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DIREITO CIVIL

Direito de Família – Parte II

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

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do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
231213108111

ANTÔNIO ALEX

Doutorando em Direito pelo UniCEUB; mestre pela UnB; bacharel em Direito e


Engenharia Elétrica pela UnB. Possui licenciatura em Física; pós-graduação em
Direito Notarial e Registral, Direito Processual Civil e Gestão Pública. Atua como
advogado voluntário no Núcleo Cível de Tribunais Superiores da Defensoria Pública
do DF. Servidor público federal aprovado em vários concursos públicos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JACQUELINE DANTAS DOS SANTOS - 03647755567, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Direito Civil
Direito de Família – Parte II
Antônio Alex

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Direito de Família – Parte II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Relações de Parentesco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2. Filiação e Investigação de Paternidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1. Prova de Filiação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3. Reconhecimento de Filhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1. Reconhecimento Voluntário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.2. Averiguação Oficiosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.3. Reconhecimento Judicial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4. Suspensão e Extinção do Poder Familiar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.1. Extinção do Poder Familiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.2. Suspensão do Poder Familiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

5. Usufruto e Administração dos Bens dos Filhos Menores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29


6. Alimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
7. Tutela e Curatela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
7.1. Tutela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
7.2. Curatela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
7.3. Tomada de Decisão Apoiada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
8. Guarda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
9. Adoção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113

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Antônio Alex

APRESENTAÇÃO
Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?
Sou o professor Antônio Alex Pinheiro.
Inicialmente, gostaria de lhe dizer que foi com grande satisfação que aceitei o desafio
de elaborar aulas para sua preparação para o exame da OAB (Exame da Ordem). A minha
aprovação nesse exame corresponde a uma das maiores alegrias da minha vida, sendo
que tenho certeza de que brevemente você vivenciará essa experiência incrível e que vai
transformar sua vida.
Vou me apresentar rapidamente, principalmente para que você entenda a lógica de
organização do curso. Sou graduado em Engenharia Elétrica e Direito pela UnB, com Mestrado
também pela UnB, cursando atualmente o Doutorado em Direito pelo UniCeub. Possuo
pós-graduação em Direito Processual Civil e em Direito Notarial. Também finalizei o curso
de licenciatura em Física.
Minha experiência com concursos públicos começou no ano de 2003 e continua até então.
Nessa trajetória fui aprovado nos concursos públicos da Caixa Econômica Federal, Polícia
Rodoviária Federal, Polícia Federal, Curso de Oficial da PMDF, professor da Secretaria de
Educação do Distrito Federal, professor do Instituto Federal de Brasília e Anatel. Atualmente,
ocupo o cargo de Especialista em Regulação na Anatel. Recentemente, logrei êxito na
aprovação para o cargo de Notário e Registrador dos Tribunais de Justiça do Ceará, do
Amazonas, do Paraná e de Santa Catarina, quando aprofundei meus estudos em relação ao
Direito Civil. No concurso para o cargo de Notário ou Registrador, o conteúdo de Direito Civil
tem um peso extremamente importante nas três fases: prova objetiva, prova discursiva e
prova oral.
Desde o ano de 2015, exerço também a advocacia voluntária pela Defensoria Pública
do DF na área de Direito Civil. Atualmente, estou lotado no Núcleo de Defensoria Pública
do DF junto aos Tribunais Superiores, atividade que me trouxe grande aprendizado na área
de Direito Civil.
Como fruto de minhas pesquisas, recentemente publiquei livros na área de Direito Civil.
Inclusive, nos anos de 2021 e 2022, recebi uma premiação da Confederação Nacional dos
Notários e Registradores como um autor de obras jurídicas de referência para a preparação
desses profissionais.
O nosso curso de Direito Civil foi elaborado sabendo que, diante da vida corrida, o aluno
não dispõe de muito tempo disponível para seu estudo. Assim, cada aula foi estrategicamente
pensada e elaborada com os principais conceitos relacionados ao respectivo assunto para
facilitar o entendimento e a fixação do conteúdo. Além do mais, tendo em vista a forte
cobrança de lei seca em questões de Direito Civil, para economizar seu tempo, sempre farei
menção aos artigos correspondentes ao conteúdo estudado, então não pule a leitura da lei
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seca. Dessa forma, além de você entender o conceito estudado, vai saber como o assunto
é disposto na respectiva redação da lei, para não errar.
Procurei esgotar questões que já caíram em provas anteriores do exame da ordem da
OAB, complementando com questões de concursos quando necessário. Assim, ao final
da aula, apresento uma lista de exercícios dos últimos anos que permitem a fixação do
conteúdo estudado. Por fim, os esquemas e resumos trazem os principais pontos estudados
em cada aula, os quais recomendo que sejam estudados entre os intervalos das aulas para
facilitar a fixação do conteúdo e na última semana antes da prova. Minha intenção é fazer
com que você seja aprovado no exame da OAB, bem como possa exercer com segurança a
advocacia na área Cível.
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. O seu feedback da
aula é muito importante para que eu possa melhorar o material, não se esqueça de avaliar
ou me enviar uma mensagem pelas redes sociais.
Por favor: material obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estou esperando as
dúvidas no Fórum do aluno!
Muito bem-vindo ao nosso curso, vamos ao trabalho e à sua aprovação!
“Nenhum obstáculo é tão grande se sua vontade de vencer for maior.”
Forte abraço e bons estudos!
Antônio Alex Pinheiro
@prof._antonio_alex

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DIREITO DE FAMÍLIA – PARTE II

1. RELAÇÕES DE PARENTESCO
Parentesco é o vínculo entre pessoas por sangue ou por afinidade. O art. 1.593 do CC
dispõe que o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra
origem. Natural é o parentesco decorrente de laços de sangue, e o civil é o decorrente da
lei. A expressão ‘outra origem’ representa um avanço em relação ao Código Civil de 1916,
visto que ele restringia o parentesco civil apenas ao originado a partir da adoção.
Desta forma, assim se divide o parentesco:
• Natural: decorrente dos laços de sangue;
• Civil: decorrente da lei, podendo ser subdividido em:
− Afinidade: é o vínculo que se estabelece entre um dos cônjuges ou companheiro
e os parentes do outro, assim, o vínculo do marido da filha com a sogra ou sogro;
− Adoção: é o vínculo estabelecido a partir da adoção;
− Outra origem: inclui, por exemplo, modalidades de técnicas de reprodução medi-
camente assistida.
O vínculo do parentesco se estabelece por linhas: reta e colateral, sendo a contagem
realizada por graus.

Conforme o art. 1.591, são parentes em linha reta as pessoas que estão umas para
com as outras na relação de ascendentes e descendentes, ou seja, são os bisavós, avós,
pais, filhos, netos, bisnetos etc.
Existe a chamada linha reta ascendente, quando parte de determinada pessoa em
direção aos seus antepassados – pais, avós, bisavós, tataravós etc. Por outro lado, existe a
chamada linha descendente, quando parte da pessoa em direção aos seus descendentes
– filhos, netos, bisnetos etc.

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O parentesco em linha reta traz os seguintes efeitos:

CF/88: Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
CC: Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
CC: art. 1.829 e 1.845: os ascendentes e descendentes são sucessores legítimos e herdeiros
necessários.

Conforme o art. 1.592, são parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto
grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra, sendo os
irmãos, tios, sobrinhos e primos. Na linha reta não há limite para a contagem do parentesco,
ou seja, é infinita, já na linha colateral a contagem só vai até o quarto grau.
O parentesco em linha colateral traz os seguintes efeitos:
• Impedimento para o casamento, até o terceiro grau inclusive, (CC, art. 1.521, IV);
• A obrigação de pagar alimentos aos parentes necessitados, inclusive extensiva aos
irmãos, que são colaterais de segundo grau (art. 1.697);
• Capacidade de suceder aplicável somente dos colaterais até o quarto grau, (art. 1.839);
Portanto, os parentescos são os seguintes:

Em relação à contagem do grau de parentesco em linha reta, nos termos do art. 1.594
do CC, a distância entre dois parentes mede-se por graus. O grau é a distância em gerações,
indo de um a outro parente.
Na linha reta, os graus são contados pelo número de gerações, que constitui a relação
existente entre o genitor e o gerado. Desta forma, entre pai e filho só há uma geração,
portanto, são parentes em linha reta em primeiro grau. Já o avô e o neto são parentes em
segundo grau, existindo 2 (duas) gerações entre eles, conforme figura abaixo:

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Em relação à contagem do parentesco na linha colateral, nos termos do art. 1.594 do


CC, é realizada pelo número de gerações. A contagem começa em um parente, subindo,
contando as gerações, até o tronco comum, e descendo pela outra linha, continuando a
contagem das gerações até encontrar o outro parente.
Desta forma, irmãos são colaterais em segundo grau. Partindo de um irmão, até chegar
no tronco comum, conta-se uma geração. Descendo pela outra linha, logo depois de uma
geração já se encontra o outro irmão. Tios e sobrinhos são colaterais em terceiro grau, já
primos são colaterais em quarto grau, conforme visto abaixo:

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Diante do exposto, verifica-se que o parentesco mais próximo na linha colateral é o de


segundo grau existente entre irmãos, não existindo parentesco em primeiro grau na linha
colateral.
Irmãos germanos ou bilaterais são aqueles que têm o mesmo pai e a mesma mãe; já os
irmãos unilaterais são aqueles por parte de mãe ou somente por parte de pai. A diferença
entre eles tem implicação no direito das sucessões, conforme artigos 1.841 e 1.843 do CC,
isso porque, em concorrência, os irmãos germanos ou bilaterais irão herdar o dobro dos
irmãos unilaterais.
Conforme o art. 1.595, § 1º, o parentesco por afinidade é limitado aos ascendentes, aos
descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Cunhados, que são irmãos de um
e de outro cônjuge ou companheiro, são afins na linha colateral em segundo grau.
A afinidade é uma relação estritamente pessoal, em que os limites são dispostos em lei,
não se estabelecendo afinidade entre os parentes dos cônjuges ou companheiros, sendo que
os afins de cada um não o são entre si. Concunhados não são afins entre si, por exemplo.
Além do mais, no caso de novo casamento ou união estável, os afins da primeira comunhão
não se tornam afins do cônjuge ou companheiro da segunda união.
Entretanto, cabe ressaltar, que existem algumas hipóteses em que a relação de parentesco
se perpetua, merecendo o seu estudo. Veja:

Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

Diante do exposto, rompido o vínculo do casamento, permanecem o sogro, a sogra,


o genro ou nora ligados pelas relações de afinidade. Assim, divorciando-se do marido
ou companheiro, a ex-esposa ou ex-companheira continua com o parentesco aos sogros
antigos. Casando-se de novo, terá duas sogras e dois sogros.
Cabe ressaltar os impedimentos matrimoniais previstos no art. 1.521, II e art. 1.723, §
1º, do CC:

Art. 1.521. Não podem casar:


II – os afins em linha reta;
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família.
§ 1º A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se
aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou
judicialmente.

Tendo em vista que a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da


união estável, quem se torne parente por afinidade jamais poderá se casar ou contrair união

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estável com o parente afim em caso de dissolução do casamento ou da união estável. Assim,
em caso de divórcio do marido, a mulher jamais poderá se casar com sogro, por exemplo.
Entretanto, na linha colateral, a dissolução do casamento ou união estável, seja pela
morte ou divórcio de um dos cônjuges ou companheiros, faz sumir a afinidade, isto
porque, conforme art. 1.521, II, o impedimento matrimonial refere-se apenas à linha reta,
não havendo restrição para o casamento do viúvo ou divorciado com a cunhada.
Cabe ressaltar que se a dissolução da sociedade conjugal ocorrer pela separação judicial,
não há rompimento do vínculo, permanecendo o parentesco por afinidade entre o cônjuge
separado e os parentes do outro cônjuge. Por outro lado, o divórcio promove o rompimento
do vínculo e o rompimento do parentesco por afinidade.

001. (FGV/TJ-MS/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO/2022) Raquel, filha de Vera e César, casou-


se civilmente com Ricardo. Raquel é irmã de Gustavo. Gustavo e Laura são casados. Ricardo
tem dois irmãos, Bernardo e Daniel. Bernardo tem um filho, Adonis.
Diante disso, no que concerne ao parentesco civilmente relevante, é correto afirmar que:
a) Ricardo é parente por afinidade de Gustavo na linha colateral;
b) Adonis é parente em linha reta por afinidade de Vera e César;
c) Raquel é parente por afinidade de Ricardo;
d) Laura é parente colateral em segundo grau de Ricardo;
e) Daniel é parente em linha reta de Adonis.

a) Certa. Sendo Gustavo cunhado de Ricardo, haverá entre os dois parentesco por afinidade,
o qual decorre do casamento ou da união estável. O parentesco por afinidade, conforme
previsão do 1.595, § 1º, do Código Civil, em linha reta, pode ser ascendente (sogro, sogra,
padrasto e madrasta, que são afins em 1º grau) e descendente (genro, nora, enteado e
enteada, no mesmo grau de filho ou filha, portanto, afins em 1º grau).
Já os cunhados (irmãos de um e de outro cônjuge ou companheiro) são afins na linha
colateral em segundo grau:
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do
cônjuge ou companheiro.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

b) Errada. Nos termos do § 1ºdo art. 1.595 do CC, o parentesco por afinidade limita-se aos
ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Sendo Adonis
sobrinho de Ricardo, não haverá parentesco entre aquele e os pais de Raquel.

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c) Errada. Entre cônjuges ou companheiros não há relação de parentesco.


d) Errada. Nos termos do § 1ºdo art. 1.595 do CC, o parentesco por afinidade limita-se aos
ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro, não alcançando
os cônjuges/companheiros dos últimos (os chamados “concunhados(as)”).
e) Errada. Como Adonis é sobrinho de Daniel, há entre eles um parentesco na linha colateral
de terceiro grau.
Letra a.

2. FILIAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE


Filiação é compreendida atualmente como o vínculo de parentesco em linha reta, no
primeiro grau, determinado pela paternidade e/ou maternidade. A filiação é o vínculo entre
uma pessoa e aqueles que a geraram e/ou acolheram, baseado no afeto e na solidariedade.
O conceito de filiação evoluiu, deixou de ser baseado em critérios estritamente biológicos,
bem como deixou de ser atrelada ao casamento. Além do mais, cabe ressaltar que a CF/88
proibiu o tratamento discriminatório entre os filhos havidos ou não fora do casamento.

2.1. PROVA DE FILIAÇÃO


A filiação não é uma decorrência somente da paternidade. A prova de maternidade é
presumida pela gestação, entretanto, cabe ressaltar que essa presunção é relativa, havendo
inclusive possibilidade de troca de bebês em maternidades. Além do mais, não pode ser
esquecida a possibilidade de gestação em útero alheiro (barriga de aluguel), permitida pela
Resolução n. 2.294/21 do Conselho Federal de Medicina (CFM).
A chamada barriga de aluguel, corretamente chamada de barriga solidária, conforme
a Resolução n. 2.294/21 só é possível entre mulheres plenamente capazes, que sejam do
mesmo núcleo familiar, até 4ºgrau (irmãs, mãe, filha, nora e sogra); não sendo do mesmo
núcleo familiar, exige-se autorização do Conselho Regional de Medicina. Além do mais, a
barriga de aluguel só é admitida na hipótese de finalidade terapêutica, quando ficar provado
impossibilidade gestacional da mulher interessada, e o procedimento deve ser gratuito, ou

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seja, a mulher não pode cobrar por ceder o seu útero para a gestação. Na referida resolução
do CFM há previsão de barriga solidária para casais homoafetivos.
Em relação à paternidade, o Código Civil estabelece três critérios determinantes:
presunção legal (art. 1.597 do CC), biológico e socioafetivo.

2.1.1. PRESUNÇÃO LEGAL

O critério da presunção legal advém da regra geral de que pai é aquele demonstrado
pelo casamento, ou seja, é o marido da mãe. A presunção legal de paternidade está disposta
no art. 1.597 do CC:

Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:


I – nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II – nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte,
separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III – havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV – havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de
concepção artificial homóloga;
V – havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art.
1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro
marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do
segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o
inciso I do art. 1597.

002. (FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) O ordenamento jurídico brasileiro, no


tocante aos filhos, presume como concebidos na constância do casamento os

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a) havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do
marido.
b) nascidos nos 300 dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal.
c) nascidos nos 360 dias subsequentes à morte do marido.
d) reconhecidos por escritura pública, até 180 dias depois de estabelecida a convivência
conjugal.
e) nascidos nos 360 dias subsequentes à nulidade do casamento.

Para resolução da questão, interessa-nos a literalidade do art. 1.597 do CC, que elenca as
hipóteses em que se presume terem os filhos sido concebidos na constância do casamento
(presunção pater is est):

Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:


I – nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II – nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte,
separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III – havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV – havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de
concepção artificial homóloga;
V – havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.

Letra a.

a) Concepção sexual – incisos I e II do art. 1.597 do CC;


a.1) A presunção de paternidade se inicia a partir de 180 dias do casamento, ou seja, o
prazo mínimo de gestação de um filho dentro do casamento.
a.2) A presunção se mantém por 300 dias depois da dissolução do casamento, ou seja,
prazo máximo de nascimento de um suposto filho gerado antes do término do casamento.

003. (VUNESP/TJ-SP/NOTÁRIO E REGISTRADOR/2016) A genitora poderá declarar a paternidade


no registro de nascimento, independentemente da presença do genitor,
a) de filho havido na constância de seu casamento com o genitor, independentemente da
data de sua celebração.
b) em até 300 (trezentos) dias do término de seu casamento com o genitor, em razão do
falecimento deste, ainda que tenha contraído novas núpcias neste período.
c) após 180 (cento e oitenta) dias da celebração de seu casamento com o genitor em
segundas núpcias, ainda que contraídas antes de 300 (trezentos) dias do término do
casamento anterior.

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d) se comprovada a união estável com o genitor, por escritura pública ou sentença declaratória
registradas perante o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais da Sede ou do 1º
Subdistrito da Comarca

a) Errada. Nos termos do art. 1.597 do CC, presumem-se concebidos na constância do


casamento os filhos nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a
convivência conjugal;
b) Certa. Nos termos do art. 1.597 do CC, presumem-se concebidos na constância do
casamento os filhos nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade
conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento.
c) Errada. Nos termos do art. 1.597 do CC, presumem-se concebidos na constância do
casamento os filhos nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade
conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento. Além do mais,
conforme art. 1.598 do CC:

Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art.
1523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro
marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do
segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o
inciso I do art. 1597.

d) Errada. Não há essa previsão dentre as possibilidades dos artigos 1.597 e 1.598 do CC.
Letra b.

b) Concepção artificial – incisos III, IV e V do art. 1.597 do CC;


A concepção artificial ocorre por meio da fertilização medicamente assistida, podendo
ser por meio da fertilização in vitro ou por inseminação artificial.
A fertilização in vitro é aquela em que o médico faz a concepção laboratorial, com um
óvulo e sêmen, com fecundação fora do corpo da mulher. Na inseminação artificial, o médico
trabalha somente com o sêmen, e a concepção ocorre dentro do útero da mulher. Tanto a
inseminação artificial como a fertilização in vitro pode ser homóloga (material genético do
próprio casal) ou heteróloga (casal usa material genético de terceiro). O Código Civil previu
três regras para de reconhecimento de paternidade para concepção artificial:
b.1) Concepção Homóloga, com marido já falecido:
Para essa hipótese, na Jornada de Direito Civil realizada em 2002, para que se presuma a
paternidade do marido falecido, é preciso que a mulher, ao se submeter a uma das técnicas
de reprodução assistida com o material genético do falecido, esteja ainda na condição de
viúva, devendo ainda possuir autorização escrita do marido para que se utilize seu material
genético após sua morte.

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b.2) Concepção Homóloga, com embriões excedentários:


O embrião excedentário é aquele fecundado fora do corpo da mulher (in vitro) e não
introduzido imediatamente na mulher, sendo guardado por técnicas especiais.
Conforme a Lei de Biossegurança (Lei n. 11.105/05), esse embrião fica no máximo três
anos guardado em laboratório. Passado esse prazo, o médico descarta esses embriões,
encaminhando-os para pesquisas com células-tronco, se o casal não tiver interesse em
uma nova fertilização.
Somente é admitida a concepção de embriões excedentários se eles forem provenientes
de fecundação homóloga, ou seja, de materiais genéticos do pai e da mãe, sejam casados
ou estejam em união estável.
b.3) Concepção heteróloga, com prévia autorização do marido:
Ocorre no caso de o pai que seja estéril, entretanto, tenha autorizado a mulher a ter
fertilização heteróloga, ou seja, com material genético de outro homem. Assim, como
houve autorização prévia do marido, ele não pode depois recusar o filho, trata-se de uma
hipótese de presunção de paternidade absoluta.

004. (VUNESP/TJ-SP/NOTÁRIO E REGISTRADOR/2018) A presunção de paternidade dos


filhos concebidos na constância do casamento, prevista no artigo 1.597 do Código Civil,
a) é estabelecida para os havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que haja
prévia autorização do marido e mediante comprovação de que esse seja incapaz de procriar.
b) é estabelecida para os havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido
o marido.
c) configura-se para os havidos a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários
decorrentes de concepção artificial heteróloga.
d) tem caráter absoluto em relação ao pai e relativo em relação a terceiros.

a) Errada. Conforme o art. 1.583, V, não é necessária comprovação de que o marido seja
incapaz de procriar, bastando apenas sua prévia autorização.
b) Certa. Conforme o art. 1.597, III, presumem-se concebidos na constância do casamento
os filhos havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido.
c) Errada. Conforme o art. 1.597, IV, do CC, configura-se para os havidos, a qualquer tempo,
quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga.
d) Errada. As presunções de paternidade, à exceção daquela prevista no inciso V do art.
1.597, são relativas ou iuris tantum, dado que admitem prova em contrário, principalmente
pelo exame de DNA.
Letra b.

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2.1.2. BIOLÓGICA
Trata-se da determinação da filiação pelo exame de DNA. A Lei n. 12.004/09 alterou
a Lei n. 8.560/92 (Lei de Investigação de Paternidade), criando o art. 2º-A e repetindo o
entendimento já existente na Súmula n. 301 do STJ, no sentido de que ninguém pode ser
obrigado a se submeter ao exame de DNA, em razão de princípios constitucionais, como,
por exemplo, ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Entretanto, no caso
de recusa em se submeter ao exame de DNA, presume-se a paternidade. Veja a letra da lei:
Art. 2º-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente
legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.
Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético – DNA gerará a
presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 301/STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao
exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.

2.1.3. SOCIOAFETIVA
O reconhecimento da filiação pelo critério socioafetivo decorre da convivência entre
os envolvidos, como se pai e filho fossem. Trata-se de uma paternidade baseada no afeto.
Exemplo de formas de paternidade socioafetiva: adoção e fertilização heteróloga com
prévia autorização do marido.
E no caso de adoção, o filho afetivo tem o direito de saber quem são os seus genitores
biológicos, nos termos do art. 48 da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Veja:

Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso
irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar
18 (dezoito) anos.

005. (CEBRASPE-CESPE/MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/2018) Determinado indivíduo deseja


buscar, por via judicial, o reconhecimento de paternidade biológica, embora já possua vínculo
de paternidade baseado em relação socioafetiva declarada em registro público.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente de acordo com o
entendimento do STF.
Embora no ordenamento jurídico seja possível o reconhecimento de situação de
pluriparentalidade, caso a paternidade biológica seja comprovada, a paternidade socioafetiva
deixará de produzir efeitos sucessórios.

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O STF, em recente jurisprudência firmada, entendeu que as paternidades biológica e


socioafetiva não são mutuamente excludentes, desde que seja de interesse do filho, o que
alcança, por corolário, os efeitos sucessórios.

JURISPRUDÊNCIA
Nesse sentido foi a tese fixada do Recurso Extraordinário n. 898.060/SC (Rel.: Min.
Luiz Fux, Pleno, j. em 21.09.2016, p. em DJe 24.08.2017):
A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica,
com os efeitos jurídicos próprios.

Errada.

