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O Acórdão do Recurso Extraordinário Avulso Como Precedente Vinculante

e a Inutilidade do Recurso Repetitivo para o Supremo Tribunal Federal


Mauro Pedroso Gonçalves
Mestrando em Direito Processual Civil pela PUC-SP. Advogado.

1. Introdução
O sistema de precedentes, adotado pelo atual Código de Processo Civil – CPC/15 (Lei n.º 13.105, de
16/03/2015), estabeleceu uma teoria, inspirada na common law, que buscou valorizar a jurisprudência e criou
os precedentes vinculantes.

Esses precedentes, obrigatórios por força de lei, têm sido pauta de grandes discussões acadêmicas,
especialmente com relação à sua constitucionalidade e à correta classificação de cada um como vinculante.
Afinal, o primeiro passo para entender este instituto é aferir a sua compatibilidade com o ordenamento jurídico
brasileiro, e identificar suas espécies adequadamente.

O legislador optou por inserir os precedentes vinculantes no inciso III do art. 927 do CPC: acórdão em
incidente de assunção de competência – IAC; acórdão em incidente de resolução de demandas repetitivas –
IRDR; acórdão de recurso especial repetitivo; e acórdão de recurso extraordinário repetitivo.

Este artigo busca demonstrar que o acórdão de recurso extraordinário avulso deve ser considerado como parte
integrante deste rol, bem como que se tornou inútil o recurso extraordinário repetitivo. Para tanto, são
analisados o processo de objetivação do recurso extraordinário (ou objetivação do controle difuso); os efeitos
da reforma do CPC/15 (Lei n.º 13.256, de 04/02/2016); e os procedimentos do recurso extraordinário avulso
e repetitivo.

2. Sistema brasileiro de precedentes

2.1. A jurisprudência nos sistemas de civil law e common law

Os países de civil law possuem um sistema tradicionalmente focado na lei escrita. A jurisprudência, por sua
vez, deve ser respeitada em virtude, inclusive, do princípio da legalidade. Afinal, na concepção moderna desse
princípio, o “juiz atua como criador do direito”1 , ou seja, da própria norma jurídica.

Como uma lei comporta diversas interpretações, cabe à jurisprudência conferir sentido à norma e torna-se
obrigatório o respeito aos precedentes para que se possa confiar no sistema2. Contudo, as decisões judiciais
na civil law são, em regra, persuasivas, e não vinculantes.

Os operadores do Direito brasileiro, por exemplo, até cerca de três décadas atrás, utilizavam, de forma escarça,
a jurisprudência em peças processuais e decisões.3 Hoje, ocorre o contrário, pois a produção jurídico-
processual, no Brasil, é lastreada de citações jurisprudenciais.

Na common law, apesar de também existirem leis escritas (statues), é normalmente da jurisprudência que se

1
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 118.
2
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 177.
3
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Sistema brasileiro de precedentes. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. p. 592.
extrai a norma jurídica, ou seja, “o direito nasce no bojo das decisões dos juízes” 4 . Com isso, o papel das
decisões judiciais está ligado à própria “construção da norma jurídica”5, ou seja, “o precedente deixa a
província da persuasão e irrompe nos domínios da vinculação, convertendo-se em uma efetiva norma
jurídica.”6

Nesses países, a doutrina de precedentes (stare decisis) surgiu da sistematização das decisões judiciais, em
observância à regra no sentido de que “casos iguais sejam decididos igualmente, mantendo-se, nos casos
similares, aquilo que já foi decidido no passado.” 7

Na stare decisis, também surgiu a distinção entre a holding e o dictum. “A holding seria a
elaboração/construção (holding) do caso que constituiria no precedente e seria vinculante para casos futuros;
já o dictum consistiria na argumentação utilizada pela corte dispensável à decisão e desse modo, não era
vinculante.”8

Daí, os países de common law desenvolveram técnicas para não aplicação ou superação de precedentes –
respectivamente, o distinguishing e o overruling –, já utilizadas no Brasil, que é, repita-se, um país de civil
law.

