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INDICE

ENTRE O PENSAMENTO E O SENTIMENTO.......................................................................................3


Quebrando...............................................................................................................................................3
Aos Olhos do Tempo...............................................................................................................................4
Moça........................................................................................................................................................5
Quem Dera..............................................................................................................................................6
Mãe..........................................................................................................................................................7
Coisas da Vida.........................................................................................................................................8
Desabafo do “De Outra Cor”...................................................................................................................8
Eu Falarei..............................................................................................................................................10
O Conhecido Desconhecido II...............................................................................................................12
Enquanto Viver!....................................................................................................................................13
Sociedade..............................................................................................................................................14
O Conhecido Desconhecido II...............................................................................................................16
Amizade................................................................................................................................................17
Aquando da Morte.................................................................................................................................18
Ao Deus dos deuses!.............................................................................................................................19
A Oração...............................................................................................................................................20
Tu Que Te Chamas ‘Sofrimento’!.........................................................................................................21
Obrigado SENHOR...............................................................................................................................23
E Se Eu Voltar!?!...................................................................................................................................24
Certeza Incerta II...................................................................................................................................25
Se Alguém Me Ouvisse!........................................................................................................................26
Com Fé..................................................................................................................................................27
Ainda Vamos Sentir..............................................................................................................................28
Ficou Em Nós........................................................................................................................................29
Ciência Amorosa...................................................................................................................................29
O Término.............................................................................................................................................30
Por Que Acreditei?................................................................................................................................31
Certeza Incerta.......................................................................................................................................31
Orgulho Barato......................................................................................................................................34

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My First Love........................................................................................................................................35
A Confissão da Madrugada...................................................................................................................37
Fala, Silêncio!........................................................................................................................................39
Mágoas..................................................................................................................................................39
Dose de Amor........................................................................................................................................40
Perto de Mim.........................................................................................................................................40
O Beijo da Madrugada...........................................................................................................................40
Viva-me!................................................................................................................................................42
Viva-me II!............................................................................................................................................43
Pandemia 19..........................................................................................................................................44
Gratidão.................................................................................................................................................46

ENTRE O PENSAMENTO E O SENTIMENTO

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Quebrando
Moça! Eu não sei qual é a tua idade
Mas deixa-me ser o moço da tua mocidade!
Quero de ti, arrancar toda a vaidade
E com o meu carinho, encher-te de naturalidade

Não sei qual é o teu potencial nem a tua intensidade


Mas quero que façamos uma associação mista
Não sei se sabes que eu te amo de verdade
Mas quero que saibas que és a única na minha lista

Quero analisar-te sintaticamente


E num instante, tocar-te fisicamente
E ainda, sentir-te morfologicamente
Quero amar-te intensamente
E em ti, me perder totalmente

Aos Olhos do Tempo


Quão distante andei
E mui longe caminhei
Repugnante vida vivida
Por mim e sem saída
Do labirinto no qual entrei

Aos olhos do tempo vejo


Tudo o que perdi e almejo
Voltar ao passado e dizer
Tudo o que por ti senti

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Não consigo mais viver sem ti
Quero voltar a beijar-te e viver

Viver vendo o teu lindo rosto


Oh sim! Os teus lábios de gosto!
Aos olhos do tempo vejo
Que no amor não há astúcia
E o orgulho leva à angústia
E tudo se perde pelo mal do desejo

Aos olhos do tempo vejo


Que sem ti, vivo agora sem rumo
Pois não acho amor igual ao teu
Calor quente como o teu
E presumo
Que nossa história
É tal e qual a de Julieta e Romeu
Mas eu ainda vivo e te almejo

Aos olhos do tempo vejo


Que como eu em ti
Tu vives ainda em mim
Então, por que sofremos assim
Se aos olhos do tempo vejo?

Moça
Já é chegada aquela fase
Em que não se entende

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Se é cedo ou tarde para o lance
Fase que de todos independe

Corpo de mulher
Atitudes de mocinha
Encanta a qualquer
Com a sua bundinha

Espelho sempre na mochila


Desperta, mesmo quem cochila
Livros com versos de amor
Anda na rua em busca de um amor

Roupa nova, sempre em festas


Saia curta, pernas manifestas
Até na escola, encanta o tutor
Que a persegue e se torna seu opressor
É fase de alegria, também de pranto

Quem Dera
Tanto aprendi das alegrias e tristezas
E fui o narrador da minha vida
Conheci o muito de coisas, forças e fraquezas
Hoje, tenho no rosto, as cicatrizes da vida

Olho o meu passado e o quanto cometi


Os laços que criei, as coisas que perdi
Quem dera voltasses a entrar na minha vida,

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Não mais como amante, muito menos amiga!

