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Data: 07/05/2021

Disciplina: Metodologia da Pesquisa e do Ensino em Direito

Professor:

Trabalho: Fichamento Modelo Resumo ou Conteúdo

Referência: MELLO, Patrícia Perrone Campos. O Supremo e os Precedentes


Constitucionais: como fica sua eficácia após o novo Código de Processo Civil.
Universitas Jus, v. 26, n. 2, p.41-53, 2015.

A autora inicia o artigo demonstrando ao que ele se propõe a analisar. Afirma


que o artigo busca estudar os tipos de eficácia dos quais podem ser dotados os
precedentes; sobre a eficácia dos precedentes brasileiros em matéria
constitucional, em especial antes da vigência do CPC/2015 e sobre esta eficácia
após a vigência do CPC /2015; sobre como se deve atuar com precedentes e
quais os desafios a serem enfrentados oriundos dessa atuação; sobre o juízo
crítico da opção adotada pelo legislador, de ampliar os casos de precedentes
normativos, e, por fim mas não menos importante, busca analisar se o bom
funcionamento do sistema de precedentes será resultado do desenvolvimento
de uma cultura de respeito aos precedentes.

Posteriormente afirma que, em síntese, uma decisão judicial pode produzir


três tipos de eficácia, dentre os quais um precedente de caráter normativo ou
precedente vinculante. Quando do desrespeito a um precedente deste tipo, no
direito brasileiro, ocorre a propositura de reclamação, diretamente na corte que
editou aquele precedente, com a finalidade de obter a cassação da decisão violou
determinado entendimento da corte vinculante.

A autora propõe a classificação dos precedentes em categorias. No


ordenamento jurídico brasileiro podemos observar a existência de três tipos de
precedente e a partir destes precedentes que as decisões proferidas em sede de
repercussão geral ( que declaram a inconstitucionalidade de uma norma, as
súmulas e a jurisprudência consolidada nos tribunais) formam os precedentes de
eficácia intermediária.
Eficácia das decisões do Supremo Tribunal Federal. O papel do Senado
Federal no controle
de constitucionalidade: um caso clássico de mutação constitucional.
"somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de
lei ou ato normativo
do Poder Público".
No ambiente romano- germânico, a princip al fonte do direito é a l ei e,
como regra, as decisões
judiciais aplicam-se apenas às partes de um jul gado. No outro pólo, o
sistema da common law
tem no precedente normativo a principal fonte do Direito.
Os novos precedentes com eficácia no rmativa no CPC/2015, O art.
988: “Caberá reclamação
da parte interessada ou d o Ministério Públi co para: I - preservar a
competência do tribunal; II
- garantir a autoridade das decisões do tribunal; III - garantir a obse
rvância de decisão do
Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade; IV - garantir a observância de enunciado de súmula
vinculante e de precedente p roferido em julgamento de
casos repetitivos ou em incidente de assunção d e competência”.
Comentários ao Código de
Processo Civil.
Na hipótese do incid ente de demandas repetitivas, o relator selecionará
dois ou mais casos
representativos da controvérsia par a a apr eciação do órgão colegiado
do tribunal. Precedentes
com eficácia impositiva intermediária no CPC/2015.
O art. juízes e os tribunais devem observar, além dos precedentes
normativos16, também (i)
os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal, em matéria
constitucional, (ii) os
enunciados das súmulas do Superior Tribunal de Justiça, em matéria
infraconstitucional
federal, e (iii) a orientação do plenário ou do órgão especial ao qual
tais juízes e/ou tribunais
estiverem vinculados. Na mesma linha, o juiz pode, independentemente
da citação do réu, julgar li minarmente
improcedente o pedido que contrariar enunciado de súmula do STF, do
STJ ou do tribunal de
justiça.
Ratio decidendi ( a razão para a decisão) a definição da ratio decidendi
corresponde à razão d e
direito, à tese, à interpretação afirmada pelo tribunal para solucionar uma
demanda específica.
A ratio decidendi corresponderá apenas ao entendimento ou aos
argumentos acolhidos pela
maioria dos juízes do tribunal e impr escindíveis para justific ar o
desfecho do caso. Sua
identificação d epende do exame (i) dos fatos juridicamente relevantes
de um caso, (ii) da
questão ou das qu estões de direito que ele co loca e (iii) d e como
ta is questões foram
enfrentadas pelo colegiado. Corresponde, portanto, à regra de direito
utilizada pelo tribunal
como uma premissa nec essária à solução do caso, à luz das razões
adota das pela maioria de
seus membros.
Do efeito vinculante: sua legitimação e aplicação. Do precedente judicial
à
súmula vinculante. A maior dificuldade na identificação da ratio decidendi
está na
determinação do nível de generalidade com que se formulará a regra
de di reito. Um ex emplo
auxilia a compreensão do ponto. O império do direito. Ar gumentação j
urídica e teoria do
direito. Quanto mais ampla for a definição d a ratio decidendi, meno r
liberdade terão os juízes
dos casos subsequentes para de cidir. O nível de generalidade da
decisão deve ser dis cutido à
luz da fundamentação, dos fatos que ela valorizou, dos princípios que ela
invocou.
A jurisprudência do STF, em sede de controle co ncentrado, rejeita a
ideia de que “os motivos determinantes” da decisão também produzem efeitos
normativos. Recusa-se, portanto, a
atribuir efeitos normativ os à própria ratio decidendi dos julgados
proferidos em ação direta.
Na visão da Corte, seri a inviável conferir tal alcance aos jul gados
proferidos em controle
concentrado ou à reclamação.
Como se nota, há, na operação dos precedentes normativos pelo STF,
certa confusão e certa
hesitação que são produto da inexist ência de uma cultura de pr
ecedentes com efeitos
normativos e da pouca familiaridade com o instrumental adequado para
lidar com tais
precedentes.
Do precedente judicial à súmula vinculante, a Corte entendeu pela
constitucionalidade em tese
da norma. No mérito, havia jurisprudên cia do STF no sentido de que
a supressão do
pagamento era il egítima. P rimeiramente, o pleito de restabelecimento
do pagamento da verba
estava alinhado com a jurisprudência do Supremo.
Por iss o e ao contrário d o que se poderia ima ginar, um siste ma de
p recedentes com eficácia
normativa não necessariamente implica redução d o poder dos juízos
vinculados. Sobretudo na
hipótese dos precedentes normativos, essa massa de casos ensejará a
propositura de
reclamações junto ao tribunal vinculante, para que este imponha a
eficácia do seu
entendimento.
Nota-se, portanto, que a adoção de precedentes normativos não
necessariamente reduzirá a relevância dos argumentos e do poder de
convencimento dos
magistrados que compõem as instâncias inferiores.
Em síntese, é preciso que o STF compr eenda que o respeito às suas
decisões pelas instâncias
vinculadas depende da qualidade e do respeito que o próprio Tribunal que
reconhecerá às suas
decisões.
O diploma amplia, porta nto, os casos de precedentes vinculantes e,
mesm o na s sit uações em
que não cabe reclamação, determinam a observância das súmulas sim
ples do STF, do S TJ e
dos entendimentos do pleno dos tribunais, argumentação jurídica e teori
a do direito, eficácia
das decisões do Supremo Tribunal Federal.
O papel do Senado Federal no controle d e constitucionalidade: é um caso
cl ássico de mutação
constitucional, ou seja, é a forma pela qual o poder constituinte difuso se
manifesta.

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