De fato, os sistemas de common law e civil law estão em rota de aproximação 9, pois ambos procuram, por
caminhos diferentes, “criar previsibilidade, ideia que hoje se confunde com segurança jurídica.” 10

2.2. O sistema de precedentes do CPC/15

No Brasil, para conferir caráter obrigatório às decisões judiciais, o CPC/15 adotou um microssistema de
valorização da jurisprudência, criando, inclusive, os precedentes vinculantes. O seu objetivo foi possibilitar
aos cidadãos um melhor cálculo das consequências jurídicas de seus atos, além de uma maior igualdade de
tratamento na aplicação do direito.

Apesar de inspirado na doutrina do stare decisis, o sistema brasileiro de precedentes surgiu por reforma
legislativa, em um procedimento típico de formação de normas jurídicas em países de civil law.

No CPC/15, a jurisprudência foi prestigiada como um todo.11A propósito, o caput do art. 926 do CPC/15
determina que: “os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.”

4
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 273.
5
BELLOCCHI, Márcio. Precedentes vinculantes e a aplicação do Direito brasileiro na convenção de arbitragem. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2016. p. 33.
6
MITIDIERO, Daniel. Precedentes: da persuasão à vinculação. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 36.
7
ZAPATER, Tiago Cardoso Vaitekunas. Reformas processuais na teoria dos sistemas: certeza do direito e as decisões judiciais.
Curitiba: Juruá, 2016. p. 436.
8
ABBOUD, Georges. Processo constitucional brasileiro. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 906.
9
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Sistema brasileiro de precedentes. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. p. 612.
10
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. pp. 72-73.
11
“PROCESSO CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PETIÇÃO DA AGU. INTERVENÇÃO DEPOIS DE
INICIADO O JULGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 927, V, CPC/15. JULGAMENTO PELA CORTE ESPECIAL.
VINCULAÇÃO INTERNA E EXTERNA. 1. Petição juntada pela União em 23/02/2018, por intermédio da AGU, requerendo a
anulação, a reforma ou a modulação dos efeitos do acórdão publicado em 19/12/2017, em que a Corte Especial decidiu que, sob a
égide do CPC/15, a comprovação do feriado local deve ocorrer no ato da interposição do respectivo recurso, sob pena de ser
considerado intempestivo. 2. A União não é parte neste processo; sequer se apresentou como terceira interessada, tampouco
requereu o ingresso como amiga da Corte. E, ainda que eventualmente tivesse requerido a sua intervenção como amiga da Corte,
em questão de ordem julgada neste processo, a Corte Especial decidiu que não é cabível a intervenção depois de iniciado o
julgamento. 3. O acórdão do agravo interno, ao qual se refere a peticionante, foi publicado em 19/12/2017, tendo sido a petição
juntada apenas em 23/02/2018; ou seja, depois de já ultrapassado e definido o julgamento deste recurso pela Corte Especial. 4.
Segundo o art. 927, V, do CPC/15, o acórdão exarado pela Corte Especial em matéria de direito federal infraconstitucional, como
o da hipótese, possui em si uma vinculação interna, para os membros e órgãos fracionários do STJ, e também uma vinculação
Nesse contexto, o sistema concebeu 03 (três) graus de obrigatoriedade das decisões judiciais: (i) forte; (ii)
médio; e (iii) fraco.

Os precedentes de obrigatoriedade forte possuem efeitos vinculantes12 e, se desrespeitados, ensejam


reclamação. Os precedentes de obrigatoriedade média são formados por órgão hierarquicamente superior e
têm eficácia persuasiva, sendo que o seu desrespeito pode gerar impugnação, por exemplo, com recursos. Já
os de obrigatoriedade fraca são as decisões proferidas por um mesmo magistrado ou órgão de mesmo nível
hierárquico, resguardadas pelo bom senso do julgador.13

Enquanto o respeito aos precedentes acelera o procedimento, diminui a carga de trabalho e gera mais
credibilidade ao Poder Judiciário, “a desuniformidade da jurisprudência e a possibilidade, que existe sempre,
de que haja uma ‘virada’ estimulam não só o ato de recorrer, como também a própria propositura de novas
ações.” 14

2.3. Os precedentes vinculantes do CPC/15

O sistema de precedentes prestigia, principalmente, o respeito ao precedente vinculante, cujo conceito deve
partir de sua obrigatoriedade forte, decorrente de lei, para ensejar a melhor interpretação da norma jurídica.
Defini-lo apenas como aquele que enseja reclamação representa uma visão muito rasa do instituto, pois a sua
definição não pode partir da consequência de seu descumprimento. Além disso, não são só eles que
possibilitam a utilização de reclamação (art. 988 do CPC/15).

