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subjectivos, mas também garantir a possibilidade de o seu titular exercer as faculdades neles
de autotutela tipificadas na lei [vide art. 336º ss CC]. Todavia, proíbe-se genericamente a
autotutela, salvo impossibilidade de recurso em tempo útil aos meios coercivos normais, a
§2: ACÇÕES. O Direito Processual Civil parte do princípio de que a todo o direito
subjectivo ou interesse legalmente protegido corresponde uma acção [art. 2º], assumindo
Considerando que a cada direito corresponde uma acção, podemos, no âmbito das
[art. 502º-2]
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reivindicação ou incumprimento.
[art. 472º-2]
Entrega da coisa
Modificativa
Extintiva
estruturada. À sequência das formalidades exigidas para a apresentação das posições das
O encadeamento lógico dos actos processuais pode ser exemplificado com recurso a
um exemplo: se nenhum aluno se pronunciar contra a data de exame proposta pelo professor,
vg, este marcá-lo-á sem mais; se os alunos, por outro lado, sugerirem outras datas, cabe ao
professor optar por uma delas. Embora num outro plano, interessa relembrar o disposto no
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duas razões fundamentais: por um lado, evitar um défice procedimental e diálogo insuficiente
entre as partes e, por outro lado, obstar à crise de legitimação do processo em geral, e da
segunda das razões apontadas, permite que as partes aceitem mais facilmente uma decisão
§5: PROCESSO CIVIL. O processo será civil quando respeitar aos direitos subjectivos e
aos interesses atribuídos pelo direito privado [âmbito próprio], ou enquanto forma residual de
tutela de todos os direitos e interesses que não possam ser tutelados ou exercidos mediante
que regula o exercício da função jurisdicional pelos tribunais, órgãos de soberania dotados de
§6: SUJEITOS. Os sujeitos processuais são as partes e o tribunal. A parte que requer a
acção declarativa é o autor, enquanto que o réu será a parte contra a qual essa acção é
requerida. As testemunhas e os peritos, por outro lado, serão meros participantes processuais
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art. 660º-2] e enquanto dever de não apreciar factos não invocados [excesso de pronúncia,
patrimonial do objecto do processo, a toda a causa deve ser atribuído um valor certo,
forma do processo comum e a definição da relação da causa com a alçada do tribunal, para
efeitos de recurso. O valor da causa poderá ser aferido mediante critérios gerais [a quantia
certa em dinheiro, art. 306º-1] ou especiais [validade do acto jurídico, direito de propriedade
ou estado das pessoas e interesses materiais, vg, arts. 310º-312º] A alçada, essa, será o limite
ou o valor até ao qual o tribunal decide sem recurso para instância superior.
Conforme disposto no art. 24º LOFTJ, as alçadas são as seguintes [conforme a reforma
de Agosto de 2007]:
§9: FORMA. Quanto à forma, o processo declarativo pode ser especial ou comum [art.
[art. 467º ss]. Empregar-se-á o processo sumaríssimo [art. 793º ss] se o valor da causa não
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sumário [art. 783º ss] será empregue em todos os outros casos em que o valor da causa não
Direito Processual Civil, enquanto princípios orientadores para os quais foram reconduzidas
[ius singulare, art. 11º CC]; serão instrumentais quando, não sendo essenciais, procurem a
• Princípios essenciais:
o Instrumentalidade
o Auto-suficiência do processo
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• Princípios instrumentais:
Impulso processual
Disponibilidade do objecto
o Oralidade
Imediação
Publicidade
o Legalidade do processo
§2: DUALIDADE DE PARTES. O princípio da dualidade das partes exige uma parte
activa [o autor] e uma parte passiva [o réu], impossibilitando que uma parte represente a
outra ou que ambas sejam representadas pelo mesmo mandatário judicial, vg.
