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Acesso a justiça e aos Tribunais num contexto

de elevadas custas judiciais

Estudante: Nárcio Elias Daniel Vontade


Supervisor: Zuneid Abdul Rachid
ESTRUTURA DO TRABLHO

1. Capitulo: Introdução

2. Capitulo: Fundamentação Teórica

3. Capitulo: Metodologia

4. Capitulo: Análise e Interpretação de Resultados

5. Capitulo: Conclusão e sugestões

Referências bibliográficas
INTRODUÇÃO

A Constituição da República de Moçambique-CRM garante, nos termos do seu artigo 62, o


direito aos tribunais e a assistência jurídica e patrocínio judiciário para todos,
particularmente, para aqueles (as) economicamente incapacitados (as) tendo em conta a
defesa dos DH e da igualdade nos termos da lei. Nos artigos 69 e 70 determina-se,
respectivamente, que “o cidadão tem a faculdade ou poder de impugnar os actos que
violem os seus direitos e o direito de recorrer aos tribunais contra esses actos que violem os
seus direitos e interesses constitucionalmente reconhecidos.”

Dada a grande falta de advogados devidamente qualificados, os membros do IPAJ


perceberam que poderiam cobrar honorários aos clientes privados, operando, com efeito,
como parte do sector jurídico privado e afastando-se inteiramente do seu original propósito e
razão de ser.

O acesso à justiça é um direito humano fundamental, pois é a ideia central ao redor da qual
convergem todos os princípios e garantias constitucionais. Dessa forma, como garantidor de
todos os demais direitos, é necessário que seja de fato garantido o acesso a uma ordem
jurídica justa.

Delimitação do Tema

O Presente estudo deu-se na cidade da Beira, concretamente no tribunal da cidade, a mesma


decorreu no ano 2022˗2023

Problematização

 Até que ponto a imposição de pagamento de custas judiciais por pessoas


economicamente desfavorecidas limita o acesso aos tribunais?

JUSTIFICATIVA

A escolha do tema deu-se pelo facto de ter verificado a falta de Acesso a justiça e aos
tribunais devido as altas custas judiciais, contudo, surge a necessidade de fazer a pesquisa
para avaliar as taxas judiciais e se for necessário a avaliação do código das custas judiciais.
Outra razão que fez com que o autor desenvolvesse este estudo deveu-se pelo facto de fazer
uma avaliação do nível de conhecimento a partir dos cidadãos que não tiveram acesso a
justiça devido as altas custas judiciais.

1.6.Hipóteses.

Os advogados que deviam prestar a assistência jurídica grátis em questões mais complicadas
a pessoas que não tem condições para pagar as custas judiciais, funcionam como um regime
privado. O Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica parece ser um modelo misto,
composto por um serviço público de primeira linha, enquanto é composto por um serviço
privados numa segunda linha. O mesmo que acontece no IPAJ, é o mesmo que acontece no
IAJ (Instituto de Assistência Jurídica).

1.7. Objectivos do Estudo.

1.7.1. Objectivo Geral.

 Analisar acesso a justiça e aos tribunais no contexto das elevadas custas judiciais;

1.7.2. Objectivos Específicos

 Descrever detalhadamente o acesso a justiça e aos tribunais num contexto de


elevadas custas judiciais.
 Descrever detalhadamente o acesso a justiça e aos tribunais como um direito
fundamental.
 Identificação e análise dos problemas práticos resultantes do acesso a justiça e aos
tribunais no contexto das elevadas custas judiciais.
CAPITULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo é referente a revisão da literatura. Numa primeira fase tratar-se-á dos conceitos
básicos, onde será apresentado alguns conceitos sob ponto de vista de alguns autores,
relacionados com o acesso a justiça e aos tribunais num contexto de elevadas custas judiciais.

METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho a metodologia procederá incidir com a recolha de


dados através de pesquisas bibliográficas, consultas de estudos, guias, Técnicas de entrevista
e observação directa.

3.1. Natureza do Estudo


Quanto a natureza do estudo, caracteriza-se como uma pesquisa exploratória com
abordagem qualitativa. De acordo com GERHARDT; SILVEIRA (2009) a pesquisa
qualitativa não tende sua inquietação para números, ou resultados numéricos, mas volta suas
preocupações para a compreensão de um grupo social, uma entidade e outras.