A partir da junção desses elementos, o precedente vinculante pode ser conceituado como uma decisão de
obrigatoriedade forte, imposta, de antemão, pela lei, que “encarna a interpretação da Constituição ou da
legislação federal em que se consubstancia a própria norma”15, sendo que o seu desrespeito torna cabível o
manejo de reclamação.

Destaca-se que os incisos do art. 927 não são todos precedentes vinculantes. O inciso I não prevê hipótese de
precedente, e sim controle de constitucionalidade.16 O inciso II trata de súmula vinculante, que não é
precedente, e sim um conjunto de relevantes teses jurídicas, em abstrato, reveladoras da jurisprudência do
STF17. O inciso IV trata das súmulas do STF e STJ, com efeitos meramente persuasivos. Por fim, o inciso V
refere-se à jurisprudência do órgão de cúpula de um tribunal, também de efeito persuasivo.

Já os precedentes vinculantes foram listados pelo legislador, didaticamente, no inciso III do art. 927 do
CPC/15: (i) acórdãos em incidente de assunção de competência – IAC; (ii) acórdãos em incidente de resolução

externa, para os tribunais a este subordinados (TRFs, TJs, juízes federais e estaduais), portanto, precedente obrigatório. 5. É poder
discricionário do STJ resolver sobre a conveniência e necessidade de julgamento pela sistemática dos recursos especiais
repetitivos. Então, no particular, não há prejuízo de que, devidamente observado o procedimento legal e a critério desta Corte,
possa a matéria ser futuramente afetada, em outros processos. 6. Nessa perspectiva, é totalmente desprovido de fundamento e
lógica jurídica o argumento de que a Corte deveria obedecer ao “rito indispensável à formação de precedentes obrigatórios”,
revelando apenas que a peticionante não se atentou para o microssistema de precedentes instituído pelo novo Código de Processo
Civil. 6. Causa espécie o fato de a AGU pleitear, em petição avulsa, o provimento do recurso interposto por um banco privado. 7.
Petição não conhecida.” (STJ, Corte Especial, PET no AREsp 957.821/MS , Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 07/03/2018)
12
“Tem sido objeto de enorme confusão a distinção entre efeitos vinculantes horizontal e vertical, assim como a distinção entre
este e a eficácia erga omnes, que é típica de ações abstratas e coletivas.” ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso
especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores: precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2018. pp. 278.
13
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. pp. 277-279.
14
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. pp. 282-283.
15
MITIDIERO, Daniel. Precedentes: da persuasão à vinculação. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 92.
16
MITIDIERO, Daniel. Precedentes: da persuasão à vinculação. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 92.
17
NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Constituição Federal comentada e legislação constitucional. 6. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 888.
de demandas repetitivas – IRDR; (iii) acórdão de recurso especial repetitivo; (iv) acórdão de recurso
extraordinário repetitivo. Como se verá adiante, nesse rol, também deve ser incluído o (iv) acórdão de recurso
extraordinário avulso.

O acórdão de recurso especial repetitivo era o único precedente vinculante que já existia no âmbito do CPC/73
(Lei n.º 5.869, de 11/01/1973), devido à inclusão do art. 543-C pela Lei nº 11.672, de 08/05/2008, e com
regramento bastante similar ao atualmente em vigor (art. 1.036 a 1.041 do CPC/15). No CPC/15, novos
institutos de obrigatoriedade forte foram criados, quais sejam, IAC, IRDR e recurso extraordinário repetitivo.

