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Direito Digital
Prof.ª Clarice Klann
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Clarice Klann
K63t
Klann, Clarice
ISBN 978-65-5663-309-1
ISBN Digital 978-65-5663-304-6
1. Direito digital. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da
Vinci.
CDD 340
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico! Tudo bem com você? Espero que sim. Meu nome
é Clarice Klann. Eu sou professora universitária e fico feliz em fazer parte da
sua história. O presente livro didático foi escrito para que você possa apro-
fundar e aprimorar seus conhecimentos com relação à disciplina de Teoria
geral do direito digital.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
1
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O tema do direito digital é algo atual e que merece a nossa atenção, uma
vez que a virtualidade é uma realidade. Somos levados a refletir no campo jurídi-
co acerca das relações jurídicas que podem surgir no campo digital.
Vamos lá!
A internet ganhou força desde o final da década de 1980. O seu uso esteve
atrelado ao de outras tecnologias e vem transformando substancialmente as rela-
ções sociais e jurídicas.
3
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
No entanto, é uma área de conhecimento que conta com poucas leis que
regulamentam a questão digital. Se no passado, o dia a dia jurídico estava perme-
ado de papéis, livros e prazos, nos dando a impressão de que o mundo girava um
pouco mais lento, com o passar do tempo, tem-se a impressão de que se vive na
era da instantaneidade e do aglomerado de informações.
Com isso, uma nova era de transformações chegou! Transformações que pas-
saram por diversos eixos da nossa sociedade, instalando mudanças, desde a comuni-
cação, os meios de prova, os métodos de trabalho. Enfim, nas mais variadas esferas,
ocorreram significativas alterações, e isso requereu uma nova especialidade do ope-
rador do direito: conhecer o direito na computação, ou, ainda, o direito digital.
4
TÓPICO 1 — O QUE É DIREITO DIGITAL?
DICAS
5
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
6
TÓPICO 1 — O QUE É DIREITO DIGITAL?
DICAS
Outro exemplo é o das compras on-line, em que com apenas alguns cliques po-
demos adquirir produtos ou até mesmo solicitar a prestação de serviços. No entanto, os
sites de compras on-line, além de receberem a regulamentação das lojas físicas, devem
respeitar o direito de desistência, bem como ter todas as informações de contato no site
acerca da loja que disponibiliza em plataforma on-line os produtos ou serviços.
7
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
NTE
INTERESSA
8
TÓPICO 1 — O QUE É DIREITO DIGITAL?
DIREITO INFORMÁTICO
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
9
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
A lei acrescenta o artigo 154-A ao Código Penal, criando um tipo penal que
criminaliza a invasão de dispositivo informático alheio a fim de obter, adulterar
ou destruir dados ou informações sem autorização do titular. O nome da famosa
atriz se deve porque foi um drama pessoal seu que motivou a aprovação da lei.
Em 2012, ela teve fotos íntimas roubadas por hackers, que exigiram
determinada quantia em dinheiro para não as divulgar na rede. A atriz não
cedeu à tentativa de extorsão e as fotos se tornaram públicas.
Por conta dessas peculiaridades, os legisladores acharam por bem criar uma
descrição específica de delito no qual condutas desse tipo pudessem ser enquadradas.
10
Há também questões no direito do consumidor (compras feitas on-li-
ne), direito do trabalho (verificação de e-mails fora do horário de trabalho),
direito de família (infidelidade via sites de aplicativos de relacionamento) e
outros. E há também várias situações em que se fica no meio disso, quando a
ausência de uma lei específica suscita dúvidas sobre qual o enquadramento
legal adequado que motiva a discussão sobre a necessidade de regulamentar
a questão.
E-mails
Em outro caso, decidiu que o conteúdo de e-mails pode ser usado como
prova para fundamentar uma ação de cobrança de dívida.
Segurança na internet
Em 2010, o jornal Folha de São Paulo conseguiu uma liminar contra o site
Falha de São Paulo, que faz uma paródia do periódico. O caso chegou à 4ª turma
do STJ, que decidiu que se tratava de uma tentativa de censura do jornal paulista.
11
Monitoramento de informações
Por ser um ramo novo, o direito digital ainda não foi integralmente
explorado pelos profissionais jurídicos e tampouco seu conhecimento é difun-
dido na população. Logo, há um grande espaço a ser preenchido em futuro
próximo.
CONCLUSÃO
Por isso, precisam se preparar para ter proteção jurídica contra possí-
veis casos de vazamento de informações, roubo de propriedade intelectual e
outras situações. O Marco Civil da Internet veio para estabelecer algumas re-
gras, embora ainda não seja o ideal. De forma geral, o direito digital foi criado
para adequar os fundamentos do direito à realidade da sociedade.
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• O direito digital é uma área de conhecimento que conta com poucas leis que
regulamentam a questão digital.
13
AUTOATIVIDADE
a) ( ) F – V – V.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – F – V.
d) ( ) V – F – F.
a) ( ) 5 dias.
b) ( ) 7 dias.
c) ( ) 10 dias.
d) ( ) 15 dias.
14
5 Não são raros os casos em que pessoas tem celulares ou redes sociais hacke-
ados vazando informações, vídeos ou fotos, que possam vir a comprometer
a imagem e a honra subjetiva da pessoa. Quem invade esses dispositivos
está cometendo um ilícito penal. Qual seria ele?
15
16
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Os princípios são grandes aliados do direito digital, uma vez que não é
possível uma legislação atual que contemple de forma integral e célere as relações
sociais que permeiam o direito digital.
17
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
Isso não quer dizer que não podemos usar outros princípios aplicáveis.
Com certeza podemos, basta correlacionar o princípio ao caso concreto e conectar.
18
TÓPICO 2 — O DIREITO DIGITAL NO BRASIL
As normas não podem ser rígidas, mas sim flexíveis para que tenham efi-
cácia, porém abre margem para várias interpretações.
Este princípio diz que o Estado deve atuar de forma ativa regulamentan-
do as relações sociais humanas sejam elas virtuais ou presenciais.
Com isso, o Estado deve dar amparo para as novas relações humanas, que
são feitas por meio do uso de tecnologias, visando à legalidade de certos atos ou,
até mesmo, manifestar-se quanto à ilegalidade de determinadas condutas, além
de garantir a segurança jurídica da interação humana no mundo digital.
19
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
NOTA
20
TÓPICO 2 — O DIREITO DIGITAL NO BRASIL
DICAS
Para saber mais vamos à leitura? Tudo o que você precisa saber sobre direito digital.
Confira: https://blog.saraivaaprova.com.br/direito-digital/.
Como o direito digital está transformando a atuação dos advogados? Confira: https://bit.ly/3jzbBTx.
Quem ainda não ouviu falar do videocassete? Telefone fixo? Para ligações uti-
lizava-se no passado o telefone público ou telefone fixo residencial. Este último era
considerado há alguns anos um artigo de luxo. Internet, então? Era necessário conectar
ao computador um cabo que era ligado ao telefone e, então, discava-se para ter acesso
à internet. No entanto, ao utilizar a internet não era possível ao mesmo tempo o uso
do telefone fixo para efetuar ligações. Da década de 1990 para cá muita coisa mudou!
NOTA
Para saber mais, assista ao vídeo: Como era internet discada e como seria nos
dias atuais. Confira: https://www.youtube.com/watch?v=hMs_vw2Xboc.
21
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
Para Pinheiro (2013), o direito digital não é algo novo, mas um produto deri-
vado da legislação atual, uma alternativa às mudanças da sociedade, uma forma de
a legislação não se tornar obsoleta: não devemos achar, portanto, que o direito digital
é totalmente novo. Ao contrário, tem ele sua guarida, na maioria dos princípios do
Direito atual, além de aproveitar a maior parte da legislação em vigor. Qualquer lei
que se proponha a tratar de novos institutos ou situações jurídicas deve ser genérica
o suficiente para sobreviver ao tempo, e flexível para atender às diversas situações
que podem ser englobadas por um único assunto, de forma que a velocidade das
transformações é a grande barreira à legislação sobre o direito digital.
22
TÓPICO 2 — O DIREITO DIGITAL NO BRASIL
Este problema não é restrito à internet, mas está presente em toda a so-
ciedade globalizada, em que inúmeras vezes não é possível determinar de qual
território aconteceram as relações jurídicas, os fatos e seus efeitos, sendo difícil
determinar que norma aplicar utilizando os parâmetros tradicionais e, até mes-
mo, assegurando a soberania de cada nação.