§3: IGUALDADE DE PARTES. As partes são iguais em direitos, deveres, poderes e ónus
garantido o direito ao patrocínio judiciário [igualdade material ou substancial], art. 20º CRP e
3º-A: frequentes são, ainda assim, as situações de desequilíbrio substancial sob o manto de
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afirmação ou prova apresentado por uma das partes pode ser contestado ou impugnado pela
consequência da igualdade das partes supra. Todavia, nem sempre o contraditório pode ser
destinadas a salvaguardar o efeito útil de uma decisão] podem ser decretadas sem audição da
parte requerida – periculum in mora [art. 385º]. Neste caso, o contraditório é diferido [art.
388º].
direito substantivo, pelo que não pode alcançar efeitos que aquele direito material não
permite. Importa distinguir os efeitos contra legem [contrários ao direito] dos efeitos praeter
legem [não proibidos nem expressamente permitidos por lei]. Os primeiros relevam para a
direito irrenunciável [art. 2008º-1 CC e 295º-1]. Os segundos, por seu lado, relevam para a
falta de qualquer base legal na constituição de obrigações, vg, falta essa que deve ser tida
conforme formulado por CASTRO MENDES, este princípio possibilita que um tribunal
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Kompetenz].
sob pena de nulidade das mesmas [arts. 158º e 668º-1bc]. Outros casos existem, todavia, em
que ao tribunal apenas compete verificar a validade dos actos, vg homologação da confissão,
impulso processual inicial e sucessivo [arts. 3º-1 e 264º] – não há oficiosidade [art. 664º], cujo
promoção dos actos incumbiria ao tribunal], com parca expressão no nosso ordenamento,
salvo na recusa de actos impertinentes ou dilatórios, pelo tribunal [art. 266º]. O segundo
processo [art. 467º-2] e o ónus de realização da prova dos factos alegados [art. 342º CC].
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têm uma forma legalmente prescrita, que se impõe às partes e ao tribunal [processo rígido].
que o tribunal não pode deixar de exercê-los face à boa administração da justiça.
§2: DIREITOS, DEVERES E ÓNUS. Os deveres das partes são obrigações legalmente
ónus processuais constituem poderes que, não sendo exercidos, redundam na imposição, à
parte, de uma situação desvantajosa. O não exercício desse poder não implica qualquer
violação de uma norma, embora possa cominar numa consequência desfavorável para a parte
que o preteriu.
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o tribunal não pode substituir-se às partes no suprimento da falta de exercício dos poderes
em causa.
A] desdobra-se nos deveres de não formular pedidos ilegais [má fé substancial], de não
articular factos contrários à verdade [má fé substancial] e ainda de não requerer diligências
veracidade do facto alegado ou o abuso dos meios processuais através de diligências inúteis e
dilatórias [art. 344º-2 CC: inversão do ónus da prova, dando-se por provado]. Requer-se o dolo
da parte, não bastando culpa, mesmo que grave, e pode ser unilateral ou bilateral, quando
ambas as partes litigaram dolosamente [vg simulação processual ou fraude à lei, art. 877º CC
e 665º].
parte ao pagamento de uma multa, embora a última possa conjugar-se com a procedência da
causa a favor da parte litigante de má fé [art. 456º-3], e já não a primeira, que poderá
redundar em consequências penais [vg falsa declaração]. A má fé bilateral, por seu lado,
julgamento, mesmo que uma parte seja substituída por outra, o objecto seja alterado ou o
processo seja remetido para outro tribunal. As vicissitudes da instância podem determinar a
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requerimento [art. 267º]. A secretaria pode recusar o recebimento de qualquer uma dessas
peças se não apresentarem os requisitos externos exigidos por lei [art. 213º]: não
endereçados ao tribunal, sem identificação das partes, sem identificação do valor da causa,
não acompanhados dos duplicados prescritos e não assinados [arts. 467º, 314º-3 e 152º-3].
Se o autor desistir da instância, pondo termo ao processo, responde por custas [arts.