A propósito do IAC, nota-se que foi criado, ou melhor, reforçado pelo art. 947 do CPC/15. Antes da vigência
deste dispositivo, era possível e bastante comum a afetação de um recurso para ser julgado por um órgão
superior dentro do mesmo tribunal (art. 555, § 1º, do CPC/73). Com relação ao recurso extraordinário avulso,
destaca-se que, somente após a reforma do CPC/15 (Lei n.º 13.256/2016), passou a ter definitivamente carga
vinculante, como será visto no próximo capítulo.

O prestígio dado aos precedentes vinculantes – além da possibilidade de manejo de reclamação (art. 988, IV,
e § 5º, II, do CPC/15) – encontra-se lastreado por todo o Código. Por exemplo, com base no art. 1.022,
parágrafo único, I, do CPC/15, considera-se omissa, de forma presumida, a decisão que deixar de se manifestar
sobre tese firmada em julgamento de IAC ou de casos repetitivos (i.e., IRDR e recursos repetitivos, conforme
art. 928 do CPC).

Na fase de formação de qualquer precedente vinculante, o CPC/15 possibilitou, em seu § 3º do art. 927, a
modulação de efeitos, em vista do interesse social e da segurança jurídica. O importante instituto da modulação
da eficácia de uma decisão torna-se uma medida eficiente para evitar a “mudança das regras no meio do jogo,
comprometendo fundamentalmente o valor previsibilidade”18. Em outras palavras, a norma “permite a
superação apenas para frente do precedente, isto é, apenas com eficácia prospectiva – nada obsta, aliás, que
seja marcado outro termo que não a prolação da decisão para que a alteração do precedente ocorra (prospective
overruling).”19

Com a modulação, o jurisdicionado pode confiar que não agiu de forma ilegal ao seguir a jurisprudência de
um Tribunal e, consequentemente, não pode ser surpreendido com uma rescisória com base na alteração desse
posicionamento. Nesta perspectiva, a modulação é uma opção adequada, em substituição à Súmula 343 do
STF, que, de acordo com o modelo constitucional do processo, não passa de uma jurisprudência defensiva,
que compromete os princípios da isonomia e da legalidade (art. 5º, caput e II, da CF), para evitar o ajuizamento
de ação rescisória, mesmo que um Tribunal reconheça que a situação pretérita viola uma norma jurídica (art.
966, V, do CPC/15).

2.4. A constitucionalidade dos precedentes vinculantes e as finalidades do sistema de precedentes

A doutrina brasileira se divide quanto à constitucionalidade dos precedentes vinculantes. De um lado, entende
que a “decisão jurisdicional com caráter vinculante no sistema brasileiro depende de prévia autorização
constitucional – tal qual feita pela EC n. 45/2004 – e, portanto, fora da esfera de disponibilidade do legislador
infraconstitucional”20. Ou seja, não seria harmônico com o modelo constitucional do processo os incisos do

18
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 340.
19
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil Comentado.
3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 1010.
20
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 816.
art. 927 do CPC/1521, “fora das hipóteses em que a própria Constituição o admite, como ocorre, diga-se desde
já, nos incisos I e II (e só eles)”22

De outro lado, defende que “o entendimento no sentido de que a criação de precedentes vinculantes seria
inconstitucional desconsidera a gravidade da ofensa ao princípio da isonomia nas sociedades contemporâneas,
em que são frequentes litígios que envolvem direitos de massa.” 23

Porém, ambas as correntes doutrinárias são convergentes no sentido de que o sistema de precedentes, adotado
pelo CPC/15, tem a finalidade tanto de promover a segurança jurídica quanto de se tornar uma ferramenta de
gestão de processos. Como ocorre com os filtros recursais, esse sistema também visa diminuir o acúmulo de
processos nos tribunais, mas a sua principal função é conferir uma maior estabilidade ao ordenamento jurídico,
mantendo a jurisprudência íntegra e coerente.

A primeira função do sistema de precedentes justifica a constitucionalidade dos precedentes vinculantes.

A doutrina de precedentes no Brasil – que trouxe, principalmente, os precedentes vinculantes – tem a legítima
e primordial finalidade de fazer com que as causas, com questões jurídicas idênticas, tenham “a mesma solução
que foi dada em precedentes proferidos naqueles contextos”24.