Necessário destacar que, por mais tenro que o direito digital seja, ele não
se unifica em uma codificação singular, ou seja, está e caso não esteja ainda,
provavelmente estará presente em praticamente todos os outros ramos do
Direito, ou seja, onde houver o uso de tecnologia eletrônica e digital como
instrumentos de ação ou de propagação dos pensamentos humanos, lá estará
o direito digital, mesmo que tardiamente – daí a razão pela qual não se lhe
considera um ‘ramo’ jurídico propriamente dito.
23
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
É certo ainda que o Marco Civil da Internet trouxe garantias aos inter-
nautas e, ainda regulamentou a responsabilidade civil de usuários e provedores,
promovendo uma nova realidade especialmente no que diz respeito aos negócios
digitais, como veremos de forma detalhada mais à frente.
Ainda temos a Lei dos Crimes Informáticos (nº 12.737/2012), que estabele-
ceu que condutas de ordem criminal surgidas com a tecnologia sejam considera-
das crimes, como invadir o dispositivo de informática alheio e interromper frau-
dulentamente o serviço telefônico ou de internet. Outro exemplo é a divulgação
de fotos sensuais sem o consentimento da pessoa.
24
Aliás, não soa negativo o fato de não acompanharmos essa velocidade,
é importante termos lei de interpretação aberta em alguns momentos, pois não
é possível prever todas as hipóteses ocorridas no campo cibernético, mas, certa-
mente, o número de leis nesta área no Brasil aumentará.
DICAS
DICAS
25
E
IMPORTANT
[...]
Como hoje em dia praticamente tudo tem algum envolvimento com a
tecnologia, a relação dela com o Direito já é – e será ainda mais – foco de cons-
tantes conflitos entre estudiosos e aplicadores da lei em todas as instâncias e
tribunais até porque, além dos aspectos técnicos e jurídicos, por vezes encon-
traremos debates repletos de choques ideológicos e paixões.
26
No âmbito do CGI.br, a consulta foi encerrada no último dia 20 de feve-
reiro e, segundo informações do órgão, recebeu 139 contribuições. No âmbito
do Ministério da Justiça a consulta permanecerá aberta até o dia 31 de março.
Crimes digitais
Muito se falou que o país não possuía legislação específica para os cri-
mes digitais. Embora a afirmação não fosse correta e já tenha sido alvo de
críticas neste sentido, o cenário parece não ter mudado muito, ao menos con-
siderando-se a percepção da sociedade quanto ao tema. É que apesar do sur-
gimento das leis 12.735/12, 12.737/12 (ficou equivocadamente conhecida como
"Lei Carolina Dieckmann") e 12.965/14 ("Marco civil da internet"), ainda muito
27
se percebe nas pessoas na mídia a insegurança sobre o tema. Possivelmente,
isso ocorre em razão da péssima redação dos tipos penais constantes da lei
12.737/12 e pela falta de regulamentação do Marco Civil.
Fato é que muito ainda se questiona sobre os crimes digitais no país (crimes
de ódio, fenômenos como compartilhamento e replicação de notícias, fotos, vídeos
e imagens de terceiros, pornografia da vingança, entre outros), de modo que trata-
remos deste assunto – como inclusive já o fizemos antes neste informativo – apon-
tando questões terminológicas e de definição, além de análise de situações práticas.
Drones
Direito ao esquecimento
28
passado das pessoas e o direito de cada um desejar que seu histórico seja apa-
gado dos meios digitais. Há questões técnicas e jurídicas muito interessantes
sobre sua aplicação, o que demandará artigo específico.
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A principal lei que temos no Brasil na questão do âmbito civil é o Marco Civil
da Internet (Lei nº 12.965/2014), que passou a disciplinar a regulamentação do
uso da web no Brasil.
30
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Princípio da lealdade.
b) ( ) Princípio da subsidiariedade.
c) ( ) Princípio da intervenção estatal.
d) ( ) Princípio da existência concreta.
a) ( ) Princípio da lealdade.
b) ( ) Princípio da racionalidade.
c) ( ) Princípio da intervenção estatal.
d) ( ) Princípio da existência concreta.
a) ( ) LGPD.
b) ( ) Marco Civil.
c) ( ) CDC.
d) ( ) Lei Carolina Dieckmann.
4 O mundo mudou e passamos a ficar cada vez mais conectados. Com relação
às redes sociais, é comum nos expressarmos no Facebook ou até mesmo no
Instagram, por meio de postagens. No entanto, referida postagem pode atin-
gir outra pessoa. Comente a respeite: sou responsável pelo que compartilho?
31
32
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
SISTEMAS COMPUTACIONAIS E OS
DIREITOS SOBRE OS BENS INFORMÁTICOS
1 INTRODUÇÃO
33
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
34
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPUTACIONAIS E OS DIREITOS SOBRE OS BENS INFORMÁTICOS
Outra preocupação com relação aos direitos autorais seria o que não po-
deria configurar plágio ou até mesmo pirataria. Assim, o art. 6º da Lei nº 9.609/98
estipula o que não é considerado ofensa aos direitos daquele que é titular de pro-
grama de computador.
35
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
FIGURA 4 – INFUNGÍVEL
FIGURA 5 – FUNGÍVEL
36
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPUTACIONAIS E OS DIREITOS SOBRE OS BENS INFORMÁTICOS
É certo que não basta somente uma lei para prevenir a pirataria e o respei-
to aos direitos do autor, mas compete a cada um agir com ética para efetivação do
respeito à criação.
DICAS
37
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
38
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPUTACIONAIS E OS DIREITOS SOBRE OS BENS INFORMÁTICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Basta fazer um exercício de imaginação para ver o quanto nosso dia a dia
está – queiramos ou não – vinculado à tecnologia.
39
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO AO DIREITO DIGITAL
institutos que estão vigentes e são aplicados até hoje, assim como introduzindo
novos institutos e elementos para o pensamento jurídico, em todas as suas áreas.
Só para se ter uma ideia, em Direito Penal são comuns ações relacionadas
a furto ou alteração de dados, injúria ou difamação, apologia ao crime, violação
de propriedade intelectual – dividida entre direitos autorais e propriedade indus-
trial –, pedofilia, entre outros.
Essa Lei foi criada para regular o uso da internet no Brasil, estabelecendo
princípios, garantias, direitos e deveres para usuários, provedores de conexão e
entidades governamentais.
1.1.1 FUNDAMENTOS
• a liberdade de expressão;
• o reconhecimento da escala mundial da rede;
• os direitos humanos, o desenvolvimento da personalidade e o exercício da
cidadania em meios digitais;
• a pluralidade e a diversidade;
• a abertura e a colaboração;
• a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
• a finalidade social da rede.
1.1.2 PRINCÍPIOS
40
• a preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da rede, por meio
de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e pelo estí-
mulo ao uso de boas práticas;
• responsabilização dos agentes de acordo com suas atividades;
• preservação da natureza participativa da rede;
• liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde que não
conflitem com os demais princípios estabelecidos nesta lei.
Como você viu, o direito digital perpassa vários outros ramos do direito,
mas também possui legislação específica.
41
No entanto, as especificidades do direito digital não param por aí. Além
dos saberes jurídicos – que envolvem o conhecimento de leis e decisões sobre o
tema – é necessário que o advogado tenha conhecimentos técnicos.
A parte boa de tudo isso é que muitas vezes o advogado se depara com
situações que, de tão novas, ainda não têm previsão jurídica ou jurisprudencial.
Isso dá a chance de inovar e fazer algo que ainda inédito.
42
Com o avanço tecnológico, os crimes virtuais estão cada vez mais comuns
e elaborados. Esse aumento se deve, em certa medida, à crença de que a internet
é uma “terra sem lei”.
A Lei – que recebeu esse nome por ter sido criada após o vazamento de
fotos íntimas da atriz – criminalizou as invasões feitas em dispositivos eletrônicos
com o objetivo de copiar, alterar ou destruir dados. O crime, inserido no art. 154-
A do Código Penal Brasileiro, foi descrito da seguinte maneira:
De acordo com a Lei, a pena pode ser agravada nos seguintes casos:
43
3.2 FURTO DE DADOS E ESTELIONATO
3.3.1 CALÚNIA
Enquadra-se, neste caso, por exemplo, a pessoa que acusa falsamente seu
vizinho nas redes sociais de ter praticado o crime de roubo.
