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Nas décadas de 1990 e 2000 houve uma séria de reformar que resultaram
no surgimento do Código de Processo Civil de 2015. Em resumo, o que se pretendia
era buscar uma maior efetividade do processo e uniformização das decisões
judiciais. As palavras celeridade e efetividade passaram a ser de ordem e o
legislador, navegando por tendencias neoliberais, buscava alcançar esses objetivos
a qualquer custo. Uma das justificativas para essa busca era a alta demanda do
judiciário e a morosidade que resultava desse excesso de carga.
Havia uma clara preocupação com a litigiosidade repetitiva e, portanto, houve
um fortalecimento do sistema de precedentes, e a criação de instrumentos como o
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR).
Apesar de ter sido motivada em razão do acesso à justiça, o que se percebeu
é que esses instrumentos de resolução de demandas coletivas repetitivas
privilegiaram os grande litigantes e reduziu as possibilidades de contraditório dos
pequenos litigantes (pessoas ou até mesmo empresas hipossuficientes).
Sendo assim, sugere-se dar voz aos que têm ciência de seus direitos, mas
não sabem como exigi-los. Além disso, é imprescindível a adoção de técnicas
voltadas para “desjudicializar” demandas de cobrança em massa e desestimular
condutas ilícitas que são corriqueiras entre os grandes litigantes.
Em síntese, o conceito de acesso à justiça foi confundido ou substituído pelo
de celeridade do judiciário. Para que o acesso à justiça enquanto direito social seja
efetivado, é necessário ressignificar seu conceito e levá-lo a quem realmente
precisa.