2.1.4. MULTIPARENTALIDADE E MONOPARENTALIDADE


Multiparentalidade é a possibilidade de registrar um filho por mais de um pai ou por
mais de uma mãe, até mesmo ser realizado o registro concomitante da parentalidade
biológica e/ou socioafetiva. Diferentemente, com a monoparentalidade só pode ocorrer o
registro de um pai e de uma mãe.
Em 2016, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 898.060-SC, o STF reconheceu
a possibilidade da multiparentalidade. Em seguida, houve a possibilidade de registro da
multiparentalidade pela via administrativa, por meio dos cartórios de registro civil de pessoas
naturais, com a publicação do Provimento n. 63/2017 CNJ, depois unificado ao Provimento
n. 149/2023 do CNJ, explicitando que o reconhecimento voluntário da paternidade ou da
maternidade socioafetiva de pessoas acima de 12 anos será autorizado perante os oficiais
de registro civil das pessoas naturais.
Se o filho for menor de 18 anos, o reconhecimento da paternidade ou maternidade
socioafetiva exigirá o seu consentimento. O reconhecimento poderá ser realizado no
cartório ainda que diverso daquele em que foi lavrado o assento, mediante a exibição de
documento oficial de identificação com foto do requerente e da certidão de nascimento
do filho, ambos em original e cópia, sem constar do traslado menção à origem da filiação.
A afetividade será demonstrada por todos os meios em direito admitidos, bem como
por documentos, tais como: apontamento escolar como responsável ou representante do
aluno; inscrição do pretenso filho em plano de saúde ou em órgão de previdência; registro
oficial de que residem na mesma unidade domiciliar; vínculo de conjugalidade – casamento
ou união estável – com o ascendente biológico; inscrição como dependente do requerente em
entidades associativas; fotografias em celebrações relevantes; declaração de testemunhas

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com firma reconhecida. O reconhecimento voluntário da paternidade ou maternidade será


irrevogável, somente podendo ser desconstituído pela via judicial, nas hipóteses de vício
de vontade, fraude ou simulação.
Diante do exposto, no tocante ao reconhecimento socioafetivo, o Provimento n. 63/2017
do Conselho Nacional de Justiça, posteriormente revogado pelo Provimento n. 149/2023
do CNJ, trouxe importantes disposições sobre o reconhecimento socioafetivo de filhos,
inclusive muito cobrado em provas de concurso. Vejamos como pode cair em sua prova:

006. (FCC/DPE-RR/DEFENSOR PÚBLICO/2021/ADAPTADA) Paulo, que ainda não alcançou


a maioridade civil, é filho biológico e registral de João e Tânia. Tânia vive em união estável
com Sérgio, que cria Paulo como se fosse seu filho. Sérgio deseja oficializar o vínculo de
paternidade, passando a constar como pai no registro de nascimento de Paulo. Considerando
a normativa vigente sobre o tema,
a) sem a concordância expressa de João não há fundamento jurídico para Sérgio reconhecer
a paternidade de Paulo.
b) Sérgio tem a possibilidade de reconhecer a paternidade pela via extrajudicial, desde que
Paulo tenha mais de 12 anos.
c) se Paulo, João, Tânia e Sérgio concordarem, é possível a Paulo, pela via extrajudicial,
trocar o nome do pai, no registro, de João para Sérgio.
d) Sérgio deve ser orientado de que, para se tornar pai de Paulo, necessita, em qualquer
caso, ajuizar ação de adoção unilateral.
e) o reconhecimento extrajudicial da paternidade por Sérgio somente seria possível caso
João não tivesse registrado Paulo em seu nome.

Inicialmente, cabe ressaltar que a questão foi atualizada conforme a publicação do Provimento
n. 149/2023 do CNJ, o qual revogou o Provimento n. 63/2017 do CNJ.
a) Errada. Para o reconhecimento da paternidade socioafetiva não há necessidade de
concordância do pai biológico, podendo ser realizado diretamente nos cartórios civis, não
implicando no registro de mais de dois pais ou duas mães nos assentos registrais, conforme
Provimento n. 149/2023 do CNJ.
b) Certa. É o que consta do art. 10, caput, do Provimento n. 149/2023.

Art. 505. O reconhecimento voluntário da paternidade ou da maternidade socioafetiva de pessoas


acima de 12 anos será autorizado perante os oficiais de registro civil das pessoas naturais.

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§ 1º O reconhecimento voluntário da paternidade ou maternidade será irrevogável, somente


podendo ser desconstituído pela via judicial, nas hipóteses de vício de vontade, fraude ou simulação.
§ 2º Poderão requerer o reconhecimento da paternidade ou maternidade socioafetiva de filho
os maiores de dezoito anos de idade, independentemente do estado civil.
§ 3º Não poderão reconhecer a paternidade ou maternidade socioafetiva os irmãos entre si
nem os ascendentes.

§ 4º O pretenso pai ou mãe será pelo menos dezesseis anos mais velho que o filho a ser reconhecido.

c) Errada. No reconhecimento do parentesco socioafetivo não há troca do nome do pai


biológico pelo socioafetivo, mas sim a inclusão, nos assentos do registro civil, do nome do
segundo.
d) Errada. Não há necessidade de ajuizamento de ação de adoção unilateral.
e) Errada. A existência do registro do pai biológico não obsta a inclusão, no assento do
registro civil, da paternidade socioafetiva.

JURISPRUDÊNCIA
Nesse contexto, vale lembrar a tese fixada pelo STF no julgamento do RE n. 898.060/
SC (Rel.: Min. Luiz Fux, Pleno, j. em 22.9.2016): A paternidade socioafetiva, declarada
ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação
concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios.

Letra b.

3. RECONHECIMENTO DE FILHOS
O reconhecimento de filho pode ocorrer de três formas:

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3.1. RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO


O reconhecimento de filhos pode ser voluntário pelo pai, pela mãe, em conjunto ou
separadamente.

Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou
separadamente.

O reconhecimento voluntário será necessário somente quando não tratar de presunção


legal de paternidade decorrente do casamento. O reconhecimento voluntário de filhos é
sempre irrevogável e irretratável, entretanto, admite anulação judicial.

Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.

Não é possível o reconhecimento de filho sujeito a termo ou condição.

Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.

O relativamente incapaz pode reconhecer um filho independentemente de assistência,


entretanto, o absolutamente incapaz só pode reconhecer um filho mediante prévia autorização
judicial, ouvido o Ministério Público.
Também é possível reconhecer mesmo antes do nascimento do filho, no caso do nascituro
já gerado na barriga da mãe, bem como é possível o reconhecimento póstumo de filho, ou
seja, quando ele já tenha falecido.
Entretanto, o reconhecimento póstumo é possível somente se não ocasionar efeitos
patrimoniais, ou seja, impede que o pai reconheça o filho morto somente para receber
a herança deixada pelo falecido. Só haverá reconhecimento de paternidade póstuma de
filho falecido se o filho tiver deixado descendentes ou se o pai que o reconhecer renunciar
à herança deixada.
A forma para reconhecimento de filho é livre, podendo ser por instrumento público ou
particular, nos termos do art. 1.609 do CC. Veja:
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja
sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu
falecimento, se ele deixar descendentes.

007. (FGV/OAB/EXAME NACIONAL UNIFICADO XIX/2016) Júlio, casado com Isabela durante
23 anos, com quem teve 3 filhos, durante audiência realizada em ação de divórcio cumulada

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com partilha de bens proposta por Isabela, reconhece, perante o Juízo de Família, um filho
havido de relacionamento extraconjugal. Posteriormente, arrependido, Júlio deseja revogar
tal reconhecimento.
Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
a) O reconhecimento de filho só é válido se for realizado por escritura pública ou testamento.
b) O reconhecimento de filho realizado por Júlio perante o Juízo de Família é ato irrevogável.
c) O reconhecimento de filho em Juízo só tem validade em ação própria com essa finalidade.
d) Júlio só poderia revogar o ato se este tivesse sido realizado por testamento.

Vejamos os exatos termos da lei:

Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja
sido o objeto único e principal do ato que o contém.

Letra b.

No caso de reconhecimento de filho, nos termos do art. 1.614 do CC, se o filho a ser
reconhecido é menor, não depende do seu consentimento, entretanto, se o filho for maior,
não pode ter o reconhecimento sem o seu consentimento.

Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode
impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.

Além do mais, o art. 1.614 do CC dispõe sobre a possibilidade da chamada ação de


impugnação de consentimento, ou seja, quando a pessoa a ser reconhecida é menor de 18
anos, presume-se o seu consentimento. Entretanto, quando ela completa 18 anos, abre-se
o prazo decadencial de 4 anos para retirar o seu consentimento e desconstituir o registro.
Nesta ação, o DNA é uma prova irrelevante, pois o que o filho vai fazer não é discutir
se aquela pessoa é ou não o seu pai, mas apenas retirar o seu consentimento. Tal ação
nunca poderá ser ajuizada por quem é filho de presunção ou de decisão judicial, só pode
ser ajuizada por aquele que é filho de reconhecimento voluntário.

3.2. AVERIGUAÇÃO OFICIOSA


Averiguação oficiosa é o procedimento administrativo de reconhecimento de filho
imposto pelo cartório de registro civil de pessoas naturais, com previsão no Provimento n.
16/2012 do Conselho Nacional de Justiça, revogado pelo Provimento n. 149/2023 do CNJ,
cujas disposições encontram-se a partir do art. 496 e seguintes. Quando uma mulher vai
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registrar um filho somente com o nome da mãe (sem o nome do pai), o oficial questiona à
mãe sobre quem é o suposto pai, sendo que ela pode ou não dizer. Se a mãe não disser o
nome do suposto pai, o registro é lavrado somente com o nome da mãe.
Se a mãe disser o nome do suposto pai, o oficial retira uma segunda via do registro,
colhe os dados e envia tudo para o juiz. O juiz então designa uma audiência e tenta obter
o reconhecimento espontâneo do pai. Se não houver o reconhecimento espontâneo, o juiz
envia o caso para o Ministério Público ou Defensoria Pública para que seja proposta ação
de investigação de paternidade.

3.3. RECONHECIMENTO JUDICIAL


Trata-se da ação pode ser de investigação de paternidade ou maternidade. A ação de
investigação pode ou não ser cumulada com alimentos.
A ação de investigação de paternidade é imprescritível, nos termos da Súmula 149 do
STF, veja:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 149/STF – É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não
o é a de petição de herança.

A petição de herança prescreve em 10 anos, aplicando-se o prazo geral de prescrição


previsto no art. 205 do CC. Portanto, no caso de uma ação de reconhecimento de paternidade
cumulada com petição de herança, a petição de herança prescreverá em 10 anos contados
do falecimento.

008. (CEBRASPE-CESPE/TJ-BA/JUIZ ESTADUAL/2019) Com relação ao reconhecimento


voluntário de filhos tidos fora do casamento, julgue os seguintes itens.
I – O Código Civil admite o reconhecimento voluntário de paternidade por declaração direta
e expressa perante o juiz, desde que manifestada em ação própria, denominada ação
declaratória de paternidade. Nesse caso, o ato jurídico é irrevogável.
II – De acordo com o Código Civil, o reconhecimento voluntário de paternidade por meio
do testamento é revogável pelo testador, por constituir ato de última vontade, mutável a
qualquer tempo antes do falecimento do testador.
III – O reconhecimento de filiação pode preceder o nascimento do filho e, até mesmo, ser
posterior ao falecimento deste. Nesse último caso, admite-se o reconhecimento post
mortem se o filho deixar descendentes.

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Assinale a opção correta.


a) Apenas o item II está certo.
b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

I – Errada. Conforme o art. 1.609, IV, CC/2002, o reconhecimento de filhos fora do casamento
pode ser realizado por manifestação direta e perante o juiz, sem necessidade de ação própria.
II – Errada. Conforme o art. 1.610 do CC, o reconhecimento de filho não pode ser revogado,
nem mesmo quando feito por testamento.
III – Certa. Conforme o parágrafo único do art. 1.609 do CC, o reconhecimento de filho pode
preceder o nascimento ou ser posterior ao seu falecimento, se o filho deixar descendentes.
Letra b.

4. SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR

4.1. EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR


O artigo 1.635 do CC dispõe que:
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I – pela morte dos pais ou do filho;
II – pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único;
III – pela maioridade;
IV – pela adoção;
V – por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
Art. 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde,
quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem
qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.
Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros
que casarem ou estabelecerem união estável.

Assim, a extinção do poder familiar pode ocorrer por fatos naturais ou por decisão judicial.

009. (FGV/OAB/EXAME NACIONAL UNIFICADO VI/2011) A respeito do poder familiar, assinale


a alternativa correta.

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a) O filho que possua dezesseis anos de idade, ainda que tenha contraído casamento válido,
permanece sujeito ao poder familiar de seus pais até que complete dezoito anos de idade.
b) Na constância do casamento entre os pais, havendo falta ou impedimento de um deles,
caberá ao outro obter autorização judicial, a fim de exercer com exclusividade o poder
familiar sobre os filhos comuns do casal.
c) Exorbita os limites do exercício do poder familiar exigir que os filhos prestem quaisquer
serviços aos pais, ainda que sejam considerados próprios para a idade e condição daqueles.
d) Não é autorizado ao novo cônjuge interferir no poder familiar exercido por sua esposa
sobre os filhos por ela havidos na constância do primeiro casamento, mesmo em caso de
falecimento do pai das crianças.

a) Errada. Primeiramente, devemos recordar que a idade núbil, no CC/02, corresponde a


dezesseis anos. Ademais, como a proposição informou “casamento válido”, presume-se que
os pais concederam a autorização necessária para o ato (exigida quando um dos nubentes
não completou a maioridade civil). Pois bem, nos termos do art. 1.635 do Código Civil,
extingue-se o poder familiar pela emancipação. E o casamento do relativamente incapaz
leva à emancipação? Sim! Vejamos:
Art. 5ºA menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
II – pelo casamento;

Desta forma, percebemos que o filho que possua dezesseis anos de idade, que tenha
contraído casamento válido, não mais permanece sujeito ao poder familiar de seus pais.
b) Errada. Em verdade, durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar
aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade,
independentemente de autorização judicial.
c) Errada. Segundo consta do art. 1.634 do CC/02, compete a ambos os pais, qualquer que
seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto
aos filhos, exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade
e condição.
d) Certa. Primeiramente, é importante consignar que o padrasto ou madrasta não exercem
poder familiar. Logo, caberá aos pais, com exclusividade, o poder familiar, sem que haja
qualquer interferência de seu novo cônjuge ou companheiro, que nada poderá influenciar em
relação à pessoa, educação (etc.) do enteado. Vejamos como o Código Civil trata da matéria:

Art. 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde,
quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem
qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.

Letra d.

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010. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO-XXXIX/2023) Júlio Cesar e Thayane foram


casados por 8 anos e tiveram 2 filhos. Como a separação foi amigável, o casal achou melhor
não realizar qualquer medida judicial, acordando verbalmente o valor da pensão alimentícia
que seria paga em benefício dos menores, bem como o esquema de convivência parental.
Entretanto, 3 anos após a separação, Thayane resolveu reajustar o valor da pensão alimentícia.
O que não foi aceito por Júlio Cesar. Como não conseguiram alcançar um acordo, já que Júlio
Cesar não pagou os valores solicitados, Thayane decidiu suspender o contato do pai com os
filhos. Sem poder ter contato com os filhos, Júlio Cesar procura você, como advogado(a), a
fim de receber sua orientação. Assinale a opção que indica, corretamente, sua orientação.
a) A medida adotada por Thayane está correta, pois a mãe tem autonomia para suspender
o contato do pai que não cumpre com seus deveres de prestar alimentos, resguardando,
dessa forma, a proteção necessária ao desenvolvimento biopsíquico dos menores.
b) Thayane pode impedir o contato de Júlio Cesar com o filho, já que, após a separação, o
exercício da autoridade familiar é exclusivo da mãe, que tem o dever de garantir os direitos
das crianças e dos adolescentes.
c) Thayane não pode impedir a convivência de Júlio Cesar com os filhos em razão do não
pagamento da pensão alimentícia nos valores que foram pleiteados, pois independentemente
das questões pendentes com relação aos alimentos, a convivência dos filhos com os pais
é um direito fundamental.
d) Thayane não pode impedir o contato de Júlio Cesar com os filhos, já que, tanto os
alimentos, quando a guarda e convivência parental jamais foram regularizadas judicialmente,
limitando-se o casal a um acordo verbal.

A questão deve ser resolvida conforme as disposições dos seguintes artigos do CC:

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício
do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
I – dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
II – exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (Redação dada pela
Lei n. 13.058, de 2014)
III – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para se casarem; (Redação dada pela Lei n.
13.058, de 2014)
IV – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; (Redação dada pela
Lei n. 13.058, de 2014)
V – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para
outro Município; (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
VI – nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe
sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; (Redação dada pela Lei n. 13.058,
de 2014)

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VII – representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil,
e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
(Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
VIII – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (Incluído pela Lei n. 13.058, de 2014)
IX – exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
(Incluído pela Lei n. 13.058, de 2014)
Art. 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde,
quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem
qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.
Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros
que casarem ou estabelecerem união estável.

Portanto, Thayane não pode impedir a convivência de Júlio Cesar com os filhos em razão do não
pagamento da pensão alimentícia nos valores que foram pleiteados, pois independentemente
das questões pendentes com relação aos alimentos, a convivência dos filhos com os pais
é um direito fundamental.
Letra c.

4.1.1. EXTINÇÃO POR FATOS NATURAIS

O art. 1.635 do CC enumera as seguintes causas como de extinção do poder familiar


por fatos naturais:
• Morte: morte dos filhos ou dos pais. No caso de morte só de um dos pais, o outro
permanece com a titularidade do poder familiar; no caso de falecimento de ambos,
haverá a nomeação de um tutor.
• Emancipação: ocorre por concessão dos pais, se o menor tiver 16 anos de idade
completos. A emancipação também pode ocorrer, automaticamente, nas hipóteses de
casamento, exercício de emprego público efetivo, colação de grau de curso superior,
abertura de estabelecimento civil ou comercial, desde que o menor tenha 16 anos de
idade e pela existência de relação de emprego, mas também desde que em função
dele, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.
• Maioridade: quando a pessoa atinge a maioridade cessa inteiramente o poder familiar.
• Adoção: ocorre a extinção do poder familiar dos pais naturais, com a transferência
para os adotantes, sendo uma situação irreversível, segundo a jurisprudência.

4.1.2. EXTINÇÃO POR DECISÃO JUDICIAL

As hipóteses de extinção do poder familiar por decisão judicial são previstas no art.
1.638 do CC, veja:

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Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V – entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação
à condição de mulher;
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação
à condição de mulher;
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de
reclusão. (Incluído pela Lei n. 13.715, de 2018)

Resumidamente, as hipóteses de extinção do poder familiar são as seguintes:

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011. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXIX/2019) Asdrúbal praticou feminicídio contra


sua esposa Ermingarda, com quem tinha três filhos, dois menores de 18 anos e um maior.
Nesse caso, quanto aos filhos, assinale a afirmativa correta.
a) Asdrúbal terá suspenso o poder familiar sobre os três filhos, por ato de autoridade policial.
b) Asdrúbal perderá o poder familiar sobre os filhos menores, por ato judicial.
c) Asdrúbal terá suspenso o poder familiar sobre os filhos menores, por ato judicial.
d) Asdrúbal perderá o poder familiar sobre os três filhos, por ato de autoridade policial.

É a previsão do art. 1.638, p. único, I, “a”, CC. Veja:

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação
à condição de mulher;

Letra b.

4.2. SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR


A suspensão do poder familiar refere-se à sanção aplicada aos pais pelo juiz, não com
a intenção de punir, mas para proteger o menor. A suspensão ocorre nas hipóteses de
infrações menos graves. Elas estão previstas no art. 1.637 do CC, veja:

Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes
ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério
Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres,
até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados
por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.

Resumidamente, as hipóteses de suspensão do poder familiar são as seguintes:


a) abuso de autoridade do pai ou da mãe;
b) falta aos deveres paternos;
c) dilapidação dos bens do filho;
d) condenação por sentença irrecorrível, cuja pena exceda a 2 anos de prisão.

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5. USUFRUTO E ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DOS FILHOS


MENORES
Nos termos do art. 1.689 do CC, o pai e a mãe são coadministradores e cousufrutuários
dos bens dos filhos menores, não existindo mais a prevalência dada ao pai no passado.
Havendo divergência, pode qualquer um deles recorrer ao Poder Judiciário para solucionar
eventual conflito.
Os pais não podem praticar atos que ultrapassem os limites da simples administração,
que se refere à guarda, cuidado e gerência dos bens, o que inclui a locação de móveis e
imóveis, a exploração agrícola e pecuária de imóvel rural, pagamento de imposto, defesa
judicial, recebimento de juros e outros.
Entretanto, para alguns atos exige-se a autorização judicial, conforme dispõe o art.
1.691 do CC, observe:

Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair,
em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por
necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo:
I – os filhos;
II – os herdeiros;
III – o representante legal.

Assim, mediante comprovação de necessidade ou evidente interesse do filho, mas com


prévia autorização judicial, podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos
filhos ou contrair, em nome dos filhos, obrigações que ultrapassem os limites da simples
administração. A competência será da vara judicial do domicílio do menor, não da localização
do imóvel.

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Se houver choque de interesses entre os pais e os filhos, a requerimento, o juiz nomeará


curador especial.

Art. 1.692. Sempre que no exercício do poder familiar colidir o interesse dos pais com o do filho,
a requerimento deste ou do Ministério Público o juiz lhe dará curador especial.

O art. 1.693 traz os bens que estão excluídos do usufruto dos pais. Veja:

Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da administração dos pais:


I – os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento, antes do reconhecimento;
II – os valores auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, no exercício de atividade profissional
e os bens com tais recursos adquiridos;
III – os bens deixados ou doados ao filho, sob a condição de não serem usufruídos, ou administrados,
pelos pais;
IV – os bens que aos filhos couberem na herança, quando os pais forem excluídos da sucessão.

6. ALIMENTOS
Alimentos consistem na prestação fornecida a uma pessoa, em dinheiro ou em espécie,
para que possa atender às necessidades vitais (não só o necessário à subsistência, mas
também vestimentas, lazer, medicamentos, instrução, habitação etc.), desde que não
possa provê-las por si.
As prestações alimentares podem ser classificadas de algumas formas:
a) Quanto à causa jurídica da obrigação:
I – Legais/legítimos: impostos pela lei, em razão de um vínculo familiar, podendo decorrer
do parentesco, do casamento ou do companheirismo (art. 1.694 do CC);
II – Indenizatórios/ressarcitórios/judiciais: decorrentes da responsabilidade civil,
resultantes da prática de um ato ilícito;
III – Voluntários: emanados de uma declaração de vontade intervivos (obrigacionais) ou
causa mortis (testamentários);
b) Quanto à natureza:
I – Civis/côngruos/necessarium personae: visam a atender todas as necessidades do
beneficiário, inclusive as de manutenção de padrão de vida, morais e intelectuais;
II – Naturais/necessários/humanitários/necessarium vitae: cobrem apenas as necessidades
básicas do credor. Ex.: o cônjuge culpado pela separação, desde que não tenha parentes em
condições de pagar alimentos, nem aptidão para o trabalho.
c) Quanto à finalidade:
I – Provisórios: fixados liminarmente em ação de alimentos pelo rito especial (Lei n.
5.578/68), sem ouvir o réu, já no despacho da inicial, para suprir necessidade do alimentado
durante a ação. Arbitrados com base nas provas apresentadas pelo Requerente, sobre suas

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necessidades e possibilidades do alimentante. Há expectativa de substituição dos alimentos


provisórios por permanentes ao final do julgamento da ação;
II – Provisionais: têm natureza cautelar e se destinam a possibilitar o ajuizamento de
uma demanda ou manter a parte durante o curso da lide. São estipulados em outras ações
que seguem ritos diferentes dos previstos na Lei de Alimentos (Lei n. 5.478/68), como na
própria Lei de Alimentos Gravídicos (Lei n. 11.804/08) e Lei de Investigação de Paternidade
(Lei n. 8.560/92). A finalidade dos alimentos gravídicos é manter a grávida e o nascituro,
com valores para alimentação especial, medicamentos, assistência médica e psicológica e
o parto. Cabe ressaltar que ainda não há prova pré-constituída do vínculo, isto é, não há
certeza, por exemplo, de que o investigado é realmente o pai da criança. A gestante deve
apresentar provas ou indícios da paternidade (testemunhos, fotos, mensagens trocadas).
Após o parto, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia.
Devem ser arbitrados em medida cautelar, preparatória ou incidental, de ação de
separação judicial, divórcio, nulidade ou anulabilidade de casamento ou de alimentos,
dependendo da comprovação dos requisitos inerentes a toda medida cautelar: fumus boni
juris e o periculum in mora. A parte que optar por solicitar esse tipo de alimento terá ainda
30 dias para entrar com o processo principal.
III – Definitivos/regulares: fixados por acordo ou em sentença, em substituição aos
provisórios ou provisionais;
IV – Transitórios: fixados por determinado período, a favor de ex-cônjuge/companheiro,
fixando-se previamente o seu termo final.
Os alimentos são concedidos conforme o binômio possibilidade x necessidade.