3.3.2 DIFAMAÇÃO
44
É o caso, por exemplo, de uma pessoa que divulga nas redes sociais um
caso de adultério identificando os supostos envolvidos. Nesse caso, ainda que
se trate de informação verídica, o autor das mensagens pode ser condenado por
ofender a honra e reputação das vítimas.
3.3.3 INJÚRIA
O crime de injúria, por sua vez, acontece quando uma pessoa ofende a
dignidade ou o decoro de outra, conforme art. 140 do Código Penal.
3.4 PEDOFILIA
A pessoa que pratica esse crime está sujeita à pena 4 a 8 anos de prisão,
além da multa. O Estatuto da Criança e do Adolescente também proíbe a dispo-
nibilização de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes, inde-
pendente do meio, conforme art. 241-A. A pena nesse caso, varia entre três e seis
anos de prisão, além do pagamento de multa.
A pena para esse tipo de conduta varia entre um e quatro anos de prisão,
além de multa.
3.5 RACISMO
45
Conforme os art. 3º e seguintes, o crime de racismo ocorre quando há, em razão
da raça, cor, etnia, religião ou origem, impedimento do acesso a órgãos da Administra-
ção Pública, empresa privada, estabelecimento comercial ou instituição de ensino.
Por esse motivo, é importante que o profissional da área esteja sempre an-
tenado à jurisprudência dos tribunais. E foi pensando nisso que separamos para
você algumas decisões importantes sobre o tema. Vamos lá?
O mito da internet como “terra sem lei” tem sido gradualmente derruba-
do. Isso se comprova tanto pela crescente regulamentação do meio digital quanto
pelas decisões de tribunais brasileiros favoráveis à responsabilização de usuários
que praticam delitos cibernéticos.
46
4.3 VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS E IMAGEM NA INTERNET
Ademais, o direito digital desponta como uma área bastante promissora. Além
disso, tem requerido dos advogados uma atuação não apenas alinhada às novas legis-
lações e decisões sobre o tema, mas também antenada às inovações tecnológicas.
47
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
48
AUTOATIVIDADE
a) ( ) F – V – F – F.
b) ( ) V – V – F – F.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – F – F – V.
a) ( ) Injúria.
b) ( ) Difamação.
c) ( ) Calúnia.
d) ( ) Assédio.
49
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V.
b) ( ) F – F.
c) ( ) F – V.
d) ( ) V – F.
50
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pesso-
ais (LGPD). 2018. Disponível em: https://bit.ly/3mzZ8kb.htm. Acesso em: 21 set. 2020.
51
IPOG. Direito digital: um campo em expansão e de muitos desafios. 2018. Dispo-
nível em: https://bit.ly/3kAQeTe. Acesso em: 1º set. 2020.
SECURITY REPORT. Brasil é o 2º país que mais perdeu dinheiro com cibercri-
mes em 2017. 2018. Disponível em: https://bit.ly/37QcPr5. Acesso em: 1º set. 2020.
52
UNIDADE 2 —
CONTRATOS ELETRÔNICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
53
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
54
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
2 CONTRATOS ELETRÔNICOS
55
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
Com tais conceitos podemos entender que os contratos de adesão são previa-
mente definidos por uma instituição para que se tenha agilidade em atingir o objetivo fi-
nal do contratante e contratado, sem que estejam desamparados por um contrato entre si.
mesmo sem ler, o contratado está acordando com os termos estipulados previa-
mente pelo contratante, colocando-o em igualdade com todos os outros que rea-
lizaram o mesmo cadastro e aceitaram o mesmo contrato.
Vamos exemplificar?
Assim, qualquer contrato firmado pelo meio eletrônico, pode e deve ser
correlacionado a qualquer outro contrato firmado pelo meio físico, o que difere é
somente o instrumento.
57
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
Os contratos digitais também são consensuais, ou seja, devem seguir tão so-
mente à vontade e o que for estipulado pelas partes. O princípio da Boa-fé Objetiva
está previsto em lei, mais precisamente no Art. 422 do Código Civil Brasileiro de 2002,
da seguinte forma: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé” (BRASIL, 2002).
58
TÓPICO 1 - CONTRATOS ELETRÔNICOS NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO E A QUESTÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO – PSI COM A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.200-2/01
59
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
60
TÓPICO 1 - CONTRATOS ELETRÔNICOS NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO E A QUESTÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO – PSI COM A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.200-2/01
gera uma senha única que dá acesso à identificação virtual, senhas estas geradas
de modo aleatório e que duram apenas alguns segundos, que visam única e ex-
clusivamente a proteção dos dados contidos na identificação e assinatura digital.
FIGURA 3 – TOKEN
DICAS
61
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
62
CONTRATOS ELETRÔNICOS
Contratos eletrônicos
63
brado digitalmente total ou parcialmente pelas partes (ou seja, uma das partes
pode assinar de forma manuscrita e a outra parte de maneira digital).
64
No julgamento citado acima, o entendimento do des. Sérgio Rocha foi a
de que "Embora a forma de contratação eletrônica tenha produzido documen-
to assinado apenas pelo autor, a forma como o contrato foi realizado é váli-
da e prova a existência de obrigações assumidas entre as partes, sobretudo
quando corroborado por outros elementos de prova".
65
Como forma de coibir tais práticas e garantir a integridade e veracidade dos da-
dos, termos e condições contratados inicialmente, recomenda-se o uso de ferra-
mentas como a assinatura digital na celebração de negócios jurídicos eletrônicos.
66
Ademais, em virtude da mencionada medida provisória, o contrato eletrô-
nico, quando da aposição da assinatura digital, ganha foros de autenticidade e ve-
racidade. O artigo 10, da MP 2.200-2, admite documentos eletrônicos tanto para os
documentos privados quanto para os públicos, para todos os fins legais, e, ainda, sa-
lienta a veracidade das declarações neles contidas quando assinados digitalmente.
67
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os contratos digitais também são consensuais, ou seja, devem seguir tão so-
mente à vontade e o que for estipulado pelas partes.
68
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Boa-fé subjetiva.
b) ( ) Autonomia da vontade.
c) ( ) Não consensual.
d) ( ) Obrigatoriedade irretratável.
a) ( ) Unilaterais.
b) ( ) De adesão.
c) ( ) Impessoal.
d) ( ) Compulsório.
3 Contratos estão sujeitos a princípios, além de normas, que devem ser obe-
decidas quando somos participantes em um contrato. Verifica-se que o Có-
digo Civil de 2002, em seu art. 422 do Código Civil, possui a previsão de
dois princípios. Quais são estes dois princípios?
a) ( ) Probidade e boa-fé.
b) ( ) Improbidade e deslealdade.
c) ( ) Lealdade e literalidade.
d) ( ) Probidade e moralidade.
69
70
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
71
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
Seja por um produto danificado, pela demora ou por qualquer outro prejuízo
causado pelo fornecedor, nasce para o Direito o direito à reparação. Vários são os ar-
tigos do CDC que invocam a responsabilidade do fornecedor diante do consumidor.
A própria legislação é afirmativa nesse sentido, como se pode conferir pela Lei
n° 8.078/1990, nos artigos 12 a 14 e 18 a 21, em que se tem o reconhecimento da exis-
tência da responsabilidade do fornecedor em ressarcir os danos causados aos consu-
midores, independentemente da natureza defeituosa, não distinguindo aqueles que
utilizam o produto ou serviço em virtude de relação contratual (NOVAIS, 2015).
72
TÓPICO 2 — O DIREITO DO CONSUMIDOR NO CONTRATO E COMÉRCIO ELETRÔNICO
Importante destacar que o Decreto nº 7962/13, em seu Art. 1º, deixa claro
que são direitos dos consumidores na contratação de compras via internet:
São determinações desnecessárias, eis que tudo isso e muito mais está esta-
belecido no CDC incontestavelmente. De todo modo, ajuda a fixar as determinações.
73
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
FIGURA 6 – ATENDIMENTO
75
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
76
TÓPICO 2 — O DIREITO DO CONSUMIDOR NO CONTRATO E COMÉRCIO ELETRÔNICO
Se, por exemplo, foi feita a autorização para débitos parcelados no cartão de
crédito e apenas o primeiro (do ato da compra) tenha sido lançado, este tem que ser
devolvido em dinheiro ou lançado como crédito no cartão e os demais têm que ser
cancelados pela vendedora junto à administradora do cartão de crédito.
