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Instituição: Centro Universitário Jorge Amado

Discente: Milena Santos Rodrigues


Docente: Mateus costa pinheiro
Disciplina:
Data:

Avaliação Processual

QUESTÃO

TEXTO

“Acesso à justiça é um direito primordial. Sem ele nenhum dos demais direitos se realiza.
Assim, qualquer ameaça ao acesso à justiça impõe sérios danos aos preceitos da igualdade e à
prevalência da lei. A Constituição Federal de 1988 consagrou o acesso à justiça como um
direito em seu art. 5., XXXV: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito”. Esse mandamento constitucional implica a possibilidade de que todos, sem
distinção, possam recorrer à justiça, e tem como consequência atuar no sentido de construir
uma sociedade mais igualitária e republicana.” (SADEK, Maria Tereza Aina. Acesso à
Justiça: um Direito e seus Obstáculos. São Paulo, Revista USP n. 101, p.55-56, 2014).

ARTIGO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 5º (...)
XXXV- A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito

A partir da leitura do texto e do artigo constitucional acima, do estudo das referências


bibliográficas indicadas, além das aulas e debates realizados, elabore um texto de três laudas,
com boa fundamentação teórica, exemplificações e senso crítico, respondendo à questão a
seguir:

O Acesso à Justiça no Brasil é efetivo?


Introdução

Na intricada tapeçaria do sistema jurídico brasileiro, emerge uma indagação de extrema


relevância que reverbera nas esferas teóricas e práticas: A efetividade do acesso à justiça. Este
questionamento, ao se insinuar no cerne das discussões jurídicas, desvela uma trama
complexa de desafios, reflexões teóricas e necessidades práticas que permeiam o contexto
judicial do país.

Numa perspectiva mais ampla, a análise do acesso à justiça transcende o limiar de uma mera
avaliação superficial, adentrando nos domínios mais profundos e intricados da justiça
brasileira. Ora, tal indagação não se restringe a uma ponderação acadêmica; é uma inquirição
que se entrelaça com a própria essência da democracia e dos direitos individuais.

Neste emaranhado de reflexões, a busca por respostas demanda não apenas uma compreensão
teórica sólida, mas também uma incursão nas realidades cotidianas dos que buscam, muitas
vezes em vão, a materialização da justiça. Assim, esta explanação se propõe a não apenas
responder à pergunta central, mas a mergulhar nas nuances, nos meandros e nas vicissitudes
que compõem o desafiador cenário do acesso à justiça no Brasil.

Ao nos embrenharmos nesta jornada de reflexão, teceremos considerações sobre a morosidade


processual, exploraremos os desafios da linguagem hermética que permeia o ambiente judicial
e analisaremos criticamente a interseção entre teoria e prática. Esta introdução expandida visa
proporcionar uma visão mais profunda e abrangente, alinhada à complexidade inerente ao
tema em questão.

Desenvolvimento

No epicentro das preocupações que permeiam o acesso à justiça no Brasil, a morosidade


processual emerge como uma questão que não apenas abala as bases do sistema judicial, mas
também compromete a confiança dos cidadãos na eficácia do sistema. Exemplificações mais
detalhadas, como os persistentes atrasos em casos previdenciários, ilustram de maneira
contundente como a demora na resolução impacta negativamente a vida daqueles que buscam
reparação legal.

Ao aprofundarmos a análise, deparamo-nos com a complexidade processual, cuja intricada


rede de procedimentos, aliada à linguagem hermética, constitui uma barreira considerável à
participação efetiva dos cidadãos. A regularização fundiária, por exemplo, torna-se um
processo desafiador, onde a burocracia se torna um obstáculo significativo. Detalhes sobre os
entraves específicos enfrentados pelos indivíduos nesses processos complexos enriquecem a
compreensão das dificuldades enfrentadas.

A assistência jurídica, originalmente concebida como promotora de justiça social, enfrenta


obstáculos práticos que precisam ser destacados. Em vez de apenas mencionar a escassez de
recursos, podemos explorar casos concretos de comunidades desfavorecidas que enfrentam
desigualdades acentuadas devido à falta de serviços jurídicos adequados. Isso fortalece a
argumentação, tornando-a mais palpável e envolvente.

A representatividade e diversidade no sistema judiciário também necessitam de uma análise


mais profunda. Em meio a interferências políticas, a teoria de Dahl sobre inclusão de
perspectivas diversas no processo decisório confronta-se com a necessidade urgente de
reequilíbrio entre os poderes. A análise de casos específicos em que a política afeta
diretamente decisões judiciais oferece uma visão mais clara das complexas dinâmicas em
jogo.

Ao estender a análise para as disparidades regionais, é crucial examinar casos específicos que
ilustrem as questões que afetam diretamente o acesso à justiça em diferentes regiões do Brasil.
Desta forma, a federalização, proposta por teóricos como Tocqueville, pode ser avaliada de
maneira mais contextualizada, ponderando os benefícios e riscos dessa abordagem em
diferentes realidades regionais.

A tecnologia, embora seja reconhecida como um agente transformador, requer uma


explanação mais detalhada sobre como a inovação tecnológica pode ser implementada de
maneira equitativa. Exemplos específicos de como a tecnologia já está sendo aplicada, ou
propostas práticas para garantir a equidade na implementação, podem enriquecer essa parte do
desenvolvimento.

Dessa forma, a expansão do desenvolvimento busca oferecer uma análise mais robusta,
ancorada em exemplos concretos e reflexões aprofundadas sobre as complexidades inerentes
ao acesso à justiça no Brasil.

Conclusão:

Neste profundo exame sobre o acesso à justiça no Brasil, mergulhamos nas águas turbulentas
de um sistema jurídico repleto de desafios e nuances. A morosidade processual, a
complexidade intrínseca da linguagem jurídica e a escassez de assistência em setores cruciais
revelam-se como barreiras expressivas, desafiando a promessa de uma justiça acessível e
efetiva.

Ao traçarmos um paralelo entre teoria e prática, entre as palavras das leis e a experiência dos
cidadãos, delineamos um cenário complexo onde as aspirações democráticas muitas vezes
encontram obstáculos na burocracia e nas disparidades estruturais. O alicerce teórico, embora
fundamental, precisa convergir para uma realidade que ressoe com a busca coletiva por justiça
e equidade.

A busca por soluções exige mais do que uma mera reflexão acadêmica; demanda um
compromisso coletivo para superar os desafios e transformar as teorias em práticas concretas.
A reformulação do sistema jurídico brasileiro torna-se uma imperativa jornada, na qual a
convergência entre teoria e prática não é apenas desejada, mas uma exigência premente.

Nessa encruzilhada, a voz dos que anseiam por justiça clama por ações concretas, por
políticas públicas que equilibrem o sistema, por uma aplicação da lei que seja eficiente e
acessível a todos. Somente assim poderemos almejar uma justiça que não seja apenas uma
promessa teórica, mas uma realidade tangível e equitativa para todos os cidadãos.

Em síntese, este mergulho nas profundezas do acesso à justiça no Brasil revela não apenas
desafios, mas também oportunidades. A complexidade dessa empreitada não deve nos
desencorajar, mas sim inspirar esforços coletivos, promovendo uma justiça que ressoe
verdadeiramente com os princípios democráticos, traduzindo teorias em ações que impactem
positivamente a vida de todos os cidadãos. Assim, a conclusão ampliada busca não apenas
encerrar esta reflexão, mas também inaugurar um chamado à ação, uma convocação para a
construção de uma justiça mais efetiva, inclusiva e acessível no Brasil.

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