Local de Estudo

O estudo deu-se na cidade da Beira, concretamente no tribunal da cidade, localizado na


zona centro de Moçambique, capital da província de Sofala, em pleno, servindo de via de
acesso à cidade da Beira através da estrada Nacional n°6

CAPITULO IV: ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS.


4.1.O Acesso À Justiça como Direito Fundamental.

O direito de acesso à Justiça está situado na parte I título I da nossa Constituição, ou seja, está
junto dos Princípios Gerais dos Direitos e Deveres Fundamentais, não integrando o catálogo
de direitos, liberdades e garantias, nem o de direitos, económicos, sociais e culturais.

A Lei da Organização Judiciária no seu artigo 11̊ garante o acesso aos tribunais e à justiça. O
nº 2 deste artigo obriga o “Estado a providenciar assistência judiciária e patrocínio jurídico
para que a justiça não seja denegada por insuficiência de recursos.”.

O facto de não integrar o catálogo não faz com que não possa ser considerado como um
direito fundamental. Na realidade é isso que o direito de acesso à justiça é, um direito
fundamental análogo aos direitos, liberdades e garantias. Aqui, por força do disposto no
artigo 70.º da CRM, o direito de acesso à Justiça passa a beneficiar do regime específico
dos direitos, liberdades e garantias. Jorge Miranda refere-se a isso mesmo: “Quanto aos
direitos de natureza análoga constantes do artigo 62 º (como direito de acesso aos
tribunais), por eles serem incindíveis de princípios gerais com imediata projecção nos
direitos, liberdades e garantias, aplicam-se-lhes todas as regras constitucionais
pertinentes”.

CAPITULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES

No presente capítulo, será apresentado a conclusão dos resultados obtidos ao longo da


pesquisa assim também como apresentar-se-á algumas sugestões que poderão servir na
melhoria.

Conclusão

Chegando ao término da pesquisa, conclui que ainda existe a necessidade de aperfeiçoamento


dos mecanismos processuais e socioculturais, para que se possa de fato efectivar o acesso à
Justiça, e, garantir soluções práticas para que a justiça seja acessível a todos os cidadãos de
forma totalmente igualitária, independente de características econômicas, sociais ou culturais.
Por isso, é inegável o mérito desses estudiosos no que concerne a divulgação e
problematização de questões voltadas ao “acesso à Justiça” como busca de possibilidades
para absorção da litigiosidade sempre crescente no interior da sociedade moderna, bem como
forma de “acesso ao ordenamento jurídico”.

Assim a obrigatoriedade do pagamento das elevadas taxas judiciárias cria um duplo


problema, primeiro a pessoa já está lesada ou ameaçada de lesão por uma acção ou omissão,
segundo para acessar a justiça na tentativa de resolução de seu problema tem que pagar as
elevadas taxas judiciárias causando assim um segundo problema que muitas vezes é
intransponível ao cidadão levando-os a deixar de acessar a justiça causando uma grave lesão
ao direito fundamental de livre e amplo acesso à justiça, consagrado no artigo 35 e 62 da
CRM e, por conseguinte, um retrocesso nos direitos fundamentais que, por consequência,
ainda poderá negar a concretização dos objectivos da constituição da república que poderiam
ser efetivados pela interveniência do acesso à justiça.

Assim é de importância capital que a obrigatoriedade do pagamento de taxas judiciárias não


obstaculize ou dificulte o acesso à justiça que mais uma vez poderá contribuir para a
efetivação dos objectivos da Constituição da República.

Sugestões

 PARA OS TRIBUNAIS.

 Criar diversos mecanismos facilitadores de acesso à justiça sem perder de vista


a necessidade do cidadão pagar por este serviço específico e divisível lhe
prestado sim, contudo que esta necessidade de pagamento não obstaculize ou
restrinja a busca pela justiça, pois neste caso o Estado será um Estado
violentador dos direitos fundamentais da pessoa humana.
 Que sejam criados mecanismos, como a assistência jurídica integral e gratuita,
valores menores e mais acessíveis de taxas judiciárias à população de baixa
renda, o cidadão deve acessar a justiça sem qualquer restrição de ordem
financeira a fim de concretizar os objetivos delineados pela constituição.
 PARA O LEGISLADOR:

 Revisão do actual Código de Custas Judicias, de modo que haja isenção no


pagamento de custas para pessoas que comprovem ser carenciadas.

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