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DIREITO EXECUTIVO
PARTE GERAL
1. INTRODUÇÃO
§1: NOÇÃO
Tipos de acções:
• Declarativa:
o De simples apreciação
o De condenação
o Constitutiva
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§2: FUNÇÃO
Desta primeira abordagem, conclui-se:
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Para além dos pressupostos específicos da acção executiva, cabe verificação dos
pressupostos do processo civil, nos termos gerais:
• Competência
• Legitimidade
• Patrocínio judiciário
E, eventualmente:
• Litisconsórcio e coligação
• Cumulação de pedidos
3. O TÍTULO EXECUTIVO
§1: NOÇÃO
Toda a acção executiva tem por base um título, através do qual se determinam o fim
e os limites da primeira (art. 45º, nº 1):
• Sentença condenatória:
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imediata exequibilidade da parte da sentença de condenação que seja desde logo líquida
(art. 661º, nº 2).
A sentença proferida por tribunal estrangeiro é exequível após revisão e confirmação
pelo tribunal da Relação competente (revisão formal + revisão de mérito, à luz dos princípios
do Estado da recepção), nos termos dos arts. 49º e 1095º. Só assim a sentença produz efeitos
em Portugal, salvo tratado, convenção, regulamento comunitário ou lei especial em
contrário (vg Convenção de Lugano, Convenção de NY, Regulamentos nº 44/2001 (BRUX I),
1346/2000 e 805/2004 - Título Executivo Europeu).
A confirmação depende da verificação dos seguintes requisitos (art. 1096º):
• Trânsito em julgado da sentença, segundo a lei do país em que foi proferida.
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o É mais oneroso.
Em qualquer dos casos o processo de revisão e de confirmação de sentenças
estrangeiras foi simplificado: ao contrário do regime constante do Código de Processo Civil,
estes Regulamentos não prevêem revisão de mérito da sentença.
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• Esta redacção colidia com o disposto no art. 804º, nº 2, o qual admitia já,
para os contratos de execução instantânea ou continuada, meios de prova
mais alargados, no âmbito da prova complementar do título executivo (a
expressão é de LEBRE DE FREITAS).
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• Títulos administrativos:
o Títulos de cobrança de tributos
o Coimas
o Dívidas determinadas por acto administrativo
• Títulos particulares:
o Acta de reunião da assembleia de condóminos, assinada pelo
condómino devedor.
o Extracto de conta passado por uma sociedade com sede em Portugal.
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pretensa suficiência. Com efeito, a desconformidade manifesta entre o título e o direito que
se pretende fazer valer, seja no campo da validade formal ou substancial, impede a
realização dos actos executivos. O mesmo se diga se factos modificativos ou extintivos
posteriores à constituição do título impenderem sobre a obrigação exequenda.
Nestes termos, toda a desconformidade entre o título e a realidade substantiva pode
e deve ser conhecida pelo juiz, desde que a sua causa seja de conhecimento oficioso e
resulte do próprio título, do requerimento inicial, da acção de oposição à execução ou de
facto notório ou conhecido pelo juiz. Esta indagação oficiosa pelo juiz deve ser ponderada,
uma vez que a existência da obrigação exequenda, conforme consta do título, se presume.
Por outro lado, o título executivo é por vezes configurado como causa de pedir na
acção executiva, e não o facto jurídico de que resulta a pretensão do exequente (art. 498º, nº
4). Uma vez mais, esta concepção não procede face à afirmação supra (o título executivo é
um documento - é pressuposto extrínseco da acção executiva! - e não um acto ou facto
jurídico, art. 810º nº 4) e face à impossibilidade de deduzir a excepção de litispendência
(diversas causas de pedir) quando um mesmo crédito fosse representado por dois títulos
executivos (vg escritura pública e sentença condenatória).
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§1: CONCEITO
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§2: CERTEZA
É certa a obrigação cuja prestação se encontra qualitativamente determinada, ie,
determinada mediante escolha de entre a pluralidade de prestações a realizar (art. 400º CC).
• Exemplo:
o Obrigação alternativa: o devedor obriga-se a efectuar uma de duas
ou mais prestações, segundo escolha da prestação a efectuar (art.
543º CC). A escolha pode incumbir ao credor, ao devedor ou a
terceiro:
§3: EXIGIBILIDADE
A prestação é exigível quando a obrigação se encontra vencida de acordo com
estipulação expressa (obrigações a prazo: obrigações com prazo certo) ou com simples
interpelação ao devedor (art. 777º, nº 1 CC), no caso das obrigações puras (sem prazo certo
estipulado). Por interpelação entende-se a intimação dirigida pelo credor ao devedor para
que este lhe pague (art. 805º, nº 1 CC).
