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Vice-Presidente: Rodrigo Calado
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Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
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CÓDIGO:
231213108111
ANTÔNIO ALEX
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Direito Civil
Direito de Família – Parte II
Antônio Alex
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Direito de Família – Parte II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Relações de Parentesco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2. Filiação e Investigação de Paternidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1. Prova de Filiação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3. Reconhecimento de Filhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1. Reconhecimento Voluntário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.2. Averiguação Oficiosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.3. Reconhecimento Judicial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4. Suspensão e Extinção do Poder Familiar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.1. Extinção do Poder Familiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.2. Suspensão do Poder Familiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
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Direito de Família – Parte II
Antônio Alex
APRESENTAÇÃO
Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?
Sou o professor Antônio Alex Pinheiro.
Inicialmente, gostaria de lhe dizer que foi com grande satisfação que aceitei o desafio
de elaborar aulas para sua preparação para o exame da OAB (Exame da Ordem). A minha
aprovação nesse exame corresponde a uma das maiores alegrias da minha vida, sendo
que tenho certeza de que brevemente você vivenciará essa experiência incrível e que vai
transformar sua vida.
Vou me apresentar rapidamente, principalmente para que você entenda a lógica de
organização do curso. Sou graduado em Engenharia Elétrica e Direito pela UnB, com Mestrado
também pela UnB, cursando atualmente o Doutorado em Direito pelo UniCeub. Possuo
pós-graduação em Direito Processual Civil e em Direito Notarial. Também finalizei o curso
de licenciatura em Física.
Minha experiência com concursos públicos começou no ano de 2003 e continua até então.
Nessa trajetória fui aprovado nos concursos públicos da Caixa Econômica Federal, Polícia
Rodoviária Federal, Polícia Federal, Curso de Oficial da PMDF, professor da Secretaria de
Educação do Distrito Federal, professor do Instituto Federal de Brasília e Anatel. Atualmente,
ocupo o cargo de Especialista em Regulação na Anatel. Recentemente, logrei êxito na
aprovação para o cargo de Notário e Registrador dos Tribunais de Justiça do Ceará, do
Amazonas, do Paraná e de Santa Catarina, quando aprofundei meus estudos em relação ao
Direito Civil. No concurso para o cargo de Notário ou Registrador, o conteúdo de Direito Civil
tem um peso extremamente importante nas três fases: prova objetiva, prova discursiva e
prova oral.
Desde o ano de 2015, exerço também a advocacia voluntária pela Defensoria Pública
do DF na área de Direito Civil. Atualmente, estou lotado no Núcleo de Defensoria Pública
do DF junto aos Tribunais Superiores, atividade que me trouxe grande aprendizado na área
de Direito Civil.
Como fruto de minhas pesquisas, recentemente publiquei livros na área de Direito Civil.
Inclusive, nos anos de 2021 e 2022, recebi uma premiação da Confederação Nacional dos
Notários e Registradores como um autor de obras jurídicas de referência para a preparação
desses profissionais.
O nosso curso de Direito Civil foi elaborado sabendo que, diante da vida corrida, o aluno
não dispõe de muito tempo disponível para seu estudo. Assim, cada aula foi estrategicamente
pensada e elaborada com os principais conceitos relacionados ao respectivo assunto para
facilitar o entendimento e a fixação do conteúdo. Além do mais, tendo em vista a forte
cobrança de lei seca em questões de Direito Civil, para economizar seu tempo, sempre farei
menção aos artigos correspondentes ao conteúdo estudado, então não pule a leitura da lei
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Direito de Família – Parte II
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seca. Dessa forma, além de você entender o conceito estudado, vai saber como o assunto
é disposto na respectiva redação da lei, para não errar.
Procurei esgotar questões que já caíram em provas anteriores do exame da ordem da
OAB, complementando com questões de concursos quando necessário. Assim, ao final
da aula, apresento uma lista de exercícios dos últimos anos que permitem a fixação do
conteúdo estudado. Por fim, os esquemas e resumos trazem os principais pontos estudados
em cada aula, os quais recomendo que sejam estudados entre os intervalos das aulas para
facilitar a fixação do conteúdo e na última semana antes da prova. Minha intenção é fazer
com que você seja aprovado no exame da OAB, bem como possa exercer com segurança a
advocacia na área Cível.
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. O seu feedback da
aula é muito importante para que eu possa melhorar o material, não se esqueça de avaliar
ou me enviar uma mensagem pelas redes sociais.
Por favor: material obrigatório! Então, fica ligado no curso GRAN. Estou esperando as
dúvidas no Fórum do aluno!
Muito bem-vindo ao nosso curso, vamos ao trabalho e à sua aprovação!
“Nenhum obstáculo é tão grande se sua vontade de vencer for maior.”
Forte abraço e bons estudos!
Antônio Alex Pinheiro
@prof._antonio_alex
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1. RELAÇÕES DE PARENTESCO
Parentesco é o vínculo entre pessoas por sangue ou por afinidade. O art. 1.593 do CC
dispõe que o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra
origem. Natural é o parentesco decorrente de laços de sangue, e o civil é o decorrente da
lei. A expressão ‘outra origem’ representa um avanço em relação ao Código Civil de 1916,
visto que ele restringia o parentesco civil apenas ao originado a partir da adoção.
Desta forma, assim se divide o parentesco:
• Natural: decorrente dos laços de sangue;
• Civil: decorrente da lei, podendo ser subdividido em:
− Afinidade: é o vínculo que se estabelece entre um dos cônjuges ou companheiro
e os parentes do outro, assim, o vínculo do marido da filha com a sogra ou sogro;
− Adoção: é o vínculo estabelecido a partir da adoção;
− Outra origem: inclui, por exemplo, modalidades de técnicas de reprodução medi-
camente assistida.
O vínculo do parentesco se estabelece por linhas: reta e colateral, sendo a contagem
realizada por graus.
Conforme o art. 1.591, são parentes em linha reta as pessoas que estão umas para
com as outras na relação de ascendentes e descendentes, ou seja, são os bisavós, avós,
pais, filhos, netos, bisnetos etc.
Existe a chamada linha reta ascendente, quando parte de determinada pessoa em
direção aos seus antepassados – pais, avós, bisavós, tataravós etc. Por outro lado, existe a
chamada linha descendente, quando parte da pessoa em direção aos seus descendentes
– filhos, netos, bisnetos etc.
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CF/88: Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
CC: Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
CC: art. 1.829 e 1.845: os ascendentes e descendentes são sucessores legítimos e herdeiros
necessários.
Conforme o art. 1.592, são parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto
grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra, sendo os
irmãos, tios, sobrinhos e primos. Na linha reta não há limite para a contagem do parentesco,
ou seja, é infinita, já na linha colateral a contagem só vai até o quarto grau.
O parentesco em linha colateral traz os seguintes efeitos:
• Impedimento para o casamento, até o terceiro grau inclusive, (CC, art. 1.521, IV);
• A obrigação de pagar alimentos aos parentes necessitados, inclusive extensiva aos
irmãos, que são colaterais de segundo grau (art. 1.697);
• Capacidade de suceder aplicável somente dos colaterais até o quarto grau, (art. 1.839);
Portanto, os parentescos são os seguintes:
Em relação à contagem do grau de parentesco em linha reta, nos termos do art. 1.594
do CC, a distância entre dois parentes mede-se por graus. O grau é a distância em gerações,
indo de um a outro parente.
Na linha reta, os graus são contados pelo número de gerações, que constitui a relação
existente entre o genitor e o gerado. Desta forma, entre pai e filho só há uma geração,
portanto, são parentes em linha reta em primeiro grau. Já o avô e o neto são parentes em
segundo grau, existindo 2 (duas) gerações entre eles, conforme figura abaixo:
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Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
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estável com o parente afim em caso de dissolução do casamento ou da união estável. Assim,
em caso de divórcio do marido, a mulher jamais poderá se casar com sogro, por exemplo.
Entretanto, na linha colateral, a dissolução do casamento ou união estável, seja pela
morte ou divórcio de um dos cônjuges ou companheiros, faz sumir a afinidade, isto
porque, conforme art. 1.521, II, o impedimento matrimonial refere-se apenas à linha reta,
não havendo restrição para o casamento do viúvo ou divorciado com a cunhada.
Cabe ressaltar que se a dissolução da sociedade conjugal ocorrer pela separação judicial,
não há rompimento do vínculo, permanecendo o parentesco por afinidade entre o cônjuge
separado e os parentes do outro cônjuge. Por outro lado, o divórcio promove o rompimento
do vínculo e o rompimento do parentesco por afinidade.
a) Certa. Sendo Gustavo cunhado de Ricardo, haverá entre os dois parentesco por afinidade,
o qual decorre do casamento ou da união estável. O parentesco por afinidade, conforme
previsão do 1.595, § 1º, do Código Civil, em linha reta, pode ser ascendente (sogro, sogra,
padrasto e madrasta, que são afins em 1º grau) e descendente (genro, nora, enteado e
enteada, no mesmo grau de filho ou filha, portanto, afins em 1º grau).
Já os cunhados (irmãos de um e de outro cônjuge ou companheiro) são afins na linha
colateral em segundo grau:
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do
cônjuge ou companheiro.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
b) Errada. Nos termos do § 1ºdo art. 1.595 do CC, o parentesco por afinidade limita-se aos
ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Sendo Adonis
sobrinho de Ricardo, não haverá parentesco entre aquele e os pais de Raquel.
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seja, a mulher não pode cobrar por ceder o seu útero para a gestação. Na referida resolução
do CFM há previsão de barriga solidária para casais homoafetivos.
Em relação à paternidade, o Código Civil estabelece três critérios determinantes:
presunção legal (art. 1.597 do CC), biológico e socioafetivo.
O critério da presunção legal advém da regra geral de que pai é aquele demonstrado
pelo casamento, ou seja, é o marido da mãe. A presunção legal de paternidade está disposta
no art. 1.597 do CC:
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a) havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do
marido.
b) nascidos nos 300 dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal.
c) nascidos nos 360 dias subsequentes à morte do marido.
d) reconhecidos por escritura pública, até 180 dias depois de estabelecida a convivência
conjugal.
e) nascidos nos 360 dias subsequentes à nulidade do casamento.
Para resolução da questão, interessa-nos a literalidade do art. 1.597 do CC, que elenca as
hipóteses em que se presume terem os filhos sido concebidos na constância do casamento
(presunção pater is est):
Letra a.
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d) se comprovada a união estável com o genitor, por escritura pública ou sentença declaratória
registradas perante o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais da Sede ou do 1º
Subdistrito da Comarca
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art.
1523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro
marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do
segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o
inciso I do art. 1597.
d) Errada. Não há essa previsão dentre as possibilidades dos artigos 1.597 e 1.598 do CC.
Letra b.