De acordo com o § 4º do art. 927, os precedentes vinculantes estão fundados nos “princípios da segurança
jurídica, da proteção da confiança e da isonomia” (art. 5º, caput e XXXVI, da CF/88) e concretizam o princípio
da legalidade (art. 5º, II, da CF/88). Como visto acima, a jurisprudência dá sentido e interpreta a lei. Assim, é
com esteio em princípios constitucionais que se deve reconhecer a constitucionalidade tanto dos precedentes
vinculantes quanto do próprio sistema de precedentes como um todo.

Com relação à segunda finalidade deste sistema, “a preservação, na medida do possível, das correntes
predominantes da jurisprudência, constitui obra de boa política judiciária, porque infunde na sociedade
confiança no Poder Judiciário.25”

O sistema brasileiro de precedentes busca auxiliar a solução da crise do Poder Judiciário, que assola o País há
anos26. Essa crise impulsionou o legislador para iniciar uma série de reformas processuais. As iniciativas para
resolvê-la começaram com as diversas reformas do CPC/73 (Lei n.º 5.869, de 11/01/1973), passaram pela
Reforma do Poder Judiciário (Emenda Constitucional n.º 45, de 30/12/2004) e culminaram na edição do
CPC/15.

As apostas reformadoras do legislador, que culminaram no sistema de precedentes, sempre buscaram a


“redução sensível do número de litígios e maior previsibilidade, maior segurança e tratamento isonômico a
todos”27.

21
CPC/15: “Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: I – as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado
de constitucionalidade; II – os enunciados de súmula vinculante; III – os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV – os enunciados das
súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V – a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. [...]”
22
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 821.
23
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 282.
24
ALVIM WAMBIER, Teresa Arruda et al. Primeiros Comentários ao Novo Código de Processo Civil. 2. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2016. p. 1.636.
25
TUCCI, José Rogério Cruz e. Art. 926. BUENO, Cassio Scarpinella (Coord.). Comentários ao Código de Processo Civil. São
Paulo: Saraiva, 2017. v. 4. p. 29.
26
“A crise da justiça está na ordem do dia: dissemina-se e serpenteia pelo corpo social, como insatisfação dos consumidores da
justiça, assumindo as vestes do descrédito nas instituições; atinge os operadores do direito e os próprios magistrados, como que
impotentes perante a complexidade dos problemas que afligem o exercício da função jurisdicional; desdobra-se em graves e
protestos de seus servidores; ricocheteia, enfim, pelas páginas da impressa e ressoa pelos canais de comunicação de massa,
assumindo dimensões alarmantes e estimulando a litigiosidade latente. A justiça é inacessível, cara, complicada, lenta,
inadequada. A justiça é denegação de justiça. A justiça é injusta. Não existe justiça.” GRINOVER, Ada Pellegrini. O processo em
evolução. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998. pp. 20-21.
27
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 629.
Os precedentes vinculantes, que fazem parte do microssistema instituído pelo CPC/15, representam uma
“solução corajosamente incorporada pelo legislador de 2015”28. Além de prestigiar a isonomia, esse instituto
“cria maior previsibilidade, dose mais elevada de segurança jurídica, e proporciona, a toda evidência, maior
eficiência ao Poder Judiciário e, por consequência, maior celeridade aos processos individualmente
considerados”29.

3. Acórdão de recurso extraordinário avulso como precedente vinculante

Apesar de não estar no rol do art. 927 do CPC/15, o acórdão do recurso extraordinário avulso, que julga o
mérito do recurso ou que não reconhece a repercussão geral da causa, deve ser considerado um precedente
vinculante. Ressalta-se que o STF, antes mesmo de analisar o requisito da repercussão geral, pode proferir
decisão que não reconhece a admissibilidade do recurso, sendo que essa decisão não tem, obviamente, efeito
vinculante.

O efeito vinculante do acórdão de recurso extraordinário avulso começou com um processo de mutação
constitucional do art. 52, X, da CF/8830. O STF passou a entender que a resolução do Senado, prevista em tal
norma, apenas confere publicidade à suspensão da execução da lei declarada inconstitucional. Assim, a
eficácia erga omnes da declaração de inconstitucionalidade, em controle difuso, passou a decorrer tão somente
da decisão do recurso extraordinário, e não da referida resolução.