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade
resultar de culpa de quem os pleiteia.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias
as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.

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012. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXXIII/2021/ADAPTADA) Antônio, advogado,


passou a residir com sua namorada Lorena, em 2012, com objetivo declarado, pelo próprio
casal, de constituir uma união estável, ainda que não guarnecida por escritura pública.
A partir de então, Antônio começou a participar do cotidiano de Lucas, filho de Lorena,
cuja identidade do pai biológico a própria mãe desconhecia. No início de 2018, Antônio
procedeu ao reconhecimento voluntário de paternidade socioafetiva de Lucas, com base
no Provimento n. 63/2017.
Em meados de agosto de 2020, a convivência de Antônio e Lorena chegou ao fim. Diante
deste cenário, Antônio comprometeu-se a pagar alimentos para Lucas, que estava com 13
anos de idade, até os 21 anos de idade do filho, no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos
reais), mediante acordo homologado judicialmente. Porém, no final de 2020, Antônio recebeu
a notícia de que o escritório de que ele é sócio perdeu um de seus principais clientes, fato
cujo impacto financeiro gerou a redução de 30% dos seus rendimentos mensais.
Quando soube de tal notícia, Antônio procurou Lorena, como representante legal de Lucas,
para fixar um valor mais baixo de pensão a ser pago, ao menos durante um período, mas
ela recusou-se a estabelecer um novo acordo.
Conforme este contexto, assinale a afirmativa correta.
a) A redução do encargo alimentar apenas poderá acontecer caso Lucas, por meio de sua
representante legal, Lorena, concorde com ela.
b) Os filhos socioafetivos não têm o direito de pleitear alimentos frente aos seus pais.
c) Diante da mudança de sua situação financeira, Antônio poderá requerer ao juiz a redução
do encargo alimentar.
d) Caso eventual pedido de redução do valor pago a título de obrigação alimentar seja
procedente, Lucas nunca mais poderá pleitear a majoração do encargo, nem mesmo se a
situação financeira de Antônio melhorar.

Cabe ressaltar que a questão não ignorou a revogação do Provimento n. 63/2017 do CNJ
pelo Provimento n. 149/2023 do CNJ, o qual basicamente consolidou diversos provimentos
editados pelo CNJ que se encontravam fragmentados.
a) Errada. A redução fica sujeita ao crivo judicial, de modo que o juiz decidirá, independentemente
de concordância do alimentando.
b) Errada. Não há distinção entre os filhos, conforme dispõe o art. 1.596 do CC, veja:

Art. 1.Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

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Assim, os filhos socioafetivos podem, sim, pleitear alimentos frente aos pais, por força
do disposto no art. 1.696 do CC, segundo o qual os alimentos são recíprocos entre pais e
filhos. Confira:

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

c) Certa. Os alimentos são arbitrados com observância do binômio necessidade do alimentado/


possibilidade do alimentante, nos termos do art. 1.694 do CC:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade
resultar de culpa de quem os pleiteia.

Por isso, havendo alteração na situação financeira do provedor dos alimentos (no caso,
Antônio), é realmente possível pleitear a redução do encargo alimentar, conforme dispõe
o art. 1.699 do CC, veja:

Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre,
ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias,
exoneração, redução ou majoração do encargo.

d) Errada. A alteração da situação financeira de qualquer das partes permite alteração do


valor da pensão, conforme dispõe o art. 1.699 do CC. Por isso, havendo melhora na situação
financeira de Antônio, Lucas poderá, sim, pleitear a majoração do encargo, nos termos do
art. 1.699 do CC:

Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre,
ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias,
exoneração, redução ou majoração do encargo.

Letra c.

013. (FGV/OAB/EXAME NACIONAL UNIFICADO XXIV/2017) João e Carla foram casados por
cinco anos, mas, com o passar dos anos, o casamento se desgastou e eles se divorciaram.
As três filhas do casal, menores impúberes, ficaram sob a guarda exclusiva da mãe, que
trabalha em uma escola como professora, mas que está com os salários atrasados há
quatro meses, sem previsão de recebimento. João vinha contribuindo para o sustento das
crianças, mas, estranhamente, deixou de fazê-lo no último mês. Carla, ao procurá-lo, foi

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informada pelos pais de João que ele sofreu um atropelamento e está em estado grave na
UTI do Hospital Boa Sorte. Como João é autônomo, não pode contribuir, justificadamente,
com o sustento das filhas.
Sobre a possibilidade de os avós participarem do sustento das crianças, assinale a afirmativa
correta.
a) Em razão do divórcio, os sogros de Carla são ex-sogros, não são mais parentes, não
podendo ser compelidos judicialmente a contribuir com o pagamento de alimentos para
o sustento das netas.
b) As filhas podem requerer alimentos avoengos, se comprovada a impossibilidade de Carla
e de João garantirem o sustento das filhas.
c) Os alimentos avoengos não podem ser requeridos, porque os avós só podem ser réus
em ação de alimentos no caso de falecimento dos responsáveis pelo sustento das filhas.
d) Carla não pode representar as filhas em ação de alimentos avoengos, porque apenas os
genitores são responsáveis pelo sustento dos filhos.

a) Errada. Conforme art. 1.696, CC/2002, Enunciado n. 342 da IV Jornada de Direito Civil e
Enunciado 596 da Súmula do STJ:

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 342 da IV JDC: Observadas suas condições pessoais e sociais, os avós
somente serão obrigados a prestar alimentos aos netos em caráter exclusivo, sucessivo,
complementar e não-solidário quando os pais destes estiverem impossibilitados
de fazê-lo, caso em que as necessidades básicas dos alimentandos serão aferidas,
prioritariamente, segundo o nível econômico-financeiro de seus genitores.
Enunciado 596 da Súmula do STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza
complementar e subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade
total ou parcial de seu cumprimento pelos pais.

Além disso, é importante frisar que os ex-sogros mantêm o parentesco por afinidade,
conforme art. 1.595, § 2º, do CC/2002:

Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do
cônjuge ou companheiro.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

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b) Certa. Conforme citação anterior, bem como o disposto no art. 1.698, CC/2002:

Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias
as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.

c) Errada. Consoante entendimento doutrinário e jurisprudencial, bem como por expressa


disposição legal (arts. 1.696 e 1.698, CC/2002), não há necessidade de haver falecimento,
mas, sim, impossibilidade de prestar alimentos.
d) Errada. Como já destacado, a obrigação alimentar é recíproca, sendo extensiva a todos os
ascendentes e, inclusive, descendentes, na falta daqueles, conforme art. 1.697, CC/2002:

Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.

Além disso, por serem absolutamente incapazes (art. 3º, CC/2002), as menores serão
representadas por sua mãe, a qual detém a guarda unilateral.
Letra b.

PESSOAS OBRIGADAS A PRESTAR ALIMENTOS

a) Em razão da união conjugal:


Cônjuge ou companheiro, durante ou após a dissolução da sociedade conjugal ou da
união estável.
b) Em razão do parentesco:
• pai e mãe;
• 2. demais ascendentes, na ordem de sua proximidade;
• 3. descendentes, na ordem da sucessão;
• irmãos, unilaterais ou bilaterais, sem distinção ou preferência.

014. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXXI/2020) Salomão, solteiro, sem filhos, 65


anos, é filho de Lígia e Célio, que faleceram recentemente e eram divorciados. Ele é irmão
de Bernardo, 35 anos, médico bem-sucedido, filho único do segundo casamento de Lígia.
Salomão, por circunstâncias sociais, não mantinha contato com Bernardo.
Em razão de uma deficiência física, Salomão nunca exerceu atividade laborativa e sempre
morou com o pai, Célio, até o falecimento deste. Com frequência, seu primo Marcos,
comerciante e grande amigo, o visita.

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Com base no caso apresentado, assinale a opção que indica quem tem obrigação de pagar
alimento a Salomão.
a) Marcos é obrigado a pagar alimentos a Salomão, no caso de necessidade deste.
b) Por ser irmão unilateral, Bernardo não deve, em hipótese alguma, alimentos a Salomão.
c) Bernardo, no caso de necessidade de Salomão, deve arcar com alimentos.
d) Bernardo e Marcos deverão dividir alimentos, entre ambos, de forma igualitária.

Dispõem os arts. 1.694, 1.696 e 1.697 do CC:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade
resultar de culpa de quem os pleiteia.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.

Da leitura dos dispositivos legais, temos que a obrigação alimentar possui caráter sucessivo,
ou seja, somente na falta dos ascendentes é que são chamados os descendentes e, na
falta desses, os irmãos, sejam eles germanos (bilaterais) ou unilaterais. No que se refere
aos idosos, embora o art. 12 do Estatuto do Idoso estabeleça a solidariedade entre os
prestadores de alimentos, o dispositivo deve ser lido em consonância com os aludidos artigos,
ou seja, deverá ser observada a ordem de preferência estabelecida no CC – ascendentes/
descendentes/irmãos, além do Poder Público, por meio da assistência social (art. 14, Lei n.
10.741/2003), de modo que não serão todos os parentes chamados a prestar alimentos.
Nesse sentido, temos a lição de Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro, volume
6: direito de família. 14. ed. [livro eletrônico]. São Paulo: Saraiva, 2017):

O Estatuto do Idoso apenas estabeleceu a solidariedade entre os prestadores de alimentos,


mas não revogou os mencionados dispositivos do Código Civil. De modo que deve ser afastada
a interpretação de que uma pessoa de mais de 60 anos de idade poderá agora, se quiser, acionar
qualquer parente obrigado, netos, filhos, irmãos, sem qualquer ordem de preferência, ou todos
eles simultaneamente.

Letra c.

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BINÔMIO ALIMENTAR
a) Possibilidade econômica do alimentante: recursos da pessoa obrigada. Em relação aos
pais, quando os alimentos forem reclamados por filhos menores, é irrelevante a alegação
de falta de recursos;
b) Necessidade do alimentando: necessidades do reclamante. Na obrigação alimentar
dos genitores em relação aos filhos incapazes, a necessidade é presumida.

CARACTERÍSTICAS
Trata-se de uma obrigação sui generis:
a) Reciprocidade: são devidos reciprocamente entre cônjuges e companheiros, entre
pais e filhos, e extensivos a todos os ascendentes. Ascendentes: o grau mais próximo exclui
o mais remoto; descendentes: o grau mais próximo exclui o mais remoto; irmãos: bilaterais
ou unilaterais, sem distinção.
b) subsidiariedade: há uma subsidiariedade entre as gerações, grau mais próximo exclui
o mais distante, sendo várias as pessoas obrigadas dentro da mesma geração, exemplo
pai e mãe, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos. Intentada ação
contra uma delas, as demais serão chamadas a integrar a lide.

Obs.: Exceção: os alimentos são devidos solidariamente quando o credor for idoso (art.
12 da Lei n. 10.741/03), podendo escolher a quem acionar.
A obrigação dos avós quanto aos alimentos dos netos é subsidiária e excepcional.
A obrigação de prover o sustento dos filhos é, primeiramente, dos genitores, isto,
é dos pais, pai e mãe, e pai ou mãe, na falta de um ou outro.

015. (CEBRASPE-CESPE/TJ-SE/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014) A respeito dos direitos de


sucessões, da criança e do adolescente, e do idoso, julgue o próximo item.
A obrigação de prestar alimentos ao idoso é solidária e abrange todos os coobrigados
previstos na lei civil.

Nos termos do art. 12 da Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso), a obrigação alimentar para
com o idoso é solidária.
Certo.

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c) condicionalidade: submetidos à alteração das necessidades do reclamante ou das


possibilidades do alimentante.
d) gera direito personalíssimo: não se transmite aos herdeiros do credor. Transmite-se,
sim, aos herdeiros do devedor a obrigação de pagar as dívidas vencidas e não pagas, sempre
respeitando os limites da herança (art. 1.700 CC).
e) intransferível: não pode ser objeto de cessão, gratuita ou onerosa;
f) imprescritível: pode pedir sempre. No entanto, as prestações fixadas ( já precisam
estar estabelecidas em sentença) e vencidas prescrevem no prazo de 2 anos, a contar
do vencimento (art. 206, § 2º, do CC) – atentar para o fato de que não corre a prescrição
contra absolutamente incapazes, nem entre ascendentes e descendentes, durante o poder
familiar. Cabe relembrar que o ordenamento jurídico pátrio admite a prisão civil do devedor
de alimentos, assim, nos termos do artigo 528, parágrafo 7º, do Código de Processo Civil,
o débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as
03 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso
do processo.
g) em regra, o dever alimentar cessa para os pais com a maioridade dos filhos. Mas, caso
estejam estes frequentando curso universitário, a jurisprudência tem estendido tal obrigação
até o término do curso ou até que completem os alimentandos 24 anos (Resp. 442.502/
SP). De igual modo, a Súmula 358 do STJ assegura ao filho o direito ao contraditório nos
casos em que, por decorrência da idade, cessaria o direito de receber pensão alimentícia;
h) os parentes colaterais (exceto irmãos) não têm obrigação de prestar alimentos, bem
assim os afins.

Obs.: A obrigação alimentar entre irmãos (germanos ou unilaterais) é subsidiária, já


que somente ocorre na falta ou incapacidade de ascendentes e descendentes,
condicionando-se, ainda, à prova da necessidade do pensionamento pelo alimentando,
da capacidade de prestá-los pelo alimentante e da proporcionalidade da prestação,
considerado esse balizamento.
i) irrepetíveis: o pagamento dos alimentos, seja a que título for, é sempre bom e perfeito
e não dá direito à repetição (é uma obrigação moral e satisfativa);
j) absolutamente impenhoráveis;

016. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XX/2016) Roberto e Marcela, divorciados, são


pais de João. Quando João completou dezoito anos, Roberto, que se encontrava desempregado,
de imediato parou de pagar a pensão alimentícia, sem prévia autorização judicial.
Com base na situação descrita, assinale a afirmativa correta.

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a) Por estar desempregado, Roberto não é mais obrigado a pagar a pensão alimentícia ao
filho maior de idade; logo, o pagamento da pensão pode ser interrompido sem autorização
judicial.
b) O implemento da maioridade de João, por si só, faz com que não seja mais necessário o
pagamento da pensão alimentícia, independentemente da situação econômica do provedor.
c) O ordenamento jurídico tutela o alimentante de boa-fé; logo, a interrupção do pagamento
se dará com o mero fato da maioridade.
d) O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à
decisão judicial, mediante contraditório.

Conforme dispõe o Enunciado 358 da Súmula do STJ, o cancelamento de pensão alimentícia


de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório,
ainda que nos próprios autos. Complementando referido entendimento, tem-se ainda o
Enunciado 344 da IV Jornada de Direito Civil, segundo o qual a obrigação alimentar originada
do poder familiar, especialmente para atender às necessidades educacionais, pode não
cessar com a maioridade.
Letra d.

017. (CEBRASPE-CESPE/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) A respeito do


direito das famílias, julgue o item.
A obrigação de prestar alimentos não é transmitida aos herdeiros do devedor.

Conforme as disposições do art. 1.700 do CC, a obrigação de prestar alimentos transmite-


se aos herdeiros do devedor.
Errado.

7. TUTELA E CURATELA

7.1. TUTELA
Tutela é o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar do menor e
administrar seus bens, nas situações do art. 1.728 do CC, destinando-se a suprir a falta
de poder familiar e tendo caráter assistencial.

Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:


I – com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II – em caso de os pais decaírem do poder familiar

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Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.


Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento
autêntico.

018. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXVII/2018) Ana, que sofre de grave doença,
possui um filho, Davi, com 11 anos de idade. Ante o falecimento precoce de seu pai, Davi
apenas possui Ana como sua representante legal.
De forma a prevenir o amparo de Davi em razão de seu eventual falecimento, Ana pretende
que, na sua ausência, seu irmão, João, seja o tutor da criança.
Para tanto, Ana, em vida, poderá nomear João por meio de
a) escritura pública de constituição de tutela.
b) testamento ou qualquer outro documento autêntico.
c) ajuizamento de ação de tutela.
d) diretiva antecipada de vontade.

Transcrição literal do p. único do art. 1.729, CC/2002:

Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.


Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento
autêntico.

Letra b.

A tutela é sucessiva ao poder familiar e incompatível com ele. Assim, se o poder familiar
for recuperado, seja com a adoção ou reconhecimento de filho, a tutela cessará. A tutela
pode ser instituída por lei, por testamento (art. 1.729 a 1.730 do CC) e dativa (art. 1.729
e 1.732 do CC – nomeação pelos pais em conjunto ou judicial, exercida por um terceiro
estranho).
A tutela pode ser ordinária: nas hipóteses de falecimento dos pais, ausência dos pais ou
perda do poder familiar. A nomeação do tutor pode ser feita por testamento, lei, judicial ou
qualquer outro documento autêntico (art. 1.729, único: codicilo, escritura pública, escrito
particular).
A tutela especial ocorre nas situações de menor abandonado (art. 1.734 do CC), tutela
de fato ou irregular (exercida sem a devida nomeação, mero gestor de negócios do menor),
tutela de ad hoc (quando o tutor é nomeado provisoriamente para a prática de determinado

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ato, sem destituição do poder familiar) e a tutela dos índios (art. 4º, § único, do CC, remete
à lei especial n. 6.001/73).
Em relação à tutela legal, quando não há nomeação de tutor, por testamento ou outro
documento autêntico, ocorre nos termos do art. 1.731 do CC, veja:

Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consanguíneos
do menor, por esta ordem:
I – aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
II – aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo
grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais
apto a exercer a tutela em benefício do menor.

O art. 1.735 do CC dispõe sobre as pessoas incapazes de exercer a tutela, e o art. 1.736
sobre as pessoas que podem recusar o ônus da tutela, observe:
Incapazes de exercer a tutela Pessoas que podem recusar a tutela
Aqueles que não tiverem a livre administração de seus
Mulheres casadas.
bens.
Aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se
Maiores de sessenta anos.
acharem constituídos em obrigação para com o menor.
Aqueles que tiverem que fazer valer direitos contra este,
Aqueles que tiverem sob sua
e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda
autoridade mais de três filhos.
contra o menor.
Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido
Os impossibilitados por enfermidade.
por estes expressamente excluídos da tutela.
Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato,
Aqueles que habitarem longe do lugar
falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não
onde se haja de exercer a tutela.
cumprido pena.
As pessoas de mau procedimento, ou falhas em Aqueles que já exercerem tutela ou
probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores. curatela.
Aqueles que exercerem função pública incompatível com a
Militares em serviço.
boa administração da tutela.

Quanto ao patrimônio do tutelado, algumas disposições previstas devem ser ressaltadas:

Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:
I – adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis
pertencentes ao menor;
II – dispor dos bens do menor a título gratuito;
III – constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela somente podem ser vendidos quando
houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial e aprovação do juiz.

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Além do mais, conforme art. 1.757 do CC, os tutores são obrigados a prestar contas de
dois em dois anos, quando deixarem a tutela ou toda vez que o juiz achar conveniente. Em
relação ao menor, a tutela é extinta nos termos do art. 1.763 do CC. Observe:

Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado:


I – com a maioridade ou a emancipação do menor;
II – ao cair o menor sob o poder familiar, no caso de reconhecimento ou adoção.

7.2. CURATELA
Curatela é o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para reger a pessoa e
administrar os bens de quem, em regra maior, não pode fazer por si mesmo.
A curatela apresenta cinco características: assistencial (auxílio para reger a pessoa e
administrar seus bens), publicista (o dever do Estado de zelar pelos interesses de incapazes
é delegado para pessoas capazes e idôneas), supletiva (supre a incapacidade), temporária
(cessada a incapacidade, cessa a curatela) e certeza absoluta da incapacidade (a certeza
da incapacidade é obtida por meio de um processo judicial).
Conforme o art. 1.767 do CC, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.146/2015,
tratando-se de curatela ordinária, estão sujeitos à curatela os seguintes adultos incapazes:

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:


I – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
III – os ébrios habituais e os viciados em tóxico
V – os pródigos.

Em relação à interdição dos pródigos, a interdição só interfere em atos de disposição e


oneração do seu patrimônio, podendo administrá-lo, mas ficará proibido de praticar atos
que possam diminuí-lo, como, por exemplo, emprestar, transigir, dar quitação, alienar,
hipotecar, demandar ou ser demandado. Os referidos atos dependem de assistência do
curador, sendo anuláveis se ocorrerem sem a devida assistência (art. 171, I).
Para o restante dos atos, o pródigo pode viver normalmente, podendo votar, ser jurado,
testemunha, fixar domicílio, autorizar o casamento dos filhos, exercer profissão que não
seja de comerciante e até se casar, entretanto, exige-se assistência do curador para celebrar
pacto antenupcial que acarrete alteração de seu patrimônio.
O pródigo só passará à condição de relativamente incapaz depois de declarado em
sentença de interdição.
A curatela possui algumas formas especiais:
a) Curadoria do nascituro;

Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a mulher, e não tendo
o poder familiar.
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.

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b) Curadoria de bens do ausente: artigos 22 a 25 do CC;


c) Herança Jacente (art. 1.819 do CC);
d) Houver colisão de interesses entre filhos e pais (art. 1.692 do CC);
e) Incapaz sem representante legal, ou se tiver representante legal, seus interesses
conflitarem;
f) Réu preso;
g) Ao réu revel citado por edital ou por hora certa (art. 72, I e II, do CPC).
O procedimento de curatela é especial de jurisdição voluntária, seguindo o rito previsto
nos artigos 747 e seguintes do CPC. Há obrigatoriedade de exame pessoal do interditando,
em audiência em que será interrogado pelo juiz. É também obrigatória a nomeação de
perito médico para examinar o interditando. Se não houver interrogatório e nem exame
do interditando, o processo será nulo.
Decretada a curatela, será nomeado curador ao interdito. A sentença de interdição tem
natureza declaratória, somente reconhecendo a incapacidade. Para assegurar sua eficácia
erga omnes, a sentença deve ser registrada em livro especial do Registro Civil da comarca
em que for proferida e publicada três vezes na imprensa.
O Novo Código de Processo Civil, por sua vez, em seu art. 1.072, inciso II, revogou
expressamente o art. 1.773 do Código Civil, de sorte que o efeito ex nunc advém, agora, do
efetivo trânsito em julgado da sentença de interdição, e não mais de seu mero proferimento.
Entendido o tratamento jurídico do ato praticado pelo interditado, após a sentença de
interdição, o qual se reveste de nulidade absoluta a ser suscitada a qualquer tempo,
resta a análise minuciosa de questão que enseja intensa discussão jurídica doutrinária e,
principalmente, jurisprudencial, que é a possibilidade de invalidação de atos praticados
pelo incapaz antes da sentença de interdição, bem como os critérios para se estabelecer o
termo a quo de tal desconstituição. A legitimidade para requerer a interdição está prevista
no art. 747 do CPC, veja:

Art. 747. A interdição pode ser promovida:


I – pelo cônjuge ou companheiro;
II – pelos parentes ou tutores;
III – pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando;
IV – pelo Ministério Público.
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação que acompanhe a
petição inicial.
Art. 748. O Ministério Público só promoverá interdição em caso de doença mental grave:
I – se as pessoas designadas nos incisos I, II e III do art. 747 não existirem ou não promoverem
a interdição;

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II – se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas nos incisos I e II do art. 747.
As pessoas previstas para exercerem a curatela estão previstas no art. 1.775 do CC:
Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de direito,
curador do outro, quando interdito.
§ 1º Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, o
descendente que se demonstrar mais apto.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a escolha do curador.