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a) Errada. Conforme o art. 1.583, V, não é necessária comprovação de que o marido seja
incapaz de procriar, bastando apenas sua prévia autorização.
b) Certa. Conforme o art. 1.597, III, presumem-se concebidos na constância do casamento
os filhos havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido.
c) Errada. Conforme o art. 1.597, IV, do CC, configura-se para os havidos, a qualquer tempo,
quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga.
d) Errada. As presunções de paternidade, à exceção daquela prevista no inciso V do art.
1.597, são relativas ou iuris tantum, dado que admitem prova em contrário, principalmente
pelo exame de DNA.
Letra b.
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2.1.2. BIOLÓGICA
Trata-se da determinação da filiação pelo exame de DNA. A Lei n. 12.004/09 alterou
a Lei n. 8.560/92 (Lei de Investigação de Paternidade), criando o art. 2º-A e repetindo o
entendimento já existente na Súmula n. 301 do STJ, no sentido de que ninguém pode ser
obrigado a se submeter ao exame de DNA, em razão de princípios constitucionais, como,
por exemplo, ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Entretanto, no caso
de recusa em se submeter ao exame de DNA, presume-se a paternidade. Veja a letra da lei:
Art. 2º-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente
legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.
Parágrafo único. A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético – DNA gerará a
presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 301/STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao
exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.
2.1.3. SOCIOAFETIVA
O reconhecimento da filiação pelo critério socioafetivo decorre da convivência entre
os envolvidos, como se pai e filho fossem. Trata-se de uma paternidade baseada no afeto.
Exemplo de formas de paternidade socioafetiva: adoção e fertilização heteróloga com
prévia autorização do marido.
E no caso de adoção, o filho afetivo tem o direito de saber quem são os seus genitores
biológicos, nos termos do art. 48 da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Veja:
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso
irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar
18 (dezoito) anos.
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JURISPRUDÊNCIA
Nesse sentido foi a tese fixada do Recurso Extraordinário n. 898.060/SC (Rel.: Min.
Luiz Fux, Pleno, j. em 21.09.2016, p. em DJe 24.08.2017):
A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica,
com os efeitos jurídicos próprios.
Errada.
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Inicialmente, cabe ressaltar que a questão foi atualizada conforme a publicação do Provimento
n. 149/2023 do CNJ, o qual revogou o Provimento n. 63/2017 do CNJ.
a) Errada. Para o reconhecimento da paternidade socioafetiva não há necessidade de
concordância do pai biológico, podendo ser realizado diretamente nos cartórios civis, não
implicando no registro de mais de dois pais ou duas mães nos assentos registrais, conforme
Provimento n. 149/2023 do CNJ.
b) Certa. É o que consta do art. 10, caput, do Provimento n. 149/2023.
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§ 4º O pretenso pai ou mãe será pelo menos dezesseis anos mais velho que o filho a ser reconhecido.
JURISPRUDÊNCIA
Nesse contexto, vale lembrar a tese fixada pelo STF no julgamento do RE n. 898.060/
SC (Rel.: Min. Luiz Fux, Pleno, j. em 22.9.2016): A paternidade socioafetiva, declarada
ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação
concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios.
Letra b.
3. RECONHECIMENTO DE FILHOS
O reconhecimento de filho pode ocorrer de três formas:
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Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou
separadamente.
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.
Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.
007. (FGV/OAB/EXAME NACIONAL UNIFICADO XIX/2016) Júlio, casado com Isabela durante
23 anos, com quem teve 3 filhos, durante audiência realizada em ação de divórcio cumulada
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com partilha de bens proposta por Isabela, reconhece, perante o Juízo de Família, um filho
havido de relacionamento extraconjugal. Posteriormente, arrependido, Júlio deseja revogar
tal reconhecimento.
Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
a) O reconhecimento de filho só é válido se for realizado por escritura pública ou testamento.
b) O reconhecimento de filho realizado por Júlio perante o Juízo de Família é ato irrevogável.
c) O reconhecimento de filho em Juízo só tem validade em ação própria com essa finalidade.
d) Júlio só poderia revogar o ato se este tivesse sido realizado por testamento.
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja
sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Letra b.
No caso de reconhecimento de filho, nos termos do art. 1.614 do CC, se o filho a ser
reconhecido é menor, não depende do seu consentimento, entretanto, se o filho for maior,
não pode ter o reconhecimento sem o seu consentimento.
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode
impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
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registrar um filho somente com o nome da mãe (sem o nome do pai), o oficial questiona à
mãe sobre quem é o suposto pai, sendo que ela pode ou não dizer. Se a mãe não disser o
nome do suposto pai, o registro é lavrado somente com o nome da mãe.
Se a mãe disser o nome do suposto pai, o oficial retira uma segunda via do registro,
colhe os dados e envia tudo para o juiz. O juiz então designa uma audiência e tenta obter
o reconhecimento espontâneo do pai. Se não houver o reconhecimento espontâneo, o juiz
envia o caso para o Ministério Público ou Defensoria Pública para que seja proposta ação
de investigação de paternidade.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 149/STF – É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não
o é a de petição de herança.
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I – Errada. Conforme o art. 1.609, IV, CC/2002, o reconhecimento de filhos fora do casamento
pode ser realizado por manifestação direta e perante o juiz, sem necessidade de ação própria.
II – Errada. Conforme o art. 1.610 do CC, o reconhecimento de filho não pode ser revogado,
nem mesmo quando feito por testamento.
III – Certa. Conforme o parágrafo único do art. 1.609 do CC, o reconhecimento de filho pode
preceder o nascimento ou ser posterior ao seu falecimento, se o filho deixar descendentes.
Letra b.
Assim, a extinção do poder familiar pode ocorrer por fatos naturais ou por decisão judicial.
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a) O filho que possua dezesseis anos de idade, ainda que tenha contraído casamento válido,
permanece sujeito ao poder familiar de seus pais até que complete dezoito anos de idade.
b) Na constância do casamento entre os pais, havendo falta ou impedimento de um deles,
caberá ao outro obter autorização judicial, a fim de exercer com exclusividade o poder
familiar sobre os filhos comuns do casal.
c) Exorbita os limites do exercício do poder familiar exigir que os filhos prestem quaisquer
serviços aos pais, ainda que sejam considerados próprios para a idade e condição daqueles.
d) Não é autorizado ao novo cônjuge interferir no poder familiar exercido por sua esposa
sobre os filhos por ela havidos na constância do primeiro casamento, mesmo em caso de
falecimento do pai das crianças.
Desta forma, percebemos que o filho que possua dezesseis anos de idade, que tenha
contraído casamento válido, não mais permanece sujeito ao poder familiar de seus pais.
b) Errada. Em verdade, durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar
aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade,
independentemente de autorização judicial.
c) Errada. Segundo consta do art. 1.634 do CC/02, compete a ambos os pais, qualquer que
seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto
aos filhos, exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade
e condição.
d) Certa. Primeiramente, é importante consignar que o padrasto ou madrasta não exercem
poder familiar. Logo, caberá aos pais, com exclusividade, o poder familiar, sem que haja
qualquer interferência de seu novo cônjuge ou companheiro, que nada poderá influenciar em
relação à pessoa, educação (etc.) do enteado. Vejamos como o Código Civil trata da matéria:
Art. 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde,
quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem
qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.
Letra d.
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A questão deve ser resolvida conforme as disposições dos seguintes artigos do CC:
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício
do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
I – dirigir-lhes a criação e a educação; (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
II – exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do art. 1.584; (Redação dada pela
Lei n. 13.058, de 2014)
III – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para se casarem; (Redação dada pela Lei n.
13.058, de 2014)
IV – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao exterior; (Redação dada pela
Lei n. 13.058, de 2014)
V – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem sua residência permanente para
outro Município; (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
VI – nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe
sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar; (Redação dada pela Lei n. 13.058,
de 2014)
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VII – representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil,
e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
(Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
VIII – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; (Incluído pela Lei n. 13.058, de 2014)
IX – exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
(Incluído pela Lei n. 13.058, de 2014)
Art. 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde,
quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem
qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.
Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros
que casarem ou estabelecerem união estável.
Portanto, Thayane não pode impedir a convivência de Júlio Cesar com os filhos em razão do não
pagamento da pensão alimentícia nos valores que foram pleiteados, pois independentemente
das questões pendentes com relação aos alimentos, a convivência dos filhos com os pais
é um direito fundamental.
Letra c.
As hipóteses de extinção do poder familiar por decisão judicial são previstas no art.
1.638 do CC, veja:
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Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V – entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação
à condição de mulher;
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação
à condição de mulher;
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de
reclusão. (Incluído pela Lei n. 13.715, de 2018)
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Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se
tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação
à condição de mulher;
Letra b.
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes
ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério
Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres,
até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados
por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
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Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair,
em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por
necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo:
I – os filhos;
II – os herdeiros;
III – o representante legal.
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Art. 1.692. Sempre que no exercício do poder familiar colidir o interesse dos pais com o do filho,
a requerimento deste ou do Ministério Público o juiz lhe dará curador especial.
O art. 1.693 traz os bens que estão excluídos do usufruto dos pais. Veja:
6. ALIMENTOS
Alimentos consistem na prestação fornecida a uma pessoa, em dinheiro ou em espécie,
para que possa atender às necessidades vitais (não só o necessário à subsistência, mas
também vestimentas, lazer, medicamentos, instrução, habitação etc.), desde que não
possa provê-las por si.
As prestações alimentares podem ser classificadas de algumas formas:
a) Quanto à causa jurídica da obrigação:
I – Legais/legítimos: impostos pela lei, em razão de um vínculo familiar, podendo decorrer
do parentesco, do casamento ou do companheirismo (art. 1.694 do CC);
II – Indenizatórios/ressarcitórios/judiciais: decorrentes da responsabilidade civil,
resultantes da prática de um ato ilícito;
III – Voluntários: emanados de uma declaração de vontade intervivos (obrigacionais) ou
causa mortis (testamentários);
b) Quanto à natureza:
I – Civis/côngruos/necessarium personae: visam a atender todas as necessidades do
beneficiário, inclusive as de manutenção de padrão de vida, morais e intelectuais;
II – Naturais/necessários/humanitários/necessarium vitae: cobrem apenas as necessidades
básicas do credor. Ex.: o cônjuge culpado pela separação, desde que não tenha parentes em
condições de pagar alimentos, nem aptidão para o trabalho.
c) Quanto à finalidade:
I – Provisórios: fixados liminarmente em ação de alimentos pelo rito especial (Lei n.