295º-2 e 451º]. A pendência qualificada da causa, após a citação do réu, importa efeitos
autor, quer pelo réu, com correlativa excepção de litispendência [arts. 481º b) c) e 268º]. Por
anterior ainda em curso e obstando a que o tribunal contradiga ou reproduza decisão anterior
[art. 497º]. Os segundos, por seu lado, respeitam à cessação da boa fé do possuidor,
de actos cuja invalidade afecte todo o processo [vg ineptidão da petição inicial, art. 193º], ou
julgado da respectiva decisão [vg simulação processual ou fraude à lei em processo ou falta
condições em que uma situação subjectiva pode ser exercida em juízo, assegurando a
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se a aspectos dos quais depende a concessão da tutela jurisdicional requerida pelo autor.
extingue o direito, mas somente impede o seu exercício, excluindo a sua accionabilidade.
• Respeitantes ao tribunal:
• Respeitantes às partes:
o Personalidade judiciária
o Representação judiciária
o Patrocínio judiciário
o Legitimidade processual
COSTA E SILVA]
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• Respeitantes ao objecto:
o Existência do objecto
relativamente àqueles que directamente não lhe digam respeito [vg representante de réu
incapaz].
positivos ou negativos, constitui uma excepção dilatória, circunstância alegada por uma parte
ou conhecida oficiosamente pelo tribunal [art. 495º] que impede o conhecimento de mérito
Quando arguida pelo réu, este não pretende negar ou discutir a pretensão do autor,
limitando-se a invocar um facto que obsta à pronúncia do tribunal. Por isso, as excepções
mérito da causa [vg pressupostos negativos - excepções próprias] ou, possuindo dupla eficácia
[ainda que mais raramente], impugnando qualquer um dos pressupostos positivos [vg
São excepções dilatórias nominadas aquelas que constam do disposto no art. 494º.
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desfavorável para o autor, tão-só: a não pronúncia, pelo tribunal, sobre o mérito da causa e a
§8: PROVA. É ao autor que incumbe o ónus da prova dos factos relevantes, bem como
quando próprias, a prova incumbe ao réu, e já não ao autor [art. 342º-2 CC e 516º].
[vg réu que contesta a competência do tribunal], cumpre ao autor realizar a prova desses
de insuficiência dos factos alegados pelo autor, conhecer da respectiva excepção e absolver o
saneador, sobre o preenchimento dos pressupostos constitui caso julgado formal e obsta a que
absolvição do réu da instância implica caso julgado formal e consequente arquivo do processo
[questão jurídica fica pendente], enquanto que a condenação da causa de pedir implica caso
julgado material e não repetição da acção sobre a mesma causa e entre as mesmas partes.
A afirmação supra só fará sentido nos casos em que o tribunal detecte o pressuposto
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absoluta do tribunal].
Todavia, a solução deverá ser outra nos casos em que se verifique que os elementos
do processo são já suficientes para conhecer do mérito da causa [vg falta de capacidade
acautelar determinados interesses das partes. Não deve o tribunal abster-se de proferir uma
decisão de mérito quando se verifique que essa decisão possa ser favorável à parte
§1: ACTOS PROCESSUAIS. Os actos processuais são os actos jurídicos que produzem
Não podem ser submetidos a condição ou termo e são livremente revogáveis enquanto
decisões, que podem consistir em sentenças ou despachos [art. 156º-1] e que estão
Os actos das partes podem ser unilaterais [vg excepção] ou bilaterais [“contratos
consoante a produção de efeitos seja imediata [sem mediação de uma decisão do tribunal, vg
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involuntariamente a prática do acto por falta ou vício da vontade [vs plano substantivo].
anuladas nos termos do art. 301º-1, com remissão para o regime geral dos actos jurídicos [art.
359º CC].
§4: PRAZOS. Os prazos processuais [art. 145º] são peremptórios ou preclusivos quando
fixem o momento até ao qual o acto possa ser realizado, e dilatórios ou iniciais quando fixem
o momento antes do qual o acto não possa ser praticado [vg contestação].