Quem dera voltasse a estar presente


Em tua vida e não mais sumir de repente
Voltasse a dar minha mão sempre que precisasse
Voltasse a caminhar ao teu lado, ao teu alcance!

Tudo o que sonhamos a vida inteira


Despejei por falha e coloquei na lixeira
Mas queria volver os teus lábios aos meus
E sentir os teus braços envolvidos nos meus

Ah! Queria tanto que o tempo retornasse


Que desses-me a chance e minh’alma falasse!
Só espero que tenhas lembranças do incrível
Incrível tempo que passamos; que inesquecível!
Ah! Quem dera!

Mãe
Tu és pura e imaculada
És meu sonho, minha amada
Mulher forte, cheia de beleza
És graça eterna, pois tens gentileza

Tu és a pura criatura
De Deus, cheia de ternura
Trouxeste-me à este mundo de ilusão
Com muito amor e tenra compaixão

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Tu és a que canta-me ao dormir
E me desperta para ver o sol raiar
És tu quem me faz viver e florir
Quem me ensina a erguer e a vagar

Coisas da Vida
Coisas que se aprendem
Na vida e nos prendem
Coisas que não são naturais
Muito menos sociais

Coisas que se constroem


E ao outro destroem
Coisas que não surpreendem
Mas também não se compreendem

Racismo e etnocentrismo
São males
E ainda, xenofobismo
Coisas que nos desgastam
E ao outro só destraçam

Coisas da vida elas são


Que ao homem, desfazem o coração
Coisas que tiram a educação
Das quais o homem só vive em relação

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Desabafo do “De Outra Cor”
A minha vida na multidão
É qual um homem no deserto
Os ouvidos magoam o coração
E a cada dia, tenho a certeza
De um futuro incerto

Meu nome é Albino


Nas ruas chamam-me “dinheiro”
Sou apenas um desprezado menino
Rejeitado e até trocado por um pinheiro

Com o barulho do silêncio


Desfruto da vida de solidão
E pela luz do sol intenso
Caminho triste como a escuridão.

Palavras ouço contra a minha consciência


Dizendo que minha cor anula a minha existência
Minha alma está dividida
Pois são tantos que querem a minha vida

Enquanto para os outros


Sou método de enriquecimento
Para a minha família
Sou motivo de sofrimento

Até quando enfatiar-se-á meu corpo?

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Até quando desfalecer-se-á meu espírito?
Quando me sentirei de alma e corpo
E não mais viverei contrito?
Até quando?

Eu Falarei
No meu país existem coisas indescritíveis
Coisas que só no dicionário são reais
No mesmo país, existem leis aplausíveis
Porém, na realidade são irreais

Não passo de um recluso


Que anseia por estar livre
Nesta pátria onde em nada sou incluso
Anseio em um dia poder falar
Sinto que o tempo parece tardar
Mas um dia eu falarei!

Falarei da PAZ!
Quando não mais ouvir sobre guerras
E no meu país se viver sem rumores de guerras
Viver num país sem vencedor e vencidos
Viver a paz, sem olhares temerosos e entristecidos

Falarei da INDEPENDÊNCIA!
Quando não mais viver
Sob asas de favores
Não mais incorrer a temores

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De que o meu país seja de aluguer

Falarei da JUSTIÇA!
Quando não me falarem sobre dívidas
Que sempre pago mesmo sem saber
Onde foram causadas
Mesmo sem querer
Sou obrigado; e, quando as tento perceber
Sou colocado em grades de medo e dúvidas

Falarei da LIBERDADE!
Quando poder ser dono de mim
Apartado das muitas influências
Quando pensar com autonomia
Longe dos dotados de impaciências
Conhecer os limites do meu pensamento
Sem pensar em dar a minha vida
E ainda, falar de sofrimento
Sem contar com a minha partida

Falarei dos DIREITOS HUMANOS!


Quando poder ser igual a todos em dignidade
Pegar o livro da lei e torná-lo realidade
Quando o meu país se apartar da distinção
De cor, raça, religião
Até mesmo de opinião
Afinal, segundo a lei, todo o ser tem o direito

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De ser ouvido e ser tratado com respeito

Falarei da RACIONALIDADE!
Quando se descobrir que esta questão é universal
E se entender que o pensamento
Não é apenas uma questão Ocidental
Quando se entender que o pensar é imparcial
E isto não é crime, pois isto é natural

Sinto que o tempo parece tardar


Mas, um dia, eu falarei!

