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Projeto de Pesquisa
Acesso à justiça: expansão e empecilhos para sua efetivação
Niterói
Novembro/2018
- SUMÁRIO
I- INTRODUÇÃO................................................................................................ 3
II- JUSTIFICATIVA............................................................................................. 5
III- METODOLOGIA............................................................................................ 9
IV- CRONOGRAMA............................................................................................11
V- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................
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I- INTRODUÇÃO
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Estágios Supervisionados I, II e III em Serviço Social.
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A partir da leitura de Bueno (2006), compreende-se que os elementos
centrais que envolvem as dificuldades no acesso à justiça estão relacionados à
forma como os indivíduos inserem-se nela de maneira desigual. Ou seja, diz-se
que a justiça é igual para todos, entretanto, ao se fazer justiça igual para
pessoas desiguais, os que a acessam dentro de seus privilégios encontram
menos obstáculos para efetivar esse acesso.
Dentro do raciocínio trazido por Sadek (2014), entende-se que um dos
elementos que dificultam o acesso à justiça é o da linguagem complexa
utilizada pelos agentes do direito que, por vezes, se torna incompreensível por
aqueles que são usuários do serviço e não são profissionais da área. A
formalidade existente nos fóruns e tribunais causa, por vezes, certo receio em
cidadãos que não possuem alto nível de escolaridade ou desenvolvimento
cultural. Bem como também faz com que esses espaços sejam vistos como
inalcançáveis para alguns levando em consideração o alto nível de hierarquia
vivenciado nestes. As exigências e regras, que em alguns casos podem ser
consideradas desnecessárias, são obstáculos reais para que pessoas em
situação de vulnerabilidade social e econômica acessem esses espaços. Isto
pode ser observado inclusive durante a atuação como estagiária do Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro.
Ainda para a autora, o Judiciário vem sendo tomado por uma saturação
em vista do alto índice de processos ingressantes neste. Entretanto isso não
significa necessariamente uma ampliação na conquista de direitos, visto que
estes processos, em sua maioria, têm como requerentes um perfil que já
possui histórico mais amplo de acesso ao serviço.
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Ou seja, apenas um viés quantitativo não se aplica para a análise do
que diz respeito ao acesso à justiça. Isto porque apenas números não integram
a totalidade da realidade e por isso devem ser analisados também
qualitativamente.
Marona (2013) retrata que o grande volume de processos não significa,
necessariamente, uma ampliação no acesso à justiça. Fazendo uma retomada
ao raciocínio trazido por Sadek (2014), observa-se que há uma espécie de
concentração de usuários do serviço que se repete, causando o que se poderia
denominar como uma contradição entre os que utilizam excessivamente o
serviço e aqueles que o fazem eventualmente, por questões que se pretende
desenvolver ao longo da pesquisa.
Logo, compreende-se que pesquisar acerca do acesso à justiça coloca-
se como um exercício fundamental para apreensão das condicionalidades que
recaem sobre o serviço. Entende-se ainda que, este movimento trará
enriquecimento bibliográfico para apreensão do assunto pelas razões a serem
explicitadas a seguir.
II- JUSTIFICATIVA
Para compreender os motivos pelos quais se faz necessário pesquisar
acerca do acesso à justiça, parte-se do princípio estabelecido através do Art. 5º
da Constituição Federal, que diz:
Art. 8º. Toda pessoa tem direito de ser ouvida, com as garantias e
dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente,
independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
apuração de qualquer acusação penal contra ela, ou para que se
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determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil,
trabalhista, fiscal ou de qualquer natureza.
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De acordo com Figueiredo (2002) a educação jurídica e conscientização
dos sujeitos sociais acerca de seus direitos é um caminho primordial para se
pensar em avanços no que preze ao acesso à justiça. Nesse sentido, a
elaboração dessa pesquisa propiciaria a tomada de consciência acerca do
assunto a ser tratado, trazendo contribuição para pensar resoluções para essa
expressão da questão social.
