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Sumário
Introdução ......................................................................................................................... 3
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12.6. Término do tratamento de dados ........................................................................... 84
12.7 Direitos do titular dos dados pessoais..................................................................... 84
12.8. Agentes de tratamento ........................................................................................... 85
12.9. Segurança dos Dados ............................................................................................. 86
12.10. Responsabilidade dos Agentes de tratamento ..................................................... 87
12.11. Das Sanções Administrativas .............................................................................. 87
Conclusão ....................................................................................................................... 88
Introdução
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c) ubi societas, ibi jus – onde está a sociedade, aí está o Direito.
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Nesse sentido, as normas jurídicas seguem três modais: elas
determinam os comportamentos obrigatórios (necessários, indispensáveis), facultativos
(permite a escolha de fazer ou não fazer) e proibidos (não permitido, ilegal, ilícito).
1. 1. Fontes do direito
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Feitas as devidas considerações, passaremos ao estudo das fontes do
direito, quais sejam: a) lei; b) analogia; c) costume; d) princípios; e) jurisprudência; f)
doutrina.
a) Lei:
b) Analogia:
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Por exemplo: a união estável homoafetiva não é comtemplada pela lei.
No entanto, a hipótese “união estável homoafetiva” é semelhante a hipótese “união
estável heteroafetiva”. Por essa razão, eu aplico à primeira hipótese as normas jurídicas
relativas à segunda hipótese, através da utilização da analogia.
c) Costumes:
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Essas normas poderão estar escritas na lei, mas também existem
independentemente da legislação, já que são ideias basilares consideradas fundamentos
do Direito, respaldadas no ideal de Justiça que se busca na nossa sociedade. Inclusive, os
princípios orientam, oferecendo base, para a elaboração da legislação em nosso país.
e) Jurisprudência:
f) Doutrina:
Por fim, resta dizer que tais fontes (lei; analogia; costume; princípios;
jurisprudência e; doutrina) constituem o que chamamos de ordenamento jurídico, base do
estudo da ciência do Direito.
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Estado; a forma de governo; o modo de aquisição e exercício do poder; a criação dos
órgãos do Estado; os direitos fundamentais de seus cidadãos e suas garantias.
Constituição
Leis
Infraconstitucionais
Normas infralegais
(decretos, portaria, etc.)
A separação dos poderes em nosso país foi inspirada pela “teoria dos
três poderes” de Charles de Montesquieu (1689 – 1755), apresentada em sua obra “O
Espírito das Leis” (de 1748).
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A chamada separação clássica de Poderes, ou separação tripartite,
adotada em nosso país, tem por escopo melhorar a governança do Estado, pela
fragmentação do poder estatal em órgãos distintos e independentes. Isso porque, o
acúmulo de poder nas mãos de um único órgão ou governante é capaz de gerar decisões
arbitrárias e desenfreadas, como se verifica nos regimes absolutistas.
a) Poder legislativo:
b) Poder executivo:
c) Poder judiciário:
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O poder judiciário está previsto nos artigos 92 a 126 da Constituição
Federal, sendo o responsável por resolver os conflitos de interesses dos cidadãos entre si
e com o Estado, sempre com fundamento nas normas e princípios estabelecidos no
ordenamento jurídico.
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Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988. 5. ed. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2007. p.62).
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direitos fundamentais se irradiam por todo o ordenamento jurídico, nós estudaremos
alguns dos principais, referentes às disciplinas específicas da nossa aula, nos momentos
oportunos.
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Porém, como todos os direitos, a liberdade é relativa. Como vimos,
nenhum direito é absoluto. Isso se dá pelo fato de que o exercício de nenhum direito
poderá servir de resguardo para violação de outros direitos fundamentais, de outros
indivíduos (como a honra, a imagem, a privacidade, etc.).
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O direito a intimidade e a vida privada referem-se ao direito do
indivíduo de não ter a esfera pessoal de sua vida, que mantém reservada, violada por
terceiros.