O exercício da curatela assemelha-se à tutela por seu caráter de assistência, destinando-


se, igualmente, à proteção dos incapazes. Assim, são aplicáveis à curatela disposições legais
da tutela, com apenas algumas modificações. O curador somente pode alienar bens imóveis
mediante prévia avaliação e autorização judiciais.
A diferença entre tutela e curatela segue no quadro abaixo, observe:
Tutela Curatela
Destinada às pessoas menores de 18 anos de idade. Deferida, em regra, às pessoas maiores.
Pode ser testamentária, com nomeação do tutor
Sempre deferida pelo juiz.
pelos pais.
Pode compreender somente a administração dos
Abrange a pessoa e os bens do menor.
bens do incapaz, como no caso dos pródigos.
O curador possui poderes mais restritos em relação
Tutor tem poderes mais amplos.
ao tutor.

019. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XVIII/2015) Fabiana e Mauro são casados pelo
regime da separação convencional de bens e possuem dois filhos: Amanda e Pedro, de 19
e 16 anos, respectivamente. Mauro é filho de José, que se encontra com 65 anos. Mauro
sofreu um acidente automobilístico e, em razão da violência do acidente, está em estado
de coma, impossibilitado de exercer os atos da vida civil, razão pela qual sua interdição
tornou-se necessária.
Diante dos fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
a) Fabiana, em razão do regime de bens que rege o casamento, não poderá ser nomeada
curadora de Mauro.
b) Como Mauro possui ascendente vivo e capaz, este será nomeado seu curador, na forma
da lei.
c) A filha de Mauro, por ser maior e capaz, será nomeada sua curadora, na forma da lei.
d) Fabiana será nomeada curadora de Mauro, na forma da lei.

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No caso hipotético, Mauro, casado com Fabiana, sofre um acidente automobilístico e está
em coma, impossibilitado, assim, de exercer os atos da vida civil. Desta forma, é necessária
a interdição e a consequente nomeação de curador para Mauro. Vejamos o que dispõe o
Código Civil sobre o tema:

Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de direito,


curador do outro, quando interdito.
§1º Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, o
descendente que se demonstrar mais apto.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a escolha do curador.

De acordo com o dispositivo acima transcrito, a regra é que o cônjuge ou companheiro,


não separado judicialmente ou de fato, seja nomeado curador do outro quando interdito.
Observe que há uma ordem a ser seguida, segundo a qual, na falta do cônjuge, serão
nomeadas curadoras as pessoas previstas nos parágrafos seguintes do artigo 1.775 do CC.
Neste sentido, Fabiana será nomeada curadora de Mauro.
Letra d.

020. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXXIX/2023) Devido às consequências da


pandemia, Gabriel Cervantes teve graves problemas financeiros e profissionais, levando
ao consumo de álcool de forma excessiva diariamente, sendo considerado pelos médicos
como ébrio habitual. Rosa Torres, sua esposa, desesperada com a condição do marido e pela
situação financeira da família, procura você, como advogado(a), desejando saber a respeito
da possibilidade de curatela. Informa a esposa que o casal tem dois filhos absolutamente
incapazes e os pais do marido encontram-se vivos. Comunica ainda que o casal não se
encontra separado de fato. Sobre a hipótese, segundo o sistema jurídico brasileiro, assinale
a afirmativa correta.
a) O alcoolismo, por si só, não conduz à curatela, devendo a esposa demonstrar a prodigalidade
do marido.
b) Em eventual curatela, os pais terão prioridade no exercício em relação à esposa, que só
poderá ser designada curadora na desistência dos pais.
c) A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado,
enquanto não houver a maioridade ou a emancipação.
d) A interdição do ébrio habitual só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar
quitação, alienar ou hipotecar seu patrimônio, podendo praticar livremente os demais atos
da vida civil.

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a) Errada. Entendo que o alcoolismo, por si só, não conduz à curatela, devendo a esposa
demonstrar a prodigalidade do marido. Entretanto, a banca considerou a alternativa errada
mesmo após o gabarito oficial. Quanto à interdição de ébrios habituais, há necessidade de
se observar mais do que o mero consumo regular de álcool, tal consumo deve apresentar
impacto na capacidade de tomar decisões, sobretudo de natureza financeira, prejudicando
a qualidade de vida do interditado.
b) Errada. Nos termos do art. 1.775, CC:

Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de direito,


curador do outro, quando interdito.
§ 1º Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, o
descendente que se demonstrar mais apto.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos.

c) Certa. Nos termos do art. 1.778 do CC, a autoridade do curador estende-se à pessoa e
aos bens dos filhos do curatelado, observado o art. 5º Veja as disposições do art. 5ºdo CC:

Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
tiver dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

d) Errada. Nos termos do art. 1.782 do CC, a interdição do pródigo só o privará de, sem
curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado,
e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.
Letra c.

7.3. TOMADA DE DECISÃO APOIADA


A tomada de decisão apoiada, prevista no art. 1.783-A, é o processo pelo qual a pessoa
com deficiência elege pelos menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos
e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da
vida civil, fornecendo-lhe os elementos e informações necessários para que possa exercer
sua capacidade.
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O instituto aplica-se aos casos em que a pessoa possui algum tipo de deficiência, mas
podem exprimir sua vontade ainda assim. O exemplo clássico é a pessoa com Síndrome de
Down, que é uma pessoa com deficiência, mas não tem impedimento para manifestação
da sua vontade, não justificando sua equiparação com relativamente incapaz e sujeita
à curatela.
Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os
apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido
e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à
vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.
Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por
equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente
e as pessoas que lhe prestarão apoio.
Caso o apoiador proceda com negligência, exerça pressão indevida ou não esteja
adimplente com as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer outra
pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. Se procedente a denúncia, o
juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse,
outra pessoa para prestação de apoio.
A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em
processo de tomada de decisão apoiada. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de
sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento
condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. Em caso de negócio jurídico que possa
trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada
e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.

021. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXXV/2022) Maurício, ator, 23 anos, e Fernanda,


atriz, 25 anos, diagnosticados com Síndrome de Down, não curatelados, namoram há 3 anos.
Em 2019, enquanto procuravam uma atividade laborativa em sua área, tanto Maurício quanto
Fernanda buscaram, em processos diferentes, a fixação de tomada de decisão apoiada para
o auxílio nas decisões relativas à celebração de diversas espécies de contratos, a qual se
processou seguindo todos os trâmites adequados deferidos pelo Poder Judiciário. Assim,
os pais de Maurício tornaram-se seus apoiadores e os pais de Fernanda, os apoiadores dela.
Em 2021, Fernanda e Maurício assinaram contratos com uma emissora de TV, também
assinados por seus respectivos apoiadores. Como precisarão morar próximo à emissora, o

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casal terá de mudar-se de sua cidade e, por isso, está buscando alugar um apartamento.
Nesta conjuntura, Maurício e Fernanda conheceram Miguel, proprietário do imóvel que o
casal pretende locar.
Sobre a situação apresentada, conforme a legislação brasileira, assinale a afirmativa correta.
a) Maurício e Fernanda são incapazes em razão do diagnóstico de Síndrome de Down.
b) Maurício e Fernanda são capazes por serem pessoas com deficiência apoiadas, ou seja,
caso não fossem apoiados, seriam incapazes.
c) Maurício e Fernanda são capazes, independentemente do apoio, mas Miguel poderá exigir
que os apoiadores contra-assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente celebrado.
d) Miguel, em razão da capacidade civil de Maurício e de Fernanda, fica proibido de exigir
que os apoiadores de ambos contra-assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente
celebrado.

a) Errada. Com as alterações promovidas pela Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa


com Deficiência/Lei Brasileira de Inclusão) ao regime da incapacidade civil dos arts. 3ºe
4ºdo CC, a Síndrome de Down, por si só, não consubstancia causa de incapacidade. Nesse
sentido, cita-se lição de Flávio Tartuce (Manual de direito civil: volume único. 8. ed. São
Paulo: Método, 2018, p. 96):

Com as mudanças promovidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, [a pessoa com síndrome
de Down] será plenamente capaz, em regra, sujeito ao instituto da tomada de decisão apoiada,
para os atos patrimoniais (novo art. 1.783-A do Código Civil). Para os atos existenciais familiares,
o portador de síndrome de Down tem capacidade civil plena (art. 6ºda Lei n. 13.146/2015).
Dessa forma, se, antes das alterações promovidas pelo EPcD (Lei n. 13.146/2015), as pessoas
com síndrome de Down eram enquadradas como absolutamente ou relativamente incapazes, a
regra, agora, é a plena capacidade.

b) Errada. O fato de Maurício e Fernanda serem apoiados não gera reflexos no seu
enquadramento como capazes, que é a regra no atual regime da incapacidade civil.
c) Certa. É o que prevê o § 5ºdo art. 1.783-A do Código Civil:

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência
elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-
lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. (Incluído
pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os
apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em
relação ao apoiado.

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d) Errada. O § 5ºdo art. 1.783-A do Código Civil permite ao terceiro que contrata com a
pessoa com deficiência solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou o acordo.
Letra c.

8. GUARDA
A guarda é o instituto do Direito Civil que designa genericamente a vigilância, cuidado
e proteção dos pais para com os filhos, no exercício do poder familiar, quando do processo
de separação ou divórcio. Nos termos do art. 1.583 do CC, a guarda pode ser unilateral ou
compartilhada:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada


§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o
substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício
de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder
familiar dos filhos comuns
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma
equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses
dos filhos

Guarda unilateral é aquela atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua.


A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses
dos filhos. Para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima
para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos
ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação
de seus filhos. No Brasil, a guarda compartilhada é a regra.
A guarda compartilhada, prevista no art. 1.583, § 1º, do CC, instituída pela Lei n.
11.698/2008 e complementada pela Lei n. 13.058/2014, refere-se à responsabilização
conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo
teto, tendo relação ao poder familiar dos filhos comuns. A guarda compartilhada pode
ocorrer das seguintes formas:
• Pais que moram próximo um do outro, de tal forma que as crianças possam ir de uma
casa para outra de forma livre;
• Alternância periódica de casas, passando um tempo na casa de um dos pais e outro
igual na casa do outro;
• Permanência com um dos pais durante o período escolar e com o outro durante as
férias.
Com a guarda compartilhada, a responsabilidade dos pais é conjunta, conferindo-lhes,
de forma igualitária, o exercício dos direitos e deveres concernentes à autoridade de pais.

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A guarda compartilhada deve ser incentivada sempre que houver interesses dos pais e
for conveniente para os filhos. Entretanto, não pode ser confundida com a guarda alternada,
em que o filho passa um período com o pai e outro com a mãe.
Na guarda compartilhada, o filho possui o referencial de uma casa principal em que viva
com um dos genitores, podendo os pais planejar a convivência em suas rotinas e permitindo-
se visitas a qualquer tempo. Cabe ressaltar que o dever de guarda de fato é de ambos os
genitores, implicando em uma relação ativa e permanente entre os pais e os filhos.
Segundo o art. 1.583, § 2º, do CC, na guarda compartilhada, o tempo de convívio com
os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em
vista as condições fáticas e os interesses dos filhos.
De acordo com o art. 1.584, a guarda compartilhada pode ser estabelecida por consenso
ou por determinação judicial, podendo ser convencionada na ação de separação, divórcio
ou dissolução de união estável ou ação autônoma. Cabe destacar o art. 1.584, § 2º, do
CC, observe:

Art. 1.584, § 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda da
criança ou do adolescente ou quando houver elementos que evidenciem a probabilidade de risco
de violência doméstica ou familiar. (Redação dada pela Lei n. 14.713, de 2023)

Por esse dispositivo acima, não existindo acordo entre os pais, o juiz deve determinar
que a guarda seja compartilhada, exceto se o pai ou a mãe declararem não desejar a
guarda e se um deles não estiver apto para cuidar dos filhos. Cabe ainda ressaltar a
recente alteração legislativa no sentido de que a guarda compartilhada poderá não ser
aplicada quando houver elementos que evidenciem a probabilidade de risco de violência
doméstica ou familiar.

022. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXXVI/2022) Rodolfo e Marília estão casados


desde 2005. Em 2010, nasceu Lorenzo, único filho do casal. No ano de 2020, eles resolveram
se divorciar, após um período turbulento de discussões e mútuas relações extraconjugais.
A única divergência entre o casal envolvia a guarda do filho, Lorenzo.
Neste sentido, sublinhando-se que o pai e a mãe apresentam condições de exercício de tal
função, relacionando-se bem com o filho e conseguindo separar seus problemas conjugais
de seus deveres paternos e maternos – à luz do Código Civil, assinale a afirmativa correta.

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a) Segundo a lei, o juiz, diante do conflito, deverá aplicar a guarda alternada entre Rodolfo
e Marília.
b) Como os pais desejam a guarda do menor e estão aptos a exercer o poder familiar, a lei
determina a aplicação da guarda compartilhada, mesmo que não haja acordo entre eles.
c) A lei determina a fixação da guarda compartilhada, mas, tendo em vista cuidar-se de
divergência sobre a guarda, ela deve ser atribuída a Rodolfo ou a Marília, mas, diante do
conflito, a guarda não deve ser atribuída a eles, em nenhuma hipótese.
d) Caso Rodolfo e Marília não consigam decidir de modo consensual a quem caberá a guarda
de Lorenzo, o juiz será obrigado a atribuí-la ou a um genitor ou ao outro, uma vez que
inexiste hipótese de guarda compartilhada na lei brasileira.

a) Errada. Não havendo consenso entre os genitores, e ambos possuindo condições de


exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos pais declarar
ao magistrado que não deseja a guarda da criança/adolescente (art. 1.584, § 2º, CC). Vide
alternativa B.
b) Certa. É a disposição do § 2ºdo art. 1.584 do Código Civil, veja:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo
se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.

c) Errada. A guarda compartilhada, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.058/2014,


passou a gozar de certa prioridade legal, observado, sempre, o princípio do melhor interesse
da criança e do adolescente. Nessa perspectiva, como já destacamos, inexistindo consenso
entre os genitores e ambos possuindo condições de exercer o poder familiar, será aplicada
a guarda compartilhada, que pode ser afastada se um dos pais declarar ao magistrado que
não deseja a guarda da criança/adolescente (art. 1.584, § 2º, CC).
d) Errada. A guarda compartilhada conta com previsão expressa na legislação brasileira
(v.g., art. 1.584, CC).
Letra b.

Para o STJ não é necessário haver consenso dos pais para aplicação da guarda
compartilhada, isso porque o foco é o melhor interesse para o menor. Pela determinação
do CC, quando não houver acordo entre o pai e a mãe, o juiz deve determinar, propriamente,
que a guarda seja compartilhada, desde que ambos os genitores estejam aptos a cuidar
dos filhos.

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Neste sentido, mesmo na ação em que um dos pais requer a guarda do filho, se o juiz
verificar que ambos possuem condições de ter o filho em sua companhia, deve determinar a
guarda compartilhada e encaminhar os pais, caso necessário, a acompanhamento psicológico
ou psiquiátrico, segundo art. 129, III, do ECA.
Preceitua o art. 1.583, § 4º, do CC, que a alteração não autorizada ou descumprimento
imotivado de cláusula de guarda, unilateral ou compartilhada, pode acarretar redução de
prerrogativas do pai que a descumprir. Na hipótese de guarda compartilhada, ambos os pais
possuem poder de fato sobre os filhos menores, desta forma, respondem solidariamente
pelos atos ilícitos destes.

023. (FGV/DPE-RJ/TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO/2019) Fernando e Raquel viviam em


união estável, mas se separaram há cerca de um ano. Depois de algumas discussões sobre
pagamento de pensão e cuidados com os filhos, ele decidiu ajuizar uma ação de guarda
compartilhada, alegando impedimento dela à convivência familiar.
Com base na lei que dispõe sobre esse tema no Brasil, é correto afirmar que:
a) a guarda compartilhada é aplicada sempre que possível, em havendo acordo entre as
partes;
b) a guarda compartilhada não é aplicada se um dos genitores declarar ao magistrado que
não deseja a guarda do menor;
c) a guarda compartilhada implica a divisão idêntica dos dias e finais de semana de convivência
familiar;
d) a guarda deve ser unilateral quando um dos genitores reúne melhores condições para
exercê-la;
e) a depender da situação conjugal, os pais não detêm o pleno exercício do poder familiar

A guarda compartilhada será aplicada nos termos do art. 1.584 do CC, veja:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de
separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição
de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo
se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.

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a) Errada. Conforme o art. 1.584, § 2º, a guarda compartilhada ocorrerá quando não houver
acordo entre as partes.
b) Certa. Conforme o Art. 1.584, § 2º, a guarda compartilhada não será aplicada quando
um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda compartilhada.
c) Errada. A divisão de tempo deve se dar de forma equilibrada, não necessariamente
idêntica, nos termos do o § 2º do artigo 1.583 do CC.
d) Errada. A guarda é realizada no melhor interesse do filho, tendo a lei escolhido a guarda
compartilhada como preferencial a ser aplicada quando os pais não chegarem em um
acordo, a teor do artigo 1.584, §2, do CC.
e) Errada. A situação conjugal dos pais não interfere no pleno exercício do poder familiar,
nos termos do artigo 1.634 do CC.
Letra b.

9. ADOÇÃO
Adoção é o ato jurídico solene pelo qual alguém estabelece, independentemente de
qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação,
trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que geralmente lhe é estranha.
Em relação à natureza jurídica da adoção, com a CF/88, a adoção passou a se constituir
por ato complexo e a exigir sentença judicial, expressamente previsto no art. 47 do Estatuto
da Criança e Adolescente (ECA) e no art. 1.619 do CC. Assim, a adoção não mais possui o
caráter contratualista que tinha no passado:

Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro
civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.

Art. 1.619. A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder
público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei n. 8.069,
de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente.

De acordo com os preceitos legais, é ato jurídico solene e bilateral em que uma pessoa,
denominada adotante, cria vínculo de filiação entre as partes, findando assim as ligações
de filiação do adotando com a sua família biológica, ato este irrevogável e personalíssimo.
Os laços criados com a adoção são considerados análogos aos que resultam de filiação
biológica, assim, o adotando cria um laço de parentesco de 1º grau em linha reta, que se
estende por toda a família do adotante.
A adoção atribui ao adotado a condição de filho para todos os efeitos, desligando-o de
qualquer vínculo com os pais biológicos (artigo 41 do Estatuto da Criança e do Adolescente),
salvo quanto a impedimentos para o casamento.

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A relação de parentesco é estabelecida entre o adotado e toda a família do adotante. Os


seus parentes tornam parentes do adotado, tanto em linha reta como em linha colateral.
A CF/88 (227, § 6º), ao consagrar o princípio da proteção integral, deferindo idênticos
direitos e qualificações aos filhos e proibindo quaisquer designações discriminatórias,
eliminou qualquer distinção entre adoção e filiação. Para dar efetividade a este comando,
o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA passou a regular a adoção dos menores de
18 anos, assegurando-lhes todos os direitos, inclusive sucessórios.
O adotado adquire os mesmos direitos e obrigações, como qualquer filho: direito ao
nome, parentesco, alimentos e sucessão. Na contramão, também correspondem ao adotado
os deveres de respeito e de obediência. Os pais, por sua vez, têm os deveres de guarda,
criação, educação e fiscalização.
A matéria de adoção no ECA está regulamentada do artigo 39 ao 52-D. A adoção é uma
medida irrevogável e excepcional, será deferida quando apresentar reais vantagens para
o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
Em caso de menores de 18 anos, o procedimento é todo feito na Vara da Infância e da
Juventude. Tratando-se de maiores, o procedimento é realizado na Vara de Família, sempre
com intervenção do MP, pois trata-se de questões do estado da pessoa e de ordem social.
A adoção de maiores de 18 anos dependerá da assistência do Poder Público e é necessária
a sentença constitutiva, ou seja, necessariamente também realizada pela via judicial,
aplicando-se, no que couber, o Estatuto da Criança e do Adolescente, devendo ser inscrita
no Registro Civil. Veja o Enunciado 273 CJF:

JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 273-CJF
Art. 10. Tanto na adoção bilateral quanto na unilateral, quando não se preserva o
vínculo com qualquer dos genitores originários, deverá ser averbado o cancelamento
do registro originário de nascimento do adotado, lavrando-se novo registro. Sendo
unilateral a adoção, e sempre que se preserve o vínculo originário com um dos genitores,
deverá ser averbada a substituição do nome do pai ou da mãe natural pelo nome do
pai ou da mãe adotivos.

024. (CEBRASPE-CESPE/TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) A respeito do


Direito de Família, julgue o item a seguir.
O ato jurídico da adoção depende da efetiva assistência do poder público e de sentença
constitutiva, ressalvados os casos de maiores de dezoito anos de idade, que independem
de sentença.

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Tanto a adoção de menores como de maiores de 18 anos depende de sentença judicial, nos
termos, respectivamente, do art. 47 do ECA e art. 1.619 do CC. Confira:
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro
civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.

Art. 1.619. A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder
público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei n. 8.069,
de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente.

Errado.

Adoção bilateral é aquela realizada por duas pessoas, sendo indispensável que nesta
modalidade de adoção os adotantes sejam casados ou mantenham união estável, de modo
a comprovar a estabilidade familiar. Já a adoção unilateral é aquela feita por somente
uma pessoa. Adoção homoafetiva refere-se à possibilidade de pessoa que mantém união
homoafetiva adotar crianças com companheira.
É certo que o art. 1º da Lei n. 12.010/2009 e o art. 43 do ECA deixam claro que todas as
crianças e adolescentes têm a garantia do direito à convivência familiar e que a adoção fundada
em motivos legítimos pode ser deferida somente quando presentes reais vantagens a eles.
Anote-se, então, ser imprescindível na adoção a prevalência dos interesses dos menores
sobre quaisquer outros, até porque se discute o próprio direito de filiação, com consequências
que se estendem por toda a vida. Decorre daí que, também no campo da adoção na união
homoafetiva, a qual, como realidade fenomênica, o Judiciário não pode desprezar, há que
se verificar qual a melhor solução a privilegiar a proteção aos direitos da criança.
Adoção post mortem: é aquela deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação
de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. Foi
introduzida no ordenamento pelo art. 42 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
“Adoção à brasileira”, também chamada de adoção simulada, refere-se a casais que
registram filho alheio que como se fosse seu filho, com a intenção de dar-lhe um lar, mas
não com a intenção de tornar-lhe seu filho. Essa modalidade é um crime, com tipo penal
previsto no art. 242 do Código Penal.
A adoção possui os seguintes requisitos:
a) idade mínima de 18 anos para o adotante (ECA, art. 42);
b) diferença de 16 anos entre adotante e adotado (ECA, art. 42, § 3º);
c) consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar;
d) consentimento deste, colhido em audiência, se contar mais de 12 anos (ECA, art.
28, § 2º);

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e) processo judicial (CC, art. 1.623);


f) efetivo benefício para o adotando (ECA, art. 43);
g) não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que
o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e
que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não
detentor da guarda que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
Tutor ou curador podem adotar seus respectivos pupilos, tutelados ou curatelados,
desde que prestem contas de sua administração, e havendo algum débito deverá ser saldado
antes da adoção.
Efeitos da adoção:
• Os adotados possuem o mesmo direito dos filhos naturais; (Princípio da igualdade
entre filhos, art. 227, § 6º, CF)
• A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes;
• O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado;
• A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro
Civil do Município de sua residência;
• Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro;
• A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles,
poderá determinar a modificação do prenome.
Se você gostou do material ou tem críticas, dá um feedback, bem como poste suas
dúvidas lá no fórum. Estou esperando você por lá!
Estudaaaaa!!!

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Direito de Família – Parte II
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RESUMO
Nesta aula, você deve fixar os seguintes pontos:

RELAÇÕES DE PARENTESCO
Parentesco: é o vínculo entre pessoas por sangue ou por afinidade. Pode ser natural ou civil.
Parentesco natural: decorre dos laços de sangue.
Parentesco civil: decorre da lei. Poder ser por Afinidade, Adoção, Outra Origem
(reprodução assistida).
O vínculo de parentesco se estabelece por linhas:

Parentes em linha reta: as pessoas que estão umas para com as outras na relação de
ascendentes e descendentes, ou seja, são os bisavós, avós, pais, filhos, netos, bisnetos etc.