Por fim, ressalta-se que a norma diz que o exercício do direito de arrepen-
dimento implica a rescisão dos contratos acessórios, sem qualquer ônus para o
consumidor (§ 2º do Art. 5º); e que, o exercício desse direito deve ser comunicado
imediatamente pelo fornecedor à administradora do cartão de crédito, banco ou
instituição financeira, para que: a transação não seja lançada na fatura ou conta
do consumidor; ou que seja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na
fatura ou conta já tenha sido realizado (§ 3º e incisos I e II do mesmo Art. 5º).
DICAS
Apesar de o Brasil não ter uma lei específica sobre a matéria, existem várias
previsões e instrumentos legais que formam a regulação dessa atividade. Confira
algumas normas do sistema legal brasileiro importantes para o e-commerce!
77
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
78
Ainda, de acordo com o Art. 11, o sistema de leis brasileiras é aplicável
a qualquer atividade, incluindo, portanto, comércio eletrônico internacional:
79
tos dos consumidores. Se o procedimento do PROCON indicar violação da lei,
o Promotor do Estado cobra legalmente a empresa pela infração, em justiça
criminal ou civil, dependendo da natureza da regra violada.
80
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Nos sites de vendas on-line é dever, por parte da empresa, fornecer informa-
ções básicas, como o endereço físico da loja e ter um serviço de atendimento
ao consumidor (SAC) eficiente.
• Todo site terá que informar em sua página em local visível, o CPF do respon-
sável ou o CNPJ da empresa, além do endereço físico e eletrônico para serem
contatados pelos consumidores.
• A lei do comércio eletrônico vale tanto para venda de produtos quanto para
oferecimento de serviços.
81
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 10 dias.
b) ( ) 15 dias.
c) ( ) 7 dias.
d) ( ) 30 dias.
82
a) ( ) Quantidade mínima de consumidores para a efetivação da oferta.
b) ( ) Falta de prazo para utilização da oferta pelo consumidor .
c) ( ) Sem número de vagas para contratação de serviços.
d) ( ) Sem estipulação de qualidades e preço.
83
84
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A busca por agilidade, informações e acuracidade atraem cada vez mais institui-
ções que procuram por tecnologias digitais para o oferecimento de seus bens e serviços.
85
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
conseguindo prever ações que o usuário da internet teria, seja com a compra de
um produto ou a sugestão de algo que seja interessante para ele.
O Marco Civil da Internet também veio para garantir que exista a liberda-
de, a garantia de neutralidade da rede, sem que ocorressem informações direcio-
nadas ou limitação da rede, apenas para atender aos objetivos da empresa, e que
as pessoas tenham a sua privacidade respeitada neste ambiente, que cresce cada
dia mais e que as pessoas se envolvem, sem ter noção dos riscos envolvidos.
O Marco Civil da Internet foi a legislação criada com este objetivo, de criar
um ambiente de maior segurança na internet no Brasil, e assim coibir possíveis
excessos que pudessem estar sendo cometidos, tanto pelas organizações, como
pelos próprios usuários.
86
TÓPICO 3 — O MARCO CIVIL DA INTERNET – LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014
A lei visa ao controle do que estava sem nenhuma segurança jurídica para
seus utilizadores no Brasil, visto que as legislações anteriores só tentavam enqua-
drar as situações do mundo virtual, para regras que haviam sido escritas em uma
época que a própria internet não existia ou ainda estava nos seus primórdios,
baseada em alguns princípios balizadores do Marco Civil da Internet.
3 O DIREITO À PRIVACIDADE
87
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
Nesta vertente, a ideia de privacidade muda de figura, pois ela não é mais só do
direito de a pessoa ficar resguardada em seu local, mantendo o controle de sua vida sem
ser incomodada, visto que com a internet esse conceito pode ser ampliado para a ideia do
usuário ter o controle de todas as informações e dados que sejam gerados por ele.
88
TÓPICO 3 — O MARCO CIVIL DA INTERNET – LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014
Assim, até que ponto os dados das pessoas estão seguros, pois a informática
e a internet mudaram de diversas formas o modo de pensar do mundo hoje. Está
cada vez mais baseado na informação que corre na rede, e não se sabe o que
acontecerá com essas informações e dados que são coletados.
FIGURA 11 – PRIVACIDADE
89
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
Este artigo traz diversas garantias ao usuário, pois ele está resguardando des-
de sua proteção de dados, até a forma em que o provedor da internet vai manter ou
repassar suas informações. Assim, para frear uma grande massa de informações que
estão disponíveis nas diversas ferramentas de pesquisa à disposição do utilizador, e
que geram uma infinita quantidade de possibilidades de rastrear, fazer a análise, e o
cruzamento das informações, que o usuário deixa na rede, decorrente da sua utilização.
90
TÓPICO 3 — O MARCO CIVIL DA INTERNET – LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014
Não só o Art. 7º trouxe referências à privacidade, como também o Art. 10º, que
acabou estabelecendo que a empresa que fizer a guarda das informações, só poderá
fazer a liberação de acesso, apenas em caso de uma autorização judicial, para que
assim, resguarde o direito das partes que tenham seus dados ali disponibilizados.
O usuário teve reforçada a garantia de que, aquilo que ele fizer na internet,
será mantido de forma sigilosa dentro das empresas. Marcacini (2016) diz que exis-
tem regras concretas que têm o propósito de preservar a privacidade, que também
ajudam a dar um caminho para o mercado de produtos e serviços, pois ajudam a
orientar a atuação das empresas, sobre o que elas devem fazer ou não fazer.
91
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
Como o artigo 11º estabeleceu, toda empresa que presta serviço de in-
ternet e que venha a guardar o registro das conexões estabelecidas na internet,
ou pelas empresas de aplicações de internet, como o Facebook, o fato de coletar
qualquer um destes dados em território brasileiro, ficará submetida à lei em vigor
no país. Respeitando os princípios da internet que estiverem em vigência.
Junto a isso, o artigo 13, que é o artigo do Marco Civil da Internet, que fez
a proibição de que seja repassado qualquer registro de navegação pelas empresas
que prestam serviços de internet, garantindo que as empresas tenham que respei-
tar as determinações que a lei estabeleceu, mantendo um controle mais rigoroso
sobre os dados, quer seja de prestadoras de serviço, ou mesmo empresas de gran-
de porte, que trabalhem com mídias sociais, que vazem informações.
92
§6º Na aplicação de sanções pelo descumprimento ao disposto neste arti-
go, serão considerados a natureza e a gravidade da infração, os danos dela
resultantes, eventual vantagem auferida pelo infrator, as circunstâncias
agravantes, os antecedentes do infrator e a reincidência (BRASIL, 2014).
Desta forma, o Marco Civil da Internet, acabou gerando uma nova pers-
pectiva para a aplicação da lei no Brasil, pois agora o usuário que se sentir pre-
judicado ou tiver seu direito ferido, poderá saber o que está sendo adquirido de
informações dele, por parte das empresas que operam na internet, ou não.
Como fala Marcacini (2016), a neutralidade da rede foi uma das regula-
mentações que a Lei nº 12.965/14 criou, sendo ela muito importante, pois a neu-
tralidade da rede é de certa forma um princípio estabelecido.
93
Assim, a lei determinou que as empresas não podem fazer a filtragem dos
dados dos usuários, para verificar a sua utilização e assim limitar os dados ou a sua
velocidade, pelo fato de estarem gerando mais tráfego na sua infraestrutura de rede.
Evitando uma discriminação, por parte das empresas com as pessoas que
usam a internet, pois ela não pode fazer esta filtragem, para apenas preservar sua
incapacidade de manter um sistema físico de infraestrutura, que possa suportar a
demanda requerida por seus clientes, visto que ela já fez um contrato para fazer
a prestação deste serviço e garantiu, que forneceria a internet.
Desta forma, não seria justo as empresas que recebem do usuário estarem li-
mitando o seu acesso pelo fato de o usuário utilizar de um serviço que ele mesmo con-
tratou, pois, conforme Peixoto, “a regulação da neutralidade de rede é desafiada pela
busca de consensos entre os principais players e contempla princípios constitucionais,
valores sociais e regras existentes no ordenamento jurídico” (PEIXOTO, 2014, p. 79).