Os prazos judiciais são contínuos, sem interrupções [art. 144º], salvo justo
impedimento [art. 146º]: evento imprevisível e estranho à vontade da parte que impossibilita
§5: NULIDADES. Verifica-se uma nulidade processual sempre que é praticado um acto
não permitido ou sempre que é omitido um acto imposto ou uma formalidade essencial [art.
do acto nulo.
conhecimento oficioso. Aquelas que devem ser arguidas pelas partes: prazo de 10 dias.
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Competência
condição necessária para que o tribunal se possa pronunciar sobre o mérito da causa através
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releva para a aferição da competência internacional dos tribunais dos Estados-membros que o
matéria cível e comercial. Um outro regulamento irá, nesta âmbito, ser referido, ainda que
Regulamentos prevalece sobre o direito português ordinário, maxime sobre o CPC [são leis
ratificação, foi substituída pelo Regulamento em apreço [BRUX-I], facilitando a sua aplicação
pelos Estados-membros.
O BRUX-I aplica-se em matéria civil e comercial [art. 1º-1 BRUX-I], com excepção das
testamentos, para as quais releva o disposto no BRUX-II. A natureza da jurisdição não releva,
para efeitos da aplicação do BRUX-I [art. 1º-1 BRUX-I], não importando qual a espécie de
membro.
quando o réu tenha domicílio ou sede [pessoa colectiva] num dos Estados abrangidos [art. 2º-
1, 59º e 60º BRUX-I], independentemente da nacionalidade da parte [art. 2º-2 e 4º-1 BRUX-I].
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noutro tribunal, quando tal resulte de um critério especial de competência. Neste caso, pode
o autor optar entre o critério geral e o critério especial em causa [vg arts 5º a 7º BRUX-I].
Critérios especiais:
do disposto no art. 22º BRUX-I, vg em acções que tenham por objecto direitos reais sobre
imóveis.
autor pode escolher o tribunal da ordem jurídica que mais lhe convier para instaurar a acção
[fórum shopping]: as vantagens podem advir do direito material escolhido ou dos custos
processuais inerentes.
não dispensa, ainda assim, a aferição do tribunal internamente competente, em termos que
Relativamente aos pactos de jurisdição, remete-se esse estudo para o §3, infra.
seguinte:
• Tribunais arbitrais
• Tribunais estaduais:
o Judiciais – 1ª instância
o Administrativos e fiscais
o Militares
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disposto nos arts 65º e 65ºA: resolução de litígios que apresentam conexões com mais do que
uma ordem jurídica, para além da ordem jurídica portuguesa. Cumpre apreciar de que forma
Primeiramente, as normas ordinárias cedem sempre que sejam de aplicar uma dessas
[maxime BRUX-I, cfr. supra §1]. Por outro lado, estas normas nada nos dizem relativamente
ao tribunal português competente, na nossa ordem jurídica, uma vez aferida a competência
internacional dos mesmos. Assim, as normas supra referidas deverão ser aplicadas
coincidência, infra.
territorial
internacional
o Este critério é inútil e o disposto neste art. não pode funcionar como
SOUSA].
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[forum-shopping, diz-se].
estrangeiros.
[exequatur].
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Portugal, enfim.
de um negócio.
demandado.
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pode resultar de convenção celebrada entre as partes. Neste caso, as partes definem o
jurisdição encontram-se regulados no BRUX-I [arts 23º e 24º BRUX-I] e no CPC [art. 99º]:
• BRUX-I: como foi referido supra [cfr. §1 e 2], prevalece sobre o CPC.
o Pelo menos uma das partes tem que ser domiciliada num Estado-
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BRUX-I].