5.578/68), sem ouvir o réu, já no despacho da inicial, para suprir necessidade do alimentado
durante a ação. Arbitrados com base nas provas apresentadas pelo Requerente, sobre suas
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Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade
resultar de culpa de quem os pleiteia.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias
as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
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Cabe ressaltar que a questão não ignorou a revogação do Provimento n. 63/2017 do CNJ
pelo Provimento n. 149/2023 do CNJ, o qual basicamente consolidou diversos provimentos
editados pelo CNJ que se encontravam fragmentados.
a) Errada. A redução fica sujeita ao crivo judicial, de modo que o juiz decidirá, independentemente
de concordância do alimentando.
b) Errada. Não há distinção entre os filhos, conforme dispõe o art. 1.596 do CC, veja:
Art. 1.Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
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Assim, os filhos socioafetivos podem, sim, pleitear alimentos frente aos pais, por força
do disposto no art. 1.696 do CC, segundo o qual os alimentos são recíprocos entre pais e
filhos. Confira:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade
resultar de culpa de quem os pleiteia.
Por isso, havendo alteração na situação financeira do provedor dos alimentos (no caso,
Antônio), é realmente possível pleitear a redução do encargo alimentar, conforme dispõe
o art. 1.699 do CC, veja:
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre,
ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias,
exoneração, redução ou majoração do encargo.
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre,
ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias,
exoneração, redução ou majoração do encargo.
Letra c.
013. (FGV/OAB/EXAME NACIONAL UNIFICADO XXIV/2017) João e Carla foram casados por
cinco anos, mas, com o passar dos anos, o casamento se desgastou e eles se divorciaram.
As três filhas do casal, menores impúberes, ficaram sob a guarda exclusiva da mãe, que
trabalha em uma escola como professora, mas que está com os salários atrasados há
quatro meses, sem previsão de recebimento. João vinha contribuindo para o sustento das
crianças, mas, estranhamente, deixou de fazê-lo no último mês. Carla, ao procurá-lo, foi
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informada pelos pais de João que ele sofreu um atropelamento e está em estado grave na
UTI do Hospital Boa Sorte. Como João é autônomo, não pode contribuir, justificadamente,
com o sustento das filhas.
Sobre a possibilidade de os avós participarem do sustento das crianças, assinale a afirmativa
correta.
a) Em razão do divórcio, os sogros de Carla são ex-sogros, não são mais parentes, não
podendo ser compelidos judicialmente a contribuir com o pagamento de alimentos para
o sustento das netas.
b) As filhas podem requerer alimentos avoengos, se comprovada a impossibilidade de Carla
e de João garantirem o sustento das filhas.
c) Os alimentos avoengos não podem ser requeridos, porque os avós só podem ser réus
em ação de alimentos no caso de falecimento dos responsáveis pelo sustento das filhas.
d) Carla não pode representar as filhas em ação de alimentos avoengos, porque apenas os
genitores são responsáveis pelo sustento dos filhos.
a) Errada. Conforme art. 1.696, CC/2002, Enunciado n. 342 da IV Jornada de Direito Civil e
Enunciado 596 da Súmula do STJ:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 342 da IV JDC: Observadas suas condições pessoais e sociais, os avós
somente serão obrigados a prestar alimentos aos netos em caráter exclusivo, sucessivo,
complementar e não-solidário quando os pais destes estiverem impossibilitados
de fazê-lo, caso em que as necessidades básicas dos alimentandos serão aferidas,
prioritariamente, segundo o nível econômico-financeiro de seus genitores.
Enunciado 596 da Súmula do STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza
complementar e subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade
total ou parcial de seu cumprimento pelos pais.
Além disso, é importante frisar que os ex-sogros mantêm o parentesco por afinidade,
conforme art. 1.595, § 2º, do CC/2002:
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do
cônjuge ou companheiro.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
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b) Certa. Conforme citação anterior, bem como o disposto no art. 1.698, CC/2002:
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias
as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Além disso, por serem absolutamente incapazes (art. 3º, CC/2002), as menores serão
representadas por sua mãe, a qual detém a guarda unilateral.
Letra b.
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Com base no caso apresentado, assinale a opção que indica quem tem obrigação de pagar
alimento a Salomão.
a) Marcos é obrigado a pagar alimentos a Salomão, no caso de necessidade deste.
b) Por ser irmão unilateral, Bernardo não deve, em hipótese alguma, alimentos a Salomão.
c) Bernardo, no caso de necessidade de Salomão, deve arcar com alimentos.
d) Bernardo e Marcos deverão dividir alimentos, entre ambos, de forma igualitária.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade
resultar de culpa de quem os pleiteia.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Da leitura dos dispositivos legais, temos que a obrigação alimentar possui caráter sucessivo,
ou seja, somente na falta dos ascendentes é que são chamados os descendentes e, na
falta desses, os irmãos, sejam eles germanos (bilaterais) ou unilaterais. No que se refere
aos idosos, embora o art. 12 do Estatuto do Idoso estabeleça a solidariedade entre os
prestadores de alimentos, o dispositivo deve ser lido em consonância com os aludidos artigos,
ou seja, deverá ser observada a ordem de preferência estabelecida no CC – ascendentes/
descendentes/irmãos, além do Poder Público, por meio da assistência social (art. 14, Lei n.
10.741/2003), de modo que não serão todos os parentes chamados a prestar alimentos.
Nesse sentido, temos a lição de Carlos Roberto Gonçalves (Direito civil brasileiro, volume
6: direito de família. 14. ed. [livro eletrônico]. São Paulo: Saraiva, 2017):
Letra c.
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BINÔMIO ALIMENTAR
a) Possibilidade econômica do alimentante: recursos da pessoa obrigada. Em relação aos
pais, quando os alimentos forem reclamados por filhos menores, é irrelevante a alegação
de falta de recursos;
b) Necessidade do alimentando: necessidades do reclamante. Na obrigação alimentar
dos genitores em relação aos filhos incapazes, a necessidade é presumida.
CARACTERÍSTICAS
Trata-se de uma obrigação sui generis:
a) Reciprocidade: são devidos reciprocamente entre cônjuges e companheiros, entre
pais e filhos, e extensivos a todos os ascendentes. Ascendentes: o grau mais próximo exclui
o mais remoto; descendentes: o grau mais próximo exclui o mais remoto; irmãos: bilaterais
ou unilaterais, sem distinção.
b) subsidiariedade: há uma subsidiariedade entre as gerações, grau mais próximo exclui
o mais distante, sendo várias as pessoas obrigadas dentro da mesma geração, exemplo
pai e mãe, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos. Intentada ação
contra uma delas, as demais serão chamadas a integrar a lide.
Obs.: Exceção: os alimentos são devidos solidariamente quando o credor for idoso (art.
12 da Lei n. 10.741/03), podendo escolher a quem acionar.
A obrigação dos avós quanto aos alimentos dos netos é subsidiária e excepcional.
A obrigação de prover o sustento dos filhos é, primeiramente, dos genitores, isto,
é dos pais, pai e mãe, e pai ou mãe, na falta de um ou outro.
Nos termos do art. 12 da Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso), a obrigação alimentar para
com o idoso é solidária.
Certo.
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a) Por estar desempregado, Roberto não é mais obrigado a pagar a pensão alimentícia ao
filho maior de idade; logo, o pagamento da pensão pode ser interrompido sem autorização
judicial.
b) O implemento da maioridade de João, por si só, faz com que não seja mais necessário o
pagamento da pensão alimentícia, independentemente da situação econômica do provedor.
c) O ordenamento jurídico tutela o alimentante de boa-fé; logo, a interrupção do pagamento
se dará com o mero fato da maioridade.
d) O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à
decisão judicial, mediante contraditório.
7. TUTELA E CURATELA
7.1. TUTELA
Tutela é o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar do menor e
administrar seus bens, nas situações do art. 1.728 do CC, destinando-se a suprir a falta
de poder familiar e tendo caráter assistencial.
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018. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XXVII/2018) Ana, que sofre de grave doença,
possui um filho, Davi, com 11 anos de idade. Ante o falecimento precoce de seu pai, Davi
apenas possui Ana como sua representante legal.
De forma a prevenir o amparo de Davi em razão de seu eventual falecimento, Ana pretende
que, na sua ausência, seu irmão, João, seja o tutor da criança.
Para tanto, Ana, em vida, poderá nomear João por meio de
a) escritura pública de constituição de tutela.
b) testamento ou qualquer outro documento autêntico.
c) ajuizamento de ação de tutela.
d) diretiva antecipada de vontade.
Letra b.
A tutela é sucessiva ao poder familiar e incompatível com ele. Assim, se o poder familiar
for recuperado, seja com a adoção ou reconhecimento de filho, a tutela cessará. A tutela
pode ser instituída por lei, por testamento (art. 1.729 a 1.730 do CC) e dativa (art. 1.729
e 1.732 do CC – nomeação pelos pais em conjunto ou judicial, exercida por um terceiro
estranho).
A tutela pode ser ordinária: nas hipóteses de falecimento dos pais, ausência dos pais ou
perda do poder familiar. A nomeação do tutor pode ser feita por testamento, lei, judicial ou
qualquer outro documento autêntico (art. 1.729, único: codicilo, escritura pública, escrito
particular).
A tutela especial ocorre nas situações de menor abandonado (art. 1.734 do CC), tutela
de fato ou irregular (exercida sem a devida nomeação, mero gestor de negócios do menor),
tutela de ad hoc (quando o tutor é nomeado provisoriamente para a prática de determinado
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ato, sem destituição do poder familiar) e a tutela dos índios (art. 4º, § único, do CC, remete
à lei especial n. 6.001/73).
Em relação à tutela legal, quando não há nomeação de tutor, por testamento ou outro
documento autêntico, ocorre nos termos do art. 1.731 do CC, veja:
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consanguíneos
do menor, por esta ordem:
I – aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
II – aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo
grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais
apto a exercer a tutela em benefício do menor.
O art. 1.735 do CC dispõe sobre as pessoas incapazes de exercer a tutela, e o art. 1.736
sobre as pessoas que podem recusar o ônus da tutela, observe:
Incapazes de exercer a tutela Pessoas que podem recusar a tutela
Aqueles que não tiverem a livre administração de seus
Mulheres casadas.
bens.
Aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se
Maiores de sessenta anos.
acharem constituídos em obrigação para com o menor.
Aqueles que tiverem que fazer valer direitos contra este,
Aqueles que tiverem sob sua
e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda
autoridade mais de três filhos.
contra o menor.
Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido
Os impossibilitados por enfermidade.
por estes expressamente excluídos da tutela.
Os condenados por crime de furto, roubo, estelionato,
Aqueles que habitarem longe do lugar
falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não
onde se haja de exercer a tutela.
cumprido pena.
As pessoas de mau procedimento, ou falhas em Aqueles que já exercerem tutela ou
probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores. curatela.
Aqueles que exercerem função pública incompatível com a
Militares em serviço.
boa administração da tutela.
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:
I – adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis
pertencentes ao menor;
II – dispor dos bens do menor a título gratuito;
III – constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela somente podem ser vendidos quando
houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial e aprovação do juiz.