O Conhecido Desconhecido II
Andando sobre as nuvens da vida,
Penso no que sei e imagino
Que um dia posso sentir sua partida
Mas não sei para onde é o caminho

Vejo sempre a tranquilidade dos dias


E ouço o coro de um mundo desafinado
Inconscientemente vivo as alegrias
Mas quando paro e penso, fico desanimado

Pois, afinal, onde vai o lindo brilho


De rostos e vozes alegres como vestes de linho?
Até os pássaros vêm e desaparecem
Crianças nascem, crescem e perecem

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As coisas morrem, fica a lembrança
Do que um dia existiu no espaço e no tempo
Talvez a eternidade seja a esperança
Do que um dia perdemos no espaço e no tempo

Paro e olho em todos os montes


Mas nada mais vejo além dos horizontes
O que a vida, hoje, forneceu ao homem
Senão guerras e conflitos que o consomem?!
Hoje reinam as luzes e as festas
Amanhã será o escuro e a saudade
Um olhar triste e lágrimas manifestas
Oh! Mas que vida! Que infelicidade!

Enquanto Viver!
Eu nunca contemplei o futuro
Mas é como se o contemplasse
Nunca andei na origem do escuro
Mas, no mundo, é como se andasse

Vou seguindo o frio da estrada


Buscando o quente do amanhecer
Se o sol se põe em tudo ou nada
Saiba, é chegado o anoitecer

Mas com o pouco ou o muito


De uma vida justa
Sente-se o grito da esperança

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Dizendo que mesmo em mitos
Minha alma em Deus descansa

Enquanto eu viver...
Minha vida darei ao que crer
Que ser poeta não é saber se expressar
Mas saber deixar o coração falar

Enquanto eu viver...
Deixarei que o vento me leve
Numa passada calma, e
Ao lugar onde vive o amanhecer

Enquanto eu viver...
Não terei ambições nem desejos
Vou fazer minha alma crescer
Pois desse mundo escuro, nada desejo

Enquanto eu viver...
Escreverei todas as nuvens de versos
Me embalarei nos bens diversos
Para que o amor possa o mundo ler [Aqui coloquei assim porque a regra da linguagem poética,
não gramatical, permite a alternação de lugares entre o verbo e o predicado: o verbo é ler, o
predicado é o mundo, e o amor, nesta frase, é o sujeito – por isso coloquei o amor logo no
começo, e substituí apenas o predicado para o lugar do verbo. Esta frase quer dizer que ‘o amor
possa ler o mundo’. Caso não concorde, pode devolver como estava]

Enquanto eu viver...
Vou testemunhar o amor

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Que minha vida seja a prova
Da existência do Senhor!
Cada passo que eu der
Seja oferta de louvor!
Pois enquanto eu viver
Vou cantar de Deus o amor

Sociedade
Sociedade é um pequeno universo
Que não se define com um simples verso
Sociedade é aquilo que tenho visto
Por vezes sem perceber, mas insisto
Em compreender este mundo, de tudo
O que existe de belo e de imundo

Sociedade é onde se vê o nascer


De toda a natureza, até de crianças
E onde se fazem e desfazem alianças
Onde se sente com todos os sentidos
A vida; onde se vê o adormecer
Aprende-se o amor em todos os sentidos

Sociedade é onde o saber


Se associa aos mitos
Onde só o inocente deseja o bem de muitos
Onde o espaço de muitos é de um
E os bens de muitos são de um

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Sociedade é onde o ex-colonizado
É livre, mas ainda colonizado
Onde o sacrifício em banquetes é moda
E o esforço do pobre sequer se nota

Sociedade é onde se ouvem as rezas


Aos vários deuses
Onde vivem-se as nobrezas
E morrem os camponeses

Sociedade é onde se sente o perfume da flor


Onde a borboleta brilha com a sua cor
Onde se rouba por gente visível
E sofre mesmo o invisível

Sociedade é onde hoje


Se abrem os olhos e se vê o sol
Mas aquando do fechar dos mesmos
Se contempla o escuro do túmulo
Onde dizer a verdade pode ser o cúmulo
E a pedra de tropeço para não mais ver o sol

Ah! Sociedade, sociedade!


Sociedade é um mistério!

O Conhecido Desconhecido II
Mas como de longe o conheço
E, de mim bem perto, o desconheço?

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Como o canto, ouço e vejo,
Mas de perto é qual um percevejo?

Ninguém o vê, mas toda a gente o pensa


Pois ninguém prevê a desgraça imensa
Que o futuro traz a todo o ser
Mas todo o homem o torna ser

Quem é esse que é por mim conhecido


E por mim, ainda, desconhecido?!