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Parentes em linha colateral ou transversal: são as pessoas provenientes de um só


tronco, sem descenderem uma da outra, sendo os irmãos, tios, sobrinhos e primos, até o
quarto grau.

Irmãos germanos ou bilaterais: são aqueles que têm o mesmo pai e a mesma mãe.
Irmãos unilaterais: são aqueles por parte de mãe ou somente por parte de pai. A diferença
entre eles tem implicação no direito das sucessões, conforme artigos 1.841 e 1.843 do CC.
Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da
união estável: rompido o vínculo do casamento, permanecem o sogro, a sogra, o genro ou
nora ligados pelas relações de afinidade.
Na linha colateral, a dissolução do casamento ou união estável, seja pela morte ou o
divórcio de um dos cônjuges ou companheiros, faz sumir a afinidade.
Filiação: é compreendida atualmente como o vínculo de parentesco em linha reta, no
primeiro grau, determinado pela paternidade e/ou maternidade.

PROVA DE FILIAÇÃO

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RECONHECIMENTO DE FILHO

Multiparentalidade: é a possibilidade de registrar um filho por mais de um pai ou


por mais de uma mãe, podendo ser realizado o registro concomitante da parentalidade
biológica e/ou socioafetiva.

SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR

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USUFRUTO E ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DE FILHOS


• Os pais não podem praticar atos que ultrapassem os limites da Simples Administração.
• NÃO PODEM os pais ALIENAR, ou GRAVAR DE ÔNUS REAL os IMÓVEIS dos filhos,
nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples
administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia
autorização do juiz.

ALIMENTOS
• Consistem na prestação fornecida a uma pessoa, em dinheiro ou em espécie, para
que possa atender às necessidades vitais (não só o necessário a subsistência, mas
também vestimentas, lazer, medicamentos, instrução, habitação etc.), desde que
não possa provê-las por si.
• Os alimentos são concedidos conforme o binômio: POSSIBILIDADE X NECESSIDADE.
• Os alimentos são devidos SOLIDARIAMENTE, quando o credor for IDOSO (art. 12 da
Lei n. 10.741/03), podendo escolher a quem acionar;
• Prescrição: os alimentos passam a ser devidos a partir do momento em que o
alimentante (quem paga os alimentos) é condenado a pagar. As prestações fixadas
e vencidas prescrevem no prazo de 2 anos, a contar do vencimento (art. 206, § 2º, do
CC) Atente para o fato de que não corre a prescrição contra absolutamente incapazes,
nem entre ascendentes e descendentes durante o poder familiar.
• Alimentos gravídicos: previstos na Lei n. 11.804/08. A mulher gestante cobra valores
que cubram despesas da gravidez, desde a concepção até o parto (inclusive alimentação
especial, assistência médica, psicológica, exames, internações, parto, medicamentos
e outras consideradas pertinentes pelo juiz), consideradas proporcionalmente,
conforme suas possibilidades. Requisitos: indícios da paternidade + necessidade do
autor + possibilidade do réu.

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• Alimentos Provisórios e Provisionais: os primeiros são os fixados liminarmente pelo


juiz, ao despachar a inicial de ação de alimentos, de rito especial (Lei n. 5.578/68); não
serão fixados se o autor expressamente dispensá-los. Exigem prova pré-constituída do
parentesco/casamento. Os segundos são fixados em outras ações (divórcio, anulação
ou nulidade de casamento, investigação de paternidade etc.) para subsistência da
parte no curso da lide. Não exigem prova pré-constituída.
• Prisão civil: é a única modalidade de prisão por dívidas atualmente admitida no direito
brasileiro, conforme art. 7º do Pacto de San Jose. Somente cabe no caso débito de
alimentos legais. Prazo: pelo CPC – de um até três meses (art. 528, § 3º, CPC). Pelo
art. 19 da Lei n. 5.578/68 – até 60 dias. O cumprimento integral da prisão não exime
o devedor do pagamento das prestações vincendas ou vencidas e não pagas (art. 528,
§ 5º, CPC). Para fins de prisão civil, consideram-se as três últimas prestações devidas
anteriores à propositura da execução, além das vencidas e não pagas no decorrer do
processo (art. 528, § 7º, CPC).
• Extinção da obrigação alimentar: 1. novo casamento, união estável e concubinato
do credor (art. 1.708 do CC); 2. indignidade deste (único do art. 1.708 do CC); 3.
falecimento do credor ou do devedor (OBS: as pensões vencidas e não pagas se
transmitem aos sucessores, nas forças do limite da herança); 4. alteração substancial
do binômio alimentar: necessidade x possibilidade; 5. Maioridade do alimentando
(vide Súmula 358 STJ e Enunciado 344 CJF).

TUTELA
É o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar do menor e administrar
seus bens, nas situações do art. 1.728 do CC, destinando-se a tutela a suprir a falta de
poder familiar e tendo caráter assistencial.
O art. 1.735 do CC dispõe sobre as pessoas incapazes de exercer a tutela, e o art. 1.736
sobre as pessoas que podem recusar o ônus da tutela. Veja:
Incapazes de exercer a tutela Pessoas que podem recusar a tutela
Aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens. Mulheres casadas.
Aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se
Maiores de sessenta anos.
acharem constituídos em obrigação para com o menor.
Aqueles que tiverem que fazer valer direitos contra este,
Aqueles que tiverem sob sua autoridade
e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda
mais de três filhos.
contra o menor.
Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido
Os impossibilitados por enfermidade.
por estes expressamente excluídos da tutela.

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Incapazes de exercer a tutela Pessoas que podem recusar a tutela

Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato,


Aqueles que habitarem longe do lugar
falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não
onde se haja de exercer a tutela.
cumprido pena.

As pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, Aqueles que já exercerem tutela ou


e as culpadas de abuso em tutorias anteriores. curatela.

Aqueles que exercerem função pública incompatível com a


Militares em serviço.
boa administração da tutela.

CURATELA
É o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para reger a pessoa e administrar os
bens de quem, em regra maior, não o pode fazer por si mesmo.
A diferença entre tutela e curatela segue no quadro abaixo, observe:
Tutela Curatela
Destinada às pessoas menores de 18 anos de idade. Deferida, em regra, às pessoas maiores.
Pode ser testamentária, com nomeação do tutor pelos
Sempre deferida pelo juiz.
pais.
Pode compreender somente a administração dos
Abrange a pessoa e os bens do menor.
bens do incapaz, como no caso dos pródigos.
O curador possui poderes mais restritos em
Tutor tem poderes mais amplos.
relação ao tutor.

TOMADA DE DECISÃO APOIADA


É o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelos menos 2 (duas) pessoas
idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-
lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhe os elementos e
informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

GUARDA COMPARTILHADA
Prevista no art. 1.583, § 1º, do CC, instituída pela Lei n. 11.698/2008 e complementada
pela Lei n. 13.058/2014, refere-se à responsabilização conjunta e o exercício de direitos e
deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, tendo relação ao poder familiar
dos filhos comuns.
A guarda compartilhada pode ocorrer das seguintes formas:
• Pais que moram próximo um do outro, de tal forma que as crianças possam ir de uma
casa para outra de forma livre;
• Alternância periódica de casas, passando um tempo na casa de um dos pais e outro
igual na casa do outro;
• Permanência com um dos pais durante o período escolar e com o outro durante as
férias.
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ADOÇÃO
É o ato jurídico solene pelo qual alguém estabelece, independentemente de qualquer
relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para
sua família, na condição de filho, pessoa que geralmente lhe é estranha. Tanto a adoção de
pessoas maiores quanto menores ocorrerá por sentença judicial e será constitutiva.
A adoção atribui ao adotado a condição de filho para todos os efeitos, desligando-o de
qualquer vínculo com os pais biológicos (artigo 41 do Estatuto da Criança e do Adolescente),
salvo quanto a impedimentos para o casamento.
Adoção post mortem: é aquela deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação
de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. Foi
introduzida no ordenamento pelo art. 42 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
“Adoção à brasileira”, também chamada de adoção simulada: refere-se a casais que
registram filho alheio que como se fosse seu, com a intenção de dar-lhe um lar, mas não
com a intenção de tornar-lhe seu filho. Essa modalidade é um tipo penal previsto no art.
242 do Código Penal.
A adoção possui os seguintes requisitos:
• idade mínima de 18 anos para o adotante (ECA, art. 42);
• diferença de 16 anos entre adotante e adotado (ECA, art. 42, § 3º);
• consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar;
• consentimento deste, colhido em audiência, se contar mais de 12 anos (ECA, art. 28,
§ 2º);
• processo judicial (CC, art. 1.623);
• efetivo benefício para o adotando (ECA, art. 43);
• Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
Efeitos da adoção:
• Os adotados possuem o mesmo direito dos filhos naturais (Princípio da igualdade
entre filhos, art. 227, § 6º, CF);
• A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes;
• O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado;
• A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro
Civil do Município de sua residência;
• Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro;
• A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles,
poderá determinar a modificação do prenome.

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (FGV/TJ-RN/ANALISTA JUDICIÁRIO-PSICOLOGIA/2023) A Lei n. 13.058, de 22 de dezembro


de 2014, altera os Arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil), para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada”
e dispor sobre sua aplicação. De acordo com a Resolução, analise as afirmativas a seguir,
considerando V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
I – Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma
idêntica com a mãe e com o pai, tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos
filhos.
II – Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada,
sempre que possível, a guarda compartilhada.
III – Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá
a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de
preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade.
A sequência correta é:
a) F, V, F;
b) F, V, V;
c) V, F, F;
d) V, V, F;
e) F, F, V.

002. (FGV/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO-SERVIÇO SOCIAL/2022) A Lei n. 13.058/2014 subverte


a tradição do Direito de Família, relativamente à separação de casal com filhos, ao estabelecer
a guarda compartilhada como medida obrigatória.
Com relação à guarda é correto afirmar:
a) a guarda unilateral faculta ao pai, ou à mãe não guardiã, a supervisão dos interesses dos
filhos;
b) a guarda compartilhada pressupõe a responsabilização conjunta de pai e mãe que vivam
sob o mesmo teto;
c)na audiência de custódia o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda
compartilhada;
d) quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho será aplicada,
sempre que possível, a guarda compartilhada;
e) para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e períodos de convivência sob guarda
compartilhada, o juiz deve se basear na orientação da equipe interdisciplinar.

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003. (IDECAN/TJ-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/PSICÓLOGO/2022/ADAPTADA) De acordo com


o Código Civil, Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, a respeito da guarda unilateral ou
compartilhada, julgue o item a seguir.
A decisão de guarda compartilhada é atribuída ao juiz, ainda que um dos pais refira que
prefere abrir mão dos cuidados do filho, mesmo que seja por questões de trabalho.

004. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXI/2016/ADAPTADA) Augusto e Raquel


casam-se bem jovens, ambos com 22 anos. Um ano depois, nascem os filhos do casal: dois
meninos gêmeos. A despeito da ajuda dos avós das crianças, o casamento não resiste à
dura rotina de criação dos dois recém-nascidos. Augusto e Raquel separam-se ainda com
os filhos em tenra idade, indo as crianças residir com a mãe.
Raquel, em pouco tempo, contrai novas núpcias. Augusto, em busca de um melhor emprego,
muda-se para uma cidade próxima.
A respeito da guarda dos filhos, com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa
correta.
a) A guarda dos filhos de tenra idade será atribuída preferencialmente, de forma unilateral,
à mãe.
b) Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos será dividido de forma
matemática entre o pai e a mãe.
c) O pai ou a mãe que contrair novas núpcias perderá o direito de ter consigo os filhos.
d) Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será a que
melhor atender aos interesses dos filhos.

005. (CEBRASPE-CESPE/TJ-PR/JUIZ ESTADUAL/2019) Fábio e Eliana foram casados e tiveram


um filho chamado Enzo. Após terem se divorciado, foi determinado judicialmente que
ambos teriam a guarda do menino. Alguns meses após a separação, durante uma discussão
por questões financeiras, Fábio chamou Eliana de prostituta, por ela estar em um novo
relacionamento, e a agrediu, causando-lhe lesão corporal de natureza grave.
À luz do Código Civil, é correto afirmar que Fábio
a) poderá perder o poder familiar de Enzo por decisão judicial.
b) poderá perder o poder familiar de Enzo somente se comprovado que ele agrediu também
o menino.
c) não poderá perder o poder familiar de Enzo, somente a sua guarda.
d) não poderá perder nem o poder familiar de Enzo, nem a sua guarda.

006. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO VII/2012) A respeito da perfilhação é


correto dizer que
a) constitui ato formal, de livre vontade, irretratável, incondicional e personalíssimo.

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b) se torna perfeita exclusivamente por escritura pública ou instrumento particular.


c) não admite o reconhecimento de filhos já falecidos, quando estes hajam deixado
descendentes.
d) em se tratando de filhos maiores, dispensa-se o consentimento destes.

007. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XII/2013) Tiago, com 17 anos de idade e


relativamente incapaz, sob autoridade de seus pais Mário e Fabiana, recebeu, por doação
de seu tio, um imóvel localizado na rua Sete de Setembro, com dois pavimentos, contendo
três lojas comerciais no primeiro piso e dois apartamentos no segundo piso. Tiago trabalha
como cantor nos finais de semana, tendo uma renda mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais).
Face aos fatos narrados e considerando as regras de Direito Civil, assinale a opção correta.
a) Mário e Fabiana exercem sobre os bens imóveis de Tiago o direito de usufruto convencional,
inerente à relação de parentesco que perdurará até a maioridade civil ou emancipação de
Tiago.
b) Mário e Fabiana poderão alienar ou onerar o bem imóvel de Tiago, desde que haja prévia
autorização do Ministério Público e seja demonstrado o evidente interesse da prole.
c) Mário e Fabiana não poderão administrar os valores auferidos por Tiago no exercício de
atividade de cantor, bem como os bens com tais recursos adquiridos.
d) Mario e Fabiana, entrando em colisão de interesses com Tiago sobre a administração
dos bens, facultam ao juiz, de ofício, nomear curador especial.

008. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XVII/2015) Maria, solteira, após a morte de


seus pais em acidente automobilístico, propõe demanda por alimentos em face de Pedro,
seu parente colateral de segundo grau.
Diante dos fatos narrados e considerando as normas de Direito Civil, assinale a opção correta.
a) Como Pedro é parente colateral de Maria, não tem obrigação de prestar alimentos a esta,
ainda que haja necessidade por parte dela.
b) Pedro só será obrigado a prestar alimentos caso Maria não possua ascendentes nem
descendentes, ou, se os possuir, estes não tiverem condições de prestá-los ou complementá-los.
c) A obrigação de prestar alimentos é solidária entre ascendentes, descendentes e colaterais,
em havendo necessidade do alimentando e possibilidade do alimentante.
d) Pedro não tem obrigação de prestar alimentos, pois não é irmão de Maria.

009. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XI/2013) Fernanda, mãe da menor Joana,


celebrou um acordo na presença do Juiz de Direito para que Arnaldo, pai de Joana, pague,
mensalmente, 20% (vinte por cento) de 01 (um) salário mínimo a título de alimentos para
a menor. O Juiz homologou por sentença tal acordo, apesar de a necessidade de Joana ser
maior do que a verba fixada, pois não existiam condições materiais para a majoração da
pensão em face das possibilidades do devedor.
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Após um mês, Fernanda tomou conhecimento que Arnaldo trocou seu emprego por outro
com salário maior e procurou seu advogado para saber da possibilidade de rever o valor
dos alimentos fixados em sentença transitada em julgado.
Analisando o caso concreto, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois este já foi decidido em sentença
com trânsito em julgado formal.
b) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois este é fruto de acordo celebrado
entre as partes e homologado por juiz de direito.
c) É possível rever o valor dos alimentos, pois no caso concreto houve mudança do binômio
“necessidade x possibilidade”.
d) É possível rever o valor dos alimentos, pois o acordo celebrado entre as partes e homologado
pelo juiz de direito está abaixo do limite mínimo de 30% (trinta por cento) de 01 (um)
salário-mínimo, fixado em lei, como mínimo indispensável que uma pessoa deve receber
de alimentos.

010. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO IX/2012) Henrique e Natália, casados sob o


regime de comunhão parcial de bens, decidiram se divorciar após 10 anos de união conjugal.
Do relacionamento nasceram Gabriela e Bruno, hoje, com 8 e 6 anos, respectivamente.
Enquanto esteve casada, Natália, apesar de ter curso superior completo, ser pessoa jovem
e capaz para o trabalho, não exerceu atividade profissional para se dedicar integralmente
aos cuidados da casa e dos filhos.
Considerando a hipótese acima e as regras atinentes à prestação de alimentos, assinale a
afirmativa correta.
a) Uma vez homologado judicialmente o valor da prestação alimentícia devida por Henrique
em favor de seus filhos Gabriela e Bruno, no percentual de um salário-mínimo para cada
um, ocorrendo a constituição de nova família por parte de Henrique, automaticamente
será minorado o valor dos alimentos devido aos filhos do primeiro casamento.
b) Henrique poderá opor a impenhorabilidade de sua única casa, por ser bem de família, na
hipótese de ser acionado judicialmente para pagar débito alimentar atual aos seus filhos
Gabriela e Bruno.
c) Natália poderá pleitear alimentos transitórios e por prazo razoável, se demonstrar sua
dificuldade em ingressar no mercado de trabalho em razão do longo período que permaneceu
afastada do desempenho de suas atividades profissionais para se dedicar integralmente
aos cuidados do lar.
d) Caso Natália descubra, após dois meses de separação de fato, que espera um filho de
Henrique, serão devidos alimentos gravídicos até o nascimento da criança, pois após este
fato a obrigação alimentar somente será exigida em ação judicial própria.

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011. (CEBRASPE-CESPE/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO I/2010) Assinale a opção correta


acerca da prestação de alimentos.
a) Somente os filhos têm o direito de pedir alimentos.
b) O direito a alimentos é recíproco entre pais e filhos.
c) Após a separação judicial do casal, mesmo que o cônjuge venha a necessitar de alimentos,
ele não mais poderá pleitear ao outro cônjuge a prestação alimentícia.
d) Os créditos alimentares prescrevem em cinco anos.

012. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XX/2016) Manoel, em processo judicial,


conseguiu impedir que fosse penhorado seu único imóvel, sob a alegação de que este seria
bem de família. O exequente, então, pugna pela penhora da vaga de garagem de Manoel.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A vaga de garagem não é considerada bem de família em nenhuma hipótese; portanto,
sempre pode ser penhorada.
b) A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não pode ser
penhorada, por ser acessória ao bem principal impenhorável.
c) A vaga de garagem só poderá ser penhorada se existir matrícula própria no Registro de
Imóveis.
d) A vaga de garagem que não possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui
bem de família para efeito de penhora.

013. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO VIII/2012) Eduardo e Mônica, casados, tinham


um filho menor chamado Renato. Por orientação de um advogado, Eduardo e Mônica, em
2005, fizeram os respectivos testamentos e nomearam Lúcio, irmão mais velho de Eduardo,
como tutor do menor para o caso de alguma eventualidade. Pouco antes da nomeação por
testamento, Lúcio fora definitivamente condenado pelo crime de dano (art. 163 do Código
Penal), mas o casal manteve a nomeação, acreditando no arrependimento de Lúcio, que,
desde então, mostrou conduta socialmente adequada.
Em 2010, Eduardo e Mônica morreram em um acidente aéreo. Dois anos depois do acidente,
pretendendo salvaguardar os interesses do menor colocado sob sua tutela, Lúcio, prevendo
manifesta vantagem negocial em virtude do aumento dos preços dos imóveis, decide alienar
a terceiros um dos bens imóveis do patrimônio de Renato, depositando, imediatamente, todo
o dinheiro obtido na negociação em uma conta de poupança, aberta em nome do menor.
Diante do caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) A nomeação de Lúcio como tutor é inválida em razão de ter sido condenado criminalmente,
independentemente do cumprimento da pena, mas a alienação do imóvel é lícita, pois
atende ao princípio do melhor interesse do menor.

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Direito de Família – Parte II
Antônio Alex

b) A nomeação de Lúcio como tutor é válida, apesar da condenação criminal, e a alienação


do imóvel é lícita, pois atende ao princípio do melhor interesse do menor.
c) A nomeação de Lúcio como tutor é válida, apesar da condenação criminal, mas a alienação
do imóvel, sem prévia avaliação e autorização judicial, é ilícita.
d) A nomeação de Lúcio é inválida em razão de ter sido condenado criminalmente, mas a
alienação do imóvel é lícita, pois somente bens móveis de alto valor necessitam de prévia
avaliação e autorização judicial.

014. (VUNESP/TJ-SP/ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO/2022) Do ponto de vista formal, no


que se refere à guarda dos filhos, a partir de 2014, observa-se no Código Civil prevalência
da guarda compartilhada. Em não havendo acordo entre os pais quanto à guarda dos filhos,
a Lei n. 13.058/2014 (Artigo 1.584, § 2º) determina que “(...) encontrando-se ambos os
genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se
um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor”. Também o
papel da equipe do Judiciário ficou estabelecido nesse artigo 1.584, § 3º, como sendo de
orientação técnico-profissional, com vistas
a) à compatibilidade com a natureza da medida.
b) ao pleno exercício do poder familiar.
c) à medida cautelar de guarda.
d) à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe.
e) ao grau de parentesco e às relações de afinidade e afetividade.

015. (IDECAN/TJ-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO-PSICÓLOGO/2022) A respeito do processo de


adoção, analise as afirmativas a seguir:
I – A prioridade de guarda é para os pais que tiverem acordado, nos casos consensuais.
Não havendo acordo entre os pais, segundo o artigo 1.584 do Código Civil, a lei dispõe da
atribuição da guarda dos filhos para aquele que tiver melhores condições de exercê-la.
II – O artigo 1.586 do Código Civil restringe a autonomia do juiz na decisão sobre guarda em
casos considerados graves, tendo como condição a priorização dos filhos.
III – Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de
maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os
pais.
É correto o que se afirma
a) apenas em I e III.
b) em I, II e III.
c) apenas em I.
d) apenas em I e II.
e) apenas em III.

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016. (FGV/SEM/ADVOGADO/2022) Maria decide divorciar-se de João, com quem era casada
há 7 (sete) anos, tendo dois filhos em comum, menores de idade (10 e 12 anos de idade). O
casal já havia se separado de fato há 6 (seis) meses, com Maria residindo com as crianças
na Asa Sul de Brasília e João residindo na região do Gama (DF).
Não havendo acordo, Maria propõe ação de divórcio com pedido de guarda unilateral dos
dois filhos a seu favor, com restrição de visitas ao pai, para as manhãs de domingo. Ao final,
requer, também, a condenação do pai – e dos avós paternos – ao pagamento de prestação
alimentar a favor dos filhos menores.
Sobre o caso acima, em caso de falecimento de Maria, assinale a afirmativa correta.
a) O foro competente para a propositura da ação de divórcio ajuizada por Maria é o de
domicílio de Maria ou do réu João, à livre escolha da autora da ação.
b) Mesmo que não haja acordo entre as partes, o juízo só deve atender ao pedido de guarda
unilateral se João renunciar ao exercício da guarda ou for demonstrada a inaptidão de João
para exercer poder familiar.
c) A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e solidária, razão pela
qual devem arcar com a prestação caso estejam presentes os requisitos da necessidade e
possibilidade.
d) Para que o pedido de concessão de alimentos a favor dos filhos menores seja julgado
procedente, Maria precisa produzir prova cabal da necessidade dos filhos menores e a
possibilidade de João em pagá-los.
e) Em razão do pleito alimentar, o valor da causa deve ser indicado pela soma de 6 (seis)
prestações mensais pedidas pela parte demandante.

017. (FGV/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO-PSICOLOGIA/2022) Rodolfo ajuizou uma ação


pleiteando guarda compartilhada em relação a seu filho, Antônio, de 5 anos, sendo contestada
pela mãe da criança, Marlene, alegando que o pai jamais assumiu responsabilidade. Segundo
a mãe, não faria sentido o pai exercer a guarda conjuntamente, passados dois anos desde
a separação.
O juiz encaminhou o processo para a equipe interdisciplinar, cuja orientação deverá visar,
de acordo com a Lei n. 13.058/2014:
a) o diagnóstico de atos de alienação parental;
b) a divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe;
c) a identificação de quem detém melhor condição de guarda;
d) a investigação da existência de eventual psicopatologia nos genitores;
e) a contraindicação da guarda compartilhada quando não houver acordo entre os pais.