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Além do mais, conforme art. 1.757 do CC, os tutores são obrigados a prestar contas de
dois em dois anos, quando deixarem a tutela ou toda vez que o juiz achar conveniente. Em
relação ao menor, a tutela é extinta nos termos do art. 1.763 do CC. Observe:
7.2. CURATELA
Curatela é o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para reger a pessoa e
administrar os bens de quem, em regra maior, não pode fazer por si mesmo.
A curatela apresenta cinco características: assistencial (auxílio para reger a pessoa e
administrar seus bens), publicista (o dever do Estado de zelar pelos interesses de incapazes
é delegado para pessoas capazes e idôneas), supletiva (supre a incapacidade), temporária
(cessada a incapacidade, cessa a curatela) e certeza absoluta da incapacidade (a certeza
da incapacidade é obtida por meio de um processo judicial).
Conforme o art. 1.767 do CC, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.146/2015,
tratando-se de curatela ordinária, estão sujeitos à curatela os seguintes adultos incapazes:
Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a mulher, e não tendo
o poder familiar.
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.
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II – se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas nos incisos I e II do art. 747.
As pessoas previstas para exercerem a curatela estão previstas no art. 1.775 do CC:
Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de direito,
curador do outro, quando interdito.
§ 1º Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, o
descendente que se demonstrar mais apto.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a escolha do curador.
019. (FGV/OAB-EXAME NACIONAL UNIFICADO XVIII/2015) Fabiana e Mauro são casados pelo
regime da separação convencional de bens e possuem dois filhos: Amanda e Pedro, de 19
e 16 anos, respectivamente. Mauro é filho de José, que se encontra com 65 anos. Mauro
sofreu um acidente automobilístico e, em razão da violência do acidente, está em estado
de coma, impossibilitado de exercer os atos da vida civil, razão pela qual sua interdição
tornou-se necessária.
Diante dos fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
a) Fabiana, em razão do regime de bens que rege o casamento, não poderá ser nomeada
curadora de Mauro.
b) Como Mauro possui ascendente vivo e capaz, este será nomeado seu curador, na forma
da lei.
c) A filha de Mauro, por ser maior e capaz, será nomeada sua curadora, na forma da lei.
d) Fabiana será nomeada curadora de Mauro, na forma da lei.
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No caso hipotético, Mauro, casado com Fabiana, sofre um acidente automobilístico e está
em coma, impossibilitado, assim, de exercer os atos da vida civil. Desta forma, é necessária
a interdição e a consequente nomeação de curador para Mauro. Vejamos o que dispõe o
Código Civil sobre o tema:
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a) Errada. Entendo que o alcoolismo, por si só, não conduz à curatela, devendo a esposa
demonstrar a prodigalidade do marido. Entretanto, a banca considerou a alternativa errada
mesmo após o gabarito oficial. Quanto à interdição de ébrios habituais, há necessidade de
se observar mais do que o mero consumo regular de álcool, tal consumo deve apresentar
impacto na capacidade de tomar decisões, sobretudo de natureza financeira, prejudicando
a qualidade de vida do interditado.
b) Errada. Nos termos do art. 1.775, CC:
c) Certa. Nos termos do art. 1.778 do CC, a autoridade do curador estende-se à pessoa e
aos bens dos filhos do curatelado, observado o art. 5º Veja as disposições do art. 5ºdo CC:
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
tiver dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
d) Errada. Nos termos do art. 1.782 do CC, a interdição do pródigo só o privará de, sem
curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado,
e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.
Letra c.
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O instituto aplica-se aos casos em que a pessoa possui algum tipo de deficiência, mas
podem exprimir sua vontade ainda assim. O exemplo clássico é a pessoa com Síndrome de
Down, que é uma pessoa com deficiência, mas não tem impedimento para manifestação
da sua vontade, não justificando sua equiparação com relativamente incapaz e sujeita
à curatela.
Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os
apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido
e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à
vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.
Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por
equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente
e as pessoas que lhe prestarão apoio.
Caso o apoiador proceda com negligência, exerça pressão indevida ou não esteja
adimplente com as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer outra
pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. Se procedente a denúncia, o
juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse,
outra pessoa para prestação de apoio.
A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em
processo de tomada de decisão apoiada. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de
sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento
condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. Em caso de negócio jurídico que possa
trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada
e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.
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casal terá de mudar-se de sua cidade e, por isso, está buscando alugar um apartamento.
Nesta conjuntura, Maurício e Fernanda conheceram Miguel, proprietário do imóvel que o
casal pretende locar.
Sobre a situação apresentada, conforme a legislação brasileira, assinale a afirmativa correta.
a) Maurício e Fernanda são incapazes em razão do diagnóstico de Síndrome de Down.
b) Maurício e Fernanda são capazes por serem pessoas com deficiência apoiadas, ou seja,
caso não fossem apoiados, seriam incapazes.
c) Maurício e Fernanda são capazes, independentemente do apoio, mas Miguel poderá exigir
que os apoiadores contra-assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente celebrado.
d) Miguel, em razão da capacidade civil de Maurício e de Fernanda, fica proibido de exigir
que os apoiadores de ambos contra-assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente
celebrado.
Com as mudanças promovidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, [a pessoa com síndrome
de Down] será plenamente capaz, em regra, sujeito ao instituto da tomada de decisão apoiada,
para os atos patrimoniais (novo art. 1.783-A do Código Civil). Para os atos existenciais familiares,
o portador de síndrome de Down tem capacidade civil plena (art. 6ºda Lei n. 13.146/2015).
Dessa forma, se, antes das alterações promovidas pelo EPcD (Lei n. 13.146/2015), as pessoas
com síndrome de Down eram enquadradas como absolutamente ou relativamente incapazes, a
regra, agora, é a plena capacidade.
b) Errada. O fato de Maurício e Fernanda serem apoiados não gera reflexos no seu
enquadramento como capazes, que é a regra no atual regime da incapacidade civil.
c) Certa. É o que prevê o § 5ºdo art. 1.783-A do Código Civil:
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência
elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-
lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. (Incluído
pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os
apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em
relação ao apoiado.
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d) Errada. O § 5ºdo art. 1.783-A do Código Civil permite ao terceiro que contrata com a
pessoa com deficiência solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou o acordo.
Letra c.
8. GUARDA
A guarda é o instituto do Direito Civil que designa genericamente a vigilância, cuidado
e proteção dos pais para com os filhos, no exercício do poder familiar, quando do processo
de separação ou divórcio. Nos termos do art. 1.583 do CC, a guarda pode ser unilateral ou
compartilhada:
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A guarda compartilhada deve ser incentivada sempre que houver interesses dos pais e
for conveniente para os filhos. Entretanto, não pode ser confundida com a guarda alternada,
em que o filho passa um período com o pai e outro com a mãe.
Na guarda compartilhada, o filho possui o referencial de uma casa principal em que viva
com um dos genitores, podendo os pais planejar a convivência em suas rotinas e permitindo-
se visitas a qualquer tempo. Cabe ressaltar que o dever de guarda de fato é de ambos os
genitores, implicando em uma relação ativa e permanente entre os pais e os filhos.
Segundo o art. 1.583, § 2º, do CC, na guarda compartilhada, o tempo de convívio com
os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em
vista as condições fáticas e os interesses dos filhos.
De acordo com o art. 1.584, a guarda compartilhada pode ser estabelecida por consenso
ou por determinação judicial, podendo ser convencionada na ação de separação, divórcio
ou dissolução de união estável ou ação autônoma. Cabe destacar o art. 1.584, § 2º, do
CC, observe:
Art. 1.584, § 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda da
criança ou do adolescente ou quando houver elementos que evidenciem a probabilidade de risco
de violência doméstica ou familiar. (Redação dada pela Lei n. 14.713, de 2023)
Por esse dispositivo acima, não existindo acordo entre os pais, o juiz deve determinar
que a guarda seja compartilhada, exceto se o pai ou a mãe declararem não desejar a
guarda e se um deles não estiver apto para cuidar dos filhos. Cabe ainda ressaltar a
recente alteração legislativa no sentido de que a guarda compartilhada poderá não ser
aplicada quando houver elementos que evidenciem a probabilidade de risco de violência
doméstica ou familiar.
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a) Segundo a lei, o juiz, diante do conflito, deverá aplicar a guarda alternada entre Rodolfo
e Marília.
b) Como os pais desejam a guarda do menor e estão aptos a exercer o poder familiar, a lei
determina a aplicação da guarda compartilhada, mesmo que não haja acordo entre eles.
c) A lei determina a fixação da guarda compartilhada, mas, tendo em vista cuidar-se de
divergência sobre a guarda, ela deve ser atribuída a Rodolfo ou a Marília, mas, diante do
conflito, a guarda não deve ser atribuída a eles, em nenhuma hipótese.
d) Caso Rodolfo e Marília não consigam decidir de modo consensual a quem caberá a guarda
de Lorenzo, o juiz será obrigado a atribuí-la ou a um genitor ou ao outro, uma vez que
inexiste hipótese de guarda compartilhada na lei brasileira.
Para o STJ não é necessário haver consenso dos pais para aplicação da guarda
compartilhada, isso porque o foco é o melhor interesse para o menor. Pela determinação
do CC, quando não houver acordo entre o pai e a mãe, o juiz deve determinar, propriamente,
que a guarda seja compartilhada, desde que ambos os genitores estejam aptos a cuidar
dos filhos.
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Neste sentido, mesmo na ação em que um dos pais requer a guarda do filho, se o juiz
verificar que ambos possuem condições de ter o filho em sua companhia, deve determinar a
guarda compartilhada e encaminhar os pais, caso necessário, a acompanhamento psicológico
ou psiquiátrico, segundo art. 129, III, do ECA.
Preceitua o art. 1.583, § 4º, do CC, que a alteração não autorizada ou descumprimento
imotivado de cláusula de guarda, unilateral ou compartilhada, pode acarretar redução de
prerrogativas do pai que a descumprir. Na hipótese de guarda compartilhada, ambos os pais
possuem poder de fato sobre os filhos menores, desta forma, respondem solidariamente
pelos atos ilícitos destes.
A guarda compartilhada será aplicada nos termos do art. 1.584 do CC, veja:
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a) Errada. Conforme o art. 1.584, § 2º, a guarda compartilhada ocorrerá quando não houver
acordo entre as partes.
b) Certa. Conforme o Art. 1.584, § 2º, a guarda compartilhada não será aplicada quando
um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda compartilhada.
c) Errada. A divisão de tempo deve se dar de forma equilibrada, não necessariamente
idêntica, nos termos do o § 2º do artigo 1.583 do CC.
d) Errada. A guarda é realizada no melhor interesse do filho, tendo a lei escolhido a guarda
compartilhada como preferencial a ser aplicada quando os pais não chegarem em um
acordo, a teor do artigo 1.584, §2, do CC.
e) Errada. A situação conjugal dos pais não interfere no pleno exercício do poder familiar,
nos termos do artigo 1.634 do CC.