94
Todavia, a grande questão da internet nos dias de hoje é que ela surge para
as pessoas, como um meio em que elas podem se manifestar e desenvolver suas ati-
vidades, seja de empreendedorismo, vendendo produtos em lojas virtuais, ou mes-
mo criando softwares que dependam da internet para seu devido funcionamento.
A internet era até certo ponto um lugar anárquico, onde as regras não al-
cançavam o mundo cibernético, devido à falta de uma legislação mais abrangente,
suprida pelo Marco Civil da Internet. Muitas dessas situações eram decorrentes
da grande dificuldade que é o ambiente virtual, para coibir os abusos cometidos,
seja pelos usuários, ou até mesmo pelas empresas, que estão no meio da internet.
Por estas questões, o ambiente da internet acabou ficando cada vez mais
hostil. Com as pessoas passando dos limites, seja plantando informações falsas ou
até mesmo hackeando e roubando informações, isso sem falar dos grandes casos de
coleta de dados, que aconteceram no mundo, com grandes empresas envolvidas.
Para que estas situações fossem evitadas, há uma necessidade de cada vez
mais os órgãos de fiscalização estarem preparados para este ambiente, que apesar
de não ser tão novo, ainda é desconhecido para muitos.
Neste caso, ocorreu uma ação proposta pela empresa Scopum Ferramentaria
e Usinagem Ltda., contra Facebook Serviços on-line do Brasil Ltda., em que foi alega-
do que havia sido criado um perfil falso na rede social, com nome semelhante ao da
autora, em que este perfil falso estava causando danos à imagem da empresa autora.
Motivado pelo acontecido, entrou com uma ação, pedindo que fosse feita
a retirada do perfil do sistema, bem como fossem fornecidos os dados da pessoa
96
que estava no cadastro da empresa Facebook, que fez a criação deste perfil falso,
bem como o número de IP, e-mail, nome, localização geográfica do criador da
página, para ser localizado e identificado.
Mesmo que o artigo 10º da Lei nº 12.965/14, fale que deva ocorrer o armazena-
mento das informações, para que se possa localizar os usuários, a empresa não pode
ser obrigada a fornecer informações que não têm em armazenamento, pois ela não é
obrigada, por ser uma provedora de aplicações de internet, deve o autor buscar as in-
formações que lhe faltem, com as empresas que são provedores de acesso à internet.
Esta nova lei está baseada na mais recente e mais abrangente lei, no que
se refere ao assunto da internet, que é a Lei Geral de Proteção de Dados da Eu-
ropa, em que ela regulará toda a internet dos países da União Europeia. Sendo
esta nova lei nacional a Lei Geral de Proteção de Dados do Brasil, de nº 13.709/18,
elevando, assim, o país a um nível de legislação das mais avançadas nesta área.
97
LEITURA COMPLEMENTAR
98
• garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensa-
mento, nos termos da Constituição Federal;
• proteção da privacidade;
99
Responsabilidade civil dos provedores de aplicação
Após anos de debate, o Marco Civil da Internet veio, então, para colocar fim
às discussões quanto à responsabilidade do provedor. Hoje, é sabido que a respon-
sabilidade civil subjetiva é a corrente amplamente aceita. Subdivide-se, desse modo,
entre aqueles que defendem a responsabilidade civil subjetiva decorrente da inércia
após ciência do conteúdo ilegal. Ainda assim, há aqueles que defendem a responsa-
bilização somente em caso de descumprimento de ordem judicial específica.
• Recurso especial.
• Obrigação de fazer e reparação civil.
• Danos morais e materiais.
• Provedor de serviços de internet.
• Rede social “orkut”.
• Responsabilidade subjetiva.
• Controle editorial.
• Inexistência.
• Apreciação e notificação judicial.
• Necessidade. Art. 19, § 1º, da Lei nº 12.965/2014 (marco civil da internet).
• Indicação da url.
• Monitoramento da rede.
• Censura prévia.
100
• Impossibilidade.
• Ressarcimento dos honorários contratuais.
• Não cabimento.
Por fim, é inegável que o ambiente virtual é coberto de proteção jurídica, e o pro-
vedor de conteúdo poderá ser responsabilizado civilmente por eventual direito violado.
101
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O artigo 10º estabelece que a empresa que fizer a guarda das informações, só
poderá fazer a liberação de acesso, apenas em caso de uma autorização judicial.
• As empresas não podem fazer a filtragem dos dados dos usuários, para verifi-
car a sua utilização e assim limitar os dados ou a sua velocidade, pelo fato de
gerarem mais tráfego na sua infraestrutura de rede.
CHAMADA
102
AUTOATIVIDADE
1 Era muito comum pensarmos que a internet não tinha qualquer regulamen-
tação e de que crimes eram cometidos sem qualquer tipo de punição ou
direito não respeitado. No marco civil são assegurados alguns direitos re-
lacionados ao acesso à internet. Com base no exposto, analise as sentenças
a seguir e classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) F – F – F – V – V – F – V.
b) ( ) F – F – V – V – F – F – F.
c) ( ) V – V – F – F – V – F – F.
d) ( ) F – F – F – V – F – V – V.
3 O Marco Civil na Internet, trazido pela Lei 12.965/14, veio para regulamen-
tar e trazer regras para o mundo cibernético, resguardando direitos e pro-
tegendo usuários da internet. No que tange aos princípios protegidos pelo
Marco Civil da Internet, analise as assertivas e assinale a alternativa que
contem o princípio protegido pelo Marco Civil:
103
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
104
REFERÊNCIAS
BIONI, B. R. Proteção de dados pessoais: a função e os limites do consentimento.
Rio de Janeiro: Forense, 2019.
105
UNIDADE 2 — CONTRATOS ELETRÔNICOS
MENDES, G. F. et al. Curso de direito constitucional. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
NUNES, R. A boa-fé objetiva como elemento de harmonização das relações jurídicas
de consumo. 2015. Disponível em: https://bit.ly/3mwLjD8. Acesso em: 11 mar. 2020.
106
UNIDADE 3 —
A RESPONSABILIDADE E O DIREITO
DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO
AMBIENTE ELETRÔNICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
107
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
108
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Como quase todo e qualquer ponto de vista jurídico, torna-se difícil precisar
a data exata do surgimento dos direitos autorais, tendo em vista ser resultado de mo-
vimentos variados, em face de todo contexto histórico; entretanto, por meio de uma
análise temporal, é possível delinear o progresso ao longo dos séculos, quando trata-
mos dos direitos do autor, desde quando nem se cogitava proteger o direito de cópia.
Este termo surgiu para designar a concessão, pela Coroa inglesa, do “monopó-
lio de todo o material impresso no reino” (VICENTINO, 2014, p. 286), o que se deu em
decorrência da regra de que todos os escritos deveriam ser mantidos sob a cesura prévia
de indivíduos a serviço da monarquia, a fim de omitir provocações políticas e religiosas.
Discutia-se sobre direitos autorais muito antes de haver uma norma po-
sitivada, ou até mesmo, discussões doutrinárias. E, a partir do século XX, a reali-
dade vislumbrada frente ao que tanto se discutia começou a sofrer influência dos
avanços tecnológicos (VICENTINO, 2014).
110
TÓPICO 1 — OS DIREITOS AUTORAIS E A QUESTÃO DOS CONTEÚDOS DA INTERNET
A Lei de Direitos Autorais brasileira – Lei nº 9.610/98, visa proteger a obra in-
telectual – não o seu suporte – e os negócios jurídicos a eles relacionados. O autor, que
111
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
gozará dos direitos abarcados pela lei, sempre será pessoa física; no entanto, a prote-
ção conferida a ele será aplicada às pessoas jurídicas, conforme casos previstos em lei.
NOTA
No entanto, a Lei de Direitos Autorais, em seu Art. 46, visa delimitar esta
visão, chamando-a de “limitação aos direitos autorais”, não constituindo ofensa
aos direitos do autor a reprodução, em um só exemplar, de pequenos trechos,
para o uso privado do copista, desde que feita por este sem intuito de lucro.