No paradigmático acórdão da Reclamação 4.335 , de relatoria do Min. Gilmar Mendes, com voto escrito e
concordante do Min. Eros Grau, julgada em 20/03/2014, o STF entendeu que a resolução do Senado seria
prescindível, pois os efeitos do controle de constitucionalidade difuso (incidental ou subjetivo) deveriam ser
equiparados ao do controle concentrado (abstrato ou objetivo).

Em virtude do aumento crescente de processos, “o Supremo Tribunal Federal terminou avalizando uma
tendência de maior objetivação do recurso extraordinário, que deixa de ter caráter marcadamente subjetivo ou
de defesa de interesse das partes, para assumir, de forma decisiva, a função de defesa da ordem constitucional
objetiva.”31

No CPC/15, esse processo de objetivação está refletido nos arts. 525, § 12, e 535, § 5º, que aproximam os
controles de constitucionalidade contratado e difuso.

Na mesma linha, a Lei n.º 13.256/2016, ao reinstituir o juízo de admissibilidade que havia sido retirado da
redação original do CPC/15, também veio tornar o recurso extraordinário avulso um precedente vinculante.
Essa reforma, todavia, não tomou o cuidado de alterar sistematicamente o CPC/15 para incluir o acórdão que
julga o recurso extraordinário avulso no rol do inciso III do art. 927.

As inclusões dos arts. 1.030, I, a e b, II, e 988, § 5º, II, no Código, pela referida Lei, consolidaram a semelhança
dos efeitos e as consequências das decisões de recursos repetitivos (especial e extraordinário) e de recurso
extraordinário avulso. A propósito, o chamado “regime de repercussão geral”, constante do inciso II do art.
1.030, não passa de uma remissão ao recurso extraordinário avulso, pois a repercussão geral não passa de
apenas um requisito de admissibilidade dos recursos extraordinários.

28
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 282.
29
ALVIM, Teresa Arruda; DANTAS, Bruno. Recurso especial, recurso extraordinário e nova função dos tribunais superiores:
precedentes no Direito brasileiro. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018. p. 282.
30
CF/88: “Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: [...] X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;”
31
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva,
2018. p. 1.082.
Com efeito, na tentativa de diminuir a carga de trabalho do STF, a intenção do legislador foi “imprimir,
formalmente, isto é, sob pena de reclamação, uma autoridade que os precedentes do Supremo nunca tiveram.
O que se fez no nível do direito positivo foi equiparar a situação dos precedentes proferidos em regime de
julgamento de recursos extraordinários repetitivos e recursos extraordinários avulsos.”32

A consequência é que, na gradação de obrigatoriedade dos precedentes, os acórdãos que julgam os recursos
extraordinários avulsos têm a mesma força dos que julgam os extraordinários repetitivos. É por isso que as
decisões de recurso extraordinário (avulso ou repetitivo) – quando analisam, pelo menos, a repercussão geral
ou julgam o mérito do recurso – têm grau forte de obrigatoriedade, ou seja, são precedentes vinculantes, sendo
cabível, em caso de descumprimento, o manejo de reclamação, após esgotadas as instância ordinárias (art.
988, § 5º, II, do CPC). Aqui, deve-se entender que esse esgotamento se dá após o julgamento do agravo interno
contra a decisão do juízo de admissibilidade.

Dessa forma, o recurso extraordinário avulso deve ser considerando um precedente vinculante por duas
principais razões: (i) processo de objetivação do controle difuso de constitucionalidade; e (ii) equiparação do
recurso extraordinário avulso ao repetitivo pela Lei n.º 13.256/2016, que reformou o CPC/15.

4. Inutilidade do recurso extraordinário repetitivo

Na vigência do CPC/73, após o surgimento do filtro da repercussão geral, o recurso extraordinário passou a
ter um “modelo duplo”, dentro de uma única modalidade recursal. Conforme os arts. 543-A e 543-B do
CPC/73, existia um só recurso extraordinário, com previsão específica de processamento em caso de
multiplicidade de recursos.

