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TEMA:
UNIÃO DE FACTO
BAIRRO CERÂMICA MUNICÍPIO DE CACUACO EM
ANGOLA
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ASS: AUGUSTO HUDSON SIMEÃO
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TEMA:
UNIÃO DE FACTO
BAIRRO CERÂMICA MUNICÍPIO DE CACUACO EM
ANGOLA DE 2013-2018
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I. INTRODUÇÃO
1.1. INTRODUÇÃO DO TEMA
Perante este cenário, e conscientes de que muito poderá ficar por dizer,
abordaremos no presente estudo o regime jurídico emergente do Código de Família,
procedendo à inevitável indagação relativa ao regime jurídico aplicável às relações
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patrimoniais que se desenvolvem na união de facto, e confrontando-o, sempre que
possível, com o regime matrimonial. Buscaremos, neste contexto, formas de
superação da ausência de uma disciplina patrimonial específica para a união de
facto, recorrendo, para tanto, à análise de alguns instrumentos jurídicos que o direito
comum oferece e que se revelam aptos para os conviventes alcançarem a tão
desejada regulamentação patrimonial, não deixando, contudo, de abordar aquele
que para muitos é o instrumento ideal na realização deste fim: o contrato de
coabitação. Ao longo da análise não deixaremos de abordar algumas matérias em
que, no nosso entendimento, aos membros da união de facto deveria ser conferida
uma protecção jurídica mais intensa.
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As famílias contemporâneas enfrentam uma série de problemas sem precedentes.
Existe uma alteração significativa das formas de constituir família. O surgimento de
uniões coabitantes, o aumento do divórcio e a fertilidade retardada do casamento
são exemplos de mudanças na dinâmica da família. A multiplicidade de novas
formas de família surge em resposta à mobilidade e às restrições demográficas,
económicas e sociais.
Em outro prisma, saliento ainda que a escolha deste tema consiste pelo facto do
mesmo ser e constituir um pressuposto fundamental do Direito da Família, dada a
sua relevância, ao excessivo e crescente número de relações entre pessoas de
sexos opostos, desenvolvido fora dos trâmites exigidos por lei e as consequências
desastrosas por parte dos membros considerados mais frágeis, a mulher e as
crianças, têm posto em causa directa e indirectamente a função social que o
casamento e a união de facto desenpenham para sociedade.
II. OBJECTIVOS
A escolha deste tema, deve-se pelo facto de que, no longo percurso académico da
formação, mas concretamente na Licenciatura em Direito, a unidade curricular de
Direito da Família, foi a área do saber jurídico que mais me cativou e despertou
interesse em proceder uma investigação científica devido aos problemas por eles
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levantados. Não só por ser a área do foro Cível, e serem consideradas como a
última ratio da política social, mas pelo facto de seu estudo abarcar outras áreas que
se ocupam com a investigação.
V. HIPÓTISES
VI. METODOLÓGIA
Métodos Utilizados
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VII. PROBLEMÁTICA
Como refere Medina, Maria do Carmo (2013: 17) “O novo código veio integrar num
só diploma o conjunto das normas do direito da família, como todos os benefícios
que derivam da codificação das leis. Ele trouxe igualmente a sistematização, clareza
e acessibilidade do texto legal ao cidadão comum, o que constitui uma característica
do direito de inspiração socialista. Trata-se de um código de um novo direito
baseado em novos princípios, orientados para uma visão criadora de novas regras
de conduta que, por sua vez, irão exercer uma influência determinante no meio
social”.
Diz a autora, o mútuo acordo é condição essencial ao reconhecimento, porque tem
de ser ambos a requerer a conversão de uma união livre num negócio jurídico que,
depois do reconhecimento vai produzir precisamente os efeitos que produz o acto de
Casamento. Teve-se em conta que tal modificação do estatuto jurídico dos
companheiros da união de facto em cônjuges releva da autonomia da vontade do
homem e da mulher. Por isso, a lei não permite que quem vive em união de facto
não reconhecida, seja obrigado a alterar a situação em que vive, para a converter
numa união cujos efeitos legais se equiparam ao casamento. Segundo Maria
Medina,( 2013:145) “O reconhecimento da união de facto pode ser por mútuo acordo
dos companheiros. Neste caso, tem que ser pedido individualmente pelos dois
intersectados mais simultaneamente, pois só os dois em conjunto têm legitimidade
para formular pedido”.
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tenha preenchido os pressupostos legais, uma vez que os efeitos dessa união são
equiparados por lei aos do Casamento dissolvido. Assim, se a União de Facto
terminou por morte de um dos companheiros os efeitos do reconhecimento são os
mesmos da dissolução do casamento por morte.Uma vez provada a existência da
união de facto que preencheu os pressupostos legais, o Juiz deve reconhecer essa
união, indicando, tanto quanto possível, quando ela se iniciou e quando veio a
terminar para, assim, determinar o período em que ela produz efeitos,
designadamente quanto a aquisição de bens comuns, responsabilidade por dívidas,
presunção legal de paternidade por parte do companheiro dos filhos nascido da
união (Maria do Carmo Medina 2013: 244).