112
TÓPICO 1 — OS DIREITOS AUTORAIS E A QUESTÃO DOS CONTEÚDOS DA INTERNET
Importante ressaltar que, a lei dos direitos autorais permite que os autores
cedam ou transfiram seus direitos autorais:
113
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
DICAS
114
TÓPICO 1 — OS DIREITOS AUTORAIS E A QUESTÃO DOS CONTEÚDOS DA INTERNET
O Marco Civil da Internet – Lei nº 12.965 de 2014 –, indica, no artigo 3º, que
o uso da internet no Brasil tem como garantia a liberdade de expressão, comuni-
cação e manifestação de pensamento, nos termos da Constituição Federal de 1988.
DICAS
uma finalidade econômica tanto para quem produz a página e o conteúdo quan-
to para a marca que coloca seu produto na página. No entanto, questiona-se, até
onde vai a responsabilidade daquele que publica o conteúdo na internet?
Assim, toda e qualquer empresa que produz o conteúdo na internet deve ter
especial atenção com as informações que veicula. Ao contrário de um jornal impres-
so que possui um número de tiragens e que pode ser feita elaborada uma errata na
próxima edição, a internet, pelo contrário, não permite isso. Como assim? Toda vez
que a notícia for acessada em diferentes sites que replicaram a notícia será tida como
verdadeira, por mais que se altere o conteúdo do site que deu a origem da notícia.
116
Já no caso de empresas com conteúdos restritos:
117
5 A LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DE PENSAMENTO NA
INTERNET
Como exemplo, pode-se citar o artigo 5º, inciso XLI, da Carta Magna de 1988, na
qual se narra que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberda-
des fundamentais”, e também, o inciso XLII, ao expor que “a prática do racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Essa renovada prática trouxe inúmeros bônus para a aldeia global, mas
do mesmo modo, vários ônus, pois, sendo certo que as pessoas passaram a ter
118
maior acesso às informações, fato benéfico e diretamente ligado ao preceito fun-
damental de acesso à informação, isso, simultaneamente, fez com que nem toda
informação, gerada e acessada, fosse verídica.
Tem-se, então, a gênese das famigeradas notícias falsas (Fake News). As Fake
News são notícias fundadas em inverdades, edificadas sem base real ou verificação
de fatos. Ademais, elas têm o intuito de propagar alguma mentira, ou, então, induzir
ao erro por terem aparência de verdade, seja por uma exatidão parcial ou total, visan-
do resultado financeiro ou não (ITZENDORF NETTO; PERUYERA, 2020).
Todavia, não bastando a criação e propagação de notícias falsas, elas são usa-
das como um instrumento de propagação de discurso de ódio. Dado que, como em
alguns casos essas notícias falsas são anônimas, as opiniões descritas no texto carre-
gam expressões que tendem a violar a honra e a imagem de determinadas pessoas
ou grupos, como ocorreu, recentemente, com a vereadora Marielle Franco, no Rio de
Janeiro, em que surgiram Fake News com referências a sua vida amorosa, a sua gra-
videz e ao seu possível envolvimento com o tráfico de drogas (BAUER, 2018).
NTE
INTERESSA
119
Nesse aspecto, as Fake News se tornaram uma verdadeira adversidade para
a liberdade de expressão na sociedade da informação, fundamento que justifica a
necessidade de discutir esse tema, principalmente pelo fato de, bienalmente, ocor-
rerem eleições no Brasil – e o certame de 2018 já demonstrou que as Fake News são
potencializadas na esfera de comunicação dos brasileiros durante referidos pleitos.
E quais são as consequências jurídicas do uso das Fake News como instrumen-
to de propagação de discurso de ódio? O ódio é um sentimento, e todos os seres hu-
manos têm a liberdade de, internamente, vivenciá-lo. Todavia, em situações episódicas
nas quais esse sentimento é externalizado, sobretudo de maneira desenfreada, gera-se
repercussão em diversas áreas das relações humanas e das ciências comportamentais
(MARTINS, 2018). Pode-se citar as ofensas à dignidade existencial, racial, política e se-
xual como exemplos de efeitos reais que o discurso de ódio pode acarretar.
120
A liberdade de expressão não é um princípio absoluto e ilimitado. Assim
sendo, se alguma notícia falsa causar dano à imagem ou à honra de determinada
pessoa, na esfera cível, pode-se postular indenização por danos morais.
E
IMPORTANT
Muitos autores não se importam de ter a sua obra difundida de forma indiscriminada, uma
vez que isso poderia ser sinal de credibilidade.
Aqueles que fazem do mundo virtual uma parte considerável de sua realidade, já pararam
para pensar se alguma vez praticaram atos contra a lei ou feriram o direito de alguém? Não
falo de cyberbullying, pirataria ou pedofilia, entre outros “ias” tenebrosos e condenáveis.
Falo sobre o ato corriqueiro de compartilhar fotos, vídeos e artigos na famigerada “time line”
que não são de autoria própria. Pois bem, esse simples ato – ao pé da letra da lei de direito
autoral – por si só é condenável a uma indenização material e moral, bem como multa e
outras importâncias devidas. Assim, o inescrupuloso infrator, que muitas vezes desconhece
o ilícito ou nem faz por mal, ou melhor, até o faz em tom de elogio ou admiração, deve
ressarcir a vítima pelos seus atos contra o patrimônio e a moral desta.
Tenho certeza de que muitos estão se perguntando. Que exagero, não? Devo me confessar
ou me entregar à polícia? Nossa, é assim mesmo? E respondo: Sim. Pela lei é exatamente
assim, já que o direito do autor (e autor é o criador da foto, vídeo ou texto) se trata de di-
reito patrimonial (direito à “coisa” em si, mesmo ela não sendo exatamente palpável, e os
frutos que ela pode render) e direito moral (nesse quesito entram aspectos inalienáveis e
que podem ser reclamados a qualquer tempo, como por exemplo, nome e imagem), muito
associado à figura da paternidade, também em um sentido mais orgânico.
121
são levados às consequências mais sérias, variam de pessoa para pessoa ou de autor para
autor, bem como a forma como a obra foi compartilhada.
Muitos autores não se importam de ter a sua obra difundida de forma indiscriminada, uma
vez que isso poderia ser sinal de credibilidade, mas há autores que não pensam assim e não
desejam essa disseminação descontrolada.
Para evitar qualquer situação indesejável, seja a chateação de ter que apagar o conteúdo
publicado no mural ou ter que pagar uma multa, aquele que deseja compartilhar qualquer
foto, vídeo ou texto, deve verificar se há identificação de autor e ao menos mencionar o
seu nome. Se não conseguir a autorização prévia, o que seria o ideal deve-se citar a fonte
daquele conteúdo (o nome do site que foi retirado), no caso de não achar nem ao menos o
nome do criador daquela obra. Dê os devidos créditos e quando se tratar de texto utilize as
“aspas”. Tome todo o cuidado necessário. Atente-se e seja ao menos delicado e gentil, além
de utilizar daquela velha máxima – “faça com os outros o que você gostaria que os outros
fizessem com você”. Não é pelo fato de estarem na internet que não pertencem a ninguém.
122
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Lei de Direitos Autorais brasileira – Lei nº 9.610/98, visa proteger a obra intelectual.
• Configura-se plágio o ato que consiste em publicar como se fossem obras pró-
prias, sejam completas ou em parte, que são de autoria de outra pessoa, por-
tanto, plágio é considerado crime.
123
AUTOATIVIDADE
2 Quando acessamos um site que contém fotos ou até mesmo notícias – como
o site GLOBO.COM – estamos diante a um provedor de conteúdo. Estes são
responsáveis pelo conteúdo que produzem. Com base no exposto, pergun-
ta-se: em todos os casos, os provedores de acesso terão responsabilidade?
a) ( ) Chave pública.
b) ( ) Cookie.
c) ( ) Alias.
d) ( ) Certificado digital.
e) ( ) Hash.
124
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 6 – E-MAIL
125
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
126
TÓPICO 2 — O E-MAIL COMO INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO E FERRAMENTA DE TRABALHO E A POSSIBILIDADE
DE MONITORAMENTO PELA EMPRESA
Assim, o julgado deixa clara a ciência que tinha o empregado, o qual, de-
liberadamente extrapolou a regra imposta ocasionando a justa causa.
127
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
A atividade profissional deve ter uma base ética pautada pela lealdade,
pela boa-fé e pela transparência, respeitando-se as normas da empresa em conso-
nância com o princípio da razoabilidade, em que os limites fundamentais à inti-
midade e à privacidade do empregado devem estar em equilíbrio com os direitos
da propriedade privada e à livre iniciativa asseguradas ao empregador.