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Aula 3. Introdução ao Direito Penal
Este ramo do direito é voltado apenas à proteção dos bens mais caros à
sociedade (por exemplo: vida, honra, liberdade, patrimônio, etc.). Para que a conduta
mereça apreciação penal, é importante que a sua concretização traga grave exposição a
perigo do bem jurídico tutelado.
Isso se dá pelo fato de que este ramo do Direito traz as sanções mais
severas do ordenamento jurídico, eis que a consequência da prática de crimes, além da
fixação de um estigma social, é a privação da liberdade do indivíduo.
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Ressalte-se que, de acordo com o artigo 22, inciso I, da Constituição
Federal, somente a União tem competência para legislar sobre Direito Penal, ou seja, para
criminalizar condutas.
Por fim, importante dizer que em nosso país o Estado é o único detentor
do direito/dever de punir (ius puniendi), que se manifesta: na criação da norma penal e
sua imposição a todos os indivíduos; no poder-dever de exigir que o infrator sofra as
penalidades da lei, já que em nossa sociedade não é autorizada a chamada “vingança
privada”.
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3.2. Princípio da legalidade
Além disso, ele tem a função de limitar a atuação do poder estatal, como
uma forma de proteção do cidadão contra os desmandos/excessos do Estado. Isso se dá
pelo fato de que o Estado somente poderá cobrar do cidadão que se abstenha de realizar
as condutas previamente criminalizadas pela lei, podendo apenas aplicar as sanções nela
previstas.
b) A reserva legal: que informa que apenas lei em sentido estrito pode
legislar matéria penal, ou seja, decretos, medidas provisórias, regulamento, não podem
ser utilizados para criminalizar condutas.
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3.3. Princípio da culpabilidade
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Por exemplo: A atira em B, com a finalidade de matá-lo. B vem a falecer
dias depois em virtude do ferimento causado pelo tiro. Em que pese o resultado ter
ocorrido dias depois, é considerado como tempo do crime o momento em que houve a
ação, ou seja, o momento em que A atirou.
Conduta Nexo de
humana causalidade Resultado Tipicidade
a) Conduta humana:
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Considera-se conduta toda ação humana, positiva (em forma de ação)
ou negativa (em forma de omissão), consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade.
b) Resultado:
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O resultado jurídico é conceituado como a lesão ou exposição ao perigo
de lesão de qualquer bem jurídico tutelado pelo Direito penal (como a lesão ou exposição
a perigo da vida, incolumidade física, patrimônio, etc.). Nesse sentido, a prática de
qualquer dos crimes previstos no nosso ordenamento jurídico é dotada de resultado
jurídico, eis que a conduta humana voltada a ofensa de bem jurídico tutelado já é capaz
de produzir tal resultado.
Por fim, os crimes de mera conduta são aqueles em que o tipo penal
sequer traz descrição de resultado naturalístico. Por exemplo, no crime de porte ilegal de
arma (art. 14 da lei 10.826/2003) não há a previsão de um resultado naturalístico, com o
simples porte ilegal o crime já se considera consumado.
c) Nexo de causalidade:
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O nexo de causalidade é a relação de causa e efeito, entre conduta e
resultado, ou seja, é o elo que deve existir entre os dois elementos acima estudados. Se
não é possível verificar a relação causal entre conduta e resultado, este não pode ser
atribuído àquela.
Conduta Nexo de
causalidade Resultado
humana
Ocorre que esta teoria apresenta um problema de ordem técnica, por ser
muito abrangente, já que se não houver um limite do alcance dessa ideia existe a
possibilidade de regresso ao infinito (regressus ad infinitum).
d) Tipicidade:
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A tipicidade é o elemento do fato típico que traduz a perfeita adequação
entre o fato concreto (ação) e o tipo penal incriminador, que é o molde de conduta proibida
previsto nas leis penais.