Amizade
Tentei criar uma floresta de pensamentos
E mergulhar no rio dos grandes pensadores
Naveguei nas fontes de entendimentos
Para encontrar os saberes realizadores

Entre o meu pensamento e o sentimento


Criei o diálogo da amizade
E então achei a realidade
De que tudo se percebe pelo entendimento

Percorri, ainda, no intelecto


E descobri que a amizade
Parte da harmonia e do respeito
Que revelam no homem, a maturidade

Mais do que honra e poder

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É ao lado de alguém poder
Vibrar, neste mundo perecível
Como homem eterno e indestrutível

A amizade não possui interesses


De valores ou de bens materiais
É aprender, não importam as vezes
A ser e fazer feliz como se imortais

Amizade é um acordo perfeito


Entre homens bons, de amor no peito
Um mar de amor repousando na alma
E enchentes de cuidados quais os de uma ama

Amizade é chegar e contemplar


O vazio de outrem e podê-lo completar
Com a presença física e espiritual
E fazê-lo sempre como se um ritual

Amizade é clarear o coração


E afastar a negritude da solidão
,
E mesmo suavizar a vida
É encher o amigo de alegria e vida

Amizade é jorrar toda a compaixão


Derramar as palavras com paixão

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É poder abraçar em veredas de espinhos
E juntos cavalgar nos melhores caminhos
Amizade é relação, amizade é viver!

Aquando da Morte
Dizem que sou pessimista
Porque os faço entender
Que sou realista
Pois quero fazer entender

Quero fazer entender


Que só na terra dos viventes
Se pode pensar e agir
Pois quando chega o escurecente
É sinal para se poder partir

Esta é a única vida para viver


É o único papel para escrever
Coisas boas e fazer o bem
A todos os que vivem e para amar a outrem

A vida é breve, e longa é a morte


Que não deixa nenhum suporte
É fácil começar e difícil terminar
Pois na sua presença, a cova é o final
De tudo quanto produzimos
Final até dos esforços que investimos

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Não há mais borracha quando chega a morte
A vida não se engraxa, talvez por sorte
O bom da vida é que temos oportunidade
De viver com Deus e na morte, a eternidade

Ao Deus dos deuses!


Ó imaculado Deus dos deuses!
Nenhum deus se formou antes de Ti
E nenhum formar-se-á depois de Ti
Tu que guardas os Teus filhos aqui!

Os ignorantes sacrificam aos ídolos


E os errantes andam em equívocos
Buscam o mal, mesmo sem saber
E cegam-se de tanto querer ver

Adoram a um deus que tem boca


Mas não pode falar
E tem pernas, mas não pode andar
Um deus com braços encolhidos
Mas o mundo o adora
Com prantos e gemidos

Majestoso em santidade
Eterno em longanimidade
Quem entre os deuses é semelhante a Ti?
Ninguém entre os deuses é semelhante a Ti!

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A Oração
Viver observando e vivendo as correrias da vida
Participar e cansar deste mundo cheio de lida
Suportar a dor que em vista nunca finda
Solucionar os problemas desta má-vida

Mansa e calmamente, reveste-me de poder


Dela preciso, para que eu possa viver
Consciencializar-me, mesmo
Sem consciência deste grande conflito
E desprender-me das paixões
Deste mundo inconvicto!

Com ela fugir do inimigo contumaz


E buscar o amparo d’Aquele que me apraz
Pois Sua emboscada me parece incrível
Que, por vezes, me faz duvidar da verdade crível

Com ela esperar o meu doce lar


E convencer-me de que aqui não é o meu lugar
Cumprindo os caminhos que devo trilhar
Como um anjo, no Céu irei brilhar!

Tu Que Te Chamas Sofrimento!


Tu que te chamas sofrimento!
Quem, de ti, nos irá socorrer?
Quem nos ouvirá e amparará?
Quem, dentre as terras, nos livrará?

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Tu que desabas a casa do pobre
E o deixas ao relento
Que dele tiras o mantimento
E o deixas faminto
Tu que fazes muitos homens
Duvidarem do seu Deus
E dentre eles, milhares de milhares virarem ateus

Tu que assolas a humanidade


Com várias doenças
Que encarregas a um só homem
Desgraças imensas
Que fazes homens ricos
Mas vivendo sem amor
E destróis a felicidade dos homens
E os fazes viver em rancor

Tu que te chamas sofrimento!


Desavergonhado!
Que desligas a alma gêmea
E partes o coração
Que formas e graduas os homens
E os fazes desempregados
Desfaleces a esperança do aflito
E o cegas no labirinto
Que fazes o homem prosperar

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E esquecer até dos achegados

Tu que fazes crianças inocentes


Nascerem no calor de uma guerra
Que fazes o homem miserável
E escravo em sua própria terra
Que fazes o dirigente da nação
Te aplaudir para engordar
E o povo tão esperançoso
Te eleger e, ainda, emagrecer!

Tu que te chamas sofrimento!


