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A teoria abolicionista e o sistema judiciário brasileiro

A teoria abolicionista é um movimento que defende a abolição do sistema penal, ou


seja, a eliminação do direito penal e de suas instituições, como a polícia, os tribunais e
as prisões. Para os abolicionistas, o sistema penal é uma forma de violência estatal que
não é eficaz na prevenção ou na punição do crime.

No Brasil, o sistema judiciário é influenciado por uma série de fatores, incluindo a


cultura, a política e a economia. A teoria abolicionista ainda é um movimento marginal
no Brasil, mas vem ganhando força nos últimos anos. Existem alguns argumentos que
são frequentemente usados para defender a teoria abolicionista no Brasil. Um desses
argumentos é que o sistema penal é racista e classista. No Brasil, as pessoas negras e
pobres são mais propensas a serem presas do que as pessoas brancas e ricas. Outro
argumento é que o sistema penal é ineficaz na prevenção do crime. As prisões
brasileiras são superlotadas e precárias, e não oferecem condições adequadas para a
reabilitação dos presos.

Os abolicionistas defendem a adoção de modelos alternativos de resolução de conflitos,


como a justiça restaurativa. A justiça restaurativa é uma abordagem que visa reparar os
danos causados pelo crime, tanto para a vítima quanto para o infrator. O sistema
judiciário brasileiro tem um papel importante na implementação da teoria abolicionista.
Os juízes, os promotores e os advogados podem contribuir para a redução da violência e
da desigualdade no país, aplicando a lei de forma justa e equitativa.

A seguir, são apresentados alguns exemplos de como a teoria abolicionista pode ser
aplicada no sistema judiciário brasileiro:

 Descriminalização de condutas: O Estado poderia descriminalizar condutas que


atualmente são consideradas crimes, como o uso de drogas para consumo
pessoal.
 Transferência de conflitos para a esfera civil ou administrativa: O Estado
poderia transferir para a esfera civil ou administrativa conflitos que atualmente
são tratados pelo sistema penal, como conflitos trabalhistas ou conflitos de
vizinhança.
 Utilização de métodos de solução de conflitos: O Estado poderia utilizar
métodos de solução de conflitos, como a mediação e a conciliação, para resolver
conflitos que atualmente são tratados pelo sistema penal.

A teoria abolicionista é um desafio ao sistema judiciário brasileiro. No entanto, é um


desafio necessário, pois o sistema penal atual não está funcionando de forma eficaz.
Como atua essa teoria no sistema judiciário brasileiro e sua
inviabilidade de aplicação no Brasil

O sistema judiciário brasileiro atua de forma inviável no Brasil, pois é marcado por uma
série de fatores que dificultam o acesso à justiça, a eficiência e a efetividade da
prestação jurisdicional.

Entre esses fatores, destacam-se:

 A morosidade processual: O processo judicial brasileiro é extremamente lento, o


que pode levar anos para que uma ação seja julgada. Isso ocorre devido a uma
série de fatores, como a falta de recursos humanos e materiais, a burocracia e a
complexidade da legislação.
 A ineficiência da justiça criminal: O sistema penal brasileiro é ineficiente na
prevenção e na punição do crime. As prisões brasileiras são superlotadas e
precárias, e não oferecem condições adequadas para a reabilitação dos presos.
 A desigualdade no acesso à justiça: O sistema judiciário brasileiro é desigual,
pois as pessoas de baixa renda têm mais dificuldade de acesso à justiça do que as
pessoas de alta renda. Isso ocorre devido ao alto custo dos serviços jurídicos e à
falta de informação sobre os direitos.

A inviabilidade do sistema judiciário brasileiro tem uma série de consequências


negativas, como:

 A violação dos direitos humanos: A morosidade processual e a ineficiência da


justiça criminal podem levar à violação dos direitos humanos, como o direito à
liberdade e o direito à segurança.
 O aumento da violência: A ineficácia do sistema penal pode contribuir para o
aumento da violência, pois os criminosos não são punidos de forma eficaz.
 O aumento da desigualdade: A desigualdade no acesso à justiça pode contribuir
para o aumento da desigualdade social, pois as pessoas de baixa renda têm mais
dificuldade de resolver seus conflitos de forma justa.

Para tornar o sistema judiciário brasileiro mais viável, é necessário realizar uma série de
reformas, como:

 Acelerar o processo judicial: É preciso investir em recursos humanos e materiais


para acelerar o processo judicial.
 Reformar o sistema penal: É preciso reformar o sistema penal para torná-lo mais
eficiente e eficaz na prevenção e na punição do crime.
 Garantir o acesso à justiça: É preciso garantir o acesso à justiça para todas as
pessoas, independentemente de sua renda.
Essas reformas são necessárias para que o sistema judiciário brasileiro possa cumprir
seu papel de garantir o acesso à justiça e a efetividade da prestação jurisdicional.

A seguir, são apresentados alguns exemplos de como o sistema judiciário brasileiro


poderia atuar de forma mais viável:

 A adoção de métodos alternativos de resolução de conflitos: A adoção de


métodos alternativos de resolução de conflitos, como a mediação e a
conciliação, pode contribuir para a redução da morosidade processual.
 A utilização de tecnologia: A utilização de tecnologia pode contribuir para a
eficiência do processo judicial, por exemplo, por meio da digitalização de
processos e da utilização de sistemas de gestão.
 O investimento em educação jurídica: O investimento em educação jurídica
pode contribuir para a redução da desigualdade no acesso à justiça.

A implementação dessas medidas exigiria um esforço conjunto do Poder Judiciário, do


Poder Legislativo e do Poder Executivo. No entanto, é um esforço necessário para que o
sistema judiciário brasileiro possa cumprir seu papel de garantir o acesso à justiça para
todos os brasileiros.

Referências

FARIA, J. E. O sistema brasileiro de Justiça: experiência recente e futuros


desafios. Estudos Avançados, v. 18, n. 51, p. 103–125, ago. 2004.

Instituto Brasileiro de Ciências Criminais - IBCCRIM. Disponível em:


<https://www.ibccrim.org.br/noticias/exibir/7475/#:~:text=O%20pensamento
%20abolicionista%20surge%20como>. Acesso em: 4 nov. 2023.

JODAS, J. Abolicionismo penal: entenda esse debate | Politize! Disponível em:


<https://www.politize.com.br/abolicionismo-penal/>.

Ministério da Educação. Disponível em: <https://www.gov.br/mec/pt-br/search?


SearchableText=a%20teoria%20abolicionista%20e%20o%20sistema%20judici
%C3%A1rio%20brasileiro>. Acesso em: 4 nov. 2023.

Panorama e Estrutura do Poder Judiciário Brasileiro. Disponível em:


<https://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/panorama-e-estrutura-do-poder-judiciario-
brasileiro/>.


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