018. (CEBRASPE-CESPE/TJDFT/JUIZ DE DIREITO/2023) Pedro ajuizou ação requerendo o


reconhecimento de sua paternidade biológica de Rafael, com quatorze anos de idade, em
cuja certidão de nascimento já constava o nome do padrasto como pai.

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Nessa situação hipotética,


a) não há impedimento quanto à procedência da ação apenas se a paternidade socioafetiva
não tiver sido declarada em registro público de notas e títulos.
b) há impedimento quanto à procedência da ação, em razão dos efeitos jurídicos que esta
causaria.
c) há impedimento quanto à procedência da ação, porquanto só se admite um pai, biológico
ou não.
d) não há impedimento quanto à procedência da ação, porquanto podem ser reconhecidos
os dois vínculos.
e) não há impedimento quanto à procedência da ação, porquanto Rafael ainda é menor de
idade.

019. (VUNESP/TJ-SP/NOTÁRIO E REGISTRADOR-PROVIMENTO/2022) Sobre o instituto da


emancipação, pode-se afirmar que
a) o filho reconhecido, sem seu próprio consentimento, somente poderá impugnar o
reconhecimento até um ano após a maioridade civil, não havendo prazo para os emancipados.
b) o filho reconhecido, sem seu próprio consentimento, pode impugnar o reconhecimento
até quatro anos após a emancipação.
c) a pessoa emancipada necessitará do consentimento de seu tutor para impugnar
reconhecimento de filiação.
d) vige a tutela até a maioridade, independentemente da emancipação do tutelado.

020. (CEBRASPE-CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) Condição imposta pelo


suposto pai no ato de reconhecimento do filho será considerada
a) nula.
b) anulável.
c) válida, em se tratando de prova própria.
d) ineficaz.
e) válida, se o filho for maior.

021. (CPCV UERR/UERR/ANALISTA TÉCNICO JURÍDICO/2022) A respeito das relações de


parentesco, de acordo com o Código Civil, assinale a opção correta.
a) O marido pode contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo essa
ação imprescritível.
b) O parentesco por afinidade na linha reta e colateral extingue-se com a dissolução da
união estável.
c) A ação que objetiva provar a filiação é personalíssima, de modo que apenas o filho poderá
propô-la.

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d) Pode-se vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento apenas se


restar provado que houve erro.
e) O parentesco por afinidade abrange os parentes colaterais do cônjuge, incluídos seus
primos.

022. (FCC/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO/2022) Segundo previsão legal expressa, perderá


por ato judicial o poder familiar o pai ou mãe que
a) submeter o filho à prostituição ou à exploração do trabalho infantil.
b) praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar falsa denúncia para
obstar a convivência com o filho.
c) entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de guarda, tutela ou adoção.
d) praticar contra filho crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.
e) descumprir, dolosa ou culposamente, determinação da autoridade judiciária ou do
Conselho Tutelar aplicada em favor do filho.

023. (INSTITUTO AOCP/MPE-MS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) Assinale a alternativa


INCORRETA.
a) Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir
da citação.
b) Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a se submeter ao exame de DNA induz
presunção juris tantum de paternidade.
c) O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento pode ser feito em testamento.
d) A paternidade socioafetiva impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante,
baseado na origem biológica.
e) É possível o reconhecimento da paternidade socioafetiva post mortem, isto é, após o
falecimento de quem se pretende reconhecer como pai.

024. (IESES/TJ-TO/NOTÁRIO E REGISTRADOR-PROVIMENTO/2022) Na constância do poder


familiar, os pais detêm o usufruto e a administração dos bens dos filhos menores. A respeito
deste assunto, leia as assertivas:
I – Os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento antes do seu reconhecimento
estão excluídos do usufruto e administração daquele que o reconheceu.
II – Os pais podem gravar de ônus real os imóveis dos filhos quando houver necessidade ou
interesse da prole, independente de autorização judicial.
III – É possível deixar bens em testamento ao menor de idade e excluir o usufruto e
administração dos pais sobre estes bens, nomeando curador especial.
IV – Os valores auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, e menor de dezoito anos, no
exercício de atividade profissional, excluem-se do usufruto e administração dos pais.

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Com base nas assertivas acima, assinale a alternativa correta:


a) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
b) Todas as assertivas estão corretas.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.

025. (FCC/MPE-PB/TÉCNICO MINISTERIAL-SEM ESPECIALIDADE/2023) No direito de família,


os alimentos
a) não podem ser fixados em favor dos pais contra os filhos, em razão do princípio da
hereditariedade.
b) poderão ser cobrados dos avós da criança, caso o genitor ou a genitora não estejam em
condições de pagar alimentos.
c) devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante, sem considerar os
recursos da pessoa obrigada.
d) não são devidos aos filhos havidos fora do casamento.
e) podem ser renunciados pela criança em relação ao pai, quando representada por sua
genitora.

026. (CEBRASPE-CESPE/TJ-SC/NOTÁRIO E REGISTRADOR-PROVIMENTO/2023) Carlos é um


homem viúvo de sessenta e quatro anos de idade e, durante alguns anos, recebeu mesada
do seu filho Pedro, porque não desenvolvia trabalhos remunerados por questões de saúde.
No ano corrente, Pedro faleceu, o que causou a drástica diminuição de renda de Carlos, que
passou a auferir somente a pensão por morte de sua esposa, o que o deixou em situação
de miserabilidade. Após o falecimento da esposa e do filho, restaram como familiares de
Carlos somente dois irmãos unilaterais um pouco mais novos e de idades distintas e sobre
os quais sabe, embora não tenha com eles contato próximo há alguns anos, que gerenciam
conjuntamente uma fábrica de embalagens que gera bastante lucro.
Em relação a essa situação hipotética, é correto afirmar, à luz da legislação de regência, que
a) cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de Carlos,
os quais teriam uma obrigação subsidiária entre eles, sendo preferencialmente obrigado
o mais velho.
b) cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de Carlos,
que teriam uma obrigação solidária entre eles.
c) não cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de
Carlos dado o parentesco unilateral.
d) não cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de
Carlos porque este recebe uma pensão por morte.
e) não cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de
Carlos porque esse tipo de demanda recai somente a ascendentes e descendentes diretos.

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027. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXXVIII/2023) Robson, advogado de sucesso


e bem-sucedido profissionalmente, foi preso e condenado, com sentença transitada em
julgado, pelo crime de homicídio, iniciando o cumprimento de sua pena no regime fechado.
Ele é pai de Raquel, 17 anos, fruto de sua união com Rose e ambos compartilham a guarda
da filha. Rose e Robson divorciaram-se e, em ação própria, foi fixado o dever de Robson
prover alimentos para Raquel.
A respeito dos efeitos da prisão de Robson sobre o dever de alimentos, assinale a afirmativa
correta.
a) Afasta-se a obrigação de prestar alimentos de Robson considerando que a mãe de Raquel,
Rose, ainda está viva.
b) A prisão de Robson suspende o dever de prestar alimentos, que volta a produzir seus
efeitos imediatamente após o cumprimento integral da pena.
c) Robson poderá cessar a prestação de alimentos, independente de interpelação judicial,
assim que Raquel alcançar a maioridade, o que acontecerá muito em breve.
d) O fato de Robson estar preso não afasta sua obrigação alimentar.

028. (FCC/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO/2022) Júlia, mãe de Jonathan, 4 anos, ajuizou


ação de alimentos em face do pai da criança por intermédio da Defensoria Pública. Ao
receber a demanda, o Juiz de Direito da 1a Vara de Família de Macapá arbitrou valor de
alimentos provisórios devidos pelo pai à razão de 30% dos rendimentos líquidos, em caso de
trabalho com vínculo empregatício ou 30% do salário-mínimo nacional, em caso de trabalho
informal ou desemprego. Logo após a decisão dos alimentos provisórios, nos meses de
janeiro, fevereiro e março de 2022, a representante legal da criança recebeu os alimentos
diretamente do pai da criança à razão de 30% do salário-mínimo nacional e também pela
empresa empregadora do genitor via desconto em folha de pagamento. O valor recebido
a maior foi integralmente revertido em favor da criança e, até então, o pai nunca havia
contribuído com o sustento do filho. Diante do caso, a representante legal
a) deverá necessariamente devolver o valor dos alimentos, pois o recebimento em duplicidade
gera enriquecimento sem causa à genitora.
b) poderá sustentar a não devolução dos valores, considerando a característica da
irrepetibilidade dos alimentos.
c) poderá sustentar a não devolução dos valores, considerando a característica da
irrenunciabilidade dos alimentos.
d) deverá necessariamente devolver metade do valor dos alimentos, mediante desconto
do valor nas prestações alimentares futuras.
e) poderá sustentar a não devolução dos valores, considerando a característica da
imprescritibilidade da obrigação alimentar.

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029. (FGV/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO-ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO-DIREITO


CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E AGRÁRIO/2022) Eduarda, espanhola, residente no Brasil desde
1993, e Marcelo, brasileiro, casaram-se em 1997, pelo regime da comunhão parcial de
bens, adquiriram onerosamente dois imóveis durante o matrimônio, sendo que um deles
por meio de valores exclusivamente obtidos pela venda de um terreno, advindo da herança
do pai de Marcelo. Devido a impossibilidade de procriação por parte de Marcelo, o casal
adotou, em 2006, uma criança recém-nascida, originária da Espanha. Em 2019, houve o
divórcio do casal, tendo Eduarda, por força de acordo, a guarda da filha, cabendo ao genitor
o pagamento da pensão alimentícia.
Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) O divórcio do casal depende necessariamente da prévia partilha dos bens.
b) Os dois imóveis adquiridos onerosamente na constância do casamento estão inclusos
na comunhão, pertencendo, por conseguinte, ao casal.
c) Ao atingir a maioridade, o cancelamento de pensão alimentícia da filha do casal está
sujeito a decisão judicial, mediante contraditório.
d) A guarda da filha do casal deveria ser compartilhada por força legal, visto que a guarda
exclusiva só se admite na hipótese de abandono afetivo de um dos genitores.
e) A adoção de uma criança estrangeira por um casal residente no Brasil deverá ser feita
mediante intervenção direta e exclusiva da autoridade judiciária brasileira de âmbito federal.

030. (FCC/DPE-MT/DEFENSOR PÚBLICO/2022) Flávio e Márcio lavraram escritura pública de


união estável, estabelecendo como uma das cláusulas da união a renúncia aos alimentos.
No curso da união estável, Márcio sofreu um acidente que o incapacitou para o trabalho.
Após dois anos do acidente, Flávio decidiu romper a relação e procurou a Defensoria
Pública em Cuiabá para entender seus direitos. Neste caso, respaldado por entendimento
jurisprudencial do STJ, Márcio
a) não poderá pleitear alimentos em face de Flávio, pois a renúncia se deu em contrato
válido e eficaz, sem vícios de consentimento.
b) poderá pleitear alimentos em face de Flávio, em razão da reciprocidade existente durante
o vínculo familiar e diante da irrenunciabilidade dos alimentos.
c) poderá pleitear alimentos em face de Flávio, independentemente da comprovação de
necessidade.
d) não poderá pleitear alimentos em face de Flávio, visto que a entidade familiar da união
estável não prevê legalmente a obrigação alimentar entre os companheiros.
e) poderá pleitear alimentos em face de Flávio, somente se não tiver sido o culpado pela
dissolução do vínculo familiar.

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GABARITO
1. e
2. d
3. E
4. d
5. a
6. a
7. c
8. b
9. c
10. c
11. b
12. c
13. c
14. c
15. a
16. b
17. b
18. d
19. b
20. d
21. a
22. d
23. d
24. a
25. b
26. b
27. d
28. b
29. c
30. b

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GABARITO COMENTADO

001. (FGV/TJ-RN/ANALISTA JUDICIÁRIO-PSICOLOGIA/2023) A Lei n. 13.058, de 22 de dezembro


de 2014, altera os Arts. 1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil), para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada”
e dispor sobre sua aplicação. De acordo com a Resolução, analise as afirmativas a seguir,
considerando V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
I – Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma
idêntica com a mãe e com o pai, tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos
filhos.
II – Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada,
sempre que possível, a guarda compartilhada.
III – Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá
a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de
preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade.
A sequência correta é:
a) F, V, F;
b) F, V, V;
c) V, F, F;
d) V, V, F;
e) F, F, V.

I – Errada. Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido
de forma equilibrada (não idêntica) com a mãe e com o pai. Vejamos:

Art. 1.583, § 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido
de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os
interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014).

II – Errada. Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada. Vejamos:

Art. 1.584, § 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do
menor. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)

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III – Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil:

Art. 1.584, § 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe,
deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados,
de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada
pela Lei n. 13.058, de 2014).

Letra e.

002. (FGV/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO-SERVIÇO SOCIAL/2022) A Lei n. 13.058/2014 subverte


a tradição do Direito de Família, relativamente à separação de casal com filhos, ao estabelecer
a guarda compartilhada como medida obrigatória.
Com relação à guarda é correto afirmar:
a) a guarda unilateral faculta ao pai, ou à mãe não guardiã, a supervisão dos interesses dos
filhos;
b) a guarda compartilhada pressupõe a responsabilização conjunta de pai e mãe que vivam
sob o mesmo teto;
c)na audiência de custódia o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda
compartilhada;
d) quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho será aplicada,
sempre que possível, a guarda compartilhada;
e) para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e períodos de convivência sob guarda
compartilhada, o juiz deve se basear na orientação da equipe interdisciplinar.

a) Errada. Decretada a guarda unilateral, o pai ou a mãe que não detenha a guarda do filho
terá o DEVER de supervisão do interesse da criança/adolescente, consoante § 5ºdo art.
1.583 do CC:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.


§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses
dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima
para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou
situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus
filhos.

b) Errada. Nos termos do art. 1.583, § 1º, segunda parte, do Código Civil, a guarda compartilhada
pressupõe a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe
que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns:

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Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.


§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o
substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício
de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder
familiar dos filhos comuns.

c) Errada. Na audiência de conciliação – e não de custódia, que é afeta ao direito processual


penal – o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, consoante
previsão do § 1ºdo art. 1.584 do CC:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de
separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição
de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
§ 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda
compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e
as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas.

d) Certa. É a disposição do § 2ºdo art. 1.584 do CC:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo
se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.

e) Errada. Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência


sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do MP, poderá basear-se em
orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, ex vi do art. 1.584, § 3º, CC:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


§ 3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda
compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em
orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada
do tempo com o pai e com a mãe.

Letra d.

003. (IDECAN/TJ-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/PSICÓLOGO/2022/ADAPTADA) De acordo com


o Código Civil, Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, a respeito da guarda unilateral ou
compartilhada, julgue o item a seguir.
A decisão de guarda compartilhada é atribuída ao juiz, ainda que um dos pais refira que
prefere abrir mão dos cuidados do filho, mesmo que seja por questões de trabalho.

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A questão deve ser resolvida conforme o art. 1.584, § 2, do CC. Veja:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada,
salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda da criança ou do
adolescente ou quando houver elementos que evidenciem a probabilidade de risco de violência
doméstica ou familiar. (Redação dada pela Lei n. 14.713, de 2023)

Se um dos pais prefere abrir mão do cuidado dos filhos, a guarda compartilhada não será
atribuída.
Errado.

004. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXI/2016/ADAPTADA) Augusto e Raquel


casam-se bem jovens, ambos com 22 anos. Um ano depois, nascem os filhos do casal: dois
meninos gêmeos. A despeito da ajuda dos avós das crianças, o casamento não resiste à
dura rotina de criação dos dois recém-nascidos. Augusto e Raquel separam-se ainda com
os filhos em tenra idade, indo as crianças residir com a mãe.
Raquel, em pouco tempo, contrai novas núpcias. Augusto, em busca de um melhor emprego,
muda-se para uma cidade próxima.
A respeito da guarda dos filhos, com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa
correta.
a) A guarda dos filhos de tenra idade será atribuída preferencialmente, de forma unilateral,
à mãe.
b) Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos será dividido de forma
matemática entre o pai e a mãe.
c) O pai ou a mãe que contrair novas núpcias perderá o direito de ter consigo os filhos.
d) Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será a que
melhor atender aos interesses dos filhos.

a) Errada. Conforme se extrai do artigo 1.584 do CC, a regra é a aplicação da GUARDA


COMPARTILHADA, de modo que é incorreto afirmar que há preferência por um dos genitores.
Veja:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei n. 11.698,
de 2008).
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada,

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salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda da criança ou do
adolescente ou quando houver elementos que evidenciem a probabilidade de risco de violência
doméstica ou familiar. (Redação dada pela Lei n. 14.713, de 2023).

b) Errada. A divisão do tempo de convívio com os filhos não será feita de forma matemática,
mas, sim, de forma equilibrada com a mãe e com o pai (parágrafo 2º acima transcrito). Veja:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei n. 11.698, de 2008).
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o
substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício
de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder
familiar dos filhos comuns. (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008).
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma
equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses
dos filhos. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014).

c) Errada. O art. 1.588 do CC é expresso ao determinar que não haverá a perda do direito
de ter consigo os filhos no caso de novas núpcias.

Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o direito de ter consigo os
filhos, que só lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado que não são tratados
convenientemente.

d) Certa. Nos termos do art. 1.583 do CC:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.


§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que
melhor atender aos interesses dos filhos.

Letra d.

005. (CEBRASPE-CESPE/TJ-PR/JUIZ ESTADUAL/2019) Fábio e Eliana foram casados e tiveram


um filho chamado Enzo. Após terem se divorciado, foi determinado judicialmente que
ambos teriam a guarda do menino. Alguns meses após a separação, durante uma discussão
por questões financeiras, Fábio chamou Eliana de prostituta, por ela estar em um novo
relacionamento, e a agrediu, causando-lhe lesão corporal de natureza grave.
À luz do Código Civil, é correto afirmar que Fábio
a) poderá perder o poder familiar de Enzo por decisão judicial.
b) poderá perder o poder familiar de Enzo somente se comprovado que ele agrediu também
o menino.
c) não poderá perder o poder familiar de Enzo, somente a sua guarda.
d) não poderá perder nem o poder familiar de Enzo, nem a sua guarda.

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Nos termos do parágrafo único do art. 1.638 do CC:

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:

a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando


se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher;
Letra a.

006. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO VII/2012) A respeito da perfilhação é


correto dizer que
a) constitui ato formal, de livre vontade, irretratável, incondicional e personalíssimo.
b) se torna perfeita exclusivamente por escritura pública ou instrumento particular.
c) não admite o reconhecimento de filhos já falecidos, quando estes hajam deixado
descendentes.
d) em se tratando de filhos maiores, dispensa-se o consentimento destes.

a) Certa. Vejamos os exatos termos da lei sobre o reconhecimento de filhos:

Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja
sido o objeto único e principal do ato que o contém.

Portanto, constitui ato formal, de livre vontade, irretratável, incondicional e personalíssimo.


b) Errada. Vide alternativa “A”.
c) Errada. Nos termos do art. 1.609, parágrafo único, do CC:

Art. 1.609, Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser
posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.

d) Errada. Nos termos do art. 1.614 do CC, o filho maior não pode ser reconhecido sem o
seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se
seguirem à maioridade, ou à emancipação.
Letra a.

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007. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XII/2013) Tiago, com 17 anos de idade e


relativamente incapaz, sob autoridade de seus pais Mário e Fabiana, recebeu, por doação
de seu tio, um imóvel localizado na rua Sete de Setembro, com dois pavimentos, contendo
três lojas comerciais no primeiro piso e dois apartamentos no segundo piso. Tiago trabalha
como cantor nos finais de semana, tendo uma renda mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais).
Face aos fatos narrados e considerando as regras de Direito Civil, assinale a opção correta.
a) Mário e Fabiana exercem sobre os bens imóveis de Tiago o direito de usufruto convencional,
inerente à relação de parentesco que perdurará até a maioridade civil ou emancipação de
Tiago.
b) Mário e Fabiana poderão alienar ou onerar o bem imóvel de Tiago, desde que haja prévia
autorização do Ministério Público e seja demonstrado o evidente interesse da prole.
c) Mário e Fabiana não poderão administrar os valores auferidos por Tiago no exercício de
atividade de cantor, bem como os bens com tais recursos adquiridos.
d) Mario e Fabiana, entrando em colisão de interesses com Tiago sobre a administração
dos bens, facultam ao juiz, de ofício, nomear curador especial.

a) Errada. Primeiramente, temos que registrar o que é usufruto convencional: trata-se de


usufruto que decorre do exercício da autonomia privada, ou seja, em razão do interesse
das partes. No caso, há um usufruto legal, já que decorre da lei. Vejamos:

Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: I – são usufrutuários dos
bens dos filhos;

Vide comentários da alternativa “C”.


b) Errada. A alienação dos bens do filho exige autorização judicial, e não do Membro do
Ministério Público. O Código Civil deixa expressa esta norma:

Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair,
em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por
necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.

c) Certa. Os referidos ganhos são excluídos do usufruto do pais, nos termos do art. 1.693
do CC, veja:

Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da administração dos pais:


I – os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento, antes do reconhecimento;
II – os valores auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, no exercício de atividade profissional
e os bens com tais recursos adquiridos;
III – os bens deixados ou doados ao filho, sob a condição de não serem usufruídos, ou administrados,
pelos pais;
IV – os bens que aos filhos couberem na herança, quando os pais forem excluídos da sucessão.

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d) Errada. Nos termos do art. 1.692 do Código Civil atual, sempre que no exercício do poder
familiar colidir o interesse dos pais com o do filho, a requerimento deste ou do Ministério
Público, o juiz lhe dará curador especial.
Letra c.

008. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XVII/2015) Maria, solteira, após a morte de


seus pais em acidente automobilístico, propõe demanda por alimentos em face de Pedro,
seu parente colateral de segundo grau.
Diante dos fatos narrados e considerando as normas de Direito Civil, assinale a opção correta.
a) Como Pedro é parente colateral de Maria, não tem obrigação de prestar alimentos a esta,
ainda que haja necessidade por parte dela.
b) Pedro só será obrigado a prestar alimentos caso Maria não possua ascendentes nem
descendentes, ou, se os possuir, estes não tiverem condições de prestá-los ou complementá-los.
c) A obrigação de prestar alimentos é solidária entre ascendentes, descendentes e colaterais,
em havendo necessidade do alimentando e possibilidade do alimentante.
d) Pedro não tem obrigação de prestar alimentos, pois não é irmão de Maria.

Pedro é parente colateral de segundo grau, portanto, irmão de Maria. A obrigação de prestar
alimentos, na falta de ascendentes, será dos descendentes e irmãos, nesta ordem. Vejamos
o que o Código Civil dispõe sobre o tema:
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias
as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.

Neste sentido, Pedro só será obrigado a prestar alimentos caso Maria não possua ascendentes
nem descendentes, ou, se os possuir, estes não tiverem condições de prestá-los ou
complementá-los.
Letra b.

009. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XI/2013) Fernanda, mãe da menor Joana,


celebrou um acordo na presença do Juiz de Direito para que Arnaldo, pai de Joana, pague,
mensalmente, 20% (vinte por cento) de 01 (um) salário mínimo a título de alimentos para
a menor. O Juiz homologou por sentença tal acordo, apesar de a necessidade de Joana ser
maior do que a verba fixada, pois não existiam condições materiais para a majoração da
pensão em face das possibilidades do devedor.

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Após um mês, Fernanda tomou conhecimento que Arnaldo trocou seu emprego por outro
com salário maior e procurou seu advogado para saber da possibilidade de rever o valor
dos alimentos fixados em sentença transitada em julgado.
Analisando o caso concreto, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois este já foi decidido em sentença
com trânsito em julgado formal.
b) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois este é fruto de acordo celebrado
entre as partes e homologado por juiz de direito.
c) É possível rever o valor dos alimentos, pois no caso concreto houve mudança do binômio
“necessidade x possibilidade”.
d) É possível rever o valor dos alimentos, pois o acordo celebrado entre as partes e homologado
pelo juiz de direito está abaixo do limite mínimo de 30% (trinta por cento) de 01 (um)
salário-mínimo, fixado em lei, como mínimo indispensável que uma pessoa deve receber
de alimentos.