Pela sistemática do CPC/15, o recurso extraordinário virou um gênero de duas espécies: (i) avulso; e (ii)
repetitivo. Esse desmembramento ensejou a criação do recurso extraordinário repetitivo.

Apesar de o recurso extraordinário ter sido dividido, a repercussão geral da causa continuou devendo ser
reconhecida tanto no recurso extraordinário avulso, quanto no repetitivo, em observância ao modelo
constitucional do processo. Esse filtro recursal, conforme já mencionado, é apenas um requisito de
admissibilidade, previsto no art. 102, § 3º, da CF e regulamentado pelo art. 1.035 do CPC/15.

No capítulo anterior, demonstrou-se que o acórdão que julga o recurso extraordinário avulso passou a ser
precedente vinculante, como se estivesse inserido no inciso III do art. 927 do CPC. Como os efeitos
decorrentes do julgamento de um recurso extraordinário avulso passaram a ser os mesmos de um repetitivo, é
provável que o STF nunca afete um recurso representativo da controvérsia.

O primeiro motivo para se aferir a inutilidade do recurso extraordinário repetitivo é, então, o reconhecimento
do acórdão do recurso extraordinário avulso como precedente vinculante.

Além disso, o segundo fundamento que demonstra ser natimorto o recurso extraordinário repetitivo está ligado
às regras de sua formação. O procedimento do recurso extraordinário repetitivo é mais complexo que o do
extraordinário avulso, pois o primeiro tem a etapa prévia de afetação.

Por outro lado, como os efeitos das decisões de ambos os recursos são os mesmos, o recurso extraordinário
repetitivo tornou-se inócuo, já que é possível a formação de um precedente vinculante sem a fase preliminar
de afetação de recursos representativos da controvérsia.

O procedimento específico do recurso repetitivo – tanto para o especial quanto para o extraordinário –
obedece, em suma, a cinco estágios: “i) seleção de recursos fundados em idêntica controvérsia de direito (art.

32
ALVIM, Teresa Arruda. Nulidades do processo e da sentença. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 337.
1.036); ii) afetação da questão como repetitiva (art. 1.037); iii) instrução da controvérsia (art. 1.038); iv)
decisão da questão repetida (art. 1.038, §§ 2.º e 3.º); e v) irradiação dos efeitos da decisão para os casos
repetidos (arts. 1.039 e 1.040).”33

Em caso de recurso extraordinário repetitivo, esse rito deve também se adequar à posterior verificação da
existência de repercussão geral, até porque foi revogado o inciso II do § 3º do art. 1.035, pela Lei n.º
13.256/2016, que previa a repercussão geral obrigatória para casos repetitivos. A repercussão geral “deve ser
analisada no caso dos REs repetitivos depois de avaliada a admissibilidade destes”34.

O rito do recurso extraordinário avulso – e também do repetitivo após a fase preliminar de afetação – deve
seguir as seguintes etapas: (i) o Relator ou o Presidente preparará a sua manifestação sobre a existência, ou
não, de repercussão geral e submeterá ao Plenário Virtual, que só poderá recusá-la pela manifestação de dois
terços dos seus membros (art. 102, § 3º, da CF c/c art. 323 do RISTF); (ii) reconhecida a repercussão geral, os
autos serão distribuídos ou redistribuídos ao Relator do recurso paradigma (art. 325-A do RISTF); (iii)
julgamento do recurso (art. 1.035, § 9º, do CPC); e (iv) divulgação da decisão do leading case (art. 1.035, §
11, do CPC c/c art. 329 do RISTF).

Nesta perspectiva, a diferença procedimental entre o recurso extraordinário avulso e o repetitivo está na
existência de prévia seleção de recursos representativos da controvérsia (art. 1.036, §§ 1º e 5º, do CPC) e na
prolação de decisão de afetação (art. 1.037) para o último, anterior à análise da repercussão geral. Dessa forma,
quando houver multiplicidade de recursos extraordinários (art. 1.036, caput, do CPC), é possível a afetação
de recursos e a peculiaridade procedimental entre as duas espécies de extraordinário está no adendo conferido
à modalidade repetitiva.