Letra b.
9. ADOÇÃO
Adoção é o ato jurídico solene pelo qual alguém estabelece, independentemente de
qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação,
trazendo para sua família, na condição de filho, pessoa que geralmente lhe é estranha.
Em relação à natureza jurídica da adoção, com a CF/88, a adoção passou a se constituir
por ato complexo e a exigir sentença judicial, expressamente previsto no art. 47 do Estatuto
da Criança e Adolescente (ECA) e no art. 1.619 do CC. Assim, a adoção não mais possui o
caráter contratualista que tinha no passado:
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro
civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
Art. 1.619. A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder
público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei n. 8.069,
de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente.
De acordo com os preceitos legais, é ato jurídico solene e bilateral em que uma pessoa,
denominada adotante, cria vínculo de filiação entre as partes, findando assim as ligações
de filiação do adotando com a sua família biológica, ato este irrevogável e personalíssimo.
Os laços criados com a adoção são considerados análogos aos que resultam de filiação
biológica, assim, o adotando cria um laço de parentesco de 1º grau em linha reta, que se
estende por toda a família do adotante.
A adoção atribui ao adotado a condição de filho para todos os efeitos, desligando-o de
qualquer vínculo com os pais biológicos (artigo 41 do Estatuto da Criança e do Adolescente),
salvo quanto a impedimentos para o casamento.
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JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 273-CJF
Art. 10. Tanto na adoção bilateral quanto na unilateral, quando não se preserva o
vínculo com qualquer dos genitores originários, deverá ser averbado o cancelamento
do registro originário de nascimento do adotado, lavrando-se novo registro. Sendo
unilateral a adoção, e sempre que se preserve o vínculo originário com um dos genitores,
deverá ser averbada a substituição do nome do pai ou da mãe natural pelo nome do
pai ou da mãe adotivos.
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Tanto a adoção de menores como de maiores de 18 anos depende de sentença judicial, nos
termos, respectivamente, do art. 47 do ECA e art. 1.619 do CC. Confira:
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro
civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
Art. 1.619. A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder
público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei n. 8.069,
de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente.
Errado.
Adoção bilateral é aquela realizada por duas pessoas, sendo indispensável que nesta
modalidade de adoção os adotantes sejam casados ou mantenham união estável, de modo
a comprovar a estabilidade familiar. Já a adoção unilateral é aquela feita por somente
uma pessoa. Adoção homoafetiva refere-se à possibilidade de pessoa que mantém união
homoafetiva adotar crianças com companheira.
É certo que o art. 1º da Lei n. 12.010/2009 e o art. 43 do ECA deixam claro que todas as
crianças e adolescentes têm a garantia do direito à convivência familiar e que a adoção fundada
em motivos legítimos pode ser deferida somente quando presentes reais vantagens a eles.
Anote-se, então, ser imprescindível na adoção a prevalência dos interesses dos menores
sobre quaisquer outros, até porque se discute o próprio direito de filiação, com consequências
que se estendem por toda a vida. Decorre daí que, também no campo da adoção na união
homoafetiva, a qual, como realidade fenomênica, o Judiciário não pode desprezar, há que
se verificar qual a melhor solução a privilegiar a proteção aos direitos da criança.
Adoção post mortem: é aquela deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação
de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. Foi
introduzida no ordenamento pelo art. 42 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
“Adoção à brasileira”, também chamada de adoção simulada, refere-se a casais que
registram filho alheio que como se fosse seu filho, com a intenção de dar-lhe um lar, mas
não com a intenção de tornar-lhe seu filho. Essa modalidade é um crime, com tipo penal
previsto no art. 242 do Código Penal.
A adoção possui os seguintes requisitos:
a) idade mínima de 18 anos para o adotante (ECA, art. 42);
b) diferença de 16 anos entre adotante e adotado (ECA, art. 42, § 3º);
c) consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar;
d) consentimento deste, colhido em audiência, se contar mais de 12 anos (ECA, art.
28, § 2º);
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RESUMO
Nesta aula, você deve fixar os seguintes pontos:
RELAÇÕES DE PARENTESCO
Parentesco: é o vínculo entre pessoas por sangue ou por afinidade. Pode ser natural ou civil.
Parentesco natural: decorre dos laços de sangue.
Parentesco civil: decorre da lei. Poder ser por Afinidade, Adoção, Outra Origem
(reprodução assistida).
O vínculo de parentesco se estabelece por linhas:
Parentes em linha reta: as pessoas que estão umas para com as outras na relação de
ascendentes e descendentes, ou seja, são os bisavós, avós, pais, filhos, netos, bisnetos etc.
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Irmãos germanos ou bilaterais: são aqueles que têm o mesmo pai e a mesma mãe.
Irmãos unilaterais: são aqueles por parte de mãe ou somente por parte de pai. A diferença
entre eles tem implicação no direito das sucessões, conforme artigos 1.841 e 1.843 do CC.
Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da
união estável: rompido o vínculo do casamento, permanecem o sogro, a sogra, o genro ou
nora ligados pelas relações de afinidade.
Na linha colateral, a dissolução do casamento ou união estável, seja pela morte ou o
divórcio de um dos cônjuges ou companheiros, faz sumir a afinidade.
Filiação: é compreendida atualmente como o vínculo de parentesco em linha reta, no
primeiro grau, determinado pela paternidade e/ou maternidade.
PROVA DE FILIAÇÃO
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Direito Civil
Direito de Família – Parte II
Antônio Alex
RECONHECIMENTO DE FILHO
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Direito Civil
Direito de Família – Parte II
Antônio Alex
ALIMENTOS
• Consistem na prestação fornecida a uma pessoa, em dinheiro ou em espécie, para
que possa atender às necessidades vitais (não só o necessário a subsistência, mas
também vestimentas, lazer, medicamentos, instrução, habitação etc.), desde que
não possa provê-las por si.
• Os alimentos são concedidos conforme o binômio: POSSIBILIDADE X NECESSIDADE.
• Os alimentos são devidos SOLIDARIAMENTE, quando o credor for IDOSO (art. 12 da
Lei n. 10.741/03), podendo escolher a quem acionar;
• Prescrição: os alimentos passam a ser devidos a partir do momento em que o
alimentante (quem paga os alimentos) é condenado a pagar. As prestações fixadas
e vencidas prescrevem no prazo de 2 anos, a contar do vencimento (art. 206, § 2º, do
CC) Atente para o fato de que não corre a prescrição contra absolutamente incapazes,
nem entre ascendentes e descendentes durante o poder familiar.
• Alimentos gravídicos: previstos na Lei n. 11.804/08. A mulher gestante cobra valores
que cubram despesas da gravidez, desde a concepção até o parto (inclusive alimentação
especial, assistência médica, psicológica, exames, internações, parto, medicamentos
e outras consideradas pertinentes pelo juiz), consideradas proporcionalmente,
conforme suas possibilidades. Requisitos: indícios da paternidade + necessidade do
autor + possibilidade do réu.
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Direito de Família – Parte II
Antônio Alex
TUTELA
É o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar do menor e administrar
seus bens, nas situações do art. 1.728 do CC, destinando-se a tutela a suprir a falta de
poder familiar e tendo caráter assistencial.
O art. 1.735 do CC dispõe sobre as pessoas incapazes de exercer a tutela, e o art. 1.736
sobre as pessoas que podem recusar o ônus da tutela. Veja:
Incapazes de exercer a tutela Pessoas que podem recusar a tutela
Aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens. Mulheres casadas.
Aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se
Maiores de sessenta anos.
acharem constituídos em obrigação para com o menor.
Aqueles que tiverem que fazer valer direitos contra este,
Aqueles que tiverem sob sua autoridade
e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda
mais de três filhos.
contra o menor.
Os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido
Os impossibilitados por enfermidade.
por estes expressamente excluídos da tutela.
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Antônio Alex
CURATELA
É o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para reger a pessoa e administrar os
bens de quem, em regra maior, não o pode fazer por si mesmo.
A diferença entre tutela e curatela segue no quadro abaixo, observe:
Tutela Curatela
Destinada às pessoas menores de 18 anos de idade. Deferida, em regra, às pessoas maiores.
Pode ser testamentária, com nomeação do tutor pelos
Sempre deferida pelo juiz.
pais.
Pode compreender somente a administração dos
Abrange a pessoa e os bens do menor.
bens do incapaz, como no caso dos pródigos.
O curador possui poderes mais restritos em
Tutor tem poderes mais amplos.
relação ao tutor.
GUARDA COMPARTILHADA
Prevista no art. 1.583, § 1º, do CC, instituída pela Lei n. 11.698/2008 e complementada
pela Lei n. 13.058/2014, refere-se à responsabilização conjunta e o exercício de direitos e
deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, tendo relação ao poder familiar
dos filhos comuns.
A guarda compartilhada pode ocorrer das seguintes formas:
• Pais que moram próximo um do outro, de tal forma que as crianças possam ir de uma
casa para outra de forma livre;
• Alternância periódica de casas, passando um tempo na casa de um dos pais e outro
igual na casa do outro;
• Permanência com um dos pais durante o período escolar e com o outro durante as
férias.
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Direito de Família – Parte II
Antônio Alex
ADOÇÃO
É o ato jurídico solene pelo qual alguém estabelece, independentemente de qualquer
relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para
sua família, na condição de filho, pessoa que geralmente lhe é estranha. Tanto a adoção de
pessoas maiores quanto menores ocorrerá por sentença judicial e será constitutiva.
A adoção atribui ao adotado a condição de filho para todos os efeitos, desligando-o de
qualquer vínculo com os pais biológicos (artigo 41 do Estatuto da Criança e do Adolescente),
salvo quanto a impedimentos para o casamento.
Adoção post mortem: é aquela deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação
de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. Foi
introduzida no ordenamento pelo art. 42 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
“Adoção à brasileira”, também chamada de adoção simulada: refere-se a casais que
registram filho alheio que como se fosse seu, com a intenção de dar-lhe um lar, mas não
com a intenção de tornar-lhe seu filho. Essa modalidade é um tipo penal previsto no art.
242 do Código Penal.
A adoção possui os seguintes requisitos:
• idade mínima de 18 anos para o adotante (ECA, art. 42);
• diferença de 16 anos entre adotante e adotado (ECA, art. 42, § 3º);
• consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar;
• consentimento deste, colhido em audiência, se contar mais de 12 anos (ECA, art. 28,
§ 2º);
• processo judicial (CC, art. 1.623);
• efetivo benefício para o adotando (ECA, art. 43);
• Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
Efeitos da adoção:
• Os adotados possuem o mesmo direito dos filhos naturais (Princípio da igualdade
entre filhos, art. 227, § 6º, CF);
• A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes;
• O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado;
• A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro
Civil do Município de sua residência;
• Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro;
• A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles,
poderá determinar a modificação do prenome.