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1.5. A evolução do conceito de família
Como situação de facto que é, pressupões uma comunidade no tempo que a torna
relevante no meio social e que consequentemente, não pode ser ignorada pelo
direito.
Diz a autora, se é certo que a união de facto, a união não formalizada, foi desde os
primórdio da humanidade a forma de constituição da família natural, como vimos a
propósito da evolução histórica do instituto da casamento, também é verdade que,
nos séculos mais recentes, e graça a influência do cristianismo se procurou
favorecer o casamento como forma privilegiada e até única de constituição da
família. Segundo a professora Maria do Carmo Medina (2013:45) “união de facto
consiste na convivência sexual comum entre um homem e uma mulher como se de
marido e mulher se trata-se, sem a existência de um casamento formalizado.”
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1.7. Analogia entre a União de Facto e o Casamento
Assim, podemos afirmar que o Direito de Família passou por uma longa e lenta
evolução, em função do próprio desenvolvimento da vida humana em sociedade e
das diferentes mudanças de costumes e de ideias verificadas através dos tempos.
A lei Angolana encara o casamento como uma “plena comunhão de vida, artigo 20.º
do CF exclusiva artigo 21.º CF e tendencialmente perpétua entre duas pessoas,
independentemente do seu sexo. A plena comunhão de vida é exercida em termos
igualitários e acarreta a vinculação recíproca aos deveres de respeito, fidelidade,
coabitação, cooperação e assistência. Contudo, assistimos à inexistência da
consagração de um mínimo de comunhão patrimonial no âmbito da união de facto,
apesar de nela também se desenrolar uma comunhão de mesa, leito e habitação em
condições análogas às dos cônjuges. Na união de facto tal como no casamento
celebrado em regime de separação de bens não será fácil haver uma absoluta
separação entre os patrimónios de cada um dos conviventes, acabando por haver
uma inevitável interpenetração patrimonial.
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1.8. Enquadramento Legal da União de Facto em Angola
O art.113. nº 2º do CF, refere-se a união de facto que não possa ser reconhecida por
falta de pressupostos legais, o que nos põem perante todas as situações que podem
ocorrer e em que existam efectivamente a vida marital comum entre homem e
mulher, mas ela não pode ser subsumida a presunção legal do n.1.º do mesmo
artigo, por falta de qualquer dos requisitos legais (tempo de duração, incapacidade
matrimonial, singularidade.) Segundo a professora Maria Medina (2013:89) “Nesta
situação estão todas as uniões de facto poligâmicas, ainda muito frequentes no país.
Fala-se aqui da união de facto que não pode ser reconhecida para distingui-la da
União de Facto que pode ser extinta”.
Mas é preciso ter em conta que ela, em rigor, pode ser reconhecida, não para
produzir efeitos que na sua plenitude produz a união de facto (n.º 1 do art.113.º),
mas apenas para produzir os efeitos restritos previstos na segunda parte do art.113.º
n.º 2, é ainda o efeito presunção da paternidade do companheiro relativamente aos
filhos nascidos da União de Facto (art.º 168.º alínea b) do CF.
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1.9. TIPOS DE RECONHECIMENTOS DE UNIÃO DE FACTO
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1.11. O reconhecimento da União de Facto
Em caso de ruptura a acção pode ser proposta por qualquer dos companheiros da
união de facto, ou pelo respectivo representante legal, no caso de incapacidade art.
123.º do CF.
A lei salvaguarda não só o direito da propositura da acção por parte dos herdeiros
do interessado mais também o direito de estes prosseguirem na acção no caso de
vir a falecer o companheiro que propôs a acção ou contra quem a acção for
proposta. Ao contrario do que ocorre na acção de divórcio, a acção de
reconhecimento da união de facto não se estingue com a morte de qualquer das
partes, pois em ambos os casos os herdeiros do falecido pode prosseguir na acção.
O art. 124.˚ do CF prevê que a acção do reconhecimento da união de facto deve ser
proposta dentro do prazo de dois anos, sob pena de caducidade, prazo este que é
do conhecimento oficioso do tribunal. Pode verificar-se que no CC se consagra, em
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regra, o prazo de dois anos para o exercício de determinados direitos de acção,
embora noutros caso seja até fixado o prazo de um ano, quando se entende, que há
que preservar com prevalência a situação jurídica anterior. No caso do
reconhecimento da união de facto, entendeu-se que se devia balizar o tempo dentro
do qual os interessados deveriam exercer a faculdade legal de propor ou não propor
a acção. Na verdade, a circunstância de a lei atribuir ao reconhecimento da união de
facto amplos e importantes efeitos impõe que os interessados venham a juízo com
certa presteza reivindicar os seus direitos para se poder definir os direitos do outro
companheiro e ainda os eventuais direitos de outros interessados. (Maria Medina
2013:144).