DICAS
Saiba mais sobre “Uso do e-mail corporativo pelo empregado”, acessando: ht-
tps://bit.ly/35Bk0SM.
E
IMPORTANT
DIREITO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
No caso sob exame, é necessário diferenciar a disciplina dada pela doutrina e jurisprudên-
cia pátria no que tange aos e-mails pessoais e os e-mails corporativos.
128
TÓPICO 2 — O E-MAIL COMO INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO E FERRAMENTA DE TRABALHO E A POSSIBILIDADE
DE MONITORAMENTO PELA EMPRESA
Nesse passo, sob o prisma do Direito do Trabalho, o avanço tecnológico provocado pela Inter-
net, notadamente da correspondência eletrônica, objeto específico do presente artigo, deve vir
acompanhada também do avanço sociais em benefícios de todos, empregados e empregadores.
Por sua vez, a Constituição Federal consagra o sigilo das comunicações telemáticas. Tendo em vista
a regra constitucional, extrai-se que a violação do sigilo de dados telemáticos deve ser vista como
uma medida extrema, porquanto restringe direitos consagrados no texto constitucional. Confira-se:
“Art. 5º
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
(...)
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comuni-
cações telegráficas, de dados e das comunicações te-
lefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal”.
No entanto, de acordo com a Teoria Geral dos Direitos Fundamentais nenhum direito é
absoluto, devendo ser ponderados diante do caso concreto.
Isso ocorre porque os direitos fundamentais podem entrar em conflito entre si – e, nesse
caso, não se pode estabelecer, de antemão, qual direito deve preponderar. Além disso,
nenhum direito fundamental pode ser invocado para encobrir ilícitos. Advirta-se, também,
que não é possível limitar um direito fundamental além do necessário, devendo ser respei-
tados os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Como se sabe, no atual mundo globalizado, o uso da internet se tornou uma importante
ferramenta para incrementar as atividades empresariais. Atualmente, observa-se que os
empregados são simultaneamente titulares de e-mail pessoais e coorporativos.
Tratando-se de e-mail de cunho pessoal, usado em provedor próprio, mesmo que acessa-
do no local de trabalho, é firme o entendimento de que o empregador não pode exercer o
controle do conteúdo das mensagens, uma vez que a Constituição Federal assegura a todo
cidadão o direito à privacidade e à intimidade, bem como o direito ao sigilo da correspon-
dência, o que alcança a comunicação virtual via e-mail.
129
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
Quanto a esses e-mails pessoais, não se nega o direito que o empregador tem de acessar o
seu conteúdo em situações de abuso do seu uso pelo funcionário, a respeito do qual haja
indícios razoáveis de que práticas ilícitas estejam sendo praticas no ambiente de trabalho;
como é o caso do uso de e-mail pessoais para trocar imagens de pornografia infantil ou ou-
tras fraudes cometidas, pois além de se tratar de um ato de indisciplina, também se caracteri-
za como um ilícito penal. Neste caso, não há falar em indevida violação de dados telemáticos.
No entanto, não se pode confundir essa possibilidade de violação de e-mail pessoal na hipótese ex-
trema de cometimento de ilícitos, com a possibilidade irrestrita de monitoração. É que a privacidade
e a intimidade foram alçadas a direitos fundamentais no texto constitucional, não se admitindo a
renúncia absoluta a esses direitos, tampouco a invasão dessas esferas reservadas da personalidade
humana, como a imposição por meio de norma contratual de condições de monitoramento que
extrapolem os limites do poder de direção, disciplina e fiscalização dos serviços prestados.
Não se trata aqui de defender que o trabalhador invoque, de forma indiscriminada seu direi-
to à intimidade ou à inviolabilidade de correspondência, muito menos que o empregador
possa acessar, de forma absoluta, o conteúdo de um instrumento de trabalho, mas sim de
se harmonizar os direitos em questão.
130
TÓPICO 2 — O E-MAIL COMO INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO E FERRAMENTA DE TRABALHO E A POSSIBILIDADE
DE MONITORAMENTO PELA EMPRESA
Por outro lado, no que diz respeito ao e-mail corporativo, partindo-se do pressuposto de
que esta modalidade de e-mail se caracteriza como uma ferramenta de trabalho, disponi-
bilizada com a finalidade de troca de mensagens de cunho profissional e tendo em vista o
risco de violação à imagem da empresa pelo seu uso inadequado, majoritariamente enten-
de-se que é possível a sua fiscalização.
Minoritariamente, parte da doutrina, como é o caso de Emília Simeão Albino Sako entende
que não é possível, mesmo que se trate de e-mail corporativo, monitorar as comunicações
virtuais dos empregados, sob pena de violar a dignidade do trabalhador, implicando em
vulneração de sua privacidade.
131
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
3 CONCLUSÃO
Diante do exposto, entende-se que a conduta de monitorar eletronicamente a exposição e
a disponibilidade de informações nos e-mails pessoais de forma ostensiva e indiscriminada
dos obreiros ultrapassam os poderes diretivos do empregador, uma vez que viola os direitos
da personalidade esculpidos no Art. 5º, X, da Constituição Federal, que garante a inviolabili-
dade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.
No caso de e-mails pessoais, não se pode tolerar o enorme constrangimento que é a in-
terceptação de informações pessoais, não sendo possível invocar o poder de direção para
vulnerar os direitos da personalidade do obreiro.
Lado outro, considerando que o e-mail corporativo é uma ferreamente de trabalho e que
se cuida de mensagens não privadas, não constitui ato ilícito a sua monitoração, ressal-
vando-se, contudo, os casos de extrapolação dos limites de fiscalização, não se podendo
perder de vista a função social da empresa.
132
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A atividade profissional deve ter uma base ética pautada pela lealdade, pela
boa-fé e pela transparência, respeitando-se as normas da empresa em conso-
nância com o princípio da razoabilidade.
133
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Princípio da privacidade.
b) ( ) princípio da liberdade.
c) ( ) princípio da individualidade.
d) ( ) princípio da autonomia.
134
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
O TELETRABALHO COMO
FERRAMENTA DE TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Neste sentido, o TST teve que examinar a questão à luz da nova legislação
e não mais pelos estritos ditames da Súmula 428, de 24 de maio de 2011, segundo
a qual “I – o uso de aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP, ‘pager’ ou
aparelho celular pelo empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobrea-
viso”. II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, a distância e submetido
a controle patronal por instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer
em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento o chama-
do para o serviço durante o período de descanso.
136
TÓPICO 3 — O TELETRABALHO COMO FERRAMENTA DE TRABALHO
137
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
NTE
INTERESSA
138
TÓPICO 3 — O TELETRABALHO COMO FERRAMENTA DE TRABALHO
Por fim, como esclarece o Prof. Ricardo Calcini, mestre em Direito do Trabalho, no home offi-
ce, ao contrário do que ocorre no teletrabalho, os funcionários continuarão a deter idênticos
direitos trabalhistas, como se estivessem executando suas atividades nas dependências do
empregador, inclusive com o recebimento de horas extras e adicional noturno, se for o caso.
DICAS
DICAS
Vamos nos atualizar e ficar por dentro das diferenças entre HOME OFFICE,
HOME BASED e TELETRABALHO/Trabalho home office? Confira em: https://bit.ly/3lDR8ij.
E
IMPORTANT
Entenda o que é o teletrabalho, quais os seus direitos e algumas dicas de saúde, tecnologia
e produtividade.
139
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
O que é teletrabalho?
A previsão legal para o teletrabalho aparece no artigo 6º da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), que afasta as distinções entre o trabalho realizado no estabelecimento do
empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde
que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. O parágrafo único do
dispositivo, introduzido em 2011, estabelece que “os meios telemáticos e informatizados
de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos
meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio”.
De acordo com o texto, embora o trabalho seja realizado remotamente, não há diferenças
significativas em relação à proteção ao trabalhador. “Os direitos são os mesmos de um tra-
balhador normal, ou seja, vai ter direito a carteira assinada, férias, 13º salário e depósitos de
FGTS”, explica o ministro Agra Belmonte, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O empregado contratado para trabalhar de forma presencial pode alterar seu regime para
o teletrabalho, desde que haja acordo mútuo com o empregador e que seja registrado
aditivo contratual. O contrário também é possível: o empregador pode requerer o trabalho
presencial, garantido o prazo mínimo de transição de 15 dias.