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QUESTÕES DE CONCURSO
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Antônio Alex
Após um mês, Fernanda tomou conhecimento que Arnaldo trocou seu emprego por outro
com salário maior e procurou seu advogado para saber da possibilidade de rever o valor
dos alimentos fixados em sentença transitada em julgado.
Analisando o caso concreto, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois este já foi decidido em sentença
com trânsito em julgado formal.
b) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois este é fruto de acordo celebrado
entre as partes e homologado por juiz de direito.
c) É possível rever o valor dos alimentos, pois no caso concreto houve mudança do binômio
“necessidade x possibilidade”.
d) É possível rever o valor dos alimentos, pois o acordo celebrado entre as partes e homologado
pelo juiz de direito está abaixo do limite mínimo de 30% (trinta por cento) de 01 (um)
salário-mínimo, fixado em lei, como mínimo indispensável que uma pessoa deve receber
de alimentos.
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016. (FGV/SEM/ADVOGADO/2022) Maria decide divorciar-se de João, com quem era casada
há 7 (sete) anos, tendo dois filhos em comum, menores de idade (10 e 12 anos de idade). O
casal já havia se separado de fato há 6 (seis) meses, com Maria residindo com as crianças
na Asa Sul de Brasília e João residindo na região do Gama (DF).
Não havendo acordo, Maria propõe ação de divórcio com pedido de guarda unilateral dos
dois filhos a seu favor, com restrição de visitas ao pai, para as manhãs de domingo. Ao final,
requer, também, a condenação do pai – e dos avós paternos – ao pagamento de prestação
alimentar a favor dos filhos menores.
Sobre o caso acima, em caso de falecimento de Maria, assinale a afirmativa correta.
a) O foro competente para a propositura da ação de divórcio ajuizada por Maria é o de
domicílio de Maria ou do réu João, à livre escolha da autora da ação.
b) Mesmo que não haja acordo entre as partes, o juízo só deve atender ao pedido de guarda
unilateral se João renunciar ao exercício da guarda ou for demonstrada a inaptidão de João
para exercer poder familiar.
c) A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e solidária, razão pela
qual devem arcar com a prestação caso estejam presentes os requisitos da necessidade e
possibilidade.
d) Para que o pedido de concessão de alimentos a favor dos filhos menores seja julgado
procedente, Maria precisa produzir prova cabal da necessidade dos filhos menores e a
possibilidade de João em pagá-los.
e) Em razão do pleito alimentar, o valor da causa deve ser indicado pela soma de 6 (seis)
prestações mensais pedidas pela parte demandante.
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GABARITO
1. e
2. d
3. E
4. d
5. a
6. a
7. c
8. b
9. c
10. c
11. b
12. c
13. c
14. c
15. a
16. b
17. b
18. d
19. b
20. d
21. a
22. d
23. d
24. a
25. b
26. b
27. d
28. b
29. c
30. b
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GABARITO COMENTADO
I – Errada. Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido
de forma equilibrada (não idêntica) com a mãe e com o pai. Vejamos:
Art. 1.583, § 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido
de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os
interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014).
II – Errada. Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada. Vejamos:
Art. 1.584, § 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho,
encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda
compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do
menor. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014)
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III – Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil:
Art. 1.584, § 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe,
deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados,
de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada
pela Lei n. 13.058, de 2014).
Letra e.
a) Errada. Decretada a guarda unilateral, o pai ou a mãe que não detenha a guarda do filho
terá o DEVER de supervisão do interesse da criança/adolescente, consoante § 5ºdo art.
1.583 do CC:
b) Errada. Nos termos do art. 1.583, § 1º, segunda parte, do Código Civil, a guarda compartilhada
pressupõe a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe
que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns:
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Letra d.
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Se um dos pais prefere abrir mão do cuidado dos filhos, a guarda compartilhada não será
atribuída.
Errado.
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei n. 11.698,
de 2008).
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada,
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salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda da criança ou do
adolescente ou quando houver elementos que evidenciem a probabilidade de risco de violência
doméstica ou familiar. (Redação dada pela Lei n. 14.713, de 2023).
b) Errada. A divisão do tempo de convívio com os filhos não será feita de forma matemática,
mas, sim, de forma equilibrada com a mãe e com o pai (parágrafo 2º acima transcrito). Veja:
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei n. 11.698, de 2008).
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o
substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício
de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder
familiar dos filhos comuns. (Incluído pela Lei n. 11.698, de 2008).
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma
equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses
dos filhos. (Redação dada pela Lei n. 13.058, de 2014).
c) Errada. O art. 1.588 do CC é expresso ao determinar que não haverá a perda do direito
de ter consigo os filhos no caso de novas núpcias.
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o direito de ter consigo os
filhos, que só lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado que não são tratados
convenientemente.
Letra d.
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Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja
sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Art. 1.609, Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser
posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
d) Errada. Nos termos do art. 1.614 do CC, o filho maior não pode ser reconhecido sem o
seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se
seguirem à maioridade, ou à emancipação.
Letra a.
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Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar: I – são usufrutuários dos
bens dos filhos;
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair,
em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por
necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
c) Certa. Os referidos ganhos são excluídos do usufruto do pais, nos termos do art. 1.693
do CC, veja:
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d) Errada. Nos termos do art. 1.692 do Código Civil atual, sempre que no exercício do poder
familiar colidir o interesse dos pais com o do filho, a requerimento deste ou do Ministério
Público, o juiz lhe dará curador especial.
Letra c.
Pedro é parente colateral de segundo grau, portanto, irmão de Maria. A obrigação de prestar
alimentos, na falta de ascendentes, será dos descendentes e irmãos, nesta ordem. Vejamos
o que o Código Civil dispõe sobre o tema:
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias
as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
Neste sentido, Pedro só será obrigado a prestar alimentos caso Maria não possua ascendentes
nem descendentes, ou, se os possuir, estes não tiverem condições de prestá-los ou
complementá-los.
Letra b.
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Após um mês, Fernanda tomou conhecimento que Arnaldo trocou seu emprego por outro
com salário maior e procurou seu advogado para saber da possibilidade de rever o valor
dos alimentos fixados em sentença transitada em julgado.
Analisando o caso concreto, assinale a afirmativa correta.
a) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois este já foi decidido em sentença
com trânsito em julgado formal.
b) Não é possível rever o valor dos alimentos fixados, pois este é fruto de acordo celebrado
entre as partes e homologado por juiz de direito.
c) É possível rever o valor dos alimentos, pois no caso concreto houve mudança do binômio
“necessidade x possibilidade”.
d) É possível rever o valor dos alimentos, pois o acordo celebrado entre as partes e homologado
pelo juiz de direito está abaixo do limite mínimo de 30% (trinta por cento) de 01 (um)
salário-mínimo, fixado em lei, como mínimo indispensável que uma pessoa deve receber
de alimentos.
Segundo o Código Civil de 2002, os pressupostos para o dever de prestar os alimentos são:
- Vínculo de parentesco, casamento ou união estável. Inclui-se, ainda, a parentalidade
socioafetiva (conforme entendimento da doutrina – Enunciado 341, Jornada de Direito Civil);
- Necessidade do alimentando;
- Possibilidade do alimentante.
Estes dois últimos requisitos constituem o binômio “necessidade x possibilidade”.
Vejamos:
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.
Segundo consta da narrativa, Arnaldo obteve nova ocupação, com salário maior, de modo
que o binômio formado quando da prolação da sentença perdeu o equilíbrio.
Desta forma, caso assim deseje, é possível que Joana, representada por sua mãe, ajuíze
demanda buscando majorar as verbas alimentares de que é credora.
Letra c.
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e capaz para o trabalho, não exerceu atividade profissional para se dedicar integralmente
aos cuidados da casa e dos filhos.
Considerando a hipótese acima e as regras atinentes à prestação de alimentos, assinale a
afirmativa correta.
a) Uma vez homologado judicialmente o valor da prestação alimentícia devida por Henrique
em favor de seus filhos Gabriela e Bruno, no percentual de um salário-mínimo para cada
um, ocorrendo a constituição de nova família por parte de Henrique, automaticamente
será minorado o valor dos alimentos devido aos filhos do primeiro casamento.
b) Henrique poderá opor a impenhorabilidade de sua única casa, por ser bem de família, na
hipótese de ser acionado judicialmente para pagar débito alimentar atual aos seus filhos
Gabriela e Bruno.
c) Natália poderá pleitear alimentos transitórios e por prazo razoável, se demonstrar sua
dificuldade em ingressar no mercado de trabalho em razão do longo período que permaneceu
afastada do desempenho de suas atividades profissionais para se dedicar integralmente
aos cuidados do lar.
d) Caso Natália descubra, após dois meses de separação de fato, que espera um filho de
Henrique, serão devidos alimentos gravídicos até o nascimento da criança, pois após este
fato a obrigação alimentar somente será exigida em ação judicial própria.
a) Errada. Segundo o Código Civil atual, o novo casamento do cônjuge devedor não extingue
a obrigação constante da sentença de divórcio (art. 1.709). Desta forma, para que Henrique
minore o valor das prestações alimentícias devidas, deverá ingressar em juízo propondo
ação revisional.
b) Errada. Em que pese o bem de família ser, em regra, blindado com o atributo da
impenhorabilidade, a dívida alimentícia excepciona o instituto.
Vejamos (Lei n. 8.009/90):
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d) Errada. Como extraímos da Lei n. 11.804/08, após o nascimento com vida, os alimentos
gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma
das partes solicite a sua revisão. Logo, percebe-se que, por expressa disposição legal, os
alimentos gravídicos são automaticamente convertidos em obrigação alimentar quando
do nascimento da criança.
Letra c.
a) Errada. Os pais também têm direito aos alimentos, conforme artigo 1.696 do CC, veja:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
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d) Errada. O prazo prescricional é de dois anos, nos termos do § 2º do artigo 206 do CC:
Letra b.
Mais uma questão que exige do candidato o conhecimento de súmula do STJ, in casu, o
Enunciado 449, veja:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 449/STJ – A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de
imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.
Desse modo, temos que o STJ entende que as vagas de garagem individualizadas como
unidades autônomas e com registro individual e matrícula própria (cf. REsp 869497/RS, Rel.
Min. Denise Arruda, 1ª Turma, j. em 18.09.2007, p. em DJ 18.10.20070), não se enquadram
no conceito de bem de família trazido no art. 1º da Lei n. 8.009/1990, verbis:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não
responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza,
contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam,
salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção,
as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de
uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Letra c.