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cônjuge) podem invocar o regime da convivência em economia comum protegida, se
estiverem preenchidos os requisitos desta figura.
Aos membros das próprias uniões de facto protegidas assistem igual faculdade. É
certo que o regime da união de facto protegida é mais favorável do que o da
convivência em economia comum, mas pode haver um interesse atendível na
invocação da protecção própria do último instituto.
Repercussões da união de facto no domínio da filiação biológica. Constituída a
filiação relativamente a ambos os progenitores unidos de facto, responsabilidades
parentais serão plenamente exercidas pelos dois, e em caso de dissolução da união
de facto por morte, o poder paternal pertencerá ao companheiro sobrevivo. Havendo
dissolução por ruptura, aplica-se as regras sobre o exercício das responsabilidades
paternais no caso de divórcio.
O direito de não casar impede que se trate uma pessoa que não contraiu matrimónio
como se estivesse casada. O carácter informal da constituição da união de facto não
é suficiente para desencadear todas as consequências de um casamento. O
casamento é celebrado solenemente perante um funcionário do Registo Civil ou
perante um sacerdote e é precedido por um processo, o processo preliminar de
casamento, que se inicia com um documento em que os nubentes declaram
pretender casar. A dissolução por qualquer membro da união de facto, mas é pouco
verosímil que um dos membros deste célebre casamento com outra pessoa sem que
previamente tenha manifestado a vontade de romper a relação . (Guilherme Oliveira
2001:213).
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O mesmo diz que, o princípio do enriquecimento sem causa é frequentemente
invocado na jurisprudência que entendem que, a liquidação e partilha do património
adquirido pelo esforço comum se podem fazer a sequência de acção judicial de
dissolução da união de facto, por dependência desta acção, ou em acção declarativa
de condenação em que o membro da união de facto que se considere empobrecido
relativamente aos bens em cuja aquisição participou peça a condenação do outro e
reembolsa-lo com fundamento no enriquecimento sem causa, provando que há um
proprietário comum resultante da união de facto vivida entre um e outro. As causas
de cessação da união de facto protegida: a morte de um dos membros, a ruptura por
vontade de um dos membros ou por vontade de ambos os companheiros; e o
casamento de um dos unidos de facto com outro ou com terceiro. Uma quarta causa
possível é a reconciliação de um membro da união de facto casado, separado de
pessoa e bens, com o respectivo conjugue. A reconciliação põe fim a separação de
pessoas e bens, implicando o restabelecimento da vida em comum entre os
contraentes do casamento e de todas as situações jurídicas conjugais, o que é
incompatível com a subsistência da união de facto protegida. Para a dissolução da
união de facto por ruptura, basta a manifestação de vontade de um dos seus
membros, sem que se exija intervenção estatal ou especial formalismo. Para Coelho
Guilherme (2001:243) “Com a morte de um membro da união de facto, cabem ao
outro os seguintes benefícios: direito a alimentos e a prestação por morte; direito
real de habitação sobre a casa de morada comum, e direito de preferência na sua
venda, ou direito ao arrendamento habitacional”.
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1.13. OS direito sobre a casa da morada partecente ao companheiro
falecido
Este trabalho, foi desenvolvido na província de Luanda, fundada por Paulo Dias, De
Novais, em 25 de Janeiro de 1575, na sequência da chegada a região de uma
armada de Lisboa que transportava várias centenas de homens entre eles soldados,
mercadores e missionários.
A cidade de Luanda que também é a capital do pais, tem 9 municípios, dos quais o
estudo centrou-se no município de, Cacuaco com o fim de analisar o estado da
união de facto em que várias famílias vivem. Cacuaco é uma vila e município situado
a Norte da província de Luanda em Angola, com área de 571 km 2. Limita a Sul com
os municípios de Viana e Cazenga, a Oeste com o Oceano Atlântico e município de
Sambizanga e a Norte e a Leste com o município do Dande, na província do Bengo.
Tem três comunas Cacuaco, Kicolo e. Funda.
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2.1. Procedimentos e instrumentos ou técnicas para a colecta de dados
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VIII. BIBLIOGRAFIA
ANGOLA. Código. (1988). Lei nº 1/88, Código da Família: aprovada em 28 de
Outubro de 1987.
ANGOLA. Constituição. (2010). Constituição da República de Angola:
promulgada em 5 de Fevereiro de 2010.
ANGOLA. Decreto Presidencial. (2015). Decreto Presidencial n.º 36/15
Regulamento do reconhecimento da união de facto por mútua acordo e
dissolução da união de facto reconhecida: promulgada em 30 de Janeiro de 2015.
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Coimbra Editora, 2001.
PINHEIRO Jorge Duarte. Direito de Família Contemporâneo. 2.ᵃ Ed. Lisboa,
2009.
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VARELA, Antunes. Direito da Família. Vol.I, 5 ed. Petrony, LDA. 1999.
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