art. 22º BRUX-I, segundo o art. 23º-5 BRUX-I: não pode derrogar
Quando seja proposta acção em tribunal diverso daquele que resulta das regras de
A lei interna [art. 99º] só é aplicável se o BRUX-I não o for: atribui competência
internacional para conhecer litígios a qualquer tribunal de uma ordem jurídica com a qual a
pactos:
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O litígio não pode respeitar a direitos indisponíveis, vg estado das pessoas [art. 99º-3
a], o pacto não pode recair sobre matérias da exclusiva competência dos tribunais
portugueses [art. 99º-3 d] e deve ser reduzido a escrito [art. 99º-3 e) 1ª parte], com a
Competência Interna
LOFTJ, não é critério determinativo de competência interna, mas tão-só aferidor da espécie
varas e juízos cíveis, vg. O mesmo se diga relativamente ao valor da causa: o art. 17º-1 LOFTJ
enumera-o enquanto critério determinador da competência interna, o art. 20º LOFTJ remete
para o CPC que, no seu art. 68º, devolve a remissão para a LOFTJ. Destas duas remissões
nenhum comando se extrai, pelo que TEIXEIRA DE SOUSA sugere a interpretação abrogante
de ambos, concluindo pelo valor da causa enquanto critério que não afere a competência
interna.
determinam qual o tribunal onde, em concreto, a acção deve ser proposta e o recurso deve
ser interposto [art. 66º e 67º]. A primeira apreciação a fazer é a seguinte, no âmbito dos
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todas as causas que não sejam especificamente atribuídas pela lei aos
tribunal.
generalidade das causas em primeira instância [art. 70º], salvo as causas que sejam
atribuídas, pela lei, às Relações ou ao STJ [cfr. arts 71º e 72º CPC e 29º e 55º LOFTJ].
• Distritos judiciais:
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• Critérios especiais:
apreciação] de um contrato
2ª parte]
do Porto.
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escolher o tribunal
O domicílio do autor
demandado]
competente não seja em princípio o mesmo. Para mais, não faria qualquer sentido se o autor
tivesse que instaurar uma mesma acção em tribunais diferentes. Cumpre apreciar:
• Cumulação de demandados:
o Tratando-se de um só réu:
Pessoa colectiva:
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igual número
• Cumulação de pedidos:
o Cumulação simples:
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vez aferida, carece de repartição dentro desse mesmo tribunal, determinando-se onde deve a
• Global
• Específica
• Global
• Específica
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sumaríssimo
• Acto processual
um pacto de competência:
tenha qualquer conexão com uma ordem jurídica estrangeira [art. 100º].
100º-2].
pelo que a violação destas regras gera incompetência em termos que veremos infra.
Incompetência
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causa, ainda que possa haver a repropositura da acção [não faz caso
o Excepção dilatória nominada [art. 494º a], arguida pelo réu [art. 109º]
casos do art. 110º, casos em que só poderá ser suscitada pelo juiz até
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[art. 111º-3].
dentro dos tribunais, a competência dos seus diferentes órgãos para a prática de actos
Constitui pressuposto legal de cada acto processual em concreto, sendo que a sua
preterição não determina a absolvição do réu da instância, mas tão-só a nulidade do acto em
causa.
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Partes Processuais
§1: NOÇÃO. As partes processuais são os sujeitos que requerem ou contestam tutela
jurisdicional para uma situação jurídica [partes principais] ou que auxiliam o autor ou o réu
[partes acessórias, art. 335º-1]. Duas concepções poderão ser adoptadas neste âmbito:
contesta.
A questão não é pacífica: já se entendeu que parte seria o titular da situação jurídica
falência conclui-se que poderiam existir pessoas que, embora litigando em nome próprio,
fizessem-no em prol de situações jurídicas alheias, de partes sem qualquer ligação com o
objecto da acção.
admitindo, embora, situações de excepção ao princípio geral [vg substitutos processuais, que
litigam em nome próprio por uma situação jurídica alheia]. Nos termos do preceito, a ligação
legitimidade. A parte já existe, pelo que este pressuposto não é uma condição sine qua non
para a titularidade da situação jurídica litigada, mas sim um plus que se pode verificar ou
não.
qualificativo da parte; a parte será ilegítima quando não tenha qualquer ligação com o
mas sim requisitos para que possa ser proferida uma decisão de mérito; pode constituir-se o
processo mesmo que uma das partes seja ilegítima [vg art. 269º].