No recurso extraordinário avulso, não existe, evidentemente, a seleção de recursos e a afetação de questão
repetitiva, já que não há, necessariamente, multiplicidade detectada de recursos com fundamento em idêntica
questão de direito (art. 1.036, caput, do CPC).

Quanto à suspensão dos processos pendentes, que versem sobre as mesmas questões em todo o território
nacional (art. 1.037, II, do CPC), não é necessária a afetação de um recurso extraordinário pelo rito dos
repetitivos. Basta o mero reconhecimento da repercussão geral, em recurso extraordinário avulso, para que
ocorra essa suspensão nacional de processos (art. 1.035, § 5º, do CPC). Nesse particular, o procedimento de
ambas as espécies de recurso extraordinário é idêntico.

Em suma, os efeitos das decisões proferidas em ambos as espécies de recurso extraordinário são os mesmos,
mas o procedimento do avulso é mais simples e célere. Com isso, é provável que os Ministros do STF nunca
proferiram uma decisão de afetação, nos termos do art. 1.037 do CPC.

Diante do exposto, são dois os motivos que levam à inutilidade do recurso extraordinário repetitivo: (i) a Lei
13.256/2016 tornou o extraordinário avulso um precedente vinculante; e (ii) a etapa prévia de afetação dos
recursos representativos da controvérsia é fator de desestímulo para a utilização do repetitivo.

Apesar de o extraordinário repetitivo ser um recurso natimorto, a doutrina ainda é modesta quanto à
demonstração de sua inutilidade, vindo apenas a descrever o instituto conjuntamente ao recurso especial
repetitivo.

33
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil Comentado.
3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. p. 803. p. 581.
34
NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado. 16. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2016. p. 2377.
5. Conclusões

A valorização da jurisprudência busca tanto a previsibilidade das decisões, quanto a racionalização do


processo para uma progressiva diminuição da carga de trabalho do Poder Judiciário.

Os precedentes vinculantes emanaram da doutrina de precedentes, adotada pelo CPC/15. O legislador


procurou inseri-los, didaticamente, no inciso III do art. 927.

Apesar de o acórdão de recurso extraordinário avulso não ter sido incluído nesse rol, passou a ter todas as
características de um precedente vinculante, com as mudanças da Lei n.º 13.256/2016 no CPC/15, e com o
processo de objetivação do controle difuso de constitucionalidade.

Como a decisão de recurso extraordinário avulso passou a ser um precedente vinculante, juntamente como a
de recurso extraordinário repetitivo, os efeitos de ambas passaram a ser os mesmos. Por outro lado, o recurso
repetitivo tem sempre uma etapa prévia de afetação do representativo da controvérsia. Por estes dois motivos,
o recurso extraordinário repetitivo foi reduzido à inutilidade.

É provável, portanto, que o STF nunca afete um recurso extraordinário repetitivo. Se afetar, o seu julgamento
representará um grande desperdício de tempo para se alcançar efeito idêntico da decisão de um recurso
extraordinário avulso, que, repita-se, já é um precedente vinculante.

6. Referências bibliográficas

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Civil Comentado. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.

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ZAPATER, Tiago Cardoso Vaitekunas. Reformas processuais na teoria dos sistemas: certeza do direito e as
decisões judiciais. Curitiba: Juruá, 2016.

CITAÇÃO DESTE ARTIGO:

ALVIM, Teresa; JUNIOR, Nelson. O Acórdão do Recurso Extraordinário Avulso Como Precedente
Vinculante e a Inutilidade do Recurso Repetitivo para o Supremo Tribunal Federal In: ALVIM, Teresa;
JUNIOR, Nelson. Aspectos Polêmicos dos Recursos Cíveis e Assuntos Afins - Vol. 15 - Ed. 2021. São Paulo
(SP):Editora Revista dos Tribunais. 2021. Disponível em:
https://thomsonreuters.jusbrasil.com.br/doutrina/1212769307/aspectos-polemicos-dos-recursos-civeis-e-
assuntos-afins-vol-15-ed-2021. Acesso em: 22 de Setembro de 2021.

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