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Inicialmente, temos que a tutela constitui instituto de direito assistencial para a defesa
de interesses de menores não emancipados, não sujeitos ao poder familiar, visando a sua
proteção. Na verdade, o grande objetivo da tutela é a administração dos bens patrimoniais do
menor. Enuncia o art. 1.728 que os filhos menores são postos sob tutela com o falecimento
dos pais, ou sendo estes julgados ausentes ou em caso de os pais decaírem do poder familiar
(TARTUCE, Flávio, Manual de Direito Civil, Método. p. 1.164).
Os dois questionamentos da questão são:
I – A nomeação de Lúcio foi válida?
II – A alienação do imóvel foi válida?
Vamos às respostas:
I – Segundo o Código Civil de 2002, o direito de nomear tutor, por meio de testamento ou
de qualquer outro documento autêntico, compete aos pais, em conjunto.
Ocorre que nem todas as pessoas podem ser tutores de um menor.
Vejamos:
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Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam:
I – aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens;
II – aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em obrigação
para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos
ou cônjuges tiverem demanda contra o menor;
III – os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excluídos
da tutela;
IV – os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os
costumes, tenham ou não cumprido pena;
V – as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias
anteriores;
VI – aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa administração da tutela.
Analisando o dispositivo legal, percebemos que a condenação por crime de dano, por si só,
não tem o condão de afastar a legitimidade e a idoneidade da nomeação do tutor. Logo,
concluímos que a nomeação de Lúcio como tutor é válida.
II – O Código Civil de 2002 apresenta o procedimento necessário para alienação do patrimônio
imobiliário do menor.
Analisando o dispositivo, percebemos que, ainda que com manifesta vantagem, a alienação
de imóvel pertencente ao menor depende de prévia avaliação judicial e aprovação do juiz (o
que não fora feito no caso). Desta forma, concluímos que a venda do imóvel foi irregular.
Assim, destacando o que era pertinente, tem-se que a nomeação de Lúcio como tutor é
válida, apesar da condenação criminal, mas a alienação do imóvel, sem prévia avaliação e
autorização judicial, é ilícita.
Letra c.
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Letra c.
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III – Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de
maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os
pais.
É correto o que se afirma
a) apenas em I e III.
b) em I, II e III.
c) apenas em I.
d) apenas em I e II.
e) apenas em III.
I – Certa. A banca considerou a assertiva correta, mas discordamos do gabarito. Isso porque,
não obstante seja consenso que, a partir das alterações promovidas pelas Leis n. 11.698/2008
e 13.058/2014 no Código Civil, a guarda compartilhada – que poderá ser requerida pelos
pais, em caso de consenso, ou decretada pelo juiz em atenção a necessidades específicas do
filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com
a mãe (art. 1.584, I e II, CC) – passou a ser a regra, o art. 1.584 do CC não traz disposição
que atribua a guarda dos filhos para o genitor que tiver melhor condições de exercê-la
(guarda unilateral), quando não houver acordo. Pelo contrário, inexistindo consenso – e
sempre considerando o melhor interesse da criança/adolescentes – caso ambos os pais
estejam aptos a exercer o poder familiar, o magistrado atribuirá a guarda compartilhada,
salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor (art.
1.584, § 2º, CC).
II – Errada. Pelo contrário, o art. 1.586 do Código Civil confere liberdade ao juízo, em prol do
melhor interesse dos filhos, para a regulação da guarda de forma diversa ao estabelecido
nos arts. 1.583 e 1.584 do CC, a exemplo da entrega da criança/adolescente a um terceiro
ou a um estranho. Nesse contexto, anota a Profa. Maria Helena Diniz (Código Civil anotado.
14. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, pp. 1.118-1.119) que o “princípio da mutabilidade da
sentença judicial no que atina à guarda dos filhos, possibilitando sua revisão em favor do
interesse da prole, está consagrado doutrinária e jurisprudencialmente”, uma vez que não
faz coisa julgada material, mas tão somente formal.
III – Certa. A assertiva está de acordo com o art. 1.586 do Código Civil, veja:
Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de
maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais.
Letra a.
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016. (FGV/SEM/ADVOGADO/2022) Maria decide divorciar-se de João, com quem era casada
há 7 (sete) anos, tendo dois filhos em comum, menores de idade (10 e 12 anos de idade). O
casal já havia se separado de fato há 6 (seis) meses, com Maria residindo com as crianças
na Asa Sul de Brasília e João residindo na região do Gama (DF).
Não havendo acordo, Maria propõe ação de divórcio com pedido de guarda unilateral dos
dois filhos a seu favor, com restrição de visitas ao pai, para as manhãs de domingo. Ao final,
requer, também, a condenação do pai – e dos avós paternos – ao pagamento de prestação
alimentar a favor dos filhos menores.
Sobre o caso acima, em caso de falecimento de Maria, assinale a afirmativa correta.
a) O foro competente para a propositura da ação de divórcio ajuizada por Maria é o de
domicílio de Maria ou do réu João, à livre escolha da autora da ação.
b) Mesmo que não haja acordo entre as partes, o juízo só deve atender ao pedido de guarda
unilateral se João renunciar ao exercício da guarda ou for demonstrada a inaptidão de João
para exercer poder familiar.
c) A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e solidária, razão pela
qual devem arcar com a prestação caso estejam presentes os requisitos da necessidade e
possibilidade.
d) Para que o pedido de concessão de alimentos a favor dos filhos menores seja julgado
procedente, Maria precisa produzir prova cabal da necessidade dos filhos menores e a
possibilidade de João em pagá-los.
e) Em razão do pleito alimentar, o valor da causa deve ser indicado pela soma de 6 (seis)
prestações mensais pedidas pela parte demandante.
a) Errada. Na ação de divórcio, havendo filho incapaz, será competente o foro do domicílio
do guardião (art. 53, I, “a”, CPC):
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JURISPRUDÊNCIA
Enunciado 108 – CJF/STJ
A competência prevista nas alíneas do art. 53, I, do CPC não é de foros concorrentes,
mas de foros subsidiários.
b) Certa. A assertiva está de acordo com o disposto no § 2ºdo art. 1.584 do Código Civil, veja:
Da leitura do preceito, e tendo por base que a guarda compartilhada goza de prioridade em
nosso ordenamento, podemos concluir que, embora inexistente consenso entre os pais, o
juízo só deve atender ao pedido de guarda unilateral se um dos pais renunciar ao exercício
da guarda ou for demonstrada sua inaptidão para exercer poder familiar.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que o fato de os genitores possuírem
domicílio em cidades distintas não representa óbice à fixação da guarda compartilhada
(REsp n.1.878.041/SP, Rel.: Min. Nancy Andrighi, Órgão Julgador: 3ª Turma, j. em 25.5.2021).
c) Errada. Conforme entendimento sumulado pelo STJ, a obrigação alimentar dos avós tem
natureza complementar e subsidiária, razão pela qual devem arcar com a prestação no caso
de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais, conforme Enunciado
596 da súmula do tribunal, confira:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 596/STJ
A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente
se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos
pais.
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Direito de Família – Parte II
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Profa. Maria Berenice Dias (Alimentos e presunção da necessidade. In: Portal do Instituto
Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam). 4 Maio 2006. Disponível em: https://ibdfam.org.
br/artigos/221/Alimentos+e+p...):
Nem é necessário justificar o porquê a Lei de Alimentos (Lei n. 5.578-68 – LA) dispõe de rito
especial e procedimento abreviado. A razão está em seu próprio nome: visa a dar cumprimento
a direito que necessita de adimplemento imediato, direito que garante a vida, a sobrevivência.
Proposta a ação de alimentos, mediante a prova do vínculo de parentesco ou da obrigação
alimentar (LA, art. 2º), o juiz estipula, desde logo, alimentos provisórios. As necessidades do
autor não precisam ser comprovadas, pois a busca de alimentos é a prova da necessidade de
quem os pleiteia. Tanto é assim, que a própria lei impõe a concessão dos alimentos provisórios. A
necessidade é presumida. Independente da origem do encargo alimentar, impositiva a concessão
de alimentos provisórios, ainda que não requeridos. Trata-se de presunção juris tantum. É o que
está dito claramente na lei (art. 4º): Ao despachar a inicial, o juiz fixará desde logo alimentos
provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles
não necessita. A norma é cogente, de redação cristalina, a não dar margem a interpretações ou
dúvidas.
e) Errada. Em relação ao pleito alimentar, deve-se indicar, como valor da causa, a soma de
12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor (art. 292, III, CPC).
Letra b.
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c) Errada. A guarda compartilhada pressupõe o exercício conjunto pelos pais, de modo que
a orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar deverá ter por parâmetro
a divisão equilibrada do tempo da criança/adolescente com seus genitores (art. 1.584, §
3º, CC).
d) Errada. Vide comentário da assertiva anterior.
e) Errada. Vide comentário da assertiva C.
Letra b.
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A regra geral é que somente por prova de erro ou falsidade do registro é que se pode
reclamar estado contrário do que consta do registro, nos termos do art. 1.604 do CC, veja:
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento,
salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
JURISPRUDÊNCIA
A paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitantemente baseado na origem biológica,
com os efeitos jurídicos próprios. (RE 898060, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno,
julgado em 21/09/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-
187 DIVULG 23-08-2017 PUBLIC 24-08-2017).
Letra d.
a) Errada. O filho maior não pode ser reconhecido sem seu próprio consentimento e o filho
menor poderá impugnar o reconhecimento nos quatro anos que se seguirem à maioridade
ou à emancipação, nos termos do art. 1.614 do CC. Veja:
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode
impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
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b) Certa. A alternativa está de acordo com o disposto no art. 1.614 do Código Civil.
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode
impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
Art. 1.758. Finda a tutela pela emancipação ou maioridade, a quitação do menor não produzirá
efeito antes de aprovadas as contas pelo juiz, subsistindo inteira, até então, a responsabilidade
do tutor.
Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.
Letra d.
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Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua
mulher, sendo tal ação imprescritível.
b) Errada. De acordo com o Código Civil, o parentesco por afinidade na linha reta não se
extingue com a dissolução da união estável. Examine:
Art. 1.595, § 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou
da união estável.
c) Errada. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver. Todavia, caso ele
morra menor ou incapaz, competirá aos herdeiros. Vejamos:
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros,
se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado
extinto o processo.
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento,
salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
e) Errada. Conforme o Código Civil, o parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes,
aos descendentes e aos irmãos do cônjuge. Examine:
Art. 1.595, § 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos
irmãos do cônjuge ou companheiro.
Letra a.
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Prezado concurseiro, segundo previsão legal expressa, perderá por ato judicial o poder
familiar o pai ou mãe que praticar contra filho crime contra a dignidade sexual sujeito
à pena de reclusão. É o que dispõe a alínea “b”, inciso I, parágrafo único do art. 1.638 do
Código Civil, vejamos:
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V – entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
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c) O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento pode ser feito em testamento.
d) A paternidade socioafetiva impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante,
baseado na origem biológica.
e) É possível o reconhecimento da paternidade socioafetiva post mortem, isto é, após o
falecimento de quem se pretende reconhecer como pai.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 277/STJ
Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir
da citação.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 301/STJ
Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz
presunção juris tantum de paternidade (presunção relativa).