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Já as circunstâncias são causas as causas que podem aumentar ou
reduzir a pena, não estando presentes em todos os tipos penais.
a) Conduta
b) Resultado
c) Nexo Causal
d) Tipicidade
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Aula 5. Conceito de crime – Antijuridicidade
Assim, existirão situações em que teremos um fato típico, mas esse fato
não será considerado um crime, porque ele não será antijurídico.
a) Consentimento;
b) Legítima defesa;
c) Estado de necessidade;
d) Estrito cumprimento do dever legal;
e) Exercício regular de direito.
5.1. Consentimento
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Em alguns casos, o consentimento da pessoa poderá ser considerado
como uma causa de exclusão da antijuridicidade.
Mas vejam bem, não são em todos os casos que o consentimento será
considerado como causa capaz de excluir a ilicitude. Para que o consentimento seja válido
ele deve observar alguns requisitos:
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Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à
rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de
segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou
informações sem autorização expressa ou tácita do titular do
dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
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Além da presença desses cinco requisitos legais, para a configuração da
legítima defesa, é necessário também que seja realizado um juízo de proporcionalidade,
que é o juízo valorativo de ponderação entre o bem jurídico injustamente agredido e
aquele atingido pela defesa.
Caso seja verificado que o bem agredido possui valor jurídico maior
que o bem protegido, a legítima defesa não será aplicada, com havendo a exclusão da
ilicitude.
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3) A situação de perigo não pode ter sido causada pelo agente, a fim
de evitar a utilização do instituto com o fim de legitimar a ofensa a
bens alheios;
4) O sacrifício deve ser inevitável, se houver outra forma de afastar o
perigo atual que não o sacrifício, esta outra forma deverá ser
adotada;
5) O sacrifício deve ser razoável, sendo considerado razoável o
sacrifício de um bem apenas para salvar outro de maior ou igual
valor.
Porém, como a lei exige desses agentes tais condutas, elas não serão
consideradas ilícitas. Ressalte-se, porém, que os excessos verificados no estrito
cumprimento de dever legal podem configurar o crime de abuso de autoridade, dentre
outros delitos.
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Em nossa primeira aula aprendemos que o direito trabalha com modais
de normas de conduta, e que um modal exclui o outro. Aqui nós temos um claro exemplo
dessa situação.
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A culpabilidade será afastada apenas quando não for exigível do sujeito,
no caso concreto, que aja conforme o direito ou, ainda, quando verificada a existência de
circunstâncias capazes influenciar na liberdade do agente.
a) Imputabilidade;
b) Potencial consciência da ilicitude;
c) Exigibilidade de conduta diversa.
6.1. Imputabilidade
1) Doença mental;
2) Desenvolvimento mental incompleto;
3) Desenvolvimento mental retardado.
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A doença mental é a perturbação psíquica que afeta a capacidade do
indivíduo de entender o caráter criminoso de sua ação ou, afeta a capacidade desse de
comandar a própria vontade. Por exemplo: a esquizofrenia, a paranoia, a psicose, a
psicopatia, a dependência patológica de substância psicotrópica, etc.
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6.2. Potencial consciência da ilicitude
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Em situação de normalidade, espera-se sempre do indivíduo que ele aja
conforme a lei. Porém, existem situações excepcionais em que não é exigível do agente
que atue dentro dos parâmetros de legalidade.
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§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou
difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de
permitir a prática da conduta definida no caput.
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Note-se, existem outras informações sigilosas previstas em lei além das
previstas nesses artigos, como o sigilo médico-paciente, o sigilo advogado-cliente, etc.
Como exemplo de crime mais grave, que pode ser realizado pelos
mesmos meios do caput, temos o crime de divulgação de segredo, previsto no artigo 153,
§1º-A do Código Penal, em sua forma qualificada:
Divulgação de segredo
Por fim, o artigo 154-B traz como ocorrerá a ação penal nos crimes de
invasão de dispositivo informático:
7.2. Ciberterrorismo
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Art. 2º O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos
atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a
finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo
pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública.