Pode-se pensar também a judicialização da questão social como um
movimento interessante para compreender a que grau está o acesso à justiça.
Tem-se que os sujeitos utilizam-se do Poder Judiciário para o acesso a direitos
que não estão sendo plenamente garantidos pelo Estado.
Atualmente, diante do contexto do capitalismo contemporâneo, onde o
ideal neoliberal é uma diretriz para atuação do Estado, vivemos um desmonte
na estrutura dos direitos sociais. Essa dinâmica está diretamente relacionada a
um movimento cada vez mais intenso de desresponsabilização do Estado para
com o social.
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que têm conhecimento acerca deste canal de viabilização de serviços pelo
acesso ao Judiciário.
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Cólman (2004) aponta que o movimento de ampliação do acesso à
justiça
III- METODOLOGIA
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analisá-los, qualitativamente, a fim de compreender, de modo crítico, como
estas determinantes se manifestam na realidade social. Visto que, a partir do
exposto por Minayo (2002) acerca dos tipos de pesquisa selecionados, tem-se
que “[...] não se opõem. Ao contrário, se complementam, pois a realidade
abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.” (p.
22).
Dada a importância da pesquisa bibliográfica, as categorias teóricas
abordadas nesta serão: legislações que teçam sobre o tema, os conceitos de
direito, Estado e suas atribuições e o de classe e a expressão da desigualdade
social. Bem como também o projeto profissional e o Código de Ética do Serviço
Social como norte para a elaboração da pesquisa. Ainda o aprofundamento no
estudo e análise de autores já citados nesse projeto de pesquisa, que
contribuam para a percepção crítica da realidade, tais como Borgiani,
Iamamoto e Fávero, através da utilização do método materialista histórico
dialético de observação.
O campo de pesquisa estará delimitado dentro do espaço do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, mais especificamente no Fórum da
Comarca de Niterói. Também se elaborará pesquisa de campo na Defensoria
Pública deste município, por se tratar de instituição parceira do Poder Judiciário
que presta assessoria jurídica gratuita aos seus usuários.
A pesquisa de campo se materializará através de questionários e
entrevistas com questões abertas e semi-estruturadas com os agentes do
direito e profissionais do Serviço Social, integrantes desses espaços acima
citados. Estas serão colocadas a fim de obter a apreensão destes acerca do
acesso à justiça e a forma pela qual o movimento de ampliação deste se
expressa em seus locais de atuação.
Serão utilizadas ainda as análises de documentos institucionais que
abordem a temática, através de estatísticas e relatórios que acompanhem o
movimento de acesso à justiça. Ou seja, pretende-se, através destes
documentos, compreender as manifestações desses obstáculos e suas
consequências para a evolução dos processos.
Os elementos pesquisados e dados colhidos ao longo da materialização
da primeira fase desta pesquisa serão analisados a partir do que Minayo (2002)
coloca como o Ciclo da Pesquisa.
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De acordo com este conceito, aqui, neste projeto de pesquisa, se
manifesta a fase exploratória da pesquisa, na qual se pretende delimitar o tema
e analisá-lo teoricamente. Na fase de campo será fomentado o arcabouço dos
dados que serão analisados no momento final de tratamento e análise do
material coletado, onde estes serão explorados a partir da interlocução entre
teoria e prática.
IV- CRONOGRAMA
Atividades Mar Abr Mai Jun Ago Set Out Nov Dez
Reuniões de x x x x x x x x x
Orientação
Revisão do Projeto de x
Pesquisa
Pesquisa Bibliográfica x x x x
Capítulo 1 x x x x
Elaboração dos x x
instrumentos para
pesquisa de campo
Capítulo 2 x x x x x
Pesquisa de Campo x x
Capítulo 3 x x x x x
Considerações Finais x
Revisão das x x x x x
referências
bibliográficas
Introdução x x x x x
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V- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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