Segundo o Código Civil de 2002, os pressupostos para o dever de prestar os alimentos são:
- Vínculo de parentesco, casamento ou união estável. Inclui-se, ainda, a parentalidade
socioafetiva (conforme entendimento da doutrina – Enunciado 341, Jornada de Direito Civil);
- Necessidade do alimentando;
- Possibilidade do alimentante.
Estes dois últimos requisitos constituem o binômio “necessidade x possibilidade”.
Vejamos:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.

Segundo consta da narrativa, Arnaldo obteve nova ocupação, com salário maior, de modo
que o binômio formado quando da prolação da sentença perdeu o equilíbrio.
Desta forma, caso assim deseje, é possível que Joana, representada por sua mãe, ajuíze
demanda buscando majorar as verbas alimentares de que é credora.
Letra c.

010. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO IX/2012) Henrique e Natália, casados sob o


regime de comunhão parcial de bens, decidiram se divorciar após 10 anos de união conjugal.
Do relacionamento nasceram Gabriela e Bruno, hoje, com 8 e 6 anos, respectivamente.
Enquanto esteve casada, Natália, apesar de ter curso superior completo, ser pessoa jovem

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e capaz para o trabalho, não exerceu atividade profissional para se dedicar integralmente
aos cuidados da casa e dos filhos.
Considerando a hipótese acima e as regras atinentes à prestação de alimentos, assinale a
afirmativa correta.
a) Uma vez homologado judicialmente o valor da prestação alimentícia devida por Henrique
em favor de seus filhos Gabriela e Bruno, no percentual de um salário-mínimo para cada
um, ocorrendo a constituição de nova família por parte de Henrique, automaticamente
será minorado o valor dos alimentos devido aos filhos do primeiro casamento.
b) Henrique poderá opor a impenhorabilidade de sua única casa, por ser bem de família, na
hipótese de ser acionado judicialmente para pagar débito alimentar atual aos seus filhos
Gabriela e Bruno.
c) Natália poderá pleitear alimentos transitórios e por prazo razoável, se demonstrar sua
dificuldade em ingressar no mercado de trabalho em razão do longo período que permaneceu
afastada do desempenho de suas atividades profissionais para se dedicar integralmente
aos cuidados do lar.
d) Caso Natália descubra, após dois meses de separação de fato, que espera um filho de
Henrique, serão devidos alimentos gravídicos até o nascimento da criança, pois após este
fato a obrigação alimentar somente será exigida em ação judicial própria.

a) Errada. Segundo o Código Civil atual, o novo casamento do cônjuge devedor não extingue
a obrigação constante da sentença de divórcio (art. 1.709). Desta forma, para que Henrique
minore o valor das prestações alimentícias devidas, deverá ingressar em juízo propondo
ação revisional.
b) Errada. Em que pese o bem de família ser, em regra, blindado com o atributo da
impenhorabilidade, a dívida alimentícia excepciona o instituto.
Vejamos (Lei n. 8.009/90):

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária,


trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário
que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos
responderão pela dívida;

c) Certa. Os chamados alimentos transitórios são largamente aplicados pela jurisprudência


e recomendados pela doutrina, no sentido de assegurar a subsistência material por certo
tempo e não mais, como era no passado, por tempo ilimitado. São cabíveis quando o
alimentando for pessoa com idade, condições e formação profissional que lhe possibilitem
a provável inserção (ou reinserção) no mercado de trabalho. A tese foi definida pela Terceira
Turma no julgamento de outro recurso especial, analisado em 2010 (REsp 1.025.769/ STJ).

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d) Errada. Como extraímos da Lei n. 11.804/08, após o nascimento com vida, os alimentos
gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma
das partes solicite a sua revisão. Logo, percebe-se que, por expressa disposição legal, os
alimentos gravídicos são automaticamente convertidos em obrigação alimentar quando
do nascimento da criança.
Letra c.

011. (CEBRASPE-CESPE/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO I/2010) Assinale a opção correta


acerca da prestação de alimentos.
a) Somente os filhos têm o direito de pedir alimentos.
b) O direito a alimentos é recíproco entre pais e filhos.
c) Após a separação judicial do casal, mesmo que o cônjuge venha a necessitar de alimentos,
ele não mais poderá pleitear ao outro cônjuge a prestação alimentícia.
d) Os créditos alimentares prescrevem em cinco anos.

a) Errada. Os pais também têm direito aos alimentos, conforme artigo 1.696 do CC, veja:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

Além disso, o artigo 1.694 do CC estabelece que os parentes, os cônjuges ou companheiros


podem pedir alimentos uns dos outros.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade
resultar de culpa de quem os pleiteia.

b) Certa. É o que estabelece o artigo 1.696 do CC, confira:


Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

c) Errada. A assertiva contraria o artigo 1.704 do CC, veja:


Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o
outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado
culpado na ação de separação judicial.
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver
parentes em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado
a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência.

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d) Errada. O prazo prescricional é de dois anos, nos termos do § 2º do artigo 206 do CC:

Art. 206. Prescreve:


§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se
vencerem.

Letra b.

012. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XX/2016) Manoel, em processo judicial,


conseguiu impedir que fosse penhorado seu único imóvel, sob a alegação de que este seria
bem de família. O exequente, então, pugna pela penhora da vaga de garagem de Manoel.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A vaga de garagem não é considerada bem de família em nenhuma hipótese; portanto,
sempre pode ser penhorada.
b) A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não pode ser
penhorada, por ser acessória ao bem principal impenhorável.
c) A vaga de garagem só poderá ser penhorada se existir matrícula própria no Registro de
Imóveis.
d) A vaga de garagem que não possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui
bem de família para efeito de penhora.

Mais uma questão que exige do candidato o conhecimento de súmula do STJ, in casu, o
Enunciado 449, veja:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 449/STJ – A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de
imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.

Desse modo, temos que o STJ entende que as vagas de garagem individualizadas como
unidades autônomas e com registro individual e matrícula própria (cf. REsp 869497/RS, Rel.
Min. Denise Arruda, 1ª Turma, j. em 18.09.2007, p. em DJ 18.10.20070), não se enquadram
no conceito de bem de família trazido no art. 1º da Lei n. 8.009/1990, verbis:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não
responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza,
contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam,
salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção,
as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de
uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.

Letra c.

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013. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO VIII/2012) Eduardo e Mônica, casados, tinham


um filho menor chamado Renato. Por orientação de um advogado, Eduardo e Mônica, em
2005, fizeram os respectivos testamentos e nomearam Lúcio, irmão mais velho de Eduardo,
como tutor do menor para o caso de alguma eventualidade. Pouco antes da nomeação por
testamento, Lúcio fora definitivamente condenado pelo crime de dano (art. 163 do Código
Penal), mas o casal manteve a nomeação, acreditando no arrependimento de Lúcio, que,
desde então, mostrou conduta socialmente adequada.
Em 2010, Eduardo e Mônica morreram em um acidente aéreo. Dois anos depois do acidente,
pretendendo salvaguardar os interesses do menor colocado sob sua tutela, Lúcio, prevendo
manifesta vantagem negocial em virtude do aumento dos preços dos imóveis, decide alienar
a terceiros um dos bens imóveis do patrimônio de Renato, depositando, imediatamente, todo
o dinheiro obtido na negociação em uma conta de poupança, aberta em nome do menor.
Diante do caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) A nomeação de Lúcio como tutor é inválida em razão de ter sido condenado criminalmente,
independentemente do cumprimento da pena, mas a alienação do imóvel é lícita, pois
atende ao princípio do melhor interesse do menor.
b) A nomeação de Lúcio como tutor é válida, apesar da condenação criminal, e a alienação
do imóvel é lícita, pois atende ao princípio do melhor interesse do menor.
c) A nomeação de Lúcio como tutor é válida, apesar da condenação criminal, mas a alienação
do imóvel, sem prévia avaliação e autorização judicial, é ilícita.
d) A nomeação de Lúcio é inválida em razão de ter sido condenado criminalmente, mas a
alienação do imóvel é lícita, pois somente bens móveis de alto valor necessitam de prévia
avaliação e autorização judicial.

Inicialmente, temos que a tutela constitui instituto de direito assistencial para a defesa
de interesses de menores não emancipados, não sujeitos ao poder familiar, visando a sua
proteção. Na verdade, o grande objetivo da tutela é a administração dos bens patrimoniais do
menor. Enuncia o art. 1.728 que os filhos menores são postos sob tutela com o falecimento
dos pais, ou sendo estes julgados ausentes ou em caso de os pais decaírem do poder familiar
(TARTUCE, Flávio, Manual de Direito Civil, Método. p. 1.164).
Os dois questionamentos da questão são:
I – A nomeação de Lúcio foi válida?
II – A alienação do imóvel foi válida?
Vamos às respostas:
I – Segundo o Código Civil de 2002, o direito de nomear tutor, por meio de testamento ou
de qualquer outro documento autêntico, compete aos pais, em conjunto.
Ocorre que nem todas as pessoas podem ser tutores de um menor.
Vejamos:

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Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam:
I – aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II – aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação
para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos
ou cônjuges tiverem demanda contra o menor;
III – os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos
da tutela;
IV – os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os
costumes, tenham ou não cumprido pena;
V – as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias
anteriores;
VI – aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela.

Analisando o dispositivo legal, percebemos que a condenação por crime de dano, por si só,
não tem o condão de afastar a legitimidade e a idoneidade da nomeação do tutor. Logo,
concluímos que a nomeação de Lúcio como tutor é válida.
II – O Código Civil de 2002 apresenta o procedimento necessário para alienação do patrimônio
imobiliário do menor.

Art. 1.748. Compete também ao tutor, com autorização do juiz:


IV – vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em que
for permitido;
Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela somente podem ser vendidos quando
houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial e aprovação do juiz.

Analisando o dispositivo, percebemos que, ainda que com manifesta vantagem, a alienação
de imóvel pertencente ao menor depende de prévia avaliação judicial e aprovação do juiz (o
que não fora feito no caso). Desta forma, concluímos que a venda do imóvel foi irregular.
Assim, destacando o que era pertinente, tem-se que a nomeação de Lúcio como tutor é
válida, apesar da condenação criminal, mas a alienação do imóvel, sem prévia avaliação e
autorização judicial, é ilícita.
Letra c.

014. (VUNESP/TJ-SP/ASSISTENTE SOCIAL JUDICIÁRIO/2022) Do ponto de vista formal, no


que se refere à guarda dos filhos, a partir de 2014, observa-se no Código Civil prevalência
da guarda compartilhada. Em não havendo acordo entre os pais quanto à guarda dos filhos,
a Lei n. 13.058/2014 (Artigo 1.584, § 2º) determina que “(...) encontrando-se ambos os
genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se
um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor”. Também o
papel da equipe do Judiciário ficou estabelecido nesse artigo 1.584, § 3º, como sendo de
orientação técnico-profissional, com vistas

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a) à compatibilidade com a natureza da medida.


b) ao pleno exercício do poder familiar.
c) à medida cautelar de guarda.
d) à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe.
e) ao grau de parentesco e às relações de afinidade e afetividade.

Nos termos das disposições do art. 1.584, § 3º, CC:


Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de
separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição
de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
§ 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda
compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e
as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas.
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo
se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.
§ 3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda
compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se
em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão
equilibrada do tempo com o pai e com a mãe.
§ 4º A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral
ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor.
§ 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá
a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de
preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade.
§ 6º Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer
dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00
(quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação.

Letra c.

015. (IDECAN/TJ-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO-PSICÓLOGO/2022) A respeito do processo de


adoção, analise as afirmativas a seguir:
I – A prioridade de guarda é para os pais que tiverem acordado, nos casos consensuais.
Não havendo acordo entre os pais, segundo o artigo 1.584 do Código Civil, a lei dispõe da
atribuição da guarda dos filhos para aquele que tiver melhores condições de exercê-la.
II – O artigo 1.586 do Código Civil restringe a autonomia do juiz na decisão sobre guarda em
casos considerados graves, tendo como condição a priorização dos filhos.

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III – Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de
maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os
pais.
É correto o que se afirma
a) apenas em I e III.
b) em I, II e III.
c) apenas em I.
d) apenas em I e II.
e) apenas em III.

I – Certa. A banca considerou a assertiva correta, mas discordamos do gabarito. Isso porque,
não obstante seja consenso que, a partir das alterações promovidas pelas Leis n. 11.698/2008
e 13.058/2014 no Código Civil, a guarda compartilhada – que poderá ser requerida pelos
pais, em caso de consenso, ou decretada pelo juiz em atenção a necessidades específicas do
filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com
a mãe (art. 1.584, I e II, CC) – passou a ser a regra, o art. 1.584 do CC não traz disposição
que atribua a guarda dos filhos para o genitor que tiver melhor condições de exercê-la
(guarda unilateral), quando não houver acordo. Pelo contrário, inexistindo consenso – e
sempre considerando o melhor interesse da criança/adolescentes – caso ambos os pais
estejam aptos a exercer o poder familiar, o magistrado atribuirá a guarda compartilhada,
salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor (art.
1.584, § 2º, CC).
II – Errada. Pelo contrário, o art. 1.586 do Código Civil confere liberdade ao juízo, em prol do
melhor interesse dos filhos, para a regulação da guarda de forma diversa ao estabelecido
nos arts. 1.583 e 1.584 do CC, a exemplo da entrega da criança/adolescente a um terceiro
ou a um estranho. Nesse contexto, anota a Profa. Maria Helena Diniz (Código Civil anotado.
14. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, pp. 1.118-1.119) que o “princípio da mutabilidade da
sentença judicial no que atina à guarda dos filhos, possibilitando sua revisão em favor do
interesse da prole, está consagrado doutrinária e jurisprudencialmente”, uma vez que não
faz coisa julgada material, mas tão somente formal.
III – Certa. A assertiva está de acordo com o art. 1.586 do Código Civil, veja:

Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de
maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais.

Letra a.

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016. (FGV/SEM/ADVOGADO/2022) Maria decide divorciar-se de João, com quem era casada
há 7 (sete) anos, tendo dois filhos em comum, menores de idade (10 e 12 anos de idade). O
casal já havia se separado de fato há 6 (seis) meses, com Maria residindo com as crianças
na Asa Sul de Brasília e João residindo na região do Gama (DF).
Não havendo acordo, Maria propõe ação de divórcio com pedido de guarda unilateral dos
dois filhos a seu favor, com restrição de visitas ao pai, para as manhãs de domingo. Ao final,
requer, também, a condenação do pai – e dos avós paternos – ao pagamento de prestação
alimentar a favor dos filhos menores.
Sobre o caso acima, em caso de falecimento de Maria, assinale a afirmativa correta.
a) O foro competente para a propositura da ação de divórcio ajuizada por Maria é o de
domicílio de Maria ou do réu João, à livre escolha da autora da ação.
b) Mesmo que não haja acordo entre as partes, o juízo só deve atender ao pedido de guarda
unilateral se João renunciar ao exercício da guarda ou for demonstrada a inaptidão de João
para exercer poder familiar.
c) A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e solidária, razão pela
qual devem arcar com a prestação caso estejam presentes os requisitos da necessidade e
possibilidade.
d) Para que o pedido de concessão de alimentos a favor dos filhos menores seja julgado
procedente, Maria precisa produzir prova cabal da necessidade dos filhos menores e a
possibilidade de João em pagá-los.
e) Em razão do pleito alimentar, o valor da causa deve ser indicado pela soma de 6 (seis)
prestações mensais pedidas pela parte demandante.

a) Errada. Na ação de divórcio, havendo filho incapaz, será competente o foro do domicílio
do guardião (art. 53, I, “a”, CPC):

Art. 53. É competente o foro:


I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução
de união estável:

a) de domicílio do guardião de filho incapaz;


b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei n. 11.340, de
7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
Vale destacar que a regra disposta no preceito legal não trata de foros concorrentes, mas
subsidiários, conforme entendimento doutrinário consubstanciado no Enunciado 108 do
CJF/STJ.
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JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 108 – CJF/STJ
A competência prevista nas alíneas do art. 53, I, do CPC não é de foros concorrentes,
mas de foros subsidiários.

b) Certa. A assertiva está de acordo com o disposto no § 2ºdo art. 1.584 do Código Civil, veja:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de
separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição
de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
§ 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda
compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e
as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas.
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo
se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.

Da leitura do preceito, e tendo por base que a guarda compartilhada goza de prioridade em
nosso ordenamento, podemos concluir que, embora inexistente consenso entre os pais, o
juízo só deve atender ao pedido de guarda unilateral se um dos pais renunciar ao exercício
da guarda ou for demonstrada sua inaptidão para exercer poder familiar.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que o fato de os genitores possuírem
domicílio em cidades distintas não representa óbice à fixação da guarda compartilhada
(REsp n.1.878.041/SP, Rel.: Min. Nancy Andrighi, Órgão Julgador: 3ª Turma, j. em 25.5.2021).
c) Errada. Conforme entendimento sumulado pelo STJ, a obrigação alimentar dos avós tem
natureza complementar e subsidiária, razão pela qual devem arcar com a prestação no caso
de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais, conforme Enunciado
596 da súmula do tribunal, confira:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 596/STJ
A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente
se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos
pais.

d) Errada. Embora a fixação dos alimentos deva obedecer ao binômio da necessidade-


possibilidade (art. 1.694, § 1º, CC) – havendo autores e julgados que acrescem o critério da
proporcionalidade – não há necessidade de prova exauriente desses requisitos, havendo,
em favor dos alimentandos, uma presunção da necessidade, como bem apontado pela

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Profa. Maria Berenice Dias (Alimentos e presunção da necessidade. In: Portal do Instituto
Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam). 4 Maio 2006. Disponível em: https://ibdfam.org.
br/artigos/221/Alimentos+e+p...):

Nem é necessário justificar o porquê a Lei de Alimentos (Lei n. 5.578-68 – LA) dispõe de rito
especial e procedimento abreviado. A razão está em seu próprio nome: visa a dar cumprimento
a direito que necessita de adimplemento imediato, direito que garante a vida, a sobrevivência.
Proposta a ação de alimentos, mediante a prova do vínculo de parentesco ou da obrigação
alimentar (LA, art. 2º), o juiz estipula, desde logo, alimentos provisórios. As necessidades do
autor não precisam ser comprovadas, pois a busca de alimentos é a prova da necessidade de
quem os pleiteia. Tanto é assim, que a própria lei impõe a concessão dos alimentos provisórios. A
necessidade é presumida. Independente da origem do encargo alimentar, impositiva a concessão
de alimentos provisórios, ainda que não requeridos. Trata-se de presunção juris tantum. É o que
está dito claramente na lei (art. 4º): Ao despachar a inicial, o juiz fixará desde logo alimentos
provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles
não necessita. A norma é cogente, de redação cristalina, a não dar margem a interpretações ou
dúvidas.

e) Errada. Em relação ao pleito alimentar, deve-se indicar, como valor da causa, a soma de
12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor (art. 292, III, CPC).
Letra b.

017. (FGV/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO-PSICOLOGIA/2022) Rodolfo ajuizou uma ação


pleiteando guarda compartilhada em relação a seu filho, Antônio, de 5 anos, sendo contestada
pela mãe da criança, Marlene, alegando que o pai jamais assumiu responsabilidade. Segundo
a mãe, não faria sentido o pai exercer a guarda conjuntamente, passados dois anos desde
a separação.
O juiz encaminhou o processo para a equipe interdisciplinar, cuja orientação deverá visar,
de acordo com a Lei n. 13.058/2014:
a) o diagnóstico de atos de alienação parental;
b) a divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe;
c) a identificação de quem detém melhor condição de guarda;
d) a investigação da existência de eventual psicopatologia nos genitores;
e) a contraindicação da guarda compartilhada quando não houver acordo entre os pais.

a) Errada. Atos de alienação parental são as interferências na formação psicológica da


criança ou do adolescente promovidas ou induzidas por um dos genitores, pelos avós ou
pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância
para que repudie genitor ou que causem prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de
vínculos com este (art. 2º, Lei n. 12.318/2010). Constatada essa prática, que pode se dar em
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qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente (a exemplo, nessa


segunda hipótese, da ação de guarda), o magistrado, caso entenda necessário, determinará
a realização de perícia psicológica ou biopsicossocial, que servirá de subsídio para fixação
das medidas legais cabíveis, sempre tendo como orientação o melhor interesse da criança
e do adolescente (arts. 5ºe 6º, Lei n. 12.318/2010).
b) Certa. Com as alterações promovidas pela Lei n. 13.058/2014 no Código Civil, a guarda
compartilhada passou a ser prioritária. Nesse contexto, prescreve a lei civil que, na fixação
das atribuições do pai e da mãe no exercício da guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou
a requerimento do MP, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe
interdisciplinar, tendo por fim o estabelecimento da divisão equilibrada do tempo da criança
ou do adolescente com o pai e com a mãe, conforme § 3ºdo art. 1.584 do CC. Veja:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de
separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição
de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
§ 3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda
compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em
orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada
do tempo com o pai e com a mãe.

c) Errada. A guarda compartilhada pressupõe o exercício conjunto pelos pais, de modo que
a orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar deverá ter por parâmetro
a divisão equilibrada do tempo da criança/adolescente com seus genitores (art. 1.584, §
3º, CC).
d) Errada. Vide comentário da assertiva anterior.
e) Errada. Vide comentário da assertiva C.
Letra b.

018. (CEBRASPE-CESPE/TJDFT/JUIZ DE DIREITO/2023) Pedro ajuizou ação requerendo o


reconhecimento de sua paternidade biológica de Rafael, com quatorze anos de idade, em
cuja certidão de nascimento já constava o nome do padrasto como pai.
Nessa situação hipotética,
a) não há impedimento quanto à procedência da ação apenas se a paternidade socioafetiva
não tiver sido declarada em registro público de notas e títulos.
b) há impedimento quanto à procedência da ação, em razão dos efeitos jurídicos que esta
causaria.
c) há impedimento quanto à procedência da ação, porquanto só se admite um pai, biológico
ou não.

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d) não há impedimento quanto à procedência da ação, porquanto podem ser reconhecidos


os dois vínculos.
e) não há impedimento quanto à procedência da ação, porquanto Rafael ainda é menor de
idade.

A regra geral é que somente por prova de erro ou falsidade do registro é que se pode
reclamar estado contrário do que consta do registro, nos termos do art. 1.604 do CC, veja:

Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento,
salvo provando-se erro ou falsidade do registro.

Porém, o STF admite a possibilidade do reconhecimento de dupla paternidade quando, embora


existente paternidade socioafetiva (do padrasto, no caso), o filho deseja o reconhecimento
da paternidade biológica, decorrendo daí todos os efeitos jurídicos, inclusive sucessórios.
A tese respectiva foi fixada nos seguintes termos:

JURISPRUDÊNCIA
A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitantemente baseado na origem biológica,
com os efeitos jurídicos próprios. (RE 898060, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno,
julgado em 21/09/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-
187 DIVULG 23-08-2017 PUBLIC 24-08-2017).

Letra d.

019. (VUNESP/TJ-SP/NOTÁRIO E REGISTRADOR-PROVIMENTO/2022) Sobre o instituto da


emancipação, pode-se afirmar que
a) o filho reconhecido, sem seu próprio consentimento, somente poderá impugnar o
reconhecimento até um ano após a maioridade civil, não havendo prazo para os emancipados.
b) o filho reconhecido, sem seu próprio consentimento, pode impugnar o reconhecimento
até quatro anos após a emancipação.
c) a pessoa emancipada necessitará do consentimento de seu tutor para impugnar
reconhecimento de filiação.
d) vige a tutela até a maioridade, independentemente da emancipação do tutelado.

a) Errada. O filho maior não pode ser reconhecido sem seu próprio consentimento e o filho
menor poderá impugnar o reconhecimento nos quatro anos que se seguirem à maioridade
ou à emancipação, nos termos do art. 1.614 do CC. Veja:

Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode
impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.

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b) Certa. A alternativa está de acordo com o disposto no art. 1.614 do Código Civil.

Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode
impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.

“A emancipação é a antecipação da capacidade plena, em virtude da autorização dos


representantes legais do menor ou do juiz, ou pela superveniência de fato a que a lei atribui
força para tanto” (Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho, Manual de Direito Civil, 6ª ed.,
Saraiva Educação, 2022, p. 105).
c) Errada. A pessoa emancipada não tem tutor, portanto, não há que se falar no consentimento
deste para impugnar reconhecimento de filiação.
d) Errada. A emancipação põe fim à tutela (art. 1.758, Código Civil).