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Os crimes contra a segurança nacional estão previstos na Lei
7.170/1983. Dentre eles, nos artigos 13 e 14, encontramos a conduta de:
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Por este dispositivo, criminaliza-se a conduta daquele que desenvolve
comunicação clandestina de telecomunicação. Ainda, o crime abrange a transmissão
clandestina de sinal de internet, considerado um serviço de valor adicionado do serviço
de telecomunicação, conforme o artigo 61 da referida lei:
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7.5. Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico,
informático, telemático ou de informação de utilidade pública
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Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Fontes de prova são pessoas ou coisas das quais são extraídas as provas
(informação). Por exemplo: computadores; disco rígido; dispositivos auxiliares;
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servidores; logs; dispositivos de rede; roteadores; firewalls; ids; mídias diversas;
celulares; máquinas digitais; etc.
a) Prova ilícita;
b) Provas que derivam de crenças não aceitas pela ciência;
c) Provas que afrontam a moral.
Como provas que derivam de crenças não aceitas pela ciência, podemos
citar como exemplos: as ordálias, as cartas psicografadas, etc. Já como prova que afronta
a moral, podemos citar a reprodução simulada de um estupro.
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A utilização de todas essas provas é vedada pelo ordenamento jurídico,
de forma que não serão admitidas no processo.
Por este sistema, o juiz tem ampla liberdade na análise das provas que
foram colhidas durante a instrução processual. Ou seja, o julgador poderá valorar a prova
de acordo com o seu convencimento, podendo motivar a sua decisão na prova que o
melhor convencer.
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8.4. Princípio do contraditório e da ampla defesa
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No processo penal, o objeto da prova, ou seja, o fato que deverá ser
provado é (1) a ocorrência do crime e (2) quem foi o seu autor. Para tanto, a atividade
probatória tem seus contornos definidos pela denúncia criminal, onde encontramos qual
o fato criminoso está sendo imputado e a quem.
Neste processo, não serão admitidas provas que visem apenas prolongar
o curso do processo, sendo irrelevantes à conclusão do juiz sobre a ocorrência do crime e
de sua autoria. Assim, não se admite a produção de algumas provas, sobre:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
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decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
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Como já vimos, o ônus é a faculdade das partes de produzir prova, para
comprovar as suas afirmações, buscando uma situação favorável no processo.
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Neste processo, mesmo os fatos admitidos pelo réu devem ser provados,
o que significa que mesmo se o acusado confessar a prática do crime, ele somente será
condenado se a acusação comprovar que o crime foi efetivamente perpetrado e por aquela
pessoa.
Por fim, importa dizer o acusado não pode ser obrigado a produzir prova
contra si, podendo se abster da prática de atos que acarretem prova em seu desfavor. Por
exemplo: confissão; teste de bafômetro; teste de DNA; etc. Esta prerrogativa do réu está
pautada no chamado princípio do privilégio contra autoincriminação.
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As regras de distribuição no processo civil estão previstas no artigo 373
do Código de Processo Civil, que traz:
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8.8. Provas ilícitas
Art. 5º, inc. LVI. São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meio ilícito.
Por sua vez, o artigo 157 do Código de Processo Penal, nos ensina o
que é uma prova ilícita, dizendo:
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Nesse sentido, o artigo 10 da Lei 9.296/1996, criminaliza a
interceptação da comunicação, nos seguintes termos
Nesse sentido:
A perícia pode ser conceituada como o exame realizado por pessoa com
conhecimentos específicos sobre matéria técnica, científica ou artística. A finalidade da
perícia, assim como a de todas as provas, é a de instruir o julgador para a solução de um
processo judicial.
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No processo judicial, os peritos desempenham o papel de auxiliares da
justiça, tendo a função de subministrar fundamentos sobre questões fora da órbita do saber
ordinário do juiz e das partes. Ou seja, sobre questões técnicas, científicas ou artísticas.
1. Perito oficial;
2. Perito inoficial;
3. Assistente técnico;
4. Perito particular.
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São suspeitos:
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O perito particular é o profissional contratado pelas partes (autor/réu)
para realizar uma espécie de contraprova pericial.