O insensato prova do teu vinho
E o faz de seu comprimido
Vive por ti oprimido
E longe do amargo vinho torna-se deprimido
Tu fazes o homem nobre cair
E em ti se tornar polido

Te apegaste intensamente aos homens


Em todos os sentidos
E tornaste atrofiados e paraplégicos
Todos os seus sentidos
Tentarei formar-me
Em Otorrinolaringologia
Para ouvir e sentir a tua presença
Porque nenhuma magia causará a tua ausência!

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Tu que te chamas sofrimento!
Quem, de ti, irá nos socorrer?
Quem nos ouvirá e amparará?
Quem, dentre as terras, nos livrará?

Obrigado SENHOR
Obrigado Senhor por tua presença
Apesar de nossos pecados e de nossa ausência
Obrigado Senhor por este tempo que finda
E pela promessa da Tua breve vinda

Nos dias escuros e nas noites de tempestade,


O SENHOR prometeu segurança
E mostrou-nos a Sua lealdade
Esteve connosco firme a cada dia
Tanto nos dias de tristeza quanto nos dias de alegria

Deus nosso, faça-nos voltar ao primeiro amor


E dá-nos um novo coração
Neste mundo, faça-nos suportar a dor
E ensina-nos a essência da adoração

Obrigado SENHOR, obrigado nosso Deus!

E Se Eu Voltar!?!
Depois de muito tempo passado
Parei para lembrar do meu passado

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Do olhar primeiro e duvidoso,
Do primeiro abraço, mesmo inseguro
E, por fim, do beijo inocente e puro

Parei para lembrar do primeiro "Eu te amo!"


Vindo da boca isenta de engano
De alguém com quem fiz o meu primeiro plano

O meu "Adeus" não parou o tempo


Não parou a minha nem a sua vida
Mas deixou lembranças em meu pensamento
De alguém que por mim nunca foi esquecida

E se eu voltar!?!
Para poder mudar e recomeçar
O meu plano de com ela casar
E juntos, formarmos um mundo em nosso lar?!?

E se eu voltar!?!
E não me importar com quem me julgar
Por amar e a ela me entregar?!?
Eu quero com ela estar, mesmo sem estar

E se eu voltar!?!
E quando lá chegar, encontrá-la em um lar
Com um homem completo e filhos queridos
Não estarão os meus sonhos desfalecidos?!?

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E, então, terei ainda de por ela esperar?!?

E se eu voltar!?!
A amar alguém que nunca quis o meu amor
Se eu me transpirar e ela rejeitar o meu calor!?!
Ahhhh, talvez vá, talvez não, vale a pena pensar
Então, só me resta a vontade de voltar!
Mas, e se eu voltar!?!

Certeza Incerta II
Não é que não queira te assumi,
Mas é a minha economia
Que me obriga a sumir

Não é que não queira te casar


Mas temo que o nosso lar
Seja um jogo de azar

Não é por não te amar


É o teu vai-e-vem
Que me faz recuar

Não é que não queira esperar


Mas essa espera que não termina
A cada dia me extermina
E me arranca as forças pra continuar

Não é que eu esteja a duvidar

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Apenas quero ter a certeza
Que contigo posso sonhar
E também acordar

Se alguém me ouvisse!
Se nesta hora alguém me ouvisse
Eu diria que não quero mais amar
Pois quem amo não me quer amar
E quero jogar esse amor no mar

Diria que
Tenho vontade de voar
Mas apesar de tudo o que me fez
Não consigo dela me apartar
Por de tanto me apaixonar

Diria que
Quanto mais o coração me parte
Mais acredito que esta história
Ainda tem uma segunda parte
E esta parte do momento em que
Terminou nossa primeira parte

Diria que
Apesar de ter meu coração sangrado
O seu nome está em meu ser tatuado
E por tudo o que é mais sagrado
Desejo tê-la ao meu lado

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E esquecer o passado

Com Fé
Quando a voz não mais soar
Fala com Deus
Ora com fé
E Ele te ouvirá

Quando não conseguires clamar


É apenas no Seu nome pensar
Mas pensa com fé
E Ele te sentirá

Mesmo quando achares


Que não há mais solução
Ele sempre tem poder
Pois Ele é sempre Deus

Ainda vamos sentir


Ainda vamos sentir...
Até o nosso empregador
Trocou a mecânica pela botânica
E o grande pregador
Já pertence à cúpula satânica

Ainda vamos sentir...


Quando as boladas não darem certo
E o futuro tornar-se cada vez incerto

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Quando a vida nos dar aquele aperto
E o desespero estiver mais perto

Ainda vamos sentir...


Se mesmo a vida
Canta na nossa "sente só"
E faz-nos dançar
Mesmo sem ter som

Ainda vamos sentir...