Art. 1.758. Finda a tutela pela emancipação ou maioridade, a quitação do menor não produzirá
efeito antes de aprovadas as contas pelo juiz, subsistindo inteira, até então, a responsabilidade
do tutor.

A tutela é instituto de proteção de menores mediante a qual é outorgada a representação,


o governo e assistência dos menores de idade que carecem dos pais (Rolf Madaleno, Manual
de Direito de Família, 4ª ed, Forense, 2022, p. 762).
Letra b.

020. (CEBRASPE-CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) Condição imposta pelo


suposto pai no ato de reconhecimento do filho será considerada
a) nula.
b) anulável.
c) válida, em se tratando de prova própria.
d) ineficaz.
e) válida, se o filho for maior.

Trata-se de previsão do art. 1.613 do CC:

Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.

Letra d.

021. (CPCV UERR/UERR/ANALISTA TÉCNICO JURÍDICO/2022) A respeito das relações de


parentesco, de acordo com o Código Civil, assinale a opção correta.
a) O marido pode contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo essa
ação imprescritível.

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b) O parentesco por afinidade na linha reta e colateral extingue-se com a dissolução da


união estável.
c) A ação que objetiva provar a filiação é personalíssima, de modo que apenas o filho poderá
propô-la.
d) Pode-se vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento apenas se
restar provado que houve erro.
e) O parentesco por afinidade abrange os parentes colaterais do cônjuge, incluídos seus
primos.

a) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil:

Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua
mulher, sendo tal ação imprescritível.

b) Errada. De acordo com o Código Civil, o parentesco por afinidade na linha reta não se
extingue com a dissolução da união estável. Examine:

Art. 1.595, § 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou
da união estável.

c) Errada. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver. Todavia, caso ele
morra menor ou incapaz, competirá aos herdeiros. Vejamos:

Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros,
se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado
extinto o processo.

d) Errada. Na realidade, pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de


nascimento se restar provado que houve erro ou falsidade do registro. Examine:

Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento,
salvo provando-se erro ou falsidade do registro.

e) Errada. Conforme o Código Civil, o parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes,
aos descendentes e aos irmãos do cônjuge. Examine:

Art. 1.595, § 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos
irmãos do cônjuge ou companheiro.

Letra a.

022. (FCC/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO/2022) Segundo previsão legal expressa, perderá


por ato judicial o poder familiar o pai ou mãe que

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a) submeter o filho à prostituição ou à exploração do trabalho infantil.


b) praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar falsa denúncia para
obstar a convivência com o filho.
c) entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de guarda, tutela ou adoção.
d) praticar contra filho crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.
e) descumprir, dolosa ou culposamente, determinação da autoridade judiciária ou do
Conselho Tutelar aplicada em favor do filho.

Prezado concurseiro, segundo previsão legal expressa, perderá por ato judicial o poder
familiar o pai ou mãe que praticar contra filho crime contra a dignidade sexual sujeito
à pena de reclusão. É o que dispõe a alínea “b”, inciso I, parágrafo único do art. 1.638 do
Código Civil, vejamos:

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V – entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:

a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando


se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher;
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;

II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:

a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando


se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher;
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena
de reclusão.
Letra d.

023. (INSTITUTO AOCP/MPE-MS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2022) Assinale a alternativa


INCORRETA.
a) Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir
da citação.
b) Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a se submeter ao exame de DNA induz
presunção juris tantum de paternidade.

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Direito de Família – Parte II
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c) O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento pode ser feito em testamento.
d) A paternidade socioafetiva impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante,
baseado na origem biológica.
e) É possível o reconhecimento da paternidade socioafetiva post mortem, isto é, após o
falecimento de quem se pretende reconhecer como pai.

a) Certa. É o teor do Enunciado 277 da súmula do STJ, veja:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 277/STJ
Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir
da citação.

b) Certa. A assertiva corresponde ao Enunciado 301 da súmula do STJ:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 301/STJ
Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz
presunção juris tantum de paternidade (presunção relativa).

Merece registro, ainda, o § 1ºdo art. 2º-A da Lei n. 8.560/1992, incluído pela Lei n. 12.010/2009,
que acolheu, em sede normativa, o entendimento do tribunal:
Art. 2º-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente
legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.
§ 1º A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético – DNA gerará a presunção da
paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.
§ 2º Se o suposto pai houver falecido ou não existir notícia de seu paradeiro, o juiz determinará,
a expensas do autor da ação, a realização do exame de pareamento do código genético (DNA) em
parentes consanguíneos, preferindo-se os de grau mais próximo aos mais distantes, importando
a recusa em presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.

c) Certa. É o que se depreende dos arts. 1.609, III, e 1.610, ambos do Código Civil:
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja
sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu
falecimento, se ele deixar descendentes.
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.

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d) Errada. De acordo com a tese fixada pelo STF, em repercussão geral (Tema 622), a
paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento
do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos
próprios (RE n. 898.060/SC, Rel.: Min. Luiz Fux, Pleno, j. em 21.9.2016).
e) Certa. De fato, o STJ possui entendimento no sentido de ser juridicamente admitido
em nossa ordem jurídica o reconhecimento de paternidade/maternidade/fraternidade
socioafetiva post mortem (vide, por exemplo, REsp n. 1.674.372/SP, Rel.: Min. Marco Buzzi,
Órgão Julgador: 4ª Turma, j. em 4.10.2022 e REsp n. 1.291.357/SP, Rel.: Min. Marco Buzzi,
Órgão Julgador: 4ª Turma, j. em 20.10.2015).
Letra d.

024. (IESES/TJ-TO/NOTÁRIO E REGISTRADOR-PROVIMENTO/2022) Na constância do poder


familiar, os pais detêm o usufruto e a administração dos bens dos filhos menores. A respeito
deste assunto, leia as assertivas:
I – Os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento antes do seu reconhecimento
estão excluídos do usufruto e administração daquele que o reconheceu.
II – Os pais podem gravar de ônus real os imóveis dos filhos quando houver necessidade ou
interesse da prole, independente de autorização judicial.
III – É possível deixar bens em testamento ao menor de idade e excluir o usufruto e
administração dos pais sobre estes bens, nomeando curador especial.
IV – Os valores auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, e menor de dezoito anos, no
exercício de atividade profissional, excluem-se do usufruto e administração dos pais.
Com base nas assertivas acima, assinale a alternativa correta:
a) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
b) Todas as assertivas estão corretas.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.

I – Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil:

Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da administração dos pais:


I – os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento, antes do reconhecimento;

II – Errada. Faz-se necessária autorização judicial. Vejamos:

Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair,
em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por
necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.

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III – Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:

Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tutor.


§ 2º Quem institui um menor herdeiro, ou legatário seu, poderá nomear-lhe curador especial
para os bens deixados, ainda que o beneficiário se encontre sob o poder familiar, ou tutela.

IV – Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil:

Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da administração dos pais: [...]


II – os valores auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, no exercício de atividade profissional
e os bens com tais recursos adquiridos;

Letra a.

025. (FCC/MPE-PB/TÉCNICO MINISTERIAL-SEM ESPECIALIDADE/2023) No direito de família,


os alimentos
a) não podem ser fixados em favor dos pais contra os filhos, em razão do princípio da
hereditariedade.
b) poderão ser cobrados dos avós da criança, caso o genitor ou a genitora não estejam em
condições de pagar alimentos.
c) devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante, sem considerar os
recursos da pessoa obrigada.
d) não são devidos aos filhos havidos fora do casamento.
e) podem ser renunciados pela criança em relação ao pai, quando representada por sua
genitora.

a) Errada. Os alimentos podem ser fixados em favor dos pais contra os filhos. Examine:

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

b) Certa. A assertiva está de acordo com o Código Civil, bem como com a Súmula 596 do
STJ. Vejamos:

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 596-STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e
subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de
seu cumprimento pelos pais.

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c) Errada. Os alimentos devem ser fixados, também, na proporção dos recursos da pessoa
obrigada. Vejamos:

Art. 1.694, § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante
e dos recursos da pessoa obrigada.

d) Errada. Os alimentos são, sim, devidos aos filhos havidos fora do casamento, visto que
estes terão os mesmos direitos e qualificações dos filhos havidos da relação de casamento,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Vejamos:

Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

e) Errada. Na realidade, os alimentos não podem ser renunciados. Vejamos:

Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo
o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.

Letra b.

026. (CEBRASPE-CESPE/TJ-SC/NOTÁRIO E REGISTRADOR-PROVIMENTO/2023) Carlos é um


homem viúvo de sessenta e quatro anos de idade e, durante alguns anos, recebeu mesada
do seu filho Pedro, porque não desenvolvia trabalhos remunerados por questões de saúde.
No ano corrente, Pedro faleceu, o que causou a drástica diminuição de renda de Carlos, que
passou a auferir somente a pensão por morte de sua esposa, o que o deixou em situação
de miserabilidade. Após o falecimento da esposa e do filho, restaram como familiares de
Carlos somente dois irmãos unilaterais um pouco mais novos e de idades distintas e sobre
os quais sabe, embora não tenha com eles contato próximo há alguns anos, que gerenciam
conjuntamente uma fábrica de embalagens que gera bastante lucro.
Em relação a essa situação hipotética, é correto afirmar, à luz da legislação de regência, que
a) cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de Carlos,
os quais teriam uma obrigação subsidiária entre eles, sendo preferencialmente obrigado
o mais velho.
b) cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de Carlos,
que teriam uma obrigação solidária entre eles.
c) não cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de
Carlos dado o parentesco unilateral.
d) não cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de
Carlos porque este recebe uma pensão por morte.
e) não cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos de
Carlos porque esse tipo de demanda recai somente a ascendentes e descendentes diretos.

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a) Errada. Na verdade, a obrigação é solidária entre eles, podendo Carlos optar.


b) Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo da Lei n. 10.741/2003. Isso
porque a obrigação alimentar é solidária, e como Carlos é idoso, pode este optar entre os
seus irmãos (prestadores). Vejamos:

Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003


Art. 1º É instituído o Estatuto da Pessoa Idosa, destinado a regular os direitos assegurados às
pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo a pessoa idosa optar entre os prestadores.

c) Errada. Cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos
de Carlos, ainda que unilaterais. Vejamos:

Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.

d) Errada. Inexiste previsão legal nesse sentido.

Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem
pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode
fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.

e) Errada. Não recai somente a ascendentes e descendentes diretos, visto que, faltando
estes, cabe a obrigação aos irmãos, assim germanos como unilaterais. Vejamos:

Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.

Letra b.

027. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXXVIII/2023) Robson, advogado de sucesso


e bem-sucedido profissionalmente, foi preso e condenado, com sentença transitada em
julgado, pelo crime de homicídio, iniciando o cumprimento de sua pena no regime fechado.
Ele é pai de Raquel, 17 anos, fruto de sua união com Rose e ambos compartilham a guarda
da filha. Rose e Robson divorciaram-se e, em ação própria, foi fixado o dever de Robson
prover alimentos para Raquel.
A respeito dos efeitos da prisão de Robson sobre o dever de alimentos, assinale a afirmativa
correta.
a) Afasta-se a obrigação de prestar alimentos de Robson considerando que a mãe de Raquel,
Rose, ainda está viva.
b) A prisão de Robson suspende o dever de prestar alimentos, que volta a produzir seus
efeitos imediatamente após o cumprimento integral da pena.

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c) Robson poderá cessar a prestação de alimentos, independente de interpelação judicial,


assim que Raquel alcançar a maioridade, o que acontecerá muito em breve.
d) O fato de Robson estar preso não afasta sua obrigação alimentar.

a) Errada. A prisão de Robson não afasta a obrigação de prestar alimentos, mesmo estando
viva a mãe da alimentanda.
b) Errada. A prisão de Robson não suspende o dever de prestar alimentos, mesmo preso
persiste a obrigação.
c) Errada. Robson não poderá cessar a prestação de alimentos em razão da prisão. E mesmo
atingida a maioridade da filha é necessário que requeira judicialmente o cancelamento da
pensão alimentícia, de acordo com a Súmula 358 do Superior Tribunal de Justiça:

JURISPRUDÊNCIA
O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito
à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.

d) Certa. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, o fato de estar preso não isenta
o alimentante de seu dever para com o alimentado, pois existe a possibilidade de exercer
atividade remunerada no cárcere. Assim decidiu, entre outros julgados, no Recurso Especial
1.882.798/DF (Informativo 704):

JURISPRUDÊNCIA
O fato de o devedor de alimentos estar recolhido à prisão pela prática de crime não
afasta a sua obrigação alimentar, tendo em vista a possibilidade de desempenho
de atividade remunerada na prisão ou fora dela a depender do regime prisional do
cumprimento da pena.

Letra d.

028. (FCC/DPE-AP/DEFENSOR PÚBLICO/2022) Júlia, mãe de Jonathan, 4 anos, ajuizou


ação de alimentos em face do pai da criança por intermédio da Defensoria Pública. Ao
receber a demanda, o Juiz de Direito da 1a Vara de Família de Macapá arbitrou valor de
alimentos provisórios devidos pelo pai à razão de 30% dos rendimentos líquidos, em caso de
trabalho com vínculo empregatício ou 30% do salário-mínimo nacional, em caso de trabalho
informal ou desemprego. Logo após a decisão dos alimentos provisórios, nos meses de
janeiro, fevereiro e março de 2022, a representante legal da criança recebeu os alimentos
diretamente do pai da criança à razão de 30% do salário-mínimo nacional e também pela

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empresa empregadora do genitor via desconto em folha de pagamento. O valor recebido


a maior foi integralmente revertido em favor da criança e, até então, o pai nunca havia
contribuído com o sustento do filho. Diante do caso, a representante legal
a) deverá necessariamente devolver o valor dos alimentos, pois o recebimento em duplicidade
gera enriquecimento sem causa à genitora.
b) poderá sustentar a não devolução dos valores, considerando a característica da
irrepetibilidade dos alimentos.
c) poderá sustentar a não devolução dos valores, considerando a característica da
irrenunciabilidade dos alimentos.
d) deverá necessariamente devolver metade do valor dos alimentos, mediante desconto
do valor nas prestações alimentares futuras.
e) poderá sustentar a não devolução dos valores, considerando a característica da
imprescritibilidade da obrigação alimentar.

a) Errada. Veja o comentário da letra ‘’B’’.


b) Certa. A assertiva está de acordo com o entendimento da 3ª Turma do STJ. Isso porque o
princípio da irrepetibilidade norteia as regras do direito de família, em especial com relação
aos alimentos, de tal forma que a verba alimentar, uma vez transferida ao alimentante,
ingressa definitivamente no patrimônio do alimentando. Vejamos:

JURISPRUDÊNCIA
A verba alimentar, uma vez transferida ao alimentante, ingressa definitivamente no
patrimônio do alimentando. Obviamente que o detentor da guarda tem o dever de
utilizar a quantia da melhor forma possível em favor do beneficiário. Contudo, ainda que
se discorde da aplicação dos recursos, não há falar em devolução da quantia utilizada
pelo credor, ante o princípio da irrepetibilidade que norteia as regras do direito de
família, em especial, com relação aos alimentos. CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O
alimentante pode propor ação de exigir contas contra a guardiã do menor/alimentado
para obtenção de informações acerca da destinação da pensão paga mensalmente?
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.
com.br/jurisp...>. Acesso em: 07/06/2023.

c) Errada. Não se aplica a característica da irrenunciabilidade dos alimentos na presente


questão, uma vez que esta dispõe que é irrenunciável o direito a alimentos. Ademais, conforme
o entendimento do STJ, a irrenunciabilidade aplica-se aos alimentos presentes e futuros.

Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo
o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. É irrenunciável o direito
aos alimentos presentes e futuros.

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JURISPRUDÊNCIA
O credor pode, contudo, renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não prestados.
Isso porque a irrenunciabilidade atinge o direito, e não o seu exercício.
STJ. 3ª Turma. REsp 1529532-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
09/06/2020 (Info 673). O STJ, ao interpretar esse dispositivo, afirma que: 1) o direito
aos alimentos presentes e futuros é irrenunciável; 2) essa proibição de renúncia não
se aplica para as prestações vencidas; 3) assim, o credor pode deixar de cobrar as
prestações vencidas mesmo que já esteja na fase executiva. A proibição de que haja
renúncia do direito aos alimentos decorre da natureza protetiva do instituto dos
alimentos. Contudo, essa irrenunciabilidade atinge tão somente o direito, e não o seu
exercício.

[...] A irrenunciabilidade atinge o direito, não seu exercício. Se de Um lado, não é possível a renúncia
ao direito a alimentos, de outro não se pode obrigar o beneficiário a exercer esse direito. [...] A
irrenunciabilidade diz com o direito a alimentos e não com as prestações vencidas e não pagas.
Não alcança o débito alimentar. Mesmo quando o credor é incapaz, é admissível transação
reduzindo o valor da dívida. Ou seja, o credor não pode renunciar ao direito de pleitear alimentos.
Mas, em sede de cobrança, a transação perdoando ou reduzindo débitos pretéritos pode ser
homologado judicialmente. (DIAS, Maria Berenice. Alimentos: direito, ação, eficácia e execução. 2ª
ed. São Paulo: RT, 2017, págs. 38-39). CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível a realização
de acordo com a finalidade de exonerar o devedor do pagamento de alimentos devidos e não
pagos. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.
com.br/jurisp...>. Acesso em: 07/06/2023.

d) Errada. Veja o comentário da letra ‘’B’’.


e) Errada. Não se trata de imprescritibilidade, mas sim irrepetibilidade dos alimentos. Veja
o comentário da letra ‘’B’’.

Art. 197. Não corre a prescrição:


II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;

Letra b.

029. (FGV/SENADO/CONSULTOR LEGISLATIVO-ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO-DIREITO


CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E AGRÁRIO/2022) Eduarda, espanhola, residente no Brasil desde
1993, e Marcelo, brasileiro, casaram-se em 1997, pelo regime da comunhão parcial de
bens, adquiriram onerosamente dois imóveis durante o matrimônio, sendo que um deles
por meio de valores exclusivamente obtidos pela venda de um terreno, advindo da herança
do pai de Marcelo. Devido a impossibilidade de procriação por parte de Marcelo, o casal
adotou, em 2006, uma criança recém-nascida, originária da Espanha. Em 2019, houve o

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divórcio do casal, tendo Eduarda, por força de acordo, a guarda da filha, cabendo ao genitor
o pagamento da pensão alimentícia.
Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) O divórcio do casal depende necessariamente da prévia partilha dos bens.
b) Os dois imóveis adquiridos onerosamente na constância do casamento estão inclusos
na comunhão, pertencendo, por conseguinte, ao casal.
c) Ao atingir a maioridade, o cancelamento de pensão alimentícia da filha do casal está
sujeito a decisão judicial, mediante contraditório.
d) A guarda da filha do casal deveria ser compartilhada por força legal, visto que a guarda
exclusiva só se admite na hipótese de abandono afetivo de um dos genitores.
e) A adoção de uma criança estrangeira por um casal residente no Brasil deverá ser feita
mediante intervenção direta e exclusiva da autoridade judiciária brasileira de âmbito federal.

a) Errada. Nos termos do art. 1.581 do Código Civil, o divórcio pode ser concedido sem a
prévia partilha de bens.
b) Errada. Como um dos imóveis foi adquirido com recursos advindos da herança do pai
de Marcelo (sub-rogação objetiva), tem-se sua exclusão da comunhão ante a previsão do
art. 1.659, I, CC:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;

c) Certa. De fato, conforme consolidado entendimento do STJ, a maioridade não constitui


causa automática de cancelamento da pensão alimentícia, que deverá ser submetido à
apreciação judicial mediante contraditório, nos termos do Enunciado 358 da súmula da
Corte Superior, veja:

JURISPRUDÊNCIA
O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito
à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.

d) Errada. A partir das alterações promovidas pela Lei n. 13.058/2014, a guarda compartilhada
passou a ser a regra em nossa ordem jurídica. Todavia, ao contrário do que consta na
assertiva, a guarda unilateral não é admitida tão somente na hipótese de abandono afetivo
por parte de um dos pais, podendo ser aplicada quando houver acordo entre eles, bem
como se um deles declarar ao magistrado que não deseja a guarda da criança/adolescente,
consoante § 2ºdo art. 1.584 do CC, sempre tendo em vista o melhor interesse da criança
e do adolescente:

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Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de
separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição
de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
§ 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda
compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e
as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas.
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo
se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.

e) Errada. No processo de adoção de criança estrangeira por brasileiros – que consubstancia


espécie de adoção internacional – temos a intervenção das Autoridades Centrais Estadual
e Federal, ex vi do art. 52-C, caput, do ECA:

Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da
autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela
Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos,
que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias
à expedição do Certificado de Naturalização Provisório.
§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de reconhecer
os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à
ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente.
§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1ºdeste artigo, o Ministério
Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da
criança ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que
fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de
origem.
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha
sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda,
na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não
tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional.

Letra c.

030. (FCC/DPE-MT/DEFENSOR PÚBLICO/2022) Flávio e Márcio lavraram escritura pública de


união estável, estabelecendo como uma das cláusulas da união a renúncia aos alimentos.
No curso da união estável, Márcio sofreu um acidente que o incapacitou para o trabalho.
Após dois anos do acidente, Flávio decidiu romper a relação e procurou a Defensoria
Pública em Cuiabá para entender seus direitos. Neste caso, respaldado por entendimento
jurisprudencial do STJ, Márcio

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a) não poderá pleitear alimentos em face de Flávio, pois a renúncia se deu em contrato
válido e eficaz, sem vícios de consentimento.
b) poderá pleitear alimentos em face de Flávio, em razão da reciprocidade existente durante
o vínculo familiar e diante da irrenunciabilidade dos alimentos.
c) poderá pleitear alimentos em face de Flávio, independentemente da comprovação de
necessidade.
d) não poderá pleitear alimentos em face de Flávio, visto que a entidade familiar da união
estável não prevê legalmente a obrigação alimentar entre os companheiros.
e) poderá pleitear alimentos em face de Flávio, somente se não tiver sido o culpado pela
dissolução do vínculo familiar.

a) Errada. Veja o comentário da letra ‘’B’’.


b) Certa. A assertiva está de acordo com o entendimento do STJ. A escritura pública em
que o casal renunciou à prestação de alimentos não perdura em virtude da superveniente
necessidade de um dos companheiros. No momento da ruptura da sociedade conjugal, a
situação que antes lhe permitia renunciar aos alimentos já não existia. A assistência material
mútua constitui tanto um direito como um dever para ambos, e tal direito não é passível
de renúncia durante a relação conjugal, pois tem previsão expressa na lei.

JURISPRUDÊNCIA
Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o
respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. Um homem e uma
mulher, na época em que conviviam juntos em união estável, fizeram uma declaração,
por escritura pública, afirmando que, em caso de dissolução da união, nenhum dos
dois iria pleitear pensão alimentícia. Em outras palavras, ambos renunciaram ao direito
aos alimentos. O STJ decidiu que, mesmo com essa renúncia, seria possível que a
ex-convivente pedisse e tivesse direito aos alimentos na hipótese em que, após essa
renúncia, ela tenha sido acometida de uma moléstia grave, que reduziu sua capacidade
laboral, comprometendo sua situação financeira. São irrenunciáveis os alimentos
devidos na constância do vínculo familiar (art. 1.707 do CC).
É válida e eficaz a renúncia manifestada no momento do acordo de separação judicial
ou de divórcio. No entanto, por outro lado, não pode ser admitida a renúncia feita
durante a vigência da união estável.
STJ. 4ª Turma. REsp 1178233-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 18/11/2014 (Info
553).

c) Errada. Veja o comentário da letra ‘’B’’.

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d) Errada. A entidade familiar da união estável prevê legalmente a obrigação alimentar entre
os companheiros. Ademais, Márcio poderá pleitear alimentos em face de Flávio.

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo
o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.

e) Errada. Veja o comentário da letra ‘’B’’


Letra b.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal,


1988.

_______. Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942. Brasília: Senado Federal, 1988.

_______. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Brasília: Senado Federal, 1988.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. 11ª a edição, Editora Saraiva,
2021.

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