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O laudo pericial é a conclusão da perícia e a forma pela qual a prova é
inserida no processo. Nele deve constar tudo o que foi observado e concluído pelo perito,
explanando-se:
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da perícia, assim como a de todas as provas, é a de instruir o julgador para a solução de
um processo judicial.
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peritos habilitados estão sujeitos a avaliações e reavaliações periódicas, que são
determinantes a manutenção do cadastro do perito.
Apenas nas localidades onde não houver perito, para determinada área
de atuação, inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, é que a nomeação será de
livre escolha pelo juiz.
a. Proposta de honorários;
b. Currículo, com comprovação de especialização;
c. Contatos, para onde serão dirigidas as intimações pessoais.
O perito poderá ser substituído sempre que se verificar que não possui
os conhecimentos técnicos ou científicos necessários para a realização da perícia, a
qualquer momento.
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No processo civil, ao contrário do que ocorre no processo penal, as
partes podem escolher o perito que atuará no processo, de comum acordo, quando deverão
requerer a nomeação do profissional ao Juiz.
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A atuação do perito particular ocorre fora do processo, motivo pelo qual
não precisa ser admitido pelo Juízo. Esses profissionais emitem pareceres técnicos, sobre
as provas produzidas, que serão juntados ao processo como prova documental.
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A cadeia de custódia é o procedimento regrado, através do qual se
documenta a cronologia da existencial da prova, ou seja, toda a trajetória da prova, desde
a coleta até a inserção no processo, por meio do laudo pericial.
a. Mandado judicial;
b. Busca e apreensão;
c. Foto/coleta/preservação;
d. Duplicação pericial;
e. Análise nas cópias;
f. Documentação cadeia de custódia;
g. Elaboração do laudo.
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Caso haja a quebra da cadeia de custódia, a prova realizada será
considerada ilícita, sendo proibida a sua valoração probatória. Ainda, haverá a exclusão
física da prova e de todas as outras dela derivadas do processo judicial (teoria dos frutos
da árvore envenenada).
O texto da lei foi pautado em três pilares, que deverão ser observados
tanto na prestação de serviços de internet quanto pelos usuários do serviço. São os pilares
do Marco Civil:
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1. Liberdade;
2. Neutralidade;
3. Privacidade.
1. Liberdade
2. Neutralidade da Rede
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II - priorizem pacotes de dados em razão de arranjos comerciais; ou
3. Privacidade
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No entanto, o Marco Civil reforça o direito de inviolabilidade da
intimidade e da vida privada dentro da rede mundial de computadores, abrangendo toda
e qualquer informação considerada privada, seja textual, visual ou audiovisual. Em caso
de violação, haverá indenização pelo dano material ou moral devido á vítima.
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a) Preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da
rede, pela utilização de medidas técnicas compatíveis com os
padrões internacionais;
b) Proibição de suspender a conexão à internet, sendo cabível
reparação por danos morais e materiais decorrentes e
comprovados;
c) Dever de manutenção da qualidade contratada da conexão à
internet;
d) Dever de publicidade e clareza nas políticas de uso.
Sobre as políticas de uso, a lei traz que são nulas de pleno direito as
cláusulas contratuais que:
O Marco Civil traz ainda que a lei brasileira será aplicada aos
provedores em serviço no Brasil, quando: a) qualquer fase do tratamento dos dados ocorra
em território nacional; b) ocorrer a comunicação entre um terminal localizado no Brasil
e outro fora do país; tendo como condição que o provedor estrangeiro tiver pelo menos
um integrante do mesmo grupo econômico com estabelecimento no Brasil.
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Esses registros devem ser guardados pelo prazo de um ano a partir do
evento que os gerou, do acesso pelo usuário a rede mundial de computadores. Ressalte-
se que o provedor de conexão não poderá transferir a guarda desse registro para terceiros.
Esses registros devem ser guardados pelo prazo de seis meses a partir
do evento que os gerou, do acesso à aplicação pelo usuário. Ressalte-se que, apenas os
provedores que exerçam atividade de forma organizada, profissionalmente e com fins
econômicos terão a obrigação de manter esse registro.