Enquanto vivermos sem limites
E optarmos por estradas sem lombas
A vida deve ser vivida, pois é curta
Mas as consequências podem ser longas

Ficou em nós
Lembras-te de quando
Felizes pensávamos
Que tudo era para sempre
Sem saber que todo “para sempre”
Sempre acaba!??

E sobre as vezes
Que decidimos viver aventuras
Dizendo: tanto faz!??
E o “tanto faz” tanto fez
Que ficou em nós!!!

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Ciência amorosa
Em física
Existe uma força na Terra
Que atrai os objectos para a sua direcção
No amor
Existe uma força em ti
Que me atrai para o teu coração

Em Matemática,
Uma função composta
Torna possível a união de duas grandezas
No amor, uma proposta
Pode unir duas exponenciais belezas
– “Aceitas-me como teu namorado”?

Em Química,
As soluções podem ser
Líquida, sólida e gasosa
No amor, nós só temos uma solução
– É apenas uma questão amorosa

Em Biologia,
Daltonismo é a incapacidade
De distinguir algumas cores
No amor, Daltonismo é o que me prende a ti
E me aparta de outros amores

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O término
Pelo lance ter terminado
Meus bons feitos tens descartado
E tudo o que te tenho ensinado
Já não te tem importado...

Ontem eu era...
O teu oceano e tu eras o mar
E ninguém te fazia desamar
Porque só perto de mim
Sentias do coração o palpitar...

Hoje eu sou...
Quem nunca deverias conhecer
Aquele que fez a tua vida entardecer
E cedo esqueceste que ao amanhecer
Eu era o motivo do teu viver...

Por que acreditei?


Choro pelas chances desperdiçadas
Dizendo que minh'alma estava lotada
De amor e carinho, enquanto era chifrada
Pelas canções de amor por mim cantadas

Por ti desprezei tantas cantadas


E desperdicei muitas madrugadas
Acreditando que eras tu o meu amor
E hoje, não sei como superar essa dor

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Eu jurava a todo o mundo que tu eras fiel
E que em breve, em mim porias um anel
Segura e sem medo, a ti me entreguei
E hoje pergunto-me: Por que acreditei?

Certeza Incerta
Meu nome é André Romário!
Hoje, trago-vos o meu bloco notário
Tenho 28 anos de idade
E não sou desta cidade

Conto-vos a minha história


Com uma garota chamada Victória
Conhecí-a no Xiquelene
Quando esperava o chapa para Matendene

Era uma moҫa bela e sensual


Com olhos claros e cabelo natural
Convidei-a para um passeio
E ela aceitou
Quando cheguei à casa, fiz o meu a prumo
E então, segui o meu rumo

Depois do primeiro encontro


Dias se passaram que nem conto
Nós nos apaixonámos
E por seis meses namorámos

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Ela era uma mulher de muitos sonhos
Que todos os dias lhe tiravam o sono
De repente ela ficou estranha
Daí, descobri sua artimanha

Ela pensava em sair do país


Abandonar os pais
Tratá-los como animais
E deixar tudo para trás

E como maneira de sua vida render


Pensou em seu corpo vender
Deixou-me, mesmo por mim apaixonada
Pois estava cansada de ficar txonada

Ela não queria alguém


Que apenas a pudesse casar
Formar um lindo par e
Talvez, com ela ter um lar
Ela queria carro, casa e luxo
Mas eu nada disso a podia dar

Enquanto eu sonhava em levá-la ao altar


Ela trocava-me com um homem do bar
Pois este, supostamente, a levaria à Dubai
Mesmo sem o consentimento do pai

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Como eu chorei!
Lamento... mas perdeu o homem errado! [Desculpa, mas não compreendi: ela perdeu o homem
errado ou o homem certo?]

Hoje, ela chora por não ter um lar


Nem sequer um lugar para morar
Agora, chora dizendo ainda me amar
Mas eu tenho esposa e filhos para mimar

Hoje, vivo a vida que um dia sonhei


E lamento pela mulher que tanto amei
Na sua certeza incerta se foi
Achando que viveria a nobreza
Mas hoje, ela ainda lamenta sua pobreza

Não ignore um homem


Por não ter casa e carro para dar
Pois da vida, tudo se pode esperar

Orgulho barato
Muito tempo desperdiçado
Por não sabermos olhar nos olhos um do outro
E dizer o que nos machuca e resolver
O orgulho oriundo de mim e ti gerou separação de nós
Mas acredito que poderia ter sido diferente

O orgulho que me silenciou a voz

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Na hora de dizer: “Amor, eu errei!”
E que afastou Deus do meio de nós
E nem por isso eu disse: “SENHOR, eu pequei!”

