a ser repetido. Sobre o valor
apurado incidirá correção monetária pelos mesmos índices que a Fazenda
Pública Municipal utiliza para a satisfação dos seus créditos tributários, a partir
do pagamento indevido (Súmula 162 do C. STJ), e juros de mora de 1% ao
mês, a partir do trânsito em julgado do acórdão (Súmula 188 do C. STJ), nos
termos dos arts. 161, § 1º, primeira parte, e 167, parágrafo único, do CTN.
Para fins de acesso às Instâncias Superiores, considero prequestionada toda a
matéria debatida, relativa à Constituição e à Lei Federal, desnecessária a
menção específica a cada um dos dispositivos constitucionais e
infraconstitucionais invocados e pertinentes aos temas em discussão. Ante o
exposto, pelo meu voto, reapreciando a questão, pela sistemática do art.
1.040, II, do CPC/15, procedo à readequação do v. acórdão, e DOU PARCIAL
PROVIMENTO ao recurso oficial, determinando que a apuração do quantum a
ser repetido seja apurado na fase de liquidação do julgado. CARLOS VIOLANTE
Relator Designado
ACÓRDÃOS - STJ
RECURSO ESPECIAL Nº 1.661.650 - SP (2017/0056651-1) RELATOR :
MINISTRO HERMAN BENJAMIN RECORRENTE : MARCELO ACIOLI DE
TOLEDO ADVOGADOS : ALEX SANDRO GOMES ALTIMARI - SP177936
MÁRCIO DE SOUZA HERNANDEZ - SP213252 THAIS ROBERTA LOPES -
SP318215 ADRIANA LIGIA MONTEIRO DELBONI E OUTRO(S) -
SP206003 RECORRIDO : MUNICÍPIO DE MARÍLIA ADVOGADO :
RONALDO SÉRGIO DUARTE - SP128639
ACÓRDÃOS - STF
RE 603497 RG / MG - MINAS GERAIS
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE
Julgamento: 04/02/2010
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO
DJe-081 DIVULG 06-05-2010 PUBLIC 07-05-2010
EMENT VOL-02400-08 PP-01639
Parte(s)
ADV.(A/S) : MARIA DO ROSÁRIO DINIZ E OUTRO(A/S)
RECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BETIM
ADV.(A/S) : JOÃO MARCELO SILVA VAZ DE MELLO E OUTRO(A/S)
RECTE.(S) : TOPMIX ENGENHARIA E TECNOLOGIA DE CONCRETO
S/A
Ementa
Ementa
Decisão
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-232 DIVULG 09-10-2017 PUBLIC 10-10-2017
Parte(s)
AGTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL
AGDO.(A/S) : SODER ENGENHARIA E CONSTRUCOES LTDA
ADV.(A/S) : MARCELO ANTONIO ZAGO
Ementa
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-125 DIVULG 12-06-2017 PUBLIC 13-06-2017
Parte(s)
AGTE.(S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
AGDO.(A/S) : SIDE SERVICOS ADMINISTRACAO E ENGENHARIA LTDA
ADV.(A/S) : MANOEL FERRAZ WHITAKER SALLES
ADV.(A/S) : IRIMAR DELBONI FILHO
Ementa
Decisão
PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-095 DIVULG 05-05-2017 PUBLIC 08-05-2017
Parte(s)
AGTE.(S) : CNEN PROJETOS DE ENGENHARIA S.A.
ADV.(A/S) : MARCOS PEREIRA OSAKI
AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Ementa
Decisão
Decisão
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno com
aplicação de multa e, por maioria, majorou o valor da verba honorária fixada
anteriormente, nos termos do voto do Relator, vencido, nesse ponto, o
Ministro Marco Aurélio. Primeira Turma, Sessão Virtual de 17 a 23.2.2017.