Merece registro, ainda, o § 1ºdo art. 2º-A da Lei n. 8.560/1992, incluído pela Lei n. 12.010/2009,
que acolheu, em sede normativa, o entendimento do tribunal:
Art. 2º-A. Na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente
legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos.
§ 1º A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético – DNA gerará a presunção da
paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.
§ 2º Se o suposto pai houver falecido ou não existir notícia de seu paradeiro, o juiz determinará,
a expensas do autor da ação, a realização do exame de pareamento do código genético (DNA) em
parentes consanguíneos, preferindo-se os de grau mais próximo aos mais distantes, importando
a recusa em presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.
c) Certa. É o que se depreende dos arts. 1.609, III, e 1.610, ambos do Código Civil:
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja
sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu
falecimento, se ele deixar descendentes.
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.
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d) Errada. De acordo com a tese fixada pelo STF, em repercussão geral (Tema 622), a
paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento
do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos
próprios (RE n. 898.060/SC, Rel.: Min. Luiz Fux, Pleno, j. em 21.9.2016).
e) Certa. De fato, o STJ possui entendimento no sentido de ser juridicamente admitido
em nossa ordem jurídica o reconhecimento de paternidade/maternidade/fraternidade
socioafetiva post mortem (vide, por exemplo, REsp n. 1.674.372/SP, Rel.: Min. Marco Buzzi,
Órgão Julgador: 4ª Turma, j. em 4.10.2022 e REsp n. 1.291.357/SP, Rel.: Min. Marco Buzzi,
Órgão Julgador: 4ª Turma, j. em 20.10.2015).
Letra d.
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair,
em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por
necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
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III – Certa. A assertiva está de acordo com o seguinte dispositivo do Código Civil. Vejamos:
Letra a.
a) Errada. Os alimentos podem ser fixados em favor dos pais contra os filhos. Examine:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
b) Certa. A assertiva está de acordo com o Código Civil, bem como com a Súmula 596 do
STJ. Vejamos:
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os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 596-STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e
subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de
seu cumprimento pelos pais.
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c) Errada. Os alimentos devem ser fixados, também, na proporção dos recursos da pessoa
obrigada. Vejamos:
Art. 1.694, § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante
e dos recursos da pessoa obrigada.
d) Errada. Os alimentos são, sim, devidos aos filhos havidos fora do casamento, visto que
estes terão os mesmos direitos e qualificações dos filhos havidos da relação de casamento,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Vejamos:
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo
o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
Letra b.
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c) Errada. Cabe o ajuizamento de ação judicial de alimentos em desfavor dos dois irmãos
de Carlos, ainda que unilaterais. Vejamos:
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem
pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode
fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
e) Errada. Não recai somente a ascendentes e descendentes diretos, visto que, faltando
estes, cabe a obrigação aos irmãos, assim germanos como unilaterais. Vejamos:
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Letra b.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) Errada. A prisão de Robson não afasta a obrigação de prestar alimentos, mesmo estando
viva a mãe da alimentanda.
b) Errada. A prisão de Robson não suspende o dever de prestar alimentos, mesmo preso
persiste a obrigação.
c) Errada. Robson não poderá cessar a prestação de alimentos em razão da prisão. E mesmo
atingida a maioridade da filha é necessário que requeira judicialmente o cancelamento da
pensão alimentícia, de acordo com a Súmula 358 do Superior Tribunal de Justiça:
JURISPRUDÊNCIA
O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito
à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.
d) Certa. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça, o fato de estar preso não isenta
o alimentante de seu dever para com o alimentado, pois existe a possibilidade de exercer
atividade remunerada no cárcere. Assim decidiu, entre outros julgados, no Recurso Especial
1.882.798/DF (Informativo 704):
JURISPRUDÊNCIA
O fato de o devedor de alimentos estar recolhido à prisão pela prática de crime não
afasta a sua obrigação alimentar, tendo em vista a possibilidade de desempenho
de atividade remunerada na prisão ou fora dela a depender do regime prisional do
cumprimento da pena.
Letra d.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
JURISPRUDÊNCIA
A verba alimentar, uma vez transferida ao alimentante, ingressa definitivamente no
patrimônio do alimentando. Obviamente que o detentor da guarda tem o dever de
utilizar a quantia da melhor forma possível em favor do beneficiário. Contudo, ainda que
se discorde da aplicação dos recursos, não há falar em devolução da quantia utilizada
pelo credor, ante o princípio da irrepetibilidade que norteia as regras do direito de
família, em especial, com relação aos alimentos. CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O
alimentante pode propor ação de exigir contas contra a guardiã do menor/alimentado
para obtenção de informações acerca da destinação da pensão paga mensalmente?
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.
com.br/jurisp...>. Acesso em: 07/06/2023.
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo
o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. É irrenunciável o direito
aos alimentos presentes e futuros.
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JURISPRUDÊNCIA
O credor pode, contudo, renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não prestados.
Isso porque a irrenunciabilidade atinge o direito, e não o seu exercício.
STJ. 3ª Turma. REsp 1529532-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
09/06/2020 (Info 673). O STJ, ao interpretar esse dispositivo, afirma que: 1) o direito
aos alimentos presentes e futuros é irrenunciável; 2) essa proibição de renúncia não
se aplica para as prestações vencidas; 3) assim, o credor pode deixar de cobrar as
prestações vencidas mesmo que já esteja na fase executiva. A proibição de que haja
renúncia do direito aos alimentos decorre da natureza protetiva do instituto dos
alimentos. Contudo, essa irrenunciabilidade atinge tão somente o direito, e não o seu
exercício.
[...] A irrenunciabilidade atinge o direito, não seu exercício. Se de Um lado, não é possível a renúncia
ao direito a alimentos, de outro não se pode obrigar o beneficiário a exercer esse direito. [...] A
irrenunciabilidade diz com o direito a alimentos e não com as prestações vencidas e não pagas.
Não alcança o débito alimentar. Mesmo quando o credor é incapaz, é admissível transação
reduzindo o valor da dívida. Ou seja, o credor não pode renunciar ao direito de pleitear alimentos.
Mas, em sede de cobrança, a transação perdoando ou reduzindo débitos pretéritos pode ser
homologado judicialmente. (DIAS, Maria Berenice. Alimentos: direito, ação, eficácia e execução. 2ª
ed. São Paulo: RT, 2017, págs. 38-39). CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É possível a realização
de acordo com a finalidade de exonerar o devedor do pagamento de alimentos devidos e não
pagos. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.
com.br/jurisp...>. Acesso em: 07/06/2023.
Letra b.
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divórcio do casal, tendo Eduarda, por força de acordo, a guarda da filha, cabendo ao genitor
o pagamento da pensão alimentícia.
Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a) O divórcio do casal depende necessariamente da prévia partilha dos bens.
b) Os dois imóveis adquiridos onerosamente na constância do casamento estão inclusos
na comunhão, pertencendo, por conseguinte, ao casal.
c) Ao atingir a maioridade, o cancelamento de pensão alimentícia da filha do casal está
sujeito a decisão judicial, mediante contraditório.
d) A guarda da filha do casal deveria ser compartilhada por força legal, visto que a guarda
exclusiva só se admite na hipótese de abandono afetivo de um dos genitores.
e) A adoção de uma criança estrangeira por um casal residente no Brasil deverá ser feita
mediante intervenção direta e exclusiva da autoridade judiciária brasileira de âmbito federal.
a) Errada. Nos termos do art. 1.581 do Código Civil, o divórcio pode ser concedido sem a
prévia partilha de bens.
b) Errada. Como um dos imóveis foi adquirido com recursos advindos da herança do pai
de Marcelo (sub-rogação objetiva), tem-se sua exclusão da comunhão ante a previsão do
art. 1.659, I, CC:
JURISPRUDÊNCIA
O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito
à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.
d) Errada. A partir das alterações promovidas pela Lei n. 13.058/2014, a guarda compartilhada
passou a ser a regra em nossa ordem jurídica. Todavia, ao contrário do que consta na
assertiva, a guarda unilateral não é admitida tão somente na hipótese de abandono afetivo
por parte de um dos pais, podendo ser aplicada quando houver acordo entre eles, bem
como se um deles declarar ao magistrado que não deseja a guarda da criança/adolescente,
consoante § 2ºdo art. 1.584 do CC, sempre tendo em vista o melhor interesse da criança
e do adolescente:
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Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da
autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela
Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos,
que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias
à expedição do Certificado de Naturalização Provisório.
§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de reconhecer
os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à
ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente.
§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1ºdeste artigo, o Ministério
Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da
criança ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que
fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de
origem.
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha
sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda,
na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não
tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional.
Letra c.
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a) não poderá pleitear alimentos em face de Flávio, pois a renúncia se deu em contrato
válido e eficaz, sem vícios de consentimento.
b) poderá pleitear alimentos em face de Flávio, em razão da reciprocidade existente durante
o vínculo familiar e diante da irrenunciabilidade dos alimentos.
c) poderá pleitear alimentos em face de Flávio, independentemente da comprovação de
necessidade.
d) não poderá pleitear alimentos em face de Flávio, visto que a entidade familiar da união
estável não prevê legalmente a obrigação alimentar entre os companheiros.
e) poderá pleitear alimentos em face de Flávio, somente se não tiver sido o culpado pela
dissolução do vínculo familiar.
JURISPRUDÊNCIA
Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o
respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora. Um homem e uma
mulher, na época em que conviviam juntos em união estável, fizeram uma declaração,
por escritura pública, afirmando que, em caso de dissolução da união, nenhum dos
dois iria pleitear pensão alimentícia. Em outras palavras, ambos renunciaram ao direito
aos alimentos. O STJ decidiu que, mesmo com essa renúncia, seria possível que a
ex-convivente pedisse e tivesse direito aos alimentos na hipótese em que, após essa
renúncia, ela tenha sido acometida de uma moléstia grave, que reduziu sua capacidade
laboral, comprometendo sua situação financeira. São irrenunciáveis os alimentos
devidos na constância do vínculo familiar (art. 1.707 do CC).
É válida e eficaz a renúncia manifestada no momento do acordo de separação judicial
ou de divórcio. No entanto, por outro lado, não pode ser admitida a renúncia feita
durante a vigência da união estável.
STJ. 4ª Turma. REsp 1178233-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 18/11/2014 (Info
553).
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d) Errada. A entidade familiar da união estável prevê legalmente a obrigação alimentar entre
os companheiros. Ademais, Márcio poderá pleitear alimentos em face de Flávio.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo
o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
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REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. 11ª a edição, Editora Saraiva,
2021.
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caminhos
crie
futuros
gran.com.br
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