Tu não sabes das vezes que peguei no telemóvel


Olhei no teu contacto e deletei
Mas vendo a tua foto no meu imóvel
Novamente peguei no cell e o contacto regravei

Nossas discussões afastaram-te de mim


Mas nenhum amor acaba só por acabar
Não acredito que vivas bem sem mim
Pois o teu ciúme sempre deixa a dor escapar

O nosso orgulho barato custou-nos caro


E a solidão fez-nos companhia nas noites em claro
Sei que juntos ainda podemos ter uma vida
Então, viva-me antes que eu não mais viva!

My first love
Mas quem é este
Que me embriaga com suas teorias
E me encurrala em suas alegorias?
Conta-me más e boas histórias
Ensina-me com as derrotas
E comigo festeja as vitórias?

Quem és tu

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Que antes de te conhecer
De ti eu já ouvia falar
E antes de minha mãe
Em seu ventre me conceber
Tu, por mim já podias esperar?

És tu, meu primeiro amor?


Mas que amor é esse
Que não é à primeira vista
Mas quando vi
Ali, tu estavas me esperando
Antes mesmo que eu abrisse a vista

Mas que amor é esse?


Talvez seja amor ao primeiro ouvido...
Mas de ti, eu nem falar tinha ouvido
E apesar desta minha vida de tempestade
Sei que me amas de verdade

Que amor é esse?


Que se dá, mesmo a quem não merece
De todo o coração
E que as mágoas facilmente esquece
Por uma oração?

Que amor é esse?


Que me motiva ao amanhecer

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E me tranquiliza ao entardecer
Que de dia, me faz sorrir
E de noite, me faz bem dormir?

Que amor é esse?


Que não importam quais sejam os dias,
Me maravilha com suas melodias
E, com a divindade de suas canções
Alegra do mundo os corações?

És mesmo tu, inexplicável


Amor à primeira vista!
Peço-te que de mim não desistas!
Se um dia eu pensar em te abandonar
Por favor insista!
E, se o mundo inteiro de mim se apartar
Por favor, persista, persista e persista!
Mas nunca deixes de ser o meu dono
E o meu protector
Meu primeiro amor!

A Confissão da Madrugada
Minha querida madame!
Desculpa-me pela hora que te desperto
Deixa-me na cabeceira encostar-me
E dá-me a tua mão e, chega mais perto

São, agora, duas horas da madrugada

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E faço-te a minha confissão sagrada
A minha alma está agora angustiada
Mas não fiques com isso preocupada

Descobri nesta calada da noite


Que sou um homem de muita sorte
Por ter ao meu lado
A mulher que todo o homem tem almejado

Sinto um grande aperto no coração


Por saber que não te tenho dado atenção
Por pensar que um homem só casa
Para ter alguém guarnecendo a casa;
É no meu machismo que me baseio
Para nunca te levar a um passeio

Hoje, enquanto dormias


Olhei para o teu rosto cansado
Lembrei-me do nosso passado
Quando contigo me encontrava todos os dias
Mesmo sabendo que tão longe vivias

Percebi nesta madrugada


Que vives como uma malograda
Pois o tão prometido mar-de-rosas
No nosso casamento, na casa da tia Rosa
Não passou de uma fachada

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Mas depois de tudo, ainda agora
Minha querida madame, Aurora
Quero renovar os laços do nosso amor
Prometo não mais te causar essa dor

Quero ser um marido decente


E um pai sempre presente
Quero voltar a ser como no início
Quando dormir contigo era um vício
E não um sacrifício

Este é o resumo do que sinto agora


Desculpa-me por te acordar nesta hora
Minha querida madame, Aurora!

Fala, Silêncio!
Diga-me, Silêncio...
Que as mágoas do passado
Não ofuscarão o presente
Que não será lembrado
Quem ficou ausente

Que a vida mal vivida


Não me impedirá de sorrir
Que a dor da partida
Não me fará sucumbir

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Que o abraço traiçoeiro
Não me apartará da lealdade
Que o mal do mundo inteiro
Não me roubará a dignidade

Diga-me, ó, Silêncio!