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• Vencimento: uma obrigação pura (sem prazo) cujo devedor não tenha sido
ainda interpelado considera-se não vencida, ainda que a prestação seja já
exigível (art. 777º, nº 1 CC). Neste âmbito, o art. 662º, nº 2 b) é
directamente aplicável aos casos de obrigação pura em que não tenha havido
interpelação ou quando esta tenha tido lugar fora do local do cumprimento, e
é aplicável por analogia aos casos de obrigação a prazo em que o credor deva
proceder à cobrança no domicílio do devedor. Não utiliza, portanto, o termo
inexigibilidade no seu sentido técnico, mas como sinónimo de não
vencimento.
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§4: LIQUIDEZ
A obrigação é ilíquida quando tem por objecto uma prestação cujo quantitativo não
está ainda apurado. Exemplos: do acidente de viação resulta, para a vítima, a perda de
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• Não se confunda com obrigação genérica (arts. 539º ss CC): esta pode ter
objecto quantitativamente determinado (vg entrega de 200 kg de maçãs
golden). Neste caso, a concretização do objecto depende do acto de
individualização das maçãs a colher, para perfazer os ditos 200 kg – será,
pois, uma obrigação líquida. Se a espécie de maçãs a colher não for
determinada, a obrigação é incerta e tem aplicação o regime supra §2
(obrigações alternativas).
No âmbito de uma acção executiva pode ser feito um pedido genérico, ie, um pedido
cujo objecto consiste numa prestação indeterminada e ilíquida, concretizável em prestação
determinada mediante o incidente de liquidação (arts. 378º ss). O pedido genérico admite-se
nos seguintes casos (art. 471º, nº 1):
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5. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL
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da execução), a execução deve ser proposta em tribunal nacional, sem que outro possa ser
reconhecido como competente (ver também, a este respeito, o disposto no art. 94º, nº 4).
A previsão desta norma oferece, contudo, limitações a esta competência exclusiva, já
que o BRUX-I e LUGANO se sobrepõem às normas internas sobre competência internacional
dos tribunais portugueses. Cumpre distinguir:
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um tribunal de competência específica tem lugar no tribunal em que tenha corrido a acção
declarativa (art. 103º LOFTJ).
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§1: REGIME-REGRA
Na acção executiva, não há que averiguar a titularidade real da situação jurídica
material invocada pelo autor: têm legitimidade como exequente e executado,
respectivamente, quem, no título executivo, figura como credor e como devedor (art. 55º, nº
1).
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• Excepções:
o Alargamento a terceiros abrangidos pela eficácia do caso julgado
(art. 57º):
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§1: LITISCONSÓRCIO
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• Voluntário (art. 27º): o pedido pode ser formulado apenas por um autor ou
apenas contra um réu, mas foi deduzido por vários autores ou contra vários
réus.
o Obrigação conjunta
o Garantia por bens de terceiro
o Pluralidade de credores
o Cfr. arts. 56º nº 2, 825º nº 2 e 3 e 828º nº 5.
• Cada um dos pedidos deve ter sido apreciado em processo executivo comum
(art. 53º, nº 2 c)).
• No caso da coligação passiva, a execução tem que ter por base, quanto a
todos os pedidos, um mesmo título (art. 58º, nº 1 b)).
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PARTE II
O PROCESSO DE EXECUÇÃO COMUM
PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA
1. FASE INICIAL
§1: INTRODUÇÃO
• Só os títulos dos quais conste uma obrigação pecuniária podem dar lugar a
processo executivo para pagamento de quantia certa.
o Obrigação pecuniária: obrigação de quantidade cujo objecto é um
certo valor expresso em moeda que tenha curso legal em Portugal
(art. 550º CC).
o A obrigação de moeda específica dá sempre lugar à execução para
pagamento de quantia certa, enquanto que a obrigação em moeda
com curso legal apenas no estrangeiro se executa através do processo
para entrega de coisa certa.
• A obrigação precisa de ser liquidada, uma vez que não depende de simples
cálculo aritmético (art. 805º, nº 4).
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• Despacho de aperfeiçoamento:
o Quando haja despacho liminar, o juiz deve convidar o exequente a
suprir a falta de pressupostos processuais e outras irregularidades,
desde que sanáveis (art. 812º, nº 4).
• Despacho de indeferimento:
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• Despacho de citação:
o O executado é citado para, no prazo de 20 dias (art. 812º, nº 6):
Pagar; ou
Opor-se à execução
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2. OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO
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§3: PROCEDIMENTO
A oposição à execução deve ser deduzida no prazo de 20 dias a contar da
citação/notificação do executado (art. 813º, nº 1).
Há a possibilidade de embargos supervenientes quando o facto que os fundamenta
ocorrer depois da citação do executado ou quando este só tiver conhecimento do facto depois
da citação (art. 813º, nº 3).
Não tem aplicação o art. 486º, nº 2, a respeito do aproveitamento, pelos restantes
réus, do prazo para contestar daquele que foi citado em último lugar (cfr. art. 813º, nº 4).
A omissão de oposição à execução não conduz à revelia (não tem o efeito do art.
484º, nº 1).
Deduzida a oposição:
3. A FASE DA PENHORA
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