140
TÓPICO 3 — O TELETRABALHO COMO FERRAMENTA DE TRABALHO
Entretanto, de acordo com alguns precedentes do TST, se houver meio de controle patro-
nal da jornada, é possível reconhecer os adicionais.
Planejamento também é fundamental. Para isso, Christian sugere o uso de post-its como pla-
nejamento visual, a criação de planos para os próximos três dias, a percepção sobre seus ho-
rários de melhor produtividade e o estabelecimento de limite do número de atividades no dia.
“E como lidar com o chefe em home office? Alinhe com ele as prioridades da semana,
reforce os prazos e gere valor para a empresa”, sugere. Com a equipe, exponha as tarefas
codependentes, ofereça ajuda extra, realize reuniões e faça até uma happy hour virtual.
Tecnologia
141
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
Para gerenciar equipes, programas como Trello, Todoist, Asana, Monday e Neotriad também
oferecem interfaces práticas. Caso haja dificuldade, também é possível manter as demandas
organizadas de forma mais simples em calendários, notas de papel, e-mails ou planilhas.
A segurança da informação também é um aspecto que deve receber atenção nas ativi-
dades desempenhadas em home office, pois muitas vezes o trabalhador manipula dados
sensíveis ou sigilosos. Para isso, é essencial manter o sistema operacional do computador
atualizado e, se possível, utilizar o software de VPN fornecido pelo empregador. Os antivírus
também devem estar sempre ativados, e é recomendável utilizar conexões wi-fi confiáveis
para transmissão de arquivos (logo, o cuidado deve ser dobrado para quem resolve traba-
lhar de cafés, aeroportos e outros ambientes públicos).
Pioneirismo
142
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
143
AUTOATIVIDADE
1 Antes podia ser algo distante trabalhar longe da empresa ou em modo re-
moto, sendo que todos os dias nos encaminhávamos ao local físico da em-
presa onde possuíamos contrato de trabalho. A tecnologia e a internet pos-
sibilitaram junta a possibilidade do home office Acerca das características
do home office, classifique V para as opções verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – V.
b) ( ) F – F – V.
c) ( ) V – V – V.
d) ( ) F – V – F.
PORQUE
144
Assinale a alternativa CORRETA:
145
146
TÓPICO 4 —
UNIDADE 3
CRIMES CIBERNÉTICOS
1 INTRODUÇÃO
Assim, tem-se o artigo 154-A do Código Penal, que prevê então o crime de in-
vasão de dispositivo informático. Vamos conhecer mais sobre os crimes cibernéticos?
Crimes cibernéticos puros são aqueles em que a conduta ilícita tem por
finalidade exclusiva o sistema de computador como ferramenta acessando in-
147
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
DICAS
Prezado acadêmico!
Convidamos você a fazer uma leitura mais aprofundada do tema dos crimes cibernéticos
no livro a seguir:
Este livro está disponível na Biblioteca Virtual da UNIASSELVI. Acesse pelo Link: https://
bit.ly/2IFwdwQ.
148
TÓPICO 4 — CRIMES CIBERNÉTICOS
149
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável (BECHARA; FLORES, 2019).
Veja-se:
151
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
152
TÓPICO 4 — CRIMES CIBERNÉTICOS
153
UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
Como dispõe o Art. 154-A do Código Penal, as penas para esses delitos
são de reclusão de 3 (três) meses a 1 (um) ano de detenção, e multa. No entanto,
as penas aumentam de 1/6 a 1/3 se a invasão resulta prejuízo econômico.
O crime será qualificado com penas que vão de seis meses a dois anos de
reclusão e multa, caso a conduta não configure outro crime mais grave, quando
a invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas,
segredos comerciais ou industriais, informações definidas em lei como sigilosas.
Importante: se a conduta for mais grave que a simples invasão com a fi-
nalidade de obtenção, adulteração ou destruição dos dados ou informações, ou
a instalação de vulnerabilidades, por exemplo, fraudes em netbanking (furto
qualificado), estelionato ou extorsão, interceptação de comunicação telemática, o
crime de invasão de dispositivo informático será desconsiderado, porque consti-
tuirá somente um meio para o cometimento daquelas condutas.
154
Para que o criminoso possa ser investigado pela Polícia e processado pelo
Ministério Público, é preciso que a vítima autorize, oferecendo a representação.
O Ministério Público pode processar diretamente o criminoso somente quando o
crime é praticado contra a administração pública direta ou indireta de qualquer
dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empre-
sas concessionárias de serviços públicos.
Como visto, a Lei nº 12.737/2012, embora represente certo avanço ao tipificar cri-
mes cibernéticos propriamente ditos, contém inúmeras deficiências e confrontos com o
sistema penal e processual penal vigente, o que deve merecer a atenção dos aplicadores.
155
FIGURA 13 – CRIMES MAIS PRATICADOS NO BRASIL
156
Da mesma forma incorre em crime quem armazenar em seu celular ou compu-
tador fotos ou vídeos que contenham conteúdo pornográfico ou cenas de sexo explícito
com crianças ou adolescentes ou até mesmo a simulação ou montagem de cena:
Não raros são os casos de aliciamento de menores por meio virtual seja
por meio de chats no Facebook, WhatsApp ou até mesmo em jogos on-line.
Uma legislação sobre crimes virtuais recente buscando prever outros crimes
é a Lei nº 13.718, sancionada em 2018. Ela tipifica os crimes de importunação sexual
e de divulgação de cena de estupro, torna pública incondicionada a natureza da ação
penal dos crimes contra a liberdade sexual e dos crimes sexuais contra vulnerável.
157
Portanto, percebe-se que o Brasil avançou com algumas previsões legais no que
tange aos crimes cibernéticos, ou seja, por meio virtual com o intuito de dar uma resposta
mais efetiva àqueles que têm seus direitos violados, porém tem-se muito que caminhar.
158
FIGURA 16 – ESTUPRO VIRTUAL
159
LEITURA COMPLEMENTAR
Legislação
Marco Civil
160
vacidade dos usuários. Dessa forma, somente mediante ordem judicial pode haver
quebra de dados e informações particulares existentes em sites ou redes sociais.
Competência jurídica
Denuncie
161
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Crimes cibernéticos puros são aqueles em que a conduta ilícita tem por fina-
lidade exclusiva o sistema de computador como ferramenta acessando inclu-
sive dados e sistemas.
• Crimes cibernéticos impróprios são aqueles que afetam o bem jurídico co-
mum, ou seja, o patrimônio e para operar a conduta ilícita se utilizam dos
sistemas informáticos.
CHAMADA
162
AUTOATIVIDADE
1 Crime cibernético é uma atividade criminosa que tem como alvo ou faz uso
de um computador, uma rede de computadores ou um dispositivo conecta-
do em rede. Invadir dispositivo alheio é crime. Portanto, invadir o dispositivo
informático alheio de qualquer espécie, conectados ou não em rede, violando
os mecanismos de segurança (senha, firewall etc.), objetivando, de forma cri-
minosa, obter, adulterar ou destruir dados ou informações é considerado um
crime. Sobre o nome dado a este crime, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Pedofilia.
b) ( ) Perturbação sexual.
c) ( ) Fraude por internet.
d) ( ) Invasão de dispositivo informático.
a) ( ) Lei nº 12.737/2012.
b) ( ) Lei nº 8069/1990.
c) ( ) Lei nº 12.965/2014.
d) ( ) Lei nº 12868/2008.
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UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
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REFERÊNCIAS
AVENDAÑO, T. C.; BETIM, F. ‘Fake News’: a guerra informativa que já contamina as
eleições no Brasil. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2RkGFIL. Acesso em: 28 ago. 2020.
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UNIDADE 3 — A RESPONSABILIDADE E O DIREITO DIGITAL: QUESTÕES JURÍDICAS NO AMBIENTE ELETRÔNICO
FERREIRA, I. S. Direito & Internet: aspectos jurídicos relevantes. 2 ed. São Paulo:
Quartier Latin, 2005.
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MATSUURA, S. Brasil cultiva discurso de ódio nas redes sociais. 2016. Disponí-
vel em: https://glo.bo/2GPUVrs. Acesso em: 27 ago. 2020
167