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entendiam que os provedores da internet poderiam ser responsabilizados por esses
conteúdos, e a outra parte entendia que não era possível a responsabilização.
O Marco Civil veio para pôr um fim a discussão, trazendo regras claras
de responsabilidade, afastando a aplicação deste sistema.
Hoje, por falta de legislação específica, aplica-se aos casos a atual Lei
de Direitos Autorais, Lei n. 9.610/98, que traz em seu artigo 104:
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Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir,
tiver em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com
fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito,
lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente
responsável com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes,
respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor em caso
de reprodução no exterior.
a. Privacidade;
b. Autodeterminação informativa;
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c. Liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de
opinião;
d. Inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
e. Desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
f. Livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor;
g. Direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a
dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
a. Pessoa natural;
b. Pessoa jurídica de direito público;
c. Pessoa jurídica de direito privado.
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pessoa jurídica de direito público. Ainda, que os bancos de dados não poderão ser tratados
em sua totalidade por pessoa jurídica de direito privado.
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e
disponíveis na ocasião de seu tratamento;
12.3. Princípios
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I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos,
específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de
tratamento posterior de forma incompatível com essas finalidades;
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X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, pelo
agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de comprovar a
observância e o cumprimento das normas de proteção de dados
pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
12.4. Consentimento
No que tange aos dados pessoais de crianças, estes poderão ser tratados
apenas com consentimento de pelo menos um dos pais ou responsável legal.
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a. Pelo controlador (pessoa natural ou jurídica a quem competem
as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais), para o
cumprimento de obrigação legal;
b. Pela administração pública, para o tratamento e uso
compartilhado de dados necessários à execução de políticas
públicas;
c. Por órgão de pesquisa, para a realização de estudos, garantida,
sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;
d. Para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou
de terceiro;
e. Para a tutela da saúde, em procedimento realizado por
profissionais da área da saúde ou por entidades sanitárias;
f. Para processo judicial, administrativo ou quando necessário
para atender aos interesses legítimos;
g. Para a proteção do crédito;
h. Quando necessário para a execução de contrato;
No que tange aos dados pessoais sensíveis, a lei traz que o tratamento
destes poderá ocorrer com consentimento do titular, apenas para finalidades específicas
consentidas.
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c. Realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre
que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
d. Exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em
processo judicial, administrativo e arbitral;
e. Proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
terceiro;
f. Tutela da saúde em procedimento realizado por profissionais da
área da saúde ou por entidades sanitárias;
g. Prevenção à fraude e à segurança do titular, nos processos de
identificação e autenticação de cadastro em sistemas
eletrônicos.
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de dados pessoais; d) executar as demais atribuições determinadas pelo controlador ou
estabelecidas em normas complementares.
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12.10. Responsabilidade dos Agentes de tratamento
Conclusão
Indicação bibliográfica
AVOLIO, Luiz Francisco Torquato. Provas ilícitas. 1 ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2015.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: volume 1, parte geral. 16 ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
DEL MASSO, Fabiano. Marco Civil da Internet. 1 ed. São Paulo: Editora Revista dos
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DONEDA, Danilo. A proteção de dados pessoais nas relações de consumo: para
além da informação creditícia. Escola Nacional de Defesa do Consumidor;
elaboração Danilo Doneda. Brasília: SDE/DPDC, 2010.
ESTEFAM, André. Direito penal esquematizado: parte geral. 5 ed. São Paulo: Saraiva,
2016.
JESUS, Damásio de. Marco Civil da Internet. São Paulo: Saraiva, 2014.
JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz. Direito Penal. 3 ed. São Paulo: Editora Revista
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LOPES JR., Aury. Direito processual penal. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
MARTINS, Flávio. Curso de Direito Constitucional. 1 ed. São Paulo: Editora Revista dos
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OLIVEIRA, Erival da Silva. Direito Constitucional. 4 ed. S São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2016.
REIS, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado. 5 ed. São
Paulo: Saraiva, 2016.
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