Mágoas
A cada lembrança do passado
Verei um passo dado
Dado que eu
Terei um novo amor encontrado

E se até lá
Não te tiver contado
Será por ter perdido o teu contacto
Contanto, terás ficado no passado

Dose de amor
Você não tem uma casa
Eu também não
Então, abriguemo-nos no nosso amor
E sintamos da felicidade o sabor

Perto de mim
Tu não precisas me abraçar
Assegura-me de que o tempo
não estou a desperdiçar

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Tu não precisas mais falar
Só quero, em teu olhar
Ter a certeza de que estarás comigo
Mesmo quando eu achar que não preciso

O Beijo da Madrugada
Era tanta vontade
Tida daquele olhar
Tanta vontade
Daquela boca beijar
Pois naquela noite sem luar
Propus-me a me apaixonar

Foi por aquele corpo tocar


E aquela boca beijar
Que senti o sabor de amar
Simplesmente por amor
Os seus lábios destilavam
O mel de cura
E o seu toque levava-me à loucura

Então, no nevoeiro
Daquela noite vespertina
Descobri que ela é minha menina
E nela, reside tudo o que me fascina

Foi naquela madrugada

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Que com a alma lotada
De paixão e encanto
Daquele chão, no canto
Senti minha boca molhada
E ela sentiu a sua boca beijada
E, sob as gotejadas do céu
Sentia o meu corpo colado ao seu

Era tanta glamourosidade


Naquela bela e jovem mulher
E o sabor do seu beijo
Não era para homem qualquer
Mulher do beijo que me enlouquece
Que de mim aparta o estresse!

E antes da despedida
Daquela noite tímida
Ouvi daquela boca que sabe beijar
Palavras que só sua mente podia pensar
Dizendo-me em meigo sussurrar

- “Quando formos namorados


Que não cansemos de nos beijar
E quando estivermos grudados
Que nos beijemos sem parar
De tanto amar por amor!”

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Viva-me!
Meu amor
Antes que leias no jornal
Que o mundo outrora normal
Está cada vez mal

Pegue no telemóvel
E disque no meu nome
Para me dizer
Que me amar é tua prioridade
E que sou o moço da tua mocidade

Antes que venha a novidade


Da minha pequena cidade
E ouças o meu amigo
A se lamentar e chorar
Por comigo não mais poder contar

Escreva-me uma carta de amor


Falando do nosso amor precoce
Carimbe-a com a tua boca doce
Coloque-a no meio de uma flor
E traga até mim, o teu amor

Antes do eterno pôr-do-sol


Chama-me de teu girassol
Gira comigo na Costa do Sol
Como a terra gira em volta do sol

42
Viva-me antes que eu não mais viva!

Viva-me II!
Antes do meu falecimento
E antes que caias em lamento
Agradeça-me por fazer-te feliz
E por ser a tua força motriz

Meu amor,
Ofereça-me o prémio de melhor amigo
E o galardão de melhor marido
Valoriza os meus bons feitos
E olha menos para os meus defeitos

Festeja comigo as minhas vitórias


Para que de mim não tenhas apenas histórias
Liga-me mesmo de madrugada
Antes que te tornes numa malograda

Não me cria apenas embaraços


Pois eu também amo abraços
Não me exija apenas para as contas acionar
Tu também me podes no “Número 1” adicionar

Meu amor,
Não me crie tão cedo o surto
Pois sei que em breve tornar-me-ei surdo

43
Canta-me ao ouvido canções de amor
E mostra que em tua vida tenho valor

Diga-me também “amo-te” à vista


E não apenas “anote a lista”
Do que vais comprar na cidade
Como se o importante
Fosse apenas a tua necessidade

Viva-me antes que eu não mais viva!

Pandemia 19
O Homem perdeu a vitória
Sobre o dominado mundo
E uma calamidade notória
Tornou-nos todos imundos

O vazio tomou o seu espaço


O prazer tornou-se escasso
E pela sentida física ausência
Deu-se importância da presença

Alguns lares foram fortalecidos


Outros deveras enfraquecidos
E os que antes eram esquecidos
Tornaram-se, de vez, falecidos

Lembro-me como se ontem fosse

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Do meu falecimento precoce
Pois a minha mulher ficou viúva
Homicidando-me dentro de seu coração
Mesmo com a chama do amor ainda viva

O rico tornou-se, finalmente, pobre


E quem antes era visto como nobre
Finalmente teve necessidade
Daquele faxineiro da cidade

Os pastores simplesmente calaram


E os milagres, de repente, pararam
Com a visita da nova pandemia
O homem tornou-se amante da máscara
E com o desequilíbrio da economia
A vida tornou-se muito mais cara

O homem que desprezara a religião


Então, tornou-se cristão
E outro converteu-se ao Islão
Pois viu de Deus a mão

Mesmo com o ciclone Chalane


A vida não parou em Matalane
Porque com tantas mudanças
Sentia-se falta de seguranças

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No último dia de cada ano
Cada um tem o seu plano
E deseja que este pesadelo
Não se torne um novo modelo

Gratidão
Obrigado SENHOR, obrigado nosso Deus!
Nós te agradecemos e te engrandecemos
Nós te enaltecemos e te bendizemos
Nós te louvamos e te exaltamos
Sim...
Nós te amamos e te adoramos!
Obrigado SENHOR, obrigado nosso Deus!

Poemas de Lento-Violento.

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