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personalidade jurídica por força das regras gerais substantivas [art. 66º CC]
1 CC]
por seu lado, têm já personalidade jurídica porque o registo não tem
o Condomínios
o Navios
oficioso [art. 494º c e 495º] e insanável, excepto o disposto no art. 8º. Verificada esta
excepção, e havendo despacho liminar, a petição inicial deve ser indeferida liminarmente
[art. 234ºA-1], dado ser insuprível. Se não houver despacho liminar, o pressuposto
legitimidade deve ser apreciado no despacho saneador e, na ausência deste, absolve o réu da
§3: CAPACIDADE JUDICIÁRIA. Susceptibilidade de uma parte estar por si, sozinha, em
juízo, sendo juridicamente capaz para tal. Não tem capacidade judiciária quem não tiver
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capacidade jurídica de exercício nos termos da lei substantiva [arts. 123º ss CC]. Não há,
todavia, uma total coincidência neste âmbito entre a lei substantiva e a lei adjectiva [vg
aceitação de doação por incapaz, mas incapacidade de discutir a sua validade em juízo, art.
951º CC].
representação], bem como os incapazes que careçam de representação em juízo, nos termos
supra §3.
suprimento da incapacidade judiciária pelo representante legal ou pelo curador [vg menor em
juízo não representado], arts 23º-1. A consequência é uma excepção dilatória nominada de
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conhecimento oficioso [arts 494º c) e 495º], sanável pela mera intervenção ou citação do
representante [art. 23º-1]. Se não for sanada nos termos do art. 23º-2, 1ª parte, e se o
incapaz for o autor, o processo extingue-se e o réu é absolvido da instância, sendo que tudo o
que fora anteriormente praticado fica sem efeito [arts. 23º-2, 2ª parte, 493º-2 e 288º-1c]. Se
o incapaz for o réu, fica sujeito ao regime da sub-representação [art. 23º-2, 2ª parte e 15º].
Quando a representação exista, mas seja irregular, vg por representação por falso
curador ou tutor, gera excepção dilatória nominada [art. 494º c], de conhecimento oficioso
[art. 495º] e susceptível de sanação nos termos do art. 23º-1. Se não se assistir à ratificação
ou repetição do art. 23º-2, 1ª parte, o réu fica em revelia inoperante, nos termos do art. 485º
b), sendo que os factos articulados pelo autor não se têm por confessados [revelia operante],
mas antes prova nos termos do art. 513º. No caso de se tratar de pessoa colectiva, o art. 485º
b) não pode ser aplicado, pelo que se a irregularidade não for suprida a pessoa colectiva
art. 25º, essa falta redunda em excepção dilatória nos termos do art. 494º c) que, se não for
suprida, absolve o réu da instância [art. 25º-1, 1ª parte] ou continua o processo como se o réu
acções sem fundamento e, nas acções pendentes, garante a defesa dos direitos e interesses
representante forense [arts. 36º e 37º]. A confissão de factos controvertidos em juízo pelo
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judicial obrigatório, a excepção é dilatória nominada [art. 494º h], de conhecimento oficioso
[art. 495º] e pode ser arguida em qualquer momento pela parte [art. 40º]. Se respeitar ao
lado activo do processo, o réu é absolvido da instância [art. 40º-2, 494º h), 493º-2 e 288º-1 e].
Se, diferentemente, respeitar ao lado passivo, a defesa fica sem efeito [art. 33º-1] e o réu
aferida em função da relação dessa parte com o objecto daquela acção. Não se pretende
apurar quem é que pode estar em juízo, em abstracto, mas tão-só quem é que pode ser parte
• Singular:
dois elementos:
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material
art. 335º.
o Obrigações divisíveis
não
conjuntamente, ou não
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